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A HISTÓRIA DOS TRANSPORTES

Desde os primórdios até os tempos atuais, o homem constantemente cria instrumentos que
atendem a sua necessidade de sobrevivência, bem-estar e de conforto: habitação, indumentária,
adornos, móveis, instrumentos, formas de comunicação a distancia e armas, bem como o
transporte.

Os meios de transporte sejam eles terrestres aquáticos ou aéreos, são utilizados para levar
bens ou indivíduos de um lugar para outro. O primeiro tipo de transporte terrestre utilizado pelo
homem parece ser sido o trenó. Os primeiros vestígios apareceram na Finlândia (Europa).

Dividiremos a história dos transportes, começando pelo terrestre, dando início nas planícies do
oriente, com a domesticação dos animais, por volta de 4.000 a.C.. Neste período o homem
percebeu que poderia usar a força animal para sua locomoção e o transporte de carga. Com a
invenção da roda na Mesopotâmia, antes de 3.000 a.C., esta foi aplicada em carros tracionados
por animais de grande porte. Com seu aperfeiçoamento, a roda permitia melhor locomoção do
homem e os antigos caminhos eram transformados em verdadeiras estradas, para permitir
acesso mais rápido entre cidades que iam surgindo. Dos povos antigos, pelo menos dois
realmente construíram estradas, procurando unir todo o seu império: os persas e os romanos.

Em Roma foram criados os primeiros elementos básicos do sistema viário, surgiu assim o
trânsito e seus problemas, solucionados pela criação de sinalizações, marcos quilométricos,
indicadores de sentido e as primeiras regulamentações de tráfego.
Na idade média, conforme os estados nacionais iam se formando e o comércio se
desenvolvendo, diligências e carroças percorriam quase toda a Europa e possuir boas estradas
tornou-se uma necessidade para todos os países. Com o fim da "Guerra dos Cem Anos” (que
na verdade duraram 116 anos), entre a Inglaterra e a França, o movimento aumentou nas
estradas e foi criado o primeiro mapa de caminhos.

O grande avanço nos transportes foi desenvolvido pelo padre jesuíta belga, Ferdinand Verbiest,
que teria um dos precursores do trem, ao idealizar em 1681 uma máquina autopropulsora a
vapor, em Pequim. Até o fim do séc. XIX, as estradas que mais se desenvolveram foram às
estradas de ferro, porque não existiam automóveis e caminhões e o transporte ferroviário era
muito mais cômodos e barato.

O primeiro metrô, ou trem metropolitano, apareceu no ano de 1863, em Londres, para diminuir o
tráfego pelas ruas, era praticamente um trem, só que andava por baixo da terra, em túneis. O de
Londres, quando foi inaugurado, não passava de alguns vagões iluminados a gás, rebocados
por uma locomotiva a vapor. O túnel ficava cheio de fumaça.

Os trens hoje ainda são os principais meios de transportes na Europa, Ásia e África.

O primeiro sistema organizado de transportes públicos pode ter tido origem em Nantes, França,
em 1826, quando um ex-oficial do exército francês tinha construído banhos públicos na periferia
da cidade e organizou uma ligação entre o centro da cidade e as suas instalações. Logo
descobriu que os passageiros estavam tão interessados em sair em pontos intermédios como
em frequentar os seus banhos, ele mudou de estratégia. O seu voiture ônibus (viatura para
todos) combinava as funções das carroças hackney com as das diligências que percorriam uma
rota predeterminada, transportando passageiros e correio.

Logo após, as carroças foram substituídos por bondes puxados por cavalos ou burros sobre
trilhos e posteriormente por trolleyes elétricos, construídos primeiramente nos Estados Unidos.
Os bondes também eram chamados "elétricos". Em grandes cidades como Basiléia, Zurique,
Lisboa, Porto, Rio de Janeiro e Santos, os bondes fazem um percurso tipicamente, mas não
obrigatoriamente turístico. Com a saída dos bondes elétricos, chegaram os ônibus elétricos, que
ainda encontramos na cidade de São Paulo, mas por ser mais economicamente viável o ônibus
urbano a combustão impera nas cidades.
Em regiões em desenvolvimento como na América do Sul, Ásia e África, para longas distâncias
os ônibus atuam como uma forma mais econômica e viável para viajar, porém o tempo decorrido
e os péssimos estados de conservação das rodovias comprometendo as viagens tornado-as
inseguras e desconfortáveis.

Nas décadas 50 e 60, o Presidente Juscelino Kubitschek adotou o modelo de desenvolvimento


em seu governo sob o lema do Ex-Presidente Washington Luis (1926/1930), que dizia:
“Governar é Construir Estradas”, construindo novas estradas como a Belém Brasília. Com o
regime militar, faraônicas obras foram criadas, como a Hidroelétrica de Itaipu e novas estradas
também foram construídas, como a Rodovia Castelo Branco, Presidente Dutra a
Transamazônica entre outras, transformado os ônibus como a principal meio de transporte no
país.

