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PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 3

APRESENTAÇÃO DA AULA

A aula irá apresentar as diferentes espécies tributárias com suas legislações específicas, para

qual o gestor tributarista possa verificar seu campo de atuação e identificar a lógica legislativa

dentro de sua atividade para que assim venha a reduzir sua carga tributária dentro da legalidade.

Com o conhecimento de cada imposto, passamos a identificar seus elementos, tais como:

contribuinte, fato gerador e base de cálculo e possamos a elaborar a apuração de cálculo e o seu

devido recolhimento aos cofres públicos e/ou em certos casos o nosso direito de crédito junto ao

Órgão Fazendário.

Contudo, após a análise de cada imposto teremos condições de comparar e analisar o

melhor planejamento tributário e conseguinte, elaborar de forma preventiva o menor ônus

tributário dentro da sua essencialidade.

OBJETIVOS DESTA AULA

Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:

Objetivo 1 – Identificar o tributo e a legislação pertinente

Objetivo 2 – Verificar a lógica dos elementos tributários

Objetivo 3 – Verificar a apuração e o pagamento de cada imposto.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Constituição Federal, de 05 de outubro de 1988

BRASIL. Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966.

BRASIL. Lei Complementar nº 087, de 13 de setembro de 1996.

BRASIL. Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003.

BRASIL. Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006.

BRASIL. Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999.

BRASIL. Decreto nº 7.212, de 15 de junho de 2010.

RIO DE JANEIRO. Decreto nº 27.427, de 17 de novembro de 2000.

RIO DE JANEIRO. Lei nº 691, de 24 de dezembro de 1984.

RIO DE JANEIRO. Decreto nº 10.514, de 08 de outubro de 1991.

PÊGAS, Paulo Henrique. Manual de Contabilidade Tributária. 7 º ed. Rio de Janeiro: Freitas

Bastos, 2011.

BORGES, Humberto Bonavides. Planejamento Tributário. 8ª ed. São Paulo: Atlas, 2004.

BORGES, Humberto Bonavides. Manual de Procedimentos Tributários. 3ª ed. São Paulo:

Atlas, 2009.
3.1 Apuração dos Tributos

3.1.1 - ICMS (Imposto sobre circulação de mercadorias e serviços de transporte

interestadual e intermunicipal e de comunicação)

O ICMS é um imposto de competência privativa dos Estados e do Distrito Federal, previsto

no Inciso II do artigo 155 da Constituição Federal de 1988, na Lei Complementar nº 87/96 e no

RICMS/RJ (Regulamento do ICMS – Decreto nº 27.427/2000 – e suas alterações)

Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos


sobre: ......

II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de


serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação,
ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior”

V. Constituição Federal de 1988

V. Lei Complementar nº 87/96

V. Decreto nº 27.427/2000

É um imposto não cumulativo, ou seja, do imposto devido em cada operação será abatido o

valor pago na operação anterior. Poderá ser seletivo em função das mercadorias ou serviços, pois

a tributação envolve a essencialidade dos produtos.

Como O ICMS é de competência dos Estados e do Distrito Federal, suas alíquotas internas

são determinadas por estes Entes da Federação, já as alíquotas interestaduais são uniformes. Por

exemplo, no Estado do Rio de Janeiro, as alíquotas internas que vão de 3% até 37% e a alíquota

modal é de 18%.
As normas gerais de instituição do imposto são determinadas pela União, tais como: fato

gerador, base de cálculo, contribuintes, obrigação etc. No entanto, cada Ente tem autonomia para

legislar acerca de outras situações não discriminadas e/ou proibitivas acima. Cabe ressaltar que a

legislação básica é a Lei Complementar nº 87/96.

No 2º parágrafo do mesmo artigo, verifica-se o desdobramento do Inciso II, que são

apresentados em relação à cobrança do ICMS e merece uma atenção especial.

V. artigo 155/2º Parágrafo/Constituição Federal

3.1.1.1 – Contribuinte e Responsável

Conforme citado no artigo acima, contribuinte é qualquer pessoa, física ou jurídica, que

realize, com habitualidade ou em volume que caracterize intuito comercial, operações de

circulação de mercadoria ou prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e

de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior, mesmo sem

habitualidade.

Vale ressaltar ainda, que mesmo sem habitualidade ou intuito comercial é contribuinte quem

importe mercadorias ou bens do exterior, qualquer que seja a sua finalidade; seja destinatária de

serviço prestado no exterior ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior; adquira em licitação

mercadorias ou bens apreendidos ou abandonados; adquira lubrificantes e combustíveis líquidos e

gasosos derivados de petróleo e energia elétrica oriundos de outro Estado, quando não destinados

à comercialização ou à industrialização.

Como mencionado acima, existe através de Lei a possibilidade de atribuir para terceiros a

responsabilidade pelo pagamento do imposto e acréscimos devidos pelo contribuinte ou


responsável, quando os atos ou omissões daqueles concorrerem para o não recolhimento do

tributo, tipificado em lei.

Sendo certo que cabe a Lei estadual a atribuição ao contribuinte do imposto ou a depositário

a qualquer título a responsabilidade pelo seu pagamento, hipótese em que assumirá a condição

de substituto tributário.

Sendo que a atribuição de responsabilidade dar-se-á em relação a mercadorias, bens ou

serviços previstos em lei de cada Estado.

3.1.1.2 – Fato Gerador

O Fato gerador do ICMS é reconhecido sobre mercadorias e serviços constante no artigo 12

da Lei Complementar nº 87/96.

V. Art. 12 da LC 87/96

3.1.1.3 – Base de Cálculo

A base de cálculo será em regra o valor da operação nas saídas de mercadorias, transmissão

de propriedades de mercadorias depositadas, de mercadorias sem trânsito pelo trasmitente,

dentre outras.

V. Art. 12 e 13 da LC 87/96

3.1.1.3.1 - Integra a base tributável:

1.Seguros, juros e demais importâncias pagas, recebidas ou debitadas, bem como os

descontos sob condição;

2.Frete, caso o transporte seja efetuado pelo próprio remetente ou por sua conta e ordem e

seja cobrado em separado;


3.O IPI, quando a operação for realizada de contribuinte para não contribuinte ou entre

contribuintes e o produto não se destinar à industrialização ou comercialização.

3.1.1.3.2 - Base de Cálculo Nas Transferências

Incide o imposto na saída de mercadoria para estabelecimento localizado em outro Estado,

pertencente ao mesmo titular, logo a base de cálculo do imposto é:

a)O valor correspondente à entrada mais recente da mercadoria;

b)O custo da mercadoria produzida, assim entendida a soma do custo da matéria-prima,

material secundário, mão-de-obra e acondicionamento;

c)Tratando-se de mercadorias não industrializadas, o seu preço corrente no mercado

atacadista do estabelecimento remetente.

3.1.1.4 - Alíquotas

As alíquotas vigentes do ICMS são:

3.1.1.4.1 - Interna

Alíquota 7 %

a)Com arroz, farinha de mandioca, feijão, charque, pão francês ou de sal e sal e cozinha;

b)Lingüiça, mortadela,salsicha, sardinha enlatada e vinagre;

c)Ovo integral pasteurizado, desidratado, clara pasteurizada desidratada ou resfriada e gema

pasteurizada desidratada ou resfriada.

d)Com ave, coelho ou gado bovino, suíno, caprino ou ovino em pé, bem como os produtos

comestíveis resultantes de sua abate, em estado natural, resfriado ou congelado;


Alíquota 18%:

a)Nas prestações com destino a consumidor final – ( não contribuinte)

b)Nas demais prestações ou operações internas e serviços tributados.

3.1.1.4.2 - Importação (RJ) – 14, 16%

3.1.1.4.3 - Interestaduais

a. Com destino a não contribuinte do imposto: 18%

b. Com destino a contribuinte localizado:

- Nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e no Estado do Espírito Santo: 7%

- Nas regiões Sul e Sudeste,exceto Espírito Santo: 12%

c. Aquisições, em outro Estado, de mercadoria para uso/consumo ou ativo fixo por

contribuinte a diferença entre alíquota interna e a interestadual.

