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HISTÓRIA DA ARTE:

ARTE INTERNACIONAL E
ARTE BRASILEIRA
CURSOS DE GRADUAÇÃO – EaD

História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira – Profª. Ms. Maria Gabriela Mielzynska

Meu nome é Maria Gabriela Mielzynska. Sou Mestre em Comuni-


cação e Semiótica pela PUC de São Paulo e Bacharel em História da
Arte pela Universidade de Londres (Inglaterra). Fui coordenadora
do curso de Pós-graduação em História da Arte da FAAP (Fundação
Armando Álvares Penteado) de São Paulo de 1990 a 1999. Atual-
mente, dou aulas de História da Arte em cursos livres em escolas e
faculdades e dirijo a Associação Artensino, ONG (Organização Não-
Governamental) voltada ao ensino da História da Arte.
e-mail: artensino@yahoo.com.br

Agradeço a exímia contribuição de Luiz Venâncio Aiello, que foi


fundamental para a elaboração deste Material Didático Media-
cional.

Luiz Venâncio Aiello, com formação universitária em Cinema


pela FAAP, é redator e pesquisador, e também trabalha na As-
sociação Artensino confeccionando, revisando e editando parte
do nosso material didático.
e-mail: luvenancio@hotmail.com

Agradeço também a colaboração da Profª. Sandra Carezzato.

Sandra Carezzato é graduada em Educação Artística pela Fun-


dação Armando Álvares Penteado, pós-graduada em História
da Arte, também pela FAAP, e mestre em Artes pela USP. No
momento, atua como professora de ensino fundamental da
rede municipal de ensino de São Paulo.
e-mail: carezzatosan@globo.com

Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação


Maria Gabriela Mielzynska

HISTÓRIA DA ARTE:
ARTE INTERNACIONAL E
ARTE BRASILEIRA
Caderno de Referência de Conteúdo

Batatais
Claretiano
2013
© Ação Educacional Claretiana, 2011 – Batatais (SP)
  Versão: dez./2013

709 M575h

  Mielzynska, Maria Gabriela


História da Arte : arte internacional e arte brasileira / Maria Gabriela
Mielzynska – Batatais, SP : Claretiano – Rede de Educação, 2013.
402 p.

  ISBN: 978-85-67425-46-7

1. A Arte Moderna no pós-Segunda Guerra Mundial: Expressionismo Abstrato


norte-americano. 2. Expressionismo Abstrato, Lírico ou Informal na Europa.
3. Hard-edge e Color-field Painting. 4. Concretismo. 5. O início do Pós-modernismo:
Pop Art. 6. Op Art. 7. Hiper-realismo. 8. Minimalismo. 9. Land Art. 10. Arte Conceitual
e Instalações. 11. O Pós-modernismo nas décadas de 1970 e 1980: releituras.
12. Transvanguarda e Arte Povera na Itália. 13. Neo-expressionismo Alemão.
14. Figuração Livre Francesa. 15. Nova Pintura Britânica. 16. Grafite, pintura e a
nova arte norte-americana e mundial. 17. Arte brasileira: do movimento moderno ao
contemporâneo.I. História da Arte: arte internacional e arte brasileira.

CDD 709

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Camila Maria Nardi Matos Felipe Aleixo
Carolina de Andrade Baviera Filipi Andrade de Deus Silveira
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Elaine Aparecida de Lima Moraes Sônia Galindo Melo
Josiane Marchiori Martins
Talita Cristina Bartolomeu
Lidiane Maria Magalini
Vanessa Vergani Machado
Luciana A. Mani Adami
Luciana dos Santos Sançana de Melo
Luis Henrique de Souza Projeto gráfico, diagramação e capa
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Rosemeire Cristina Astolphi Buzzelli Lúcia Maria de Sousa Ferrão
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SUMÁRIO

CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO


1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 9
2 ORIENTAÇÕES PARA ESTUDO.............................................................................. 10

Unidade  1 – ARTE INTERNACIONAL: DO EXPRESSIONISMO


ABSTRATO AO MINIMALISMO
1 OBJETIVOS.......................................................................................................... 43
2 CONTEÚDOS........................................................................................................ 44
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE..................................................... 44
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE................................................................................... 48
5 CONTEXTO HISTÓRICO: DA SEGUNDA
GUERRA MUNDIAL AO FINAL DA DÉCADA DE 1960 ........................................... 49
6 EXPRESSIONISMO ABSTRATO NORTE-AMERICANO............................................ 69
7 EXPRESSIONISMO ABSTRATO NA EUROPA.......................................................... 79
8 HARD-EDGE E COLOR-FIELD PAINTING............................................................... 84
9 ARTE POP............................................................................................................ 89
10 EUA: ONDE O POP “SE ENCONTROU”................................................................ 99
11 ABSTRACIONISMO GEOMÉTRICO: A OP ART...................................................... 108
12 MINIMALISMO.................................................................................................... 111
13 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS............................................................................. 116
14 CONSIDERAÇÕES................................................................................................. 116
15 E-REFERÊNCIAS................................................................................................... 117
16 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................... 125
17 REFERÊNCIAS VIDEOGRÁFICAS........................................................................... 125

Unidade  2 – ARTE INTERNACIONAL: DO FINAL


DA DÉCADA DE 1960 AO ANO 2000
1 OBJETIVOS........................................................................................................... 127
2 CONTEÚDOS........................................................................................................ 128
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE..................................................... 128
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE................................................................................... 131
5 CONTEXTO HISTÓRICO ....................................................................................... 131
6 ARTE CONCEITUAL.............................................................................................. 148
7 LAND ART............................................................................................................ 151
8 DÉCADAS DE 1970 E 1980................................................................................... 155
9 O HIPER-REALISMO E O DIÁLOGO COM A FOTOGRAFIA..................................... 178
10 AS VÍDEO-INSTALAÇÕES E A VÍDEO-ARTE............................................................ 181
11 DA DÉCADA DE 1990 À ATUALIDADE:
A NOVA REALIDADE HISTÓRICA E A ARTE........................................................... 185
12 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS............................................................................. 186
13 CONSIDERAÇÕES................................................................................................. 187
14 E-REFERÊNCIAS................................................................................................... 187
15 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................... 193
16 REFERÊNCIAS VIDEOGRÁFICAS........................................................................... 194

Unidade  3 – BRASIL: DO DESCOBRIMENTO À ARTE ACADÊMICA


1 OBJETIVOS........................................................................................................... 195
2 CONTEÚDOS........................................................................................................ 195
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE..................................................... 197
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE................................................................................... 199
5 A “DESCOBERTA”................................................................................................. 200
6 A COLONIZAÇÃO................................................................................................. 203
7 A POPULAÇÃO INDÍGENA.................................................................................... 207
8 AS INVASÕES....................................................................................................... 211
9 AS BANDEIRAS..................................................................................................... 215
10 O CICLO DO OURO.............................................................................................. 216
11 BARROCO............................................................................................................ 216
12 A VINDA DA CORTE............................................................................................. 225
13 MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA............................................................................ 226
14 OUTROS PINTORES ESTRANGEIROS.................................................................... 230
15 INDEPENDÊNCIA, IMPÉRIO, CICLO DO CAFÉ E REPÚBLICA VELHA...................... 234
16 ARTE ACADÊMICA NO BRASIL............................................................................. 239
17 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS............................................................................. 252
18 CONSIDERAÇÕES................................................................................................. 253
19 E-REFERÊNCIAS................................................................................................... 253
20 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................... 260
21 REFERÊNCIAS VIDEOGRÁFICAS........................................................................... 260

Unidade  4 – BRASIL: DO MODERNISMO À DÉCADA DE 1950


1 OBJETIVOS........................................................................................................... 261
2 CONTEÚDOS........................................................................................................ 261
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE..................................................... 262
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE................................................................................... 266
5 CONTEXTO HISTÓRICO........................................................................................ 267
6 A CHEGADA DO MODERNISMO AO BRASIL......................................................... 272
7 A EXPOSIÇÃO DE ANITA MALFATTI...................................................................... 274
8 A SEMANA DE ARTE MODERNA DE 1922............................................................ 276
9 ARTISTAS DA PRIMEIRA GERAÇÃO MODERNISTA............................................... 280
10 AS DÉCADAS DE 1930, 1940 E INÍCIO DA DÉCADA DE 1950................................ 299
11 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS............................................................................. 315
12 CONSIDERAÇÕES................................................................................................. 316
13 E-REFERÊNCIAS................................................................................................... 316
14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................... 323

Unidade  5 – BRASIL: DA DÉCADA DE 1950 AO ANO 2000


1 OBJETIVOS........................................................................................................... 325
2 CONTEÚDOS........................................................................................................ 326
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE..................................................... 326
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE................................................................................... 329
5 CONTEXTO HISTÓRICO........................................................................................ 330
6 CONCRETISMO E NEOCONCRETISMO................................................................. 342
7 O FINAL DA DÉCADA DE 1970............................................................................. 357
8 DÉCADA DE 1980................................................................................................. 370
9 DÉCADA DE 1990................................................................................................. 376
10 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS............................................................................. 388
11 CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................... 389
12 E-REFERÊNCIAS................................................................................................... 389
13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................... 400
14 REFERÊNCIAS VIDEOGRÁFICAS........................................................................... 401
15 REFERÊNCIAS FONOGRÁFICAS............................................................................ 401
Claretiano - Centro Universitário
EAD
Caderno de
Referência de
Conteúdo

CRC

Ementa––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
A Arte Moderna no pós-Segunda Guerra Mundial: Expressionismo Abstrato nor-
te-americano. Expressionismo Abstrato, Lírico ou Informal na Europa. Hard-edge
e Color-field Painting. Concretismo. O início do Pós-modernismo: Pop Art. Op
Art. Hiper-realismo. Minimalismo. Land Art. Arte Conceitual e Instalações. O Pós-
-modernismo nas décadas de 1970 e 1980: releituras. Transvanguarda e Arte
Povera na Itália. Neo-expressionismo Alemão. Figuração Livre Francesa. Nova
Pintura Britânica. Grafite, pintura e a nova arte norte-americana e mundial. Arte
Brasileira: do movimento moderno ao contemporâneo.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

1. INTRODUÇÃO
Seja bem-vindo ao Caderno de Referência de Conteúdo de
História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira!
Começaremos no final da Segunda Guerra Mundial, momen-
to que teve no Expressionismo Abstrato sua principal vanguarda, e
chegaremos até a contemporaneidade. Depois, partiremos para a
arte brasileira, abordando-a dos seus primórdios ao nosso tempo.
10 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Note, entretanto, que anteriormente utilizamos a expressão


“construir juntos”. Este talvez seja o principal ponto a ser ressalta-
do. Trata-se de “construir” com você, aluno, não apenas conheci-
mento por meio dos conteúdos e estímulos presentes neste mate-
rial didático; mas, especialmente, de lhe fornecer os instrumentos
necessários para a formação da sua própria visão crítica a respeito
dos temas a serem estudados.
Isto, sem dúvida, torna o nosso caminho muito mais insti-
gante e fecundo. Então, mãos à obra!

2. ORIENTAÇÕES PARA ESTUDO

Abordagem Geral
Patrícia Bueno Godoy
Doutora em História

Neste tópico, apresentamos uma visão geral do que será es-


tudado neste Caderno de Referência de Conteúdo. Aqui, você en-
trará em contato com os assuntos principais deste conteúdo de
forma breve e geral e terá a oportunidade de aprofundar essas
questões no estudo de cada unidade. Desse modo, essa Aborda-
gem Geral visa fornecer-lhe o conhecimento básico necessário a
partir do qual você possa construir um referencial teórico com
base sólida – científica e cultural – para que, no futuro exercício
de sua profissão, você a exerça com competência cognitiva, ética e
responsabilidade social.
Vamos lá?
No decorrer desta Abordagem Geral, veremos um breve pa-
norama da história da arte.
Inicialmente, vamos nos dedicar à história da arte moderna
e contemporânea internacional, tratando do Expressionismo Abs-
trato à década de 1990.
© Caderno de Referência de Conteúdo 11

Posteriormente, abordaremos a história da arte brasileira,


desde seus primórdios até a atualidade.
Iniciemos, então, nossa visita a esse incrível universo das
imagens criadas pelo homem!

História da arte moderna e contemporânea internacional


Após a Segunda Guerra, a Europa deixa de ser o centro da
cultura artística moderna e surge um novo centro, a cidade de
Nova York, enquanto a cidade de Paris permanece em um posto
secundário.
A cultura artística americana, que vinha se desenvolvendo
desde o final do século 19, adquiriu uma imagem mais otimista e
progressista. Grandes coleções são criadas por homens da indús-
tria, o que futuramente se transformariam em fundações, galerias
e museus. Em pouco tempo, a próspera economia americana fun-
dou os maiores museus do mundo, criou escolas de arte e incenti-
vou a proliferação da cultura artística.
Ao longo do século 20, emigram para os Estados Unidos
muitos intelectuais europeus, sobretudo, após o início da Segunda
Guerra. Esse fluxo propõe a convivência de concepções conserva-
doras europeias com as tendências modernas locais. Vemos des-
pontar as tendências não figurativas.
O Expressionismo Abstrato é um estilo de pintura, iniciado
em Nova York, logo após a Segunda Guerra Mundial. Nasceu nos
anos 1940 em reação à ansiedade criada pela era nuclear e pela
Guerra Fria que dela resultou.
O Expressionismo Abstrato permaneceu em evidência por
mais de uma década. Caracterizou-se pelo uso de cores violentas
e pela aglutinação de tintas sobre o espaço pictórico por meio de
sucessivos gestos frenéticos.

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12 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Nesta arte, dois nomes se destacam: Arshile Gorky (1904-


1948) e Jackson Pollock (1912-1956).
A obra de Gorky, pioneiro do Expressionismo Abstrato, apre-
senta a influência das formas biomórficas de Miró e as cores vi-
brantes de Kandinsky. A morte ocorrida no ano de 1948 certamen-
te o impediu de garantir o total reconhecimento de sua arte.
Já Jackson Pollock criou uma técnica totalmente revolucio-
nária de pintar uma tela. Rompeu com a tradição de se aplicar a
tinta com o pincel e entornou as cores sobre a tela num resultado
que só pode ser observado a partir de um pequeno detalhe de sua
obra. Para Pollock, a tinta deixa de ser passivamente manipulada
pelo artista. Passa a ser uma substância cheia de energia acumula-
da à espera do artista que a libertará lançando-a sobre o suporte.
O resultado obtido é uma superfície viva, geralmente telas com
grandes dimensões sobre as quais o pintor não pintou apenas com
os braços, mas com todo o seu corpo.
A este estilo de pintura o termo Pintura Gestual ou Action
Painting exprime melhor sua essência do que o termo Expressio-
nismo Abstrato.
A obra de Willem De Kooning (1904-1997) geralmente apre-
senta um tema reconhecível. Amigo íntimo de Gorky, ele mantém
uma ligação, mesmo que distante com o mundo figurativo. Mas,
aqui, a figuração é envolvida por pinceladas enérgicas e selvagens.
Com Mark Rothko (1903-1973), toda a agressividade é do-
mada. Seus quadros transmitem a calma contemplativa de um ar-
tista totalmente introspectivo. É característica da sua obra o uso
de pouca tinta, deixando transparecer a textura da tela.
Pollock, Gorky, De Kooning e Rothko, como outros artistas
americanos fundaram um movimento que teve projeção interna-
cional, especialmente, na Europa.
© Caderno de Referência de Conteúdo 13

Na França, um artista se destaca. Jean Dubuffet (1901-1985)


foi totalmente original. Na maturidade, inspirou-se na arte das
crianças e dos doentes mentais criando a arte bruta. Suas figuras
são duras e cruas, criadas a partir da aplicação de densas camadas
de tinta, dando à superfície um aspecto opaco e áspero.
Logo no início da década de 1950, a pintura gestual vai per-
dendo gradativamente sua força. O próprio Pollock a abandona em
1953. Surge, então, a Pintura em Campo de Cor, um estilo criado
por um grupo de artistas americanos que havia praticado anterior-
mente a pintura gestual.
Na Pintura em Campo de Cor, a tela é manchada com cores
totalmente transparentes.
O pintor Morris Louis (1912-1962) é um dos maiores repre-
sentantes dessa pintura encantadora, feita com sucessivas velatu-
ras isentas da marca do pincel, cores que escorrem tranquilamen-
te pela tela.
Em seguida, vemos despontar outro estilo de grande impor-
tância internacional.
A Pop Arte iniciou-se em Londres, na Inglaterra, no início da
década de 1950, mas teve seu ápice nos Estados Unidos. Baseou-
-se sempre nas imagens dos meios de comunicação americanos,
aquelas que bombardearam o mundo todo após o término da Se-
gunda Guerra Mundial.
A matéria-prima do artista pop é, portanto, a cultura comer-
cial.
Jasper Johns (1930) foi pioneiro da Pop Arte na América.
Uma das obras mais emblemáticas desse artista é Três bandeiras.
A bandeira americana aparece repetida três vezes na superfície da
tela em um esquema de perspectiva invertida.
Roy Lichtenstein (1923-1997) usou as imagens das histórias
em quadrinhos, trazendo os temas da violência e do amor para
seus quadros. Para produzir suas telas, o artista utilizava-se de có-

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14 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

pias muito ampliadas de imagens retiradas das histórias em qua-


drinhos, colocando em evidência os contornos negros e os pon-
tos coloridos da impressão no papel de baixa qualidade. O que
Lichtenstein realizou não foi meramente uma cópia, mas sim uma
interpretação, já que o artista teve de fazer uma série de ajustes
para recriar a imagem do quadrinho em telas de grandes dimen-
sões.
Não podemos deixar de citar a obra de Andy Warhol (1930-
1987). O artista retira dos meios de comunicação de massa as ima-
gens que já foram "consumidas" pelo público. Por isso, geralmente
surgem com uma aparência desgastada pelo excesso de uso pelos
meios de comunicação, pelas repetidas vezes que foi apresentada,
agora, está gasta, porque já foi notícia e já faz parte do inconscien-
te coletivo.
Ao mesmo tempo que a Pop Arte, desenvolveu-se a Op Arte,
um movimento que debruçou-se numa intensa pesquisa visual.
Logo no início da década de 1950, lentamente se esboça a
Op Arte, um movimento que se preocupa com o processo físico e
psicológico da visão. Concentra-se especialmente nas ilusões de
óptica e em obras essencialmente não figurativas.
O principal teorizador desse movimento abstrato foi o hún-
garo Victor Vasarely (1908-1997). Sua obra depende dos efeitos da
luz e do movimento, instigando o espectador a mover-se, aproxi-
mando-se ou afastando-se da obra, numa dinâmica integração que
o leva à sensação de que o quadro parece se mover no espaço.
Alguns artistas da Pop Arte consideraram o espaço da tela
demasiadamente restrito para sua obra. Necessitam de mais espa-
ço e sua obra começa a se estender para todo o ambiente físico que
os rodeia. Assim, objetos tridimensionais são introduzidos dentro
ou fora da tela. Objetos dos mais variados são usados reunindo no
mesmo contexto a pintura, a escultura, a colagem e a encenação
teatral. Surgem, então, as assemblages e as instalações.
© Caderno de Referência de Conteúdo 15

Robert Rauschemberg (1925-2008) foi o pioneiro dessa nova


concepção de arte. Suas assemblages são combinações de mate-
riais muito diferentes. Sobre a tela ele imprime borrões e suas co-
res não têm brilho, apenas ligam os materiais.
Algumas de suas obras ocupam o espaço arquitetural e, para
sua realização, utilizou-se de um emaranhado de materiais que
vão ativar esse espaço.
A Arte Conceitual surgiu nos anos de 1960 a partir dos Hap-
penings (acontecimentos) organizados por Alan Kaprow (1927-
2006). No Happening, o próprio acontecimento torna-se arte. É
o rompimento com toda e qualquer definição de arte até então
existente.
Aqui, a arte não mais reside no campo da execução, mas sim
no campo da imaginação.
O processo criativo dispensa o público e a galeria de arte,
ele apenas quer ser registrado, para isso, vale-se, por exemplo, da
fotografia, do cinema ou do vídeo.
Na década de 1970, o Modernismo entra em crise. Começa
a surgir uma variedade imensa de estilos que refletem a preocupa-
ção individual do artista.
Já a década de 1980 caracteriza-se pelo reaparecimento de
muitos centros artísticos por toda a Europa e América, todos com
um caráter bastante tradicional. A herança artística recebida até
então é incrivelmente rica, no entanto, ainda não é suficiente para
que esses artistas tirem suas conclusões.
A arte da década de 1980 tem sido chamada por alguns de
Pós-moderna, termo duvidoso já que a modernidade nunca pode
ser ultrapassada, e se isso ocorrer, simplesmente significa que é
uma arte contemporânea.
O pintor italiano Francesco Clemente (1952) é um desses ar-
tistas que retoma o trabalho figurativo. Ele se fecha em si mesmo

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16 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

e cria imagens instigantes, fazendo o espectador oscilar entre o


fascínio e a repulsa, sempre prendendo a atenção.
Ao contrário de Clemente, o artista alemão Anselm Kiefer
(1945) não explora os estados de espírito pessoais, ele levanta
questões de ordem moral colocadas pelo Nazismo. Sua obra revi-
sita os horrores causados pela Segunda Guerra, criando paisagens
em tons terrosos e negro, cores aplicadas em pinceladas ágeis e
irregulares.
Após vermos, resumidamente, os principais movimentos ar-
tísticos, no contexto internacional, dos últimos 60 anos, tratare-
mos a seguir da história da arte brasileira. Acompanhe.

História da arte brasileira


Nesse tópico percorreremos rapidamente os caminhos tri-
lhados pela história da arte brasileira desde o período pré-cabrali-
no até o final do século 20.
Chamamos de período pré-cabralino aquele anterior à che-
gada de Cabral, pois mesmo antes da colonização fazia-se arte no
Brasil. Em nossos museus estão armazenados artefatos de altís-
simo nível técnico e artístico realizados pelos nossos indígenas.
Além dos artefatos, encontramos pelo país os sambaquis e a arte
rupestre.
Para a história da arte, os exemplos mais impressionantes da
arte pré-cabralina são aqueles produzidos pelos índios que habita-
ram a região norte do país.
No Amazonas, grupos que habitaram Santarém e a Ilha de
Marajó realizaram enfeites com penas, palha, madeira, pedras e
cerâmica.
Além disso, realizaram padrões decorativos que contam um
pouco da sua mitologia, tais como:
1) estatuetas em pedra e osso;
2) adornos;
© Caderno de Referência de Conteúdo 17

3) tangas em cerâmica;
4) pratos e tigelas;
5) bancos em cerâmica, entre outros utensílios.
Misteriosamente, essas culturas desapareceram antes mes-
mo da colonização portuguesa.
Com a chegada de Cabral, em 1500, iniciou-se a colonização
e, consequentemente, fez-se muito mais arte.
Damos o nome de Arte Colonial àquela realizada entre os
séculos 16 e 19, ou seja, desde a chegada dos primeiros jesuítas
até as primeiras décadas do século 19, com a independência do
Brasil, em 1822.
Veremos desse período a arte primitiva ou ingênua e a arte
barroca.
Nesse período, o Brasil viu florescer em seu território uma
intensa atividade artística que era realizada por padres e irmãos
leigos, sob a orientação das diferentes ordens religiosas.
Na pintura, esses artistas, que eram dotados muito mais de
fé do que de talento, trabalhavam com a temática religiosa para
glorificar a Deus e a Igreja. Eventualmente faziam também retratos
e alguma paisagem.
Podemos chamar essa manifestação de "pintura primitiva”.
Um bom exemplo dessa pintura é aquela executada por Mi-
guelzinho Dutra (1810-1875), um dos últimos expoentes dessa
arte ainda em vigor nas primeiras décadas do século 19.
Miguelzinho Dutra, artista nascido na cidade de Itu, no inte-
rior de São Paulo, foi pintor, arquiteto, ourives, escultor e músico.
Autodidata, realizou uma pintura espontânea de rara qualidade,
trabalhando com o Padre Jesuíno de Monte Carmelo (1764-1819)
na decoração de igrejas, como a Igreja Matriz de Nossa Senhora da
Candelária, em Itu.

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18 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Nos primeiros séculos do Brasil colonial, recebemos diver-


sos artistas estrangeiros que lançaram um olhar particular sobre o
nosso povo e a nossa exuberante natureza.
Sob o domínio holandês, no século 17, dois importantes
pintores retrataram nosso país: Frans Post (1612-1680) e Albert
Eckhout (1610?-1665).
Vindos ao Brasil a convite da companhia de Maurício de Nas-
sau, esses dois pintores holandeses permaneceram cerca de sete
anos na cidade de Recife.
Coube a Eckhout retratar os habitantes, a fauna e a flora bra-
sileira. Ele realizou uma pintura étnica retratando o índio, o mulato
e incríveis naturezas-mortas, que imprimiam as características das
nossas frutas, raízes e flores.
Já Post ocupou-se da representação da nossa exuberante na-
tureza em belas paisagens, numa pintura encantadora, cheia de
originalidade.
Já no século 18, verificamos um período de incrível flores-
cimento da arte barroca brasileira. Florescimento este um tanto
tardio, já que a explosão da arte barroca na Europa havia ocorrido
no século 17.
No Brasil, o vocabulário barroco é absorvido pela arquitetu-
ra, arte decorativa, escultura e pintura.
Um dos maiores representantes é, sem dúvida, Antônio Fran-
cisco Lisboa, o Aleijadinho (1730-1814), atuante em Minas Gerais.
Aleijadinho foi arquiteto, artista decorador, pintor e escultor.
Entre suas obras está o incrível conjunto dos Doze profetas, es-
culpidos em pedra sabão e concluídos em 1808. Esse conjunto de
esculturas foi realizado no Santuário de Bom Jesus de Matosinhos,
na cidade de Congonhas do Campo em Minas Gerais.
Já o conjunto da igreja de São Francisco de Assis, em Ouro
Preto, é a obra-prima do barroco brasileiro, também de autoria de
Aleijadinho, que a projetou e a adornou.
© Caderno de Referência de Conteúdo 19

Apenas as pinturas ali executadas pertencem a Manuel da


Costa Ataíde, como o teto em perspectiva, representando Nossa
Senhora cercada de anjos músicos.
O Barroco brasileiro caracterizou-se pela absorção dos an-
seios do povo, de certa forma, muito mais do que da classe do-
minante que patrocinaria a edificação das grandes obras. A mão-
-de-obra local, quase sempre negra ou mulata, daria um caráter
peculiar às feições de suas figuras humanas, uma aparência primi-
tiva e um colorido característico.
Como vimos, o período barroco vai se atenuando gradativa-
mente ao entrarmos no século 19.
Em 1816, sob a liderança de Joachin Lebreton, chega ao Rio
de Janeiro a Missão Artística Francesa.
Embora não tivesse sido convidada pela Corte Portuguesa,
sua finalidade era a de organizar o ensino das artes e dos ofícios
no país. Provavelmente, a vinda desse grupo ao país deveu-se à
procura de refúgio político.
Então, criou-se em 13 de agosto de 1816 a Escola Real das
Ciências, Artes e Ofícios. A partir desse momento, a instituição foi
rebatizada diversas vezes.
Certamente, o pintor Jean-Baptiste Debret (1768-1848) foi o
grande nome da missão. Permaneceu na Escola até 1831, antes de
retornar à França, até ver concretizados todos os seus planos para
o ensino artístico no Brasil. Devemos a Debret a primeira exposi-
ção pública de arte realizada no Brasil, em 1929, na então Acade-
mia Imperial das Belas Artes.
As seis décadas de existência da Academia foram de grande
importância para a difusão da cultura artística no Brasil. Formou
tecnicamente gerações de escultores, arquitetos e gravadores.
Graças aos talentosos professores que ali lecionaram, a Academia
formou excelentes pintores, tais como:

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20 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

1) Manuel Araújo Porto-Alegre (1806-1879).


2) João Zeferino da Costa (1840-1915).
3) Vítor Meireles de Lima (1832-1903).
4) Agostinho José da Mota (1824-1878).
5) Pedro Américo de Figueiredo e Melo (1843-1905), entre
outros.
A Academia Imperial de Belas Artes funcionou até 1889,
quando passou a se chamar Escola Nacional de Belas Artes.
No final do século 19 e início do século 20, encontramos ex-
celentes pintores paisagistas atuantes em todo o Brasil. Pintores
que anteriormente tiveram uma experiência dentro da Academia
Imperial de Belas Artes ou da Escola Nacional de Belas Artes, aban-
donaram o estudo exaustivo dentro dos ateliês e lançaram-se dian-
te da exuberante natureza brasileira para livres interpretações.
No Rio de Janeiro, em torno de George Grimm (1846-1887),
artistas resolveram seguir as novas orientações do pintor alemão.
Instalado no Brasil desde 1878, Grimm apresenta em 1882 uma
grande exposição com pinturas e aquarelas de paisagens de dife-
rentes locais por onde passara. A exposição foi um sucesso. Todas
as paisagens haviam sido pintadas ao natural, feitas no campo,
algo inédito no Brasil.
Essa postura moderna para a época fez surgir o Grupo
Grimm, formado pelo pintor alemão e por ex-alunos da Acade-
mia que a abandonaram para seguir o novo mestre, entre eles es-
tão: Antonio Parreiras (1869-1937) e Giovanni Batista Castagneto
(1951-1900).
A contribuição de Grimm foi imensa, influenciando toda a
história da pintura de paisagem brasileira do final do século 19 à
primeira metade do século 20.
Como vimos, no final do século 19, os artistas voltavam-se
para uma interpretação da paisagem brasileira. Na arquitetura e
na pintura, artistas já buscavam formas de se criar um estilo brasi-
leiro utilizando temáticas regionais, da flora e da fauna.
© Caderno de Referência de Conteúdo 21

Não é por acaso que os artistas do primeiro modernismo


admiravam a pintura regionalista de Almeida Júnior (1850-1899).
Nos últimos anos, anteriores a sua morte em 1899, o pintor utili-
zava como modelos para sua pintura “gente do povo”, pessoas que
conhecia pessoalmente, habitantes da sua terra natal, a cidade de
Itu no interior do Estado de São Paulo. Na tela, imprimia um realis-
mo íntimo, de cores claras e de luminosidade abundante.
A pintura que se seguiu, entre as décadas de 1910 e 1930,
é chamada de pintura modernista. Sua principal característica é o
afastamento dos cânones tradicionais da arte, realizada com liber-
dade, sem medo de deformar ou estilizar a figura.
A consagração dessa orientação ocorrerá na Semana de Arte
Moderna de 1922, organizada na capital paulista por diversos ar-
tistas que se agruparam nas salas do Teatro Municipal de São Pau-
lo, apresentando a pintura, o desenho, os projetos arquitetônicos,
a música e a poesia.
O primeiro pintor modernista a realizar uma exposição foi
o lituano Lasar Segall (1891-1857). No ano de 1913, suas obras
foram apresentadas em duas exposições, uma na cidade de São
Paulo e a outra no interior do Estado, na cidade de Campinas.
A segunda exposição de arte não tradicional foi realizada em
1917, pela pintora Anita Malfatti. Suas obras chamaram a atenção,
sobretudo a de Monteiro Lobato, que redigiu um artigo feroz que
abalou Anita, que, de certa forma, contribuiu para a organização
do grupo que lançaria a Semana de Arte Moderna de 1922.
Com o objetivo de mostrar ao público paulista o que havia
de mais atual, reuniram-se artistas plásticos, arquitetos, músicos
e escritores no Teatro Municipal de São Paulo. Foram três dias de
intensa agitação cultural. Além de Anita Malfatti, participaram ar-
tistas como Di Cavalcanti, Vitor Brecheret, John Graz e Vicente do
Rego Monteiro, entre tantos outros.

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22 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

No Rio de Janeiro da década de 1920, as artes visuais con-


tavam com a presença modernista de Ismael Nery (1900-1934) e
Cícero Dias (1908-2003).
A partir da década de 1930, a arte brasileira toma outros ru-
mos. Surgem agrupamentos, os mais diversos, em torno de socie-
dades, associações e sindicatos. São criados grandes museus como:
• Museu de Arte de São Paulo, o MASP, em 1947.
• Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, 1948.
• Museu de Arte Moderna de São Paulo, 1948.
É criada a Bienal de São Paulo, em 1951, exposição interna-
cional que colocou a arte brasileira em contato direto com a arte
internacional.
Durante a década de 1950, manifestou-se na arte brasileira o
Concretismo. Esse movimento que partiu da Suíça caracterizou-se
por uma expressão anti-sensual e anti-sentimental, distanciando
dos elementos fornecidos pela natureza e aproximando dos ele-
mentos abstratos. Essa nova estética já aparece assimilada por al-
guns brasileiros na I Bienal de São Paulo em 1951. Ivan Serpa foi
um dos participantes da Bienal e obteve inclusive uma premiação.
Da experiência com o Concretismo surgiu no Rio de Janeiro,
no final da década de 1959, outro movimento, o Neoconcretismo.
Sua duração foi breve. Não se limitou apenas ao âmbito das artes
visuais e se estendeu para a literatura.
A artista Lígia Clark (1920-1988) está entre seus participan-
tes. Notável é a série Bichos, pesquisa que manterá até 1964. Tra-
tam-se de construções metálicas, com planos geométricos ligados
entre si por dobradiças que podem ser manipulados pelo espec-
tador.
Nas décadas seguintes, a arte brasileira cada vez mais dialo-
gou com a arte internacional, recebendo diversas influências; da
arte pop brasileira, com Cláudio Tozzi, à obra conceitual de Cildo
Meireles. Artista que transita entre a produção neoconcretista, in-
© Caderno de Referência de Conteúdo 23

fluenciado pela Arte Conceitual, as instalações e as performances.


Mais recentemente, observamos a obra de Nuno Ramos (1960),
escritor, músico e cineasta. Como artista plástico trabalha, sobre-
tudo, com o tridimensional, seja em assemblages, seja em grandes
instalações.
Chegamos ao final dessa Abordagem Geral. Esperamos que
tenham gostado dessa rápida viagem pela história da arte.
Bons estudos!

Glossário de Conceitos
O Glossário de Conceitos permite a você uma consulta rá-
pida e precisa das definições conceituais, possibilitando-lhe um
bom domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de
conhecimento dos temas tratados neste Caderno de Referência de
Conteúdo. Veja, a seguir, a definição dos principais conceitos:
1) Academia Julien: fundada em Paris em 1868, funcionou
como uma espécie de alternativa à École des Beaux-Arts
(a Academia Francesa), sendo mais aberta a manifesta-
ções artísticas vanguardistas. Por ela passaram, espe-
cialmente no final do século 19 e início do século 20,
diversos dos mais importantes nomes da Arte Moderna
internacional.
2) Academicismo: é o tipo de arte que, especialmente
até o início do século 20, costumava seguir os padrões
e regras clássicos difundidos pelas academias de arte
de todo o mundo ocidental. Tais padrões (e mesmo o
termo Academicismo) começaram a se cristalizar com a
fundação em 1635 da Academia Francesa de Belas Ar-
tes, que serviu de modelo para a maioria das academias
de arte ao redor do mundo. Nesse sentido, opõe-se o
termo Academicismo à arte que tem um teor mais van-
guardista.
3) Aiatolá: é o mais alto título concedido a um islamita xiita
“doutor” em religião.
4) Alferes: patente militar inferior a tenente.

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24 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

5) Antroposofia: assim como a Teosofia, é um corpo dou-


trinário que mistura filosofia, religião e ciência. Nasceu
com a fundação, por Rudolf Steiner (1861-1925), da So-
ciedade Antroposófica em 1912. A Antroposofia diferen-
cia-se da Teosofia, entre outros aspectos, por se basear
mais nas religiões e no esoterismo ocidentais do que no
hindu e budista, bem como por enfatizar mais o desen-
volvimento dos impulsos artísticos.
6) Art Deco: estilo de arte e design que floresceu nas déca-
das de 1920 e 1930. Além de trabalhar com os concei-
tos e materiais oriundos do Modernismo e da moderna
sociedade industrial, inspirou-se, especialmente no que
concerne à ornamentação, em épocas antigas e culturas
distantes como a pré-colombiana, a africana e a egípcia.
7) Arte sacra: é a arte de temática religiosa destinada ao
culto, como, por exemplo, as imagens de santos nas igre-
jas.
8) Aquarela: é uma técnica de pintura que emprega pig-
mentos ligados com goma e diluídos em água. A tinta é
aplicada em camadas transparentes sobre papel e, me-
nos frequentemente, sobre outros suportes.
9) Bode expiatório: o personagem que paga pelos outros
com o próprio sacrifício. Tal termo tem origem na Grécia
Antiga, nos rituais em que havia o sacrifício de animais,
bodes, por exemplo, aos deuses, para que o animal “ex-
piasse” pelas faltas dos humanos, como se de certa for-
ma pagasse por elas com seu sacrifício.
10) Bossa Nova: estilo musical surgido no final da década
de 1950, liderado especialmente por jovens intelectua-
lizados da elite carioca, misturou a força do samba ao
intimismo e sofisticação do jazz. Entre seus grandes no-
mes podemos citar Tom Jobim, Vinícius de Moraes, João
Gilberto, Johnny Alf, Dic Farney, Carlos Lyra, Roberto Me-
nescal, Nara Leão, Ronaldo Bôscoli, Marcos Valle, entre
outros.
11) Brasília: foi talvez até mais do que a indústria automobi-
lística, o símbolo máximo do desenvolvimento brasileiro
sob os anos JK. Não apenas por ser, a rigor, uma cidade
© Caderno de Referência de Conteúdo 25

grande totalmente planejada e construída no meio do


nada, em tempo recorde, sob as mais modernas técni-
cas e estéticas, mas também por ser a materialização do
sonho brasileiro de um país dando certo.
12) Bug do milênio: foi um problema em sistemas informa-
tizados que deveria afetá-los na passagem de 1999 para
o ano 2000. A palavra bug designa uma espécie de erro
em informática, e no caso do bug do milênio, referia-se
à possibilidade de que, devido a seu sistema binário, os
computadores “entendessem” ter passado do ano 1999
para 1900, e não 2000. Temeu-se muito por uma “pane”
geral (já que o mundo hoje depende em grande medida
da informática), mas houve a preparação necessária e o
impacto foi bastante minimizado.
13) Canibalismo ou antropofagia: era costume de algumas
tribos brasileiras quando os portugueses chegaram por
aqui, sendo mantido por bastante tempo até ser pratica-
mente destruído com o contato com o homem branco.
Consistia em membros de uma tribo comendo a carne
de membros de outra tribo, derrotados em luta ou cap-
turados. Os índios acreditavam que, ingerindo a carne
de um inimigo, passavam a dispor de suas qualidades,
tais como bravura, força e honradez, por exemplo.
14) Capitanias Hereditárias: o sistema de Capitanias Heredi-
tárias foi aquele segundo o qual a coroa portuguesa di-
vidiu suas terras na América (o território a leste da linha
do Tratado de Tordesilhas) em enormes faixas territo-
riais, praticamente doando tais terras a grandes senho-
res portugueses. Estes, em contrapartida, teriam como
responsabilidade colonizar e administrar as terras rece-
bidas, repassando grande parte dos possíveis lucros à
Coroa Portuguesa. O sistema de Capitanias Hereditárias
dá uma mostra de como o Brasil, desde o seu “descobri-
mento”, sempre foi tratado como propriedade e “quin-
tal” de poucos senhores, o que explica a piada popular
que diz que "no Brasil, a desigualdade existe desde as
Capitanias Hereditárias".
15) Caravela: foi um tipo de embarcação à vela inventada
pelos portugueses no século 15 e utilizada por estes e

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26 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

pelos espanhóis durante a época dos grandes descobri-


mentos.
16) Cerâmica: é a atividade de produção de artefatos por
meio de argilas, que umedecidas são modeladas, com
ou sem o auxílio de máquinas ou moldes e, posterior-
mente, depois de uma primeira secagem, submetidas a
altas temperaturas.
17) Cerâmica marajoara: peças de cerâmica realizadas por
índios da Ilha de Marajó, no Pará. São famosas pela qua-
lidade da sua realização e pelos ricos motivos decorati-
vos, geralmente geométricos.
18) Colonização de Exploração: é o nome que se dá ao pro-
cesso de colonização da América baseado na monocul-
tura (no caso brasileiro, de cana, por exemplo), na escra-
vidão e em nenhuma autonomia política ou econômica
para a colônia. Foi o modelo de colonização do Brasil.
Um outro modelo foi a Colonização de Ocupação, que
ocorreu por exemplo na América do Norte – o que per-
mitiu desde cedo certa autonomia às colônias e um de-
senvolvimento econômico e político muito maior.
19) Corolário: “[...] 1 Afirmação deduzida de uma verda-
de já demonstrada. 2 Conseqüência. 3 Mat Teorema
que se deduz com muita facilidade de outro prece-
dente” (disponível em: <http://michaelis.uol.com.br/
moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-
portugues&palavra=corol%E1rio>. Acesso em: 39 abr.
2009).
20) Crimeia: é uma península que fica no sul da Ucrânia, na
costa do Mar Negro. Sempre foi uma região muito dis-
putada devido à sua localização estratégica. Hoje, tem
certa autonomia política, mas faz parte da Ucrânia.
21) Début: início, estreia.
22) Distensão: afrouxamento das tensões políticas.
23) Engenhos: eram os locais destinados à produção do açú-
car. Ficavam nas grandes fazendas onde se plantava a
cana e eram compostos por equipamentos que moíam a
cana, ferviam o líquido transformando-o em “melado” e
processavam-no até tornar-se açúcar. Próximas ao enge-
© Caderno de Referência de Conteúdo 27

nho ficavam também a casa-grande, na qual habitavam


os senhores de engenho (donos das fazendas) e suas fa-
mílias, e as senzalas, nas quais dormiam os escravos.
24) Entalhe: é o ato de esculpir uma obra em madeira ou
outro material. Por isto a palavra também é muito usa-
da para designar as esculturas ou relevos realizados em
madeira ou outros materiais.
25) Exílio: obrigatoriedade de abandono do país.
26) Expedição Langsdorff: expedição chefiada pelo barão
alemão Georg Heinrich von Langsdorff (1774-1852), que
visava registrar aspectos da sociedade e da natureza do
Brasil. Ocorreu na década de 1820 e teve forte apoio do
governo brasileiro, em parceria com o governo russo.
27) Exposições Gerais de Belas Artes: foram mostras perió-
dicas promovidas pela Escola Nacional de Belas Artes
desde 1840, quando a instituição ainda tinha o nome de
Academia Imperial de Belas Artes. Mostravam especial-
mente trabalhos de alunos, ex-alunos e professores da
Academia. Já em 1934, a Exposição Geral de Belas Artes
passou a ser chamada de Salão Nacional de Belas Artes.
28) Feitorias portuguesas: eram pontos em terra, fora do
território português, de onde eram expedidas merca-
dorias para Portugal. Havia por exemplo, na época do
apogeu do Império Português, feitorias portuguesas no
Brasil, na África e nas Índias.
29) Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP): é uma
instituição paulista de ensino superior. Atualmente,
agrega diversos cursos e faculdades, mas entre eles o
que sempre se destacou realmente foi o de Artes Plásti-
cas, do qual saíram desde a década de 1970 alguns dos
mais importantes nomes da arte contemporânea brasi-
leira.
30) Guerra dos Farrapos ou Revolução Farroupilha: ocorreu
de 1835 a 1845, no Rio Grande do Sul. Foi um movimen-
to republicano que acabou se tornando separatista. A
motivação inicial foi a grande centralização política do
país no poder imperial central e a pouca autonomia das
províncias (que hoje chamaríamos de Estados).

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28 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

31) Guerrilhas Mujahedin: foram o braço armado das forças


islâmicas que enfrentaram os soviéticos no Afeganistão.
Defendiam um poder que unisse religião e política (re-
lativamente similar ao que vigora no Irã desde 1979),
enquanto os soviéticos defendiam um estado laico (se-
parado da religião) e socialista, o que evidentemente
condizia com seus interesses geopolíticos na Ásia Cen-
tral. A palavra “Mujahedin” designa os guerreiros que
lutam pela causa religiosa islâmica.
32) Grupo dos Cinco: foi uma espécie de “clube” formado
por aqueles que representavam o “núcleo duro” do mo-
dernismo paulista. Teve início quando Tarsila do Amaral
chegou de Paris, em 1922, e foi apresentada a Mário de
Andrade, Oswald de Andrade e Menotti del Picchia por
Anita Malfatti. No grupo, misturavam-se a amizade e o
clima intelectual que resultaria em toda a renovação ar-
tística por eles representada no Brasil.
33) Guerra do Paraguai: foi movida por uma aliança forma-
da por Brasil, Argentina e Uruguai contra o Paraguai, en-
tão com pretensões expansionistas que desagradavam
geopoliticamente os países da chamada Tríplice Aliança.
A guerra durou de 1864 a 1870 e foi fortemente apoia-
da pelos ingleses, com grandes interesses econômicos
na América do Sul. O Paraguai foi não apenas derrotado
como completamente esmagado na guerra, demorando
décadas para se reerguer, se é que o tenha conseguido.
34) Happenings: que podem ser traduzidos para o portu-
guês como “acontecimentos”, são manifestações artísti-
cas comuns especialmente nas décadas de 1960 e 1970.
Nelas, misturam-se elementos próprios de diversas ar-
tes, como a música, as artes plásticas e as artes cênicas,
em eventos mais ou menos improvisados que também
contam com a participação do público.
35) Igreja da Candelária: é talvez a mais importante do Rio
de Janeiro. Com projeto iniciado no século 18, foi am-
pliada e reformada até o final do século 19, constituindo
um belo exemplo de arquitetura eclética (que mistura
vários estilos) no Brasil.
© Caderno de Referência de Conteúdo 29

36) Iluminismo: é o nome dado a um vasto conjunto de


obras, escritos e correntes filosóficas do século 18 que
defendiam a Razão como principal instrumento de pro-
gresso da humanidade. Entre alguns dos grandes filó-
sofos iluministas estiveram os franceses Jean-Jacques
Rousseau, Montesquieu, Voltaire e Denis Diderot, entre
outros.
37) Impeachment: (palavra inglesa que pode ser traduzida
como “impedimento”) é o nome que se dá à impugna-
ção de um cargo político do poder executivo.
38) Jesuítas: são os religiosos da Companhia de Jesus, or-
dem criada durante a Contrarreforma, no século 16. Ti-
nha como principais objetivos conseguir adeptos para o
Catolicismo nas regiões recém-descobertas nas grandes
navegações e a “luta” pela Igreja Católica em todos os
campos. Os jesuítas eram conhecidos como os “soldados
da igreja”.
39) Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo: fundado em 1873,
é uma das mais respeitadas instituições de ensino técni-
co do Brasil. Atualmente, o Liceu dedica-se mais às áreas
ligadas à tecnologia, porém foi responsável, até meados
do século 20, pela formação de muitos dos maiores ar-
tistas que passaram por São Paulo.
40) Mártir: “[...] 1 Pessoa que sofreu tormentos ou a morte,
pela fé cristã. 2 Pessoa que sofre por sustentar as suas
crenças ou as suas opiniões. 3 Pessoa que sofre muito.
4 Pessoa que é vítima de maus tratos. M. do Calvário:
Jesus Cristo” (disponível em: <http://michaelis.uol.com.
br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-
-portugues&palavra=m%E1rtir>. Acesso em: 23 mar.
2011).
41) Mecenas: é um protetor e patrocinador das artes.
42) Metafísica: “[...] 1 Ciência do supra-sensível. 2 Parte da
Filosofia que estuda a essência dos seres. 3 Inventário
sistemático de todos os conhecimentos provenientes
da razão pura. 4 Conhecimento geral e abstrato. 5 Su-
tileza ou transcendência no discorrer” (disponível em:
<http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/in-

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30 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

dex.php?lingua=portugues-portugues&palavra=metaf%
EDsica>. Acesso em: 23 mar. 2011).
43) Milagre econômico: foi o nome dado ao enorme cres-
cimento pelo qual passou a economia brasileira do final
da década de 1960 a meados da década de 1970. Foi
baseado em uma política do governo militar de grandes
investimentos na indústria, especialmente a de base, e
em infraestrutura, possibilitado pela grande oferta in-
ternacional de crédito. Em meados da década de 1970,
com as dificuldades econômicas internacionais oriundas
das crises do petróleo, o Brasil viu-se em processo de di-
minuição de crescimento e de aumento brutal da dívida
externa.
44) Naïf: é chamada de naïf, e também de “ingênua” ou “pri-
mitiva”, a arte que não tem filiação histórica (no sentido
de que não segue uma escola determinada), e muitas
vezes não utiliza de forma “correta” (aquela aprendida
nas escolas de arte) a perspectiva, o desenho ou as co-
res, o que não diminui a originalidade ou a qualidade
estética das obras. O Brasil possui uma grande quanti-
dade de artistas naïf talentosos e a sua aceitação vem
crescendo.
45) Neorealismo: foi um dos mais importantes movimentos
da história do cinema. Formado por diretores italianos
como Roberto Rosselini, Vittorio De Sica e Luchino Vis-
conti, entre outros, começou nos últimos anos da Se-
gunda Guerra Mundial e durou até meados da década
de 1950. O Neorealismo praticava uma estética da sim-
plicidade: filmagens em locações (e não em grandes es-
túdios), orçamentos pequenos, participação de atores
amadores no elenco etc. Com isso, serviu de inspiração
para muitas das cinematografias periféricas, dos países
em desenvolvimento e mesmo dentro da Europa, nos
anos 1950 e 1960. Na temática, o Neorealismo procura-
va abordar o “homem comum”, fugindo das mirabolan-
tes histórias hollywoodianas.
46) OTAN: é a abreviatura de Organização do Tratado do
Atlântico Norte. É uma “liga militar” que foi criada pe-
los EUA e por alguns países da Europa Ocidental no pós-
© Caderno de Referência de Conteúdo 31

-Segunda Guerra Mundial para “proteção” contra as


pretensões expansionistas soviéticas. Do lado do bloco
comunista, uma liga militar semelhante foi criada: o Pac-
to de Varsóvia. Depois do fim da Guerra Fria, a OTAN evi-
dentemente realinhou seus rumos e conta hoje inclusive
com países do ex-bloco comunista europeu.
47) Países bálticos: são os três países do nordeste da Europa
que ficam na costa do Mar Báltico.
48) Parangolé: é uma “escultura móvel” que se traduz em
uma espécie de capa com várias camadas. O nome “es-
cultura móvel” é porque a obra só se mostra em sua ple-
nitude de cores, texturas e materiais quando colocada
em movimento pela pessoa que a veste.
49) Pau-brasil: é uma árvore de madeira avermelhada, uti-
lizada por muito tempo para a obtenção de pigmento
vermelho. Na época do descobrimento do Brasil, ocorria
em abundância na Mata Atlântica, o que acabou dando
nome ao nosso país. No entanto, a extração da planta
foi extremamente predatória, quase exterminando-a do
nosso país.
50) Pedra-sabão: também chamada de “pedra-talco”, é um
tipo de rocha bastante mole e porosa, abundante na
região de Minas Gerais. Matéria-prima celebrizada em
esculturas de Aleijadinho, atualmente é bastante usada
no artesanato.
51) Performance: é uma palavra que designa fenômenos ar-
tísticos bastante análogos aos happenings e diz respeito
à mistura de linguagens, artes cênicas, artes plásticas e
outras, em eventos com ou sem roteiro preestabelecido
que podem ou não contar com a participação do públi-
co. As performances estão entre as manifestações mais
usadas pela arte contemporânea.
52) Pigmaleão: é o mito grego de um escultor (Pigmaleão)
que realizou uma estátua de mulher tão perfeita que se
apaixonou por ela. Afrodite, deusa grega do amor, com-
padeceu-se do seu amor e transformou a estátua em
uma mulher real.

