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RODRIGO LUZ
IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO
Em primeiro lugar, cabe lembrar que o imposto de importação não
obedece ao princípio da anterioridade nem ao princípio da legalidade,
visto que tem função extrafiscal ou econômica. Sua função não é
arrecadatória como o imposto de renda ou o IPTU.
É justamente por ter uma função regulatória que o Poder Executivo
pode alterar suas alíquotas, sendo dispensado o processo legislativo.
E a majoração do imposto, seja pelo Poder Executivo, seja pelo Poder
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Contribuintes
O artigo 103 do Regulamento Aduaneiro elenca três pessoas como
contribuintes do imposto:
1) o importador, assim considerada qualquer pessoa que promova a
entrada de mercadoria estrangeira no território nacional,
2) o destinatário de remessa postal internacional, indicado pelo
respectivo remetente, e
3) o adquirente de mercadoria entrepostada.
O conceito de importador dado no Regulamento Aduaneiro é aquele
que promove a entrada da mercadoria no território nacional.
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Responsáveis
O artigo 104 do Regulamento Aduaneiro nomeia dois responsáveis
pelo pagamento do imposto. Devemos inicialmente lembrar o
conceito de responsável no Código Tributário Nacional: é aquele que,
apesar de não ter uma relação pessoal e direta com o respectivo fato
gerador, a lei lhe atribui de forma expressa a responsabilidade pelo
pagamento do tributo.
Os responsáveis pelo imposto são:
I) o transportador, quando transportar mercadoria procedente do
exterior ou sob controle aduaneiro, inclusive em percurso interno, e
II) o depositário, assim considerada qualquer pessoa incumbida da
custódia da mercadoria sob controle aduaneiro.
Porque eles são nomeados responsáveis?
Por causa de bobagens que eles façam. Por exemplo, se a mercadoria
for avariada pelo transportador, ele deve pagar o imposto sobre a
parte avariada, devolvendo-se o que foi pago pelo importador. E se
houver extravio da mercadoria enquanto depositada no aeroporto do
Galeão? O depositário irá pagar pelo imposto relativo a esta
mercadoria e serão restituídos os tributos pagos pelo importador.
Como ocorre esta cobrança?
Toda vez que a mercadoria chega ao Brasil, o importador deve
registrar uma DI (declaração de importação), descrevendo a
mercadoria detalhadamente para que a Aduana proceda à conferência
aduaneira. Este registro é pela Internet. O importador, do seu
escritório, envia a declaração de importação com uma série de
informações, tais como o valor da mercadoria, o valor do frete, valor
do seguro, o país de origem, o país de procedência, o peso líquido, a
moeda negociada, o nome do exportador, a classificação fiscal, o
regime aduaneiro, a quantidade etc. O SISCOMEX, que é o sistema
utilizado no comércio exterior, faz algumas verificações sobre esta DI.
Resumidamente, podemos dizer que o SISCOMEX verifica: 1) se o
CNPJ do importador está ativo, 2) se a mercadoria já chegou ao país,
3) se a importação foi licenciada pelos órgãos anuentes (por
exemplo, se for importação de um animal vivo, é obrigatória a
autorização prévia do Ministério da Agricultura; se for importação de
remédio, o Ministério da Saúde tem que dar a autorização. Ambas as
autorizações devem ser concedidas antes mesmo do embarque da
mercadoria no exterior com destino ao Brasil) e 4) se há dinheiro na
conta do importador para o pagamento dos tributos devidos pela
importação.
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Responsáveis Solidários
O artigo 105 do Regulamento Aduaneiro define que são responsáveis
solidários:
1) o adquirente ou cessionário de mercadoria beneficiada com
isenção ou redução do imposto,
2) o representante no país do transportador estrangeiro,
3) o adquirente de mercadoria de procedência estrangeira, no caso
de importação realizada por sua conta e ordem, por intermédio de
pessoa jurídica importadora,
4) o expedidor com o operador de transporte multimodal ou qualquer
subcontratado para a realização do transporte multimodal e
5) qualquer outra pessoa que a lei assim designar.
Analisemos o primeiro caso: o adquirente ou cessionário de
mercadoria beneficiada com isenção ou redução do imposto.
