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Seu principal objetivo não é carrear recursos para os cofres públicos federais, mas
sim servir como mecanismo de controle sobre as importações, podendo ser utilizado
por exemplo, como instrumento de proteção de determinado setor da indústria
nacional que esteja sofrendo dificuldades em face da concorrência de produtos
similares estrangeiros.
Justamente como decorrência da finalidade extrafiscal do tributo que o legislador
constituinte, pensando em conferir celeridade às decisões que o governo tomar em
relação ao imposto, livrou-o das amarras da legalidade estrita quanto à alteração de
alíquotas, desde que obedecidos os limites legais (§1º, art. 153 CF), e dos princípios
da anterioridade e noventena, de forma que os aumentos do imposto podem gerar
efeitos imediatos. (Art. 150, §1º)
Assim, temos a possibilidade de utilização de tributos para a geração de efeitos
econômicos, cambiais e monetários, tais como controle de inflação, estímulo de
consumo, indução a investimentos, desenvolvimento da indústria nacional, proteção
aduaneira, dentre tantos outros.
Art. 153 do CF e Ars.19 a 22 CTN
Competência – União
O imposto de importação incide sobre mercadoria estrangeira e tem, como fato
gerador, sua entrada no território nacional. O FG consuma-se com a entrada dos
produtos no território Nacional. Não basta a entrada física, pode o navio atracar no
porto, ou a aeronave pousar no aeroporto, trazendo produtos estrangeiros a bordo,
sem que se considere ocorrido o FG, desde que tais produtos não se destinem ao
Brasil e aqui estejam apenas de passagem.
Exige-se como regra, que a entrada, além de física, seja também econômica,
voltada à industrialização, comércio, uso ou consumo do produto no território
nacional. Exemplos: quando o circo da fórmula 1 vem ao Brasil, ou quando obras de
arte chegam ao País para exposição em evento cultural, não ocorre o FG do imposto
de importação, já que a estadia desses produtos estrangeiros dar-se-á por tempo
determinado, inexistindo integração à economia nacional. O regime aduaneiro de
admissão temporária afasta a incidência do imposto nos casos citados.
Base de cálculo:
Na bc o preço do produto é irrelevante, do ponto de vista tributário. Importa o preço normal que o
produto alcançaria, ao tempo da importação, em uma venda em condições de livre concorrência.
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O STF entende legítima a fixação de valores, pelas autoridades administrativas, para cálculo do ii,
pois tem a finalidade de assegurar a tributação sobre o preço normal. Admite-se como normal o preço
constante da fatura comercial.
Órgãos do Poder Executivo fixam os valores que servem de BC do tributo, de modo geral o constante
da fatura comercial correspondente.
Existem duas outras maneiras de determinação desse preço: o preço de referência, cuja fixação
compete ao Conselho de Política Aduaneira, e a pauta de valor mínimo, cujo estabelecimento é da
competência da Comissão Executiva do mencionado Conselho de Política Aduaneira.
a) Quando a alíquota seja específica, a unidade de medida adotada pela lei tributária (importância
em dinheiro que incide sobre uma unidade de medida prevista em lei, que pode referir-se à
metragem, peso);
b) Quando a alíquota seja “ad valorem” (ao valor, são as que incidem sobre determinado valor), o
preço normal que o produto, ou seu similar, alcançaria ao tempo da importação, em uma venda
em condições de livre concorrência, para entrega no porto ou lugar de entrada do produto no
país;
c) Quando se trate de produto apreendido ou abandonado, levado a leilão, o preço da arrematação;
d) Salvo disposição de lei em contrário, quando o valor tributário esteja expresso em moeda
estrangeira, no lançamento far-se-á a sua conversão em moeda nacional ao câmbio do dia da
ocorrência do fato gerador da obrigação (art. 143 CTN).
Sujeito passivo: O importador ou quem a lei a ele equiparar; o arrematante (art. 22 CTN). O
importador é qualquer pessoa, natural ou jurídica, regularmente estabelecida ou não, que realiza a
introdução de mercadoria no território nacional (a capacidade tributária passiva independe de
formalismos).
O importador ou exportador (i.e.) ou quem a lei equiparar. Não importa o rótulo, deve ser a pessoa
sempre ligada diretamente ao fato que constitui o FG. Qualquer equiparação, mesmo através de lei,
fora da condição de ser o contribuinte sujeito do verbo importar ou exportar, não poderá ser eleito.
A figura do sujeito passivo (responsável art. 121 CTN), que tem ligação indireta com
o fato que constitui o FG (importar/exportar) deve ser sempre eleito por lei, mas
exige-se que tenha um nexo causal consistente numa infração ou benefício.
Todas as responsabilidades de terceiros, decorrem pelo não cumprimento de obrigação acessória,
aparecendo este fato como nexo causal do liame que estabelece a responsabilidade tributária.
Imunidades:
1. Não incidirá sobre a importação de ouro do exterior, quando definido em lei como ativo financeiro
ou instrumento cambial – art. 153, parág. 5º CF.
2. Não incidirá sobre a importação de livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão
– art. 150, VI, d CF.
por um aumento da alíquota aplicável, sem nada poder fazer, uma vez que a mercadoria ainda
não foi descarregada e desembaraçada, fazendo com que a carga tributária sobre a importação
atinja percentuais não previstos na formação do custo, até mesmo porque o Imposto sobre a
Importação reflete nos demais tributos incidentes no desembaraço aduaneiro, compondo sua
base de cálculo, como o IPI, ICMS, PIS e Cofins. Dessa forma, consignamos o posicionamento
entendendo que a majoração de alíquota pode ter vigência imediata, resguardados os direitos
dos contribuintes que comprovarem já ter realizado a importação antes da majoração, mas que
ainda não tiveram suas mercadorias desembarcadas em território nacional, hipótese em que
deveria ser aplicáveis as alíquotas vigentes no momento da contratação da importação.
Vulgarmente conhecido como tarifa Aduaneira, utilizado muito com função extrafiscal do que
como instrumento de arrecadação de recursos financeiros (trata-se de imposto sem conotação fiscal,
mas especialmente extrafiscal para a proteção do mercado nacional). É da competência da União
Federal, e assim se justifica que seja porque, em se tratando de imposto com implicações no
relacionamento do País com o Exterior, seu trato deve caber na verdade à União, responsável por
esse relacionamento ( a própria Federação é representada como um todo).
Este imposto colhe mercadorias estrangeiras.