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32 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

53) Pirralho: foi uma revista semanal de crítica, humor e


variedades fundada por Oswald de Andrade em 1911.
Oswald dirigia o semanário e também escrevia crônicas,
muitas vezes em português “macarrônico”, sob o pseu-
dônimo de Annibale Scipione.
54) Pontilhismo: Pontilhismo, Divisionismo ou Neoimpres-
sionismo é o nome que se dá a uma corrente pós-im-
pressionista que buscou conferir às inovações da estéti-
ca impressionista o “caráter científico” do qual esta era
desprovida, algo bem no espírito cientificista da época,
mas que acabou dando importantes resultados artísti-
cos. A técnica pontilhista empregava, para a obtenção
de maior pureza colorística, bem como de vibração lumi-
nosa, o polvilhamento de tinta na tela com pontos iso-
lados, distanciados, regulares e de cores puras. Somente
nos olhos, na contemplação do quadro a uma certa dis-
tância, efetua-se a fusão, a chamada "mistura ótica". Os
“pontinhos” de cor são meros toques minúsculos de tin-
ta de tons complementares. Assim, por exemplo, aqui-
lo que opticamente aparece como verde, é na verdade
constituído por dosagens atentas de pontos amarelos e
azuis. O Neoimpressionismo teve seu "início oficial" na
última exposição impressionista, em 1886, e teve como
seu grande mentor e líder Georges Seurat. Outros im-
portantes nomes desta corrente são Paul Signac e Camil-
le Pissarro.
55) Pompeia: foi uma cidade romana localizada no litoral sul
da Itália, no Golfo de Nápoles. Devido à sua proximidade
com o vulcão Vesúvio foi, junto com a cidade de Her-
culano, completamente destruída por uma erupção no
ano 79 d.C. A lava e as cinzas cobriram completamente
a região e apenas no século 19, ou seja, cerca de 1.700
anos depois, as cidades de Pompeia e Herculano foram
descobertas e reveladas ao mundo por meio de escava-
ções arqueológicas.
56) Praça Roosevelt: construída sobre as pistas da ligação
Leste-Oeste de São Paulo, a Praça Roosevelt é muito ques-
tionada enquanto obra urbanística. Mesmo assim, vem
há alguns anos renascendo como um importante centro
© Caderno de Referência de Conteúdo 33

cultural da cidade de São Paulo, com bares, pequenos tea-


tros e uma grande atividade cultural noturna.
57) Psicodelismo: é uma palavra cunhada para designar o
movimento cultural jovem ocorrido em todo o mun-
do, especialmente nos EUA e na Inglaterra, iniciado em
meados dos anos 1960. Diz respeito tanto às chamadas
drogas psicodélicas (especialmente o LSD), que distor-
cem a percepção sensorial do usuário, quanto à música,
à moda e mesmo às artes gráficas. As raízes inglesas do
Psicodelismo ocorreram na já citada Swinging London,
ou seja, na Londres que vivia uma enorme efervescência
cultural jovem na década de 1960. Nos EUA, o Psicode-
lismo floresceu especialmente a partir da cidade de San
Francisco, sendo uma das raízes que logo formariam o
que se convencionou chamar de “movimento hippie”.
58) Releitura: é uma obra de arte baseada em outra pré-
-existente, com a qual dialoga de inúmeras maneiras.
Trabalha sobre a ideia de um artista reinterpretando te-
mas e até mesmo técnicas já presentes na obra de algum
outro.
59) Retábulo: “[...] 1 Trabalho de arquitetura, de pedra
ou madeira, com lavores na parte posterior do al-
tar, e em que se representa qualquer motivo religio-
so. 2 Painel ou quadro que decora um altar. 3 Pai-
nel” (disponível em: <http://michaelis.uol.com.br/
moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-
-portugues&palavra=ret%E1bulo>. Acesso em: 23 mar.
2011).
60) Revolução Francesa: ocorrida entre 1789 e 1799, foi um
movimento revolucionário movido por uma aliança en-
tre a burguesia e o povo que destituiu a monarquia na
França, dando fim ao que se chama de Antigo Regime.
Trata-se de uma das mais importantes e influentes re-
voluções de toda a história da humanidade, com seus
ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade sendo de-
fendidos e perseguidos até hoje.
61) Salão Revolucionário: foi o “apelido” dado à Exposição
Geral de Belas Artes de 1931. Ele se deveu, em primeiro
lugar, à curadoria modernista de Lúcio Costa, que rom-

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34 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

pia com a tradição acadêmica instaurada desde o século


19; em segundo lugar, à Revolução de 1930, que coloca-
ra Getúlio Vargas no poder.
62) Status quo: é uma expressão latina que significa “o esta-
do em que as coisas se encontram”. Quando se fala em
“status quo social”, por exemplo, fala-se do estado ou
situação social de determinada localidade ou país.
63) Serigrafia: é uma técnica de reprodução de gravura em
que a matriz é uma tela de seda ou náilon que filtra a
tinta nos locais da imagem e nas outras partes a imagem
fica isolada por uma camada de cola.
64) Tártaros: trata-se de um grupo étnico originário da Ásia
Central. Atualmente, vivem não apenas na Tartária (re-
gião da Rússia) como em outros países da Ásia Central.
Há, também, subdivisões étnicas, como os tártaros da
Crimeia, que habitam esta região e têm suas especifici-
dades étnicas.
65) Teatro Municipal de São Paulo: foi projetado por Ramos
de Azevedo, um dos mais importantes arquitetos brasi-
leiros do início do século 20 e talvez o mais atuante em
São Paulo. O projeto atendia à demanda de um grande
teatro para ópera e música erudita na cidade, que ia se
tornando uma das mais importantes do país, mas contava
apenas com o velho Teatro São José. A construção teve
início em 1903 e terminou em 1911 e apresenta um estilo
arquitetônico eclético, com influências neoclássicas, mas
também de outros estilos, como a Art Nouveau.
66) Teatro Municipal do Rio de Janeiro: inaugurado em
1903, é o maior Teatro de Ópera do Brasil. Inspirado na
Ópera de Paris, foi projetado por Francisco de Oliveira
Passos em colaboração com o francês Albert Guilbert.
67) Tratado de Tordesilhas: foi um acordo assinado entre
Portugal e Espanha em 1494, menos de dois anos de-
pois de Cristóvão Colombo ter descoberto a América. O
Tratado “dividia” oficialmente as terras da América entre
Portugal e Espanha, estabelecendo para tal divisão uma
linha imaginária a 1770 km a oeste das ilhas de Cabo
Verde, no Oceano Atlântico. As terras a oeste da linha
© Caderno de Referência de Conteúdo 35

imaginária seriam consideradas posse da Espanha e, as


a leste, posse portuguesa.
68) Tupis: era um dos maiores grupos étnicos dos indíge-
nas brasileiros quando os portugueses chegaram por
aqui. Habitavam, em sua maioria, as áreas litorâneas e
dividiam-se em subgrupos como os Tupinambás, Tupini-
quins, Tamoios etc. Há, também, no Brasil outros “tron-
cos” étnicos indígenas, com outros troncos linguísticos e
subgrupos.
69) Tupinambás e tupiniquins: são nações componentes do
tronco étnico dos índios tupis.
70) Urucum: é um fruto vermelho, nativo do Brasil, muito
usado pelos índios para a extração de um pigmento ver-
melho.
71) Viaduto do Chá: foi um dos primeiros a serem cons-
truídos na cidade de São Paulo. Seu nome se deve aos
mascates que circulavam pela região vendendo chá e às
plantações de chá que ficavam no Vale do Anhangabaú,
sobre o qual foi construído. A inauguração aconteceu
em 1892. Em 1938, devido principalmente à circulação
de automóveis, a construção original, de estrutura me-
tálica, teve de ser demolida para dar lugar à outra mais
moderna, de concreto armado.
72) Vídeo-arte: pode ser definida como um tipo de arte
híbrido (e, por isso mesmo, pós-moderno) que, mistu-
rando conceitos e procedimentos das artes plásticas às
linguagens do cinema e até da TV, realiza com o suporte
do vídeo obras caracterizadas especialmente pela expe-
rimentação formal.
73) Vídeo-instalações: instalações, ou seja, obras tridimen-
sionais realizadas por meio da construção ou montagem
de materiais – em caráter permanente ou temporário –
às vezes suficientemente grandes para que o espectador
possa passar através delas, que fazem uso do vídeo.
74) Watergate: refere-se à ocasião em que agentes do par-
tido republicano foram pegos tentando instalar sistemas
de espionagem nos escritórios do Partido Democrata em

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36 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Washington, no Edifício Watergate, com a anuência de


Nixon.
75) Woodstock: foi um festival de música que consagrou o
“movimento hippie” como uma das maiores manifes-
tações culturais da juventude do século 20. Aconteceu
em uma fazenda no estado de Nova York (EUA) reunindo
cerca de 500 mil pessoas e alguns dos maiores nomes do
rock e do folk da época e tornou-se um símbolo do final
dos anos 1960.
76) Xá: era o título dado aos monarcas da antiga Pérsia,
atual Irã. Foi utilizado até recentemente, quando, em
1979, a Revolução Islâmica transformou o Irã de uma
monarquia em uma república teocrática (que une poder
político e religioso). O último Xá do Irã foi Reza Pahlevi
(1919-1980).
77) Xiitas: constituem um braço do islamismo, conhecidos
no ocidente, especialmente, devido ao rigor com que
observam os costumes e leis religiosas.
78) Kitsch: cafona, brega, espalhafatosamente colorido e
exageradamente referente à cultura popular. Por exem-
plo: os pinguins de geladeira.

Esquema dos Conceitos-chave


Para que você tenha uma visão geral dos conceitos mais
importantes deste estudo, apresentamos, a seguir (Figura 1), um
Esquema dos Conceitos-chave. O mais aconselhável é que você
mesmo faça o seu esquema de conceitos-chave ou até mesmo o
seu mapa mental. Esse exercício é uma forma de você construir o
seu conhecimento, ressignificando as informações a partir de suas
próprias percepções.
É importante ressaltar que o propósito desse Esquema dos
Conceitos-chave é representar, de maneira gráfica, as relações entre
os conceitos por meio de palavras-chave, partindo dos mais com-
plexos para os mais simples. Esse recurso pode auxiliar você na or-
denação e na sequenciação hierarquizada dos conteúdos de ensino.
© Caderno de Referência de Conteúdo 37

Com base na teoria de aprendizagem significativa, entende-se


que, por meio da organização das ideias e dos princípios em esque-
mas e mapas mentais, o indivíduo pode construir o seu conhecimen-
to de maneira mais produtiva e obter, assim, ganhos pedagógicos
significativos no seu processo de ensino e aprendizagem.
Aplicado a diversas áreas do ensino e da aprendizagem es-
colar (tais como planejamentos de currículo, sistemas e pesquisas
em Educação), o Esquema dos Conceitos-chave baseia-se, ainda,
na ideia fundamental da Psicologia Cognitiva de Ausubel, que es-
tabelece que a aprendizagem ocorre pela assimilação de novos
conceitos e de proposições na estrutura cognitiva do aluno. Assim,
novas ideias e informações são aprendidas, uma vez que existem
pontos de ancoragem. 
Tem-se de destacar que “aprendizagem” não significa, ape-
nas, realizar acréscimos na estrutura cognitiva do aluno; é preci-
so, sobretudo, estabelecer modificações para que ela se configure
como uma aprendizagem significativa. Para isso, é importante con-
siderar as entradas de conhecimento e organizar bem os materiais
de aprendizagem. Além disso, as novas ideias e os novos concei-
tos devem ser potencialmente significativos para o aluno, uma vez
que, ao fixar esses conceitos nas suas já existentes estruturas cog-
nitivas, outros serão também relembrados.
Nessa perspectiva, partindo-se do pressuposto de que é você
o principal agente da construção do próprio conhecimento, por
meio de sua predisposição afetiva e de suas motivações internas
e externas, o Esquema dos Conceitos-chave tem por objetivo tor-
nar significativa a sua aprendizagem, transformando o seu conhe-
cimento sistematizado em conteúdo curricular, ou seja, estabele-
cendo uma relação entre aquilo que você acabou de conhecer com
o que já fazia parte do seu conhecimento de mundo (adaptado do
site disponível em: <http://penta2.ufrgs.br/edutools/mapascon-
ceituais/utilizamapasconceituais.html>. Acesso em: 11 mar. 2010).

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38 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Como você poderá observar, esse Esquema dará a você,


como dissemos anteriormente, uma visão geral dos conceitos
mais importantes deste estudo. Ao segui-lo, você poderá transitar
entre um e outro conceito e descobrir o caminho para construir o
seu processo de ensino-aprendizagem.
O Esquema dos Conceitos-chave é mais um dos recursos de
aprendizagem que vem se somar àqueles disponíveis no ambien-
te virtual, por meio de suas ferramentas interativas, bem como
àqueles relacionados às atividades didático-pedagógicas realiza-
das presencialmente no polo. Lembre-se de que você, aluno EaD,
deve valer-se da sua autonomia na construção de seu próprio co-
nhecimento.
© Caderno de Referência de Conteúdo 39

Figura 1 Esquema dos Conceitos-chave – História da Arte: Arte Internacional e Arte


Brasileira.

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40 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Questões Autoavaliativas
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões
autoavaliativas sobre os conteúdos ali tratados, as quais podem
ser de múltipla escolha, abertas objetivas ou abertas dissertati-
vas.
Responder, discutir e comentar essas questões, bem como
relacioná-las com a prática do ensino de Artes pode ser uma forma
de você avaliar o seu conhecimento. Assim, mediante a resolução
de questões pertinentes ao assunto tratado, você estará se prepa-
rando para a avaliação final, que será dissertativa. Além disso, essa
é uma maneira privilegiada de você testar seus conhecimentos e
adquirir uma formação sólida para a sua prática profissional.

As questões de múltipla escolha são as que têm como respos-


ta apenas uma alternativa correta. Por sua vez, entendem-se por
questões abertas objetivas as que se referem aos conteúdos
matemáticos ou àqueles que exigem uma resposta determinada,
inalterada. Já as questões abertas dissertativas obtêm por res-
posta uma interpretação pessoal sobre o tema tratado; por isso,
normalmente, não há nada relacionado a elas no item Gabarito.
Você pode comentar suas respostas com o seu tutor ou com seus
colegas de turma.

Bibliografia Básica
É fundamental que você use a Bibliografia Básica em seus
estudos, mas não se prenda só a ela. Consulte, também, as biblio-
grafias complementares.

Figuras (ilustrações, quadros...)


Neste material instrucional, as ilustrações fazem parte inte-
grante dos conteúdos, ou seja, elas não são meramente ilustra-
tivas, pois esquematizam e resumem conteúdos explicitados no
texto. Não deixe de observar a relação dessas figuras com os con-
© Caderno de Referência de Conteúdo 41

teúdos estudados, pois relacionar aquilo que está no campo visual


com o conceitual faz parte de uma boa formação intelectual.

Dicas (motivacionais)
O estudo deste Caderno de Referência de Conteúdo convida
você a olhar, de forma mais apurada, a Educação como processo
de emancipação do ser humano. É importante que você se atente
às explicações teóricas, práticas e científicas que estão presentes
nos meios de comunicação, bem como partilhe suas descobertas
com seus colegas, pois, ao compartilhar com outras pessoas aqui-
lo que você observa, permite-se descobrir algo que ainda não se
conhece, aprendendo a ver e a notar o que não havia sido perce-
bido antes. Observar é, portanto, uma capacidade que nos impele
à maturidade.
Você, como aluno dos Cursos de Graduação na modalidade
EaD, necessita de uma formação conceitual sólida e consistente.
Para isso, você contará com a ajuda do tutor a distância, do tutor
presencial e, sobretudo, da interação com seus colegas. Sugeri-
mos, pois, que organize bem o seu tempo e realize as atividades
nas datas estipuladas.
É importante, ainda, que você anote as suas reflexões em
seu caderno ou no Bloco de Anotações, pois, no futuro, elas pode-
rão ser utilizadas na elaboração de sua monografia ou de produ-
ções científicas.
Leia os livros da bibliografia indicada, para que você amplie
seus horizontes teóricos. Coteje-os com o material didático, discuta
a unidade com seus colegas e com o tutor e assista às videoaulas.
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões
autoavaliativas, que são importantes para a sua análise sobre os
conteúdos desenvolvidos e para saber se estes foram significativos
para sua formação. Indague, reflita, conteste e construa resenhas,
pois esses procedimentos serão importantes para o seu amadure-
cimento intelectual.

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42 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Lembre-se de que o segredo do sucesso em um curso na


modalidade a distância é participar, ou seja, interagir, procurando
sempre cooperar e colaborar com seus colegas e tutores.
Caso precise de auxílio sobre algum assunto relacionado a
este Caderno de Referência de Conteúdo, entre em contato com
seu tutor. Ele estará pronto para ajudar você.
EAD
Arte Internacional: do
Expressionismo Abstrato
ao Minimalismo
1
1. OBJETIVOS
• Reconhecer o contexto histórico que permitiu a mudança
do “eixo artístico” internacional da Europa para os EUA.
• Compreender como o Expressionismo Abstrato e outros
movimentos artísticos abstracionistas colocaram os EUA
na vanguarda artística mundial.
• Identificar as estéticas pessoais de expressionistas abstra-
tos e outros abstracionistas do pós-Segunda Guerra nos
EUA e na Europa.
• Compreender como a Arte Pop estreitou a relação das ar-
tes plásticas com a cultura de massa e como deu início ao
chamado Pós-modernismo.
• Identificar as estéticas pessoais dos principais artistas
pop da Inglaterra e, principalmente, dos EUA, a “Meca”
do Pop.
44 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

• Conhecer a Op Art e o Minimalismo – correntes abstra-


cionistas geométricas surgidas na década de 1960 – e as
estéticas pessoais de seus principais artistas.

2. CONTEÚDOS
• Introdução: a arte do pós-Segunda Guerra e o desloca-
mento do centro artístico mundial da Europa para os Es-
tados Unidos.
• Contexto histórico: a Segunda Guerra Mundial, o mundo
pós-conflito e a Guerra Fria.
• Expressionismo Abstrato norte-americano: Jackson Pol-
lock e sua pintura gestual e outros artistas.
• Expressionismo Abstrato na Europa: tendências e artistas.
• Reações “geométricas” ao Expressionismo Abstrato: o
Hard-edge e a Color-field Painting.
• Arte Pop e seus artistas: “estaca zero” do Pós-modernis-
mo e a arte sendo invadida pela cultura de massa.
• Arte Pop na Inglaterra.
• EUA: o “paraíso” da Arte Pop.
• Outras correntes abstracionistas geométricas: a Op Art e
o Minimalismo.

3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE


Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que
você leia as orientações a seguir:
1) Tenha sempre à mão o significado dos conceitos expli-
citados no Glossário e suas ligações pelo Esquema de
Conceitos-chave para o estudo de todas as unidades
deste CRC. Isso poderá facilitar sua aprendizagem e seu
desempenho.
© U1 - Arte Internacional: do Expressionismo Abstrato ao Minimalismo 45

2) É importante que você procure saber mais sobre os te-


mas estudados, não apenas lendo a respeito e partindo
das referências bibliográficas colocadas aqui, mas tam-
bém procurando em outros livros, pesquisando na Inter-
net, discutindo com seus colegas e tutores.
3) Para ouvir Beatles, Rolling Stones, The Who, The Kinks,
The Yardbirds e várias outras bandas da chamada Swin-
ging London, recomendamos que acesse o site da Last FM
e coloque o nome da banda que desejar no mecanismo
de busca disponível no seguinte endereço eletrônico:
<http://www.lastfm.com.br>. Acesso em: 29 nov. 2010.
4) Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante
que você saiba que o Neorrealismo foi um dos mais im-
portantes movimentos da história do cinema. Formado
por diretores italianos como Roberto Rosselini (1906-
1977), Vittorio De Sica (1901-1974) e Luchino Visconti
(1906-1976), entre outros, começou nos últimos anos da
Segunda Guerra Mundial e durou até meados da déca-
da de 1950. O Neorrealismo praticava uma estética da
simplicidade: filmagens em locações, e não em grandes
estúdios, orçamentos pequenos, participação de atores
amadores no elenco etc. Com isso, serviu de inspiração
para muitas das cinematografias periféricas dos países
em desenvolvimento e mesmo dentro da Europa nos
anos 1950 e 1960. Na temática, procurava abordar o ho-
mem comum, fugindo das mirabolantes histórias holly-
woodianas.
5) É importante que você saiba que Michelangelo Antonio-
ni (1912-2007) foi um dos grandes nomes do cinema ita-
liano. Tendo realizado filmes como A noite, A aventura,
Blow Up, Deserto vermelho e O passageiro - profissão:
repórter; ficou conhecido como o cineasta da incomu-
nicabilidade, por tratar em seus filmes, entre outros as-
suntos, de aspectos existenciais tais como a solidão e a
dificuldade de uma real comunicação entre as pessoas.
6) Para complementar o estudo desta unidade, listamos, a
seguir, uma minissérie, alguns filmes e vídeos para que
você aprofunde seu arcabouço teórico e cultural. Vale a
pena assisti-los.

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46 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

• Anos Rebeldes: minissérie escrita por Gilberto Braga e


produzida pela Rede Globo em 1992, pode ajudar na
compreensão da década de 1960 e da luta dos jovens
contra a ditadura militar no Brasil. Foi lançada em
uma coleção com três DVDs em 2003 pela Som Livre.
• O Pianista (2002): filme vencedor da Palma de Ouro
no Festival de Cannes de 2002, do célebre diretor
polonês Roman Polanski. Trata-se da história da so-
brevivência de um pianista polonês judeu durante a
ocupação da Polônia pelos nazistas. No Brasil o filme
foi lançado em DVD em 2003 pela Europa Filmes.
• Pearl Harbor (2001): filme de ficção hollywoodiano, di-
rigido por Michael Bay e lançado em DVD pela Disney.
• Stalingrado – batalha final (1993): filme alemão diri-
gido por Joseph Vilsmaier e lançado em DVD no Brasil
em 2006 pela PlayArte.
• Paisà (1946): clássico filme italiano dirigido por Ro-
berto Rossellini, uma das grandes obras do chamado
Neorrealismo. Lançado em DVD no Brasil pela Versátil
Home Vídeo em 2008, Paisà conta em episódios cur-
tos a libertação da Itália de nazistas e fascistas pelos
aliados durante a Segunda Guerra Mundial.
• O Resgate do soldado Ryan (1998): filme de Steven
Spielberg. Preste atenção especialmente na primeira
cena de batalha para sentir o quão terrível e histórico
foi o desembarque dos aliados na Normandia no Dia
D, considerada uma das mais antológicas sequências
da história do cinema.
• A queda (2004): filme que aborda em ficção as últimas
horas da vida de Adolf Hitler, pouco antes de seu sui-
cídio. Hitler é magistralmente interpretado por Bruno
Ganz. Com direção de Olivier Hirschbiegel, este filme
foi lançado em DVD em 2004 pela Europa Filmes.
© U1 - Arte Internacional: do Expressionismo Abstrato ao Minimalismo 47

• Os eleitos (1983): filme de Philip Kaufman que retra-


ta como foi a chamada corrida espacial em que EUA
e URSS lutavam tecnologicamente pela conquista do
espaço, nas décadas de 1950 e 1960. O filme (ficcio-
nal) tem como personagens astronautas pioneiros do
governo dos EUA. Foi lançado em DVD pela Warner
Home Video em 2003.
• A Batalha de Argel (1966): este filme do italiano Gillo
Pontecorvo, um dos grandes nomes do cinema polí-
tico, trata da luta pela independência da Argélia. Foi
lançado em DVD pela Videofilmes em 2008.
• JFK – a pergunta que não quer calar (1991): filme
de Oliver Stone que trata do assassinato de John F.
Kennedy. Lançado em DVD em 2007, pela Warner
Home Video.
• Os sonhadores (2003): do célebre cineasta italiano
Bernardo Bertolucci, o filme conta a história de um
casal de irmãos e um amigo, típicos jovens franceses
intelectualizados e politizados do final da década de
1960 que passam inclusive pelo Maio de 68. Foi lan-
çado em DVD pela Fox Home Entertainment.
• A conquista da honra (2006); Cartas de Iwo Jima
(2006): ambos de Clint Eastwood, mostram a Segun-
da Guerra Mundial vista não apenas pelos norte-
-americanos, mas também pelos japoneses. Foram
lançados em DVD pela Warner Home Video.
• Platoon (1986): filme de Oliver Stone. Trata-se de um
dos melhores filmes sobre a Guerra do Vietnã, lança-
do em DVD pela Fox Home Entertainment em 2002.
• Pollock (2000): é um filme de Hollywood sobre Jackson
Pollock , dirigido e protagonizado por Ed Harris, lança-
do em DVD em 2003.

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48 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

• Blow Up (1966): de Michelangelo Antonioni (1912-


2007), além de ser um dos clássicos do cinema, mostra
um pouco da atmosfera jovem da capital inglesa em
meados dos anos 1960. Foi lançado em DVD em 2006.
• Para assistir ao artista Jackson Pollock pintando, re-
comendamos que acesse o seguinte endereço ele-
trônico: <http://www.youtube.com/watch?v=CrVE-
-WQBcYQ>. Acesso em: 29 nov. 2010.
• Assista a um trecho de um filme experimental de
Warhol no link disponível a seguir, e veja um tre-
cho de The Chelsea Girls (1966), do qual partici-
pa inclusive, aparecendo no canto direito da tela,
a modelo alemã Nico: <http://www.youtube.com/
watch?v=KvOnRdMi4OM>. Acesso em: 29 nov. 2010.
• Para assistir à famosa sequência do desembarque
na Normandia do filme O Resgate do soldado Ryan,
acesse o seguinte endereço eletrônico: <http://www.
youtube.com/watch?v=_y1YL9C8Hfw>. Acesso em:
29 nov. 2010.

4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Nesta primeira unidade do Caderno de Referência de Conteú-
do de História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira, veremos
que se a Segunda Guerra Mundial fez que todo o mundo passasse
por drásticas mudanças de paradigmas nos mais diversos campos
(econômico, político, filosófico, comportamental etc.), a arte não foi
uma exceção a esta regra.
Podemos dizer que, como um dos reflexos das mudanças pe-
las quais passou o mundo, seu próprio “centro” mudou de lugar:
foi do “velho” para o “novo mundo”.
Assim, se a maior parte do que se produzia de relevante em
termos de artes plásticas se concentrava até então na Europa, cujo
© U1 - Arte Internacional: do Expressionismo Abstrato ao Minimalismo 49

principal centro cultural era Paris, tal papel passou para a América,
especialmente Nova York, no pós-guerra.
Os EUA passaram, então, a ditar não apenas moda, mas a
ditar a economia, a ditar a política e também a ditar arte. Foi este
país o polo dos dois principais movimentos artísticos a serem es-
tudados nesta unidade: o Expressionismo Abstrato e a Pop Art. En-
tão, vamos a eles. Antes, passemos por uma introdução histórica
indispensável para entendermos melhor como ocorreu essa mu-
dança no “centro do mundo”.
Bons estudos!

5. CONTEXTO HISTÓRICO: DA SEGUNDA GUERRA


MUNDIAL AO FINAL DA DÉCADA DE 1960
Para iniciar nossos estudos, vamos listar alguns aconteci-
mentos importantes do período em questão. Acompanhe.
Em 1939:
• Alemanha e URSS assinam o “Pacto de Não Agressão”.
• A Itália invade a Albânia.
• A Alemanha invade a Polônia em 1º de setembro (Figura 1);
Inglaterra e França reagem e tem início a Segunda Guerra
Mundial.

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50 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Figura 1 Soldados alemães marchando em Varsóvia após a


conquista da Polônia, em setembro de 1939.

Em 1940:
• A Alemanha invade a Dinamarca, a Noruega, a Holanda, a
Bélgica, Luxemburgo e a França (Figura 2).
© U1 - Arte Internacional: do Expressionismo Abstrato ao Minimalismo 51

Figura 2 Soldados alemães passam sob o Arco do Triunfo em Paris após a


invasão da França em 1940.

Em 1941:
1) A Alemanha invade a Rússia.
2) No dia 7 de dezembro, os japoneses bombardeiam a
base militar norte-americana de Pearl Harbor (Figura 3),
no Havaí, e entram em guerra com os EUA.
3) Alemanha e Itália declaram guerra aos EUA.
4) Início do Projeto Manhattan para desenvolvimento da
bomba atômica.

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52 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Figura 3 Base norte-americana de Pearl Harbor após ataque japonês, em 7


de dezembro de 1941.

Em 1942:
• O Exército alemão chega a Stalingrado, dando início à
batalha de mesmo nome. Esta seria a mais sangrenta de
toda a história, causando cerca de 1 milhão e meio de
mortes entre civis e militares. Vencida pelos soviéticos,
que contaram com melhor estratégia e auxílio das condi-
ções naturais – como o frio do inverno russo, esta batalha,
terminada em 1943, representou a “virada” na frente les-
te da guerra, dando início à marcha soviética para oeste
até a Alemanha. A Figura 4 retrata os soldados alemães
que foram presos em Stalingrado.
© U1 - Arte Internacional: do Expressionismo Abstrato ao Minimalismo 53

Figura 4 Soldados alemães prisioneiros em Stalingrado.

Em 1943:
• Os aliados começam a invasão da Itália.
Em 1944:
• Em 6 de junho ocorre o Dia D, desembarque de tropas
aliadas na Normandia (Figura 5), norte da França, e início
da ofensiva contra a Alemanha a partir do noroeste da
Europa.

Figura 5 Soldados norte-americanos prontos para desembarcar em


praia da Normandia no Dia D.

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54 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Em 1945:
1) Em 7 de maio, a Alemanha rende-se. Termina a guerra
na Europa.
2) A Alemanha é dividida em quatro zonas pelos aliados
(EUA, França, Inglaterra e URSS); a EUA, França e Ingla-
terra cabe a administração das zonas ocidentais, à URSS
cabe o território que ficaria conhecido depois como Ale-
manha Oriental. A cidade de Berlim, localizada dentro da
Alemanha Oriental, também é dividida em quatro zonas,
ficando as ocidentais a cargo de EUA, França e Inglaterra
e a oriental a cargo da União Soviética.
3) Outras regiões também são divididas em zonas de in-
fluência. Uma delas é a Coreia, que após a expulsão dos
japoneses pelos aliados, foi dividida ao meio pelo pa-
ralelo 38 (linha imaginária paralela ao equador, a norte
deste): ao norte, a Coreia do Norte, zona de influência
da URSS; a sul, a Coreia do Sul, sob influência norte-ame-
ricana.
4) Em 6 de agosto, os EUA lançam a bomba atômica sobre
Hiroshima (Figura 6); em 9 de agosto, a bomba é lançada
sobre Nagasaki; em 14 de agosto, o Japão rende-se. Ter-
mina a Segunda Guerra Mundial.

Figura 6 Área de Hiroshima arrasada após explosão da bomba atômica.


© U1 - Arte Internacional: do Expressionismo Abstrato ao Minimalismo 55

5) É criada a Organização das Nações Unidas – ONU.


Em 1946:
• Criação do termo “cortina de ferro”, cunhado por Wins-
ton Churchill, que fora Primeiro Ministro da Grã-Bretanha
até 1945, para designar a zona de influência soviética no
leste europeu.
Em 1948:
1) Começa a ser implementado o Plano Marshall, com os
EUA destinando 17 bilhões de dólares para a reconstru-
ção da Europa Ocidental.
2) É criado pela ONU o Estado de Israel.
3) A URSS embarga o tráfego terrestre e aéreo entre Berlim
e o Ocidente (embargo que seria mantido até setembro
de 1949); a tensão entre EUA e URSS por conta deste
incidente acirra as divergências; teme-se o início da Ter-
ceira Guerra Mundial; tem início a Guerra Fria – dispu-
ta entre EUA e URSS por zonas de influência em todo o
mundo, com a URSS apoiando e estimulando revoluções
comunistas e os EUA apoiando “contrarrevoluções” ca-
pitalistas, algumas vezes com intervenções efetivas dos
dois lados.
4) Os governos provisórios dos países ocupados pelos so-
viéticos no leste europeu vão sendo substituídos por co-
mandos oficialmente alinhados a Moscou.
Em 1949:
• Mao Tse Tung proclama a República Popular da China (Fi-
gura 7). Tem início o comunismo na China continental.

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56 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Figura 7 Mao discursando durante a fundação da República Popular da


China, em 1949.

• A URSS testa a sua primeira bomba atômica.


• Criação da Organização do Tratado do Atlântico Norte -
OTAN, liga militar unindo os EUA aos seus aliados no oes-
te europeu.
Em 1950:
• O Exército da Coreia do Norte invade a Coreia do Sul e
ocupa Seul; forças da ONU sob comando dos EUA reto-
mam a capital sul-coreana e invadem a Coreia do Norte,
cruzando o paralelo 38; forças chinesas e soviéticas pas-
sam a auxiliar a Coreia do Norte e o conflito reequilibra-
-se, até o armistício (fim do conflito) em 1953.
Em 1953:
• Morte de Stálin; Nikita Krushchev é nomeado Primeiro
Secretário do Comitê Central do Partido Comunista Sovié-
tico.
• Na célebre Batalha de Dien Bien Phu, os franceses são
derrotados pelos guerrilheiros comunistas do Vietnã.
© U1 - Arte Internacional: do Expressionismo Abstrato ao Minimalismo 57

Em 1954:
• A Indochina é dividida em quatro estados: o Vietnã do
Norte, comunista e pró-soviético; o Camboja e o Laos,
simpatizantes do regime comunista, e o Vietnã do Sul,
separado do Vietnã do Norte pelo paralelo 17 (linha ima-
ginária paralela ao Equador, a norte deste) e de governo
pró-ocidental.
• Na Argélia, a Frente de Libertação Nacional – FLN dá início
à guerra contra os franceses pela independência do país.
Em 1955:
• A URSS forma o Pacto de Varsóvia, aliança político-militar
agregando oficialmente os países comunistas do leste eu-
ropeu.
Em 1956:
• Insurreição contra os soviéticos, pela democracia na Hun-
gria (Figura 8); Budapeste é bombardeada e os líderes da
revolta mortos ou presos pela URSS.

Figura 8 Tanques soviéticos invadem Budapeste para reprimir insurreição


húngara contra a URSS em 1956.

Em 1957:
• A URSS lança o Sputnik I, o primeiro satélite espacial, e o
Sputnik II com uma cadela da raça Laika (Figura 9), o pri-
meiro ser vivo a ser lançado ao espaço.

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58 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Figura 9 Cadelinha Laika no Sputnik II.

Em 1959:
• Liderados por Fidel Castro, os revolucionários cubanos as-
sumem o poder (Figura 10).

Figura 10 Castro e outros revolucionários cubanos desfilam em


Havana após a tomada do poder em 1959.
© U1 - Arte Internacional: do Expressionismo Abstrato ao Minimalismo 59

Em 1960:
• A França concede a independência à Argélia.
• A China rompe com a URSS.
Em 1961:
• Exilados Cubanos tentam sem sucesso a invasão de Cuba
pela Baía dos Porcos.
• Construção do Muro de Berlim (Figura 11), que separou a
cidade em duas zonas: a ocidental (capitalista) e a oriental
(comunista).

Figura 11 O Muro de Berlim sendo construído, em 1961.

• Yuri Gagarin (URSS) é o primeiro homem a circundar a ter-


ra pelo espaço.
Em 1962:
• A URSS instala mísseis em Cuba, podendo assim atingir
facilmente os EUA; os norte-americanos reagem e tem
início a “Crise dos mísseis”, que terminou com a retirada
dos mísseis soviéticos.

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60 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Em 1963:
• O presidente norte-americano John Kennedy é assassina-
do (Figura 12); Lyndon Johnson assume a presidência.

Figura 12 O presidente norte-americano John F. Kennedy sendo baleado.

Em 1964:
• Começa a Guerra do Vietnã, em que os EUA apoiam mi-
litarmente o governo sul-vietnamita (capitalista) contra o
governo norte-coreano (comunista).
• Os Beatles chegam aos EUA e lideram a “invasão inglesa”
(Figura 13).

Figura 13 Foto dos Beatles nos EUA em 1964.


© U1 - Arte Internacional: do Expressionismo Abstrato ao Minimalismo 61

Em 1967:
• Guerra dos Seis Dias envolvendo Israel e países Árabes.
• Ernesto “Che” Guevara, líder revolucionário argentino
atuante em Cuba e em grande parte da América Espanho-
la, é morto na Bolívia.
Em 1968:
• O líder negro Martin Luther King é assassinado nos EUA.
• Em maio de 1968, ocorre em Paris uma onda de protestos
de estudantes e operários contra o sistema educacional,
o governo e as condições sociais da França, que ficou de-
nominada como Maio de 68 (Figura 14).

Figura 14 Estudantes em confronto com a polícia em protestos do Maio de


68 em Paris.

• Primavera de Praga (curto período de insurreição do go-


verno tcheco contra a dominação soviética). Observe na
Figura 15 os manifestantes tchecos durante a Primavera
de Praga.

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62 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Figura 15 Manifestantes tchecos (apoiados pelo exército do país) durante a


"Primavera de Praga", em 1968.

A Segunda Guerra Mundial


Dentre os acontecimentos ocorridos no período de 1939 a
1968, podemos citar dois de grande destaque: a Segunda Guerra
Mundial e a Guerra Fria.
Em março de 1939, Hitler desmembrou a Tchecoslováquia,
contrariando todos os acordos diplomáticos firmados entre as
grandes potências europeias. Pouco depois, assinou um “Pacto de
Não Agressão” com a URSS e invadiu a Polônia em 1º de setembro.
E, conforme prometido, França e Inglaterra declararam guerra à
Alemanha.
A invasão da Polônia foi rápida e arrasadora. Em 1940, os
alemães invadiram a Dinamarca e a Noruega, os países baixos e,
depois, a França. Restava, então, apenas um grande inimigo a ser
subjugado no Oeste da Europa: a Inglaterra. Esta soube defender-
-se e, ficando a guerra contra a Inglaterra “estagnada”, restava aos
alemães, a leste, um único grande inimigo a ser vencido: a URSS.
Logo, apesar do imenso território russo, o exército de Hi-
tler já estava às portas de algumas das principais cidades russas,
como Stalingrado e Moscou. Começou, porém, a reviravolta. As
© U1 - Arte Internacional: do Expressionismo Abstrato ao Minimalismo 63

tropas alemãs haviam sido atraídas pelo exército vermelho, que


procurava dificultar as linhas de suprimento alemãs. Além disso, a
geografia passou a ser um poderoso inimigo dos nazistas, com as
distâncias de milhares de quilômetros e o terrível frio russo, visto
que quando os alemães chegaram às portas das principais cidades
russas, começava o mês de dezembro, e com ele o inverno. Além
de tudo, a força do exército vermelho fora subestimada por Hitler.
Resta, ainda, outra grande chave para o desfecho da guerra:
os EUA. Não podemos nos esquecer de que a guerra não era trava-
da apenas pelos alemães contra outros países europeus, mas que
a Alemanha fazia parte do chamado “Eixo”, que unia principalmen-
te alemães, italianos e japoneses.
Sendo o interesse alemão e italiano a dominação da Europa,
o interesse japonês voltava-se principalmente para a dominação
do Pacífico. Nisto, o imperialismo japonês esbarrava nos interesses
dos EUA.
O choque de interesses foi definitivamente deflagrado com
o ataque nipônico à base militar norte-americana de Pearl Har-
bor, no Havaí, em 7 de dezembro de 1941. Os japoneses, cuja for-
ça militar fora inicialmente subestimada pelos norte-americanos,
rapidamente conquistaram 4 milhões de quilômetros quadrados,
mas pouco antes da metade de 1942 já começava o “refluxo”. O
início da derrocada japonesa aconteceu já com as primeiras derro-
tas e, quanto aos alemães, sua primeira grande derrota aconteceu
em Stalingrado, quando mais de 300 mil soldados alemães foram
mortos. Começou, então, a contraofensiva soviética que trataria
de “empurrar” os alemães de volta para o oeste e que chegaria em
1945 até Berlim.
Na frente sul da guerra, ocorreu a tomada pelos Aliados do
norte da África e, em 1943, de quase toda a Itália. Faltava o iní-
cio da contraofensiva pelo noroeste da Europa. Este aconteceu no
famoso “Dia D”, 6 de junho de 1944. Atacados por leste, oeste e
sul, os domínios nazistas começaram a cair, até que, em 2 de maio

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64 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

de 1945, o exército soviético hasteasse a bandeira vermelha sobre


Berlim. Alguns dias depois, norte-americanos, ingleses e franceses
chegavam também à arrasada capital da Alemanha.
No pacífico, os norte-americanos foram gradualmente reto-
mando as conquistas japonesas até encurralar o Japão numa posi-
ção de desespero, chegada à total insustentabilidade após o lança-
mento da bomba atômica sobre Hiroshima e Nagasaki. No dia 14
de agosto, o Japão apresentou aos EUA a sua rendição e a Segunda
Guerra Mundial chegou ao fim.

Bomba atômica –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––


A bomba atômica é uma arma explosiva que faz uso de uma reação nuclear para
atingir seu poderio destrutivo.
Tanto na Alemanha nazista quanto nos EUA, para onde haviam ido muitos cien-
tistas europeus fugidos do nazismo e do fascismo, tentou-se construir a primeira
bomba atômica para uso durante a Segunda Guerra, algo que obviamente a de-
finiria, tendo em vista o poderio bélico de tal arma. Mas, como sabemos, apenas
os americanos conseguiram construir a bomba ainda durante a guerra, causando
imediatamente quase 200 mil mortes, sem contar os efeitos da radiação, mais
lentos.
Após a primeira versão da bomba, outras muito mais potentes apareceram. Es-
tas foram, entre outras, a Bomba H e a bomba de nêutrons. Em 1961, por exem-
plo, foi testada pela URSS uma bomba cujo poderio destrutivo era cinco mil ve-
zes maior do que o da bomba de Hiroshima, sendo também dez vezes maior do
que o poderio de todas as bombas utilizadas juntas em toda a Segunda Guerra
Mundial.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

A Guerra Fria
A confirmação dos EUA como principal potência capitalista
do mundo, seu poderio militar coroado com a utilização da bom-
ba atômica; em contrapartida, a demonstração de força dada ao
mundo pelo exército soviético, a expansão das zonas de influência
da URSS; e, finalmente, a derrocada definitiva, devido à guerra,
dos países da Europa Ocidental enquanto grandes potências in-
dustriais deram ensejo a um novo cenário mundial que acabava de
nascer: a Guerra Fria.
© U1 - Arte Internacional: do Expressionismo Abstrato ao Minimalismo 65

O mundo não seria mais dividido em diversas zonas de in-


fluência, mas em duas principais: uma capitalista, ligada aos
norte-americanos, e outra socialista, ligada aos soviéticos. Como
exemplos dos primeiros passos dessa bipolarização, podemos citar
alguns importantes acontecimentos que se seguiram ao desfecho
da Segunda Guerra.
Inicialmente, talvez possamos tomar a divisão da Alemanha
ocupada pelos aliados como um paradigma do que seria o mun-
do a partir de então. O país foi dividido em quatro zonas: uma
francesa, uma inglesa, uma norte-americana e uma soviética. O
mesmo ocorreu com a cidade de Berlim. Contudo, as quatro zonas
logo traduziram a formação das novas alianças do pós-guerra e,
de quatro, acabaram se transformando em duas: uma capitalista,
comandada pelos EUA, e outra socialista, comandada pela URSS.
Um exemplo da liderança capitalista dos EUA na Europa Oci-
dental foi o Plano Marshall, que, por meio de vultosos emprésti-
mos, não apenas buscou “recolocá-la de pé”, mas também fazê-la
próspera a ponto de evitar que o comunismo se disseminasse ali.
Em todos os cantos do mundo, as disputas entre capitalis-
tas e comunistas também tinham eco. Na China, por exemplo, os
comunistas tomaram o poder sob a liderança de Mao Tsé Tung
em 1949. Na Coreia, teve início uma guerra que duraria de 1950
a 1953. E até a América foi atingida pela bipolarização: em 1959,
os revolucionários cubanos liderados por Fidel Castro depuseram
o ditador Fulgêncio Batista e logo passaram a ser apoiados pela
URSS.
No bloco comunista, a década de 1960 começou com um
afastamento entre chineses e soviéticos. No contexto da Guerra
Fria, podemos destacar entre outros pontos a Crise dos Mísseis em
Cuba, a Crise do Muro de Berlim, a Guerra do Vietnã e, ainda, no
que concerne às dissidências dentro do próprio bloco comunista,
a Primavera de Praga.

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66 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

A Crise do Muro de Berlim ocorreu em 1961, quando, para


evitar a migração da população para a parte ocidental da cidade
(capitalista e próspera), o governo da Alemanha Oriental, tutelado
pela URSS, resolveu erguer um muro dividindo a cidade em duas
partes. Já a Crise dos Mísseis ocorreu em 1962, quando a URSS
decidiu posicionar mísseis balísticos de médio e curto alcance em
Cuba, o que causou a reação norte-americana e quase deflagrou
um conflito entre as duas superpotências.
A Guerra do Vietnã foi deflagrada quando, depois da expul-
são dos colonizadores franceses, os comunistas tomaram o poder
em quase toda a Indochina, com exceção do Vietnã do Sul, capita-
lista e apoiado pelos EUA, mas que sofria com o assédio do Vietnã
do Norte e de seus próprios guerrilheiros comunistas, chamados
de “vietcongs”. É evidente que o interesse norte-americano refe-
ria-se à manutenção de um governo pró-EUA no Vietnã do Sul, e o
envolvimento total dos EUA no conflito deu-se em 1964, quando
foram enviados 150 mil soldados norte-americanos ao país.
Rapidamente, o que os norte-americanos imaginaram que
seria uma guerra rápida tornou-se um pesadelo: em 1967, o nú-
mero de soldados norte-americanos na região já chegava a 400 mil
e, ainda assim, não se chegava a vitórias significativas. Nos EUA, a
televisão mostrava pela primeira vez a guerra ao vivo, exercendo
papel fundamental na formação da opinião pública: os norte-ame-
ricanos, vendo o insucesso de seu exército, começaram a questio-
nar a necessidade da presença dos EUA, o que resultou na retirada
das tropas em 1973.
Dentro do bloco comunista europeu, a URSS exigia total
submissão dos governos de seus “países satélites”. Foi o que oca-
sionou em 1968 a “Primavera de Praga”, quando, tentando uma
democratização e um afastamento de Moscou, os tchecos foram
duramente reprimidos pelas forças militares soviéticas.
© U1 - Arte Internacional: do Expressionismo Abstrato ao Minimalismo 67

A “febre de juventude”
Um outro dado a ser destacado das décadas de 1950 e 1960
é a revolução que estas representaram no comportamento e na
cultura popular, principalmente no que diz respeito à juventude.

Figura 16 Chuck Berry. Figura 17 Little Richard.

Figura 18 Jerry Lee Lewis. Figura 19 Elvis Presley.

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68 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Na década de 1950, nomes como Chuck Berry (Figura 16),


Little Richard (Figura 17), Jerry Lee Lewis (Figura 18) e Elvis Presley
(Figura 19), entre outros, revolucionaram a música pop e toda a
cultura jovem criando o rock n’ roll. Já na década de 1960, a re-
volução foi catalisada com bandas como Beatles e Rolling Stones,
entre várias outras, e com um espírito juvenil que, em termos de
comportamento, desembocaria na contestação dos valores da mo-
derna sociedade de consumo por movimentos como o dos hippies
e, na esfera política, em movimentos contestatórios como o cha-
mado “Maio de 68” francês.
O movimento de “Maio de 68” ocorreu quando estudan-
tes franceses resolveram protestar contra o conservadorismo e
a precariedade das estruturas escolares/universitárias e em prol
das ideologias de esquerda. Aos poucos, o clima de ebulição foi
tomando corpo e recebendo a adesão de outros setores da socie-
dade civil. Não muito tempo depois, o movimento foi dispersado,
mas se firmou como exemplo para as mobilizações populares vin-
douras de todo o mundo, inclusive no Brasil, que, em 1968, teve
uma importante participação dos estudantes na luta contra a dita-
dura militar (Figura 20).

Figura 20 Manifestantes (estudantes na sua maioria) protestando contra


a ditadura militar na “Passeata dos 100 mil”, ocorrida no Rio de Janeiro
em 1968.
© U1 - Arte Internacional: do Expressionismo Abstrato ao Minimalismo 69

6. EXPRESSIONISMO ABSTRATO NORTE-AMERICANO


Como vimos anteriormente, as mudanças radicais provoca-
das nos mais diversos campos pela Segunda Guerra Mundial fi-
zeram com que, na esfera da arte, o “centro criativo” do mundo
saísse da Europa, que tinha em Paris seu principal polo artístico,
e passasse para o chamado “Novo Mundo”, mais especificamente
para os EUA ou, mais especificamente ainda, para Nova York. Foi
neste contexto que surgiu o primeiro grande movimento artístico
de origem norte-americana: o Expressionismo Abstrato.
É importante que, inicialmente, diferenciemos o Expressio-
nismo Abstrato do Expressionismo praticado nas primeiras déca-
das do século 20, especialmente pelos alemães. E isso não é tão
difícil, já que grande parte da produção do Expressionismo do co-
meço do século 20 era figurativa.
Entretanto, foi no seio do próprio Expressionismo pratica-
do na Alemanha no início do século 20 que surgiram as primeiras
pinturas efetivamente abstratas da história da arte: as obras do
russo Wassily Kandinsky (1866-1944), que fez parte, entre outros,
do grupo expressionista denominado O Cavaleiro Azul (Der Blaue
Reiter), de Munique.
Deve-se ressaltar então que, apesar de ter surgido no seio
do Expressionismo alemão e de ser abstrata, a pintura de Kan-
dinsky não pode ser chamada de “expressionista abstrata”, já que
este nome se liga à escola norte-americana surgida na década de
1940. Há, evidentemente, diferenças básicas entre o Expressionis-
mo Abstrato norte-americano e o abstracionismo de Kandinsky:
estas se encontram não apenas em aspectos formais, mas, espe-
cialmente, na motivação filosófica e mesmo espiritual da arte de
Kandinsky, diferente da dos expressionistas abstratos do pós-Se-
gunda Guerra. Trata-se, porém, especialmente, de uma convenção
teórica.

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70 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

De qualquer forma, não se pode negar um traço comum:


o Expressionismo Abstrato surgido na década de 1940 também
tinha como principal objetivo a expressão da vida interior e das
emoções por meio da arte abstrata. Para tanto, utilizava-se de téc-
nicas que, em geral, apontavam para uma pintura gestual, peculiar
especialmente a uma das figuras centrais do movimento, Jackson
Pollock, que abordaremos mais adiante.
Devemos acrescentar que, no Expressionismo Abstrato, as
imagens não resultavam de ideias preconcebidas, mas surgiam
dentro do próprio processo criativo, segundo a intuição do artista,
e não segundo um plano de trabalho. Assim, a tela passou a ser
uma “arena” para a ação. Isto, especialmente, em artistas como
Pollock, que fazia o que os estudiosos chamaram de action pain-
ting, ou seja, uma pintura da ação ou gestual em que o corpo e os
movimentos do artista para a distribuição intuitiva, emocional e
muitas vezes vigorosa das tintas passaram a ser os principais ele-
mentos.
© U1 - Arte Internacional: do Expressionismo Abstrato ao Minimalismo 71

Figura 21 Exemplo de dripping: Jackson Pollock pintando em seu estúdio


em Nova York, em 1949.

Tal pintura gestual era realizada segundo vários procedimen-


tos, como o chamado dripping (Figura 21), que consistia em bor-
rifar, gotejar ou mesmo atirar a tinta sobre a tela, que no caso de
Pollock era esticada no chão do ateliê, e pela utilização de instru-
mentos como bastões ou colheres de pedreiros, além dos pincéis.
Vejamos nas Figuras 22 e 23 imagens de Pollock pintando em seu
estúdio.

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72 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Figura 22 Pollock pintando em seu Figura 23 Pollock pintando em seu


estúdio. estúdio em 1950.

A seguir, vejamos os principais artistas do Expressionismo


Abstrato norte-americano.

Jackson Pollock
Jackson Pollock (1912-1956), considerado por muitos críti-
cos internacionais como o maior artista norte-americano do sécu-
lo 20, foi o principal nome da pintura expressionista abstrata dos
EUA, e também um dos grandes pilares deste tipo de expressão
artística em todo o mundo.
Sua linguagem artística começou a ganhar os contornos que
a tornariam célebre durante a Segunda Guerra, quando Pollock co-
nheceu os surrealistas europeus exilados nos EUA e os escritos de
André Breton (1896-1966) sobre o automatismo na criação artísti-
ca. E foi exatamente na década de s 1940, também sob a influência
de Pablo Picasso (1881-1973), Max Ernst (1891-1976) e Joan Miró
(1893-1983), que Pollock encontrou a sua identidade artística.
© U1 - Arte Internacional: do Expressionismo Abstrato ao Minimalismo 73

Pollock iniciou, então, a fase mais conhecida de sua carrei-


ra e desenvolveu seu vocabulário individual: linhas sinuosas que
se entrelaçam num rendado complexo e cores traçadas sobre um
fundo que se projeta como plano de valor equivalente ao das for-
mas. Durante o período mais criativo de sua trajetória, mais ou
menos entre 1947 e 1951, elaborou obras em escala monumental
(Figura 24).

Figura 24 Exemplo do caráter "monumental" das telas de Pollock: visitantes do MoMA


(Museu de Arte Moderna de Nova York) em frente à obra Onde: number 31, de 1950.

A obra de Pollock pode ser considerada como o marco fun-


damental que projetou o Expressionismo Abstrato nova-iorquino
dentro do mundo da arte no pós-Segunda Guerra. Pollock morreu
aos 44 anos, em um acidente de automóvel. Observe nas Figuras
25 e 26 algumas de suas obras.

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74 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Figura 25 Number 1, Jackson Pollock, 1948.

Figura 26 Number 8, Jackson Pollock, 1949.

Willem de Kooning
Outro dos principais artistas do Expressionismo Abstrato
norte-americano foi o holandês Willem de Kooning (1904-1997).
Tendo estudado na juventude na Academia de Belas Artes de Ro-
terdã, chegou aos EUA em 1926. Ali procurou aprimorar-se, en-
© U1 - Arte Internacional: do Expressionismo Abstrato ao Minimalismo 75

quanto ganhava a vida trabalhando com pintura de interiores e


decoração. Em 1948, realizou sua primeira exposição de notorie-
dade, e daí por diante sua fama e valor no mercado de arte cres-
ceram exponencialmente. Vejamos nas Figuras 27 e 28 duas das
obras de Kooning.

Figura 27 Gotham News, Willem de Kooning, 1955, 175 X 200,5 cm.

O artista, no entanto, não se ateve apenas ao Expressionismo


Abstrato como linguagem artística. Algumas de suas obras mais fa-
mosas, por exemplo, são, apesar de próximas do Expressionismo
Abstrato em termos estilísticos, figurativas.

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76 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Figura 28 Mulher V, Willem de Kooning, 1952-1953.

Barnett Newman
Nascido em Nova York, o “berço” do Expressionismo Abstra-
to, Newman (1905-1970) começou a ganhar notoriedade em sua
carreira na década de 1940, ainda dentro desta corrente (Figura
29). Depois, passou a ser preferencialmente associado a outros
movimentos, tais como o Color-field Painting, que veremos mais
adiante.
© U1 - Arte Internacional: do Expressionismo Abstrato ao Minimalismo 77

Figura 29 Sem título, aquarela expressionista abstrata de Barnett Newman, 1944, 31 x 51 cm.

Mark Rothko
O russo Mark Rothko (1903-1970), imigrante que chegou aos
EUA com 10 anos de idade, foi outro artista que iniciou sua car-
reira no Expressionismo Abstrato e depois o abandonou, partindo
para uma pintura mais ligada às formas geométricas. Seu trabalho
celebrizou-se pelos largos e desfocados retângulos coloridos, ora
escuros e delicados, ora de cores incandescentes e emotivas.
Observe na Figura 30 uma obra de Rothko ligada ao Expres-
sionismo Abstrato e, na Figura 31, uma obra com o estilo mais geo-
métrico que passaria a marcar o artista a partir do final da década
de 1940.

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78 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Figura 30 Sem título, Mark Rothko, Figura 31 No.3/No.13 (magenta, preto,


1947, 121 x 90 cm. verde sobre laranja), Mark Rothko,
1949.

Arshile Gorky
O armênio Arshile Gorky, nascido entre 1902 e 1905 e mor-
to em 1948, emigrou para os EUA ainda criança, com os pais. Ali,
estudou arte até na década de 1930 e recebeu a influência do Sur-
realismo. Realizando, no início da carreira, obras figurativas, Gorky
também passou pelo Expressionismo Abstrato. Observe na Figura
32 uma das obras de Gorky.

Figura 32 Water of the Flowry Mill, 1944, 107,5 x 124 cm.


© U1 - Arte Internacional: do Expressionismo Abstrato ao Minimalismo 79

7. EXPRESSIONISMO ABSTRATO NA EUROPA


A Europa do pós-Segunda Guerra acolheu o Expressionismo
Abstrato norte-americano e, por assim dizer, “multiplicou-o” em
diversas tendências/correntes. Com isso, tivemos, nas décadas de
1940 e 1950, entre outros movimentos abstracionistas europeus:

Tachismo
Vertente abstracionista francesa encabeçada por Wols, Hans
Hartung e Georges Mathieu, entre outros. O termo “tachismo” é
derivado da palavra francesa tache, que significa mancha.

Correntes Abstracionistas––––––––––––––––––––––––––––––
Tanto o Tachismo quanto outras correntes abstracionistas não geométricas euro-
peias do Pós-Segunda Guerra, também, são chamadas de Abstracionismo Líri-
co, ou ainda de Informalismo ou Arte Informal, no sentido de “forma livre”.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Observe na Figura 33 uma obra deste movimento.

Figura 33 Exemplo de Tachismo: Oui, Oui, Oui, Wols, 1946-1947.

