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Resumo Fevereiro/Março

Barroco e Rococó

Barroco

Em geral, compreende-se como barroca a arte desenvolvida no século XVII.


Contudo, alguns historiadores costumam apontar como o início da época barroca os
anos finais do século XVI, que com a arte religiosa da contra reforma teria gerado
os primeiros frutos do que viria a ser a arte barroca, plenamente desenvolvida
durante a primeira metade do século XVII. Como marco inicial aponta-se a primeira
igreja da recém-fundada Companhia de Jesus em Roma, a Igreja de Jesus, 1568,
com a fachada de Giacomo della Porta (ca.1541-1604).

Alguns teóricos fazem avançar o estilo barroco até meados do século


XVIII, com sua derivação rococó ou rocaille, cuja graciosidade requintada de
formas sinuosas e assimétricas pode ser vista como um processo natural de
desenvolvimento do século anterior.

Após seu surgimento na Roma católica, ela se dissemina fortemente pelo


mundo, gerando uma série de variações nacionais. Reunindo trabalhos de artistas
como Michelangelo Merisi da Caravaggio (1571-1610), Peter Paul Rubens
(1577-1640), Diego Velázquez (1599-1660), Rembrandt van Rijn (1606-
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1669), Gian Lorenzo Bernini (1598-1680), Francesco Borromini (1599-1667),
Baciccio (1639-1709) e Aleijadinho (1730-1814).

Obras de Alejadinho
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Estudos mais profundos sobre o período são relativamente recentes,
considerando que só a partir da segunda metade do século XVIII a arte posterior
ao Renascimento começa a ser chamada de barroca. As obras desses artistas
mostram certa tendência ao bizarro, ao assimétrico, ao extravagante, ao apelo
emocional, inexistente até então na arte renascentista.

Deve-se aos teóricos Alois Riegl (1858-1905) e Heinrich Wölfflin (1864-


1945) o início da revalorização das obras barrocas no fim do século XIX.
Reconhecendo e valorizando os traços do barroco como expressão de uma outra
forma de ver o mundo.

Segundo Wöllflin, além das diferenças individuais e nacionais de cada


artista, pode-se dizer que a arte barroca, tanto na arquitetura e escultura quanto
no desenho e na pintura, tem as seguintes características:

 apresenta os objetos como manchas ou massas de cor;

 enfatiza a profundidade e não o plano;

 a sensação de unidade prevalece sobre a singularidade de cada parte;

 as formas têm clareza relativa, ou seja, não é mais preciso


reproduzir as coisas em todos os seus detalhes, basta sugerir ao
espectador alguns pontos de apoio para que a imaginação complete o
resto.

O homem barroco compreende a natureza como infinita em sua diversidade


e dinamismo e para expressar tal sentimento utiliza recursos como

 contrastes abruptos de luz e sombra,

 manchas difusas de cores,

 passagens súbitas entre primeiro e segundo planos,

 diagonais impetuosas,

 ausência de simetria,

 entre outros.

De certa forma, o desapego pelas formas "ideais" de beleza e perfeição


clássicas e a valorização da representação dos temas com base na experiência
predispõem algumas obras barrocas a uma espécie de naturalismo, quer dizer,
a imagem pictórica das coisas e seres humanos tal como aparecem, com suas
marcas do tempo, seus defeitos físicos, seus traços bizarros e feios, sem
retoque algum.
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A questão da veracidade do instante representado se dá na arte barroca
pelo apelo à emoção do espectador. Por isso as contorções exageradas dos corpos
e rostos, os efeitos irreais de luz e sombra são alguns dos recursos teatrais
utilizados para convencer.

Barroco no Brasil

O barroco no Brasil teve início no final século XVIII. No país essa tendência
artística teve grande destaque na arquitetura, escultura, pintura e literatura.

No Brasil, a arquitetura religiosa foi o maior expoente da arte barroca. As


igrejas eram maravilhosamente decoradas, com entalhes em madeira cobertos de
ouro, o tento pintado com cenas bíblicas, esculturas de santos, altares com anjos,
colunas, flores e muitos outros elementos decorativos.

Muitos foram os artistas que contribuíram para o engrandecimento do estilo


barroco no Brasil. Entre eles, Manoel da Costa Ataíde (Mestre Ataíde) e a Antonio
Francisco Lisboa (O Alejadinho).