FG – é a entrada em território nacional do produto importado do exterior com ânimo de ser internado
no país. Não é qualquer entrada de produto estrangeiro no território nacional que está apta a
configurar FG do ii. Não pode por exemplo, instituir o imposto sobre regular trânsito pelo território
nacional, de produtos estrangeiros destinados a outros países; trata-se de mera entrada física e não
importação. Ex: bem que ingressa em território nacional para ser exibido em feiras internacionais;
mercadoria estrangeira que chega ao país por erro manifesto ou comprovado de expedição, sendo
redestinada ao exportador.
Consuma-se com a entrada dos produtos no território nacional não podemos confundir, a
entrada do produto com o respectivo desembaraço aduaneiro.
Aspecto Temporal – Momento da entrada ou por ocasião da arrecadação (leilão), momento do
desembaraço.
Aspecto temporal, momento da entrada, real ou ficta, do produto estrangeiro no território
nacional - é importante para definir alíquota vigente – (guia de importação , aquisição do bem).
Alíquotas – Sendo um tributo com função predominantemente extrafiscal, foi colocado como uma
das exceções ao princ. da anterioridade da Lei.
Pode ser ele aumentado no curso do exercício financeiro. Suas alíquotas podem ser elevadas
ou reduzidas, dentro dos limites fixados em lei, por Ato do poder Executivo. Em face da CF de 88,
somente as alíquotas podem ser alteradas pelo Executivo.
A alteração de alíquotas deve ser fundamentada, com indicação do objetivo a ser alcançado.
A não sujeição deste imposto ao princ. Da anterioridade e a possibilidade de alteração de alíquotas
por ato do Executivo (decreto), por ser imposto relacionado ao comércio exterior, prende-se ao fato
de instrumentos ligados à política nacional e rápidos para corrigir eventuais distorções relacionadas
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com balanço de pagamentos e também para proteger o interesse nacional (o comerciante, o produtor
e industrial internos).
O poder Legislativo pode e deve estabelecer as alíquotas máximas ou os limites das
alíquotas, dentro do qual o executivo poderá aumentar ou reduzir.
(ainda não fixado- deveria ser lei complementar – delegação). Todavia até hoje não há lei
condicionando ou limitando. Na prática inexistem limites para todos os produtos.
O poder executivo no que se refere a alteração de alíquotas, é excluído do princ. Da estrita
legalidade.
As alíquotas poderão ser seletivas, não obrigatórias como no caso do IPI(nem CF nem CTN
dizem expressamente). Podem variar conforme a essencialidade do produto, com o que se estará
pondo em prática o princípio da capacidade contributiva (capacidade econômica).
Alíquotas elevadas constituem estímulo à prática do descaminho, na medida em que
acarretam grande diferença de preço entre o produto importado regularmente e o importado sem o
pagamento do imposto. A tendência para a sonegação aumenta na medida em que é maior a alíquota
do tributo.
Dumping: O Executivo pode variar a alíquota do imposto para evitar dumping e para harmonizar a
intercadência de preços entre o mercado interno e o externo
Função Extrafiscal: Predominante é a função extrafiscal. Ele é muito mais importante como
instrumento de proteção da indústria nacional do que como instrumento de arrecadação de recursos
financeiros para o tesouro público.
Se não existisse o I.I., a maioria dos produtos industrializados no brasil, não teria condições de
competir no mercado com seus similares produzidos em países economicamente mais
desenvolvidos, onde o custo industrial é reduzido graças aos processos de racionalização da
produção e ao desenvolvimento tecnológico de um modo geral. Esse imposto funciona como
instrumento de política econômica.
Crime de descaminho: Não podemos confundir a entrada do produto com o respectivo desembaraço
aduaneiro. O crime de descaminho consiste, no caso da importação, em importar mercadoria sem
pagamento do imposto devido. Se o imposto somente se tornasse devido no ato do requerimento do
desembaraço, não se conceberia que, sem este, já houvesse imposto devido e, em conseqüência, o
crime. Não se pode confundir a entrada do produto estrangeiro em território nacional com o respectivo
desembaraço aduaneiro.
Aplica-se uniformemente em todo o território nacional, com exceção da zona franca de Manaus.
Ainda nesse contexto de induzir condutas, operação muito comum visando fomentar a
industrialização de produtos estrangeiros no Brasil, consiste no denominado drawback, em que,
em breve resumo, aplica-se a suspensão dos recolhimentos dos tributos na importação, sob
condição de posterior exportação – após o processo de industrialização.
Estes impostos, existem entre todos os países, tem função de regular o comércio
Internacional, sempre sujeito às oscilações conjunturais.
Por isso acham-se livres do Princ. da anterioridade (princ. da Estrita Legalidade), a fim de
propiciar ao governo da União flexibilidade no exercício do poder ordenatório, através destes
impostos.
Com o advento da CF, o executivo não pode mais alterar a base de cálculo, mas tão
somente suas alíquotas ( Art.153 , §1º da CF)
O imposto de Importação de natureza Extrafiscal – Regulatória, e ao mesmo tempo
arrecadatória, caracteriza-se por sua internacionalização (acordos regionais ou gerais) visando a sua
uniformização para implementar e facilitar o comércio Internacional, exemplos de acordos tarifários
Internacionais : Comunidade econômica Européia, Mercosul, etc.
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Ligado ao comércio exterior, no peso da arrecadação nada representa, tendo muito mais conotação
extrafiscal do que fiscal, servindo mais como instrumento de controle do comércio exterior do que
como finalidade propriamente dita de arrecadar dinheiro aos cofres públicos.
Este imposto também não está sujeito ao princípio da anterioridade, nem da estrita legalidade no que
pertine a alteração de alíquotas pelo Executivo.
Não há vinculação da receita obtida a formação de reservas monetárias.
Num país como o Brasil, com necessidade e interesse na exportação de seus produtos, este imposto
é pouco cobrado e exigido dos exportadores.
Quando se fala em exportação logo se imagina na produção de bens no Brasil que serão
exportados, mas poderá haver a importação com a industrialização parcial no Brasil e posterior
remessa ao exterior, sendo tal operação denominada “drawback”
Draw-back – A não cobrança deste imposto como incentivo fiscal é denominado draw-back, que
consiste na importação sem tributação para posterior exportação, sem a incidência deste imposto.
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Importação vinculada à exportação, fazendo parte de um produto final com fim de exportá-los.
Dumping – Mercado externo com preço baixo e entrada desta mercadoria , prejudicando o mercado
interno.