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80 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Art Brut
Tendência surgida por volta de 1950 que repudiava qualquer
forma tradicional e também pregava a espontaneidade acima de
tudo. O nome Art Brut foi cunhado pelo pintor Jean Dubuffet para
designar as formas de expressão não apenas espontâneas, como
também as irrefletidas, realizadas por artistas amadores, crianças
e psicóticos, por exemplo.
A seguir, vejamos os principais artistas do Expressionismo
Abstrato na Europa.
Wols
Wols é o pseudônimo que foi adotado pelo pintor e fotógra-
fo alemão Alfred Otto Wolfgang Schulze (1913-1951). Wols foi um
dos pioneiros do Tachismo, tendo sido bastante influenciado tam-
bém, especialmente no início de sua carreira, pelo Surrealismo.
Observe na Figura 34 uma das obras deste artista.

Figura 34 O Catalão, Wols, 1947-1948.


© U1 - Arte Internacional: do Expressionismo Abstrato ao Minimalismo 81

Hartung
Pintor e gravador, o alemão Hans Hartung (1904-1989) foi
uma figura seminal no cenário artístico parisiense do pós-guerra.
De 1924 a 1928, cursou várias academias europeias, princi-
palmente na Alemanha. Depois, perseguido pelos nazistas, fixou-
-se em Paris. Durante a Segunda Guerra, lutou na África (na Legião
Estrangeira) e na Europa, tendo perdido uma das pernas em bata-
lha. Em 1945, foi considerado cidadão francês.
Influenciado pelo Expressionismo Abstrato, por Kandinsky e
Paul Klee (1879-1940), Hartung começou a trabalhar com o Abs-
tracionismo na década de 1920, desenvolvendo uma caligrafia que
se preocupava em transmitir estados de espírito. Esta transmissão
acontecia com uma espécie de escrita automática, próxima do Sur-
realismo, que também aproximava Hartung do que se convencio-
nou chamar de action painting. Vejamos na Figura 35 uma de suas
obras.

Figura 35 T-I954-20, Hans Hartung.

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82 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Mathieu
Georges Mathieu, nascido
na França em 1921, é outro dos
nomes importantes do Abstracio-
nismo Lírico europeu do pós-guer-
ra. Apesar de ter sempre atuado
na Europa, o “tachista” Mathieu
é também constantemente cha-
mado de Expressionista Abstrato,
muito ligado à pintura gestual (ou
action painting, procedimento
muito utilizado por Pollock, por
exemplo) devido à sua pintura
realizada de maneira rápida e im-
Figura 36 Tempestades desconhecidas,
pulsiva, como é possível observar Mathieu, 146 x 114 cm.
na Figura 36.

Soulages
O francês Pierre Soulages,
nascido em 1919, deu início à sua
carreira artística imediatamente
após o final da Segunda Guerra
Mundial, em Paris. Com o tem-
po, passou a ser conhecido como
o “pintor do preto” devido à sua
predileção por esta cor que, se-
gundo o próprio artista, é ao mes-
mo tempo “uma cor e uma não
cor”. Vejamos na Figura 37 uma de
suas obras.
Figura 37 Pintura, Soulages, 1958, 161
x 113 cm.
© U1 - Arte Internacional: do Expressionismo Abstrato ao Minimalismo 83

Saura
Autodidata, o espanhol Antonio Saura (1930-1998) iniciou
sua carreira ainda jovem, logo após uma longa convalescência.
Suas maiores influências até então eram Miró e o Surrealismo. En-
tretanto, logo o Abstracionismo Lírico tomou conta de sua obra,
especialmente após uma estadia em Paris na década de 1950. Ve-
jamos a Figura 38.

Figura 38 Hia, Antonio Saura, 1958, 162 x 130 cm.

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84 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Dubuffet
Jean Dubuffet (1901-1985) foi um dos principais nomes da
corrente que ficou conhecida como Art Brut, algo que poderia ser
traduzido como “arte bruta”. Tal designação se deveu, especial-
mente no caso de Dubuffet, ao mundo primitivo e irracional criado
pelo artista em suas obras, que contavam não apenas com mate-
riais tradicionais, mas também outros como areia, cimento etc. A
partir do final da década de 1960, Dubuffet ocupou-se cada vez
mais com a escultura. Observe na Figura 39 uma de suas obras.

Figura 39 Alma do Underground, Jean Dubuffet, 1959, 149,6 x 195 cm, óleo sobre chapa
de alumínio.

8. HARD-EDGE E COLOR-FIELD PAINTING


Já em meados da década de 1950, foram surgindo outras
correntes abstracionistas nos EUA muito mais ligadas ao geome-
trismo do que o Expressionismo Abstrato. Entre elas estavam o
que se chamou de Hard-edge e Color-field Painting.
© U1 - Arte Internacional: do Expressionismo Abstrato ao Minimalismo 85

O termo Hard-edge (Figura 40) foi cunhado para designar


uma pintura muito mais impessoal do que o Expressionismo Abs-
trato, e que tinha nas grandes áreas planas de cor, em geral dividi-
das em formas geométricas, sua principal marca.
As grandes áreas planas de cor também foram, como o pró-
prio nome diz, o foco central da Color-field Painting (Figura 41),
que tinha a peculiaridade de buscar trabalhar com especial cuida-
do os valores psicológicos das cores.

Figura 40 Exemplo de Hard-edge: Figura 41 Pintura de Mark Rothko:


Interações da Cor, Josef Albers, 1963. exemplo de Color-field Painting.

De qualquer forma, mesmo sendo o Hard-edge e o Color-


-field Painting reações ao Expressionismo Abstrato, isso não signi-
fica que muitos dos nomes mais importantes dessas correntes não
tenham sido anteriormente ligados ao Expressionismo Abstrato,
como inclusive já vimos anteriormente. Como exemplo disso, po-
demos citar Barnett Newman e Mark Rothko.
Outros nomes importantes no Hard-edge e no Color-field
Painting foram Josef Albers, Ellsworth Kelly, Frank Stella, Morris
Louis, Kenneth Noland e outros dois artistas que veremos mais
adiante, ao falarmos da Op Art: Victor Vasarely e Bridget Riley.

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86 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

A seguir, vejamos os principais artistas do Hard-edge e do


Color-field Painting. Acompanhe.

Albers
O artista, matemático e educador alemão Josef Albers (1888-
1976) é um bom exemplo de como os EUA souberam absorver
sabiamente a “mão de obra” qualificadíssima que saía da Europa
com a ascensão dos regimes autoritários na década de 1930 e fa-
zer desta mão de obra instrumento para seu próprio crescimento
cultural.
Albers adentrou à Bauhaus em 1920 como estudante. Pouco
depois, em 1925, quando a instituição já se mudava para Dessau,
foi promovido a professor. Com a ascensão dos nazistas, foi para os
EUA em 1933 e passou a lecionar, tendo como alunos nomes como
Robert Rauschenberg e Cy Twombly, que abordaremos nesta e na
próxima unidade, respectivamente.
Já na década de 1950, Albers tornou-se um dos principais
nomes da abstração geométrica norte-americana. Vejamos na Fi-
gura 42 uma de suas obras.

Figura 42 Homenagem ao quadrado, Josef Albers,


1965.
© U1 - Arte Internacional: do Expressionismo Abstrato ao Minimalismo 87

Kelly
O norte-americano Ellsworth Kelly, nascido em 1923, é um ar-
tista cuja carreira começou a ganhar fama na década de 1950. Tendo
estudado na França e sido influenciado pelos contatos com o Sur-
realismo e o Neoplasticismo, Kelly desenvolveu um abstracionismo
que não deixa de ser também associado ao Minimalismo, que abor-
daremos mais adiante. Observe na Figura 43 o estilo de Kelly.

Figura 43 Azul sobre laranja, litografia de


Ellsworth Kelly, 1964-65, 89 x 60 cm.

Noland
Kenneth Noland nascido em 1924 foi fortemente influencia-
do pelo Neoplasticismo de Piet Mondrian (1872-1944) e por Josef
Albers. A arte de Noland conta principalmente com grandes qua-
dros baseados na cor e na simplicidade geométrica. Para conseguir
mais precisão, o artista chegou a utilizar rolos em vez de pincéis,
chegando a resultados que, muitas vezes, lembram grandes alvos
(Figura 44).

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88 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Figura 44 Turnsole, Keneth Noland, 1961.

Stella
Nascido em 1936, Frank Stella teve em Kenneth Noland uma
de suas principais influências. Stella é considerado também um
dos precursores do Minimalismo, que abordaremos mais adiante.
Na Figura 45, podemos observar o estilo de Stella.

Figura 45 Hyena Stomp, Frank Stella, 1962.


© U1 - Arte Internacional: do Expressionismo Abstrato ao Minimalismo 89

Morris Louis
A principal característica das obras de Morris Louis (1912-
1962) foi o abandono da pintura gestual, comum ao Expressionis-
mo Abstrato, para a adoção de áreas de tinta diluída em que há a
utilização psicológica das cores, muitas vezes colocadas lado a lado
e em tons próximos como em um arco-íris, como mostra exemplo
da Figura 46.

Figura 46 Alpha-Pi, Morris Louis, 1960, 260,4 x 449,6 cm.

9. ARTE POP
A Arte Pop foi um movimento que, iniciado na Inglaterra no
final da década de 1950, teve grande impulso nos EUA, devido às
condições socioeconômicas norte-americanas do pós-Segunda
Guerra que permitiram o florescimento da cultura de massa e de
uma arte que dialogasse com este fenômeno.
Baseada na publicidade, no jornalismo, na sociedade de con-
sumo, nos modernos meios de comunicação e mesmo em proce-
dimentos da “anti-arte” dadaísta, mas sem a mesma acidez crítica
do Dadaísmo, a Arte Pop buscava levar ao “erudito” universo das

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90 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Artes Plásticas um pouco do turbilhão que a cultura de massa pro-


duzia com cada vez mais força. Com isso, constituiu-se em um ver-
dadeiro marco no início do que se convencionou chamar de Pós-
-modernismo.

Pós-modernismo––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
É chamado de “pós-moderna” a arte que, de diversas formas, transcendeu os
paradigmas, os desafios e os conceitos da Arte Moderna, que teve início com as
vanguardas do início do século 20 e perdurou até a década de 1960.
Assim, se a arte moderna fora marcada pela ideia de progresso, utopia e des-
construção dos cânones da História da Arte, a pós-moderna – que para muitos
foi “inaugurada” com a Pop Art – é marcada pela fragmentação, pelo pluralismo,
pelo ecletismo e por uma relação mais individualista e também mais complexa
do homem com o mundo em que vive. Tal relação, pautada por um capitalismo
chamado de “pós-industrial”, gera também, evidentemente, uma nova relação do
homem com o objeto e, consequentemente, do homem com a arte.
Os conceitos de Pós-modernismo e Pós-modernidade não se limitam ao mundo
das artes. Surgiram em campos das ciências humanas tais como a Sociologia, a
História e a Filosofia e ainda são muito discutidos, havendo inclusive estudiosos
que questionam bastante a sua pertinência.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

O início na Inglaterra
Uma espécie de debut da Arte Pop ocorreu na Inglaterra,
com a obra O que exatamente é isso que torna os lares de hoje tão
diferentes, tão atraentes? em 1956 (Figura 47), de Richard Hamil-
ton. A obra, como o próprio nome indica, mostra um apartamento
da década de 1950 com vários bens de consumo e elementos rela-
tivos à cultura de massa.
© U1 - Arte Internacional: do Expressionismo Abstrato ao Minimalismo 91

Figura 47 O que exatamente é isso que torna os lares de hoje tão diferentes, tão atraentes?,
Richard Hamilton, 1956.

Arte Pop –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––


Se é que é possível o estabelecimento do marco inicial de um movimento artístico,
pode-se dizer que, no caso da Arte Pop, este marco foi a obra: O que exatamente
é isso que torna os lares de hoje tão diferentes, tão atraentes? (Figura 47).
Esta obra concentra, numa pequena colagem, várias das premissas da estética
pop, num processo de criação que dialoga, por exemplo, com os dadaístas, mas
tendo evidentemente outro sentido.
Na obra estão presentes a sociedade de consumo e todos os seus desdobra-
mentos cotidianos, como:
1) a imagem idealizada de um corpo perfeito e “malhado” (a perfeição
seria conseguida, no caso do homem, com exercícios físicos, num
procedimento tipo academia/ingestão de produtos para aumento da
massa muscular e, no caso da mulher, com cosméticos, roupas e
artigos de beleza em geral);

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92 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

2) a pulp fiction, no quadro na parede de trás;


3) a televisão e os eletrodomésticos em geral, como o gravador e o
aspirador de pó;
4) o jornal sobre o sofá;
5) o cinema ao fundo, depois da janela de trás, com Al Jolson, que atuou
em O cantor de Jazz, um dos primeiros filmes falados, considerado o
primeiro longa-metragem sonoro da história do cinema, no cartaz;
6) referências pseudo-eruditas no quadro ao lado daquele da pulp
fiction;
7) as marcas em geral (lê-se Ford ao fundo) e o olhar “publicitário” das
figuras representadas;
8) a corrida espacial e o deslumbramento com o progresso científico: o
teto é a “lua”, algo que remete aos foguetes e à conquista do espaço.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

Pulp fiction–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Eram chamadas de pulp fiction as histórias de detetives, ficção científica, romance
ou simplesmente fantasiosas publicadas em larga escala e papel barato nos EUA
a partir da década de 1920. O nome deve-se ao tipo de papel usado, de má quali-
dade (pulp), o que barateava o custo e permitia o consumo em larga escala.
Quentin Tarantino lançou em 1994 um filme chamado Pulp Fiction, vencedor da
Palma de Ouro no festival de Cannes em 1994, devido ao seu aspecto pop,
violento, transgressor e até absurdo, assim como as histórias da literatura Pulp
norte-americana.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Hamilton fazia parte do grupo que foi o impulso inicial da
Arte Pop, algo que, como já vimos anteriormente, ocorreu primei-
ro na Inglaterra para apenas depois ser recriado e reforçado pela
cultura norte-americana. Neste grupo estavam também Eduardo
Paolozzi e Peter Blake. Mais adiante, falaremos também do inglês
posteriormente radicado nos EUA, David Hockney.
Richard Hamilton
Nascido em 1922, Richard Hamilton trabalhou como dese-
nhista técnico durante a Segunda Guerra Mundial e somente de-
pois pôde efetivamente entrar para o mundo das artes, sendo um
dos pioneiros da Pop Art. Internacionalmente aclamado, assim
como outros artistas pop que veremos mais adiante, sempre man-
teve uma estreita ligação com a cultura de massa. Exemplo disso é
sua relação com a música, traduzida em trabalhos como a capa do
famoso disco dos Beatles: Álbum Branco de 1968 (Figura 48); e em
© U1 - Arte Internacional: do Expressionismo Abstrato ao Minimalismo 93

obras como Swingeing London III (Figura 49), que faz uma releitura
da foto jornalística da famosa prisão de Mick Jagger por porte de
drogas em 1967.

Beatles: Álbum Branco (1968)–––––––––––––––––––––––––––


É praticamente desnecessário falar sobre os Beatles, a mais famosa banda de
rock do século 20 e talvez o maior “fenômeno pop” de todos os tempos. Vale
apenas lembrar que, formado no início da década de 1960 por quatro rapazes da
cidade inglesa de Liverpool e tendo durado até 1970, a banda representou parte
do que de mais alto nível já se produziu na música pop e revolucionou a história
de toda a cultura popular a ponto de poder-se dividir alguns assuntos, como o
rock, por exemplo, em antes e depois dos Beatles.
The Beatles, conhecido como Álbum Branco por ter uma capa branca apenas
com o nome da banda, foi lançado em 22 de novembro de 1968. É um disco
duplo e conta com trinta canções. É considerado um dos dez discos mais impor-
tantes de todos os tempos.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

Swingeing London––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Swingeing London é o nome de uma série de obras de Hamilton que têm como
tema a efervescência da cultura jovem na capital inglesa na segunda metade
dos anos 1960. Londres ficou então conhecida como Swinging London, algo que
poderia ser traduzido como “Londres balançante”, devido às bandas de rock, ao
colorido das roupas e ao clima de liberalidade, que incluiu o uso de drogas da
juventude.
Há uma comédia que dá uma visão divertida e, evidentemente, caricata do que foi
a Swingin London. É o primeiro filme da série Austin Powers (1999), do comediante
Mike Myers, que conta algumas das aventuras do “psicodélico” agente secreto.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

Figura 48 Capa do "Álbum Branco" dos Figura 49 Swingeing London III, Richard
Beatles, 1968. Hamilton, 1972.

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94 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Mick Jagger––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Mick Jagger, nascido em 1943, é o líder dos Rolling Stones. A banda, existente
até hoje, foi a segunda grande força do rock inglês dos anos 1960, atuando como
uma espécie de “antagonista” dos Beatles, mostrando-se mais transgressora em
termos comportamentais.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Peter Blake
Peter Blake, nascido em 1932, foi outro artista que se cele-
brizou não apenas por suas pinturas, mas também por criações
como, por exemplo, capas de disco. É dele a capa de Sgt. Pepper’s
Lonely Hearts Club Band (Figura 51), também dos Beatles, talvez a
mais famosa capa de disco de todos os tempos. Contudo, seu en-
volvimento com a música não parou por aí. Em 2006, por exemplo,
Blake desenhou a capa de um disco da banda Oasis (Figura 50).

Sargent Pepper’s Lonely Hearts Club Band––––––––––––––––


Lançado em 1967, Sargent Pepper’s Lonely Hearts Club Band é considerado por
muitos como o mais importante álbum da história da música pop. Isto porque o
disco norteou muito do que seria produzido no rock e no pop a partir de então, em
vários aspectos, tais como arranjos, produção, gravação e composição.
Nada mais adequado do que a Pop Art para permitir que uma capa de disco seja
analisada enquanto obra de arte. Nesta obra (Figura 51), que permite inúmeras e
riquíssimas interpretações, Peter Blake trabalhou com grande criatividade imagens
de ícones da cultura popular, colocando-as lado a lado com a imagem dos Beatles.
Trata-se de uma espécie de colagem em que vemos, coloridas ou em preto e
branco, figuras como Marlon Brando, Marilyn Monroe, Fred Astaire, Edgar Alan
Poe, Oliver Hardy e Stan Laurel (o gordo e o magro), Oscar Wilde, entre vários
outros, importantes para a cultura popular ou erudita, dentro e fora da Grã-Bre-
tanha, como se estivessem amontoadas em uma espécie de museu de cera.
Podemos perceber que inclusive os próprios Beatles na sua versão “inicial”, com
seus famosos terninhos, são retratados como bonecos de cera, como se fizes-
sem parte do “passado”.
Isto se confirma com a forma como é escrito o nome Beatles: com um arranjo
floral no chão, como em uma espécie de “cemitério”: trata-se, portanto, do “en-
terro” dos membros da banda como eles haviam sido até então e do nascimento
de uma “nova banda”: a Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band (traduzido seria
algo como Banda de Corações Solitários do Sargento Pimenta), personagens
assumidos pelos Beatles neste disco como possibilidade de autorreinvenção.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
© U1 - Arte Internacional: do Expressionismo Abstrato ao Minimalismo 95

Figura 50 Capa do disco “Stop the Clocks”, Peter Blake, 2006.

Figura 51 Capa do disco “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band,


Peter Blake, 1967.

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Oasis––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
A banda inglesa Oasis foi formada em 1994 em Manchester, liderada pelos ir-
mãos Noel e Liam Gallagher. Trata-se do principal nome do movimento que na
década de 1990 foi chamado de Britpop, ou seja, o “pop vindo da Grã-Bretanha”.
A grande inspiração do Oasis é e sempre será, admitem os próprios integrantes
do grupo, a música dos Beatles.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Em sua arte, Blake tem como uma das características a utili-
zação de releituras de artistas como, por exemplo, Édouard Manet
(1832-1883) e Keneth Noland. Observe na Figura 52 a obra On the
Balcony (No Balcão), que dialoga com O Balcão de Manet (o perso-
nagem de óculos escuros segura o quadro de Manet).

Figura 52 No Balcão, Peter Blake, 1957.


© U1 - Arte Internacional: do Expressionismo Abstrato ao Minimalismo 97

Paolozzi
O escocês Eduardo Paolozzi (1924-2005) foi um dos primei-
ros escultores a se destacar dentro do universo da Pop Art. Uma
das marcas de Paolozzi são os seres antropomórficos que parecem
híbridos (meio vivos e meio máquinas) e, por vezes, lembram es-
tranhos e/ou assustadores robôs. Observe na Figura 53 uma das
obras de Paolozzi.

Figura 53 Quatro Torres, Eduardo Paolozzi, 1962.

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98 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

David Hockney
David Hockney, nascido em 1937, é um dos mais ilustres re-
presentantes do British Pop, ou seja, do grupo de artistas britâni-
cos que aderiram à Pop Art.
Hockney ofereceu ao Pop com sua pintura um inigualável
toque irônico, no qual se percebe uma forte presença do humor
inglês. Depois de mudar-se para Los Angeles, em 1964, sua arte
perdeu bastante dessa característica, voltando-se mais para um
aspecto narrativo e para um realismo que, no entanto, não deixa-
ram de conter certa magia e artificialidade. Neste período, Hock-
ney utilizou como temática cenas, paisagens e interiores califor-
nianos. Vejamos seu estilo na Figura 54.

Figura 54 Retrato de um artista: piscina com duas figuras, David Hockney, 1971.
© U1 - Arte Internacional: do Expressionismo Abstrato ao Minimalismo 99

10. EUA: ONDE O POP “SE ENCONTROU”


Como vimos anteriormente, foi nos EUA que a Arte Pop en-
controu seu nicho ideal. Por ser o país do paraíso da indústria cul-
tural e da sociedade de consumo, é significativo que mesmo em
algumas obras pop inglesas a inspiração tenha sido a cultura norte-
-americana.
Como vimos, até o final da década de 1950, reinavam nos
EUA o Expressionismo Abstrato e outras correntes abstracionistas.
A Arte Pop, com o seu figurativismo despojado, teve início então
como um movimento que ia na contracorrente do abstracionismo
que o país já estava tomando para si como sua linguagem pictóri-
ca oficial, por ter sido o Expressionismo Abstrato, por exemplo, o
primeiro tipo de arte originário dos EUA a ser reconhecido inter-
nacionalmente.
Assim, mesmo sendo a arte abstrata respeitada e muitas
vezes até tomada como influência para vários artistas pop, a Pop
Art nascia como uma espécie de retorno à figura. É interessante
que também sejam citadas as influências de nomes como Marcel
Duchamp (1887-1968), como, aliás, não poderia deixar de ser, já
que este passou um período nos EUA, difundindo portanto o seu
ideário de “anti-arte”, de Kurt Schwitters (1887-1948) e de outros
dadaístas.
É importante ressaltarmos a diferença básica que havia en-
tre o espírito pop e o Dadá: a Arte Pop pegou a crítica mais ácida à
sociedade burguesa, aquela realizada pelos dadaístas, e transfor-
mou-a em “ode”, ou pelo menos em obras supostamente neutras
em relação aos temas representados. Isso contrariava tanto ideá-
rios como o do Dadaísmo que artistas como Duchamp, por exem-
plo, que pôde acompanhar o surgimento da Pop Art no fim da sua
vida, não pouparam críticas ao movimento.
A seguir, vejamos mais sobre a Arte Pop e os seus principais
artistas. Acompanhe.

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100 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Jasper Johns
Jasper Johns, nascido em 1930, é um importante artista abs-
trato norte-americano, considerado também um dos pioneiros da
Arte Pop. Talvez as obras mais conhecidas de Johns sejam suas
“bandeiras norte-americanas” (Figura 55), que foram tratadas
pelo artista como mote para pinturas abstratas sem, no entanto,
deixarem de carregar certo teor pop.

Figura 55 Três bandeiras, Jasper Johns, 1958, 79 x 115 cm.

Robert Rauschenberg
Robert Rauschenberg (1925-2008), antes de ser tido pela
crítica como um dos importantes nomes do universo da Pop
Art, voltou suas atenções para o Expressionismo Abstrato. Pos-
teriormente, uniu seu interesse pela pintura gestual abstrata ao
“assemblagismo”. Vejamos na Figura 56 uma das obras de Raus-
chenberg.
© U1 - Arte Internacional: do Expressionismo Abstrato ao Minimalismo 101

Figura 56 Retroactive I (Kennedy), Robert Rauschenberg.

Andy Warhol
Andy Warhol (1928-1987) foi um dos principais – se não o
principal – expoentes da Arte Pop norte-americana.

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102 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Começando sua carreira como artista comercial (1949-1960),


utilizou técnicas e imagens ligadas a esta atividade nas suas obras.
As primeiras foram bandas desenhadas ou anúncios estilizados.
Depois, Warhol produziu trabalhos com imagens repetidas (Figura
57), utilizando carimbos de borracha ou de madeira que o levaram
mais tarde a reproduções feitas com serigrafia sobre tela.

Figura 57 Elvis Triplo, Andy Warhol, 1963, 208,3 x 180,3 cm.


© U1 - Arte Internacional: do Expressionismo Abstrato ao Minimalismo 103

Sua obra é composta principalmente de retratos, imagens


documentais como choques de automóveis (Figura 58), cadeiras
elétricas etc., artigos de consumo (Figura 59) e flores. Tudo trans-
pirando uma fria impessoalidade que pode soar cruel para alguns,
irônica para outros, mas à qual é impossível “escapar ileso”.

Figura 58 Pink Car Crash, Andy Warhol, 1962.

Figura 59 Sopas Campbell’s I, Andy Warhol, 1968, 91,8 x 61,3 cm.

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104 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

A partir de meados da década de 1960, Warhol expandiu


suas atividades também para a produção de filmes e dedicou-se à
Factory, uma espécie de ateliê/ponto de encontro que funcionava
como polo da vanguarda artística nova-iorquina das décadas de
1960 e 1970.

Filmes Experimentais––––––––––––––––––––––––––––––––––
Warhol produziu o que se convencionou chamar de “filmes experimentais”, ou
seja, que não tinham propriamente uma ligação com o aspecto narrativo, ou pelo
menos não com o que há de mais comum na narrativa cinematográfica. Exem-
plos destes filmes “experimentais” são Sleep e Empire, ambos do final da década
de 1960. Sleep mostra um homem dormindo por oito horas seguidas (o filme dura
oito horas) e Empire mostra o Empire State Building, um dos prédios mais altos e
famosos de Nova York, também ininterruptamente durante oito horas.
A Factory, que em português significa fábrica, ateliê e polo de reunião da van-
guarda nova-iorquina nos anos 1960 e 1970, misturava em um mesmo espaço
diversos campos e tendências, atuando não apenas como polo cultural, mas
também como ponto de encontro de amigos. Por ali passaram não apenas no-
mes ligados às artes plásticas, como também à moda, à música pop, ao cinema
e celebridades em geral. Exemplo disto foi a banda Velvet Underground, liderada
por Lou Reed, que teve seu primeiro disco – ao lado da modelo alemã Nico –
produzido por Andy Warhol.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

Outra atribuição que não se pode


esquecer de fazer a Warhol é a sua rela-
ção com a mídia e a utilização que o ar-
tista fazia de uma “persona” pública para
atrair atenção para si, tornando-se, em
alguns casos, ele mesmo um personagem
ou obra de arte (Figura 60).
Podemos afirmar que, assim como
Marcel Duchamp o fora décadas antes,
Warhol foi um dos artistas mais influen-
tes e revolucionários da segunda metade
do século 20. Assim, falar de pós-moder- Figura 60 Autorretrato como
nismo nas artes plásticas é, em grande drag, fotografia Polaroid de
Andy Warhol, 1981.
medida, começar falando de Warhol.
© U1 - Arte Internacional: do Expressionismo Abstrato ao Minimalismo 105

Roy Lichtenstein
Roy Lichtenstein (1923-1997), artista que sempre foi inspi-
rado pelas histórias em quadrinhos e pelos anúncios publicitários,
mais do que um dos mais famosos representantes da Pop Art, tal-
vez possa ser definido como um dos que melhor compreenderam
e deram vazão às premissas do “universo pop”. No melhor estilo
americano de ficção barata e de ação, sua arte representa a in-
terseção perfeita da erudição das artes plásticas com a cultura de
massa. Vejamos uma de suas obras na Figura 61.

Figura 61 Whaam!, Roy Lichtenstein, 1963, 172 x 269 cm.

James Rosenquist
Tendo começado, assim como Warhol, como artista comer-
cial, James Rosenquist, nascido em 1933, trouxe sua habilidade
técnica em desenho e em pintura para as suas obras de arte de
grandes dimensões. Destaca-se entre elas F-111 (Figura 62), pos-
teriormente conhecida como American fighter-bomber, que lem-
bra na temática Whaam!, de Liechtenstein. Observe na Figura 63
outra de suas obras.

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106 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Figura 62 A obra F-111 de James Rosenquist exposta no MoMA, 1964-65, 305 x 2621,5 cm.

Figura 63 Presidente eleito, James Rosenquist, 1960-61, 226 x 366 cm.

Claes Oldenburg
Em torno de 1961, o norte-americano de origem sueca Claes
Oldemburg, nascido em 1929, apareceu no cenário da Arte Pop
promovendo happenings. Depois, dedicou-se à manufatura de
obras que representavam realisticamente artigos de restaurantes
© U1 - Arte Internacional: do Expressionismo Abstrato ao Minimalismo 107

baratos, como hambúrguer (Figura 64), pedaços de bolo, sundays


etc., peças que foram ficando maiores até parecerem fazer parte
de um pesadelo surrealista.

Figura 64 Hambúrguer gigante, Claes Oldenburg, 1962.

Oldenburg continuou brincando com


esse jogo de simulacros quando usou pro-
cedimentos parecidos para representar des-
virtuadamente objetos cotidianos. Um bom
exemplo é a privada (Figura 65) feita de ma-
neira relativamente realista que ficava mole
por causa do material usado (vinil e enchi-
mentos).

Figura 65 Privada mole,


Claes Oldenburg.

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11. ABSTRACIONISMO GEOMÉTRICO: A OP ART


A Op Art surgiu em meados da década de 1960, encabeçada
por nomes como a inglesa Bridget Riley, o americano Richard
Anuszkiewicz e o franco-húngaro Victor Vasarely.
No Op, todos os elementos,
sempre ligados à abstração geomé-
trica, são voltados à produção da
sensação de “pulsação” da pintura
no espectador e a diversas outras
ilusões de ótica. Por isto o nome
Op Art, que nada mais é do que
uma abreviação de Optical Art, ou
seja, Arte Óptica. Observe na Figu-
ra 66 uma obra de Bridget Riley. Figura 66 Blaze 1, Bridget Riley.

Podemos afirmar que a busca de linguagens artísticas que


trabalhassem com a exacerbação dos sentidos, no caso da Op Art,
o sentido da visão, foi uma marca registrada da década de 1960,
em que os mais diversos paradigmas culturais eram questionados
e quebrados. Este é um dos motivos pelos quais, ao nos depara-
mos com as obras Op, fazemos uma relação imediata com o cha-
mado Psicodelismo do final da década de 1960.
A seguir, vejamos mais sobre a Op Art e seus principais artis-
tas. Acompanhe.

Bridget Riley
A inglesa Bridget Riley, nascida em 1931, é um dos principais
nomes da Op Art mundial. Começou a celebrizar-se em meados da
década de 1960, especialmente a partir de 1965, quando, com a
mostra The Responsive Eye, inaugurou a Op Art em Nova York. Ve-
jamos na Figura 67 uma das obras de Op Art feita por Bridget Riley.
© U1 - Arte Internacional: do Expressionismo Abstrato ao Minimalismo 109

Figura 67 Movimento com quadrados, Bridget Riley.

Richard Anuszkiewicz
Tendo estudado no Instituto de Artes de Cleveland e na Uni-
versidade de Yale com Josef Albers (que já abordamos nesta unida-
de e que foi um dos grandes mentores tanto dos artistas Op quanto
da maioria daqueles que optaram pela abstração geométrica nos
EUA na década de 1960), Richard Anuszkiewicz, nascido em 1930,
começou a celebrizar-se em meados da década de 1960, quando
foi chamado pela Life Magazine de o “novo mágico de Op”. Veja-
mos na Figura 68 uma de suas obras.

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110 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Figura 68 Sem título, Richard Anuszkiewicz, 1968, 38 x 38 cm.

Victor Vasarely
O húngaro Victor Vasarely (1906-1997) é considerado por
muitos como o “pai” do Op, estilo a que o artista chegou, e se-
gundo o qual produziu grande parte de suas obras, depois de ter
passado pelo figurativismo na década de 1940, e ter trabalhado
por muitos anos como designer gráfico. Observe na Figura 69 uma
das obras de Victor Vasarely.
© U1 - Arte Internacional: do Expressionismo Abstrato ao Minimalismo 111

Figura 69 Vega Nor, Victor Vasarely, 1969.

12. MINIMALISMO
Podemos definir a Minimal Art ou Minimalismo como uma
tendência da pintura e escultura abstrata norte-americana das dé-
cadas de 1960 e, principalmente, 1970, que visa à diminuição de
todos os efeitos expressivos da arte a algumas poucas categorias
formais que devem, por sua vez, integrar-se no espaço circundante.
As influências das propostas do Minimalismo, com seus
componentes artísticos tais como estruturas em grade, compo-
sições em série, componentes modulares e materiais industriais,
atuaram fortemente sobre as artes em geral e foram integradas a

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112 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

movimentos como a Arte Conceitual e as Instalações, que veremos


na próxima unidade.
Podemos citar como principais nomes do Minimalismo nas
Artes Plásticas Donald Judd, Carl Andre, Richard Serra, Sol LeWitt
e os já citados Ellsworth Kelly e Kenneth Noland. Vejamos, a seguir,
maiores detalhes sobre cada um deles.

Donald Judd
Donald Judd (1928-1994) começou sua carreira como crítico
de arte de revistas nova-iorquinas e realizou sua primeira expo-
sição no final da década de 1950, quando ainda pintava quadros
expressionistas abstratos. A partir do final da década de 1960 é
que sua arte começou a tomar os contornos minimalistas que a
tornariam famosa, com as esculturas de formas geométricas em
repetição e grande rigor formal. Vejamos o estilo de Judd nas Fi-
guras 70 e 71.

Figura 70 Sem título, 1979, Donald Judd.


© U1 - Arte Internacional: do Expressionismo Abstrato ao Minimalismo 113

Figura 71 Sem título, Donald Judd.

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114 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Carl Andre
O norte-americano Carl Andre, nascido em 1935, natural do
estado de Massachusetts, chegou a Nova York em 1956 e logo co-
nheceu Frank Stella e realizou suas primeiras esculturas em madei-
ra. Durante o início da década de 1960, trabalhou em empregos
“não artísticos” e, em 1970, teve sua primeira grande exposição,
tornando-se um dos grandes nomes do Minimalismo internacional.

Figura 72 Sem título, Carl Andre.

Richard Serra
Richard Serra, nascido em 1939, é famoso pelas enormes es-
culturas em aço, tão grandes que é possível até caminhar dentro
delas, colocadas geralmente em espaços públicos (Figura 73).

Figura 73 Switch, Richard Serra, 1999.


© U1 - Arte Internacional: do Expressionismo Abstrato ao Minimalismo 115

Serra é hoje um artista extremamente conceituado interna-


cionalmente, sendo constantemente homenageado com mostras
nas instituições artísticas mais importantes e recebendo enco-
mendas para projetar obras em espaços públicos de várias cidades
ao redor do mundo.

Sol LeWitt
O escultor norte-americano Sol LeWitt (1928-2007) foi outro
dos principais protagonistas do Minimalismo. Começou a celebri-
zar-se na década de 1960, com estruturas derivadas do cubo. Suas
obras trabalham as relações entre percepção, superfície e volume.
Observe seu estilo na Figura 74.

Figura 74 123454321+, Sol LeWitt.

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116 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

13. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS


Ao final desta unidade, reflita sobre as seguintes questões:
1) Até que ponto o deslocamento do centro artístico mundial da Europa para
os EUA tem relação com a Segunda Guerra Mundial e suas consequências?

2) Entre as obras e artistas expressionistas abstratos, quais aqueles(as) que fa-


lam mais alto à minha sensibilidade? Por quê?

3) É próxima a relação entre a Arte Pop e o chamado american way of life (ou
seja, o "estilo de vida americano", alardeado e propagado pela música, pelo
cinema e por várias mídias)? Por quê?

4) Falando especificamente de Andy Warhol, você considera o “cinismo” um


valor presente em suas obras (tais como aquelas que mostram friamente
acidentes de carro, por exemplo)? Ou trata-se de uma arte que busca como
valor a frieza, a impessoalidade e a atualidade (ao falar da cultura de mas-
sa)?

5) A Op Art sempre esteve restrita aos museus e galerias de arte ou foi algo
que saiu do campo das artes plásticas para invadir outros campos, como o
design, entre outros?

14. CONSIDERAÇÕES
Chegamos ao final da primeira unidade do Caderno de Refe-
rência de Conteúdo de História da Arte: Arte Internacional e Arte
Brasileira. Nesta unidade, você teve contato com a arte do pós-
-Segunda Guerra Mundial e viu que, tanto com o Expressionismo
Abstrato quanto com a Arte Pop e outras correntes, o centro artís-
tico mundial deslocou-se da Europa para os EUA.
Você pôde ver, também, como se deu, com a eclosão da Arte
Pop, a passagem do Modernismo para o Pós-modernismo. Agora,
você já está preparado para tomar contato com a enorme comple-
xidade e pluralidade de tendências da Arte Contemporânea, que
abordaremos na próxima unidade.
Até lá!
© U1 - Arte Internacional: do Expressionismo Abstrato ao Minimalismo 117

15. E-REFERÊNCIAS

Lista de figuras
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Figura 2 - Soldados alemães passam sob o Arco do Triunfo em Paris, após a invasão
da França em 1940: disponível em: <http://pro.corbis.com/images/BE059921.
jpg?size=67&uid=%7B3E9158A7-7999-4D5E-9731-32F8A55AD80D%7D>. Acesso em: 6
out. 2010.
Figura 3 - Base norte-americana de Pearl Harbor após ataque japonês, em 7 de
dezembro de 1941: disponível em: <http://staff.imsa.edu/socsci/jvictory/help_07/
exemplary_papers/tu_09_4/pearl_harbor.jp>. Acesso em: 9 fev. 2009.
Figura 4 - Soldados alemães prisioneiros em Stalingrado: disponível em: <http://pro.
corbis.com/images/NA005697.jpg?size=67&uid=%7B883E4795-F3C9-4761-BE3E-
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Figura 5 - Soldados norte-americanos prontos para desembarcar em praia da
Normandia no Dia D: disponível em: <http://www.arqnet.pt/imagens2/imag060201.
jpg>. Acesso em: 6 out. 2010.
Figura 6 - Área de Hiroshima arrasada após explosão da bomba atômica: disponível em:
<http://www.arqnet.pt/imagens2/imag060201.jpg>. Acesso em: 9 fev. 2009.
Figura 7 - Mao discursando durante a fundação da República Popular da China,
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contra a URSS em 1956: disponível em: <http://www.videofact.com/polska/robocze%20
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AUSTIN POWERS – O AGENTE BOND CAMA. DVD. Warner Home Video, 2002.
BLOW UP – DEPOIS DAQUELE BEIJO. DVD. Warner Home Video, 2006.
CARTAS DE IWO JIMA. DVD. Warner Home Video, 2007.
JFK – A PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR. DVD. Warner Home Video, 2007.
O PIANISTA. DVD. Europa Filmes, 2003.

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O RESGATE DO SOLDADO RYAN. DVD. Paramount, 2004.


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PEARL HARBOR. DVD. Disney Home Video, 2001.
PLATOON. DVD. Fox Home Entertainment, 2002.
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PULP FICTION – TEMPO DE VIOLÊNCIA. DVD. Disney Home Video, 2002.
STALINGRADO – A BATALHA FINAL. DVD. PlayArte, 2006.
EAD
Arte Internacional: do
Final da Década de
1960 ao Ano 2000
2
1. OBJETIVOS
• Reconhecer o contexto histórico que originou as manifes-
tações artísticas pós-modernas.
• Compreender a Arte Conceitual, a Land Art e a influência
destas na arte pós-moderna.
• Identificar as principais manifestações artísticas das déca-
das de 1970 e 1980 ao redor do mundo, em países como
Itália, Alemanha, França e EUA.
• Compreender manifestações artísticas tipicamente con-
temporâneas, tais como a vídeo-arte e as vídeo-instala-
ções.
• Perceber como o panorama histórico da atualidade é tra-
duzido nas manifestações artísticas contemporâneas.
128 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

2. CONTEÚDOS
• Introdução: Pós-modernismo e a pluralidade da arte do
final da década de 1960 à contemporaneidade.
• Contexto histórico: os últimos passos da Guerra Fria, o
fim da União Soviética e a Nova Ordem Mundial.
• Arte Conceitual: a “ideia” é mais importante do que a ma-
terialidade da obra.
• Land Art.
• As décadas de 1970 e 1980: Itália: Transvanguarda.
• As décadas de 1970 e 1980: Alemanha: Neo-expressionismo.
• As décadas de 1970 e 1980: França: Figuração Livre.
• As décadas de 1970 e 1980: Grã-Bretanha.
• Apêndice: a cultura de rua e o grafite.
• As décadas de 1970 e 1980: a nova arte norte-americana.
• O Hiper-realismo e os diálogos com a fotografia.
• As vídeo-instalações e a vídeo-arte.
• Da década de 1990 à atualidade: a nova realidade histó-
rica e a arte.

3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE


Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que
você leia as orientações a seguir:
1) Na modalidade EaD, a aprendizagem acontece enfati-
zando o "aprender a conhecer" por meio da capacitação
do aluno rumo à sua autonomia no aprender, com es-
tratégias de conhecimento, ênfase na motivação e de-
senvolvimento das operações de pensamento, tais como
observação, interpretação, crítica etc.
2) Não carregue dúvidas em sua cabeça! Recorra sempre a
seu tutor, pois ele vai orientar você sobre como superar
as dificuldades.
© U2 - Arte Internacional: do Final da Década de 1960 ao Ano 2000 129

3) Para relembrar o que foi a Cortina de Ferro, consulte a


Unidade 1.
4) Para complementar o estudo desta unidade, listamos, a
seguir, alguns filmes e um vídeo para que você aprofun-
de seu arcabouço teórico e cultural.
• Forest Gump: o contador de histórias (1994): para
entender melhor a história dos EUA e, consequen-
temente, de grande parte do mundo, da década de
1950 até a década de 1980, veja esta fábula cinema-
tográfica, com Tom Hanks no papel-título.
• Adeus Lenin (2002): este filme alemão mostra de ma-
neira bastante lírica e divertida os acontecimentos
que levaram à queda do Muro de Berlim e o fim do
Comunismo na Cortina de Ferro.
• Basquiat – traços de uma vida (1996): este longa-metra-
gem de ficção conta um pouco da história de um artista
que teve uma carreira meteórica. O filme tem direção
de Julian Schnabel, também artista plástico e um dos
mais célebres da arte contemporânea norte-americana.
• Para conhecer um pouco mais sobre o trabalho de
Basquiat, recomendamos que acesse o seguinte en-
dereço eletrônico: <http://www.youtube.com/watc
h?v=foerFJqupYM&feature=PlayList&p=D7FE1E8697
FF6B8F&playnext=1&playnext_from=PL&index=2>.
Acesso em: 30 nov. 2010.
5) Para ver algumas das obras de vídeo-arte de Bill Viola,
recomendamos que acesse os seguintes links:
• The reflecting pool: <http://www.youtube.com/
watch?v=D_urrt8X0l8>. Acesso em: 30 nov. 2010.
• Five angels for the millennium: <http://www.youtu-
be.com/watch?v=LaQhdOrF-EI&feature=related>.
Acesso em: 30 nov. 2010.

Claretiano - Centro Universitário


130 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

• Ocean without a shore: <http://www.youtube.com/


watch?v=eTakwOpWqG4&feature=related>. Acesso
em: 30 nov. 2010.
• Heaven and earth: <http://www.youtube.com/watc
h?v=csx4kSa9GyE&feature=related>. Acesso em: 30
nov. 2010.
6) Antes de iniciar os estudos desta unidade, pode ser in-
teressante conhecer um pouco da biografia de alguns
líderes e artistas, cujos pensamentos norteiam o estudo
deste Caderno de Referência de Conteúdo.

Aiatolá Rohollah Khomeini (1900-1989)


É considerado o fundador da República Islâmica – que une poder político e re-
ligioso – do Irã. Subiu ao poder com a deposição do Xá Reza Pahlevi e ali se
manteve até a sua morte, em 1989.

Mikhail Gorbachev (nascido em 1931)


Foi o último líder da União Soviética. Tendo subido ao poder em 1985, foi o maior
responsável pelo processo de abertura política e econômica que resultaria no
fim da URSS.

Lech Walesa (nascido em 1943)


Foi um dos fundadores e o principal líder do Solidariedade. Tendo sido perse-
guido, e inclusive preso, pelo governo comunista polonês alinhado a Moscou,
tornou-se na década de 1980 o principal nome da luta pela democracia. Em
1990, no processo de redemocratização do leste europeu, foi eleito presidente
da Polônia, ocupando o cargo até 1995.

Ludwig van Beethoven (1770-1827)


Foi um dos maiores compositores eruditos de todos os tempos. Nascido na Ale-
manha, foi um dos grandes nomes do Romantismo, celebrizando-se principal-
mente devido às suas geniais sinfonias. Um elemento ironicamente trágico na
vida do compositor de algumas das mais belas obras para serem ouvidas da
história foi a sua surdez, que teve início aos 26 anos e foi avançado até a surdez
completa a partir dos 46 anos de idade.

George Bush (pai)


Foi diretor da CIA na década de 1970, vice-presidente dos EUA na gestão de
Ronald Reagan e presidente entre 1989-1993. Republicano, Bush enfrentou pro-
blemas na economia interna dos EUA e terminou não sendo reeleito, derrotado
pelo democrata Bill Clinton nas eleições de 1992. Oito anos depois, seu filho,
George W. Bush, tornou-se presidente também.
© U2 - Arte Internacional: do Final da Década de 1960 ao Ano 2000 131

4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Na unidade anterior, vimos como o centro artístico mundial
deslocou-se do “velho” para o “novo mundo”, consolidando tal
mudança com movimentos artísticos tais como o Expressionismo
Abstrato e a Arte Pop. Chegamos, também, a algumas correntes
artísticas que, na década de 1960, apontariam alguns dos cami-
nhos artísticos que seriam seguidos a partir de então.
Tais caminhos seguiriam formando o instigante contexto do
chamado “Pós-modernismo”, que permeia todas as questões ar-
tísticas até os dias de hoje.
Veremos nesta segunda unidade como, a partir das bases
lançadas na década de 1960, já abordadas por nós na unidade an-
terior, abriu-se uma enorme teia de tendências, correntes, discus-
sões estéticas e possibilidades infinitas que formariam a pluralíssi-
ma “colcha de retalhos” que é a arte pós-moderna.
Começaremos com uma corrente que dá sustentação a mui-
tas das manifestações artísticas contemporâneas: a Arte Concei-
tual. Antes, porém, tomemos contato com o contexto histórico do
período.

5. CONTEXTO HISTÓRICO
Iniciaremos este tópico listando alguns importantes acon-
tecimentos ocorridos do final da década de 1960 ao ano 2000.
Acompanhe.
Em 1969:
• Nos EUA, multiplicam-se os protestos contra a Guerra do
Vietnã.

Claretiano - Centro Universitário


132 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

• Em 20 de julho, a Apollo 11 aterrissa seu módulo lunar


na superfície da Lua. Em 21 de julho, Neil Armstrong é o
primeiro homem a pisar na Lua (Figura 1).
• O Festival de Woodstock (Figura 2) celebra o auge do mo-
vimento hippie.

Figura 1 Neil Armstrong andando na lua Figura 2 Jovens no festival de Woodstock,


na missão da Apollo 11 em 1969. em agosto de 1969.

Em 1970:
• O Brasil passa pelo seu “milagre econômico” e por seu
período de maior repressão política.
Em 1972:
• É assinado em 23 de janeiro um acordo de cessar-fogo
entre os Estados Unidos e o Vietnã do Norte.
Em 1973:
• O Xá Reza Pahlevi (Irã) nacionaliza todas as companhias
estrangeiras de petróleo.
• Os países árabes produtores de petróleo decretam o em-
bargo de todo o fornecimento do produto para os EUA,
Europa Ocidental e Japão, alegando retaliação devido ao
apoio destes a Israel na Guerra do Yom Kippur; posterior-
© U2 - Arte Internacional: do Final da Década de 1960 ao Ano 2000 133

mente, a Organização dos Países Exportadores de Petró-


leo - OPEP, liderada pelos árabes, aumenta drasticamente
os preços do produto e dá início a uma grave crise ener-
gética no mundo industrializado.
• Salvador Allende (1908-1973), presidente do Chile desde
1970 e que, socialista, fora eleito democraticamente, é de-
posto por uma junta militar liderada pelo general Pinochet
e auxiliada pela CIA (que combateu com ferocidade as ten-
dências esquerdistas na América Latina durante a Guerra
Fria), supostamente se suicidando durante o golpe.

Guerra do Yom Kippur–––––––––––––––––––––––––––––––––


A Guerra do Yom Kippur aconteceu em outubro de 1973 (Figura 3) e envolveu, de
um lado, Egito e Síria e, do outro, Israel. Têm esse nome porque teve início du-
rante o Yom Kippur, o “Dia do perdão”, feriado sagrado no qual os judeus jejuam,
rezam e reavaliam suas condutas pessoais.
A guerra foi motivada pelas tensões entre árabes e israelenses e pela vitória de
Israel em uma guerra de 1967, também iniciada pelos árabes, mas na qual Israel
conquistou vários territórios.
A Guerra do Yom Kippur durou cerca de vinte dias apenas e, tendo se iniciado
com um ataque egípcio e sírio, terminou com uma rápida e fulminante vitória de
Israel.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

Figura 3 Soldados em ataque ao Palácio Presidencial do Chile durante golpe militar que
depôs o presidente de esquerda Salvador Allende em 1973.

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134 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Em 1974:
• O Primeiro Choque do Petróleo, deflagrado no ano ante-
rior, eleva drasticamente a inflação mundial, fazendo com
que a maioria das economias industrializadas passe por
um período de estagnação.
• O presidente norte-americano Richard Nixon renuncia
em 9 de Agosto (Figura 4), evitando assim o impeachment
que o tiraria do cargo devido ao caso Watergate.
Em 1979:
• No Irã, a Revolução Islâmica depõe o Xá Reza Pahlevi e co-
loca o Aiatolá Khomeini no poder (Figura 5); funcionários
da embaixada norte-americana são tomados como reféns.

Figura 4 Richard Nixon anuncia pela Figura 5 O Aiatolá Khomeini chega


televisão a renúncia à Presidência dos a Teerã em 1979 para instaurar a
Estados Unidos. República Islâmica.

Em 1980:
• A União Soviética invade o Afeganistão e luta contra as
Guerrilhas Mujahedin.
• Como reflexo da intensificação tardia da Guerra Fria de-
vido à invasão soviética ao Afeganistão, os EUA e alguns
aliados boicotam os Jogos Olímpicos de Moscou.
© U2 - Arte Internacional: do Final da Década de 1960 ao Ano 2000 135

Em 1981:
• O Irã liberta reféns norte-americanos capturados em
1979.
• Identificação dos primeiros casos de uma nova doença fatal,
sexualmente transmissível, que pouco depois seria chamada
de Síndrome da Imuno-Deficiência Adquirida – AIDS.
• A IBM lança o primeiro Personal Computer – PC (Figura 6).

Figura 6 O primeiro IBM PC, de 1981.

Em 1983:
• Lançamento do Compact Disc - CD no mercado.
Em 1984:
• É lançado no mercado o micro-computador Apple Macin-
tosh com mouse (Figura 7).

Figura 7 O primeiro Macintosh com mouse.

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136 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

• Franceses e norte-americanos identificam o vírus da AIDS.


• Nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, a URSS e o bloco so-
cialista “dão o troco” nos EUA, boicotando a competição,
que fora boicotada quatro anos antes, em Moscou, pelos
norte-americanos.
Em 1985:
• Mikail Gorbachev sobe à liderança da URSS.
• Ronald Reagan e Gorbachev (Figura 8) fazem reunião di-
plomática em Genebra.

Figura 8 Reagan e Gorbachev reunidos em Genebra em 1985.

Em 1986:
• Ocorre em Chernobyl, na URSS, o pior desastre nuclear de
todos os tempos.

Chernobyl––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
A explosão de um reator nuclear na usina de Chernobyl, na Ucrânia, foi respon-
sável pelo espalhamento de uma gigantesca nuvem de radiatividade por toda a
Europa. Para se ter uma ideia, a quantidade de radiatividade liberada foi cinco
vezes maior do que aquela produzida pela bomba atômica em Hiroshima. As
consequências de tal cenário ocorreram a curto (com a morte da maioria dos fun-
© U2 - Arte Internacional: do Final da Década de 1960 ao Ano 2000 137

cionários da usina, por exemplo) e longo prazo, com a contaminação de animais,


vegetação e pessoas em uma vasta área.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Em 1987:
• Gorbachev inicia a implementação dos seus programas
Perestroika (reestruturação) e Glasnot (transparência).
• Reagan e Gorbachev assinam em Washington um tratado
que limita o número de armas nucleares de curto e médio
alcance na Europa.
Em 1988:
• Tem início na Polônia uma série de greves gerais organiza-
das (Figura 9) pelo Sindicato Independente Solidariedade,
liderado por Lech Walesa.

Sindicato Independente Solidariedade––––––––––––––––––––


O Solidariedade foi a primeira organização sindical não comunista e indepen-
dente do estado da Polônia comunista. Foi fundado em 1980 para, a princípio,
defender melhores condições para os trabalhadores da área naval. No entanto,
aos poucos, foi tornando-se um dos principais instrumentos e símbolos da luta
pela liberdade e democracia na Polônia, tendo sua atuação ecoado por todo o
leste europeu (mesmo tendo sido ferozmente combatido pelo governo).
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

Figura 9 Protestos na Polônia pela redemocratização.

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138 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

• As tropas soviéticas retiram-se do Afeganistão após nove


anos de ocupação.
• Gorbachev decreta a redução do contingente militar so-
viético em 10% das tropas.
Em 1989:
• Um governo não comunista assume o poder na Tchecos-
lováquia.
• Milhares de estudantes fazem protestos pró-democracia
por sete semanas na Praça da Paz Celestial em Pequim,
sendo duramente reprimidos pelo governo chinês no epi-
sódio que ficou conhecido como “Massacre da Praça da
Paz Celestial” (Figura 10).

Figura 10 Imagem que se tornou uma das mais famosas e emblemáticas do final do século
XX: estudante chinês enfrenta tanques em protestos pela democracia no "Massacre da
Praça da Paz Celestial".

• Na Polônia, os membros do Sindicato Independente Soli-


dariedade sobem ao poder.
• Cai o Muro de Berlim (Figura 11).
© U2 - Arte Internacional: do Final da Década de 1960 ao Ano 2000 139

Figura 11 Manifestantes destroem o Muro de Berlim em 1989.

