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PROJETO DE EXPOSIÇÃO

A ANÁLISE DAS ESCULTURAS DO MESTRE ALEIJADINHO NA ARTE BARROCA

Alessandra de Sousa Costa

RU: 2797798

1. Introdução
Aleijadinho dedicou toda a sua vida à criação de esculturas, retábulos,
altares, fachadas de Igrejas e outras peças de arte sacra. São obras talhadas em
madeira e marcadas pela presença do dourado e de detalhes característicos do
Barroco, como se pode ver na Igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto.
Este trabalho abordou temas com relevância para os estudos das Artes
Visuais através de estudo bibliográfico em livros, artigos e sites. Com a chegada da
arte barroca ao Brasil no século XVIII trazida pelos portugueses. Em seguida teve a
apresentação do principal artista da época Antônio Francisco de Lisboa, o
Aleijadinho, e um pouco sobre sua vida.
Essa pesquisa bibliográfica será apresentada a história da arte barroca,
vida de Antônio Francisco de Lisboa, suas obras de arte e quais contribuições, como
a arte barroca. Abordando seu período histórico, levantando questões sobre o
caminho que os artistas da época barroca percorreram para realizar seus trabalhos,
em especial Antônio Francisco de Lisboa o Aleijadinho, que tem esse apelido por ser
cometido por uma doença degenerativa, deixando-o com movimentos restritos.
A Grande parte da produção de Aleijadinho foi de figuras bíblicas, como
os profetas, e imagens de santo, ou seja, representações plásticas de divindades do
panteão católico. O uso do termo imagem ou santo no texto que segue remete, na
maioria dos casos, a essa última acepção. Destaco que o exercício de pensar o corpo
de divindades em si (formato, materiais, técnicas, disposição em relação a outras
coisas, etc.) e as relações que mobilizam em contextos específicos, ao invés de
tomá-los apenas como símbolos religiosos que remetem a outras coisas, se conecta
ao esforço de autores na dissolução da noção de arte alicerçada em critérios
ocidentais de beleza e complexidade técnica.
2. Marco teórico do relato de experiência
O estilo barroco chega ao Brasil pelas mãos dos colonizadores,
sobretudo portugueses, leigos e religiosos. Seu desenvolvimento pleno se dá no
século XVIII, 100 anos após o surgimento do Barroco na Europa, estendendo-se até
as duas primeiras décadas do século XIX. Como estilo, constitui um amálgama de
diversas tendências barrocas, tanto portuguesas quanto francesas, italianas e
espanholas. Tal mistura é acentuada nas oficinas laicas, multiplicadas no decorrer do
século, em que mestres portugueses se unem aos filhos de europeus nascidos no
Brasil e seus descendentes caboclos e mulatos para realizar algumas das mais belas
obras do barroco brasileiro. Pode-se dizer que o amálgama de elementos populares
e eruditos produzido nas confrarias artesanais ajuda a rejuvenescer entre nós
diversos estilos, ressuscitando, por exemplo, formas do gótico tardio alemão na
obra de Aleijadinho (1730-1814). O movimento atinge o auge artístico a partir de
1760, principalmente com a variação rococó do barroco mineiro. (MACHADO, 1983. p.
167-169.)
Heinrich Wölfflin (1864-1945) analisou que:
a arte a partir da forma dos objetos artísticos, definindo o que seria a arte
clássica e a barroca através de características opostas: enquanto a arte
clássica seria linear, a barroca seria pictórica; se na primeira encontramos
a clareza, a unidade, a forma fechada, no barroco estaria a obscuridade, a
pluralidade, a forma aberta. No clássico encontrar-se-ia a noção de
“plano”, já no barroco de “profundidade”. Em linhas gerais, as
composições clássicas seriam simples e claras, com qualidade estática e
fechadas entre fronteiras, já a arte barroca promoveria um mergulho, um
sentimento de fluxo, de devir, através de composições dinâmicas.

