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SUMÁRIO

ARTE 4
BIOLOGIA 1 25
BIOLOGIA 2 50
BIOLOGIA 3 69
FILOSOFIA 107
FÍSICA 1 134
FÍSICA 2 155
FÍSICA 3 166
GEOGRAFIA GERAL 192
GEOGRAFIA DO BRASIL 225
HISTÓRIA GERAL 261
HISTÓRIA DO BRASIL 282
MATEMÁTICA 1 308
MATEMÁTICA 2 328
MATEMÁTICA 3 349
QUÍMICA 1 374
QUÍMICA 2 403
QUÍMICA 3 420
SOCIOLOGIA 1 443
SOCIOLOGIA 2 474
GRAMÁTICA 1 501
GRAMÁTICA 2 522
GRAMÁTICA 3 541
INTERPRETAÇÃO 568
REDAÇÃO 632
INGLÊS 690
CO O R D E N AÇ ÃO G E RA L
Rita de Cássia Rodrigues Oliveira

ADMINISTRAÇÃO
Amanda Miotto
Luana Aldigueri
João Lemos
Luiz Previdello

PEDAGOGIA História
Ariadne Coppo Luís Negrão
Fernanda de Souza Yohan Gaschler
Erica Volpini Inglês
Flavia Neves
DIAGRAMAÇÃO Matemática
Gustavo André André Lima
Leonardo Arruda
INSTRUTORES Lucas Gotardo
Sociologia
Arte Allan Gusmão
Loren Chicilia João Felipe Lopes
Raquel Cardoso Química
Biologia Diego Araújo
Francisco Caires Edson Rodrigues
Kenny Gutenberg Reinaldo Neto
Rodrigo Dambrózio Gramática
Espanhol Rebeca Gonçales
Franco Catalano Jonas Passos
Filosofia Interpretação
Antonio Nogueira Ana Carolina Bernardino
Luis Cicotte Gilberto Pucca
Física Gabriela Costa
Carolina Bianchini Samara Mondeck
Gustavo André Redação
Ivan Dal Rovere Bruno Nomura
Geografia Junior Spades
Douglas Vitto Jean Coutinho
Elda de Faria Vanessa Martins
ARTE
UNIDADE 1
ARTE DA PRÉ HISTÓRIA UNIDADE 4
A ARTE NA ANTIGUIDADE CLÁSSICA:ROMA
UNIDADE 2
ARTE EGÍPICIA UNIDADE 5
A ARTE NA IDADE MÉDIA
UNIDADE 3
A ARTE NA ANTIGUIDADE CLÁSSICA: GRÉCIA UNIDADE 6
RENASCIMENTO
UNIDADE 1

A ARTE DA PRÉ HISTORIA

Um dos períodos mais fascinantes da histó-


ria humana é a pré-história. Esse período não foi
registrado por nenhum documento escrito, pois é
exatamente a época anterior à escrita. Tudo o que
sabemos dos homens que viveram nesse tempo é
o resultado da pesquisa de antropólogos, historia-
dores e dos estudos da moderna ciência arqueoló-
gica, que reconstituíram a cultura do home. Divi-
são da pré-história:

Paleolítico Inferior (caça e coleta, controle Além das pinturas rupestres, os artistas pré-
do fogo, instrumentos de pedra lascada). -históricos faziam esculturas em pedra, que mos-
Paleolítico Superior (machado, arco e flecha, tram seu empenho na criação de objetos e na re-
anzol, desenvolvimento da pintura e escultura). presentação da figura humana.
Neolítico (sedentarismo, agricultura, vilare-
jos, domesticação de animais).

Já na pré-história, o ser humano representa-


va simbolicamente os seus valores, suas vivências,
suas crenças e os seus sentimentos através de suas
criações artísticas. Todas as manifestações desse
período são consideradas como arte pré-histórica.
Os mais antigos sinais de expressões artísticas en-
contrados foram pinturas e desenhos gravados em
paredes e tetos das cavernas, esculturas femininas
em pedra e marfim e pequenos objetos confeccio-
nados e decorados.

Pintura Rupestre: representa-


ções artísticas realizadas em paredes, Vênus de Willendorf
tetos e outras superfícies de cavernas e
abrigos rochosos. Uma das primeiras representações huma-
nas em escultura é a Vênus de Willendorf com seios,
barriga e vulva muito volumosos, possivelmente
ARTE PALEOLÍTICA utilizada para rituais de fertilidade.

As primeiras imagens foram encontradas no


Paleolítico Superior. Dentre as pinturas rupestres ARTE NEOLÍTICA
destacam-se as chamadas mãos em negativo e os
desenhos de pinturas de animais vNo ultimo período da pré-história, o Neolí-
Nos desenhos e pinturas de animais, cha- tico, iniciou-se o desenvolvimento da agricultura e
ma nossa atenção o naturalismo: o artista pintava a domesticação de animais.
o animal do modo como via, reproduzindo a na- Todas essas conquistas de refletiram na
tureza tal qual seus olhos captavam. Esse natura- arte, que abandonou o estilo naturalista, predo-
lismo estava intimamente ligado a rituais, em que minante no Paleolítico, fazendo surgir um estilo
o homem acreditava que se ele pintasse o animal, simplificado e geometrizado. Isso porque o poder
estaria “capturando” sua força. de observação do artista foi substituído pela esti-
Essas imagens pintadas nas paredes das ca- lização das formas, pela racionalização e pela abs-
vernas, as pinturas rupestres, eram feitas de óxi- tração em formas geométricas. Os temas da arte
dos minerais, osso, carvão, sangue de animais e mudaram, surgindo as primeiras representações
vegetais. Encontram-se principalmente nas caver- da vida coletiva.
nas de Niaux, Front-de-Gaume e Laucaux, na Fran-
ca, e na caverna de Altamira, na Espanha.
tos, círculos, cruzes, espirais e triângulos).

FIQUE POR DENTRO!

São desse período as primeiras obras de


arquitetura registradas na história da humanida- No vestibular da UEL de 2015, a prova
de, os monumentos megalíticos (do grego mega = de artes apresentou aos alunos uma ques-
grande e lithos = pedra). tão que tecia um paralelo entre as inscrições
Esses monumentos possuam três organiza- realizadas pelo homem pré-histórico e as pi-
ções: menires (grandes pedras cravadas no chão chações e grafites nas grandes cidades.
de forma vertical), dolmens (galerias cobertas Mas, afinal, o que essas formas de arte
que possibilitavam acesso a uma tumba) e come- tem em comum?
leques (menires e dolmens organizados em círcu- Ora, não adianta responder que “os dois
los). são desenhos na parede”.
É claro que ambas as formas de arte
têm como suporte para suas pinturas as pa-
redes, tetos e áreas de convívio. Mas pense
um pouco mais.
Tanto as pichações e grafites urbanos
quando as pinturas rupestres mostram o
desejo (ou necessidade) do ser humano de
representar artisticamente elementos e sím-
bolos que fazem parte de sua cultura. São re-
presentações de dados cotidianos que com-
põem um registro histórico de determinada
civilização.
Cromlech de Stonehenge, Inglaterra Você poderia ainda argumentar: o grafi-
te, composto por desenhos compreensíveis,
A ARTE PRÉ HISTORICA BRASILEIRA pode ser considerado uma forma de arte.
Mas fazer uma comparação entre pichação e
Ao pensarmos no início da história no Bra- arte não é demais?
sil, em geral nos vem à mente o ano de 1500, ano
da chegada dos portugueses. Mas o território que Vamos nos questionar sobre seguintes coi-
hoje chamamos Brasil já era habitado por povos sas: ainda na pré-historia encontramos desenhos
indígenas havia milhares de anos. Sabemos deles que representam seres humanos, animais e tam-
por meio de vestígios arqueológicos: fragmentos de bém figuras geométricas e símbolos não reconhe-
ossos e de objetos, desenhos e pinturas gravados cíveis. É que chamamos de “grafismos abstratos”,
em rochas. signos cujo sentido escapa a sujeitos que não per-
Entre os desenhos e as pinturas rupestres tençam à tribo que produziu a inscrição.
encontrados no Brasil, destacam-se os do sítio ar- A pichação, assim como as pinturas rupes-
queológico localizado em São Raimundo Nonato, tres, podem ser consideradas ainda formas de
Piauí, aonde desde 1970 vários pesquisadores vêm marcação social de território e narrativas que con-
trabalhando. tam hábitos, costumes e histórias de determinada
Dentre as pinturas rupestres brasileiras os época e lugar.
pesquisadores classificaram as gravações em dois Pesquise:
grandes grupos: obras com motivos naturalistas (fi- Artistas – Bansky e Os Gemêos.
guras de onças, pássaros, peixes e insetos) e mo- Filme: Cidade cinza.
tivos geométricos (linhas paralelas, grupos de pon-
EXERCÍCIOS:
4. Leia o texto abaixo e explique o que você en-
1. Responda com base no código a seguir: tendeu, relacionando-o às manifestações artís-
ticas dos períodos Paleolítico e Neolítico.
a) alternativas I, II e III são corretas. “A criação artística, através do qual o ser huma-
b) alternativas I, II e III são incorretas. no expressa seus sentimentos e a sua visão do mundo e
c) alternativas II e III são corretas. de si mesmo, está presente desde o início da história da
d) alternativas I e II são corretas. humanidade. Todas as culturas, mesmo em circunstân-
cias materiais muito difíceis, desenvolvem sua forma de
I. Os traços femininos exagerados das Vênus le- arte.”
vam-nos a supor que estão ligados à caça e do- ___________________________________
mesticação de animais. ___________________________________
___________________________________
II. Dolmen significa pedra comprida e se estiver ___________________________________
em círculo junto com menires recebe o nome de ___________________________________
mastaba. ___________________________________
___________________________________
III. A pintura rupestre, isto é, feita na rocha, por ___________________________________
meio de seu naturalismo marca o período Neo-
lítico. 5. (ENEM) A pintura rupestre mostrada na figura
anterior, que é um patrimônio cultural brasileiro,
2. Todas as conquistas técnicas do período expressa:
neolítico tiveram um forte reflexo na arte. O
homem que se tornara camponês não precisa-
va mais ter os sentidos apurados do caçador
do paleolítico, e o seu poder de observação foi
substituído pela abstração e racionalização.
São características da pintura do período Neo-
lítico:

a) Representavam pessoas em afrescos e com ce-


nas da mitologia.

b) Uso do claro-escuro: pintar algumas áreas ilumi-


nadas e outras na sombra, esse jogo de contrastes a) o conflito
entre os povos indígenas e os euro-
reforça a sugestão de volume nos corpos. peus durante o processo de colonização do Brasil.
b) a organização social e política de um povo indí-
c) Perspectiva: arte da figura, do desenho ou pintu- gena e a hierarquia entre seus membros.
ra, as diversas distâncias e proporções têm entre si c) aspectos da vida cotidiana de grupos que vive-
os objetos vistos à distância, segundo os princípios ram durante a chamada pré-história do Brasil.
da matemática e geometria. d) os rituais que envolvem sacrifícios de grandes
dinossauros atualmente extintos.
d) Estilo simplificado e geometrizado, sinais e figu- e) a constante guerra entre diferentes grupos pa-
ras que mais sugerem do que reproduzem seres. leoíndios da América durante o período colonial.
Os próprios temas da arte mudaram: começam as
representações da vida cotidiana. 6 - Das produções artísticas do período Pré-his-
tórico, a escultura se destaca assim como as
3. É certo dizer que a arte do homem pré-histó- pinturas, tendo suas características e estudos
rico é menos evoluída que a arte do nosso tem- bem direcionados, nos dando maior margem
po? Explique. de conhecimento sobre a vivência destes seres
_______________________________ pensantes da nossa história. Quanto as carac-
___________________________________ terísticas e o estudo destas esculturas, assinale
___________________________________ a alternativa correta.
___________________________________
___________________________________ I. Fazem parte de suas características o ventre sal-
___________________________________ tado e seios volumosos.
___________________________________
___________________________________ II. Tanto nas pinturas quanto nas esculturas nota-
-se a ausência de figuras masculinas.

III. Fazem parte de suas características as grandes


nádegas e a cabeça surgindo como um prolonga-
mento do pescoço.

IV. As características encontradas em esculturas


como a Vênus de Willendorf, atestam a desvalori-
zação do ser humano e da sensualidade feminina.

a) Se I e IV estiverem corretas; Pirâmides de Gizé – Egito
b) Se apenas II e IV estiverem corretas;
c) Se apenas I e III estiverem corretas; As características gerais da arquitetura egíp-
d) Se I, II, e IV estiverem corretas; cia são: 
e) Se I, II e III estiverem corretas;
Solidez e durabilidade; 
UNIDADE 2 Sentimento de eternidade;
Aspecto misterioso e impenetrável.
ARTE EGIPICIA
PINTURA E ESCULTURA
ARTE PARA A ETERNIDADE
Os egípcios acreditavam que, além de pre-
A civilização egípcia era uma civilização servar o corpo dos mortos com a mumificação,
bastante complexa em sua organização social e era importante encomendar a um artista uma es-
riquíssima em suas realizações culturais. cultura que reproduzisse seus traços físicos.
A religião invadiu toda a vida egípcia, inter- Essa concepção da escultura não era apli-
pretando o universo, justificando sua organização cada apenas às obras que representavam mortos.
social e política, determinando o papel de cada Para os egípcios, todas as esculturas deveriam
classe social e, consequentemente, orientando revelar as características do retratado, como os
toda a produção artística desse povo. traços raciais e a condição social (através da vesti-
Além de crer em deuses que poderiam inter- menta e dos acessórios).
ferir na história humana, os egípcios acreditavam Em vista de sua produção artística, fica cla-
também numa vida após a morte e achavam que ro o interesse desse povo pela vida após a morte.
essa vida era mais importante do que a que viviam
no presente. O fundamento ideológico da arte
egípcia é a glorificação dos deuses e do rei defunto
divinizado, portanto essa arte se concretizou prin-
cipalmente em estatuetas e vasos deixados junto
aos mortos, para o qual se erguiam templos fune-
rários e túmulos grandiosos.
A arquitetura egípcia não refletia a bele-
za mas a funcionalidade: era sólida e criada para
durar, de preferência pela eternidade. As grandes
manifestações foram as tumbas (pirâmides) e os
magníficos templos.
As pirâmides, monumentos egípcios gran-
diosos, têm como suas principais representantes
as três do deserto de Gizé: Quéfren, Quéops e Mi-
querinos.

Busto de Nefertiti

Não se pode falar em pintura egípcia sem


ressaltar sua mais característica Lei da Frontalida-
de: representando as figuras com olhos e ombros
vistos de frente, enquanto nariz, boca, braços e per-
nas são vistos de perfil.
No entanto, seria equívoco toma-la como um
erro de representação. Pois, os egípcios são os pri- ( ) A arquitetura egípcia não refletia a beleza
meiros a pensar a imagem em relação ao observa- mas a funcionalidade, era sólida e criada para du-
dor. Nota-se que a imagem, ao apresentar-se, nun- rar, de preferencia para a eternidade.
ca dá as costas ou o lado ao espectador: é como se
estivesse se apresentando respeitosamente. 2. A pintura egípcia pode ser caracterizada
como uma arte que:

a) definiu os valores passageiros e transitórios como


forma de representação privilegiada.
b) concebeu as imagens como modelo de conduta,
FIQUE POR DENTRO! utilizando-as em rituais profanos.
c) adornou os palácios como forma de representa-
ção pública do poder político.
d) valorizou a originalidade na criação artística
como possibilidade de experimentação de novos
estilos.
e) elegeu os valores eternos, presentes nos monu-
mentos funerários, como objeto de representação.

3. (UEM – adaptada) Sobre a arte no Egito anti-


go, assinale verdadeiro ou falso.

( ) No Egito Antigo, praticava-se uma arte basea-
da em convenções. Tal civilização nunca conheceu
um período em que a representação pudesse ser
EXERCICIOS considerada realista.
( ) A construção das pirâmides esteve predominan-
1. Sendo a religião fator predominante na temente baseada no trabalho escravo.
sociedade egípcia, refletiu consequentemente na ( ) Muito do que se conhece da arquitetura egípcia
sua produção artístico-cultural. Julgue os itens pode ser considerado, desde sua denominação, de
como (V) verdadeiro ou (F) falso: arquitetura monumental.
( ) Os egípcios conheciam o adobe, que foi um ma-
( ) A religião invade o Egito, interpretando terial de construção usado com frequência na Me-
o universo, justificando a organização social, mas sopotâmia.
no cenário artístico ela se faz ausente. ( ) Um dos principais sistemas construtivos em-
( ) O povo egípcio acreditava na vida após a pregados pelos construtores egípcios foi o sistema
morte. Dessa forma, a arte concretizou-se desde arquitavado.
o início como uma arte funerária em estatuetas e
vasos deixados junto aos mortos. 4. Que característica da cultura egípcia foi de-
cisiva para a grandiosidade de sua arquitetura?
( ) São as mastabas, construções de for- Cite um exemplo de obra arquitetônica que evi-
ma retangular, muito simples, que propiciaram à dencie isso.
sociedade egípcia base para a grandiosidade da ___________________________________
pirâmide, cuja função era a adoração aos deuses ___________________________________
egípcios. ___________________________________
___________________________________
___________________________________ Enquanto a arte egípcia é uma arte ligada ao
___________________________________ espírito, a arte grega liga-se à inteligência, pois os
___________________________________ seus reis não eram deuses, mas seres inteligentes
___________________________________ e justos que se dedicavam ao bem-estar do povo.
A arte grega volta-se para o gozo da vida presente.
5- Sobre a arte egípcia, é incorreto afirmar: Contemplando a natureza, o artista se empolga
pela vida e tenta, através da arte, exprimir suas
a) As grandes manifestações da arquitetura egíp- manifestações.
cia foram os magníficos templos religiosos, as pi- Na sua constante busca pela perfeição, o
râmides, os hipogeus e as mastabas. artista grego cria uma arte de elaboração intelec-
b) Na pintura, as figuras eram representadas com tual em que predominam o ritmo, o equilíbrio, a
os olhos e os ombros em perfil, embora com res- harmonia ideal. Eles tem como características: o
tante do corpo de frente. racionalismo, amor pela beleza, interesse pelo ho-
c) A escultura egípcia obedecia a uma orientação mem e a democracia.
predominantemente religiosa. Eram numerosas A divisão dos períodos históricos ajuda a en-
as estátuas esculpidas com a finalidade de ficar tender o processo de desenvolvimento pelo qual
dentro de túmulos. A escultura egípcia atingiu seu passaram as civilizações. A história da Arte grega
desenvolvimento máximo com os sarcófagos, es- pode ser dividida em três fases: arcaica, clássica e
culpidos em pedra ou madeira. helenística.
d) A cultura egípcia foi profundamente marcada Nas obras do período arcaico nota-se a
pela religião e pela supremacia política do faraó. influência do Egito não só como fonte inspirado-
Esses dois elementos exerceram grande influência ra, mas também na técnica. O escultor grego des-
nas artes (arquitetura, escultura, pintura, literatu- se período, como o egípcio, apreciava a simetria
ra) e na atividade científica. natural do corpo humano. Para deixar clara essa
e) A gradação, a mistura de tonalidades, o claro- simetria, o artista esculpia figuras humanas nuas,
-escuro não eram utilizados. eretas, em rigorosa posição frontal e com o peso
igualmente distribuído sobre as duas pernas, dan-
6- (CEFET/PR) A arquitetura dos templos do An- do, ainda, a ilusão de um passo à frente.
tigo Egito apresentava entre suas característi- Essas figuras recebem o nome de kouros,
cas: ou seja, rapaz, e de koré, que corresponde à moça.
a) A utilização de tijolos de argila queimada na
construção de colunas e paredes;
b) O seu reduzido tamanho, por serem apenas mo-
radia da divindade;
c) A inexistência de telhados, uma vez que quase
não ocorriam chuvas durante todo o ano;
d) A ausência de esculturas, uma vez que os precei-
tos religiosos de então não permitiam a represen-
tação da figura humana;
e) A excessiva grandeza em suas dimensões e soli-
dez na construção, com emprego intensivo de pe-
dra como matéria-prima.

UNIDADE 3
Kouros (525 A.C)
A ARTE NA ANTIGUIDADE CLÁSSICA: GRÉCIA
Já no período Clássico a escultura assume
“Dos povos da Antiguidade, os que apre- um caráter próprio. Partindo das convenções egíp-
sentaram uma produção cultural mais livre foram cias, os gregos realizaram várias experiências, de-
os gregos. Eles não se submeteram às imposições senvolvendo seu estilo com liberdade de explorar
de sacerdotes ou de reis autoritários e valorizaram as técnicas escultóricas.
especialmente as ações humanas, na certeza de Nesse período o artista passou a procu-
que o homem era a criatura mais importante do rar movimento nas estátuas, para isso, começou
universo. Assim, o conhecimento, através da ra- a usar o bronze (que era mais resistente que o
zão, esteve sempre acima da fé em divindades”. mármore), podendo fixar o movimento sem se
PROENÇA, Graça História da Arte. 16. Ed. São Paulo: Ática, quebrar. Surge o nu feminino, já que no período
2000. p.27 arcaico as figuras das mulheres eram esculpidas
sempre vestidas.
As construções que se destacam na arqui-
tetura grega são os templos. Entre os gregos, sua
finalidade era de proteger das chuvas ou do sol ex-
cessivo as esculturas de deuses e deusas.
No final de cada coluna, ficavam os capitéis
que podem ser facilmente classificados em dórico,
jônico e coríntio.

Poseidon

Neste o momento que foi desenvolvido a Dos templos mais famosos, destaca-se o
técnica do contraposto, um princípio criado por Parthenon, na Acrópole. Símbolo grego, construí-
Policleto, que consistia em estabelecer oposição do no período conhecido como época de ouro ou
entre tensão e relaxamento do corpo. A parte mais século de Péricles, no século V a.C. Esse templo
elevada da cintura, que corresponde à tensão, abrigava a estátua da deusa Atena Párthenos, es-
contrapõem-se ao lado do ombro que decai, de- culpida por Fídias. Parthenos faz referência ao es-
monstrando relaxamento. tado virginal e de solteira da deusa.

A PINTURA EM CERÂMICA

Na Grécia, a pintura em cerâmica tornou-


-se uma forma especial de manifestação artísti-
ca. Os vasos gregos, ou ânforas, são famosos
pela beleza da forma e pela harmonia entre
desenho, cores e espaço utilizado para orna-
mentação. Eram usados em rituais religiosos
e também para armazenar água, vinho, azeite
e outros alimentos. Á medida que passaram a
Doriforo, de Policleto (440 a.c) apresentar uma forma equilibrada e um traba-
lho harmonioso de pintura tornaram-se também
No período Helenístico, por sua vez, desta- objetos de decoração.
ca-se o naturalismo encontrado nas figuras, que
nessa época começam a ser representadas de-
monstrando emoções e até mesmo seu estado de
espírito.
Surgem nessa época os grupos escultóricos,
que muitas vezes representavam tragédias gregas,
como em Lacconte e seus filhos, que mostra o mo-
mento em que o pai e seus filhos, após uma praga
jogada por Deuses, são atacados por serpentes.


ARQUITETURA
FIQUE POR DENTRO!
e) No período clássico os escultores gregos aban-
donaram o conceito de contraposto (posição na
qual a escultura se apoiava totalmente numa per-
na, deixando a outra livre), permitindo a represen-
tação de atletas em plena ação;

2 (UEM-PR) Sobre a arte da Grécia Antiga, assi-


Uma das formas mais ricas nale o que for correto:
de arte dos gregos foi o teatro. A
representação teatral originou-se I - Por questões de ordem religiosa, os gregos não
das festas em honra a Dionísio, desenvolveram nenhum tipo de pintura.
deus do vinho. No período
II - A escultura grega teve como uma de suas ori-
clássico, o teatro tornou-se uma
manifestação artística gens a escultura egípcia.
independente e se especializou III - As cópias de esculturas gregas realizadas pelos
nos dois gêneros mais artífices romanos possuíam grande grau de inven-
importantes do teatro da Grécia tividade, portanto não podem ser consideradas
Antiga e da atualidade: a tragédia fidedignas.
e a comédia. IV - A partir do período Clássico, atingindo deter-
Os grandes dramaturgos minado domínio da técnica na representação do
gregos foram Esquilo, Sofocles, real, a escultura grega não sofreu nenhuma altera-
Eurípedes e Aristófanes.
ção posterior.
No Brasil, Nelson
Rodrigues representou um marco V - Durante o período denominado arcaico, os artí-
na dramaturgia nacional. Os fices gregos ainda praticavam uma escultura com
vestibulares consideram que certa rigidez formal.
Vestido de Noiva é a tragédia
carioca por qual se inicia o Estão corretas:
processo de modernização do a) I, II e V
teatro brasileiro. b) II e V
Esse é um enredo apresentado c) III e V
sob uma perspectiva não linear
d) I e IV
que se desenrola em três atos,
cuja relação não é cronológica. A e) Todas as alternativas estão corretas.
peça mostra ações simultâneas
em três planos: da realidade, da 3. (UFBA-modificada) Sobre a arte grega pode-
alucinação e da memória. Este é mos afirmar que:
considerado um teatro temperado
pelo deboche, escracho e ironia I. Quando os artistas gregos começaram a fazer
em um contexto artístico que suas esculturas em pedra, partiram do ponto em
ainda permanecia preso à que os egípcios haviam chegado, mas não se con-
herança que recebera do século
tentaram em obedecer as fórmulas e passaram a
XIX.
fazer suas experiências, criando um estilo próprio
de arte.
EXERCICIOS
II. A maturidade da arte clássica foi expressa pela
1 - Sobre a arte grega, assinale a opção correta: obra de artistas como Míron, Fídias e Policleto.

a) A arte grega, assim como a arte egípcia, estava III. Os templos eram construídos para servir de mo-
ligada a religião; radia ao faraó e à sua família, sendo essa arquite-
b) Os gregos criaram uma arte em que predomi- tura apresentada como arte monárquica e militar.
navam o ritmo, o equilíbrio mas desrespeitavam a
harmonia ideal; IV. Os gregos definiam, de maneira rigorosa, todas
c) As esculturas do período helenístico apresen- as noções de porporção, de medida, de composi-
tam um crescente naturalismo, os seres huma- ção e de ritmo, tanto na escultura quanto na ar-
nos eram representados de acordo com a idade quitetura.
e a personalidade e também demonstrando suas
emoções e seu estado de espírito. a) As afirmativas I e II estão corretas.
d) Os templos são edificações que abrigavam cul- b) As afirmativas I, II e IV estão corretas.
tos públicos e que melhor representam a arquite- c) As afirmativas II e II estão corretas.
tura grega; d) As afirmativas I e III estão corretas.
e) Todas as alternativas estão corretas. templos, termas, aquedutos.

4. A escultura atinge na Grécia um dos mais ele- ESCULTURA


vados padrões de harmonia plástica e uma das
características peculiares do povo grego é seu Era típico dos romanos adotarem caracte-
grande apreço pelos valores espirituais. Realize rísticas da escultura gregas conforme suas neces-
uma análise comparativa entre os três períodos sidades. No entanto, apesar da grande influência
da escultura grega: arcaico, clássico e helenísti- das concepções helenísticas, os escultores roma-
co, destacando as principais características de nos não deixaram seus interesses próprios: retra-
cada período. tar os traços particulares de uma pessoa. Portan-
______________________________________ to, a escultura romana é marcada pela criação de
______________________________________ bons retratos que representassem fielmente os
______________________________________ modelos reais.
______________________________________
______________________________________ BUSTOS
______________________________________
______________________________________ Na estatuária romana, os retratos tiveram
______________________________________ grande êxito - como sinal de lealdade, os romanos
______________________________________ tinham que queimar incenso para o busto dos im-
______________________________________ peradores - esses bustos eram caracterizados por
______________________________________ um tratamento realista, sem qualquer idealização,
diferente das representações de divindades na
5. Enquanto a arte egípcia é uma arte ligada ao Grécia.
espírito, a arte grega liga-se à Inteligência, pois
seus reis não eram deuses, mas seres inteligen-
tes e justos que se dedicavam ao bem estar do
povo. São características da arte grega:

I. Uma arte de elaboração intelectual em que pre-


dominam o ritmo, a harmonia, o equilíbrio.
II. Glorificação dos deuses e do rei defunto, divi-
nizado, pra qual se erguiam templos funerários e
túmulos grandiosos.
III. O racionalismo, amor pela beleza, interesse
pelo homem.
Busto do imperador Caracalla.
Estão corretas:
a) I e II.
b) II e III. ARQUITETURA
c) I e III.
d) Somente a I. As construções arquitetônicas de Roma
e) Todas as alternativas. também apresentam grande influência grega, mas
com uma significativa diferença: os engenheiros
UNIDADE 4 romanos era funcionários do exército e sua arte
nos revela um espírito prático. Para os arquitetos
A ARTE NA ANTIGUIDADE CLÁSSICA: ROMA o que importava era a técnica construtiva, mais do
que a beleza da construção. Na base da arquite-
A arte romana sofreu duas fortes influen- tura romana está o Arco – influencia dos etruscos
cias: da arte grega do período helenístico, orienta- – que era uma construção de pedras em um siste-
da por um ideal de beleza e também da arte dos ma de forças combinadas (um encaixe e recíproca
povos etruscos que era uma arte popular e voltada sustentação) que permitia cobrir grandes vazios.
para a expressão da realidade vivida. Um dos le- Antes da utilização desse elemento as construções
gados culturais mais importantes que os etruscos necessitavam de um grande número de colunas,
deixaram aos romanos foi o uso do arco e da abó- pois se houvesse um grande espaço entre essas,
bada nas construções. a construção de pedra não suportaria tal tensão
A arte dos romanos nos revela um povo pos- (lembrem-se de como eram os templos gregos, re-
suidor de um grande espírito prático, por onde es- pletos de colunas).
tiveram constituíram colônias, casas, construíram A partir da utilização de arcos, os romanos
puderam passar para a criação de objetos mais ou-
sados, como abóbadas de berço ou cilíndricas e os
domos ou zimbórios.
Os antigos romanos também são pioneiros na
utilização do concreto e do tijolo queimado no fogo
(diferente do adobe, que era cozido ao sol). Rea-
lizaram construções práticas ao urbanismo como
vias de comunicação, termas aquedutos e pontes.
Também fizeram arcos do triunfo e colunas triunfais.
Das construções arquitetônicas destacam-
-se os anfiteatros, (edifício oval onde a arena pode-
ria ser vista por todos os lados da arquibancada). O
mais conhecido desses edifícios é o Coliseu.


FIQUE POR DENTRO!
“O Coliseu”, Roma, 80d.C.
Sem dúvidas, o maior símbolo da cidade de
Roma e um dos melhores exemplos de sua arqui-
MOSAICO E PINTURA tetura é o Coliseu. Construído no período da Roma
Antiga entre 70 e 90 d.c.. esse anfiteatro era usado
Em todas as partes do Império, encontram- para diversos espetáculos, como lutas entre gla-
-se mosaicos romanos. Oscilam dos modelos abs- diadores, peças de teatros e até de batalhas navais
tratos de tesselas brancas e negras até ambiciosas (onde o Coliseu foi inundado propositalmente).
composições figurativas policromáticas. Anfiteatros, como o coliseu, são grandes
As cores vivas, a possibilidade de colocação edifícios de forma circular ou oval, com arquiban-
sobre qualquer superfície e a duração dos mate- cadas, destinado a festas públicas ou prática de
riais fizeram com que os mosaicos viessem a pre- esportes.
valecer sobre a pintura.
Em geral, a maior parte das pinturas ro- No Brasil, em decorrência da copa do mun-
manas que conhecemos hoje provém das cidades do e agora as Olimpíadas de 2016, nossas cidades
de Pompeia e Herculano que foram soterradas e estão ganhando extravagantes arenas para es-
conservadas pelas cinzas do vulcão Vesúvio em 79 porte profissional, construídas pelo Estado, com
d.C. Nessas cidades encontramos casas decoradas investimentos milionários. O Coliseu do Sertão,
com desenhos livres apoiados nas conquistas he- estádio com arquitetura inspirada no xará romano
lenísticas, algumas figuras possuíam graciosidade teve até agora um custo acima de R$ 1,5 milhão,
e beleza, também pinturas com detalhes que evi- com uma arena com capacidade maior que a po-
denciam o domínio e liberdade em que os artistas pulação local e sem que a cidade sequer possuísse
haviam adquirido na manipulação da expressão um time oficial de futebol.
humana, outra característica encontrada no inte- Será que essa não é uma história similar à
rior dessas casas foi a pintura de paisagens. dos governantes da Roma Antiga? O poder públi-
co cria arenas incrivelmente superdimensionadas,
usando recursos do povo, com extravagância e
luxo, ao passo que poderia apostar em um cres-
cimento no futuro, com políticas mais amplas de
educação e cultura.

EXERCICIOS

1- Com as informações do texto abaixo e seus


conhecimentos, analise a alternativa correta
sobre a arte romana:
3. Leia o texto a seguir:
Os antigos romanos construíram diversos
templos dedicados a seus deuses, entretanto, Os Romanos mostraram-se extraordina-
produziram uma arte que não os reverenciava de riamente inventivos no domínio do urbanismo.
modo especial, diferentemente do tratamento As “cidades novas”, construídas durante a época
que dispensava aos seus próprios heróis. Assim, imperial, muitas vezes a partir de acampamentos
era comum que a arte homenageasse os grandes militares, espalharam a ordem romana até aos
imperadores. confins do Império. Esta concepção de cidade
planejada, edificada com uma finalidade muito
concreta e, por vezes, quase simultaneamente em
cada uma das suas partes, só a voltaremos a en-
contrar no século XX. (UPJOHN et al., p. 48)

Com base no texto e nos seus conhecimentos so-


bre a arquitetura Romana analise as afirmativas a
seguir:

I - A arquitetura romana concentrou-se na constru-


Busto do Imperador Adriano, ção de edifícios com finalidade religiosa, descui-
Museus Capitolinos
dando-se das obras de infra-estrutura e de aten-
dimento às necessidades das populações urbanas.
I. Os afrescos remanescentes do período impres-
sionam pela qualidade plástica e pelos temas, II- As construções arquitetônicas em Roma apre-
quase sempre retratando a mitologia e história de sentam grande influência grega. Eles não só re-
seus mecenas. petiam o que aprenderam com os gregos, como
II. Os baixos-relevos narrativos, através dos quais também desenvolveram formas diferentes de
os imperadores comemoravam seus feitos mais construção, como os aquedutos e pontes.
notáveis, são uma das manifestações comuns da
arte romana. III- Na base da arquitetura romana está o Arco, he-
III. A Coluna de Trajano foi uma das obras que mais rança etrusca que permitia cobrir grandes vazios,
bem expressaram a capacidade de os romanos sem necessitar do grande uso de colunas, criando
imitarem a arte grega para sua própria produção assim espaços amplos.
artística.
IV. Seus arcos triunfais foram monumentos espa- IV- Para atender aos cultos politeístas, os templos
lhados por todo o território do Império e traziam romanos eram destinados aos deuses, e construí-
esculpidas em suas paredes histórias de conquis- dos para a proteção de suas estátuas da mesma
tas romanas. maneira que acontecia na Grécia, sem originalida-
de.
É correto afirmar que:
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I, III e IV são corretas. a) Apenas as afirmativas I e III estão corretas.
c) Somente as afirmativas II e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. b) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.
e) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
c) Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas.
2. Quais os povos que influenciaram a arte ro-
mana e como os artistas romanos desenvolve- d) Apenas as afirmativas II, III e IV estão corretas
ram tais influências?
______________________________________ e) Apenas as afirmativas II e IV estão corretas.
______________________________________
______________________________________ 4 - Com relação às esculturas romanas assinale
______________________________________ a afirmativa correta:
______________________________________
______________________________________ a) Assim como os gregos, os romanos buscavam
_____________________________________ em suas esculturas a representação ideal de beleza
______________________________________ do homem.
______________________________________ b) Na estatuária romana os bustos dos imperadores
eram caracterizados por um tratamento idealizado. A ARTE BIZANTINA
c) As esculturas romanas podem ser divididas em
duas fases de desenvolvimento: a arcaica e a clás- Constantinopla, localizada no Império Ro-
sica mano do Oriente, não sofreu uma depressão
d) As esculturas romanas podiam ser feitas para cultural por conta das invasões bárbaras como
três finalidades distintas: representação fiel de uma aconteceu com o Ocidente. Por sua localização ser
figura pública, oferenda a uma divindade ou repre- entre Europa e Ásia, Constantinopla era uma rota
sentação in memoriam de um homem. comercial e cultural. Por esse motivo é possível
e) Os escultores romanos não buscavam o idea- perceber na Arte Bizantina a união de alguns ele-
lismo em suas obras, apenas tentavam retratar as mentos da cultura romana, grega e oriental, que
pessoas de forma fiel, pois estas, geralmente figu- formou um estilo novo.
ras públicas, deveriam ser reconhecidas através de Para o estudo da arte bizantina é fundamen-
seus retratos esculpidos. tal saber que este império alcançou seu apogeu
com o imperador Justiniano (527-565) e que a igre-
5 - Uma das principais características da arqui- ja Cristã era a religião oficial do Estado.
tetura romana é seu utilitarismo. Os romanos O regime era teocrático e o imperador pos-
desenvolveram grandes obras de urbanismo suía poderes administrativos e espirituais, sendo
e engenharia, tornando-os dignos de receber o representante de Deus. Nesse período o cristia-
destaque por suas inovações. nismo assume um caráter majestoso exprimindo
poder e riqueza.
Assinale a alternativa que corresponde às ino- Diferente dos templos gregos que serviam
vadoras obras romanas: para abrigar as estátuas, a Igreja começou a ser
planejada segundo os princípios da “Basílica”, ou
a) Aquedutos, arcos do triunfo, estádios, pirâmi- seja, lugares voltados para aglomeração do públi-
des e templos. co. Importante saber, também, que nessas igrejas,
b) Estradas e ruas pavimentadas, pontes, praças, que possuíam decoração sublime, não deveria
aquedutos, arcos do triunfo e anfiteatros. haver esculturas, pois eram associadas aos ídolos
c) Pontes, templos, arcos de triunfo e estradas. pagãos.
d) Ruas e estradas, zigurates, aquedutos, arcos do
triunfo e anfiteatros. MOSAICO E PINTURA

UNIDADE 5 Tanto na arte bizantina, quanto em toda a


arte produzida durante a Idade Média, as imagens,
A ARTE NA IDADE MÉDIA passam por uma simplificação formal.
O mosaico e a pintura eram usados para
No ano de 395, o Imperador Teodosio divide recordar os ensinamentos bíblicos e manter na
Roma em Império Romano do Oriente e Império memória os episódios sagrados, pois muitos fiéis
Romano do Ocidente. O Império Romano do Oci- não sabiam ler. Por esse motivo a história bíblica
dente sofreu sucessivas invasões bárbaras até sua deveria ser contada de maneira simples e clara e o
queda em 476, fato que marca o início da Idade que desviasse a atenção dessa função deveria ser
Media. omitido.
A arte nesse período tem suas raízes na Nesse período da arte a preocupação com
época conhecida como Paleocristã, quando o Cris- o fundo da cena, com a elaboração do corpo e da
tianismo e a arte se voltaram para a valorização fisionomia, concepções que os gregos tanto valo-
do espírito. Os valores da religião cristã vão invadir rizavam, deixou de existir.
todos os aspectos da vida medieval.
A concepção de mundo dominada pela figu-
ra de Deus proposta pelo cristianismo é chamada
de teocentrismo (teos = Deus). Deus é o centro do
universo e a medida de todas as coisas. A igreja
como representante de Deus na Terra tinha pode-
res ilimitados.
O estudo da arte desse período pode ser di-
vidido em três estilos: Bizantino, Românico e Gó-
tico.

“Cristo como soberano do Universo, a Virgem e Menino e San-


tos” - Catedral de Monreale, Silícia - Detalhe do mosaico.
A ARTE ROMÂNICA po da crise do feudalismo, do crescimento urbano
e surgimento da burguesia.
O termo “românico” designa o período do Na arquitetura, as “fortalezas de Deus” de-
início da Idade Média na Europa, no qual a arqui- ram espaço para construções altíssimas e ilumina-
tetura apresenta construções cuja estrutura era das, que refletiam o desenvolvimento tecnológico
semelhante às construções dos antigos romanos. da época.
A arte do período românico é mais simples O arco ogival foi a fundamental descoberta
e menos luxuosa pois é uma arte de vilarejos que da época, que possibilitou aos arquitetos atingir
viviam sobre o medo constante de invasões. maior altura, já que essas igrejas buscam a vertica-
As construções desse período que perma- lidade com o fim de proclamarem a glória celeste.
neceram são sobretudo igrejas, grandes horizon- Dessa forma, diferentemente daquele am-
talmente e que transmitem solidez, por isso são biente escuro e solene do românico, o gótico cria
conhecidas como “Fortalezas de Deus”. um ambiente claro e leve. Construindo verdadei-
As características mais significativas da ar- ros “arranha-céus de pedra e vidro”.
quitetura românica são: Em sua fachada, a igreja gótica, possui três
Pilares maciços que sustentavam as pare- portais que dão acesso a três naves do interior da
des espessas; igreja.
Aberturas raras e estreitas usadas como ja- Suas principais características são:
nelas; Rosácea
Torres, que aparecem no cruzamento das Arcos góticos/ ogivais
naves ou na fachada; Arcobotantes
Arcos que são formados por 180 graus Vitrais coloridíssimos que filtram a lumino-
(etruscos/romanos). sidade para o interior da igreja.
As esculturas, por lembrarem os cultos pa-
gãos, eram proibidas e por isso, quando existem,
aparecem totalmente dependentes da arquitetu-
ra, presas às paredes das igrejas.
Lembre-se que nessa época poucas pessoas
sabiam ler e a Igreja recorria à pintura e a escultura
para narrar histórias bíblicas ou comunicar valores
religiosos aos fiéis.
As pinturas do período se dão em afrescos
(pintadas diretamente na parede, sobre um reves-
timento de argamassa ainda fresco) e possuem
formas bastante simplificadas, sem preocupação
com o volume ou perspectiva.
As pinturas realizadas em bíblias ou manus-
critos produzidos em mosteiros são conhecidas
como iluminuras e/ou ilustrações medievais. Catedral de Amiens, 1218 – 47

Pintura
A pintura gótica começou a ganhar novas
características que anunciavam o Renascimento.
Um pintor que merece destaque do final do
século XIII e início do século XIV foi o florentino
Giotto, que em suas pesquisas redescobre a ilusão
de dar profundidade em uma superfície plana.


Igreja de San Martín de Tours – Espanha

A ARTE GÓTICA

O que chamamos de Arte Gótica é um estilo


que se desenvolveu na baixa Idade Média, ao tem- Retiro de São Francisco (1303-1306), Giotto.
Além dos grandes murais de Giotto, o estilo nação. A música é uma linguagem local e global.
gótico produziu quadros de proporções menores e
retábulos. Podemos destacar os irmãos holande- EXERCÍCIOS
ses, Hubert & Jan van Eyck, que procuravam regis-
trar nas suas pinturas os aspectos da vida urbana 1. Correlacione a coluna 1 onde são apresenta-
e da sociedade de sua época. das técnicas de trabalhos com seus respectivos
Nota-se nessas pinturas um cuidado com a períodos artísticos que se encontram na coluna
perspectiva e o desenvolvimento da pintura a óleo 2:
que apontam para as novas conquistas que virão
com o Renascimento. Coluna 1:
1 – O Mosaico é uma técnica com uso de pedrinhas
(cubos ou tesselas de mármore ou de vidro) apli-
cadas e colocadas sobre uma superfície segundo
um desenho.
2- O trabalho de Vitral resulta de uma composição
com vidros coloridos articulados por arestas em
chumbos que deixam passar a luz.
3 – O Afresco é uma técnica de pintura com apli-
cação de pigmentos sobre uma massa fresca ou
gesso numa superfície de acordo com uma com-
posição.

Coluna 2:
I – Arte Gótica
II – Arte Românica
III – Arte Bizantina

O casal Arnolfini (1434), Van Eyck. A Alternativa que apresenta a sequência corre-
ta é:
FIQUE POR DENTRO!
a) 1,I – 2,II e 3,III
b) 1,I - 2,III e 3,II
c) 1,III – 2,I e 3,II
d) 1,II – 2,III e 3,I
e) 1,III – 2,II e 3,I

2- Com relação à Arte Românica, considere as


afirmativas a seguir.
Durante a Idade Média, a música utilizada
nas cerimônias católicas era o “canto gregoriano”, I- Alguns artistas do período da arte Românica,
uma música “monofônica” (que possui uma única especialmente Sandro Botticelli e Michelangelo,
linha melódica) e sagrada. A música do período retomam o ideal de beleza da antiguidade grega.
era uma composição sacra porque a Igreja, duran- II- As características mais significativas da arqui-
te a Idade Média, ditou as regras culturais, sociais tetura Românica são a utilização da abóbada, dos
e políticas de toda a Europa, com isto interferindo pilares maciços que a sustentam e das paredes
na produção musical daquele momento. espessas com aberturas estreitas usadas como
Mas foram os filósofos gregos que criaram janelas.
a teoria mais elaborada para a linguagem musical III- Entre as características das igrejas do estilo
na Antiguidade. Pitágoras acreditava que a música Românico destacam-se os vitrais redondos com
e a matemática formavam a chave para os segre- desenhos semelhantes a uma flor acima da por-
dos do mundo, que o universo cantava, justifican- ta central; três portas de entrada na frente; torres
do a importância da música na dança, na tragédia bastante altas; enormes vitrais coloridos.
e nos cultos gregos. IV- Um dos principais objetivos da pintura no pe-
A verdade é que a música existe e sempre ríodo da arte românica era narrar histórias bíbli-
existiu como produção cultural, desde a pré-histó- cas e transmitir valores religiosos, uma vez que
ria. O homem é fascinado pela música porque ela quase ninguém sabia ler.
possui a capacidade estética de traduzir os senti-
mentos, atitudes e valores culturais de um povo ou Assinale a alternativa correta.
arte do mosaico.
a) Apenas as afirmativas I e III estão corretas.
b) Apenas as afirmativas II e III estão corretas. Assinale conforme as sequências a seguir.
c) Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas.
d) Apenas as afirmativas II, III e IV estão corretas. a) Somente as afirmativas I e III são corretas.
e) Apenas as afirmativas II e IV estão corretas. b) Somente as afirmativas II e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
3. O Mosaico Bizantino é uma das técnicas mais d) Somente as afirmativas II e III são corretas.
peculiares deste período. Quanto ao mosaico e) Somente as afirmativas II, III são corretas.
assinale a alternativa correta:
6- Como os arquitetos resolveram a questão da
a)As representações mostram a preocupação na luminosidade nas catedrais Góticas? Que tipo
representação fiel do ser humano, com tratamen- de ambiente eles introduzem com essa técnica?
to naturalista, surge o ideal espiritual de beleza _________________________________________
humana características de um classicismo. _________________________________________
b) Na arte bizantina não existiam regras, os artis- _________________________________________
tas tinham liberdade para criar. _________________________________________
c) A altura com que as pessoas são representadas _________________________________________
não era um fator preponderante nos mosaicos. _________________________________________
d) As representações deveriam contar uma his- __________________________________________
tória ou passagem bíblica de maneira simples e
clara, para isso o que desviasse a atenção dessa 7- As igrejas Românicas são conhecidas tam-
função deveria ser omitido. bém como “fortalezas de Deus”, quais as ca-
racterísticas da arquitetura desse período que
4- Qual foi a possibilidade trazida pelos arcos justificam esse título?
ogivais nas construções das igrejas góticas? _________________________________________
_________________________________________
a)Os arcos ogivais possibilitaram a construção de _________________________________________
três portais. _________________________________________
b)Os arcos ogivais possibilitaram a construção de _________________________________________
igrejas mais largas. _________________________________________
c) Os arcos ogivais possibilitaram a construção de __________________________________________
elemento escultóricos.
d) Os arcos ogivais possibilitaram a construção de UNIDADE 6
rosáceas.
e) Os arcos ogivais possibilitaram a construção de RENASCIMENTO
igrejas mais altas.
Chamou-se Renascimento o movimento cul-
5. (UEM-2009 – modificada) “No medievo, os es- tural desenvolvido na Europa entre 1300 e 1650.
tilos românico e gótico e a arte bizantina se diri- Nesta fase histórica, é possível observar as condi-
giam a uma sociedade de analfabetos; era indis- ções particularmente favoráveis que possibilita-
pensável uma arte visual, dominada pelo tema ram o reflorescer do conhecimento.
da salvação” (ARRUDA, José J. de A.; PILETTI, Nesse período buscou-se o renascer do espí-
Nelson. Toda a História: História Geral e Histó- rito grego-romano, com o resgate dos valores clás-
ria do Brasil. São Paulo: Ática, 1996, p.133). sicos de racionalidade, beleza ideal e uma atenta
observação da natureza.
I. Os vitrais das catedrais góticas permitiam a cria- O ideal do humanismo foi uma característi-
ção, nas suas naves, de um interior mais claro e ca muito importante para as conquistas do Renas-
iluminado. cimento, tornando-se o próprio espírito da época,
II. A Idade Média é comumente designada de “Ida- podemos entender esse ideal como a valorização
de das Trevas” porque não houve nenhum desen- do homem e da natureza.
volvimento original da arquitetura neste período. Portanto, na arte, trabalhando o espaço, as
III. De uma maneira geral, as igrejas bizantinas linhas e cores, ou os volumes em diferentes mani-
possuíam planta em forma de cruz latina, e a es- festações artísticas, os artistas do Renascimento
cultura era a expressão artística mais praticada expressaram os maiores valores da época: a racio-
nesse período. nalidade e a dignidade do ser humano.
IV. Assim como no Império Romano Ocidental, os
artífices bizantinos eram muito habilidosos na ARQUITETURA
Foi um artista que pintou pouco ao longo de
A principal característica da arquitetura do sua carreira dentre suas obras mais famosas es-
Renascimento foi a busca de uma ordem e de uma tão: Santa Ceia; Anunciação; A Virgem dos Roche-
disciplina. As construções são baseadas em rela- dos e sua obra mais famosa a Mona Lisa.
ções matemáticas estabelecidas de tal forma que Da Vinci dominou com sabedoria o jogo de
o observador possa compreender a lei que a orga- luz e sombra, e a partir desse domínio criou uma
niza. técnica inovadora na pintura que é o sfumatto,
que consiste em gerar uma gradação de tons per-
PINTURA feita no jogo de luz e sombra. Observe a obra Mona
Lisa, é quase imperceptível a visualização das pin-
A grande inovação dessa época na pintura é celadas e variação de tons devido ao uso minucio-
atribuída pelo estudo da perspectiva técnica que so dessa técnica.
possibilitou a representação de imagens tridimen-
sionais em um plano bidimensional. Essa maneira MICHELANGELO: “A GENIALIDADE A SERVIÇO DA
de representação começou a se espalhar no perío- EXPRESSÃO DA DIGNIDADE HUMANA.”
do de transição entre o Gótico e o Renascimento.
O resultado dessas conquistas são os estu- Michelangelo cria suas esculturas a par-
dos dessa perspectiva segundo os princípios da tir dos ideais de beleza clássicos, mas consegue
Matemática e da Geometria. transmitir em suas obras uma expressão desco-
O uso da perspectiva desencadeou outros nhecida na escultura até então: contém uma espé-
recursos, o do claro-escuro, que consiste em pin- cie de força interior que não aparece no humanis-
tar algumas áreas iluminadas e outras na sombra, mo idealizado dos gregos.
no qual gera um jogo de contraste de forma a res- Entre suas obras mais famosas encontramos
saltar a sugestão de volume dos corpos. Davi, que retrata uma narração bíblica na qual o
Há vários artistas que se destacaram nes- jovem Davi derrota o gigante Golias. Outra obra
sa época dentre eles: Masaccio, Mantegna, Piero que merece destaque é o conjunto escultórico de
della Francesca, Boticelli, Donatelo, Leonardo da Pietá que representa o recolhimento do corpo de
Vinci, Michelangelo e Rafael. Veremos a seguir uma cristo da cruz pela sua mãe Maria, na qual é impor-
demonstração dos estudos e das obras de alguns tante ressaltar o efeito emocional que a obra cau-
artistas. sa devido aos extremos detalhes do drapeado das
roupas, os músculos e veias do corpo produzidos
LEONARDO DA VINCI:“A BUSCA DO CONHECI- pelo artista.
MENTO CIENTÍFICO E DA BELEZA ARTÍSTICA.”