Zona Livre – desenvolvimento de certas regiões , importação sem tributação, gerando empregos.
Assim, pode-se dizer, em síntese, que o fato gerador do IR é qualquer acréscimo patrimonial
observado em determinado período de tempo STJ
O fato gerador do Imposto de Renda é do tipo continuado (“complessivo” ou pendente), ou
seja, o tributo incide, em regra, sobre o conjunto de rendas e proventos apurados durante
determinado período de tempo.
Como regra, o imposto incide anualmente sobre a totalidade de rendas e proventos auferidos
durante o ano-base compreendido entre 1º de janeiro e 31 de dezembro. Desse modo, para fins
de apuração geral, o fato gerador do imposto fica pendente durante o ano-base e considera-se
definitivamente consumado somente ao final do dia 31 de dezembro de cada ano.
Incidência sobre o ganho de capital De acordo com o disposto no art. 21 da Lei n. 8.981/95, o
ganho de capital percebido por pessoa física ou jurídica em decorrência da alienação de bens e
direitos de qualquer natureza sujeita-se ao Imposto sobre a Renda, à alíquota de 15%. Ocorre
ganho de capital quando determinado bem ou direito é alienado por valor superior ao da
aquisição, apurando-se a base de cálculo pela diferença entre o quantum percebido na
transferência e o valor no momento da aquisição. O imposto deverá ser pago até o último dia
útil do mês subsequente ao da percepção dos ganhos (art. 21, § 1º, da Lei n. 8.981/95). Os
ganhos de capital serão apurados e tributados em separado e não integrarão a base de cálculo
do Imposto de Renda na declaração de ajuste anual, e o imposto pago não poderá ser deduzido
do devido na declaração (art. 21, § 2º).
Nossa realidade demonstra que há algo errado, pois, a arrecadação das pf. é muito superior a
arrecadação das pj. Esta situação demonstra que alguma coisa está errada, ou seja, há muita
sonegação das pj ou a tributação das pf é irreal ou injusta.
Não há renda, nem provento, sem que haja acréscimo patrimonial, pois o CTN adotou expressamente
o conceito de renda como acréscimo (não é possível considerar-se renda uma cessão gratuita do uso
de imóvel). Não se admite a tributação de algo que na verdade em momento algum ingressou no
patrimônio. Como acréscimo se há de entender o que foi auferido, menos parcelas que a lei, expressa
ou implicitamente, e sem violência à natureza das coisas, admite sejam diminuídas na determinação
desse acréscimo.
Não existe renda presumida. A renda há de ser sempre real. O proprietário de prédios alugados
aufere renda desde o momento em que se consuma cada período, geralmente mensal. Entretanto, se
o inquilino não paga, nem oferece ao locador o crédito da quantia correspondente, este não será
devedor do imposto de renda, embora possa executar o inquilino ainda não adquiriu a disponibilidade
da renda. Não basta ser credor da renda se esta não está disponível. A disponibilidade pressupõe
ausência de obstáculos jurídicos a serem removidos.
SP – Contribuinte ou responsável (arts. 121 e 128 CTN) – Pessoa física (natural) ou jurídica
(criada pelo Direito).
a) O titular da disponibilidade econômica ou jurídica das rendas ou proventos.
b) A lei pode considerar CONTRIBUINTE o possuidor, a qualquer título dos bens produtores de
renda ou dos proventos tributáveis. (Art. 45 CTN)
c) A lei pode atribuir a fonte pagadora da renda, proventos tributáveis a condições de
RESPONSÁVEL pelo imposto cuja retenção e recolhimento que lhe caibam. O contribuinte é
efetivamente aquele que aufere a renda ou os proventos. A fonte é apenas responsável (arts. 45,
p.ú e 121, II CTN).
Pessoas físicas:
As pessoas jurídicas são tributadas com base no princ. do balanço, as pessoas físicas apuram a
renda tributável pelo saldo entre o que ganharam durante o período de um ano, sejam os rendimentos
decorrentes do capital ou do trabalho, ou da combinação de ambos, e o que gastaram para obter os
rendimentos, acrescido das despesas da auto-manutenção, aí incluído o mínimo vital para uma
existência digna, abaixo do qual a renda não revela capacidade contributiva e, pois, é intributável.
Em 1989 a título de simplificar as declarações anuais das pessoas físicas, o legislador simplificou
demais, aumentando a tributação pelo cerceamento arbitrário de abatimentos e deduções, pela
adoção de poucas alíquotas progressivas e pela imposição de limites genéricos divorciados da
realidade, contra os princípios da pessoalidade e da capacidade contributiva, em um país de muita
desigualdade de renda.
Pessoas jurídicas:
O lucro tributável é o acréscimo em cada exercício, do patrimônio líquido da sociedade, além do
capital social.
Obs: equiparam às pessoas jurídicas as firmas individuais, bem como as pessoas físicas que, em
nome individual, explorem, habitual e profissionalmente, qualquer atividade econômica de natureza
civil ou comercial, com o fim especulativo de lucro, mediante venda a terceiros de bens ou serviços.
O profissional liberal pode exercer sua atividade de prestação de serviços, sendo tributado apenas
como pessoa física.
Lançamento: Autolançamento (art. 150 CTN). Pode também ser efetuado de ofício.
As declarações prestadas pelo contribuinte gozam de presunção de veracidade. A lei definiu como
crime o fazer declaração falsa ou omitir declarações sobre rendas, bens ou fatos, ou empregar outra
fraude, para eximir-se total ou parcialmente, de pagamento de tributo (lei 8137/90, art. 2º, I).
Não se pode presumir a falsidade das declarações.
A declaração anual de rendimentos, que se presta para o ajuste do imposto devido e ainda para
controle da evolução patrimonial do contribuinte.
O imposto de renda é anual e periódico – A lei aplicável é a vigente antes de iniciar-se o período em
que se realizam os fatos jurígenos.
A progressividade no IR:
A progressividade é instrumento técnico e também princípio. Conduz à elevação de alíquotas à
medida que cresce o montante tributável, indicativo da capacidade econômica do contribuinte. No
Brasil (art. 153, parág. 2º, I CF) sua adoção é obrigatória.
O sistema poderia ser aperfeiçoado aumentando o número de alíquotas. Em alguns países, as
alíquotas do IR pessoa física, oscilam entre 5% e 55%. Em tais países a classe média é submetida a
uma tributação de aproximadamente 10% sobre os rendimentos auferidos (Brasil 27.5%).
