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O estilo barroco chega ao Brasil pelas mãos dos colonizadores, sobretudo portugueses,
leigos e religiosos. Seu desenvolvimento pleno se dá no século XVIII, 100 anos após o
surgimento do Barroco na Europa, estendendo-se até as duas primeiras décadas do
século XIX. Como estilo, constitui um amálgama de diversas tendências barrocas, tanto
portuguesas quanto francesas, italianas e espanholas. Tal mistura é acentuada nas
oficinas laicas, multiplicadas no decorrer do século, em que mestres portugueses se
unem aos filhos de europeus nascidos no Brasil e seus descendentes caboclos e
mulatos para realizar algumas das mais belas obras do barroco brasileiro.
As primeiras manifestações do espírito barroco foram presenciadas não só em fachadas e frontões,
mas também, principalmente, na decoração de algumas igrejas no final do século XVII. A talha
barroca dourada em ouro, de estilo português, espalhou-se pelas regiões do Rio de Janeiro, Bahia e
Pernambuco. O foco então se voltou para a região de Minas Gerais, desenvolvida às custas da
descoberta de minas de ouro (1695) e diamante (1730). Não por acaso, dois dos maiores artistas
barrocos brasileiros trabalharam exatamente neste período: Mestre Valentim (1745-1813), no Rio de
Janeiro e o Aleijadinho, em Ouro Preto e adjacências. E foi na suavidade do estilo rococó mineiro (a
partir de 1760) que se encontrou a expressão mais original do Barroco Brasileiro.
A talha
A talha dourada é uma técnica escultórica em que a madeira é esculpida e posteriormente revestida
por uma película de ouro (folha de ouro fino), ficando dourada.
Para um trabalho de talha dourada eram necessários vários artesãos sob a orientação de um mestre.
No Brasil, a arquitetura religiosa foi o maior expoente da arte barroca. As igrejas eram
maravilhosamente decoradas com entalhes em madeira cobertos de ouro, teto pintado com cenas
bíblicas, esculturas de santos, altares com anjos, colunas, flores e muitos outros elementos
decorativos.
A taipa de pilão
Ao longo do processo, essas camadas são reduzidas pela metade através do processo
de apiloamento. A técnica recebeu esse nome por ser socado (apiloada) com o auxílio
de uma mão de pilão.
Tanto na pintura quanto na escultura, o cotidiano é retratado de forma real e comovente onde são
observadas as expressões dramáticas faciais.
ARTISTAS BARROCOS NO BRASIL
No Barroco brasileiro temos a destacada figura do escultor Antônio Francisco Lisboa, o "Aleijadinho"
que produziu em Minas Gerais uma obra de arte plena e perfeita, é considerado um dos escultores
mais importantes nascido no Continente Americano, em todos os tempos. Nasceu em Vila Rica,
Minas Gerais, por volta de 1730, e faleceu na mesma cidade, em 1814. Recebeu o apelido de
Aleijadinho devido a moléstia que o acometeu em 1777 (mal de Hansem) lepra, que lhe deformou o
corpo, destruindo-lhe os dedos dos pés e das mãos e obrigando-o a andar de joelhos. Era filho do
mestre de obras português Manoel Francisco Lisboa e de uma escrava africana chamada Isabel.
Trabalhou principalmente em Vila Rica, São João Del Rei, Ouro Preto, Congonhas do Campo, Mariana
e Sabará. Sua leitura predileta era a Bíblia, fonte de sua arte, imagens sacra. Construiu púlpitos,
altares, painéis, tribunas e inúmeras esculturas religiosas em dezenas de igrejas.
As obras primas do escultor Aleijadinho são indiscutivelmente, os "Passos da Paixão" (66
monumentais estátuas de cedro representando a paixão de Cristo) e o grupo de estátuas
representando os Dose Profetas, erguidas no pátio do santuário do Bom Jesus de Matozinhos, em
Congonhas do Campo: executadas em pedra-sabão e em tamanho natural.
Santuário do bom jesus de matosinhos
Considerado uma das obras-primas do barroco mundial, o Santuário do Bom Jesus de Matozinhos foi
inscrito no Livro do Tombo de Belas Artes, pelo Iphan, em 1939, e reconhecido como Patrimônio
Cultural Mundial pela UNESCO, em dezembro de 1985. Situado em Minas Gerais, no município de
Congonhas, o Santuário começou a ser construído na segunda metade do século XVIII. Desde 2015,
o Museu de Congonhas funciona ao lado do Santuário e está aberto à visitação para potencializar a
percepção e a interpretação das múltiplas dimensões desse patrimônio.
Mestre Ataíde
Manoel da Costa Ataíde, foi o grande mestre da pintura barroca mineira da segunda metade do
século XVIII. Nascido na cidade de Mariana, Mestre Ataíde foi contemporâneo do Aleijadinho e seu
grande parceiro por toda vida na decoração de diversas igrejas mineiras. Espalhou pelos templos de
minas uma “bonita, valente e espaçosa pintura de perspectiva”.
Mestre Valentim
Educado em Portugal e com grandes obras no Rio de Janeiro, mestre Valentim foi um dos maiores
artistas do período colonial, comparado a Aleijadinho
Escultor, entalhador, arquiteto e urbanista Valentim da Fonseca e Silva (1745-1813), natural do Serro,
no Vale do Jequitinhonha, e ainda pouco conhecido no estado natal. Para estudiosos da arte colonial
brasileira, o mineiro, que viveu na antiga Vila do Príncipe até os três anos, morou em Portugal e
depois se estabeleceu na capital fluminense, é considerado o “Aleijadinho do Rio de Janeiro”, com
trabalhos em pedra (mármore e granito), metal e madeira, alguns de destaque no Jardim Botânico da
cidade.