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Resumo de Direito Tributário –Curso de Direito


Profa. Patrícia Maranzano

Competência Federal, Estadual, do Distrito Federal e Municipal.

A União possui competência ordinária para instituir os 7 impostos previstos no art.


153 CF.
De tais competências a União somente não exerceu a relativa ao imposto sobre
grandes fortunas.
Não podemos nos esquecer que, além das competências ordinárias, a União possui
as competências residual e extraordinária

IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO – função marcantemente extrafiscal

Seu principal objetivo não é carrear recursos para os cofres públicos federais, mas
sim servir como mecanismo de controle sobre as importações, podendo ser utilizado
por exemplo, como instrumento de proteção de determinado setor da indústria
nacional que esteja sofrendo dificuldades em face da concorrência de produtos
similares estrangeiros.
Justamente como decorrência da finalidade extrafiscal do tributo que o legislador
constituinte, pensando em conferir celeridade às decisões que o governo tomar em
relação ao imposto, livrou-o das amarras da legalidade estrita quanto à alteração de
alíquotas, desde que obedecidos os limites legais (§1º, art. 153 CF), e dos princípios
da anterioridade e noventena, de forma que os aumentos do imposto podem gerar
efeitos imediatos. (Art. 150, §1º)
Assim, temos a possibilidade de utilização de tributos para a geração de efeitos
econômicos, cambiais e monetários, tais como controle de inflação, estímulo de
consumo, indução a investimentos, desenvolvimento da indústria nacional, proteção
aduaneira, dentre tantos outros.
Art. 153 do CF e Ars.19 a 22 CTN

Competência – União
O imposto de importação incide sobre mercadoria estrangeira e tem, como fato
gerador, sua entrada no território nacional. O FG consuma-se com a entrada dos
produtos no território Nacional. Não basta a entrada física, pode o navio atracar no
porto, ou a aeronave pousar no aeroporto, trazendo produtos estrangeiros a bordo,
sem que se considere ocorrido o FG, desde que tais produtos não se destinem ao
Brasil e aqui estejam apenas de passagem.
Exige-se como regra, que a entrada, além de física, seja também econômica,
voltada à industrialização, comércio, uso ou consumo do produto no território
nacional. Exemplos: quando o circo da fórmula 1 vem ao Brasil, ou quando obras de
arte chegam ao País para exposição em evento cultural, não ocorre o FG do imposto
de importação, já que a estadia desses produtos estrangeiros dar-se-á por tempo
determinado, inexistindo integração à economia nacional. O regime aduaneiro de
admissão temporária afasta a incidência do imposto nos casos citados.

Base de cálculo:
Na bc o preço do produto é irrelevante, do ponto de vista tributário. Importa o preço normal que o
produto alcançaria, ao tempo da importação, em uma venda em condições de livre concorrência.
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O STF entende legítima a fixação de valores, pelas autoridades administrativas, para cálculo do ii,
pois tem a finalidade de assegurar a tributação sobre o preço normal. Admite-se como normal o preço
constante da fatura comercial.
Órgãos do Poder Executivo fixam os valores que servem de BC do tributo, de modo geral o constante
da fatura comercial correspondente.
Existem duas outras maneiras de determinação desse preço: o preço de referência, cuja fixação
compete ao Conselho de Política Aduaneira, e a pauta de valor mínimo, cujo estabelecimento é da
competência da Comissão Executiva do mencionado Conselho de Política Aduaneira.
a) Quando a alíquota seja específica, a unidade de medida adotada pela lei tributária (importância
em dinheiro que incide sobre uma unidade de medida prevista em lei, que pode referir-se à
metragem, peso);
b) Quando a alíquota seja “ad valorem” (ao valor, são as que incidem sobre determinado valor), o
preço normal que o produto, ou seu similar, alcançaria ao tempo da importação, em uma venda
em condições de livre concorrência, para entrega no porto ou lugar de entrada do produto no
país;
c) Quando se trate de produto apreendido ou abandonado, levado a leilão, o preço da arrematação;
d) Salvo disposição de lei em contrário, quando o valor tributário esteja expresso em moeda
estrangeira, no lançamento far-se-á a sua conversão em moeda nacional ao câmbio do dia da
ocorrência do fato gerador da obrigação (art. 143 CTN).

Sujeito passivo: O importador ou quem a lei a ele equiparar; o arrematante (art. 22 CTN). O
importador é qualquer pessoa, natural ou jurídica, regularmente estabelecida ou não, que realiza a
introdução de mercadoria no território nacional (a capacidade tributária passiva independe de
formalismos).
O importador ou exportador (i.e.) ou quem a lei equiparar. Não importa o rótulo, deve ser a pessoa
sempre ligada diretamente ao fato que constitui o FG. Qualquer equiparação, mesmo através de lei,
fora da condição de ser o contribuinte sujeito do verbo importar ou exportar, não poderá ser eleito.
A figura do sujeito passivo (responsável art. 121 CTN), que tem ligação indireta com
o fato que constitui o FG (importar/exportar) deve ser sempre eleito por lei, mas
exige-se que tenha um nexo causal consistente numa infração ou benefício.
Todas as responsabilidades de terceiros, decorrem pelo não cumprimento de obrigação acessória,
aparecendo este fato como nexo causal do liame que estabelece a responsabilidade tributária.

Imunidades:
1. Não incidirá sobre a importação de ouro do exterior, quando definido em lei como ativo financeiro
ou instrumento cambial – art. 153, parág. 5º CF.
2. Não incidirá sobre a importação de livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão
– art. 150, VI, d CF.

Outros dispositivos constitucionais:


O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas do
imposto, a fim de ajustá-lo aos objetivos da política cambial e do comércio exterior ( art. 153, parág.
1º CF).
Com o estabelecimento de duas exceções aos princípios constitucionais de direito tributário, a
saber: o princípio da anterioridade e da legalidade, é possível que o Poder Executivo promova a
majoração de uma alíquota de importação de determinado produto, que passará a viger
imediatamente quando da sua publicação. Dessa maneira, considerando que o fato gerador se
dá com o desembaraço aduaneiro e, considerando que entre a importação e a chegada efetiva e
desembaraço da mercadoria existe um lapso temporal, temos que a majoração do governo pode
atingir produtos que estão em pleno oceano, a caminho do Brasil, sendo que o importador será
surpreendido com uma nova alíquota de imposto de importação, não computada na sua decisão
de importar. Se o objetivo dessa autorização constitucional de majoração é conceder ao Poder
Executivo uma flexibilização que permita uma ação rápida para atuação na economia, por outro
lado não deve ser desprezada a segurança jurídica e os direitos dos contribuintes. O importador
pode, nos termos das regras atuais, contratar a compra de determinada mercadoria, autorizando
o seu embarque no país de origem, tomando como base, para formação de seu custo,
determinado valor (alíquota) de carga tributária na importação, sendo nesse ínterim surpreendido
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por um aumento da alíquota aplicável, sem nada poder fazer, uma vez que a mercadoria ainda
não foi descarregada e desembaraçada, fazendo com que a carga tributária sobre a importação
atinja percentuais não previstos na formação do custo, até mesmo porque o Imposto sobre a
Importação reflete nos demais tributos incidentes no desembaraço aduaneiro, compondo sua
base de cálculo, como o IPI, ICMS, PIS e Cofins. Dessa forma, consignamos o posicionamento
entendendo que a majoração de alíquota pode ter vigência imediata, resguardados os direitos
dos contribuintes que comprovarem já ter realizado a importação antes da majoração, mas que
ainda não tiveram suas mercadorias desembarcadas em território nacional, hipótese em que
deveria ser aplicáveis as alíquotas vigentes no momento da contratação da importação.

Obtida a guia de importação, ou forma equivalente de autorização da importação, ou efetuado o


contrato de câmbio, e efetivada a aquisição do bem no exterior, o importador tem direito a que a
importação se complete no regime jurídico então vigente. Se ocorrer redução de alíquota antes do
desembaraço aduaneiro, é razoável admitir-se que o imposto seja pago pela alíquota menor. Se
ocorre aumento, devem ser respeitadas as situações jurídicas já constituídas (arts. 150, III, a e 5º,
XXXVI CF). O Governo poderia levar à ruína qualquer importador com um simples ato de elevação de
alíquota, o que não é compatível com o Estado de Direito que assegura a livre iniciativa econômica.
Não se trata de tributar apenas a importação no sentido legal e estrito, que o importador faz
atendendo aos tramites legais, mas a incidência se faz na entrada de produtos estrangeiros como
bagagem de turistas, seja este brasileiro ou estrangeiro.

Lançamento: deveria se mediante declaração, entretanto a legislação em vigor


determina seja feito o pagamento do tributo antes de qualquer providência da
fiscalização, tendo-se assim, um lançamento por homologação.
É de competência do importador o cálculo do montante do imposto devido e seu
recolhimento antecipado.

Vulgarmente conhecido como tarifa Aduaneira, utilizado muito com função extrafiscal do que
como instrumento de arrecadação de recursos financeiros (trata-se de imposto sem conotação fiscal,
mas especialmente extrafiscal para a proteção do mercado nacional). É da competência da União
Federal, e assim se justifica que seja porque, em se tratando de imposto com implicações no
relacionamento do País com o Exterior, seu trato deve caber na verdade à União, responsável por
esse relacionamento ( a própria Federação é representada como um todo).
Este imposto colhe mercadorias estrangeiras.

FG – é a entrada em território nacional do produto importado do exterior com ânimo de ser internado
no país. Não é qualquer entrada de produto estrangeiro no território nacional que está apta a
configurar FG do ii. Não pode por exemplo, instituir o imposto sobre regular trânsito pelo território
nacional, de produtos estrangeiros destinados a outros países; trata-se de mera entrada física e não
importação. Ex: bem que ingressa em território nacional para ser exibido em feiras internacionais;
mercadoria estrangeira que chega ao país por erro manifesto ou comprovado de expedição, sendo
redestinada ao exportador.
Consuma-se com a entrada dos produtos no território nacional não podemos confundir, a
entrada do produto com o respectivo desembaraço aduaneiro.
Aspecto Temporal – Momento da entrada ou por ocasião da arrecadação (leilão), momento do
desembaraço.
Aspecto temporal, momento da entrada, real ou ficta, do produto estrangeiro no território
nacional - é importante para definir alíquota vigente – (guia de importação , aquisição do bem).
Alíquotas – Sendo um tributo com função predominantemente extrafiscal, foi colocado como uma
das exceções ao princ. da anterioridade da Lei.
Pode ser ele aumentado no curso do exercício financeiro. Suas alíquotas podem ser elevadas
ou reduzidas, dentro dos limites fixados em lei, por Ato do poder Executivo. Em face da CF de 88,
somente as alíquotas podem ser alteradas pelo Executivo.
A alteração de alíquotas deve ser fundamentada, com indicação do objetivo a ser alcançado.
A não sujeição deste imposto ao princ. Da anterioridade e a possibilidade de alteração de alíquotas
por ato do Executivo (decreto), por ser imposto relacionado ao comércio exterior, prende-se ao fato
de instrumentos ligados à política nacional e rápidos para corrigir eventuais distorções relacionadas
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com balanço de pagamentos e também para proteger o interesse nacional (o comerciante, o produtor
e industrial internos).
O poder Legislativo pode e deve estabelecer as alíquotas máximas ou os limites das
alíquotas, dentro do qual o executivo poderá aumentar ou reduzir.
(ainda não fixado- deveria ser lei complementar – delegação). Todavia até hoje não há lei
condicionando ou limitando. Na prática inexistem limites para todos os produtos.
O poder executivo no que se refere a alteração de alíquotas, é excluído do princ. Da estrita
legalidade.
As alíquotas poderão ser seletivas, não obrigatórias como no caso do IPI(nem CF nem CTN
dizem expressamente). Podem variar conforme a essencialidade do produto, com o que se estará
pondo em prática o princípio da capacidade contributiva (capacidade econômica).
Alíquotas elevadas constituem estímulo à prática do descaminho, na medida em que
acarretam grande diferença de preço entre o produto importado regularmente e o importado sem o
pagamento do imposto. A tendência para a sonegação aumenta na medida em que é maior a alíquota
do tributo.

