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FACULDADE ANHANGUERA DE BRASILIA

DIREITO

Matheus Fernandes de Oliveira Costa

Imposto de importação (II)

BRASÍLIA – DF
2023
Matheus Fernandes de Oliveira Costa – RA: 397294016196

Imposto de importação (II)

Trabalho apresentado ao prof.


Thiago, como avaliação da disciplina
direito constitucional tributário.

BRASÍLIA – DF
2023
SUMÁRIO
1. O que é imposto de importação (II)? .............................................................. 4

1.1 Função do imposto de importação – Se submete aos princípios da legalidade


e anterioridade? ................................................................................................. 5

1.2 Base de cálculo do imposto de importação .................................................. 6

1.3 Alíquota do imposto de importação .............................................................. 6

1.4 Cálculo do II ................................................................................................. 7

1.5 Hipóteses de Não Incidência do II ................................................................ 7

1.6 Fiscalização e cobrança ............................................................................... 8

1.7 Isenção de encomendas de até US$ 50 – Entenda ..................................... 8

1.8 Não existe um valor que é isento na importação? ...................................... 10

1.9 A mudança ................................................................................................. 10

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 11
Imposto de importação (II)

Matheus Fernandes de Oliveira Costa1


RA: 397294016196¹
Thiago²

1. O que é imposto de importação (II)?

“O imposto sobre a importação de produtos estrangeiros (II) incide sobre


a importação de mercadorias estrangeiras e sobre a bagagem de viajante
procedente do exterior. No caso de mercadorias estrangeiras, a base de
cálculo é o valor aduaneiro e a alíquota está indicada na Tarifa Externa
Comum (TEC). No caso da bagagem, a base de cálculo é o valor dos bens
que ultrapassem a cota de isenção e a alíquota é de cinquenta por cento.”

Diante do exposto, temos que o imposto de importação é um tributo


federal que incide sobre mercadoria estrangeira e tem como fato gerador
sua entrada no território nacional. Vale ressaltar que também é
considerada estrangeira a mercadoria nacional ou nacionalizada
exportada que retornar ao país, salvo:
I. enviada em consignação e não vendida no prazo autorizado.
II. devolvida por motivo de defeito técnico, para reparo ou para
substituição.
III. por motivo de modificações na sistemática de importação
por parte do país importador.
IV. por motivo de guerra ou de calamidade pública
V. por outros fatores alheios à vontade do exportador
O imposto de importação é um tributo de competência da união, o
que justifica o porquê, em se tratando de um imposto com implicações no
relacionamento do país com o exterior, seu tratado deve caber ao
Governo Federal. Conforme o art. 21 Da lei 5172/66, o governo pode “nas
condições e limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas ou as bases
de cálculo do imposto, a fim de ajustá-lo aos objetivos da política cambial
e do comércio exterior”.

1.1 Função do imposto de importação – Se submete aos princípios da


legalidade e anterioridade?

A função do imposto de importação se perfaz na ideia de função


regulatória, não tendo objetivos fiscais, mas sim de regulação da atividade
econômica. É importante salientar que o imposto de importação não se
sujeita ao principio da anterioridade, podendo ser alterado no mesmo
exercício financeiro pelo Poder Executivo. Esses impostos não respeitam
a anterioridade anual nem o princípio da legalidade pois possuem função
extrafiscal, uma vez que tratam de comércio internacional, mercado
financeiro e produção nacional.
Princípio da legalidade: dita que ninguém pode ser obrigado a pagar
um imposto sem que ele tenha sido criado pela lei;
Princípio da anterioridade: determina que nenhum tributo pode ser
cobrado dentro do exercício financeiro em que haja sido publicada a lei
que instituiu ou aumentou o imposto.
Isto é, a extra fiscalidade se opera quando o tributo é utilizado com
outras finalidades que vão além da arrecadação. No caso, o incentivo ou
desestímulo de determinada conduta, através da tributação. Passando a
ser um mecanismo para dirigir o meio social ou econômico. São essas as
lições de Paulo de Barros Carvalho:
“A experiência jurídica nos mostra, porém, que vezes sem conta a
compostura da legislação de um tributo vem pontilhada de inequívocas
providências no sentido de prestigiar certas situações, tidas como
social, política ou economicamente valiosas, às quais o legislador
dispensa tratamento mais confortável ou menos gravoso. A essa forma
de manejar elementos jurídicos usados na configuração dos tributos,
perseguindo objetivos alheios aos meramente arrecadatórios, dá-se o
nome de extrafiscalidade.”
Claro que, como qualquer tributo ele arrecada recursos para a
União, mas dados da Receita Federal mostram que o montante recebido
com o II representa menos que 3º do total de tributos arrecadados.
O Imposto de Importação tem sua legislação básica no Decreto-Lei nº
37/1966 e no Regulamento Aduaneiro (Decreto nº 6.759/09).