Para que a progressividade no IR se cumpra, é preciso que a legislação autorize às pessoas que
auferem rendimentos, certas deduções, que lhes garantam a subsistência e a de seus dependentes
(estudo, alimentação, vestuário, medicamentos).
Entre nós tornou-se minimamente progressivo e a eliminação de grande parte das deduções trabalha
contra o princípio da capacidade contributiva na faixa dos iguais em rendimentos, mas desiguais nas
despesas não supérfluas.
A tributação por via do IR deve deixar intocado o mínimo vital do contribuinte, isto é, aquela porção de
riqueza que lhe garante, e a seus dependentes, uma existência digna de um cidadão.
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O contribuinte poderá ser pessoa física ou jurídica, não importando seja residente no país ou não,
desde que o FG ocorra no território nacional.
FG – art. 43 CTN – a licitude do fato que resulta o recebimento dos rendimentos é irrelevante
para efeito de incidência do imposto (princ. Do “pecunia non olet”)
Disponibilidade jurídica – ex. Recebimento de um cheque;
Disponibilidade econômica – recebimento de pagamento em dinheiro.
Base de Cálculo: art. 44 CTN
Pessoas jurídicas
Lucro real – o contribuinte calcula o seu lucro, abatendo do faturamento as
despesas legalmente autorizadas (lucro líquido).
É regra das PJ em geral, apurada considerando receita menos despesas. Decorre do balanço social e
da conta de lucros e perdas, refletindo a contabilidade que deve ser comprovada por meio de
escrituração.
O lucro real goza de prioridade para o IR, devendo prevalecer sempre a escrita contábil que o apurar,
ressalvada a hipótese de sua imprestabilidade nos casos previstos em lei.
Abandono do lucro real - O sistema do lucro real pode ser abandonado nas seguintes hipóteses:
a) quando a comprovação do lucro for imprestável ou impossível;
b) quando a lei pela natureza do negócio, aconselha, por simplificação, a adoção do sistema do
lucro presumido. É o próprio contribuinte quem opta por um sistema de lucro estimado.
Aplicável por opção às pessoas jurídicas que tenham uma receita inferior ao limite fixado por lei,
através de uma presunção de lucro e com isso dispensando o cumprimento de algumas obrigações
acessórias.
Nesta caso as PJ e firmas individuais ficam dispensadas de fazer a escrituração contábil de suas
transações.
ANTERIORIDADE E IRRETORATIVIDADE
O IR não pode ser exigido em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência
da lei que os houver instituído ou aumentado (irretroatividade), nem no mesmo exercício financeiro
em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou (anterioridade).
É usual e comum no caso do IR o legislador alterar as regras de tributação no ano base,
entendendo que o FG ocorre no último momento do ano-base (fechamento), portanto se a alteração
for anterior ao momento da ocorrência do FG não há agressão ao princ. da anterioridade da lei, no
entender do fisco.
Para Celso Bastos - O princ. da anterioridade da lei é colocado como proc. da segurança, e
não pode admitir que um contribuinte seja surpreendido na calada do ano, com normas retroativas,
além de ferir o princ. da anterioridade da lei, e atingindo fatos e atos negociais pretéritos. A lei não
pode atingir fatos já consumados.
O IR – é anual e periódico, a apuração do Imposto é feita levando-se em conta período certo
de tempo. A lei aplicável será a que estiver em vigor no dia 31/12 do ano anterior. O Fg ocorre cada
vez que a PF ou PJ adquire a disponibilidade, sendo a apuração do lucro postergada para o final do
ano.
Capacidade Contributiva
Ingressos ou receitas que não traduzem acréscimos patrimoniais não configuram renda ou provento
de qualquer natureza.
“IR – não incidência sobre indenização por desapropriação”.
O CTN no art. 43, reforça a idéia de que o IR só pode incidir sobre a aquisição de disponibilidade de
riqueza nova, em dinheiro ou equivalente. Riqueza nova indica maior capacidade contributiva daquele
que a auferiu.
A HI do IR é, em síntese, alguém auferir renda nova.
Indenizações
Não tem aptidão jurídica para suportar a incidência do IR – não revelam riqueza nova ou acréscimo
patrimonial – os ingressos decorrentes de indenizações (por atos ilícitos, desapropriação, pagamento
de férias e licenças-prêmios vencidas e não gozadas). Eventual lei federal tributando esses ingressos
será inconstitucional. Tais fatos não aumentam o patrimônio de quem os realiza. Inexiste riqueza
nova (acréscimo patrimonial).
Indenizações não são rendimentos, apenas recompõem o patrimônio das pessoas. Não há geração
de rendas ou acréscimos patrimoniais de qualquer espécie. Não há riquezas novas disponíveis, mas
reparações, em pecúnia, por perda de direitos.
Na indenização, há compensação por dano sofrido. O direito ferido é transformado numa quantia de
dinheiro. O patrimônio da pessoa lesada não aumenta de valor, simplesmente é reposto no estado
em que se encontrava.
Em síntese, na indenização inexiste riqueza nova. E, sem riqueza nova, não pode haver incidência do
IR.
A CF não outorgou competência à União para tributar indenizações.
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O aspecto temporal nada mais é do que o momento em que se considera ocorrido o FG do IPI, o
que não se confunde com o pagamento do imposto, já que a Lei ou regulamento poderá postergar a
data do recolhimento para momento bem posterior à ocorrência do FG ( não se pode exigir o
pagamento antes da ocorrência do FG e nem poderá haver lançamento sem que tenha ocorrido o
FG).
Por exemplo, um produto pode terminar o ciclo de industrialização e, enquanto permanecer estocado
no depósito do estabelecimento industrial, não obstante materialmente ser considerado produto
industrializado, enquanto não ocorrer a saída ou outra forma de implementação do aspecto temporal,
não há nascimento da obrigação tributária.
Industrialização realizada no exterior, fora do âmbito espacial de aplicação, para efeito de incidência
do IPI, ao adentrar no território nacional incide este imposto, até com o objetivo de proteger a
indústria nacional. Suponhamos que uma TV fabricada no Brasil com incidência do IPI e um mesmo
televisor importado, sob alegação de que a industrialização ocorreu fora do Brasil e não incidisse o
mesmo imposto, isto na prática seria um desestímulo à indústria nacional, com a concorrência
privilegiada da indústria estrangeira (países da Comunidade européia, também contam com
imunidade dos produtos industrializados destinados ao exterior).
IMUNIDADES – impostos
A – não incide sobre a exportação de produtos industrializados para o exterior (art.153§ 3º, inc.III da
CF).