O estilo barroco chega ao Brasil pelas mãos dos colonizadores, sobretudo


portugueses, leigos e religiosos. Seu desenvolvimento pleno se dá no século XVIII
(época da exploração da mineração) 100 anos após o surgimento do Barroco na
Europa, estendendo-se até as duas primeiras décadas do século XIX. Como estilo,
reúne diversas tendências barrocas, tanto portuguesas quanto francesas, italianas
e espanholas. Tal mistura é acentuada nas oficinas laicas, multiplicadas no decorrer
do século, em que mestres portugueses se unem aos filhos de europeus nascidos no
Brasil e seus descendentes caboclos e mulatos para realizar algumas das mais belas
obras do barroco brasileiro.

Pode-se dizer que essa mistura de elementos populares e eruditos


produzida nas confrarias artesanais ajuda a rejuvenescer entre nós diversos
estilos, ressuscitando, por exemplo, formas do gótico tardio alemão na obra de
Aleijadinho (1730-1814). O movimento atinge o auge artístico a partir de 1760,
principalmente com a variação rococó do barroco mineiro.

Durante o século XVII a Igreja teve um importante papel como mecenas na


arte colonial. As diversas ordens religiosas (beneditinos, carmelitas, franciscanos e
jesuítas) que se instalam no Brasil desde meados do século XVI desenvolvem uma
arquitetura religiosa sóbria e muitas vezes monumental, com fachadas e
plantas retilíneas de grande simplicidade ornamental.

É somente quando as associações leigas (confrarias, irmandades e ordens


terceiras) tomam a dianteira no patrocínio da produção artística no século XVIII,
momento em que as ordens religiosas veem seu poder enfraquecido, que o barroco
se frutifica em escolas regionais, sobretudo no Nordeste e Sudeste do país.
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As primeiras manifestações do espírito barroco no resto do país estão
presentes em fachadas e frontões, mas principalmente na decoração de algumas
igrejas, também em meados do século XVII. A talha barroca dourada em ouro, de
estilo português, por exemplo, espalha-se pela Igreja e Mosteiro de São Bento do
Rio de Janeiro, construída entre 1633 e 1691.

As igrejas barrocas no Brasil, tal como as portuguesas, são marcadas por um


contraste entre a relativa simplicidade de seus exteriores e as ricas
decorações interiores, simbolizando dessa forma a virtude do recolhimento,
requisito necessário à alma cristã.

Surge então um novo ciclo de desenvolvimento do barroco entre meados de


1730 e 1760, com predominância do estilo português "joanino", cuja origem
remonta ao barroco romano. Há uma significativa barroquização da arquitetura com
a construção de naves poligonais e plantas em elipses entrelaçadas. Dois nomes se
destacam na arquitetura, os artistas portugueses Manuel de Brito e Francisco
Xavier de Brito (s.d.-1751).

Nota-se que, em meados do século XVIII, a perda da força econômica e


política inicia um período de certa estagnação no Nordeste, com exceção de
Pernambuco, que conhece o estilo rococó na segunda metade do século. O foco
volta-se para o Rio de Janeiro, transformada em capital da colônia em 1763, e a
região de Minas Gerais, desenvolvida à custa da descoberta de minas de ouro
(1695) e diamante (ca.1730).

Não por acaso, dois dos maiores artistas barrocos brasileiros trabalham
exatamente nesse período: Mestre Valentim (ca.1745-1813), no Rio de
Janeiro, e o Aleijadinho, em Ouro Preto e adjacências.

É na suavidade do estilo rococó mineiro (a partir de 1760) que se encontra a


expressão mais original do barroco brasileiro. A extrema religiosidade popular, sob
o patrocínio exclusivo das associações laicas, se expressa em um espírito contido e
elegante, gerando templos harmônicos e dinâmicos de arquitetura em planos
circulares, com graciosa decoração em pedra-sabão. As construções
monumentais são definitivamente substituídas por templos intimistas de dimensões
singelas e decoração requintada, mais apropriados à espiritualidade e às condições
materiais do povo da região.

Um dos exemplos mais bem-acabados desse estilo pode ser contemplado na


Igreja da Ordem Terceira de São Francisco de Assis da Penitência (1767),
retábulos laterais e altar-mor, púlpitos e lavabo são de autoria de Aleijadinho. A
pintura ilusionista do teto da nave (1802) é de um dos mais talentosos pintores
barrocos, Manoel da Costa Athaide (1762-1830). Destaca-se ainda a parceria dos
dois artistas nas esculturas de madeira policromada (1796-1799) representando os
Passos da Paixão de Cristo para o Santuário do Bom Jesus dos Matozinhos, em
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Congonhas do Campo. No átrio desse santuário, Aleijadinho deixa o testemunho
mais eloquente de seu talento artístico: seus 12 Profetas de pedra-sabão (1800-
1805).