• A Hungria democratiza-se.
Em 1990:
• O Iraque invade o Kuwait, provocando em janeiro do ano
seguinte a primeira Guerra do Golfo.
• A Alemanha celebra a sua unificação.
• Lech Walesa é eleito presidente da Polônia.
Em 1991:
1) No dia 16 de fevereiro, tem início a Guerra do Golfo Pér-
sico (Figura 12), na qual uma coalizão internacional lide-
rada pelos EUA reage à invasão do Kwait pelo Iraque. O
debut da guerra se deu, na noite do dia 16, com o maior
bombardeio de todos os tempos. No total, foram lança-
das 18 mil toneladas de explosivos, que representavam
uma capacidade de fogo 50% maior do que a da bomba
atômica lançada sobre Hiroshima em 1945.

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140 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Figura 12 Uma das imagens mais comuns mostradas na televisão durante a Guerra do
Golfo: em um visual próximo ao dos videogames, vê-se um alvo prestes a ser atingido em
imagem captada pela câmera de um avião bombardeiro norte-americano.

2) A World Wide Web - WWW, criação da Organização Eu-


ropeia de Pesquisa Nuclear - CERN, promete revolucio-
nar as comunicações fazendo uso da Internet, rede de
computadores utilizada até então apenas por militares
ou pela comunidade científica.
3) Milhares de búlgaros comemoram o fim do Partido Co-
munista, que estivera no poder por quatro décadas.
4) O exército soviético inicia sua retirada das três repúbli-
cas bálticas – Estônia, Letônia e Lituânia.
5) A URSS decide retirar suas tropas de Cuba.
6) A URSS aprova a lei sobre a privatização da propriedade.
7) Primeiras eleições presidenciais na Rússia, com vitória
de Boris Yeltsin.
8) Um golpe de Estado destitui Gorbachev do poder na
URSS. A resistência, liderada por Boris Yeltsin, restitui Gor-
bachev, mas é Yeltsin quem sai fortalecido do episódio.
© U2 - Arte Internacional: do Final da Década de 1960 ao Ano 2000 141

9) Declaradas as independências de diversos países – entre


eles Ucrânia, Armênia, Uzbequistão e Tadjiquistão – em
relação à URSS.
10) É extinta a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
11) Eclode a Guerra dos Bálcãs.
Em 1992:
• Começa a guerra civil na Bósnia-Herzegovina.
Em 1993:
• Entra em vigor o Mercado Comum Europeu.
Em 1994:
• Um relatório divulgado pela Organização Meteorológica
Mundial alerta que o buraco na camada de ozônio atingiu
seus níveis máximos.
Em 1999:
• No dia 1º de janeiro, é lançado o euro como moeda única
para onze países da União Europeia.
• A República Tcheca, a Polônia e a Hungria convertem-se
nos primeiros ex-membros do Pacto de Varsóvia a ingres-
sar na OTAN.
• O euro iguala-se ao dólar como moeda preferida pelos in-
vestidores internacionais.
Em 2000:
• Milhares de pessoas comemoram a passagem de ano
dentro de escritórios por causa do “Bug do milênio”, que
poderia afetar os sistemas informatizados.
• Após denúncias de fraude e um longo impasse judicial,
George W. Bush é declarado o presidente eleito dos EUA.

Eleições nos EUA em 2000––––––––––––––––––––––––––––––


Devido ao complexo sistema eleitoral norte-americano, em que o candidato eleito
não é aquele que obtém o maior número de votos, mas o que – falando grosso
modo – obtém maior número de vitórias estaduais, a apertada eleição de 2000

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142 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

terminou com a vitória de Bush mesmo tendo Gore obtido mais votos (Figura 13).
Mesmo assim, muitos foram os que contestaram a vitória do republicano, devido
principalmente a denúncias de fraudes especialmente no estado da Flórida (en-
tão governado pelo seu irmão).
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

Figura 13 Capa da revista norte-americana “Newsweek”, que mostrava o impasse entre os


candidatos Al Gore (democrata) e George W. Bush (republicano) nas eleições presidenciais.
© U2 - Arte Internacional: do Final da Década de 1960 ao Ano 2000 143

Na década de 1970, o centro das atenções, do ponto de vista


militar, político e também econômico, continuava sendo a Guerra
Fria. A tendência, entretanto, era de “distensão” entre as duas su-
perpotências - Estados Unidos e União Soviética -, ou seja, de de-
senvolvimento de mecanismos para uma verdadeira coexistência
pacífica, e não apenas para uma “paz armada”, como acontecera
até o final da década de 1960.
Como vimos na unidade anterior, no final da década de 1960,
os EUA já percebiam algumas das limitações que o contexto inter-
nacional impunha à sua política externa. Em resumo, o fracasso
da incursão militar norte-americana na Indochina parecia iminen-
te não apenas para o governo, mas principalmente para o povo
dos EUA. Este foi o principal motivo da não reeleição de Lyndon
Johnson para a presidência da república, tendo sido eleito o repu-
blicano Richard Nixon com a promessa de tirar os EUA da guerra.
A estratégia de Nixon para conseguir que os EUA não per-
dessem a sua influência na Ásia foi política, e não militar. O gover-
no norte-americano aproveitou-se da drástica ruptura ocorrida e
cada vez mais agravada entre a China e a URSS na década de 1960
para, estabelecendo o que se convencionou chamar de “diploma-
cia triangular” – ou seja, por meio de uma reaproximação com a
China que dava maior poder de barganha diplomática tanto para
chineses quanto para americanos no que concernisse à URSS –,
manter viva a sua influência no continente asiático.
Todo este contexto, que apontava para a distensão, não dei-
xou evidentemente de fazer EUA e URSS marcarem firmemente
sua posição geopolítica em diversas questões. Exemplo disso é o
apoio dado pelos norte-americanos na década de 1970 às ditadu-
ras militares da América Latina, apoio que visava manter o “quin-
tal” dos EUA longe do “perigo vermelho” (o caso mais flagrante
ocorreu no Chile – em 1973 – , quando, com apoio logístico da CIA,
o general Augusto Pinochet derrubou o governo de esquerda – de-
mocraticamente eleito – de Salvador Allende, dando início a uma
sangrenta linha-dura ditatorial).

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144 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Augusto Pinochet (1915-2006)–––––––––––––––––––––––––––


Foi ditador do Chile de 1973 a 1990. Comandante do alto escalão do exército,
liderou o golpe militar que derrubou o presidente esquerdista Salvador Allende,
mesmo tendo sido homem de confiança deste.
Com o fim do regime militar no Chile, Pinochet continuou ocupando um impor-
tante papel na política do país, até ter este poder abalado devido à evolução da
democracia dentro do próprio Chile e às pressões internacionais devidas aos cri-
mes cometidos durante a ditadura. Em 1998, por exemplo, Pinochet chegou a ser
preso por um longo período na Inglaterra, e quase foi extraditado para a Espa-
nha, que pretendia julgá-lo pelos crimes cometidos contra cidadãos espanhóis.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
De qualquer forma, depois do caso Watergate e da renún-
cia de Nixon em 1974, durante os governos de Gerald Ford (1974-
1976) e do democrata Jimmy Carter (1976-1980), as negociações
de paz com os soviéticos intensificaram-se ainda mais. Isto até a
chegada do republicano Ronald Reagan à presidência em 1980,
quando se ensaiou uma volta à Guerra Fria devido à agressividade
da política externa de Reagan e ao imperialismo soviético, que vol-
tava à baila com a invasão do Afeganistão em 1979.
Todavia, o recrudescimento continuou ganhando fôlego até
aproximadamente 1985-1986, quando ocorreu uma grande mu-
dança na política da URSS, devido à crise que levaria à derrocada
do comunismo.
A crise teve como mote todo um complexo conjunto de fa-
tores econômicos e políticos. No aspecto econômico, se durante o
período do terror stalinista a “mão pesada” do governo fizera da
URSS uma das maiores potências industriais do mundo, a partir da
década de 1970 este potencial foi declinando, até chegar, no início
da década de 1980, a níveis insustentáveis. Mas não apenas a pro-
dutividade da indústria e da agricultura caiu.
Ocorreu que, a partir da década de 1960 e especialmente na
década de 1970, áreas que exigiam pouco investimento, tais como
a extração de petróleo e carvão, foram ganhando força na econo-
mia soviética, porque tinham um retorno monetário mais rápido.
Com isso, aos poucos a URSS foi caminhando para se tornar um
país exportador de matéria-prima, ficando cada vez mais depen-
dente de importações.
© U2 - Arte Internacional: do Final da Década de 1960 ao Ano 2000 145

Ao mesmo tempo, desde o final da década de 1970, a URSS


vinha sofrendo pressão de seus aliados socialistas para permitir-
-lhes um maior grau de autonomia. Não apenas na esfera econô-
mica, mas principalmente na política.
Começaram a despontar em países do bloco socialista mo-
vimentos populares fortes, representativos e “legalistas”, ou seja,
que buscavam se manter vivos e galgando a realização de suas rei-
vindicações políticas e/ou nacionalistas não pela via da força ou do
terror, mas pelo diálogo, mobilização popular pacífica e negocia-
ção com as autoridades comunistas.
O mais importante desses movimentos populares apare-
ceu no começo da década de 1980 na Polônia, onde o sindicato
Solidariedade, liderado por Lech Walesa (que depois chegaria à
presidência do país) e de grande respaldo entre os trabalhadores,
reivindicava a participação do operariado nas decisões governa-
mentais, ou em última instância um “Socialismo Democrático”. A
partir do exemplo polonês, outros movimentos similares ganha-
ram força no leste europeu. Há, entretanto, outro fator central na
derrocada do Comunismo, um “fator interno” à URSS: a chegada
de Mikhail Gorbachev ao poder.
Gorbachev, que subiu ao poder em 1985, liderava um grupo
de líderes mais jovens, mais abertos às mudanças e dispostos a im-
plementá-las visando não o fim do Comunismo,mas antes de tudo
salvar a própria URSS, que já beirava o colapso. Já na passagem de
1985 para 1986, Gorbachev anunciou seu amplo plano de trans-
formações, sintetizado nos conceitos de Perestroika e de Glasnost.
Perestroika significa “reestruturação” e, no caso soviético,
referia-se especialmente à reestruturação da economia, que se fa-
zia tão necessária. Glasnost significa “transparência” e referia-se
à reestruturação na política soviética, "viciada" pela burocracia e
pela corrupção após 70 anos de regime comunista fechado. No
plano externo, Gorbachev atuou no sentido da aproximação em
relação aos EUA.

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146 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Enquanto na URSS, apesar da resistência de uma grande e


arraigada parcela da burocracia oficial e do Partido Comunista, as
reformas econômicas e políticas iam sendo implementadas, na
chamada “Cortina de Ferro” o jugo soviético também ia se afrou-
xando. Com isso, os países comunistas do leste europeu aprovei-
taram para galgar a autonomia há tanto reivindicada, ao mesmo
tempo em que iam sendo criados os espaços para a volta à demo-
cracia.
É difícil precisar qual foi o país que primeiro deu seu “grito
de liberdade” no Leste Europeu. De qualquer forma, é sabido que
a partir de 1989 foram caindo, quase simultaneamente, os regimes
comunistas aliados a Moscou, numa espécie de “efeito dominó”
que culminaria com a queda do regime na própria URSS.
Não deixaram de existir casos em que a crise nos países do
bloco socialista europeu, oriunda do final de décadas sob o jugo
soviético, foi desastrosa. O que aconteceu, por exemplo, na Iugos-
lávia.
A Iugoslávia era formada por repúblicas povoadas por várias
etnias, adeptas de religiões também diversas que, sob a “mão de
ferro” do regime comunista, mantiveram relações forçosamente
pacíficas entre si e entre as etnias que as habitavam. Tratava-se,
no entanto, de um verdadeiro “barril de pólvora” que, “explosivo”
há séculos, já fora responsável por verdadeiros genocídios e atuara
como elemento “catalisador” de conflitos de âmbito continental,
como a Primeira Guerra Mundial. Na década de 1990, o “barril”
explodiu de vez com sangrentos conflitos nos Bálcãs, promovidos
especialmente pela Sérvia, principal país da região que visava, de
uma maneira ou de outra, manter seus vizinhos sob seu jugo.
Em 1990, enquanto a URSS “desmoronava”, nos EUA o re-
publicano Ronald Reagan fazia o seu sucessor, George Bush. Bush
foi o primeiro presidente norte-americano a ser literalmente “o
homem mais poderoso do mundo”, já que chegava ao fim junto
com a URSS a bipolaridade global entre as duas superpotências.
© U2 - Arte Internacional: do Final da Década de 1960 ao Ano 2000 147

A princípio, falou-se de uma plurilateralidade de poder, ou


seja, de um poder mundial dividido não mais apenas entre dois,
mas entre vários países e, realmente, fatores como a globalização
da economia mundial, que após o fim da Guerra Fria se acelerou
exponencialmente, vinham para confirmar esta hipótese. Entre-
tanto, o que se viu foi a confirmação da enorme supremacia dos
EUA sobre todo o mundo. Ou, em outras palavras, de uma “Nova
Ordem Mundial”, expressão cunhada pelo próprio Bush para desig-
nar a política e a economia internacionais depois do fim da Guerra
Fria que, a rigor, mostrar-se-ia significar uma “Nova Supremacia
Mundial”.
Vale ainda citar, do começo da década de 1990, um gesto
afirmativo do governo norte-americano que visava, entre outras
coisas, anunciar a todo o mundo que o país seria a partir de então
o grande líder mundial: trata-se da Guerra do Golfo.
O Iraque, liderado por Sadam Husseim, ditador que fora
apoiado anteriormente pelos EUA contra o Irã, invadiu o Kwait em
1990. Isto, porém, representava uma ameaça ao equilíbrio de for-
ças no Oriente Médio e à estabilidade do mercado mundial de pe-
tróleo. Reagindo contra o Iraque, os EUA puderam dar ao mundo
mostras do seu imenso poderio bélico.
Há, ainda, outro aspecto a ser ressaltado: a “globalização”.
Tende muitas vezes o “senso comum” a propagar a noção de que
“globalização” é intercâmbio de culturas, possibilidade de cone-
xão imediata entre dois indivíduos em lados opostos do globo etc.
Entretanto, se a evolução tecnológica, principalmente na área das
comunicações, não deixa de ser um dos instrumentos da globali-
zação, uma visão minimamente aprofundada demonstra que este
não é o mote principal do processo. O mote é econômico, sendo a
evolução tecnológica apenas um instrumento utilizado pelo capi-
tal para incrementar-se, instrumento no qual o próprio capital, por
razões óbvias, investe.

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148 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

6. ARTE CONCEITUAL
Como vimos na unidade anterior, a partir da Arte Pop e, en-
fim, na década de 1960, as vanguardas artísticas começaram a se
multiplicar em progressão geométrica, algo propiciado tanto pelas
conquistas libertárias de antes quanto pela multiplicidade de ca-
minhos que se abriam aos jovens artistas de então. Partindo desta
diversidade, falemos de algumas das tendências mais importan-
tes, começando pela Arte Conceitual.
A Arte Conceitual é aquela em que a ideia, ou seja, o concei-
to, e o processo artístico são mais importantes do que a obra em
si, ou pelo menos do que o aspecto material da obra. Isso porque,
em Arte Conceitual, o conceito é a própria obra.
A mostra inaugural da Arte Conceitual foi realizada na Suíça,
em 1969, e reuniu conceitos, processos, situações, informações e
documentos. No catálogo, afirmava-se que o artista não tinha mais
que se limitar à matéria, passando a ser o principal valor da arte o
“conceito”.
Mais duas outras exposições vieram confirmar a nova ten-
dência. Em uma delas, em 1969, na Alemanha, não existiu “exposi-
ção” no sentido tradicional da palavra, mas só o catálogo – encara-
do como conteúdo e suporte da mostra. A outra aconteceu no ano
seguinte no Museu de Arte Moderna de Nova York.
Podemos dizer, portanto, que com a Arte Conceitual a ne-
cessidade de uma “arte feita à mão” foi reduzida a zero, passando
a ser valorizada a arte que existia mais nas mentes do artista e
do espectador do que propriamente na tela ou em outro suporte.
Este fenômeno foi chamado pelos artistas de “desmaterialização
da arte objeto”.
Há muitos artistas que podemos destacar como os principais
nomes da Arte Conceitual. Seria impossível fazer uma lista de to-
dos os principais nomes, porque toda ou quase toda a arte que
surgiu a partir de então de alguma forma dialoga ou tangencia a
© U2 - Arte Internacional: do Final da Década de 1960 ao Ano 2000 149

Arte Conceitual. Citaremos apenas três: John Baldessari, Joseph


Beuys e Marcel Broodtahers.

John Baldessari
O norte-americano John Baldessari, nascido em 1931, é um
dos artistas que mais expõem no mundo. Tem a ironia e o absurdo
como dois dos principais componentes de sua linguagem artística,
elementos também presentes nas obras de vários outros artistas
conceituais.

Exemplo de Arte Conceitual–––––––––––––––––––––––––––––

Figura 14 Beethoven’s Trumpet, John Baldessari.

Aqui temos um exemplo de como funciona a Arte Conceitual. Esta obra de John
Baldessari é chamada de Beethoven’s Trumpet (Figura 14). A palavra Trumpet,
no caso, é usada para designar os antigos instrumentos de surdez, que tinham
formato de corneta. A obra, “interativa”, como podemos ver na imagem com a
espectadora dentro do instrumento de surdez, faz sentido a partir de uma “ideia”,
de um “conceito”: se o espectador souber previamente que o compositor Ludwig
van Beethoven ficou surdo a certa altura da vida, e melhor ainda se souber que,
para o compositor, foram confeccionados vários trumpets, ou seja, instrumentos
de surdez.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

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150 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Joseph Beuys
O alemão Joseph Beuys (1921-1986) afirmava que o tema
central das suas obras era a geração e a conservação do calor e da
energia. Tal temática, que pode soar bastante estranha a princí-
pio, era motivada entre outros fatores por algo ocorrido em 1943,
durante a Segunda Guerra Mundial: o avião de bombardeio que o
próprio Beuys pilotava foi abatido na Crimeia e sua vida foi salva
pelos tártaros da região, que o untaram com banha e o embrulha-
ram em camadas de feltro.
Durante a sua juventude e ao estudar arte, Beuys também se
envolveu com os ensinamentos esotéricos de Rudolph Steiner (1861-
1925) sobre mitologia, religião e antroposofia. Passou, então, a procu-
rar a integração da arte e da vida por meio de performances.

Exemplo de Arte Conceitual–––––––––––––––––––––––––––––

Figura 15 Fotografia da performance “I like America and America likes me”,


de Joseph Beuys, em galeria de arte de Nova York em 1974.

Aqui temos outro exemplo do “conceitual” na arte: motivado por questões políti-
cas relacionadas às raízes dos EUA e pela sua própria biografia, na performance
I like America and America likes me (Eu gosto da América e a América gosta de
mim) (Figura 15), Beuys passou três dias em uma sala de uma galeria de arte
Nova York convivendo com um coiote (símbolo dos Estados Unidos “selvagens”),
enrolado em feltro como o fora pelos tártaros mais de três décadas antes.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
© U2 - Arte Internacional: do Final da Década de 1960 ao Ano 2000 151

Uma das principais características das obras de Beuys é a


mistura de motivos e ideias de culturas e mitologias diversas. Mui-
tos dos seus trabalhos da década de 1960 foram constituídos por
várias peças, a fim de criar a impressão de pontos de vista diver-
gentes e ao mesmo tempo inter-relacionados.
Podemos considerar Beuys como um dos principais porta-
-vozes do Pós-modernismo no sentido de interrogação da própria
essência das artes plásticas.

Marcel Broodthaers
Poeta, fotógrafo, cineasta
e artista plástico, o belga Marcel
Broodthaers (1924-1976) escrevia
poesias desde seus 16 anos. Foi
muito influenciado pelo Surrealis-
mo, particularmente por Magritte,
que criava obras em que a imagem
e a escrita entravam em contradi-
ção. Em 1963, Broodhaers decidiu
dedicar-se à arte, criando obras
constituídas por objetos, palavras,
letras, desenhos primitivos, livros,
catálogos, telas fixas nas paredes e
relevos em plástico. Algumas obras Figura 16 Grande caçarola de mariscos,
Marcel Broodthaers.
de Broodthaers foram expostas na
Bienal Internacional de São Paulo de 2006. Um exemplo de traba-
lho do artista é a obra Grande caçarola de mariscos (Figura 16).

7. LAND ART
A Land Art foi outro dos movimentos artísticos que surgiram
no final da década de 1960, e talvez um dos mais ousados deles.

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152 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Trata-se do tipo de arte em que, utilizando os espaços naturais


como material de configuração artística (principalmente em lo-
cais remotos e desertos), os criadores traçam imensas linhas com
terra, gesso ou outros materiais sobre o solo, empilham pedras,
tijolos ou areia e realizam intervenções geralmente efêmeras que,
frequentemente, são registradas em fotografias e videoteipes.
Alguns dos nomes mais famosos a fazerem parte, ou ao menos
tangenciarem essa corrente artística são Robert Smithson, Richard
Long e Christo.

Robert Smithson
Robert Smithson (1938-1973) apareceu no meio artístico em
1968, quando começou uma série de projetos chamados de Sites
(lugares) e Nonsites (não lugares), que representam seus primei-
ros passos na Land Art (ou o que ele costumava chamar de Earth-
works – trabalhos da terra). Estas primeiras obras utilizavam terra
e materiais rochosos (escolhidos em lugares urbanos e industriais)
exibidos em caixas.
Aos poucos, o trabalho do artista evoluiu para obras ambien-
tais de maior porte, sendo a mais famosa delas Spiral Jetty (Figura
17), completada em 1970. Este projeto consistia numa formação
espiralada, imensa, feita de terra, rochas e cristais de salitre, que
se estendia da costa até o Grande Lago Salgado, em Utah (EUA). O
artista faleceu em 1973 num acidente de avião, enquanto traba-
lhava em um projeto no Texas.
© U2 - Arte Internacional: do Final da Década de 1960 ao Ano 2000 153

Figura 17 Spiral Jetty, Robert Smithson.

Richard Long
Richard Long, nascido em 1945, utiliza-se de marcas simples
e registra suas ações e emoções com meios e materiais artísticos
básicos: materiais naturais, geralmente pedras, dispostos ao longo
de uma trilha, perto do local onde foram encontrados, formando
uma escultura, que é então registrada por uma fotografia e um
título.
As pedras (muitas vezes lavradas) também podem ser trans-
portadas para espaços domésticos ou galerias e dispostas no chão
em formas definidas, sobretudo em círculos e linhas. Esses meios
formam a base da sua arte, conjuntamente com obras mais re-
centes que envolvem barro e água, uma extensão natural de suas
experiências ao ar livre. Observe Earthquake Circle, uma das obras
de Richard Long (Figura 18).

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154 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Figura 18 Earthquake Circle, Richard Long, 1991, 6 m (diâmetro).

Christo
Christo, nascido em 1935, originário da Europa Oriental, é
o artista que se celebrizou por “embrulhar” coisas e lugares, jus-
tificando a aplicação do tecido às suas obras como referências às
tendas do seu povo nômade.
Um exemplo das “embrulhadas” do artista foi a cobertura
do Reichstag de Berlim, em 1995, o prédio ficou “embrulhado”
durante duas semanas do verão europeu. A obra evocava o bri-
lho de um iceberg, um barco de velas brancas cheias de ar, uma
nave espacial ou uma montanha mágica, mas Christo insistia que
seu trabalho não continha nenhuma mensagem e que o signi-
ficado teria que ser desvendado por cada espectador de forma
pessoal e individual.
© U2 - Arte Internacional: do Final da Década de 1960 ao Ano 2000 155

Reichstag––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

Figura 19 Reichstag embrulhado, Christo e Jeanne-Claude, 1995.

Reichstag foi o nome do parlamento alemão desde a unificação do país, em


meados do século 19, até a Segunda Guerra Mundial. Consequentemente, foi o
nome dado ao prédio que abrigava o parlamento, conforme podemos observar
na Figura 19.
O Reichstag (prédio) foi incendiado pelos nazistas em 1933, num ato delibera-
damente anti-democrático (de destruição simbólica – e também real – do poder
político do parlamento) que já anunciava a violência da ditadura que vigoraria nos
anos seguintes na Alemanha.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

8. DÉCADAS DE 1970 E 1980


A arte moderna, desde o seu aparecimento na virada do sé-
culo 19 para o 20, ligou-se à concepção de progresso da sociedade
industrial e à ideologia do “novo”. Essas questões, presentes de
maneira relativamente contínua até a década de 1960, acabaram
sendo problematizadas e ficaram mais complexas a partir de en-
tão, principalmente devido à crise no próprio conceito de arte, que
atingiu praticamente todas as vertentes.

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156 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Entre os movimentos artísticos da década de 1970 e, enfim,


em toda a arte pós-moderna, é difícil a determinação de um de-
nominador comum no sentido estilístico – formal –, pois há um
grande hibridismo – que abrange desde o uso de várias técnicas
até a incorporação de diferentes materiais. O que nos resta então
para traçar uma espécie de mapa da arte setentista e, enfim, da
que apareceu desde então, são as conceituações genéricas, tais
como a “desmaterialização” da década de 1970, por exemplo, da
qual falamos anteriormente ao tratar da Arte Conceitual.
Já a partir da década de 1980, um elemento comum a várias
tendências foi a ideia da originalidade “retrabalhada” pela possi-
bilidade pós-moderna de apropriação livre do passado, em relei-
turas ou obras que de maneira muito clara dialogam, comentam,
criticam, ironizam, homenageiam ou fazem referência direta, seja
lá como for, a tudo que já fora produzido até então. Para muitos
estudiosos, a rejeição à ideia “moderna do novo” é exatamente o
que marca o “pós-moderno”.
Na década de 1980, houve – deve-se deixar claro mais uma
vez que estamos restringindo o nosso “mapeamento” às tais “con-
ceituações genéricas” – uma virada no curso das proposições ci-
tadas anteriormente como marcas setentistas. A materialidade
deixada de lado na década anterior foi recuperada e o suporte, a
pintura, as tintas, o corpo humano e, enfim, a arte figurativa entra-
ram de novo no palco das artes.
Outro aspecto importante é que a arte passou a se voltar cada
vez mais para a individualidade e subjetividade de cada artista, o
que dificulta tremendamente a sistematização da arte pós-moderna
como objeto de estudo. A seguir, vejamos alguns países que foram
lançadores de importantes tendências do Pós-modernismo.

Itália: Transvanguarda
A Transvanguarda foi uma corrente artística italiana consa-
grada na Bienal de Veneza de 1980 que promovia um retorno à
© U2 - Arte Internacional: do Final da Década de 1960 ao Ano 2000 157

“representação”, valor artístico que ficara em segundo plano com


a “desmaterialização” da década anterior.
Ocorrendo desde 1895, a Bienal de Veneza é até hoje a prin-
cipal mostra periódica de arte do mundo.
As primeiras edições deram mais destaque às artes decorati-
vas, mas tal destaque foi sendo abandonado principalmente a partir
de 1907, quando começaram a ser utilizados os pavilhões interna-
cionais, cada um representando um dos países participantes.
Depois da Primeira Guerra Mundial, a mostra passou a ser
uma das grandes “vitrines mundiais” da Arte Moderna e, a partir
da década de 1950, tudo o que surgiu de mais inovador nas artes
plásticas passou por ali.
Outro elemento da Transvanguarda foi a reflexão sobre a
arte do passado e, muitas vezes, a releitura desta. Ou seja, esta
corrente teve dois dos principais elementos que já citamos entre
os pontos definidores da arte pós-moderna.
Entre os principais representantes da Transvanguarda, pode-
mos citar Sandro Chia, Mimmo Paladino e Francesco Clemente. A
seguir, vejamos algumas das características de cada um deles.
Sandro Chia
O florentino Sandro Chia, nascido em 1946, é conhecido es-
pecialmente por suas obras com personagens de corpos maciços e
bojudos. Tal estilo combina formas inspiradas em Picasso com um
caráter onírico inspirado em Chagall.

Marc Chagall (1887-1985)–––––––––––––––––––––––––––––––


O russo Marc Chagall (Figura 20) foi um artista que teve toda a sua obra permea-
da pela cultura, pelas tradições e pelos mitos de seu país, mesmo tendo o artista
se mudado da Rússia para Paris em 1910. O que Paris proporcionou a Chagall
foi o contato com os Cubistas, com a efervescência cultural das vanguardas e
com outros artistas que buscavam uma linguagem pictórica moderna e própria;
entretanto, seus temas nunca deixaram de referir-se tanto às suas origens quan-
to à poesia e ao lado onírico, duas de suas marcas principais.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

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158 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Figura 20 Pintor com filhos e sapo, Sandro Chia, 1984, 218,5 x 202 cm.

Mimmo Paladino
Na arte de Mimmo Paladino, nascido em 1948, é frequente
a utilização tanto da pintura a óleo sobre tela quanto das técnicas
do mosaico, do afresco e da tapeçaria, como demonstra a Figura
21. Suas obras contam com a atmosfera mágica da Itália meridio-
nal, com elementos religiosos e históricos tanto da cultura italiana
quanto de culturas orientais e com várias outras referências, mas
tudo é misturado e diluído em um ar de ambiguidade que torna
difícil o estabelecimento exato de uma genealogia artística.
© U2 - Arte Internacional: do Final da Década de 1960 ao Ano 2000 159

Figura 21 San Emilio, Mimmo Paladino, 1992, 90 x 70 cm.

Francesco Clemente
Já as obras de Clemente, nascido em 1952, são metáforas
complexas, profundamente baseadas em sua própria biografia. Há
referências a Nápoles, sua cidade natal, à literatura nas décadas de
1960 e 1970, às tradições judaico-cristã e oriental (o artista passou
um longo tempo na Índia) e há também a utilização da técnica do
afresco com grande proximidade daquela usada em Pompeia.
Vale destacar que Clemente se transformou em um dos pin-
tores mais influentes dos últimos tempos. Observe na Figura 22
uma de suas obras.

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160 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Figura 22 Água e vinho, Francesco Clemente, 1981, guache s. papel, 243 x


248 cm.

Neoexpressionismo alemão
O Neoexpressionismo alemão, como o próprio nome sugere,
foi uma espécie de retomada pós-moderna de elementos do Ex-
pressionismo; não exatamente em aspectos pontuais ou formais,
mas especialmente no que diz respeito ao seu “espírito”.
Seus artistas – Kiefer, Immendorf, Baselitz e Richter, entre ou-
tros – aproximaram-se do Expressionismo especialmente no sentido
da predominância das questões existenciais e do sujeito como foco
predominante das obras além, evidentemente, da presença de ou-
tros temas – os sociais, por exemplo. Assim, não apenas a retomada
do estilo que privilegia a “deformação” e a “poética do feio” está
na raiz do Neoexpressionismo, mas, especialmente, a busca do ato
criador e do sujeito enquanto motes essenciais da arte.
© U2 - Arte Internacional: do Final da Década de 1960 ao Ano 2000 161

A seguir, vejamos as principais características de alguns artis-


tas integrantes desde movimento. Acompanhe.
Anselm Kiefer
Nascido em 1945, ou seja, no ano que ficou conhecido na Ale-
manha como “ano 0” – momento do fim da Segunda Guerra Mun-
dial – , Kiefer é um dos artistas mais controvertidos da sua geração.
O mote inicial de sua arte vincula-se fortemente ao passado nazista
da Alemanha, ponto do qual o artista geralmente parte para então
refletir sobre o destino da cultura ocidental como um todo. Assim,
procurando estabelecer elos entre os mitos alemães – de outros po-
vos também – e a cultura universal, Kiefer cria uma arte que atua
como metáfora reflexiva da própria história da humanidade, como,
por exemplo, a obra Crepúsculo do Oeste (Figura 23).

Figura 23 Crepúsculo do Oeste, Anselm Kiefer, 1989.

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162 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Georg Baselitz
Tal como Kiefer, Baselitz, nascido em 1938, também tem em
sua temática uma forte presença/lembrança do passado nazista da
Alemanha e da Segunda Guerra, algo reforçado pelo fato de ter o
artista, durante o conflito, presenciado o bombardeio de Dresden.

Bombardeio de Dresden––––––––––––––––––––––––––––––––
O bombardeio de Dresden foi uma das maiores ações militares dos aliados con-
tra a Alemanha. Ocorreu em fevereiro de 1945 e constitui-se em um ataque ma-
ciço por via aérea à cidade de Dresden, importante centro industrial, político e
cultural da Alemanha. Após o bombardeio, a cidade (junto com seus monumen-
tos históricos e artísticos) ficou completamente destruída.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
O início da carreira do artista
foi conturbado. Sua primeira expo-
sição em Berlim (1963) causou es-
cândalo, e dois quadros foram con-
fiscados sob a alegação de serem
pornográficos.
Por volta de 1969, Baselitz
adotou aquela que seria a sua mar-
ca registrada: as figuras de cabeça
para baixo. Estas atuam como a tra-
dução do repúdio do artista tanto ao
lado destrutivo da cultura ocidental
quanto às formas tradicionais da
Figura 24 Homem nu, Georg Baselitz,
arte. A obra Homem nu (Figura 24) 1975, 200 x 162 cm.
é um exemplo de seu trabalho.
Jörg Immendorff
Immendorff (1945-2007) começou sua carreira usando como
temas primeiramente a classe trabalhadora e depois a guerra do
Vietnã. Posteriormente, passou a se preocupar com a temática das
duas Alemanhas, algo que fica claro em obras como as da série
Café Deutschland (Figura 25), iniciada em 1977 e que conta com
dezesseis grandes pinturas. No final de sua vida, Immendorff en-
© U2 - Arte Internacional: do Final da Década de 1960 ao Ano 2000 163

controu dificuldades para pintar devido a uma doença neurológica


degenerativa, que acabou causando a sua morte.

Figura 25 Obra da série "Café Deutschland", Jörg Immendorf, 1984, 285 x 330 cm.

Gerhard Richter
Tendo estudado na Alemanha Oriental entre 1952 e 1957,
Gerhard Richter, nascido em 1932, antes de se tornar artista pro-
fissional, trabalhou como pintor de cartazes, cenógrafo de teatro e
técnico de laboratório de fotografias. A linguagem fotográfica, inclu-
sive, exerceu forte influência na sua arte, especialmente em obras
que se parecem com simples fotografias, mas que contam com a
pintura a óleo, como é o caso da obra City Life (Figura 26). Richter,
também, realizou obras abstratas e, atualmente, vive nos EUA.

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164 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Figura 26 City Life, Gerhard Richter, 2000, óleo s. fotografia, 12,2 x 12,2 cm.

A Figuração Livre Francesa


Enquanto na Itália ganhava fama a Transvanguarda e na Ale-
manha o Neoexpressionismo, na França tomava corpo, principal-
mente no início da década de 1980, o movimento que ficou conhe-
cido como “Figuração Livre”. Seus participantes, Robert Combas,
Gérard Garouste, Jean-Charles Blais, entre outros, reivindicavam o
direito à espontaneidade, dialogavam com as mais variadas mito-
logias e também com a cultura de massa (televisão, histórias em
quadrinhos etc., o que não impediu a apropriação de elementos
tradicionais ou ligados à tradição erudita).
© U2 - Arte Internacional: do Final da Década de 1960 ao Ano 2000 165

Gérard Garouste
Gérard Garouste, nascido em 1946, surgiu no cenário da
pintura francesa no final da década de 1970. Na década de 1980,
celebrizou-se por uma pintura figurativa de temática mitológica
e alegórica.

Balaão–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

Figura 27 Balaão, Gérard Garouste, 2005.

Balaão, representado na Figura 27, é o personagem bíblico que, instado por


Deus a abençoar o povo de Israel, agia de maneira contrária, chegando a ouvir a
vontade divina por meio da boca da sua jumenta.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

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166 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Robert Combas
Nascido em 1957, Robert Combas realiza uma pintura de
tendência expressionista com ênfase na figura humana. Observe
na Figura 28 uma de suas obras.

Figura 28 Jacqueline Cora, Robert Combas, 1985, 169 x 124,5 cm.

Jean-Charles Blais
Jean-Charles Blais, nascido em 1956, também tem como
uma das principais características de seu trabalho a tendência ex-
pressionista, especialmente para a representação do corpo huma-
no, como, por exemplo, na obra Belo (Figura 29).
© U2 - Arte Internacional: do Final da Década de 1960 ao Ano 2000 167

Figura 29 Belo, Jean-Charles Blais, 1983, pastel s.


papel, 36,5 x 26,5 cm.

EUA
Os Estados Unidos também participaram do “retorno” à
pintura ocorrido na década de 1980. Recorrendo muitas vezes à
narração e a imagens teatrais e alimentando-se do cruzamento da
cultura de rua com a cultura erudita da pintura em tela (casos de
Jean-Michel Basquiat e Keith Haring), os artistas surgidos neste
contexto, mais do que um grupo – se os víssemos assim perce-
beríamos tratar-se de um grupo muito mais heterogêneo do que
o da Transvanguarda ou o da Figuração Livre – podem, devido às
suas fortes especificidades individuais, que dificultam muito a
aproximação crítica de suas estéticas, ser encarados mais como
uma “geração”. Entre os artistas mais importantes desta geração
figuram nomes como o de Julian Schnabel, Jeff Koons, Eric Fischl e
Cy Twombly e Jean-Michel Basquiat.

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168 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Começaremos a abordar os artistas individualmente falan-


do de Jean-Michel Basquiat. Antes, no entanto, faz-se necessária a
abertura de um apêndice, tendo em vista a forte ligação deste e de
outros artistas com a cultura de rua. E onde lê-se “cultura de rua”
lê-se também “grafite”.

Grafite–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
O uso de tinta em spray popularizou-se nos EUA a partir de aproximadamen-
te 1969, quando adolescentes das periferias das grandes cidades, como Nova
York e Los Angeles, começaram a pichar muros e paredes, tanto de residências
quanto de espaços comerciais e públicos. Durante um primeiro momento, todo o
“trabalho” feito com spray reduziu-se a nomes e siglas. Mais tarde, começaram a
aparecer imagens mais trabalhadas, geralmente ziguezagues, estrelas, tabulei-
ros e arabescos. Pouco depois, na virada da década de 1970 para a década de
1980, apareceu então o elemento que seria o grande incentivador do grafite: o
movimento Hip-hop (Figura 30).
O Hip-hop é a cultura de rua surgida nas grandes metrópoles americanas para
legitimar e “dar uma cara” a jovens representantes das minorias étnicas. A prin-
cípio, tratava-se de um movimento exclusivamente ligado à cultura negra. No
entanto, aos poucos, mesmo tendo se mantido a “cara negra”, outras minorias,
como os latinos, foram aderindo ao movimento.
A explosão do Hip-hop em todos os EUA e a sua difusão pelo mundo, já na dé-
cada de 1980, (por exemplo, jovens paulistanos dançavam break – uma das pri-
meiras danças ligadas ao Hip-hop – na estação São Bento do Metrô) ocorreu por
meio do “braço musical” do movimento, o Rythm And Poetry – RAP (Figura 31).
Já por volta de 1985, multiplicavam-se os muros “grafitados” em todo o mundo.

Figura 30 Jovens grafiteiros nova- Figura 31 O primeiro disco de RAP


iorquinos no final da década de 1970 lançado no Brasil, em 1988.
(foto de Martha Cooper).
© U2 - Arte Internacional: do Final da Década de 1960 ao Ano 2000 169

Nos EUA, os primeiros espaços a serem adotados pelos grafiteiros para a sua
arte foram as estações de metrô, incluindo-se aí os próprios trens. É impossível
pensar-se no metrô de Nova York na década de 1980 sem o grafite (Figura 32).
Antes, no entanto, houve bastante perseguição aos artistas de rua.

Figura 32 Trem do metrô de Nova York grafitado na década de 1980.

Ficaram famosos, por exemplo, dois dos primeiros trens a serem “grafitados”: o
Freedom Train (Trem da Liberdade), ilustrado em 1976 por ocasião do Bicente-
nário da Independência dos EUA, e o Trem de Natal, grafitado em dezembro de
1977. Ao chegar às estações, os trens eram aplaudidos espontaneamente, fato
que não poupou os grafiteiros de serem presos por vandalismo. O cenário, como
já vimos, mudou nos anos 1980, quando o grafite começou a entrar nos museus.
Uma espécie de debut desta “incorporação” ocorreu na Documenta de Kassel,
que apresentou trabalhos de dois artistas intimamente ligados à cultura de rua, e
que hoje têm renome internacional: Basquiat e Haring.
A Documenta de Kassel é uma das mais importantes mostras de arte contemporâ-
nea do mundo. Sua primeira edição ocorreu em 1955 e, como o próprio nome diz,
ocorre na cidade alemã de Kassel. Sua periodicidade é de cinco em cinco anos.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Basquiat
Falemos, então, de Basquiat (1960-1988). Filho de imigran-
tes haitianos que passou grande parte da vida no Brooklyn, sua
carreira artística começou com grafites em muros e portões de fer-
ro, trabalhos que muitas vezes eram assinados com a sigla SAMO
(Same old shit). Por volta de 1982, Basquiat foi “adotado” pelo
mercado de arte e suas pinturas em tela fizeram-no uma espécie
de “queridinho da América”. A fama do artista aumentou ainda
mais com a sua parceria com Andy Warhol, caminhada que foi in-
terrompida em 1988, quando Basquiat morreu de overdose.

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170 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Figura 33 In Italian, Jean-Michel Figura 34 Mona Lisa, Jean-Michel


Basquiat, 1983. Basquiat, 1984.

Figura 35 Andy Warhol e Basquiat lado a lado.


© U2 - Arte Internacional: do Final da Década de 1960 ao Ano 2000 171

Keith Haring
Keith Haring (1958-1990) foi um artista de formação mais
acadêmica do que Basquiat. Sua carreira ganhou força por meio da
“adoção” do grafite. Tendo estudado artes em Pittsburgh, mudou-
-se para Nova York no final dos anos 1970, quando começou seu
contato com o grafite e com a vanguarda nova-iorquina, na qual
tornar-se-ia um dos principais nomes. A principal marca da arte
de Haring são suas figuras simplificadas, principalmente figuras
humanas, que remetem, entre outras coisas, à arte rupestre e a
elementos da arte africana (Figuras 36 e 37).

Figura 36 Just Because, Keith Haring.

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172 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Figura 37 Gigantesco muro grafitado por Keith Haring (repare no tamanho do artista, na
parte inferior central da figura, em relação ao muro).

Cy Twombly
Cy Twombly, nascido em 1928, utiliza uma linguagem sim-
bólica muito pessoal, numa síntese de automatismo surrealista,
Expressionismo Abstrato e grafite. Todos esses elementos atuam
em prol de certo conceitualismo, já que os objetivos do artista não
deixam de ser a expressão dos contrastes de espaço, movimento
e tempo.
© U2 - Arte Internacional: do Final da Década de 1960 ao Ano 2000 173

Após um primeiro “choque” frente às obras de Twombly, co-


meçamos a sentir que o grafismo dos seus traços possui uma vita-
lidade própria, a qualidade subversiva dos rabiscos da criança que
não se subordina às ordens da professora – ou seja, a tudo que a
nossa tradição cultural representa. Ao se rebelar contra as regras
tradicionais de composição pictórica, Twombly questiona então o
próprio conceito de unidade visual e da possibilidade de interpre-
tação objetiva da obra.
Estamos diante de um fluxo constante de movimentos que
não copiam a realidade existente, que nada representam e que
dialogam com uma improvisação mutante em que o espectador
se pergunta: “O que é isso?”; “Como é?”; “Quem é?”, e encontra a
seguinte resposta: “É”.
Observe uma de suas obras na Figura 38.

Figura 38 Sem título, Cy Twombly.

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174 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Julian Schnabel
Outro nova-iorquino, Julian Schnabel, nascido em 1951, ficou
famoso com suas composições realizadas com pedaços de louça
colados, algo que funcionava como pano de fundo para os temas
representados. Os cacos de louça atuavam em prol do contraste
do “velho”, a própria louça, e do “novo”, aquilo que é criado com
tinta fresca, ou seja, uma nova realidade, com novos significados.
Quanto às suas figuras, seja qual for a técnica utilizada, Sch-
nabel desconstrói as imagens de uma maneira irônica e até sub-
versiva.
Atualmente, o artista também é um importante cineasta, e
tem em seu currículo filmes de sucesso como o já citado Basquiat
e O escafandro e a borboleta.
Veja na Figura 39 uma de suas obras.

Figura 39 Auto-retrato, Julian Schnabel, 1977.


© U2 - Arte Internacional: do Final da Década de 1960 ao Ano 2000 175

Eric Fischl
Outro importante nova-iorquino responsável por uma pintura
mais do que figurativa – narrativa, na verdade – é Eric Fischl, nascido
em 1948. Fischl “estourou” para o mundo da arte com a obra So-
nâmbulo (Figura 40), de 1979, que mostra um adolescente se mas-
turbando. A obra foi encarada como uma denúncia do fracasso do
“sonho americano”. Fischl pinta a banalidade da pequena burguesia
americana: os ritos prosaicos da iniciação amorosa, as férias etc. O
que emana das obras é, no entanto, um subtexto de solidão, deses-
pero e horror. Observe outra de suas obras na Figura 41.

Figura 40 Sonâmbulo, Eric Fischl, 1979.

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176 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Figura 41 Som de ondas da praia, Eric Fischl, 1996-97,


190,5 x 119,5 cm.

Jeff Koons
Jeff Koons, nascido em 1955, é um artista que retrabalha al-
guns conceitos da Arte Pop. Construindo com suas obras um diá-
logo aberto com a sexualidade, inclusive com seus clichês, Koons
(que, simpático a manifestações estéticas fetichistas e até porno-
gráficas, casou-se com Cicciolina – famosa atriz pornô italiana) rea-
liza obras como, por exemplo, Urso e policial (Figura 43), que, de
forte apelo popular, repensa os limites do kitsch e da figuração
contemporânea. Veja também outra de suas obras na Figura 42.
© U2 - Arte Internacional: do Final da Década de 1960 ao Ano 2000 177

Figura 42 Escultura representando Jeff Koons e Cicciolina,


Jeff Koons.

Figura 43 Urso e policial, Jeff Koons. 1988.

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178 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

9. O HIPER-REALISMO E O DIÁLOGO COM A FOTO-


GRAFIA
Falemos um pouco agora, antes de tratar da arte que traba-
lha diretamente com a fotografia, de um tipo de arte que não deixa
de ter sido influenciada pela imagem fotográfica: o Hiper-realismo.
O Hiper-realismo surgiu nos EUA na segunda metade da dé-
cada de 1960, logo após a explosão da Arte Pop, e manteve grande
intensidade até final da década de 1970 – apesar de muitos de
seus artistas continuarem trabalhando no mesmo estilo até hoje
(estilo que requer trabalhar com slides projetados e instrumentos
de arte comercial, como o airbrush).

Chuck Close
Dominando uma técnica impressionante, o norte-americano
Chuck Close, nascido em 1940, produz retratos pormenorizados
a ponto de, a certa distância, parecerem gigantescas fotografias.
No entanto, analisando as obras de perto, descobrimos os meios
muito pouco ortodoxos que Close emprega na sua pintura, como
pintar com as próprias impressões digitais funcionando como pon-
tos de pigmento, por exemplo. Procedimentos como este atestam
o tratamento quase “abstrato” da imagem, tratamento que, no
entanto, não deixa de ter como principal – e paradoxal – objetivo
o próprio realismo e efeitos como o da “vibração” desta, algo que
nos faz lembrar de Seurat e seu Pontilhismo, por exemplo (observe
as Figuras 44 e 45).
© U2 - Arte Internacional: do Final da Década de 1960 ao Ano 2000 179

Figura 44 Emily (gravura cuja matriz foi realizada


com as impressões digitais do artista), Chuck
Close, 1986.

Figura 45 Espectadores em exposição de Close, frente a uma de suas obras (esquerda) e


detalhe de obra (direita).

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180 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Duane Hanson
Já Duane Hanson (1925-1996) trabalhava com obras escultu-
rais, em três dimensões. Em suas figuras de tamanho natural, com
gestos e fisionomias individuais acentuadas, Hanson representava
os estereótipos da sociedade americana, mostrando um pouco da
banalidade das vidas cotidianas tanto dos norte-americanos quan-
to de toda a sociedade ocidental.
Suas obras eram confeccionadas a partir de moldes de cera
de pessoas vivas, em fibra de vidro e complementadas com rou-
pas, perucas e óculos, de modo a quase não ser possível distinguir
as esculturas de pessoas reais. Observe na Figura 46 uma dessas
obras.

Figura 46 Viajante, Duane Hanson.

Audrey Flack
A também norte-americana Audrey Flack, nascida em 1931, é
outra artista geralmente relacionada pelos estudiosos ao Hiper-realis-
mo. Algo que difere Flack dos outros hiper-realistas é a abordagem de
temas geralmente voltados à temática feminista (Figura 47).
© U2 - Arte Internacional: do Final da Década de 1960 ao Ano 2000 181

Figura 47 Marilyn Vanitas, Audrey Flack, 1977.

10. AS VÍDEO-INSTALAÇÕES E A VÍDEO-ARTE


Como vimos anteriormente, a arte nas décadas de 1980 e
1990 traduziu-se – mais do que em qualquer outro período da his-
tória da arte – em um conjunto de várias tendências, tendências
estas calcadas tanto nas técnicas mais artesanais quanto nas mais
avançadas.

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182 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Devemos ressaltar que seria muito arriscado “definir” a arte


pós-moderna e que o critério cronológico inevitavelmente incorre
em erros. Vamos nos restringir, então, a citar mais alguns artistas
essenciais para que possamos compreender um pouco mais do
vastíssimo panorama artístico da década de 1980, da década de
1990 e, enfim, de toda a contemporaneidade.
Assim, entre outros artistas inevitavelmente preteridos, não
se pode deixar de citar o sul-coreano Nan June Paik – um dos res-
ponsáveis pela criação da vídeo-escultura, e o norte-americano Bill
Viola, outro artista que abusa da tecnologia em suas instalações,
tendo se consagrado com a vídeo-arte ainda na década de 1970.
As vídeo-instalações e a vídeo-arte começaram a se disse-
minar principalmente a partir do final da década de 1970, com
a popularização do videoteipe e a possibilidade de utilização de
equipamentos de vídeo relativamente baratos.
Há outro fator a ser acrescentado, que a princípio pode pa-
recer óbvio: a temporalidade. A vídeo-arte e as vídeo-instalações
introduzem o “tempo” enquanto elemento constituinte, funda-
mental e estruturador das obras. Os vídeos, ao contrário das foto-
grafias estáticas, da pintura, da escultura e da arquitetura (artes de
caráter “estático”, ou seja, que em tese se mantêm inalteradas no
decorrer do tempo), assim como a música, o teatro e o cinema, só
verdadeiramente ocorrem no decorrer do tempo.
Vejamos um exemplo: se olharmos para uma fotografia “estáti-
ca”, seja lá por quanto tempo for, podemos dizer que já vimos a foto-
grafia. Porém, se olharmos para um fotograma de um filme de duas
horas de duração (lembrando que um filme de cinema é composto
por 24 fotogramas por segundo), de maneira nenhuma podemos
dizer que já vimos o filme. Apenas se vermos, no decorrer daquelas
duas horas, a imagem dos mais de 170 mil fotogramas de um filme de
duas horas colocados em movimento pelo equipamento cinemato-
gráfico é que podemos dizer que realmente vimos o filme.
Há ainda outro detalhe: o cinema é uma arte essencialmente
temporal porque não veríamos o filme se olhássemos para cada
© U2 - Arte Internacional: do Final da Década de 1960 ao Ano 2000 183

um dos seus mais de 170 mil fotogramas. Só vemos o filme se


vermos seus fotogramas tornados “imagem em movimento” pelo
equipamento cinematográfico. O mesmo caráter temporal há no
teatro, uma das mais antigas artes, e na vídeo-arte, uma das mais
recentemente artes inventadas.
Podemos afirmar que a introdução deste elemento, a “tempo-
ralidade”, é outra das características fundamentais da pós-moderni-
dade: já que, desde a década de 1960, com a profusão das perfor-
mances, happenings - essencialmente temporais – e a utilização de
elementos também temporais – como a música, por exemplo – nas
obras de arte, as manifestações artísticas plásticas deixaram de lado
o caráter “estático” que as marcara até então para passar a ocorrer
enquanto obras também na esfera do tempo.
Devido exatamente à tem-
poralidade é que optamos por
não ilustrar o texto desta unida-
de com fotografias de obras de
vídeo-arte, já que não faria senti-
do tentar-se mostrar com imagens
estáticas obras que só ocorrem
“em movimento”. Por isso, dispo-
nibilizamos a seguir alguns links
para apreciação em vídeo, na In-
ternet, de obras de vídeo-arte. Já
quanto às vídeo-instalações, opta-
mos por “desrespeitar” um pouco
o critério essencial da temporali-
dade e mostrar uma fotografia de
vídeo-instalações, de Nan June
Paik, com caráter meramente ilus- Figura 48 TV Cello, Nam June Paik, 1971.
trativo de seus aspectos escultóri-
cos (Figura 48).

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184 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Nam June Paik


O sul-coreano Nam June
Paik (1932-2006) nasceu em Seul.
Aos 18 anos, com a eclosão da
Guerra da Coreia, que tratamos na
unidade anterior, mudou-se com
a família para Hong Kong, depois
para Tóquio, onde estudou músi-
ca e artes. Depois continuou seus
estudos na Alemanha, onde teve
contato com nomes da vanguarda
artística de então.
Em 1964 mudou-se para
Nova York e, desde o final da dé-
cada de 1960, passou a utilizar os Figura 49 Global Encoder, Nam June
Paik.
– então ainda poucos, e de tecno-
logia incipiente – equipamentos de videoteipe para a criação de
uma linguagem artística própria e revolucionária. Paik ficou co-
nhecido como um dos “pais” das vídeo-instalações e da vídeo-ar-
te. A obra Global Encoder é um dos trabalhos de Paik (Figura 49).

Bill Viola
O norte-americano Bill Viola, nascido em 1951, é outro dos
grandes nomes da arte contemporânea ligada à linguagem do ví-
deo. Tendo como uma de suas grandes influências o próprio Nam
June Paik, Viola caracteriza-se por abordar em suas obras não ape-
nas questões típicas da contemporaneidade, tais como a televisão
e a passividade dos telespectadores, como também questões de
ordem metafísica.
© U2 - Arte Internacional: do Final da Década de 1960 ao Ano 2000 185

11. DA DÉCADA DE 1990 À ATUALIDADE: A NOVA


REALIDADE HISTÓRICA E A ARTE
Você sabia que o final da década de 1990 teve mudanças nos
âmbitos histórico-social e cultural que tiveram forte impacto na
mais nova geração de artistas?
Como vimos em nossa introdução histórica, a realidade dita-
da pela chamada “Nova Ordem Mundial” e pela globalização oca-
sionou a reestruturação das relações comerciais, políticas e cultu-
rais no mundo contemporâneo.
O chamado “fim das utopias”, com a queda do Comunismo
na Europa, a ascensão do Neoliberalismo como política econômica
da maioria dos países, as novas descobertas científicas, a explosão
da acessibilidade à comunicação e à informação com a Internet,
contribuíram para um cenário de enorme relativização e individua-
lismo em que o homem contemporâneo busca se “re-inventar”
em meio a uma realidade absolutamente imprevisível, algo que
contraria a ideia de linearidade histórica que adotáramos até o ad-
vento da pós-modernidade.
No âmbito das relações pessoais, o homem passa também,
como não poderia deixar de ser, pela necessidade de “auto-re-in-
venção”. O gênero masculino, por exemplo, ainda não re-encon-
trou seu “papel histórico” após as conquistas feministas e a equi-
paração de direitos e deveres entre homens e mulheres. Outro
bom exemplo são as relações a distância, mediadas pelas novas
tecnologias de comunicação, encabeçadas pela Internet, e que es-
tabeleceram um modo inédito de conectar pessoas e redes sociais
em escala global, ao redor de todo o mundo.
Tudo é incerteza. Não apenas no que concerne aos nossos
papéis na sociedade contemporânea como à própria continuidade
da vida na Terra, ameaçada como nunca pelos impactos ambien-
tais frutos do progresso predatório do homem, que o colocou em
conflito com a natureza.