B – não incide sobre saída de livros, jornais, periódicos e papel destinado à sua impressão (art.150,
VI da CF)
C- não incide sobre energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo,
combustíveis e minerais (art.155,§3º da CF) incide ICMS
D- não incide sobre o ouro quando em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial (art.153§5º da
CF) incide o IOF
Anel – Jóias = (ouro mercadoria - IPI e ICMS)
Quanto à modalidade de lançamento, o IPI assim como a maioria dos tributos brasileiros é
lançado por homologação (art. 150 do CTN), cabendo ao contribuinte antecipar o pagamento
do imposto para posterior conferência e aprovação (homologação) ou rejeição pelo Fisco
IOF
IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES DE CRÉDITO, CÂMBIO E SEGURO, E SOBRE OPERAÇÕES
RELATIVAS A TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS. (Art.153,parágrafo 5º,V da CF e art,63 e 67
do CTN)
DISPOSITIVOS COSTITUCIONAIS
A) O poder Executivo pode nas condições e nos limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas do
imposto, a fim de ajustá-lo aos objetivos da política e do comércio exterior -art.153, § 1ª da CF.
(Decreto)
Não pode alterar sem lei a Base de Cálculo do Imposto.
B) O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial, sujeita-se
exclusivamente ao IOF, devido nas operações de origem, assegurada a transferência do
montante da arrecadação nos seguintes termos:
- 30% para o Estado, o DF ou o Território
- 70 % para o município de origem (art.153§5º da CF)
Também não se aplica a estes impostos o princípio da anterioridade da Lei (somente em relação a
alteração de alíquotas – exceção aos princípios da anterioridade e estrita legalidade).
Competência : União
Trata-se de imposto circulatório, que se desdobra em:
- imposto sobre operações de crédito
- imposto sobre operações de câmbio
- imposto sobre operações de seguro
- e também operações relativas a títulos e valores mobiliários.
A receita correspondente à arrecadação deste imposto fica inteiramente para a União, porque a não
ser em relação ao ouro, não há transferência para os Estados e Municípios (parág. 5º do art. 153 CF).
Por essa razão, este imposto corre o risco de ser constantemente utilizado com a finalidade de
aumentar a arrecadação da União.
A atual CF não submete o IOF ao princípio da anterioridade como fazia a anterior.
FG: A materialidade destes impostos são as operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a
títulos ou valores mobiliários (art. 153,V CF)
Operações de crédito (mútuo): troca de bens. Pela abertura do crédito, pela colocação do numerário
à disposição.
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O saque em caderneta de poupança ou um depósito bancário não é uma operação de crédito – não
comporta incidência do IOF.
Operações de câmbio: pela transformação de moeda estrangeira em nacional, e colocando o valor à
disposição do interessado.
Operações de seguro: pela efetivação do contrato e emissão da apólice. É o contrato pelo qual se
garante algo contra o risco de eventual dano.
Operação relativa a títulos e valores mobiliários: é a que implica transferência de propriedade
desses títulos.
Em relação a operações com títulos e valores mobiliários (alguns autores o consideram um 5º
imposto), sobre a negociação do ouro, tirando as hipóteses do parág. 5º do art. 153 CF, deverá
incidir o imposto estadual referente ao imposto sobre operações de circulação de mercadorias e
serviços.
O ouro, como instrumento cambial ou financeiro é tributado pela alíquota de 1% na origem, afastando
o ICMS, que só incide nas operações com o ouro – mercadoria.
Aspecto temporal: Quando se concretiza a operação juridicamente. A partir de então poderá ser
efetuado o lançamento, não antes.
Aspecto espacial: Sendo um imposto de competência da União, a lei que instituir ou aumentar tem
aplicação em todo território nacional. Questiona-se a possibilidade de incentivos fiscais regionais sem
agressão ao art. 151, I CF.
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Este imposto incide sobre a propriedade territorial rural ( não incide em zona urbana)
O objetivo deste tributo é ser utilizado para estimular a produtividade agrícola com redução de
imposto ou para desestimular a propriedade ociosa, com aumento da alíquota.
A materialidade do FG é a propriedade territorial rural. O FG ocorre uma vez por ano – sempre 1ª de
janeiro de cada ano.
Sendo imposto federal, a competência para instituí-lo é da União .
Tratando-se de imposto real, e assim sendo, débitos pertinentes a tributos que incidem sobre a
propriedade, na forma do art. 130 do CTN, acompanham a própria propriedade ou bem, que serve
como lastro para garantir a execução, com exceção prevista no art. 5º, XXVI CF, quando se tratar da
pequena propriedade, assim definida na lei, desde que trabalhada pela família, quando não será
objeto sequer de penhora.
A função precípua do ITR é extrafiscal na medida em que constitui instrumento federal de
intervenção na propriedade privada (poder de polícia) utilizado para inibir a manutenção de
latifúndios improdutivos. A disciplina constitucional do ITR inclui as seguintes diretrizes: a)
será progressivo a fim de desestimular a manutenção de propriedades improdutivas; b) não
incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o proprietário que
não possua outro imóvel (imunidade); c) será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que
assim optarem (parafiscalidade), na forma da lei, desde que não implique redução do imposto
ou qualquer outra forma de renúncia fiscal (art. 153, § 4º, da CF);
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FG - O ITR tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil, ou a posse de imóvel por
natureza, localizado fora da zona urbana do município, em 1º de janeiro de cada ano (arts. 29
do CTN e 1º da Lei n. 9.393/96), incidindo inclusive sobre o imóvel declarado de interesse
social para fins de reforma agrária, enquanto não transferida a propriedade, exceto se houver
imissão prévia na posse (art. 1º, § 1º, da Lei n. 9.393/96).
O ITR só incide sobre imóveis por natureza (art. 29). Imóveis por natureza equivalem à
propriedade territorial; imóveis por acessão física são construções e benfeitorias, ou seja, o
mesmo que propriedade predial.
Alíquota – Varia de 0,03% a 20% em função da área do imóvel e do grau de sua utilização. Leva em
consideração o tamanho da propriedade, além do coeficiente de utilização e produtividade
(art.153,§4º da CF). A tributação progressivamente elevada da propriedade rural de forma
exacerbada (parág. 4º art. 153 CF), não poderá tomar caráter confiscatório.
Cresce a alíquota, na medida em que diminui a proporção da área utilizada, em relação a área total
do imóvel.