Leonardo da Vinci (1452 – 1519) foi possui-


dor de um espírito versátil que o tornou capaz de
pesquisar e realizar trabalhos em diversos campos
do conhecimento humano. É considerado um ar-
tista completo por atender várias áreas do conhe-
cimento, na arte se dedicou aos estudos de pers-
pectiva e de óptica, de proporções e anatomia,
realizava inúmeros desenhos que eram acompa-
nhados por anotações diversas sobre proporções,
movimentos e afins.

Davi (1501-1504) Michelangelo

Além de escultura Michelangelo também


produzia
pintura, que assim como na escultura repre-
sentava sua genialidade, se destaca o conjunto de
pinturas que ele fez para a Capela Sistina, no Va-
ticano, onde é possível observar um estudo deta-
lhado da figura humana e de perspectiva.
Mona Lisa – Leonardo Da Vinci
FIQUE POR DENTRO! 2. Quais dos elementos abaixo correspondem a
(re)descobertas do Renascimento?

a) Claro escuro e têmpera.


b) Perspectiva e têmpera.
c) Têmpera e pintura a óleo.
d) Pintura a óleo e pintura mural.
e) perspectiva e pintura a óleo.

3. O termo Renascimento é comumente aplica-


do à civilização europeia que se desenvolveu
entre 1300 e 1650. Além de reviver a antiga cul-
A presença da ciência e da tecnologia no dia tura greco-romana, ocorreram nesse período
a dia das pessoas é hoje amplamente reconheci- muitos progressos e incontáveis realizações no
da. Assuntos dos mais relevantes centram-se em campo das artes, da literatura e das ciências,
temas científicos, como novas vacinas e terapias, que superaram a herança clássica. O ideal do
alimentos transgênicos, biocombustíveis, clona- humanismo foi sem duvida o móvel desse pro-
gem genética, mudanças climáticas e outros. gresso e tornou-se o próprio espírito do Renas-
Grandes cientistas, como Galileu Galilei e cimento.
Leonardo da Vinci, transitaram pelas vias de co-
nexão entre a ciência e a arte, ao desenvolver o Considere as afirmativas a seguir:
conhecimento e o comunicar das mais diferentes
formas. I. A principal característica da arquitetura renas-
Um estudo sobre 73 cientistas de grande centista é o equilíbrio das linhas, a organização
sucesso, realizado pela Universidade de Michigan matemática dos espaços e a presença de elemen-
nos Estados Unidos, identificou um grande per- tos da antiguidade clássica na decoração.
centual de vocações artísticas, evidenciando 25 II. No período renascentista predomina a tendên-
músicos e compositores, 29 pintores, escultores, cia de uma interpretação científica da realidade e
gravadores, desenhistas, 17 poetas, novelistas e do mundo.
teatrólogos. III. A pintura renascentista nega qualquer caracte-
O estudo conclui que através da arte os rística do ultimo período gótico
cientistas encontram as ferramentas para tornar IV. Nas artes plásticas acontecem estudos sobre a
explícita a beleza, seja na arte, seja na ciência. E perspectiva segundo princípios da Matemática e
defendem que os conjuntos de talentos para arte e da geometria.
ciência devam ser considerados complementares,
a se reforçar mutuamente. Consideram que o que Assinale a alternativa correta.
o cientista pode fazer depende não apenas do que
ele sabe, mas de sua personalidade, suas crenças, a) Apenas as afirmativas I e III estão corretas.
suas habilidades e sua prática nos campos da arte. b) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.
c) Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas.
EXERCÍCIOS d) Apenas as afirmativas I, II e IV estão corretas.
e) Apenas as afirmativas II, III e IV estão corretas
1- O termo “renascença” é utilizado para ca-
racterizar a arte, no mundo ocidental, entre os 4. Sobre a escultura Pietá de Miguel Ângelo per-
séculos XIV e XVI. A escolha do termo pode ser tencente ao período do renascimento é correto
explicada: afirmar que:

a) Pelo fato de a produção artística ocidental nas- I – o artista não possui conhecimento de anato-
cer, de fato, neste período. mia, por isso sua obra é desarmoniosa e infiel a
b) Pela revalorização de ideais estéticos vigentes realidade.
na Antiguidade Clássica. II – a obra apresenta característica das esculturas
c) Pela renovação da pintura, fruto da difusão dos gregas e romanas, como a questão do volume e do
ideais protestantes. conhecimento do corpo humano.
d) Pelo contato com a arte africana, descoberta III – é uma obra extremamente elaborada, prin-
graças às viagens marítimas. cipalmente no drapeado das vestes que transmi-
e) Pelo fim da política do mecenato, que financia- te ao espectador a sensação de leveza, mesmo a
va a recuperação das obras de arte. obra se originando do mármore que é um material
sólido e bruto.
IV – a obra trata de um tema religioso, da qual rela- GABARITO
ta o episódio em que a mãe de Jesus o retira morto
da cruz, tema esse muito recorrente no período do UNIDADE 1
renascimento, já que a religião é o centro de tudo
na época. 1. B

Assinale a alternativa correta: 2. D

a) II e IV estão corretas 3. É comum encontrarmos ainda hoje visões evolu-


b) II e III estão corretas. tivas da arte, como se a humanidade traçasse um
c) III e IV estão corretas. caminho linear desde a arte primitiva, até o pleno
d) I, III e IV estão corretas. desenvolvimento técnico e acadêmico. Ora, essa
e) I, II e IV estão corretas. visão é carregada de preconceitos que consideram
o homem primitivo com selvagem e não merece-
5. (UEL-2010)Observe a imagem a seguir: dor de reconhecimento artístico. Sabemos hoje
que não existe hierarquia entre as manifestações
artísticas, já que estas são manifestações simbó-
licas dos valores, vivências e crenças de cada civi-
lização.

4. O texto trata de como as manifestações artísti-


cas do homem refletem o contexto de diferentes
povos e civilizações, associando-as às condições
materiais desses artistas. No caso da arte paleo-
lítica e neolítica percebemos uma transação de
estilo e motivo nas obras, que acompanha as mo-
(DA VINCI, L., Cinco Cabeças Grotescas, 1490. Pena e tin- dificações na sociedade. O homem que antes era
ta, 261 x 206 cm. Windsor, Castelo de Windsor.) caçador e místico (representando suas figuras de
forma naturalista) passa a ser um ser social que
No Renascimento, arte, ciência e vida cotidiana usa a arte, de formas simplificadas e geométricas,
guardam estreita relação. Nesse sentido, Leo- para registrar seu cotidiano com o coletivo.
nardo da Vinci é considerado um dos mais re-
presentativos artistas deste período, uma vez 5. C
que ele:
6. C
I. Concebe a arte como representação de univer-
sos imateriais e simbólicos. UNIDADE 2
II. Substitui os temas religiosos comuns na pintura
medieval por temas laicos. 1. F, V, F, V.
III. Acredita no valor da experimentação e da ob-
servação metódica da natureza. 2. E
IV. Entende a pintura como uma ciência, que utiliza
a matemática e a geometria. 3. V, V, V, V, F.

Assinale a alternativa correta 4. A característica da cultura egípcia que foi deci-


. siva para sua produção artística foi, sobretudo, a
a) Somente as afirmativas I e II são corretas. crença em deuses e na vida após a morte. Por essa
b) Somente as afirmativas I e III são corretas. razão produziram um estilo artístico que pode ser
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. considerado uma arte funerária, pois construíam
d) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas. tumbas, estatuetas e vasos representando sua
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. concepção do além-vida.

6.O Renascimento é marcado por grandes ino- 5. B


vações técnicas, na pintura podemos citar o uso
da pintura em telas e a pintura à óleo. Destaque 6. E
quais as possibilidades artísticas conquistadas
a partir delas.
UNIDADE 3 feita, distribuiu melhor o peso das paredes, possi-
bilitando que estas fossem mais finas e altas. Com
1. C a melhor distribuição do peso foi possível abrir ja-
nelas e inserir vitrais nas paredes das igrejas, que
2. B as tornavam mais iluminadas.

3. B 7. As igrejas românicas são associadas a “forta-


lezas de Deus” em razão de sua aparência sólida
4. Nas obras do período arcaico temos a influên- e impenetrável. São igrejas de paredes grossas,
cia do Egito como fonte de inspiração e técnica. O construídas com pouquíssimas aberturas e com
artista esculpia figuras humanas nuas, eretas, em um interior pouco iluminado. Essa associação se
rigorosa posição frontal. Já no período clássico a deve também ao contexto em que foram construí-
escultura assume um caráter próprio. Nesse pe- das, a Baixa idade média, época em que a Europa
ríodo o artista passou a procurar movimento nas era palco de grandes invasões e matanças.
estátuas, usando o bronze, o contraposto e o nu
feminino. No período helenístico temos o natura- UNIDADE 6
lismo de figuras que começam a ser representadas
demonstrando emoções, muitas vezes em grupos 1. B
escultóricos.
2. E
5. C
3. D
UNIDADE 4
4. B
1. C
5. C
2. A arte romana sofreu duas fortes influências:
a arte grega, orientada por um ideal de beleza e 6. A pintura a óleo é uma descoberta do período
a arte dos povos etruscos, antiga civilização que gótico, pelos holandeses. Grande herança desse
habitava a península itálica antes dos romanos. período para os pintores renascentistas, essa téc-
A arte etrusca é uma arte popular e voltada para nica possibilitou uma secagem mais demoradas
a expressão da realidade vivida. Um dos legados das telas e consequentemente maior tempo para
culturais mais importantes que os etruscos deixa- que o pintor trabalhasse em sua obra. Foi possí-
ram aos romanos foi o uso do arco e da abóbada vel também a fabricação de quadros menores e a
nas construções. comercialização destes, que com o incentivo dos
mecenas se tornou uma fonte de sustento para vá-
3. B rios artistas.

4. E

5. B

UNIDADE 5

1. C

2. E

3. D

4. E

5. C

6. Os artistas góticos resolveram o problema da lu-


minosidade nas catedrais com a inclusão do argo
ogival em suas estruturas. Esse arco ovalado, dife-
rentemente do arco romano/etrusco de volta per-
BIOLOGIA 1
UNIDADE 1 UNIDADE 4
INTRODUÇÃO A BIOLOGIA PROTEÍNAS

UNIDADE 2 UNIDADE 5
CARBOIDRATOS ÁCIDOS NUCLÉICOS I

UNIDADE 3 UNIDADE 6
LIPÍDIOS ÁCIDOS NUCLÉICOS II
UNIDADE 1:
INTRODUÇÃO A BIOLOGIA
O QUE É VIDA?

A biologia é a disciplina que estuda os seres


vivos, seus comportamentos e suas estruturas.
Nós somos seres vivos, assim como um pé de alfa-
ce e um cogumelo. Já uma rocha ou a água (embo- Figura 1.2: Existem diversas formas de células e sempre a
ra essencial à vida) não é um material vivo. forma está relacionada com a função que ela exerce. Esta
Os seres vivos possuem uma composição figura representa algumas células do corpo humano.
química diferente e mais complexa que os seres
não-vivos. Todo ser vivo é composto por células e METABOLISMO: O MESMO QUE ATIVIDADE
possui metabolismo, conjunto de reações quími- QUÍMICA
cas que mantém a homeostase (equilíbrio dinâmi-
co) do organismo. A palavra metabolismo significa “conjunto
Os seres vivos também reagem a estímulos de reações químicas de um organismo”. Falamos
externos. Entretanto a característica mais funda- em metabolismo energético, quando nos refe-
mental é a capacidade dos seres vivos de se re- rimos às reações que liberam energia dentro da
produzir, multiplicar-se transmitindo suas carac- célula. Quando estamos descrevendo processos
terísticas aos seus descendentes, que irão crescer de construção de mais matéria viva, para repara-
desde o nascimento até a morte. Por último pode- ção e para crescimento, falamos em metabolismo
-se citar uma característica bastante marcante dos plástico ou metabolismo estrutural. Além dessas
seres vivo; sua capacidade de adaptação, ou seja, duas modalidades fundamentais do metabolismo,
conseguem se ajustar ao meio onde vivem. existe um grupo de reações diretamente relacio-
nado ao controle biológico dos organismos, e por
TEORIA CELULAR isso são chamadas de metabolismo de controle.
Dessa forma, temos:
A teoria celular diz que “todos os seres vivos
são constituídos por células”. Todas as células são 1. A energia para a vida;
constituídas de células pré-existentes e há uma 2. A construção da matéria viva;
continuidade genética (de características) entre as 3. Controle das reações.
células, transferida de uma para a outra através da
divisão celular. HOMEOSTASE
Há organismos que são formados por uma
única célula, os unicelulares; e há aqueles que são É a capacidade que os seres vivos possuem
compostos por várias células, os pluricelulares. de se manterem estáveis. Todo ser vivo regula as
Nestes, existem diferentes tipos de células. O ser suas atividades internas em função das condições
humano é constituído por vários tipos celulares. do meio ambiente. Os mamíferos, por exemplo,
Os neurônios, por exemplo, são células especia- conseguem manter constantes a temperatura, a
lizadas na transmissão de impulsos nervosos; as quantidade de água no organismo, a concentra-
hemácias são células do sangue que, graças a sua ção de diversas substâncias presentes no corpo,
forma, transportam o oxigênio para as outras cé- entre outros. A Esse equilíbrio interno chamamos
lulas do corpo (Figura 1.1). A forma da célula está homeostase.
sempre relacionada com a função que exerce (Fi-
gura 1.2).
NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO EM BIOLOGIA

Pensando-se em um ser vivo complexo


como o homem, pode-se tomar o organismo
como referência. A análise desse organismo revela
a existência de sistemas (por exemplo, o sistema
Figura 1.1: A estrutura da célula está relacionada com digestório) especializados em funções diferentes e
a função que ela desempenha. As hemácias são células integradas. Um sistema é formado por um conjun-
sanguíneas responsáveis pelo transporte de O2 para as to de órgãos (no exemplo: boca, faringe, esôfago,
outras células do corpo. O neurônio é a célula nervosa estômago, intestinos, fígado e pâncreas). A análise
responsável pelo impulso nervoso. cuidadosa do estômago, utilizando microscópio,
revela que este é constituído por uma sucessão
de camadas, cada uma corresponde a um tecido, e permite que ocorram as reações químicas do
que é outro nível de organização. A observação de metabolismo. Nos organismos terrestres a água
um tecido ao microscópio, por exemplo, o do re- regula o equilíbrio térmico, uma vez que ao eva-
vestimento do estômago, mostra várias células de porar-se retira calor das superfícies. A taxa de água
forma e funções semelhantes, cada célula possui é variável, quanto mais ativo é um tecido, maior a
em seu interior organelas. A análise bioquímica taxa de água. Quanto mais jovem um organismo,
das organelas mostra que elas são compostas por também é maior a taxa de água. Ao longo da evo-
um arranjo definido de moléculas que, por sua lução, os animais, para viverem na terra, desenvol-
vez, são formadas por átomos comuns a todos os veram adaptações que evitam a desidratação.
seres vivos.
Assim temos: Sais Minerais
Células: unidade básica da vida composta Os sais minerais podem ser encontrados
por átomos e moléculas químicas; sob a forma solúvel (como íons, com funções di-
Tecidos: formados por tipos semelhantes versas) ou na forma insolúvel (fazendo, geralmen-
de células agrupadas; te, parte de estruturas esqueléticas).
Órgãos: formados por alguns tipos de teci-
dos agrupados; íon papel desempenhado na célula
Sistemas: conjunto de órgãos;
Constituição do esqueleto;
Organismos: é o conjunto de sistemas fun-
contração muscular e ativador
cionando integradamente. Cálcio (Ca2+)
de enzimas (ex. enzimas da
coagulação sanguínea).
A figura a seguir apresenta exemplos das
estruturas do corpo humanos de acordo com os Faz parte da molécula de clo-
níveis de organização. rofila; é necessário, por tanto,
para a fotossíntese; compo-
Magnésio (Mg2+) nente de muitas coenzimas.
Necessário para o funciona-
mento normal de nervos e
músculos.

Presente na hemoglobina das


células do sangue (hemácias),
Ferro (Fe3+) mioglobina e enzimas
respiratórias. Fundamental
para a respiração celular.

Figura 1.3: Níveis de organização do corpo humano. Tem concentração intracelular


sempre mais baixa do que
do líquido extracelular. A
A COMPOSIÇÃO QUÍMICA DOS SERES VIVOS membrana plasmática, por
Sódio (Na+)
meio de transporte ativo
bombeia o sódio para fora
compostos inorgânicos compostos orgânicos
da célula. Essencial para a
Carboidratos condução do impulso nervoso.
(açúcares);
Lipídeos (óleos e Mais abundante dentro da
Água e sais minerais gorduras); célula do que fora dela. Por
Proteínas e, transporte ativo, a membrana
Ácidos nucléicos (DNA plasmática absorve o potássio
e RNA) Potássio (K+) do meio externo. O Na+ e o
K+ estão relacionados nos
COMPONENTES INORGÂNICOS processos de contração
muscular e de condução do
Água impulso nervoso.
A água, a substância química mais abundan-
te dos seres vivos, é um excelente solvente. Por Constituição do esqueleto, dos
este motivo a maioria dos outros componentes es- Fosfato (PO4-) ácidos nucléicos e da molécula
tão dissolvidos em água. Isso facilita o transporte de ATP.
COMPONENTES ORGÂNICOS funções vitais.
c) Manutenção da homeostase e alto nível de in-
A tabela a seguir apresenta as divisões do dividualidade.
metabolismo e mostras as substâncias e organe- d) Consumo de energia e renovação contínua da
las celulares relacionadas: matéria.
e) Capacidade de reprodução e hereditariedade.

3. Indique a alternativa que apresenta a se-


qüência lógica dos níveis de organização dos
seres vivos:

a) célula – órgãos – tecidos – sistemas – organis-


mo.
b) tecidos – células – órgãos – organismo – siste-
mas.
c) células – tecidos – sistemas – órgãos – organis-
mo.
d) células – tecidos – órgãos – sistemas – organis-
mo.
e) sistemas – células – órgãos – tecidos – organis-
mo.
Figura 1.4 – Divisões de metabolismo.

EXERCÍCIOS 4. A manutenção da estabilidade do ambiente


fisiológico interno de um organismo é exercida
1. Complete as frases a seguir preenchendo por diversos órgãos. Por exemplo, os rins são
cada espaço com um dos termos relacionados responsáveis, entre outras coisas, pela estabi-
a seguir: lidade dos níveis de sais, água e açúcar do san-
gue. Assinale a opção que indica corretamente
(1) célula o nome do mecanismo referido anteriormente:
(2) evolução biológica
(3) metabolismo a) Homeotermia.
(4) reprodução b) Homeostase.
c) Organogênese.
a) .......... é o conjunto altamente organizado de d) Ontogenia.
transformações químicas que ocorrem em um e) Etologia.
ser vivo e envolvem substâncias e energia.
b) A capacidade de um ser vivo originar seres se-
melhantes a si é chamada ........... 5. A expressão “metabolismo celular” significa:
c) .......... é um compartimento membranoso no
qual se localizam e atuam as substâncias fun- a) O conjunto de reações que permitem uma cé-
damentais a vida. lula conseguir energia;
d) O processo de mudança pelo qual os seres vi- b) O conjunto de reações que permita que a cé-
vos vêm passando, desde que surgiram na Ter- lula cresça;
ra, chama-se ........... c) Todas as reações químicas, qualquer que seja
o tipo, que ocorra numa célula viva;
d) A digestão de moléculas grandes e sua des-
2. (PUC – Rio) Embora a continuidade da vida montagem em moléculas menores;
na Terra dependa substancialmente de todo o e) A produção de mais matéria viva pelos ribos-
elenco de características que definem os siste- somos.
mas viventes, duas dessas características assu-
mem maior importância para a preservação da
vida no planeta. São elas: 6. Em relação ao teor de água nos tecidos dos
vertebrados, assinale a alternativa correta:
a) Composição química complexa e estado coloi-
dal. a) Será maior quanto maior for o seu metabolis-
b) Elevado grau de organização e execução das mo, e diminuirá com o aumento da idade;
b) Será maior quanto maior for o seu metabolis- 11. A transpiração, característica de organis-
mo, e aumentará com o aumento da idade; mos terrestres, sempre implica o risco de de-
c) Será maior quanto menor for o seu metabolis- sidratação, já que ocorre perda de água, sob a
mo, e diminuirá com o aumento da idade; forma de vapor, na superfície do corpo. No en-
d) Será maior quanto menor for o seu metabolis- tanto, trata-se de um mecanismo importante
mo, e aumentará com o aumento da idade; de regulação da temperatura. De que maneira
e) O teor de água não varia. essa regulação ocorre?

7. Dos componentes da matéria viva, qual deles


existe em maior quantidade em qualquer célu-
la?

a) Proteínas
b) Carboidratos
c) Ácidos nucléicos
d) Água
e) Vitaminas UNIDADE 2: CARBOIDRATOS
INTRODUÇÃO
8. A água é encontrada nos compartimentos
extracelulares (líquido intersticial) e transcelu- Os carboidratos serão as primeiras macro-
lares (dentro de órgão como bexiga e o estôma- moléculas, ou seja, moléculas de tamanho su-
go). Sobre a água é correto afirmar: perior, a serem estudados dentre constituintes
orgânicos da célula. São utilizados principalmen-
a) A quantidade que é encontrada nos organis- te como combustíveis preferenciais das células
mos é invariável de espécie para espécie; e são divididos em três categorias importantes:
b) Com o passar dos anos existe um tendência monossacarídeos, as moléculas mais simples;
em aumentar seu percentual no corpo; dissacarídeos, constituídos da ligação de 2 mo-
c) É importante fator de regulação térmica nos nossacarídeos e os polissacarídeos, em que mui-
organismos; tas moléculas de monossacarídeos estão ligadas
d) Em tecidos metabolicamente ativo é inexis- entre si.
tentes; Nomenclatura: monossacarídeos normal-
e) Dificulta a realização de reações químicas. mente têm, para cada átomo de carbono (C), dois
átomos de hidrogênio (H) e um de oxigênio (O).
Trioses: 3 átomos de C;
9. O macronutriente essencial ao desenvolvi- Pentose: 5 átomos de C;
mento das plantas, por fazer parte da molécula Hexose: 6 átomos de C.
de clorofila, é: As hexoses mais comuns são: glicose e fru-
tose. A sacarose é o açúcar da cana, um dissacarí-
a) Ferro deo. O amido é um polissacarídeo de reserva ve-
b) Cobre getal, uma importante fonte de alimentação para
c) Zinco os humanos.
d) Manganês
e) Magnésio

10. Que tipos de problemas pode apresentar


uma pessoa que contém uma dieta pobre em
ferro e em cálcio?
Síntese por desidratação: quando se une Nos sucos digestivos, produzidos pelas di-
dois monossacarídeos uma molécula de água é li- versas regiões do tubo digestório, existem enzi-
berada, diz-se síntese por desidratação (perda de mas digestivas, substâncias que aceleram o pro-
água); cesso de digestão. Por não haver no nosso tubo
Hidrolise: (hidro = água; lise = quebra) quan- digestivo a enzima celulase, a celulose não é que-
do uma molécula de dissacarídeo reage com uma brada, logo não é absorvida e, então liberada nas
molécula de água. fezes, sem mudanças químicas.
Nota: toda reação de síntese/produção ou
construção de moléculas mais complexas é cha- EXERCÍCIOS
mado de ANABOLISMO. Do contrário, todas rea-
ções de degradação ou quebra é chamado de CA- 1. Muitos dos alimentos que ingerimos, são
TABOLISMO, ambas fazem parte do METABOLISMO constituídos por carboidratos, porém são mo-
de todo ser vivo. léculas extremamente grandes que, para se-
Somente os monossacarídeos podem ser rem absorvidas pelo organismo precisam ser
absorvidos pelo sangue, quando chega, ao intes- quebradas pelo processo de digestão. Assinale
tino. Assim, todos os carboidratos mais complexos a alternativa em que todos os açúcares relacio-
(dissacarídeos e polissacarídeos) da nossa dieta nados podem estar no tubo digestivo como no
têm que ser quebrado em monossacarídeos pelo sangue de um mamífero:
processo de digestão.
a) frutose, galactose, glicose.
Monossacarídeos: são carboidratos simples, que b) frutose, glicose, sacarose.
não sofrem hidrólise. Possuem de 3 a 7 átomos de c) desoxirribose, amido, galactose.
carbono (trioses, tetroses, pentoses, hexoses e hep- d) maltose, sacarose, celulose.
toses), sendo as pentoses e as hexoses os mais im- e) pentose, lactose, glicose.
portantes e mais comuns nos seres vivos
Presente no açúcar do leite
Galactose (C6H12O6)
(lactose); 2. (Adaptada – UEL) Considere a seguinte frase:
Presente no mel e frutos “(I) é um (II) de função estrutural na parede das
Frutose (C6H12O6)
diversos células (III)”. Para ser completado corretamen-
te I, II e III devem ser substituídos por:
Presente no mel e frutos
Glicose (C6H12O6)
diversos
a) Amido – polipeptídeo – animais.
Ribose (C5H10O5) Presente no RNA b) Celulose – polipeptídeo – animais.
Desoxirribose c) Celulose – polissacarídeo – animal.
Presente no DNA d) Celulose – polissacarídeo – vegetais.
(C5H10O4)
e) Amido – polissacarídeo – vegetais.
Dissacarídeos: constituídos de 2 monossacarídeos
- 1 H2O
Sacarose (glicose + É o açúcar da cana e da beter- 3. (Adaptada – UEL) Nos animais o glicogênio é
frutose) raba
armazenado, principalmente, nas células:
Lactose (glicose +
É o açúcar do leite
galactose) a) adiposas e musculares
Maltose (glicose +
b) hepáticas e musculares
Obtido por hidrólise do amido c) adiposas e sanguíneas
glicose)
d) hepática e adiposa
Polissacarídeos: são moléculas muito grandes e e) sanguíneas e musculares
insolúveis
É a reserva natural de açúcar
Amido
das plantas. 4. (Mackenzie-SP) As substâncias que se des-
É o mais abundante polissaca- tinam a fornecer energia, além de serem res-
rídeo da natureza. Constitui o ponsáveis pela rigidez de certos tecidos, sendo
Celulose principal componente estru- mais abundante nos vegetais, são os ..........,
tural da parede celular. Não é sintetizados pelo processo de ........... A alterna-
digerida pelos animais.
tiva que preenche corretamente os espaços é:
É a reserva natural de açúcar
Glicogênio dos animais e é armazenado a) lipídeos, fotossíntese
nas células do fígado (hepató- b) ácidos nucléicos, autoduplicação
citos) e dos músculos. c) álcoois, fermentação
d) ácidos nucléicos, fotossíntese encontrado.
e) carboidratos, fotossíntese

5. A respeito de hexoses e pentoses, podemos


afirmar que ambas:

a) fazem parte da molécula de ácido nucléico 9. Observe as fórmulas moleculares de dois gli-
b) são carboidratos cídios, representadas a seguir; um deles é um
c) são polissacarídeos monossacarídeo, e o outro, um dissacarídeo.
d) fazem parte do componente esquelético da
parede celular C7H14O7 C6H10O5
e) são proteínas
a) O que permite caracterizar essas duas subs-
tâncias como glicídios?
6. (FGV-SP) Glicogênio e celulose têm em co-
mum, na sua constituição, moléculas de:

a) aminoácidos
b) ácidos graxos
c) carboidratos b) Qual deles é o monossacarídio? Por quê?
d) proteína
e) glicerol

7. (UEM) Assinale o que for correto.


c) Quanto ao número de carbonos, como eram
01) Amido e glicogênio são polissacarídeos que as moléculas que originaram o dissacarídio?
atuam como substâncias de reserva de energia.
02) Amido e glicogênio são polissacarídeos que,
por hidrólise, produzem glicose.
04) Amido e glicogênio são encontrados, principal-
mente, em raízes e em caules de plantas.
08) Os glicídios com fórmulas moleculares
C7H12O6, C3H6O3 e C6H12O6 são, respectivamen-
te, monossacarídeo, monossacarídeo e dissacarí-
deo.
16) A água, presente em 75% dos corpos dos seres
vivos, tem, em seu alto calor específico, uma das
principais propriedades que proporciona varia-
ções bruscas de temperatura no interior das célu-
las.

8. (Vunesp) Os açúcares complexos, resultantes


da união de muitos monossacarídeos, são de-
nominados polissacarídeos.

a) Cite dois polissacarídeos de reserva energé-


tica, sendo um de origem animal e outro de
origem vegetal.

b) Indique um órgão animal e um órgão vege-


tal, onde cada um desses açúcares pode ser
UNIDADE 3: LIPÍDIOS carregada, e uma haste sem carga elétrica, consti-
tuída por duas “caudas” de ácido graxo.
INTRODUÇÃO

Os lipídeos, como óleos e gorduras, são


moléculas que resultam da associação de ácidos
graxos e álcool; são insolúveis em água e podem
ser simples ou complexos. Têm o papel de reserva
energética nos animais, é a segunda fonte de ener-
gia, podendo servir como isolante térmico sob a
pele na camada denominada hipoderme. É arma-
zenado nas células de gordura (adipócitos).

lipídios simples (c,h,o)

Gorduras (saturadas) e
óleos vegetais e animais
Glicerídeos (ácido graxo
(insaturados) - energia e
+ glicerol)
isolamento térmico nas
aves e mamíferos.
Figura 3.2: Esquema representativo de uma molécula
Cerídeos (ácido graxo + Ceras vegetais e animais de fosfolípidio.
monoálcoois superiores) - impermeabilizantes
Colesterol (presente nos As membranas biológicas são formadas por
animais, participa da fosfolipídios organizados em duas camadas, nas
Esterídeos (ácido graxo
composição da membra- quais se incrustam moléculas de certas proteínas.
+ álcoois policíclicos de
na celular e é precursor Essas membranas são elásticas porque as molécu-
cadeia fechada: os este-
de hormônios como a las de fosfolípidos podem mover-se livremente ne-
róis)
testosterona e a proges- las, reorganizando-se sem perder o contato umas
terona). com as outras. Essa capacidade de reorganização
lipídeos complexos (c, h, o + p, n) evita a ruptura das membranas e explica sua alta
capacidade de regeneração.
Presente no tecido ner-
Esfingolipídeos (lipídeos
voso, na bainha de mie-
com nitrogênio)
lina

Presente nas membra-


Fosfolipídeos (lipídeos
nas celulares dos seres
com fosfato)
vivos

Figura 3.3: Representação esquemática da estrutura


Figura 3.1: Esquema representativo de uma molécula da membrana celular, mostrando a organização dos
de colesterol. fosfolípidios que a compõe.

FOSFOLÍPIDIOS CAROTENÓIDES

Uma classe especial de lipídios é a dos fos- Os carotenoides são pigmentos de cor ver-
folípidos, os principais componentes das mem- melha, laranja ou amarela, insolúveis em água e
branas celulares. Do ponto de vista químico, um solúveis em óleos e solventes orgânicos. Estão
fosfolipídio é um glicerídio combinado a um grupo presentes nas células de todas as plantas, nas
fosfato. A molécula de fosfolipídio lembra um pa- quais desempenham papel importante no pro-
lito de fósforo, com uma “cabeça” eletricamente cesso de fotossíntese. São importantes também
para muitos animais. Por exemplo, a molécula de enquanto a mobilização de gordura é len-
caroteno, um carotenoide alaranjado presente ta; e, talvez o mais importante, o glico-
na cenoura e em outros vegetais, é matéria-prima gênio pode prover energia sob condições
para a produção da vitamina A, essencial a muitos anóxicas.
animais. Essa vitamina é importante, por exem- III. A totalidade de depósitos de gordura em
plo, para nossa visão, pois é precursora do retinal, adipócitos é capaz de extensa variação,
uma substância sensível à luz presente na retina conseqüentemente, permitindo mudan-
dos olhos dos vertebrados. ças de necessidades do crescimento, re-
produção e envelhecimento, assim como
EXERCÍCIOS flutuações nas circunstâncias ambientais
e fisiológicas, tais como a disponibilidade
1. A hidrólise de determinada molécula produ- de alimentos e a necessidade do exercício
ziu glicerol e ácidos graxos; isso indica que a físico.
molécula hidrolisada era IV. O tecido adiposo aumenta: pelo aumen-
to do tamanho das células já presentes
a) uma proteína. quando o lipídeo é adicionado, fenômeno
b) um lipídio. este conhecido como hiperplasia; ou pelo
c) um carboidrato. aumento do número de células, fenôme-
d) um ácido nucléico. no conhecido como hipertrofia.

Assinale a alternativa que contêm todas


2. (Específica UEL – 2008) No alvorecer da hu- as afirmativas corretas.
manidade, e durante muito tempo da nossa
história, as refeições foram literalmente um a) I e III.
vale tudo. Pelo fato dos seres humanos terem b) II e III.
evoluído num mundo onde a disponibilidade de c) III e IV.
alimentos era apenas intermitente, a sobrevi- d) I, II e IV.
vência exigiu que tivéssemos a capacidade de e) I, III e IV.
armazenar energia para épocas de escassez. O
tecido adiposo, familiarmente conhecido como
gordura, é o órgão especializado para essa ta- 3. (UFRJ) Recentemente, houve grande interes-
refa. Nossa capacidade de armazenar gordura se por parte dos obesos quanto ao início da co-
continua essencial à vida e pode permitir que mercialização do medicamento Xenical no Bra-
uma pessoa sobreviva à fome por meses. Na sil. Esse medicamento impede a metabolização
história humana recente, contudo, a quanti- de um terço da gordura consumida pela pessoa
dade de energia acumulada como gordura está assim, pode-se concluir que o Xenical inibe a
aumentando em muitas populações. Obesidade acao da enzima:
é o nome que damos quando o armazenamento
de gordura se aproxima de um nível que com- a) maltase
promete a saúde de uma pessoa. b) protease
c) lipase
(SCIENTIFIC American. Especial: Alimentos, saúde d) amilase
e nutrição. Out. 2007. p. 46.) e) sacarase

Com base no texto e nos conhecimentos


sobre o tema, analise as afirmativas a seguir: 4. (UFPB) Para a construção de favos, as abe-
lhas produzem certas quantidades de cera,
I. Restringir as gorduras insaturadas – en- substância orgânica pertencente à mesma ca-
contradas, por exemplo, na carne bovi- tegoria química daquelas encontradas como re-
na, nos embutidos, na margarina, assim serva nutritiva em sementes de soja, girassol e
como nas gorduras de laticínios – dimi- amendoim, ou em um dos componentes básicos
nuem o risco de doença cardíaca corona- e fundamentais na estrutura das membranas
riana. celulares. A substância orgânica em questão
II. O glicogênio é uma forma importante de corresponde às (aos):
armazenamento de energia, o que se jus-
tifica por dois motivos básicos: ele pode a) proteínas d) lipídios
fornecer combustível para o metabolis- b) açúcares e) aminoácidos
mo de carboidrato muito rapidamente, c) carboidratos
5. (UEL) O óleo vegetal, componente do bio-
diesel, é do grupo dos triglicerídeos, podendo
ser extraído de várias fontes, como amendoim,
mamona, algodão e girassol. Sobre os triglicerí-
deos, é correto afirmar que: b) Cite duas origens do colesterol encontrado
no sangue humano.
a) São substâncias hidrofílicas sintetizadas nos
vacúolos das células.
b) São lipídios estruturais sintetizados nos cloro-
plastos das células.
c) São lipídios que formam as membranas celu-
lares.
d) São lipídios de reserva nutritiva. UNIDADE 4: PROTEÍNAS
e) São produtos diretos da fotossíntese.
INTRODUÇÃO

6. (EMESCOM) Arterioesclerose é uma doença As proteínas são encontradas em todos


muito frequente e se caracteriza pela deposi- os seres vivos, inclusive nos vírus. Constituem os
ção de colesterol na camada íntima da parede compostos orgânicos mais abundantes da matéria
das artérias. O colesterol é: viva. Quimicamente, são macromoléculas comple-
xas, formadas por aminoácidos que se ligam por
a) um ácido graxo saturado. ligações peptídicas.
b) um ácido graxo insaturado.
c) um fosfolipídio. ESTRUTURA DE UM AMINOÁCIDO:
d) um lípide com quatro anéis cíclicos e uma ca-
deia lateral.
e) um triglicerídeo.

7. São exemplos de lipídios: fosfolipídios, este-


róides e carotenóides.

a) Cite um esteróide importante e dê sua fun-


ção:

Formação da ligação peptídica:


b) Cite um local de estocagem de lipídios em
animais e um em vegetais:

8. Os esteroides são lipídios importantes bem


diferentes dos glicerídeos e das ceras. O coles-
terol é um dos componentes mais conhecidos
dos esteroides, devido a sua associação com
as doenças cardiovasculares. No entanto, esse
composto é muito importante para o ser hu-
mano, uma vez que desempenha uma série de
funções.

a) Cite duas funções do Colesterol no corpo


humano.
Os aminoácidos são unidades que, reunidas,
constituem as proteínas. Pode-se falar de proteína
quando a molécula tiver mais de 80 aminoácidos,
a ligação entre um menor número de aminoácidos
forma um polipeptídio.
São conhecidos nos seres vivos, cerca de 20
tipos de aminoácidos que participam da estrutu-
ra de suas proteínas. Os vegetais são capazes de
sintetizar todos os aminoácidos que necessitam,
porém os animais só conseguem sintetizar alguns.
Assim, os aminoácidos que os animais conseguem
sintetizar são chamados naturais e aqueles que
eles não conseguem, são chamados essenciais ou PAPEL DAS PROTEÍNAS: CONSTRUÇÃO,
indispensáveis. ENZIMÁTICO E DE DEFESA
Veja a seguir os aminoácidos naturais e es-
senciais para a espécie humana: As proteínas executam diversas funções im-
portantes: construir a matéria viva; catalisar rea-
naturais essenciais ções químicas essenciais à vida (enzimas); atuar
Alanina Arginina* na defesa do organismo (anticorpos); entre ou-
Aspartato Fenilalanina tras.
Asparagina Histidina
Cisteína Isoleucina CONSTRUÇÃO
Glutamato Leucina
Glutamina Lisina Participam da estrutura dos tecidos a das
Glicina Metionina células. Exemplos: colágeno (pele, cartilagem, os-
Prolina Treonina sos e tendões), miosina e actina (músculos), que-
Serina Triptofano ratina (pele, cabelo e unhas), albumina (sangue) e
irosina Valina fibrinogênio (sangue), é um dos constituintes da
membrana plasmática.
* essencial para indivíduos jovens e em crescimento,
mas não para adultos. ENZIMÁTICO

Quando ingerimos as proteínas elas são Toda enzima é uma proteína. As enzimas
quebradas em aminoácidos para poderem ser ab- são proteínas especiais que aceleram / catalisam
sorvidas. as reações químicas do organismo, possibilitando
a vida. Como são proteínas, dependem de uma
ESTRUTURA DAS PROTEÍNAS temperatura e um pH ideais para trabalhar e
possuem especificidade de substrato (atuam se-
Quando nos referimos ao fio protéico (núme- gundo o modelo chave-fechadura). Um exemplo
ro de aminoácidos, tipos e a sequência), estamos disso ocorre com as enzimas do tubo digestivo. A
falando da sua estrutura primária. O enrolamen- amilase salivar (ou ptialina), que age na boca, tem
to do fio sob a forma de uma hélice, é denomina- um pH ótimo ao redor de 7,0. Enzimas do estôma-
do estrutura secundária. Falamos de estrutura go funcionam de uma forma ótima em pH de valo-
terciária quando nos referimos à forma espacial res baixos, ou seja, ácidos. As enzimas que atua, no
da molécula. Duas ou mais estruturas terciárias re- intestino funcionam em pH alcalino.
unidas formam uma quaternária.
enquanto a vacina é, essencialmente, preventiva,
ou seja, após o contato com o agente causador
seja ele na forma da vacina ou pela própria conta-
minação com a doença, será formada a chamada
memória imunológica, o corpo caso seja atacado
pelo mesmo agente futuramente, saberá quais an-
ticorpos produzir para se proteger.
(trecho retirado do informativo educativo
da página do Instituto Butantan http://www.bu-
tantan.gov.br).

Hormonal: Muitos hormônios são de natu-


Note que cada enzima tem um valor especí- reza proteica, como por exemplo, a insulina.
fico de pH em que tem a sua melhor atividade. A
ptialina (ou amilase salivar) atua em pH 7,0 (neu- Nutritiva: Os aminoácidos podem ser oxi-
tro), a pepsina tem a sua atividade mais bem de- dados para a obtenção de energia.
sempenhada com pH 2,0 (ácido).
A desnaturação pelo calor – ou seja, a de-
DEFESA formação da molécula – ocorre praticamente com
todas as proteínas. O corpo de um mamífero tem
Anticorpos são estruturas de defesa de na- uma temperatura ao redor de 37°C. Quando uma
tureza protéica, encontradas no sangue dos ver- de suas enzimas é colocada, por exemplo, a uma
tebrados. Os anticorpos, assim como as enzimas, temperatura próxima de 50°C ela desnatura, perde
seguem um modelo denominado “chave-fechadu- o seu arranjo espacial e sua função biológica.
ra”, ou seja, cada anticorpo (chave), se liga a um
único tipo de receptor (fechadura), cada anticorpo
tem o seu receptor específico.

Soros e vacinas: são produtos de origem


biológica (chamados imunobiológicos) usados na
prevenção e tratamento de doenças. A diferença
entre esses dois produtos está no fato dos soros
já conterem os anticorpos necessários para com-
bater uma determinada doença ou intoxicação,
enquanto que as vacinas contêm agentes infec-
ciosos incapazes de provocar a doença (a vacina
é inócua), mas que induzem o sistema imunoló-
gico da pessoa a produzir anticorpos, evitando a
contração da doença. Portanto, o soro é curativo,
EXERCÍCIOS que relaciona alimentos ricos, respectivamen-
te, em proteínas e carboidratos é:
1. A diferença entre os diversos aminoácidos re-
sulta: a) carne e ovo
b) alface e pão
a) Do número de grupos COOH. c) mel e alface
b) Da substituição do grupo COOH por NH. d) carne e arroz
c) Da substituição de um H de NH2 por OH2. e) chocolate e suco de laranja
d) Dos átomos ou grupo de átomos simbolizados
por R.
e) Do número de grupos NH2. 6. Uma pessoa excreta mais ureia quando come
mais:

2. Considerando-se a definição de enzimas, as- a) amido


sinale a alternativa correta: b) proteína
c) glicose
I. São catalisadores orgânicos, de natureza d) gordura
proteica, sensíveis às variações de tem- e) sacarose
peratura.
II. Substâncias químicas, de natureza lipídi-
ca, sendo sensíveis às variações de tem- 7. Os fenilcetonúricos têm falta de uma enzima
peratura. do fígado responsável pelo metabolismo do
III. Apresenta uma região chamada área ati- aminoácido fenilalanina. Para que esta subs-
va, a qual se adapta a molécula do subs- tância não se acumule no sangue, sua dieta
trato. alimentar deve restringir, dentre os nutrientes
mencionados a seguir:
São verdadeiras:
a) as proteínas apenas
a) I e III. b) os carboidratos apenas
b) II somente. c) as gorduras apenas
c) III somente. d) as gorduras e os carboidratos
d) II, III. e) as gorduras e as proteínas
e) I, II, III.
3. Chama-se aminoácido essencial ao aminoá- 8. (UFAC) Assinale a alternativa correta de acor-
cido que: do com as preposições apresentadas:

a) só existe em determinados vegetais; I. As moléculas de proteínas são formadas


b) é sintetizado em qualquer organismo animal; por uma sequência de aminoácidos
c) não é sintetizado no organismo humano; II. Os carboidratos, os lipídeos e as proteínas
d) têm função semelhante à das vitaminas; são os constituintes inorgânicos da célula
e) é indispensável para o metabolismo energéti- III. A membrana plasmática apresenta uma
co. constituição lipoproteica.

São verdadeiras:
4. São alimentos ricos em proteína:
a) somente a I
a) leite, soja e carne. b) a I e a II
b) carne, café e banana. c) somente a II
c) leite, mandioca e carne. d) a I e a III
d) carne, banana e mandioca. e) somente a III
e) leite, ovo e farinha de milho.

9. (UEM) Com relação aos constituintes quími-


5. Após um longo tratamento médico, em que o cos da matéria orgânica, assinale o que for cor-
paciente perdeu muito peso, é importante que reto.
a sua dieta seja enriquecida com carboidratos
e proteínas, para que ele possa voltar ao peso 01) A união entre dois aminoácidos se dá por uma
normal. Dentre as alternativas a seguir, aquela reação de síntese por desidratação e as moléculas
resultantes são genericamente chamadas de pep-
tídeos.
02) A vida na Terra baseia-se essencialmente no
elemento hidrogênio, átomo tetravalente, que
constitui a estrutura básica de todas as moléculas
orgânicas. 12. O gráfico a seguir relaciona o pH com a ativi-
04) Na espécie humana, os íons de sódio (Na+) e dade da enzima tripsina (protease pancreática).
de potássio (K+) são responsáveis pelas alterações
elétricas na membrana plasmática do neurônio
durante o impulso nervoso.
08) Os seres humanos são capazes de produzir
todos os vinte tipos de aminoácidos necessários
para a composição das proteínas.

10. (UEL) Analise as afirmativas a seguir:

I. As vacinas podem ser produzidas a partir a) Com qual valor de pH a atividade da tripsina
de micro-organismos atenuados ou mor- é mais alta?
tos, toxinas neutralizadas, ou simples-
mente utilizando componentes de cápsu-
la, membrana ou parede bacterianas.
II. A vacina inativada é aquela em que o vírus
encontra-se vivo, porém, sem capacidade
de produzir a doença, e a vacina atenua- b) Com quais valores de pH a tripsina é inati-
da é aquela que contém o vírus morto por va?
agentes químicos ou físicos.
III. Malária, tuberculose e tétano são doen-
ças virais; caxumba, dengue e sarampo
são doenças bacterianas, todas controla-
das por vacinação.
IV. A imunização é um processo pelo qual se
adquire imunidade ou proteção contra 13. (Adaptada – UNICAMP) Para desvendar cri-
uma determinada doença infecciosa, seja mes, a polícia cientifica costuma coletar e ana-
após adquirir a doença ou mediante a ad- lisar diversos resíduos encontrados no local
ministração de vacina. do crime. Na investigação de um assassinato,
quatro amostras de resíduos foram analisadas
Assinale a alternativa correta. e apresentaram os componentes relacionados
na tabela abaixo. Com base nos componentes
a) Somente as afirmativas I e III são corretas. identificados em cada amostra, os investigado-
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. res científicos relacionaram uma das amostras,
c) Somente as afirmativas II e IV são corretas. a cabelo, e as demais, a artrópode, planta e sa-
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. liva.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
amostras componentes
1 Clorofila, ribose e proteínas
11. De acordo com seus conhecimentos sobre
2 Ptialina e sais
proteínas, responda:
3 Quitina
a) Qual a diferença entre aminoácidos essen- 4 Queratina e outras proteínas
ciais e naturais?

Qual amostra corresponde ao cabelo? E a


saliva? Indique qual conteúdo de cada uma das
amostras permitiu a identificação do material
analisado.
b) Cite 3 funções das proteínas.
ESTRUTURA DOS ÁCIDOS NUCLÉICOS

Nos nucleotídeos do DNA, a pentose é a de-


soxirribose, enquanto no RNA é a ribose. Quanto
às bases nitrogenadas, tanto o DNA quanto o RNA
14. (Adaptada – UNICAMP) Em famílias consti- apresentam adenina, citosina e guanina. Somen-
tuídas a partir da união de primos em primeiro te o DNA, porém, contém timina, enquanto so-
grau, é mais alta a ocorrência de distúrbios ge- mente o RNA contém uracila.
néticos, em comparação com famílias formadas
por casais que não têm consanguinidade.
A fenilcetonúria (FCU) é um distúrbio ge-
nético que se deve a uma mutação no gene que
expressa a enzima responsável pelo metabo-
lismo do aminoácido fenilalanina. Na ausência
da enzima, a fenilalanina se acumula no orga-
nismo e pode afetar o desenvolvimento neuro-
lógico da criança. Esse distúrbio é facilmente
detectado no recém-nascido pelo exame do
pezinho. No caso de ser constatada a doença, a
alimentação dessa criança deve ser controlada.
Que tipos de alimento devem ser evitados: os
ricos em carboidratos, lipídeos ou proteínas?
Justifique. Figura 5.2: Esquema dos nucleotídeos dos ácidos nu-
cléicos.