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186 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

A tradução deste panorama para a esfera artística gera obras


carregadas da mesma pluralidade, da mesma riqueza de lingua-
gens, meios e possibilidades, mas também das mesmas incertezas.
Há, entretanto, como já havíamos dito anteriormente, um ponto
que ainda se destaca como um dos principais da arte contemporâ-
nea: a morte da ideia da “originalidade”.
Em nosso tempo de reprodutibilidade frenética da informa-
ção, a ideia de originalidade parece, apesar do individualismo cada
vez maior do nosso tempo, estar perdendo sentido, assim como a
ideia da própria “autoria” de uma obra. Na esfera da cultura popu-
lar, por exemplo, isto já ocorreu, traduzindo-se na troca gratuita de
músicas, vídeos e arquivos de toda espécie pela Internet, enfim,
na “morte” dos direitos autorais. Já na esfera mais “erudita” das
artes plásticas, as poéticas e as obras são, cada vez mais, “con-
taminadas” por esta ideia, ainda assustadora porque totalmente
imprevisível e desconhecida.

12. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS


Finalizando esta unidade, reflita sobre as seguintes questões:
1) Consegui compreender a ideia básica da Arte Conceitual, ou seja, a de uma
arte em que o conceito vem antes da materialidade da obra?

2) Até que ponto tal princípio permeia as obras de arte contemporâneas?

3) O retorno à materialidade, à pintura e até ao figurativismo a partir do final


da década de 1970 representa um retorno da arte aos caminhos de décadas
anteriores ou, pelo contrário, um aumento ainda maior da teia de possibili-
dades pós-modernas? Por quê?

4) Agradam-me as pinturas de nomes como Kiefer, Baselitz, Basquiat e Fishl?


Por quê?

5) O que penso a respeito do Hiper-realismo? Ele apenas imita a fotografia ou


busca algo além? Por quê?

6) Os vídeos de Bill Viola podem ser classificados como uma manifestação de


Artes Plásticas?
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7) Consigo identificar em artistas atuais a pluralidade e as incertezas citadas


na última parte do texto como um dos dados fundamentais da contempo-
raneidade?

13. CONSIDERAÇÕES
Chegamos ao final da segunda unidade do Caderno de Refe-
rência de Conteúdo de História da Arte: Arte Internacional e Arte
Brasileira, na qual você teve contato com a chamada “arte pós-
-moderna”, tão comentada e que, a princípio, poderia parecer algo
complexo demais e absolutamente misterioso. Mas você viu que
não é bem assim, e que basta o entendimento de alguns preceitos
e do diálogo destes com a realidade histórico-social que represen-
tam para a compreensão da famigerada pós-modernidade.
Vale ressaltar que, especialmente em relação à arte pós-mo-
derna, cabe a você completar a construção do seu conhecimento.
Isto porque só com esforço próprio e assumindo o papel de agente
do próprio conhecimento é que você poderá dar conta de uma
compreensão realmente ampla de um universo artístico tão rico e
plural quanto o da contemporaneidade.
Na próxima unidade, voltaremos bastante no tempo, pas-
sando a abordar a Arte Brasileira desde os primórdios.
Até lá!

14. E-REFERÊNCIAS

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15. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


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194 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

16. REFERÊNCIAS VIDEOGRÁFICAS


ADEUS LENIN. DVD. Imagem Filmes, 2002.
BASQUIAT – TRAÇOS DE UMA VIDA. VHS. Play Arte, 1996.
FOREST GUMP – O CONTADOR DE HISTÓRIAS. DVD. Paramount, 2005.
HAIR. DVD. Fox Home Entertainment, 2006.
EAD
Brasil: do Descobrimento à
Arte Acadêmica

3
1. OBJETIVOS
• Conhecer o contexto histórico em que foi amalgamada a
ideia de Brasil.
• Compreender como este contexto gerou as manifesta-
ções artísticas do período colonial até a cristalização da
arte acadêmica brasileira.
• Identificar as manifestações artísticas no Brasil do “desco-
brimento” até o início do século 20.

2. CONTEÚDOS
• Introdução: História do Brasil e História da Arte Brasileira
colocadas em paralelo.
• “Descobrimento” do Brasil.
• O início da colonização.
• Ciclo da cana-de-açúcar.
196 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

• Chegada dos negros – a escravidão no Brasil.


• População indígena: a aculturação com o início da cristia-
nização pelos jesuítas.
• A cultura material indígena: cestaria, cerâmica, arquitetu-
ra, pintura corporal e arte plumária.
• As invasões francesas.
• As invasões holandesas.
• Missão Holandesa: Post e Eckhout.
• As bandeiras.
• Ciclo do Ouro.
• Barroco.
• Barroco no Brasil: as igrejas – arquitetura, escultura e pin-
tura.
• Antônio Francisco Lisboa – o Aleijadinho.
• A Inconfidência Mineira.
• A vinda da corte: o Brasil deixa de ser colônia.
• Missão Artística Francesa: o início do ensino institucional
de arte no Brasil.
• Artistas: Debret e Taunay.
• Outros pintores estrangeiros: Rugendas, Spix & Martius,
Thomas Ender.
• A independência e o império.
• Ciclo do Café.
• A República Velha.
• Arte Acadêmica no Brasil.
• Artistas: Victor Meirelles, Zeferino da Costa, Pedro Amé-
rico, Almeida Júnior, Benedito Calixto, Henrique Bernar-
delli, Pedro Alexandrino, Rodolfo Amoedo, Belmiro de
Almeida, Oscar Pereira da Silva, João Batista da Costa,
Eliseu Visconti, Georgina de Albuquerque, Rodolfo Cham-
belland.
© U3 - Brasil: do Descobrimento à Arte Acadêmica 197

3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE


Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que
você leia as orientações a seguir:
1) Sua formação é essencial, pois ela determinará posturas
e escolhas no desenvolvimento da sua atividade profis-
sional. Invista em você! Faça da pesquisa e da interação
com seus colegas de curso e tutor hábitos que poderão
ajudá-lo a ampliar e aprofundar seus conhecimentos.
2) Para discutir e analisar os conteúdos estudados nesta
unidade com profundidade, não se contente apenas
com os conteúdos aqui tratados, procure consultar sites,
ler obras, entrevistas em jornais e revistas que tratem
do assunto.
3) Além dos conteúdos apresentados neste Caderno de
Referência de Conteúdo, procure aprofundar seus co-
nhecimentos lendo a bibliografia básica indicada e pes-
quisando sobre o tema em sites confiáveis. A autonomia
do aluno EaD favorece a busca de novas descobertas e
ressignificações.
4) Para complementar o estudo desta unidade, listamos, a
seguir, vários filmes, para que você aprofunde seu arca-
bouço teórico e cultural.
• Desmundo (2003): filme interessantíssimo que abor-
da os primeiros anos da colonização do Brasil dirigido
pelo brasileiro Alain Fresnot. A história trata de uma
órfã que é importada para o Brasil para se casar com
um dono de terras que vive por aqui, sem nunca tê-lo
visto. A prática era muito comum na época e se devia
a, no início, praticamente não haver mulheres bran-
cas (europeias) no Brasil, só índias. Muitos europeus
formavam famílias com índias, mas fazia-se também
questão de trazer mulheres brancas para povoar
a terra. O filme é falado no português da época, o
que torna as falas difíceis de serem compreendidas e

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198 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

obriga a utilização de legendas.


• Amistad (1997): filme de Steven Spielberg que repre-
senta uma das facetas dos horrores da escravidão
(no caso, o embarque de escravos negros da África
para a América). O filme mostra escravos chegando
aos EUA, mas a situação, especialmente dentro dos
navios negreiros, era similar àquela sofrida pelos es-
cravos trazidos para o Brasil.
• Hans Staden (1999): filme que conta sobre o viajan-
te alemão Hans Staden (1525-1579), que foi preso
por tupinambás antropófagos do litoral paulista em
meados do século 16. Conseguindo escapar, Staden
voltou à Europa e escreveu um livro de enorme su-
cesso relatando as suas experiências e os costumes
dos índios.
• Anchieta José do Brasil (1977): relançado em DVD
em 2007, é uma cinebiografia do Padre Anchieta, in-
terpretada por Ney Latorraca.
• O Aleijadinho (2000): cinebiografia do artista mineiro
interpretada pelo ator Maurício Gonçalves.
• Os Inconfidentes (1972): filme do cineasta brasileiro
Joaquim Pedro de Andrade, lançado em DVD pela Vi-
deofilmes, que trata da Inconfidência Mineira.
5) Antes de iniciar os estudos desta unidade, pode ser inte-
ressante conhecer um pouco da biografia de alguns líde-
res que serão abordados nesta unidade.

Pedro Álvares Cabral (1467 ou 1468 – c. 1520)


Foi um fidalgo (pessoa de origem nobre) português que comandou a segunda
viagem rumo às Índias (a primeira fora comandada por Vasco da Gama, em
1498). Nesta viagem, “descobriu” o Brasil e anexou-o ao domínio português.

Manuel da Nóbrega (1517-1570)


Padre português, foi o líder da primeira missão jesuíta no Brasil. Ficou por aqui
até o fim da sua vida.
© U3 - Brasil: do Descobrimento à Arte Acadêmica 199

José de Anchieta (1527-1597)


O jesuíta espanhol chegou ao Brasil em 1553. Tornou-se um dos mais importan-
tes personagens da História do Brasil, principalmente devido à sua atuação junto
aos índios e, entre outros fatores, por ter sido um dos fundadores da cidade de
São Paulo, em 1554. Há pouco tempo, foi beatificado pelo Papa João Paulo II.

Maurício de Nassau (1604-1679)


Grande administrador, humanista e amigo das artes, o nobre holandês foi res-
ponsável por grandes melhorias urbanísticas em Recife e Olinda e pela Missão
Artística Holandesa.

Napoleão Bonaparte (1769-1821)


General e político habilidosíssimo, subiu ao poder na França nos últimos anos da
Revolução Francesa, passando a comandar o país a partir de 1799 e ocupando
a posição de “imperador” de 1804 a 1814.
Napoleão invadiu grande parte da Europa até sofrer uma grande derrota militar
na campanha contra a Rússia Czarista, em 1812. Depois disso, seu exército e,
consequentemente, seu poder enfraqueceram, algo que fê-lo ser exilado na Ilha
de Elba em 1814, de onde fugiu retomando temporariamente o poder na Fran-
ça até sua grande derrota contra os chamados “aliados” (ingleses, austríacos e
prussianos, entre outros) na famosa Batalha de Waterloo.

Dom João VI (1767-1826)


Foi Rei de Portugal de 1816 até a data de sua morte. Era filho de Dona Maria I
(“a louca”), a rainha portuguesa que se celebrizou, entre diversos outros fatos,
por reprimir com “mão de ferro” a Inconfidência Mineira.

4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Nesta terceira unidade do Caderno de Referência de Conteú-
do de História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira, vamos
finalmente começar a abordar a arte brasileira.
Para isso, mudaremos excepcionalmente a maneira de tratar
nosso tema: ao invés de primeiro termos um panorama histórico
do período em questão e, depois, tratarmos só da história da arte,
nesta unidade história e história da arte virão misturadas e inter-
caladas no texto como não acontecera até então.
Tal maneira de abordar o período que vai do “descobrimen-
to”, em 1500, até o início do século 20 (com o advento do Mo-
dernismo, que veremos na próxima unidade) pareceu-nos mais

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200 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

adequada devido à grande complexidade que há em se definir as


fronteiras entre arte e história e entre “brasileiro” e “estrangeiro”
no Brasil colônia.
Em primeiro lugar, pode-se dizer que até a chegada do Bar-
roco por aqui, no século 17, não é possível falar em “arte brasilei-
ra”, com exceção feita à arte indígena, ou seja, àquela realizada
pelos primeiros habitantes do Brasil, os índios. Em segundo lugar,
a própria ideia de Brasil como nação só surgiu há pouco mais de
duzentos anos, já que o que havia antes não era um país, mas sim
uma colônia do Reino Português.
Isso faz que arte e história, “brasileiro” e “não brasileiro” se
misturem a tal ponto no período tratado neste texto que se torna
melhor abordar tudo simultaneamente, assim abarcando melhor
a complexidade da questão.
Iremos, portanto, como já foi dito, do “descobrimento” até
o início do século 20. Passaremos pela arte indígena, pelas mis-
sões holandesa, francesa e austríaca e pelo estabelecimento da
arte acadêmica no Brasil, tudo isso intercalado com muita História.
“Descubramos”, então, o Brasil! Mãos à obra!

5. A “DESCOBERTA”
No dia 9 de março de 1500 partia de Lisboa uma frota de
caravelas com cerca de 1500 homens sob o comando de Pedro
Álvares Cabral. No dia 22 de abril, avistaram uma terra desconhe-
cida que foi batizada primeiramente de Ilha de Vera Cruz e, depois,
quando os portugueses perceberam tratar-se de terras continen-
tais, Terra de Santa Cruz. O nome “Brasil” começou a ser usado
como apelido, quando se percebeu haver grande abundância de
pau-brasil por aqui e, aos poucos, foi sendo adotado oficialmente.
Vejamos na Figura 1 uma ilustração de caravela portuguesa.
© U3 - Brasil: do Descobrimento à Arte Acadêmica 201

Figura 1 Ilustração de caravela portuguesa.

Quando alguns portugueses desembarcaram em terra firme,


travaram os primeiros contatos com cerca de vinte índios. A popu-
lação indígena que encontraram era de Tupis. Suas tribos dividiam-
-se em aldeias, cada uma das aldeias formada por um número de
quatro a sete malocas dispostas em torno de uma praça retangular
(Figura 2).

Figura 2 Imagem de aldeia.

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202 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

No dia 26 de abril de 1500, foi celebrada a primeira missa,


diante de uma pequena cruz de ferro que tinha sido trazida com
a frota. No dia 1º de maio, foi realizada uma segunda missa, desta
vez diante de uma grande cruz de madeira construída com o auxí-
lio dos índios. Calcula-se que cerca de cento e cinquenta indígenas
assistiram à missa (Figura 3).

Figura 3 Célebre quadro de Victor Meireles representando a primeira missa no Brasil (o


quadro parece, no entanto, ater-se à representação do que, segundo os relatos históricos,
teria sido a segunda missa), 1860, 270 x 357 cm.

No dia seguinte, um navio foi despachado para Lisboa com


as notícias do “descobrimento”, enquanto o resto da esquadra se-
guia viagem rumo ao oriente. Contudo, ficaram em terras brasilei-
ras dois homens degredados, que deveriam servir de contato e de
informantes aos portugueses que chegassem no futuro. Também
ficaram em terra mais dois marinheiros que tinham desertado da
frota devido ao encanto da beleza das mulheres indígenas.
© U3 - Brasil: do Descobrimento à Arte Acadêmica 203

Algum tempo depois, já foi oficializado o território sul-ameri-


cano a oeste do Tratado de Tordesilhas como território português,
e logo o rei de Portugal já outorgava licenças permitindo que se
instalassem na costa brasileira feitorias de onde o pau-brasil seria
expedido para Portugal. A primeira feitoria foi a de Pernambuco,
criada em 1516.

6. A COLONIZAÇÃO

Primeira fase: 1500-1534


A primeira fase da colonização foi concentrada no reconhe-
cimento e na exploração da costa do Brasil. Em 1530, por exemplo,
uma expedição comandada por Martim Afonso de Souza (1500-
1571) percorreu a costa brasileira e fundou a primeira vila brasilei-
ra em São Vicente (hoje contígua de Santos).

Segunda fase: a ocupação


A segunda fase teve início com o regime de Capitanias Here-
ditárias (Figura 4). As capitanias de Pernambuco e de São Vicente
foram as que mais prosperaram. Em Pernambuco, além da extra-
ção de pau-brasil, foi introduzida a cultura da cana-de-açúcar que,
como veremos, seria a base da economia da colônia por um bom
tempo. São Vicente teve na captura de índios e mais tarde na bus-
ca de metais preciosos as suas atividades mais importantes.

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204 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Figura 4 Mapa das Capitanias Hereditárias.


© U3 - Brasil: do Descobrimento à Arte Acadêmica 205

Terceira fase: sistema de Governo-Geral


Em 1548, a Coroa Portuguesa criou no Brasil o sistema de
Governo-Geral, colocando o poder sob a autoridade de um go-
vernador que residiria na capital do Brasil: na ocasião, Salvador.
Nesta época, além da cana-de-açúcar, o algodão, o gado e o fumo
somaram-se aos recursos agrícolas aqui produzidos.

A cana-de-açúcar
A economia do Brasil colônia caracterizou-se fortemente por
ciclos econômicos que duravam décadas, nos quais um único pro-
duto formava a base de toda a renda aqui conseguida pela metró-
pole portuguesa.
O primeiro ciclo foi o do pau-brasil, no qual quantidades gi-
gantescas da árvore eram extraídas do litoral brasileiro. O segundo
foi o da cana-de-açúcar.
No século 16, o açúcar era um dos produtos mais valorizados
no mercado internacional. Pensando nisso, os portugueses insta-
laram enormes plantações em diversas áreas do litoral nordestino,
construindo também engenhos (Figura 5).

Figura 5 Engenho de cana, Henry Coster, século 19.

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206 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

O açúcar brasileiro “inundou” então o mercado internacio-


nal, proporcionando enormes lucros a Portugal. Tal ciclo durou até
meados do século 17, quando os holandeses passaram a plantar
cana em suas colônias e a representar forte concorrência aos por-
tugueses.
A população de origem africana
Cerca de cinquenta anos após o “descobrimento”, começa-
ram a ser trazidos ao Brasil em grande número escravos negros
africanos. Por volta de 1570, a cultura de cana-de-açúcar já estava
bem desenvolvida, e este desenvolvimento só foi possível devido
à maciça importação de mão de obra escrava. O número de escra-
vos trazidos ao Brasil entre as décadas de 1500 e 1850 é calculado
em mais de 3 milhões e meio, o que formou, assentada no horror
da escravidão (Figura 6), uma das bases mais ricas e complexas da
nossa população e cultura.

Figura 6 O horror da Escravidão: obra de Jean-Baptiste Debret mostrando


feitor castigando escravo, século 19.
© U3 - Brasil: do Descobrimento à Arte Acadêmica 207

7. A POPULAÇÃO INDÍGENA
Na ocasião do “descobrimento” do Brasil, o primeiro contato
entre portugueses e indígenas foi amistoso. No entanto, quando
os portugueses começaram a se apossar da terra e escravizar os ín-
dios, a situação começou a mudar. Tendo uma cultura própria com
ordem social e padrões religiosos estabelecidos, além de práticas
consideradas absolutamente bárbaras e brutais pelos europeus,
tais como o canibalismo ritual, algumas tribos rebelaram-se e ou-
tras entregaram-se ou fugiram para o interior. Observe na Figura 7
o relato de Hans Staden sobre o canibalismo.

Figura 7 Gravura europeia do século 16 ilustrando o relato de Hans Staden


(que aparece de barba, no topo da imagem).

Um dos meios encontrados pelos portugueses para lidar


com os indígenas foi a catequização, realizada pelos jesuítas. Um
dos maiores líderes deste processo foi o padre Manuel da Nóbre-
ga, que chegou ao Brasil em 1549. Há, também, outros nomes no-
táveis, como o de José de Anchieta (Figura 8).

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208 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Reforma e Contrarreforma––––––––––––––––––––––––––––––
No século 16, ocorreu a chamada “Reforma” religiosa na Europa, liderada por
clérigos e teólogos oriundos da própria Igreja Católica, mas que discordavam dos
caminhos políticos e mesmo teológicos que esta vinha tomando havia séculos.
A Reforma gerou as religiões “protestantes”, “braços” do Cristianismo que foram
adotados especialmente no norte da Europa.
Já a Contrarreforma foi a reação da Igreja Católica a este processo. Elaborada
entre 1545 e 1563, tomava novas diretrizes políticas e práticas para a manuten-
ção do poderio do Papado: entre essas medidas, estavam a reorganização da
Inquisição (que combatia os “hereges”), o estabelecimento de uma espécie de
comissão de censura que avaliaria o que deveria ou não ser lido pelos católicos
e a criação da Ordem dos Jesuítas.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

Figura 8 Evangelho nas Selvas (Padre Anchieta), Benedito Calixto, 1893,


58,5 x 70 cm.

Cultura material e arte dos índios


Para entendermos a arte e a cultura indígenas, que permea-
ram a formação do que hoje conhecemos como a “nossa” cultura,
precisamos, inicialmente, saber que, para os índios, não há exata-
mente separação entre cultura material e arte, entre funcionalida-
de e estética. Assim, para um índio, não há “obra de arte” como há
© U3 - Brasil: do Descobrimento à Arte Acadêmica 209

para nós, mas cada um de seus objetos e utensílios – por exemplo:


flechas, cestas, cerâmicas – são vistos como sendo ao mesmo tem-
po úteis e “artísticos”.
No que diz respeito especi-
ficamente à cestaria indígena (Fi-
gura 9), podemos defini-la como o
conjunto de objetos, geralmente
chamados de “cestas”, obtidos por
meio do trançado de elementos ve-
getais, e usados para diversos fins.
Entre estes fins, podemos citar: pe-
neirar, coar, armazenar, transportar Figura 9 Exemplos de cestaria indígena.
e guardar coisas, entre outros. Em algumas sociedades indígenas,
a confecção da cestaria é responsabilidade de ambos os sexos, en-
quanto em outras é exclusivamente masculina ou feminina.
Outros itens a serem destacados na cultura material indíge-
na são as peças de cerâmica. Realizadas manualmente, as peças
são na maioria dos casos confeccionadas a partir de roletes de ar-
gila moldados com o auxílio de instrumentos rústicos. Há, em mui-
tos casos, também a pintura da superfície das peças com pincéis
feitos de penas de aves, por exemplo.
Nas sociedades indígenas
brasileiras, a confecção da cerâmi-
ca é geralmente atribuição das mu-
lheres. São produzidos vários tipos
de objetos: potes, panelas, instru-
mentos musicais, objetos de ador-
no etc. Os estilos das peças mudam
bastante de cultura para cultura
indígena. Não se pode deixar de
destacar, entretanto, exemplos fa-
mosos tais como o da cerâmica ma-
rajoara (Figura 10).
Figura 10 Peça de cerâmica Marajoara.

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210 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Passando à arquitetura, não podemos deixar de dizer que pra-


ticamente a sua única função entre os indígenas brasileiros era, e é, a
confecção de moradias e, mesmo assim, moradias em que não há a
preocupação de grande durabilidade, podendo-se facilmente construir
novamente quando uma moradia antiga já se encontra deteriorada.
A grande unidade arquitetural indígena é a oca (Figura 11).
As ocas são grandes construções destinadas a abrigar várias famí-
lias, entre 300 e 400 pessoas. Sustentadas com varas, com telha-
dos de palha e folhas, duram no máximo cinco anos. No interior
das construções não há divisões, o que reflete bem o modo co-
munal de vida dos índios. Em cada aldeia ou taba, há de quatro a
dez ocas, construídas em torno de uma praça central chamada de
ocara.

Figura 11 Exemplo de oca.

Não se pode deixar de citar


também como elementos centrais
da cultura indígena a pintura corpo-
ral e a arte plumária. A pintura cor-
poral (Figura 12), realizada por meio
de produtos derivados de matérias-
-primas como o urucum, entre ou-
tras, tem função ritualística, além
de ornamental, por ser parte das
tradições relativas à caça, à pesca, à
guerra etc. Já a arte plumária (Figu-
ra 13), nos chamados cocares, por
exemplo, tem, além de função orna-
mental, o papel de indicar a posição
Figura 12 Exemplo de pintura corporal
social do indivíduo que utiliza deter- indígena.
minadas peças dentro da aldeia.
© U3 - Brasil: do Descobrimento à Arte Acadêmica 211

Figura 13 Exemplos da arte plumária indígena.

8. AS INVASÕES
Em 1555 ocorreu a invasão da Baía de Guanabara pelos fran-
ceses, que foram expulsos somente cinco anos mais tarde, em
1560. De qualquer forma, durante os séculos 16 e 17 foi forte a
presença francesa no Brasil. Apoiados pelos índios tupinambás, os
franceses mantiveram vários focos de luta contra os portugueses,
apoiados por outras nações indígenas, tais como os tupiniquins.
Em 1580, as Coroas de Portugal e Espanha foram unidas,
assim permanecendo durante sessenta anos. Como não houve
centralização política nem territorial, os dois reinos mantiveram
as suas legislações e colônias separadas. Porém, como resultado, o
Brasil passou a ser atacado também pelos países inimigos da Espa-
nha, tais como a Inglaterra e a Holanda.

Invasões holandesas (1624-1654)


Os holandeses já frequentavam as terras brasileiras desde
o século 16, mas foi apenas em 1624, com a intenção de fazer
da Bahia o ponto de partida para outras terras da América, que

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212 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

realizaram ataques a esta região. Voltaram a atacar em 1627, não


conseguindo, no entanto, conquistar a cidade. Atacaram, então,
Olinda e Recife, que se tornaram, em 1632, domínio da Holanda.
A chegada de Maurício de Nassau a Pernambuco, em 1637, deu
um novo impulso à região. Nassau revelou-se hábil administrador e
estadista. Urbanizou Recife e restaurou Olinda, que havia sido incen-
diada e destruída. Trouxe, também, uma missão política e cultural na
qual se encontravam os pintores Frans Post e Albert Eckhout. Depois
da partida de Maurício de Nassau, em 1644, começou a rebelião con-
tra os holandeses, que foram derrotados em 1654.

Missão Holandesa: Post e Eckhout


Alguns dos primeiros registros de paisagens e habitantes do
Brasil feitos com real qualidade histórica, técnica e artística encon-
tram-se nas obras realizadas por Frans Post (Figuras 14 e 15) e Al-
bert Eckhout.
Frans Post (1612-1680) foi um grande paisagista. Sua obra
pode ser dividida em três períodos: antes, durante e depois da per-
manência no Brasil. Na sua fase brasileira, aparece o impacto que o
artista provavelmente passou quando se defrontou com a luminosi-
dade e com a vegetação tropicais.

Figura 14 Frans Post, Fazenda de açúcar.


© U3 - Brasil: do Descobrimento à Arte Acadêmica 213

Figura 15 Frans Post, Cachoeira de Paulo Afonso,


1649, 58,5 x 46 cm.

Já Albert Eckhout (1610-1666) foi um pintor especializado


em naturezas-mortas e representações de tipos. Ficando no Brasil
de 1637 a 1644, foi responsável por obras de grande qualidade
estética e fundamental importância histórica como documentação
imagética de tipos brasileiros da época. Observe o estilo de Albert
Eckhout nas Figuras 16 e 17.

Figura 16 Albert Eckhout, Dança Tapuia, 1641-1644, 295 x 172 cm.

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214 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Figura 17 Albert Eckhout, Negra, 265 x 173 cm.


© U3 - Brasil: do Descobrimento à Arte Acadêmica 215

9. AS BANDEIRAS
Foram organizadas, do início do século 17 até o século 18,
várias expedições ao interior do Brasil conhecidas como “Bandei-
ras”, que vieram a ser as maiores responsáveis pela expansão ter-
ritorial do país. Essas expedições tiveram vários objetivos, entre
eles: a exploração de terras brasileiras para seu melhor conheci-
mento; a captura de índios para serem usados como mão de obra
escrava (o que colocava os bandeirantes (Figura 18) em conflito
com os jesuítas, que defendiam a manutenção da liberdade dos
índios, mesmo promovendo a aculturação e perda de identidades
indígenas decorrentes da “cristianização” que realizavam); e a pro-
cura de metais e pedras preciosas.

Figura 18 Ilustração de bandeirantes em seus trajes mais costumeiros, Ivan Wasth


Rodrigues.

A procura por metais preciosos realmente “vingou” no final


do século 17, quando, na região que ficou conhecida como Mi-
nas Gerais, foram descobertas enormes jazidas minerais, entre as
quais algumas das maiores jazidas de ouro vistas até então.

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216 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

10. O CICLO DO OURO


O Ciclo do Ouro foi um dos ciclos econômicos do Brasil colônia,
seguindo-se à extração do Pau-brasil e ao Ciclo da Cana-de-açúcar.
No final do século 17, a cana-de-açúcar produzida no Bra-
sil começou a perder espaço no mercado internacional, devido à
produção nas colônias holandesas e em outras partes do mundo.
Com isso, o litoral nordestino, primeira região a se desenvolver no
Brasil, entrou em declínio, e a Coroa Portuguesa passou a procurar
novas fontes de renda.
Os bandeirantes começaram então a descobrir ouro no inte-
rior do Brasil, principalmente no estado que passaria a ser conheci-
do como Minas Gerais, na região de Ouro Preto. O que se viu então
foi uma verdadeira “corrida do ouro”. Em poucos anos, as áreas das
jazidas de ouro foram povoadas e em 1720 a cidade de Vila Rica,
atual Ouro Preto, já era capital da província de Minas Gerais.
O centro econômico brasileiro deslocou-se então do nordes-
te para o sudeste, e este foi o motivo para a mudança da capital do
Brasil de Salvador para o Rio de Janeiro em 1763.
O Ciclo do Ouro durou até as primeiras décadas do século 19
e foi a principal fonte de renda da Coroa Portuguesa durante sua
vigência. É difícil realizar uma estimativa precisa de quanto ouro
foi retirado das Minas Gerais no período, mas pode-se afirmar ter
passado de 2 mil toneladas (2 milhões de quilos).

11. BARROCO
A partir dos desenvolvimentos promovidos pela renda oriun-
da da extração do ouro, surgiu o primeiro movimento artístico de
real relevância na cultura da colônia: o Barroco, “importado” da
Europa, mas que, por aqui, acabou adquirindo algumas caracte-
rísticas próprias, aparecendo especialmente na arte sacra, a única
área artística em que se permitia o investimento de parte dos re-
cursos oriundos do ouro.
© U3 - Brasil: do Descobrimento à Arte Acadêmica 217

Podemos definir a estética barroca como aquela que, fruto


de um turbulento contexto político-religioso dominado, nos países
católicos, pela Contrarreforma, busca o movimento real, na arqui-
tetura, ou sugerido, escultura e pintura – personagens retratados
durante ações, a representação do infinito, o teatral e o fabuloso
como formas de, na arte sacra, fascinar e atrair as pessoas para a
fé católica. Obseve na Figura 19 um exemplo de obra barroca.

Figura 19 Exemplo de obra barroca: A descida da cruz, Peter Paul Rubens,


1611-1614, 420 X 31 cm, Catedral de Antuérpia, Bélgica.

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218 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

O Barroco chegou ao Brasil aproximadamente um século de-


pois de seu surgimento na Itália, atingindo seu auge no Nordeste
brasileiro na segunda metade do século 17 e, em Minas Gerais, no
século 18.
O Barroco brasileiro manifesta-se com maior riqueza na ar-
quitetura, especialmente das Igrejas, e nas esculturas, muitas ve-
zes destinadas ao interior das igrejas (Figuras 21 e 22) ou presentes
como entalhes em altares (Figura 20) ou outras partes do interior
dos templos.

Figura 20 Exemplo de entalhe barroco: interior da Igreja de São Bento


(século 18), em Olinda (PE).
© U3 - Brasil: do Descobrimento à Arte Acadêmica 219

Figura 21 Interior da Igreja de São Figura 22 Interior da Igreja de Nossa


Francisco (século 18), em Salvador Senhora do Pilar (século 18), em São
(BA). João Del Rei (MG).

Não se pode “definir” com


exatidão um ou alguns estilos
muito separados e estanques na
arquitetura barroca brasileira,
já que, por muitos motivos, es-
pecialmente econômicos, várias
das nossas igrejas barrocas (Figu-
ra 23) demoraram décadas para
serem concluídas, apresentando
características de vários “subesti-
los”. Assim, passando pelas mãos
de vários arquitetos e por “mo-
das” estilísticas que se sucediam,
muitas das nossas igrejas podem
ter seus estilos verdadeiramente
Figura 23 Igreja do Rosário dos Pretos
chamados de “ecléticos”, dentro (início do século 18), em Salvador (BA).
de uma esfera barroca, é claro.

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220 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Devemos, entretanto, ressal-


tar que enquanto nas cidades lito-
râneas, tais como Salvador e Rio de
Janeiro, a proximidade do mar per-
mitia a construção de igrejas em
estilo mais próximo do europeu e,
principalmente, com materiais tra-
zidos da Europa, em Minas Gerais,
o relativo isolamento geográfico
permitiu não apenas a utilização
de matérias-primas locais, como
também o surgimento de um estilo
mais original. Vejamos na Figura 24
a Igreja de São Francisco de Assis,
construída no século 18, uma das Figura 24 Igreja de São Francisco de
Assis, (século 18), em Ouro Preto (MG),
igrejas mais exuberantes de Ouro com projeto de Antônio Francisco Lisboa
Preto, Minas Gerais. (o Aleijadinho).

A escultura barroca brasileira, que como vimos na definição


de Barroco, apresentava figuras em movimentos “congelados”,
ações ou mesmo expressões dramáticas, foi fortemente influen-
ciada pela escultura barroca portuguesa, e peças importadas da
Europa ocupavam os altares e as casas de famílias ricas ao lado de
peças produzidas no Brasil. Aqui, até certa altura, foram produ-
zidas peças, especialmente em madeira, com um acabamento e
refinamento piores do que os das peças europeias. Com a prospe-
ridade oriunda do ouro, porém, este cenário foi mudando.
Na pintura, obras mais ligadas ao que hoje se chamaria de
naïf também conviviam com outras realizadas segundo técnicas e
erudição maiores. Houve, entretanto, nomes de grande destaque,
como o de Manuel da Costa Ataíde (1762-1830), responsável por
belíssimas pinturas em várias das mais importantes igrejas barro-
cas mineiras (Figura 25).
© U3 - Brasil: do Descobrimento à Arte Acadêmica 221

Figura 25 Pintura no teto da Igreja de São Francisco de Assis, (século 18), em Ouro Preto
(MG), Manuel da Costa Ataíde.

De qualquer forma, não se pode deixar de dizer que o gran-


de nome do Barroco brasileiro foi, sem dúvida, Antônio Francisco
Lisboa, o “Aleijadinho”. Isto, tanto na arquitetura quanto na escul-
tura. Passemos, então, a ele.

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222 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Aleijadinho
Antônio Francisco Lisboa (1738-1814) era filho bastardo de
Manoel Francisco Lisboa, um dos artistas mais requisitados de Mi-
nas Gerais no século 18, especialmente para obras arquiteturais,
com uma mulher negra, ou seja, ele era mulato. Apesar disso, re-
cebeu o nome do pai e cresceu a seu lado aprendendo seus ofí-
cios. O apelido de “Aleijadinho” deveu-se a uma doença degenera-
tiva que, no decorrer da vida do artista, foi lhe limitando os
movimentos até obrigá-lo a trabalhar em condições absurdamente
adversas, por exemplo, com as ferramentas amarradas aos braços
(já que os movimentos das mãos foram se perdendo, assim como
os das pernas).
A primeira obra de Aleijadi-
nho foi um busto que ornamenta
um chafariz em Ouro Preto, reali-
zado em 1761. A partir de então,
o artista teve intensa participação
em obras encomendadas a seu pai.
Após a morte deste, continuou sen-
do muito requisitado para o proje-
to de igrejas, oratórios, chafarizes,
retábulos, ornamentação de facha-
das, sacristias e imagens. Boa parte
de seus trabalhos foi executado em
pedra-sabão (introduzida por ele na
arquitetura). Possuía um estilo mar-
cante que o diferenciava dos de ou-
tros mestres do seu tempo. Observe Figura 26 Nossa Senhora das Dores,
o estilo de Aleijadinho na Figura 26. Aleijadinho.

Todos os trabalhos desse artista e, em particular, as escultu-


ras são de uma grande força expressiva. Podemos destacar, entre
muitas de suas obras, o genial conjunto escultórico de Congonhas
do Campo (Figura 27), composto pelas esculturas dos profetas bí-
blicos na escadaria em frente à Igreja do Santuário de Bom Jesus
© U3 - Brasil: do Descobrimento à Arte Acadêmica 223

de Matosinhos (Figura 28) e por sessenta e quatro esculturas de


madeira que se encontram em cinco capelas que marcam os pas-
sos da Paixão de Cristo.

Figura 27 Dois profetas de Aleijadinho Figura 28 Cristo carregando a cruz,


no Santuário de Congonhas do Campo, escultura de Aleijadinho em uma
1795-1805. das capelas dos Passos da Paixão no
Santuário de Bom Jesus de Matosinhos,
em Congonhas do Campo, 1796-1799.

A Inconfidência Mineira
O Ciclo do Ouro permitiu pela primeira vez o surgimento no
Brasil de uma elite urbana, relativamente “esclarecida” em assuntos
econômicos, políticos e culturais, e que não necessariamente tinha
interesses coincidentes com os dos colonizadores portugueses. Tal
elite pôde, devido à sua prosperidade, “ilustrar-se” (com bibliotecas,
filhos indo estudar nas melhores universidades da Europa etc.) e ter
contato com o que de mais moderno havia no mundo em termos de
pensamentos e ideologias, absorvendo, por exemplo, ideias como
as do Iluminismo, que desembocariam na Europa em movimentos
como a Revolução Francesa, por exemplo.

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224 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

E foi exatamente no seio desta elite que surgiu o primeiro


movimento que defendia a independência em relação a Portugal:
a Inconfidência Mineira. Liderada por alguns dos mais célebres
membros da elite mineira do final do século 18, a Inconfidência
teve como seu principal motivo deflagrador a enorme quantidade
de ouro levado para Portugal do Brasil na forma de impostos.
Tal cenário ia evidentemente contra os interesses da “recém-
-nascida” elite mineira. Esta colocou, então, em prática algumas
das ideias recém-adquiridas oriundas da Europa e organizou um
movimento de revolta contra Portugal. Tal movimento, entretan-
to, em muitos aspectos era revolucionário apenas na aparência,
pretendendo a independência do Brasil enquanto nação, mas de-
fendendo a manutenção de um status quo social de grande desi-
gualdade entre as classes e, inclusive, a manutenção de horrores
tais como a escravatura.
A revolta foi esmagada por Portugal e seus líderes punidos
na maioria dos casos com o exílio. Destacou-se neste episódio his-
tórico, entretanto, um personagem que para muitos historiadores
foi apenas um “bode expiatório” usado pela elite mineira e pela
Coroa Portuguesa como exemplo de punição, mas que acabou se
tornando um dos grandes heróis da História do Brasil: o alferes
Joaquim José da Silva Xavier (1746-1792), o “Tiradentes”.
Militar e dentista que, por ser o inconfidente de pior condi-
ção social, foi o único condenado à morte por enforcamento. Ti-
radentes cumpriu o papel de mártir da Inconfidência, tendo seu
corpo sido esquartejado e espalhado pelos caminhos que levavam
a Vila Rica para “servir de exemplo” a possíveis revoltosos.

Tiradentes esquartejado –––––––––––––––––––––––––––––––


A obra Tiradentes esquartejado (Figuras 29 e 30), do artista acadêmico brasileiro
Pedro Américo, que abordaremos mais adiante, é um ótimo exemplo de como
uma composição pictórica tradicional é construída segundo um geometrismo
muito bem definido que pode, ainda, conter símbolos ou “mensagens sublimina-
res”. Repare como na obra os pedaços do corpo de Tiradentes, o primeiro herói
a defender a ideia de um Brasil independente, formam o mapa do país – o que
sintetiza em imagem todo um conceito de “nação”.
© U3 - Brasil: do Descobrimento à Arte Acadêmica 225

Figura 29 Tiradentes esquartejado, Figura 30 Esquema mostrando a


Pedro Américo, 1893. “mensagem subliminar” da obra
Tiradentes esquartejado.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

12. A VINDA DA CORTE


No início do século 19, a Europa vivia a efervescência das
guerras promovidas por Napoleão Bonaparte. Neste contexto, os
exércitos de Napoleão invadiram Portugal em 1807. O então futu-
ro rei de Portugal Dom João decidiu partir para o Rio de Janeiro
com sua corte, grande parte do funcionalismo de alto escalão e
uma comitiva de cerca de 15 mil pessoas, em cerca de 20 navios.
Ou seja: já que Napoleão invadia Portugal, ele simplesmente “mu-
dou de Portugal” para o Brasil (Figura 31). Isto, evidentemente,
só não disse respeito ao povo português, que teve, este sim, que
enfrentar o domínio francês nos anos que se seguiram.

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226 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Depois de uma escala em Salvador, a Família Real chegou ao


Rio de Janeiro em 7 de março de 1808. Isto fez que o Brasil, até
então uma colônia, passasse por um revolucionário e rapidíssimo
processo de modernização política, econômica e cultural.

Figura 31 A chegada de Dom João VI à Bahia, Cândido Portinari, 1952, 381 x 580 cm.

Entre os desdobramentos desta modernização, estiveram


enormes melhorias urbanísticas em algumas importantes cidades,
principalmente na capital, o Rio de Janeiro, e outros, tais como a
criação do Banco do Brasil; permissão à imprensa, até então proi-
bida por aqui; e a criação de importantes instituições educacio-
nais. Outro dos grandes desdobramentos foi a vinda da Missão
Artística Francesa, que “refundaria” as bases da arte brasileira a
partir de então.

13. MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA


A Missão Artística Francesa foi uma comitiva de artistas, pro-
fessores e especialistas franceses que, chefiada pelo museólogo,
crítico e estudioso Joaquim Le Breton (1760-1815), trouxe para o
© U3 - Brasil: do Descobrimento à Arte Acadêmica 227

Brasil a mando de Dom João VI o sistema francês de ensino aca-


dêmico de artes. Uma das consequências disso foi a criação, em
1816, da Escola Real de Ciências e Ofícios, e em 1820, da Academia
e Escola Real de Artes, hoje Escola Nacional de Belas Artes.
Assim, foi por meio da Missão Francesa que o Brasil teve
pela primeira vez acesso ao ensino institucionalizado de arte, aces-
so que, por conseguinte, se estendeu também às regras, normas e
cânones artísticos que configuravam o que era chamado de “Aca-
demicismo”, que finalmente chegava ao Brasil.
Entre os artistas que vieram com a Missão Francesa estavam
Nicolas-Antoine Taunay e Jean- Baptiste Debret. A seguir, vejamos
sobre cada um deles.

Jean- Baptiste Debret


Jean-Baptiste Debret (1768-1848) chegou ao Brasil em 1816,
como um artista já relativamente reconhecido no meio acadêmico
francês. Aqui, foi o principal nome da Missão Francesa.
Durante sua permanência no Brasil, entre 1816 e 1831, De-
bret elaborou obras que apresentam uma forte narrativa. Com
grande qualidade artística e noção da arte como documento his-
tórico, procurava utilizar nas cenas que representava um ponto
de vista que faz imaginar a presença do artista no momento da
ocorrência da cena, o que confere veracidade à obra. Observe nas
Figuras 32 e 33 duas obras de Debret.
Não se pode também deixar de salientar o papel de Debret
no estabelecimento do ensino de arte e na criação de uma ativi-
dade artística regular no Brasil. Por exemplo, deve-se a ele a rea-
lização das duas primeiras exposições de Belas Artes no país, em
1829 e 1830, nas quais foram reunidas trabalhos dos professores
e alunos da Academia.
O artista retornou à Europa em 1831. Ali publicou entre 1834
e 1839, reunindo as observações e os desenhos que fez durante
sua estada no Brasil, a sua Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil,
em três volumes.

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228 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Figura 32 Chefe Camacan se preparando para uma festa, Debret, 1820-30, 18,6 x 29,3 cm.

Figura 33 Índios atravessando um riacho (o caçador de escravos), Debret, 1820-1830, 80


x 112 cm.
© U3 - Brasil: do Descobrimento à Arte Acadêmica 229

Nicolas-Antoine Taunay
Nicolas-Antoine Taunay (1755-1830) foi outro importante ar-
tista da Missão Francesa. Tendo ocupado um papel de certo desta-
que no meio acadêmico francês e na corte de Napoleão, no Brasil
especializou-se na pintura de paisagens, fascinado com a exube-
rância tropical. São famosas as suas vistas do Rio de Janeiro (Figura
34).

Figura 34 Largo da Carioca, Nicolas-Antoine Taunay, 1816, 45 x 56 cm.

Taunay ficou bem menos tempo do que Debret no Brasil,


retornando à Europa em 1821. Isto se deveu a discordâncias do
artista em relação ao modo de organização da Academia de Belas
Artes no Rio de Janeiro. Ficou por aqui, para assumir a cadeira de
“Pintura de Paisagens” na academia, seu filho, Felix Taunay (1795-
1881). Vejamos o estilo de Taunay na Figura 35.

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230 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Figura 35 Rua Direita – Rio de Janeiro, Félix-Emile Taunay, 1823.

14. OUTROS PINTORES ESTRANGEIROS


No século 19, o Brasil atraiu, devido principalmente à sua
exuberância natural, um número grande de pintores estrangei-
ros, especializados principalmente na pintura de paisagens. Estes
foram trazidos para cá não apenas com o auxílio governamental,
como no caso da Missão Francesa, mas também por recursos pró-
prios. A seguir, vejamos alguns desses artistas de maior destaque.
Acompanhe.

Rugendas
O pintor alemão Johann Moritz Rugendas (1802-1858) che-
gou ao Brasil em 1821, fazendo parte da Expedição Langsdorff, que
buscava retratar os costumes e a natureza do Brasil (Figuras 36
e 37). Trabalhou na Expedição até 1824, quando, abandonando a
empreitada, continuou a registrar sozinho as paisagens e os tipos
brasileiros. Desses registros, a maioria são desenhos, às vezes co-
loridos à aquarela.
© U3 - Brasil: do Descobrimento à Arte Acadêmica 231

Figura 36 Índio Puri, Rugendas.

Figura 37 Habitação de negros, Rugendas, 1822-24.

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232 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Voltando a morar na Europa no final da década de 1820,


Rugendas esteve de novo no Brasil em 1845, quando retratou os
membros da família imperial e foi convidado a participar da Expo-
sição Geral de Belas Artes.

Spix & Martius


Karl Friedrich Philip von Martius (1794-1868) e Johann Bap-
tiste von Spix (1781-1826) fizeram parte da chamada Missão Aus-
tríaca, em que, assim como na Missão Francesa, pintores acadê-
micos foram trazidos para o Brasil para pintar paisagens, cenas e
costumes locais e para incrementar o ensino de artes por aqui.
Observe nas Figuras 38 e 39 o estilo de Spix e Martius.

Figura 38 Mameluca e cafusa, Spix e Martius.


© U3 - Brasil: do Descobrimento à Arte Acadêmica 233

Figura 39 Lagoa das Aves, no Rio São Francisco, Karl Friedrich Phillip von
Martius, 30,5 x 46,5 cm.

Thomas Ender
Thomas Ender (1793-1875) foi outro dos integrantes da Mis-
são Austríaca, tendo sido incumbido de viajar pelo país registrando
paisagens (Figura 40). Ender, porém, acabou tornando-se na poste-
ridade menos célebre do que outros artistas estrangeiros que pas-
saram pelo Brasil no início do século 19, como Debret e Rugendas.

Figura 40 Vista do Rio, 1817, Thomas Ender, 104 x 188 cm.

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234 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

15. INDEPENDÊNCIA, IMPÉRIO, CICLO DO CAFÉ E RE-


PÚBLICA VELHA
Em 1822, após nomear seu filho Dom Pedro (1798-1834)
como regente, Dom João VI retornou a Portugal. Caminhou-se en-
tão para a inevitável independência do Brasil.
Nos poucos anos em que a Corte Portuguesa esteve por
aqui, o Brasil “desaprendeu” a ser colônia. A rápida modernização
a que foi submetido para abrigar uma corte europeia, além dos
movimentos emancipatórios que ocorriam nas colônias de toda
a América, fizeram crescer nos brasileiros o desejo de autonomia,
até que, em 1822, a situação se tornasse irreversível.
A independência ocorreu, entretanto, em moldes bem inu-
sitados. Apesar de ter sido apoiada por movimentos populares,
foi construída politicamente no seio da própria Corte Portuguesa.
Porque, como sabemos, foi o próprio Dom Pedro, filho do Rei de
Portugal e herdeiro do trono português, quem declarou a nossa
independência (Figura 41), autonomeando-se Dom Pedro I, Impe-
rador do Brasil.

Figura 41 Independência ou morte, 1888, Pedro Américo, 104 x 188 cm.


© U3 - Brasil: do Descobrimento à Arte Acadêmica 235

Dom Pedro I governou o Bra-


sil até 1831, quando as pressões
internas (devido, entre outros fa-
tores, a seu autoritarismo) fizeram-
-no abdicar do trono brasileiro em
favor de seu filho, Dom Pedro II
(1825-1891), na época com apenas
cinco anos de idade (Figura 42). O
Brasil passou então por um perío-
do regencial, em que foi governado
por diversos administradores e em
que foram enfrentadas pelo país
algumas importantes rebeliões
Figura 42 Dom Pedro II com cinco anos
contra o poder central, tais como a de idade.
Guerra dos Farrapos.
Em 1840, ocorreu o chamado “Golpe da Maioridade”, quan-
do adaptações nas leis do país permitiram que, então com apenas
quinze anos de idade, Dom Pedro II assumisse o trono imperial,
que deveria assumir apenas com dezoito anos.
Dom Pedro II foi um político hábil, além de um homem extre-
mamente inteligente, culto e amante das artes. Sob seu reinado,
o Brasil consolidou sua unidade territorial, assim como começou
a difícil caminhada rumo à modernização de uma ex-colônia de
exploração com tamanho, possibilidades e dificuldades absoluta-
mente imensos.
Houve no reinado de Dom Pedro II episódios marcantes na
história brasileira, tais como a Guerra do Paraguai, e foi também
em seu governo que o país iniciou mais um de seus ciclos econô-
micos, o do Café.

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236 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Figura 43 A Batalha do Avaí, 1872-77, Pedro Américo.

Batalha do Avaí–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
A Batalha do Avaí, representada na Figura 43 no quadro de Pedro Américo, ocor-
rida em 1868, foi uma das mais sangrentas da Guerra do Paraguai e terminou
com uma retumbante vitória das forças da Tríplice Aliança sobre os paraguaios.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

De qualquer forma, o período imperial foi também triste-


mente marcado por questões como a da escravidão que, abolida
apenas em 1888, teve em sua abolição um dos estopins da discor-
dância entre o governo e a elite brasileira, o que levaria à Procla-
mação da República em 1889.

Abolição da Escravatura––––––––––––––––––––––––––––––––
A Abolição da Escravatura ocorreu no Brasil com a promulgação da Lei Áurea,
em 8 de maio de 1888. A escravidão, porém, já vinha há décadas sofrendo duros
golpes que apenas culminariam com seu fim oficial em 1888.
Na década de 1850, fora proibido o tráfico de escravos para o Brasil, que con-
tinuou clandestinamente, porém bastante enfraquecido. Vinte anos depois, em
1871, foi promulgada de Lei do Ventre Livre, que tornava livres os filhos de es-
cravos nascidos a partir de então, o que em pouco tempo diminuiu drasticamente
a quantidade de escravos e diminuiu a capacidade de produção dos escravos
restantes, que foram envelhecendo ou morrendo.
O que ocorreu em 1888 foi, portanto, o “fim oficial”. Mas não foi o fim dos proble-
mas para os negros brasileiros. Estes ganharam a liberdade, mas junto com ela
veio o completo abandono a que foram relegados pelo Estado.
Sem educação, trabalho ou qualquer espécie de apoio institucional, a população
negra foi abandonada à própria sorte, indo em grande parte para as cidades,
© U3 - Brasil: do Descobrimento à Arte Acadêmica 237

formando bolsões de pobreza (dando origem a formação das primeiras favelas)


e sendo obrigada a lidar com uma “dívida histórica” que em grande parte até hoje
não foi paga.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Foi também durante o reinado de Dom Pedro II, especial-
mente no período imediatamente anterior à abolição da escrava-
tura (em que a mão de obra não supria mais a demanda da lavou-
ra) e após esta, que teve início a chegada de um grande número
de imigrantes (portugueses, italianos, espanhóis, alemães, polo-
neses, libaneses, sírios, japoneses, entre outros), que seriam im-
portantíssimos na formação da identidade nacional.

O Ciclo do Café
O café começou a ser cultivado no Brasil no século 18, mas
apenas nas últimas décadas do século 19 é que se tornou uma das
principais fontes de renda do país. Isto ocorreu quando o plan-
tio veio para as terras do sudeste brasileiro, mais especificamente
para os estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná, que têm o
solo – chamado de “terra roxa” – mais propício para o cultivo.
Concentrando-se principalmente no interior de São Paulo, a
produção logo tornou o estado o mais rico do país. Multiplican-
do as riquezas dos fazendeiros, formou uma riquíssima elite eco-
nômica agrícola que passou a ser conhecida como a dos “barões
do café”. Estes comandavam a produção no campo (com mão de
obra escrava e de imigrantes, já desde antes da abolição da escra-
vatura), mas passavam parte de seu tempo – e, principalmente,
gastavam e investiam – nas cidades. Com isso houve um grande
desenvolvimento urbano nas cidades do interior de São Paulo e,
principalmente, na capital.
São famosos na cidade de São Paulo os “palacetes” dos ba-
rões do café, concentrados principalmente na região central e na
região da Avenida Paulista (Figura 44), que antes de se tornar o
centro financeiro da cidade era repleta de mansões erguidas com
a renda da economia cafeeira.

Claretiano - Centro Universitário


238 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Avenida Paulista––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
A Avenida Paulista foi inaugurada em 1891, e ocupada por verdadeiras mansões
construídas pelos “barões do café”. Já no século 20, as moradias foram dando
lugar a prédios como bancos, galerias, shoppings, cinemas e centros de cultura.
Hoje a Paulista é um dos grandes “cartões-postais” da cidade e o principal centro
financeiro do país.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

Figura 44 A Avenida Paulista, com os casarões dos "barões do café", em 1902.