Dumping: O Executivo pode variar a alíquota do imposto para evitar dumping e para harmonizar a
intercadência de preços entre o mercado interno e o externo

Função Extrafiscal: Predominante é a função extrafiscal. Ele é muito mais importante como
instrumento de proteção da indústria nacional do que como instrumento de arrecadação de recursos
financeiros para o tesouro público.
Se não existisse o I.I., a maioria dos produtos industrializados no brasil, não teria condições de
competir no mercado com seus similares produzidos em países economicamente mais
desenvolvidos, onde o custo industrial é reduzido graças aos processos de racionalização da
produção e ao desenvolvimento tecnológico de um modo geral. Esse imposto funciona como
instrumento de política econômica.

Crime de descaminho: Não podemos confundir a entrada do produto com o respectivo desembaraço
aduaneiro. O crime de descaminho consiste, no caso da importação, em importar mercadoria sem
pagamento do imposto devido. Se o imposto somente se tornasse devido no ato do requerimento do
desembaraço, não se conceberia que, sem este, já houvesse imposto devido e, em conseqüência, o
crime. Não se pode confundir a entrada do produto estrangeiro em território nacional com o respectivo
desembaraço aduaneiro.

Aplica-se uniformemente em todo o território nacional, com exceção da zona franca de Manaus.

Ainda nesse contexto de induzir condutas, operação muito comum visando fomentar a
industrialização de produtos estrangeiros no Brasil, consiste no denominado drawback, em que,
em breve resumo, aplica-se a suspensão dos recolhimentos dos tributos na importação, sob
condição de posterior exportação – após o processo de industrialização.

IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO E IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO

(extrafiscal – art.19,22 CTN – Art.23;28 CTN)

Estes impostos, existem entre todos os países, tem função de regular o comércio
Internacional, sempre sujeito às oscilações conjunturais.
Por isso acham-se livres do Princ. da anterioridade (princ. da Estrita Legalidade), a fim de
propiciar ao governo da União flexibilidade no exercício do poder ordenatório, através destes
impostos.
Com o advento da CF, o executivo não pode mais alterar a base de cálculo, mas tão
somente suas alíquotas ( Art.153 , §1º da CF)
O imposto de Importação de natureza Extrafiscal – Regulatória, e ao mesmo tempo
arrecadatória, caracteriza-se por sua internacionalização (acordos regionais ou gerais) visando a sua
uniformização para implementar e facilitar o comércio Internacional, exemplos de acordos tarifários
Internacionais : Comunidade econômica Européia, Mercosul, etc.
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IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO PARA O EXTERIOR, DE PRODUTOS NACIONAIS OU


NACIONALIZADOS.

Ligado ao comércio exterior, no peso da arrecadação nada representa, tendo muito mais conotação
extrafiscal do que fiscal, servindo mais como instrumento de controle do comércio exterior do que
como finalidade propriamente dita de arrecadar dinheiro aos cofres públicos.
Este imposto também não está sujeito ao princípio da anterioridade, nem da estrita legalidade no que
pertine a alteração de alíquotas pelo Executivo.
Não há vinculação da receita obtida a formação de reservas monetárias.

Num país como o Brasil, com necessidade e interesse na exportação de seus produtos, este imposto
é pouco cobrado e exigido dos exportadores.

FG – A materialidade é a própria exportação. Saída de produtos nacionais ou nacionalizados do


território nacional (art. 23 CTN). Da mesma forma que o ii, a legislação tributária optou por
considerar, para efeito de cálculo, um outro momento como FG do tributo, qual seja a data do
registro da exportação no Sistema Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX). Não importa
quando o negócio é fechado, pois o tributo será calculado com base na legislação vigente na
data do registro das exportações, mesmo que, na data da efetiva saída da mercadoria do
território nacional, tenha havido alguma alteração relevante em tal legislação.

Quando se fala em exportação logo se imagina na produção de bens no Brasil que serão
exportados, mas poderá haver a importação com a industrialização parcial no Brasil e posterior
remessa ao exterior, sendo tal operação denominada “drawback”

Suj. Ativo – União


Suj. passivo: exportador – pessoa ligada ao FG.
Sendo tributo federal, tem aplicação em todo o território nacional, ressalvados incentivos fiscais.
Incide no momento da saída do produto nacional ou nacionalizado do território nacional. Por questão
de praticidade considera-se, por presunção legal, ocorrido o FG, quando da expedição da guia de
exportação ou documento equivalente.
Tal saída, por ficção legal ocorre no momento da expedição da guia de exportação, afinal o próprio
contribuinte está afirmando que vai exportar. Se a exportação não se realiza é devida a devolução do
imposto.
A expedição da guia de exportação não é FG do tributo. É simplesmente o momento em que se
considera, para fins de cobrança do imposto, exteriorizado o fato exportação.
Não se consumando a exportação o imposto deve ser restituído, inocorreu FG, indevido o seu
pagamento.
Este Imposto tem significação diminuta em termas de receita tributária.
Autores existem que advogam sua eliminação ou então sua restrição como forma de
aumentar a competitividade de produtos nos mercados internacionais.

Art.28 CTN – derrogado pelo art.167, IV da CF – proibida a vinculação da receita de imposto.


- Alíquota – A alíquota deste imposto poderá ser alterada por ato do Poder Executivo, nos limites e
nas condições da lei. A alíquota deste imposto é seletiva, tendo em vista o objetivo extrafiscal,
também não se sujeita ao princ. da anterioridade e estrita legalidade, onde se exige ações
concretas e rápidas de correção.
- Além de ser imposto minimamente exigido, é comum o uso da alíquota zero ( isenção
atípica). A alíquota zero é extremamente útil, já que a isenção ou sua revogação dependem
sempre de lei. No caso da alíquota zero a suposição é de que, por definição, o produto é
tributado. A alíquota pode variar de zero a 40%.
- Ocorrendo necessidade de barrar determinada exportação, visando evitar o desabastecimento do
mercado interno, pode o administrador elevar a alíquota de 0 a 5%, 10% ou 15%.

Lançamento: por homologação.


-Isenção – depende de Lei e não pode ser alterada por simples decreto.

Draw-back – A não cobrança deste imposto como incentivo fiscal é denominado draw-back, que
consiste na importação sem tributação para posterior exportação, sem a incidência deste imposto.
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Importação vinculada à exportação, fazendo parte de um produto final com fim de exportá-los.

Dumping – Mercado externo com preço baixo e entrada desta mercadoria , prejudicando o mercado
interno.

Zona Livre – desenvolvimento de certas regiões , importação sem tributação, gerando empregos.

Imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza - art. 43 CTN e


art. 153,III CF – finalidade marcantemente fiscal.

Todos os impostos incidem sobre manifestações de riqueza, fatos essencialmente econômicos .


A
função do Imposto sobre a Renda é fiscal, isto é, meramente arrecadatória, na medida em que
finalidade precípua que justifica sua cobrança consiste na pura obtenção de recursos para
custeio dos gastos gerais do Estado.
A regra matriz de todos os tributos está contida na CF, que, direta ou indiretamente aponta a
HI, SA, SP, BC e AL dos vários impostos, taxas e contribuições. O legislador ordinário não pode fugir
destes arquétipos constitucionais. Este imposto é o mais conhecido por incidir sobre rendimentos das
pessoas físicas e jurídicas, e podemos dizer que é o carro chefe das receitas da União.
É um Imposto ligado diretamente à capacidade contributiva (art.145,§1º CF) aplicada
amplamente como critério para implementação do princípio da isonomia.
É imposto de competência Federal, utilizado como instrumento de redistribuição de renda,
buscando manter em equilíbrio o desenvolvimento econômico das diversas regiões (parág. 7º do art.
165 CF). A incidência do imposto é mais gravosa sobre os maiores rendimentos
(progressividade), com isso obtem-se o efeito de redistribuição da renda, pois
aqueles que menos (ou nada) contribuem são em regra, os que mais utilizam
serviços públicos (saúde e educação, p. ex)
Quanto à forma de lançamento, o IR é lançado por homologação na medida em que cabe ao
Fisco aprovar ou rejeitar a antecipação de pagamento e a declaração realizadas pelo devedor

Assim, pode-se dizer, em síntese, que o fato gerador do IR é qualquer acréscimo patrimonial
observado em determinado período de tempo STJ
O fato gerador do Imposto de Renda é do tipo continuado (“complessivo” ou pendente), ou
seja, o tributo incide, em regra, sobre o conjunto de rendas e proventos apurados durante
determinado período de tempo.
Como regra, o imposto incide anualmente sobre a totalidade de rendas e proventos auferidos
durante o ano-base compreendido entre 1º de janeiro e 31 de dezembro. Desse modo, para fins
de apuração geral, o fato gerador do imposto fica pendente durante o ano-base e considera-se
definitivamente consumado somente ao final do dia 31 de dezembro de cada ano.

Incidência sobre o ganho de capital De acordo com o disposto no art. 21 da Lei n. 8.981/95, o
ganho de capital percebido por pessoa física ou jurídica em decorrência da alienação de bens e
direitos de qualquer natureza sujeita-se ao Imposto sobre a Renda, à alíquota de 15%. Ocorre
ganho de capital quando determinado bem ou direito é alienado por valor superior ao da
aquisição, apurando-se a base de cálculo pela diferença entre o quantum percebido na
transferência e o valor no momento da aquisição. O imposto deverá ser pago até o último dia
útil do mês subsequente ao da percepção dos ganhos (art. 21, § 1º, da Lei n. 8.981/95). Os
ganhos de capital serão apurados e tributados em separado e não integrarão a base de cálculo
do Imposto de Renda na declaração de ajuste anual, e o imposto pago não poderá ser deduzido
do devido na declaração (art. 21, § 2º).

Funciona como instrumento de intervenções do Poder Público no domínio econômico.


O IR conhece 3 repartições:
a) o IR das pessoas jurídicas;
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b) o IR das pessoas físicas;


c) o IR incidente nas fontes, quer como antecipação, quer como incidência única e final, de duvidosa
constitucionalidade.

Nossa realidade demonstra que há algo errado, pois, a arrecadação das pf. é muito superior a
arrecadação das pj. Esta situação demonstra que alguma coisa está errada, ou seja, há muita
sonegação das pj ou a tributação das pf é irreal ou injusta.

FG – Aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica da renda, assim entendido


o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos (lucro p.ex.); e de
proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não
compreendidos no conceito de renda (p.ex. acréscimos patrimoniais decorrentes de
atividade criminosa).
Disponibilidade jurídica: obtenção de direitos de crédito (ex. recebimento de um
cheque)
Disponibilidade econômica – faculdade de usar, gozar e dispor do dinheiro ou coisas
nele conversíveis, entrados para o patrimônio do adquirente. ( ex. pagamento em
dinheiro).
Lei 12.973/14 estabelece que a tributação da controlada domiciliada no Brasil
incidirá sobre a repercussão dos lucros no valor do investimento que ela tem na
controlada domiciliada no exterior. O que é tributado não é diretamente o lucro, mas
sua repercussão (aumento patrimonial) sobre a quota da controladora. A incidência
se dará quando apurado o resultado da coligada em balanço.