ácido desoxirribo- ácido ribonu-


nucléico (dna) cléico (rna)

Pentose Desoxirribose Ribose


UNIDADE 5: ÁCIDOS NUCLÉICOS I
Citosina, gua-
Bases Citosina, guanina,
INTRODUÇÃO nina, adenina e
nitrogenadas adenina e timina
uracila
Na maioria dos organismos, as informações
Duplo e
genéticas são armazenadas em moléculas de DNA
complementares,
(ácido desoxirribonucléico), um tipo de ácido nu-
presos um no
cléico. Em alguns vírus, entretanto a informação Filamento de
outro pelas bases Simples
hereditária é carregada por outro ácido nucléico, nucleotídeos
nitrogenadas,
o RNA (ácido ribonucléico).
ligadas por pontes
Os ácidos nucléicos (DNA e RNA) são as mo-
de hidrogênio
léculas responsáveis pelo armazenamento das in-
formações genéticas e pelo controle dos processos Núcleo (cromos-
vitais de todos os organismos vivos. São moléculas Nucléolo, ribos
somos e nucléolo),
gigantes constituídas de nucleotídeos. Localização somos, hialo-
cloroplastos e mi-
Cada nucleotídeo é formado por 1 molécula plasma.
tocôndrias.
de fosfato + 1 pentose (açúcar) + 1 base nitroge-
nada.
REPLICAÇÃO DO DNA

A replicação (também chamada de duplica-


ção) do DNA é controlada por várias enzimas, que
abrem a dupla hélice desenrolando e quebrando
as pontes de hidrogênio.
A duplicação acontece em vários pontos ao
mesmo tempo e é semiconservativa, ou seja, as
moléculas filhas têm uma hélice da molécula mãe
e uma hélice nova, preservando o código genéti-
Figura 5.1: Representação esquemática de um nucleotídeo. co. A união dos nucleotídeos é feita com a ação da
enzima DNA Polimerase, obtendo assim duas mo- TRANSCRIÇÃO REVERSA
léculas de DNA a partir de uma original. Durante
o encaixe dos novos nucleotídeos, é obrigatoria- Em 1970, os americanos Howard Martin Te-
mente obedecido o emparelhamento A – T e C – G. min (1934-1994) e David Baltimore (1938-) desco-
Graças à replicação do DNA, células podem briram que os vírus tumorais que contêm RNA pos-
se dividir e formar células-filhas com o mesmo ma- suem uma enzima que catalisa a síntese de DNA a
terial genético. A replicação do DNA ocorre antes partir de um molde de RNA. A produção de DNA a
do início da divisão celular, ou seja, durante um pe- partir de RNA é chamada transcrição reversa, en-
ríodo de vida da célula conhecido como intérfase. quanto a enzima responsável por isso denomina-
-se transcriptase reversa.
Os vírus de RNA que possuem transcriptase
reversa são conhecidos como retrovírus. Além de
alguns vírus tumorais, o HIV (vírus da imunodefi-
ciência adquirida) também pertencem ao grupo
dos retrovírus.

EXERCÍCIOS

1. A tabela mostra a composição das bases ni-


trogenadas púricas, adenina e guanina, nos
DNAs do homem e do boi.

adenina guanina
Figura 5.3: Esquema da replicação do DNA. Cada dupla Homem 30,4% ?
hélice-filha é composta de uma fita “velha” e uma re-
Boi ? 21,0%
cém-sitetizada.

SÍNTESE DE RNA As porcentagens que estão faltando para


o homem e para o boi são respectivamente:
Toda molécula de RNA é formada durante a
intérfase, tomado por molde uma cadeia de DNA. a) 19,6 e 29,0
Esse processo é conhecido como transcrição. b) 21,0 e 30,4
Durante a transcrição, geralmente parte de c) 29,0 e 30,4
uma molécula de DNA é aberta (rompimento das d) 19,6 e 21,0
pontes de hidrogênio), e em seguida uma das fitas e) 30,4 e 21,0
passa a servir de molde para que ocorra o encai-
xe dos nucleotídeos livres de RNA. O processo é
semelhante ao que ocorre na replicação do DNA, 2. DNA e RNA são encontrados em quantidades
mas no RNA a base nitrogenada complementar da apreciáveis, respectivamente:
adenina (A) é a uracila (U) e não a timina (T). No
final, a cadeia de RNA formada se desprende, en- a) No núcleo; no citoplasma.
quanto as duas cadeias do DNA voltam a se unir, b) No núcleo; no núcleo e no citoplasma.
restabelecendo as pontes de hidrogênio. A enzima c) No núcleo; no núcleo.
necessária para que ocorra a transcrição é chama- d) No núcleo e no citoplasma; no núcleo.
da RNA polimerase. e) No citoplasma e no núcleo; no citoplasma.

5.4: Na transcrição a enzima RNA polimerase comanda


a formação da molécula de RNA a partir de um filamen-
to de DNA (uma das cadeias de nucleotídeos). A sequên-
cia de bases do RNA é determinada pela sequência de
bases do DNA.
3. (UEL) Abaixo está representado o filamento I rem DNA e RNA, são:
de uma molécula de ácido nucléico presente no
interior do núcleo de uma célula vegetal. Qual a) complexo de Golgi e lisossomos.
seria a sequência correta encontrada na molé- b) mitocôndrias e cloroplastos.
cula de RNA, transcrita a partir do filamento II? c) mitocôndrias e complexo de Golgi.
d) cloroplastos e complexo de Golgi.
e) mitocôndrias e lisossomos.

7. (UEL) Em 1953, James Watson e Francis Crick


elucidaram a estrutura tridimensional da dupla
hélice de DNA e postularam que o pareamento
específico de bases nitrogenadas sugere um
possível mecanismo de cópia para o material
a) G-A-A-G-C-U genético. Baseado neste postulado, o processo
b) G-U-U-G-C-A de duplicação do DNA é considerado como sen-
c) G-U-U-G-C-U do semiconservativo porque:
d) C-U-U-C-G-A
e) C-A-A-C-G-U a) A dupla-hélice original permanece intacta e
uma nova dupla-hélice é formada.
b) Os dois filamentos da dupla-hélice original se
4. (UEL) Em 2003 comemorou-se os 50 anos do separam e cada um serve como molde para
modelo DNA, elaborado e proposto por Watson uma nova fita.
e Crick. Na época, esses cientistas se basearam, c) Ambos os filamentos da dupla-hélice original
principalmente, nas relações entre as quanti- se fragmentam e servem como moldes para
dades de bases nitrogenadas e o consequente síntese de novos fragmentos.
emparelhamento específico entre elas, estabe- d) Um dos filamentos da dupla-hélice original
lecendo o modelo de dupla hélice para o DNA. serve de cópia para as duas fitas de DNA.
Analisando a molécula de DNA de uma célula e) Os filamentos da dupla-hélice original permu-
animal, constatou-se que 30% de suas bases tam as suas fitas para servirem de cópias de
nitrogenadas eram constituídas por citosina. DNA.
Relacionando esse valor com o emparelhamen-
to específico das bases, assinale a alternativa
que apresenta os valores encontrados para as 8. No DNA de um organismo, 18% das bases ni-
demais bases nitrogenadas. trogenadas são constituídas por citosina. Que
outras bases devem existir nesse DNA e em
a) 20% de adenina, 40% de timina e 10% de guanina. quais proporções? Justifique.
b) 20% de adenina, 20% de timina e 30% de guanina.
c) 30% de adenina, 20% de timina e 20% de guanina.
d) 30% de adenina, 10% de timina e 30% de guanina.
e) 40% de adenina, 10% de timina e 20% de guanina.

5. Uma cadeia de DNA apresenta a seguinte se- 9. Um determinado segmento da molécula de


quência de bases numa certa região de suas hé- DNA apresenta a seguinte sequencia de bases:
lices: TAGCA. Este seguimento da cadeia poderá ACTCCGCTTAGG e TGAGGCGAATCC. Qual pode-
produzir uma molécula de RNA com a seguinte ria ser a sequencia de bases do RNA por ele pro-
sequencia: duzido?

a) TAGCA ou AUCGU.
b) AUCGU e UAGCU.
c) TAGCA e ATCGT.
d) AUCGU e UAGCA.
e) TAGCA e ATCGT.
10. Escreva a sequência de bases da fita com-
plementar do DNA dupla fita que apresenta
6. As estruturas citoplasmáticas capazes de sin- uma fita com a sequência:
tetizar suas próprias enzimas, por apresenta-
(5’) ATGCCGTATGCATTGCATTC (3’) UNIDADE 6: ÁCIDOS NUCLÉICOS II
INTRODUÇÃO

Sabemos que tanto as características mor-


fológicas de um organismo como seu funciona-
mento dependem dos tipos de proteínas que
11. (UNICAMP) Após um surto de uma doença existem nesse organismo. E é justamente contro-
misteriosa (início com febre, coriza, mal estar, lando a fabricação dessas proteínas (pela junção
dores abdominais, diarreia, manchas averme- dos aminoácidos naturais e essenciais) que o DNA
lhadas espalhadas pelo corpo) que acometeu controla todas as atividades da célula. O DNA pos-
crianças com até 5 anos de idade em uma cre- sui informações que estão contidas nos genes.
che, os pesquisadores da UNICAMP consegui- Cada gene é um trecho da molécula de DNA que
ram sequenciar o material genético do agente atua como modelo para a fabricação de um RNA,
causador da doença e concluíram que se trata- o qual contém as informações necessárias para a
va de um vírus. Um segmento dessa sequência produção de uma proteína. Assim, um gene é uma
era UACCCGUUAAAG. porção da molécula de DNA capaz de codificar a
síntese de uma proteína.
a) Explique porque os pesquisadores concluí- Temos então a seguinte sequencia: A infor-
ram que o agente infeccioso era um vírus. mação de um gene (DNA) é transcrita para uma
molécula de RNA e esta orienta a formação de
uma proteína. Esta proteína determinará, sozinha
ou juntamente com outras proteínas, uma carac-
terística do indivíduo.

b) Dê duas características que expliquem por- gene (dna) → rna → proteína → característica do organismo
que os vírus não são considerados seres vi-
vos. PRINCIPAIS TIPOS DE RNA

Há 3 tipos de RNA, todos fabricados no nú-


cleo, a partir de dadas sequências do DNA.

Leva o código genético (pre-


c) Sabendo-se que a sequencia mostrada aci- RNA sente no DNA) da sequência
ma (UACCCGUUAAAG) dará origem a uma mensageiro de aminoácidos da proteína
fita de DNA, escreva a sequencia dessa fita (RNAm) até o ribossomo, no citoplas-
complementar.
ma.

Locomove-se do núcleo para


o citoplasma para transpor-
RNA
tar os aminoácidos até o
transportador
ribossomo para formar a pro-
(RNAt)
teína na sequência trazida
12. Cite as principais diferenças entre as molé- pelo RNAm.
culas de DNA e RNA:
RNA Locomove-se do núcleo para
ribossômico o citoplasma a fim de formar
(RNAr) o ribossomo.

SÍNTESE DE PROTEÍNA

O processo de síntese de uma cadeia poli-


peptídica consiste em unir aminoácidos de acor-
do com a sequência de códons do RNAm. Como
essa sequência é determinada pelas bases do DNA
(gene) que serviu de molde ao RNAm, a síntese de
proteína representa, portanto, a “tradução” da
informação do gene, sendo por isso chamada de das cadeias do DNA é transcrita na forma de uma molé-
tradução gênica. cula de RNAm, que, por sua vez, será traduzida em uma
cadeia polipeptídica. Cada trinca de bases no RNAm
Principais eventos da síntese proteica: (códon) corresponde a um aminoácido na proteína. As
1 - Uma porção de DNA que corresponde a abreviaturas indicam os aminoácido: triptofano (Trp),
um gene fabrica uma molécula de RNAm. Este pro- fenilalanina (Phe), glicina (Gly) e serina (Ser). (Baseado
cesso é dito transcrição; em Campbell, N. e cols., 1999).
2 - O RNAm com sua sequência “transcrita”
do DNA, sai do núcleo e permanece no citoplasma;
3 - Moléculas de RNAt, também feitas no nú-
cleo, difundem-se no citoplasma, onde se ligam
cada uma a um determinado aminoácido. Lem-
bre-se de que o RNAt tem sequência de 3 bases
que lhe confere a especificidade. A esta sequência
chamamos anticódon;
4 - Um ribossomo se liga a uma extremida-
de do RNAm, abrangendo dois segmentos com 3
bases cada. Esta sequência de 3 bases do RNAm
chamamos de códon. Aí se prenderá um determi-
nado RNAt (ligado ao seu aminoácido) pelas suas Figura 6.2: Representação esquemática do início da
3 bases livres (anticódon), que irão parear com o síntese de uma proteína. O ribossomo está associado
primeiro segmento de 3 bases de RNAm (códon); ao RNAm, e o primeiro RNAt, transportando metio-
5 - O ribossomo se desloca sobre o RNAm, nina, ocupa o sitio P. o segundo RNAt, transportando
abrangendo as 3 bases seguintes: entra novo RNAt, fenilalanina, vai ocupar o sítio A e os dois aminoácidos
trazendo outro aminoácido. Os dois aminoácidos irão se unir pela ligação peptídica. O ribossomo des-
se ligam através de ligação peptídica. Solta-se o locará, então, uma trinca sobre o RNAm e o processo
primeiro RNAt; se repetirá. (Adaptado de AMABIS, J.M & MARTHO G.R.
6 - Cada vez que o ribossomo se desloca so- Fundamentos de Biologia Moderna. 4. ed. São Paulo:
bre o RNAm abrangendo novo grupo de 3 bases, Moderna, 2006).
entra novo aminoácido, construindo-se assim a
cadeia polipeptídica. O conjunto de processos que EXERCÍCIOS
ocorre ao nível dos ribossomos é chamado tradu-
ção. 1. O quadro abaixo contém um segmento de
DNA, os códons e os anticódons corresponden-
tes.

ATT GAC TCA


DNA
TAA I AGT
RESUMO
RNAm II GAC III

RNAt UAA IV AGU

Para preenchê-lo corretamente os alga-


rismos I, II, III e IV devem ser substituídos, por:

a) GAC, TAA, AGT e CTG


b) GTC, ATT, TCA e GUC
c) CTG, AUU, UCA e CUG.
d) GTC, AUU, UCA e GUC
e) CTG, ATT, TCA e CUG

2. (UEL – 2011) Em uma população, foi identi-


ficado um indivíduo que possui resistência ge-
nética a um vírus que provoca uma importante
Figura 6.1: Em um gene, a sequência de bases de uma doença. Em um estudo comparativo, verificou-
-se que esse indivíduo produz uma proteína que II. A região do DNA que codifica os 238 ami-
confere tal resistência, com a seguinte sequên- noácidos é composta por 714 nucleotí-
cia de aminoácidos: serina-tirosina-cisteína- deos.
-valina-arginina. A partir da tabela de código III. A inserção de um par de bases na região
genético, a seguir: de código do gene GFP é uma mutação
que altera o quadro de leitura na tradu-
ção dessa proteína.

Está correto o que se afirma em:

a) I, somente.
b) I e II, somente.
Considerando que o RNA mensageiro des- c) II, somente.
te gene contém: 46,7% de uracila; 33,3% de d) II e III, somente.
guanina; 20% de adenina e 0% de citosina, as- e) I, II e III.
sinale a alternativa que apresenta a sequência
correta de bases da fita-molde deste gene.
4. (UFMS) Os nossos feijões estão cada vez mais
a) TCA - ATA - ACA - CAA - TCC nutritivos e fornecem boas doses de proteínas
b) TCA - ATA - ACG - CAT - TCC e minerais. A novidade é o desenvolvimento
c) TCA - ATG - ACA - CAT - TGG por pesquisadores de variedades com alta bio-
d) AGU - UAU - UGU - GUU - AGG disponibilidade de seus aminoácidos, ou seja,
e) AGC - UAC - UGC -CAA- CGA a capacidade que estes têm de ser mais bem
aproveitados pelo organismo humano [Fonte:
Revista Saúde, junho 2008].
3. (PUC – CAMPINAS) Para responder esta ques-
tão considere o texto abaixo. Na figura abaixo, está representada par-
te de uma proteína qualquer com seus códons
Trio vence NOBEL de química por proteína correspondentes. A sequência de DNA comple-
brilhante mentar do DNA molde que deu origem a essa
proteína é:
Dois norte-americanos e um japonês vence-
ram o prêmio Nobel de Química de 2008 pela des-
coberta de uma proteína brilhante de águas-vivas,
como a de Aequorea victoria. “Essa proteína se
tornou uma das ferramentas mais usadas na bio-
ciência moderna, pois com sua ajuda, os pesquisa-
dores desenvolveram maneiras de observar pro-
cessos outrora invisíveis, como o desenvolvimento
de células nervosas no cérebro ou como as células
cancerígenas se espalham”. O forte tom de verde
da proteína da água-viva aparece sob as luzes azul
e ultravioleta, o que permite que os pesquisadores
iluminem tumores cancerígenos em crescimento e
mostrem o desenvolvimento do mal de Alzheimer
no cérebro ou o crescimento de bactérias nocivas.

(http://www.estadao.com.br/vidae/not_ a) AUGGCCUUGGAGGGCUCGUGG.
vid256033,0.htm, acessado em 08/10/2008). b) UACCGGAACCUCCCGAGCACC.
c) TACCGGAACCTCCCGAGCACC.
Sobre a proteína fluorescente GFP, com- d) ACCAGCCCGCTCAACCGGTAC.
posta por 238 aminoácidos, foram feitas as se- e) ATGGCTTTAGAAGGCTCATGG.
guintes afirmações:

I. O RNA mensageiro da GFP contém 238 có- 5. (UFPI) No desenho abaixo aparece o aparato
dons com sentido e pelo menos um códon principal do processo de tradução. Analise as
sem sentido, que sinaliza o sinal PARE na informações e marque a alternativa correta.
síntese proteica.
ticamente infalíveis, já que apresentam 99,99%
de acerto. Nesses testes podem ser compara-
dos fragmentos do DNA do pai e da mãe com o
do filho. Um teste de DNA foi solicitado por uma
mulher que queria confirmar a paternidade dos
filhos. Ela levou ao laboratório amostras de ca-
belos dela, do marido, dos dois filhos e de um
outro homem que poderia ser o pai. Os resulta-
dos obtidos estão mostrados na figura abaixo.

a) O código genético consiste de trincas de nu-


cleotídeos chamadas de anticódons.
b) O códon AUG do tRNA indica o início da tradu-
ção.
c) Os aminoácidos são transportados pelo mRNA
e ligados em uma ordem específica no tRNA.
d) O tRNA possui um códon complementar ao có-
don do mRNA.
e) Os aminoácidos são ligados quimicamente
pela ligação peptídica que acontece nos ribos-
somos.
a) Que resultado a análise mostrou em relação
à paternidade do Filho 1? E do Filho 2? Jus-
6. (PUC – MG) O esquema abaixo representa tifique.
processos e componentes celulares envolvidos
na expressão gênica, ou seja, transcrição e tra-
dução.

b) Num teste de paternidade, poderia ser utili-


zado apenas o DNA mitocondrial? Por quê?

Assinale a alternativa incorreta.


8. Qual o papel do RNA mensageiro e do RNA
a) O nucléolo é uma região nuclear densa devido transportador na síntese de proteínas?
às altas concentrações de ácidos ribonuclei-
cos produzidos por transcrição.
b) As traduções dependem de transcrições, mas
as transcrições não dependem de traduções.
c) Diferentes RNAt são produzidos no núcleo ce-
lular, mas cada um deles só pode carregar um
aminoácido específico. 9. Sabendo que o códon de RNAm é CAU, con-
d) Uma molécula de RNAm pode ser utilizada cluímos que:
para a síntese de várias moléculas de uma pro-
teína. O anticódon do RNAt correspondente a este
códon é o ............................
A sequência de bases do DNA responsável
7. (UNICAMP) Testes de paternidade comparan- por este códon é ............................
do o DNA presente em amostras biológicas são
cada vez mais comuns e são considerados pra-
GABARITO nos organismos vivos e incluem os hormônios
sexuais, a vitamina D e os esteróis, tais como o
UNIDADE 1 colesterol. O colesterol faz parte da estrutura
1. a) 3 das membranas celulares, sendo também um
b) 4 precursor para a biossíntese de vários hormô-
c) 1 nios (cortisol, aldosterona, testosterona, pro-
d) 2 gesterona etc).
2. e b) Animais: tecido adiposo.
3. d Vegetais: sementes e frutos.
4. b 8. a) O colesterol participa da formação da mem-
5. c brana plasmática das células e atua como pre-
6. a cursor de hormônios sexuais.
7. d b) O colesterol pode ter origem exógena, quan-
8. c do ingerido com alimentos como o ovo e o lei-
9. e ta, e endógena, quando fabricado pelo fígado.
10. Dieta pobre em ferro = anemia
Dieta pobre em cálcio = problemas ósseos UNIDADE 4
11. A transpiração é o principal mecanismo de 1. d
perda de calor do corpo humano, sendo este 2. a
o mecanismo primordial de regulação da tem- 3. c
peratura do corpo. A evaporação do suor per- 4. a
mite o resfriamento do corpo, possibilitando 5. d
que a superfície do corpo (e daí a temperatu- 6. b
ra interna) possa alcançar temperaturas me- 7. a
nores do que a ambiente, dissipando o calor 8. d
gerado pelo próprio metabolismo corporal e 9. 05 (01, 04)
garantindo manutenção da temperatura cor- 10. b
poral interna em torno de 36ºC. 11. a) Aminoácidos naturais = também chamados
de aminoácidos não essenciais, são produzi-
UNIDADE 2 dos pelo próprio organismo.
1. a Aminoácidos essenciais = são os aminoácidos
2. d que os animais não conseguem produzir, mas
3. b são obrigatórios na fabricação das proteínas,
4. e portanto devem ser retirados dos alimentos.
5. b b) As proteínas são os compostos orgânicos
6. c com maior número de funções nos seres vivos.
7. 03 (01, 02) A versatilidade funcional das proteínas deve-
8. a) Polissacarídeo reserva animal = glicogênio -se ao grande número de estruturas diferen-
Polissacarídeo reserva vegetal = amido tes que elas podem possuir. Algumas dessas
b) fígado no animal; parênquima de reserva no funções são: estrutural, hormonal, receptora,
vegetal. transportadora, contrátil, armazenadora, toxi-
9. a) O que permite caracterizar essas duas subs- na, protetora e enzimática.
tâncias como glicídios é a presença de átomos 12. a) A maioria da reações catalisadas por enzi-
de carbono, hidrogênio e oxigênio. Por isso mas dependem do pH do meio em que elas
também são chamados de carboidratos. acontecem. Cada enzima tem um pH ótimo, na
b) O monossacarídeo é o C7H14O7 cuja fórmula qual a sua atividade é máxima, no caso da trip-
química é representada por Cn(H2O)n. sina o valor de pH = 8.
c) O monossacarídeo que deu origem ao dissa- b) A atividade enzimática decresce quando a
carídeo C6H10O5 foi o C3H6O3. solução fica mais ácida ou mais básica do que
seu pH ótimo, assim os valores em que a tripsi-
UNIDADE 3 na se torna inativa, segundo o gráfico, seria pH
1. b = 6 e pH = 12.
2. b 13. Amostra 1: Planta – clorofila
3. c Amostra 2: Saliva – ptialina
4. d Amostra 3: Artrópode – quitina
5. d Amostra 4: Cabelo – queratina
6. d 14. Todos os alimentos para os fenilcetonúricos
7. a) Os esteroides são amplamente distribuídos devem conter uma baixa concentração de fe-
nilalanina para garantir a saúde do paciente. UNIDADE 6
Portanto, alimentos de origem proteica devem 1. c
ser evitados, visto que a fenilalanina é um ami- 2. a
noácido essencial. 3. e
4. e
UNIDADE 5 5. e
1. a 6. b
2. b 7. a) O resultado mostrou que o Filho 1 é filho
3. d biológico do outro homem porque apresenta
4. b duas bandas (segmentos de DNA) também en-
5. d contradas nesse homem, enquanto as outras
6. b duas se referem a segmentos de DNA herdados
7. b da mãe. O Filho 2 é filho do marido, já que as
8. Guanina = 18%, Adenina = 32% bandas referentes a esse filho são encontra-
Timina = 32%, as bases nitrogenadas ocorrem das tanto no resultado referente à mãe quanto
nessa proporção porque há pareamento espe- naquele correspondente ao marido.
cífico de guanina-citosina e adenina-timina, b) Não, porque o DNA mitocondrial tem infor-
assim os valores de cada par de bases nitroge- mações só do genoma materno, proveniente
nadas devem ser iguais. das mitocôndrias do gameta materno (óvulo).
9. Poderia ser as sequencias: UGAGGCGAAUCC Não seria possível, portanto, detectar os frag-
ou ACUCCGCUUAGG mentos de DNA mitocondrial de origem pater-
10. (3’)TACGGCATACGTAACGTAAG(5’) na.
11. a) Os pesquisadores conseguiram concluir que 8. O RNA mensageiro está envolvido com a trans-
o agente infeccioso era um vírus, pela presen- ferência de informações genéticas do DNA ao
ça da base nitrogenada uracila no material ge- local onde ocorrerá a síntese de proteínas, os
nético. Os vírus são seres muito simples e pe- ribossomos. Já o RNA transportador consiste
quenos (medem menos de 0,2 µm), formados em uma molécula dobrada sobre si mesma,
basicamente por uma cápsula proteica envol- responsável pelo de aminoácidos ate os ribos-
vendo o material genético, que, dependendo somos para que ocorra a síntese proteica. Sua
do tipo de vírus, pode ser o DNA, RNA ou os aparência é semelhante a uma folha de trevo.
dois juntos (citomegalovírus). 9. O anticódon do RNAt correspondente a este
b) Os vírus não são considerados seres vivos códon é o GUA.
porque não possuem características como a A sequência de bases do DNA responsável por
habilidade de importar nutrientes e energia do este códon é GTA.
ambiente, não tem metabolismo próprio, são
parasitas intracelulares obrigatórios.
c) UACCCGUUAAAG (RNA)
ATGGGCAATTTC (fita de DNA)
TACCCGTTAAAG (fita complementar)
12.
ácido desoxirribo- ácido ribonu-
nucléico (dna) cléico (rna)

Pentose Desoxirribose Ribose


Citosina,
Bases Citosina, guanina, guanina,
nitrogenadas adenina e timina adenina e
uracila
Duplo e comple-
mentares, presos
um no outro pelas
Filamento de
bases nitrogena- Simples
nucleotídeos das, ligadas por
pontes de hidro-
gênio
Núcleo (cromos- Nucléolo,
somos e nucléolo),
Localização ribos somos,
cloroplastos e
mitocôndrias. hialoplasma.
BIOLOGIA 2
UNIDADE 1 UNIDADE 4
CLASSIFICAÇÃO DOS SERES VIVOS FILO PLATHELMINTHES

UNIDADE 2 UNIDADE 5
FILO PORIFERA PARASITOSES CAUSADAS POR
PLATYHELMINTES
UNIDADE 3
FILO CNIDÁRIA UNIDADE 6
FILO NEMATODA
UNIDADE 1: CLASSIFICAÇÃO DOS classificá-los em um reino separado.
SERES VIVOS
4. Reino Plantae
Desde o tempo de Aristóteles os seres vi- O reino Plantae reúne as plantas, seres eu-
vos foram agrupados e classificados na tentativa cariontes, multicelulares e autótrofos fotossinteti-
de melhor compreender a natureza: seres com zantes. As plantas têm células diferenciadas, que
sangue ou sem sangue; aquáticos, voadores ou formam tecidos corporais bem definidos. Musgos,
terrestres; presença de corpo mole ou de corpo samambaias, pinheiros e plantas frutíferas são os
duro; estes foram alguns critérios utilizados nas principais grupos que compõem o reino Plantae
classificações dos seres vivos. Por muitos séculos ou Vegetal.
a natureza foi dividida nos reinos Animal e Vege-
tal apenas. Com o desenvolvimento da Biologia, 5. Reino Animalia
notadamente no campo da evolução biológica, e O reino Animalia reúne os animais, seres
principalmente em decorrência dos avanços dos eucariontes, multicelulares e heterótrofos. Os ani-
estudos microscópicos, percebeu-se que havia mais apresentam células bem diferenciadas, que
em nosso mundo mais do que aquilo que o olho formam tecidos e órgãos corporais distintos. Esse
era capaz de perceber e que a diversidade de or- reino inclui desde animais simples, como as es-
ganismos em nosso planeta devia-se a processos ponjas, até animais complexos, como os mamífe-
biológicos. Novos critérios de classificação que ros, grupo ao qual pertencemos.
extrapolavam as simples observações surgiram:
tipos celulares, similaridades em moléculas como Vírus, um caso a parte
proteínas, hormônios e DNA são alguns exemplos. Os vírus não são incluídos em nenhum dos
Os biólogos passaram a adotar a filogenia (histó- cinco reinos. Não apresentam células, sendo cons-
ria evolutiva) como norteadora das classificações tituídos por uma ou poucas moléculas de ácido
biológicas. nucléico, que pode ser DNA ou RNA, envoltas por
Existem muitas formas de dividir o mundo moléculas de proteínas.
vivo. De tempos em tempos novas divisões apa-
recem, pois os estudos prosseguem e novas infor- CATEGORIAS TAXONÔMICAS
mações surgem. Adotaremos uma das muitas divi-
sões existentes em que os seres vivos agrupam-se A descrição de todos os seres vivos (vegetais
em cinco reinos: Monera, Protista, Fungi, Plantae e e animais) e suas classificações dentro das diver-
Animalia. Mas podemos encontrar divisões de seis sas categorias constituem partes da Biologia que
até sete reinos, nesses casos vírus e algas consti- se chamam Taxonomia (ramo que se ocupa de no-
tuiriam um reino a parte. menclaturas e identificações) e Sistemática (es-
tudo da filogenia dos organismos), que trabalham
1. Reino Monera em conjunto. A filogenia traça a relação de paren-
O reino Monera reúne seres vivos unicelula- tesco evolutivo entre os grupos de seres vivos.
res e procariontes: as bactérias e as cianobacté- Os seres vivos são incluídos nas seguintes
rias, estas últimas também chamadas de cianofí- categorias de classificação:
ceas.
Reinos → Filos → Classes → Ordens → Famílias →
2. Reino Protista Gêneros → Espécies
No reino Protista estão incluídos os proto-
zoários, seres eucariontes, unicelulares e heteró- Os reinos ocupam a categoria taxonômica
trofos, e as algas, seres eucariontes, unicelulares (ou táxon) mais abrangente e espécies a mais de-
ou multicelulares, e autótrofos fotossintetizantes. talhada. Seres do mesmo gênero obrigatoriamen-
As algas multicelulares são incluídas nesse reino te pertencem à mesma família, à mesma ordem e
porque têm organização simples, com pouca ou assim por diante. Por outro lado, seres de classes
nenhuma diferenciação entre as células que for- diferentes jamais poderão ser enquadrados numa
mam seu corpo. mesma ordem ou família.
Ex: o cavalo (Equus caballus) pertence ao
3. Reino Fungi gênero Equus, juntamente com o asno (E. asinus)
O reino Fungi inclui seres eucariontes, uni- e a zebra (E. zebra). O gênero Equus faz parte da
celulares ou pluricelulares, que se assemelham às família Equidae. Essa família mais a família Tapi-
algas na organização e na reprodução, mas que ridae (das antas) e Rhinocerotidae (dos rinoceron-
diferem delas por serem heterótrofos. Em alguns tes) fazem parte da ordem Perissodactyla. Essa
sistemas de classificação os fungos são incluídos ordem mais a ordem Artiodactyla (girafas, porcos,
entre os protistas. A tendência moderna, porém, é hipopótamos etc) fazem parte da classe Mamma-
lia (mamíferos). Os mamíferos fazem parte do filo SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO NATURAL E
Chordata, juntamente com os peixes, anfíbios, ARTIFICIAL
aves etc. Todos os animais fazem parte do reino
Animalia. Sabemos que classificar os seres vivos con-
siste em reuni-los em grupos, de acordo com ca-
CONCEITO MODERNO DE ESPÉCIE racterísticas comuns. As primeiras classificações
baseavam-se puramente na observação. Logo,
Espécie é a categoria taxonômica básica do os animais podiam ser classificados conforme o
sistema de classificação biológica. Atualmente meio de locomoção em: voadores, saltadores, na-
define-se espécie (do latim species, tipo) como o dadores, etc. Percebe-se imediatamente a falta de
conjunto de seres semelhantes, capazes de se consistência destas classificações: assim, no mes-
cruzar em condições naturais, deixando des- mo grupo, podem ser classificados animais com-
cendentes férteis. A ressalva “em condições na- pletamente diferentes como um inseto e uma ave,
turais” é importante, pois existem espécies cujos entre os voadores; uma pulga e um canguru, entre
membros podem se cruzar e produzir descenden- os saltadores, etc. Tais classificações, chamadas
tes férteis em condições artificiais de cativeiro, artificiais, estão hoje abandonadas. Hoje usamos
nunca se cruzando, porém, em condições naturais. as classificações naturais, baseadas na evolução,
Espécies semelhantes são reunidas em ca- observação e experimentação, utilizando com
tegorias taxonômicas maiores, os gêneros. Gêne- menor relevância dados morfológicos, fisiológicos
ros com características semelhantes são agrupa- e comportamentais.
dos em categorias maiores, as famílias. Estas, por
sua vez, são agrupadas em categorias ainda mais EXERCÍCIOS
abrangentes, as ordens. Ordens são reunidas em
classes, classes são reunidas em filos, e filos são 1. Assinale abaixo a sequência que apresenta a
reunidos em reinos. Alguns autores costumam ordem decrescente correta das categorias taxo-
chamar os filos vegetais de divisões. nômicas:

REGRAS DE NOMENCLATURA DOS ANIMAIS a) Reino-filo-classe-ordem-gênero-família-espécie.


b) Reino-família-filo-ordem-classe-gênero-espécie.
Até o século XVIII, os nomes dos animais c) Reino-ordem-filo-classe-família-gênero-espécie.
eram muito complicados. Neste século, o botânico d) Reino-filo-ordem-classe-família-gênero-espécie.
sueco Carl Linée, ou simplesmente Lineu, estabe- e) Reino-filo-classe-ordem-família-gênero-espécie.
leceu uma série de regras para dar nome aos ani-
mais, que foram depois oficializadas e são utiliza-
das até hoje. Existem no total nove regras básicas 2. É correto afirmar que dois animais que fazem
de nomenclatura. As principais são: parte da mesma ordem obrigatoriamente per-
tencerão .........., e dois animais pertencentes
1ª regra: o nome dos animais deve ser es- .......... sempre terão maior semelhança entre
crito em latim, sendo obrigatório dois nomes no si.
mínimo (Binomial). O primeiro é o do gênero e o
segundo é o do epíteto de espécie. Os dois nomes a) à mesma classe – à mesma espécie
em conjunto foram o nome da espécie. Ex: Pulex b) à mesma família – ao mesmo gênero
irritans (pulga). c) ao mesmo gênero – à mesma família
2ª regra: o nome do gênero deve ser escrito d) ao mesmo gênero – à mesma espécie
sempre com a inicial maiúscula. Ex: Pulex. e) à mesma espécie – à mesma classe
3ª regra: o nome da espécie deve ser escrito
com a inicial minúscula. Quando é nome de pes-
soa, o emprego da inicial maiúscula ou minúscula 3. Um pesquisador estudou uma célula ao mi-
é indiferente. Homo sapiens, Trypanosoma cruzi croscópio eletrônico, verificando a ausência
(Cruzi). de núcleo e de compartimentos membranosos.
4ª regra: quando existem subespécies, o Com base nessas observações, ele concluiu que
seu nome deve ser escrito depois da espécie com a célula pertence a:
inicial minúscula, mesmo que seja nome de pes-
soa. Rhea americana darwing. (Trinomial). a) uma bactéria
5ª regra: o nome científico sempre deve es- b) uma planta
tar em destaque no texto, preferencialmente em c) um animal
itálico ou sublinhado. d) um fungo
e) um vírus
4. Um organismo eucariótico, multicelular, au- UNIDADE 2: FILO PORIFERA
totrófico, pode pertencer ao grupo:
O filo porifera reúne animais conhecidos
a) dos fungos como poríferos ou esponjas.Essas denominações
b) das bactérias devem-se a uma das principais características do
c) dos moluscos grupo:apresentar o corpo perfurado por inúmeros
d) dos ciliados poros microscópicos.
e) da soja e dos feijões Suas células formam agregados frouxos,
não constituindo tecidos verdadeiros, órgãos dife-
renciados e cavidade digestiva, além de a digestão
5. Diagramas que mostram as relações de pa- ocorrer apenas dentro das células. Por essa razão
rentesco evolutivo entre os seres vivos são cha- foram por muito tempo considerados como per-
mados: tencentes ao sub-reino Parazoa.
Os poríferos são animais aquáticos, predo-
a) árvores filogenéticas minantemente marinhos. Vivem nos mares, em
b) árvores genealógicas qualquer profundidade, fixados em rochas ou no
c) árvores taxonômicas solo submarino.Por essa razão são denominados
d) diagramas sistemáticos sésseis.
e) n.d.a.
CARACTERÍSTICAS GERAIS:

6. Com base nas regras de nomenclatura, indi- Possuem corpo assimétrico ou com sime-
que a alternativa incorreta: tria radial.
Seu corpo apresenta forma de “vaso”,com
a) Homo sapiens uma cavidade interna denominada espongio-
b) Trypanossoma Cruzi cele,e uma abertura no na superfície – ósculo. O
c) Rana esculenta marmorata revestimento externo se faz pela epiderme cons-
d) Rhea americana americana tituída por uma camada de células achatadas, os
e) Anopheles Nyssurhynchus darlingi pinacócitos.
A espongiocele é revestida por coanócitos:
células com flagelos envoltos por uma formação
7. Explique porque alguns autores não conside- membranosa, cujos batimentos criam corrente
ram os vírus como sendo seres vivos. de água, que entra pelos poros e sai pelo ósculo
(abertura superior). Os coanócitos fagocitam as
partículas alimentares trazidas pelas correntes de
água.
A sustentação é garantida pela presença de
um mesênquima gelatinoso (meso-hilo), interno
à camada de pinacócitos. No mesênquima estão
mergulhadas espículas de calcário ou silício, e cé-
lulas indiferenciadas ou amebócitos. Os amebóci-
tos são células móveis que participam da digestão,
além de desempenharem função de transporte de
8. Qual a diferença fundamental entre os seres alimentos ou diferenciação em gametas.
do Reino Monera com os demais quatro reinos Sustentação: é o principal caráter para a
da natureza? classificação das esponjas. É interno, situando-se
entre as duas camadas celulares. Pode ser mineral
e/ou orgânico.
Esqueleto mineral: é constituído por espí-
culas calcárias e silicosas.
Esqueleto orgânico: é constituído por uma
rede de fibras de espongina (uma proteína). A es-
ponja de banho feita com esponjas é apenas o es-
queleto orgânico destes animais.
Sistema digestivo: é ausente e a digestão
é exclusivamente intracelular, realizada pelos coa-
nócitos e amebócitos.
Sistema excretor: é ausente. As células eli-
minam por difusão seus catabólitos diretamente Figura 1: organização celular das esponjas. Note-se que
para o meio externo. além das células já descritas, existem células especiais
Sistema respiratório: não existe, a respi- e perfuradas de modo a deixarem fluir água através de
ração é aeróbia, e cada célula realiza diretamente si. São os porócitos, que são células tubulosas, percor-
com o meio as trocas gasosas. ridas por uma perfuração cônica.
Sistema circulatório: também ausente.
Amebócitos (células que possuem movimento ORGANIZAÇÃO DO CORPO
amebóide) no mesênquima realizam as funções
desse sistema. Podem ser divididos em: O corpo das esponjas apresenta-se organi-
Escleroblastos: células que secretam as es- zado em três graus de complexidade crescente:
pículas minerais. Cada eixo de espícula é formado áscon, sícon e lêucon. Observe os esquemas se-
por um escleroblasto. guintes e note o aumento da superfície revestida
Arqueócitos: amebócitos que realizam vá- de coanócitos (superfície negra) em contato com
rias funções: recebem, digerem e fazem circular o a água. Quando a água penetra numa esponja
alimento, além de formar elementos reprodutivos: do tipo leuconóide, percorre inúmeras câmaras
espermatozóides, óvulos e gêmulas. revestidas de coanócitos, demorando mais para
Sistema nervoso: não existe. abandonar o corpo do animal, o que lhe permite
Sistema reprodutor: as esponjas reprodu- maior assimilação dos nutrientes ambientais, se o
zem-se sexuadamente e/ou assexuadamente, sen- compararmos com os outros dois tipos.
do a maioria hermafrodita ou monóica (algumas
espécies possuem sexos separados). As estrutu-
ras de reprodução são temporárias, elaboradas a
custa de células da camada média. A reprodução
pode ser:
• Assexuada: feita por regeneração, bro-
tamento ou gemulação. Nas esponjas, a
capacidade de regeneração é muito gran-
de, a ponto de ser usada para a fabricação
comercial de esponjas de banho. O brota-
mento consiste na formação de expansões Figura 2: Organização do corpo das esponjas (A) ás-
no corpo da esponja (broto), que originarão con, (B) sícon, (C) lêucon)
novos indivíduos. A gemulação ocorre em
épocas em que o ambiente é desfavorável. EXERCÍCIOS
Formam-se estruturas denominadas gêmu-
las, que se constituem de uma parede que 1. (UFV-MG) O principal papel dos coanócitos
envolve um grupo de amebócitos. A parede nos poríferos é:
é formada por espículas especiais denomi-
nadas anfidiscos. Em ambiente propício, a a) transportar as substâncias para todo o animal.
gêmula forma uma nova esponja. b) originar elementos reprodutivos.
• Sexuada: ocorre com fecundação interna e c) formar o esqueleto do animal.
desenvolvimento indireto. Quando falamos d) provocar a circulação da água no animal.
em desenvolvimento indireto, isto implica a e) dar origem a outros tipos de células.
existência de uma forma intermediária entre
o ovo e o adulto que se denomina larva. Nas
esponjas, a larva se chama anfiblástula. 2. (UFPR) Invertebrados fixos, diploblásticos
com mesogléia, sem órgãos, com digestão ex-
clusivamente intracelular, com larva ciliada li-
vre-nadante. Trata-se de:

a) protozoários;
b) espongiários;
c) equinodermos;
d) nematelmintos;
e) celenterados.

3. (UFPR) Relacione as colunas e assinale a al-


ternativa correta:
(1) coanócitos a função dos tipos celulares de Porífera.
(2) átrio
(3) mesênquima a) A digestão do alimento é realizada pelos coa-
(4) cnidoblastos nócitos, e os nutrientes são distribuídos pelos
(5) amebócitos pinacócitos.
b) Os coanócitos são responsáveis pela fagocito-
( ) cavidade central das esponjas. se das partículas alimentares.
( ) células de defesa dos celenterados. c) Os amebócitos são responsáveis somente pela
( ) mesogléia, abaixo da epiderme . produção das espículas.
( ) digestão intracelular dos poríferos. d) Os porócitos são as células que circundam
( ) Células com diversas funções nas es- a abertura do ósculo, por onde entra a água
ponjas. para a espongiocele.
e) Os pinacócitos formam o tecido presente en-
a) 2—4—5—1—3 tre a parede externa do corpo e a parede da
b) 5—3—2—1—4 espongiocele.
c) 5—2—3—1—4
d) 2—4—3—5—1
e) 2—4—3—1—5 7. Explique o mecanismo e as finalidades da cir-
culação de água na estrutura do corpo de um
porífero. De que é constituída a sustentação do
4. Sobre os poríferos qual das afirmativas abai- corpo dos poríferos? Cite algumas funções atri-
xo é verdadeira? buídas aos amebócitos.

a) São organismos invertebrados que possuem


corpo com simetria bilateral e superfície po-
rosa.
b) São organismos invertebrados, com corpo
sustentado somente por fibras de espongina,
que possuem coa-nócitos como tipo celular
característico. Vivem principalmente em am-
biente marinho.
c) São organismos conhecidos popularmente
como esponjas, que possuem vida aquática, 8. Explique o processo de nutrição de um porí-
principalmente no mar, e se reproduzem ex- fero.
clusivamente de forma sexuada.
d) São organismos conhecidos popularmente
como esponjas, que possuem vida aquática,
principalmente em água doce, e vivem fixados
a um substrato.
e) São organismos invertebrados, com corpo sus-
tentado por espículas ou fibras que possuem
coanócitos como tipo celular característico e
vivem principalmente em ambiente marinho. .

UNIDADE 3: FILO CNIDÁRIA


5. (UFPI) Indique as características que tornam
os organismos do filo Porifera bem diferentes Cnidaria, do grego: knide (urtiga, urticante).
daqueles de outros filos animais: Os animais dotados de tecidos organizados
são chamados histozoários. Os primeiros histo-
a) Não podem se reproduzir. zoários na escala de evolução dos animais são os
b) As formas adultas são sésseis. cnidários ou celenterados. Eles já possuem, inclu-
c) Não respondem a estímulos externos. sive, alguns órgãos e sistemas. O sistema nervoso,
d) Alimentam-se através de mecanismos de fil- por exemplo, começa a aparecer, embora cons-
tração. tituído por células que se dispõem num retículo
e) Suas células não são organizadas em tecidos. difuso por todo o corpo. Neles, já se evidenciam
gônadas, isto é, órgãos especializados na forma-
ção de gametas (células reprodutoras).
6. (FURG) Assinale a alternativa que apresenta São conhecidos como águas-vivas e anêmo-
nas-do-mar, representando as duas formas cor- Na gastroderme, há células que produzem
póreas distintas dos cnidários: medusa e pólipo, enzimas digestivas, que são lançadas na cavidade
respectivamente. Os corais têm a forma polipóide, gastrovascular, para a digestão extracelular. Essas
assim como as anêmonas. Os pólipos vivem no são as células glandulares. Contudo, as células fla-
fundo d’água. São fixos ou movimentam-se len- geladas captam fragmentos nutritivos e os trans-
tamente. As medusas são flutuantes e muito mó- ferem às células epitélio-digestivas, em cujos va-
veis. Praticamente todos são urticantes (queimam cúolos ocorre a digestão intracelular. Como você
a pele quando alguém se encosta nos tentáculos). vê, os cnidários promovem, ao mesmo tempo,
tanto a digestão intracelular quanto a digestão ex-
tracelular.
A respiração é realizada diretamente por
cada célula, assim como a excreção dos metabó-
litos(difusão). Algumas classes podem secretar um
exoesqueleto córneo ou calcário.

CLASSE HIDROZOA

Nos hidrozoários é a forma polipóide que


predomina no ciclo de vida. Na maioria das espé-
cies os pólipos originam, assexuadamente, peque-
nas medusas de vida relativamente curta;estas se
Figura 3: Representação esquemática das suas for- reproduzem sexuadamente ,originando novos pó-
mas de vida dos cnidários. lipos,que fecham o ciclo.

CARACTERÍSTICAS GERAIS Physalia ou caravela é um exemplo de hi-


drozoário em que os pólipos e medusas altamente
Os cnidários são animais diblásticos de si- modificados vivem associados em colônias, espe-
metria radial. Na estrutura da parede do corpo de cializados para a alimentação, proteção, reprodu-
um celenterado, observamos três camadas de fora ção, flutuação ou natação.
para dentro: A epiderme, a mesogléia e a gastro- Hidra: Gênero de pólipos solitários sem fase
derme. Nelas, encontram-se células de diversos ti- medusóide no ciclo de vida.
pos. A mesogléia, no entanto, não possui células. É Obelia: constitui também um exemplo
uma fina lâmina de substância gelatinosa. Através clássico de hidrozoário que, na fase colonial fixa,
dela, ramificações de células nervosas fazem a co- apresenta pólipos de nutrição (gastrozóides) e de
municação entre as células sensitivas da epiderme reprodução assexuada (gonozóides). A colônia é
e as células epitélio-musculares, cujas contrações sustentada por um exoesqueleto tubular e quiti-
dão movimentos ao corpo do animal. noso. Nos pólipos de reprodução brotam peque-
As células mais notáveis na estrutura de um nas medusas, livres e sexuadas, que se locomo-
cnidário são os cnidócitos ou cnidoblastos. Eles vem por contrações rítmicas da umbrela. Não há
são células especializadas para a defesa, conten- dimorfismo sexual entre as medusas. A fecunda-
do uma pequena cápsula (nematocisto) capaz de ção é externa, o desenvolvimento é indireto, com
projetar para fora um estilete canaliculado como larvas ciliadas chamadas plânulas.
agulha de injeção e inocular, na pele do animal que
lhe tocar, uma substância paralisante ou irritante. CLASSE SCYPHOZOA
Isso justifica as queimaduras sofridas por alguns
banhistas durante o banho de mar. Os cifozoários apresentam geralmente as
formas polipóide e medusóide. As formas predo-
minantes do ciclo de vida são as medusas, que
nesta classe são chamadas águas-vivas. Algumas
chagam a ter quase dois metros de diâmetro, em
contraposição aos pólipos, que são diminutos. São
exclusivamente marinhos. Exemplo: Aurelia sp.
O pólipo em miniatura é chamado cifístoma.
Ao se reproduzir, o cifístoma divide-se transversal-
mente (estrobilização), assumindo o aspecto de
pratinhos ou taças empilhados. Cada taça é uma
medusa jovem chamada éfira, que se destaca e
Figura 4: Cnidócito antes e depois de disparar cresce até a fase adulta. As medusas adultas, de
sexos separados, reproduzem-se e originam, após EXERCÍCIOS
fecundação interna, larvas ciliadas, que se trans-
formarão em cifístomas. 1. (VUNESP/SP) Sobre os celenterados são fei-
tas 3 afirmativas. Observe-as:

I. A maioria dos cnidários tem habitat aquá-


tico, sendo poucas as espécies de habitat
terrestre, as quais são representadas por
pólipos.
II. Os cnidários são urticantes e, para isso,
dispõem de muitas células especializadas
chamadas coanócitos.
III. Alguns cnidários se reproduzem por al-
ternância de gerações, quando então os
pólipos dão medusas e as medusas dão
pólipos.