O imposto com alíquota de 20%, em 5 anos, caso perdure a situação, o imóvel estará confiscado.
Com essa alíquota elevada, o tributo tem efeito confiscatório, suscitando a questão de sua
constitucionalidade em face do art. 150, IV da CF.
Módulo Rural – porção mínima permitida para efeitos de desmembramento como propriedade
autônoma , sendo que o tamanho varia de local e Região.
ITR – Alíquotas progressivas, não adequação para função social, conseqüente desapropriação.
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Não cumprindo sua função social, o proprietário fica sujeito à desapropriação para fins de reforma
agrária; se tornar produtiva a sua propriedade – assegurando-lhe pois, função social – o seu titular
escapa à possibilidade de desapropriação sob essa modalidade.
A desapropriação apresenta-se como um instrumento de que se utiliza o poder público para
assegurar o acesso à propriedade rural àqueles que cultivam sem serem os donos.
A dação em pagamento é admitida como forma de extinção do crédito tributário desde que
preenchidas três condições: a) existência de lei específica autorizando; b) haja manifesto
interesse do fisco no bem; c) o bem oferecido seja imóvel.
Tarifa é nome dado pelo Direito Administrativo para a remuneração paga pelo usuário a
concessionários e permissionários em troca da prestação de serviços públicos delegados.Nota-
se pela simples análise do posicionamento do tema dentro da Constituição Federal e na
legislação brasileira que tarifa não é tributo, mas uma contraprestação de natureza
administrativa utilizada para remunerar serviços públicos delegados por meio de concessão ou
permissão.
Preço, ou preço público, é a nomenclatura dada pelo Direito Financeiro para a remuneração
de serviços públicos prestados por concessionários e permissionários, cuja utilização não é
compulsória, predominando a relação contratual sujeita a um regime de direito privado
Desse modo, as nomenclaturas preço público e tarifa designam o mesmo instituto. Ocorre que
“preço” é o nome dado pelo Direito Financeiro, enquanto “tarifa” é a linguagem adotada pelo
Direito Administrativo. Preço público ou tarifa são exemplos de receitas originárias.
Quanto à vinculação:
a) tributos vinculados, bilaterais ou sinalagmáticos: aqueles que pressupõem uma
atividade estatal a ser por eles remunerada. É o caso das taxas e contribuição de
melhoria;
b) tributos desvinculados, unilaterais ou “sem causa”: independem de uma atividade
estatal relativa ao contribuinte. Exemplo: impostos.
Quanto ao impacto financeiro:
a) tributos diretos: são pagos pela mesma pessoa que sofre o impacto financeiro do
pagamento. Exemplo: imposto de renda;
b) tributos indiretos: são pagos por uma pessoa (contribuinte de direito) mas seu valor é
embutido no custo do produto de modo a repercutir financeiramente no patrimônio de um
terceiro (contribuinte de fato). É o caso típico do ICMS, que é pago pelo lojista (contribuinte
de direito) mas tem seu valor repassado ao consumidor final (contribuinte de fato).
São também considerados tributos indiretos o IPI e o ISS. A relevância prática na distinção
entre tributos diretos e indiretos reside no fato de que o art. 166 do Código Tributário
Nacional, ao disciplinar a restituição de tributos indiretos.
Competência : Municípios
A hi. do imposto alcança não só a propriedade em si, mas também os casos de posse e
domínio útil de bem imóvel por natureza ou acessão física, como definido na lei civil,
localizado na zona urbana do município (art. 32 CTN).
FG – art. 32 CTN .Ser Proprietário – Dir. de Propriedade sobre bens imóveis (edificações ou não)
situados em zona urbana .
Polêmica é a caracterização de zona urbana e zona rural (parág. 1º e 2º do art. 32 CTN).
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Para Sacha Calmon “o FG do IPTU é o direito de propriedade sobre bens imóveis situados em zona
urbana. Não existe direito sem titular. Tributa-se o direito do titular ( o legislador leva em consideração
a pessoa do proprietário – prestigia a pessoalidade.
O imposto é pessoal, pois incide sobre o direito de propriedade do contribuinte, medindo a sua
capacidade econômica, como de resto predica a CF. Ora, os impostos sobre a renda e o patrimônio
são os que mais se prestam ao princípio da pessoalidade e da capacidade contributiva. A propriedade
tributada é a de terrenos e edifícios localizados na área urbana dos municípios, excluídos os terrenos
e prédios rústicos situados na área rural”.
Função - tipicamente fiscal, seu objetivo é a obtenção de recursos financeiros para o município.
Pode a ele ser atribuída função extrafiscal, com o fim de desestimular vultuosas imobilizações de
recursos em terrenos para fins meramente especulativos, dificultando o crescimento normal das
cidades (art. 182. Parág. 4º CF).
LANÇAMENTO – é feito de ofício (direto) . Tanto a propriedade como a posse se estendem ao longo
do tempo. Estipula-se a data de 1º de janeiro de cada ano como base para o lançamento do imposto.
As entidades da administração, dispõe de cadastro dos imóveis e com base neste efetuam,
anualmente, o lançamento do tributo, notificando os respectivos contribuintes para o seu pagamento.
SA – municípios
BC: é o valor venal do imóvel, ou seja, o seu valor atual, real, de mercado.
Nas grandes cidades a solução é ainda precária quanto ao arbitramento de valor venal, são feitas
“plantas genéricas” que cobrem áreas urbanas, contendo múltiplos critérios de valoração e
enquadramento dos imóveis.
O ITR não incide sobre edificações mas somente sobre a terra, enquanto o IPTU incide sobre a terra
e também sobre as edificações.
Alíquotas – fixadas em lei municipal, sem que a CF ou CTN imponham qualquer limite. No IPTU as
alíquotas podem e devem ser progressivas, para realizar o princípio da capacidade contributiva.
A progressividade de natureza penal, prevista no art. 182 , parág. 4º CF
Segundo Hugo de Brito Machado “o imposto é sobre a propriedade imóvel, que abrange o terreno e
as edificações nele existentes”.
A lei pode estabelecer alíquotas diferentes, para imóveis edificados e não edificados, e também
estabelecer alíquotas diversas para os imóveis não edificados, em razão da respectiva localização.
O IPTU é um imposto único que incide sobre a propriedade urbana, edificada ou não.
Pode ser seletivo, isto é, tributo que tem alíquotas diversas para objetos diversos.
Progressivo é o tributo que tem alíquotas crescentes na medida em que cresce a base tributável.