Entretanto, não foram apenas mansões as construções er-


guidas com o dinheiro do café. Muitas das primeiras indústrias do
país também surgiram por causa dele, e foi exatamente a econo-
mia cafeeira que proporcionou os primeiros movimentos na indus-
trialização do país, que ganharia força definitivamente a partir da
década de 1930. Este é um dos motivos pelos quais a cidade de
São Paulo, centro da economia cafeeira, tornou-se também o pri-
meiro grande centro industrial do Brasil, o que explica não apenas
o crescimento gigantesco da cidade a partir do final do século 19,
como também a manutenção de São Paulo como o principal cen-
tro econômico do país até os dias atuais.
© U3 - Brasil: do Descobrimento à Arte Acadêmica 239

A República Velha
Com a Proclamação da República, o que se buscava era,
como aconteceu muitas vezes na História do Brasil, “mudar para
manter tudo igual” (dito popular). Ou seja, já que a monarquia não
agradava mais à elite agrária brasileira, o regime republicano mos-
trou-se um meio mais eficiente para que esta pudesse governar os
rumos da nação.
O país era comandado especialmente pelas elites paulista
e mineira, responsáveis pelo que ficou conhecido como “Política
do Café com Leite”. Segundo esta política, alternavam-se na pre-
sidência da república políticos paulistas (cujo símbolo era, devido
à grande produção cafeeira, o café) e mineiros (simbolizados pelo
leite, devido à produção mineira de leite, mas, principalmente,
porque o “café com leite” é uma combinação bem brasileira).
Este status quo se manteve relativamente inalterado até
1930, quando a revolução liderada por Getúlio Vargas acabou
transferindo o poder para outras parcelas da elite. Isto, no entan-
to, veremos apenas na próxima unidade.
Passemos, agora, mais uma vez à arte, falando do estabele-
cimento da arte acadêmica no Brasil.

16. ARTE ACADÊMICA NO BRASIL


Durante o século 19, após a instituição do ensino de arte
no Brasil, foram se formando pouco a pouco gerações de pintores
acadêmicos (tanto no que diz respeito à sua verdadeira origem, a
“academia”, quanto no que diz respeito ao seu estilo).
Neste cenário, o grande centro artístico nacional era, eviden-
temente, a Academia Imperial de Belas Artes no Rio de Janeiro,
que, como vimos, após a Proclamação da República, se tornaria a
Escola Nacional de Belas Artes.

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240 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

A Academia foi responsável pela formação não apenas de


artistas, como também de professores de arte. Para isso, atuava
não apenas no ensino, mas também estimulava a produção com
Salões Oficiais que, evidentemente, ocorriam nos moldes dos sa-
lões europeus, especialmente os franceses, e premiações que pro-
porcionavam aos nomes de maior destaque viagens de estudo à
Europa, já que não havia por aqui o nível de ensino europeu e,
muito menos, o acervo de arte dos museus europeus.

Salões Oficiais––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Os Salões Oficiais, chamados no Brasil de Exposições Gerais de Belas Artes,
eram as mostras periódicas promovidas pela Escola Nacional de Belas Artes a
partir de 1840. Havia um júri que era responsável por premiar artistas com via-
gens de estudo nacionais e internacionais e com a aquisição de obras.
No que concerne à curadoria das exposições, esta se guiava sempre por grande
conservadorismo e academicismo, como acontecia na maioria dos salões oficiais
de arte europeus no século 19. Tal tendência só começou a mudar na década de
1930, quando a arte moderna já se consolidava no Brasil.
Em todo o mundo, os Salões Oficiais eram inspirados pelo Salão Oficial francês.
Também conhecido como “Salão de Paris”, foi fundado em 1667 para exibir obras
da famosa Academia Francesa de Pintura e Escultura. A exposição foi chamada
de salão pelo fato de ter sido organizada inicialmente no Salon d’Apollon, do
Museu do Louvre.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Vejamos então, individualmente, alguns dos nomes mais re-
presentativos da arte acadêmica brasileira do século 19 e início do
século 20, lembrando que o academicismo só começaria a perder
força por aqui com o advento do Modernismo, no início da década
de 1920.

Victor Meirelles
O catarinense Victor Meirelles de Lima (1832-1903) foi um
dos mais importantes pintores acadêmicos brasileiros. Dono de
uma técnica apurada e especializado na pintura histórica, também
atuou lecionando na Academia Imperial de Belas Artes, como pro-
fessor de Belmiro de Almeida, Zeferino da Costa, Eliseu Visconti e
outros nomes que abordaremos adiante. Uma das obras de Victor
Meirelles é A Batalha dos Guararapes, que ocorreu em Pernambu-
co em 1654, vejamos sua representação na Figura 45.
© U3 - Brasil: do Descobrimento à Arte Acadêmica 241

Figura 45 A Batalha dos Guararapes, 1879, Victor Meirelles.

Zeferino da Costa
João Zeferino da Costa
(1840-1916), que, como vimos an-
teriormente, foi aluno de Victor
Meirelles, depois de uma estadia
na Europa, tornou-se também
professor da Academia Imperial de
Belas Artes. Teve como alunos no-
mes como João Batista da Costa,
Oscar Pereira da Silva, Henrique
Bernardelli, Belmiro de Almeida e
Rodolfo Chambelland. Observe na
Figura 46 o estilo de Zeferino da Figura 46 Moisés recebendo as tábuas
Costa. da lei, Zeferino da Costa, 1868, 117,5 x
90,5 cm.

Pedro Américo
Pedro Américo (1843-1905) talvez tenha sido o mais célebre
pintor histórico brasileiro. Tendo estudado na Academia Imperial
de Belas Artes e, posteriormente, na Academia Francesa, retratou

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242 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

figuras como os dois imperadores e outros ilustres de sua época,


sendo responsável também por algumas das pinturas históricas
mais fortemente presentes no imaginário dos brasileiros, como,
por exemplo, O Grito do Ipiranga e Tiradentes Esquartejado, já
apresentadas anteriormente.
Como estilo, Pedro Américo jamais abandonou o gênero
clássico, caracterizado pela imponência e luxo em seus detalhes.
No entanto, era displicente quanto à veracidade das cenas de ba-
talha, que eram ligeiramente artificiais.
Além disso, o artista mostrou-se indiferente às inovações ar-
tísticas vindas da Europa no final do século 19, mantendo-se fiel
aos cânones da Missão Artística Francesa.

Almeida Júnior
José Ferraz de Almeida Júnior (1850-1899) foi um paulista de
Itú que, em 1869, foi para o Rio de Janeiro estudar na Academia
de Belas Artes. Em viagem a São Paulo, D. Pedro II viu sua obra
e ofereceu-lhe uma bolsa para estudar em Paris, e o artista per-
maneceu seis anos na Europa. Quando regressou, trouxe consigo
obras nas quais já se encontrava presente a figura que mais apre-
ciava, o “personagem brasileiro”.
A crítica analisa a obra de Almeida Jr. como tendo dois mo-
mentos: antes e depois de 1882. O primeiro momento é o da mo-
numentalidade (Figura 47), com cores acentuadas pelos recursos
de luminosidade; e, no segundo momento, os temas brasileiros
se tornaram definitivamente seus assuntos preferidos (Figura 48).
© U3 - Brasil: do Descobrimento à Arte Acadêmica 243

Figura 47 Exemplo de obra de Figura 48 Exemplo de obra de Almeida


Almeida Júnior em seu momento de Júnior em sua fase "brasileira": Caipira
"monumentalidade": Apóstolo São picando fumo, 1893, 202 x 141 cm.
Paulo, 1869, 97 x 77 cm.

Benedito Calixto
O paulista de Itanhaém Benedito Calixto (1853-1927) é um
dos mais conhecidos artistas acadêmicos brasileiros da virada do
século 19 para o 20. Tendo frequentado entre 1883 e 1885 a Aca-
demia Julian, em Paris, especializou-se em temas e personagens
históricos e nas paisagens marinhas (Figura 49).

Figura 49 Baía de São Vicente, Benedito Calixto, 42 x 72 cm.

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244 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Henrique Bernardelli
Nascido no Chile, Henrique Bernardelli (1858-1936) mudou-
-se para o Rio de Janeiro em 1867. Em 1870, ingressou na Aca-
demia Imperial de Belas Artes, vindo a ser aluno de Zeferino da
Costa e Victor Meirelles e recebendo, em concursos da Academia,
diversos prêmios por seus desenhos e pinturas (Figura 50) e, mais
tarde, tornou-se professor da academia.

Figura 50 Maternidade, Henrique Bernardelli.

Pedro Alexandrino
Pedro Alexandrino (1856-1942) teve como sua grande espe-
cialidade as naturezas-mortas (Figura 51). Discípulo de Almeida Jr.,
teve também importante papel no ensino das artes, tendo entre
seus alunos nomes como Tarsila do Amaral e Anita Malfatti, artis-
tas que abordaremos na próxima unidade.
© U3 - Brasil: do Descobrimento à Arte Acadêmica 245

Figura 51 Natureza-morta, Pedro Alexandrino, 80 x 100 cm.

Rodolfo Amoedo
Rodolfo Amoedo (1857-1941) começou a se destacar no ce-
nário da pintura brasileira na década de 1880, depois de ter estu-
dado na Academia Imperial de Belas Artes e, em Paris, na Acade-
mia Julian e na Escola Nacional Superior de Belas Artes, a famosa
Academia Francesa. Voltando ao Brasil, especializou-se na pintura
histórica e começou a lecionar, tendo como alunos nomes como
Eliseu Visconti, Rodolfo Chambelland e Cândido Portinari. Vejamos
na Figura 52 uma das obras de Amoedo.

Figura 52 O último tamoio, Rodolfo Amoedo, 1883.

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246 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Belmiro de Almeida
Belmiro de Almeida (1858-1935) foi outro dos mais impor-
tantes artistas brasileiros da virada do século 19 para o século 20.
De formação acadêmica, não deixou, porém, entre muitas viagens
à Europa, de incorporar à sua arte algumas inovações em voga ha-
via algum tempo no velho continente, como o Pontilhismo (Figura
53) que algumas de suas obras do começo do século 20 deixam
transparecer.

Figura 53 Exemplo de obra de Belmiro de Almeida de influência


pontilhista: Efeito do sol.
© U3 - Brasil: do Descobrimento à Arte Acadêmica 247

Oscar Pereira da Silva


O fluminense de São Fidélis, Oscar Pereira da Silva (1867-
1939), estudou na Academia Imperial de Belas Artes do Rio de Ja-
neiro entre 1882 e 1887, ao mesmo tempo em que trabalhava como
assistente do seu professor João Zeferino da Costa na execução dos
painéis decorativos para a nave central da Igreja da Candelária.

Figura 54 A escrava romana, Oscar


Pereira da Silva.

Quando terminou o curso, obteve o prêmio de viagem à Eu-


ropa, partindo em 1889 para Paris e permanecendo até 1896. Ao
regressar ao Brasil, fixou residência em São Paulo, onde passou a le-
cionar no Liceu de Artes e Ofícios e a realizar obras sob encomenda
governamental, como os painéis decorativos do Teatro Municipal de
São Paulo (Figura 55). Vejamos na Figura 54 mais uma das obras de
Oscar Pereira da Silva.

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248 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Figura 55 O painel de Oscar Pereira da Silva no Teatro Municipal de São Paulo: Uma comédia
ambulante nas ruas de Atenas, 1911, 3,7 x 10,9 m.

João Batista da Costa


João Batista da Costa (1865-1926), assim como Oscar Pereira
da Silva, foi discípulo de Zeferino da Costa e Rodolfo Amoedo na
Academia Imperial de Belas Artes, no Rio de Janeiro. Ganhando
um prêmio de viagem em 1884, foi estudar na Academia Julian em
Paris e, ao retornar ao Rio, tornou-se professor e posteriormente
diretor da Academia.
Na pintura do artista, destacam-se as paisagens (Figura 56).
Estas são, segundo os estudiosos, mais do que meras representa-
ções acadêmicas de cenários naturais, conseguindo transmitir com
pungência a emoção do artista por meio de cores e formas.
© U3 - Brasil: do Descobrimento à Arte Acadêmica 249

Figura 56 Porto Feliz, João Batista da Costa, 95,7 x 151 cm.

Eliseu Visconti
Eliseu D'Angelo Visconti
(1866-1944) nasceu Itália, mas
chegou ao Brasil com menos de
um ano de idade, fixando-se no Rio
de Janeiro. Nesta cidade estudou
na Academia Imperial de Belas
Artes e teve como mestres Victor
Meirelles, Rodolfo Amoedo e
Henrique Bernardelli, entre outros.
Contemplado pela Academia
com uma viagem à Europa, Visconti
visitou a Itália e apaixonou-se pela
arte renascentista. Este estilo de-
terminaria a mudança visual em
suas obras entre 1898 e 1908, com
composições criativas e idealizações
Figura 57 Gioventú, Eliseu Visconti,
poéticas com expressões faciais ex- 1898, 65 x 49 cm.
tremamente delicadas (Figura 57).

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250 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Em 1900, Visconti regressou ao Brasil consagrado e com ex-


posições de destaque nacional para ele preparadas, além de enco-
mendas oficiais. Durante as duas primeiras décadas do século 20,
manteve residência entre a Europa e o Brasil, trabalhando princi-
palmente em obras de caráter decorativo, como, por exemplo, o
Teatro Municipal do Rio de Janeiro (Figura 58).

Figura 58 Teto do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, com pinturas de Eliseu Visconti.

Georgina de Albuquerque
Pode-se dizer que Georgina de Albuquerque (1885-1962) foi
uma representante da chegada tardia da influência impressionista
e pós-impressionista ao Brasil. Iniciando seu aprendizado em 1904,
quando já era permitida a entrada de moças na Escola Nacional de
Belas Artes, a artista pouco depois se casou com o também pintor
Lucílio de Albuquerque (1877-1939), casamento que lhe propor-
cionou cursar a Academia Julian e a Academia de Belas Artes em
Paris. De volta ao Brasil, Georgina dedicou-se também a lecionar,
© U3 - Brasil: do Descobrimento à Arte Acadêmica 251

chegando a exercer o cargo de diretora da Escola Nacional de Belas


Artes até alguns anos antes da sua morte. Observe na Figura 59 o
estilo desta artista.

Figura 59 Conselho de Estado com a princesa Leopoldina e ministros, Georgina de


Albuquerque, 1922.

Rodolfo Chambelland
O carioca Rodolfo Chambelland (1879-1967) foi um pintor
acadêmico de sucesso especialmente nas duas primeiras décadas
do século 20. Tendo estudado na Escola Nacional de Belas Artes,
ganhou um prêmio de viagem ao exterior na Exposição Nacional
de Belas Artes de 1905. Estudou então na Academia Julian em Pa-
ris e, de volta ao Brasil, conseguiu importantes encomendas pú-
blicas, passando também a lecionar na Escola Nacional de Belas
Artes. Observe na Figura 60 uma das obras de Chambelland.

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252 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Figura 60 Baile à fantasia, Rodolfo Chambelland, 1913, 149 x 209 cm.

17. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS


Terminando esta unidade, reflita sobre as seguintes questões:
1) Quando os portugueses "descobriram" o Brasil, "inventaram" um país como
se começassem a preencher uma página em branco? Ou a "ideia de Brasil"
surgiu a partir das relações (às vezes conflituosas) entre portugueses, índios
(que aqui já estavam), negros e outros povos que vieram para cá?

2) Existe apenas um Brasil? Ou o que temos são múltiplas "ideias de Brasil"?


Por quê?

3) A cultura brasileira (e de qualquer outro país) pode ser considerada algo


estático? Ou está em constante mutação devido à sua relação com as outras
culturas e com o próprio tempo?

4) O que eu penso a respeito das obras barrocas do Aleijadinho? Elas me emo-


cionam? Remetem simplesmente à minha religiosidade? Ou atuam sobre a
minha sensibilidade, o que independe da minha religião?

5) Os artistas estrangeiros que aqui estiveram (Post, Eckhout, Debret, Rugen-


das, entre vários outros) conseguiram captar a "essência" da cultura brasi-
leira se formando? Por quê?
© U3 - Brasil: do Descobrimento à Arte Acadêmica 253

6) A arte acadêmica brasileira me agrada? Por quê?

7) Quais artistas dos vistos nesta unidade eu poderia citar como os mais "brasi-
leiros" entre os acadêmicos brasileiros em termos de temática? E em termos
de estilo? Pode-se falar de um "estilo brasileiro" de pintar na nossa arte
acadêmica?

18. CONSIDERAÇÕES
Nesta unidade, demos início à abordagem da arte brasileira
e chegamos até a cristalização da arte acadêmica no Brasil. Vimos,
também, como se passou, na virada do século 19 para o 20, a po-
der falar de “arte brasileira”. No entanto, isto não significa que já
tínhamos uma arte produzida no Brasil que realmente falasse das
peculiaridades e profundezas da cultura de nosso país.
Na próxima unidade, veremos como, com o advento do Mo-
dernismo Brasileiro, nossos artistas não apenas passaram a se sin-
tonizar com as vanguardas internacionais como, principalmente, a
olhar e a representar o próprio Brasil em suas obras, isto com uma
força e uma originalidade não vistas por aqui até aquele momento.
Então, até o Modernismo!

19. E-REFERÊNCIAS

Lista de figuras
Figura 1 - Ilustração de caravela portuguesa: disponível em: <http://www.areamilitar.
net/DIRECTORIO/IM_mar/CaravelaGuerra_001.jpg>. Acesso em: 18 out. 2010.
Figura 2 - Imagem de aldeia: disponível em: <http://www.chilebras.achetudoeregiao.
com.br/MT/querencia/querencia.gif/aldeia04.jpg>. Acesso em: 15 abr. 2009.
Figura 3 - Célebre quadro de Victor Meirelles representando a primeira missa no Brasil
(o quadro parece, no entanto, ater-se à representação do que, segundo os relatos
históricos, teria sido a segunda missa), 1860, 270 x 357 cm: disponível em: <http://
mundomaior.files.wordpress.com/2009/01/meirelles_primeira_missa.jpg>. Acesso em:
18 out. 2010.
Figura 4 - Mapa das Capitanias Hereditárias: disponível em: <http://www.juserve.de/
rodrigo/atlas%20historico/Capitanias%20Heredit%E1rias.jpg>. Acesso em: 18 out. 2010.

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254 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Figura 5 - Engenho de cana, Henry Coster, século 19: disponível em: <http://www.
terrabrasileira.net/folclore/origens/africana/engenho.jpg>. Acesso em: 16 abr. 2009.
Figura 6 - O horror da Escravidão: obra de Jean-Baptiste Debret mostrando feitor
castigando escravo, século 19: disponível em: <http://www.terrabrasileira.net/folclore/
origens/africana/escravo.html>. Acesso em: 16 abr. 2009.
Figura 7 - Gravura europeia do século XVI ilustrando o relato de Hans Staden (que
aparece de barba, no topo da imagem): disponível em: <http://upload.wikimedia.org/
wikipedia/commons/f/f7/Cannibals.23232.jpg>. Acesso em: 18 out. 2010.
Figura 8 - Evangelho nas Selvas (Padre Anchieta), Benedito Calixto, 1893, 58,5 x 70
cm: disponível em: <http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/8/8d/Benedito_
Calixto_-_Evangelho_nas_Selvas%2C_1893_(ost%2C_58%2C5_x_70_cm_-_Padre_
Anchieta).jpg>. Acesso em: 18 out. 2010.
Figura 9 - Exemplos de cestaria indígena: disponível em: <http://modovestir.blogspot.
com/2008/09/cestaria-indgena-brasileira.html>. Acesso em: 18 out. 2010.
Figura 10 - Peça de cerâmica Marajoara: disponível em: <http://www.usp.br/jorusp/
arquivo/2008/jusp823/ilustras/p09a.jpg>. Acesso em: 18 out. 2010.
Figura 11 - Exemplo de oca: disponível em: <http://guiavillaboasprogramadeindio.files.
wordpress.com/2009/02/cropped-oca11.jpg>. Acesso em: 18 out. 2010.
Figura 12 - Exemplo de pintura corporal indígena: disponível em: <http://g1.globo.com/
Noticias/Rio/foto/0,,14470370-EX,00.jpg>. Acesso em: 18 out. 2010.
Figura 13 - Exemplos da arte plumária indígena: disponível em: <http://www.iande.art.
br/boletim/kaapor%20arte%20plumaria%20bienal%20sao%20paulo.jpg>. Acesso em:
18 out. 2010.
Figura 14 - Frans Post, Fazenda de açúcar: disponível em: <http://cgfa.sunsite.dk/p/
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Figura 15 - Frans Post, Cachoeira de Paulo Afonso, 1649, 58,5 x 46 cm: <http://upload.
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Figura 16 - Albert Eckhout, Dança Tapuia, 1641-1644, 295 x 172 cm: disponível em:
<http://userpages.umbc.edu/~kars/history%20200/Sept%2038.jpg>. Acesso em: 18 out.
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Figura 17 - Albert Eckhout, Negra, 265 x 173 cm: disponível em: <http://www.
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Figura 18 - Ilustração de bandeirantes em seus trajes mais costumeiros, Ivan Wasth
Rodrigues: disponível em: <http://www.revistadehistoria.com.br/v2/docs/image/Ivan_
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420 X 31 cm, Catedral de Antuérpia, Bélgica: disponível em: <http://www.duke.edu/
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Olinda (PE): disponível em: <http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/8/87/
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Figura 21 - Interior da Igreja de São Francisco (século 18), em Salvador (BA): disponível
em: <http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/d3/StFranciscoChurch3-CCBY.
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Figura 22 - Interior da Igreja de Nossa Senhora do Pilar (século 18), em São João Del Rei
(MG): disponível em: <http://www.helil.net/wp-content/gallery/sjdrpilar/SJDRpilar%20
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Figura 23 - Igreja do Rosário dos Pretos (início do século 18), em Salvador (BA):
disponível em: <http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/d2/Rosario_dos_
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projeto de Antônio Francisco Lisboa (o Aleijadinho): disponível em: <http://upload.
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Figura 25 - Pintura no teto da Igreja de São Francisco de Assis, (século 18), em Ouro
Preto (MG), Manuel da Costa Ataíde: disponível em: <http://upload.wikimedia.org/
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Figura 26 - Nossa Senhora das Dores, Aleijadinho: disponível em: <http://upload.
wikimedia.org/wikipedia/commons/1/11/Aleijadinho__Nossa_Senhora_das_Dores-1.
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Figura 27 - Dois profetas de Aleijadinho no Santuário de Congonhas do Campo, 1795-
1805: disponível em: <http://www.brasilcultura.com.br/imagens/profetas.jpg>. Acesso
em: 18 out. 2010.
Figura 28 - Cristo carregando a cruz, escultura de Aleijadinho em uma das capelas dos
Passos da Paixão no Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas do Campo,
1796-1799: disponível em: <http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/58/
Aleijadinho-cristo-congonha.jpg>. Acesso em: 18 out. 2010.
Figura 29 - Tiradentes esquartejado, Pedro Américo, 1893: disponível em: <http://
upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/d2/Tiradentes_Esquartejado_(Pedro_
Am%C3%A9rico%2C_1893).jpg>. Acesso em: 18 out. 2010.
Figura 30 - Esquema mostrando a “mensagem subliminar” da obra Tiradentes
esquartejado: disponível em: <http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/
d2/Tiradentes_Esquartejado_(Pedro_Am%C3%A9rico%2C_1893).jpg>. Acesso em: 17
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FAUSTO, B. O Brasil republicano. São Paulo: Difel, 1986.
HERSTAL, S. Imagens religiosas do Brasil. São Paulo: Grafitec, 1956.
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MAURO, F. História do Brasil. São Paulo: Difel, 1974.
VALLADARES, C. P. Aspectos da arte religiosa no Brasil. Rio de Janeiro: Spala, 1981.

21. REFERÊNCIAS VIDEOGRÁFICAS


AMISTAD. DVD. Paramount, 2006.
ANCHIETA JOSÉ DO BRASIL. DVD. Versátil Home Video, 2007.
DESMUNDO. DVD. Sony Pictures, 2003.
HANS STADEN. DVD. Versátil Home Video, 2003.
O ALEIJADINHO. DVD. Paris Filmes, 2005.
OS INCONFIDENTES. DVD. Videofilmes, 2006.
EAD
Brasil: do Modernismo à
Década de 1950

4
1. OBJETIVOS
• Conhecer o contexto histórico em que nasceu e floresceu
o Modernismo brasileiro.
• Entender como se deu a eclosão modernista no início da
década de 1920.
• Conhecer os caminhos seguidos pelo Modernismo brasi-
leiro para a sua solidificação nas décadas de 1930, 1940
e 1950.
• Identificar as características específicas da arte de cada
um dos mais importantes artistas do Modernismo brasi-
leiro.

2. CONTEÚDOS
• Introdução: o Modernismo e a busca por uma arte verda-
deiramente brasileira.
262 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

• Contexto histórico: a República Velha e as mudanças pós-


-Revolução de 1930.
• O panorama artístico imediatamente anterior à eclosão
do Modernismo brasileiro.
• Um marco inicial: a famosa Exposição de Anita Malfatti.
• Semana de Arte Moderna de 1922.
• Artistas da Primeira Geração Modernista: Anita, Di Caval-
canti, Brecheret, Ferrignac, Rego Monteiro, Lasar Segall,
Ismael Nery, Tarsila do Amaral, Portinari, Guignard, Flávio
de Carvalho, Cícero Dias.
• Panorama das décadas de 1930, 1940 e 1950.
• Os agrupamentos de artistas.
• Núcleo Bernardelli: Milton Dacosta e José Pancetti.
• A SPAM e o CAM.
• Grupo Santa Helena: Volpi, Rebolo, Zanini, Graciano, Pen-
nacchi.
• MASP.
• MAM-SP.
• MAM-RJ.
• As primeiras Bienais.

3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE


Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que
você leia as orientações a seguir:
1) O contato com o tutor e a interatividade são fundamen-
tais para sua aprendizagem na modalidade a distância.
2) Antes de iniciar os estudos desta unidade, pode ser in-
teressante conhecer um pouco da biografia de alguns
escritores, artistas e nomes relacionados à arte, cujos
pensamentos e ideias norteiam o estudo deste Caderno
de Referência de Conteúdo.
© U4 - Brasil: do Modernismo à Década de 1950 263

Oswald de Andrade (1890-1954)


O poeta, ensaísta e dramaturgo paulista foi uma das figuras mais importantes
do Modernismo brasileiro. Foi um dos idealizadores da Semana de Arte Moder-
na de 1922 e, em 1924, lançou o Manifesto da Poesia Pau-brasil. Em 1928, na
época em que era casado com a pintora Tarsila do Amaral, lançou o Manifesto
Antropófago, que acabou se tornando uma espécie de “pedra de toque” de nossa
arte moderna, defendendo ser o Brasil um país culturalmente antropofágico, que
como nenhum país do mundo “come e digere” a cultura estrangeira para incre-
mento da nossa própria cultura.

Ramos de Azevedo (1851-1928)


Foi responsável por algumas das mais famosas obras do intenso processo de
urbanização ocorrido em São Paulo no início dos anos 1900, entre elas o Teatro
Municipal e o prédio da Pinacoteca do Estado, além de ter projetado muitas das
mansões construídas pela elite paulistana da época.

Mário de Andrade (1893-1945)


Foi poeta, romancista, ensaísta, folclorista e musicólogo paulista, foi um dos
grandes nomes do Modernismo brasileiro, senão o maior de todos. Um dos idea-
lizadores da Semana de Arte Moderna de 1922, atuou também como ideólogo do
nosso Modernismo, sendo um dos maiores responsáveis por dar à nossa arte a
“brasilidade” que esta até então nunca atingira.
Além de suas obras literárias, Mário realizou um precioso trabalho à frente do –
fundado por ele – Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e também
na catalogação de manifestações folclóricas de todo o país com uma profundida-
de que o torna um verdadeiro “descobridor do Brasil”.

José Bento Renato Monteiro Lobato (1882-1948)


Paulista de Taubaté, foi um dos mais importantes escritores brasileiros do século
20 e, sem dúvida, o mais importante autor de literatura infantil de toda a História
do Brasil. É lembrado por ter dado à literatura infantil a “brasilidade” que esta
nunca tivera até então e seus personagens, como Pedrinho, Narizinho e Dona
Benta até hoje fazem sucesso nos livros e em outras mídias, como a televisão,
na qual o programa Sítio do Pica-pau Amarelo tornou-se um enorme sucesso.

Menotti del Picchia (1892-1988)


Paulista, filho de imigrantes italianos, foi poeta e romancista. Fez parte do “nú-
cleo” dos modernistas de São Paulo, núcleo este que se centralizou nas figuras
de Menotti, Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Tarsila do Amaral e Anita
Malfatti, que ficaram conhecidos como o “Grupo dos Cinco”.
Menotti del Picchia teve como suas principais obras literárias O Mulato (1917) e
Salomé (1940) e chegou a fazer parte da Academia Brasileira de Letras.

Guilherme de Almeida (1890-1969)


Foi um poeta brasileiro ligado à primeira geração modernista. Fez parte da Aca-
demia Brasileira de Letras a partir de 1930 e celebrizou-se por ser um grande
difusor e realizador de haicais (poemas curtos tipicamente japoneses) no Brasil.

Claretiano - Centro Universitário


264 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Carlos Gomes (1836-1896)


O maestro campineiro Carlos Gomes foi um dos maiores compositores líricos
que o Brasil já teve e, sem dúvida, o maior operista. Fortemente influenciado por
Verdi e realizando grande parte de sua carreira na Europa, Gomes foi internacio-
nalmente consagrado, tornando-se já nas últimas décadas do século 19 o grande
patrono da música erudita brasileira. Compôs, entre outras obras, O Guarani.

Heitor Villa-Lobos (1887-1959)


É considerado por muitos o maior compositor brasileiro de todos os tempos. Res-
ponsável pela fusão da música erudita moderna com a musicalidade popular
contida em choros, modinhas e canções folclóricas, seguiu na música os passos
dos artistas modernistas de outras áreas, que misturavam erudição e cultura
popular para “reinventar” a cultura brasileira.
O legado de Villa-Lobos é imenso. Além de ter sido um divisor de águas na músi-
ca erudita, influenciou enormemente a sofisticada música popular brasileira mo-
derna de nomes como Antônio Carlos Jobim, Baden Powell, Vinícius de Moraes
e Edu Lobo, entre vários outros.

Graciliano Ramos (1892-1953)


Foi um dos maiores escritores brasileiros do século 20. Apresentou ao Brasil um
“outro Brasil” que grande parte do sudeste civilizado não conhecia: aquele da
dura realidade social nordestina. Entre suas obras mais célebres estão Vidas
Secas, São Bernardo e Memórias do Cárcere.

Lúcio Costa (1902-1998)


Chefiando ainda muito jovem a Escola Nacional de Belas Artes, Lúcio Costa
buscou modernizá-la. Posteriormente, sob influências como a de Le Corbusier e
do colega Oscar Niemeyer, tornou-se um dos protagonistas da nossa arquitetura
e urbanismo modernos, sendo responsável, por exemplo, pelo plano urbanístico
da cidade de Brasília.

Le Corbusier (1887-1965)
O franco-suíço Le Corbusier foi um dos arquitetos mais importantes do século
20. Protagonista na ampliação do uso do concreto armado, foi a grande influên-
cia moderna da arquitetura brasileira. Foi responsável por obras em que o rigor
de formas simples, retas ou curvas, era o pano de fundo para a funcionalidade,
concepção que o aproximou muito das teorias desenvolvidas na Bauhaus, por
exemplo.

Oscar Niemeyer (1907)


O carioca Oscar Niemeyer, nascido em 1907, considerado um dos pioneiros na
exploração das possibilidades construtivas e plásticas do concreto armado, é o
mais famoso arquiteto brasileiro de todos os tempos. Entre um número imenso
de obras de vulto, podemos destacar, por exemplo, o Conjunto Arquitetônico da
Pampulha em Belo Horizonte, o Edifício Copan em São Paulo, o Palácio do Pla-
nalto, da Alvorada, o Congresso e a Catedral em Brasília, o Memorial da América
Latina em São Paulo e o Museu de Arte Contemporânea de Niterói.
© U4 - Brasil: do Modernismo à Década de 1950 265

Francisco de Assis Chateaubriand (1892-1968)


O paraibano Francisco de Assis Chateaubriand, que dirigiu a maior cadeia de
veículos de comunicação do país até os anos 1960, foi um dos personagens
mais influentes da história brasileira do século 20.
No âmbito artístico, foi responsável pela abertura do MASP. Diz-se que os meios
para que Chatô (como era conhecido) adquirisse a rica coleção do museu por
meio de doações de alguns dos homens mais ricos e influentes do país foram
bastante questionáveis, envolvendo inclusive chantagens (algo como: “ou você
doa ao museu tal obra ou serão publicados nos meus veículos notícias desfa-
voráveis a você”). De qualquer forma, o MASP é, sem dúvida, uma das grandes
obras que Chatô deixou para a posteridade.

Pietro Maria Bardi (1900-1999)


O italiano Pietro Maria Bardi, historiador, crítico de arte e jornalista, foi diretor
do MASP por 45 anos. Chegou ao Brasil em 1946, logo após casar-se com a
arquiteta italiana Lina Bo. Trouxe uma grande coleção de arte e imediatamente
passou a fazer parte dos círculos artísticos brasileiros. Neste ínterim, conheceu
Assis Chateaubriand, que foi quem proporcionou o aporte financeiro e os conta-
tos necessários para a abertura do MASP.

Lina Bo Bardi (1914-1992)


A italiana Lina Bo Bardi foi uma arquiteta de grande influência na vida cultural
brasileira da segunda metade do século 20.
Chegando ao Brasil logo após a Segunda Guerra e recém-casada com Pietro
Maria Bardi, rapidamente encantou-se com a moderna arquitetura brasileira, de
nomes como Niemeyer, Lúcio Costa, entre outros, e com a arte de um país que,
ao contrário da Europa, encontrava-se em “plena formação”.
Recebeu nos anos 1950, do empresário e mecenas Assis Chateaubriand, a en-
comenda de projetar o prédio do MASP. Posteriormente, passou uma tempora-
da na Bahia, atuando na grande efervescência cultural de onde sairiam nomes
como Glauber Rocha, Caetano Veloso e Gilberto Gil.
Na década de 1970, sua obra de maior destaque foi o Sesc Pompeia, em São Paulo,
projeto que retrabalha diversos paradigmas arquitetônicos da sociedade industrial.

Francisco Matarazzo Sobrinho (1898-1977)


Industrial de origem italiana que se instalou em São Paulo, Francisco Matarazzo
Sobrinho, mais conhecido como Ciccillo, utilizou sua grande fortuna para, entre
outros feitos, fundar o MAM, o Teatro Brasileiro de Comédia - TBC, a Bienal Inter-
nacional de São Paulo e a Companhia Cinematográfica Vera Cruz.

Affonso Eduardo Reidy (1909-1964)


Foi um dos pioneiros da arquitetura moderna brasileira. Sua primeira obra im-
portante foi o famoso Palácio Gustavo Capanema, projetado em parceria com
Oscar Niemeyer e Lúcio Costa, sob supervisão do grande “mentor” destes três,
Le Corbusier.
Posteriormente, Reidy teve como outros projetos de grande vulto o Aterro do
Flamengo e o prédio do MAM-RJ.

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266 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Na unidade anterior, abordamos a formação do Brasil en-
quanto país e o surgimento da arte brasileira, seus primeiros pas-
sos quando ainda éramos uma colônia, e depois da nossa indepen-
dência. Para isso, foi adotado um esquema diferente do qual nos
acostumáramos (com uma introdução histórica seguida do texto
sobre especificamente a História da Arte); diferentemente, na uni-
dade anterior, colocamos História e História da Arte caminhando
em paralelo.
Nesta unidade, porém, retornaremos ao esquema antigo.
Isto porque, no período que vamos abordar, do advento do Mo-
dernismo, no início da década de 1920, até a década de 1950, já
havia efetivamente um país, uma História e uma Arte Brasileira,
algo que, como sabemos, não existia em 1500.
De qualquer forma, é bom que relativizemos a expressão
“Arte Brasileira” quando esta se refere à nossa arte acadêmica. Isto
porque, como vimos na unidade anterior, o academicismo brasilei-
ro ainda estava muito ligado aos cânones clássicos, que atrapalha-
vam o desenvolvimento de uma linguagem artística mais efetiva-
mente ligada à cultura e à criatividade nacionais.
Foi apenas com o advento do Modernismo que, abrindo os
olhos para as vanguardas internacionais, os artistas brasileiros pa-
radoxalmente puderam construir sobre bases mais originais e li-
vres uma “Arte Brasileira”. O paradoxo está exatamente aí: olhar
finalmente para o que de mais moderno estava sendo feito no
mundo é o que nos permitiu definitivamente descobrir uma lin-
guagem artística “nossa”.
E é isto que veremos nesta unidade: o advento do Moder-
nismo, seus desdobramentos e sua consolidação na arte brasileira.
Assim, se na introdução da unidade anterior dizíamos “descubra-
mos o Brasil!”, aqui podemos dizer “Redescubramos o Brasil!”
© U4 - Brasil: do Modernismo à Década de 1950 267

5. CONTEXTO HISTÓRICO
Ao longo da primeira década do século 20 e no início da
década de 1910, o Brasil, mais especificamente a região sudeste,
dava os primeiros passos da sua industrialização.
Como sabemos, o Brasil era um país essencialmente agrário,
dependente da cultura do café. Porém, a flutuação dos preços do
produto no mercado internacional e as consequentes incertezas
em relação ao futuro do negócio cafeeiro fizeram que os grandes
fazendeiros redirecionassem parte de seu capital para a indústria.
Tendo em mente esta conjuntura, pareceria lógico que o Bra-
sil, nas décadas de 1910 e 1920, efetivasse o seu caminho indus-
trial, certo? Mas não foi isto o que ocorreu.
Isso porque, com a Primeira Guerra Mundial, a hegemonia
sobre toda a economia (incluindo-se aí a brasileira) passou para os
EUA, que se tornaram então nosso principal parceiro comercial. E
esta parceria Brasil-EUA reavivou tremendamente a lucratividade
do negócio cafeeiro no Brasil, o que acabou atrasando a fase mais
aguda da nossa industrialização.
Foi a Revolução de 1930 que proporcionou uma grande mu-
dança de rumos na política e na economia do país. Em termos eco-
nômicos, pode-se dizer que a chegada de Getúlio Vargas ao poder
se deveu ao colapso do modelo baseado quase exclusivamente na
cultura do café, colapso este acelerado, evidentemente, pela crise
econômica mundial resultante da quebra da Bolsa de Valores de
Nova York em 1929.

Quebra da bolsa de valores de Nova York, em 1929–––––––––


Crack ou a quebra da bolsa de valores de Nova York, em 1929, foi resultado
do crescimento inflado e “não sustentável” da especulação financeira em cima
da real prosperidade pela qual passavam a indústria e toda a economia norte-
-americana na década de 1920.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

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268 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Chegando à presidência da república por meio da Revolu-


ção de 1930, o gaúcho de São Borja Getúlio Vargas (1882-1954)
comandou o maior processo de modernização de nossa história.
Em contrapartida, sempre apresentou um perfil populista e auto-
ritário. Comandou uma ditadura, passou por cima das liberdades
individuais e teve em seu governo o cometimento de enormes vio-
lências contra seus adversários políticos.
Sempre foi tido pelos aliados e adversários como uma verda-
deira “raposa política”. Entretanto, o que o final de sua vida mostra
foi mais do que isso: uma mórbida genialidade. Suicidando-se em
1954, Vargas evitou um golpe de estado (que acabaria acontecen-
do dez anos mais tarde) e tornou-se um dos grandes “heróis” do
Brasil. Ou, como dizem as palavras da sua carta-testamento, “dei-
xou a vida para entrar na História” (Figura 4).
Como consequências do chamado crack, fortunas desapare-
ceram, empresas faliram, milhões de pessoas ficaram desemprega-
das e um verdadeiro pesadelo econômico espalhou-se dos EUA para
o resto do mundo. Isso se deveu ao total despreparo da economia
mundial de então para esta primeira crise, por assim dizer, “global”.
Vejamos como a Revolução eclodiu. Em 1929, quando se es-
perava que o então Presidente da República – o paulista Washing-
ton Luís (1869-1957) – indicasse o governador de Minas Gerais
como candidato da situação para o governo federal (lembremo-
-nos de que, na época, o candidato da situação sempre triunfava,
nem que fosse necessária a utilização de violência e de fraudes),
ele não o fez, contrariando a alternância no poder de paulistas e
mineiros.
Em vez disso indicou outro paulista, o então governador de
São Paulo Júlio Prestes (1882-1946). O resultado foi a quebra da
aliança entre São Paulo e Minas Gerais, o alinhamento de Minas,
Paraíba e Rio Grande do Sul e a indicação de Getúlio Vargas para
presidente, com o paraibano João Pessoa (1878-1930) como vice,
como alternativa à candidatura de Júlio Prestes.
© U4 - Brasil: do Modernismo à Década de 1950 269

Júlio Prestes foi eleito, mas a chamada “Aliança Liberal”,


comandada por Vargas, não aceitou o resultado das eleições.
Pouco depois, outros fatos (como o assassinato de João Pessoa
(Figura 1) – que ocorreu por questões locais da Paraíba, mas foi
evidentemente colocado pela oposição “na conta” do governo)
foram contribuindo para o clima de ebulição e, finalmente, em
outubro de 1930 teve início a revolução.

Figura 1 Primeira página de jornal noticiando o assassinato de João Pessoa, então


presidente (o que chamaríamos hoje de "governador") da província (que hoje chamaríamos
de "estado") da Paraíba.

Tropas do exército que aderiram à revolução, principalmente


do Rio Grande do Sul, começaram a marchar rumo ao Rio de Janei-
ro. Vale destacar que, mesmo em outros estados, o movimento re-
volucionário era também apoiado por certa facção do exército, fac-
ção esta que ficou genericamente conhecida como a dos “tenentes”,
não necessariamente porque todos os seus adeptos eram tenentes,
mas devido à patente geralmente baixa e à juventude dos militares
revolucionários. Em diversos estados, os tenentes tomaram o poder
pela força, depondo forças aliadas ao governo federal. E, antes de
um conflito maior, foi dado o poder a Vargas (Figura 2).

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270 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Figura 2 Vargas ao lado de admiradores, aliados e tropas durante a Revolução de 1930.

Teve início, então, o maior


surto de modernização que o Bra-
sil já conheceu. Ganharam força
a industrialização do país, a urba-
nização e o estabelecimento de
conquistas como o crescimento da
renda dos trabalhadores e, princi-
palmente, um conjunto de leis tra-
balhistas que acabou se tornando a
raiz do sistema de seguridade social
vigente até hoje no país (Figura 3).
Em contrapartida, em nome
das mudanças e reformas neces-
sárias no Brasil, tivemos sob Var-
Figura 3 Cartaz "populista" do governo
gas um regime ditatorial sob cujo Vargas enaltecendo seu "amparo" às
autoritarismo sucumbiram grande classes trabalhadoras.
parte das liberdades individuais.
© U4 - Brasil: do Modernismo à Década de 1950 271

Vargas manteve-se no poder até o final da Segunda Guerra


Mundial. A sua saída deveu-se, em parte, à própria vitória dos alia-
dos (dos quais o Brasil fazia parte) na guerra. Isto porque o Brasil
lutara ao lado das “democracias” contra o nazi-fascismo, mas não
praticava a democracia em seu próprio governo.
Entrementes, o “projeto modernizante” inaugurado no Brasil
na década de 1930 teve continuidade. Primeiro, com os significati-
vos avanços da nossa indústria na década de 1940 e, depois, com
a volta do próprio Vargas ao poder em 1950, então por eleições
diretas. Tal “projeto modernizante” teria alguns anos mais tarde
um de seus auges com a chegada de Juscelino Kubitschek ao poder
(Figura 5).

Figura 4 Primeira página do jornal Figura 5 Capa da revista “Time” de


"Última Hora" noticiando o suicídio de fevereiro de 1956, tratando do governo
Getúlio Vargas. de Juscelino Kubitschek na presidência
do Brasil.

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272 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

6. A CHEGADA DO MODERNISMO AO BRASIL


No início do século 20, os jovens pintores e escultores bra-
sileiros seguiam rígidos padrões acadêmicos, implantados, como
vimos na unidade anterior, pela Missão Francesa e que eram uti-
lizados desde o século 19. É necessário lembrar que, nesta época,
na Europa já aconteciam os movimentos impressionista, expres-
sionista, fovista e cubista, entre outros.
As exposições de nomes como Pedro Alexandrino, Almeida
Júnior e Benedito Calixto não causavam surpresa. Mesmo Lasar
Segall, que abordaremos mais à frente, um pintor estrangeiro no
Brasil da década de 1910 com uma bagagem europeia de estilo
expressionista, não marcou época, muito menos abalou o meio
artístico.
Havia também uma grande inconsciência do país em relação
à sua própria cultura, especialmente a cultura popular e mais ain-
da aquela das regiões mais afastadas da capital de então, o Rio de
Janeiro, principalmente entre a elite. Outra dificuldade da época
era São Paulo e Rio de Janeiro permanecerem artisticamente dis-
tantes entre si, mesmo em pleno século 20.
Contra isso lutava já em meados da década de 1910 Oswald
de Andrade, que por meio de sua publicação O pirralho propu-
nha uma arte nacional moderna e desvinculada do academicis-
mo. E foi Oswald (Figura 6) um dos protagonistas da eclosão do
Modernismo no Brasil, eclosão esta que ocorreu a partir da cida-
de de São Paulo.
São Paulo era então a cidade mais moderna do país, moder-
nidade esta simbolizada, por exemplo, pela inauguração do Viadu-
to do Chá (Figura 7) e pela abertura do Teatro Municipal, elaborado
por grandes arquitetos e executado pelo escritório de engenharia
de Ramos de Azevedo.
© U4 - Brasil: do Modernismo à Década de 1950 273

Figura 6 Oswald de Andrade em meados da década


de 1920.

Figura 7 O Viaduto do Chá (com o Teatro Municipal ao fundo) em 1911.

O motivo de a explosão modernista ter ocorrido em São Paulo


e não em outra parte do Brasil foi, em grande medida, a prosperida-
de oriunda do negócio cafeeiro que, como vimos na unidade ante-

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274 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

rior, tornou São Paulo o Estado mais rico do Brasil e a cidade de São
Paulo, a “casa” de uma elite endinheirada que pôde “financiar” e
estimular (mesmo que com muitas críticas, ressalvas e ilhas de gran-
de conservadorismo e provincianismo) a radicalidade modernista.
O “estopim do Modernismo” foi a exposição de Anita Mal-
fatti de 1917. Neste momento já surgia o grupo que mudaria tal
cenário, do qual faziam parte o já citado Oswald de Andrade, Má-
rio de Andrade, Di Cavalcanti e Ferrignac, que abordaremos mais
adiante, entre outros.
O grupo era chamado de “futurista”, porque na época os
acadêmicos brasileiros denominavam de Futuristas todas as obras
que não seguiam os padrões estéticos convencionais. Mesmo para
Oswald, entretanto, ser chamado de futurista não significava per-
tencer à escola italiana deste nome, mas a uma tendência moder-
na e inovadora que rompia com as tradições.

7. A EXPOSIÇÃO DE ANITA MALFATTI


Tendo estudado nos EUA e na Europa com importantes no-
mes das vanguardas artísticas do início do século 20 e tendo, por-
tanto, absorvido o que havia de realmente novo no mundo das
artes de então, a paulistana Anita Malfatti voltou a São Paulo em
1916.
No ano seguinte, inaugurou a famosa Exposição de Pintura
Moderna Anita Malfatti. A artista já expusera trabalhos iniciais em
São Paulo, em 1914. Contudo, a mostra realizada em 1917 é que
foi um verdadeiro marco na história do Modernismo brasileiro.
A mostra contou com obras expressionistas, resultado de
seus estudos no exterior. Durante a primeira semana, houve boa
presença de um público curioso e 11 quadros foram vendidos. Mas
um violento artigo do escritor e influente crítico Monteiro Loba-
to, A propósito da exposição Malfatti – paranóia ou mistificação,
criou grande polêmica.
© U4 - Brasil: do Modernismo à Década de 1950 275

As Figuras 8 e 9 apresentam duas obras de Anita Malfati. Ob-


serve.

Figura 8 A estudante Russa, Anita Figura 9 A boba, Anita Malfatti, 1915-


Malfatti, 1915-16, 78 x 62 cm. 16, 61 X 51,5 cm.

Lobato, que como sabemos foi um dos grandes gênios da


literatura brasileira, demonstrou em seu artigo total inépcia e falta
de sensibilidade em relação aos rumos que seriam tomados pela
arte a partir de então. Defendeu uma posição rigidamente conser-
vadora, que via o estilo expressionista como uma despropositada
distorção tanto da realidade quanto do que achava que deveria
ser a pintura em geral; além disso, misturou sua “cegueira” pictó-
rica com opiniões machistas e um tom agressivo, o que, segundo
os modernistas, teria feito Anita “fraquejar” em sua proposta e
se voltar para uma pintura mais acadêmica. Entretanto, hoje, com
uma releitura deste período por novos estudiosos, este fato tem
sido questionado.
Oswald de Andrade foi o único que defendeu a pintora de
imediato. Em seguida, nomes como Emiliano Di Cavalcanti, Me-
notti del Picchia, Mário de Andrade e Guilherme de Almeida, que
lutaram pela modernização das artes brasileiras, reconheceram o

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276 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

pioneirismo da pintora. A defesa de Anita só não foi mais contun-


dente porque ainda não se formara uma concepção clara da arte
moderna no Brasil. A crítica, e mesmo os artistas e intelectuais que
pregavam a necessidade de atualização, ainda não dominavam o
vocabulário da nova arte.
De qualquer forma, se por um lado a exposição provocou
reações adversas como a de Monteiro Lobato, por outro serviu
para conferir a Anita as atenções e um certo papel de ponta entre
os modernistas, que passaram a reconhecê-la como pioneira. Ob-
serve na Figura 10 a obra O farol, de Anita Malfatti.

Figura 10 O farol, Anita Malfatti, 1915-1916.

8. A SEMANA DE ARTE MODERNA DE 1922


No início da década de 1920, surgiu em reuniões de artistas e
membros da elite paulistana a ideia da realização de uma semana
de escândalos literários e artísticos, como forma de promover um
© U4 - Brasil: do Modernismo à Década de 1950 277

début da Arte Moderna no Brasil. Tal ideia foi adotada e financiada


por alguns membros da elite, que alugaram o Teatro Municipal de
São Paulo para a realização e delegaram a concepção do projeto a
alguns dos expoentes modernistas, como Oswald e Mário de An-
drade e Di Cavalcanti.
Mário de Andrade é autor de obras como De Paulicéia des-
vairada a café (poesias completas) e Macunaíma. Já Oswald de
Andrade (Figura 11) é autor da obra Caderno de poesia do aluno
Oswald (poesias reunidas).

Figura 11 Foto reunindo integrantes da Semana de Arte Moderna (à frente de todos,


sentado no chão, Oswald de Andrade), 1922.

A semana foi realizada no mês de fevereiro de 1922. “Sema-


na”, aliás, é apenas “modo de dizer”, já que os eventos ocorreram
nos dias 13 e 17 à noite e no dia 15 à tarde. Houve poesia, dan-
ça, música, artes visuais e discursos de fundo teórico sobre a arte
moderna. A Figura 12 mostra o primeiro dia da Semana de Arte
Moderna.

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278 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Figura 12 Programa do primeiro dia de eventos da Semana de Arte Moderna de 1922.

A Semana foi apresentada pela imprensa da época como


“Semana Futurista”. Mas o que ela menos teve foram obras per-
tencentes a esta poética. O que pôde receber a denominação de
“futurista” foram as ações dos escritores e intelectuais em torno
do evento. Já antes da realização, saíram artigos nos jornais de
maior circulação da cidade anunciando o “grande evento artísti-
co”, e os modernistas souberam criar um clima de expectativa, de
escândalo e de indignação nos tradicionalistas e no público em ge-
ral. Oswald de Andrade, por exemplo, publicou um artigo critican-
do Carlos Gomes, o grande mito da música brasileira, e enaltecen-
do um ilustre desconhecido para o meio paulista da época: Heitor
Villa-Lobos, participante da Semana (Figura 13).
© U4 - Brasil: do Modernismo à Década de 1950 279

Figura 13 Anúncio para o concerto de Villa-Lobos na Semana de Arte


Moderna de 1922.

A exposição de artes plásticas, no saguão do Teatro Munici-


pal, era composta por obras de nomes como Anita Malfatti, Di Ca-
valcanti, Victor Brecheret, Ferrignac e Vicente do Rego Monteiro,
que veremos mais adiante.
Percebia-se na maioria das obras a vontade dos artistas de
serem modernos. Porém, isso não significou que realmente o fo-
ram. Uma arte nova era proposta, mas não necessariamente era
mostrado o caminho para tal. A maioria dos trabalhos apresenta-
dos não pode ser considerada modernista, e sim apenas de ten-
dência pós-impressionista. A exceção era o expressionismo das
obras de Anita, que continuava a chocar os olhos do público da

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280 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

época.
De qualquer forma, a grande contribuição das artes plásticas
ao modernismo brasileiro aconteceria em um período posterior
à Semana de Arte Moderna de 1922, no primeiro momento fa-
zendo-se necessário apenas o rompimento radical com o passado
artístico acadêmico.

9. ARTISTAS DA PRIMEIRA GERAÇÃO MODERNISTA


Neste tópico, serão apresentados alguns aspectos relaciona-
dos aos artistas da primeira geração modernista.

Anita Malfatti
Anita Malfatti (1889-1964) nasceu em São Paulo. Tendo seus
contatos iniciais com a arte acontecido ainda dentro de casa, em
1910 ela partiu rumo a Berlim para completar sua formação.
Chegando à Alemanha, matriculou-se na Academia Imperial
de Belas Artes. Aos poucos foi se distanciando do academicismo,
até que acontecesse em 1912 um fato “catalizador”: o contato
com obras de Picasso, Van Gogh e Munch, além das de outros re-
presentantes do Cubismo, Fauvismo e Expressionismo. Na volta a
Berlim, uma maior liberdade no uso das cores e dos pincéis logo se
manifestou na arte da brasileira.
Depois de uma breve passagem por São Paulo em 1914, Ani-
ta foi estudar em Nova York. O ambiente efervescente, para o qual
colaborava a presença de artistas das vanguardas europeias que se
refugiavam da Primeira Guerra Mundial, auxiliou-a na adoção da
gestualidade dramática, da distorção, da fragmentação e da paleta
quase fovista que acabariam por serem suas marcas. Destacam-se
nesta época retratos como A boba (Figura 9).
Depois da sua volta a São Paulo e da sua famosa exposição
de 1917, na qual foi violentamente criticada por Monteiro Lobato,
© U4 - Brasil: do Modernismo à Década de 1950 281

Anita uniu-se ao grupo dos modernistas paulistas, sendo uma das


participantes da mostra de Artes Plásticas da Semana de Arte Mo-
derna de 1922. Ainda em 1922, integrou o efêmero Grupo dos Cin-
co, formado por ela, Tarsila do Amaral, Menotti del Picchia, Mário
e Oswald de Andrade. Observe na Figura 14 o retrato de Mário de
Andrade feito por Anita Malfatti.