Figura 5: Representação do ciclo de vida de um scy- Assinale:


phozoario.
a) se apenas uma afirmativa estiver correta.
CLASSE ANTHOZOA b) se as afirmativas I e II estiverem corretas.
c) se as afirmativas I e III estiverem corretas.
Os indivíduos dessa classe apresentam ape- d) se as afirmativas II e III estiverem corretas.
nas a forma polipóide. Vivem isolados ou em colô- e) se as três afirmativas estiverem corretas.
nias. Além do ciclo de vida sexual simples (pólipos
– gametas – zigoto – larvas ciliadas – pólipos...), há
reprodução assexuada por brotamento e por frag- 2. As estruturas anatômicas cnidoblastos e coa-
mentação. nócitos são encontradas, respectivamente, em:
A esta classe pertencem as anêmonas (ac-
tínias ou dália-do-mar), pólipos isolados que atin- a) espongiários e equinodermas
gem o maior tamanho entre os antozoários, e os b) celenterados e espongiários
corais, que são constituídos por pólipos geralmen- c) platelmintos e celenterados
te pequenos e agrupados, apoiados sobre base d) crustáceos e celenterados
esquelética compacta de carbonato de cálcio. A e) celenterados e platelmintos
maioria das espécies dos corais calcários são co-
loniais, podendo crescer seja em pequenos blo-
cos seja em formações mais extensas chamadas 3. (FUVEST/SP). A “Grande Barreira de Reci-
recifes. Os corais formadores de recifes vivem em fes” se estende por mais de 2.000 km ao longo
águas rasas (menos de 100 metros), claras e quen- da costa nordeste da Austrália e é considerada
tes (acima de 20 º C). uma das maiores estruturas construídas por se-
res vivos. Quais são esses organismos e como
eles formam esses recifes?

a) esponjas - à custa de secreções calcárias.


b) celenterados - à custa de espículas calcárias e
silicosas do seu corpo.
c) pólipos de cnidários - à custa de secreções cal-
cárias.
d) poríferos - à custa de material calcário do ter-
reno.
e) cnidários - à custa do material calcário do solo,
como a gipsita.

4. (F. M. ltajubá/MG) A célula típica dos celente-


rados é o:
Figura 6: Representação esquemática do ciclo de
vida de um hydrozoa. a) cnidoblasto.
b) coanócito. 8. O que é estrobilização?
c) amebócito.
d) neurônio.
e) solenócito.

5. (FURG-JULHO) Os cnidários são animais de


estrutura corporal relativamente simples e de
hábito predador. O cnidócito é a principal es-
trutura que reúne os organismos neste filo, e é
utilizada no ataque e na defesa. Marque a alter-
nativa que melhor define este tipo de célula. UNIDADE 4: FILO PLATHELMINTHES
a) Célula com um tipo de rede que permite a fil- Platelmintos são animais do filo Platyhel-
tração de partículas presentes na água. minthes (do grego platy = achatado + helmins =
b) Célula capaz de disparar descargas elétricas verme), pertencente ao reino Animalia. São consi-
nas presas. derados vermes, tais como o são considerados os
c) Célula que produz muco adesivo que permite a integrantes dos filos Nematelmintos e Anelídeos.
captura do alimento. Popularmente os vermes são associados a “bichos
d) Célula que contém uma cápsula cheia de líqui- compridos, esbranquiçados e de aspecto repug-
do urticante e um filamento protáctil. nante que causam mal ao homem”. Embora em
e) Célula capaz de gerar calor que queima os teci- muitos casos esteja próximo da realidade, essa
dos da presa e permite a sua captura. descrição certamente não coincide com o concei-
to biológico de verme. Muitos animais que não se
enquadram nessa caracterização, como a minho-
6. (UERJ) A visão de uma medusa, um delicado ca, por exemplo, pertencem ao grupo dos vermes.
domo transparente de cristal pulsando, suge- Por outro lado, animais que se confundem, pela
riu-me de forma irresistível que a vida é água aparência, com vermes, como as larvas de mosca,
organizada. Jacques Cousteau (“Vida Simples”, na realidade pertencem a grupo biológico de orga-
outubro de 2003). nização mais complexa.
A analogia proposta refere-se à grande O grande grupo dos vermes (que por não ser
proporção de água no corpo das medusas. uma categoria taxonômica inclui organismos bem
No entanto, uma característica importan- diversos como planária, solitária, esquistossomo,
te do filo ao qual pertencem é a presença de cni- lombriga, oxiúro, ancilóstomo, minhoca e san-
dócitos ou cnidoblastos, células que produzem guessuga) engloba três filos principais:
substâncias urticantes.
Dois animais que pertencem ao mesmo • Platelmintos: achatados e sem ânus.
filo das medusas estão indicados em: • Nematelmintos: cilíndricos, com boca e
ânus.
a) hidra - craca • Anelídeos: de corpo segmentado.
b) hidra - esponja
c) anêmona do mar - coral PLATELMINTOS
d) anêmona do mar - esponja
e) esponja - anêmonas.

7. De que é formado o esqueleto dos corais rígi-


dos? À que classe pertencem?

Figura 1: Representantes dos grupos de Platelmintos

Os Platelmintos (do grego platys, “chato”, e


helmins, “vermes’) são animais que integram o gru-
po dos “vermes achatados”. Apesar de os platel- úmido. O exemplo típico de turbelário é a planá-
mintos se desenvolverem embrionariamente até ria, um verme de vida livre de pequenino porte,-
a fase de gástrula tridérmica, não sofrem, entre- com uma epiderme rica em células glandulares as
tanto, divisão do mesoderma em dois folhetos, de quais secretam muco e presença de cílios vibrá-
cuja separação resultaria o celoma. Assim, apesar teis na parte inferior do corpo. Quando dentro da
de triploblásticos, eles se mantêm acelomados. água, seus cílios provocam um movimento de agi-
Além disso,os sistemas circulatório e respiratório tação, um pequeno turbilhão, que justifica o nome
estão ausentes, sendo que ambos os processos Turbellaria.
ocorrem por simples difusão pela parede do cor- Nas planárias, o sistema nervoso já se mos-
po,quando as substâncias percorrem caminhos tra mais aperfeiçoado em relação ao que vimos
mais curtos atingindo com maior facilidade as ca- nos celenterados. As células nervosas não formam
madas de células mais profundas. apenas uma rede difusa pelo corpo, mas já reúnem
Os platelmintos são os animais mais simples em certos pontos constituindo gânglios nervosos,
na escala zoológica a apresentarem simetria bila- dos quais partem filetes que se irradiam para todo
teral verdadeira. Também são os primeiros a apre- o organismo. Há também uma concentração evi-
sentarem um princípio de cefalização, isso signifi- dente de neurônios na região da cabeça, formando
ca que já existe neles um esboço da cabeça, onde os gânglios cerebrais. Também o sistema excre-
se concentram os órgãos dos sentidos e a parte tor é bem definido - protonefrídios. Existem célu-
principal do sistema nervoso. Todos têm tubo las especiais - as células-flama e os solenócitos,
digestório incompleto, isto é, não apresentam que sugam a água com resíduos metabólicos dos
ânus, e a única abertura do tubo digestivo para o tecidos vizinhos, lançando essa “excreção” para
exterior serve igualmente como boca e como ânus o exterior, através de um sistema de canalículos.
funcional. Os platelmintos possuem musculatura, Esses canalículos se abrem em pequenos poros na
sistema excretor e sistema reprodutor bem defini- superfície do corpo. A maior parte da excreção, po-
dos. rém, é realizada por simples difusão através da su-
A reprodução pode ser assexuada ou se- perfície corporal. As planárias possuem na cabeça
xuada. Neste caso quase todas as espécies são um par de ocelos ou manchas ocelares, como se
hermafroditas, havendo apenas algumas espécies fossem dois pequenos olhos aparentemente ves-
dióicas (ex: Schistosoma mansoni). A fecundação é gos. Esses minúsculos globos têm uma estrutura
interna, com desenvolvimento direto ou incluindo primitiva, onde terminam ramificações de células
estágios larvais. Com exceção da fêmea do esquis- fotorreceptoras, recobertas, entretanto, por um
tossomo, que é cilíndrica, todos os platelmintos epitélio pigmentado. Assim, tais órgãos não per-
têm o corpo achatado dorsoventralmente. Eles mitem às planárias distinguir nitidamente os con-
se dividem em três classes, a primeira Turbellaria, tornos das coisas, mas tão-somente o vulto delas.
será vista neste unidade e as demais, por possuí- Você deve perceber, porém, que esse foi o primeiro
rem representantes q causadores de parasitoses, passo da Natureza no sentido de instalar “olhos”,
estarão na próxima unidade. estruturas especializadas para a visão na cabeça
dos animais.
CLASSE TURBELLARIA As planárias são sempre hermafroditas, isto
é, cada animal tem os dois sexos. Contudo, elas só
se reproduzem por fecundação cruzada. É bastan-
te conhecida, também, a elevada capacidade de
regeneração dos turbelários. Uma planária seg-
mentada com uma lâmina pode originar diversas
outras planárias - uma de cada segmento.
O tubo digestório é incompleto. Compõe-se
de boca posterior (situada na região mediana do
corpo), faringe protátil (que pode projetar-se para
fora, como quem inverte a manga de um paletó, a
fim de englobar alimentos) e intestino. Não há es-
tômago nem ânus. O intestino é trifurcado e cada
ramo termina em fundo fechado. Os detritos não
Figura 2: Representação esquemática de uma planá- aproveitados são regurgitados pela boca.
ria. Em C representação do sistema nervoso. Em D
representação de sistema genital. EXERCÍCIOS

Esta classe compreende os platelmintos de 1. (Unisa – SP) Analise as proposições:


vida livre que habitam a água doce, o mar e o solo
I. Na planária,o oxigênio e o gás carbônico 4. Os platelmintos são animais que apresentam
da respiração são,respectivamente ab- o corpo achatado e sua espessura, quase des-
sorvidos e eliminados por toda superfície prezível, proporciona uma grande superfície em
corporal. relação ao volume, o que lhes traz vantagens. A
II. Na planária,as percepções às variações forma achatada desses animais relaciona-se di-
da intensidade luminosa são devidas à retamente com a ausência dos sistemas:
atuação dos ocelos.
III. Na planária,o coração situa-se na parte a) digestivo e excretor.
ventral da cabeça. b) respiratório e circulatório.
c) excretor e circulatório.
a) I,II,e III são verdadeiras. d) digestivo e secretor.
b) I e III são verdadeiras e II é falsa. e) secretor e nervoso.
c) II e III são verdadeiras e I é falsa.
d) I e II são verdadeiras e III é falsa. 5. Dugesia tigrina é um verme que possui o cor-
e) I,II e III são falsas. po achatado dorsoventralmente. Apesar de in-
ferior, ele apresenta uma característica evoluí-
da. Trata-se da(o):
2. (Cesgranrio)
a) simetria bilateral;
b) hermafroditismo;
c) ausência de celoma;
d) corpo segmentado;
e) sistema digestório completo.

6. (UEG) Com base em alguns conceitos básicos


de Anatomia e Embriologia é possível a separa-
ção dos animais em diferentes grupos. Preen-
O esquema acima representa o processo cha o quadro a seguir indicando a classificação
respiratório em planárias. Assinale a afirmação dos grupos animais de acordo com a caracterís-
incorreta sobre esse tipo de respiração. tica solicitada.

a) O ser apresenta poucas camadas de células,


no de folhe- presença ou
possibilitando a difusão gasosa.
grupo animal simetria tos embrio- ausência de
b) O sangue auxilia no transporte de gases para
nários celoma
as células.
c) A difusão célula a célula possibilita o aporte de Cnidários
O2 a todas as células.
d) A superfície de contato com o ambiente é ex- Platelmintos
tensa, permitindo as trocas.
e) As trocas gasosas se processam por diferença
de concentração.

3. Existem animais que não possuem órgão ou


sistema especializado em realizar trocas gaso-
sas. Na respiração, a absorção do oxigênio e a
eliminação do gás carbônico ocorrem por difu-
são, através da superfície epidérmica. É o caso
da:

a) planária
b) ostra
c) drosófila
d) barata
e) aranha
UNIDADE 5: PARASITOSES depois coçou é porque pegou”). Caem na circula-
CAUSADAS POR PLATYHELMINTES ção sangüínea e seguem, carregadas pelo sangue,
para as veias do intestino, onde se desenvolvem,
CLASSE TREMATODA dando novos esquistossomos, com cerca de 10 a
15 mm de comprimento.
É a segunda classe dos vermes platelmintos. O combate à esquistossomose, uma das
Com a exceção da fêmea do esquistossomo, que é maiores endemias brasileiras, consiste no exter-
cilíndrica, todos têm o corpo achatado dorsoven- mínio dos moluscos (caramujos), que são os hos-
tralmente. Em geral, têm um formato lembrando pedeiros intermediários do parasita, e na orien-
o de uma folha de árvore,e têm o corpo revestido tação às pessoas para não terem contato com a
por uma cutícula resistente secretada pela epider- água em locais suspeitos e contaminados. É pre-
me.Apresentam duas ventosas - uma anterior, com ciso, também, orientar as populações da zona ru-
função de boca, e outra mediana, com finalidade ral para não defecarem no campo nem lançarem
de fixação. São vermes adaptados à vida parasitá- seus dejetos nos rios e ribeirões, ensinando-lhes a
ria,podendo ser ectoparasitas ou endoparasitas. fazerem fossas higiênicas, como meio de evitar a
Por isso, causam doenças integrantes do grupo poluição das águas e a propagação da doença.
das verminoses no homem e em outros animais.

Figura 3: Casal de Tremátodas em cópula. Note as


ventosas de ambos e o Canal ginecóforo do macho.

ESQUISTOSSOMOSE

O Schistosoma mansoni é uma espécie diói- Figura 4: Ciclo de vida de Schistosoma mansoni.
ca.A fêmea fica abrigada em um sulco que há no
corpo do macho.Os adultos vivem nas veias do fí- CLASSE CESTODA
gado humano onde se alimentam e se acasalam.A
postura dos ovos ocorre no intestino do hospedei- Os cestódios formam a terceira classe de
ro. platelmintos. O corpo é achatado e longo como
Os ovos são dotados de um espinho que per- uma fita, daí o nome (do grego kestos, “fita”). São
fura os capilares do intestino,e são eliminados pe- parasitas intestinais do homem e de outros ani-
las fezes. Encontrando a água, esses ovos libertam mais. Os principais exemplos são a Taenia solium,
embriões chamados miracídios. Esses embriões a Taenia saginata e a Taenia echinococcus (esta úl-
ciliados, de dimensões microscópicas, nadam à tima também chamada Echinococcus granulosus).
procura de um hospedeiro intermediário, algumas As tênias são popularmente conhecidas por
espécies de caramujo (ex: Biomphalaria glabrata). “solitárias” porque geralmente cada doente tem
Os miracídios penetram no caramujo e dentro dele apenas uma no intestino. Todavia, isso não im-
se reproduzem, passando pelas fases de esporo- pede que uma pessoa seja portadora de mais de
cistos e, depois, de cercárias. A multiplicação das uma tênia ao mesmo tempo. As tênias podem me-
cercárias acaba causando a morte do caramujo. dir desde alguns milímetros até vários metros de
Aí, então, elas passam à água, onde ficam, com comprimento. Possuem ventosas na cabeça, com
suas caudas bifurcadas, nadando ativamente. São as quais se fixam à parede intestinal para não se-
quase microscópicas. O simples contato da pele rem eliminadas com as fezes.
de uma pessoa com a água infestada de cercárias A Taenia saginata possui 4 ventosas e pode
é o suficiente para a contaminação. As cercárias chegar a mais de 10m de comprimento. A Taenia
atravessam a pele, causando uma discreta coceira solium apresenta, além das 4 ventosas, uma coroa
no local (segundo o ditado popular: “se nadou e de ganchos quitinosos chamada rosto ou rostelum,
o que torna muito mais difícil a sua eliminação. Ela quer rudimento de sistema digestório. A sua nu-
é, contudo, menor que a anterior, chegando, no trição se faz por difusão direta do alimento pela
máximo, a 6 metros. vasta superfície corporal. O estróbilo é segmen-
tado em anéis ou proglotes. Num mesmo anel,
encontram-se órgãos reprodutores de ambos os
sexos. Isso quer dizer que as tênias são sempre
hermafroditas. Elas podem realizar a autofecun-
dação ou praticar a fecundação cruzada. Os últi-
mos anéis do corpo de uma tênia são maiores e
contêm milhares de ovos embrionados. Eles são
eliminados com as fezes.
A tênia Echinococcus granulosus é parasita
de cães e muito pequena (3 a 5 mm). Ocasional-
mente, sua larva pode parasitar a espécie huma-
na, causando a hidatidose, uma espécie de tumor
quase do tamanho de um coco-da-baia, cheio de
líquidos, que se desenvolve no cérebro, no pulmão
Figura 5: Representações esquemáticas de (a) Tae- etc. Como a cisticercose, é também uma doença
nia soliume (b) Taenia saginata muito grave.

Ambas têm o homem como hospedeiro


definitivo. Mas cada uma tem o seu hospedeiro
intermediário próprio - o boi para a T. saginata,
e o porco para a T. solium. Nos hospedeiros in-
termediários esses vermes evoluem apenas até a
fase de larva. Essa larva, que mais parece uma “pi-
poquinha” branca, é o cisticerco. A ingestão pelo
homem da carne mal cozida, contendo cisticercos
vivos, permite a aquisição da doença - a teníase
(ou solitária).
A ingestão acidental de ovos embrionados
de Taenia solium por humanos pode permitir que
neles se desenvolva a larva - o cisterco -, provo-
cando a doença chamada cisticercose. A cisticer-
cose pode ocorrer em órgãos importantes, como
o cérebro, o globo ocular ou o fígado, assumindo
gravidade notável.

Figura 6: Ciclo de vida de Taenia solium.

O corpo da tênia é dividido em cabeça ou


escólex, colo e tronco ou estróbilo. As ventosas da
cabeça só têm utilidade para a fixação. Não atuam
como boca. Aliás, os cestódios não possuem qual-
TABELA 1. PRINCIPAIS PLATELMINTOS PATOGÊNICOS PARASITAS DO HOMEM

PARASITA E LOCALIZAÇÃO NO
DOENÇA PATOLOGIA TRANSMISSÃO
DISTRIBUIÇÃO HOSPEDEIRO

Fibrose hepática;
Adultos: nos vasos obstrução de vasos Ovos nas fezes
Schistosoma
do sistema porta portas pelos ovos, humanas; o
mansoni
intra-hepáticos; causando aumento segundo estágio
Esquistosso- (Oriente médio,
Estágios intermediá- do fígado e baço, com de larvas aquá-
mosse África, américa do
rios: encistados em prejuízo funcional; ticas (cercárias)
Sul, especialmente
caramujos de água hipertensão portal penetra através
no Brasil)
doce e ascite (barriga- da pele.
d’água)

Sintomas variados:
cólicas abdominais,
“dor de fome”, mal Ingestão de
estar, diarréia, flatu- carne de porco
Taenia solium e
lência, náuseas, au- ou de boi mal
Teníase Taenia saginata Intestino
mento ou diminuição cozida conten-
(cosmopolitas)
do peso e do apetite, do cisticercos
sonolência, insônia, (larvas)
fraqueza, irritabilida-
de, palidez

Ingestão de
ovos de T solium
(hortaliças,
Neurocisticercose: água, mãos
Tecido nervoso, hipertensão contaminadas
Larva da
globo ocular, tecido intracraniana, pelas fezes) ou
Cisticercose Taenia solium
subcutâneo e mus- convulções, passagem de
(cosmopolita)
cular distúrbios psíquicos, ovos liberados
alterações visuais das proglotes no
tubo digestivo
para a circula-
ção
EXERCÍCIOS me podem contaminar água e verduras e ser
ingerido pelo porco ou pelo boi.
1. (F.M.Santos/SP) Nos platelmintos da classe d) Uma vez no corpo do hospedeiro intermediá-
Cestoda não existe: rio, o ovo do verme eclode liberando o cisti-
cerco, que se aloja nos músculos do animal.
a) sistema nervoso. Nos músculos ele cresce e assume o aspecto
b) sistema digestório. de uma bolsa cheia de líquido chamado de on-
c) sistema excretor. cosfera.
d) hermafroditismo. e) O diagnóstico dessa doença é feito através de
e) auto-fecundação. exames de fezes.

2. (CESGRANRIO/RJ) O combate ao caramujo 6. Observe as frases abaixo e depois marque


Biomphalaria glabrata nas águas de nossos ria- a alternativa que contenha as palavras que as
chos é uma medida profilática contra a: completem.

a) doença de Chagas. I. Os platelmintos são animais ............. e


b) esquistossomose. acelomados.
c) malária. II. Os platelmintos não apresentam sistema
d) leishmaniose. circulatório e ............. diferenciado.
e) febre amarela. III. O sistema ............. dos platelmintos é
mais desenvolvido que o dos cnidários.
IV. As tênias são ..............
3. (UFMG) Organismos que apresentam corpo V. Os platelmintos são classificados nas clas-
dividido em proglotes, com escólex na parte ses turbelários, trematódeos e ..............
anterior, sem tubo digestivo, podem parasitar
o homem através de: a) Triblásticos, respiratório, nervoso, monoicas,
cestódeos.
a) contato com água contaminada. b) Diblásticos, excretor, respiratório, dioicas, ces-
b) ingestão de carne mal cozida. todea.
c) pés descalços. c) Triblásticos, excretor, circulatório, hermafrofi-
d) picada de inseto. tas, cestódeos.
e) transfusão de sangue. d) Triblásticos, nervoso, respiratório, dioicas, ne-
matos.
e) Diblásticos, nervoso, excretor, monoicas, ne-
4. Existe uma frase popular usada em certas matelmintos.
regiões, relativa a lagos e açudes: “Se nadou e
depois coçou, é porque pegou”. Esta frase refe-
re-se à infecção por: 7. Na doença conhecida como cisticercose, o
homem pode fazer o papel de hospedeiro in-
a) Plasmodium vivax. termediário no ciclo evolutivo da Taenia solium
b) Trypanosoma cruzi. (tênia).Por que Isto acontece?
c) Schistosoma mansoni.
d) Taenia sollium.
e) Ancylostoma duodenale.

5. Observe a figura a seguir e assinale a alterna-


tiva errada:

a) A imagem nos mostra o ciclo da Taenia sagina-


ta, pois seu hospedeiro intermediário é o boi.
b) Uma tênia adulta vive presa à parede do intes- 8. O que muda nas medidas profiláticas nos ci-
tino delgado, onde ocorre sua autofecunda- clos da Esquistossomose e no da Teníase?
ção.
c) Quando as fezes de uma pessoa contaminada
são depositadas no solo por falta de instala-
ções sanitárias adequadas, os ovos desse ver-
UNIDADE 6: FILO NEMATODA duas aberturas: boca e ânus). Possui as seguintes
estruturas, pela ordem: boca, faringe(muscular e
Os nematelmintos são vermes cilíndricos. destinada à sucção) e intestino longo, que culmina
Constituem-se num dos grupos mais diversos e no ânus.
abundantes do planeta. Apesar de serem mais Sistema circulatório: é ausente neste gru-
conhecidos pelas doenças que provocam, são im- po. A circulação se faz através dos líquidos do
portantes para a manutenção do equilíbrio da na- pseudoceloma.
tureza. Sistema respiratório: também inexiste nos
No aspecto embriológico,são triblásticos nematelmintos. As trocas gasosas se efetuam por
(possuem ectoderme, mesoderme e endoderme). difusão.
Apesar de possuírem cavidade interna no corpo, Sistema excretor: consiste em dois canais
esta não se caracteriza como um verdadeiro ce- longitudinais que terminam num poro excretor. As
loma, pois ela não é completamente revestida de estruturas excretoras são os protonefrídeos.
mesoderme (e sim parcialmente, sendo o restante Sistema neurossensorial: o sistema nervo-
limitado por endoderme), razão por que são cha- so consta de um anel nervoso central situado ao
mados pseudocelomados. O exemplo a ser es- redor da faringe, do qual emergem fibras longitu-
tudado é o gênero Ascaris, dos quais o tipo mais dinais que percorrem todo o corpo do animal.
conhecido é a lombriga. Sistema reprodutor: na maioria das oca-
siões o animal é dióico, isto é, cada indivíduo pos-
sui aparelho genital de um único tipo. O macho
possui testículos, vesícula seminal (que armazena
os espermatozóides), canal ejaculador e, em lugar
de pênis, espículas penianas que unem seu corpo
ao da fêmea durante a cópula. Os genitais femini-
nos constam de ovário, oviduto (canal que sai do
ovário), útero e vagina, esta última se abrindo no
poro genital feminino. A fecundação é interna e o
desenvolvimento é direto. Lembre-se: existem ex-
ceções.

EXERCÍCIOS

1. (UEL-2005) Nematódeos são animais vermi-


Figura 1: Representação de Nematóide (Ascaris sp) formes de vida livre ou parasitária, encontra-
em corte transversal. dos em plantas e animais, inclusive no homem.
Sobre as características presentes em ne-
Na figura está esquematizado o corte trans- matódeos, considere as afirmativas a seguir.
versal de uma lombriga, para que você note alguns
detalhes de organização do corpo do animal. A I. Corpo não-segmentado coberto por cutí-
maioria do pseudoceloma do animal está preen- cula.
chido com os aparelhos digestório e reprodutor. II. Trato digestório completo.
Os cordões nervosos surgem no dorso e no ventre, III. Órgãos especializados para circulação.
enquanto que de cada lado do corpo está um ca- IV. Pseudoceloma.
nal excretor. Entre os dois cordões nervosos e os
canais excretores estão situados os músculos lon- Estão corretas apenas as afirmativas:
gitudinais, envolvidos pela epiderme com cutícu-
la. a) I e III.
b) I e IV.
Tegumento: é constituído por um epitélio c) II e III.
simples, revestido por uma cutícula por ele mes- d) I, II e IV.
mo secretada. e) II, III e IV.
Sustentação: inexiste no animal.
Sistema muscular: constitui-se de uma
camada de músculos longitudinais situada logo 2. Na tabela abaixo, o sinal (+) indica a presença
abaixo da epiderme. da característica, enquanto o sinal (-) indica a
Sistema digestório: os nematelmintos são ausência dessa característica. Observe atenta-
os primeiros animais da escala zoológica a apre- mente a tabela e assinale a alternativa que se
sentar tubo digestório completo (isto é, com aplica aos nematelmintos.
dos poríferas, por sua vez, é realizada pelas es-
sistema sistema sistema sistema
sistema pículas. Quanto aos amebócitos, estes podem
digesti- circula- respira- excre-
nervoso apresentar várias funções, desde digestivas,
vo tório tório tor
até a de se diferenciar em outras células cons-
tituintes das esponjas.
a) + - - + +
8. Os poríferos se alimentam absorvendo par-
b) - + - - + tículas orgânicas do meio que passam pelos
c) - + - + - seus poros. Suas células, chamadas coanó-
d) - - + - + citos, possuem flagelos que, ao impulsionar
água pelo corpo do porífero, capturam o ali-
e) + + + + +
mento e liberam as excretas pelo ósculo, maior
abertura do porífero. O alimento é capturado
por fagocitose e pinocitose e é digerido ou
3. A maioria dos nematódios são dióicos e apre- transferido para células chamadas amebóci-
sentam dimorfismo sexual. O macho normal- tos. Assim, distribuem os nutrientes por todo
mente tem a extremidade posterior do corpo o porífero.
recurvada para auxíliar na cópula, a fêmea
sempre maior que o macho, tem a extremidade UNIDADE 3
posterior do corpo reta. Em relação a reprodu- 1. d
ção deste organismos é incorreto afirmar que: 2. b
3. b
a) a fecundação é interna 4. a
b) alguns são hermafroditas 5. d
c) alguns podem se reproduzir por partenogêne- 6. c
se 7. O esqueleto rígido dos corais é formado de
d) a reprodução na maioria das espécies é asse- calcário, CaCO3, Estes pertentem a classe An-
xuada. thozoa.
e) os ovos são depositados no ambiente 8. É a fragmentação do corpo de um animal me-
tazoário, formando segmentos (estróbilos)
que originam novos indivíduos.
GABARITO
UNIDADE 4
UNIDADE 1 1. d
1. e 2. b
2. b 3. a
3. a 4. b
4. e 5. a
5. a 6. Cnidários: Simetria radial. Dois folhetos em-
6. e brionários. Acelomados;
7. Muitos autores não consideram os vírus como Platelmintos: Simetria bilateral. Três folhetos
sendo seres vivos porque eles são acelulares, embrionários. Acelomados.
e só apresentam atividades metabólicas quan-
do estão hospedados em células vivas sendo, UNIDADE 5
por isso, considerados apenas sistemas mole- 1. b
culares autorreplicativos não vivos. 2. b
8. Apresentar pobreza de endomembranas, 3. b
como por exemplo, organelas e envoltório nu- 4. c
clear. 5. d
6. a
UNIDADE 2 7. Isso acontece porque o homem pode ingerir o
1. d ovo acidentalmente, passando a se tornar as-
2. b sim, o hospedeiro intermediário, caso no qual
3. d pode se desenvolver uma doença chama Neu-
4. e rocisticercose.
5. e 8. Mudam as maneiras profiláticas principais,
6. b como comer carne crua ou mal passada, no
7. A circulação ocorre em sentido unidirecional, caso da teníase, e a de evitar entrar em lagoas
sendo porócito, átrio e ósculo. A sustentação contaminadas como no caso da esquistosso-
mose.

UNIDADE 6
1. d
2. a
3. d
BIOLOGIA 3
UNIDADE 1 UNIDADE 4
ECOLOGIA I SUCESSÕES ECOLÓGICAS

UNIDADE 2 UNIDADE 5
ECOLOGIA II VÍRUS

UNIDADE 3 UNIDADE 6
RELAÇÕES ENTRE OS SERES VIVOS REINO MONERA
UNIDADE 1: ECOLOGIA I ções ou biociclos: talassociclo - biociclo marinho;
limnociclo – biociclo dulcícola; e epinociclo – bio-
CONCEITOS BÁSICOS EM ECOLOGIA ciclo terrestre.

A Ecologia é a parte da Biologia que estuda


as relações que os seres vivos estabelecem entre si
e com o meio em que vivem. O conhecimento em
Ecologia tem se tornado cada vez mais importante
devido à interferência do homem sobre os ecos-
sistemas e sobre os desequilíbrios ecológicos às
vezes ocorridos. Por isso, é cada vez mais urgente
conhecer a estrutura e o funcionamento dos am-
bientes naturais, a fim que sejam propostas solu-
ções racionais de utilização dos recursos. Existem
certos conceitos e nomenclatura necessários para
facilitar o estudo e o entendimento dos processos
ecológicos:
População: É o conjunto de indivíduos de
uma mesma espécie que vivem juntos, numa mes-
ma área geográfica, durante certo período de tem-
po.
Comunidade (biocenose): É o conjunto de
diferentes populações que interagem em determi-
nado ambiente físico. São considerados os fatores
bióticos.
Biótopo: É o conjunto de fatores químicos e
físicos de determinado ambiente. São considera-
dos os fatores abióticos.
Ecossistema: É o entrelaçamento entre a
biocenose (comunidades) e o biótopo (meio am-
biente). É a palavra técnica que quer dizer “nature- Figura 1.1: Níveis de organização em ecologia.
za”, onde os seres vivos trocam entre si matéria e
energia num determinado ambiente. OS COMPONENTES DE UM ECOSSISTEMA
Habitat: É o local, área ou região em que
vive determinado organismo. Diríamos que o ha- Os ecossistemas apresentam dois com-
bitat é o endereço dos organismos. Exemplo: O ha- ponentes fundamentais: os fatores abióticos
bitat das minhocas é a terra úmida; o habitat dos (biótopo), representado pelos ambientes físico e
tubarões é a água salgada. químico, e os fatores bióticos (biocenose), repre-
Nicho ecológico: É o papel desempenhado sentados pelos seres vivos. Os fatores abióticos
por um organismo dentro do ecossistema em que podem ser físicos, como a temperatura, a luz,
ele vive. O nicho é uma referência ao modo de vida a umidade, os ventos e a radiação solar; ou quí-
do indivíduo. Ex: a minhoca cava túneis debaixo da micos como os nutrientes presentes no solo e na
terra e se alimenta de partículas de matérias or- água. Dentre os fatores físicos tem destacada im-
gânicas. Pode subir á superfície à noite ou quando portância à radiação solar, porque é por meio dela
há excesso de água no solo. Os tubarões são pre- que os vegetais clorofilados realizam a fotossínte-
dadores, vivem em pequenos grupos em regiões se, transformando a energia luminosa em energia
claras e aquecidas do mar. química, e ainda liberando o oxigênio para a at-
Ecótone: Região de transição entre dois mosfera. Vale lembrar que a energia química é a
ecossistemas diferentes, onde geralmente ocorre única forma de energia aproveitável pelos demais
grande diversidade de espécie, uma vez que ali seres vivos.
podem se desenvolver seres dos 2 ecossistemas Os fatores bióticos são divididos em dois
vizinhos, além de possuir espécies próprias. grandes grupos: os organismos autótrofos, que
Bioma: Grande ecossistema, com flora, fau- são capazes de sintetizar seus próprios nutrien-
na e clima próprios. tes a partir de compostos inorgânicos, e os orga-
Biosfera: Conjunto de todos os ecossiste- nismos heterótrofos, que obtém seus nutrientes
mas do planeta. Compreende a porção de terra através do rearranjo ou decomposição da matéria
biologicamente habitada. orgânica sintetizada direta ou indiretamente pelos
Biociclos: Subdivisão da biosfera em 3 por- autótrofos.
CADEIAS ALIMENTARES

É através das cadeias alimentares que a ma-


téria orgânica é transferida aos indivíduos. Pode-
mos definir cadeia alimentar como a seqüência
linear de seres vivos em que um serve de alimento
para o outro.

Figura 1.3: Teia alimentar.

EXERCÍCIOS

1. (G1 - ifsp 2012) No centro da cidade havia


alguns homens trabalhando num parque para
Figura 1.2: Cadeia alimentar. deixá-lo mais bonito. Era possível ver algumas
borboletas voando entre as árvores, além de
NÍVEL TRÓFICO outros aspectos ecológicos. Em ecologia exis-
tem alguns conceitos que podem ser contextua-
A posição que um ser vivo ocupa em uma ca- lizados com o ambiente desse parque. A figura
deia alimentar é denominada nível trófico. Assim, representa alguns desses conceitos.
os produtores são os seres vivos que produzem
matéria orgânica para todos os organismos do
ecossistema (clorofilados, autótrofos) Os consu-
midores (ou heterótrofos) podem ser primários
ou de primeira ordem (herbívoros), secundários
ou de segunda ordem, etc. Dizem que um animal
é onívoro quando ele pode se alimentar tanto de
vegetais quanto de carne.
Os decompositores ocupam o último nível
de transferência de energia entre os organismos.
Eles degradam tanto os produtores quanto os con-
sumidores. Pode-se afirmar que as letras indicadas
Decompositores ou saprófitos: São organis- por A, B e C correspondem, respectivamente,
mos heterótrofos capazes de decompor os restos aos conceitos
dos seres vivos, devolvendo ao ambiente os com-
ponentes abióticos que formavam os organismos. a) comunidade, população e ecossistema.
Ex: bactérias e fungos. b) biosfera, população e hábitat.
c) população, ecossistema e comunidade.
TEIA ALIMENTAR d) ecossistema, hábitat e comunidade.
e) hábitat, ecossistema e biosfera.
Da interação e entrelaçamento de diferen-
tes cadeias alimentares surge uma teia alimentar,
onde o fluxo de matéria e energia que passa, num 2. (ENEM 2012) O menor tamanduá do mundo é
ecossistema, dos produtores aos consumidores, solitário e tem hábitos noturnos, passa o dia re-
pode seguir numerosos caminhos que se cruzam. pousando, geralmente em um emaranhado de
cipós, com o corpo curvado de tal maneira que
forma uma bola. Quando em atividade, se loco-
move vagarosamente e emite som semelhante
a um assobio. A cada gestação, gera um único
filhote. A cria é deixada em uma árvore à noite
e é amamentada pela mãe até que tenha idade
para procurar alimento. As fêmeas adultas têm
territórios grandes e o território de um macho
inclui o de várias fêmeas, o que significa que ele
tem sempre diversas pretendentes à disposição
para namorar! ter-relações entre os fatores bióticos e abióticos.
02) Biocenose é o conjunto de seres vivos de es-
Ciência Hoje das Crianças, ano 19, n. 174, nov. pécies diferentes que vivem em um determinado
2006 (adaptado). espaço, mantendo relacionamento.
04) Hábitat é o papel que o organismo desempe-
Essa descrição sobre o tamanduá diz res- nha dentro do seu ecossistema.
peito ao seu: 08) Comunidade é o conjunto de organismos de
mesma espécie que vivem em determinado espa-
a) hábitat. ço.
b) biótopo. 16) População é o conjunto de organismos que ex-
c) nível trópico. ploram o mesmo nicho ecológico.
d) nicho ecológico.
e) potencial biótico. Soma: ..................

3. (UNIOESTE 2015) A proliferação de pragas 5. (UNESP) Leia os versos da canção “Carcará”,


urbanas, como o mosquito da dengue, bara- de José Cândido e João do Vale.
tas, cupins, formigas, pombas, dentre outras,
tem explicação biológica. Ela ocorre pela falta Carcará
de predadores naturais. O mosquito Aedes ae- Carcará
gypti, por exemplo, não estaria causando tan- Lá no Sertão
to estrago se anfíbios como sapo, rã e perereca É um bicho que “avoa” que nem avião
não estivessem quase extintos em Bauru, SP. O É um pássaro malvado
mesmo pode ser dito do beija-flor, um dos mais Tem o bico “volteado” que nem gavião
eficientes aliados contra o mosquito da dengue Carcará
no perímetro urbano. Outra importante aliada Quando vê roça queimada
é a lagartixa. Sai voando e cantando
Carcará
Disponível em: http://www.jcnet.com.br/Ge- Vai fazer sua caçada
ral/2011/06/sempredadores-pragas-avancam. Carcará
html (adaptado). Come “inté” cobra queimada
Mas quando chega o tempo da invernada
Com base nos conceitos de população, No Sertão não tem mais roça queimada
comunidade, cadeia e teia alimentar, pode-se Carcará mesmo assim num passa fome
afirmar que: Os “burrego que nasce” na baixada
Carcará
a) o conjunto de baratas da região forma uma Pega, mata e come
comunidade, as quais são consumidoras pri- Carcará
márias. Num vai morrer de fome Carcará
b) o mosquito, a rã e o beija-flor representam Mais coragem do que homem
uma população e um exemplo de cadeia ali- Carcará
mentar. Pega, mata e come
c) os animais do texto podem formar uma teia Carcará é malvado, é valentão
alimentar, onde há a transferência total de É a águia de lá do meu Sertão
matéria e energia. Os “burrego novinho” num pode andar
d) baratas e lagartixas formam uma população e, Ele puxa o “imbigo” “inté” matar
para as lagartixas, as baratas são produtoras Carcará
de alimentos. Pega, mata e come
e) mosquitos, formigas, sapos, lagartixas e beija- Carcará
-flores formam uma comunidade. As formigas Num vai morrer de fome
podem ser consumidoras primárias e as lagar- Carcará
tixas, consumidoras secundárias. Mais coragem do que homem
Carcará
Pega, mata e come
4. (UEM 2013) Analise as afirmações abaixo e as-
sinale a(s) alternativa(s) correta(s). (www.radio.uol.com.br)

01) Ecossistema define o complexo sistema de in- Considerando as relações tróficas encon-
tradas no texto da canção, assinale a alternati- res vivos.
va que apresenta a correta correlação entre o 02) a energia é transferida de um nível trófico para
trecho selecionado e a afirmação que o sucede. outro e retorna integralmente ao ecossistema pela
ação dos organismos decompositores.
a) “Carcará / Come ‘inté’ cobra queimada” e “Os 04) a quantidade de energia que um nível trófico
‘burrego que nasce’ na baixada / Carcará / recebe é superior à que será transferida para o se-
Pega, mata e come”: as cobras e os borregos guinte.
ocupam o mesmo nível trófico, uma vez que 08) ela não volta mais aos seres vivos, uma vez li-
ambos são presas do carcará. berada para o mundo físico, na forma de calor.
b) “Ele puxa o ‘imbigo’ ‘inté’ matar”: os borregos 16) ela será usada também na produção de subs-
são mamíferos e, portanto, ocupam o topo da tâncias orgânicas, ficando armazenada na forma
cadeia alimentar. química.
c) “No Sertão não tem mais roça queimada / Car-
cará mesmo assim num passa fome”: os car- Soma: ..................
carás são decompositores e ocupam o último
nível trófico da cadeia alimentar.
d) “Vai fazer sua caçada”: os carcarás são preda- 8) (Ufpr 2014) O estudo de cadeias tróficas é
dores e, portanto, consumidores primários no importante para a compreensão das relações
segundo nível trófico. entre organismos em um ambiente. Uma forma
e) “Carcará / Come ‘inté’ cobra queimada”: os de estudá-las é pela produtividade, em biomas-
carcarás são consumidores terciários e ocu- sa, em cada nível da cadeia. Supondo a exis-
pam o quarto nível trófico. tência de uma cadeia, num ambiente aquático,
com três comunidades de organismos (vege-
tação, herbívoros e carnívoros) em equilíbrio,
6. (FUVEST 2015) A energia entra na biosfera qual dos gráficos representa a variação dessas
majoritariamente pela fotossíntese. Por esse comunidades, em biomassa (g/m2), em função
processo, da disponibilidade de luz?

a) é produzido açúcar, que pode ser transforma- a)


do em várias substâncias orgânicas, arma-
zenado como amido ou, ainda, utilizado na
transferência de energia.
b) é produzido açúcar, que pode ser transforma-
do em várias substâncias orgânicas, unido a
aminoácidos e armazenado como proteínas
ou, ainda, utilizado na geração de energia.
c) é produzido açúcar, que pode ser transforma-
do em substâncias catalisadoras de proces- b)
sos, armazenado como glicogênio ou, ainda,
utilizado na geração de energia.
d) é produzida energia, que pode ser transfor-
mada em várias substâncias orgânicas, arma-
zenada como açúcar ou, ainda, transferida a
diferentes níveis tróficos.
e) é produzida energia, que pode ser transforma-
da em substâncias catalisadoras de proces-
sos, armazenada em diferentes níveis tróficos c)
ou, ainda, transferida a outros organismos.

7. (UEM 2013) Uma das questões mais intrigan-


tes no estudo da Ecologia é a questão da ener-
gia e suas modificações. Ela pode seguir vários
caminhos em uma teia trófica. Sobre a energia
utilizada pelos organismos, é correto afirmar
que

01) ela se perde definitivamente no interior dos se-


d) Qual seria a consequência do desapareci-
mento das plantas mostradas na figura aci-
ma?

UNIDADE 2: ECOLOGIA II
O FLUXO DE ENERGIA E MATÉRIA NOS
e) ECOSSISTEMAS

Os alimentos (compostos orgânicos) têm a


função de fornecer matéria prima para o cresci-
mento, reprodução desenvolvimento e reparações
nos seres vivos, além de ser a fonte de energia
para a realização de seus processos vitais. Os seres
autótrofos são capazes de sintetizar seus próprios
nutrientes através da fotossíntese. Esse processo
9. (UEL-2012) A prática da queimada, utilizada consegue fixar apenas 1 a 2% da energia solar que
por agricultores para facilitar o plantio, tem chega à superfície terrestre. Tal energia luminosa
efeitos prejudiciais para o solo. Assinale a alter- é convertida em energia química e fica disponível
nativa que apresenta corretamente o efeito da aos seres heterótrofos. Estes a obtêm e a gastam
alta temperatura no solo durante a queimada. pelo processo de respiração. É dessa maneira que
a luz do sol, fixada pelos autótrofos, é transmitida
a) Incorporação do carbono em compostos orgâ- sob forma de energia química aos demais seres vi-
nicos produzidos em altas temperaturas. vos. Entretanto, à medida que passa pelos consu-
b) Perda de nitrogênio causada pela sua incor- midores, essa energia diminui, porque parte dela é
poração em compostos insolúveis, formados usada nos processos vitais e outra parte perde-se
pelas cinzas. sob forma de calor. Conclui-se que sempre restará
c) Aumento da concentração de íons hidrogênio, uma parcela menor de energia disponível para o
levando à acidez e à diminuição do oxigênio. próximo consumidor.
d) Eliminação de microrganismos responsáveis Na transferência de energia entre os seres
pelo processo de degradação da matéria orgâ- vivos não há reaproveitamento da energia liberta-
nica. da; por isso diz-se que ela é unidirecional e ocorre
e) Absorção de monóxido de carbono e compos- sob forma de fluxo de energia. Entretanto, a maté-
tos inorgânicos pelas bactérias nitrificantes, ria pode ser reciclada, isto é, os elementos quími-
causando baixa fertilidade do solo. cos que constituem a matéria viva são reutilizados
na construção de novos seres. A esse processo dá-
-se o nome de ciclo da matéria ou ciclos biogeo-
10. (UNICAMP 2015) A figura abaixo representa químicos.
relações existentes entre organismos vivos.
AS PIRÂMIDES ECOLÓGICAS

Cada nível trófico de uma cadeia alimentar


utiliza parte da matéria para seu próprio con-
sumo antes de servir ao próximo nível. Admite-se
que apenas 10% da energia contida em cada ní-
vel trófico de um ecossistema se transfira para o
próximo nível. Com isso podemos representar os
ecossistemas através das pirâmides de números,
pirâmides de biomassa e pirâmides de energia,
que expressam quantitativamente as cadeias ali-
mentares.

PIRÂMIDES DE NÚMEROS
a) O que é representado na figura? Que tipo de
organismo é representado por X? Indicam o número de indivíduos em cada
b) Qual seria a consequência do desapareci- nível.
mento das aves mostradas na figura acima?
CICLOS BIOGEOQUÍMICOS

Vimos anteriormente que a energia é trans-


ferida de modo unidirecional, e portanto não pode
haver reaproveitamento daquilo que foi liberado.
Já a matéria pode ser reciclada. Fala-se, então, em
ciclo da matéria ou ciclo biogeoquímico.
Os elementos químicos carbono, hidrogê-
nio, oxigênio e nitrogênio são chamados organó-
genos (formadores dos organismos). Juntos, eles
compõem cerca de 97% da matéria viva.
Antes da existência de qualquer ser vivo
na Terra. Esses elementos já existiam, do mesmo
modo que continuam a existir, mesmo depois da
morte dos organismos. Conclui-se, então, que os
corpos apenas tomam emprestados da natureza a
matéria que os formam. Um dia, toda essa matéria
deverá ser devolvida ao meio ambiente, e poderá
ser reutilizada na construção de um outro se vivo
Figura 2.1: Pirâmide de números. qualquer.
Neste capítulo abordaremos esses movi-
PIRÂMIDES DE BIOMASSA mentos cíclicos de elementos e substâncias, que
passam do mundo vivo para o mundo não-vivo (e
A biomassa ou massa orgânica é a quanti- vice-versa). Serão destacados os ciclos biogeoquí-
dade de matéria viva em um ecossistema. De um micos da água, do carbono, do oxigênio e do nitro-
modo geral, a biomassa dos produtores é maior gênio.
que a dos herbívoros, que é maior que a dos car-
nívoros. CICLO DA ÁGUA

A maior parte da água na natureza está sob


estado líquido (mares, rios, lagos, solo e no inte-
rior dos corpos dos animais e vegetais). Encontra-
mos ainda água no forma sólida e uma pequeníssi-
ma quantidade em forma de vapor. Essa pequena
quantidade de vapor origina-se por evaporação e
transpiração, que neste ciclo chamaremos de eva-
potranspiração.
Para evaporar, a água absorve energia (prin-
cipalmente energia solar). O vapor começa a subir
para a atmosfera e, à medida que sobe, vai se res-
Figura 2.2: Pirâmide de biomassa. friando e se condensando, e voltando ao estado
líquido, que se precipita chuva. No solo, a água
PIRÂMIDES DE ENERGIA pode ir atravessando camadas e atingir o lençol
freático, e posteriormente alcançar um rio ou ria-
As Pirâmides de energia são as mais aceitas cho. Parte da água precipitada pode ficar retida no
pelos ecologistas porque elas consideram a bio- solo e ser absorvida pelos sistema radiculares das
massa acumulada por unidade de área ou de volu- plantas. Nos vegetais, a perda da água ocorre por
me, por unidade de tempo. transpiração, sudação e por transferência alimen-
tar à cadeia de consumidores.
Os animais obtêm a água por ingestão dire-
ta, ou ainda indiretamente, pela ingestão de ali-
mentos que contêm água. A eliminação da mesma
ocorre de vários modos, quer pela eliminação de
fezes e urina, quer pela transpiração, sudorese e
respiração.
Podemos notar que, neste ciclo, a água está
em constante mudança de estado físico e há per-
Figura 2.3: Pirâmide de energia. manente troca, dessa substância entre a atmosfe-
ra, a superfície terrestre e todos os seres vivos. no ambiente: a respiração e a fotossíntese. Prati-
camente todo o O2 na atmosfera e na hidrosfera
é oriundo da fotossíntese, onde a água é decom-
posta e o oxigênio é dela libertado. A respiração
é um processo contínuo, realizado por animais e
vegetais, de dia e de noite. Esse processo conso-
me o oxigênio e devolve gás carbônico. Este último
reinicia a fotossíntese nos seres clorofilados. O oxi-
gênio pode também participar da formação da ca-
mada de ozônio (O3). A presença desta camada na
atmosfera é imprescindível para a manutenção da
vida na terra porque sua ação filtrante impede que
a radiação ultravioleta atinja a crosta terrestre. Os
raios ultravioleta são nocivos porque podem cau-
sar alterações genéticas em todos os seres vivos.
Figura 2.4: Ciclo da água.
CICLO DO NITROGÊNIO
CICLO DO CARBONO
A porcentagem de gás nitrogênio na atmos-
É possível encontrar o gás carbônico (CO2) fera é relativamente grande: cerca de 78%. Entre-
na atmosfera ou então dissolvido em águas super- tanto, a maioria absoluta dos seres vivos não con-
ficiais (mares, rios e lagos). Em ambos os casos, a seguem fixá-lo. É bom lembrar que o nitrogênio é
proporção do gás é de aproximadamente 0,03%. imprescindível na formação dos aminoácidos, que
Os seres clorofilados retiram o CO2 da água e do compõem as proteínas. Como então, os vegetais
ar e com ele realizam a fotossíntese, reduzindo-o obtêm no nitrogênio? Ele deve ser fixado em forma
a (CH2O)n, que se polimeriza e se transforma em de nitratos. Isso só é possível graças a três tipos de
açucares (glicose, frutose, sacarose). Estes açuca- microorganismos encontrados no solo: fixadores
res serão utilizados pelo próprio fotossintetizante de nitrogênio, os decompositores e as bactérias
ou serão cedidos aos heterótrofos. O processo de nitrificantes.
oxidação da glicose é a respiração, e através desta As bactérias do gênero Rhizobium rotinei-
reação o CO2 será devolvido à atmosfera ou aos ramente se associam às raízes de leguminosas
rios, mares e lagos. Também a decomposição da (feijão, soja, ervilha, alfafa), formando nódulos, e
matéria orgânica libera CO2. O corpo de organis- vivem com os referidos vegetais uma relação de
mos mortos, seja na água ou na terra, sofre oxida- mutualismo. Já se sabe que as cianofíceas e al-
ção e, com isso, ocorre formação de gás carbôni- guns fungos do grupo dos actinomicetos também
co. Outra fonte importante de produção de CO2 é são capazes de fixar o nitrogênio; estes últimos
a queima de combustíveis fósseis (petróleo e car- ocorrem em nódulos nas raízes de leguminosas e
vão-de-pedra). O grande aumento de consumo de não-leguminosas, como é o caso da araucária. Os
combustíveis, atualmente, tem elevado a taxa de organismos decompositores como o Clostridium
gás carbono na atmosfera, o que deixa preocupa- putrificum, o Bacilus subtilis e o gênero Proteus
dos os ambientalistas, pois o futuro da Terra pode decompõem as proteínas dos restos cadavéricos
ser catastrófico em virtude de aumento da quanti- e dos excrementos em proteoses, peptonas, po-
dade de calor retido (efeito estufa). Vale ressaltar lipeptídeos e aminoácidos. Vários produtos inter-
que nas combustões pode ser eliminado um outro mediários vão surgindo e principalmente a amô-
produto que contém carbono: trata-se do CO, o nia (NH3) e os íons amônio (NH+4) sofrem ação de
monóxido de carbono. Esta substância é incolor e bactérias nitrificantes (Nitrosomonas sp e Nitroso-
inodora, porém é extremamente tóxica. Ela pode coccus sp), que oxidam a amônia em ácido nitroso
matar o homem em poucos minutos, pois forma que, em contato com outras substâncias do solo
um composto estável com a hemoglobina, o que origina os nitritos, neste momento entram em
impede a oxigenação normal dos tecidos. ação as bactérias nítricas (Nitrobacter), as quais
oxidam nitritos em nitratos. É dessa forma que os
CICLO DO OXIGÊNIO vegetais superiores obtêm os nitratos imprescindí-
veis à sua nutrição.
Não é só no ar, sob forma de substância sim- As bactérias desnitrificantes do solo são ca-
ples (O2) que se encontra o oxigênio. Este participa pazes de decompor a uréia e a amônia libertando
também da molécula de água, de gás carbônico e o nitrogênio molecular (N2) para a atmosfera, fe-
de incontáveis compostos orgânicos. Dois proces- chando assim o ciclo do nitrogênio na natureza.
sos opostos mantêm a taxa de oxigênio constante
Figura 2.5: Ciclo do carbono

Figura 2.6: Ciclo do nitrogênio


EXERCÍCIOS 2. (UEL 2007) - Analise os gráficos a seguir.