Não há renda, nem provento, sem que haja acréscimo patrimonial, pois o CTN adotou expressamente
o conceito de renda como acréscimo (não é possível considerar-se renda uma cessão gratuita do uso
de imóvel). Não se admite a tributação de algo que na verdade em momento algum ingressou no
patrimônio. Como acréscimo se há de entender o que foi auferido, menos parcelas que a lei, expressa
ou implicitamente, e sem violência à natureza das coisas, admite sejam diminuídas na determinação
desse acréscimo.
Não existe renda presumida. A renda há de ser sempre real. O proprietário de prédios alugados
aufere renda desde o momento em que se consuma cada período, geralmente mensal. Entretanto, se
o inquilino não paga, nem oferece ao locador o crédito da quantia correspondente, este não será
devedor do imposto de renda, embora possa executar o inquilino ainda não adquiriu a disponibilidade
da renda. Não basta ser credor da renda se esta não está disponível. A disponibilidade pressupõe
ausência de obstáculos jurídicos a serem removidos.

Renda – Produto do trabalho, do capital ou da combinação de ambos ( Juros, honorários, salários,


aluguel, participação nos lucros, bonificações, retirada pró-labore, comissões, etc.) .
Proventos de qualquer natureza – acréscimos que representam aquisição de disponibilidade
econômica ou jurídica, mas não proveniente do trabalho ou capital ( aposentadoria, doações, pensão,
ganhos de capital, acréscimos cuja origem não é identificada ou comprovada, ganhos ilícitos, prêmios
de loterias, recompensas, doações).

A disponibilidade há de ser efetivamente adquirida (não valendo a potencialidade de vir a


adquirir disponibilidade econômica.(não incide sobre notas promissórias, etc.).

BC – O montante real, arbitrado ou presumido, da renda, proventos tributáveis.(art. 44CTN)


Em se tratando de pessoa jurídica, a BC do imposto é o lucro, que pode ser real, arbitrado e
presumido. Em se tratando de pessoa física, o rendimento.
O imposto incide, sobre o rendimento bruto mensal auferido pela pessoa física, admitidas algumas
deduções, tais como pensões alimentícias , encargos por dependentes e as contribuições para a
previdência social. Anualmente é feita uma declaração para fins de ajuste, sendo paga uma
complementação, ou obtida a restituição do que porventura tenha sido pago a mais.
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SP – Contribuinte ou responsável (arts. 121 e 128 CTN) – Pessoa física (natural) ou jurídica
(criada pelo Direito).
a) O titular da disponibilidade econômica ou jurídica das rendas ou proventos.
b) A lei pode considerar CONTRIBUINTE o possuidor, a qualquer título dos bens produtores de
renda ou dos proventos tributáveis. (Art. 45 CTN)
c) A lei pode atribuir a fonte pagadora da renda, proventos tributáveis a condições de
RESPONSÁVEL pelo imposto cuja retenção e recolhimento que lhe caibam. O contribuinte é
efetivamente aquele que aufere a renda ou os proventos. A fonte é apenas responsável (arts. 45,
p.ú e 121, II CTN).

Pessoas físicas:
As pessoas jurídicas são tributadas com base no princ. do balanço, as pessoas físicas apuram a
renda tributável pelo saldo entre o que ganharam durante o período de um ano, sejam os rendimentos
decorrentes do capital ou do trabalho, ou da combinação de ambos, e o que gastaram para obter os
rendimentos, acrescido das despesas da auto-manutenção, aí incluído o mínimo vital para uma
existência digna, abaixo do qual a renda não revela capacidade contributiva e, pois, é intributável.
Em 1989 a título de simplificar as declarações anuais das pessoas físicas, o legislador simplificou
demais, aumentando a tributação pelo cerceamento arbitrário de abatimentos e deduções, pela
adoção de poucas alíquotas progressivas e pela imposição de limites genéricos divorciados da
realidade, contra os princípios da pessoalidade e da capacidade contributiva, em um país de muita
desigualdade de renda.

Pessoas jurídicas:
O lucro tributável é o acréscimo em cada exercício, do patrimônio líquido da sociedade, além do
capital social.

Obs: equiparam às pessoas jurídicas as firmas individuais, bem como as pessoas físicas que, em
nome individual, explorem, habitual e profissionalmente, qualquer atividade econômica de natureza
civil ou comercial, com o fim especulativo de lucro, mediante venda a terceiros de bens ou serviços.
O profissional liberal pode exercer sua atividade de prestação de serviços, sendo tributado apenas
como pessoa física.

Lançamento: Autolançamento (art. 150 CTN). Pode também ser efetuado de ofício.
As declarações prestadas pelo contribuinte gozam de presunção de veracidade. A lei definiu como
crime o fazer declaração falsa ou omitir declarações sobre rendas, bens ou fatos, ou empregar outra
fraude, para eximir-se total ou parcialmente, de pagamento de tributo (lei 8137/90, art. 2º, I).
Não se pode presumir a falsidade das declarações.
A declaração anual de rendimentos, que se presta para o ajuste do imposto devido e ainda para
controle da evolução patrimonial do contribuinte.

O imposto de renda é anual e periódico – A lei aplicável é a vigente antes de iniciar-se o período em
que se realizam os fatos jurígenos.

A progressividade no IR:
A progressividade é instrumento técnico e também princípio. Conduz à elevação de alíquotas à
medida que cresce o montante tributável, indicativo da capacidade econômica do contribuinte. No
Brasil (art. 153, parág. 2º, I CF) sua adoção é obrigatória.
O sistema poderia ser aperfeiçoado aumentando o número de alíquotas. Em alguns países, as
alíquotas do IR pessoa física, oscilam entre 5% e 55%. Em tais países a classe média é submetida a
uma tributação de aproximadamente 10% sobre os rendimentos auferidos (Brasil 27.5%).
Para que a progressividade no IR se cumpra, é preciso que a legislação autorize às pessoas que
auferem rendimentos, certas deduções, que lhes garantam a subsistência e a de seus dependentes
(estudo, alimentação, vestuário, medicamentos).
Entre nós tornou-se minimamente progressivo e a eliminação de grande parte das deduções trabalha
contra o princípio da capacidade contributiva na faixa dos iguais em rendimentos, mas desiguais nas
despesas não supérfluas.
A tributação por via do IR deve deixar intocado o mínimo vital do contribuinte, isto é, aquela porção de
riqueza que lhe garante, e a seus dependentes, uma existência digna de um cidadão.
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DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS –art. 153, parág. 2º ,I e 150,II

Será orientado pelos critérios da


- Generalidade (pode ser cobrado de qualquer pessoa física ou jurídica – ou seja
todas as pessoas);
- Universalidade (pode incidir sobre todas as rendas ou proventos);
- Progressividade (Quanto maior a base de cálculo, maior a alíquota).

Alguns autores consideram universalidade e generalidade como opostos do citado


anteriormente (generalidade – renda; universalidade – pessoas). A conclusão não
muda: generalidade e universalidade impõe a tributação de todas as pessoas
titulares de disponibilidade econômica ou jurídica (salvo as imunes) de quaisquer
rendas ou proventos.
Renda deve representar acréscimo patrimonial.
Verbas indenizatórias, apenas recompõe o patrimônio jurídico dos beneficiários e
desta forma, não estão sujeitas ao imposto.
Súmula n. 498 Não incide imposto de renda sobre a indenização por danos morais
Pelos critérios da generalidade e da universalidade, a CF determina que a tributação do IR alcance a
tudo e a todos, sem ater-se ao critério da seletividade ou distinção entre pessoas ou profissões
(empresário, médico, torneiro mecânico, lavrador, magistrado).

O contribuinte poderá ser pessoa física ou jurídica, não importando seja residente no país ou não,
desde que o FG ocorra no território nacional.

Este imposto só poderá ser lançado e exigido após a ocorrência do FG.


No caso de rendimentos do trabalho, geralmente o FG ocorre mensalmente. No caso das rendas de
capital, no momento da percepção da renda ou da disponibilidade, por exemplo, aluguel, juros de
aplicações, etc.
No caso da pessoa jurídica, no momento do encerramento do balanço ou mensalmente, quando se
exige recolhimento antecipado.

IR não se sujeita a noventena.

FG – art. 43 CTN – a licitude do fato que resulta o recebimento dos rendimentos é irrelevante
para efeito de incidência do imposto (princ. Do “pecunia non olet”)
Disponibilidade jurídica – ex. Recebimento de um cheque;
Disponibilidade econômica – recebimento de pagamento em dinheiro.
Base de Cálculo: art. 44 CTN
Pessoas jurídicas
Lucro real – o contribuinte calcula o seu lucro, abatendo do faturamento as
despesas legalmente autorizadas (lucro líquido).
É regra das PJ em geral, apurada considerando receita menos despesas. Decorre do balanço social e
da conta de lucros e perdas, refletindo a contabilidade que deve ser comprovada por meio de
escrituração.
O lucro real goza de prioridade para o IR, devendo prevalecer sempre a escrita contábil que o apurar,
ressalvada a hipótese de sua imprestabilidade nos casos previstos em lei.

Abandono do lucro real - O sistema do lucro real pode ser abandonado nas seguintes hipóteses:
a) quando a comprovação do lucro for imprestável ou impossível;
b) quando a lei pela natureza do negócio, aconselha, por simplificação, a adoção do sistema do
lucro presumido. É o próprio contribuinte quem opta por um sistema de lucro estimado.

Lucro Presumido : opção possível para parcela dos contribuintes. O sp aplica um


percentual legal sobre o valor de sua receita bruta, obtendo como resultado um
montante que se presume ser seu lucro, e portante, a bc do imposto.
10

Aplicável por opção às pessoas jurídicas que tenham uma receita inferior ao limite fixado por lei,
através de uma presunção de lucro e com isso dispensando o cumprimento de algumas obrigações
acessórias.
Nesta caso as PJ e firmas individuais ficam dispensadas de fazer a escrituração contábil de suas
transações.

Lucro Arbitrado: aplicado em situações excepcionais, caracterizadas por


graves descumprimentos de obrigações acessórias em virtude de omissões,
fraudes, vícios, erros e deficiências que, por impossibilitarem a obtenção dos
elementos necessários para que o lançamento do imposto seja corretamente
realizado na sistemática do lucro real ou presumido, acabam por exigir que a
autoridade lançadora ou o contribuinte, usando as técnicas legais, arbitre o
valor da bc do tributo (art. 603 RIR/2018)
É um processo alternativo de pesquisa do lucro, feito através de investigações de natureza jurídica.
A falta de escrituração dá ao Fisco a faculdade de arbitrar o lucro em razão do ativo, do capital ou da
receita bruta; ou ainda o contribuinte sujeito à tributação com base no lucro presumido deixa de
cumprir obrigações acessórias ou recusa-se a apresentar à autoridade da administração os livros ou
documentos da escrituração, ou ainda, o contribuinte opta por essa forma de cálculo do imposto.
A tributação com base no lucro real é regra e com base no lucro arbitrado não é penalidade, é apenas
um meio autorizado pela lei, à míngua de forma mais adequada de tributar a renda das PJ.