Rococó

Principal estilo de época do século XVIII europeu, o rococó se desenvolve


como oposição a alguns excessos do barroco, apelando para a leveza, graça e para
os coloridos suaves. O termo tem origem na palavra francesa rocaille - tipo comum
de decoração de jardins do século XVIII, com conchas e rochas - que se populariza
por analogia ao termo italiano barocco.

Os traços mais salientes do estilo rococó relacionam-se ao uso das rocailles,


que se combinam aos arabescos com linhas curvas em "c" ou "s". As composições
realizadas com extrema liberdade e fantasia mesclam a sinuosidade das linhas com
motivos tirados da natureza: pássaros e pequenos animais, plantas e flores
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delicadas, formações rochosas, águas em cascata ou brotando do solo. Na
arquitetura, sobretudo nos interiores, predominam os traçados sinuosos, as cores
claras, o uso da luz (pelas "janelas francesas" que descem ao chão) e dos espelhos.

O luxo da decoração interna tem o seu contraponto na simplicidade das


fachadas externas dos edifícios. Ao redor de 1760, assistimos à retomada das
tendências e repertórios clássicos, nas pilastras, medalhões e troféus que tomam
conta das decorações. Enraizado culturalmente no século XVIII, o rococó liga-se à
sociabilidade elegante do período, às modas e maneiras cotidianas que têm nos
salões literários e artísticos expressão significativa. A polidez e a performance
social que os salões evidenciam vêm acompanhadas da importância do luxo e
refinamento.

A vivacidade e alegria da vida cotidiana, rondam também a pintura rococó,


como exemplificam as telas de Boucher e de Fragonard. As cores delicadas
encontram ressonância no trabalho de Fragonard - O Balanço , 1766, que explora
também as paisagens e a pintura histórica.

O estilo rococó se internacionaliza rapidamente pela Europa Central, mas


também pela Espanha e Portugal, adaptando-se a contextos muito diversos.

Diferença entre Rococó e Barroco

A diferença entre o Rococó e o Barroco é mínima. Considerando que o


rococó é um movimento artístico nascido na França, no início do século XVIII,
ele se enquadra em uma vertente oriunda do Barroco, porém, diferente no
ponto de vista. O termo rococó vem do francês  rocaille , que quer dizer, concha.
Essa arte cumpre funções de decoração, que engloba as áreas da arquitetura e
da ornamentação de objetos.

Companhia de Jesus
Ordem religiosa – padres religiosos – padres jesuítas.

Objetivo – difundir a fé católica entre os povos não cristãos e edificar


grandes igrejas.

É na construção e decoração dessas igrejas que nasce a Artes Barroca.

Pintura
 Textualidade.
 Expressão dos sentimentos humanos;
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 Dramaticidade das expressões;
 Temas retratados: religiosos, mas também paisagens e retratos;
 Colorido intenso e contraste claro-escuro.

Quadros

A ceia em emaus – Caravaggio

Diego Velasquez

Esculturas
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O “Êxtase de Santa Teresa”


de Gian Lorenzo Bernini.

“Fontana di Trevi”, por Nicola


Salvi.

Dramaticidade das expressões e o dinamismo dos movimentos são elementos


básicos.

Predomínio de linhas curvas excesso de dobras nas roupas e utilização do


dourado.

Destaque para o italiano Gian Lorenzo Bernini.

Arquitetura
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Combinações de elementos – claro e escuro.

Igrejas barrocas

Conjunto de elementos para proclamar e exibir o trunfo e o poder da igreja


católica.

Governantes europeus também queriam exibir seu poder, através de


combinações esplendorosas.

O movimento barroco expandiu-se por quase toda a Europa e América.

Barroco e Rococó (livro)


Barroco

Estilo dramático e emocional.

Europa – sec XVII.

Provavelmente do Português - da palavra "barocco", e que significa "pérola


deformada".

Rococó

Século XVIII

Estilo elegante e decorativo

Da palavra francesa rocaille, que significa "conchas".

Arte dramática

A arte barroco era repleta de drama e movimento (agradar mais ao coração


do que à mente).