Figura 14 Retrato de Mário de Andrade, Anita Malfatti.

A partir da década de 1930, a pintura de Anita foi tendendo


aos poucos para um impressionismo tardio, com temas religiosos,
festas populares, paisagens e flores como seus motivos prediletos.
Para compreender melhor o trabalho de Anita, observe a Figura
15.

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282 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Figura 15 Natividade, Anita Malfatti, 65 x 81 cm.

Di Cavalcanti
Tendo começado como caricaturista, Emiliano di Cavalcanti
(1897-1976) realizou sua primeira exposição individual em 1922,
momento em que já fazia parte do grupo modernista. Aliás, foi de
Di a ideia inicial da Semana de Arte Moderna, da qual foi criador
do catálogo (Figura 17), do cartaz (Figura 16) e coordenador das
exposições.
© U4 - Brasil: do Modernismo à Década de 1950 283

Figura 16 Cartaz da Semana de Arte Figura 17 Capa do catálogo da Exposição


Moderna de 1922, Di Cavalcanti. de Artes Plásticas da Semana de Arte
Moderna de 1922, Di Cavalcanti.

Em 1923, Di viajou para Pa-


ris, onde conheceu de perto as
obras de Picasso, Braque, Léger
e dos expressionistas alemães.
Ao retornar para o Brasil, voltou-
-se para os dois grandes temas
que dominariam a sua obra: a
preocupação social e a mulher.
As Figuras 18 e 19 demonstram
duas das obras de Di Cavalcanti.

Figura 18 Cinco moças de Guaratinguetá,


Di Cavalcanti, 1930, 92 x 70 cm.

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284 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Figura 19 Mulheres protestando, Di Cavalcanti, 1941.

Em 1937, o pintor retornou à Europa, numa permanência


que se estendeu até 1940, quando voltou a residir em São Paulo.
Iniciou-se, então, a fase da sua maturidade artística. Observe na
Figura 20 a obra Abigail, de Di Cavalcanti.

Figura 20 Abigail, Di Cavalcanti, 1947.


© U4 - Brasil: do Modernismo à Década de 1950 285

Victor Brecheret
O ítalo-brasileiro Victor Brecheret (1894-1955) transferiu-se
para Europa em 1913, para estudar escultura. Em 1919, voltou a
São Paulo, passando a fazer parte da primeira geração modernista
e participando da Semana de Arte Moderna de 1922.
Neste mesmo ano, além de ganhar a medalha comemorativa
do Centenário da Independência do Brasil, teve em suas mãos a
encomenda do governo paulista para a execução do Monumento
às Bandeiras (Figura 21), a obra mais importante que nos deixou.
Mas só mais de trinta anos depois viu o projeto transformado em
realidade, pela ocasião do quarto centenário da cidade de São
Paulo, em 1954.

Figura 21 Monumento às Bandeiras, Victor Brecheret, 1954.

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286 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Bastante influenciado pela Art Deco e variando do monu-


mental e mesmo do gigantesco à delicadeza dos diminutos már-
mores e bronzes, Brecheret caracterizou-se pela força expressiva
de toda a sua obra, que tendia, ao mesmo tempo, para o linear e
o despojado, conforme demonstra a Figura 22. E, já na sua última
fase, descobriu a arte indígena brasileira, a qual pode ser consta-
tada na Figura 23.

Figura 22 Obra de Brecheret


tipicamente influenciada pela Art
Deco: A carregadora de perfume, no
Jardim da Luz, em São Paulo.
© U4 - Brasil: do Modernismo à Década de 1950 287

Figura 23 Obra de Brecheret da fase mais influenciada pela cultura


indígena: O índio e a suaçuapara, 1951.

Ferrignac
Inácio da Costa Ferreira (1892-
1958), que ficou conhecido no meio
artístico como Ferrignac, nasceu em
Rio Claro, São Paulo. Começou sua
carreira como caricaturista e for-
mou-se em Direito. Logo depois, em
meados da década de 1910, viajou à
Europa e tomou contato com as van-
guardas, participando um pouco de-
pois da Semana de Arte Moderna de Figura 24 Índio, Ferrignac, 1929,
1922. A Figura 24 demonstra uma das aquarela e nanquim, 20 x 18 cm.
obras de Ferrignac.

Vicente do Rego Monteiro


Bastante influenciado pelas vanguardas europeias e pela Art
Deco, Vicente do Rego Monteiro (1911-1970), assim como Breche-
ret o fez na escultura, buscou também trazer características da arte
indígena para sua estética, como podemos observar na Figura 25.

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288 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Figura 25 O atirador de arco, Vicente do Rego Monteiro, 1925, 65 x 81 cm.

Lasar Segall
O lituano Lasar Segall (1891-1957) foi um dos mais impor-
tantes nomes da primeira geração da pintura modernista brasilei-
ra, abordando com seu estilo expressionista, além dos temas bra-
sileiros, outros “universais” que, em geral, se ligavam ao caráter
social. As Figuras 26 e 27 apresentam duas das obras de Lasar Se-
gall. Observe.
© U4 - Brasil: do Modernismo à Década de 1950 289

Figura 26 Família, Lasar Segall, aquarela.

Figura 27 Bananal, Lasar Segall, 1927, 82 x 127 cm.

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290 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Ismael Nery
Ismael Nery (1900-1934) foi talvez o único representante da
primeira geração de modernistas brasileiros que possa realmente
ter sido chamado de Surrealista, corrente que adotou após passar
pelo Expressionismo e pelo Cubismo. Infelizmente, um desenvol-
vimento ainda maior da sua linguagem artística foi interrompido
pela sua morte prematura, devido a uma tuberculose. A Figura 28
apresenta uma obra de Ismael Nery.

Figura 28 Nu no cabide, Ismael Nery, 1927, 55 x 46 cm.


© U4 - Brasil: do Modernismo à Década de 1950 291

Tarsila do Amaral
Tarsila do Amaral (1886-1973), nascida em Capivari, interior
de São Paulo, cresceu em fazendas de sua rica família, podendo,
entretanto, misturar o “caldo” de cultura popular recebido na in-
fância “caipira” com toda a efervescente cultura europeia do início
do século 20, adquirida em constantes viagens à Europa.
Em 1913, estabeleceu-se em
São Paulo e decidiu estudar pintu-
ra, ingressando na escola de Pedro
Alexandrino e, alguns anos depois,
na Academia Julian, de Paris, na
qual pôde conhecer as obras dos
dadaístas, futuristas e cubistas.
Quando regressou ao Brasil, em
1922, sua pintura ainda não refle-
tia totalmente a influência das ten-
dências modernas, mas isso logo
ocorreria com a aproximação da
artista com o grupo modernista de Figura 29 Retrato de Oswald de Andrade,
Tarsila do Amaral, 1922.
São Paulo, formado por Anita Mal-
fatti, Mário de Andrade, Menotti del Picchia e Oswald de Andrade
(com quem ela se casaria) etc. A Figura 29 representa uma das
obras de Tarsila.
Depois de amadurecer sua linguagem pictórica e de lançar,
junto com seus companheiros de movimento, as bases de uma lin-
guagem pictórica modernista realmente brasileira, a partir da dé-
cada de 1920, quando adotou uma pintura de caráter mais social
(representando muitas vezes a classe trabalhadora urbana e rural),
Tarsila foi “coroada” como um dos grandes nomes da pintura bra-
sileira do século 20.
Em meados da década de 1920, depois do primeiro “impac-
to” causado pela Semana de 1922, os modernistas procuravam se
aprofundar na busca de uma linguagem brasileira. Isto deu início

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292 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

à fase chamada Antropofágica: especialmente Oswald de Andrade


passou a produzir literatura e textos teóricos que propunham uma
“releitura” da antropofagia praticada pelos indígenas na época do
descobrimento: seríamos todos os brasileiros “culturalmente an-
tropófagos”, devorando a cultura estrangeira e transformando-a
em algo só nosso.
A Antropofagia, apesar de ter ficado marcada mais na poe-
sia de Oswald e na pintura de Tarsila, até hoje ecoa como grande
“achado” estético e teórico da arte brasileira. As Figuras 30 e 31
demonstram algumas obras de Tarsila. Observe.

Figura 30 A negra, Tarsila do Amaral, Figura 31 O abaporu (antropófago),


1923, 100 x 81,5 cm. Tarsila do Amaral, 1928, 85 x 73 cm.

O quadro O abaporu (antropófago) é uma espécie de “de-


flagrador” da fase antropofágica do Modernismo brasileiro. Diz-se
que foi uma grande inspiração para Oswald de Andrade escrever
seu famoso Manifesto Antropofágico, em que eram colocadas as
diretrizes da “antropofagia artística”.
Além disso, a obra Operários é outro trabalho de Tarsila que
pode observada na Figura 32.
© U4 - Brasil: do Modernismo à Década de 1950 293

Figura 32 Operários, Tarsila do Amaral, 1933, 150 x 205 cm.

Cândido Portinari
Cândido Portinari (1903-1962) é considerado por muitos
como o mais importante pintor brasileiro de todos os tempos e,
se não o mais importante, ao menos o mais popular e de maior
repercussão internacional.
Nascido em Brodósqui (Figura 33), no interior de São Paulo,
Portinari foi no final da década de 1910 para o Rio de Janeiro, onde
estudou na Escola Nacional de Belas Artes sob orientação de Ro-
dolfo Amoedo, Batista da Costa e Rodolfo Chambelland (pintores
acadêmicos que abordamos na unidade anterior), entre outros.
Viajando para o exterior na virada da década de 1920 para a de
1930, tornou-se, em 1935, o primeiro modernista brasileiro pre-
miado internacionalmente, quando recebeu um prêmio nos EUA
pela obra Café (Figura 34).

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294 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Figura 33 Brodósqui, Cândido Portinari, 1942.

Figura 34 Café, Cândido Portinari, 1935, 130 x 195 cm.


© U4 - Brasil: do Modernismo à Década de 1950 295

Passando ainda na década de 1930 a receber encomendas


oficiais para a confecção de murais e painéis, Portinari, apesar de
suas ideias políticas de esquerda, expressas em diversas obras de
caráter social, como as que representam retirantes nordestinos
(Figura 35), tornou-se então o mais requisitado artista brasileiro
para grandes encomendas governamentais.

Figura 35 Retirantes, Cândido Portinari, 1955, 33 x 32 cm.

Sua fama internacional também continuou crescendo nas


décadas de 1940 e 1950, e a “coroação” de sua carreira interna-
cional deu-se em 1956, quando foram inaugurados seus painéis
intitulados de Guerra e Paz (Figuras 37 e 38), na sede da ONU, em
Nova York.

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296 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Observe na Figura 36 outra das obras de Cândido Portinari.

Figura 36 Painéis realizados por Portinari em azulejos, na Igreja de São Francisco de Assis no
Conjunto Arquitetônico da Pampulha, Belo Horizonte, 1944.

Figura 37 Painel “Guerra e Paz” – Figura 38 Painel “Guerra e Paz” – “Paz”,


“Guerra”, Portinari, 1952-56, 14 x 10,5 Portinari, 1952-56, 14 x 9,5 m, sede da
m, sede da ONU, Nova York. ONU, Nova York.

Guignard
Alberto da Veiga Guignard (1896-1962), apesar de ter nas-
cido em Nova Friburgo, Rio de Janeiro, cedo mudou-se para a Eu-
ropa e iniciou sua formação artística em Munique na Alemanha,
passando depois alguns anos em Paris e Florença.
© U4 - Brasil: do Modernismo à Década de 1950 297

A volta do artista ao Brasil ocorreu em 1929, quando a natu-


reza tropical exuberante o fez reformular vários de seus conceitos
pictóricos. Já na década de 1940, depois de ter dado início às suas
atividades como professor na Escola Nacional de Belas Artes, mu-
dou-se para Belo Horizonte para coordenar a escola de belas artes
da cidade. Neste momento, invadiu a sua obra a temática mineira
(Figura 39).

Figura 39 Ouro Preto, Guignard, 1960, 40 x 50 cm.

Guignard permaneceu em
Minas Gerais até o final de sua
vida. Quanto ao fato de o artista
ser geralmente associado às paisa-
gens, não podemos nos esquecer
de que permearam toda a sua obra
também as naturezas-mortas, as
flores, os temas religiosos, os au-
torretratos e os retratos. Um exem-
plo de seus autorretratos pode ser
conferido na Figura 40.
Figura 40 Auto-retrato, Guignard.

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298 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Flávio de Carvalho
Flávio de Carvalho (1899-
1973) foi um dos mais versáteis
artistas do Modernismo brasileiro,
tendo atingido êxito em vários âm-
bitos: como arquiteto, pintor, de-
senhista, escultor e cenógrafo, por
exemplo. A Figura 41 demonstra
uma de suas obras.
Natural de Barra Mansa, no
Rio de Janeiro, foi com os pais ain-
da pequeno para São Paulo e fez
seu estudo superior na Inglaterra,
onde se formou em Belas Artes e
também em engenharia. Além de Figura 41 Auto-retrato, Flávio de
seu trabalho como pintor, merece Carvalho, 1965.
destaque também seu grande ta-
lento como arquiteto.

Cícero Dias
Natural de Pernambuco, Cícero Dias (1907-2003) mudou-se
em 1925 para o Rio de Janeiro, matriculando-se na Escola Nacional
de Belas Artes. No entanto, o academicismo da escola desagradou
Dias, que a abandonou em 1928. Entre 1925 e 1928, conheceu vá-
rias figuras centrais do Modernismo, como Mário de Andrade, Di
Cavalcanti, Tarsila do Amaral e Oswald de Andrade.
A produção deste período foi marcada por desenhos e aqua-
relas de certa tendência surrealista. Ainda em 1928, Dias realizou
sua primeira individual no Rio de Janeiro, exposição que no mesmo
ano foi levada ao Recife e a Escada, sua cidade natal. Sua produção
se tornou ainda mais famosa, tendo continuado até a década de
1970. Observe a Figura 42 para conhecer um pouco do trabalho de
Cícero Dias.
© U4 - Brasil: do Modernismo à Década de 1950 299

Figura 42 Composição sem título, Cícero Dias.

10. AS DÉCADAS DE 1930, 1940 E INÍCIO DA DÉCADA


DE 1950
Nos anos que se estenderam do início da década 1930 ao
fim da Segunda Guerra Mundial, o Modernismo definitivamente
consolidou-se no Brasil, tanto nas artes plásticas quanto na arqui-
tetura, na literatura e em outros campos.
Aliás, é interessante notar a grande correspondência entre
as abordagens e as temáticas modernistas na literatura e nas artes
plásticas. Assim, se na década de 1920 a chamada “Antropofagia”

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300 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

de Oswald de Andrade fora inspirada pela pintura de Tarsila, nas


décadas de 1930 e 1940, a temática social de pintores como Porti-
nari, por exemplo, foi bastante influenciada pela literatura de no-
mes como Graciliano Ramos.
No que concerne ao ensino de arte, houve também uma mo-
dernização. É digna de nota, por exemplo, a rápida passagem do
arquiteto Lúcio Costa pela diretoria da Escola Nacional de Belas
Artes: Costa contratou professores “modernistas” para diversas
áreas e, no ano de 1931, trouxe o modernismo para a Exposição
Geral de Belas Artes, que foi apelidada naquele ano de Salão Re-
volucionário.
Os conflitos entre modernistas e conservadores fizeram com
que Costa ficasse pouco tempo à frente da Escola Nacional de Be-
las Artes, mas semearam a aceitação do Modernismo pelos meios
acadêmicos. Em 1940, foi criada a “Divisão Moderna” da Exposi-
ção Geral de Belas Artes.
A “modernização”, entretanto, não escondia a pouquíssima
acessibilidade do público e artistas brasileiros ao que se estava
produzindo de mais moderno no mundo. A aridez do panorama
se traduzia, por exemplo, em um número ínfimo de exposições de
vulto vindo do exterior para o Brasil e também na inexistência por
aqui, até meados da década de 1940, de museus de importância
que dessem espaço à arte moderna.
Por tudo isso, ou seja, pela falta de apoio e estrutura míni-
mos, fazia-se necessário que os artistas se unissem em “coopera-
tivas” para a discussão, difusão e promoção do Modernismo. Foi
o que gerou os agrupamentos de artistas, tais como o Núcleo Ber-
nardelli, a SPAM, o CAM e o Grupo Santa Helena.
A seguir, vejamos algumas especificidades de cada um des-
ses agrupamentos de artistas. Acompanhe.
© U4 - Brasil: do Modernismo à Década de 1950 301

Núcleo Bernardelli
O Núcleo Bernardelli, criado em 1931, reunia artistas des-
contentes com o ensino acadêmico de arte no Brasil, por isso seu
nome homenageava os irmãos Bernardelli, Henrique, que abor-
damos na unidade anterior, e Rodolfo, que, quando mestres na
Escola Nacional de Belas Artes, se mostravam mais abertos do que
os outros às inovações.
O grupo instalou-se nos porões da Escola Nacional de Belas
Artes, mas em 1935 foi expulso de lá, devido às pressões dos mais
conservadores na Escola. Continuou suas atividades até 1942 e teve
entre seus membros nomes como Milton Dacosta, José Pancetti, en-
tre outros. Vejamos um pouco sobre a obra desses artistas.

Milton Dacosta
Milton Dacosta (1915-1988) foi um dos mais importantes
modernistas da segunda geração, ou seja, aqueles não contempo-
râneos à eclosão do Modernismo brasileiro, em 1922.
Tendo estudado na Escola Nacional de Belas Artes, chegou
a participar do Núcleo Bernardelli e, depois de viajar para os EUA
e para a Europa, retornou ao Brasil no final da década de 1940,
realizando obras figurativas de formas geometrizadas. Vejamos na
Figura 43 uma das obras de Milton Dacosta.

Figura 43 Roda, Milton Dacosta, 1942.

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302 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Na década de 1950, teve uma fase abstracionista geométrica,


mas na década seguinte retornou à pintura figurativa, ainda que fa-
zendo uso de uma geometria bastante aparente. Observe um pouco
mais do trabalho de Milton Dacosta nas Figuras 44 e 45.

Figura 44 Construção sobre fundo negro, Milton


Dacosta, 1958, 27 x 22 cm.

Figura 45 Figura, Milton Dacosta, 1960, 24 x 19 cm.


© U4 - Brasil: do Modernismo à Década de 1950 303

José Pancetti
O campineiro José Pancetti (1904-1958), outro represen-
tante da segunda geração modernista brasileira, destacou-se pela
técnica pictórica e pelo lirismo de suas obras, entre as quais se
destacam os retratos, as paisagens e, especialmente, as marinhas,
como pode ser observado na Figura 46.

Figura 46 Marinha, Pancetti, 23 x 34 cm.

A SPAM e o CAM
Em São Paulo, a movimentação em torno da arte moderna
foi mais intensa do que no Rio de Janeiro. Isso se refletiu na forma-
ção de associações como a SPAM e o CAM.
A Sociedade Pró-Arte Moderna - SPAM, que reunia nomes
como Lasar Segall, Anita Malfatti, Victor Brecheret e Tarsila do
Amaral, entre outros, foi responsável em 1933 por umas das mais
importantes mostras do Modernismo internacional no Brasil nos
anos 1930. Foram expostas obras de nomes como Picasso, Brancu-
si, Gris, entre outros.

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304 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

O Clube dos Artistas Modernos - CAM, liderado por Flávio de


Carvalho e Di Cavalcanti, criado em 1932, também funcionou como
um importante ponto de encontro e intercâmbio de artistas e inte-
lectuais ligados às artes plásticas, à música, à literatura e ao teatro.

Grupo Santa Helena


Já o Grupo Santa Helena, criado em 1934, reunia, basicamen-
te, artistas imigrantes, sobretudo italianos ou seus descendentes,
que sobreviviam com trabalhos artesanais.
Todos os integrantes passaram por outras profissões que
eram próprias da condição proletária. Por exemplo, Alfredo Volpi
começou como marceneiro, entalhador e encadernador; Francisco
Rebolo trabalhou com pintura de paredes e estuque; Mário Zanini,
como letrista; Clóvis Graciano foi pintor de carroças e funcionário
de estrada de ferro; Fulvio Pennacchi foi, entre muitas coisas, pro-
jetista de esculturas tumulares e professor de desenho.
O nome Santa Helena surgiu do Palacete (que já não existe
mais) que abrigava os ateliês, na Praça da Sé, em São Paulo. Inicial-
mente, não havia a ideia da criação de um movimento, mas por ra-
zões de identificação, quer por origem social, quer pela formação
artística e artesanal, os integrantes do grupo acabaram formando
um círculo de amizade e de trabalho artístico.
A seguir, vejamos as características dos artistas que compu-
nham este grupo. Acompanhe.

Alfredo Volpi
Nascido em Lucca, na Itália, Alfredo Volpi (1896-1988) mu-
dou-se ainda bebê com os pais para São Paulo. Passando pelas
profissões de marceneiro, entalhador e encadernador, tornou-se
pintor e decorador na década de 1910, passando na década de
1930 a fazer parte do grupo Santa Helena.
© U4 - Brasil: do Modernismo à Década de 1950 305

Especializando-se inicialmente em marinhas, Volpi foi, ao


longo da década de 1940, encantando-se cada vez mais com o
tema da arquitetura colonial, tendo isto se coadunado em sua obra
com uma caminhada cada vez mais acelerada para a abstração. A
Figura 47 mostra uma das obras de Alfredo Volpi.

Figura 47 Vista panorâmica de Itanhaém, Alfredo Volpi.

No que concerne especificamente à arte abstrata, o papel de


pioneiro exercido por Volpi fez que o artista fosse considerado um
dos mestres do Concretismo, movimento pictórico abstracionista
surgido na década de 1950, que abordaremos na próxima unida-
de. De qualquer forma, talvez possamos afirmar que em poucas
obras o artista tenha abraçado o abstracionismo em um sentido
estrito; isso porque, para suas incursões abstratas, na maioria dos
casos, Volpi manteve certa ligação com o Figurativismo, fazendo
uso de temas como suas famosas bandeirinhas. Observe as Figuras
48 e 49, as quais demonstram duas das obras de Alfredo Volpi.

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306 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Figura 48 Casas, Alfredo Volpi, 1953, Figura 49 Bandeirinhas, Alfredo Volpi,


80,5 x 46 cm. 1958, 44,2 x 22,1 cm.

Francisco Rebolo
Francisco Rebolo Gonzáles (1902-1980), “sócio-fundador”
do Grupo Santa Helena, especializou-se em representar a cidade
de São Paulo, suas redondezas e paisagens em geral segundo uma
linguagem modernista concisa e extremamente viva. Devemos,
ainda, salientar uma curiosidade: o artista chegou a ser jogador
de futebol do Corinthians e foi ele o responsável pela versão do
distintivo do time que é usada até hoje, com os remos e a âncora
(mesmo tendo a versão atual passado por revisões que refinaram
seu design). As Figuras 50 e 51 apresentam duas obras de Francis-
co Rebolo.
© U4 - Brasil: do Modernismo à Década de 1950 307

Figura 50 Praça Clóvis, Rebolo, 1944, 66 x 77 cm.

Figura 51 Escudo do Sport Club Corinthians


Paulista, Francisco Rebolo Gonzáles, 1940.

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308 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Mário Zanini
Mario Zanini (1907-1971) nasceu em São Paulo. De 1924 a
1926, frequentou o Liceu de Artes e Ofícios, e depois da fundação
do Grupo Santa Helena, em 1934, participou de diversas exposi-
ções, individuais e coletivas.

Figura 52 Futebol, Mário Zanini, 60 x 73 cm.

Clóvis Graciano
Paulista de Araras, Clóvis
Graciano (1907-1988) foi outro
que começou sua vida artística no
Grupo Santa Helena. A paisagem,
os desenhos com modelos vivos e
as naturezas-mortas eram temas
obrigatórios de suas composi-
ções, cuja paleta muito se asse-
melhava à de seus companheiros.
Dentre as obras de Clóvis Gracia-
no, está a Dança das bandeirolas Figura 53 Dança das bandeirolas, Clóvis
(Figura 53). Graciano, 1943.
© U4 - Brasil: do Modernismo à Década de 1950 309

No entanto, aos poucos a linguagem artística de Graciano foi


se singularizando, na medida em que se manifestavam a primazia
do desenho sobre a pintura e seu interesse pela figura humana.
Graciano especializou-se, também, na confecção de murais que
decoram fachadas de vários prédios em São Paulo. Observe uma
destas obras na Figura 54.

Figura 54 Mural de Clóvis Graciano no Edifício Nações Unidas, na Avenida Paulista, em São
Paulo, 1959.

Fulvio Pennacchi
Fulvio Pennacchi (1905-1992) nasceu na Itália, ali iniciando
sua formação artística. Chegou ao Brasil em 1929 e passou então
a trabalhar como ceramista, pintor e professor de desenho, inte-
grando nas décadas de 1930 e 1940 o Grupo Santa Helena. Os te-
mas preferidos de Pennacchi eram os relativos à Bíblia, mas havia
também um enorme gosto pelos temas “caipiras” brasileiros, em
obras que representavam as festas populares e as pessoas do inte-
rior, como mostra a Figura 55.

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310 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Figura 55 Festa de São João, Fulvio Pennacchi, 10 x 17 cm.

Os museus
Até meados da década de 1940, o Brasil sofria de grande ca-
rência de museus. E, no caso de museus que se prestassem a exibir
obras de arte moderna, esta carência era ainda maior. Por isso,
como já vimos, grande parte dos artistas brasileiros que puderam
desenvolver uma linguagem modernista só conseguiu ter contato
com a arte moderna internacional por meio de viagens ao exterior.
No Brasil, a possibilidade de apreciação de obras de vulto,
especialmente modernista, dependia da boa vontade de agrupa-
mentos de artistas na organização de exposições esporádicas que
trouxessem obras dos EUA e, especialmente, da Europa.
Este cenário começou a mudar na década de 1940, com o
aparecimento do Museu de Arte de São Paulo, do Museu de Arte
Moderna de São Paulo e do Museu de Arte Moderna do Rio de
Janeiro. A seguir, vejamos sobre cada em deles.
© U4 - Brasil: do Modernismo à Década de 1950 311

O MASP
O Museu de Arte de São Paulo - MASP (Figura 56) foi o pri-
meiro grande museu “moderno” do Brasil. Fundado em 1947,
teve como seu grande mecenas o jornalista Assis Chateaubriand e
como diretor, Pietro Maria Bardi.

Figura 56 Foto recente do MASP.

O museu foi inicialmente instalado no prédio dos Diários As-


sociados, em São Paulo, e somente em 1967 passou a contar com
sede própria: o edifício de Lina Bo Bardi, que ocupa os locais do
antigo Trianon, na Avenida Paulista.

Parque do Trianon–––––––––––––––––––––––––––––––––––––
O Parque do Trianon, chamado de Parque Tenente Siqueira Campos, foi inaugu-
rado em 1892, junto com a abertura da Avenida Paulista. O apelido de “Trianon”
deve-se a ter havido na frente do parque nas primeiras décadas do século 20,
onde hoje se encontra o MASP, o Belvedere Trianon, construção projetada por
Ramos de Azevedo do qual se via todo o Vale do Anhangabaú. Em 1957, o Bel-
vedere Trianon foi demolido para dar lugar ao MASP (Figura 57).
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

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312 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Figura 57 O MASP em construção, na década de 1960.

O MAM-SP
O Museu de Arte Moderna de São Paulo surgiu como uma
organização de caráter privado, em meados de 1948, embora sua
exposição de abertura tenha ocorrido apenas em março de 1949.
Em seu início, o MAM (Figura 58) dependia muito das coleções
particulares de Francisco Matarazzo Sobrinho, um de seus funda-
dores. Posteriormente, foi ganhando força e passando a abrigar
um dos maiores acervos de arte moderna e contemporânea da
América Latina. O edifício que hoje cedia o Museu, na marquise
do Parque do Ibirapuera, em São Paulo, foi inaugurado em 1968.

Parque do Ibirapuera–––––––––––––––––––––––––––––––––––
Considerada uma das mais importantes áreas verdes de São Paulo, o Parque do
Ibirapuera foi inaugurado por ocasião das comemorações do IV Centenário da
fundação da cidade de São Paulo, em 1954.
Possui uma área de 1,6 milhões de m² e no seu interior encontram-se importan-
tes prédios públicos, vários museus, jardins, lagos e espaços esportivos.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
© U4 - Brasil: do Modernismo à Década de 1950 313

Figura 58 O MAM-SP.

O MAM-RJ
O MAM do Rio de Janeiro foi inaugurado em janeiro de 1949,
em condição de precariedade: não possuía acervo e as instalações
resumiam-se a duas salas na sede de um banco.
Entretanto, apoiado pelos artistas, o MAM-RJ (Figura 59) se
tornaria ponto obrigatório de referência no meio cultural carioca,
promovendo exposições, cursos e eventos culturais. Deve-se des-
tacar também o seu edifício-sede, projetado por Affonso Eduardo
Reidy na década de 1950.

Figura 59 O MAM-RJ.

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314 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

As Bienais
A 1ª Bienal de São Paulo (Fi-
gura 60) foi inaugurada em 20 de
outubro de 1951. A ideia partiu de
Ciccillo Matarazzo e, antes de ter
sua sede própria no Parque do Ibi-
rapuera, a primeira edição foi rea-
lizada no Trianon, na Avenida Pau-
lista. Lá foi construído um pavilhão
que foi apelidado de “caixotão”.
O dinheiro para a realização
da mostra saiu na sua maior par-
te do bolso de Matarazzo, com al-
guma colaboração dos governos
municipal, estadual e federal. Já a
segunda edição contou com maior Figura 60 Cartaz da Primeira Bienal
Internacional de São Paulo.
colaboração do dinheiro público,
devido às comemorações do IV
Centenário da cidade de São Paulo,
em 1954.
No catálogo da 1ª Bienal,
justificava-se a necessidade da
realização de uma mostra de arte
internacional no Brasil. Segundo o
texto, a cidade de São Paulo havia
crescido e, consequentemente, ha-
via aumentado o número de artis-
tas e o público interessado em arte
moderna. O MAM surgira como
núcleo de estímulo para as criações
artísticas nacionais, mas logo se
fez necessário ampliar a discussão
para um contexto internacional. Figura 61 Cartaz da Segunda Bienal
Internacional de São Paulo.
© U4 - Brasil: do Modernismo à Década de 1950 315

O grande modelo para a Bienal de São Paulo foi a Bienal de


Veneza (a Bienal de São Paulo importou de Veneza o modelo de ex-
posição internacional dividindo-se por países) e houve um acordo
bilateral de intercâmbio do MAM-SP com o MoMA de Nova York,
que ajudou na realização da mostra.

MoMA–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
O Museum of Modern Art - MoMA foi fundado em 1929. Pouco depois já era o
mais famoso e frequentado museu de Nova York, possuindo uma coleção que
rapidamente se tornaria uma das mais importantes do mundo.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
A primeira Bienal foi um grande sucesso. A segunda (Figura
61), inaugurada em dezembro de 1953 e durando até fevereiro de
1954, foi um sucesso ainda mais surpreendente, contando com a
presença de alguns dos maiores nomes da arte moderna interna-
cional.

Bienal de Veneza––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Ocorrendo desde 1895, a Bienal de Veneza é até hoje a principal mostra perió-
dica de arte do mundo.
As primeiras edições deram mais destaque às Artes Decorativas, mas tal desta-
que foi abandonado especialmente a partir de 1907, quando começaram a ser
utilizados os pavilhões internacionais, cada um representando um dos países
participantes.
Depois da Primeira Guerra Mundial, a mostra passou a ser uma das grandes
“vitrines mundiais” da Arte Moderna e, a partir dos anos 1950, tudo o que surgiu
de mais inovador nas Artes Plásticas passou por ali.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

11. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS


Terminando esta unidade, reflita sobre as seguintes questões:
1) Por que, em um primeiro momento, o Modernismo brasileiro eclodiu em
São Paulo e não no Rio de Janeiro, então capital da República?

2) O que as obras de Anita Malfatti me transmitem? Concordo com a visão de


alguns críticos da época (entre eles Monteiro Lobato) de que os quadros da
artista são meras "distorções" da realidade e da arte? Ou são obras que tra-
duzem uma expressividade e uma sensibilidade essencialmente modernas?

Claretiano - Centro Universitário


316 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

3) A Semana de Arte Moderna de 1922 foi um dos acontecimentos artísticos


mais importantes do século 20 no Brasil ou foi mais um entre muitos outros
tão ou mais importantes? Por quê?

4) Quais são os artistas da primeira geração modernista que mais me agradam?


Por quê?

5) De que maneira a situação política no Brasil pós-Revolução de 1930 ajudou


ou atrapalhou a consolidação do modernismo no país?

6) A falta de estrutura e de apoio à arte que o Brasil demonstrava nas décadas


de 1930 e 1940 influenciou na produção artística brasileira? Em que medi-
da?

12. CONSIDERAÇÕES
Chegamos ao final da quarta unidade do Caderno de Refe-
rência de Conteúdo de História da Arte: Arte Internacional e Arte
Brasileira, na qual vimos como surgiu e se consolidou o Modernis-
mo no Brasil, dando à nossa arte a maturidade e a identidade que
não apresentara até então.
Na próxima unidade, vamos ver como a partir de meados da
década de 1950 a arte brasileira deu um novo salto com o Concre-
tismo e o Neoconcretismo; e como, nas décadas seguintes, nossos
artistas estabeleceram um diálogo cada vez mais forte com tudo o
que se fazia de mais instigante no cenário artístico internacional,
na chamada Pós-modernidade.
Até lá!

13. E-REFERÊNCIAS

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EAD
Brasil: da Década de 1950
ao Ano 2000

5
1. OBJETIVOS
• Conhecer o contexto histórico do Brasil na segunda meta-
de do século 20.
• Entender como se deu a eclosão do Concretismo e do
Neoconcretismo em um país que buscava se “reinventar”.
• Identificar as principais características do Concretismo,
do Neoconcretismo e dos artistas desses movimentos.
• Entender como o que estava em voga na arte internacio-
nal das décadas de 1960 e 1970 (Arte Pop, Arte Concei-
tual etc.) foi adaptado e redimensionado para a aborda-
gem artística da realidade do Brasil da ditadura.
• Conhecer as principais características da arte surgida a
partir da década de 1980 e as poéticas pessoais de alguns
de seus artistas.
• Identificar as principais características e os principais no-
mes da arte surgida na década de 1990 no Brasil.
326 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

2. CONTEÚDOS
• Introdução: a superação da busca de uma identidade na-
cional na arte brasileira da segunda metade do século 20.
• Contexto histórico: suicídio de Vargas, os anos JK, Jânio e
a renúncia, Jango, Golpe Militar de 1964, ditadura, aber-
tura política, décadas de 1980 e 1990.
• Concretismo e Neoconcretismo.
• Artistas concretos e neoconcretos: Waldemar Cordei-
ro, Luiz Sacilotto, Geraldo de Barros, Anatol Wladyslaw,
Maurício Nogueira Lima, Aluísio Carvão, Ivan Serpa, Lygia
Clark, Hélio Oiticica, Lygia Pape, Amílcar de Castro, Franz
Weissmann.
• Final da década de 1960 e década de 1970: a Arte Con-
ceitual.
• Cildo Meireles, Carmela Gross, Waltércio Caldas.
• Final da década de 1960 e década de 1970: reflexos da
Pop Art no Brasil.
• Rubens Gerchman, Cláudio Tozzi, Nelson Leirner, José
Roberto Aguilar, Antonio Dias, Marcelo Nitsche, Wesley
Duke Lee.
• Década de 1980: a “Geração 80”.
• Leonilson, Leda Catunda, Daniel Senise, Sérgio Romagno-
lo, Lia Menna Barreto.
• A arte da década de 1990: linhas gerais.
• Nuno Ramos, Caetano de Almeida, Adriana Varejão, Dora
Longo Bahia, Edgard de Souza, Jac Leirner, Vik Muniz, Iran
do Espírito Santo, Rosângela Rennó.

3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE


Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que
você leia as orientações a seguir:
© U5 - Brasil: da Década de 1950 ao Ano 2000 327

1) Os livros sugeridos nas referências bibliográficas ajuda-


rão você a ampliar e a aprofundar seus conhecimentos.
Entretanto, as fronteiras ficam abertas, para dialogar
também com os tutores e outros textos, uma vez que,
para produzir conhecimento, a leitura é indispensável.
2) Para complementar o estudo desta unidade, listamos, a
seguir, músicas, filmes e um vídeo, para que você apro-
funde seu arcabouço teórico e cultural.
• Os anos JK – uma trajetória (1980): para saber mais
sobre JK, recomendamos que você assista a este fil-
me, de Silvio Tendler, lançado em DVD pela Versátil
Home Video.
• Terra em Transe (1967): filme que trata da ebulição
política de Eldorado (país fictício obviamente inspi-
rado no Brasil) em momento de grande luta envol-
vendo direita, esquerda, políticos, artistas e todas as
forças da sociedade. O filme dialoga muito, direta,
indireta e metaforicamente, com o golpe de 1964 e é
"profético" em relação à repressão ainda maior que
viria a partir de 1968.
• Para assistir a uma antológica e, para muitos, inu-
sitada e esquisita apresentação de Aguilar e sua
Banda Performática na televisão, no início dos
anos 1980, recomendamos que consulte o seguin-
te endereço eletrônico: <http://www.youtube.com/
watch?v=t5HYC3bXZho>. Acesso em: 7 dez. 2010.
• O álbum Tropicália (1968) é um disco manifesto do
movimento de mesmo nome no qual participaram
Caetano, Gil, Gal Costa, Tom Zé, os Mutantes e Nara
Leão, entre outros. Vale a pena ouvi-lo.
• Podemos dizer que seria criminoso indicar apenas
alguns discos ou canções entre os tantos(as) produ-
zidos com maestria pela Bossa Nova. Procure você
mesmo o que mais lhe agrada. Pode-se abrir exceção

Claretiano - Centro Universitário


328 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

apenas para algumas obras-primas maiores, como


o álbum O amor, o sorriso e a flor, de João Gilber-
to. Mas ouça com atenção: trata-se de um tipo de
música que, se apreciada com cuidado, revela com
beleza e lirismo o que há de mais delicado na cultura
brasileira.
3) Antes de iniciar os estudos desta unidade, pode ser in-
teressante conhecer um pouco da biografia de alguns
líderes e artistas, cujos feitos e obras norteiam o estudo
deste Caderno de Referência de Conteúdo.

Eurico Gaspar Dutra (1883-1974)


O mato-grossense foi um militar que ocupou a Presidência da República, mas
por vias democráticas. Ideologicamente conservador, Dutra foi responsável, no
contexto internacional da Guerra Fria, por uma grande aproximação do Brasil
com os EUA.

Juscelino Kubitschek (1902-1976)


Nascido em Diamantina (MG), era dono de um estilo político “tipicamente minei-
ro”, adepto das negociações e do diálogo com todos os setores da sociedade.
Com esta postura, aumentou os investimentos estatais na economia (a despeito
da crescente inflação), atraiu investimentos estrangeiros para o Brasil, levantou
“do zero” a indústria automobilística brasileira e construiu Brasília.

Jânio Quadros (1917-1992)


Sul-matogrossense de Campo Grande foi, para muitos, uma incógnita política.
Professor de português de formação teve uma carreira meteórica na política pau-
lista: foi eleito prefeito de São Paulo, pouco depois governador e logo já ocupava
a Presidência da República. Seu principal mote eleitoral era o combate à corrup-
ção.
Ideologicamente, Jânio era conservador, mas sua imprevisibilidade, que muitos
ligam à tendência ao alcoolismo, e excentricidade fizeram-no tomar medidas
também esquerdistas.
O episódio da renúncia, que originou um dos períodos mais turbulentos da Histó-
ria do Brasil, é explicado pelos historiadores, mas mantém até hoje uma aura de
enorme incompreensão e mistério.

Glauber Rocha (1939-1981)


O baiano é tido por muitos como o maior cineasta da nossa história. Grande líder
do Cinema Novo, realizou uma obra de grande densidade poética e política, com
grande repercussão não apenas no Brasil, mas em todo o mundo. Entre seus
principais filmes, podemos destacar Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964) e
Terra em Transe (1967).
© U5 - Brasil: da Década de 1950 ao Ano 2000 329

Tancredo Neves (1910-1985)


Nascido em São João Del Rei, foi, assim como JK, um político à “moda mineira”,
de perfil conciliador. Por isso mesmo, foi escolhido para liderar o país em duas
importantes ocasiões: durante um curto período em que passamos pelo regime
parlamentarista (entre a renúncia de Jânio e a posse de Jango com plenos pode-
res), quando Tancredo foi Primeiro Ministro por um tempo; e na redemocratização
do país, quando foi eleito o primeiro presidente civil depois da ditadura militar.

Fernando Henrique Cardoso (1931)


O carioca é figura central na política brasileira das últimas décadas. Sociólogo
de formação e com renome internacional, foi perseguido pela ditadura militar,
tendo morado e lecionado no exterior durante o período de maior repressão.
Voltando ao Brasil no final da década de 1970, foi um dos líderes do processo de
redemocratização.
No início da década de 1990, Fernando Henrique ocupou o cargo de Ministro
da Fazenda do governo Itamar Franco, liderando o Plano Real, que estabilizou
a economia do país. Isto promoveu a sua eleição para presidente em 1994, e a
reeleição em 1998. Ainda hoje é um dos mais importantes líderes do PSDB.

Max Bill (1908-1994)


O escultor, professor e designer suíço, que estudou na Bauhaus, foi, além de um
dos grandes influenciadores da arte concreta brasileira, um dos responsáveis
pela introdução dos conceitos referentes ao design moderno por aqui em suas
passagens por nosso país.

Jean-Marc Nattier (1685-1766)


Foi um dos grandes retratistas franceses do século 18. Tem quatro das suas
belas pinturas no Museu de Arte de São Paulo (retratos alegóricos das quatro
filhas de Luís XV).

4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Chegamos à quinta e última unidade do Caderno de Referên-
cia de Conteúdo de História da Arte: Arte Internacional e Arte Bra-
sileira. Na unidade anterior, vimos como, por meio do Modernis-
mo, o Brasil pôde digerir elementos das chamadas “vanguardas”
modernistas internacionais para fazer surgir artistas e obras que
apontavam para uma linguagem artística que, por diversos aspec-
tos, pôde finalmente ser chamada de “brasileira”.
Nesta unidade, veremos como, com o advento do Concretis-
mo e do Neoconcretismo, a arte brasileira superou a fase de afir-

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330 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

mação da identidade nacional para se conectar ao abstracionismo


geométrico internacional e criar uma arte aparentemente desvin-
culada de regionalismos ou nacionalismos. Paradoxalmente, en-
tretanto, o Concretismo e o Neoconcretismo acabariam se identi-
ficando fortemente com a realidade de um país que, em meados
do século 20, buscava literalmente se “reinventar”.
Veremos também que, da década de 1960 até o ano 2000,
cada vez mais foi sendo minada a distância entre o que de mais
avançado acontecia na arte brasileira e o que de mais avançado
acontecia na arte internacional, o que também paradoxalmente
permitiu que muitos dos nossos artistas dessem vazão como nun-
ca à expressão da cultura, da realidade e das idiossincrasias do
nosso país. Devido à proximidade histórica, optou-se por encerrar
o período abordado nesta unidade no ano 2000.
Bons estudos!

5. CONTEXTO HISTÓRICO
Como vimos na unidade anterior, o cenário externo produzi-
do pela vitória dos aliados, apoiados pelo Brasil, e da democracia
sobre o Nazi-fascismo na Segunda Guerra Mundial reverberou no
cenário interno brasileiro, que também pedia mudanças. Teve en-
sejo, então, o fim da ditadura de Getúlio Vargas, com eleições di-
retas em 1945, e foi eleito para a presidência Eurico Gaspar Dutra.
O governo Dutra, indo numa direção contrária à do popu-
lismo getulista, primou pelo saneamento das contas do Estado,
promovendo um desaceleramento na industrialização do país. Nas
eleições de 1950, porém, Vargas candidatou-se à presidência da
república e obteve uma vitória esmagadora.
No novo governo Vargas, tornou-se ainda mais acirrada a
disputa entre nacionalistas-desenvolvimentistas (as correntes
mais à esquerda) e aqueles que viam o projeto nacionalista como
perigosamente “esquerdista” (a elite). Lembremo-nos também de
que na década de 1950 não apenas o Brasil, mas todo o mundo se
dividia ideologicamente, espelhando o auge da Guerra Fria.
© U5 - Brasil: da Década de 1950 ao Ano 2000 331

Em 1953-1954, o acirramento das disputas políticas come-


çou a gerar uma insustentável instabilidade no governo, até que a
situação culminasse no suicídio de Vargas com um tiro no peito no
dia 24 de agosto de 1954.
Tal acontecimento acabou virando a situação política no
avesso daquela em que o país se encontrava até então. A comoção
nacional imediatamente tornou os críticos do governo os “assas-
sinos de Getúlio”, e com isso abriu-se caminho para a eleição do
também desenvolvimentista Juscelino Kubitschek em 1955.
JK era um político “à moda mineira”, ou seja, um concilia-
dor. Tal habilidade tornou possível seu projeto modernizante ainda
mais radical do que aquele empreendido por Vargas, projeto este
coroado com a inauguração de Brasília em 1960. As Figuras 1, 2 e
3 mostram desde o plano urbanístico de Brasília até a construção
do Congresso Nacional, acompanhe:

Figura 1 O famoso plano urbanístico em formato de avião, realizado para Brasília por Lúcio
Costa.

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332 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Figura 2 A Praça dos Três Poderes sendo construída.

Figura 3 O Congresso Nacional sendo construído.

Devemos salientar que, durante a presidência de JK, o Brasil


encontrou-se em um momento de grande otimismo, para o qual
contribuiu não apenas o crescimento econômico, mas também,
nos esportes, conquistas como a da Copa do Mundo de 1958 e, no
campo da cultura, movimentações marcantes como a que resultou
© U5 - Brasil: da Década de 1950 ao Ano 2000 333

no surgimento da Bossa Nova. Por isso, Juscelino ficou conhecido


como o “Presidente Bossa Nova”. Vejamos na Figura 4 alguns dos
principais nomes da Bossa Nova.

Figura 4 Reunião de alguns dos principais nomes da Bossa Nova: da esquerda para a direita:
Tom, Vinícius, Bôscoli, Roberto Menescal e Carlinhos Lyra.

No ano de 1960, foi eleito como novo presidente Jânio Qua-


dros, que teve como seu primeiro “pepino” a quebra das finanças
estatais herdada de JK. Logo foram tomadas medidas econômicas
impopulares, e isto, aliado à maneira extremamente autocrática
e às vezes até bizarra de governar de Jânio, não contribuiu para a
sua popularidade.
Demonstrando inépcia na negociação política e acusando o
Congresso de impedi-lo de governar, Jânio renunciou ao seu man-
dato apenas sete meses depois de ter tomado posse (Figuras 5
e 6), levado pela crença de que voltaria ao poder “nos braços do
povo”, com poderes extraordinários e podendo governar ditato-
rialmente. No entanto, o Congresso aceitou sua renúncia, o povo
não saiu às ruas para pedir a sua volta e sua jogada política foi um
dos maiores fiascos da História do Brasil.

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334 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Figura 5 A carta de renúncia de Jânio. Figura 6 Capa de revista abordando a


renúncia de Jânio.

Jânio foi sucedido por João


Goulart (1919-1976), o “Jango”,
seu vice, que demorou para as-
sumir a presidência com plenos
poderes. Isto porque a elite do
país temia suas tendências es-
querdistas, ainda mais no cená-
rio de acirradas disputas ideoló-
gicas da década de 1960. Isto fez
que Jango se tornasse presiden-
te, mas, após tomar medidas de
cunho esquerdista, foi deposto
pelo golpe militar de 1964 (Figu-
ras 7 e 8). Figura 7 Em março de 1964, Jornal
do Brasil noticia medidas de Jango
tidas como "esquerdistas" pelos
conservadores e que serviriam de
estopim para o golpe de 1964.
© U5 - Brasil: da Década de 1950 ao Ano 2000 335

Figura 8 Militares saem às ruas da capital e das principais cidades do país no golpe de 1964.

Culturalmente, a década de 1960 foi, entretanto, uma das


mais ricas da História do Brasil. No cinema, tivemos o Cinema
Novo, em que jovens politizados muito influenciados pelo cinema
europeu, especialmente pelo Neorealismo Italiano, conseguiram,
com parcos recursos (e fazendo bom uso disso), sair dos estúdios
para as ruas e para o interior do país, mostrando ao Brasil um Bra-
sil que o próprio país não conhecia. Entre esses jovens, destacou-
-se Glauber Rocha, tido como um dos grandes nomes da história
do cinema no século 20. Vejamos nas Figuras 9 e 10 cartazes de
alguns filmes de Glauber Rocha.

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336 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Figura 9 Cartaz de “Deus e o Diabo na Figura 10 Cartaz do filme “Terra em


Terra do Sol”, filme de Glauber Rocha. Transe”, de Glauber Rocha.

Na música, surgiram aqueles que até hoje são os grandes


nomes vivos da MPB: Chico Buarque de Hollanda, Caetano Veloso,
Gilberto Gil, Roberto Carlos, entre vários outros. Chico caracteri-
zou-se pelas letras riquíssimas combinadas a uma musicalidade
bossanovista; Roberto por uma linguagem bastante popular, mui-
to influenciada pelo rock n’ roll; Caetano e Gil, por incorporarem
a elementos tipicamente brasileiros a energia da guitarra elétrica
e do rock, o que os tornou por algum tempo alvo das críticas dos
setores mais “puristas” da nossa música.
Gil e Caetano foram, inclusive, responsáveis por um movi-
mento que dialogou muito com as artes plásticas, em especial a
Arte Pop: a Tropicália (Figura 11). O nome “Tropicália”, aliás, foi
inspirado em uma instalação de Hélio Oiticica.
© U5 - Brasil: da Década de 1950 ao Ano 2000 337

Figura 11 Gil e Caetano na época do movimento tropicalista.

O primeiro presidente militar do Brasil foi Castelo Branco


(1897-1967), que promoveu a estabilização da economia, e foi su-
cedido por Costa e Silva (1899-1969). Durante o governo de Costa
e Silva, as tensões políticas chegaram ao seu clímax. Percebendo
que os militares acabariam se perpetuando no poder – ao contrá-
rio do que haviam prometido – e fazendo uso da relativa liberdade
de expressão ainda existente, as esquerdas partiram para a pres-
são total contra o governo.
Na esteira de movimentos encabeçados por estudantes, in-
telectuais e líderes trabalhistas em todo o mundo, foram organi-
zadas enormes passeatas, como a “Passeata dos Cem Mil” (Figura
12), no Rio de Janeiro, e protestos contra o governo, já então cha-
mado de “ditadura”. Isto fez que os militares decretassem, em de-
zembro de 1968, o famigerado Ato Institucional número 5 (Figura
13), que extinguia de vez os resquícios de democracia, a liberdade
de expressão e a possibilidade de dissidência política no país.

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338 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Figura 12 Passeata dos Cem Mil.

Figura 13 Primeira página do Jornal do Brasil anunciando o AI-5.


© U5 - Brasil: da Década de 1950 ao Ano 2000 339

Paralelamente, o cenário econômico era altamente favorá-


vel. O programa de estabilização inaugurado logo após o golpe
conseguiu reduzir a inflação e, a partir de 1968, a economia co-
meçou a crescer com velocidade espantosa. Tal “boom” inaugurou
o período batizado de “milagre econômico”, vivido especialmente
durante o governo de Emílio Garrastazu Médici (1905-1985).
Enquanto centenas de pessoas, adeptas ou não da luta ar-
mada contra a ditadura, eram presas e torturadas, a taxa média de
crescimento da economia brasileira, de 1968 a 1974, ultrapassou
os 10% ao ano (índice próximo dos espantosos números atuais da
economia chinesa).
Em contrapartida, o tal “milagre econômico” aumentou as
desigualdades sociais; encheu as cidades, que não puderam arcar
com a infraestrutura necessária para um crescimento populacio-
nal tão rápido; e fez que a economia do país “desmoronasse” na
segunda metade da década de 1970, com as crises do petróleo e a
disparada dos juros internacionais, o que tornou o Brasil um país
sem crédito e altamente endividado.
Tal cenário acelerou a chamada “abertura política” e a saída
de cena da ditadura, iniciada no governo de Ernesto Geisel (1907-
1996). O processo foi completado por João Figueiredo (1918-
1999).
Em 1982, aconteceram eleições diretas para governador; e,
em 1984, ocorreu o movimento conhecido como “Diretas Já” (Fi-
gura 14), que defendia as eleições diretas para presidente no ano
seguinte. O movimento pelas diretas não obteve êxito, mas o pre-
sidente seguinte a ser eleito, pelo Congresso, foi um civil, Tancredo
Neves (Figura 15).

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340 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Figura 14 Vista da Praça da Sé (São Paulo) durante comício pelas "Diretas


Já", em 1984.

Figura 15 Tancredo Neves discursando logo após ser eleito presidente da


República pelo Congresso Nacional, em janeiro de 1985.
© U5 - Brasil: da Década de 1950 ao Ano 2000 341

Tancredo, figura de grande habilidade política, era, sem dú-


vida, uma ótima escolha para guiar o “renascimento” da democra-
cia brasileira. No entanto, problemas de saúde, vindos a público
apenas no dia da posse, em 15 de março de 1985, impediram-no
de iniciar seu governo, fazendo-o passar por várias cirurgias até
a sua morte em 21 de abril do mesmo ano. Quem tomou posse
foi José Sarney, nascido em 1930, maranhense oriundo das anti-
gas e poderosas oligarquias nordestinas e ex-membro da ARENA
(partido de apoio aos militares), colocado como vice na chapa de
Tancredo para compor uma “coalizão”.
Em 1986, surgiu, como tentativa de solucionar os problemas
da economia brasileira, o Plano Cruzado. Em parte, devido à ina-
bilidade política do governo, o plano fracassou, o que fez com que
o país tivesse altos índices de inflação até o surgimento do Plano
Real, na década seguinte.
Em 1989, depois de quase trinta anos sem eleições diretas
para Presidente da República, foi eleito Fernando Collor de Melo,
nascido em 1949, político jovem surgido em Alagoas com a pro-
messa de exterminar a corrupção. Observe na Figura 16 a imagem
de um debate entre Collor e Luiz Inácio Lula da Silva.

Figura 16 Fotografia do último debate televisivo antes do segundo turno da eleição


presidencial de 1989, envolvendo Collor e Luiz Inácio Lula da Silva.

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342 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Paradoxalmente, Collor revelou-se corrupto, de tendência


ditatorial e afundou ainda mais a economia do país. Foi retirado
do poder por impeachment no final de 1992 e substituído por Ita-
mar Franco (nascido em 1930), no governo de quem teve início a
estabilização da economia promovida pelo grupo de intelectuais e
tecnocratas liderados por Fernando Henrique Cardoso, que seria
eleito presidente em 1994 e reeleito em 1998. Observe na Figura
17 estudantes reivindicando o impeachment de Fernando Collor.