Pessoas físicas – IRPF


Sistema denominado Bases correntes – a tributação é realizada à medida que
os valores são recebidos, mediante retenções e pagamentos mensais durante
1 ano (ano calendário). No ano subsequente o ciclo se completa com a entrega
da declaração de ajuste anual – pagamento ou restituição.
Despesas somente podem ser deduzidas no ajuste anual (escolas, médicos,
dependentes).

ANTERIORIDADE E IRRETORATIVIDADE

O IR não pode ser exigido em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência
da lei que os houver instituído ou aumentado (irretroatividade), nem no mesmo exercício financeiro
em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou (anterioridade).
É usual e comum no caso do IR o legislador alterar as regras de tributação no ano base,
entendendo que o FG ocorre no último momento do ano-base (fechamento), portanto se a alteração
for anterior ao momento da ocorrência do FG não há agressão ao princ. da anterioridade da lei, no
entender do fisco.
Para Celso Bastos - O princ. da anterioridade da lei é colocado como proc. da segurança, e
não pode admitir que um contribuinte seja surpreendido na calada do ano, com normas retroativas,
além de ferir o princ. da anterioridade da lei, e atingindo fatos e atos negociais pretéritos. A lei não
pode atingir fatos já consumados.
O IR – é anual e periódico, a apuração do Imposto é feita levando-se em conta período certo
de tempo. A lei aplicável será a que estiver em vigor no dia 31/12 do ano anterior. O Fg ocorre cada
vez que a PF ou PJ adquire a disponibilidade, sendo a apuração do lucro postergada para o final do
ano.

Capacidade Contributiva

O Conceito de renda e proventos deve levar em conta a capacidade contributiva do s.p.


Este princípio informa a tributação por via de impostos (art. 145, parág. 1º CF).
Segundo Agüero, “uma definição fiscal de renda deve ser apta a medir a capacidade contributiva”.
O conceito constitucional de renda e proventos, pressupõe ações humanas que revelem acréscimo
na capacidade contributiva.
Indenizações, custos de empresas, energia elétrica consumida, não são nem rendimentos, nem
proventos. Escapam da tributação por via de IR.
11

Ingressos ou receitas que não traduzem acréscimos patrimoniais não configuram renda ou provento
de qualquer natureza.
“IR – não incidência sobre indenização por desapropriação”.
O CTN no art. 43, reforça a idéia de que o IR só pode incidir sobre a aquisição de disponibilidade de
riqueza nova, em dinheiro ou equivalente. Riqueza nova indica maior capacidade contributiva daquele
que a auferiu.
A HI do IR é, em síntese, alguém auferir renda nova.

Indenizações

Não tem aptidão jurídica para suportar a incidência do IR – não revelam riqueza nova ou acréscimo
patrimonial – os ingressos decorrentes de indenizações (por atos ilícitos, desapropriação, pagamento
de férias e licenças-prêmios vencidas e não gozadas). Eventual lei federal tributando esses ingressos
será inconstitucional. Tais fatos não aumentam o patrimônio de quem os realiza. Inexiste riqueza
nova (acréscimo patrimonial).
Indenizações não são rendimentos, apenas recompõem o patrimônio das pessoas. Não há geração
de rendas ou acréscimos patrimoniais de qualquer espécie. Não há riquezas novas disponíveis, mas
reparações, em pecúnia, por perda de direitos.
Na indenização, há compensação por dano sofrido. O direito ferido é transformado numa quantia de
dinheiro. O patrimônio da pessoa lesada não aumenta de valor, simplesmente é reposto no estado
em que se encontrava.
Em síntese, na indenização inexiste riqueza nova. E, sem riqueza nova, não pode haver incidência do
IR.
A CF não outorgou competência à União para tributar indenizações.

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IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS –art.153, IV CF e 46 CTN


Competência: União
Substituiu o imposto sobre consumo.
É o segundo imposto em importância e volume de arrecadação dos recursos para a União,
destacando-se os provenientes de cigarros, bebidas, perfumes, veículos,etc.
O IPI é tributo de função predominante fiscal (arrecadatória), mas também utilizado como
ferramenta extrafiscal na medida em que suas alíquotas são seletivas em razão da
essencialidade do produto, ou seja, trata-se de um instrumento utilizado pelo governo federal
para baratear ou encarecer produtos de acordo com sua importância social. Sua utilização
extrafiscal justifica o fato de o IPI constituir tanto uma exceção à legalidade quanto à
anterioridade anual. Assim, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, pode o
Executivo modificar as alíquotas do imposto por meio de ato unilateral (art. 153, § 1º, da CF)
e, além disso, havendo aumento ou majoração o IPI pode ser exigido noventa dias após a
publicação do ato modificativo, não se sujeitando à anterioridade anual
Trata-se de imposto de circulação não sujeita ao princ. da anterioridade (nem estrita
legalidade no tocante a alteração de alíquotas). Não estão sujeitos a este imposto os produtos
industrializados que se destinem à exportação, pois gozam da imunidade prevista no art. 153, parág.
3º, III CF.
É um imposto Seletivo, as alíquotas são baixas ou altas (selecionadas) em função da
essencialidade dos produtos.
Incide quando ocorre a industrialização, isto é, toda a operação física, química, mecânica ou técnica
que modifique a natureza da coisa, sua finalidade ou que aperfeiçoe para consumo. (restauração,
beneficiamento, acondicionamento, montagem).

FG – A materialidade do FG é a industrialização e não o desembaraço, a arrematação e a saída


como quer dizer o art. 46 do CTN, sendo este último o aspecto temporal e não sua materialidade,
como erroneamente prescreveu o legislador.
12

O aspecto temporal nada mais é do que o momento em que se considera ocorrido o FG do IPI, o
que não se confunde com o pagamento do imposto, já que a Lei ou regulamento poderá postergar a
data do recolhimento para momento bem posterior à ocorrência do FG ( não se pode exigir o
pagamento antes da ocorrência do FG e nem poderá haver lançamento sem que tenha ocorrido o
FG).
Por exemplo, um produto pode terminar o ciclo de industrialização e, enquanto permanecer estocado
no depósito do estabelecimento industrial, não obstante materialmente ser considerado produto
industrializado, enquanto não ocorrer a saída ou outra forma de implementação do aspecto temporal,
não há nascimento da obrigação tributária.
Industrialização realizada no exterior, fora do âmbito espacial de aplicação, para efeito de incidência
do IPI, ao adentrar no território nacional incide este imposto, até com o objetivo de proteger a
indústria nacional. Suponhamos que uma TV fabricada no Brasil com incidência do IPI e um mesmo
televisor importado, sob alegação de que a industrialização ocorreu fora do Brasil e não incidisse o
mesmo imposto, isto na prática seria um desestímulo à indústria nacional, com a concorrência
privilegiada da indústria estrangeira (países da Comunidade européia, também contam com
imunidade dos produtos industrializados destinados ao exterior).

SP – Contribuinte (art. 121 CTN) – o industrial ou quem a lei equiparar.


O rol de contribuintes do imposto foi atualizado pelo Regulamento do IPI (Decreto n.
7.212/2010, art. 24), nos seguintes termos:
I – o importador, em relação ao fato gerador decorrente do desembaraço aduaneiro de produto
de procedência estrangeira;
II – o industrial, em relação ao fato gerador decorrente da saída de produto que industrializar
em seu estabelecimento, bem como quanto aos demais fatos geradores decorrentes de atos que
praticar;
III – o estabelecimento equiparado a industrial, quanto ao fato gerador relativo aos produtos
que dele saírem, bem como quanto aos demais fatos geradores decorrentes de atos que
praticar; e
IV – os que consumirem ou utilizarem em outra finalidade, ou remeterem a pessoas que não
sejam empresas jornalísticas ou editoras, o papel destinado à impressão de livros, jornais e
periódicos, quando alcançado pela imunidade;
De acordo com o parágrafo único do art. 24 do Decreto n. 7.212/2010: “considera-se
contribuinte autônomo qualquer estabelecimento de importador, industrial ou comerciante, em
relação a cada fato gerador que decorra de ato que praticar”.
Exceções: Zona Franca de Manaus e incentivos fiscais – art. 151,I CF

BC – Valor da operação, preço normal do produto.

Alíquotas – Obrigatoriamente SELETIVAS (art.153,§3º, inc.I da CF) em função da essencialidade do


produto. A alíquota ou a percentagem varia em função da análise pelo critério da essencialidade do
produto, ou seja, quanto mais supérfluo, maior a alíquota, e quanto mais essencial, menor a alíquota.
A essencialidade esta ligada à necessidade do homem.
Poderão ser alteradas por ato do Poder Executivo (DECRETO) dentro dos limites e condições
fixados na lei.

Não cumulatividade: (art. 153, parág. 3º, II CF)


Para apuração , o imposto devido na operação anterior é creditado e devido na saída debitado ,
pagando-se a diferença ou transportando-se este saldo para período seguinte.
A não cumulatividade é sistemática, para evitar a incidência em cascata e encarecer o produto final.
+ Crédito - débito = Saldo a transferir
- Crédito + Débito = imposto a pagar

Produtos de 1ªnecessidade – Remédios, comida = Baixa


Produtos Supérfulos - perfumes = Média
Produtos Uso desaconselháveis – Bebidas = Alta
Produtos nocivos - Cigarro - Altíssimo
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Função Extrafiscal – Desestimular o consumo de determinados produtos.

IMUNIDADES – impostos
A – não incide sobre a exportação de produtos industrializados para o exterior (art.153§ 3º, inc.III da
CF).
B – não incide sobre saída de livros, jornais, periódicos e papel destinado à sua impressão (art.150,
VI da CF)
C- não incide sobre energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo,
combustíveis e minerais (art.155,§3º da CF) incide ICMS
D- não incide sobre o ouro quando em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial (art.153§5º da
CF) incide o IOF
Anel – Jóias = (ouro mercadoria - IPI e ICMS)
Quanto à modalidade de lançamento, o IPI assim como a maioria dos tributos brasileiros é
lançado por homologação (art. 150 do CTN), cabendo ao contribuinte antecipar o pagamento
do imposto para posterior conferência e aprovação (homologação) ou rejeição pelo Fisco

IOF
IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES DE CRÉDITO, CÂMBIO E SEGURO, E SOBRE OPERAÇÕES
RELATIVAS A TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS. (Art.153,parágrafo 5º,V da CF e art,63 e 67
do CTN)

DISPOSITIVOS COSTITUCIONAIS
A) O poder Executivo pode nas condições e nos limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas do
imposto, a fim de ajustá-lo aos objetivos da política e do comércio exterior -art.153, § 1ª da CF.
(Decreto)
Não pode alterar sem lei a Base de Cálculo do Imposto.
B) O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial, sujeita-se
exclusivamente ao IOF, devido nas operações de origem, assegurada a transferência do
montante da arrecadação nos seguintes termos:
- 30% para o Estado, o DF ou o Território
- 70 % para o município de origem (art.153§5º da CF)
Também não se aplica a estes impostos o princípio da anterioridade da Lei (somente em relação a
alteração de alíquotas – exceção aos princípios da anterioridade e estrita legalidade).

Competência : União
Trata-se de imposto circulatório, que se desdobra em:
- imposto sobre operações de crédito
- imposto sobre operações de câmbio
- imposto sobre operações de seguro
- e também operações relativas a títulos e valores mobiliários.
A receita correspondente à arrecadação deste imposto fica inteiramente para a União, porque a não
ser em relação ao ouro, não há transferência para os Estados e Municípios (parág. 5º do art. 153 CF).
Por essa razão, este imposto corre o risco de ser constantemente utilizado com a finalidade de
aumentar a arrecadação da União.
A atual CF não submete o IOF ao princípio da anterioridade como fazia a anterior.