3.1.1.4.4 - Tributação do Diferencial de Alíquota

Até o incremento da Lei Complementar 87/96, a aquisição de outro Estado, por

estabelecimento contribuinte do ICMS, para seu consumo próprio ou para o ativo imobilizado

constituía fato gerador do ICMS.

Observe que o frete acompanha essas mercadorias, e que sai tributado de outro estado sofre

a incidência de diferencial de alíquota por estar elencado nos art. 11, II c e 12, XIII e art. 13 § 3º

da Lei Complementar 87/96.


Somente será devido em situações de venda para contribuinte. Quando a venda

interestadual for para não contribuinte, o entendimento é de que prevalecerá a alíquota original

de 18 %, inexistindo a figura do diferencial de alíquota.

3.1.1.5 – Técnica de arrecadação (da não cumulatividade)

O Art. 19 da LC. 87/96 confirma a Constituição Federal dizendo que:

“O imposto é não cumulativo, compensando-se o que for devido


em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou
prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal
e de comunicação com o montante cobrado nas anteriores pelo
mesmo ou por outro Estado.”

Logo, entendemos que os valores das entradas no processo de industrialização ou

comercialização de mercadorias e serviços, cuja saída será sujeita ao imposto, será constituído

como crédito ao contribuinte. Em contrapartida, os valores do ICMS das notas fiscais sobre as

mercadorias comercializadas pelo contribuinte serão registradas débito desta em favor ao Fisco.

O Art. 20 da LC. 87/96 introduz o conceito que diz respeito ao princípio da não

cumulatividade, dando um passo importante na intenção de no futuro se implantar o Imposto

Único Sobre o Consumo quando diz:

“Para a compensação a que se refere o artigo anterior, é

assegurado o direito de crédito do imposto anteriormente cobrado

em operações de que tenha resultado a entrada de mercadoria,

real ou simbólica, no estabelecimento, inclusive a destinada a uso

ou consumo ou ao ativo permanente, ou o recebimento de


serviços de transporte interestaduais e intermunicipal ou de

comunicação.”

Exemplo:

ABC Comércio, adquiriu 30 mercadorias de x produtos para revenda no mês de janeiro e,

em seguida revendeu 10 unidades da referida mercadoria, conforme Nota Fiscal:

Valor das Mercadorias Valor do ICMS (18%)

Aquisição: R$ 800.000,00 R$144.000,00

Revenda R$ 350.000,00 R$ 63.000,00

Observe que na aquisição a ABC obteve um crédito no valor de R$144.000,00 de ICMS, contra

uma obrigação na revenda no valor de R$63.000,00, logo ficará com uma saldo credor para o

próxima apuração de R$81.000,00.

3.1.1.5.1 - Limitações do Direito ao Crédito

As entradas de mercadorias ou utilização de serviços resultantes de operações ou prestações

isentas ou não tributadas não terão direito a crédito do imposto, ou as que se referirem as

mercadorias ou serviços alheios à atividade do estabelecimento.

São reconhecidos como alheios à atividade do estabelecimento os veículos de transporte

pessoal. Salvo prova em contrário.

V. Art. 20/Parágrafo 3º da LC. 87/96

3.1.1.5.2 - Do Estorno do Crédito


O imposto deverá ser estornado quando estiver sido creditado pelo Sujeito passivo na

ocorrência de serviço tomado ou de entrada de mercadoria no estabelecimento, em contrapartida

com saída sem débito e/ou quando o evento altere sua situação da entrada creditada.

V. Art. 21 da LC 87/96.

3.1.1.6 – Apuração normal

Por ser não cumulativo, haverá compensação do valor devido nas operações de saídas com

o montante dos créditos cobrados nas operações de entrada no estabelecimento.

Se o valor do ICMS das entradas for superior ao ICMS das saídas, o crédito remanescente

poderá ser compensado com débitos posteriores. Caso contrário, o ICMS das entradas seja menor

que o ICMS da saída, o saldo devedor remanescente será recolhido aos cofres do Estado.

Fundamentação Legal: art. 25 do Livro I do RICMS/RJ).

3.1.2 - I.S.S (Imposto sobre serviço de qualquer natureza)

O ISS encontra-se fundamentado no artigo 156, III da nossa Constituição de 1988, Lei

Complementar nº 116/2003, Código Tributário do Município do Rio de Janeiro (Lei 691/84) e no

(RISS) Decreto Municipal/RJ nº 10.514/91.

Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: ....

III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art.

155, II, definidos em lei complementar.

3.1.2.1 – Fato Gerador


É fato gerador do ISS a prestação de serviços por empresa ou profissional autônomo, com

ou sem estabelecimento fixo, de serviço constante da lista de serviços instituída pela redação

dada pela Lei Complementar 116/2003, combinada com o RISS/RJ.

V. V. Lista de serviços anexa à Lei Complementar nº 116/03 e Decreto Municipal/RJ

nº 10.514/91

Deve-se observar as exceções expressas na lista, pois os serviços nela mencionados não

ficam sujeitos ao Imposto Sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Prestações de

Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS, mesmo que sua

prestação envolva fornecimento de mercadorias.

3.1.2.2 – Não incidência

Conforme a lei, o imposto não incide sobre:

a)as exportações de serviços para o exterior do País (Não se enquadram os serviços

desenvolvidos no Brasil, cujo resultado aqui se verifique, ainda que o pagamento seja feito

por residente no exterior).

b)a prestação de serviços em relação de emprego, dos trabalhadores avulsos, dos diretores e

membros de conselho consultivo ou de conselho fiscal de sociedades e fundações, bem como

dos sócios-gerentes e dos gerentes-delegados;

c)o valor intermediado no mercado de títulos e valores mobiliários, o valor dos depósitos

bancários, o principal, juros e acréscimos moratórios relativos a operações de crédito

realizadas por instituições financeiras.

3.1.2.3 – Município beneficiado pelo imposto


A Lei menciona que o serviço será considerado prestado e o imposto devido no local do

estabelecimento prestador ou, na falta do estabelecimento, no local do domicílio do prestador,

exceto nas hipóteses previstas nos incisos I a XXII, do artigo 3º da LC 116/03, quando o imposto

será devido nestes locais.

3.1.2.4 – Base de Cálculo:

7.1.2.4.1 – Empresas

A base de cálculo é o preço do serviço. (artigos 17 a 31 da Lei 691/84)

Exemplo:

A Cia ABC contrata a prestadora de serviços Cia CMS para efetuar limpeza em seus aparelhos

de ar condicionado. Pelos serviços prestados, a Cia CMS cobra R$ 1.000,00. Sendo assim, veja

como será a o recolhimento do ISS:

Cia ABC – Efetuará o pagamento no valor de R$ 1.000,00 como despesa pelo serviço

contratado

Cia CMS – Receberá o serviço de R$1.000,00 e Recolherá aos cofres públicos o valor de

R$50,00 pelo ISS (5% sobre R$1.000,00)

3.1.2.4.2 - Autônomos

Aqui devemos considerar a literalidade da lei, pois o contribuinte do ISS é o prestador do

serviço seja ele profissional autônomo ou empresa. Para os efeitos do ISS, entende-se por

profissional autônomo, todo aquele que fornecer o próprio trabalho, sem vínculo empregatício,

com o auxílio de, no máximo, 3 (três) empregados que não possuam a mesma habilitação

profissional do empregador.
Ficando para o ano de 2012, a base de cálculo mensal do Imposto Sobre Serviços para o

profissional autônomo estabelecido é de R$2.850,74 (dois mil, oitocentos e cinqüenta reais e

setenta e quatro centavos), a qual aplicando a alíquota de 2% resulta no imposto a pagar de

R$57,01 (cinquenta e sete reais e um centavo) por mês, por atividade constante no cartão de

inscrição municipal. O valor devido a cada mês será cobrado em uma única guia trimestral,

totalizando R$171,03 (cento e setenta e um reais e três centavos) por trimestre.