1.2 Base de cálculo do imposto de importação

A base de cálculo do Imposto de Importação é:

I. quando a alíquota for ad valorem (percentual), o valor aduaneiro


apurado segundo as normas do Artigo VII do Acordo Geral sobre
Tarifas e Comércio - GATT (1994); e
II. quando a alíquota for específica ad rem, a quantidade de mercadoria
expressa na unidade de medida estabelecida.

Temos que a Alíquota Ad Valorem - indica um percentual a ser


aplicado sobre a base de cálculo. A base de cálculo é o preço normal do
produto, isto é, o preço pelo qual a mercadoria ou similar é normalmente
vendida no mercado do seu país de origem, somado as despesas de frete
e seguro. É importante esclarecer que o AVA prevê seis métodos para a
definição do valor aduaneiro da mercadoria importada. Em regra, aplica-
se o método do valor de transação, ou seja, o preço efetivamente pago
ou a pagar pela mercadoria. Contudo, caso o valor da transação não
possa ser aceito por qualquer razão, o valor aduaneiro deverá ser apurado
com base nos métodos alternativos, que deverão ser aplicados em ordem
sucessiva e sequencial.

1.3 Alíquota do imposto de importação

Sendo signatário do Mercosul, o Brasil segue a tabela da


Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) e a tabela da Tarifa Externa
Comum (TEC). Nesse sentido, as tarifas do Imposto de Importação são
padronizadas conforme a TEC, com alíquotas que variam de 0% a 35%.
O Brasil adota a tarifa prevista na TEC para todos os códigos NCM,
exceto aqueles inseridos em instrumentos ou mecanismos de exceção,
sendo os principais mecanismos:
(i) a Lista de Exceções à TEC (LETEC);
(ii) a Lista de Exceção à TEC de Bens de Informática e
Telecomunicações (LEBIT); e
(iii) os produtos objeto de ações pontuais de desabastecimento.

1.4 Cálculo do II

Enfim, basta saber como funciona o cálculo do Imposto de Importação.


Basta multiplicar o valor aduaneiro (VA) pela sua alíquota.
“Por exemplo, uma mercadoria com alíquota de 20% e valor aduaneiro de R$
150 mil terá que pagar um II de:”

II = VA x Alíquota

II = 150.000 X 20%

II = R$ 30.000

1.5 Hipóteses de Não Incidência do II

O Imposto de Importação não incidirá sobre:

1. mercadoria estrangeira que, corretamente descrita nos documentos de


transporte, chegar ao país por erro inequívoco ou comprovado de
expedição, e que for redestinada ou devolvida para o exterior;
2. mercadoria estrangeira idêntica, em igual quantidade e valor, e que se
destine a reposição de outra anteriormente importada que se tenha
revelado, após o desembaraço aduaneiro, defeituosa ou imprestável para
o fim a que se destinava, desde que observada a regulamentação editada
pelo Ministério da Fazenda (ou Economia);
3. mercadoria estrangeira que tenha sido objeto da pena de perdimento,
exceto na hipótese em que não seja localizada, tenha sido consumida ou
revendida;
4. mercadoria estrangeira devolvida para o exterior antes do registro da
Declaração de Importação, observada a regulamentação editada pelo
Ministério da Fazenda (ou Economia);
5. embarcações construídas no Brasil e transferidas por matriz de empresa
brasileira de navegação para subsidiária integral no exterior, que retornem
ao registro brasileiro, como propriedade da mesma empresa nacional de
origem;
6. mercadoria estrangeira destruída, sob controle aduaneiro, sem ônus para
a Fazenda Nacional, antes de desembaraçada; e
7. mercadoria estrangeira em trânsito aduaneiro de passagem,
acidentalmente destruída.