Função: predominantemente extrafiscal; instrumento de manipulação da política de crédito, câmbio,


seguro, títulos e valores mobiliários. Tem também significativa função fiscal.

FG: A materialidade destes impostos são as operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a
títulos ou valores mobiliários (art. 153,V CF)
Operações de crédito (mútuo): troca de bens. Pela abertura do crédito, pela colocação do numerário
à disposição.
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O saque em caderneta de poupança ou um depósito bancário não é uma operação de crédito – não
comporta incidência do IOF.
Operações de câmbio: pela transformação de moeda estrangeira em nacional, e colocando o valor à
disposição do interessado.
Operações de seguro: pela efetivação do contrato e emissão da apólice. É o contrato pelo qual se
garante algo contra o risco de eventual dano.
Operação relativa a títulos e valores mobiliários: é a que implica transferência de propriedade
desses títulos.
Em relação a operações com títulos e valores mobiliários (alguns autores o consideram um 5º
imposto), sobre a negociação do ouro, tirando as hipóteses do parág. 5º do art. 153 CF, deverá
incidir o imposto estadual referente ao imposto sobre operações de circulação de mercadorias e
serviços.
O ouro, como instrumento cambial ou financeiro é tributado pela alíquota de 1% na origem, afastando
o ICMS, que só incide nas operações com o ouro – mercadoria.

Contribuinte: Art. 66 CTN


Como regra geral é sempre o sujeito do verbo realizar operações de crédito, câmbio, seguro ou
relativas a títulos e valores mobiliários. Pode ser qualquer das partes, ficando a indicação a critério do
legislador ordinário.
O contribuinte de fato é sempre o tomador do crédito, da operação de câmbio, seguro, etc.
Responsável – art. 121 CTN
No IOF sobre o câmbio o contribuinte é o comprador da moeda estrangeira, porém os responsáveis
não só pela cobrança como também pelo seu recolhimento ao Banco Central são as Instituições
autorizadas a operar com o câmbio.

Aspecto temporal: Quando se concretiza a operação juridicamente. A partir de então poderá ser
efetuado o lançamento, não antes.

Aspecto espacial: Sendo um imposto de competência da União, a lei que instituir ou aumentar tem
aplicação em todo território nacional. Questiona-se a possibilidade de incentivos fiscais regionais sem
agressão ao art. 151, I CF.

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ITR – IMPOSTO TERRITORIAL RURAL – Art.153,VI e art.29 do CTN.

Este imposto incide sobre a propriedade territorial rural ( não incide em zona urbana)
O objetivo deste tributo é ser utilizado para estimular a produtividade agrícola com redução de
imposto ou para desestimular a propriedade ociosa, com aumento da alíquota.
A materialidade do FG é a propriedade territorial rural. O FG ocorre uma vez por ano – sempre 1ª de
janeiro de cada ano.
Sendo imposto federal, a competência para instituí-lo é da União .
Tratando-se de imposto real, e assim sendo, débitos pertinentes a tributos que incidem sobre a
propriedade, na forma do art. 130 do CTN, acompanham a própria propriedade ou bem, que serve
como lastro para garantir a execução, com exceção prevista no art. 5º, XXVI CF, quando se tratar da
pequena propriedade, assim definida na lei, desde que trabalhada pela família, quando não será
objeto sequer de penhora.
A função precípua do ITR é extrafiscal na medida em que constitui instrumento federal de
intervenção na propriedade privada (poder de polícia) utilizado para inibir a manutenção de
latifúndios improdutivos. A disciplina constitucional do ITR inclui as seguintes diretrizes: a)
será progressivo a fim de desestimular a manutenção de propriedades improdutivas; b) não
incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o proprietário que
não possua outro imóvel (imunidade); c) será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que
assim optarem (parafiscalidade), na forma da lei, desde que não implique redução do imposto
ou qualquer outra forma de renúncia fiscal (art. 153, § 4º, da CF);
15

FG - O ITR tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil, ou a posse de imóvel por
natureza, localizado fora da zona urbana do município, em 1º de janeiro de cada ano (arts. 29
do CTN e 1º da Lei n. 9.393/96), incidindo inclusive sobre o imóvel declarado de interesse
social para fins de reforma agrária, enquanto não transferida a propriedade, exceto se houver
imissão prévia na posse (art. 1º, § 1º, da Lei n. 9.393/96).
O ITR só incide sobre imóveis por natureza (art. 29). Imóveis por natureza equivalem à
propriedade territorial; imóveis por acessão física são construções e benfeitorias, ou seja, o
mesmo que propriedade predial.

De fato, a parafiscalidade beneficiando pessoa jurídica de direito público é bastante comum e


tem como importante exemplo a hipótese prevista no art. 153, § 4º, III, da Constituição
Federal, que faculta à União delegar aos Municípios a capacidade para fiscalizar e cobrar, na
forma da lei, o Imposto Territorial Rural, desde que não implique redução do imposto ou
qualquer outra forma de renúncia fiscal.
SA – União – imposto federal

SP – Ser proprietário, titular do domínio ou possuidor com o ânimo de ser proprietário.


Qualquer outra pessoa que não tenha relação de pertinência, por exemplo o possuidor direto, como
no caso do arrendatário, não poderá jamais ser compelido a condição de contribuinte para pagar este
imposto , apesar de na relação de Direito Privado ser possível a transferência do encargo mediante
contrato. Todavia, tal transferência ou convenção não pode ser oposta pelo proprietário para se eximir
do pagamento (arts. 123 e 130 CTN).

Lançamento: de ofício (direto)

Aspecto Espacial – Zona Rural de todo o território Nacional.

BC – Valor da terra nua, sem qualquer benfeitoria.(valor fundiário)

Alíquota – Varia de 0,03% a 20% em função da área do imóvel e do grau de sua utilização. Leva em
consideração o tamanho da propriedade, além do coeficiente de utilização e produtividade
(art.153,§4º da CF). A tributação progressivamente elevada da propriedade rural de forma
exacerbada (parág. 4º art. 153 CF), não poderá tomar caráter confiscatório.
Cresce a alíquota, na medida em que diminui a proporção da área utilizada, em relação a área total
do imóvel.
O imposto com alíquota de 20%, em 5 anos, caso perdure a situação, o imóvel estará confiscado.
Com essa alíquota elevada, o tributo tem efeito confiscatório, suscitando a questão de sua
constitucionalidade em face do art. 150, IV da CF.

Módulo Rural – porção mínima permitida para efeitos de desmembramento como propriedade
autônoma , sendo que o tamanho varia de local e Região.

Imunidade da pequena propriedade (Art.153,§ 4º da CF)


Não incidirá na pequena propriedade, quando explorada pelo proprietário e desde que não possua ele
outro imóvel rural.
Art. 184, parág. 5º CF – tecnicamente imunes e não isentas.

FUNÇÃO – Predominantemente extrafiscal – funciona este imposto como instrumento auxiliar do


disciplinamento estatal da propriedade rural – É considerado um importante instrumento no combate
aos latifúndios improdutivos. Posto isso a lei 9393/96 estabeleceu alíquotas PROGRESSIVAS em
função da área do imóvel e do grau de sua utilização. O imposto poderá ser reduzido em até 90%, a
título de estímulo fiscal, em função do grau de utilização da terra e da eficiência da exploração.

ITR – Alíquotas progressivas, não adequação para função social, conseqüente desapropriação.
16

Não cumprindo sua função social, o proprietário fica sujeito à desapropriação para fins de reforma
agrária; se tornar produtiva a sua propriedade – assegurando-lhe pois, função social – o seu titular
escapa à possibilidade de desapropriação sob essa modalidade.
A desapropriação apresenta-se como um instrumento de que se utiliza o poder público para
assegurar o acesso à propriedade rural àqueles que cultivam sem serem os donos.

A dação em pagamento é admitida como forma de extinção do crédito tributário desde que
preenchidas três condições: a) existência de lei específica autorizando; b) haja manifesto
interesse do fisco no bem; c) o bem oferecido seja imóvel.

Tarifa é nome dado pelo Direito Administrativo para a remuneração paga pelo usuário a
concessionários e permissionários em troca da prestação de serviços públicos delegados.Nota-
se pela simples análise do posicionamento do tema dentro da Constituição Federal e na
legislação brasileira que tarifa não é tributo, mas uma contraprestação de natureza
administrativa utilizada para remunerar serviços públicos delegados por meio de concessão ou
permissão.
Preço, ou preço público, é a nomenclatura dada pelo Direito Financeiro para a remuneração
de serviços públicos prestados por concessionários e permissionários, cuja utilização não é
compulsória, predominando a relação contratual sujeita a um regime de direito privado
Desse modo, as nomenclaturas preço público e tarifa designam o mesmo instituto. Ocorre que
“preço” é o nome dado pelo Direito Financeiro, enquanto “tarifa” é a linguagem adotada pelo
Direito Administrativo. Preço público ou tarifa são exemplos de receitas originárias.

Quanto à vinculação:
a) tributos vinculados, bilaterais ou sinalagmáticos: aqueles que pressupõem uma
atividade estatal a ser por eles remunerada. É o caso das taxas e contribuição de
melhoria;
b) tributos desvinculados, unilaterais ou “sem causa”: independem de uma atividade
estatal relativa ao contribuinte. Exemplo: impostos.
Quanto ao impacto financeiro:
a) tributos diretos: são pagos pela mesma pessoa que sofre o impacto financeiro do
pagamento. Exemplo: imposto de renda;
b) tributos indiretos: são pagos por uma pessoa (contribuinte de direito) mas seu valor é
embutido no custo do produto de modo a repercutir financeiramente no patrimônio de um
terceiro (contribuinte de fato). É o caso típico do ICMS, que é pago pelo lojista (contribuinte
de direito) mas tem seu valor repassado ao consumidor final (contribuinte de fato).
São também considerados tributos indiretos o IPI e o ISS. A relevância prática na distinção
entre tributos diretos e indiretos reside no fato de que o art. 166 do Código Tributário
Nacional, ao disciplinar a restituição de tributos indiretos.

IPTU - IMPOSTO PREDIAL TERRITORIA URBANO - (ART.156 da CF e 32 do CTN)

Competência : Municípios

A hi. do imposto alcança não só a propriedade em si, mas também os casos de posse e
domínio útil de bem imóvel por natureza ou acessão física, como definido na lei civil,
localizado na zona urbana do município (art. 32 CTN).

FG – art. 32 CTN .Ser Proprietário – Dir. de Propriedade sobre bens imóveis (edificações ou não)
situados em zona urbana .
Polêmica é a caracterização de zona urbana e zona rural (parág. 1º e 2º do art. 32 CTN).
17

Para Sacha Calmon “o FG do IPTU é o direito de propriedade sobre bens imóveis situados em zona
urbana. Não existe direito sem titular. Tributa-se o direito do titular ( o legislador leva em consideração
a pessoa do proprietário – prestigia a pessoalidade.
O imposto é pessoal, pois incide sobre o direito de propriedade do contribuinte, medindo a sua
capacidade econômica, como de resto predica a CF. Ora, os impostos sobre a renda e o patrimônio
são os que mais se prestam ao princípio da pessoalidade e da capacidade contributiva. A propriedade
tributada é a de terrenos e edifícios localizados na área urbana dos municípios, excluídos os terrenos
e prédios rústicos situados na área rural”.