3.1.2.4.3 – Pessoas Físicas e equiparadas à Empresa

Para os efeitos do ISS, entende-se por pessoa física equiparada à empresa o profissional

autônomo que admitir mais de 3 empregados ou um ou mais empregados de mesma habilitação

do empregador.

Esses profissionais recolheram em 2004 o ISS mensalmente até o 5º dia útil do mês

seguinte ao do mês de referência, aplicando-se a alíquota de 2% sobre a base de cálculo abaixo,

fixada pela Lei nº 3720/04:

1.R$ 1.870,00 pelo titular da inscrição

2.R$ 1.870,00 por cada empregado de mesma habilitação do empregador.

Em 2012, a alíquota de 2% deverá ser aplicada à base de cálculo corrigida pela aplicação do

índice de variação do IPCA-E, conforme estabelece a Lei nº 3.145/2000, relacionada a seguir, nas

datas fixadas pelo Decreto nº 35010, de 26 de dezembro de 2011, conforme abaixo:

1.R$ 2.850,74 pelo titular da inscrição

2.R$ 2.850,74 por cada empregado de mesma habilitação do empregador.

3.1.2.4.4 – Sociedades Uniprofissionais

Já quando os serviços (medicina, enfermagem, fonoaudiologia, medicina veterinária,

contabilidade, agenciamento da propriedade industrial, advocacia, engenharia, arquitetura,

agronomia, odontologia, economia e psicologia) forem prestados por sociedades uniprofissionais,


o ISS será calculado em relação a cada profissional habilitado, sócio, empregado ou não, que

preste serviço em nome da sociedade, embora assumindo responsabilidade pessoal, aplicando-se

a alíquota de 2% à base de cálculo fixada pela Lei nº 3720 de 05/03/2004, conforme abaixo:

1.para cada profissional habilitado, sócio, empregado ou não, até o número de cinco, base

de cálculo de R$1.870,00 em 2004, R$2.010,99 em 2005, R$ 2.129,23 em 2006, R$

2.192,25 em 2007, R$ 2.287,83 em 2008, R$ 2.427,38 em 2009, R$ 2.528,84 em 2010, R$

2.675,25 em 2011 e R$ 2.850,74 em 2012 por profissional habilitado.

2.para cada profissional habilitado, sócio, empregado ou não, que exceder a cinco e até

dez, base de cálculo de R$2.805,00 em 2004, R$3.016,49 em 2005, R$ 3.193,85 em 2006,

R$ 3.288,38 em 2007, R$ 3.431,75 em 2008, R$ 3.641,08 em 2009, R$ 3.793,27 em 2010,

R$ 4.012,90 em 2011 e R$ 4.276,14 em 2012 por profissional habilitado excedente a cinco.

3.para cada profissional habilitado, sócio, empregado ou não, que exceder a dez, base de

cálculo de R$3.741,50 em 2004, R$4.023,07 em 2005, R$ 4.259,62 em 2006, R$ 4.385,70

em 2007, R$ 4.576,91 em 2008, R$ 4.856,74 em 2009, R$ 5.059,08 em 2010, R$ 5.352,00

em 2011 e R$ 5.703,09 em 2012 por profissional habilitado excedente a dez.

Não sendo consideradas como sociedades uniprofissionais, as sociedades:

1.cujos serviços não se caracterizem como trabalho pessoal dos sócios, e sim como trabalho

da própria sociedade;

2.cujos sócios não possuam, todos, a mesma habilitação profissional;

3.que tenham como sócio pessoa jurídica;

4.que tenham natureza comercial;

5.que exerçam atividade diversa da habilitação profissional dos sócios.

3.1.2.5 – Contribuinte (art. 6º RISS/RJ):


O artigo 6º, tipifica que contribuinte é o prestador dos serviços definidos como fatos

geradores do imposto.

Considerando-se estabelecimento do prestador o local onde o contribuinte desenvolva a

atividade de prestar serviços, de modo permanente ou temporário, e que configure unidade

econômica ou profissional, sendo irrelevante para caracterizá-lo as denominações de sede, filial,

agência, posto de atendimento, sucursal, escritório de representação ou contato ou quaisquer

outras que venham a ser utilizadas.

3.1.2.6 – Responsáveis / Contribuinte Substituto (art.7º RISS/RJ)

Complementando no artigo 7 que em algumas atividades definidas pela Lei, o recolhimento

do ISS é direcionado a pessoa jurídica tomadora do serviço, transferindo para terceiros a

responsabilidade da retenção e recolhimento do imposto.

3.1.2.7 – Alíquotas:

O imposto será calculado aplicando-se sobre a base de cálculo com as alíquotas entre 2% a

5%, conforme RISS/RJ

V. art. 19 do RISS/RJ.

3.1.2.7 - Apuração:

O imposto será apurado mensalmente, segundo o regime de competência de ocorrência dos

fatos geradores.

3.1.3 - IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados)


O imposto sobre produtos industrializados (IPI) incide sobre produtos industrializados,

nacionais e estrangeiros, conforme artigo 153 da Carta Magna em consonância com o Decreto nº

7.212/10 (RIPI).

Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:

IV - produtos industrializados;

Constitucionalmente o IPI é definido como não cumulativo, seletivo e indireto:

1. não-cumulativo, em função de que o imposto acumulado de operações anteriores

poder ser compensado nas operações seguintes, ficando o ônus com o consumidor final.

2. seletivo - em função da essencialidade do produto, ou seja, produtos essenciais à

manutenção da sobrevivência tem prioridade de alíquotas menores ou reduzidas a zero.

3. indireto - incide sobre o preço do produto e não sobre lucro da operação.

3.1.3.1 – Industrialização

Caracteriza industrialização na forma da lei qualquer operação que modifique a natureza, o

funcionamento, o acabamento, a apresentação ou a finalidade do produto, ou o aperfeiçoe para

consumo, tais como: transformação; beneficiamento; montagem; acondicionamento; renovação.

V. Art. 4º / RIPI

Não se consideram industrialização, algumas modalidades enquadradas pelo Regulamento do

IPI, de forma expressa.

V. Art. 5º / RIPI
3.1.3.2 – Estabelecimento Industrial

Estabelecimento industrial é o que executa qualquer das operações consideradas

industrialização, de que resulte produto tributado, ainda que de alíquota zero ou isentos e seus

equiparados.

V. Art. 9º / RIPI

3.1.3.3 - Imunidade

Dentro da lei são imunes da incidência do IPI:

I – os livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão;

II – os produtos industrializados destinados ao exterior;

III – o ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial;

IV – a energia elétrica, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País.

Caso a imunidade esteja condicionada à destinação do produto, e a este for dado destino

diverso, fica o responsável pelo fato sujeito ao pagamento do imposto e da penalidade cabível,

como se a imunidade não existisse.

Cessará a imunidade do papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos quando

este for consumido ou utilizado em finalidade diversa da prevista, ou encontrado em poder de

pessoa que não seja fabricante, importador, ou seus estabelecimentos distribuidores, bem assim

que não sejam empresas jornalísticas ou editoras.

3.1.3.4 – Contribuintes e Responsáveis (Art.24 e 25/RIPI)


Os contribuintes do IPI são o importador, o industrial, o estabelecimento equiparado a

industrial, os que consumirem ou utilizarem em outra finalidade.

Considera-se contribuinte autônomo qualquer estabelecimento de importador, industrial ou

comerciante, em relação a cada fato.

V. Art. 24 e 25/ RIPI

3.1.3.5 – Fato Gerador

Fato gerador do imposto é o desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira,

a saída de produto do estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial, entre outros

elencados no RIPI.