A arte Barroca chegou ao Brasil no século XVIII, transplantado pelos


portugueses, uma arte que nasceu na Itália e foi se espalhando pelo mundo, e aqui
no Brasil passa a ter sua própria singularidade. De acordo com Lourival Gomes
Machado (2003): “A predominância no nosso estilo foi a do funcional-construtivo
em relação ao ilusório-decorativo dos europeus.
“Nosso barroco é mais objetivo e claro, enquanto o europeu é mais
rebuscado, detalhe facilmente verificável na arquitetura das igrejas no Brasil”.
(MACHADO, 2003 apud PERIGO, 2016, p. 75). A vida de Antônio Francisco de Lisboa,
o Aleijadinho, e suas obras de arte no período Barroco, assim como as duas fases
em que seu trabalho artístico foi dividido. A técnica e material como a madeira de
cedro e a pedra-sabão que aleijadinho usava para entalhar e esculpir.
Os Doze Profetas é um conjunto de esculturas em pedra sabão feitas
entre 1795 a 1805 pelo artista Antônio Francisco Lisboa, conhecido como
Aleijadinho, estão no adro do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos. Os Profetas,
introduzidos na arte da Idade Média para dar mais vida ao drama litúrgico,
chamados a testemunhar na Paixão e no Natal contra os juízes do Cristo, daí sua
eloquência. Proporções pouco convencionais, maiores que o tamanho natural, têm
trajes patriarcais segundo a tradição portuguesa e seus rostos mostram variadas
emoções.

O Complexo do Santuário de Bom Jesus de Matosinhos é um conjunto


arquitetônico construído entre o final do século XVIII e início do século XIX. Todo o
Complexo é muito rico em detalhes:

[...] consiste em uma igreja, com interior em estilo rococó, adro murado e
escadaria externa monumental decorada com estátuas dos 12 profetas
em pedra sabão, além de seis capelas dispostas lado a lado no aclive
frontal ao templo, denominadas Passos, ilustrando a Via Crucis de Jesus
Cristo. Sua inspiração é fortemente relacionada a exemplares
portugueses como a Igreja de Bom Jesus do Monte (Braga) e ao
Santuário de Nossa Senhora dos Remédios (Lamego), ambos em
Portugal. As 66 esculturas de madeira policromada em tamanho
naturalabrigadas nas seis capelas que reúnem os sete grupos de Passos
da Paixão de Cristo, compõem um dos mais completos grupos
escultóricos de imagens sacras no mundo, sendo, sem dúvida, uma das
obras-primas de Francisco Antônio Lisboa, o Aleijadinho, que deixou para
a Humanidade uma obra de grande expressão e originalidade (IPHAN,
2014).

3. Local e população envolvida no relato


Considerado o maior artista plástico do barroco mineiro, foi comparado
a artistas italianos e possui um trabalho consagrado mundialmente. De escultor e
entalhador a arquiteto, deixou uma forte marca principalmente na cidade de Ouro
Preto, em Minas Gerais, mas também realizou projetos arquitetônicos, relevos e
estatuarias para Sabará, São João Del Rei e Congonhas.
4. Relato primeira sessão

Pode-se notar em sua obra um padrão de formas, texturas e expressões.


Suas estatuas tem um forte apelo emocional, quase que teatral, onde cada obra
transmite movimento e muita moção aos olhos de quem as contemplam.
Expressividade acentuada queixo dividido, nariz proeminente, boca entreaberta,
braços curtos, olhos amendoados e pupilas planas. Aleijadinho foi o poeta da Pedra,
fez preciosidades na Pedra-Sabão. (VENTURELLI, 1982).
Aleijadinho (1730-1814) foi um escultor, entalhador, carpinteiro e
arquiteto do Brasil colonial. Ele é considerado o maior representante do barroco
mineiro, sendo conhecido por suas esculturas em pedra-sabão, entalhes em
madeira, altares e igrejas.
Boa parte da produção artística da oficina de mestre Aleijadinho está concentrada
na cidade histórica de Ouro Preto. Mas, está em Congonhas o conjunto do Santuário
do Bom Jesus do Matosinhos, com os doze profetas esculpidos em pedra-sabão e
os seis passos da Paixão de Cristo.

As principais Obras de Aleijadinho
 Retábulo da capela-mor da Igreja de São Francisco em São João del-Rei.
 Projeto para a fachada da Igreja de São Francisco em São João del-Rei.
 Cena do carregamento da cruz, na Via Sacra de Congonhas.
 Detalhe do Cristo carregando a Cruz, naVia Sacra de Congonhas.
Aleijadinho dedicou toda a sua vida à criação de esculturas, retábulos, altares,
fachadas de Igrejas e outras peças de arte sacra. São obras talhadas em madeira e
marcadas pela presença do dourado e de detalhes característicos do Barroco, como
se pode ver na Igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto.

5. Relato da segunda sessão


Na metade do século XVIII Aleijadinho começou a criar o seu trabalho de
escultura projetista, com seu estilo barroco e rococó, na medida que a economia
crescia com o ouro as construções ricas aumentava, seu trabalho está presente em
várias cidades mineiras. (VENTURELLI, 1982).