Função - tipicamente fiscal, seu objetivo é a obtenção de recursos financeiros para o município.
Pode a ele ser atribuída função extrafiscal, com o fim de desestimular vultuosas imobilizações de
recursos em terrenos para fins meramente especulativos, dificultando o crescimento normal das
cidades (art. 182. Parág. 4º CF).

LANÇAMENTO – é feito de ofício (direto) . Tanto a propriedade como a posse se estendem ao longo
do tempo. Estipula-se a data de 1º de janeiro de cada ano como base para o lançamento do imposto.
As entidades da administração, dispõe de cadastro dos imóveis e com base neste efetuam,
anualmente, o lançamento do tributo, notificando os respectivos contribuintes para o seu pagamento.

SA – municípios

SP – Contribuinte – art.34 e 123 do CTN


O Contrato ( instrumento particular) não pode ser oposto contra a Fazenda Municipal para alterar o
conceito de contribuinte.

BC: é o valor venal do imóvel, ou seja, o seu valor atual, real, de mercado.
Nas grandes cidades a solução é ainda precária quanto ao arbitramento de valor venal, são feitas
“plantas genéricas” que cobrem áreas urbanas, contendo múltiplos critérios de valoração e
enquadramento dos imóveis.
O ITR não incide sobre edificações mas somente sobre a terra, enquanto o IPTU incide sobre a terra
e também sobre as edificações.

Alíquotas – fixadas em lei municipal, sem que a CF ou CTN imponham qualquer limite. No IPTU as
alíquotas podem e devem ser progressivas, para realizar o princípio da capacidade contributiva.
A progressividade de natureza penal, prevista no art. 182 , parág. 4º CF
Segundo Hugo de Brito Machado “o imposto é sobre a propriedade imóvel, que abrange o terreno e
as edificações nele existentes”.
A lei pode estabelecer alíquotas diferentes, para imóveis edificados e não edificados, e também
estabelecer alíquotas diversas para os imóveis não edificados, em razão da respectiva localização.
O IPTU é um imposto único que incide sobre a propriedade urbana, edificada ou não.
Pode ser seletivo, isto é, tributo que tem alíquotas diversas para objetos diversos.
Progressivo é o tributo que tem alíquotas crescentes na medida em que cresce a base tributável.

A PROGRESSIVIDADE DAS ALÍQUOTAS


No parág. 1º do art. 156, encontramos expressamente que a alíquota deste imposto poderá ser
progressiva, nos termos da lei municipal, de forma a assegurar a função social da propriedade. No
mesmo sentido o art. 182, parág. 4º, I CF consignou o princípio da progressividade deste imposto no
tempo. O mesmo se diga em relação ao art. 145, parág. 1º CF, onde há previsão da progressividade
considerando a capacidade contributiva como implementação do princípio da igualdade.
A alíquota será expressamente fixada em lei, poderá ser progressiva aos imóveis que não atendem à
função social. Não há limite de alíquota e nem ela será fixada em lei complementar.
Alíquotas progressivas são obrigatórias em 3 hipóteses:
1. Ao imóvel que não atende a função (art. 182, parág. 4º, II CF) – Progressividade no tempo;
2. A progressividade para implementar o princípio da igualdade, atendendo ao critério da
capacidade contributiva (art. 145, parág. 1º CF);
3. A progressividade para assegurar o cumprimento da função social a que se refere o art. 156,
parág. 1º CF.
Segundo Mizabel Derzi e Sacha Calmon : “por progressividade entende-se a majoração da alíquota, à
medida que cresce o valor da matéria tributável. Não é incompatível com o princípio da igualdade”.
18

Função Social da Propriedade


Na CF/88 o art. 5º , XXII, garante o direito da propriedade, mas no inciso XXIII, determina que a
propriedade atenderá à sua função social; além disso, ela volta a ser incluída entre os princípios da
ordem econômica, que têm por fim “assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da
justiça social”. (art. 170,III); porém tem seu alcance delimitado.
Quanto à propriedade urbana, o art. 182, parág. 2º diz que ela “cumpre a sua função social quando
atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano-diretor”; este é
obrigatório para cidades com mais de 20.000 habitantes, sendo considerado o instrumento básico da
política de desenvolvimento e de expansão urbana.
Em se tratando de propriedade urbana, o poder público municipal pode exigir do proprietário, que não
esteja usando adequadamente o seu imóvel dentro das condições previstas no plano-diretor, que faça
o seu parcelamento ou edificação compulsórios.
Súmula 589 do STF – só admite a progressividade EXTRAFISCAL, para fins de política urbana
(função social da propriedade).

Imposto sobre grandes fortunas

É caso raro de competência não exercitada, e a razão para essa inércia é exclusivamente política.
É um imposto atribuído pela CF/88, como de competência da União, com profundo alcance social na
distribuição da renda e para a realização da justiça fiscal e social.
Sujeita-se aos princípios da estrita legalidade e anterioridade.
No que pertine a alíquota, ela encontra limites apenas no texto que proíbe a tributação confiscatória
(art. 150, IV CF) ou atenta contra o princípio da capacidade contributiva (art. 145, parág. 1º CF).

COMPETÊNCIA ESTADUAL

IPVA (Estados e DF)


Metade da arrecadação é atribuída ao município da situação do veículo.

FG – Propriedade de veículos automotores (aeronaves, embarcações. Lei Paulista exclui barcos de


pequeno porte – STF veículos automotores). (ser proprietário)
Imposto Real – bem garante o tributo.

SA – Estados membros ou DF – art.155, III da CF .

SP -Contribuinte – proprietário de veículo automotor. Os veículos automotores expressam signos


presuntivos de capacidade econômica pessoal.
BC – Variáveis.
Sendo Imposto que incide sobre a propriedade, o próprio veículo garante a satisfação do
tributo em caso de inadimplência, o imposto acompanha o bem, inclusive impossibilitando o
licenciamento e/ou transferência.
Art.130 CTN – O licenciamento é considerado prova da propriedade do veículo.
Art.121 CTN – Admite-se a figura do responsável tributário.

Aspecto Espacial – A lei instituidora tem aplicação nos respectivos Estados, atingindo todos os
contribuintes com veículo registrado na repartição competente no território do Estado. Cada Estado
edita a legislação própria sobre o imposto, às vezes em valores díspares. Grandes frotistas são
atraídos por aliciantes fiscais a emplacar os carros noutros Estados.

Aspecto Temporal – o FG ocorre sempre no dia 1ª de cada ano (como no IPTU).


A partir da data da ocorrência do FG, o SA poderá lançar e exigir o imposto.

Aspecto Valorativo:
BC e Alíquota – Fixadas em lei.

BC – Valor venal , levando-se em conta o modelo, ano, a potência do motor, o combustível utilizado.
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Alíquota – variável, considerando combustível, origem, nacionalidade. Apresentam feitio extrafiscal,


quando privilegiam utilitários e veículos nacionais.

Este imposto tem seu valor estabelecido em tabela divulgada pelos Estados, não há cálculo a fazer-
se; tendo em vista, marca, modelo e ano de fabricação, localiza-se na tabela o valor do imposto a ser
pago.

É imposto sujeito a legalidade absoluta e ao princ. da anterioridade (sem exceção).

Lançamento – AUTO LANÇAMENTO – art. 150 do CTN


Após 1997 – Lançamento direto – art. 149 CTN. É inscrição cadastral.

Função : predominantemente Fiscal ( abastecer os cofres Públicos). Tem função extrafiscal quando
discrimina , por exemplo, em função do combustível utilizado.

ICMS - art. 155, II CF.


Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestação de serviços
de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação

CF – base das atividades estatais – O ICMS é exaustivamente tratado pela CF que considerável
parcela das dúvidas resultantes de sua aplicação é resolvida pela análise de suas disposições.
Os entes políticos só podem atuar dentro dos estritos termos da competência tributária que lhes foi
outorgada pela CF, uma vez que dela recebem uma parcela do poder tributário, bastante limitada
pelas normas que disciplinam seu exercício. É um imposto de competência estadual ou distrital .
Os Estados e o DF podem institui-lo (ou sobre ele dispor) mediante lei ordinária.
A União também está credenciada a criar o imposto, por força dos arts. 147 e 154, II CF. A União
poderá fazer nascer no plano legislativo, o ICMS, seja nos territórios – no momento inexistem (Art.
147 -competem à União, em Território Federal, os impostos Estaduais), ou em todo o Território
Nacional “na iminência ou no caso de guerra externa” – FG do Imposto Extraordinário idêntico ao FG
do ICMS.
Com a supressão dos impostos únicos, o ICMS passou a incidir sobre minerais, lubrificantes,
combustíveis, líquidos e gasosos e energia elétrica, que agora passou a ser considerada mercadoria
para efeito de incidência desse imposto.

Fato Gerador: É a realização de operações relativas à circulação de mercadorias e serviços de


comunicações e transportes de natureza não estritamente municipais por produtores, extratores,
indústrias, comerciantes e prestadores. Os serviços de transporte de natureza municipal (realizados
no âmbito do território de dado município) constituem FG do ISSQN.
O imposto não incide (não pode ser instituído) sobre operações que destinem produtos
industrializados ao exterior - Imunidade.

O ICMS em sua várias manifestações – art.155 , II, parág. 2º da CF


a) deverá não ser cumulativo (art. 155, parág. 2º CF);
b) poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos serviços (art. 155,
parág. 2º, III);
c) terá alíquotas relativas às operações e prestações interestaduais e de exportação fixadas pelo
Senado Federal, mediante RESOLUÇÃO (art. 155, parág. 2º, IV);
d) Incidirá sobre a entrada de mercadoria importada do exterior, assim como sobre serviços
prestados mo exterior, cabendo o imposto à pessoa política ( Estado ou DF) onde estiver situado
o estabelecimento destinatário da mercadoria ou do serviço. (art. 155, parág. 2º, IX).

Em regramento infraconstitucional depende :


A) do Senado (Resolução);
B) do Congresso Nacional (Leis complementares);
C) das Assembléias Legislativas dos Estados (leis ordinárias);
D) dos Convênios dos Estados (predisciplinação Legislativa)
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MERCADORIA
As coisas móveis, objeto de circulação comercial, são chamadas mercadorias. E há outras coisas
móveis que não são consideradas mercadorias para fins de tributação. A diferença, entre
mercadorias e outras coisas que não são mercadorias, é de destinação.
Segundo Fran Martins “a coisa enquanto se acha na disponibilidade do industrial, que a produz
chama-se produto manufaturado ou artefato; passa a ser mercadoria logo que é objeto do
comércio do produtor ou do comerciante, que a adquire para revender a outro comerciante ou a
consumidor; deixa de ser mercadoria logo que sai da circulação e se acha em poder do
consumidor”.
Para ser FG do ICMS, há necessidade de que as operações sejam realizadas com
HABITUALIDADE e com FINS COMERCIAIS.
O STF acertadamente vem decidindo que a venda do bem do ativo fixo da empresa não é FG do
ICMS, tendo em vista que, em tal situação inexiste circulação no sentido jurídico. Os bens não se
ajustam ao conceito de mercadorias e as operações não são efetuadas com habitualidade.
Se a atividade fosse realizada por um comerciante de móveis usados, o bem seria mercadoria
uma vez que estaria presente a habitualidade.