Se contrapôs ao estilo clássico, hoje parece cheia de excesso (curvas e


contornos excessivos)

Pode parecer cheia de excessos para os padrões de hoje, mas naquela época,
a mudança que causou foi grande, pois saiu dos indiferentes estilos clássicos.
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O Êxtase de Santa
Teresa (1647-52), de Gian
Lorenzo Bernini

Localizada em uma
igreja em Roma.

Mostra a santa tendo a visão


de um anjo.

Essa obra é tão dramática que


traz elementos do teatro, que
é chamada de arte dramática,
para a escultura.

Coloca a santa em meio a


colunas, representando o
palco. Os raios dourados, que
representam a luz que vem dos
céus, funcionam a iluminação
do palco. A luz se mescla com
a luz verdadeira que vem de
uma janela acima da escultura.

A obra foi projetada para


parecer fantasmagórica e
parecer tão estranha quanto
foi para a santa em ter a visão
do anjo.

Pinturas Barrocas

Uso de iluminação forte para criar extremos contrastes entre luz e sombra.

Cenas são mostradas muito próximas, dando-nos a impressão de que estão


ocorrendo bem diante de nós.

Uso de linhas diagonais, para enfatizar o movimento e faz com que pareçam
mais desesperados.
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Perseu Transformando Fineas e


seus Seguidores em Pedra (por
volta de 1680), de Luca Giordano

Neste quadro foram


usadas linhas diagonais para
mostrar desespero das
personagens

A obra lembra um cenário de teatro (dramaticidade barroca).

São personagens da lenda de Perseu apresentados em poses teatrais, e o


prédio ao fundo parece uma cortina de fundo de cenário.

Tanto as lanças como os braços e os raios de luz direcionam nossos olhos


para a austera cabeça que Perseu está segurando (cabeça da Medusa – que
transforma em pedra todo aquele que a visse.

Conforme Perseu ergue-a na frente de seus inimigos - com cuidado para que
ele mesmo não olhasse para ela - os corpos de seus oponentes começam a tomar
uma sinistra cor acinzentada.

Irrompendo

Os artistas barrocos criavam dramas em retratos.

Autorretrato (1670-73), de
Bartolomé Murillo. A inscrição diz:
"Bartolomé Murillo fazendo seu
autorretrato para satisfazer os desejos
de seus filhos"- este autorretrato tem
como objetivo fazer com que se
lembrem dele após a sua morte.
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 Bartolomé Murillo pintou a si mesmo, emoldurado por um oval entalhado.


 Na parte inferior da moldura oval estão suas ferramentas de artista: um
desenho preliminar em giz vermelho, uma paleta e pincéis.
 Não fica claro se a moldura é para ser vista como um espelho ou uma pintura
dentro da pintura.
 O artista quebra esta ilusão de uma maneira surpreendente e um tanto
horripilante, ao mostrar sua mão saindo da moldura, como se sua pintura estivesse
ganhando vida. Isso é conhecido como desenho trompe l'oeil.

Na extremidade

Por conta de ser uma arte dramática os artistas barrocos amavam


situações extremas, como batalhas e contos sobrenaturais, que se adequavam às
pinturas dramáticas.

Escolhiam cenas com muita dramaticidade, como

 pessoas sendo transformadas em pedra (na quadro do Perseu), ou


uma aparição miraculosa (abaixo).

A Festa de Beltessazar (por


volta de 1635), de Rembrandt van Rijn.
A escrita na parede está em língua
hebraica. Observe como a cena é
iluminada pela luz que vem das letras.

Traz expressões e gestos


extremos para dar a impressão de um
segundo de interrupção dramática.
Os convidados atônitos com o
que está acontecendo.

Neste quadro, o rei Beltessazar deu uma grande festa na qual serviu vinho
em taças roubadas de um templo de Jerusalém. De repente, uma mão apareceu e
escreveu uma mensagem misteriosa na parede. Ao ser decifrada, concluiu-se que a
mensagem era um aviso de Deus: "Você foi pesado na balança e considerado em
falta”.
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A Ceia em Emaús

O pintor italiano Caravaggio - pinturas dramáticas, mas realistas,


geralmente de cenas religiosas.

Naquela época algumas pessoas consideraram suas pinturas chocantes.


Achavam que ele era desrespeitoso, porque fazia personagens santos parecidos
com pessoas simples.