1. (UFPR/2010) Abaixo estão representados Com base nos gráficos e nos conhecimen-
três exemplos de cadeias alimentares e três tos sobre o tema, assinale a alternativa que de-
pirâmides que expressam o número relativo fine corretamente qual dos gráficos descreve o
de indivíduos em cada nível, numa situação de padrão esperado de variação da biomassa com
equilíbrio ecológico. Relacione as cadeias ali- o tempo, para que em um ecossistema ocorra
mentares com as pirâmides. Assinale a alter- uma retirada líquida de carbono da atmosfera:
nativa que apresenta a numeração correta de
cima para baixo.

a) O gráfico 1, pois, com a mortalidade e a redu-


ção da biomassa, o carbono será incorporado
ao solo na forma de matéria orgânica.
b) O gráfico 2, pois, com o aumento da biomassa,
haverá mais carbono atmosférico sendo reti-
rado do ar.
c) O gráfico 2, pois, com o aumento da biomassa,
haverá também uma maior taxa de respiração.
d) O gráfico 3, pois indica o que ocorreria em uma
a) 1 – 2 – 3. floresta madura, como na Amazônia.
b) 1 – 3 – 2. e) Em qualquer das três situações representadas
c) 3 – 1 – 2. pelos gráficos poderia haver retirada líquida,
d) 2 – 1 – 3. dependendo apenas da taxa respiratória.
e) 3 – 2 – 1.

3. (UEL- 2006) Há uma estreita relação entre as variáveis: estação do ano, temperatura, reprodu-
ção e disponibilidade de alimentos. Fatores, tais como o efeito estufa e o aumento na temperatura,
podem levar a um desequilíbrio no ambiente, com conseqüente alteração na relação entre essas
variáveis. Analise o gráfico a seguir sobre uma espécie de pássaro que, após a eclosão, precisa se
alimentar de uma certa quantidade de lagartas para desenvolver penugem.

Fonte: Scientific American Brasil, ano 2, n. 21, p. 79, fev. 2004.


Com base no texto, no gráfico e nos co- de um lago, fechadas e mantidas em ambiente
nhecimentos sobre o tema, é correto afirmar: iluminado. Após um período, mediu-se nova-
mente o volume de O2 dissolvido na água das
a) Na fase de desajuste, a quantidade de ovos di- duas garrafas. Considerando que a quantidade
minuiu drasticamente durante a postura. de biomassa (g/cm3) de fitoplâncton é a mesma
b) Com a antecipação do período do pico de bio- em ambas as amostras, assinale a alternativa
massa de lagartas na situação de desajuste, os que explica por que é necessário realizar este
pássaros passaram a se reproduzir mais cedo. teste com os dois tipos de garrafas para calcu-
c) A situação de desajuste mostra que, devido ao lar a PPB do lago.
aumento da temperatura, os pássaros migra-
ram para outro ambiente. a) A diminuição da quantidade de O2 dissolvido
d) A situação de desajuste mostra que o núme- na garrafa escura indica quanto O2 é consumi-
ro de lagartas aumentou muito, causando um do na respiração na garrafa clara, portanto a
sério desequilíbrio na cadeia alimentar, pois a PPB é o valor de O2 obtido na garrafa escura
quantidade de produtores não foi suficiente somado ao valor encontrado na garrafa clara.
para alimentá-las. b) O aumento da quantidade de O2 dissolvido na
e) A situação de desajuste mostra que as neces- garrafa clara indica quanto O2 é liberado da
sidades alimentares dos filhotes ficaram com- fotossíntese e é consumido na respiração na
prometidas, visto que o pico de biomassa de garrafa escura, portanto a PPB é o valor de O2
lagartas aconteceu mais cedo. obtido na garrafa clara subtraído do valor en-
contrado na garrafa escura.
c) A diminuição da quantidade de O2 dissolvido na
4. (UFPR – 2010) Algumas populações de huma- garrafa escura indica quanto O2 é liberado da
nos têm sua dieta baseada em carne de peixe. fotossíntese na garrafa clara, portanto a PPB é
Para as populações que vivem à beira de rios o valor de O2 obtido na garrafa escura subtraí-
poluídos por mercúrio, por exemplo, é mais do do valor encontrado na garrafa clara.
prejudicial comer peixes carnívoros do que pei- d) O aumento da quantidade de O2 dissolvido na
xes herbívoros porque: garrafa escura indica quanto O2 é consumido
na fotossíntese na garrafa clara, portanto a
a) os peixes carnívoros se alimentam de qual- PPB é o valor do O2 obtido na garrafa clara so-
quer tipo de organismo, aumentando a chan- mado ao valor encontrado na garrafa escura.
ce de contaminação por substâncias tóxicas e) A diminuição da quantidade de O2 dissolvido na
além do mercúrio. garrafa clara indica quanto O2 é consumido na
b) os peixes herbívoros não ficam expostos ao respiração na garrafa escura, portanto a PPB é
mercúrio por muito tempo, diminuindo as o valor de O2 obtido na garrafa escura subtraí-
chances de contaminar os humanos. do ao valor encontrado na garrafa clara.
c) os peixes carnívoros ficam expostos também
ao mercúrio presente no ar.
d) os peixes carnívoros acumulam o mercúrio 6. (UEM 2014) Sobre os ciclos biogequímicos,
em seu organismo quando se alimentam de assinale o que for correto.
outros organismos, inclusive os peixes herbí-
voros. 01) Bactérias do gênero Rhizobium são importan-
e) os peixes herbívoros não acumulam mercúrio tes para o ciclo do nitrogênio, uma vez que partici-
em seus tecidos. pam do processo de nitrificação.
02) O fósforo é absorvido pelas plantas e animais
na forma de íon fosfato.
5. (UEL – 2011) A Produtividade Primária Bruta 04) O carbono é incorporado nos seres vivos a
(PPB) é o total de matéria orgânica produzida partir da fotossíntese e da quimiossíntese, sendo
pelos organismos fotossintéticos de um ecos- transferido por meio da cadeia alimentar para os
sistema, como, por exemplo, um grande lago. consumidores e os decompositores.
Parte dessa matéria orgânica produzida é gas- 08) O ciclo da água está relacionado com proces-
ta na respiração celular (R), e apenas a quanti- sos que ocorrem na litosfera, na atmosfera e na
dade de energia que sobra fica armazenada na biosfera.
biomassa, constituindo a Produtividade Primá- 16) O principal reservatório de O2 para os seres vi-
ria Líquida (PPL). Assim, temos que: PPL = PPB vos é a estratosfera, onde esse gás se encontra na
- R. Inicialmente, mediu-se a quantidade de forma de O3.
O2 dissolvido existente em uma garrafa trans-
parente e outra escura, ambas contendo água Soma: ..................
7. (UNICAMP 2015) O nitrogênio é um elemento d) bactérias e nematóides
essencial para as plantas, podendo ser obtido e) bactérias e cianobactérias.
do solo ou da atmosfera. No último caso, veri-
fica-se a associação entre plantas e bactérias,
que irão captar moléculas de nitrogênio e con- 10. (Uerj 2014) O ciclo do nitrogênio é extre-
vertê-las em compostos nitrogenados usados mamente importante para os seres vivos. Esse
na nutrição das plantas. Em contrapartida, as elemento faz parte de diversos compostos or-
bactérias se aproveitam dos produtos oriundos gânicos, como proteínas e ácidos nucleicos. Na
da fotossíntese realizada pelas plantas. Essa tabela, há exemplos de formas químicas do ni-
associação é denominada: trogênio incorporadas por alguns seres vivos.

a) mutualismo. O texto se refere a bactérias do


gênero Rhizobium, que produzem amônio.
b) comensalismo. O texto se refere a bactérias do
gênero Rhizobium, que produzem amônio.
c) mutualismo. O texto se refere a bactérias do
gênero Nitrosomona, que produzem proteínas.
d) comensalismo. O texto se refere a bactérias do
gênero Nitrosomona, que produzem proteínas.
e) comensalismo. O texto se refere a bactérias
do gênero Nitrosomona, que produzem carboi-
dratos.

8. (Fuvest 2014) Considere a situação hipotéti-


ca de lançamento, em um ecossistema, de uma No ciclo do nitrogênio, as bactérias desni-
determinada quantidade de gás carbônico, com trificantes estão relacionadas à função aponta-
marcação radioativa no carbono. Com o passar da em:
do tempo, esse gás se dispersaria pelo ambien-
te e seria incorporado por seres vivos. a) conversão da amônia em nitrito.
Considere as seguintes moléculas: b) produção de nitrato a partir da amônia.
c) liberação de gás nitrogênio para o ambiente.
I. Moléculas de glicose sintetizadas pelos d) incorporação de nitrogênio molecular em ami-
produtores. noácidos.
II. Moléculas de gás carbônico produzidas
pelos consumidores a partir da oxidação
da glicose sintetizada pelos produtores. 11. (Uerj 2014) Com as chuvas intensas que caí-
III. Moléculas de amido produzidas como ram na cidade do Rio de Janeiro em março de
substância de reserva das plantas. 2013, grande quantidade de matéria orgâni-
IV. Moléculas orgânicas sintetizadas pelos ca se depositou na lagoa Rodrigo de Freitas. O
decompositores. consumo biológico desse material contribuiu
para a redução a zero do nível de gás oxigênio
Carbono radioativo poderia ser encontra- dissolvido na água, provocando a mortandade
do nas moléculas descritas em dos peixes.
Os dois principais grupos de seres vivos
a) I, apenas. envolvidos no processo de diminuição da taxa
b) I e II, apenas. de oxigênio disponível são:
c) I, II e III, apenas.
d) III e IV, apenas. a) algas e bactérias.
e) I, II, III e IV. b) plantas e bactérias.
c) algas e microcrustáceos.
d) plantas e microcrustáceos.
9. (F.C.CHAGAS) A biofixação do nitrogênio at-
mosférico é realizada por certas espécies de:
12. (UNICAMP/2010) Os seres vivos têm níveis
a) bactérias, apenas de organização acima do organismo, e a Ecolo-
b) nematóides, apenas gia é a área da Biologia que estuda as relações
c) cianobactérias, apenas entre os organismos e destes com o ambiente
em que vivem. Dentre os vários níveis de orga- sociados) ou desarmônicas (há prejuízo para pelo
nização podem ser citados a População, a Co- menos um dos associados).
munidade e o Ecossistema. No entanto, quando analisamos o ecossiste-
ma integralmente, não há saldo negativo porque
a) As figuras abaixo representam a biomassa tudo o que ocorre contribui para a conservação do
de níveis tróficos em dois tipos de ecossis- equilíbrio ecológico.
temas. Relacione cada uma das figuras com
um ecossistema. Justifique. RELAÇÕES INTRAESPECÍFICAS

b) Explique como o dióxido de enxofre (SO2), RELAÇÕES INTRAESPECÍFICAS HARMÔNICAS


liberado na atmosfera por diversas indús-
trias, pode afetar as populações dos dife- Sociedades: A principal característica das
rentes níveis tróficos da pirâmide A. socie­dades é que os indivíduos estão anatomi-
camente se­parados, mas em união permanente.
Pode-se notar nítida divisão de trabalho entre os
indivíduos. Se estes forem morfologicamente dis-
tintos, fala-se em sociedade heteromórfica (Ex.
insetos sociais: abelhas, formigas e cupins). Se
não houver diferenças morfológicas entre os indi-
víduos, a socieda­de é isomórfica (Ex: sociedade
humana).

13. (Uerj 2014) Em seu processo de fixação bio-


lógica, o gás atmosférico nitrogênio é conver-
tido em compostos inorgânicos nitrogenados.
Um exemplo desse mecanismo de conversão
ocorre na relação simbiótica entre bactérias do Figura 3.1: Exemplo de sociedade - formigueiro.
gênero Rhizobium e raízes de leguminosas.
Indique duas vantagens dessa relação Colônias: Nas colônias os indivíduos se
simbiótica, uma para a planta e outra para a encon­tram anatomicamente unidos. As colônias
bactéria. Em seguida, cite o íon nitrogenado também podem ser homotípicas ou heterotípicas.
usado preferencialmente pelas plantas no pro- Nas colônias homotípicas não há divisão de traba-
cesso de fixação e nomeie uma das moléculas, lho entre os partici­pantes (Ex: falsos corais, como
encontradas nas células vegetais, que incorpo- a gorgônia, e os corais-verdadeiros). Nas colônias
ra esse íon. heterotípicas há vários indivíduos diferentes. O
cnidário conhecido por caravela (Physalia) contém
UNIDADE 3: RELAÇÕES ENTRE OS indivíduos especial­izados em flutuação, reprodu-
SERES VIVOS ção e defesa.

Em uma comunidade os indivíduos mantêm


relações entre si, estabelecendo influências mútu­
as em suas vidas. As interações podem ser do
tipo intraespecíficas (entre indivíduos da mesma
espé­cie) ou interespecíficas (entre indivíduos de
espé­cies diferentes). Podem ainda ser harmônicas
(não há prejuízo para nenhum dos indivíduos as-
Mutualismo e protocooperação: São dois ti-
pos de relação em que os organismos se beneficiam
mutualmente. A diferença entre eles é que na proto­
cooperação os participantes podem viver indepen­
dentemente, enquanto que no mutualismo a união é
obrigatória. Um exemplo clássico de protocoopera­ção
é o do paguro e a anêmona-do-mar. O paguro costuma
habitar conchas, e a anêmona se alimenta através dos
cnidoblastos que podem ser produz sub­stâncias urti-
cantes que também afugentam preda­dores. O paguro,
deslocando-se, melhora a captação de alimentos pela
anêmona, e a anêmona protege o paguro. Também os
pássaros que se alimentam dos carrapatos dos bois
Figura 3.2: Exemplo de colônia - caravela. constituem um exemplo de protocooperação: Eles en-
contram alimento fácil, enquanto os bois se livram dos
RELAÇÕES INTRAESPECÍFICAS DESARMÔNICAS ectoparasitas.
Já um exemplo de mutualismo é o caso dos
Competição intraespecífica: a competição líquens, união de algas com certos fungos. A alga
é um mecanismo que se estabelece quando os re- possui clo­rofila e é capaz de fotossintetizar ali-
cursos do meio não estão disponíveis em quanti- mentos para ela e para o fungo. Este é capaz de
dades suficientes para todos os indivíduos de um reter água e sais minerais indispensáveis para am-
determinado local. Surge, assim, a disputa pelos bos.
recursos do meio. Quando ocorre a competição Um importante caso de mutualismo é o
intraespecífica, que acontece entre indivíduos de que ocorre entre os ruminantes e as bactérias que
uma mesma população, verifica-se controle na- produzem ce­lulase. Enquanto os ruminantes ofe-
tural da densidade populacional em determinado recem alimentos e abrigo em seu tubo digestivo,
local. Um exemplo desse tipo de competição é a as bactérias produ­zem celulase, enzima indispen-
territorialidade, disputa por espaço. A delimitação sável na conversão de celulose em glicose. Alguns
de territórios é um comportamento observado em protozoários tam­bém são capazes de digerir a ce-
muitas espécies de animais, como peixes, aves e lulose. No caso do cupim, este contém protozoá-
mamíferos. rios flagelados em seu sistema digestivo, possibili-
Geralmente, é o macho da espécie que de- tando a utilização da ma­deira como alimento.
limita um território a ser defendido contra outros
machos da população. As fêmeas se reproduzem
com aqueles que aqueles que conseguem defen-
der seu território. Como não são todos os machos
da população que conseguem delimitar ou manter
seu território, esse comportamento ajuda a evitar
a superpopulação, determinando um número re-
duzido de casais e um limite de espaço.

Canibalismo: O canibalismo é uma relação


de­sarmônica em que um ser mata outro de sua
espé­cie para dele se alimentar. Apesar de raro no
reino animal, pode ocorrer em populações onde
houve grande aumento em sua densidade demo- Figura 3.3: Exemplo de protocooperação.
gráfica, funcionando assim como um fator regu-
lador do au­mento populacional. Entre os insetos Inquilinismo e comensalismo: São dois
(como o lou­va-a-deus) e entre as aranhas é co- tipos de associação em que apenas um dos par-
mum que a fêmea devore o macho após a cópula. ticipantes se beneficia. O outro, porém, não sofre
qualquer tipo de prejuízo. No inquilinismo, um
RELAÇÕES INTERSPECÍFICAS dos indi­víduos recebe proteção do outro, que nada
sobre. Ex.: O fieráster, um pequeno peixe, vive no
As relações interespecíficas podem ser har- inte­rior do pepino-do-mar e só sai para alimen-
mônicas ou desarmônicas: tar. Um outro exemplo clássico de inquilinismo é
o caso da relação existente entre as orquídeas (e
RELAÇÕES INTERESPECÍFICAS HARMÔNICAS também as bromélias) e as árvores, sobre as quais
se instalam. Ao contrário de que muitas pessoas
pensam, as orquídeas e as bromélias não são pa- ra tenha caracter­ísticas de hostilidade, uma vez
rasitas, uma vez que nada retiram da árvore; elas que os pulgões são mantidos em cativeiro, a sinfi-
apenas vivem sobre galhos e troncos, em lugares lia é considerada uma relação harmônica, pois os
altos, onde encontram condições ideais ao seu pulgões também são beneficiados pela facilidade
desenvolvimento. Por isso são chamadas plantas de encontrarem alimen­tos. Além disso, as formi-
epífitas (epi = “em cima”), e esse tipo de inquilinis- gas dispensam-lhes bons tratos. Alguns autores
mo é denominado epifitismo. As orquídeas obtêm usam o termo escravagismo e esclavagismo para
a água necessária ao seu me­tabolismo absorven- designar a sinfilia.
do o vapor d’água da atmosfera através do velame,
uma adaptação especial da epi­derme radicular. As
bromélias, por sua vez, apresen­tam escamas ab-
sorventes, que são modificadas da epiderme foliar
e cuja função é a absorção de água (seja das chu-
vas ou da umidade do ar).

Figura 3.6: Exemplo de sinfilia.

RELAÇÕES INTERESPECÍFICAS DESARMÔNICAS

Competição interespecífica: ocorre entre


duas populações de espécies diferentes que coe-
xistem em uma mesma comunidade. A competição
se inicia quando essas duas espécies apresentam
nichos ecológicos muito semelhantes e os recur-
Figura 3.4: Exemplo de inquilinismo. sos do ambiente não são suficientes para ambos.
Surgem então as disputas por esses recursos, por
No comensalismo, um dos participantes da exemplo, alimento, espaço ou abrigo.
as­sociação se beneficia com alimentos, enquanto
o outro não sofre qualquer perda ou prejuízo. Ex.:
o peixe-piloto vive ao redor do tubarão, aprovei-
tando os restos de comida que escapam da boca
deste pre­dador. As hienas aproveitam os restos
das refeições de grandes felinos como os leões.

Figura 3.7: Antílopes machos em disputa.

Amensalismo ou antibiose: Trata-se de


uma relação desarmônica em que indivíduos se-
cretam substâncias que inibem ou impedem o
desenvolvi­mento de outras espécies no local. O
Figura 3.5: Exemplo de comensalismo. caso mais con­hecido é o dos antibióticos produ-
zidos pelos fun­gos, a que impedem a multiplica-
Sinfilia: É um tipo especial de relação que ção das bactérias. A maré vermelha (proliferação
há entre as formigas e os pulgões. Sabe-se que es- de certas algas planc­tônicas) produz substâncias
tes últimos sugam a seiva elaborada dos vegetais tóxicas em seu metabo­lismo que, lançadas nas
até começarem a eliminar água açucarada pelos águas, matam outros seres que estão ao redor.
seus intestinos. As formigas capturam pulgões e Hoje sabe-se que as folhas de alguns pinheiros
os man­têm cativos em seus formigueiros, ofere- produzem substâncias que, ao se acumularem no
cendo-lhes, parte vivas de vegetais para que eles solo, não permitem aí a germinação de qualquer
produzam os açucares de que necessitam. Embo- semente, impossibilitando o surgimen­to de outros
vegetais debaixo destas árvores. MIMETISMO E CAMUFLAGEM

Predação: É um tipo de relação desarmôni- A ação da seleção natural é diversificada no


ca em que um indivíduo captura e mata outro (de estabelecimento de características que tornam os
espé­cie diferente) para alimentar-se. Todos os car- organismos semelhantes a outros organismos ou
nívoros são predadores. Ex.: o leão, o lobo, o tigre, a outros componentes do ambiente, de modo que
a onça, o gavião e a águia. O predador pode atacar passam despercebidos de seus predadores ou es-
também as espécies vegetais. Neste caso dá-se o tes às suas presas. É o caso de certos animais que
nome de herbivorismo. Ex.: gafanhotos e saúvas. são menos predados, pois a coloração e/ou forma
do corpo os torna imperceptíveis no meio. Por ou-
Parasitismo: É o tipo de relação desarmô- tro lado, certos predadores também podem apre-
nica en­tre espécies diferentes em que um deles, sentar cor semelhante a do meio, de modo que a
o parasitas, vive no corpo do outro, o hospedeiro, presa não percebe sua presença e é mais facilmen-
e dele retira os alimentos. O parasita prejudica o te capturada. Esses casos são chamados camufla-
hospedeiro e pode inclusive matá-lo. Os ectopara- gem, como acontece com o bicho-pau.
sitas vivem fixados na parte externa do corpo do
hospedeiro (piolho, carrapato, cravo, bicho-de-pé
e sarna) enquanto os endoparasitas habitam o in-
terior do corpo do hos­pedeiro (plasmódio e tripa-
nossoma). Alguns autores não consideram vermes
intestinais como endopara­sitas porque, embora
vivam no interior do organismo, não vivem no inte-
rior de tecidos. Além disso, o tubo digestivo comu-
nica-se diretamente com o meio externo, fazendo
os parasitas ali encontrados serem classificados
como ectoparasitas. Vertebrados e vegetais supe-
riores podem ser parasitas em rarís­simos casos.
A lampréia possui boca circular com a qual se fixa
em animais aquáticos maiores, como o tubarão,
e deles retira sangue, que é seu alimento. O cipó-
-chumbo, vegetal da flora brasileira, retira a seiva
elaborada de outras plantas sobre as quais está fi-
xado, usando para isso finíssima raízes sugadores
denominadas haustórios. A erva-de–passarinho é
considerada hemiparasita porque é também ca-
paz de fotossintetizar, apesar de sugar a seiva ela- Figura 3.8: Exemplo de camuflagem: bicho-pau.
borada da planta hospedeira. As orquídeas, que
nascem no alto de árvore e troncos não são parasi- Existem casos de animais e plantas e plantas
tas; são ap­enas plantas epífitas ( que vivem sobre de sabor agradável para quem deles se alimenta
outras para melhor aproveitamento do espaço). (palatáveis) que, por ação da seleção natural, pas-
saram a se assemelhar a outras espécies não pa-
MECANISMOS DE DEFESA latáveis, de modo a confundir seus predadores. É
o que ocorre com a borboleta-vice-rei, palatável a
COLORAÇÃO DE ADVERTÊNCIA pássaros, que se assemelha à borboleta monarca,
não palatável. É também o caso da borboleta-co-
Alguns animais produzem ou acumulam ruja (Caligo beltrao), em cu­jas asas existem man-
substâncias químicas nocivas e apresentam cores chas que lembram os olhos de uma coruja. Esses
vistosas, chamada coloração de advertência ou casos são chamados mimetismo.
aposematismo, sinalizando que eles não devem
ser ingeridos. Quando um predador tenta se ali-
mentar de um desses organismos, aprende a não
mais comer outro semelhante. Várias espécies de
pererecas que fazem parte da família Dendrobati-
dae e que vivem em florestas tropicais produzem
potentes toxinas e possuem colorações vibrantes,
que denotam um sinal de advertência aos preda-
dores. Um exemplo é a espécie Adelphobates quin-
quevittatus, que habita a floresta amazônica. Figura 3.9: Exemplo de mimetismo: borboleta-coruja.
EXERCÍCIOS 4. (UFPR/ 2009) Associe os tipos de relação eco-
lógica da coluna da direita com as situações
1. (Unicamp 2014) Os insetos, especialmente apresentadas na coluna da esquerda.
aqueles com modo de vida social, estão entre
os animais mais abundantes na Terra. São inse- 1. Um pássaro que se alimenta de carrapatos
tos sociais, que vivem em colônias: que vivem sobre grandes mamíferos, como
bois ou búfalos.
a) formigas, borboletas, besouros. 2. Uma epífita (por exemplo, uma orquídea)
b) abelhas melíferas, formigas, cupins. que cresce sobre uma grande árvore.
c) besouros, abelhas melíferas, moscas. 3. Uma rêmora (ou peixe-piloto) que vive em
d) cupins, libélulas, cigarras. associação com um tubarão, sendo trans-
portada por ele e aproveitando-se dos res-
tos da alimentação do carnívoro.
2. (UFPR 2015) Durante décadas, seres parasitas 4. Bactérias e protozoários que vivem no inte-
foram omitidos das teias alimentares, com base rior do intestino de cupins, onde digerem a
na ideia de que eles teriam pouca influência na celulose.
biomassa do ecossistema. Entretanto, quando
a biomassa dos parasitas é medida, esta noção ( ) Inquilinismo.
é desafiada. Em alguns sistemas estuarinos, ( ) Comensalismo.
por exemplo, a biomassa dos parasitas é com- ( ) Protocooperação (ou cooperação).
parável à dos predadores no topo da cadeia. ( ) Mutualismo.
Traduzido e adaptado de: PRESTON, D. & JOHN-
SON, P. Ecological Consequences of Parasitism. Assinale a alternativa que apresenta a nu-
Nature Education Knowledge 3(10):47, 2010. meração correta da coluna da direita, de cima
para baixo.
A respeito da inserção dos parasitas nas
teias alimentares, considere as seguintes afir- a) 1 – 3 – 2 – 4.
mativas: b) 4 – 2 – 1 – 3.
c) 2 – 3 – 1 – 4.
1. Parasitas podem regular o tamanho da d) 2 – 4 – 3 – 1.
população de hospedeiros. e) 1 – 2 – 4 – 3.
2. Parasitas podem atuar como presas.
3. Parasitas podem alterar o desfecho de
interações competitivas interespecíficas. 5. (F.C.CHAGAS) “O fenômeno da maré verme-
lha ocorre em determinadas condições am-
Assinale a alternativa correta. bientais. Certas algas marinhas microscópicas
de cor avermelhada produzem intensamente,
a) Somente a afirmativa 1 é verdadeira. formam enormes manchas vermelhas no mar.
b) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras. A grande concentração de toxinas produzidas
c) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras. por essas algas provoca grande mortandade de
d) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras. animais marinhos”.
e) As afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras. O fenômeno acima descrito constitui uma
relação ecológica do tipo.

3. (UEL - 2005) Algumas espécies de plantas do a) mutualismo.


Cerrado brasileiro apresentam como caracterís- b) competição.
ticas a baixa regeneração dos indivíduos jovens c) predatismo.
próximos da planta mãe e também a manuten- d) parasitismo.
ção de uma certa distância entre os indivíduos. e) amensalismo.
Com base nessas informações, assinale a alter-
nativa que indica corretamente a competição e o
fator que ocorrem entre estes indivíduos: 6. (UFPR 2014) Pesquisadores da Universida-
de da Flórida estão realizando testes para in-
a) Intraespecífica por gás carbônico. troduzir nos Estados Unidos o inseto Calophya
b) Interespecífica por água. latiforceps (conhecido como gralha-da-folha-
c) Intraespecífica por nutrientes. -da-aroeira), nativo do Brasil, para combater
d) Interespecífica por polinizadores. a invasão de aroeira, que está diminuindo a
e) Intraespecífica por oxigênio. biodiversidade de diversas regiões. Esse inse-
to alimenta-se de nutrientes da árvore, com-
prometendo seu crescimento. Esse processo é
o controle biológico natural, que pode trazer
risco para o ecossistema em que é implantado
quando o organismo usado para fazer o contro-
le:

a) sofre mutação.
b) não sobrevive no novo ambiente.
c) passa a comer outros vegetais.
d) adapta-se ao novo ambiente.
e) altera o ciclo biogeoquímico de nutrientes.

7. As espécies I e II ocupam o mesmo nicho e o


mesmo habitat em uma comunidade. Qual a
provável conseqüência para I da diminuição
drástica de II, após algumas gerações?

a) transforma se nicho ecológico


b) extingue-se
c) não se altera
d) diminui sua densidade
e) aumenta a sua densidade.

8. (Unicamp 2014) Os diagramas abaixo ilus-


tram a frequência percentual de indivíduos
com diferentes tamanhos de bico, para duas
espécies de tentilhões (gênero Geospiza) en-
contradas em três ilhas do arquipelago de Ga-
lápagos, no oceano Pacífico. As frequências de
indivíduos com bicos de diferentes profundida-
des (indicadas pelas setas) são mostradas para
cada espécie, em cada ilha. Sabendo-se que 9. (UEL - 2012) Os seres humanos modificam o
ambas as espécies se alimentam de sementes, ambiente para uso dos recursos naturais, crian-
indique a interpretação correta para os dados do impactos sobre os ecossistemas. O gráfico a
apresentados. seguir mostra um exemplo hipotético da inter-
ferência humana sobre a fauna local em um de-
a) Trata-se de um exemplo de cooperação entre terminado rio com nascente na floresta nativa.
as duas espécies, que procuram por alimento
juntas, quando estão em simpatria.
b) Trata-se de um exemplo de deslocamento de
caracteres resultante de competição entre as
duas espécies na situação de simpatria.
c) Trata-se de um exemplo de predação mútua
entre as espécies, levando à exclusão de G.
fuliginosa na ilha Daphne, e de G. fortis na ilha
Los Hermanos.
d) Trata-se de um caso de repulsa mútua entre
as duas espécies, sendo mais perceptível nas
ilhas Daphne e Los Hermanos.
a) Com base no gráfico, explique as variações
das populações A e B.

b) No contexto do exemplo dado na questão,


esquematize uma cadeia alimentar em um
ambiente aquático de uma floresta nativa.
10. (Fuvest 2014) Considere duas populações
das espécies A e B, que podem viver separada-
mente e que, se reunidas, estabelecem intera-
ções interespecíficas.
Os gráficos abaixo representam o cresci-
mento dessas populações.

Considere que populações das espécies A


e B foram reunidas.

a) Admitindo que a espécie A é parasita da


espécie B, represente, nas coordenadas
do gráfico abaixo, o que é esperado para o 11. (UEL 2013) Leia o texto a seguir.
crescimento da população da espécie B.
A biodiversidade vem sofrendo quedas
drásticas na riqueza e na abundância de espé-
cies de anfíbios. No mundo, há mais de 7 mil
espécies catalogadas, porém cerca da metade
está ameaçada e centenas podem estar extin-
tas. Uma das principais causas desse quadro
é uma doença denominada quitridiomicose,
transmissível pela água e causada pelo fungo
Batrachochytrium dendrobatidis, que infecta a
pele, principalmente, do abdômen, dos pés e
dos dedos dos anfíbios. As lesões são visíveis
apenas com o auxílio de instrumentos ópticos,
e evidências da moléstia estão associadas a cer-
tas mudanças comportamentais do hospedeiro.
(Adaptado de: PEREIRA, P. L.; BÉCARES, E. Um fun-
go ameaça os anfíbios. Ciência Hoje, v.47, n.279,
2011. p.64-65.)
b) Admitindo que a espécie A é comensal da
espécie B, represente, nas coordenadas a) Identifique e explique o tipo de interação
do gráfico abaixo, o que é esperado para o ecológica existente entre o fungo e o anfí-
crescimento da população da espécie B. bio. Desconsiderando os fungos, explique
um exemplo desse mesmo tipo de interação
ecológica entre o ser humano e outro orga-
nismo, com o respectivo nome da doença.

b) Apresente três exemplos de organismos re-


presentantes da classe dos anfíbios.
com organismos que foram colonizando a lava
12. (UFPR/2011) Competição é um processo que endurecida e criando condições para que outros
envolve duas ou mais espécies que utilizam os organismos ali se instalassem, até chegar à com-
mesmos recursos. Nicho, habitat e nível trófi- plexa e exuberante comunidade de seres vivos que
co são conceitos utilizados para se descrever a ali ocorrem. A Floresta Amazônica é um exemplo
associação de uma espécie com o meio (bióti- de comunidade clímax.
co e abiótico) em que vive. Esses conceitos são O que acabamos de descrever para o caso
fundamentais para a compreensão do ecossis- da Floresta Amazônica é a essência do conceito de
tema. Considerando os conceitos de nicho, ha- sucessão ecológica: sucessão de comunidades em
bitat e nível trófico, defina qual deles é o mais um dado local, até o estabelecimento de uma co-
eficiente na detecção de processos de compe- munidade clímax. Esse processo é gradual e ocor-
tição entre duas espécies, justificando porque re porque, a partir da colonização do ambiente
ele é superior aos outros dois. pelos primeiros seres vivos, o ambiente vai sofren-
do modificações locais provocadas pelos próprios
organismos, como alterações na temperatura, no
UNIDADE 4: SUCESSÕES solo e nas condições de umidade.
ECOLÓGICAS A sucessão primária inicia-se em regiões
que geralmente constituem ambientes hostis
Os organismos que compõe uma comu- para a maioria dos seres vivos. É o caso da super-
nidade sofrem influencia de seu ambiente, mas fície nua de rochas, onde a umidade é reduzida,
também atuam sobre ele, provocando pequenas a temperatura varia muito ao longo do dia e não
alterações locais. Essas alterações podem estabe- há nutrientes disponíveis. Entretanto, existem al-
lecer novas condições eventualmente favoráveis guns seres vivos que conseguem sobreviver nes-
à instalação de outras espécies e desfavoráveis a sas condições. Dizemos que esses organismos são
espécies já existentes na comunidade. Assim, po- pioneiros, pois iniciam o processo de sucessão
dem ocorrer mudanças nas comunidades, que, ecológica. Exemplos de organismos pioneiros são
ao longo do tempo, acabam por levar ao estabe- algumas espécies de bactérias, fungos e líquens.
lecimento de uma comunidade estável, autorre- Os líquens são associações entre algas e
gulada, que não sofre alterações significativas em fungos. Os fungos fixam-se à rocha nua e retêm
sua estrutura. Todavia é muito comum na nature- a umidade do ar, enquanto as algas aproveitam
za ocorrerem perturbações em várias escalas de essa umidade e a presença de luz para realizar a
tempo que impedem a comunidade de atingir a fotossíntese. Após certo tempo, alguns liquens
estabilidade. Esse processo de mudanças ordena- vão morrendo naturalmente, sendo decompostos
das ao longo do tempo, no qual comunidades vão por microrganismos. Uma fina camada de maté-
se sucedendo, é chamado de sucessão ecológica. ria orgânica vai se formando lentamente sobre a
O processo de sucessão ecológica caracte- rocha, além de partículas minerais resultantes da
riza-se por alterações graduais, ordenadas e pro- erosão. Essa camada permite que plantas de pe-
gressivas no ecossistema resultante da ação contí- queno porte, como musgos e gramíneas, se fixem
nua dos fatores ambientais sobre os organis­mos e e obtenham água e sais minerais necessários à sua
da reação destes sobre o ambiente. O estágio má- sobrevivência.
ximo é o Clímax, que se caracteriza por uma co­ O processo de sucessão continua: as plantas
munidade que expressa o máximo de desenvolvi­ de pequeno porte promovem alterações no micro-
mento possível do ecossistema sob as condições clima, pois o local fica mais úmido e a camada de
do local em que a sucessão ocorreu. matéria orgânica em decomposição vai aumen-
As comunidades passam por uma sequência tando à medida que indivíduos vão morrendo.
de estágios ou séries até se transformarem em co- Começa a se formar um solo, com condições para
munidade clímax. Isso quer dizer que a região ocu- o estabelecimento de plantas cada vez maiores.
pada por elas nem sempre foi assim, podendo ter Com o desenvolvimento da vegetação, animais
sido ocupada anteriormente por uma comunidade também vão se estabelecendo na região, até che-
distinta. gar a um estágio em que a comunidade se torna
Atualmente, como você sabe, a região da estável.
Amazônia é encoberta por uma densa floresta A sucessão ecológica primária também pode
tropical, rica em espécies vegetais e animais. As ocorrer em dunas recém-formadas e geralmente é
comunidades que existem no nosso planeta não um processo lento, levando as vezes milhares de
surgiram de uma só vez. A floresta amazônica, anos para o estabelecimento da comunidade clí-
por exemplo, não surgiu pronta. Ela se formou aos max.
poucos, após um gigantesco derrame de lava ocor- É importante ressaltar que, em uma comu-
rido na região há cerca de 200 milhões de anos, nidade clímax, a biodiversidade se mantem cons-
tante, o que não significa dizer que não ocorrem A diversidade inicial é baixa, haven-
variações sazonais. Além disso, ao longo de um in- do predomínio de autótrofos. Ao
tervalo maior de tempo, podem ocorrer modifica- longo da sucessão ocorre aumento
ções na estrutura da comunidade, com a extinção Diversidade de na diversidade e no número de he-
de algumas espécies ou o surgimento de novas espécies terótrofos. No clímax a diversidade
espécies (por meio de migrações, por exemplo). é estável. Às vezes a diversidade
Alterações no ambiente relacionam-se com alte- aumenta ao longo da sucessão e
rações nas populações, e vice-versa. Assim, o uso declina um pouco no clímax.
do termo “estável” não deve ser entendido como
imutável; não podemos nos esquecer que os ecos- Biomassa Aumenta.
sistemas são dinâmicos e que, ao longo do tempo,
as populações evoluem. Teia alimentar Torna-se mais complexa
A sucessão ecológica também pode ocor-
rer em áreas como lavouras abandonadas ou Tabela 4.1: Tendências da sucessão ecológica.
florestas derrubadas. Em um campo de cultivo EXERCÍCIOS
abandonado, por exemplo, começam a aparecer
gramíneas, que vão sendo substituídas por ar- 1. (Unesp 2014) A figura mostra uma antiga área
bustos e depois por árvores de maior porte, for- de cultivo em processo de recuperação ambien-
mando as chamadas capoeiras. Processos como tal.
estes recebem o nome de sucessão secundária,
para diferenciá-los da sucessão primária, que é a
colonização de áreas nunca antes habitadas. Ob-
serva-se sucessão secundária no Cerrado, onde há
queimadas que ocorrem naturalmente na época
seca. causando a destruição dos organismos, que
são rapidamente substituídos por outros (situação
observada em áreas sem a intervenção humana).
A sucessão secundária geralmente é um processo
rápido se comparado com a sucessão primária.
Podendo levar algumas décadas para o estabele-
cimento de uma nova comunidade clímax.
Como dissemos em geral as sucessões pri-
márias demoram mais tempo que as secundárias
para atingir o clímax. Estudos de sucessão primá-
ria em dunas ou em regiões de derramamento de
lava vulcânica estimam que sejam necessários
pelo menos 1000 anos para o desenvolvimento de
uma comunidade clímax. Por sua vez, a sucessão
secundária em terras com clima úmido e tempe-
rado, onde houve derrubada de matas, pode levar
apenas 100 anos.
Ao longo da sucessão, as comunidades que
se instalam sofrem mudanças em sua estrutura. Já os gráficos representam alterações
As principais estão resumidas na tabela a seguir: que ocorrem nessa área durante o processo de
recuperação.
características tendências na sucessão, desde o
da comunidade estágio inicial até o clímax

Muda rapidamente no início e


mais lentamente nos estágio in-
termediários, mantendo-se apro-
Composição em ximadamente constante no clí-
espécies max. As espécies importantes nos
estágios iniciais podem não ser
importantes ou não fazer parte
da comunidade clímax.
comunidades clímax, uma vez que necessitam de
Durante o processo de sucessão secundá- condições favoráveis, como sombra e umidade,
ria da área, em direção ao estabelecimento de para sobreviverem.
uma comunidade clímax florestal, os gráficos 16) O processo de sucessão secundária ocorre logo
que representam o número de espécies de gra- após a sucessão primária e apresenta maior diver-
míneas, a biomassa, o número de espécies de sidade de espécies e de indivíduos.
arbustos e a diversidade de espécies são, res-
pectivamente, Soma: ..................

a) II, III, III e II.


b) III, I, III e II. 5. (UEL - 2008) Analise a ilustração a seguir:
c) II, I, III e II.
d) I, III, II e I.
e) I, III, I e III.

2. (Fuvest 2014) Considere as seguintes compa-


rações entre uma comunidade pioneira e uma
comunidade clímax, ambas sujeitas às mesmas
condições ambientais, em um processo de su-
cessão ecológica primária:

a) A produtividade primária bruta é maior


numa comunidade clímax do que numa co-
munidade pioneira.
II. A produtividade primária líquida é maior (CAVALHEIRO, A. L. et al. A biologia na produção
numa comunidade pioneira do que numa de sementes e mudas de espécies nativas: noções
comunidade clímax. básicas. Londrina: EDUEL, 2006. p.12.)
III. A complexidade de nichos é maior numa
comunidade pioneira do que numa comu- Com base na ilustração e nos conheci-
nidade clímax. mentos sobre sucessão secundária (ecológica),
analise as afirmativas a seguir:
Está correto apenas o que se afirma em
I. As espécies consideradas como pionei-
a) I. ras germinam em locais bem iluminados,
b) II. crescem rápido, vivem pouco e a árvore
c) III. adulta apresenta tamanho considerado
d) I e II. pequeno ou médio.
e) I e III. II. As espécies consideradas secundárias ini-
ciais podem germinar à sombra e a árvore
adulta apresenta tamanho considerado
3. (UEM 2014) Analise as afirmativas sobre su- grande.
cessão ecológica e assinale a(s) alternativa(s) III. As espécies consideradas secundárias tar-
correta(s). dias germinam e crescem em locais bem
iluminados, vivem muito e o tamanho da
01) A sucessão ecológica é regulada pela comuni- árvore adulta é considerado médio.
dade biológica e também pelos fatores abióticos IV. As espécies consideradas clímax germi-
que podem limitar a extensão do desenvolvimen- nam à sombra e crescem em locais bem
to das espécies. iluminados, vivem muito e a árvore adul-
02) Ao longo do processo de sucessão, observa-se ta apresenta tamanho considerado gran-
aumento na diversidade de espécies, aumento de de a muito grande.
nichos ecológicos e diminuição da produtividade
primária líquida. Assinale a alternativa que contém todas
04) As espécies pioneiras são fundamentais para as afirmativas corretas.
a sucessão, pois promovem alterações ambientais
que propiciam o estabelecimento das comunida- a) I e II.
des intermediárias. b) II e IV.
08) Os liquens são considerados indicadores de c) I e III.
d) II, III e IV. Figura 5.2: Alguns exemplos de vírus. 1. adenovírus; 2.
e) I, III e IV. vírus da poliomelite; 3. bacteriófago; 4. vírus do mosai-
co-do-tabaco; 5. vírus da gripe.
6. (UEL - 2007) Assinale a alternativa que apon- CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS VÍRUS
ta corretamente os indícios de que a sucessão
ecológica chegou a um estágio de “clímax”: Os vírus são partículas pequeninas. São vi-
síveis apenas no microscópio eletrônico. Não têm
a) Cessam completamente as mudanças na bio- metabolismo próprio e precisam invadir células
massa. A riqueza de espécies atinge um pata- vivas para se multiplicar. Por isso são chamados
mar e permanece constante por centenas de de parasitas intracelulares obrigatórios. São for-
milhares de anos. mados por uma cápsula protéica (capsídeo), que
b) As proporções da abundância total represen- envolve o material genético. Dentro do capsídio
tadas por cada espécie assumem um valor fixo encontram-se as moléculas de material genético
e cessam as mudanças em tempo geológico. que pode ser DNA (ex: vírus da herpes, resfriado e
c) As mudanças em todas as propriedades bási- bacteriófagos) ou RNA (ex: vírus da AIDS e gripe).
cas do ecossistema cessam completamente. Apesar de serem inertes fora da célula hospedeira,
d) Passa a ser impossível detectar mudanças, quando o vírus invade esta, passa a ter capacidade
por exemplo, na composição de espécies, de reprodução, hereditariedade e mutação. São
após poucos anos. visíveis apenas no microscópio eletrônico.
e) As únicas mudanças que continuam são a es-
peciação e a evolução. DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS

UNIDADE 5: VÍRUS

Figura 5.1: Charge.

Os vírus, de acordo com a teoria celular, não Figura 5.3: Charge.


são considerados seres vivos, uma vez que não
possuem célula. Dizemos então que eles são ace- Como vimos, os vírus sempre invadem cé-
lulares. Os vírus são parasitas celulares obrigató- lulas de outros seres vivo para se reproduzir. Nas
rios, que atacam células de animais, de plantas, de plantas e nos animais a infecção viral causa doen-
fungos ou de bactérias. Quando fora da célula hos- ças. Um exemplo de doença de planta causada por
pedeira, os vírus são completamente inertes e não vírus é o mosaico-do-tabaco, doença que afeta as
se reproduzem. No interior da célula hospedeira, folhas das plantas de tabaco. As células dos seres
porém, um vírus pode originar centenas de novos humanos também são alvo de infecções virais. Al-
vírus idênticos. guns tipos de vírus são responsáveis por doenças
menos graves como resfriados, enquanto outros
tipos causam doenças mais graves como a polio-
melite (paralisia infantil). Algumas doenças causa-
das por vírus são:

• AIDS • Poliomielite
• Varíola • Raiva
• Febre Amare- • Caxumba
la • Gripe
• Sarampo • Dengue
• Herpes • Rubéola que se multiplica e orienta a fabricação das proteí-
• Catapora • Meningite nas virais. O material genético e a proteína viral se
unem e são expelidos da célula, levando fragmen-
Os vírus são bastante específicos. Atacam tos da membrana celular, que passam a constituir
poucos tipos ou apenas um tipo de célula especí- o envelope viral. Não necessariamente há morte
fico. Isso ocorre porque um determinado vírus só da célula hospedeira.
consegue infectar as células que possuem proteí- O HIV tem um envelope externo formado
nas em suas membranas que são complementares por lipídios e proteínas, contendo no interior o
às proteínas dos vírus, e permitir portanto, a liga- capsídio com duas moléculas idênticas de RNA e
ção deste. O vírus da poliomielite, por exemplo, é algumas moléculas da enzima transcriptase re-
muito específico e infecta apenas células nervo- versa, que permite a fabricação de DNA a partir
sas, da mucosa da garganta e do intestino. Já os das moléculas de RNA. Por possuir essa enzima
vírus da rubéola não possuem uma especificidade que atua “ao reverso”, esse vírus e outros seme-
tão alta e podem atacar tipos celulares mais dife- lhantes são chamados retrovírus. O HIV adere à
renciados. célula hospedeira e seu envelope se funde com a
Os vírus da gripe são bastante versáteis, po- membrana celular, liberando o capsídio no interior
dendo infectar diversos tipos de células humanas do citoplasma, onde é digerido. Ocorre a liberação
e de diferentes animais, como patos, cavalos, por- do RNA viral e da transcriptase reversa, que pro-
cos, aves, etc. Na maioria dos casos, essa capaci- duz um DNA a partir do RNA. O DNA formado pe-
dade é devida ao fato de o vírus poder se ligar a netra no núcleo da célula hospedeira e se integra a
substâncias que estão presentes nas membranas um dos cromossomos. Esse DNA passa a produzir
das células desses organismos. RNA, que constituirá o material genético de novos
vírus ou será usado na síntese da proteína do cap-
REPRODUÇÃO VIRAL sídio e da transcriptase reversa. A célula infecta-
da, por ter o material genético do vírus integrado
A reprodução dos vírus é bastante simples a seus cromossomos, pode produzir partículas vi-
e ocorre em um curto período de tempo. Envolve rais pelo resto da vida. Atacados pelo HIV, os linfó-
dois processos básicos: multiplicação do material citos T auxiliares (ou células CD4) perdem a capa-
genético e síntese das proteínas do capsídio (en- cidade de defender o corpo, que passa a contrair
voltório protéico que envolve o material genético). infecções que não afetariam uma pessoa sadia.
Os vírus bacteriófagos, também chamados fagos,
são inofensivos aos animais, porém parasitam
bactérias. Eles injetam apenas o miolo de ácido
nucléico na bactéria, onde ele se reproduz e pro-
voca a formação de numerosos fagos que acabam
matando a célula.