No comodato (empréstimo gratuito de coisas infungíveis – por exemplo, máquinas), não se considera
operação com mercadoria. O bem deixa de ser mercadoria logo que sai da circulação e se acha em
poder do consumidor – no caso o comodante.
SÚMULA 573 do STF: Não constitui FG do ICMS a saída física de máquinas, utensílios e
implementos a título de comodato.

Na transferência de bens de uso ou consumo, ou seja, impressos para uso próprio da empresa,
material de propaganda, material de escritório, e outros da mesma natureza, que são transferidos de
um estabelecimento para outro do mesmo titular, também não pode haver a incidência do ICMS, por
já se acharem em mãos do consumo final (exemplo: matriz transfere para filial), e mesmo porque
inexiste finalidade comercial, de compra para revender com fito de lucro.

Percebe-se então que o conceito de mercadoria e a questão da habitualidade são muito


importantes para determinar a incidência ou não-incidência.
Na prática muitas pessoas em face do desemprego, põem em disponibilidade uma garagem da casa
para vender produtos de higiene, perfumaria, jóias ou bijuterias, e em vista de o fazerem com
habitualidade, mesmo sem registro comercial, são comerciantes “de fato”, transacionando com
mercadorias e contribuintes do ICMS (a lei pode até conceder isenção ou tributação reduzida por
serem pequenos comerciantes).
Entretanto, se a Andréa de Moraes adquire 3 pares de sapato para uso próprio e depois percebe que
1 está apertado e o revende, o par de sapato não é considerado mercadoria, não está presente a
habitualidade.

ICMS – REGRA MATRIZ CONSTITUCIONAL


Art. 155, II CF.

1- Operações relativas à circulação de mercadorias, ainda que se iniciem no exterior;


2- Prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, ainda que se iniciem no
exterior;
3- Prestações de serviços de comunicações, ainda que se iniciem no exterior.
1. Operações relativas à circulação de mercadorias
a) Compra e venda, troca, doação – há o deslocamento da mercadoria;
b) Transferência entre estabelecimentos do mesmo titular – movimentação de mercadoria sem
movimentação de titularidade;
c) Sem movimentação da mercadoria e com movimentação da titularidade (ato jurídico de
transferência da propriedade, em que a mercadoria permanece no mesmo lugar).
A incidência do ICMS nas operações em transferência tem ensejado posições divergentes. O STJ
tem decidido pela impossibilidade da tributação; e a súmula 166 fala que o “simples deslocamento” da
mercadoria de um para outro estabelecimento do mesmo contribuinte não gera a incidência do ICMS.
Se forem bens de ativo fixo não incide.
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Para Vitorio Cassone é constitucional o art.12 do LC 87/96 que considera ocorrido o FG do ICMS no
momento da saída da mercadoria de estabelecimento de contribuinte, ainda que para outro
estabelecimento do mesmo titular.
A saída da mercadoria é apenas o momento em que a lei considera nascida a obrigação de pagar o
ICMS , para ROQUE CARRAZA, a “saída” é uma simples decorrência da titularidade da mercadoria.

ICMS e Súmulas do STJ – Súmula 152 – “Na venda pela seguradora, de bens salvados pelo sinistro,
incide o iCMS”; Súmula 163 – “O fornecimento de mercadorias com a simultânea prestação de
serviços em bares, restaurantes e estabelecimentos similares constitui FG do ICMS a incidir sobre o
valor total da operação”; - Súmula 166 – “Não constitui FG do ICMS o simples deslocamento de
mercadoria de um para outro estabelecimento do mesmo contribuinte”.

A incidência do ICMS ocorre mesmo em operações que se iniciem no exterior e, o FG é caracterizado


no momento do desembaraço aduaneiro das mercadorias importadas ( art.12 ,inc.IX da LC 87/96).
Em sendo assim o FG da operação que vai do país exportador para o território do Estado de São
Paulo ocorrerá quando a mercadoria é aqui desembaraçada, recolhendo-se o ICMS devido.

2 . Serviços de transporte interestadual e intermunicipal


Serviço envolve dualidade de pessoas – o prestador e o tomador.
Se o estabelecimento comercial A transporta mercadorias próprias por meio de caminhão próprio,
para sua filial B, em face do princípio da autonomia dos estabelecimentos (LC 87/96, art. 11, parág.
3º, I), considera-se que o serviço é prestado por A em favor de B.
Embora os Estados e o DF possam tributar por meio do ICMS, as prestações de serviços de
transporte Interestadual e Intermunicipal não podem estabelecer diferenças tributárias em razão
de sua procedência ou destino (art.152 da CF).
O imposto abrange tanto o deslocamento de pessoas (transporte interestadual e intermunicipal),
como o de qualquer objeto (sólido, gasoso, ou energia).
Podem alcançar transportes de passageiros, de cargas, de mercadorias, etc. E o serviço pode ser
prestado por qualquer tipo de veículo : avião, oleodutos, encanamentos, etc.
O ICMS também alcança o serviço de transporte que inicia no exterior. Situação diversa ocorre
quando o serviço de transporte inicia no Brasil, termina no exterior. Neste caso o ICMS não é devido .
Se a CF expressamente permite a tributação por via do ICMS quando o serviço transmunicipal
começa no exterior e termina no Brasil, “contrassenso” a veda que o mesmo serviço começa no Brasil
e termina no Exterior.
3. Serviços de comunicação
Prestações onerosas de serviços de comunicação, por qualquer meio, inclusive a geração, emissão,
recepção, transmissão, retransmissão, repetição e ampliação de comunicação de qualquer natureza.
3.1 Onerosidade: tais prestações hão de ser onerosas, as prestações gratuitas não podem sofrer
incidência.
3.2 Extraterritorialidade: A LC 87/96 estabelece que o ICMS incide também sobre o serviço prestado
no exterior ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior – art. 2º, parág. 1º, II. Contudo a 1 ª
parte do dispositivo é inconstitucional, pois vai além da regra - matriz do ICMS e implica
extraterritorialidade.
3.3 Telefone celular – habilitação: O ICMS não pode incidir sobre o preço ou taxa (conforme a
natureza jurídica da entidade) cobrado na habilitação de telefone celular. A habilitação é etapa
preparatória para a prestação de serviços de comunicação.
3.4 Territorialidade: O ICMS poderá recair também sobre as comunicações inframunicipais, tendo em
vista que a CF, no art. 156, III, diz que compete aos municípios instituir o ISSQN, “não
compreendidos no art. 155,II”. Assim , todo serviço de comunicação, definido na LC 87/96,
poderá estar sujeito à incidência do ICMS.

Não cumulatividade:
Art. 155, parág. 2º.
A não-cumulatividade se efetivará no momento do pagamento do imposto por D, em que do devido na
operação de saída de seu estabelecimento, se abaterá o montante do ICMS cobrado nas operações
anteriores (de A para B, de B para C, de C para D).
A LC 87/96 admite a utilização de créditos relativos a entrada de bens destinados ao consumo e ao
ativo fixo do adquirente, fixando, regras de Direito proteladoras dessa utilização
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Regime de substituição tributária: Tanto o STF quanto o STJ declarou constitucional a substituição
tributária “para frente” (fato gerador futuro).
Para os casos de substituição tributária, ou cobrança antecipada do imposto, a lei adotou uma forma
de pauta fiscal. Porém o arbitramento da BC é apenas para efeito de antecipação. Sendo a operação
relativamente à qual o imposto foi antecipado de valor menor, tem o contribuinte direito à restituição
da diferença.

Recolhimento antecipado de ICMs e substituição Tributária “para frente” – STF – “ O Tribunal,


por maioria decidiu que é constitucional o regime de substituição tributária “para frente” – em que se
exige do industrial, do atacadista, ou de outra categoria de contribuinte, na qualidade de substituto, o
recolhimento antecipado do ICMS incidente sobre o valor final do produto cobrado ao consumidor,
retirando-se do revendedor ou varejista, substituído a responsabilidade tributária.” (§7º do art. 150 CF
acrescido pela EC nº 3/93).
É entendimento uníssono da Corte Superior que é perfeitamente legítima a substituição tributária.

Isenção ou não incidência : vedação de crédito - art. 155, parág. 2º, II CF.
Se a mercadoria saída de um estabelecimento for isenta, o crédito do ICMS escriturado em seu livro
fiscal, contra o Estado, relativamente a aquisição feita deverá ser extornado.

Seletividade do ICMS – art. 155, parág. 2º, III CF.


É novidade trazida pela CF/88. Essa seleção é feita diretamente pela lei do Estado, na fixação de
alíquotas diferenciadas para certos produtos e/ou serviços, para mais ou para menos – com base na
seletividade em função da essencialidade.

Alíquotas - art. 155, parág. 2º, IV CF


Resolução do Senado estabelecerá alíquotas aplicáveis às operações e prestações, interestaduais e
de exportação.
Também é facultado ao Senado Federal, mediante Resolução, estabelecer alíquotas mínimas nas
operações internas, e fixar alíquotas máximas nas mesmas operações para resolver conflito
específico que envolva interesse de Estados.
a) O destinatário localizado no Estado de Santa Catarina, por exemplo, se credita do imposto
destacado e cobrado pelo remetente no Estado de São Paulo, cabendo ao Estado de Santa
Catarina a diferença entre a alíquota interna (debitada pela subsequente saída a ser dada por
Santa Catarina) e a alíquota interestadual (creditada em vista da mercadoria recebida de São
Paulo).
b) O destinatário não se credita do imposto, por inexistir subsequente saída tributada.
Enquanto ausente a fixação de tais alíquotas pelo Senado, os Estados poderão estabelecê-las no
âmbito das respectivas competências.
O inc. VI do mesmo artigo e a alínea b do inc. V tem a finalidade de evitar “guerra fiscal”.
Ver Mudança
Regra matriz complementar – art. 155, parág. 2º, IX CF
O ICMS incide na importação de bem destinado a consumo ou ativo fixo do estabelecimento. O ICMS
caberá ao Estado onde estiver situado o estabelecimento destinatário da mercadoria ou do serviço.
Quanto à importação de mercadorias por pessoa física, o STF – Pleno decidiu pela não incidência.
Pessoa física não possui estabelecimento, não haverá circulação de mercadorias e não há como
aplicar o princípio da não-cumulatividade.

Fornecimento de Mercadorias com Prestação de Serviços – Dec. Lei 834/69 art.8ª.


1ª Quando o serviço for tributado pelo município ( compreendido na Lista – LC 56/97)será devido
exclusivamente o ISSQN, ainda que sua prestação envolva o fornecimento de mercadorias;
2ª O fornecimento de mercadorias, com prestação de serviços, não especificados na lista fica sujeito
ao ICMS;
3ª Fica sujeito ao ICMS o fornecimento de mercadorias com prestação de serviços especificados na
lista nos casos em que a própria lista consta ressalva neste sentido.
Participação dos Municípios no produto da arrecadação do ICMS – art.158,IV da CF
25% da arrecadação do ICMS pertence aos Municípios localizados em seus territórios.

Imunidades – art 155, parág. 2º, X CF – Regras dirigidas ao legislador, limitando a competência
deste.
23

a) sobre operações que destinem ao exterior produtos industrializados, excluídos os semi-


elaborados definidos em lei complementar;
b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes,
combustíveis líquidos ou gasosos dele derivados, e energia elétrica;
c) sobre o ouro, quando definido como ativo financeiro ou instrumento cambial.

Base de Cálculo – Regra geral é o valor da operação relativa à circulação da mercadoria, ou o preço
do serviço respectivo.
A LC 87/96 determina que se considere integrante da BC do ICMS o valor do frete.