Título: A Ceia em Emaús Data: 1601 Artista: Michelangelo da Merisi,


conhecido como "Caravaggio" Material: óleo sobre tela Dimensões: 142 cm x 196 cm

Ressurgindo dos mortos

Esta pintura conta uma história bíblica sobre dois dos discípulos de Jesus,
que o encontraram depois da ressurreição, sem saber quem era e convidaram-no
para jantar. Depois que o taberneiro lhes trouxe a refeição, o estranho a abençoou
de modo singularmente familiar - e os discípulos perceberam que era Jesus,
miraculosamente ressurgido dos mortos.
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A pintura mostra o momento em que os discípulos chocados reconheceram
seu convidado.

Drama da vida Podemos

A cena está bem próxima para nos dá a impressão que podemos sentar com
os personagens (para trazer realismo à cena)

Os braços de Jesus e os dos discípulos estão com suas dimensões reduzidas


para aumentar está sensação e dar a impressão que eles estão saindo da cena.

Caravaggio pode ter sido influenciado pelo seu próprio estilo de vida para
dar a sensação dramática - ele foi uma pessoa que constantemente se envolvia em
brigas turbulentas.

Atração central

Jesus está sentado no meio da pintura, claramente o centro de atenção. Seu


manto vermelho faz com que ele se sobressaia dos demais, e o fundo escuro
garante que nada desvie a atenção de sua radiante face.

Ele também aparece com a barba feita, embora, na época, a maioria das
pinturas mostrava-o de barba. Isso tornava mais difícil reconhecê-lo, portanto,
qualquer pessoa que visse a pintura hesitaria - como os discípulos - antes de
identificá-lo.

Aqui e agora

A cena possui um árduo realismo à sua volta (Tudo parece bastante real)

 Discípulos - com roupas esfarrapadas, como os trabalhadores do


século XVII.
 A comida sobre a mesa é provavelmente igual à que as pessoas
simples comiam: pão, frutas e uma galinha d'angola assada.
 Algumas das frutas estão até mesmo começando a apodrecer.
 Esse conjunto de elementos ajuda a fazer com que o milagre pareça
mais real, como se estivesse acontecendo na nossa frente e não em
um passado distante.

Cavaggio também aplicou seu realismo em si próprio. Especialistas acreditam


que personagem com aspecto doentio é, na verdade, um autorretrato, pintado logo
ois que ele saiu do hospital - o que explica sua cor pálida.
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Truques de luz

Caravaggio torceu a realidade para alcançar seu propósito.

 A sombra sob a cesta de frutas tem a forma de um peixe, um antigo


símbolo cristão.
 A sombra do taverneiro servindo a refeição cria uma auréola escura
em torno da cabeça de Jesus.
 Analisando o lugar de onde vem a luz, a sombra, na verdade, deveria
estar sobre sua face.

Uma vida violenta

Caravaggio era um homem violentamente inclinado a discussões.

Ele foi processado várias vezes.

No auge do seu sucesso, matou um homem em uma discussão sobre uma


partida de tênis. Ele teve de fugir das autoridades e passar o resto da sua vida no
exílio. Morreu de febre aos 39 anos de idade.
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Baco Enfermo (1593-


94), de Caravaggio

Guerras religiosas
O século XVII foi uma época de violentos debates religiosos, discussões e
até mesmo guerras. No fim, isso fez com que a Igreja cristã se dividisse em duas.

 Protestante – no norte da Europa


 Católica – no sul da Europa.

Católicos – usavam imagens religiosas para auxílio nas orações.

Nos países protestante - esse uso da arte não foi visto com bons olhos e até
mesmo considerado pecaminoso.

Perto do Paraíso
Se as pinturas religiosas tinham como objetivo ensinar as pessoas e inspirar
suas devoções, como a Igreja católica desejava, os artistas precisavam criar
imagens claras e convincentes. Por isso, usavam as técnicas barrocas de iluminação
teatral e de composições dinâmicas para exprimirem intensas experiências
espirituais.
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AS pinturas católicas ilustraram
episódios dramáticos da vida dos santos,
como alguém tendo uma visão, semelhante à
pintura à direita, ou sendo martirizado
(morto por suas crenças).
Estas eram cenas extraordinárias
(dramáticas), porém frequentemente
mostradas em cenários comuns e domésticos,
para ajudarem as pessoas a se sentirem mais
próximas dos santos.

O Sonho de São José (por volta de 1638), de


Philippe de Champaigne. O anjo está dizendo
para José que o bebê de sua esposa é o filho
de Deus. Observe as sandálias de José
deixadas de lado sobre o chão.