É caso raro de competência não exercitada, e a razão para essa inércia é exclusivamente política.
É um imposto atribuído pela CF/88, como de competência da União, com profundo alcance social na
distribuição da renda e para a realização da justiça fiscal e social.
Sujeita-se aos princípios da estrita legalidade e anterioridade.
No que pertine a alíquota, ela encontra limites apenas no texto que proíbe a tributação confiscatória
(art. 150, IV CF) ou atenta contra o princípio da capacidade contributiva (art. 145, parág. 1º CF).
COMPETÊNCIA ESTADUAL
Aspecto Espacial – A lei instituidora tem aplicação nos respectivos Estados, atingindo todos os
contribuintes com veículo registrado na repartição competente no território do Estado. Cada Estado
edita a legislação própria sobre o imposto, às vezes em valores díspares. Grandes frotistas são
atraídos por aliciantes fiscais a emplacar os carros noutros Estados.
Aspecto Valorativo:
BC e Alíquota – Fixadas em lei.
BC – Valor venal , levando-se em conta o modelo, ano, a potência do motor, o combustível utilizado.
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Este imposto tem seu valor estabelecido em tabela divulgada pelos Estados, não há cálculo a fazer-
se; tendo em vista, marca, modelo e ano de fabricação, localiza-se na tabela o valor do imposto a ser
pago.
Função : predominantemente Fiscal ( abastecer os cofres Públicos). Tem função extrafiscal quando
discrimina , por exemplo, em função do combustível utilizado.
CF – base das atividades estatais – O ICMS é exaustivamente tratado pela CF que considerável
parcela das dúvidas resultantes de sua aplicação é resolvida pela análise de suas disposições.
Os entes políticos só podem atuar dentro dos estritos termos da competência tributária que lhes foi
outorgada pela CF, uma vez que dela recebem uma parcela do poder tributário, bastante limitada
pelas normas que disciplinam seu exercício. É um imposto de competência estadual ou distrital .
Os Estados e o DF podem institui-lo (ou sobre ele dispor) mediante lei ordinária.
A União também está credenciada a criar o imposto, por força dos arts. 147 e 154, II CF. A União
poderá fazer nascer no plano legislativo, o ICMS, seja nos territórios – no momento inexistem (Art.
147 -competem à União, em Território Federal, os impostos Estaduais), ou em todo o Território
Nacional “na iminência ou no caso de guerra externa” – FG do Imposto Extraordinário idêntico ao FG
do ICMS.
Com a supressão dos impostos únicos, o ICMS passou a incidir sobre minerais, lubrificantes,
combustíveis, líquidos e gasosos e energia elétrica, que agora passou a ser considerada mercadoria
para efeito de incidência desse imposto.
MERCADORIA
As coisas móveis, objeto de circulação comercial, são chamadas mercadorias. E há outras coisas
móveis que não são consideradas mercadorias para fins de tributação. A diferença, entre
mercadorias e outras coisas que não são mercadorias, é de destinação.
Segundo Fran Martins “a coisa enquanto se acha na disponibilidade do industrial, que a produz
chama-se produto manufaturado ou artefato; passa a ser mercadoria logo que é objeto do
comércio do produtor ou do comerciante, que a adquire para revender a outro comerciante ou a
consumidor; deixa de ser mercadoria logo que sai da circulação e se acha em poder do
consumidor”.
Para ser FG do ICMS, há necessidade de que as operações sejam realizadas com
HABITUALIDADE e com FINS COMERCIAIS.
O STF acertadamente vem decidindo que a venda do bem do ativo fixo da empresa não é FG do
ICMS, tendo em vista que, em tal situação inexiste circulação no sentido jurídico. Os bens não se
ajustam ao conceito de mercadorias e as operações não são efetuadas com habitualidade.
Se a atividade fosse realizada por um comerciante de móveis usados, o bem seria mercadoria
uma vez que estaria presente a habitualidade.
No comodato (empréstimo gratuito de coisas infungíveis – por exemplo, máquinas), não se considera
operação com mercadoria. O bem deixa de ser mercadoria logo que sai da circulação e se acha em
poder do consumidor – no caso o comodante.
SÚMULA 573 do STF: Não constitui FG do ICMS a saída física de máquinas, utensílios e
implementos a título de comodato.
Na transferência de bens de uso ou consumo, ou seja, impressos para uso próprio da empresa,
material de propaganda, material de escritório, e outros da mesma natureza, que são transferidos de
um estabelecimento para outro do mesmo titular, também não pode haver a incidência do ICMS, por
já se acharem em mãos do consumo final (exemplo: matriz transfere para filial), e mesmo porque
inexiste finalidade comercial, de compra para revender com fito de lucro.
Para Vitorio Cassone é constitucional o art.12 do LC 87/96 que considera ocorrido o FG do ICMS no
momento da saída da mercadoria de estabelecimento de contribuinte, ainda que para outro
estabelecimento do mesmo titular.
A saída da mercadoria é apenas o momento em que a lei considera nascida a obrigação de pagar o
ICMS , para ROQUE CARRAZA, a “saída” é uma simples decorrência da titularidade da mercadoria.
ICMS e Súmulas do STJ – Súmula 152 – “Na venda pela seguradora, de bens salvados pelo sinistro,
incide o iCMS”; Súmula 163 – “O fornecimento de mercadorias com a simultânea prestação de
serviços em bares, restaurantes e estabelecimentos similares constitui FG do ICMS a incidir sobre o
valor total da operação”; - Súmula 166 – “Não constitui FG do ICMS o simples deslocamento de
mercadoria de um para outro estabelecimento do mesmo contribuinte”.
Não cumulatividade:
Art. 155, parág. 2º.
A não-cumulatividade se efetivará no momento do pagamento do imposto por D, em que do devido na
operação de saída de seu estabelecimento, se abaterá o montante do ICMS cobrado nas operações
anteriores (de A para B, de B para C, de C para D).
A LC 87/96 admite a utilização de créditos relativos a entrada de bens destinados ao consumo e ao
ativo fixo do adquirente, fixando, regras de Direito proteladoras dessa utilização
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Regime de substituição tributária: Tanto o STF quanto o STJ declarou constitucional a substituição
tributária “para frente” (fato gerador futuro).
Para os casos de substituição tributária, ou cobrança antecipada do imposto, a lei adotou uma forma
de pauta fiscal. Porém o arbitramento da BC é apenas para efeito de antecipação. Sendo a operação
relativamente à qual o imposto foi antecipado de valor menor, tem o contribuinte direito à restituição
da diferença.