Esta equipe que trabalhou com o Aleijadinho explica o grande número


de obras produzidas pelo mestre, que provavelmente não seria possível se ele
trabalhasse só. Esta grande produção, que chegou a ser tema de contestação sobre
o “mito” do barroco, é explicada pelas diversas pessoas que trabalharam com ele.
Em uma das obras de Sabará, cidade histórica na Região Metropolitana de Belo
Horizonte, foi encontrado um contrato de trabalho da oficina de Aleijadinho, onde
ele relaciona o número de jornais e três oficiais e três aprendizes para tal
empreitada.
O barroco brasileiro foi adaptado às con- dições materiais e de mão-de-
obra do Bra- sil. Muito da personalidade do negro foi im- pressa na produção
colonial brasileira. Al- gumas dessas características podem ser bem exemplificadas
pelas obras de Aleijadinho. Suas esculturas possuem faces e corpo com
características do homem brasileiro.
No caso dos profetas de Aleijadinho, as imagens são religiosas e foram
produ- zidas a partir de um conjunto semelhan- te de Portugal. Na Europa já existia
uma tradição de representar profetas “à moda turca”. A postura dos profetas,
muito cênica, assusta pelo diálogo que se nota entre o conjunto. Da mesma forma, a
teatralidade se impõe diante de uma cidade inteira aos seus pés.

6. Metodologia do estudo
Para esta pesquisa, foi realizada uma pesquisa bibliográfica, ponderando
a relevância do tema, procurando conhecer sob o olhar de alguns autores. A
pesquisa foi desenvolvida a partir da analise e organização dos dados bibliográficos
com uma maior compreensão do tema estudado.
7. Conclusão do relato

Antônio Francisco Lisboa, mais conhecido como Aleijadinho, foi um


importante escultor, entalhador e arquiteto do Brasil colonial.

Ao longo de sua vida, o artista fez diversos trabalhos, hoje reconhecidos


mundialmente. Entre as inúmeras obras, a mais conhecida é a dos 12 profetas de
pedra-sabão, um conjunto de esculturas localizadas no município de Congonhas do
Campo, mais precisamente no Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, em Minas
Gerais. Aleijadinho morreu no dia 18 de novembro de 1814 e, a caminho da
celebração dos 200 anos de sua morte, suas obras continuam vivas e admiradas.

Para tanto, os desenhos dos profetas podem ser pendura- dos, todos em
um mesmo lugar para serem observados. A partir desses desenhos o pro- fessor
pode analisar que profetas aparecem de corpo inteiro, quais se parecem com uma
pessoa comum, quais são mais espirituali- zados, e destacar outras qualidades que
sur- giram nos desenhos dos alunos. É possível interpretá-los de forma mais
narrativa, ob- servando, por exemplo, que profecia cada um deles teria feito.

Contudo, vale lembrar que é de suma importância fazer uma análise


iconográfica e iconológica, mais aprofundada sobre o assunto identificando os
múltiplos caminhos de pesquisa a percorrer no sentido de maior entendimento
sobre a obra de Antônio Francisco Lisboa, porque muitas indagações estão por
enquanto sem respostas e outras sem dúvidas virão. Tal caminho analítico leva ao
domínio da magia, no qual os seres, no presente caso, obra(s) e artista, não se
distinguem substantivamente entre si.

BARBOSA, W. A. O Aleijadinho de Vila Rica. Belo Horizonte: Itatiaia/São Paulo:


Editora da Universidade de São Paulo, 1984.

LEMOS, C. A. C. Arquitetura brasileira. São Paulo: Melhoramentos e Editora da Uni-


versidade de São Paulo, 1979.

MACHADO, L. R. Barroco Mineiro. São Paulo: Perspectiva, 1983. P. 167-169.


IPHAN / Assessoria de Comunicação. Publicado em 20 de nov., 2014. Disponível em:
<http://portal.iphan.gov.br/noticias/detalhes/113>. Acesso em 26 de ago., 2019.

VENTURELLI, Isolde Helena Brans. Profetas ou conjurados. Sousa: Autora, 1982.

APÊNDICE

As obras de Aleijadinho retratam a Igreja de São Francisco de Assis,


igreja em Ouro Preto, que contou com projeto e decoração elaborada por
Aleijadinho; Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, igreja, em Congonhas, em
que Aleijadinho construiu os 12 profetas no adro e esculturas que retratam a Paixão
de Cristo.

Imagem 1 - Em ordem Isaías, Jeremias, Baruc (Baruque), Ezequiel, Daniel, Oséias,


Jonas, Joel, Amós, Naum, Abdias e Habacuc (Habacuque).
Foto: https://www.portalsaofrancisco.com.br/historia-do-brasil/profetas-de-
aleijadinho

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