1.6 Fiscalização e cobrança

Ela tem o poder de controlar as fronteiras em relação às operações


de comércio exterior e, além disso, fiscaliza a regularidade dessas
operações.
Por direito concedido em lei, a fiscalização aduaneira pode limitar
a liberdade das pessoas e de seus bens em sua gestão do comércio
aduaneiro, fundamental para proteger os interesses da Secretaria da
Fazenda. Além de fiscalizar os produtos que entram e saem do Brasil, ela
observa a regularidade e a conformidade de órgãos administrativos
(Mapa, Anvisa e outros), efetua a gestão de valores, a classificação de
tarifas e verifica as irregularidades nas operações de importação e
exportação.
Outra operação realizada pela fiscalização é a revisão aduaneira.
Esse procedimento fiscal corresponde a uma nova fiscalização, feita após
o desembaraço aduaneiro. A finalidade é a de reavaliar a regularidade da
importação, o pagamento dos tributos e outras obrigações fiscais.

1.7 Isenção de encomendas de até US$ 50 – Entenda


Desde o começo da pandemia, as compras online dispararam,
oque superaqueceu o mercado até hoje. Em 2022, o volume de compras
de brasileiros em plataformas asiáticas como Shopee, Shein e AliExpress
totalizou R$ 50 bilhões. A questão é a Shein já bate de frente com a
Renner, por exemplo. A Shopee é um concorrente direto do Mercado Livre
e o AliExpress possui um banco de dados (e talvez vendas) que se iguala
ao MagaLu, que por sua vez possui mais de 1.300 lojas aqui no país.
Com todos esses números, é claro que a concorrência alertou as
empresas nacionais. Isso fez com que a indústria, varejo, empresários e
até membros do executivo começassem a colocar pressão no Governo
para seguir à risca a legislação já existente e "pegar mais pesado" na
fiscalização da Receita Federal — fiscalização que não consegue dar
conta do volume de encomendas que chega no Brasil diariamente.
Somente da China chegam cerca de 500 mil pacotes por dia aqui no país.
Estima-se que a cobrança adequada de impostos apenas sobre
varejistas asiáticas pode gerar de R$ 7 bilhões a R$ 8 bilhões aos cofres
públicos. Esse é um dinheiro, em teoria, que estaria "passando batido"
pela Receita Federal. Então, não é à toa que existe esse interesse de
fazer a lei funcionar e arrecadar mais dinheiro.
Segundo instrução normativa do Ministério da Fazenda, todo
produto importado deve ser tributado. Esse tributo serve para movimentar
a arrecadação do Estado e também como uma maneira de proteção às
empresas brasileiras, favorecendo o comércio local. A alíquota
(percentual) da taxa de importação é de 60% sobre o valor total da
compra, ou seja, do produto + frete + seguro, se houver. Então o imposto
incide sobre todo esse conjunto e não apenas no valor do produto que
você está efetivamente comprando.
Então, pelas normas do Ministério da Fazenda vigentes até hoje,
todo produto importado deve ser submetido ao Imposto de Importação de
60%. Entretanto, sabemos que essa não é a realidade na maioria dos
casos. Muitas pessoas compram online de outros países e não são
taxadas. O problema acontece por conta de duas situações:
A primeira é que a Receita Federal não tem "braço" suficiente pra
analisar todos os pacotes que chegam no Brasil, já que, em teoria, todos
pacotes deveriam ser analisados e devidamente taxados. E quando
falamos em análise, isso inclui a verificação da nota fiscal e do produto na
embalagem para ver se ele é compatível com o que foi declarado.
A segunda situação já está relacionada com suposições de que
algumas lojas, principalmente da China, estão alterando valores de
produtos ou aproveitando brechas para burlar a fiscalização e o imposto.
Algumas lojas estariam alterando o valor do produto na nota fiscal pra
evitar as taxas brasileiras. Afinal, elas querem que o cliente não se
aborreça com taxas de importação e volte a comprar com elas. O outro
“jeitinho” seria não extrapolar o valor final da nota, dividindo as
encomendas.