Figura 5.4: Reprodução do vírus bacteriófago.

A gripe é contraída quando o vírus da gripe


infecta as células do corpo, geralmente da via res-
piratória. A partícula viral penetra no citoplasma
onde ocorre a digestão do capsídio por enzimas
celulares, libertando o material genético do vírus,
Figura 5.5: Reprodução do vírus influenza, o vírus da gripe.

Figura 5.6: Reprodução do vírus HIV, o vírus da AIDS.


EXERCÍCIOS 3. (UNICAMP 2015) Campinas viveu no verão
deste ano a maior epidemia de dengue da sua
1. (FUVEST 2015) Existem vírus que: história e situação semelhante foi observada
em outras cidades brasileiras. Indique o vetor
a) se reproduzem independentemente de célu- dessa virose, onde ele se reproduz e a situação
las. de temperatura que influencia sua reprodução.
b) têm genoma constituído de DNA e RNA.
c) sintetizam DNA a partir de RNA. a) O vetor do vírus da dengue é o Aedes aegypti.
d) realizam respiração aeróbica no interior da Suas fases imaturas desenvolvem-se no solo e
cápsula proteica. há diminuição na sua reprodução em tempe-
e) possuem citoplasma, que não contém organe- raturas abaixo de 17º C.
las. b) O vetor do vírus da dengue é o Culex quiquefas-
ciatus. Suas fases imaturas desenvolvem-se na
água suja e há aumento na sua reprodução em
2. (UEL 2007) Leia o texto a seguir. “Faz um sé- temperaturas abaixo de 17º C.
culo que a comunidade científica muda repeti- c) O vetor do vírus da dengue é o Aedes aegypti.
damente de idéia sobre a natureza dos vírus. Suas fases imaturas desenvolvem-se na água
Vistos originalmente como venenos, depois limpa e há diminuição na sua reprodução em
como formas de vida e mais tarde como subs- temperaturas abaixo de 17º C.
tâncias químicas biológicas, considera-se hoje d) O vetor do vírus da dengue é o Culex quique-
que os vírus estejam numa região cinzenta en- fasciatus. Sua reprodução se dá no solo e sofre
tre o vivo e o não vivo. Só conseguem se repli- aumento em temperaturas abaixo de 17º C.
car com a ajuda de células vivas e podem afe- e) O vetor do vírus da dengue é o Aedes aegypti.
tar profundamente o comportamento delas. A Suas fases imaturas desenvolvem-se na água
categorização dos vírus como seres sem vida suja e no solo e há aumento na sua reprodução
durante a maior parte da história da biologia em temperaturas abaixo de 17º C.
moderna teve uma conseqüência indesejada:
levou os pesquisadores a ignorá-los no estudo
da evolução. Finalmente, no entanto, os cien- 4. (UFPR – 2010) Na década de 1990 foram des-
tistas estão começando a entendê- lo como pe- cobertas, no genoma de aves e mamíferos, inú-
ças fundamentais da história da vida”. meras sequências de DNA que tinham grande
Fonte: VILLARREAL, L.P. Ameaça Fantasma. similaridade com os retrovírus infecciosos e por
Scientific American Brasil. Ano 3, n° 32, Janeiro isso foram denominadas retrovírus endógenos
de 2005. p. 61. (RVEs). Sabemos hoje que esses estranhos ele-
mentos constituem 8% do genoma humano.
Com base no texto e nos conhecimentos (Fonte: Instituto Ciência Hoje – coluna Deriva
sobre o tema, é correto afirmar. Genética.)

a) Nos vírus, a síntese de ácidos nucléicos, proteí- Sobre os retrovírus endógenos, considere
nas e outras atividades bioquímicas que pos- as seguintes afirmativas:
sibilitem a sua multiplicação independem da
célula hospedeira. 1. Retrovírus endógenos surgem a partir da
b) Um vírus pode replicar-se para produzir milha- evolução de genes mutantes do próprio
res de partículas virais filhas e essa replicação organismo.
se dá por fissão binária e nas formas mais evo- 2. Para que esses elementos surjam, é ne-
luídas pela mitose. cessária a presença, em algum momento
c) As encefalopatias espongiformes transmis- do processo, da enzima transcriptase re-
síveis, como por exemplo, a doença da “vaca versa.
louca”, são causadas por um vírus que apre- 3. Os retrovírus endógenos são encontrados
senta RNA. no citoplasma das células infectadas.
d) Os retrovírus, como por exemplo o causador 4. A origem de retrovírus endógeno pode se
da hepatite B, são assim chamados porque o dar a partir da infecção de organismos
DNA genômico é transcrito em RNA. por vírus que possuem RNA como mate-
e) A enorme população dos vírus, combinada rial genético.
com suas taxas aceleradas de replicação e mu-
tação, faz deles uma das maiores fontes de va- Assinale a alternativa correta.
riação genética.
a) Somente a afirmativa 2 é verdadeira.
b) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras. fere em uma via do metabolismo das bactérias.
c) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadei- Os antibióticos, porém, são inúteis no combate
ras. às infecções por vírus. Explique por que os anti-
d) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras. bióticos não têm efeito contra os vírus.
e) Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras.

8. (UFSCAR – 2010) A revista Veja publicou, em


5. O vírus responsável pela Aids é um retroví- sua edição de 29/07/2009, a reportagem “Não
rus.Qual o tipo de ácido nucléico que constitui o há motivo para alarme” onde citadados do Mi-
material genético dos retrovírus? A denomina- nistério da Saúde mostrando que a gripe co-
ção “retrovírus” refere-se a que característica mum matou, no mesmo período em 2008, 4.500
desse vírus? pessoas, contra 33 mortes causadas pelo vírus
H1N1 em 2009. A mesma reportagem mostra
que um estudo realizado com ratos compro-
6. (UNESP 2003) Darwin ajuda luta contra AIDS: vou que o vírus H1N1 tem dez vezes mais capa-
Charles Darwin aprovaria. O novo trata- cidade de infectar o tecido pulmonar do que o
mento contra a AIDS, em desenvolvimento na vírus da gripe comum. Desta forma, o proble-
Universidade Harvard, promete um raro avan- ma maior da gripe causada por este vírus é sua
ço no combate à doença. Mas, melhor ainda, habilidade em “conquistar hospedeiros” e não
pela primeira vez uma terapia está levando a sua letalidade.
sério a teoria da evolução darwiniana, baseada
no princípio da seleção natural (...). A equipe da a) Quais são as principais atitudes individuais
Universidade resolveu testar o que aconteceria a serem tomadas para se evitar o contágio,
se uma população de vírus fosse submetida a amplamente veiculadas pelo Ministério da
várias drogas, AZT, DDI e Piridinona, que ata- Saúde?
cassem o mesmo alvo. O alvo é a enzima trans-
criptase reversa, que o HIV usa (...) para inte- b) Sobre a reprodução do H1N1 no interior das
grar seu genoma ao da célula infectada. (...). O células foi feita a seguinte afirmação: “Sen-
resultado foi revolucionário (...), o vírus acabou do o H1N1 um vírus de RNA, a duplicação do
perdendo a capacidade de se multiplicar. (...). genoma viral ocorre pela ação de uma enzi-
O tratamento só é eficaz quando as drogas são ma, a RNA polimerase, que catalisa a síntese
ministradas conjuntamente (...) de RNA a partir do DNA da célula hospedeira
(Folha de S.Paulo, 28/ 02/ 1993.) para a produção de novos vírus”. Avalie se
esta informação está correta ou não, justifi-
Lembre-se de que cada droga reconhece cando a sua resposta.
e atua sobre uma região específica da enzima
transcriptase reversa, e que as enzimas depen-
dem de sua composição de aminoácidos e es- 9. (UNESP – 2003) Uma equipe de futebol iria
trutura espacial para exercer sua função. disputar uma partida em uma cidade atingida
por epidemia de dengue. A diretoria do clube,
a) Do ponto de vista evolutivo, e considerando após uma breve visita às dependências do hotel
a ação da seleção, explique o que ocorre- da cidade, tomou algumas providências para
ria com a população viral se fosse utilizada preservar a saúde dos membros da delegação,
uma única droga. que iria se instalar dois dias antes do jogo na-
quela cidade. As instruções previamente trans-
b) Por que o tratamento só se mostrou eficaz mitidas à gerência do hotel foram:
com a administração conjunta das três dro-
gas? 1. Instalação de telas em todas as janelas.
2. Desinfecção de todos os vasos sanitários.
3. Instalação de ventiladores nos quartos,
7. (UFRJ – 2003) Em 1928, Alexander Fleming para dispersar os agentes patogênicos da
isolou a penicilina a partir de culturas de fungos dengue.
do gênero Penicilium. Primeiro antibiótico co- 4. Remoção dos vasos de bromélias da área
nhecido, a penicilina foi produzida em larga es- verde e dos corredores do hotel.
cala para o combate às infecções bacterianas. 5. Colocação de flúor nos reservatórios de
Desde então, inúmeros outros antibióticos fo- água.
ram isolados de seres vivos ou sintetizados em
laboratório. Cada um destes antibióticos inter- a) Quais foram as instruções corretas para a
prevenção da dengue? Justifique. a) Que células do organismo fundamentais
para a resposta imune são primeiramente
b) b) Que outras doenças, além da dengue, po- afetadas pelo vírus Ebola?
deriam ser evitadas com as medidas indica-
das na resposta a? b) Qual a importância da vacina possuir em
sua superfície a glicoproteína do vírus Ebo-
la?
10. (UEL 2015) O Papilomavírus Humano, ou
HPV, é uma das principais causas de ocorrên- c) Por que a vacina VSV não se comporta como
cia do câncer de colo do útero, sendo a terceira o vírus Ebola?
maior taxa de incidência entre os cânceres que
atingem as mulheres, atrás apenas do de mama
e de cólon e reto. O vírus do HPV é transmitido 12. (UNICAMP 2015) O vírus Ebola foi isolado em
por meio de relação sexual pelo contato direto 1976, após uma epidemia de febre hemorrágica
com pele ou mucosas infectadas. Também pode ocorrida em vilas do noroeste do Zaire, perto do
ser transmitido da mãe para filho no momento rio Ebola. Esse vírus está associado a um qua-
do parto. A vacinação é o primeiro de uma série dro de febre hemorrágica extremamente letal,
de cuidados que a mulher deve adotar para a que acomete as células hepáticas e o sistema
prevenção do HPV e do câncer do colo do útero. retículoendotelial. O surto atual na África Oci-
A vacina utilizada é a quadrivalente, que confere dental (cujos primeiros casos foram notificados
proteção contra quatro subtipos (6, 11, 16 e 18) em março de 2014) é o maior e mais complexo
do HPV, com eficácia de 98%. Os subtipos 16 e 18 desde a descoberta do vírus. Os morcegos são
são responsáveis por cerca de 70% dos casos de considerados um dos reservatórios naturais do
câncer de colo do útero em todo o mundo. vírus. Sabe-se que a fábrica onde surgiram os
(Disponível em: http://portalsaude.saude.gov.br/. primeiros casos dos surtos de 1976 e 1979 era
Acesso em: 18 jun. 2014.) o habitat de vários morcegos. Hoje o vírus é
transmitido de pessoa para pessoa.
a) Com base no texto e nos conhecimentos so-
bre o tema, explique por que a vacinação a) Como é a estrutura de um vírus? Dê exem-
contra o HPV não substitui a realização de plo de duas zoonoses virais.
exames preventivos nem o uso do preserva-
tivo nas relações sexuais. b) Compare as formas de transmissão do vírus
Ebola e do vírus da gripe.
b) Explique como uma vacina é produzida e
descreva as alterações que ela provoca no
sistema imunológico de uma pessoa. UNIDADE 6: REINO MONERA
O Reino Monera (do grego moneres, único,
11. (UFPR – 2015) O recente surto do vírus Ebola solitário) inclui as bactérias e cianobactérias (ou
na África Ocidental é considerado o pior da his- cianofíceas) e as arqueas. São seres unicelulares
tória. As primeiras células afetadas pelo con- (cada indivíduo é formado por apenas uma célula)
tágio do vírus são exatamente aquelas funda- e procariontes (não possuem envoltório nuclear –
mentais para a resposta imune do organismo, ausência de núcleo).
pois são as que primeiramente reconhecem que Podem ser autótrofas (fotossintetizantes: cia-
algo estranho entrou no corpo. A vacina VSV, nobactérias, certas bactérias púrpuras, etc; e qui-
em fase de testes, pode ajudar a combater fu- miossintetizantes: Nitrosomonas e Nitrobacter, que
turos surtos de Ebola. Ela é produzida a partir participam da reciclagem do nitrogênio em nosso
de um vetor viral semelhante ao vírus da raiva. planeta) ou heterótrofas (saprófitas, parasitas, etc).
Neste vetor foi removido o gene que codifica a Grande parte das bactérias que conhecemos
glicoproteína do vírus VSV e inserido o gene que apresenta nutrição heretótrofica, isto é, seu alimen-
codifica a glicoproteína do vírus Ebola. A vaci- to consiste em moléculas orgânicas produzidas por
na tem, portanto, uma glicoproteína Ebola na outros seres vivos. A extração de energia a partir
superfície, mas não se comporta como o vírus dessas moléculas ocorre através de três tipos di-
Ebola. ferentes de processos: respiração aeróbica (vivem
Adaptado de: Scientific American Brasil, 29 de na presença de oxigênio), respiração anaeróbica ou
julho de 2014 http://www2.uol.com.br/sciam/noti- fermentação (vivem na ausência de oxigênio). Algu-
cias/ebola.html acessado em 17/08/2014. mas espécies são anaeróbias facultativas, ou seja,
respiram na presença de oxigênio.
ESTRUTURA DA CÉLULA BACTERIANA

A célula bacteriana é uma célula procarion-


te típica. É delimitada pela membrana plasmática
e possui, externamente, parede celular formada
principalmente por peptidioglicano. No citoplas-
ma há uma região denominada nucleóide na qual
se encontra o cromossomo bacteriano: uma mo-
lécula DNA que contém a informação genética da
célula. Essa molécula é circular e muito grande,
por isso assume um aspecto enovelado dentro da
célula. O cromossomo bacteriano fica preso a uma
região da membrana plasmática chamada mesos-
somo. No citoplasma celular há ainda a presença
de muitos ribossomos. É bastante comum a pre-
sença de plasmídios, que são pequenas moléculas Figura 6.1: Estrutura da célula bacteriana.
de DNA circular, não ligado ao cromossomo, e es-
palhados pelo hialoplasma. Os plasmídeos podem FORMATOS DA CÉLULA BACTERIANA
conter genes que conferem resistência a determi-
nados antibióticos, ou trás vantagens metabólicas As células bacterianas estão entre as me-
à bactéria. Sua presença, entretanto, não é essen- nores células existentes e podem ter as seguintes
cial. Algumas bactérias apresentam um envoltório formas:
externo mucilaginoso chamado cápsula, como é o
caso dos pneumococos, bactérias causadoras de • Cocos (micrococos, diplococos, estrep-
pneumonia. Muitas espécies contêm um ou mais tococos e estafilococos);
flagelos, que são filamentos protéicos ligados à • Bacilos;
membrana e à parede celular, utilizados para des- • Espiroquetas;
locamento celular. • Vibriões;
• Sarcina.

Figura 6.2: Tipos de células bacterianas.


DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS

A maioria das espécies de bactérias é de vida


livre, vivendo em todos os ambientes. Algumas,
como as cianobactérias são fotossintetizantes e
participam como produtoras na cadeia alimentar.
Outras são decompositoras e participam da reci-
clagem da matéria orgânica na natureza. Existem
ainda aquelas que são utilizadas na produção de
iogurtes, queijos e etc. Apesar de a maior parte das
bactérias serem inofensivas ao homem, algumas
espécies parasitas causam doenças. Entre elas po-
demos citar: Figura 6.4: Microfotografia ao microscópio eletrônico
mostrando a formação de endósporo na bactéria Ba-
• Difteria • Tuberculose cillus thuringiensis.
• Coqueluche • Lepra
• Tétano • Sífilis Também podem ocorrer três formas de re-
• Bronquite • Meningite produção sexuada. Na conjugação, duas bacté-
• Pneumonia • Disenterias rias trocam fragmentos de DNA, que pode atuar
• Cólera bacterianas independentemente ou se ligar ao genoma da
bactéria que o recebeu. Na transdução ocorre
REPRODUÇÃO BACTERIANA a transferência de um fragmento de DNA com a
participação de um vírus. Na transformação, pe-
As bactérias se reproduzem assexuadamen- quenos fragmentos de DNA presentes no meio em
te por divisão binária. Nesse processo a bacté- que vivem são absorvidos e se incorporam ao ge-
ria duplica seu único cromossomo e se divide ao noma bacteriano. Esses três processos são pouco
meio, originando duas novas bactérias idênticas. freqüentes e aumentam a variabilidade genética
Certas bactérias dividem-se a cada 20 minutos, de nas bactérias. Assim, uma bactéria resistente a
modo que em poucas horas uma única bactéria determinado antibiótico poderia transferir essa
pode produzir milhões de bactérias idênticas. Essa resistência a outra bactéria, mesmo que sejam de
taxa elevada de duplicação é responsável pela va- espécies diferentes. Um mecanismo bastante im-
riabilidade genética existente em muitas espécies portante que favorece a existência de resistência
devido à ocorrência de mutações. bacteriana a antibióticos é a ocorrência de muta-
ções no material genético desses microrganismos.

Figura 6.3: Reprodução assexuada por divisão binária.

Algumas espécies, em condições adversas,


podem formar um esporo que funciona como uma
“forma de resistência”, denominada de endosporo. O uso indiscriminado de antibióticos e sem
critérios, favorecidos pela automedicação, podem
contribuir para o aumento da resistência bacteria-
na a essas drogas. Ingeridos em doses inadequa-
das e por tempo insuficiente, certamente ocorrerá
a seleção de linhagens previamente resistentes
na população de bactérias que se quer combater.
Figura 6.5: Tipos de reprodução sexuada nas bactérias.

Outros motivos que podem favorecer a seleção de no grupo das algas. Nas classificações modernas,
variedades resistentes são o uso abusivo dessas esses organismos foram incluídos no grupo das
drogas em hospitais e consultórios, além da sua eubactérias, pois, apesar de possuírem pigmentos
utilização como aditivo em rações animais “para e processo fotossintético semelhantes ao das al-
engorda”. gas, as cianobactérias têm sua organização celular
procarionte, como as demais bactérias.
CLASSIFICAÇÃO DOS PROCARIONTES São todas autótrofas fotossintetizantes (res-
ponsáveis pela maior parte da fotossíntese) que,
Os procariontes são divididos em dois gru- além da clorofila a, possuem diversos outros pig-
pos: Eubactérias e Arqueobactérias. No primeiro mentos acessórios como carotenóide, ficocianina
estão presentes a maioria das bactérias conhe- (azul), ficoeritrina (vermelho). No entanto, suas
cidas, entre elas as causadoras de doenças e as células não possuem cloroplastos e os pigmentos
cianobactérias. As Arqueobactérias (ou simples- encontram-se em tilacóides periféricos.
mente Arqueas) são representadas por um núme- Assim como algumas bactérias, as cianofí-
ro pequeno de espécies, que vivem em condições ceas são também fixadoras de nitrogênio. Elas
ambientais extremamente rigorosas. As metano- vivem no mar, água doce e no ambiente terrestre
gênicas sintetizam metano, são anaeróbias obri- úmido. Há espécies que possuem células isoladas
gatórias e vivem em lixões, pântanos e no trato e outras que formam colônias de diferentes forma-
digestório de vacas e bois. As halófilas vivem em tos. A reprodução é similar a das outras bactérias.
locais extremamente salinos, como, por exemplo,
o mar Morto. As termófilas vivem em habitats de IMPORTÂNCIA
temperaturas elevadas, que podem atingir 105 ºC.
As arqueas são consideradas evolutivamente mais Recordamo-nos na maioria das vezes das
avançadas que as demais bactérias. bactérias como sendo causadoras de doenças (pa-
togênicas). Muitas, entretanto, são utilizadas pelo
CIANOBACTÉRIAS (CIANOFÍCEAS) ser humano com inúmeras finalidades e extrema-
mente úteis para o meio ambiente.
As cianobactérias eram antigamente cha- As bactérias são amplamente utilizadas em
madas cianofíceas ou algas azuis e classificadas processos industriais, como na produção de queijo
e outros derivados do leite. Na produção de vina- b) 1, 2 e 4 apenas.
gre, são utilizadas bactérias do gênero Acetobacter c) 1, 3 e 4 apenas.
que convertem o álcool do vinho em ácido acético. d) 2, 3 e 4 apenas.
A tecnologia do DNA recombinante ou En- e) 1, 2, 3 e 4.
genharia Genética, tem permitido modificar gene-
ticamente certas bactérias, fazendo-as produzir
substâncias de interesse comercia, como a insuli- 3. (Uepa 2012) Artefato bélico desenvolvido
na e hormônio de crescimento humanos, produzi- para espalhar agentes vivos, capazes de infec-
dos por bactérias geneticamente modificadas. tar um grande número de pessoas, é chamado
Um dos papéis mais importantes desses de arma biológica, contendo vírus e bactérias
seres vivos na natureza é a decomposição da ma- modificados geneticamente em laboratórios,
téria orgânica morta, permitindo a ciclagem dos para se tornarem resistentes, matando ou inca-
nutrientes. Um nutriente muito importante para pacitando humanos, animais e plantas de uma
as plantas é o nitrogênio, e o seu ciclo só permi- nação adversária. Potencialmente, para este
tido graças a algumas espécies de bactérias (Rhi- fim, destacam-se os bacilos Bacillus anthracis
zobium). e Clostridium botulinum, os vírus da varíola e
o ebola.
EXERCÍCIOS A respeito dos microorganismos destaca-
dos, afirma-se que:
1. Das alternativas abaixo, assinale aquela em
que as duas características sejam comuns a to- a) pertencem ao mesmo reino por não apresen-
dos os indivíduos do reino Monera. tar material genético envolvido pela carioteca.
b) as bactérias pertencem ao mesmo gênero por-
a) ausência de carioteca e parasitismo obrigató- que possuem forma esférica.
rio c) são autótrofos e só se reproduzem no interior
b) presença de carioteca e ausência de membra- de outras células.
na plasmática d) formam esporos que são as estruturas de re-
c) ausência de DNA e RNA e capacidade de sínte- sistência no ambiente externo.
se protéica e) as bactérias possuem mesma forma e perten-
d) ausência de carioteca e capacidade de fotos- cem a gêneros e espécies diferentes.
síntese
e) ausência de carioteca e capacidade de síntese
protéica. 4. A bactéria Streptococcus iniae afeta o cérebro
de peixes, causando a “doença do peixe louco”.
A partir de 1955, os criadores de trutas de Israel
2. (UFPR 2016) A figura abaixo apresenta uma começaram a vacinar seus peixes. Apesar disso,
classificação dos seres vivos baseada em sua em 1997, ocorreu uma epidemia causada por
fonte primária de energia. uma bactéria resistente à vacina. Os cientistas
acreditam que essa linhagem surgiu por pres-
são evolutiva induzida pela vacina, o que quer
dizer que a vacina:

a) induziu mutações específicas nas bactérias


tornando-as resistentes ao medicamento.
b) induziu mutações específicas nos peixes, tor-
nando-os suscetíveis à infecção pela outra li-
nhagem de bactéria.
c) causou enfraquecimento dos órgãos dos pei-
xes, permitindo sua infecção pela outra linha-
gem de bactéria.
d) levou ao desenvolvimento de anticorpos espe-
cíficos que, ao se ligarem às bactérias, torna-
ram-nas mais agressivas.
e) permitiu a proliferação de bactérias mutantes
resistentes, ao impedir o desenvolvimento das
Bactérias são encontradas nos grupos: bactérias da linhagem original.

a) 1, 2 e 3 apenas. 5. (UFPR/Litoral – 2010) Leia atentamente o ar-


tigo: molecular.
Resultados preliminares de um estudo
feito por quatro pesquisadores brasileiros e um
norte-americano indicam que 97% das espécies 6. (UFPR 2016) Existem diferentes modos de
de bactérias identificadas nas folhas das árvo- transmissão das doenças infecciosas humanas.
res da Mata Atlântica são desconhecidas pela A figura ao lado apresenta três deles. Dengue
ciência. A identificação das bactérias foi por e tuberculose têm seus principais modos de
um método de reconhecimento de trechos es- transmissão representados, respectivamente,
pecíficos de DNA. Os dados sugerem que, ape- em:
nas nesse bioma, pode haver até 13 milhões de
espécies de bactérias, ou quase três mil vezes
mais do que o total conhecido hoje – e isso por-
que só restam 8% da superfície original da Mata
Atlântica. O artigo publicado na Science relata
apenas as primeiras conclusões da equipe. No
momento, eles já começaram o levantamento
bacteriológico em um número maior de espé-
cies de plantas em outras áreas da Mata Atlân-
tica. “Um dos objetivos futuros do trabalho é
explorar essas comunidades bacterianas. Cul-
tivá-las, investigar se elas produzem alguma
substância de interesse farmacêutico ou agríco-
la e determinar seu papel ecológico”, diz Lam- a) A e B.
bais. “As possibilidades são tantas que, quanto b) A e C.
mais dados obtemos, mais se abre o leque de c) B e A.
aproveitamento desses microrganismos”. d) B e C.
(VERJOVSKY. Marina. Diversidade insuspeita: e) C e A.
árvores da Mata Atlântica podem abrigar milhões
de espécies de bactérias desconhecidas. Ciência
Hoje on line, 29 jun. 2006 – Adaptado.) 7. (UNICAMP 2015) Nos porões dos navios vin-
dos do Oriente no século XIV, chegavam milha-
Com base nas informações do texto e em res de ratos à Europa, onde encontravam um
seus conhecimentos sobre biologia, assinale a ambiente favorável, dadas as condições pre-
alternativa correta. cárias de higiene. Esses ratos estavam conta-
minados e suas pulgas transmitiam um agente
a) O número expressivo de espécies de bactérias etiológico aos homens através da picada. Os ra-
obtido com apenas 8% da cobertura vege- tos também morriam da doença e, quando isto
tal restante indica que o número de espécies acontecia, as pulgas passavam rapidamente
deveria ser muito superior ao estimado de 13 para os humanos, para obterem seu alimento,
milhões caso a floresta estivesse mais conser- o sangue. Qual é o agente etiológico e qual é o
vada. nome popular dessa doença?
b) Além da Mata Atlântica ser conhecida pela
grande biodiversidade de vegetais e animais, o a) Vírus, peste bubônica.
estudo destaca a riqueza de espécies do reino b) Bactéria, peste bubônica.
protista presente nas folhas das árvores. c) Vírus, leptospirose.
c) O texto indica que toda a rica biodiversidade d) Bactéria, leptospirose.
de bactérias, além de ser espantosa pelo nú- e) Bactéria, febre maculosa.
mero, possui imenso potencial de aplicação
imediata já identificado na pesquisa.
d) O interesse da pesquisa sobre as bactérias da 8. “Surto de cólera atinge centenas de pessoas
Mata Atlântica é determinar o papel ecológico na cidade paranaense de Paranaguá”.
que as substâncias que produzem executam Num período de apenas 12 dias,mais de
no ecossistema, para que essas bactérias pos- 290 habitantes da cidade de Paranaguá,foram
sam ser combatidas. parar em hospitais com forte diarréia e uma pe-
e) Para um número tão grande de espécies a rigosa desidratação. O cólera voltou a atacar e
serem descritas, o sistema binomial de clas- com força.
sificação de Lineu não é suficiente e deve ser
substituído por outro sistema de classificação a) Identifique o reino a que pertence o agente
etiológico do cólera.
b) Cite duas formas de proteção contra essa
doença.

9. Os antibióticos e as vacinas fazem parte do


arsenal da medicina, auxiliando-nos no com-
bate às doenças provocadas por agentes infec-
ciosos.Dentre essas doenças, podemos citar:
tuberculose,gripe,hepatite,febre-amarela,go-
norréia.

a) Das doenças citadas,para quais delas se


prescreve tratamento com antibióticos?

b) Porque os antibióticos são indicados para


os casos de infecções cujos agentes são bac-
térias,enquanto as vacinas são indicadas
para a prevenção de infecções virais?

10. (UNICAMP – 2011) Doenças graves como o


botulismo, a lepra, a meningite, o tétano e a
febre maculosa são causadas por bactérias. As
bactérias, no entanto, podem ser úteis em tec-
nologias que empregam a manipulação de DNA,
funcionando como verdadeiras “fábricas” de
medicamentos como a insulina.

a) Explique como a bactéria pode ser utilizada


para a produção de medicamentos.

b) O botulismo e o tétano decorrem da ação


de toxinas produzidas por bactérias que são
adquiridas de diferentes formas pelos seres
humanos. Como pode ocorrer a contamina-
ção por essas bactérias?
GABARITO rias. As plantas utilizam, preferencialmente, o
íon nitrato no processo de fixação biológica do
UNIDADE 1 gás nitrogênio. Dentre as moléculas que incor-
1. c poram esse íon estão as proteínas, os aminoá-
2. d cidos, os ácidos nucleicos e as bases nitroge-
3. e nadas.
4. 01+02=3
5. e UNIDADE 3
6. a 1. b
7. 04+08+16=28 2. e
8. a 3. c
9. d 4. c
10. a) A figura representa uma teia alimentar, onde 5. e
x representa os organismos decompositores. 6. c
b) O desaparecimento das aves causará um 7. e
desequilíbrio na teia alimentar, ocasionando 8. b
a variação nas populações das espécies re- 9. a) Os efluentes domésticos e industriais lan-
manescentes. O desaparecimento das plantas çados na área urbana, além de possuírem
causará colapso na teia alimentar, resultando substâncias tóxicas, levam à diminuição da
na extinção de todas as espécies. concentração de oxigênio dissolvido na água,
o que dificulta a sobrevivência dos peixes pre-
UNIDADE 2 dadores de mosquitos. Além disso, o aumento
1. c de matéria orgânica nesse ambiente favorece
2. b o aumento da população de mosquitos.
3. e b) Cadeia alimentar: Algas ou fitoplâncton
4. d (produtores) ==> zooplâncton (consumidor
5. a primário) ==> larvas de insetos (consumidor
6. 02+04+08=14 secundário) ==> peixes insetívoros (consumi-
7. a dor terciário) ==> decompositores.
8. e 10.
9. a
10. c
11. a
12. a) A – ecossistema terrestre, como, por exem-
plo, um campo; B – ecossistema aquático. As
pirâmides de biomassa normalmente apre-
sentam o aspecto representado na figura A,
por que uma parte da massa de um certo nível 11. O tipo de interação ecológica é o parasitismo.
é consumida na manutenção da vida dos in- O parasitismo é um tipo de relação interespe-
divíduos desse nível e, no caso dos consumi- cífica desarmônica, isto é, ocorre entre duas
dores, uma parte da massa não é assimilada espécies diferentes, na qual a espécie parasita
por que é perdi da nas excreções. A pirâmide B abriga-se, suporta-se e nutre-se à custa da es-
mostra um determinado momento do ecossis- pécie hospedeira, ocasionando um benefício
tema aquático no qual a massa de fitoplânc- unilateral. Exemplos de parasitismo em seres
ton é menor do que a do zooplâncton. A média humanos (o candidato deve responder um
anual mostrará uma pirâmide com aspecto se- desses exemplos) são: Ascaridíase: parasitis-
melhante à A devido à grande capacidade de mo entre o ser humano e a lombriga (Ascaris
reprodução do fitoplâncton. lumbricoides); Teníase: parasitismo entre o ser
b) O SO2, ao se combinar com a água, origina humano e a tênia (Taenia solium ou Taenia sa-
H2SO4, que se precipita em chuvas ácidas, as ginata); Esquistossomose: parasitismo entre o
quais destroem produtores e, consequente- ser humano e o protozoário Schistosoma man-
mente, diminuem a biomassa em todos os ní- soni; Dengue: parasitismo entre o ser humano
veis da pirâmide. e os tipos virais da dengue; Malária: parasitis-
13. Nessa relação simbiótica, as bactérias do gê- mo entre o ser humano e os protozoários do
nero Rhizobium utilizam os carboidratos pro- gênero Plasmodium; AIDS: parasitismo entre o
duzidos pela planta em seu metabolismo, já os ser humano e o vírus HIV; • Hepatite (A, B, C,
vegetais usam em seu metabolismo os com- D e E): parasitismo entre o ser humano e os
postos nitrogenados produzidos pelas bacté- tipos virais da hepatite; • Tétano: parasitismo
entre o ser humano e o bacilo Clostridium te- suem metabolismo próprio.
tani; • Sífilis: parasitismo entre o ser humano 8. a) A prevenção da gripe H1N1 pode ser feita se
e a bactéria espiroqueta Treponema pallidum; guindo-se algumas recomendações:
Toxoplasmose: parasitismo entre o ser huma- • quando tossir ou espirrar, cubra o nariz e
no e o protozoário Toxoplasma gondii. Possí- a boca com um lenço de papel, e jogue o
vel resposta complementar à primeira parte lenço num cesto de lixo;
do item a) (não se caracteriza como alternati- • lave as mãos com água e sabão;
va de resposta) Nessa associação, a interação • utilize máscaras cirúrgicas para evitar a
do parasita com o hospedeiro acontece de contami nação;
forma a evitar a morte deste, que, por sua vez, • não compartilhe talheres, copos, toalhas
procura criar mecanismos de proteção contra e objetos de uso pessoal;
os malefícios da relação. Porém, nem sempre • não use medicamentos antivirais sem a
a interação se sucede assim. b) O candidato recomendação médica.
deve apresentar três dentre os seis exemplos b) A informação está incorreta. Em nenhum
a seguir: sapos, rãs, pererecas, cobras-cegas, mo mento, o DNA da célula hospedeira poderá
salamandras e cecílias. pro duzir cópias do RNA viral.
12. Nicho ecológico é um conceito multidimensio- 9. a) Instruções 1 e 4, porque impedem a disper-
nal que envolve toda a relação de uma espé- são e proliferação dos mosquitos vetores.
cie com os demais componentes de um ecos- b) Febre amarela e malária.
sistema, biológicos ou não. Portanto, esse é 10. a) Porque a vacina não tem eficiência de 100%
o melhor conceito para analisar as diferentes e porque ela é produzida apenas contra os
formas possíveis de competição. Se houver so- quatro subtipos mais comuns (6, 11, 16 e 18),
breposição de nicho, existe a possibilidade de não imunizando contra os outros subtipos.
competição. O conceito de hábitat não seria Resposta esperada alternativa: Porque a vaci-
capaz de detectar outro tipo de competição na não tem eficiência de 100%. Porque ela não
senão a espacial. O conceito de nível trófico previne contra outras doenças sexualmente
não é preciso e, portanto, também não seria transmissíveis.
útil pois detectaria apenas a possibilidade de b) Uma vacina é produzida a partir de partes
competição trófica. do agente causador da doença ou de agentes
atenuados. As vacinas desencadeiam nos in-
UNIDADE 4 divíduos uma resposta imunitária (primária),
1. e na qual há a formação de células de memória.
2. d Se a pessoa vacinada tiver, posteriormente,
3. 01+02+04=07 contato com o agente causador da doença, as
4. a células de memória permitirão uma resposta
5. d imunológica (secundária) mais eficiente, o que
facilitará a destruição deste agente, antes que
UNIDADE 5 ele provoque a doença. Resposta esperada
1. c alternativa: A vacinação estimula a produção
2. e de anticorpos específicos no organismo para
3. c o combate do antígeno presente na vacina.
4. d Desta forma, o sistema imunológico se torna
5. O material genético constituinte de retrovírus apto a responder imediatamente e mais efi-
é o RNA.O termo retrovírus refere-se ao fato de cientemente no caso de contaminação com
ele executar a transcrição ao contrário,isto é, esse antígeno.
produzir moléculas de DNA de cadeia dupla a 11. a) Macrófagos/Células dendríticas.
partir de moléculas de RNA,pela ação da enzi- b) A glicoproteína do vírus Ebola atua como
ma transcriptase reversa. antígeno, permitindo o reconhecimento pelo
6. a) Do ponto de vista evolutivo, o uso de uma organismo e a subsequente produção de anti-
única droga aumentaria a probabilidade de se- corpos contra o vírus Ebola.
rem selecionadas linhagens virais resistentes a c) Porque a vacina VSV possui apenas o gene
esse medicamento, anulando o seu efeito. que codifica a glicoproteína Ebola, não con-
b) O uso conjunto das três drogas pode ocasio- tendo, portanto, os demais genes desse vírus.
nar mudanças nos aminoácidos, na estrutura 12. a) Os vírus são constituídos de material gené-
espacial da enzima, no seu centro ativo etc., tico envolto por uma cápsula proteica (capsí-
inativando a enzima e melhorando a eficácia deo). São exemplos de zoonoses virais a raiva
do tratamento. e a febre amarela.
7. Os vírus são parasitas celulares que não pos- b) Vírus Ebola – é transmitido por contato dire-
to a partir de fluidos corporais contaminados
(secreções, suor, urina, sêmen, lágrima, saliva,
vômito e sangue). Vírus da gripe – é transmiti-
do principalmente por gotículas de saliva, per-
digotos e secreções nasais veiculadas pelo ar.

UNIDADE 6
1. e
2. e
3. e
4. e
5. a
6. c
7. b
8. a) Reino monera
b) Transmitido pela água contaminada por
fezes de pessoas infectadas,causa fortes diar-
réias com desidratação e debilitação física.
Uma das melhores formas de prevenir essa
doença consiste em melhorar o saneamento
básico,com tratamento de água e esgotos.
9. a) Antibióticos são prescritos para doenças
causadas por bactérias,como tuberculose e
gonorréia.
b) Antibióticos são substâncias que afetam
especificamente o metabolismo de células
bacterianas como a síntese de DNA, de RNA,
de proteínas e da parede celular.Como os vírus
são acelulares e utilizam o metabolismo da cé-
lula hospedeira,eles não são afetados por es-
sas drogas. As vacinas estimulam o organismo
a produzir anticorpos.
10. a) A bactéria, fruto da manipulação de DNA, é
transgênica, isto é, recebe, incorpora e expres-
sa um gene que lhe é estranho. Tal gene im-
plantado tem a codificação genética que leva
à síntese de uma proteína com uso de interes-
se do ponto de vista médico.
b) O botulismo e o tétano são exemplos de in-
fecções provocadas por bactérias que liberam
exotoxinas. No caso do botulismo, a contami-
nação faz-se por intermédio de alimentos que
apresentam a exotoxina botulínica, como, por
exemplo, palmito em conserva. No tétano, a
contaminação é feita por esporos do Clostri-
dium tetani, que adentra o organismo através
de ferimentos na pele, feita por objetos conta-
minados.
FILOSOFIA
UNIDADE 1 UNIDADE 6
EIXO INTRODUTÓRIO BÁSICO: DESCARTES
A PASSAGEM DO MITO PARA FILOSOFIA
UNIDADE 7
UNIDADE 2
PRÉ-SOCRÁTICOS - SOCRÁTICOS - SOFISTAS FRANCIS BACON/GALILEU

UNIDADE 3 UNIDADE 8
TEORIA DO CONHECIMENTO - EPISTEMOLOGIA HUME
UNIDADE 4
PLATÃO UNIDADE 9
KANT/POPPER
UNIDADE 5
ARISTÓTELES EXERCÍCIOS
UNIDADE 1 das neste período são consideradas responsáveis
por estas mudanças:
CONTEXTO HISTÓRICO
Uma nova maneira de pensar e de conce- • A escrita: surge por influência dos fenícios ge-
ber o mundo origina-se e se desenvolve na Grécia rando uma nova idade mental, isto é estimu-
clássica, um mosaico de pequenas comunidades lando rigor e uma clareza por parte de quem
independentes que se espalhava junto ao Mediter- escreve.
râneo - da Jônia, na Ásia Menor, até o sul da Itá- • A moeda: foi inventada na Lídia a fim de facili-
lia. Essa dispersão resultou das muitas invasões tar o mercado marítimo vigente na época, tor-
de povos em busca de terras cultiváveis. Apesar nando necessária porque, com o comércio, os
de geograficamente dispersa, a Grécia Antiga tem produtos passam a ter valor de troca, e trans-
uma vida cultural relativamente homogenia, que formam-se em mercadoria. Muito mais do que
se expressa na língua comum, em formas de orga- um instrumento de troca, a moeda é um artifí-
nização política13c. VI a.C, as primeiras idéias so- cio racional, uma convenção humana uma no-
bre as quais vai se erigir o pensamento ocidental. ção abstrata de valor que estabelece a medida
comum entre valores diferentes.
MITO • A lei escrita: a justiça, até então dependente
Desde que o homem passou a ter consci- da arbitrariedade dos reis ou da interpretação
ência de si mesmo e do mundo que o cercava, ele da vontade divina, é codificada numa legisla-
procura entender a realidade, com os seus pro- ção escrita, sujeita á discussão e modificação.
cessos e etapas. Porém, o pensamento primitivo A lei escrita passa a encarnar uma dimensão
acontecia de modo diferente que o nosso atual- propriamente humana. Tal modificação ex-
mente. Não havia raciocínio lógico e a realidade pressa o ideal igualitário que prepara a demo-
era explicada através dos mitos. cracia nascente.
O termo mito tem diversos significados.
Pode significar: uma idéia falsa como quando se O ENFRAQUECIMENTO DOS MITOS
diz “o mito da superioridade racial dos germânicos Nessa época de constantes mudanças, os
difundido pelos nazistas”; uma crença exagerada mitos passaram a perder seu lugar de destaque na
no talento de alguém como em “Elvis foi o maior sociedade grega e entraram num estágio de abati-
mito da música popular mundial”; ou ainda algo mento, a seguir alguns dos motivos que propicia-
irreal, como o “mito do saci pererê”. ram essa baixa:
Para o estudo da filosofia, o mito refere-se
às narrativas tradicionais, integrantes da cultura • A mitologia apenas narrava a sucessão de fenô-
de um povo que utilizam elementos simbólicos menos divinos, naturais e humanos. É por este
para explicar a realidade e dar sentido à vida hu- fato que há um desenvolvimento do pensamento,
mana. justamente pela falta de uma teologia elaborada
Os mitos gregos eram transmitidos oral- que forneça explicações coerentes do mundo.
mente pelos aedos e rapsodos, cantadores am- • Pelo fato dos deuses gregos terem características
bulantes que davam forma poética aos relatos po- humanas: serem vingativos, egoístas, etc., mostra
pulares e os recitavam em praça pública. que foram criados a partir de nossa semelhança.
Homero poeta grego, destacou-se por suas • Havia vários mitos diferentes para um mesmo
epopéias, estórias que descreviam o período da fato, variando conforme as regiões.
civilização grega e transmitiam valores da cultura, • As viagens marítimas, que permitiram aos ho-
por meio dos deuses e antepassados. Desde cedo mens gregos descobrirem que os locais que os
as crianças gregas decoravam as passagens de po- mitos diziam habitados por deuses e outras enti-
emas como Ilíada, que trata da guerra de Tróia, e dades sobrenaturais eram, na verdade, habitados
A Odisséia que relata o retorno de Ulisses a Ítaca, por outros seres humanos. Tais viagens causaram
após a guerra de Tróia. o desencantamento do mundo, que passou, as-
Hesíodo foi outro grande poeta obteve re- sim a exigir uma explicação sobre sua origem, ex-
conhecimento por sua obra Teogonia, que relata plicação que o mito já não podia oferecer.
as origens do universo e dos deuses.
No século VIII a.C. surge a Polis, cidades–es-
PASSAGEM DO MITO PARA A FILOSOFIA tados gregas. A polis era composta por uma região
Por volta dos séc. VII e VI a.C a Grécia começa urbana, onde ficavam a Ágora – praça central que
a passar por uma transformação socioeconômica, servia para reuniões públicas-, o templo e o mer-
política e cultural da qual algumas mudanças cul- cado onde eram realizadas as trocas. Cada pólis
minam na democracia e conse- quentemente no era um centro político, social e cultural. Nela a su-
surgimento da filosofia. Algumas novidades surgi- premacia é o logos (discurso, razão), “vence quem
sabe convencer”, o saber deixa de ser sagrado e vés da literatura oral.
passa a ser objeto de discussão. Grande parte destas lendas e mitos chegou
Nasce a política, a ética e o cidadão da polis, até os dias de hoje e são importantes fontes de in-
este participa dos destinos da cidade por meio da formações para entendermos a história da civiliza-
palavra. É na polis que a democracia atinge seu ção da Grécia Antiga. São histórias riquíssimas em
apogeu, mas é importante salientar que quando dados psicológicos, econômicos, materiais, artísti-
falamos em democracia, é bom lembrar que a cos, políticos e culturais.
maior parte da população se achava excluída do
processo político, em Atenas, por exemplo, o nú- ENTENDENDO A MITOLOGIA GREGA
mero de habitantes giravam em torno de 500 mil, Os gregos antigos enxergavam vida em qua-
sendo que apenas 10% desse número eram consi- se tudo que os cercavam, e buscavam explicações
derados cidadãos. para tudo. A imaginação fértil deste povo criou
personagens e figuras mitológicas das mais di-
ORIGEM E SIGNIFICADO DE FILOSOFIA versas. Heróis, deuses, ninfas, titãs e centauros
Quando se dá a passagem da consciência habitavam o mundo material, influenciando em
mítica para a racional, aparecem os primeiros sá- suas vidas. Bastava ler os sinais da natureza, para
bios, “sophos”, em grego. Um deles chamado Pi- conseguir atingir seus objetivos. A pitonisa, es-
tágoras, que também era matemático, usou pela pécie de sacerdotisa, era uma importante perso-
primeira vez a palavra filosofia. Etimologicamen- nagem neste contexto. Os gregos a consultavam
te a palavra “filosofia” é composta por outras duas em seus oráculos para saber sobre as coisas que
palavras gregas: philo e sophia. Philo deriva-se de estavam acontecendo e também sobre o futuro.
“philia”, que significa amizade, amor fraterno. “So- Quase sempre, a pitonisa buscava explicações mi-
phia” quer dizer sabedoria. Filosofia significa, por- tológicas para tais acontecimentos. Agradar uma
tanto, amizade pela sabedoria, amor e respeito divindade era condição fundamental para atingir
pelo saber. Filósofo: o que ama a sabedoria, que bons resultados na vida material. Um trabalhador
tem amizade pelo saber, deseja conhecer. do comércio, por exemplo, deveria deixar o deus
O saber filosófico designava, desde a Gré- Hermes sempre satisfeito, para conseguir bons re-
cia antiga, a totalidade do conhecimento racional sultados em seu trabalho.
desenvolvido pelo homem. Abrangia, portanto, os
mais diversos tipos de conhecimento, que hoje en-
tendemos como pertencentes à matemática, as- INDICAÇÕES DE FILME
tronomia, física, biologia, lógica, ética etc. Enfim,
todo o conjunto de conhecimentos racionais inte- • Fúria de Titãs I e II
grava o universo do saber filosófico. • Percy Jackson e o Ladrão de Raios
O homem é o único animal que tem consci- • Hércules
ência de si mesmo e da realidade que o cerca e é • Tróia
capaz de refletir sobre as coisas. É nessa principal • 300 de Esparta
característica humana, a de reflexão que o homem • Imortais
se distingue dos animais e dos objetos. A filosofia
tem, portanto, a função de garantir ao homem seu
espaço no mundo, enquanto o homem refletir,
questionar, procurar entender o que o cerca, a fi-
losofia estará presente, não como algo distante da
realidade mas pelo contrário, como algo presente
em nosso dia a dia. Fugir da filosofia é o mesmo
que fugir de nossa própria natureza.

TEXTO COMPLEMENTAR
Os gregos criaram vários mitos para poder
passar mensagens para as pessoas e também com
o objetivo de preservar a memória histórica de
seu povo. Há três mil anos, não havia explicações
científicas para grande parte dos fenômenos da
natureza ou para os acontecimentos históricos.
Portanto, para buscar um significado para
os fatos políticos, econômicos e sociais, os gregos
criaram uma série de histórias, de origem imagina-
tiva, que eram transmitidas, principalmente, atra-
UNIDADE 2 Refere-se também à realidade que se encontra em
constante transformação. Portanto, saber o que é
a physis, é procurar a origem das coisas que cons-
tituem a realidade, buscar um princípio substan-
cial (onde tudo se origina, se encerra e pelo qual
existem e subsistem todas as coisas) que fosse
imortal e capaz de originar todos os seres infinita-
mente variados e diferentes do mundo.
O princípio substancial que existe em to-
dos os seres materiais, ou seja, a “matéria-prima”
de que são feitas todas as coisas existentes, nós o
denominamos de arché. O objetivo dos primeiros
filósofos compreende-se na busca da arché.

O PROBLEMA ANTROPOLÓGICO
Após este período que denominamos cos-
O PROBLEMA COSMOLÓGICO mológico, teremos um outro momento muito im-
A filosofia está diretamente ligada à reali- portante para a filosofia ocidental. Inicia-se uma
dade. Os primeiros filósofos têm um problema a nova fase filosófica, caracterizada pelo interesse
resolver, embora sejam soluções puramente con- no próprio homem e nas relações do homem com
ceituais, não significa que seu pensamento esteja a sociedade. O problema central das investigações
afastado da realidade. A filosofia está procurando torna-se antropológico.
saber qual é o princípio ordenador do cosmos, ou Essa nova fase foi marcada, no início, pelos
seja, do universo. sofistas e por Sócrates, ambos serão estudados
O mito neste momento, não serve mais para a seguir.
explicar a ordem do mundo, é aí que entra o pen-
samento racional para tentar uma explicação. As- SOFISTAS
sim vai se delinear o primeiro problema a ser tra-
balhado pelos filósofos, os quais denominamos,
filósofos pré-socráticos. O maior objetivo deste
período filosófico era substituir a antiga Cosmo-
gonia (explicação sobre a origem do universo ba-
seada nos mitos) por uma Cosmologia (explicação
racional e sistemática das características do uni-
verso).