V. Art. 35 e 36/ RIPI

3.1.3.6 – Base de Cálculo (Art. 131 a 137/RIPI)

Constitui valor tributável:

I - dos produtos de procedência estrangeira:

a) o valor que servir ou que serviria de base para o cálculo dos tributos aduaneiros, por

ocasião do despacho de importação, acrescido do montante desses tributos e dos encargos

cambiais efetivamente pagos pelo importador ou dele exigíveis (Lei nº 4.502, de 1964, art. 14,

inciso I, alínea b); compreende o preço do produto, acrescido do valor do frete e das demais

despesas acessórias, cobradas ou debitadas pelo contribuinte ao comprador ou destinatário (Lei

nº 4.502, de 1964, art. 14, § 1º, Decreto-lei nº 1.593, de 1977, art. 27, e Lei nº 7.798, de 1989,

art. 15).

b) o valor total da operação de que decorrer a saída do estabelecimento equiparado a

industrial (Lei n.º 4.502, de 1964, art. 18); e


II - dos produtos nacionais, o valor total da operação de que decorrer a saída do

estabelecimento industrial ou equiparado a industrial (Lei n.º 4.502, de 1964, art. 14, inciso II, e

Lei n.º 7.798, de 1989, art. 15).

Não podem ser deduzidos do valor da operação os descontos, diferenças ou abatimentos,

concedidos a qualquer título, ainda que incondicionalmente (Lei n.º 4.502, de 1964, art. 14, § 2º,

Decreto-lei n.º 1.593, de 1977, art. 27, e Lei n.º 7.798, de 1989, art. 15).

Dentre outros

V. Art. 190 a 199 / RIPI

3.1.3.7 – Alíquotas - débitos (Tabela IPI- ART 15 a 17)

Os produtos estão distribuídos na TIPI por Seções, Capítulos, Subcapítulos, Posições,

Subposições, Itens e Subitens.

A classificação será feita em conformidade com as Regras Gerais para Interpretação - RGI,

Regras Gerais Complementares - RGC e Notas Complementares - NC, todas da Nomenclatura

Comum do MERCOSUL - NCM, integrantes do seu texto.

As Notas Explicativas do Sistema Harmonizado de Designação e de Codificação de

Mercadorias - NESH, do Conselho de Cooperação Aduaneira na versão luso-brasileira, efetuada

pelo Grupo Binacional Brasil/Portugal, e suas alterações aprovadas pela Secretaria da Receita

Federal do Brasil, constituem elementos subsidiários de caráter fundamental para a correta

interpretação do conteúdo das Posições e Subposições, bem como das Notas de Seção, Capítulo,

Posições e de Subposições da Nomenclatura do Sistema Harmonizado.

V. Lei nº 4.502, de 1964, art. 10


3.1.3.8 – Entradas – Créditos (Art. 226 a 228/RIPI)

Os estabelecimentos industriais, e os que lhes são equiparados, poderão creditar-se do

imposto relativo a matéria-prima, produto intermediário e material de embalagem, adquiridos para

emprego na industrialização de produtos tributados, quando remetidos a terceiros, recebidos de

terceiros, entre outros.

V. Arts. 226 a 228/RIPI

3.1.3.9 – Apuração (Art. 259/RIPI)

Por ser não-cumulativo, haverá compensação do valor devido pelas saídas, com o montante

dos créditos apurados nas operações anteriores (entradas).

Assim, se o valor do IPI-entradas (créditos) for superior ao valor do IPI-saídas (débitos), o

saldo credor poderá ser utilizado para abater os débitos futuros.

Se ocorrer o contrário (saldo devedor) o valor deverá ser recolhido aos cofres da União. O

período de apuração do imposto incidente nas saídas dos produtos do estabelecimento industrial

ou equiparado a industrial é mensal.

V. Arts. 259 a 267/RIPI

Exemplo:

A Indústria ABC vende a vista 10 unidades da mercadoria A por R$1.000,00 cada, para o

Comércio XYZ. O ICMS da operação é de 18% e o IPI é 10%. O valor da nota fiscal da

Indústria é de R$ 11.000,00, pois adiciona o IPI de 10%.

Mercadorias - 10.000,00
IPI - 1.000,00

Total da NF - 11.000,00

ICMS destacado

Por dentro 1.800,00

3.1.4 - Simples Nacional

O Simples Nacional é um sistema de simplificação que abrange a participação de todos os

entes federados (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), previsto na Constituição Federal

em seu artigo 179 e na Lei Complementar nº 123/2006.

É administrado por um Comitê Gestor composto por oito integrantes: quatro da Secretaria da

Receita Federal do Brasil (RFB), dois dos Estados e do Distrito Federal e dois dos Municípios.

Para o ingresso no Simples Nacional é necessário o cumprimento das seguintes condições:

•enquadrar-se na definição de microempresa ou de empresa de pequeno porte;

•cumprir os requisitos previstos na legislação; e

•formalizar a opção pelo Simples Nacional.

Características principais do Regime do Simples Nacional:

•ser facultativo;

•ser irretratável para todo o ano-calendário;

•abrange os seguintes tributos: IRPJ, CSLL, PIS/Pasep, Cofins, IPI, ICMS, ISS e a

Contribuição para a Seguridade Social destinada à Previdência Social a cargo da pessoa

jurídica;
•apuração e recolhimento dos tributos abrangidos mediante documento único de

arrecadação;

•disponibilização às ME e às EPP de sistema eletrônico para a realização do cálculo do valor

mensal devido;

•apresentação de declaração única e simplificada de informações socioeconômicas e fiscais;

1.vencimento:

até o último dia útil da primeira quinzena do mês subseqüente àquele em que houver sido

auferida a receita bruta, para os fatos geradores ocorridos até 28 de fevereiro de 2009;

2.até o dia 20 do mês subseqüente àquele em que houver sido auferida a receita bruta, para

os fatos geradores ocorridos a partir de 1º de março de 2009.

•possibilidade de os Estados adotarem sublimites de EPP em função da respectiva

participação no PIB;

3.1.4.1 - Da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte

Consideram-se microempresas ou empresas de pequeno porte a sociedade empresária, a

sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o empresário a que se

refere o art. 966 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), devidamente

registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme

o caso, desde que:

1.no caso da microempresa, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a

R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais); e

2.no caso da empresa de pequeno porte, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta

superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$

3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais).


Considera-se receita bruta, para fins do disposto no caput deste artigo, o produto da venda

de bens e serviços nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado

nas operações em conta alheia, não incluídas as vendas canceladas e os descontos incondicionais

concedidos.

No caso de início de atividade no próprio ano-calendário, o limite a que se refere o caput

deste artigo será proporcional ao número de meses em que a microempresa ou a empresa de

pequeno porte houver exercido atividade, inclusive as frações de meses.

O enquadramento do empresário ou da sociedade simples ou empresária como

microempresa ou empresa de pequeno porte bem como o seu desenquadramento não implicarão

alteração, denúncia ou qualquer restrição em relação a contratos por elas anteriormente

firmados.

Não poderá se beneficiar do tratamento jurídico diferenciado previsto na LC 123/06, incluído

o regime de que trata o art. 12, para nenhum efeito legal, a pessoa jurídica de cujo capital

participe outra pessoa jurídica; que seja filial, sucursal, agência ou representação, no País, de

pessoa jurídica com sede no exterior; de cujo capital participe pessoa física que seja inscrita como

empresário ou seja sócia de outra empresa que receba tratamento jurídico diferenciado nos

termos desta, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o inciso II do caput

deste artigo; dentre outros.

V. Art. 3 LC 123/06

Sendo assim, o Simples Nacional implica o recolhimento mensal, mediante documento único

de arrecadação, dos seguintes tributos:

•Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ);


•Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI);

•Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL);

•Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS);

•Contribuição para o PIS/Pasep;

•Contribuição Patronal Previdenciária (CPP);

•Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre Prestações de

Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS);

•Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS).