1.8 Não existe um valor que é isento na importação?

Na verdade, essa isenção não é para compras, é para encomendas


internacionais de até 50 dólares de pessoa física pra pessoa física. Ou
seja, se você recebe um presente de um parente que mora fora que custe
até esse valor, você estaria isento. Outra aplicação para essa isenção
seria para compras em plataformas como o e-Bay, que conecta pessoas
que estão comprando e vendendo produtos.
Já se você compra no varejo, em uma loja ou marketplace, em
teoria, você não é isento de pagar o Imposto de Importação. Mas, ao que
parece, existem sim encomendas que acabam passando pela Receita
Federal — e essa prática de lojas mandarem pacotes separados para
reduzir o valor da nota é um reflexo disso.

1.9 A mudança

A proposta era taxar tudo e todos, independentemente do valor


mínimo. Foi criado o Projeto de Lei 2339/2022, do deputado Félix
Mendonça Jr. da Bahia, que defende que “todas [as compras] precisam
ser taxadas, mesmo que custem menos de 50 dólares".
Dessa forma, os empresários e políticos frisaram a concorrência
desleal, principalmente sobre importações da China. O objetivo deles era
que a cobrança de imposto prevista na lei começasse a ser realizada
direto da plataforma, semelhante ao que acontece na Amazon dos
Estados Unidos.
Para quem não é familiarizado com compras na Amazon gringa,
uma breve explicação: quando você está comprando algo, a taxa de frete
e o imposto de importação já aparece no carrinho de compras quando
você já tem o endereço do Brasil cadastrado. Essa é uma ferramenta de
transparência da própria Amazon para lidar, principalmente, com a
concorrência interna da empresa. Afinal, existe a Amazon Brasil, e o
interessante para a companhia é que o e-commerce local seja estimulado.
Contudo, vale salientar que o Ministério da Fazenda desmentiu
notícias sobre um suposto fim de isenção de US$ 50 para compras do
exterior pela internet, de acordo com notícia publicada pela Agência Brasil
em 12/04 às 20h. O Ministério informou que a isenção para envio de
encomendas de até US$ 50 entre pessoas físicas, sem fins comerciais,
continuará valendo.

REFERÊNCIAS

https://www.conexos.com.br/imposto-de-importacao/
https://www.fazcomex.com.br/ncm/
https://www.jota.info/tributos-e-empresas/tributario/imposto-de-importacao-o-
que-e-23082022
http://www.investexportbrasil.gov.br/imposto-de-importacao-ii
https://jornaldaparaiba.com.br/economia/taxa-de-importacao-como-funciona/
https://www.gazetadopovo.com.br/economia/vai-cair-na-conta-do-consumidor-
entenda-a-mudanca-no-imposto-de-produtos-importados/
htts://www.gov.br/receitafederal/pt-br/assuntos/orientacao-
tributaria/tributos/imposto-importacao
https://trilhante.com.br/curso/principios-tributarios/aula/principio-da-
anterioridade1#:~:text=Imposto%20de%20Importa%C3%A7%C3%A3o%2C%2
0Imposto%20de,produ%C3%A7%C3%A3o%20nacional%20(os%20mesmos%
20tributos
https://www.wilsonsons.com.br/pt-br/blog/fiscalizacao-aduaneira/
https://mundoconectado.com.br/artigos/v/33232/novas-regras-no-imposto-de-
importacao-de-produtos-entenda-o-que-pode-mudar

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