PERÍODO PRÉ-SOCRÁTICO

A vitória de Atenas sobre os persas, em 479


A fase inaugural da Filosofia grega é conhe- a.C., marca também a consolidação da democracia
cida como período pré-socrático e compreende na cidade. Uma base importante da democracia na
de Tales de Mileto (623-546 a.C.) até Sócrates cidade é a educação, pela qual os cidadãos tornam-
(468-399 a.C.). -se capazes de participar da vida pública. Numa so-
Os primeiros filósofos estavam em busca ciedade em que os debates se dão por meio de pala-
de uma explicação racional e sistemática sobre a vras, é preciso ser um bom orador, saber argumentar.
origem da Natureza e dos seres humanos, da phy- Dessa educação encarregaram-se os sofistas.
sis. A physis, palavra grega que pode ser traduzi- O termo “sofista” significa “sábio”. Entretan-
da por natureza, possui um sentido mais amplo. to, com o decorrer do tempo, ganhou o sentido de
“impostor”, devido, sobretudo, às críticas de Pla- as idades, o que lhe custou inúmeras aversões e
tão. inimizades.
Os sofistas eram professores viajantes —
portanto, estrangeiros —, que por determinado § O método socrático: Sócrates simples-
preço, vendiam ensinamentos práticos de filoso- mente perguntava. Não ensinava; queria aprender.
fia. Levando em consideração os interesses dos Desenvolvia o saber filosófico conversando com
alunos, davam aulas de eloquência e de sagacida- as pessoas. Embora tenha sido confundido com os
de mental. Ensinavam conhecimentos úteis para sofistas, Sócrates travou uma profunda polêmica
o sucesso nos negócios públicos e privados. Além com estes, pois procurava um fundamento para
disso, transmitiam todo um jogo de palavras, ra- as interrogações humanas, e definições para os
ciocínios que seria utilizado na arte de convencer conceitos, como por exemplo, para o belo, o bem
as pessoas. , a justiça. A pergunta essencial que Sócrates ten-
Os ensinamentos dos sofistas favoreceram tava responder era: qual é a essência do homem?
o surgimento de concepções relativistas sobre as O autoconhecimento tornou-se um dos
coisas. No relativismo não existe uma verdade pontos fundamentais da filosofia socrática. “Co-
única, absoluta, tudo é relativo ao indivíduo, ao nhece-te a ti mesmo”, frase inscrita no Oráculo
momento e às circunstâncias. de Delfos, era recomendação feita por Sócrates a
Entre os sofistas podemos destacar dois que seus discípulos.
se tornaram ilustres por suas concepções: Sua filosofia era desenvolvida mediante diá-
• Protágoras de Abdera afirmava que “o ho- logos críticos com seus interlocutores. Esses diálo-
mem é a medida de todas as coisas”, inaugu- gos podem ser divididos em dois momentos:
rando o subjetivismo.
• Górgias de Leontini aprofundou-se no sub- › Ironia:
jetivismo relativista e defendeu o ceticismo No grego, ironia quer dizer “interrogação”.
absoluto afirmando que nada existia; se exis- De fato, Sócrates interrogava seus interlocutores
tisse, não poderia ser conhecido; mesmo que sobre aquilo que pensavam saber.
fosse conhecido, não poderia se ensinado. No decorrer do diálogo, atacava as respos-
tas das pessoas, procurando, com habilidade de
SÓCRATES DE ATENAS raciocínio, evidenciar as contradições das afirma-
ções feitas por essas pessoas. Seu objetivo era de-
molir, nos discípulos, o orgulho, a arrogância e a
presunção do saber.
Note-se que, às vezes, em suas simulações
irônicas, Sócrates fingia até mesmo acolher como
próprios os métodos do interlocutor, especialmen-
te quando era um homem de cultura, e brincava de
engrandecê-lo até o limite, para derrubá-lo com a
mesma lógica que lhes era própria e amarrá-lo na
contradição.
Sócrates afirmava que o verdadeiro sábio é
aquele que admite a própria ignorância daí a frase:
“Sei que nada sei”.
A ironia socrática tinha um caráter purifi-
Sócrates (469 a.C. - 399 a.C.) é considerado cador porque levava os discípulos a confessarem
um marco na história da filosofia. A ponto de os suas próprias contradições. Nessa fase do diálogo,
que vieram antes dele receberem o nome genéri- a intenção fundamental de Sócrates não era pro-
co de “pré-socráticos” e os que o sucederam, de priamente destruir o conteúdo das respostas da-
pós-socráticos. das pelos interlocutores, mas assim como seu pai,
O próprio Sócrates, porém não deixou nada ele esculpia as pessoas e as fazia tomar consciên-
escrito, e o que se sabe dele e de seu pensamento cia profunda de suas próprias respostas.
vem dos textos de seus discípulos e de seus adver-
sários. Era filho de um escultor e de uma parteira, › Maiêutica:
seu estilo de vida assemelhava-se, exteriormente, Libertos do orgulho e da pretensão de que
ao dos sofistas, embora não vendesse seus ensina- tudo sabiam, os discípulos podiam então iniciar
mentos. Não fundou uma escola, como os outros o caminho da reconstrução de suas próprias
filósofos, realizando o seu ensinamento em locais idéias. Novamente Sócrates lhes propunha uma
públicos, como uma espécie de pregador, exercen- serie de questões habilmente colocadas.
do um enorme fascínio sobre os homens de todas Nesta segunda fase do dialogo, o objetivo de
Sócrates era ajudar seus discípulos a conceberem cursinho nós estudaremos daqui para frente algu-
suas próprias idéias. Assim transportava para o mas delas.
caminho da filosofia o exemplo de sua mãe, Fena-
reta, que, sendo parteira, ajudava a trazer crianças SENSO COMUM E SENSO CRÍTICO
ao mundo. Por isso essa fase do diálogo socrático A conceituação e diferenciação dos termos
destinada á concepção de idéias, era chamada de senso comum e senso critico serão nossos primei-
maiêutica, termo grego que significa “arte de tra- ros focos do estudo da epistemologia.
zer à luz”. Chamamos de senso comum o saber re-
sultante das experiências levadas a efeito pelo
§ Acusação de Sócrates: Como nós vimos, homem ao enfrentar os problemas do dia-a-dia.
Sócrates dialogava com ricos e pobres, cidadãos e Esse conhecimento não se apresenta de maneira
escravos, sem dar importância à posição socioe- sistemática nem tem caráter de conhecimento re-
conômica das pessoas. O que importava eram as fletido, é ametódico e nasce diante da tentativa do
condições interiores de cada um. homem de resolver os problemas da vida diária. O
Para a democracia ateniense, Sócrates era senso comum se baseia na experiência cotidiana
considerado subversivo, representando uma ame- e comum das pessoas, distinguindo-se por isso da
aça social, pois dirigia suas atenções para as pes- experiência científica e, portanto, do senso crítico.
soas sem fazer distinções de classe. Isso contraria- O senso critico por sua vez corresponde ao conhe-
va os valores dogmáticos da sociedade ateniense. cimento sistemático, analítico, reflexivo e objetivo,
Por isso foi acusado de ser injusto com os deuses caracterizado essencialmente através da ciência.
da cidade e de corromper a juventude. No final
do processo foi condenado a beber cicuta. O CONHECIMENTO CIENTÍFICO
Diante de seus juízes, no fim de sua vida, O conhecimento científico é uma conquis-
Sócrates assumiu uma postura viril, imperturbá- ta recente da humanidade: tem apenas trezentos
vel, de quem nada teme, defendendo seus ideais e anos e surgiu no século XVII com a revolução ga-
sem renunciar seus valores morais. lileana. Isso não significa que antes daquela data
não houvesse saber rigoroso, pois, desde o século
Vi a.C., na Grécia Antiga, os homens aspiravam a
um conhecimento que se distinguisse do mito e do
INDICAÇÃO DE FILME saber comum.
Obrigado por Fumar No pensamento grego, ciência e filosofia
achavam-se ainda vinculadas e só vieram a se se-
parar na Idade Moderna, buscando cada uma de-
las seu caminho, ou seja, seu método.
UNIDADE 3 O método científico é um conjunto de regras
básicas de como se deve proceder a fim de produ-
Entre os principais problemas filosóficos zir conhecimento dito científico, quer seja este um
está o do conhecimento. Para compreender a si e novo conhecimento quer seja este fruto de uma
o mundo, os homens querem entender a sua pró- integração, correção (evolução) ou uma expansão
pria capacidade de entender. da área de abrangência de conhecimentos pré-
Desde a antiguidade grega, todos os filóso- -existentes. Na maioria das disciplinas científicas
fos se preocupavam com o problema do conheci- consiste em juntar evidências empíricas verificá-
mento humano. Problema que envolve questões veis — baseadas na observação sistemática e con-
extremamente importantes, como as seguintes: O trolada, geralmente resultantes de experiências
que é conhecimento? É possível o conhecimento? ou pesquisa de campo — e analisá-las com o uso
Qual é o fundamento do conhecimento? da lógica. Para muitos autores o método científi-
Todas essa questões são tratadas por uma co nada mais é do que a lógica aplicada à ciência.
disciplina filosófica que costuma ser designada Os autores que se subseguem nesse eixo temático
por diversos nomes: teoria do conhecimento, gno- tem por característica desenvolver métodos pró-
siologia, crítica do conhecimento ou como no nosso prios que culminaram numa aceitação geral de
caso epistemologia. suas metodologias que serão estudadas a seguir.
Para que exista conhecimento, sempre será
necessária a relação entre dois elementos básicos:
um sujeito conhecedor e um objeto conhecido.
Só haverá conhecimento se o sujeito conseguir
apreender o objeto, isto é, conseguir represen-
tá-lo mentalmente. O processo do conhecimento
difere dependendo da corrente filosófica, aqui no
UNIDADE 4: PLATÃO o chão da caverna há uma fresta por onde passa
um fino feixe de luz exterior, deixando a caverna
na obscuridade quase completa. Desde o nas-
cimento, geração após geração, seres humanos
encontram-se ali, de costas para a entrada, acor-
rentados sem poder mover a cabeça nem se loco-
mover, forçados a olhar apenas a parede do fundo,
vivendo sem nunca ter visto o mundo exterior nem
a luz do sol, sem jamais ter efetivamente visto uns
aos outros nem a si mesmos, mas apenas as som-
bras dos outros e de si mesmos por que estão no
escuro e imobilizados. Abaixo do muro, do lado de
dentro da caverna, há um fogo que ilumina vaga-
mente o interior sombrio e faz com que as coisas
que se passam do lado de fora sejam projetadas
como sombras nas paredes do fundo da caverna.
Do lado de fora, pessoas passam conversando e
Um dos aspectos mais importantes da filo- carregando nos ombros figuras ou imagens de ho-
sofia de Platão de Atenas (427-347 a.C.) é sua teo- mens, mulheres e animais cujas sombras também
ria das ideias, com a qual procura explicar como são projetadas na parede da caverna, como num
se desenvolve por meio da passagem progressiva teatro de fantoches. Os prisioneiros julgam que
do mundo das sombras e aparências para o mun- as sombras de coisas e pessoas, os sons de suas
do das ideias e essências. falas e as imagens que transportam nos ombros
são as próprias coisas externas, e que os artefatos
O CONHECIMENTO projetados são seres vivos que se movem e falam.
A primeira etapa do processo de conheci- Um dos prisioneiros, inconformado com a
mento é denominada pelas impressões ou sen- condição em que se encontra, decide abandoná-
sações advindas dos sentidos. Essas impressões -la. Fabrica um instrumento com o qual quebra os
sensíveis são responsáveis pela opinião que temos grilhões. De inicio, move a cabeça, depois o corpo
da realidade. A opinião representa o saber que te- todo; a seguir, avança na direção do muro e o es-
mos sem tê-lo procurado metodicamente. O co- cala. Enfrentando os obstáculos de um caminho
nhecimento, entretanto, para ser verdadeiro, deve íngreme e difícil, sai da caverna. No primeiro ins-
ultrapassar a esfera das impressões sensoriais, e tante, fica totalmente cego pela luminosidade
penetrar na esfera racional da sabedoria, o mundo do sol, com a qual seus olhos não estão acostu-
das idéias. mados. Enche-se de dor por causa dos movimen-
O método proposto por Platão para atingir tos que seu corpo realiza pela primeira vez e pelo
o conhecimento autêntico (episteme) é a dialética. ofuscamento de seus olhos sob a luz externa, mui-
A dialética, por sua vez, consiste na argu- to mais forte do que o fraco brilho do fogo que ha-
mentação e discussão acerca de determinado as- via no interior da caverna. Sente-se dividido entre
sunto, com o objetivo de purificá-los dos erros e a incredulidade e o deslumbramento.
equívocos. Ao permanecer no exterior o prisioneiro, aos
Somente quando saímos do mundo das poucos se habitua a luz e começa a ver o mundo.
opiniões é que conseguimos alcançar o verdadei- Encanta-se, tem a felicidade de ver as próprias coi-
ro conhecimento, que, portanto traduz as verda- sas, descobrindo que estivera prisioneiro a vida
deiras ideias. No mundo das ideias só podemos toda e que em sua prisão vira apenas sombras.
entrar, segundo Platão, através do conhecimento Doravante, desejará ficar longe da caverna para
racional, científico ou filosófico. Fora do mundo sempre e lutará com todas as forças para jamais
das ideias, tudo o que captamos através dos nos- regressar a ela. No entanto não pode deixar de
sos sentidos possui apenas uma parte do que é a lastimar a sorte dos outros prisioneiros e, por fim,
realidade, pois dizemos que o que existe no mun- toma a difícil decisão de regressar ao subterrâneo
do sensível são as cópias do que existe no mundo sombrio para contar aos demais o que viu e con-
inteligível. vencê-los a se libertarem também.
O mundo sensível é, portanto, o mundo dos Só que os demais prisioneiros zombam dele,
seres incompletos e imperfeitos. não acreditando em suas palavras e, se não conse-
guem silenciá-lo com suas caçoadas, tentam fazê-
TEXTO COMPLEMENTAR -lo espancando-o. Se mesmo assim ele teima em
Imaginemos uma caverna separada do afirmar o que viu e os convida a sair da caverna,
mundo externo por um muro alto. Entre o muro e certamente acabam por matá-lo. Mas quem sabe
alguns podem ouvi-lo e, contra a vontade dos de- sas imagens os aspectos acidentais, como o tama-
mais, também decidir sair da caverna rumo a rea- nho e a cor, para ficar com o que lhes é essencial.
lidade? O resultado dessa operação é a abstração,
a partir da abstração que podemos chegar até o
conceito de determinadas coisas.
Para Aristóteles, o conhecimento é esse pro-
cesso de abs- tração pelo qual o intelecto produz
conceitos universais que, ao contrário das ideias
de Platão, não existem separadamente das coisas
e do intelecto.

AS CAUSAS
A percepção do mundo sensível mostra que
tudo se transforma continuamente. Para dar con-
ta disso, Aristóteles elabora as noções de ato e de
potência.
O ato refere-se ao estado atual do ser, como
existe aqui e agora. A potência, por outro lado, in-
dica aquilo que algo pode se transformar, sem no
entanto, deixar de o que é.Essa passagem porém
UNIDADE 5: ARISTÓTELES não se dá por acaso., ela corresponde ao devir, que
a partir de Aristóteles recebe uma nova concep-
ção, a de movimento.
Além dos conceitos de ato e potência, Aris-
tóteles elabora os conceitos de matéria e forma.
Matéria é o princípio indeterminado de que
o mundo é físico é composto e forma é aquilo que
faz com que uma coisa seja o que é. Todo ser é
constituído de matéria e forma, princípios indisso-
ciáveis. Além de forma e matéria, para Aristóteles
tudo possui uma causa e pensando nisso o filósofo
elabora a teoria das quatro causas:

• Causa material • Causa formal


• Causa eficiente • Causa final

Aristóteles de Estagira (384-322 a.C.) foi um


filósofo apaixo- nado pela biologia, dedicou-se
à inúmeros estudos à observação da natureza e
à classificação dos seres vivos. Tendo em vista a
elaboração de uma visão científica da realidade,
desenvolveu a lógica para servir de ferramenta do
raciocínio.

O CONHECIMENTO
Por de dedicar ao estudo dos seres vivos e
de tudo o que a natureza contém, Aristóteles não
despreza, como seu mestre, a observação das coi-
sas que se apresentam aos sentidos. Mais do que
isso, procura integrar a percepção do mundo sen-
sível ao conhecimento científico e filosófico.
Os sentidos que captam as coisas individuais (Modelo geocêntrico Aristotélico)
(substâncias) constituem assim o ponto de partida
do conhecimento. A percepção dessas coisas pro-
duz, no intelecto, imagens a elas correspondentes.
A atividade do intelecto consiste em separar des-
UNIDADE 6: DESCARTES • A regra da evidência;
• A regra da análise;
O século XVII representa, na história do ho- • A regra da síntese;
mem, a culminação de um processo em que se • A regra da enumeração.
subverteu a imagem que ele tinha de si próprio e
do mundo. A emergência da nova classe dos bur- COGITO, ERGO SUM
gueses determina a produção de uma nova reali- Descartes só interrompe essa cadeia de dúvidas dian-
dade cultural, a física, que se exprime matemati- te do seu próprio ser que duvida. Se duvido, penso; se
camente. penso, existo: “Cogito, ergo sum”. “Penso, logo existo”.
A procura da maneira de evitar o erro faz Eis aí o fundamento, o ponto de partida para a constru-
surgir a principal característica do pensamento ção de todo o seu pensamento. Descartes faz uma dis-
moderno: a questão do método. Essa preocupa- tinção entre o corpo e alma. O “eu” cartesiano é puro
ção centraliza as reflexões não apenas no conheci- pensamento, uma res cogitans (um ser pensante), di-
mento do ser (metafísica), mas, sobretudo, no pro- ferentemente do res extensa, coisa externa, material.
blema do conhecimento (teoria do conhecimento A partir dessa intuição primeira (a existência do ser
ou epistemologia). que pensa), que é indubitável, Descartes distingue os
Como já vimos, se o pensamento que o su- diversos tipos de ideias, percebendo que algumas são
jeito tem do objeto concorda com o objeto, dá-se duvidosas e confusas e outras são claras e distintas.
o conhecimento. Mas qual é o critério para se ter As ideias claras e distintas são idéias inatas, que não
certeza de que o pensamento concorda com o ob- estão sujeitas a erro, pois, vêm da razão, independen-
jeto? tes das idéias, formadas pela ação dos sentidos, e das
A solução apresentada a essa questão vai outras que nós formamos pela imaginação. São inatas,
originar duas correntes, o racionalismo e o empi- não no sentido de o homem já nascer com elas, mas
rismo, que estudaremos nas próximas unidades. como resultantes exclusivas da capacidade de pensar.
São ideias verdadeiras. Nessa classe estão a ideia da
O racionalismo tem seu maior expoente em substância infinita de Deus e a ideia da substância fini-
Descartes, segundo o qual a razão tem predomí- ta. Embora o conceito de ideias claras e distintas resol-
nio absoluto como fundamento de todo conheci- va alguns problemas com relação à verdade de parte
mento possível. do nosso conhecimento, não dá nenhuma garantia de
René Descartes (1596-1650) é considerado que o objeto pensado corresponda a uma realidade
o “pai da filosofia moderna”. Dentre suas obras, o fora do pensa mento. Como sair do próprio pensa-
Discurso do método e Meditações Metafísicas ex- mento e recuperar o mundo?
pressam a tendência de preocupação com o pro-
blema do conhecimento a que já nos referimos. A IDEIA DE DEUS
O ponto de partida é à busca de uma verdade pri- Para isso, Descartes lança mão, entre outras pro-
meira que não possa ser posta em dúvida. Por vas. Deus é a ideia de um ser perfeito; se um ser é
isso, converte a dúvida em método. Começa duvi- perfeito, deve ter a perfeição da existência, senão
dando de tudo, das afirmações do senso comum, lhe faltaria algo para ser perfeito. Portanto, ele
dos argumentos da autoridade, do testemunho existe. Se Deus existe e é infinitamente perfeito,
dos sentidos, das informações da consciência, das não me engana. A existência de Deus é garantia de
verdades deduzidas pelo raciocínio, da realidade que os objetos pensados por ideias claras e distin-
do mundo exterior e da realidade de seu próprio tas são reais. Portanto, o mundo tem realidade. E
corpo. A partir da duvida Descartes desenvolve dentre as coisas do mundo, o meu próprio corpo
quatro regras para se direcionar no caminho do existe. Perante essa situação dirá Pascal, o Deus
verdadeiro conhecimento: de Descartes não tem nada a ver com o Deus de
Abraão, de Isaac, de Jacob, com o Deus Cristão; é, natureza do méto- do científico, o autor inglês
simplesmente autor de verdades geométricas e da Francis Bacon (1561-1626), por sua vez, foi o filó-
ordem do mundo. Podemos perceber, nesse rápi- sofo que, mais que qualquer outro em sua época,
do relato, uma tendência forte e absoluta de valo- preocupou-se com o problema da influência das
rização da razão, do entendimento, do intelecto. descobertas científicas sobre a vida humana. Pro-
Acentua-se o caráter absoluto e universal da ra- pôs e defendeu teses que hoje constituem parte in-
zão que, partindo do cogito, só com suas próprias tegrante de nossa cultura. Para ele a ciência pode
forças pode chegar a descobrir todas as verdades e deve transformar as condições da vida humana.
possíveis. Ela não é uma realidade indiferente aos valores da
Daí a importância de um método de pensamento ética, mas sim um instrumento construído pelo
que garanta que as imagens mentais, ou represen- homem tendo em vista a realização dos valores de
tações da razão, correspondam aos objetos a que se fraternidade e progresso.
referem e que são exteriores a essa mesma razão. Bacon elaborou uma teoria conhecida como
UNIDADE 7: FRANCIS BACON - GALILEU a crítica dos ídolos (a palavra ídolo vem do grego
eidolon e significa imagem). De acordo com Bacon
existem quatro tipos de ídolos (que são res- ponsá-
veis pelo insucesso da ciência) ou de imagens que
formam opiniões cristalizadas e preconceitos, que
impedem o conheci- mento da verdade. Tais ídolos
bloqueiam a mente humana:

• Ídolos da caverna: são os erros provenientes


da confor- mação de cada indivíduo. É a ten-
dência dos indivíduos de verem todas as coi-
sas sob determinada luz muito particular, à
qual estão acostumados.
• Ídolos do foro: são os erros implicados na
ambiguidade das palavras e na comunicação
entre os homens. De acordo com Bacon, uma
mesma palavra pode ser usada em sentidos
diferentes pelos interlocutores de um diálogo;
isso pode levar a uma aparente concordância
O italiano Galileu Galilei (1564–1642) tornou- entre as pessoas, quando na verdade ocorre o
-se um dos fundadores da física moderna, quando contrário.
enunciou as leis fundamentais do movimento; foi • Ídolos do teatro: têm suas causas nos siste-
também um dos maiores astrônomos de todos os mas filosóficos e em regras falseadas de de-
tempos, pelas observações pioneiras que fez com monstração. A expressão é justificada por Ba-
o telescópio. Essas descobertas, contudo, foram con pelo fato de esses sistemas constituírem
resultados de uma nova maneira de abordar os fe- puras invenções, como as peças de teatro que
nômenos da natureza e nisso reside sua impor- se sucedem na cena e não proporcionam um
tância dentro da história da filosofia. No campo retrato fiel do universo, tal como ele realmente
das ideias filosóficas, Galileu é mais importante é.
pelas contribuições que fez ao método cientí- • Ídolos das tribos: são assim chamados por-
fico do que propriamente pelas revelações físicas que são inerentes à própria natureza humana.
e astronômicas encontradas em suas obras. Sua Por exemplo, é natural, para o homem, tomar
metodologia se baseava: o conhecimento dado pelos sentidos como
verdadeiro. Tais ídolos levariam o homem a
• Na observação; uma apreensão do universo de maneira mais
• Na realização de experimentação; simples do que ele é na verdade.
• Na valorização da matemática.
Para combater os erros provocados pelos
Formulando esses princípios, Galileu estru- ídolos, Bacon elaborou um método indutivo de
turou todo o conhecimento científico da natureza investigação baseado na observação rigorosa dos
e abalou os alicerces que fundamentavam a con- fenômenos naturais e do cumprimento da seguin-
cepção medieval do mundo. tes: etapas:

FRANCIS BACON • Observação da natureza para a coleta de infor-


Se Galileu, entre outras coisas, teorizou a mações.
• Organização racional dos dados recolhidos e da demonstração para estabelecer relações de
empiricamente. causa e efeito, tem bases não-racionais.
• Formulação de explicações gerais (hipóteses)
destinada à compreensão do fenômeno estu- UNIDADE 9: KANT - POPPER
dado.
• Comprovação da hipótese formulada median- O ILUMINISMO
te experimentações O século XVIII é conhecido como Iluminismo, Sécu-
lo das Luzes ou Ilustração. Como as próprias desig-
UNIDADE 8: HUME nações sugerem, trata-se do otimismo no poder
da razão de reorganizar o mundo humano.
O racionalismo moderno teve, em René Des- Vimos que, já no Renascimento, se desenro-
cartes, seu primeiro e principal expoente. Confor- la a luta contra o princípio da autoridade e a bus-
me vimos na unidade anterior, o ponto de partida ca dos próprios poderes humanos, pelos quais o
da filosofia cartesiana é o sujeito pensante e não o homem tecerá ele próprio a trama do seu destino.
mundo exterior. O sujeito pensante segundo Des- A influência da ciência galileana no século
cartes, possuiria idéias inatas que dispensariam XVII, cujo método experimental fecundou outros
um objeto exterior para fazê-las existir. campos de pesquisa, fazendo nascer novas ciên-
O empirismo, por sua vez, nega a existência cias. Como essa ciência é aliada da técnica, faz
de idéias inatas e enfatiza o objeto pensado. De- surgir o modelo de um novo homem, o homem
fende que o processo de conhecimento depende construtor, o artífice do futuro, que não mais se
da experiência sensível. contenta em contemplar a harmonia da natureza,
O palco inicial do empirismo foi a Inglaterra. mas quer conhecê-la para dominá-la.
Entre os principais representantes do empirismo Tornando-se livre de qualquer tutela, saben-
destaca-se David Hume, que estudaremos a se- do-se capaz de procurar soluções para seus pro-
guir. blemas com base em princípios racionais, o ho-
David Hume (1711-1776), filósofo escocês, mem estende o uso da razão a todos os domínios:
formula sua teoria do conhecimento através da político, econômico, moral e religioso.
obra Investigação acerca do entendimento huma- Nesse momento se dá o fortalecimento do
no. Primeiramente Hume divide tudo aquilo que sistema capitalista como modo de produção pre-
percebemos em impressões e idéias. As impres- dominante, o que se exemplifica pela Revolução
sões referem-se aos dados fornecidos pelos sen- Industrial, marcada pelo aparecimento da máqui-
tidos. As idéias referem-se às impressões mentais na a vapor em meados do século XVIII e que intro-
derivadas das impressões. Assim, toda idéia é uma duz o processo de mecanização das indústrias.
copia de alguma impressão.
Para Hume, o conhecimento só pode ser O IDEALISMO KANTIANO
resultado da associação de idéias simples, isto é, Immanuel Kant (1724-1804) questiona na
da conexão de várias impressões por meio de suas sua obra Crítica da Razão Pura, se é possível uma
cópias, formando idéias complexas Existem três “razão pura” independente da experiência.
princípios de associações de idéias. Associação Ele coloca a razão num tribunal para julgar
por semelhança, associação por contigüidade e o que pode se conhecido legitimamente e que tipo
associação por causalidade. de conhecimento não tem fundamento. Com isso
Dos três princípios, Hume afirma que o de pretende superar a dicotomia racionalismo-empi-
causalidade se mostra como sendo o mais im- rismo.
portante. Se todo o nosso conhecimento se fun- Condena os empiristas e, da mesma forma,
damenta através da experiência, como podemos não concorda com os racionalistas, o conhecimen-
fazer previsões, sobre algo que ainda não ocorreu? to deve constar de juízos universais, da mesma
Todos os acontecimentos possuem uma re- maneira que deriva da experiência sensível.
lação de causa e efeito, regido pelo principio de Para conhecer as coisas, precisamos ter de-
causalidade. Ao decorrer de nossas vidas sempre las uma experiência sensível; mas essa experiên-
acreditamos, ou seja, temos a crença de que o que cia não -será nada se não for organizada por for-
ocorreu durante algum tempo ou o que acontece mas da nossa sensibilidade, as quais são a priori,
todo dia sempre vai acontecer. Essa crença surge ou seja, anteriores a qualquer experiência. Assim,
do hábito, ou do costume, sendo que esse hábito é para conhecer as coisas, temos de organizá-las
um principio de nossa própria mente, que faz com a partir da forma a priori do tempo e do espaço.
que acreditemos ou prevemos acontecimentos. Para Kant, o tempo e o espaço não existem como
O ceticismo teórico torna-se inevitável: o realidade externa, são antes formas que o sujeito
conhecimento científico, que sempre pretendeu põe nas coisas.
guiar-se pela razão e pela evidencia da intuição O nosso conhecimento experimental é um
composto do que recebemos por impressões e do Nesses juízos acrescenta-se ao sujeito algo
que a nossa própria faculdade de conhecer de si de novo, que é o predicado. Assim, os juízos
mesma tira por ocasião de tais impressões. sintéticos enriquecem nossas informações e
Kant também conclui que podemos apenas ampliam os conhecimentos. Têm uma valida-
conhecer os fenômenos; esta palavra, etimologi- de sempre condicionada ao tempo e ao espa-
camente, significa “o que aparece”. A inovação de ço em que se deu a experiência. Não produz,
Kant consiste em afirmar que a realidade não é um portanto, conhecimentos universais e neces-
dado exterior ao qual o intelecto deve se confor- sários.
mar, mas, ao contrário, o mundo dos fenômenos • Juízos sintéticos a priori, sintéticos, porque
só existe na medida em que “aparece” para nós não se achando a noção do predicado encer-
e, portanto, de certa forma participamos da sua rada na compreensão do sujeito, a união dos
construção. dois termos se faz por uma verdadeira síntese
O pensamento kantiano é conhecido como mental; apriori, por serem universais e neces-
idealismo transcendental. A expressão transcen- sários e como tais não poderem provir da ex-
dental em Kant significa aquilo que é anterior a periência singular e contingente. A esta última
toda experiência: categoria de juízos pertencem as proposições
Mesmo fazendo a crítica do racionalismo científicas. Explicar-lhes a origem e o valor
e do empirismo, Kant segue um processo que re- será, pois, explicara possibilidade da ciência.
dunda em idealismo, pois, ainda que reconheça a Segundo Kant a matemática e a física são dis-
experiência como fornecedora da matéria do co- ciplinas científicas por trabalharem com juízos
nhecimento, é o nosso espírito, graças às estrutu- sintéticos a priori. Mas como se formam tais
ras a priorí, que constrói a ordem do universo. juízos? Estes se fundamentam nos dados cap-
Tal como Copérnico dissera que não é tados pelos sentidos e na organização desses
o Sol que gira em torno da Terra, mas é esta que dados, seguindo certas categorias apriorísti-
gira em torno daquele, também Kant afirma que o cas do nosso entendimento. O conhecimento,
conhecimento não é o reflexo do objeto exterior: portanto, é o resultado de uma síntese entre o
é o próprio espírito que constrói o objeto do seu sujeito que conhece e o objeto conhecido.
saber. Nesse sentido, dizemos que Kant realizou
uma revolução copernicana. A contribuição inovadora de Kant foi ter es-
OS JUÍZOS SINTÉTICOS E A PRIORI tabelecido além dos juízos sintéticos a posteriori,
Na Crítica da Razão Pura, Kant distingue a existência de juízos sintéticos a priori, que dizem
duas formas básicas do ato de conhecer: respeito à possibilidade e estrutura da experiência
e são universais e necessários.
• Conhecimento empírico (a posteriori) – aquele
que se refere aos dados fornecidos pelos senti- O POSITIVISMO
dos, isto é, que é posterior à experiência. A Revolução Industrial no século XVIII, ex-
• Conhecimento puro (a priori) –aquele que não pressão do poder da burguesia em expansão,
depende de quaisquer dados dos sentidos, ou demonstrou a eficácia do novo saber inaugurado
seja, que é anterior à experiência. Nasce pura- pela ciência moderna no século anterior. Ciência
mente de uma operação racional. É uma afir- e técnica tornam-se aliadas, provocando modifi-
mação universal. Além disso, é uma afirmação cações no ambiente humanos jamais suspeitadas.
que, para ser válida, não depende de nenhuma De fato, basta lembrar que, antes do advento da
condição específica. Trata-se de uma afirma- maquina a vapor, usava-se a energia natural (for-
ção necessária. ça humana, das águas, dos ventos, dos animais) e,
por mais que houvesse diferenças de técnicas ado-
Os juízos, por sua vez, são classificados em tadas pelos diversos povos através dos tempos,
3 espécies: nunca houve alterações tão cruciais como as que
decorreram da Revolução Industrial. A exaltação
• Juízos analíticos, nos quais o predicado expri- diante desse novo saber e novo poder leva à con-
me uma noção já contida no sujeito. Os juízos cepção do cientificismo, segundo o qual a ciência
analíticos são a priori, independem da experi- é considerada o único conhecimento possível e
ência. Não dependendo da experiência senso- o método das ciências da natureza o único váli-
rial, são universais e necessários. Mas, a rigor do, devendo, portanto, ser estendido a todos os
é pouco útil, no sentido de que não conduza campos da indagação e atividade humanas. Nesse
conhecimentos novos. clima, desenvolve-se no século XIX o pensamen-
• Juízos sintéticos a posteriori, cujo predicado to positivista, que tem Auguste Comte (17981857)
não está contido na idéia do sujeito, mas lhe como principal representante.
é atribuído em virtude de uma experiência.
O CÍRCULO DE VIENA QUESTÕES
Surgido com a intenção de investigar até que
ponto as teorias, através da análise da sua estrutu-
ra lógica, têm probabilidade de ser verdadeiras, o UNIDADE 1: EIXO INTRODUTÓRIO BÁSICO
Circulo de Viena é formado em 1928 por Carnap, A PASSAGEM DO MITO PARA FILOSOFIA
Schlick, Hahn e Neurath. Esses autores represen-
tam a tendência neopositivista. Nas suas teorias a
experiência e a linguagem se completam: a expe- UNIDADE 2: PRÉ-SOCRÁTICOS – SÓCRATES-
riência é transcrita em forma de proposições, que SOFISTAS - MITOS
são verdadeiras enquanto exprimíveis. E as propo-
sições “têm sentido” enquanto mensuráveis.
Refletindo a influência positivista, os lógicos 1) (UEL - 2005) Sobre a passagem do mito à fi-
do Círculo de Viena têm a convicção de que a lógi- losofia, na Grécia Antiga, considere as afirma-
ca, a matemática e as ciências empíricas esgotam tivas a seguir.
o domínio do conhecimento possível. O princípio
de verificabilidade, identificando significado e I. Os poemas homéricos, em razão de muitos
condições empíricas de verdade, excluiu a metafí- de seus componentes, já contêm caracterís-
sica do domínio do conhecimento do real. ticas essenciais da compreensão de mundo
grega que, posteriormente, se revelaram
POPPER X CIRCULO DE VIENA importantes para o surgimento da filosofia.
Karl R. Popper (1902-1994) sofreu inicial- II. O naturalismo, que se manifesta nas ori-
mente a influência de Carnap e do Círculo de Vie- gens da filosofia, já se evidencia na própria
na, mas teceu diversas críticas a eles. Para Popper, religiosidade grega, na medida em que nem
o cientista deve estar mais preocupado não com a homens nem deuses são compreendidos
explicação e justificação da sua teoria, mas com o como perfeitos.
levantamento de possíveis teorias que a refutem. III. A humanização dos deuses na religião gre-
Ou seja, o que garante a verdade do discurso cien- ga, que os entende movidos por sentimen-
tífico é a condição de refutabilidade. Quando a te- tos similares aos dos homens, contribuiu
oria resiste à refutação, ela é corroborada, ou seja, para o processo de racionalização da cultu-
confirmada. Somente a corroboração nos diz qual ra grega, auxiliando o desenvolvimento do
de nossas teorias descreve o mundo real. pensamento filosófico e científico.
Este processo de confronto da teoria com as IV. O mito foi superado, cedendo lugar ao pen-
observações poderá provar a falsidade da teoria samento filosófico, devido à assimilação
em análise, ou seja, Popper tem a noção de false- que os gregos fizeram da sabedoria dos po-
abilidade como critério essencial para a caracte- vos orientais, sabedoria esta desvinculada
rização das teorias científicas. Neste domínio, as de qualquer base religiosa.
suas idéias podem ser resumidas nos seguintes
tópicos: Estão corretas apenas as afirmativas:

• A atividade cientifica consiste primeiro na for- a) I e II


mulação de hipóteses para explicar os vários b) II e IV
problemas que se colocam, e depois na sua c) III e IV
sucessiva anulação (refutação) através de ex- d) I, II e III
periências. e) I, III e IV
• A ciência deixa deste modo de ser vista como
um conjunto de teorias estabelecidas (verda-
deiras, absolutas), para ser encarada como um 2)  (UEL-2003) “Zeus ocupa o trono do universo.
conjunto de generalizações provisórias cuja Agora o mundo está ordenado. Os deuses disputa-
falsidade os cientistas estão permanentemen- ram entre si, alguns triunfaram. Tudo o que havia
te a procurar demonstrar. de ruim no céu etéreo foi expulso, ou para a pri-
• A formulação das hipóteses científicas deixa são do Tártaro ou para a Terra, entre os mortais.
também de serem encarados como processo E os homens, o que acontece com eles? Quem são
racional, cujas etapas estão rigorosamente eles?” (VERNANT, Jean-Pierre. O universo, os deu-
determinadas. Não existe qualquer processo ses, os homens. Trad. de Rosa Freire d’Aguiar. São
de descoberta, nem a descoberta científica Paulo: Companhia das Letras, 2000. p. 56.)
tem qualquer lógica.
O texto acima é parte de uma narrativa mítica.
Considerando que o mito pode ser uma forma
de conhecimento, assinale a alternativa corre- -socráticos sofreram influência do pensamen-
ta. to mítico, e de suas obras apenas restaram
fragmentos e comentários de autores poste-
a) A verdade do mito obedece a critérios empíri- riores.
cos e científicos de comprovação. 16) Para Demócrito de Abdera, todo o cosmo se
b) O conhecimento mítico segue um rigoroso constitui de átomos, isto é, partículas indivisí-
procedimento lógico-analítico para estabele- veis e invisíveis que, movendo-se e agregando-
cer suas verdades. -se no vácuo, formam todas as coisas; geração
c) As explicações míticas constroem-se de ma- e corrupção consistiriam, respectivamente, na
neira argumentativa e autocrítica. agregação e na desagregação dos átomos
d) O mito busca explicações definitivas acerca do
homem e do mundo, e sua verdade independe
de provas. 4. Sobre o pensamento de Heráclito de Éfeso,
e) A verdade do mito obedece a regras universais marque a alternativa INCORRETA.
do pensamento racional, tais como a lei de
não-contradição. a) Segundo Heráclito, a realidade do Ser é a imo-
bilidade, uma vez que a luta entre os opostos
neutraliza qualquer possibilidade de movi-
3)  (UNIFOR/98.1) A religião na Grécia  antiga mento.
apresentou como características o: b) Heráclito concebe o mundo como um eterno
devir, isto é, em estado de perene movimen-
a) zoomorfismo, o monoteísmo e o totemismo; to. Nesse sentido, a imobilidade apresenta-se
b) salvacionismo, o antroporfismo e o messianis- como uma ilusão.
mo; c) Para Heráclito, a guerra (pólemos) é o princí-
c) ascenticismo, a mitologia e o animismo; pio regulador da harmonia do mundo.
d) antroporfismo, o politeísmo e a mitologia; d) Segundo Heráclito, o um é múltiplo e o múlti-
e) animismo, o salvacionismo e o miscitismo plo é um. 

PRÉ-SOCRÁTICOS 6. (UEL) “Há, porém, algo de fundamentalmente


novo na maneira como os Gregos puseram a servi-
ço do seu problema último - da origem e essência
3) (UEM) Os filósofos pré-socráticos tenta- das coisas - as observações empíricas que recebe-
ram explicar a diversidade e a transitorieda- ram do Oriente e enriqueceram com as suas pró-
de das coisas do universo, reduzindo tudo a prias, bem como no modo de submeter ao pensa-
um ou mais princípios elementares, os quais mento teórico e casual o reino dos mitos, fundado
seriam a verdadeira natureza ou ser de to- na observação das realidades aparentes do mundo
das as coisas. Assinale o que for correto. sensível: os mitos sobre o nascimento do mundo.” 
Fonte: JAEGER, W. Paidéia. Tradução de Artur M. Par-
1) Tales de Mileto, o primeiro filósofo segundo reira. 3.ed. São Paulo: Martins Fontes, 1995, p. 197. 
Aristóteles, teria afirmado “tudo é água”, indi-
cando, assim, um princípio material elemen- Com base no texto e nos conhecimentos sobre
tar, fundamento de toda a realidade. a relação entre mito e filosofia na Grécia, é cor-
2) Heráclito de Éfeso interessou-se pelo dinamis- reto afirmar:
mo do universo. Afirmou que nada permanece
o mesmo, tudo muda; que a mudança é a pas- a) Em que pese ser considerada como criação
sagem de um contrário ao outro e que a luta dos gregos, a filosofia se origina no Oriente
e a harmonia dos contrários são o que gera e sob o influxo da religião e apenas posterior-
mantém todas as coisas. mente chega à Grécia.
4) Parmênides de Eléia afirmou que o ser não b) A filosofia representa uma ruptura radical em
muda. Deduziu a imobilidade e a unidade do relação aos mitos, representando uma nova
ser do princípio de que “o ser é” e “o não-ser forma de pensamento plenamente racional
não é”, elaborando uma primeira formulação desde as suas origens.
dos princípios lógicos da identidade e da não- c) Apesar de ser pensamento racional, a filosofia
-contradição. se desvincula dos mitos de forma gradual.
8) As teorias dos filósofos pré-socráticos foram d) Filosofia e mito sempre mantiveram uma rela-
pouco significativas para o desenvolvimento ção de interdependência, uma vez que o pen-
da filosofia e da ciência, uma vez que os pré- samento filosófico necessita do mito para se
expressar. posto “só sei que nada sei”, é a maiêutica que
e) O mito já era filosofia, uma vez que buscava tem como objetivo:
respostas para problemas que até hoje são
objeto da pesquisa filosófica. I. “dar luz a ideias novas, buscando o concei-
to”.
II. partir da ironia, reconhecendo a ignorância
8. (Ufsj 2012) Sobre o princípio básico da filoso- até chegar ao conhecimento.
fia pré-socrática, é CORRETO afirmar que III. encontrar as contradições das ideias para
chegar ao conhecimento.
a) Tales de Mileto, ao buscar um princípio unifi- IV. trazer as ideias do céu a terra.
cador de todos os seres, concluiu que a água
era a substância primordial, a origem única de Assinale:
todas as coisas.
b) Anaximandro, após observar sistematicamen- a) Se apenas I e II estiverem corretas.
te o mundo natural, propôs que não apenas b) Se apenas I e III estiverem corretas.
a água poderia ser considerada arché desse c) Se apenas II, III e IV estiverem corretas.
mundo em si e, por isso mesmo, incluiu mais d) Se III e IV estiverem corretas.
um elemento: o fogo. e) Se I e IV estiverem corretas.
c) Anaxímenes fez a união entre os pensamentos
que o antecederam e concluiu que o princípio
de todas as coisas não pode ser afirmado, já 02) O método argumentativo de Sócrates (469 –
que tal princípio não está ao alcance dos sen- 399 a.C.) consistia em dois momentos distintos:
tidos. a ironia e a maiêutica. Sobre a ironia socrática,
d) Heráclito de Éfeso afirmou o movimento e pode-se afirmar que:
negou terminantemente a luta dos contrários
como gênese e unidade do mundo, como o I. Torna o interlocutor um mestre na argu-
quis Catão, o antigo. mentação sofística.
II. Leva o interlocutor à consciência de que seu
saber era baseado em reflexões, cujo conte-
SÓCRATES údo era repleto de conceitos vagos e impre-
cisos.
III. Tinha um caráter purificador, à medida que
14. Sócrates inaugura o período clássico da fi- levava o interlocutor confessar suas pró-
losofia grega, também chamado de período prias contradições e ignorâncias.
antropológico. O problema do conhecimento IV. Tinha um sentido depreciativo e sarcástico
passou a ser uma problemática central na filo- da posição do interlocutor.
sofia socrática, pois “a briga” de Sócrates com
os sofistas tinha por objetivo resgatar o amor Assinale:
pela sabedoria e a valorização pela busca da
verdade. a) Se apenas a afirmação III é correta.
Nesse contexto, Sócrates inaugura seu método b) Se as afirmações I e IV são corretas.
que se fundamenta em dois princípios básicos, c) Se apenas a afirmação IV é correta.
que são: d) Se as afirmações II e III são corretas.

a) A indução e dedução das verdades lógicas;


b) A doxa e o lógos convergindo para o conceito UNIDADE 4: PLATÃO
racional.
c) A ironia e a Maiêutica enquanto caminhos para
conhecer a verdade através do auto-conheci- 1) “Você está acompanhando, Sofia? E agora
mento (conhecer-te a ti mesmo). vem Platão. Ele se interessava tanto pelo que é
d) O diálogo e a dúvida dialética. eterno e imutável na natureza quanto pelo que
e) A amizade e a justiça social.  é eterno e imutável na moral e na sociedade.
Sim... para Platão tratava-se, em ambos os ca-
sos, de uma mesma coisa. Ele tentava entender
01. Sócrates é tradicionalmente considerado uma ‘realidade’ que fosse eterna e imutável. E,
um marco divisório da filosofia grega. Os filó- para ser franco, é para isto que os filósofos exis-
sofos que o antecederam são chamados de pré- tem. Eles não estão preocupados em eleger a
-socráticos. Seu método, que parte do pressu- mulher mais bonita do ano, ou os tomates mais
baratos da feira. (E exatamente por isso nem b) A verdade reside na contemplação das som-
sempre são vistos com bons olhos). Os filósofos bras, refletidas pela luz exterior e projetadas
não se interessam muito por essas coisas efê- no mundo sensível.
meras e cotidianas. Eles tentam mostrar o que é c) A verdade consiste na fidelidade, e como Deus
‘eternamente verdadeiro’, ‘eternamente belo’ é o único verdadeiramente fiel, então a verda-
e ‘eternamente bom’.” (GAARDER, Jostein. O de reside em Deus.
mundo de Sofia. Trad. de João Azenha Jr. São d) A principal tarefa da filosofia está em aproxi-
Paulo: Companhia das Letras, 1995. p. 98.) mar o máximo possível a alma do corpo para,
dessa forma, obter a verdade.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a e) A verdade encontra-se na correspondência en-
teoria das idéias de Platão, assinale a alternati- tre um enunciado e os fatos que ele aponta no
va correta. mundo sensível.