3.1.4.1 Receita Bruta

Considera-se receita bruta o produto da venda de bens e serviços nas operações de conta

própria, o preço dos serviços prestados e o resultado nas operações em conta alheia, excluídas as

vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos.

Logo, o valor devido mensalmente pelas ME e EPP optantes pelo Simples Nacional é

determinado mediante aplicação das tabelas dos anexos da Lei Complementar nº 123, de 2006.

V. Anexos Lei Complementar nº 123, de 2006

Para efeito de determinação da alíquota, o sujeito passivo utilizará a receita bruta acumulada

nos 12 (doze) meses anteriores ao do período de apuração (RBT12).

Já o valor devido mensalmente, a ser recolhido pela ME ou EPP, será o resultante da

aplicação da alíquota correspondente sobre a receita bruta mensal auferida (regime de

competência) ou recebida (regime de caixa), conforme opção feita pelo contribuinte.


Exemplo:

A Papelaria ABC + ME Ltda, optante pelo Simples Nacional, obteve receita bruta resultante

exclusivamente da revenda de mercadorias não sujeitas à substituição tributária. A empresa não

possui filiais.

Convenções:

PA = Período de apuração;

RBT12 = Receita Bruta dos últimos 12 meses exclusive o mês do Período de Apuração (PA);

RBA = Receita Bruta Acumulada de janeiro até o mês do PA inclusive.

Dados da empresa:

Receita Bruta de julho/2008 = R$ 25.000,00

RBA = R$ 135.000,00

RBT12 = R$ 220.000,00 (Anexo I) è alíquota dessa faixa = 5,47%

Fluxo de faturamento (valores em milhares de R$):

Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul

30 20 20 10 10 20 25 = 135

15 15 15 15 25 25 30 20 20 10 10 20 = 220

Simples Nacional devido no mês = (R$ 25.000,00 x 5,47%) = R$ 1.367,50.

3.1.5 – IR (Imposto de Renda) e CSLL (Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido)


O Imposto de Renda esta previsto na Constituição Federal em seu artigo 153, III e no

Decreto Lei nº 3.000/99 (RIR) e, a Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido está prevista na

Constituição Federal no artigo 72, III.

3.1.5.1 - Contribuintes

Quem auferir disponibilidade econômica ou jurídica de renda ou proventos de qualquer

natureza, inclusive rendimentos e ganhos de capital, conforme artigo 3º/RIR.

3.1.5.2 – Base de Cálculo

A base de cálculo do imposto de renda é o lucro. O legislador definiu a divisão da base em

LUCRO REAL, ARBITRADO OU PRESUMIDO.

3.1.5.3 - Alíquotas

A alíquota do IR das empresas segue o critério da progressividade, ou seja, paga mais quem

pode mais, pagando menos quem pode menos. Na prática, a alíquota oscila entre 15% e 25%,

dependendo do lucro apurado pela empresa. Veja as alíquotas em vigor:

Alíquota básica de 15% sobre o lucro (Real, Presumido ou Arbitrado);

Adicional de 10% sobre a parcela que exceder a R$ 240.000 por ano, sendo aplicada

proporcionalmente em períodos menores (R$ 20.000 por mês).

A alíquota da CSLL está em 9%. Contudo, a Lei 10.637/02 criou em seu artigo 38 o Bônus

de Adimplência Fiscal. Este Bônus será concedido apenas para empresas que nos últimos cinco

anos-calendário tenham conseguido a proeza de não infringir uma das seguintes hipóteses em

relação aos tributos administrados pela SRF:


1º) Lançamentos de oficio;

2º) Débitos com exigibilidade suspensa;

3º) Inscrição em dívida ativa;

4º) Recolhimentos ou pagamentos em atraso, exceto os espontâneos; e

5º) Falta ou atraso no cumprimento de obrigação acessória.

Quando a empresa obtiver decisão definitiva favorável, na esfera administrativa ou judicial,

as restrições 1ª e 2ª serão desconsideradas desde a origem.

O Bônus corresponde a 1% da base de cálculo da CSL no regime de apuração com base no

lucro presumido, mesmo que a empresa esteja no lucro real.

3.1.5.4 – Lucro Real

O lucro real é a única forma de tributação em que o FISCO exige a apuração do resultado

contábil, seguindo os princípios fundamentais de contabilidade. Algumas empresas são obrigadas

ao lucro real, tais como:

a)Cuja receita total, no ano-calendário anterior, seja superior a R$ 48.000.000,00, ou

proporcional ao número de meses do período, quando inferior a 12 meses, ou seja, R$

4.000.000,00/mensais;

b)Instituições financeiras e equiparadas, inclusive empresas de seguros privados,

capitalização, factoring e entidades de previdência privada aberta;

c)Que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior;

d)Que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam benefícios fiscais relativos à isenção

ou redução de imposto; ou
e)Que no decorrer do ano-calendário tenham efetuado pagamento mensal pelo regime de

estimativa, inclusive mediante balanço de suspensão ou redução.

Como partimos do resultado contábil, o artigo 247 do RIR/99, determina um ajuste para que

possamos apurar o lucro real, vejamos:

LUCRO ANTES DE IR+CSL OU PREJUIZO CONTÁBIL

(+) ADIÇÕES EXIGIDAS POR LEI

(–) EXCLUSÕES PERMITIDAS POR LEI

= Lucro Real antes de Compensar Prejuízos Fiscais

(–) COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS FISCAIS ANTERIORES

Lucro Real ou Prejuízo Fiscal

3.1.5.4.1 - Livro de Apuração do Lucro Real

O LALUR é um livro fiscal que traz o demonstrativo da passagem do resultado contábil para

o Lucro Real, conforme a equação acima apresentada e, hoje de acordo com a IN SRF 989/09

deverá ser apresentado eletronicamente através do preenchimento do e-LALUR.

O LALUR é dividido em duas partes: parte A e parte B. Na parte A, ocorre a transcrição da

apuração do lucro fiscal, que é feita a partir da escrituração contábil. Primeiro, relatamos todas as

despesas que serão adicionadas e as receitas que serão excluídas, informando data e histórico

explicativo, para justificar a adição ou exclusão.

Na parte B, registramos todos os lançamentos que podem afetar a base fiscal de períodos

posteriores, tais como: todas as despesas que representam adições temporárias, pois em algum

período seguinte, esta despesa será dedutível para fins fiscais e, com o adequado controle na
parte B do LALUR, a exclusão pode ser feita sem nenhuma preocupação. Então, para consolidar o

entendimento, são registrados na parte B do LALUR:

a)Prejuízos Fiscais;

b)Prejuízos apurados nas atividades não operacionais;

c)Adições e Exclusões temporárias; e

d)Excesso de Incentivo Fiscal ao PAT, que pode ser utilizado em até dois anos.

3.1.5.4.2 - Adições

As adições, de forma simplificada, seriam as despesas contabilizadas, mas não aceitas pelo

fisco. Como exemplos, podemos citar: despesas com multas de trânsito e despesas com

alimentação dos diretores diminuem o resultado do exercício, mas não podem diminuir a base de

cálculo do imposto de renda por se tratar de despesas indedutíveis, por não fazerem parte da

atividade-fim da empresa na interpretação do fisco.

3.1.5.4.3 - Exclusões

As exclusões, de forma simplificada, seriam as receitas contabilizadas, mas não exigidas pelo

fisco. Como exemplos, podemos citar: resultado positivo de equivalência patrimonial o qual

aumenta o resultado do exercício, mas não deve ser excluída da base de cálculo na apuração do

imposto de renda pois a mesma já foi tributada na fonte na empresa investida.

3.1.5.4.4 – Compensação de Prejuízos Fiscais

Não existe limitação de prazo para a compensação de prejuízos fiscais. Assim, as empresas

podem compensar prejuízos sem preocupação com a prescrição. Até o ano de 1994 havia

limitação de compensação de prejuízos fiscais em 4 anos, porém sem o limite de 30% que vigorou

a partir de 1995.
A empresa não poderá compensar seus prejuízos fiscais se, entre a data da apuração e da

compensação do prejuízo fiscal, ocorrer, cumulativamente, modificação do controle societário e

modificação do ramo de atividade.