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Em resumo:
Contribuintes:
1) Importador
2) Destinatário de RPI
3) Adquirente de mercadoria entrepostada
Responsáveis [Pessoais]:
1) Transportador
2) Depositário
Responsáveis Solidários:
1) adquirente ou cessionário de mercadorias beneficiadas com
isenção/redução do II
2) representante do transportador estrangeiro
3) o adquirente de mercadoria estrangeira quando importado por
outro, por conta e ordem daquele
4) o expedidor, o OTM e seus subcontratados
5) qualquer outra pessoa que a lei assim designar:
a. Até hoje, somente uma lei posterior ao Regulamento Aduaneiro
criou um novo caso: Lei 10.833/03 – Os beneficiários do regime
aduaneiro especial na importação de matérias-primas para a cadeia
industrial vinculada a exportação (tirando o importador, que é
contribuinte)
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Gabarito: Letra A
Fato Gerador
O imposto de importação incide sobre mercadoria estrangeira e o fato
gerador é a entrada desta no território aduaneiro. No entanto,
quando a mercadoria entra no território aduaneiro?
No Direito Administrativo, aprendemos que as águas territoriais e o
espaço aéreo também pertencem ao território nacional. Portanto, a
entrada da mercadoria no território aduaneiro se dá quando o avião
entra no espaço aéreo ou quando o navio entra nas águas territoriais.
Por ser muito difícil a apuração do exato momento desta entrada, a
lei quis definir de modo mais preciso o fato gerador, eliminando a
dúvida acerca do momento de sua ocorrência. E criou o elemento
temporal do fato gerador, diferenciando-o do elemento espacial do
fato gerador, que é a entrada da mercadoria.
O artigo 103 do Regulamento Aduaneiro define que o fato gerador
(ou seja, o elemento temporal do fato gerador) se considera ocorrido
em uma de três situações:
1) na data do registro da declaração de importação de
mercadoria submetida a despacho para consumo,
2) no dia do lançamento do correspondente crédito tributário em
três situações que veremos à frente e
3) na data do vencimento do prazo de permanência da mercadoria
em recinto alfandegado, como também veremos à frente.
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Em resumo:
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Mercadoria não-estrangeira
Quando a mercadoria sai a título definitivo, ela é desnacionalizada, ou
seja, passa a ser considerada estrangeira. Mas, caso esta mercadoria
retorne ao Brasil por fatores alheios à vontade do exportador, o
Regulamento Aduaneiro considera-a nacional. O artigo 70 lista cinco
incisos em que a mercadoria, apesar de ter saído do país, será
tratada como nacional se voltar:
1) enviada em consignação e não vendida no prazo autorizado;
2) devolvida por motivo de defeito técnico para reparo ou
substituição;
3) por motivo de modificações na sistemática de importação por
parte do país importador;
4) por motivo de guerra ou calamidade pública; e
5) por outros fatores alheios à vontade do exportador.
O primeiro caso é ridículo: a mercadoria saiu para tentar ser vendida,
ou seja, não saiu, a princípio, a título definitivo. Portanto, é lógico
que é mercadoria nacional se voltar por não ter sido vendida.
Somente se tivesse sido vendida, passaria a ser considerada
estrangeira.
Os casos 2, 3 e 4 podem ser resumidos no quinto caso, ou seja,
"Mercadorias que voltarem ao país por fatores alheios à vontade do
exportador não são consideradas mercadorias estrangeiras."
O parágrafo único do artigo 70 define que se os equipamentos, as
máquinas, os veículos, os aparelhos e os instrumentos de fabricação
nacional, adquiridos no mercado interno, pelas empresas nacionais
de engenharia, e exportados para execução de obras contratadas
no exterior, voltarem ao país, serão considerados estrangeiros. Por
que isso ocorre?
A legislação brasileira, para incentivar as exportações de serviços
brasileiros, criou um conjunto de benefícios às empresas nacionais de
engenharia. Por exemplo, o Decreto-Lei 1.418/1975 definiu que estas
empresas poderiam comprar no mercado interno tudo aquilo de que
precisassem e nada disso seria tributado internamente. As vendas
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Não-ocorrência do FG
Vejamos os casos de não-ocorrência primeiro. O artigo 74 do
Regulamento Aduaneiro define duas situações de não-ocorrência do
FG:
1) mercadoria que retorna de uma exportação temporária; e
2) pescado capturado fora das águas territoriais, por empresa
brasileira, caso seja cumprida a legislação pesqueira.