Um bom exemplo
Os protestantes - somente adorar a Deus (não santos).

Católica incentivava as pessoas a reverenciarem os santos, principalmente a


Virgem Maria, e a dirigirem suas preces a Deus por intermédio deles. Por isso, a
Virgem Maria é muito retratada na arte católica, a partir deste período.
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The Virgin in Prayer
(1640-50), de Giovanni
Salvi, conhecido como
"Sassoferrato"

 Sua serena concentração é projetada para dar um bom exemplo e


incentivar as pessoas a imitá-la e a orar, como ela faz.
 O cenário escuro, a iluminação forte e a proximidade da imagem
fazem dela uma figura admirável.
 As sombras sobre o seu rosto e mantos foram tão delicadamente
pintadas que, se avistadas em uma igreja escura iluminada apenas por
velas, um observador poderia se enganar e confundir a figura com
uma mulher de verdade.

Observando a luz
Nos países protestantes, 0a República da Holanda,

 as pessoas achavam que os cultos da igreja deveriam concentrar-se


em leituras religiosas e orações.
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 Pensavam que as pinturas, estatuas e outras decorações da igreja
eram uma distração. Alguns até mesmo acreditavam ser errado orar
em frente a uma pintura sagrada, como os iconoclastas.

Por isso, muita arte religiosa foi destruída


e, como no quadro ao lado, as igrejas foram
esvaziadas.

Diz-se que as igrejas foram purificadas.

O Interior de Buurkerk em Utrecht (1644),


de Pieter Saenredam.

No quadro

 As colunas e os arcos caiados parecem surpreendentemente claros e


limpos.
 Os raios do sol fluem através das janelas sem enfeites, que até
recentemente teriam exibido seus vitrais.
 A importante arquitetura, banhada em luz divina, tem como
finalidade fazer com que pensemos sobre religião e enchamo-nos do
temor religioso.

Cenas domesticas
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Nas igrejas protestantes não havia mais obras artísticas religiosas. Mas,
amantes da arte ainda compravam pequenas cenas religiosas para pendura-las em
suas casas.

Essas obras mostravam histórias bíblicas, pois figuras de santos não eram
aceitas em países protestantes.

A Adoração dos Pastores


(1646). de Rembrandt
van Rijn. Observe como
Rembrandt utiliza a luz
para direcionar seu olhar
na figura.

A cena mostra os pastores orando para o Jesus recém-nascido em um


estábulo holandês, em uma escura noite de inverno. A cena nos da a impressão de
algo doméstico e íntimo, em contraste total com o importante estilo Barroco de
pinturas como O Sonho de São José.

Digno de um rei

O século XVII, reis e rainhas que eram muito mais poderosos que hoje,
viviam em grandes palácios e pagavam aos melhores pintores para trabalharem em
suas cortes.

A principal tarefa dos pintores da corte era a de fazer os retratos


reais. Eles também criavam cenas históricas e mitológicas para decorarem os
palácios reais - pinturas muito distantes das imagens religiosas feitas para a
Igreja.
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Médicos de meias-verdades

 A maioria dos reis e rainhas permitia que fossem pintados somente


pelo pintor da corte.
 Suas imagens eram rigorosamente controladas, exatamente como as
celebridades de hoje tentam controlar o modo pelo qual são
fotografadas pela mídia.
 Por isso, os pintores da corte eram, em geral, escolhidos tanto por
suas habilidades em lisonjear (bajular) seus temas, como também por
sua destreza para pintar.

Felipe IV em Marrom e Prata 1631-32i. de Diego


Velázquez.

Diego Velázquez era o pintor da corte do rei


Felipe IV da Espanha. No retrato acima, ele mostrou
Felipe usando um impressionante traje todo bordado em
prata. Presume-se que Felipe tivesse um queixo grande e
saliente. Mas Velásquez o pintou com a cabeça de lado e
um pouco mais distante de nós, por isso, essa
característica não aparece tanto.

Carlos l a cavalo(em torno de 1637-


38), do artista flamengo Anthony van Dyck
Resumo Fevereiro/Março

Poder e glória

Anthony van Dyck era o pintor da corte do rei inglês Carlos I.

No retrato acima ele pintou o rei em natural sobre um cavalo, destacando-o


sobre a paisagem e o observador.

A pintura era tão grande que van Dyck precisou de um andaime para
completá-la, mas, Carlos era um homem baixo e magro com rosto fino. Mas van
Dyck fez com que ele parecesse suntuoso e impressionante ao mostrá-lo muito mais
alto que nós, em uma armadura brilhante, desenhando seu rosto de lado.