3.1.5.4.5 - Periodicidade

A modalidade será trimestral com o encerramento do balanço patrimonial e da demonstração

de resultados e demais livros; ou mensal (com bases estimadas – lucro estimado), sendo neste

caso, dispensada a elaboração mensal do balanço patrimonial e da demonstração de resultados.

Sendo assim, discriminada:

1.Trimestral Definitiva;

2.Anual, com antecipações mensais em bases estimadas.

A opção trimestral definitiva no lucro real já foi apresentada. A opção anual será apresentada

agora. Importante ressaltar que a opção será manifestada por ocasião do primeiro recolhimento

do ano, pois os códigos de recolhimento são diferentes e o Fisco não aceita o REDARF para

modificar o código e alterar a periodicidade do cálculo.

3.1.5.4.6 – Apuração anual, recolhimento mensais

Na escolha da opção anual, há obrigatoriedade do recolhimento mensal em bases estimadas.

Então, embora a apuração definitiva da base de cálculo somente ocorra no final do ano, a

empresa será obrigada por lei a recolher ao Fisco mensalmente uma parcela de IR e CSSL, como

antecipação.

3.1.5.4.7 – Cálculo da estimativa mensal com base na Receita Bruta e demais

Receitas da Empresa
O cálculo do imposto de renda e da contribuição social por estimativa segue, basicamente, a

mesma estrutura do lucro presumido, ou seja, são aplicados percentuais específicos sobre cada

receita obtida pela empresa. Após, será aplicada a alíquota básica do IR, depois o adicional e, em

seguida, são deduzidos os incentivos fiscais.

O cálculo do IR pela estimativa apresenta as seguintes diferenças em relação ao cálculo do

IR pelo lucro presumido:

1.Receitas de aplicações financeiras que já sofreram tributação na fonte, que não entram no

cálculo da estimativa, mas entram no lucro presumido; e

2.Os incentivos fiscais que podem ser deduzidos na estimativa e não podem ser deduzidos

no lucro presumido.

Já a base estimada da CSLL é exatamente igual a base da CSLL pelo lucro presumido.

3.1.5.4.8 – Valores que não integram a base estimada do IR

V. Art. 7º da IN SRF nº 93/1997

Exemplo:

Em 31 de dezembro de 2009, a Sociedade Anônima apurou um lucro, antes do Imposto de

Renda, de R$ 250.000,00 e não fez qualquer ajuste no LALUR. O Imposto de Renda devido por

essa Sociedade Anônima, tributada pelo lucro real, será:

Lucro Antes do Imposto de Renda = R$ 250.000,00

Não houve ajuste no Lalur. Portanto, temos:

Lucro Real = Lucro Antes do Imposto de Renda = R$ 250.000,00


Cálculo do Imposto de Renda: IR = 15% x 250.000 = 37.500

Limite do Adicional do IR = 12 x 20.000 = 240.000

Adicional do IR = 10% x (250.000 – 240.000) = 10% x 10.000 = 1.000

Total do IR = 37.500 + 1.000 = 38.500

3.1.5.5 – Lucro Presumido

O Lucro Presumido é uma forma de tributação que considera apenas as receitas da empresa

para apuração do resultado tributável de IR e CSLL. Com isso, estes tributos são calculados

através de um resultado estimado, que é encontrado através da aplicação de percentual específico

para cada tipo de receita, conforme lei.

3.1.5.5.1 – Empresas proibidas de utilizar o Lucro Presumido

A princípio, todas as empresas podem optar pelo lucro presumido. As empresas que são

obrigadas ao lucro real.

3.1.5.5.2 – Escrituração Contábil ou Livro Caixa

O RIR/99 (art. 527) permite que a pessoa jurídica utilize a forma de escrituração que

considerar mais conveniente: contábil ou livro caixa. Portanto, para fins fiscais, não há

necessidade de escrituração contábil regular, ou seja, livros razão e diário. Basta que as empresas

comerciais e/ou industriais escriturem o livro caixa e o livro registro de inventário, para atender às

exigências do Fisco Federal.

3.1.5.5.3 – Periodicidade e prazo de recolhimento


O lucro presumido será calculado trimestralmente, com o contribuinte podendo fazer, se

assim desejar, apenas quatro recolhimentos durante o ano.

O recolhimento do imposto devido no 1º trimestre deve acontecer no último dia útil de abril,

sendo esta a data de vencimento. Contudo, o contribuinte tem a opção de parcelamento em até

três quotas iguais e sucessivas, pagando nos último dia útil dos meses de abril, maio e junho, com

acréscimo de juros selic nos meses anteriores, sendo sempre utilizado os juros de 1% no mês do

pagamento. Entretanto, em caso de parcelamento, nenhuma quota poderá ser inferior a R$ 1.000,

não sendo possível o parcelamento de valor total inferior a R$ 2.000.

3.1.5.5.4 – Base de Cálculo e Alíquotas

A base de cálculo do imposto de renda no lucro presumido será obtida através da aplicação

de percentual específico sobre cada receita obtida pela empresa. Este percentual depende da

atividade exercida. A tabela abaixo apresenta os percentuais utilizados para IR e CSLL.

PERCENTUAIS DE PRESUNÇÃO DO LUCRO PRESUMIDO

BASE DO BASE DA
RECEITAS
IR - % CSL - %

VENDA OU REVENDA DE BENS E PRODUTOS 8% 12%

PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS 32% 32%

ADMINISTRAÇÃO, LOCAÇÃO OU CESSÃO DE

BENS E DIREITOS DE QUALQUER NATUREZA 32% 32%

(INCLUSIVE IMÓVEIS)

TRANSPORTE DE PASSAGEIROS 16% 12%

TRANSPORTE DE CARGAS 8% 12%

SERVIÇOS HOSPITALARES (Ver IN SRF n° 267, 8% 12%


art. 23)

PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS ATÉ R$ 120 MIL/ANO, 16% 32%

MENOS REGULAMENTADAS

REVENDA, PARA O CONSUMO, DE COMBUSTÍVEL 1,6% 12%

DERIVADO DE PETRÓLEO, ÁLCOOL ETÍLICO

CARBURANTE E GÁS NATURAL

OUTRAS RECEITAS, NÃO DEFINIDAS NO 100% 100%

ESTATUTO OU CONTRATO SOCIAL

Após aplicar os percentuais da tabela sobre cada receita obtida no trimestre, a empresa

deverá utilizar as alíquotas normais de IR e CSLL, conforme já apresentado.

O IR retido na fonte sobre as receitas que compõe a base do lucro presumido poderá ser

deduzido no momento do pagamento do imposto. As empresas que optaram pelo lucro presumido

não podem utilizar nenhum tipo de incentivo fiscal do imposto de renda.

A empresa deve definir suas atividades em contrato social ou estatuto. Os percentuais aplicados na

tabela 1 são aplicados nas receitas da atividade própria do contribuinte. Todas as demais receitas

obtidas, a princípio, estão sujeitas a aplicação do percentual de cem por cento.

3.1.5.5.5 – Valores não incluídos na base do Lucro Presumido

Não devem integrar a base do lucro presumido os seguintes valores:

a)Receitas de participações em empresas controladas e coligadas avaliadas pelo método de

equivalência patrimonial (investimentos no país); e

b)Receitas de dividendos de investimentos avaliados ao custo de aquisição.


c)Receitas com recuperação de custos e despesas, inclusive com recuperação de perdas de

crédito, desde que estas perdas, despesas ou custos não tenham sido deduzidos na base do

lucro real em períodos anteriores.

