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Arte brasileira é o termo utilizado para designar toda e qualquer forma de expressão

artística produzida no Brasil, desde a época pré-colonial até os dias de hoje. Dentro desta
ampla definição, estão compreendidas as primeiras produções artísticas da pré-história
brasileira e as diversas formas de manifestações culturais indígenas, bem como a arte do
período colonial, de inspiração barroca, e os registros pictóricos de viajantes estrangeiros
em terras brasileiras. Com a chegada da Missão Artística Francesa no século XIX, ensaia-
se pela primeira vez a criação de uma escola nacional de arte, consolidada por meio do
estabelecimento da Academia Imperial de Belas Artes, no Rio de Janeiro. Posteriormente,
sob a influência do expressionismo, do cubismo e do surrealismo europeus, junto com uma
valorização do primitivismo, o Brasil assistirá ao desenvolvimento do modernismo, que
será progressivamente incorporado ao gosto da sociedade e da arte oficial, até que a
assimilação das novas tendências surgidas no pós-guerra contribua para o florescimento
da arte contemporânea brasileira.

Arte da pré-história no Brasil


Ver artigo principal: Arte pré-histórica no Brasil
As mais antigas manifestações de pinturas rupestres no Brasil encontram-se na serra da
Capivara, no Piauí,[1] datando de cerca de 13000 a.C. Em Pedra Pintada, na Paraíba,
foram encontradas pinturas com cerca de 11 mil anos de idade e, em Minas Gerais,
chamam atenção os registros de arte rupestre localizados em várias cavernas do vale do
Peruaçu, que se distinguem por seus raros desenhos de padrões geométricos, executados
entre há 2000 e 10000 anos. São igualmente dignas de menção as pinturas de animais
descobertas em grutas calcárias no vale do rio das Velhas, em Lagoa Santa, Minas
Gerais.[2]

Na documentação arqueológica brasileira, predominam o uso de materiais como osso,


chifre, pedra e argila, para a confecção de objetos utilitários (recipientes, agulhas,
espátulas, pontas de projétil), adornos (pingentes e contas de colar) e cerimoniais,
atestando uma preocupação estética observável, sobretudo, na extraordinária variação de
formas geométricas e no tratamento das superfícies e dos retoques.[3]

Vasilhame de cerâmica das civilizações

de Santarém. Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém.


Índio bororo com cocar e pintura corporal.

Arte indígena no Brasil


Ver artigo principal: Arte plumária dos índios brasileiros, Música indígena brasileira
Do período entre 5000 a.C. e 1100, há vestígios de culturas amazônicas com alto grau de
sofisticação na fabricação e decoração de artefatos de cerâmica, como as da ilha de
Marajó e da bacia do rio Tapajós, onde se registra a presença de
complexos vasos antropomorfos e zoomorfos, com suportes e apliques ornamentais. Ainda
no contexto amazônico, são dignos de nota as estatuetas de terracota, sobretudo com
representações femininas e de animais, e os objetos de pedra, como os pingentes
representando batráquios (muiraquitãs).[4]

São igualmente importantes as cerâmicas encontradas na costa maranhense (tradição


Mina, c. 3200 a.C.) e no litoral baiano (tradição Periperi, c. 880 a.C.), com difusão ampla e
diversificada, atingindo certas áreas meridionais já em plena era cristã. Mais simples em
sua composição do que as cerâmicas amazônicas, essas peças sobressaem pela
diversidade de técnicas decorativas, que vão da pintura, incisão e excisão até o
escovamento, corrugação, ungulação, etc.[3]

De forma genérica, a arte plumária indígena e a pintura corporal atingem grande


complexidade em termos de cor e desenho, utilizando penas e pigmentos vegetais
como matéria-prima. Por fim, destaca-se a confecção de adornos peitorais, labiais e
auriculares, encontrados em diversas culturas diferentes espalhadas por todo o território
brasileiro.

Arquitetura
Ver artigo principal: Arquitetura do Brasil
A arquitetura do Brasil, desenvolvida através dos séculos desde o início de
sua colonização, foi diretamente influenciada pelos diversos povos que formam o povo
brasileiro e pelos diversos estilos arquitetônicos vindos do exterior. Contudo, a arquitetura
bandeirista e o Barroco mineiro são considerados por muitos estudiosos como expressões
de estilos europeus que encontraram no Brasil uma manifestação e linguagem próprios,
destacando-se de suas contrapartes metropolitanas. A primeira se refere à produção
realizada basicamente no que seria hoje o estado de São Paulo pelas famílias
dos bandeirantes, inspirando-se em uma estética próxima, ainda que bastante alterada,
do Maneirismo. A segunda corresponde ao Barroco (ainda que muitos o considerem mais
próximo do Rococó) representado especialmente pelas igrejas construídas por Aleijadinho.

Em fins do século XVIII, com a gradual introdução do Neoclassicismo no Brasil e em


especial a partir da presença do arquiteto francês Grandjean de Montigny no início
do século XIX, este novo estilo frutificou e mais tarde levaria ao surgimento de uma
escola eclética já para o final do século, e que produziria alguns dos mais importantes
edifícios públicos do país e exerceria uma larga influência em todos os estratos sociais.
Pouco depois o Modernismo definiria mudanças drásticas na paisagem urbana, num
processo coroado pela construção de Brasília. Em anos mais recentes a arquitetura
brasileira tem continuado uma trajetória desde o Modernismo respeitada
internacionalmente e vem buscando definir o que será uma arquitetura nacional num
mundo globalizado.

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