Isenção ou não incidência : vedação de crédito - art. 155, parág. 2º, II CF.
Se a mercadoria saída de um estabelecimento for isenta, o crédito do ICMS escriturado em seu livro
fiscal, contra o Estado, relativamente a aquisição feita deverá ser extornado.
Imunidades – art 155, parág. 2º, X CF – Regras dirigidas ao legislador, limitando a competência
deste.
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Base de Cálculo – Regra geral é o valor da operação relativa à circulação da mercadoria, ou o preço
do serviço respectivo.
A LC 87/96 determina que se considere integrante da BC do ICMS o valor do frete.
Pauta Fiscal: Reiterada jurisprudência, inclusive do STF, repeliu o uso da denominada pauta fiscal,
com prévia fixação, em caráter normativo, de valores para determinadas mercadorias. A LC 87/96,
acatando essa jurisprudência, reproduziu a norma do art. 148 do CTN.
Ver mudança
Lançamento: por homologação (art. 150 CTN). Pode ser lançado de ofício, se o contribuinte não
tomar a iniciativa do respectivo recolhimento na época própria.
ICMS e IPI
Não incide o ICMS sobre o IPI quando apresentar os seguintes requisitos:
a) é realizada entre contribuintes;
b) é relativa a produto destinado à industrialização ou à comercialização;
c) configure o FG dos dois impostos.
Fato Gerador: Transmissões “causa mortis” e doação, de quaisquer bens ou direitos ( CF art. 155, I).
Transferência patrimonial apenas na aparência. O que se tributa na verdade são os acréscimos
patrimoniais obtidos pelos donatários, herdeiros (inclusive meeiros, sendo o caso) e legatários. O
monte não é tributado como se fora ele próprio objeto da tributação. O que se tributa é o acréscimo
patrimonial atribuído a cada qual (partilha ou adjudicação).
Aspecto temporal do FG: momento da transmissão, ou como estabelecer a lei estadual competente.
BC: valor venal dos bens ou direitos transmitidos. Valor do acréscimo patrimonial. A Base de Cálculo
é o valor do acréscimo patrimonial.
Alíquotas: fixadas pelos legisladores estaduais; máximas fixadas pelo Senado – art. 155, parág. 1º ,
IV CF.
As alíquotas são progressivas para realizar o princípio da capacidade contributiva e para graduar a
carga com igualdade.
O imposto como ideado no CTN não mais existe, o art. 35 tem redação
desatualizada. Deve ser lido nos termos dos arts. 155 e 156. Permanece válida a disposição
constante de seu parágrafo único. A CF atribui aos Estados um imposto “causa mortis” amplo sobre
a transmissão de quaisquer bens ou direitos (transmissão onerosa “inter vivos” de bens imóveis,
excluídas as doações, ficou na competência dos municípios).
Observamos quando do estudo do FG do IR, que os acréscimos patrimoniais provenientes de
doações, heranças e legados não poderiam ser tributados como ganhos obtidos sem o esforço da
fonte produtora, porque o constituinte reservou a tributação dos mesmos aos Estados – imposto
sobre heranças e doações.
Função : fiscal. Esse imposto tem a finalidade de gerar recursos financeiros para os Estados e o DF.
Alguns Estados estabelecem alíquotas progressivas, que de certa forma realizam o princ. da
capacidade contributiva, que aparece como medida para implementação sobre transmissão de bens a
graduação segundo a capacidade contributiva. Levando-se em conta considerações a valor do
patrimônio transmitido.
COMPETÊNCIA MUNICIPAL
O CTN está superado. O FG cinge-se às transmissões entre vivos de bens imóveis e de direitos a
eles relativos. A tributação é sobre o valor da transmissão, apurável no momento da transcrição no
Registro Imobiliário.
Incide o IR sobre o lucro obtido pelo vendedor com a transação.
Função : fiscal
Fato gerador – a transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso de bens imóveis.
Alíquotas – fixadas em lei ordinária do município competente. O limite da alíquota fica ao livre arbítrio
do legislador local, desde que não ultrapasse os limites da razoabilidade e atinja feição confiscatória.
ISSQN – imposto sobre serviços de qualquer natureza – art. 156, III CF.
Conclusão:
A fonte maior do Direito encontra-se na CF. O Princípio da Supremacia da CF requer que todas as
situações jurídicas se conformem com os Princípios e preceitos da Lei maior.
Todos os serviços, excluídos os de transportes interestaduais e intermunicipais e os de comunicação,
são tributáveis pelo ISSQN.
A técnica de resolução legislativa dos conflitos competenciais entre o ISSQN e o ICMS foi o da
redação de lista taxativa a respeito dos serviços tributáveis pelos municípios.
- serviços relacionados ainda que implicando fornecimento de mercadorias – ISS;
- serviços relacionados implicando fornecimento de mercadorias com previsão de incidência do
ICMS sobre estas – ISS sobre serviços e ICMS sobre as mercadorias;
- serviços não mencionados na lista mas com fornecimento de mercadorias – incidência do ICMS.
O imposto incide sobre a prestação de serviços de qualquer natureza realizada em favor de terceiros
por profissionais autônomos ou empresas, o que exclui de saída:
- serviços prestados em regime celetista (relação de emprego);
- serviços prestados em regime estatutário (serviços públicos prestados pelos órgãos da
Administração Pública);
- os auto-serviços.
Os serviços tributáveis devem constar da Lista (Lei Complementar 56/87) que é taxativa, tributáveis
são os serviços nela mencionados. A Lei Complementar em vez de dar uma definição teórica de
serviços, preferiu elaborar uma Lista de serviços tributáveis pelo ISS, composta de 100 itens.
Alíquotas : A liberdade que os municípios possuem para fixar, evidentemente por lei, as alíquotas do
imposto, aliada à regra que considera devido o imposto ao município onde estabelecido o prestador
do serviço, salvo no caso da construção civil, que paga o imposto ao município onde efetivamente se
deu a prestação do serviço, tem provocado intensa guerra fiscal. Cabe à Lei complementar fixar
alíquotas máximas.
Face ao princípio da estrita legalidade tributária, para que os municípios possam cobrar o ISS dos
prestadores de serviços, devem instituí-lo por lei ordinária própria, que poderá adotar todos os itens
da Lista de Serviços anexa a Lei Complementar, ou alguns deles, sendo-lhe porém, defeso criar
serviços não previstos nessa norma complementar, sob pena de inconstitucionalidade.