Uma empresa que sempre foi tributada pelo lucro presumido e utiliza o regime de

competência, se receber valores provenientes de recuperação de perdas e registrá-los em receita,

não precisará incluí-los na base do lucro presumido. A lógica seria a seguinte: a receita foi

tributada em período anterior, não sendo necessário tributo-lá novamente. Contudo, se a empresa

utiliza o regime de caixa para apuração das bases do lucro presumido, o recebimento será incluído

nas bases de IR e CSLL.

Da receita bruta apurada, a empresa pode deduzir, antes de aplicar os percentuais

específicos, os seguintes valores

a)Vendas canceladas, devolvidas ou anuladas;

b)Descontos incondicionais concedidos;

c)IPI, quando registrado como receita de vendas; e

d)ICMS Substituição Tributária, quando registrado como receita de vendas.

3.1.5.5.6 – Compensação de Prejuízos Fiscais

Não há compensação de prejuízos fiscais, pois na base presumida não podem ocorrer

compensações de prejuízos fiscais apurados pelo lucro real. No entanto, estes prejuízos poderão

ser compensados no ano em que a empresa retornar ao lucro real.


Exemplo:

A Cia. ABC que apura o imposto de renda pelo lucro presumido auferiu receitas no trimestre,

no valor de R$ 1.000.000,00, referente à revenda de mercadorias. Vejamos o valor do imposto de

renda do período.

Como é uma empresa que revende mercadorias, o percentual de presunção será de 8%

(comércio).

Base de Cálculo do Imposto de Renda = 8% x 1.000.000 = R$ 80.000,00

Cálculo do Imposto = 15% x 80.000 = R$ 12.000,00

Adicional = 10% x (80.000 – 60.000) = 10% x 20.000 = R$ 2.000,00

Imposto de Renda do Período = 12.000 + 2.000 = R$ 14.000,00

3.1.5.6 – Lucro Arbitrado

O artigo 530 do Regulamento do Imposto de Renda detalha as hipóteses em que o lucro da

pessoa jurídica será arbitrado quando o contribuinte for obrigado à tributação com base no lucro

real, não mantiver escrituração na forma das leis comerciais e fiscais, ou deixar de elaborar as

demonstrações financeiras exigidas pela legislação fiscal; quando a escrituração a que estiver

obrigado o contribuinte revelar evidentes indícios de fraudes ou contiver vícios, erros ou

deficiências que a tornem imprestável para:

a) identificar a efetiva movimentação financeira, inclusive bancária; ou

b) determinar o lucro real;

E ainda, quando o contribuinte deixar de apresentar à autoridade tributária os livros e

documentos da escrituração comercial e fiscal, ou o Livro Caixa, na forma da lei, dentre outras.

V. art. 530/RIR
3.1.5.6.1 – Base de Cálculo

Existem duas formas para arbitramento do lucro: quando conhecida à receita bruta e quando

esta não for conhecida.

a) Receita Bruta Conhecida

Quando a receita bruta for conhecida, o lucro arbitrado, para fins de IR, será determinado

mediante a aplicação dos percentuais utilizados no lucro presumido, acrescido de 20%. Assim,

uma empresa comercial que tenha seu lucro arbitrado, deverá chegar à base de cálculo do IR,

aplicando sobre a receita bruta o percentual de 9,6%, que se refere aos 8% da atividade mais

20% sobre 8%, que dá 1,6%. As empresas de serviços utilizam 38,4% (32% mais 20% sobre

32%, que dá 6,4%). As demais receitas devem ser acrescidas à base.

A base da CSLL seria a mesma utilizada no lucro presumido, aplicando os mesmos

percentuais.

As instituições financeiras, seguradoras, empresas de capitalização e previdência privada,

devem aplicar o percentual de 45% sobre suas receitas, caso tenham seu lucro arbitrado.

b) Receita Bruta não conhecida

Quando a receita bruta não for conhecida, o Fisco admite a utilização de uma entre oito

alternativas fornecidas:

1)1,5 do lucro real relativo ao último período em que a pessoa jurídica manteve escrituração,

atualizado monetariamente. Se o lucro real for decorrente do período-base anual, o valor que

será a base para o arbitramento será proporcional ao número de meses do período-base

considerado;
2)0,04 da soma dos valores do ativo circulante, realizável em longo prazo e permanente,

existentes no último balanço patrimonial conhecido, atualizado monetariamente;

3)0,07 do valor do capital, incluindo aí a correção monetária do balanço que era

contabilizada como reserva de capital, constante do último balanço patrimonial conhecido ou

registrado nos atos de constituição ou de alteração da sociedade, atualizado

monetariamente;

4)0,05 do valor do patrimônio líquido constante do último balanço patrimonial conhecido,

atualizado monetariamente;

5)0,4 do valor das compras de mercadorias efetuadas no mês;

6)0,4 da soma, em cada mês, dos valores da folha de pagamento dos empregados e das

compras de matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem;

7)0,8 da soma dos valores devidos no mês aos empregados; ou

8)0,9 do valor mensal do aluguel devido.

Conforme o artigo 535 do RIR, a partir de 1° de janeiro de 1997, os índices devem ser

multiplicados pelo número de meses do período de apuração.

A receita não operacional, se possível sua comprovação, deverá ser acrescida a estes

cálculos. Os valores não operacionais, que devem ser acrescidos na base do lucro arbitrado, são

os seguintes:

a)Ganhos de capital (se não for possível comprovar o custo de aquisição do bem sobre o

qual recai o ganho de capital, o valor total da venda deverá ser somado);

b)Receitas e resultados positivos;

c)Saldo de lucro inflacionário a tributar; e

d)Parcelas controladas no LALUR que devem ser adicionadas ao lucro real.


Se a fiscalização constatar omissão de receita pela pessoa jurídica, ou seja, entrada de

dinheiro não declarada, 50% do valor apurado será considerado lucro e integralmente tributado.

Entretanto, é importante destacar que a omissão de receitas não pode ser confundida com o

seu desconhecimento, que pode acontecer quando a escrituração da pessoa jurídica está

prejudicada de tal forma que não é possível ao Fisco apurar os resultados que foram gerados pela

empresa.

3.1.6. PIS/Pasep e Cofins

O Programa de Integração Social (PIS) e o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor

Público (Pasep) são contribuições criadas em 1970, com objetivo de amparar os trabalhadores na

vida e no desenvolvimento das empresas. Sua arrecadação atualmente é destinada para o Fundo

de Amparo ao Trabalhador – FAT, vinculado ao Ministério do Trabalho e do Emprego.

No final de 1991, foi criada a Contribuição para Financiamento da Seguridade Social

(COFINS), com o objetivo de tributar o faturamento mensal das empresas. A Constituição define

que a seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, com

recursos provenientes dos orçamentos da união, dos estados (incluindo o Distrito Federal), dos

municípios e das contribuições sociais cobradas sobre:

Folha de salários e demais rendimentos do trabalho (INSS);

Lucro (Contribuição Social sobre o Lucro);

Receita ou Faturamento (Cofins).

3.1.6.1 – Funcionamento do PIS/Pasep e Cofins


A forma de tributação de PIS e COFINS está condicionada, diretamente, com a forma de

tributação sobre o lucro. Assim, se a empresa fizer a opção pelo lucro real, será tributada de uma

forma; se optar pelo lucro presumido, a tributação será de outro jeito. Veja na tabela 31, como

funciona o cálculo do PIS e da COFINS para todas as empresas, sejam tributadas pelo lucro real,

presumido ou arbitrado.

DIFERENÇA ENTRE MÉTODO CUMULATIVO E NÃO CUMULATIVO

CALCULO DO PIS E DA COFINS

CONSIDERA O TOTAL DE RECEITAS DA EMPRESA

A SEGUIR INFORMA TODAS AS EXCLUSÕES PERMITIDAS

BASE DE CÁLCULO: TOTAL DE RECEITAS MENOS AS EXCLUSÕES

MÉTODO CUMULATIVO MÉTODO NÃO CUMULATIVO

LUCRO PRESUMIDO/ARBITRADO LUCRO REAL

EXCLUI AS RECEITAS FINANCEIRAS


DESPESA DE 1,65% PARA O PIS
DESPESA DE 0,65% PARA O PIS
7,6% PARA A
3% PARA A COFINS
COFINS

O VALOR RECOLHIDO SERÁ A A EMPRESA PODERÁ DEDUZIR

DESPESA ENCONTRADA NO ITEM CRÉDITOS DEFINIDOS EM LEI.