Os dois casos são ridículos.
O primeiro trata de uma mercadoria que saiu do país
temporariamente como os sapatos e roupas constantes da bagagem
de um turista brasileiro que vai passear na Disneylândia. Como estes
bens saíram temporariamente do país, eles não perderam o vínculo
com o Brasil, ou seja, não foram desnacionalizados e continuaram
sendo bens brasileiros. Precisava desta previsão de não-ocorrência do
FG? É lógico que não, já que o imposto de importação somente incide
sobre mercadorias estrangeiras e sobre as nacionais que se tornaram
estrangeiras por saírem a título definitivo.
O segundo caso é hilário: a não-ocorrência do FG na entrada do
pescado capturado em águas internacionais está condicionada ao
cumprimento da legislação pesqueira. Ora, imagine que o barco que
chega trazendo peixes esteja totalmente irregular. A Aduana,
considerando que a legislação pesqueira não foi observada, deve
saber se o pescado foi capturado dentro ou fora das águas
territoriais. Se tiver sido pescado em águas territoriais, é peixe
brasileiro e não se cobra imposto. Se tiver sido pescado em águas
internacionais, é peixe internacional e cobra-se o imposto. Como
saber onde o peixe foi capturado? Pergunta para quem? Para o peixe?
O pescador nunca irá assumir que pescou fora das águas territoriais.
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Em resumo:
Não-ocorrência do FG do II:
1) retorno de exportação temporária e
2) pescado capturado fora das águas territoriais do país, se
observada a legislação pesqueira
Não-incidência do II:
DREPS
D de devolvida ao exterior antes do registro da DI
R de redestinada ou devolvida ao exterior por erro de expedição
E de embarcações
P de perdimento
S de substituta
E os dois casos da Lei 10.833/03:
Destruída antes de despachada para consumo
Destruída acidentalmente no trânsito de passagem
Veja as questões abaixo:
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ilícito nunca podem ser motivo para se cobrar tributo, pois tributo não
é sanção de ato ilícito.
A letra (e) é situação literal de não-incidência.
Se perguntasse assim: “É situação de não-incidência, exceto”,
teríamos quatro respostas, pois somente a letra (e) é literalmente
situação de não-incidência.
GLOSSÁRIO
1 – DESNACIONALIZAÇÃO - é a exportação a título definitivo.
2 – NACIONALIZAÇÃO - é a importação a título definitivo.
3 – REIMPORTAÇÃO - é a entrada no Brasil de algo que saíra a título
temporário.
4 – REEXPORTAÇÃO - é a saída de algo que fora importado a título
temporário.
5 – ENTREPOSTO ADUANEIRO - é um regime aduaneiro especial em
que os tributos ficam suspensos, porque a mercadoria está vindo em
consignação para ser vendida posteriormente no Brasil (“entreposto
não-vinculado”) ou está vindo, comprada ou não, para ser vendida
para o exterior (“entreposto vinculado”).
6 – TRÂNSITO ADUANEIRO NA IMPORTAÇÃO - é um regime
aduaneiro especial que permite o transporte da mercadoria dentro do
território para um outro local em que sofrerá a conferência pela
Receita.
7 – RECOF (Entreposto Industrial sob Controle Informatizado) - é um
regime aduaneiro especial em que não são cobrados os tributos
incidentes nas importações de matérias-primas para baratear o
produto a ser exportado.
8 – REMESSA POSTAL INTERNACIONAL - são as importações via
correio.
9 – SISCOMEX – Sistema Integrado de Comércio Exterior, usado para
o importador descrever a mercadoria importada e para os órgãos
públicos analisarem a importação e, no caso da Receita Federal,
desembaraçá-la.
10 – DESEMBARAÇO ADUANEIRO – Último ato do despacho
aduaneiro. É a confirmação pela Receita de que a mercadoria está
corretamente descrita e os tributos foram corretamente recolhidos.
11 – REVISÃO ADUANEIRA – É uma espécie de auditoria do despacho
aduaneiro, em busca de eventuais falhas.
12 – DESPACHO ADUANEIRO – Procedimento de apuração da
regularidade da importação ou da exportação. Na importação, se
encerra com o desembaraço aduaneiro.
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Um abraço,
Rodrigo Luz
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