Figura 17 Estudantes (chamados de “caras pintadas”) reivindicando


em passeata o impeachment de Fernando Collor.

6. CONCRETISMO E NEOCONCRETISMO
No final da década de 1940, a arte brasileira ainda tinha a fi-
gura humana como tema predominante de suas obras. Quanto aos
estilos, apesar da presença de vários deles, o Expressionismo foi o
mais utilizado. Muitos dos artistas expressavam uma preocupação
social, muitas vezes mostrando engajamento, como, por exemplo,
© U5 - Brasil: da Década de 1950 ao Ano 2000 343

Portinari. Este período, que marcaria a consolidação da arte mo-


derna na sociedade brasileira, traria, porém, uma inovação para o
país: a chegada do Abstracionismo.
Já depois da Segunda Guerra, se alguns artistas brasileiros
ainda se encontravam muito agregados à questão figurativa, que
foi repensada com a abertura dos primeiros museus brasileiros
com obras de arte moderna e com a Bienal de São Paulo, que vi-
mos na unidade anterior, o Abstracionismo já começava a florescer
por aqui com força e, desde o início, com uma certa tendência à
geometrização.
Na 1ª Bienal, por exemplo,
a obra denominada Unidade Tri-
partida (1948-1949), do escultor
suíço Max Bill, criou grande impac-
to (Figura 18). Nesta obra, a arte
mostrava seu envolvimento defi-
nitivo com a técnica da sociedade
industrial, tornando-se uma arte
elaborada com o auxílio de regras
matemáticas e obras com formas
geométricas.
Aos poucos foi criado então
o cenário para o surgimento de um
dos mais importantes movimentos
da arte brasileira: o Concretismo. Figura 18 Unidade Tripartida, Max Bill.

O Concretismo foi um movimento internacional, dando-se


este nome ao conjunto de algumas das tendências do abstracio-
nismo geométrico do pós-Segunda Guerra. Defendia a geometri-
zação, a colocação do artista como um “operário da estética” e a
ligação da arte com o design e a indústria. Entretanto, no Brasil o
movimento ganhou contornos próprios e grande consistência esté-
tica, e foi responsável pela renovação do nosso universo artístico.
Aos poucos, a Arte Concreta foi se “colando” ao panorama
artístico nacional e, mais do que isso, passou a dominá-lo. Com

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344 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

isso, assim como o Expressionismo Abstrato marcara a arte mo-


derna dos Estados Unidos, a Arte Concreta foi se ratificando como
um importante marco no Brasil. Isto se uniu à situação de termos
passado, nas décadas de 1950-1960, por um período de grande
desenvolvimento, especialmente, nos anos do governo de Jusce-
lino Kubitschek.
O Concretismo brasileiro espelhava esta atmosfera. Irradiava
modernidade, internacionalismo e ganhava terreno como a pro-
messa de uma “nova” visualidade para um “novo” país.
O caminho para a aceitação do Concretismo em todos os se-
tores da arte brasileira, porém, não foi simples. A arte figurativa,
ou seja, aquela ligada à representação de figuras e formas reco-
nhecíveis, tinha como seus defensores muitos dos “medalhões do
Modernismo”, que se apresentavam abertamente resistentes às
experiências abstratas, como, por exemplo, divulgando manifestos
e publicações que atacavam o Concretismo.
De qualquer maneira, durante a década de 1950, o Con-
cretismo foi se consolidando como a promessa da construção do
novo, com sua linguagem livre de contextos específicos e de um
excesso de subjetividade, liberando a arte de questões externas
a ela mesma, estabelecendo sua autonomia e suas necessidades
formais e construtivas.

Concretismo X Neoconcretismo
O Concretismo brasileiro teve início nos primeiros anos da
década de 1950, contando com artistas, especialmente do Rio de
Janeiro e de São Paulo. Em São Paulo, formou-se em 1952 o Grupo
Ruptura (Figura 19), pelos nomes que formariam o “núcleo duro”
do Concretismo Paulista e que desde o final da década anterior
vinham realizando obras ligadas ao abstracionismo geométrico.
Entre eles estavam Luiz Sacilotto (Figura 20), Waldemar Cordeiro
(Figura 21), Geraldo de Barros e alguns outros.
© U5 - Brasil: da Década de 1950 ao Ano 2000 345

Figura 19 O Manifesto Ruptura.

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346 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Figura 20 O Concreção, Luiz Sacilotto, Figura 21 Movimento, Waldemar


1952, 60 x 60 cm. Cordeiro, 1951.

No Rio de Janeiro, foi formado o Grupo Frente, por nomes


como Aluísio Carvão, Ivan Serpa, Lygia Clark, Lygia Pape e Hélio
Oiticica. Durou pouco tempo, de 1954 a 1956, mas foi o embrião
do agrupamento que daria origem ao Neoconcretismo.
Vejamos nas Figuras 22 e 23 algumas das obras deste movi-
mento.

Figura 22 Sem título, Aluísio Carvão, Figura 23 Plano em superfícies


1956. moduladas nº2, 1956, 90 x 75 cm.
© U5 - Brasil: da Década de 1950 ao Ano 2000 347

Os dois grupos conviveram e comungaram basicamente do


mesmo corolário estético até depois da metade da década de
1950, participando juntos, por exemplo, da Primeira Exposição
Nacional de Arte Concreta (Figura 24), ocorrida em dezembro de
1956, no MAM-SP, e em fevereiro de 1957, no Ministério da Edu-
cação e da Cultura no Rio de Janeiro.

Figura 24 Cartaz da edição paulista da Primeira Exposição


Nacional de Arte Concreta.

No entanto, os textos e manifestos produzidos por paulis-


tas e cariocas foram separando cada vez mais os gostos e as ten-
dências dos dois grupos. Os concretistas paulistas, muitos deles
ligados também ao design e à indústria, mostravam-se mais fiéis
aos teóricos da Arte Concreta Internacional; e eram, em aspectos
gerais, mais doutrinários e rigorosos, estética e teoricamente do
que seus colegas cariocas.

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348 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Estes defendiam uma maior


experimentação e uma maior pre-
sença do elemento intuitivo, acu-
sando os paulistas de terem se
perdido em um excessivo “cientifi-
cismo”. Fundaram então, em 1959,
o Neoconcretismo (Figura 25) se-
gundo suas ideias dissidentes e
como um tipo de reação à “padro-
nização”.
De qualquer forma, é in-
teressante percebermos hoje, já
distanciados no tempo, o quan-
to as polêmicas entre concretos e
neoconcretos, paulistas e cariocas,
talvez tenham se devido tanto às
disputas “bairristas” quanto à arte Figura 25 Capa de Suplemento
Dominical do Jornal do Brasil contendo
propriamente dita. o “Manifesto Neoconcreto”, 1959.

Vejamos, agora, um pouco mais sobre os principais artistas


concretistas e neoconcretistas, individualmente.

Waldemar Cordeiro
Aprisionar a ideia em formas
pictóricas, pintar o mundo abstrato
dos conceitos no qual não existem
emoções, onde tudo é asséptico:
parece ter sido a intenção da arte
de Waldemar Cordeiro (1925-
1973). O artista, nascido na Itália,
chegou a São Paulo em 1946 e aca-
bou se tornando o principal teórico
do Concretismo Paulista. Vejamos
o estilo de Cordeiro na Figura 26. Figura 26 Idéia visível, Waldemar
Cordeiro, 1955,61 x 61 cm.
© U5 - Brasil: da Década de 1950 ao Ano 2000 349

Luiz Sacilotto
Luiz Sacilotto (1924-
2003) nasceu em Santo André
- SP. A pintura do início de sua
carreira mostra uma tendência
ao Expressionismo, com ênfase
especial para as cores e, no final
da década de 1940, suas obras já
adotavam a abstração de tendência
construtiva. Em 1952, formou-se o
Grupo Ruptura, e o convívio com os
outros concretistas resultou num Figura 27 Concreção 6047, Luiz Sacilotto,
profundo aprimoramento técnico- 1960.
estético de suas obras. Tal excelência levou-o a participar de seis
Bienais de São Paulo (1951, 1953, 1955, 1957, 1961 e 1967), da
Exposição Nacional de Arte Concreta (São Paulo – 1956 e Rio de
Janeiro – 1957) e de importantes mostras internacionais. Na Figura
27, podemos observar o estilo de Luiz Sacilotto.

Geraldo de Barros
Geraldo de Barros (1923-
1998), paulista de Xavantes, estu-
dou bastante tempo na Europa an-
tes de se tornar um dos principais
nomes do Concretismo brasileiro.
Lá, conheceu Max Bill, e, em 1952,
já de volta ao Brasil e produzindo
arte concreta, integrou o Grupo
Ruptura. Nas décadas seguintes,
conciliou seu trabalho artístico com
o design industrial. Veja na Figura Figura 28 Função diagonal, Geraldo de
28 uma das obras deste artista. Barros, 1952, 60 x 60 cm.

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350 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Anatol Wladyslaw
Anatol Wladyslaw (1913-
2004) nasceu em Varsóvia, na Polô-
nia, e mudou-se ainda adolescente
para o Brasil. Na década de 1940,
deu início à sua carreira de pintor
realizando obras figurativas. Entre-
tanto, aos poucos foi caminhando
para o abstracionismo geométrico,
com obras em que predominam as
composições ortogonais e a suges-
tão do desdobramento sucessivo de
planos de cor. Fez parte do grupo Figura 29 Composição, Anatol
concretista no início da década de Wladyslaw, 1952, 55 x 55 cm.
1950 e, na década seguinte, voltou
ao Figurativismo. Observe na Figura
29 uma de suas obras.

Maurício Nogueira Lima


Maurício Nogueira Lima
(1930-1999) nasceu em Recife, mas
foi para São Paulo ainda criança, e
foi outro dos integrantes do Grupo
Ruptura. Assim como outros nomes
do grupo, também desenvolveu
paralelamente à arte uma carreira
de design industrial, atuando ainda
como arquiteto. Um dos projetos ar-
quitetônicos mais famosos de Lima
é o de reforma da Praça Roosevelt,
no centro de São Paulo, na década Figura 30 Objeto rítmico nº2, Maurício
de 1980, projeto este que divide Nogueira Lima, 1953.
muito as opiniões, por ser amado
por alguns e “odiado” por muitos.
Veja na Figura 30 uma obra deste artista.
© U5 - Brasil: da Década de 1950 ao Ano 2000 351

Aluísio Carvão
O paraense de Belém Aluísio
Carvão (1920-2001) começou sua
carreira como ilustrador, ainda no
Pará. Em 1949, mudou-se para o
Rio de Janeiro, passando a estudar
pintura com Ivan Serpa e integran-
do, na década de 1950, o Grupo
Frente. Em 1959, foi um dos artis-
tas a assinarem o Manifesto Neo-
concreto e, nas décadas seguintes,
conciliou seu trabalho artístico (Fi-
gura 31) com o de programador vi- Figura 31 Clarovermelho, Aluísio
sual. Carvão.

Ivan Serpa
O carioca Ivan Serpa (1923-
1973) iniciou sua formação artísti-
ca na década de 1940. Na década
de 1950, depois de publicar estu-
dos relacionados ao ensino da arte
para crianças, fundou, com Franz
Weissmann, Lygia Clark, Aluísio
Carvão, Hélio Oiticica e Lygia Pape,
entre outros, o famoso Grupo Fren-
te. Já na década de 1960, o artista
retomou o Figurativismo. Veja uma
de suas obras na Figura 32. Figura 32 Formas, Ivan Serpa, 1951.

Lygia Clark
Pintora e escultora, Lygia Clark (1920-1988) autointitulava-
-se uma “não artista”. Iniciou-se na arte em 1947, no Rio de Janeiro
e, em 1954, passou a integrar o Grupo Frente, a partir do qual de-
senvolveu uma pintura de extração construtivista, restrita ao uso
do branco e do preto em tinta industrial.

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352 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Observe na Figura 33 uma das obras de Lygia Clark.

Figura 33 Superfície modulada – série B nº


1, Lygia Clark, 1958, 100 x 100 cm.

Em 1960, Lygia criou seus famosos “Bichos” (Figura 34), es-


truturas móveis de placas de metal que convidam à manipulação,
além da “Obra-mole”, com pedaços de borracha laminada entrela-
çados. Posteriormente, continuaria desdobrando gradualmente o
plano em articulações tridimensionais: Casulos e Trepantes (Figura
35), obras nas quais vai se insinuando a participação do especta-
dor, são exemplos disso.

Figura 34 Bicho, Lygia Clark, 1960. Figura 35 Trepante, Lygia Clark.


© U5 - Brasil: da Década de 1950 ao Ano 2000 353

A partir de meados da década de 1960, Lygia preferiu a poéti-


ca do corpo (Figura 36), apresentando proposições sensoriais e en-
fatizando a efemeridade do ato como única realidade existencial.

Figura 36 Diálogo: óculos, Lygia Clark, 1968.

Hélio Oiticica
Nascido no Rio de Janeiro em 1937 e morto aos 42 anos na
mesma cidade, Hélio Oiticica iniciou seus estudos de pintura e de-
senho no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, em 1954. Nos
dois anos seguintes, participou do Grupo Frente, entrando tam-
bém no movimento neoconcreto.
Oiticica era o mais jovem dos neoconcretos, e realizou uma
experiência muito pessoal e audaciosa. Primeiro, reduziu seu cam-
po de interesse, fazendo variações apenas na intensidade e na tex-
tura de seus quadros. Neste período, se a cor era o motor principal
de outros artistas, em Oiticica a forma foi o elemento mais impor-
tante.

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354 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Nas Figuras 37 e 38, podemos ver algumas de suas obras.


Observe.

Figura 37 Metaesquema, Hélio Oiticica, Figura 38 Grande núcleo, Hélio Oiticica,


1958, 55 x 63,7 cm. 1960-66.

Num período posterior, Oiticica mostrou interesse na pes-


quisa de um novo modo de participação do espectador, algo que
desfizesse o esquema tradicional “contemplação/reverência”. Vie-
ram os “parangolés” (Figura 39) e as instalações. Hoje, o artista é
tido como um dos mais importantes da nossa história.
Uma das instalações mais famosas de Hélio Oiticica foi cha-
mada de Tropicália (Figura 40). Realizada em uma exposição de
1967, consistia em uma espécie de labirinto com plantas, areia,
araras, uma televisão e parangolés. A obra buscava sintetizar a
ideia de uma arte “tropical” genuinamente brasileira. Sua reper-
cussão foi tão grande que acabou inspirando o título de uma mú-
sica de Caetano Veloso e, posteriormente, o nome do movimento
musical tropicalista, que já abordamos anteriormente.
© U5 - Brasil: da Década de 1950 ao Ano 2000 355

Figura 39 Parangolé P4 Capa 1, Hélio Figura 40 Vista externa da instalação


Oiticica, 1964. "Tropicália", de Oiticica, 1967.

Lygia Pape
A fluminense Lygia Pape (1927-2004) foi outra artista que in-
tegrou o Grupo Frente e assinou depois o Manifesto Neoconcreto.
Já na década de 1960, passou a trabalhar com o audiovisual, não
apenas participando da programação visual de filmes, como tam-
bém fazendo suas próprias experimentações com filmes. A liber-
dade com que a artista manipulava os meios com que trabalhava
e a diversidade de experimentações a partir da década de 1960
atrelam sua estética e carreira às de Lygia Clark e Hélio Oiticica.
Observe nas Figuras 41 e 42 algumas das obras de Lygia Pape.

Figura 41 Obra de Lygia Pape de 1957.

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356 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Figura 42 Caixa de baratas, Lygia Pape, 1967.

Amílcar de Castro
O mineiro Amílcar de Castro (1920-2002), escultor, desenhista
e diagramador, transferiu-se para o Rio de Janeiro em 1952. Em 1956,
participou da I Exposição Nacional de Arte Concreta em São Paulo e
no Rio de Janeiro, e assinou o Manifesto Neoconcreto em 1959.
Em 1968, viajou para Nova York e, em 1971, retornou ao Bra-
sil, fixando-se em Belo Horizonte. A partir de 1973, passou a lecio-
nar. Já a partir de 1990, Amílcar encerrou suas atividades docentes
e passou a dedicar-se unicamente à criação artística, voltando a
pintar e desenvolvendo trabalhos em cerâmica (Figura 43).

Figura 43 Escultura de Amílcar de Castro no jardim do MAC-USP.


© U5 - Brasil: da Década de 1950 ao Ano 2000 357

Franz Weissmann
Franz Weissmann foi um escultor nascido em Knittelfeld, na
Áustria, em 1914, que veio com a família para o Brasil em 1924 e
até recentemente residia e trabalhava no Rio de Janeiro (o artista
faleceu em 2005). O artista fez parte da primeira geração de con-
cretistas brasileiros, tendo sido referência fundamental para todas
as gerações seguintes de escultores. Vejamos na Figura 44 a escul-
tura Cantoneiras de Franz Weissmann.

Figura 44 Cantoneiras, Franz Weissmann, 1975, escultura na frente do


MAM-SP.

7. O FINAL DA DÉCADA DE 1970

Arte Conceitual
A partir da segunda metade da década de 1960, várias das
tendências que surgiram na arte internacional chegaram também
ao Brasil, permeando as poéticas pessoais e os movimentos artís-
ticos surgidos por aqui. Uma dessas tendências foi a Arte Concei-
tual, que abordamos em âmbito internacional na Unidade 2, uma
das que mais influência exerceu sobre os nossos artistas.

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358 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Nas manifestações conceituais brasileiras, a infinidade de


materiais passíveis de uso abriu um enorme leque de possibili-
dades aos artistas, ao mesmo tempo em que os procedimentos
conceituais abriam a possibilidade de um diálogo rico e cheio de
ambiguidades com o público, em um contexto em que “dizer” era
algo perigoso e censurado (lembremo-nos de que se vivia em di-
tadura militar). Deve-se dizer, inclusive, que a Arte Conceitual foi
uma poderosa arma de manifestação em favor não apenas da cria-
tividade, como também da liberdade no contexto repressivo de
então. A Figura 45 mostra-nos o Projeto Cédula, que foi uma das
formas de liberdade de expressão.

Figura 45 Amostra do Projeto Cédula – que tinha a ideia de colocar


informações ou opiniões críticas em cédulas de dinheiro e devolvê-las
à circulação, como forma de promover a circulação de informações e a
liberdade de expressão, Cildo Meireles, 1970.

Vejamos alguns artistas surgidos nas décadas de 1960 e 1970


que, de uma maneira ou de outra, se ligaram aos procedimentos
da Arte Conceitual.
© U5 - Brasil: da Década de 1950 ao Ano 2000 359

Vale destacar que, na arte contemporânea, é raro que um


artista se restrinja a apenas uma linguagem. Por isso, muitos dos
artistas citados como representantes de um estilo transitam tam-
bém por vários outros.
Cildo Meireles
Nascido em 1948 e criado entre Goiânia, Belém e Brasília,
Cildo Meireles mudou-se para o Rio de Janeiro em 1967, onde fre-
quentou a Escola Nacional de Belas Artes e, no início da década de
1970, foi para Nova York.
Desde o final da década de 1960, firmou-se como um dos
expoentes de uma geração que marcou a cena artística brasilei-
ra por sua abordagem experimental e pela apropriação de estra-
tégias formais do Modernismo europeu para explorar temas que
dizem respeito especificamente à realidade social e política brasi-
leira. Cildo é conhecido principalmente pela realização de objetos
e instalações de caráter conceitual.

Obra Parla, de Cildo Meireles––––––––––––––––––––––––––––


A obra Parla (Figura 46), de Cildo Meireles, é uma típica manifestação de Arte
Conceitual, em que vale mais do que a obra “física” a ideia que se depreende
dela. Parla, que mostra blocos de pedra, um deles “sentado” em uma cadeira, faz
uma referência a Michelangelo.
Michelangelo, quando esculpia em mármore, fazia-o encarando o próprio fazer
artístico como o trabalho de revelar na pedra a figura escultórica perfeita que,
segundo a sua concepção, já estaria ali “contida”. Encarava a si mesmo, portan-
to, como aquele cujo papel era o de dar à obra escultórica, que de certa forma
já existia dentro da pedra, a sua forma final; como se a pedra tivesse surgido na
natureza não para ser pedra, mas para ser escultura. E que tivesse “esperado”
milhões de anos até finalmente chegar à sua vocação original, a de ser escultura,
por meio das mãos do artista.
Conta-se que esta convicção levou Michelangelo a, depois de ter terminado a
escultura de uma figura humana, ter ficado tão impressionado com a sensação
de vida que esta passava, que teria chegado a dizer para a estátua: Parla!, ou
seja, “Fale!”.
Cildo Meireles apropriou-se da concepção de arte de Michelangelo para dar um
exemplo de Arte Conceitual: para Cildo, se o espectador já sabe que, segundo
Michelangelo (cuja referência aparece no título da obra, Parla!), a escultura já se
encontrava contida dentro do bloco de pedra, deixa de ser necessário esculpir o
bloco. Basta expô-lo. Portanto, trata-se de Arte Conceitual porque a ideia de exis-
tir uma escultura pronta para ser esculpida dentro do bloco já basta, não havendo
necessidade da ação de esculpir realmente.

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360 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Figura 46 Parla!, Cildo Meireles, 1982.


––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Carmela Gros
Carmela Gross, nascida em 1946 em São Paulo, é uma artista
genuinamente “multimídia”. Tendo estudado na década de 1960
na Fundação Armando Álvares Penteado, ainda nesta década co-
meçou a destacar-se no cenário nacional. Posteriormente, as ati-
vidades da artista passaram por meios como a pintura, a escultura
e a gravura, com uma reaproximação com as instalações nas obras
mais recentes.
Observe uma das obras de Carmela na Figura 47.

Figura 47 Carimbos, Carmela Gross, 1978.


© U5 - Brasil: da Década de 1950 ao Ano 2000 361

Waltércio Caldas
Waltércio Caldas, carioca nascido em 1946, é escultor, dese-
nhista, cenógrafo e figurinista. Destacou-se a partir da década de
1970, em trabalhos que dialogam fortemente com a Arte Concei-
tual, entre outras tendências.
Veja na Figura 48 o estilo deste artista.

Figura 48 Como funciona a máquina


fotográfica?, Waltércio Caldas, 1977,
fotografia, 40 x 30 cm.

Reflexos brasileiros da Pop Art


Outro movimento internacional que ecoou bastante no Bra-
sil, especialmente no final da década de 1960, foi o Pop Art. En-
contrando terreno fértil em um país que entrava em um período
de “milagre econômico”; no qual a cultura se “reinventava e tro-
picalizava”, paradoxalmente, abrindo-se para o estrangeiro (como
exemplo musical, podemos mencionar a Tropicália); e em que, por
outro lado, vivia-se uma ferrenha ditadura, as manifestações pop
caíram como uma luva para a abordagem artística da realidade
brasileira de então.

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362 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Art Pop no Brasil––––––––––––––––––––––––––––––––––––––


No final da década de 1960 e início da década de 1970, os procedimentos oriun-
dos da Arte Pop, muitas vezes aliados àqueles da Arte Conceitual, tornaram-se
um poderoso instrumento dos artistas brasileiros para abordar de maneira crítica
um momento histórico em que, no Brasil, era cerceada a liberdade de expressão.
Nas Figuras 49 e 50 temos dois exemplos disso. Primeiro, na obra de Maurício
Nogueira Lima (que já abordamos ao falar do Concretismo). Em Não entre à
esquerda (Figura 49), Maurício faz uso da linguagem do trânsito de carros para
se referir à proibição às ideologias esquerdistas no Brasil pós-Golpe de 1964.
Já em Multidão (Figura 50), de 1968, Claudio Tozzi leva para a arte um pouco da
efervescência política que explodia nas ruas em forma de protesto (sintetizado
no símbolo do punho erguido com a mão fechada) das multidões.

Figura 49 Não entre à esquerda, Figura 50 Multidão, Cláudio Tozzi,


Maurício Nogueira Lima, 1964. 1968.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Dialogando com a cultura de massa em um país que defi-
nitivamente passava a produzi-la, na música, na televisão etc., as
manifestações pop brasileiras, muitas vezes misturadas a procedi-
mentos da Arte Conceitual, também marcaram época. Vejamos os
artistas mais ligados a esta linguagem.

© U5 - Brasil: da Década de 1950 ao Ano 2000 363

Obra Adoração a Roberto Carlos–––––––––––––––––––––––––


A obra de Nelson Leirner (Figura 51) é um exemplo típico de procedimento artís-
tico pop utilizado para comentar a cultura de massa, no caso, um dos grandes
fenômenos brasileiros de massa do século 20, Roberto Carlos. A abordagem
de Leirner foi realizada em 1966, ou seja, no momento em que Roberto Carlos
“explodia” como fenômeno pop, tornando-se praticamente uma “nova divindade”
em um momento de grande expansão da indústria fonográfica, da televisão e,
enfim, dos meios de comunicação de massa em nosso país. Por isso, Leirner
construiu um altar kitsch para Roberto Carlos, representado com néon e ladeado
por figuras de santos.

Figura 51 Adoração a Roberto Carlos (detalhe), Nelson


Leirner, 1966.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

Rubens Gerchman
Tendo estudado na Escola Nacional de Belas Artes no
início da década de 1960, Rubens Gerchman (1942-2008)
foi um dos artistas brasileiros mais ligados à linguagem da
Arte Pop. Para isso contribuiu também sua passagem pelos EUA,
na virada da década de 1960 para a década de 1970.

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364 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Obra A Bela Lindonéia ou A Gioconda do Subúrbio–––––––––


Outro bom exemplo do forte diálogo estabelecido entre as artes plásticas e a
cultura popular na década de 1960 pode ser dado por meio da obra A Bela Lin-
donéia ou A Gioconda do Subúrbio (1966), de Rubens Gerchman (Figura 52).
A obra remete às manchetes de jornais populares: há a imagem um pouco tosca
de uma moça. Acima, os dizeres: “Um amor impossível”. Abaixo: “A bela Lindo-
néia de 18 anos morreu instantaneamente”. Marcas no rosto da moça sugerem
a precariedade da gravura, mas também que ela pode ter sido agredida. Há ao
redor do rosto da moça uma moldura kitsch, bem ao gosto popular da época;
a moldura, assim como a boca enigmática da moça, fazem referência tanto às
populares fotografias 3x4 de documentos, quanto à Gioconda (Monalisa) de Da
Vinci, o que fica claro também no título da obra (A Gioconda do Subúrbio).
Unindo assim referências eruditas ao que havia de mais popular, a obra evoca
um clima de beleza, simplicidade e mistério que acabou inspirando a canção
Lindonéia, de Caetano Veloso e Gilberto Gil. A canção foi gravada no disco Tro-
picália ou Panis et Circencis na voz de Nara Leão.

Figura 52 A Bela Lindonéia ou a Gioconda do Subúrbio,


Rubens Gerchman, 1966.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
© U5 - Brasil: da Década de 1950 ao Ano 2000 365

Cláudio Tozzi
O paulistano Cláudio Tozzi, nascido em 1944, é um dos mais
importantes representantes da Arte Pop no Brasil. Em sua arte, en-
contramos não apenas referências à cultura e à visualidade brasi-
leiras (por exemplo, papagaios, como podemos observar na Figura
55), como também ao que acontecia, ou melhor, ao que “explo-
dia”, pelo efervescente mundo do final da década de 1960 e início
da década de 1970 (por exemplo, Che Guevara, demonstrado na
Figura 53 e Astronautas, dispostos na Figura 54).
Podemos citar como uma das grandes influências de Tozzi o
norte-americano Roy Lichtenstein, que abordamos na Unidade 1.

Figura 53 Guevara, vivo ou morto, Cláudio Tozzi, 1967.

Figura 54 Astronautas, Cláudio Tozzi, Figura 55 Papagália, Cláudio Tozzi,


final da década de 1960. 1979, 160 x 160 cm.

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366 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Nelson Leirner
O paulistano Nelson Leirner, nascido em 1932, é desde a dé-
cada de 1960 um dos mais importantes nomes da arte brasileira.
Fortemente ligado aos procedimentos da Arte Conceitual e da Arte
Pop e utilizando-os com um acirrado espírito crítico e provocador,
Leirner tornou-se uma referência de “não conformismo” na arte
brasileira. Também trabalhou lecionando em São Paulo (na FAAP)
e no Rio de Janeiro. Vejamos na Figura 56 uma obra de Nelson
Leirner realizada com colagem de figuras adesivas.

Figura 56 Figurativismo, Nelson Leirner, 2004, obra realizada com colagem


de figuras adesivas compradas em bancas de jornal.

José Roberto Aguilar


Nascido em São Paulo em 1941 e “surgindo” no mundo das
artes no final da explosiva década de 1960, José Roberto Aguilar é
um artista multimídia acostumado a questionar os limites da arte
e da não arte, com uma gama de trabalhos e intervenções que vão
da pintura gestual à liderança de uma banda de rock (Aguilar e sua
Banda Performática, Figura 58), passando pelas vídeo-instalações
e performances em espaços públicos.
© U5 - Brasil: da Década de 1950 ao Ano 2000 367

Observe mais uma das obras de Aguilar na Figura 57.

Figura 57 Futebol, Aguilar, década de 1960.

Figura 58 Aguilar e a mais recente formação da sua “Banda Performática”.

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368 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Antonio Dias
Pintor e artista multimídia, Antonio Dias nasceu em Campina
Grande - PB, em 1944. Em 1958 mudou-se para o Rio de Janeiro e
ainda muito jovem entrou para o mundo da arte, “despontando”
com cerca de 20 anos de idade. Suas obras estão entre as que mais
se destacam entre as dos artistas brasileiros no final da década de
1960 e início de 1970. Desde então, Dias vive entre o Brasil e a Eu-
ropa. Vejamos nas Figuras 59 e 60 algumas de suas obras.

Figura 59 A história errada, Antonio Dias, 1966, 26 x 36 cm.

Figura 60 Coração para amassar, Antonio


Dias, 1966.
© U5 - Brasil: da Década de 1950 ao Ano 2000 369

Marcelo Nitsche
O paulistano Marcelo Nitsche, nascido em 1942, é um artista
que atua em várias mídias. Começou se destacando, na década
de 1960, por obras que se aproximavam das estéticas de alguns
nomes da Pop Art norte-americana. Depois, passou a trabalhar
pesquisando a gestualidade na pintura, além de produzir escultu-
ras que estão em importantes espaços públicos da cidade de São
Paulo.
Observe duas obras deste artista nas Figuras 61 e 62.

Figura 61 Bolha vermelha, Marcelo Figura 62 Pincelada tridimensional,


Nitsche, 1968, 272 x 533 x 170 cm. Marcelo Nitsche, escultura no Jardim
da Luz (São Paulo).

Wesley Duke Lee


O paulistano Wesley Duke Lee, nascido em 1931, começou a
sua formação artística estudando em um curso do MASP na déca-
da de 1950. Depois, viajou para os EUA e foi bastante influenciado
pelas obras de Robert Rauschenberg, Jasper Johns e Cy Twombly
(artistas que vimos nas Unidades 1 e 2). De volta ao Brasil, Lee
tornou-se um dos mais respeitados nomes da arte brasileira, não
apenas como pintor e gravador, mas também com suas instalações
e assemblages. Observe o estilo de Wesley Duke Lee na Figura 63.

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370 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Figura 63 O guardião; A guardiã; As circunstâncias (Tríptico), Wesley Duke


Lee, 1966, 197 x 107 x 105 x 56, 136 x 60 cm.

8. DÉCADA DE 1980
Já vimos em nossa introdução histórica que, na década de
1980, o Brasil foi marcado pela abertura política e pela volta da
democracia. O cenário de abertura tornou-se ainda mais flagrante
nas artes plásticas que, ainda mais do que nas décadas anteriores,
foram influenciadas pelo que vinha acontecendo nas vanguardas
artísticas internacionais.
Assim, se internacionalmente a década de 1980 marca um
retorno “pós-moderno” das artes plásticas à pintura, no Brasil não
foi diferente. Surgiu, então, a geração de jovens artistas que foi
chamada de “Geração 80”.
© U5 - Brasil: da Década de 1950 ao Ano 2000 371

A produção da Geração 80 é
caracterizada especialmente por
grandes telas, pintura vigorosa e o
reencontro com a emoção provo-
cada pela cor e pela gestualidade
das pinceladas. Tal tendência mar-
ca, de certa forma, uma reação ao
intelectualismo e ao hermetismo,
ou seja, à complexidade e à dificul-
dade de captação do sentido das
obras, da geração anterior, muito
mais ligada aos procedimentos da
Arte Conceitual. Vejamos na Figura
64 uma obra de Leonilson, um dos
artistas da Geração 80.
Além disso, não deixaram de
permear a arte da Geração 80 os
diálogos críticos com a realidade
brasileira. Entre os artistas inicial-
mente ligados à pintura surgidos
então podemos citar Leonilson, Figura 64 Todos os rios levam à sua
boca, Leonilson, 1988, 210 x 100 cm,
Leda Catunda, Daniel Senise (Figu- acrílica sobre lona.
ra 65), além de outros.

Figura 65 O beijo do elo perdido, Daniel Senise.

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372 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

De qualquer forma, surgiram artistas ligados também a


outras linguagens como a escultura ou a assemblage, como, por
exemplo, Sérgio Romagnolo e Lia Menna Barreto (Figura 66).

Figura 66 Rebanho, Lia Menna Barreto.

Não deixaram também de ter importância manifestações


performáticas, como os happenings, que aconteciam geralmente
em locais alternativos estabelecidos fora do circuito comercial. En-
tretanto, o caráter “alternativo” logo foi substituído por um lugar
cativo destes artistas nas galerias e museus, devido ao fortaleci-
mento do mercado brasileiro de arte e à aceitação dos novos artis-
tas pelo mercado.
A seguir, vejamos mais sobre alguns dos artistas que faziam
parte da Geração 80. Acompanhe.

Leonilson
Surgindo como um dos grandes expoentes da Geração 80,
Leonilson (1957-1993) logo abandonou os vínculos com qualquer
classificação ou “rótulo” deste tipo para se tornar um dos artistas
mais importantes do Brasil nas últimas décadas.
Sua arte tem um caráter muito pessoal, manifestado tanto
em termos estilísticos quanto temáticos, já que não havia para o
artista separação entre arte e vida, o que faz com que seus traba-
lhos lembrem, às vezes, um “diário”. Há, também, muito lirismo e
romantismo emanando de suas obras.
© U5 - Brasil: da Década de 1950 ao Ano 2000 373

Mesmo tendo realizado uma arte muito “pessoal”, parado-


xalmente Leonilson tornou-se um dos artistas mais influentes dos
últimos tempos, angariando uma legião de admiradores e novos
artistas por ele inspirados, apesar da sua vida bastante curta.
Leonilson foi homossexual assumido; o artista morreu com 36
anos de idade, vítima da AIDS, em uma época de grandes perdas em
função da inexistência de medicação mais avançada. Vejamos nas
Figuras 67, 68 e 69 algumas das grandes obras desse artista.

Figura 68 Sem título, Leonilson, 1985,


24 x 33 cm, desenho.

Figura 67 As ruas da cidade, Leonilson, Figura 69 Para quem comprou a


1988, 200 x 95 cm, acrílica sobre lona. verdade, Leonilson, 1991, 39 x 35 cm,
bordado sobre voile.

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374 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Leda Catunda
A paulistana Leda Catunda, nascida em 1961, devido ao seu
papel de destaque, é considerada uma espécie de “musa” da cha-
mada Geração 80. Tendo estudado na FAAP, fez sua primeira ex-
posição individual no Rio de Janeiro, em 1985. A partir de então,
foi mesclando seu interesse inicial pela pintura com um grande ta-
lento como assemblagista, celebrizado em mostras no Brasil e no
exterior. Observe nas Figuras 70 e 71 algumas das obras da grande
“musa” da Geração 80.

Figura 70 Onça pintada no. 1, Leda Figura 71 Meias, Leda Catunda.


Catunda, 1984, 192,5 x 157,5 cm.

Daniel Senise
O carioca Daniel Senise, nascido em 1955, foi outro nome
de destaque da Geração 80. Ele realiza uma pintura que transita
pelo Abstracionismo e pelo Figurativismo e que, segundo os estu-
diosos, se caracteriza pela ambiguidade e pelo jogo de “revelar e
ocultar”. Vejamos o estilo de Daniel Senise na Figura 72.
© U5 - Brasil: da Década de 1950 ao Ano 2000 375

Figura 72 Misty, Peach, Vision, Petal I, Daniel Senise, 2004, 215 x 215 cm.

Sérgio Romagnolo
O paulistano Sérgio Romag-
nolo, nascido em 1957, é um re-
presentante “escultórico” da Ge-
ração 80. A “marca registrada” da
sua estética é a realização de figu-
ras moldadas em argila e cobertas
com plástico derretido, muitas
vezes releituras de esculturas de
obras famosas, como os profetas
realizados por Aleijadinho (Figura
73) em Congonhas do Campo, por Figura 73 Exemplo de releitura de
exemplo. profeta de Aleijadinho: Jeremias, Sérgio
Romagnolo, 1992, plástico moldado.

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376 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Lia Menna Barreto


Nascida no Rio de Janeiro, em 1959, Lia Menna Barreto teve
a sua formação artística realizada em Porto Alegre. É outra artista
de destaque surgida na década de 1980 que trabalha em três di-
mensões. Algumas de suas obras mais instigantes abordam a te-
mática da infância, fazendo uso, por exemplo, de objetos como
bonecos (Figura 74) ou carrinhos de bebê.

Figura 74 Pele de boneca (detalhe), Lia Menna Barreto, 2008, assemblage.

9. DÉCADA DE 1990
Falarmos da arte brasileira mais recente, aquela que tomou
corpo a partir da década de 1990, é uma tarefa difícil. Isto porque,
como sabemos, quanto maior a proximidade histórica com um as-
sunto, maior é a dificuldade de abordá-lo sistematicamente. Por
isso mesmo, decidimos chegar à década de 1990 e não continuar
até a arte dos dias atuais, porque a falta de distanciamento torna-
ria o trabalho praticamente impossível.
Podemos dizer que, de maneira geral, há um conjunto de
conceitos e atitudes que permeia as poéticas pessoais surgidas na
década de 1990, tais como:
© U5 - Brasil: da Década de 1950 ao Ano 2000 377

1) A rejeição da ideia de “originalidade” tal como ela fora


concebida pela arte moderna. Ao contrário, a arte pós-
-moderna, em especial a de 1990, não faz economia nas
citações, referências à arte do passado e não se preocu-
pa em, muitas vezes, mostrar-se como um rearranjo ou
releitura (Figura 75) do que fora criado anteriormente.

Figura 75 Releitura de Vik Muniz (feita com geleia e doce de


leite) da releitura de Andy Warhol da Monalisa de Da Vinci.

2) Outro elemento muito presente é o corpo (Figura 76),


como uma das unidades mais importantes (senão a mais
importante) na constituição de uma obra.

Figura 76 Obra de Adriana Varejão inspirada em Tiradentes


esquartejado.

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378 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

3) Devemos citar, também, a questão da memória e da


“subjetivação” cada vez maior da obra de arte, que passa
até a funcionar como uma espécie de “diário”. O maior
exemplo disso é Leonilson, que despontara na década
anterior (Figura 77).

34 com scars–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Na obra 34 com scars (Figura 77), Leonilson toca-nos “falando” de si mesmo.
Para tanto, registra a sua idade (34 anos) e mostra-nos como foram 34 anos
cheios de cicatrizes (scars), mas o faz com grande delicadeza, em um pequeno
pano e com poucos pontos de bordado.

Figura 77 34 com scars, Leonilson, 1991.

––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
4) Em contrapartida, muitas vezes os artistas investem em
um jogo ambíguo de exposição e anonimato; ou seja:
lado a lado com a subjetivação, caminha em sentido
contrário uma dissolução ou escamoteamento do artista
enquanto personagem abordado na obra.
© U5 - Brasil: da Década de 1950 ao Ano 2000 379

5) Outro ponto importante é o caráter efêmero dos acon-


tecimentos e, enfim, de toda a vida: a efemeridade é um
dos valores mais presentes. A Figura 78 representa esse
caráter efêmero.

Figura 78 Borboleta prussiana azul, Iran do Espírito Santo, 1998,


28 x 35 cm.

6) O cosmopolitismo e os consequentes aspectos negativos


da vida nas grandes cidades também são pontos centrais:
a solidão, o tédio e a desesperança ficaram cada vez mais
recorrentes. Observe a obra disposta na Figura 79.

Figura 79 Sem título, Nuno Ramos, 1994, 321 x 663 x 235 cm.

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380 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

7) Finalmente, não se pode deixar de citar a maneira rica


como muitos dos artistas da década de 1990 passaram a
trabalhar a questão formal, discutindo nas obras a pró-
pria forma das obras.
Há, evidentemente, muitos outros pontos, entre os quais es-
tes foram os principais. A seguir, vejamos individualmente alguns
dos artistas surgidos neste período.

Nuno Ramos
Além de artista plástico, o paulistano Nuno Ramos, nascido
em 1960, é poeta e formado em filosofia. Suas obras tridimensio-
nais começaram a aparecer da metade para o fim da década de
1980; e é justamente nelas que se encontra uma grande amostra
do processo do artista, que integra fragmentos em conjuntos bas-
tante orgânicos (Figura 80).

Figura 80 Vaso ruim, Nuno Ramos, 1998, cerâmica


e vaselina.
© U5 - Brasil: da Década de 1950 ao Ano 2000 381

Caetano de Almeida
Pintor e gravador (artista especializado na realização de
gravuras), Caetano de Almeida, paulista de Campinas nascido em
1964, foi, durante a década de 1980, aluno de Nelson Leirner no
curso de artes plásticas da Fundação Armando Álvares Penteado.
Atualmente, continua se dedicando tanto à gravura quanto à pin-
tura. Algumas de suas obras mais famosas são releituras do pintor
francês Jean-Marc Nattier (Figura 81).

Fonte: Chiarelli (2004, p. 30).


Figura 81 Obra da Série “Madames” (releitura de quadro do pintor francês Jean-Marc
Nattier, século 18), Caetano de Almeida, 1999.

Adriana Varejão
A carioca Adriana Varejão, nascida em 1964, destaca-se es-
pecialmente por suas pinturas. Estas dialogam, entre outros as-
pectos, com elementos do período colonial brasileiro, tais como
azulejos (Figura 82) ou mapas.

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382 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Figura 82 Figura de Convite II, 1998, Adriana Varejão.

Dora Longo Bahia


Artista multimídia que transita com desenvoltura pelos cam-
pos da pintura, ilustração, gravura e performance, a paulistana
Dora Longo Bahia, nascida em 1961, atualmente leciona na FAAP,
tendo também realizado ali a sua formação artística. Um dos as-
pectos a se destacar na arte de Dora é sua relação com o universo
pop, trazendo elementos da comunicação de massa para o univer-
so mais “erudito” das artes plásticas. Observe na Figura 83 uma de
suas obras.
© U5 - Brasil: da Década de 1950 ao Ano 2000 383

Figura 83 Sem título (da Série “Imagens Infectas”), Dora Longo Bahia, 2000,
Serigrafia e relevo (chapa perfurada de metal), 44,2 x 44,2 cm.

Edgard de Souza
Outro importante artista contemporâneo brasileiro formado
na FAAP, o paulistano Edgard de Souza, nascido em 1962, é um dos
nomes atuais de nossa arte mais fortemente ligados aos procedi-
mentos da Arte Conceitual. Tal ligação se deu também por forte
influência de Nelson Leirner. Não podemos, porém, deixar de des-
tacar o talento de Souza no campo da escultura (Figura 84).

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384 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Figura 84 Sem título, Edgard de Souza.

Jac Leirner
Jac Leirner, nascida em 1961, trabalha geralmente retirando
dos objetos o seu valor de uso e de mercado. Com isso, atua como
se substituísse algo como a “alma” comercial – suponhamos, para
fins didáticos, que cada pequeno objeto, mesmo industrializado,
do nosso mundo, tenha algo não visível e não bi ou tridimensional
que chamaremos, errada e propositalmente, de “alma” – dos ob-
jetos por outra mais nobre, uma “alma” artística.
Observe na Figura 85 uma das obras deste artista.
© U5 - Brasil: da Década de 1950 ao Ano 2000 385

Figura 85 Adesivos, Jac Leirner.

Talvez possamos dizer que tal procedimento tem como “an-


tepassado” o assemblagismo de todo e qualquer tipo, desde o
cubista de Picasso ao Dadá de Duchamp e ao Pop de Rauschen-
berg. Leirner, no entanto, trabalha o objeto de maneira especial
e quase afetiva, como uma espécie de Pigmaleão dos resíduos da
sociedade industrial.

Vik Muniz
O paulistano Vik Muniz, nascido em 1961, tem como um dos
principais recursos de sua estética a realização de releituras de
obras célebres de toda a História da Arte Ocidental. Essas releituras
são, em geral, realizadas com materiais inusitados, tais como açúcar,
calda de chocolate (Figura 88), terra, lixo ou fios, transformando ele-
mentos banais do cotidiano em objetos preciosos, o que configura a
verdadeira “alquimia” da arte de Muniz. Atualmente, ele é um dos
artistas brasileiros mais conhecidos internacionalmente.

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386 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Jackson Pollock e Vik Muniz––––––––––––––––––––––––––––


Na Unidade 1, vimos o Expressionismo Abstrato e Jackson Pollock, seu grande
expoente. Em relação a Pollock, vimos como a pintura gestual deste artista fazia
uso muitas vezes do procedimento conhecido como dripping, que consiste em
borrifar, gotejar ou mesmo atirar a tinta sobre a tela. Uma das fotografias mais
famosas de Pollock (Figura 86) mostra o artista fazendo uso deste processo.
Vik Muniz, artista essencialmente pós-moderno, apropria-se em Pollock de
chocolate (Figura 87) não de uma obra de Pollock para dedicar-lhe uma releitura,
mas da própria fotografia do artista. Busca então reproduzir a imagem dando a
ideia de que a imagem foi construída de maneira aparentemente análoga à que
Pollock utilizava para seus quadros abstratos, o que, evidentemente, é falso,
porque sabemos o meticuloso, cuidadoso e absolutamente calculado trabalho
que Muniz deve ter despendido para sua obra, ao contrário da espontaneidade e
gestualidade muitas vezes violenta utilizadas por Pollock.
O detalhe mais interessante, entretanto, é que a obra é realizada com nada me-
nos do que calda de chocolate. Isto abre ainda mais possibilidades de fruição
para o espectador, que une a um procedimento essencialmente pós-moderno e
intelectual o caráter “sensível”, instintivo e, portanto, “primário” despertado pela
lembrança do sabor do chocolate.

Figura 86 Pollock pintando em seu estú- Figura 87 Pollock de chocolate, Vik Mu-
dio em 1950. niz, 1997.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
© U5 - Brasil: da Década de 1950 ao Ano 2000 387

Figura 88 Capa do CD “Tribalistas”, Vik Muniz, 2002, Calda de chocolate.

Iran do Espírito Santo


Bastante influenciado por Nelson Leirner, Leda Catunda, Ed-
gard de Souza, entre outros, Iran do Espírito Santo, nascido em
1963 em Mococa-SP, também formado pela FAAP, tem uma obra
que dialoga especialmente com a fotografia, o design e a arquite-
tura. Veja na Figura 89 uma de suas obras.

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388 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

Figura 89 Sem título, Iran do Espírito Santo,


1999, aço inoxidável, 8 x 3,6 x 1,8 cm.

Rosângela Rennó
Artista mineira nascida em
1962, Rosângela Rennó trabalha,
entre outras mídias, com pinturas
e relevos, mas também com a ima-
gem fotográfica (Figura 90), os acon-
tecimentos “jornalísticos” e o texto,
oferecendo a estes elementos uma
transmutação de significados que
aparece como um recurso bastante
enriquecedor da sua obra. Figura 90 A última foto, Rosângela
Rennó.

10. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS


Ao terminar esta unidade, reflita sobre as seguintes questões:
1) Qual a relação entre Concretismo e Neoconcretismo e o projeto surgido em
meados do século 20 de um “Brasil Moderno”, no governo de Juscelino Ku-
bitschek, por exemplo?
© U5 - Brasil: da Década de 1950 ao Ano 2000 389

2) Gosto das obras concretas e neoconcretas? Por quê?

3) Com a chegada da ditadura militar, a arte brasileira foi afetada? Por que e
como?

4) De que maneira as pinturas de artistas como Leda Catunda, Daniel Senise e


Leonilson se relacionam ao que estava acontecendo na arte internacional
(como vimos na Unidade 2) nos anos 1980?

5) Entre as questões levantadas pela arte da década de 1990, quais tocam mais
a minha sensibilidade? Por quê?

11. CONSIDERAÇÕES FINAIS


Chegamos ao fim não apenas desta quinta unidade, mas de
todo o Caderno de Referência de Conteúdo de História da Arte:
Arte Internacional e Arte Brasileira. Nesta última unidade, pude-
mos ver como, tendo finalmente construído a identidade de uma
arte nacional com o Modernismo, o Brasil pôde na segunda meta-
de do século 20 se abrir cada vez mais para o que acontecia mundo
afora e, paradoxalmente, criar uma arte que aborda cada vez mais
profundamente a nossa própria realidade.
Agora, cabe a você fazer bom proveito do que aprendeu,
informando-se mais e, como se diz em gíria, “correndo atrás” de
aprofundar os assuntos que foram tratados aqui de acordo com as
suas preferências pessoais. Termina aqui, portanto, este Caderno
de Referência de Conteúdo. Mas começa para você uma nova rea-
lidade.
Bom proveito!

12. E-REFERÊNCIAS

Lista de figuras
Figura 1 - O famoso plano urbanístico em formato de avião, realizado para Brasília por
Lúcio Costa: disponível em: <http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/9c/
Brasilia_-_Plan.JPG>. Acesso em: 9 fev. 2011.
Figura 2 - A Praça dos Três Poderes sendo construída: disponível em: <http://www.

Claretiano - Centro Universitário


390 © História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira

vitruvius.com.br/institucional/inst06/brasilia.jpg>. Acesso em: 29 abr. 2009.


Figura 3 - O Congresso Nacional sendo construído: disponível em: <http://www.
candangolandia.df.gov.br/sites/100/187/FotosNovas/brasiliav3.jpg>. Acesso em: 26 out.
2010.
Figura 4 - Reunião de alguns dos principais nomes da Bossa Nova: da esquerda para
a direita: Tom, Vinícius, Bôscoli, Roberto Menescal e Carlinhos Lyra: disponível em:
<http://diariodorio.com/wp-content/uploads/2007/10/bossa-nova.jpg>. Acesso em: 26
out. 2010.
Figura 5 - A carta de renúncia de Jânio: disponível em: <http://upload.wikimedia.org/
wikipedia/commons/b/b1/JanioQuadros.jpg>. Acesso em: 9 fev. 2011.
Figura 6 - Capa de revista abordando a renúncia de Jânio: disponível em: <http://
oglobo.globo.com/blogs/arquivos_upload/2008/08/238_1840-janio%2002.jpg>. Acesso
em: 26 out. 2010.
Figura 7 - Em Março de 1964, Jornal do Brasil noticia medidas de Jango tidas como
"esquerdistas" pelos conservadores e que serviriam de estopim para o golpe de
1964: disponível em: <http://www.jblog.com.br/media/41/20080311-13%20de%20
mar%C3%A7o%20de%201964%20-%20blog%20-%20br.jpg>. Acesso em: 26 out. 2010.
Figura 8 - Militares saem às ruas da capital e das principais cidades do país no golpe de
1964: disponível em: <http://vivonacidade.blogspot.com/2009/03/45-anos-do-golpe-
militar-no-brasil.html>. Acesso em: 26 out. 2010.
Figura 9 - Cartaz de “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, filme de Glauber Rocha: disponível
em: <http://www.pco.org.br/userfiles/image/cultura/glauber.gif>. Acesso em: 26 out.
2010.
Figura 10 - Cartaz do filme “Terra em Transe”, de Glauber Rocha: disponível em: <http://
www.tempoglauber.com.br/tg/produtos/TERRAEMTRANSEcapapq.jpg>. Acesso em: 26
out. 2010.
Figura 11 - Gil e Caetano na época do movimento tropicalista: disponível em: <http://
tropicalia.com.br/olhar-colirico/fotos?page=2>. Acesso em: 9 fev. 2011.
Figura 12 - Passeata dos Cem Mil: disponível em: <http://josekuller.wordpress.
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Figura 13 - Primeira página do Jornal do Brasil anunciando o AI-5: disponível em:
<http://br.geocities.com/vestihistoria/JB.jpg>. Acesso em: 29 abr. 2009.
Figura 14 - Vista da Praça da Sé (São Paulo) durante comício pelas "Diretas Já", em
1984: disponível em: <http://veja.abril.com.br/30anos/imagens/segundadecada35.
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Figura 15 - Tancredo Neves discursando logo após ser eleito Presidente da República
pelo Congresso Nacional, em Janeiro de 1985: disponível em: <http://oglobo.globo.
com/blogs/arquivos_upload/2009/01/238_1451-tancredo.jpg>. Acesso em: 26 out.
2010.
Figura 16 - Fotografia do último debate televisivo antes do segundo turno da eleição
presidencial de 1989, envolvendo Collor e Luiz Inácio Lula da Silva: disponível em: <http://
natusch.files.wordpress.com/2008/10/09193082-ex00.jpg>. Acesso em: 26 out. 2010.
Figura 17 - Estudantes (chamados de “caras pintadas”) reivindicando em passeata o
© U5 - Brasil: da Década de 1950 ao Ano 2000 391

impeachment de Fernando Collor: disponível em: <http://meufashioneesse.blogspot.


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Figura 18 - Unidade Tripartida, Max Bill: disponível em: <http://www.macvirtual.usp.
br/mac/templates/exposicoes/exposicao_mac_40anos/imagem/bill.jpg>. Acesso em:
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Figura 19 - O Manifesto Ruptura: disponível em: <http://www.arq.ufsc.br/arq5625/
modulo3/concretismo/manifestoruptura.JPG>. Acesso em: 26 out. 2010.
Figura 20 - O Concreção, Luiz Sacilotto, 1952, 60 x 60 cm: disponível em: <http://www.
sacilotto.com.br/145.html>. Acesso em: 26 out. 2010.
Figura 21 - Movimento, Waldemar Cordeiro, 1951: disponível em: <http://www.
macvirtual.usp.br/mac/templates/exposicoes/exposicao_mac_40anos/imagem/
cordeiro.jpg>. Acesso em: 26 out. 2010.
Figura 22 - Sem título, Aluísio Carvão, 1956: disponível em: <http://www.itaucultural.
org.br/aplicExternas/enciclopedia_IC/index.cfm?fuseaction=artistas_obras&cd_
verbete=563&cd_idioma=28555>. Acesso em: 26 out. 2010.
Figura 23 - Plano em superfícies moduladas nº2, 1956, 90 x 75 cm: disponível em:
<http://www.macvirtual.usp.br/mac/templates/projetos/seculoxx/modulo3/frente/
clark/obra.html>. Acesso em: 26 out. 2010.
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