Pauta Fiscal: Reiterada jurisprudência, inclusive do STF, repeliu o uso da denominada pauta fiscal,
com prévia fixação, em caráter normativo, de valores para determinadas mercadorias. A LC 87/96,
acatando essa jurisprudência, reproduziu a norma do art. 148 do CTN.

Alíquotas – Nas operações interestaduais, quando o destinatário for contribuinte de imposto, a


alíquota será a interestadual, e se o destinatário for consumidor final ou não contribuinte do ICMS, a
alíquota aplicável será a interna.
Art.155, §2º , inc.VIII da CF – ao Estado destinatário cabe a diferença de alíquota entre a interna e
interestadual.

Ver mudança
Lançamento: por homologação (art. 150 CTN). Pode ser lançado de ofício, se o contribuinte não
tomar a iniciativa do respectivo recolhimento na época própria.

ICMS e IPI
Não incide o ICMS sobre o IPI quando apresentar os seguintes requisitos:
a) é realizada entre contribuintes;
b) é relativa a produto destinado à industrialização ou à comercialização;
c) configure o FG dos dois impostos.

Ex. R$100,00 de mercadorias R$150,00 IPI


R$ 1.150,00 Total da NF.
ICMS incide sobre R$1000,00

Fora disso, o IPI integrará a base para cálculo do ICMS.

O ICMS por dentro - art. 13, parág. 1º, I da LC 87/96.


Estabelece que o montante do ICMS integra a própria BC, fenômeno a que se dá o nome de ICMS
“por dentro”.
O STF – Pleno, declarou Constitucional o cálculo por dentro estabelecido pela LC 87/96.
Roque Carrazza, defende a inconstitucionalidade da base de cálculo, por dentro, pois a manipulação
da BC do tributo acaba fatalmente alterando sua regra matriz constitucional, deixando o contribuinte
sob o império da insegurança.
Mudando-se a BC possível do tributo, fatalmente acaba-se por instituir exação diversa daquela que a
pessoa política é competente para criar, nos termos da Carta Suprema.
Em síntese, descaracterizada a BC, descaracterizado também estará o tributo.
O montante do ICMS não pode integrar sua própria BC, sob pena de desnaturalizar-se o tributo.
Não é possível inserir na BC do ICMS a sua própria incidência, ensejando a cobrança de imposto
sobre imposto.

Art.97, VII CTN – Conceder ou revogar isenção é matéria da reserva legal.


Os convênios funcionam como limitações ao Poder legislativo de cada qual mas não como
instrumento para disciplinar as relações entre o fisco e o contribuinte.
Art. 155, §2º, XII da CF – os Estados podem mediante convênio, regular as questões pertinentes a
inserção de incentivos e benefícios fiscais relativos ao ICMS.
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Podem também os Estados, mediante convênio, deliberar a respeito de alíquotas de impostos


(art.155, §2º VI da CF).

IMPOSTO SOBRE TRANSMISSÃO “CAUSA MORTIS”E DOAÇÃO DE QUAISQUER BENS E


DIREITOS ( IMPOSTO SOBRE HERANÇAS E DOAÇÕES ). Art. 155, I CF

Suj. Ativo: Estados e DF


Suj. Passivo: contribuinte é qualquer das partes na operação tributada, como dispuser a lei.

Fato Gerador: Transmissões “causa mortis” e doação, de quaisquer bens ou direitos ( CF art. 155, I).
Transferência patrimonial apenas na aparência. O que se tributa na verdade são os acréscimos
patrimoniais obtidos pelos donatários, herdeiros (inclusive meeiros, sendo o caso) e legatários. O
monte não é tributado como se fora ele próprio objeto da tributação. O que se tributa é o acréscimo
patrimonial atribuído a cada qual (partilha ou adjudicação).

Aspecto temporal do FG: momento da transmissão, ou como estabelecer a lei estadual competente.

BC: valor venal dos bens ou direitos transmitidos. Valor do acréscimo patrimonial. A Base de Cálculo
é o valor do acréscimo patrimonial.

Alíquotas: fixadas pelos legisladores estaduais; máximas fixadas pelo Senado – art. 155, parág. 1º ,
IV CF.
As alíquotas são progressivas para realizar o princípio da capacidade contributiva e para graduar a
carga com igualdade.

O imposto como ideado no CTN não mais existe, o art. 35 tem redação
desatualizada. Deve ser lido nos termos dos arts. 155 e 156. Permanece válida a disposição
constante de seu parágrafo único. A CF atribui aos Estados um imposto “causa mortis” amplo sobre
a transmissão de quaisquer bens ou direitos (transmissão onerosa “inter vivos” de bens imóveis,
excluídas as doações, ficou na competência dos municípios).
Observamos quando do estudo do FG do IR, que os acréscimos patrimoniais provenientes de
doações, heranças e legados não poderiam ser tributados como ganhos obtidos sem o esforço da
fonte produtora, porque o constituinte reservou a tributação dos mesmos aos Estados – imposto
sobre heranças e doações.

Função : fiscal. Esse imposto tem a finalidade de gerar recursos financeiros para os Estados e o DF.

Alguns Estados estabelecem alíquotas progressivas, que de certa forma realizam o princ. da
capacidade contributiva, que aparece como medida para implementação sobre transmissão de bens a
graduação segundo a capacidade contributiva. Levando-se em conta considerações a valor do
patrimônio transmitido.

Lançamento : em princípio por declaração.


O contribuinte oferece ao fisco os elementos necessários ao respectivo cálculo.
A regra divisora em relação à competência municipal, é a de que no imposto de competência
estadual a transmissão ocorre em caráter não oneroso, seja pela ocorrência da morte ou doação.

Aspecto espacial - §1º art.155, I,II e III da CF


O âmbito espacial de aplicação é o território do respectivo Estado membro ou DF.

COMPETÊNCIA MUNICIPAL

IMPOSTO DE TRANSMISSÃO INTER VIVOS DE BENS IMÓVEIS E DIREITOS A ELES


RELATIVOS – art.35 a 42 CTN e Art.156 da CF
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O CTN está superado. O FG cinge-se às transmissões entre vivos de bens imóveis e de direitos a
eles relativos. A tributação é sobre o valor da transmissão, apurável no momento da transcrição no
Registro Imobiliário.
Incide o IR sobre o lucro obtido pelo vendedor com a transação.

Função : fiscal

Fato gerador – a transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso de bens imóveis.

Alíquotas – fixadas em lei ordinária do município competente. O limite da alíquota fica ao livre arbítrio
do legislador local, desde que não ultrapasse os limites da razoabilidade e atinja feição confiscatória.

Base de cálculo – Valor venal , real do negócio.

Lançamento – mediante declaração do contribuinte.

Sujeito Passivo: Contribuinte é qualquer das partes no negócio.

Este imposto sujeita-se ao princípio da anterioridade da lei.

ISSQN – imposto sobre serviços de qualquer natureza – art. 156, III CF.

Serviço é qualquer prestação de fazer, de prestar atividade a outrem.


Os serviços públicos estão excluídos da incidência deste imposto.
O art. 155, II, CF, põe na competência dos Estados-membros a tributação de dois serviços pelo
ICMS:
a) os serviços de transporte, por qualquer via, de pessoas e cargas, que não sejam estritamente
municipais;
b) os serviços de comunicações, irrestritamente, ainda que de âmbito municipal.

Conclusão:
A fonte maior do Direito encontra-se na CF. O Princípio da Supremacia da CF requer que todas as
situações jurídicas se conformem com os Princípios e preceitos da Lei maior.
Todos os serviços, excluídos os de transportes interestaduais e intermunicipais e os de comunicação,
são tributáveis pelo ISSQN.
A técnica de resolução legislativa dos conflitos competenciais entre o ISSQN e o ICMS foi o da
redação de lista taxativa a respeito dos serviços tributáveis pelos municípios.
- serviços relacionados ainda que implicando fornecimento de mercadorias – ISS;
- serviços relacionados implicando fornecimento de mercadorias com previsão de incidência do
ICMS sobre estas – ISS sobre serviços e ICMS sobre as mercadorias;
- serviços não mencionados na lista mas com fornecimento de mercadorias – incidência do ICMS.
O imposto incide sobre a prestação de serviços de qualquer natureza realizada em favor de terceiros
por profissionais autônomos ou empresas, o que exclui de saída:
- serviços prestados em regime celetista (relação de emprego);
- serviços prestados em regime estatutário (serviços públicos prestados pelos órgãos da
Administração Pública);
- os auto-serviços.
Os serviços tributáveis devem constar da Lista (Lei Complementar 56/87) que é taxativa, tributáveis
são os serviços nela mencionados. A Lei Complementar em vez de dar uma definição teórica de
serviços, preferiu elaborar uma Lista de serviços tributáveis pelo ISS, composta de 100 itens.

Fato Gerador – A materialidade é a prestação de serviços de qualquer natureza, por empresa ou


profissional autônomo, com ou sem estabelecimento fixo de serviços constantes à Lista anexa à Lei
Complementar 56/87.
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Sendo imposto municipal, aplica-se no território dos respectivos municípios. O FG do ISS


caracteriza-se pela efetiva prestação remunerada de serviços a terceiros; se o serviço for gratuito, ou
em benefício próprio do prestador, incorre subsunção do fato à norma, dando oportunidade à não
incidência.

Lançamento – Por homologação

Base de cálculo – Valor da prestação do serviço.

Alíquotas : A liberdade que os municípios possuem para fixar, evidentemente por lei, as alíquotas do
imposto, aliada à regra que considera devido o imposto ao município onde estabelecido o prestador
do serviço, salvo no caso da construção civil, que paga o imposto ao município onde efetivamente se
deu a prestação do serviço, tem provocado intensa guerra fiscal. Cabe à Lei complementar fixar
alíquotas máximas.

Face ao princípio da estrita legalidade tributária, para que os municípios possam cobrar o ISS dos
prestadores de serviços, devem instituí-lo por lei ordinária própria, que poderá adotar todos os itens
da Lista de Serviços anexa a Lei Complementar, ou alguns deles, sendo-lhe porém, defeso criar
serviços não previstos nessa norma complementar, sob pena de inconstitucionalidade.

Local da prestação do serviço


A exceção, dos serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicações, todos os
demais serviços, desde que definidos em Lei Complementar (art. 146 CF), estarão sujeitos à
incidência do ISS, instituídos pelos Municípios.
Para solucionar a questão, quanto à definição exata, no âmbito de competência Municipal, qual seria
o Município competente para exigir o ISS, é necessário verificar o que determina a Lei Complementar,
inclusive para evitar conflito de competências na instituição do referido imposto, eis que o ISS é
imposto que pode ter reflexos em outros Municípios.
A CF atribui competência aos Municípios para legislar sobre assuntos locais (art. 30) e para instituir o
ISS (art. 156, III).

A Lei Complementar 16, de 31 de julho de 2003


Art. 3º - O serviço considera-se prestado e o imposto é devido no local do estabelecimento prestador,
ou na falta do estabelecimento,no local do domicílio do prestador, exceto nas hipóteses previstas nos
incisos I a XXII, quando o imposto será devido no local.
Art. 4º - Considera-se estabelecimento prestador o local onde o contribuinte desenvolva a atividade
de prestar serviços, de modo permanente e temporário, e que configure unidade econômica ou
profissional, sendo irrelevantes para caracteriza-lo as denominações de sede, filial, posto de
atendimento, sucursal, escritório de representação ou contato ou quaisquer outras que venham a ser
utilizadas.
Art. 5º - Contribuinte é o prestador do serviço.

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