Pinturas arriscadas

Os membros da corte real, ou os cortesãos, compravam cenas históricas e


mitológicas para decoração, além de adquiri-las com o objetivo de mostrar a
cultura que tinham, uma vez que apenas pessoas com boa educação conheceriam as
histórias que envolviam tais pinturas. Essas aquisições também revelavam o quão
privilegiados eles eram. Na Espanha, a nudez presente em muitas dessas cenas
simplesmente não seria permitida fora do restrito mundo da corte.

Vênus escondida

A Toalete de
Vênus (1647-51),
de Diego
Velázquez. Esta
pintura teve de
ser reparada após
um não
simpatizante dos
direitos da mulher
te-la atacado com
um cutelo de
açougueiro em
1914.
Resumo Fevereiro/Março

A cena denominada A Toalete de Vênus

Incomum para a época


Ela mostra uma nudez feminina - um tema até então visto com censura e
reprovação pela Igreja espanhola.
Velázquez escapou impune porque a pintura foi feita para uma cortesã real,
mas provavelmente nem mesmo ele a colocou em exposição pública.
Os nus eram, em geral, pendurados atrás de cortinas e somente revelados a
um público seleto.
 O cupido alado identifica a mulher como sendo Vênus, a deusa do
amor.
 Ela está verificando sua aparência no espelho - este é o antigo
significado de "toalete".
 Velázquez faz uma brincadeira com o reflexo: será que Vênus está
olhando para seu próprio rosto, ou está nos vendo no espelho,
serenamente respondendo à nossa contemplação?

Flautas de Pan A pintura

O Triunfo de Pan (1.636), do artista


francês Nicolas Poussin.

O Triunfo de Pan, de Nicolas


Poussin, reflete o bom gosto educado
dos nobres do século XVII.
Encomendada - pelo poderoso - o
cardeal Richelieu, supremo ministro da
França.

No palácio do cardeal Richelieu havia uma sala repleta de pinturas


mitológicas da Renascença.

A cena do quadro mostra personagens míticos celebrando em torno de uma


estátua de Pan, o deus das florestas e dos campos. Eles parecem um tanto
frenéticos, mas Poussin transformou seus movimentos selvagens em uma pintura
bastante organizada.
Resumo Fevereiro/Março
Os braços e pernas estão dispostos em linhas diagonais bem nítidas, que é
uma característica do barroco.

Paz e Guerra

Peter Paul Rubens (artista flamengo) foi um importante diplomata e,


também, um pintor criativo.

Foi enviado a Inglaterra, em 1630, para tentar resgatar a paz entre as duas
nações.

Além de apresentar seu caso com palavras, ele deu ao rei inglês Paz e
Guerra, uma magnífica pintura que tinha como objetivo ser uma ilustração gráfica
dos benefícios da paz.

Título: Paz e Guerra


(Minerva protege Pax de
Data: 1629-30 Artista:
Peter Paul Rubens
Material: óleo sobre tela
Dimensões: 204 cm x 298
cm

Enigmas da pintura

Esta pintura é uma alegoria.


Alegoria - modo de expressão ou interpretação que consiste em representar
pensamentos, ideias, qualidades sob forma figurada.
A pintura possui uma mensagem escondida que deve ser decifrada com o uso
de pistas visuais.
Os personagens míticos representam ideias abstratas.
A mulher que está sentada no meio é Pax, ou paz. Em volta dela, tudo parece
em paz e feliz.
Marte, o deus da guerra, está em pé ali por perto, pronto para a batalha –
demonstrando que a qualquer momento a guerra pode vir à tona.
Resumo Fevereiro/Março
A estrutura da pintura reforça o simbolismo. Ela contém três triângulos,
dois claros e felizes e o terceiro escuro e sinistro.

Este diagrama mostra a composição da


pintura em triângulo. O que está à
direita tem Marte e nuvem escuras que
trazem um temporal; os outros dois são
mais coloridos. A própria Paz está
sentada perto da parte superior do
triângulo central.

Vantagens da paz

Ao redor da Pax, tudo é harmonioso.

Até leopardo rola sobre as costas como se fosse um gatinho.

Ao lado dele, há um semideus grego - uma criatura mítica com o corpo de


homem e as pernas de um bode. Os semideuses eram tidos como sendo muito
nocivos, mas este está gentilmente oferecendo às crianças frutas em uma
cornucópia, ou corno de abundância.