Por outro lado, o automóvel com motor de combustão interna foi inventado na Alemanha, em
1885, por Karl Benz e Gottlieb Daimler. Décadas depois, o americano Henry Ford, passou a
fabricar carros em série. Os primeiros foram os modelos “T”, fabricados de 1908 a 1927.
Venderam mais de 15 milhões de unidades.

A utilização de navios como meio de transporte se alastrou há 5.000 anos atrás, na civilização
ocidental, com a invenção do Barco a Vela. A utilização da força do vento tornou possível o
deslocamento de pessoas e mercadorias por distâncias cada vez maiores. Por volta de 2.500
a.C., barcos egípcios estabeleceram o comércio entre a foz do Nilo e a Terra de Canaã,
enquanto a civilização Suméria navegava entre os Rios Eufrates e Tigre, saindo do Golfo
Pérsico e estabelecendo comércio com a Índia. A 800 a.C. os Fenícios estabeleciam colônias na
Espanha e norte da África. Os romanos utilizaram as “Galeras ou Galés”, barcos com uma vela
quadrada em um único mastro, que também era movido a remo, para manobras de guerra e
maior aceleração da embarcação. Os remadores eram escravos e condenados, forçados a
trabalharem a base de chicotadas até a exaustão, que levavam a morte. A navegação no
Mediterrâneo dependia da habilidade do marinheiro em reconhecer as direções do vento para a
realização da travessia desejada. Nascia então a Rosa dos Ventos. Os vikings durante os séc.
VIII e XI, também foram grandes navegadores, seus barcos eram chamados de “Dragões” e
possuíam grande destreza em manobras de guerra Lendas antigas contam que este povo, foi o
primeiro a conquistar o continente americano.

Com a chegada das “Caravelas”, que eram navios maiores, com vários mastros com velas, que
possibilitavam maior rapidez no deslocamento, portugueses e espanhóis desenvolveram grande
perícia na navegação e dominavam os mares. Criaram escolas de navegação como a de Sagres
em Portugal, onde grandes navegadores se formaram como Vasco da Gama e Cristóvão
Colombo. Com o fechamento da rota para as índias ocidentais, pelos turco-otomanos, no séc.
XV, as caravelas tornaram-se o principal meio de transporte para o comércio e a ligação entre
os continentes. Estes dois reinos atravessavam oceanos, em busca de especiarias e riquezas,
vindas do oriente e durante séculos sob domínio espanhol e português, continentes como África
e parte da Ásia, assimilaram sua cultura, idioma e costumes.

A criação do barco a vapor dificilmente pode ser creditada a um inventor particular, pois a
adaptação do motor a vapor para propulsão de embarcações foi tentada por vários projetistas,
tanto na Europa quanto na América. O desenvolvimento da navegação a vapor caracterizou-se
depois disso pela construção de navios cada vez maiores e mais potentes. Em 1819, um barco
à vela equipado com um motor a vapor atravessou o Atlântico. Um destes marcos na navegação
foi à construção do transatlântico Titanic, em 1912. Era o maior objeto móvel já construído pelo
homem em sua época. Tinha um comprimento de cerca de 270 metros (ou seja, quatro campos
de futebol) por 28 metros de largura e uma altura de 54 metros, aproximada de um prédio de 11
andares. Saiu do Porto de Southampton, na Inglaterra, no dia 10 de Abril de 1912 com destino a
Nova Iorque, transportando aproximadamente 2.223 pessoas a bordo, entre passageiros e
tripulação. Às 23h40 do dia 14, colidiu com um iceberg e afundou-se duas horas e meia depois.
Atualmente os navios se restringem apenas a transporte de diversos materiais e passeios
turísticos.

Os dirigíveis, uma aeronave mais leve do que o ar, que pode ser controlada, ao contrário de
aeronaves mais pesadas do que o ar, sustentam-se através do uso de uma grande cavidade
que é preenchida com um gás menos denso do que o ar, como o gás hélio ou mesmo o
inflamável gás hidrogênio.

A história dos dirigíveis se confunde com a da aviação. As primeiras experiências para tentar a
conquista dos céus foram com balões de ar quente. Um dos pioneiros foi o padre jesuíta
brasileiro Bartolomeu de Gusmão que, em 1709, conseguiu fazer um balão de ar quente, o
“Passarola”, subir aos céus, diante de uma corte portuguesa abismada.

O conde alemão Ferdinand Von Zeppelin gastou sua fortuna na criação de dirigíveis com
estrutura rígida para transporte de passageiros. Em 2 de julho de 1900, fez o vôo inaugural do
Led Zeppelin-1, às margens do lago Constança, no sudoeste da Alemanha. Um dos ícones da
história da aviação foi o dirigível LZ 127 Graf Zeppelin, construído em 1928. O Graf Zeppelin
possuía 213 m de comprimento, cinco motores, transportava de 20 a 24 passageiros e cerca de
40 tripulantes O primeiro vôo de longa distância aconteceria em outubro de 1928, ligando a
cidade alemã de Frankfurt à Nova York, nos Estados Unidos da América, e duraram 112 horas.