ACIMA.

O RECOLHIMENTO SERÁ A DESPESA

DE PIS E COFINS MENOS OS


NÃO PODERÁ DEDUZIR NENHUM

VALOR COMO CRÉDITO. CRÉDITOS PERMITIDOS PELA

LEGISLAÇÃO NO MÊS
3.1.6.2 – Receitas não tributadas

Caso a empresa informe o total de receitas para fins de tributação de PIS e Cofins, poderá

efetuar algumas exclusões permitidas, que são basicamente as seguintes, como por exemplo:

Receita com vendas de mercadorias para o exterior, seja o recebimento em moeda conversível ou

não; Renda de prestação de serviços ao exterior, cujo valor recebido represente entrada de

divisas; Receita de vendas para empresa comercial exportadora com o fim específico de

exportação, tendo esta empresa que comprovar o embarque das mercadorias para o exterior no

prazo máximo de 180 dias; entre outras.

V. art. 10/L. 10.833/03

Assim, podemos concluir que: ou inclui o total de receitas, excluindo depois as descritas; ou

então, considerar na base apenas as receitas alcançadas por PIS e Cofins. Lembrando que, as

empresas tributadas pelo método não-cumulativo, podem excluir da base também (ou não

tributar) as receitas financeiras.

A receita com ganho obtido na venda de qualquer bem do ativo não

Atenção! circulante

É tributada no IR + CSLL, seja no lucro real, presumido ou

arbitrado.

não é tributada por Pis e Cofins.

Após considerar todas as receitas tributadas por PIS e Cofins, a empresa poderá deduzir da

base algumas despesas, especificamente aquelas apresentadas como deduções da receita

bruta na demonstração do resultado. São elas:


Vendas canceladas;

Devolução de vendas; e

Descontos incondicionais concedidos, incluindo bonificações.

Exemplo:

A comercial Aurora, tributada pelo lucro presumido, apresentou as seguintes informações

relativas ao resultado apurado em agosto de 2009, em reais:

Receita de Vendas 600.000,00

Devoluções de Vendas 34.000,00

Descontos Concedidos por Antecipação de Pagamento 16.000,00

Receitas Financeiras 10.000,00

Ganho na Venda de um Equipamento do Imobilizado 8.000,00

O valor do PIS, em reais, devido pela comercial Aurora, em agosto de 2009, sobre as

operações apresentadas, é:

Receita de Vendas 600.000

(-) Tributação Monofásica (10%) (60.000) (10% x 600.000)

(-) Devoluções de Vendas (34.000)

Base de Cálculo do PIS 506.000

PIS = 0,65% x 506.000 = R$ 3.289,00

O valor da COFINS, em reais, devido pela comercial Aurora, em agosto de 2009, sobre as

operações apresentadas, é:
Receita de Vendas 600.000

(-) Tributação Monofásica (10%) (60.000) (10% x 600.000)

(-) Devoluções de Vendas (34.000)

Base de Cálculo da Cofins 506.000

Cofins = 3% x 506.000 = R$ 15.180,00

Nesta aula, você:

- Reconheceu os tributos e a legislação pertinente;

- Identificou a lógica dos elementos tributários

- Verificou a apuração e pagamento das obrigações que incorrem sobre os impostos.

EXERCÍCIOS

1) Uma empresa comercial apurou, em suas compras do mês, ICMS de R$ 2.000.000,00 enquanto

que em suas vendas foi apurado um ICMS de R$ 2.300.000,00. Considerando que não existem

créditos a compensar provenientes de meses anteriores, o valor do ICMS a recolher, relativo às

operações desse mês, será, em reais, de:

(A) 200.000,00
(B) 250.000,00

(C) 300.000,00

(D) 400.000,00

(E) 600.000,00

2) O Imposto Sobre Serviços (ISS) tem sua estrutura básica definida na Constituição Federal.

Com relação a essa estrutura básica do ISS, analise as informações.

I – O contribuinte do imposto é o pagador do serviço.

II – O estado tem competência para instituir a sua cobrança.

III – O município tem competência para instituir a sua cobrança.

IV – Necessidade de lei complementar federal para regular a forma e as condições como

isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados.

Integram a estrutura básica do ISS, definida na aludida Lei Complementar, APENAS:

(A) I e II.

(B) II e III.

(C) III e IV.

(D) I, II e III.

(E) II, III e IV.

3) Bens foram adquiridos de uma empresa industrial, cujo valor total da nota fiscal é de R$

12.000,00, incluindo 20% de IPI (calculado sobre o valor da mercadoria) e 12% de ICMS

(embutido no preço). Tais bens devem ser contabilizados em uma empresa tipicamente comercial

(que utilizará tais bens para revenda), para efeito de lançamento no estoque, como custo da

mercadoria, no valor em reais, de


(A) 8.560,00

(B) 8.800,00

(C) 10.000,00

(D) 10.800,00

(E) 12.000,00

4) A Empresa Arariboia Ltda. realizou as seguintes operações em maio de 2009:

• Compra de mercadorias R$ 70.000,00

• Venda de mercadorias R$100.000,00

Sabendo-se que existe a incidência de ICMS de 18% sobre o preço das mercadorias tanto das

compras quanto das vendas, o valor referente ao ICMS que a empresa Arariboia deve recolher aos

cofres públicos, em reais, é:

(A) 5.200,00

(B) 5.400,00

(C) 13.600,00

(D) 14.500,00

(E) 18.000,00

5) A base de cálculo da COFINS, no regime de incidência não cumulativa, corresponde ao valor do

faturamento mensal, entendido como o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica,

considerando as exclusões e deduções da base de cálculo permitidas pela legislação pertinente, e

aplicando-se a alíquota de

(A) 1,65% (B) 3,0% (C) 3,65% (D) 7,6% (E) 11,33%
6) Em 2007, a Cia. Zarca S/A, tributada pelo lucro real, antes de fazer a sua declaração anual do

Imposto de Renda ano base 2006, fez as seguintes anotações de despesas incluídas na apuração

do resultado do exercício, em reais, evidenciadas na Demonstração do Resultado, encerrado em

31/12/06:

Despesa de:

Brindes ................................................... 10.000,00

Provisão para Devedores Duvidosos ou

Créditos de Liquidação Duvidosa.................... 50.000,00

Provisão para Perdas em Processos

Trabalhistas .................................................. 20.000,00

Considerando-se os aspectos técnicos conceituais e a legislação tributária do Imposto de Renda, o

valor de adições temporárias, a ser incluído no LALUR, para determinação do lucro real, em reais,

é:

(a)20.000,00 (b) 30.000,00 (c) 60.000,00 (d) 70.000,00 (e) 80.000,00

7) O Supermercado Capixaba é uma empresa que fez a opção, em 2005, pelo lucro presumido.

Em janeiro, adquiriu R$ 200.000,00 em mercadorias, além de ter R$ 100.000,00 de estoque

inicial. A receita de revenda de mercadorias montou R$ 410.000,00 no mês, com o supermercado.

Sabendo-se que a alíquota da COFINS é de 7,6% para o método não cumulativo e de 3% para o

método cumulativo, a COFINS devida pelo Supermercado Capixaba, em reais, referente ao mês de

janeiro de 2005, será:

(A) 7.600,00 (B) 8.360,00 (C) 12.000,00 (D) 12.300,00 (E) 14.950,00

Gabarito
1-C 2-C 3-D 4-B 5-D 6-D 7-D

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