Atrás do semideus há uma mulher carregando uma bacia de ouro. As frutas


e o ouro representam a prosperidade trazida pela paz. Por isso, as crianças podem
crescer bem-providas e felizes.

Sob ameaça

A figura de Marte demonstra que a paz entre os dois países vive sob a
ameaça da guerra.

Sobre ele o céu está escurecendo, e Marte está escondido ao fundo,


acompanhado por uma fúria fantasmagórica, ou deusa da vingança.

Uma mulher vestida com uma armadura - Minerva, a deusa da sabedoria -


empurra Marte.

Realidade e mito

As crianças são, na verdade, retratos do filho e filhas de sir Balthasar


Gerbier, o amigo do artista e hospedeiro em Londres. O garoto está vestido como
Resumo Fevereiro/Março
Himeneu, o deus do casamento, mas as duas garotas estão vestidas com roupas
comuns do século XVII.

Ao incluir crianças de verdade entre seus personagens míticos, Rubens fez


com que sua alegoria parecesse mais relevante para a época e lhe deu mais impacto.

Missão querúbica

Pensasse que o querubim represente a figura do próprio Rubens, uma vez


que carregas em suas mãos

 um ramo de oliva, um símbolo de paz,


 uma vara com uma serpente enrolada nela, um outro símbolo de paz.

Rubens, o diplomata

Autorretrato (1638-40), de Peter Paul


Rubens

Podemos observar a aparência de


Rubens neste autorretrato, pintado pouco
antes de sua morte em 1640.

A missão de Rubens fez com que a Inglaterra assinasse um tratado de paz


com a Espanha em 1630.

Infelizmente, a paz acabou sendo vivenciada por pouco tempo. A Inglaterra


e a Espanha foram, logo depois, assoladas por um longo período de conflito europeu
conhecido como Guerra dos Trinta Anos.
Resumo Fevereiro/Março
Mas Rubens não foi enviado a nenhuma outra missão. Aos 50 anos, ele
retirou-se para sua cidade flamenga, onde se dedicou à pintura de cenas tranquilas
da vida rural e paisagens imensas como a que segue.

O estilo artístico variável de Rubens e as cores fortes foram muito


admirados, especialmente seus tons de pele - certa vez, um crítico disse que
pareciam ser pintados com leite e sangue.

Uma paisagem outonal com Vista de Het Stenn de Peter Paul Rubens

Cidade e campo
Paisagens rurais e urbanas tornaram-se muito populares no século XVII,
uma vez que as pessoas começaram a aceitar o fato de que elas eram um tema
adequado para pinturas.

Alguns artistas criaram belas cenas imaginárias.

Mas na República da Holanda recém-independente tendiam a ser sobre a


vida real – uma vez que orgulhosos da República os cidadãos queriam mostrar as
paisagens como realmente eram.

Paisagem celeste
Resumo Fevereiro/Março
O artista francês Claude foi um dos primeiros artistas a pintar paisagens
perfeitas, embora estivessem sempre disfarçadas como cenas de uma história.

Landscape with Hagar and the Angel


(1646), de Claude Gellée, conhecido co
Claude Lorrain ou Claude

Neste quadro Claude pintou duas


figuras celestiais bem pequenas. Mas, a
intenção real era retratar a bela
paisagem atrás delas. Por isso, pintou os
dois bem pequenos dentro da imagem.

A paisagem foi construída semelhante a um cenário de teatro: árvores


escuras e sombras formam nitidamente a moldura de uma paisagem ensolarada de
um rio e colinas, que desaparecem gradualmente em uma apresentação comovente
de perspectiva aérea. O efeito é sonhador - bem diferente do estilo realista
holandês.

The Avenue at
Middelharnis (1689),
de Meinciert Hobbema
Resumo Fevereiro/Março

Esta pintura mostra um lugar no sul da Holanda. Ela é tão precisa que se
fôssemos lá hoje, seríamos capazes-de reconhecer o local.

Os pintores holandeses prestavam muita atenção ao céu, porque o solo muito


descaracterizado, por isso o destaque para o céu na paisagem

O lado direito e o esquerdo da estrada são muito diferentes.

 À esquerda o terreno é grande e selvagem.


 Mas à direita ele foi transforma em uma organizada horta com fins
comerciais.

Isso ilustra o sucesso do povo holandês em relação à lavoura.

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