O LZ 129 Hindenburg era o orgulho da engenharia alemã, e considerado o modelo mais


espetacular fabricado pela Deutsche Zeppelin-Reederei. O Hindenburg possuía 245 m de
comprimento, 41,5 m de diâmetro, voava a 135 km/h com autonomia de 14 mil quilômetros e
tinha capacidade para conduzir 50 passageiros e 61 tripulantes. O modelo explodiu em New
Jersey, nos Estados Unidos em 6 de maio de 1937, antes de pousar na base aérea de
Lakehurst, perecendo dos 97 ocupantes (36 passageiros e 61 tripulantes), 13 passageiros, 22
tripulantes e um técnico americano em solo, no total de 36 pessoas. O desastre marcou o fim da
era dos dirigíveis rígidos.

Graf Zeppelin fez sua primeira viagem ao Brasil, chegando à cidade do Recife, no estado de
Pernambuco, em 22 de maio de 1930. Este vôo iniciou uma regular e bem sucedida rota
comercial entre o Brasil e Alemanha. Inicialmente, devida a ausência de instalações adequadas
no Campo dos Afonsos, na cidade do Rio de Janeiro, nestes primeiros anos de operação o Graf
Zeppelin, atracava na cidade do Recife onde os passageiros eram desembarcados, e seguiam
viagem para o Rio de Janeiro em aviões da empresa aérea Sindicato Condor. Atualmente no
Brasil, dirigíveis a base de gás hélio são utilizados com fins publicitários e para realização de
transmissões de TV em eventos esportivos.

No começo do século XX, o primeiro vôo numa máquina mais pesada do que o ar, capaz de
gerar a potência e sustentação necessária por si mesmo, foi realizado. Porém, isto é um fato
polêmico, em que um de dois aviadores é creditado: o brasileiro Alberto Santos Dumont ou os
irmãos americanos Wilbur e Orville Wright. Os créditos são mais reconhecidos na Europa e
Brasil pelo ao fato de Dumont ter registrado tudo, tanto com testemunhas como em filmes o que
os irmãos Wright não o fizeram. Outra contestação em pró ao brasileiro, é que em seu vôo, o 14
Bis "decolou" e a aeronave dos americanos foi “arremessada”.

A partir da Segunda Guerra Mundial a aviação comercial assistiu a um grande desenvolvimento,


transformando o avião num dos principais meios de transporte de passageiros e mercadorias no
contexto mundial. A Pan American World Airways, mais conhecida como Pan Am, foi à principal
companhia aérea da década de 1930 até o seu colapso em 1991. A ela foram creditadas muitas
inovações que deram forma à indústria das companhias aéreas no mundo todo, como a
utilização em larga escala e difundida de aviões a jato, de aviões Jumbo e do sistema de
reservas computadorizado.

O transporte aéreo foi o que mais contribuiu para a redução da distância-tempo, ao percorrer
rapidamente distâncias longas. Rápido, cômodo e seguro o avião suplantou outros meios de
transporte de passageiros a médias a longas distâncias. Este meio de transporte implica
construção de estruturas muito especiais. As linhas aéreas cobrem todo o mundo, mas de forma
irregular encontrando-se em uma maior densidade nos países desenvolvidos, subdesenvolvidos
industrializados, alguns países petrolíferos e nos novos países industrializados como a China.

Transporte rodoviário é um tipo de transporte realizado em estradas, rodovias e ruas, que


podem ser pavimentadas ou não. O transporte em questão movimenta mercadorias, matérias-
primas, animais, pessoas e muitos outros.

Nesse tipo de transporte são usados veículos automotores, como carros, ônibus e caminhões.

As primeiras rodovias surgiram no final do século XIX, substituindo as estradas de carruagens.


Porém, o desenvolvimento efetivo do transporte rodoviário ocorreu no século XX, em
decorrência do crescimento da indústria automobilística, um dos símbolos do capitalismo,
superando rapidamente o transporte ferroviário no deslocamento de pessoas e cargas.
Apesar de sua importância, apresenta elevados custos, principalmente se comparado com
outros tipos de transportes, como o hidroviário e o ferroviário, por exemplo. Isso se deve aos
altos valores pagos pelo petróleo, incluindo ainda a manutenção periódica do veículo (pneus,
revisões, motor, entre outros).

A construção e a manutenção das vias por onde os veículos transitam requerem elevados
recursos financeiros, principalmente quando o relevo da região é acidentado. Nesse caso, é
indispensável a execução de complexas obras de engenharia, como a construção de túneis,
viadutos, pontes, aterros, entre outros.

O meio de transporte em questão é recomendado para percorrer pequenas distâncias, tendo em


vista que é bastante dinâmico e ágil, as rodovias possibilitam buscar alternativas de rotas, fator
que não acontece em outros meios, como o ferroviário, por exemplo.

O transporte rodoviário é o mais usado em vários países do mundo. Na União Europeia, seu
uso é bastante difundido, além disso, tem apresentado um crescimento em relação à quantidade
de toneladas de cargas transportadas por veículos automotores e uma expansão na malha
rodoviária. Na Europa é comum o uso combinado de transporte, em alguns trechos do percurso
os caminhões são transportados sobre vagões de trens.

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