a) Para Platão, o mundo das idéias é o mundo


do “eternamente verdadeiro”, “eternamen- 3) Leia o texto a seguir e responda à questão 1.
te belo” e “eternamente bom” e é distinto do
mundo sensível no qual vivemos. TEXTO I
b) Platão considerava que tudo aquilo que pode
ser percebido diretamente pelos sentidos — Considera pois — continuei — o que aconteceria
constitui a própria realidade das coisas. se eles fossem soltos das cadeias e curados da sua
c) Platão considerava impossível que o homem ignorância,a ver se, regressados à sua natureza, as
pudesse ter idéias verdadeiras sobre qualquer coisas se passavam deste modo. Logo que alguém
coisa, seja sobre a natureza, a moral ou a so- soltasse um deles, e o forçasse a endireitar-se de
ciedade, porque tudo é sonho e ilusão. repente, a voltar o pescoço, a andar e a olhar para
d) Para Platão, as idéias sobre a natureza, a mo- a luz, a fazer tudo isso, sentiria dor, e o deslumbra-
ral e a sociedade podem ser explicadas a partir mento impedi-lo-ia de fixar os objetos cujas sombras
das diferentes opiniões das pessoas. via outrora. Que julgas tu que ele diria, se alguém
e) De acordo com Platão, o filósofo deve preocu- lhe afirmasse que até então ele só vira coisas vãs, ao
par-se com as coisas efêmeras e cotidianas do passo que agora estava mais perto da realidade e
mundo, tidas por ele como as mais importan- via de verdade, voltado para objetos mais reais? E se
tes. ainda, mostrando-lhe cada um desses objetos que
passavam, o forçassem com perguntas a dizer o que
era? Não te parece que ele se veria em dificuldade
2) “Quando é, pois, que a alma atinge a verdade? e suporia que os objetos vistos outrora eram mais
Temos de um lado que, quando ela deseja inves- reais do que os que agora lhe mostravam?
tigar com a ajuda do corpo qualquer questão que (PLATÃO. A República. 7. ed. Lisboa: Calouste Gul-
seja, o corpo, é claro, a engana radicalmente. benkian, 1993. p. 318-319.)
- Dizes uma verdade.
- Não é, por conseguinte, no ato de raciocinar, e O texto é parte do livro VII da República, obra
não de outro modo, que a alma apreende, em par- na qual Platão desenvolve o célebre Mito da Ca-
te, a realidade de um ser? verna.
- Sim.
[...] - E é este então o pensamento que nos guia: I. A caverna iluminada pelo Sol, cuja luz se pro-
durante todo o tempo em que tivermos o corpo, jeta dentro dela, corresponde ao mundo inte-
e nossa alma estiver misturada com essa coisa ligível, o do conhecimento do verdadeiro ser.
má, jamais possuiremos completamente o objeto II. Explicita como Platão concebe e estrutura o
de nossos desejos! Ora, esse objeto é, como dizía- conhecimento.
mos, a verdade.” III. Manifesta a forma como Platão pensa a polí-
(PLATÃO. Fédon. Trad. Jorge Paleikat e João Cruz tica, na medida em que, ao voltar à caverna,
Costa. São Paulo: Nova Cultural, 1987. p. 66-67.) aquele que contemplou o bem quer libertar da
contemplação das sombras os antigos compa-
Com base no texto e nos conhecimentos sobre nheiros.
a concepção de verdade em Platão, é correto IV. Apresenta uma concepção de conhecimento
afirmar: estruturada unicamente em fatores circuns-
tanciais e relativistas.
a) O conhecimento inteligível, compreendido
como verdade, está contido nas idéias que a Assinale a alternativa correta.
alma possui.
a) Somente as afirmativas I e IV são corretas. si mesmos; e, acima de todos os outros, o sentido
b) Somente as afirmativas II e III são corretas. da visão”.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. Mais adiante, Aristóteles afirma:
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. “Por outro lado, não identificamos nenhum dos
e) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas. sentidos com a Sabedoria, se bem que eles nos
proporcionem o conhecimento mais fidedigno do
particular. Não nos dizem, contudo, o porquê de
4) Leia o texto de Platão a seguir: coisa alguma”.
Fonte: ARISTÓTELES, Metafísica. Tradução de Leo-
Logo, desde o nascimento, tanto os homens como nel Vallandro. Porto Alegre: Globo, 1969, p. 36 e 38.
os animais têm o poder de captar as impressões
que atingem a alma por intermédio do corpo. Po- Com base nos textos acima e nos conhecimen-
rém relacioná-las com a essência e considerar a tos sobre a metafísica de Aristóteles, considere
sua utilidade, é o que só com tempo, trabalho e as afirmativas a seguir.
estudo conseguem os raros a quem é dada seme-
lhante faculdade. Naquelas impressões, por con- I. Para Aristóteles, o desejo de conhecer é ina-
seguinte, não é que reside o conhecimento, mas to ao homem.
no raciocínio a seu respeito; é o único caminho, ao II. O desejo de adquirir sabedoria em sentido
que parece, para atingir a essência e a verdade; de pleno representa a busca do conhecimento
outra forma é impossível. em mais alto grau.
(PLATÃO. Teeteto. Tradução de Carlos Alberto Nu- III. O grau mais alto de conhecimento mani-
nes. Belém: Universidade Federal do Pará, 1973. p. festa-se no prazer que sentimos em utilizar
80.) nossos sentidos.
IV. Para Aristóteles, a sabedoria é a ciência das
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a causas particulares que produzem os even-
teoria do conhecimento de Platão, considere as tos.
afirmativas a seguir:
A alternativa que contém todas as afirmativas
I. Homens e animais podem confiar nas im- corretas é:
pressões que recebem do mundo sensível, e
assim atingem a verdade. a) I e II
II. As impressões são comuns a homens e ani- b) II e IV
mais, mas apenas os homens têm a capaci- c) I, II e III
dade de formar, a partir delas, o conheci- d) I, III e IV
mento. e) II, III e IV
III. As impressões não constituem o conheci-
mento sensível, mas são consideradas como
núcleo do conhecimento inteligível. 2) Quatro tipos de causas podem ser objeto da
IV. O raciocínio a respeito das impressões cons- ciência para Aristóteles: causa eficiente, final,
titui a base para se chegar ao conhecimento formal e material.
verdadeiro.
Assinale a alternativa correta em que as per-
Assinale a alternativa correta. guntas correspondem, respectivamente, às
causas citadas.
a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas II e IV são corretas. a) Por que foi gerado? Do que é feito? O que é?
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. Quem gerou?
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. b) O que é? Do que é feito? Por que foi gerado?
e) Somente as afirmativas I, III e IV são corretas. Quem gerou?
c) Do que é feito? O que é? Quem gerou? Por que
foi gerado?
UNIDADE 5: ARISTÓTELES d) Por que foi gerado? Quem gerou? O que é? Do
que é feito?
e) Quem gerou? Por que foi gerado? O que é? Do
1) “Todos os homens, por natureza, desejam co- que é feito?
nhecer. Sinal disso é o prazer que nos proporcio-
nam os nossos sentidos; pois, ainda que não leve-
mos em conta a sua utilidade, são estimados por 3) Leia o texto a seguir:
pode ser conhecida indutivamente pela obser-
Dado que dos hábitos racionais com os quais cap- vação e pela experimentação.
tamos a verdade, alguns são sempre verdadeiros, c) Para a compreensão das transformações e da
enquanto outros admitem o falso, como a opinião mutabilidade dos seres, Aristóteles recorre ao
e o cálculo, enquanto o conhecimento científico princípio da criação divina.
e a intuição são sempre verdadeiros, e dado que d) Na metafísica aristotélica, a compreensão do
nenhum outro gênero de conhecimento é mais devir de todas as coisas está vinculada à deter-
exato que o conhecimento científico, exceto a in- minação da causa material e da causa formal
tuição, e, por outro lado, os princípios são mais co- sobre a causa final.
nhecidos que as demonstrações, e dado que todo e) Para Aristóteles, todas as coisas tendem natu-
conhecimento científico constitui-se de maneira ralmente para um fim (telos), sendo esta con-
argumentativa, não pode haver conhecimento cepção teleológica da realidade a que explica
científico dos princípios, e dado que não pode a natureza de todos os seres.
haver nada mais verdadeiro que o conhecimento
científico, exceto a intuição, a intuição deve ter
por objeto os princípios. (ARISTÓTELES. Segundos UNIDADE 6: DESCARTES
Analíticos, B 19, 100 b 5-17. In: REALE, G. História da
Filosofia Antiga. São Paulo: Loyola, 1994.)
1) “Mas logo em seguida, adverti que, enquanto eu
Considere as afirmativas a seguir a partir do queria assim pensar que tudo era falso, cumpria
conteúdo do texto acima. necessariamente que eu, que pensava, fosse algu-
ma coisa. E, notando que esta verdade eu penso,
I. Todo conhecimento discursivo depende de logo existo era tão firme e tão certa que todas as
um conhecimento imediato. mais extravagantes suposições dos céticos não se-
II. A intuição é um hábito racional que é sem- riam capazes de a abalar, julguei que poderia acei-
pre verdadeiro. tá-la, sem escrúpulo, como o primeiro princípio
III. Os princípios da ciência devem ser demons- da Filosofia que procurava.” (DESCARTES, René.
trados cientificamente. Discurso do método. Trad. de J. Guinsburg e Ben-
IV. O conhecimento científico e a opinião não to Prado Júnior. São Paulo: Nova Cultural, 1996. p.
admitem o falso. 92. Coleção Os Pensadores.)
V. Assinale a alternativa que contém todas as
afirmativas corretas, mencionadas ante- De acordo com o texto e com os conhecimentos
riormente. sobre o tema, assinale a alternativa correta.

a) I e II. a) Para Descartes, não podemos conhecer nada


b) I e III. com certeza, pois tudo quanto pensamos está
c) II e IV. sujeito à falsidade.
d) I, III e IV. b) O “eu penso, logo existo” expressa uma verda-
e) II, III e IV. de instável e incerta, o que fez Descartes ser
vencido pelos céticos.
c) A expressão “eu penso, logo existo” represen-
4) Para Aristóteles, Só julgamos que temos conhe- ta a verdade firme e certa com a qual Descar-
cimento de uma coisa quando conhecemos sua tes fundamenta o conhecimento e a ciência.
causa. E há quatro tipos de causa: a essência, as d) As “extravagantes suposições dos céticos” im-
condições determinantes, a causa eficiente desen- pediram Descartes de encontrar uma verdade
cadeadora do processo e a causa final. (ARISTÓTE- que servisse como princípio para a filosofia.
LES. Analíticos Posteriores. Livro II. Bauru: Edipro. e) Descartes, ao acreditar que tudo era falso, co-
2005. p. 327.) locava em dúvida sua própria existência.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a


metafísica aristotélica, é correto afirmar. 2) “Tomemos [...] este pedaço de cera que acaba
de ser tirado da colméia: ele não perdeu ainda a
a) A existência de um plano superior constituí- doçura do mel que continha, retém ainda algo do
do das idéias e atingido apenas pelo intelecto odor das flores de que foi recolhido; sua cor, sua
permite a Aristóteles a compreensão objetiva figura, sua grandeza, são patentes; é duro, é frio,
dos fenômenos que ocorrem no mundo físico. tocamo-lo e, se nele batermos, produzirá algum
b) A realidade, para Aristóteles, sendo constituí- som. Enfim, todas as coisas que podem distinta-
da por seres singulares, concretos e mutáveis, mente fazer conhecer um corpo encontram-se
neste. Mas eis que, enquanto falo, é aproximado completo e independente, é uma conseqüên-
do fogo: o que nele restava de sabor exala-se, o cia dos limites do espírito humano.
odor se esvai, sua cor se modifica, sua figura se al- c) O conhecimento que o espírito humano possui
tera, sua grandeza aumenta, ele torna-se líquido, de si mesmo é superior ao conhecimento de
esquenta-se, mal o podemos tocar e, embora nele Deus.
batamos, nenhum som produzirá. A mesma cera d) A única certeza que o espírito humano é capaz
permanece após essa modificação? Cumpre con- de provar é a existência de si mesmo, enquan-
fessar que permanece: e ninguém o pode negar. O to um ser que pensa.
que é, pois, que se conhecia deste pedaço de cera e) A existência de Deus, como uma idéia clara e
com tanta distinção? Certamente não pode ser distinta, é impossível de ser provada.
nada de tudo o que notei nela por intermédio dos
sentidos, visto que todas as coisas que se apre-
sentavam ao paladar, ao olfato, ou à visão, ou ao 4) Leia o seguinte texto de Descartes:
tato, ou à audição, encontravam-se mudadas e, no
entanto, a mesma cera permanece.” (DESCARTES, Essas longas cadeias de razões, todas simples e
René. Meditações. Trad. de Jacó Guinsburg e Ben- fáceis, de que os geômetras costumam se utili-
to Prado Júnior. São Paulo: Nova Cultural, 1996. p. zar para chegar às demonstrações mais difíceis,
272.) haviam-me dado oportunidade de imaginar que
todas as coisas passíveis de cair sob domínio do
Com base no texto, é correto afirmar que para conhecimento dos homens seguem-se umas às
Descartes: outras da mesma maneira e que, contanto que
nos abstenhamos somente de aceitar por verda-
a) Os sentidos nos garantem o conhecimento dos deira alguma que não o seja, e que observemos
objetos, mesmo considerando as alterações sempre a ordem necessária para deduzi-las umas
em sua aparência. das outras, não pode haver, quaisquer que sejam,
b) A causa da alteração dos corpos se encontra tão distantes às quais não se chegue por fim, nem
nos sentidos, o que impossibilita o conheci- tão ocultas que não se descubram. (DESCARTES,
mento dos mesmos. R. Discurso do método. Tradução de Elza Morei-
c) A variação no modo como os corpos se apre- ra Marcelina. Brasília: Editora da Universidade de
sentam aos sentidos revela que o conhecimen- Brasília; São Paulo: Ática, 1989. p. 45.)
to destes excede o conhecimento sensitivo.
d) A constante variação no modo como os corpos Com base no texto e nos conhecimentos sobre
se apresentam aos sentidos comprova a ine- o pensamento de Descartes, é correto afirmar
xistência dos mesmos. que:
e) A existência e o conseqüente conhecimento
dos corpos têm como causa os sentidos. a) Para Descartes, o conhecimento é obtido par-
tindo-se da experiência, isto é, da observação
3) “E quando considero que duvido, isto é, que da natureza, e depois generalizando os resul-
sou uma coisa incompleta e dependente, a idéia tados de tais observações.
de um ser completo e independente, ou seja, de b) Segundo Descartes, qualquer coisa que a ra-
Deus, apresenta-se a meu espírito com igual dis- zão humana é capaz de conhecer pode ser al-
tinção e clareza; e do simples fato de que essa cançada, partindo-se de verdades evidentes, e
idéia se encontra em mim, ou que sou ou existo, aplicando a dedução lógica a essas verdades.
eu que possuo esta idéia, concluo tão evidente- c) Para Descartes, é possível apenas obter um
mente a existência de Deus e que a minha depen- conhecimento aproximado, probabilístico,
de inteiramente dele em todos os momentos da acerca de qualquer objeto, não sendo de modo
minha vida, que não penso que o espírito humano algum alcançável o conhecimento da verdade,
possa conhecer algo com maior evidência e certe- independente do assunto em questão.
za”. (DESCARTES, René. Meditações. Trad. de Jacó d) Descartes pensa que, independentemente das
Guinsburg e Bento Prado Júnior. São Paulo: Nova premissas das quais se parte ao se procurar
Cultural, 1996. p. 297-298.) obter conhecimento sobre um determinado
assunto, a verdade sobre tal assunto será al-
Com base no texto, é correto afirmar: cançada desde que os princípios da lógica de-
dutiva sejam aplicados corretamente.
a) O espírito possui uma idéia obscura e confusa e) Para Descartes, não há verdades evidentes, de
de Deus, o que impede que esta idéia possa modo que para se obter conhecimento sobre
ser conhecida com evidência. qualquer assunto, é necessário realizar longas
b) A idéia da existência de Deus, como um ser séries de demonstrações difíceis, como aque-
las que são habitualmente desenvolvidas pe- 3) Leia o texto a seguir.
los geômetras.
O pensamento moderno caracteriza-se pelo cres-
cente abandono da ciência aristotélica. Um dos
UNIDADE 7: FRACIS BACON / GALILEU pensadores modernos desconfortáveis com a ló-
gica dedutiva de Aristóteles – considerando que
1) Leia o seguinte texto de Francis Bacon e res- esta não permitia explicar o progresso do conhe-
ponda à questão 59. cimento científico – foi Francis Bacon. No livro No-
vum Organum, Bacon formulou o método indutivo
Texto VI como alternativa ao método lógico-dedutivo aris-
totélico.
[...] é necessário, ainda, introduzir-se um método
completamente novo, uma ordem diferente e um Com base no texto e nos conhecimentos sobre o
novo processo, para continuar e promover a expe- pensamento de Bacon, é correto afirmar que o
riência. Pois a experiência vaga, deixada a si mes- método indutivo consiste
ma [...] é um mero tateio, e presta-se mais a con-
fundir os homens que a informá-los. Mas quando a a) na derivação de consequências lógicas com
experiência proceder de acordo com leis seguras e base no corpo de conhecimento de um dado
de forma gradual e constante, poder-se-á esperar período histórico.
algo de melhor da ciência. b) no estabelecimento de leis universais e neces-
[...] sárias com base nas formas válidas do silogis-
A infeliz situação em que se encontra a ciência hu- mo tal como preservado pelos medievais.
mana transparece até nas manifestações do vulgo. c) na postulação de leis universais com base em
Afirma-se corretamente que o verdadeiro saber é casos observados na experiência, os quais
o saber pelas causas. E, não indevidamente, es- apresentam regularidade.
tabelecem-se quatro coisas: a matéria, a forma, a d) na inferência de leis naturais baseadas no tes-
causa eficiente, a causa final. Destas, a causa final temunho de autoridades científicas aceitas
longe está de fazer avançar as ciências, pois na universalmente.
verdade as corrompe; mas pode ser de interesse e) na observação de casos particulares revelados
para as ações humanas. (BACON, F. Novo Organum pela experiência, os quais impedem a neces-
ou verdadeiras indicações acerca da interpretação sidade e a universalidade no estabelecimento
da natureza. São Paulo: Abril Cultural. 1973. p. 72; das leis naturais.
99-100.)

Com base no texto e no pensamento de Francis 4) Leia o texto a seguir.


Bacon acerca da verdadeira indução experi-
mental como interpretação da natureza, é cor- Francis Bacon, em sua obra Nova Atlântida, imagi-
reto afirmar. na uma utopia tecnocrática na qual o sofrimento
humano poderia ser removido pelo desenvolvi-
a) Na busca do conhecimento, não se podem en- mento e pelo aperfeiçoamento do conhecimento
contrar verdades indubitáveis, sem submeter científico, o qual permitiria uma crescente domi-
as hipóteses ao crivo da experimentação e da nação da natureza e um suposto afastamento do
observação. mito. Na obra Dialética do Esclarecimento, Adorno
b) A formulação do novo método científico exige e Horkheimer defendem que o projeto iluminista
submeter a experiência e a razão ao princípio de afastamento do mito foi convertido, ele pró-
de autoridade para a conquista do conheci- prio, em mito, caindo no dogmatismo e em numa
mento. forma de mitologia. O progresso técnico-científico
c) O desacordo entre a experiência e a razão, pre- consiste, para Adorno e Horkeheimer, no avanço
valecendo esta sobre aquela, constitui o fun- crescente da racionalidade instrumental, a qual é
damento para o novo método científico. incapaz de frear iniciativas que afrontam a moral,
d) Bacon admite o finalismo no processo natural, como foram, por exemplo, os campos de concen-
por considerar necessário ao método pergun- tração nazistas.
tar para que as coisas são e como são.
e) O estabelecimento de um método experimen- Com base no texto e nos conhecimentos sobre
tal, baseado na observação e na medida, apri- o desenvolvimento técnico-científico, é correto
mora o método escolástico. afirmar:

a) Bacon pensava que o incremento da raciona-


lidade instrumental aliviaria as causas do so-
frimento humano, apesar de a razão, a longo Com base no pensamento de Bacon, considere
prazo, sucumbir novamente ao mito. as afirmativas a seguir.
b) Adorno e Horkheimer concordavam que o pro-
gresso científico não consegue superar o mito, I. O homem deve agir como intérprete da na-
mas se torna um tipo de concepção mítica in- tureza para melhor conhecê-la e dominá-la
capaz de discriminar o que é certo do que é er- em seu benefício.
rado moralmente. II. O acesso ao conhecimento sobre a natureza
c) Adorno e Horkheimer sustentavam que o cres- depende da experiência guiada por método
cente avanço da racionalidade instrumental indutivo.
consistia num incremento da capacidade hu- III. O verdadeiro pesquisador da natureza é um
mana de avaliar moralmente. homem que parte de proposições gerais
d) Bacon apontava que o aumento da capacida- para, na sequência e à luz destas, clarificar
de de domínio do homem sobre a natureza as premissas menores.
conduziria os seres humanos a uma forma de IV. Os homens de experimentos processam
dogmatismo. as informações à luz de preceitos dados a
e) Tanto Adorno e Horkheimer quanto Bacon priori pela razão.
viam o progresso técnico e científico como a
solução para os sofrimentos humanos e para Assinale a alternativa correta.
as incertezas morais humanas.
a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas II e IV são corretas.
5) Analise as figuras 3 e 4 a seguir e responda a c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
questão 62. d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas I, III e IV são corretas.

GALILEU

1) “O mundo real é simplesmente uma sucessão de


movimentos atômicos em continuidade matemá-
tica. Nessas circunstâncias, a causalidade só po-
deria ser colocada, de maneira inteligível, nos pró-
prios movimentos dos átomos [...]. Mas que fazer
com Deus? Com a derrubada da causalidade final,
Deus, como concebido pelo aristotelismo, esta-
va praticamente perdido; negar francamente sua
existência, no entanto, era, à época de Galileu, um
passo demasiado radical para que qualquer pen-
sador importante pudesse considerá-lo”. (BURTT,
Edwin Arthur. As bases metafísicasda ciência mo-
derna. Trad. de José Viegas Filho e Orlando Araújo
Henriques. Brasília: UnB, 1991. p. 78.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a


filosofia de Galileu, é correto afirmar:

a) Galileu pretendia construir uma nova metafísi-


ca em que a teologia apareceria como princí-
pio último de explicação.
b) Segundo Galileu, tudo o que conhecemos so-
bre o mundo natural diz respeito à natureza
íntima da força, ou de sua essência.
c) Galileu buscava estabelecer o fundamento das
A figura do homem que triunfa sobre a natureza convicções a respeito da relação determinante
bruta (Fig. 3) é significativa para se pensar a fi- do homem com a natureza.
losofia de Francis Bacon (1561-1626). d) A grandeza revolucionária de Galileu deveu-se
a sua atitude de responder questões conside- escrito. Ele está escrito em linguagem matemática
radas para além do domínio da ciência positi- e seus caracteres são círculos, triângulos e outras
va. figuras geométricas, meios sem os quais é impos-
e) O interesse de Galileu estava em mostrar que sível entender humanamente suas palavras: sem
para todo movimento expressável matemati- tais meios, vagamos inutilmente por um escuro
camente existe uma causa primária. labirinto. (GALILEI, G. Il saggiatore. Apud REALE, G.
& ANTISERI, D. História da filosofia. São Paulo: Pau-
linas, 1990, v. 2, p. 281.)
2) Uma das afirmações mais conhecidas e cita-
das de Galileu, que reflete o novo projeto da ci- Tendo em mente o texto acima e os conheci-
ência da natureza, é a seguinte: mentos sobre o pensamento de Galileu acerca
do método científico, considere as seguintes
“A filosofia está escrita neste grandíssimo livro afirmativas.
que aí está aberto continuamente diante dos
olhos (digo, o universo), mas não se pode entendê- I. Galileu defende o desenvolvimento de uma
-lo se primeiro não se aprende a entender a língua ciência voltada para os aspectos objetivos
e conhecer os caracteres nos quais está escrito. Ele e mensuráveis da natureza, em oposição à
está escrito em língua matemática, e os caracteres física qualitativa de Aristóteles.
são triângulos, círculos e outras figuras geométri- II. Para Galileu, é possível obter conhecimento
cas, meios sem os quais é humanamente impos- científico sobre objetos matemáticos, tais
sível entender-lhe sequer uma palavra; sem estes como círculos e triângulos, mas não sobre
trata-se de um inútil vaguear por obscuro labirin- objetos do mundo sensível.
to.” (NASCIMENTO, Carlos Arthur R. De Tomás de III. Galileu pensa que uma ciência quantitati-
Aquino a Galileu. 2. ed. Campinas: UNICAMP, 1998. va da natureza é possível graças ao fato de
p. 176.) que a própria natureza está configurada de
modo a exibir ordem e simetrias matemáti-
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a cas.
concepção de ciência em Galileu, é correto afir- IV. Galileu considera que a observação não faz
mar: parte do método científico proposto por
ele, uma vez que todo o conhecimento cien-
a) Ciência é o conhecimento fixo, estável e pere- tífico pode ser obtido por meio de demons-
ne da essência constitutiva da realidade, al- trações matemáticas.
cançável por meio da abstração.
b) A autonomia da explicação científica baseia- Assinale a alternativa que contém todas as afir-
-se em argumentos de autoridade e princípios mativas corretas, mencionadas anteriormente.
metafísicos que justificam a verdade imutável
do mundo natural. a) I e III.
c) A verdade natural é conhecida independente b) II e III.
de teorias e da realização de experiências, já c) III e IV.
que o fator primordial da ciência é o uso da d) I, II e IV.
matemática para decifrar a essência do mun- e) II, III e IV.
do.
d) A compreensão da natureza por meio de ca-
racteres matemáticos significa decifrar a obra 4) A obra de Galileu Galilei está indissoluvelmente
da criação e, conseqüentemente, ter acesso ao ligada à revolução científica do século XVII, a qual
conhecimento do próprio criador. implicou uma “mutação” intelectual radical, cujo
e) A ciência busca construir o conhecimento as- produto e expressão mais genuína foi o desen-
sentado na razão do sujeito e no controle ex- volvimento da ciência moderna no pensamento
perimental dos fenômenos naturais represen- ocidental. Neste sentido, destacam-se dois traços
tados matematicamente. entrelaçados que caracterizam esta revolução
inauguradora da modernidade científica: a disso-
lução da idéia greco-medieval do Cosmos e a ge-
3) Leia o seguinte texto: ometrização do espaço e do movimento. (KOYRÉ,
A filosofia está escrita neste imenso livro que con- A. Estudos Galilaicos. Lisboa: Dom Quixote, 1986.
tinuamente está aberto diante de nossos olhos pp. 13-20; KOYRÉ, A. Estudos de História do Pen-
(estou falando do universo), mas que não se pode samento Científico. Brasília, Editora UnB, 1982. pp.
entender se primeiro não se aprende a entender 152-154.).
sua língua e conhecer os caracteres em que está
Com base no texto e nos conhecimentos sobre apenas de uma regularidade ou repetição em nos-
as características que marcam revolução cien- sa experiência de uma conjunção constante entre
tífica no pensamento de Galileu Galilei, assina- fenômenos que, por força do hábito acabamos por
le a alternativa correta. projetar na realidade, tratando-a como se fosse
algo existente. É nesse sentido que pode ser dito
a) A dissolução do Cosmos representa a ruptura que a causalidade é uma forma nossa de perce-
com a idéia do Universo como sistema imutá- ber o real, uma idéia derivada da reflexão sobre as
vel, heterogêneo, hierarquicamente ordena- operações de nossa própria mente, e não uma co-
do, da física aristotélica. nexão necessária entre causa e efeito, uma carac-
b) A crença na existência do Cosmos, na física terística do mundo natural.” (MARCONDES, Danilo.
aristotélica, se situa na concepção de um Uni- Iniciação à história da filosofia. Rio de Janeiro: Jor-
verso aberto, indefinido e até infinito, unifica- ge Zahar, 1997. p. 183.)
do e governado pelas mesmas leis universais.
c) Contrária à concepção tradicional de ciência De acordo com o texto e os conhecimentos so-
de orientação aristotélica, a física galilaica dis- bre causalidade em Hume, é correto afirmar:
tingue e opõe os dois mundos do Céu e da Ter-
ra e suas respectivas leis. a) A experiência prova que a causalidade é uma
d) A geometrização do espaço e do movimento, característica do mundo natural.
na física galilaica, aprimora a concepção mate- b) O conhecimento das relações de causa e efeito
mática do Universo cósmico qualitativamente decorre da experiência e do hábito.
diferenciado e concreto da física aristotélica. c) A simples observação de um fenômeno possi-
e) A física galilaica identifica o movimento a par- bilita a inferência de suas causas e efeitos.
tir da concepção de uma totalidade cósmica, d) É impossível obter conhecimento sobre a rela-
em cuja ordem cada coisa possui um lugar ção de causa e efeito entre os fenômenos.
próprio conforme sua natureza. e) O conhecimento sobre as relações de causa e
efeito independe da experiência.

UNIDADE 8: HUME
3) Se um objeto nos fosse apresentado e fôssemos
solicitados a nos pronunciar, sem consulta à ob-
1)  (UEL 2003) “Embora nosso pensamento pare- servação passada, sobre o efeito que dele resulta-
ça possuir esta liberdade ilimitada, verificaremos, rá, de que maneira, eu pergunto, deveria a mente
através de um exame mais minucioso, que ele está proceder nessa operação? Ela deve inventar ou
realmente confinado dentro de limites muito re- imaginar algum resultado para atribuir ao objeto
duzidos e que todo poder criador do espírito não como seu efeito, e é obvio que essa invenção terá
ultrapassa a faculdade de combinar, de transpor, de ser inteiramente arbitrária. O mais atento exa-
aumentar ou de diminuir os materiais que nos fo- me e escrutínio não permite à mente encontrar o
ram fornecidos pelos sentidos e pela experiência.” efeito na suposta causa, pois o efeito é totalmente
(HUME, David. Investigação acerca do entendimen- diferente da causa e não pode, conseqüentemen-
to humano. Trad. de Anoar Aiex. São Paulo: Nova te, revelar-se nela.” (HUME, David. Investigações
Cultural, 1996. p. 36. Coleção Os Pensadores.) sobre o entendimento humano e sobre os princí-
pios da moral. Trad. José Oscar de Almeida Mar-
De acordo com o texto, é correto afirmar que, ques. São Paulo: UNESP, 2004. p. 57-58.)
para Hume:
Com base no texto e nos conhecimentos sobre
a) Os sentidos e a experiência estão confinados o empirismo de David Hume, é correto afirmar:
dentro de limites muito reduzidos.
b) Todo conhecimento depende dos materiais a) O efeito de uma causa é assegurado pela de-
fornecidos pelos sentidos e pela experiência. monstração racional que, a priori, seleciona as
c) O espírito pode conhecer as coisas sem a cola- possíveis conseqüências decorrentes dos ob-
boração dos sentidos e da experiência. jetos empiricamente aprendidos.
d) A possibilidade de conhecimento é determina- b) A causa revela pela sua própria natureza, inde-
da pela liberdade ilimitada do pensamento. pendentemente da experiência e da razão, os
e) Para formar as idéias, o pensamento descarta efeitos que é capaz de produzir.
os materiais fornecidos pelos sentidos. c) A razão é apta para relacionar as causas aos
seus respectivos efeitos, uma vez que a vincu-
lação entre causa e efeito é assegurada pelo
2) “Para Hume, portanto, a causalidade resulta princípio de identidade.
d) A descoberta do efeito de um objeto ocorre Com base no texto e nos conhecimentos sobre
mediante a experiência, que assegura uma a distinção kantiana entre juízos analíticos e
e) relação entre a causa e o efeito, porém desco- sintéticos, assinale a alternativa que apresenta
nhece a necessidade que os vinculam. um juízo sintético a posteriori:
f) A conexão entre causa e efeito é fundamen-
tada pela indução, a partir da constatação de a) Todo corpo é extenso.
que as observações passadas ocorrerão de b) Todo corpo é pesado.
forma semelhante no futuro. c) Tudo que acontece tem uma causa.
d) 7 + 5 = 12.
e) Todo efeito tem uma causa.
4) “Assim como a natureza ensinou-nos o uso de
nossos membros sem nos dar o conhecimento dos
músculos e nervos que os comandam, do mesmo 2) Nos Princípios Matemáticos de Filosofia Natu-
modo ela implantou em nós um instinto que leva ral, Newton afirmara que as leis do movimento,
adiante o pensamento em um curso correspon- assim como a própria lei da gravitação universal,
dente ao que ela estabeleceu para os objetos ex- tomadas por ele como proposições particulares,
ternos, embora ignoremos os poderes e as forças haviam sido “inferidas dos fenômenos, e depois
dos quais esse curso e sucessão regulares de obje- tornadas gerais pela indução”. Kant atribui a estas
tos totalmente dependem”. Fonte: HUME, D. Inves- proposições particulares, enquanto juízos sintéti-
tigação sobre o entendimento humano. Tradução cos, o caráter de leis a priori da natureza. Entretan-
de José Oscar de Almeida Marques. São Paulo: Edi- to, ele recusa esta dedução exclusiva das leis da
tora UNESP, 1999, p.79-80. natureza e consequente generalização a partir dos
fenômenos. Destarte, para enfrentar o problema
Com base no texto e nos conhecimentos sobre sobre a impossibilidade de derivar da experiência
a teoria do conhecimento de Hume, assinale a juízos necessários e universais, um dos esforços
alternativa correta: mais significativos de Kant dirige-se ao esclareci-
mento das condições de possibilidade dos juízos
a) Para Hume, o princípio responsável por nos- sintéticos a priori.
sas inferências causais chama-se instinto de
autoconservação. Com base no enunciado e nos conhecimentos
b) Entre o curso da natureza e o nosso pensa- acerca da teoria do conhecimento de Kant, é
mento não há qualquer correspondência. correto afirmar:
c) Na teoria de Hume, a atividade mental neces-
sária à nossa sobrevivência é garantida pelo a) A validade objetiva dos juízos sintéticos a prio-
conhecimento racional das operações da na- ri depende da estrutura universal e necessária
tureza. da razão e não da variabilidade individual das
d) O instinto ao qual Hume se refere chama-se experiências.
hábito ou costume. b) Os juízos sintéticos a priori enunciam as co-
e) Segundo Hume, são os raciocínios a priori que nexões universais e necessárias entre causas
garantem o conhecimento das questões de e efeitos dos fenômenos por meio de hábitos
fato. psíquicos associativos.
c) O sujeito do conhecimento é capaz de enun-
ciar objetivamente a realidade em si das coisas
UNIDADE 9: KANT / POPPER por meio dos juízos sintéticos a priori.
d) Nos juízos sintéticos a priori, de natureza em-
pírica, o predicado nada mais é do que a expli-
1) “Em todos os juízos em que for pensada a re- citação do que já esteja pensado realmente no
lação de um sujeito com o predicado [...], essa re- conceito do sujeito.
lação é possível de dois modos. Ou o predicado B e) A possibilidade dos juízos sintéticos a priori
pertence ao sujeito A como algo contido (oculta- nas proposições empíricas fundamenta-se na
mente) nesse conceito A, ou B jaz completamen- determinação da percepção imediata e espon-
te fora do conceito A, embora esteja em conexão tânea do objeto sobre a razão.
com o mesmo. No primeiro caso, denomino o juízo
analítico, no outro sintético”. (Fonte: KANT, I. Crí-
tica da Razão Pura. Tradução de Valério Rohden e 3) Tendo como referência a relação entre de-
Udo Baldur Moosburger. São Paulo: Abril Cultural, senvolvimento e progresso presente no texto, é
1980. p.27). correto afirmar que, em Kant, tal relação, con-
tida no conceito de Aufklärung (Esclarecimen-
to), expressa: b) O caráter empírico da ciência;
c) O caráter infalível da ciência;
a) A tematização do desenvolvimento sob a égi- d) O caráter universal da ciência.
de da lógica de produção capitalista.
b) A segmentação do desenvolvimento tecno-
científico nas diversas especialidades. 6) O Círculo de Viena foi um importante marco
c) A ampliação do uso público da razão para que para a filosofia e, exemplarmente, propôs que
se desenvolvam sujeitos autônomos.
d) O desenvolvimento que se alcança no âmbito a) antes de ser classificado de percepção extre-
técnico e material das sociedades. ma ou subjetividade, todo e qualquer dado
e) O desenvolvimento dos pressupostos cientí- deve ser sistematicamente analisado.
ficos na resolução dos problemas da filosofia b) em qualquer evento, existe algo de subjetivo e
prática. isso é disfarçado pelas extraordinárias exten-
sões no mundo metafísico.   
c) para ser aceita como verdadeira, uma teoria
4) Leia o texto a seguir. científica deveria passar pelo crivo da verifica-
A razão humana, num determinado domínio dos ção empírica.
seus conhecimentos, possui o singular destino de d) no limite do que o sujeito pode perceber e do
se ver atormentada por questões, que não pode que é exatamente o objeto há um abismo de
evitar, pois lhe são impostas pela sua natureza, possibilidades e é nisso que consiste a impor-
mas às quais também não pode dar respostas por tância da metafísica.
ultrapassarem completamente as suas possibili-
dades. (KANT, I. Crítica da Razão Pura (Prefácio da
primeira edição, 1781). Tradução de Manuela Pinto 7) “Acredito que a função do cientista e do filósofo
dos Santos e Alexandre Fradique Morujão. Lisboa: é solucionar problemas científicos ou filosóficos e
Fundação Calouste Gulbenkian, 1994, p. 03.) não falar sobre o que ele e outros filósofos estão
fazendo ou deveriam fazer (...) Quando disse que
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a indagação sobre o caráter dos problemas filosó-
Kant, o domínio destas intermináveis disputas ficos é mais apropriada do que a pergunta ‘Que é
chama-se a filosofia?’ quis insinuar uma das razões da futili-
dade da atual controvérsia a respeito da natureza
a) experiência. da filosofia: a crença ingênua de que existe de fato
b) natureza. uma entidade que podemos chamar de ‘filosofia’
c) entendimento. ou de ‘atividade filosófica’, com uma ‘natureza’,
d) metafísica. essência ou caráter determinado (...) Na verdade
e) sensibilidade. não é possível distinguir disciplinas em função da
matéria de que tratam (...) Estudamos problemas,
não matérias:  problemas que podem ultrapassar
POPPER as fronteiras de qualquer matéria ou disciplina”.
Karl Popper.

5) Analise o seguinte fragmento de Popper: Assinale a alternativa que não corresponde à


concepção de filosofia de Karl Popper.
Um dos ingredientes mais importantes da civiliza-
ção ocidental é o que poderia chamar de ‘tradição a) Os problemas filosóficos podem ultrapassar
racionalista’, que herdamos dos gregos: a tradição as fronteiras da filosofia e implicar soluções
do livre debate – não a discussão por si mesma, interdisciplinares.
mas na busca da verdade. A ciência e a filosofia he- b) A filosofia e as demais disciplinas têm proble-
lênicas foram produtos dessa tradição, do esforço mas em comum.
para compreender o mundo em que vivemos; e a c) Não existe algo como uma entidade filosófica
tradição estabelecida por Galileu correspondeu ou atividade com natureza determinada que
ao seu renascimento. (POPPER, K. R. Conjecturas possa ser mencionada como resposta a per-
e refutações. Brasília: UNB, 1972. p. 129) gunta “Que é a filosofia?”.
d) Ao filosofo não cabe indicar o que deve ser fei-
Qual característica da ciência podemos enten- to, mas ocupar-se da resolução de problemas.   
der a partir dessa visão de Popper? e) Antes de solucionar problemas é imprescindí-
vel que se determine a essência da filosofia,
a) O caráter racional da ciência; sua natureza.
8) Para o filósofo Karl Popper (1902-1994), “Um
cientista, seja teórico ou experimental, formula
enunciados ou sistemas de enunciados e verifi-
ca-os um a um. No campo das ciências empíricas,
para particularizar, ele formula hipótese ou siste-
mas de teorias e submete-os a teste, confrontan-
do-os com a experiência, através de recursos de
observação e experimentação. A tarefa da lógica
da pesquisa científica, ou da lógica do conheci-
mento, é, segundo penso, proporcionar uma aná-
lise lógica desse procedimento, ou seja, analisar o
método das ciências empíricas” (POPPER, K. A ló-
gica da pesquisa científica. São Paulo: Ed. Cultrix,
1972, p. 27).

A partir do trecho citado, assinale a(s) alterna-


tiva(s) correta(s).

01) Observação e experimentação são procedi-


mentos científicos teóricos.
02) O cientista experimental deve comprovar suas
teorias confrontando-as com a experiência.
04) As hipóteses teóricas devem ser submetidas a
teste para serem corroboradas.
08) A comprovação científica de uma hipótese não
se faz tão somente pela análise lógica dos pro-
cedimentos.
16) A lógica do conhecimento dedica-se à análise
dos sistemas de enunciados científicos.
FÍSICA 1
UNIDADE 1 UNIDADE 4
CINEMÁTICA E VETORES MOVIMENTOS CIRCULARES

UNIDADE 2 UNIDADE 5
MOVIMENTO RETILÍNEO UNIFORME (MRU) QUEDA LIVRE

UNIDADE 3 UNIDADE 6
MOVIMENTO RETILÍNEO MOVIMENTOS NUM PLANO
UNIFORMEMENTE VARIADO (MRUV)
UNIDADE 01: ANALISE:

CINEMÁTICA E VETORES
Cinemática é a parte da física que estuda o
movimento.

CONCEITOS

Um corpo é definido como ponto material


quando seu tamanho é desprezível em relação
ao tamanho de seu movimento, quando se pode
representá-lo como um único ponto ao invés de Se o corpo sai da posição A e vai para B; o
representá-lo por inteiro. DS=S-S0 será SB-SA>0 (deslocamento progressivo);
porém se ele for de B para A; o DS= SA- SB<0
Ex.: uma formiga atravessando uma ponte; (deslocamento retrógrado). O deslocamento
Ex. 2: a terra no seu movimento de translação; independe da trajetória.
Ex. 3: um foguete na imensidão do espaço.
→ Só podemos considerar um corpo como NÃO CONFUNDA: distância x deslocamento
um ponto material se todos os pontos desse corpo A distância percorrida pela trajetória 3 é a maior,
tiverem uma mesma trajetória. mas seu deslocamento é o mesmo, pois a sua variação
de posição (DS) tem o mesmo valor que os outros
Um corpo será definido como corpo extenso caminhos.
quando seu tamanho em relação à trajetória for
considerável. VETORES
Ex. : um trem atravessando uma ponte;
Ex. 2: um carro ao efetuar uma ultrapassagem. GRANDEZAS

Referencial: É um ponto material ou ESCALARES: são grandezas que para serem


corpo extenso a partir do qual é possível realizar representadas elas precisam apenas do modulo e
observação de fenômenos físicos e até mesmo unidade.
descrevê-los Ex.: massa, volume, densidade, tempera-
tura, comprimento, velocidade escalar, pressão,
Repouso e Movimento: Um mesmo corpo energia, distancia, pressão, tempo, quantidade de
pode estar em repouso ou em movimento, pois movimento.
depende do referencial adotado. O Repouso
ocorre quando o objeto em estudo não varia sua grandeza = módulo e unidade
posição, enquanto no Movimento ocorre uma m = 25g
variação da posição com o tempo.
Ex.: um ônibus que está se movimento para VETORIAIS: são grandezas que precisam ser
um pedestre também está em repouso para os representadas no espaço, que dependem de uma
passageiros. direção, sentido além do módulo.
Ex.: força, velocidade vetorial, aceleração,
Posição ou localização: para saber a deslocamento, posição, campo elétrico. São re-
posição de um objeto é necessário conhecer um presentadas pelos vetores.
referencial.
Ex.: estou a 3 quarteirões do calçadão; VETOR
Ex. 2: a chave está no armário da cozinha.
Definição: representa-se um vetor por
Deslocamento (Ds): é o quanto e para qual um segmento orientado de reta que apresenta
direção o corpo muda de posição. módulo (ou intensidade), direção e sentido.
Ex.: estava a 3 quarteirões do calçadão, Ex: 3N (módulo), horizontal(direção), para
agora estou a 4. direita(sentido).

Trajetória: é a união de todas as posições


que o objeto ocupou em determinado tempo,
ou seja, “é a linha sobre a qual o corpo se
movimentou”.
DIREÇÃO, SENTIDO E MÓDULO

a) direção
Qualquer vetor projeta-se em uma di-
reção, formando um ângulo a com a direção
previamente orientada (x) as direções podem
ser: horizontal, vertical, e diagonal, ou ainda RESOLUÇÃO: A regra dos vetores consecutivos,
escrita em função de a. consiste em traçar os vetores na seqüência
(Método Poligonal)
b) Sentido:
Toda direção tem apenas dois sentidos
possíveis, por exemplo: na direção horizontal,
temos o sentido da esquerda para a direita e da
direita para a esquerda.
Em um plano cartesiano denotamos positivo
e negativo.

c) Módulo: A resultante tem origem na origem do vetor e


O módulo corresponde apenas à intensidade, extremidade na extremidade do vetor .
ao valor do vetor. O módulo é representado sempre
positivo. módulo: 7 cm
Direção: horizontal
OPERAÇÃO COM VETORES Sentido: para a direita

Quando fazemos alguma operação com b) Mesma direção e sentidos opostos


vetores devemos considerar as três características
pertencentes a eles: Neste caso, subtraímos os módulos dos
vetores. A subtração, neste caso, gera a mínima
resultante possível. O sentido resultante, sempre
será o do vetor de maior módulo. Exemplo:

RESOLUÇÃO: Regra dos vetores consecutivos


(Método Poligonal)

módulo, direção e sentido. Toda operação


gera uma resultante que também deve ter as três
características acima.

Dados os modelos dos vetores e


| | = a = 3 cm
| | = b = 4 cm
A resultante é o vetor com origem na origem do
a) Mesma direção e sentido vetor e extremidade na extremidade do vetor .

Neste caso, somamos os módulos dos Módulo: 1cm


vetores. A soma, neste caso, gera a máxima Direção: horizontal
resultante possível. o sentido resultante é o Sentido: para a esquerda
mesmo dos dois vetores.
c) Direções diferentes (vetores concorrentes)
Quando os vetores têm direções diferentes,
surge um ângulo entre eles, assim os meios
anteriores não são válidos, então surgem outros
métodos. segundo os eixos X e Y e então, obteremos uma
resultante em x (Vx) e outra em y (Vy).
Para se decompor o vetor V1 em vetores
C1) Regra do paralelogramo: unitários devemos escrever as projeções Vx e Vy
em função de V1
Serve somente para dois vetores de cada
vez, consiste em construir um paralelogramo com
origem comum. Exemplo:

OBS: a soma vetorial de Vx e Vy obtém o vetor V1

Para somar-se infinitos vetores, basta


decompô-los e somar suas componentes
horizontais e verticais,e somá-las

EXERCÍCIO RESOLVIDO

C2)Regra do polígono:

Este método é eficiente para mais de dois


vetores e consiste em colocar os vetores uma a
um, de forma que a extremidade de um, coincida
com a origem de outro. O vetor resultante é o que
se obtém ligando a origem do primeiro com a
extremidade do último.

C3 ) Regra da projeção dos vetores:

Consiste em decompor os vetores num


plano cartesiano e somar suas decomposições
EXERCÍCIOS do campo magnético total e atinge um dos pontos
da figura marcados com um círculo cheio. Nessas
1) Na figura abaixo estão desenhados dois vetores condi­ções, o módulo do vetor de deslocamento do
( x e y ). Estes vetores representam deslocamen- pombo vale :
tos sucessivos de um corpo. Qual é o módulo do
vetor igual a x + y ?

2) Um vetor A e é dado por: A = 8,0 x +6,0 y


onde x e y são os vetores de um sistema de
coordenadas cartesianas em um plano.

Qual o módulo do vetor A ?

3) No esquema da figura abaixo tem-se um


hexágono regular.

a) 6m
b) 8m
c) 10m
d) 14m
e) 15m

Chamado F aos módulos dos vetores A B e A F , 5) Determine a intensidade da resultante do


pode-se afirmar que sua soma vetorial (resultante) sistema de forças aplicadas ao corpo nos seguintes
tem para módulo: casos:

4) (ENEM) Os pombos-correio foram usados como 6) Nas situações esquematizadas a seguir, a


mensageiros pelo ho­mem no passado remoto e resultante das forças que agem sobre cada corpo
até mesmo mais recentemente, durante a Segunda tem a direção do eixo x.
Guerra Mundial. Experimentos mostraram que
sua orientação depende de vários fatores, entre
eles a orientação pelo campo magnético da Terra.
Num experimen­to, um imã fixo na cabeça de um
pombo foi usado para criar um campo adicional
ao da Terra. A figura abaixo mostra a di-reção
dos vetores dos campos magnéticos do imã B| e
da Ter­ra BT. O diagrama quadriculado representa
o espaço em duas dimensões em que se dá o
deslocamento do pombo. Partin­do do ponto O, o
pombo voa em linha reta na direção e no sentido
Determinar em cada caso: constante sem mudar sua trajetória, dizemos que
a) a intensidade da resultante das forças que agem ele está em um Movimento Retilíneo Uniforme; e
sobre o corpo; podemos prever sua posição em função do tempo.
Através da equação:
b) a intensidade da força .

7) (UECE) Considere as dez forças representadas


pelos vetores vistos na figura.
Admitindo-se t0 = 0 como o inicio da
contagem e multiplicando ‘cruzado’ obtém-se:

VELOCIDADE RELATIVA

Como a velocidade depende do REFEREN-


CIAL, podemos adotar uma velocidade relativa
quando há dois móveis em movimento, para faci-
litar o raciocínio.
Marque a opção que melhor representa a Exemplo: Um móvel A com Va = 20km/h se
resultante dessas dez forças. move da esquerda para direita, e um móvel B mo-
ve-se com Vb = 30km/h da direita para esquerda,
ou seja, indo de encontro. Considerado o móvel B
em repouso, podemos considerar que o móvel A
atinge o móvel B com as velocidades somadas. Em
situação inverso, de móveis se movendo em mes-
mo sentido, podemos adotar a velocidade relativa
como a subtração do móvel de frente pelo móvel
de traz
Resumindo:

UNIDADE 02 a) Moveis de encontro: Vrelativa = Va + Vb


b) Móveis no mesmo sentido = Vrelativa = Vb – Va
MOVIMENTO RETILÍNEO UNIFORME (MRU)
ENCONTRO DE MÓVEIS
Velocidade é a rapidez com que o
deslocamento ocorre, matematicamente a Já que podemos prever a posição de
velocidade depende do deslocamento, e como a moveis ao longo do tempo, podemos prever
posição depende de um referencial a velocidade também o encontro de dois moveis. Imaginando
também dependerá de um referencial. que se eles se encontrarem vão se encontrar numa
Ex.: dois carros emparelhados em uma mesma posição.
pista de corrida estão à 180km/h em relação ao
solo, mas estão parados um em relação ao outro.

ANÁLISE GRÁFICA

• Se Ds for positivo a velocidade também será,


portanto o movimento será progressivo, a favor
da orientação.
• Se Ds for negativo a velocidade também será,
portanto o movimento será regressivo, contra a
orientação.

EQUAÇÃO HORÁRIA DO MRU

Se um corpo se move com uma velocidade


EXERCÍCIO RESOLVIDO

Um carro se desloca de Florianópolis – SC


a Curitiba – PR. Sabendo que a distância entre a) 120 c) 200 e) 270
as duas cidades é de 300km e que o percurso b) 150 d) 250
iniciou as 7 horas e terminou ao meio dia, calcule a 4) (F.C.CHAGAS) Um trem de 200 m. de
velocidade média do carro durante a viagem: comprimento com velocidade escalar de 60
km/h, gasta 36 s, para atravessar a uma ponte.
= (posição final) – (posição inicial) A extensão da ponte em metros é de:

= (300 km) – (0 km) a) 200 c) 500 e) 800


b) 400 d) 600
= 300 km

E que: 5) Dois barcos partem simultaneamente de um


mesmo ponto, seguindo direções perpendicula-
= (tempo final) – (tempo inicial) res entre si. Sendo de 30 km/h e 40 km/h suas
velocidades, a distância entre eles após 6 minu-
= (12 h) – (7h) tos será (em km)?

=5h a) 7 c) 300 e) 420


b) 1 d) 5
Então:

6). Dois motociclistas A e B partem de um mesmo


ponto de uma estrada reta com velocidades
escalares constantes de 36km/h e 108km/h.
Sabendo que se movem ambos em movimento
progressivo e que B parte 3 segundos após a
partida de A , determine:

EXERCÍCIOS a) o instante do encontro em relação a partida


de B
1) Um ônibus passa pelo quilômetro 30 de b) a posição do encontro
uma rodovia às 6h, e às 9h e 30 min passa
pelo quilômetro 240. Qual a velocidade média
desenvolvida pelo ônibus nesse intervalo de
tempo?

2) Um móvel desloca-se em trajetória retilínea


com movimento determinado pela equação s = 7) Numa corrida de carros, suponha que o ven-
20+5t ( SI ). A posição do móvel em t = 6s é: cedor gastou 1h e 30 min para completar o cir-
cuito, desenvolvendo uma velocidade média de
a) 5m c) 25m e) n.d.a. 240 km/h, enquanto um outro carro, o segundo
b) 20m d) 30m colocado, desenvolveu a velocidade média de
236 km/h. Se a pista tem 30 km, quantas voltas
o carro vencedor chegou à frente do segundo
3) Duas cidades A e B, distam entre si de 400 colocado?
km. Da cidade A, parte um móvel P dirigindo-
se à cidade B. No mesmo instante, parte de
B um móvel Q dirigindo-se a A. Os móveis P e
Q executam movimentos uniformes e suas
velocidades escalares são de 30 km/h e 50
km/h, respectivamente. Qual será a distancia
do ponto de encontro à cidade A, em km?
V = velocidade a = Aceleração
Vo = Velocidade inicial t = tempo do percurso

ANÁLISE GRÁFICA
8) Um policial em treinamento dispara uma bala
com veloci­dade 200 m/s em direção a um alvo. A função 1 é uma função do primeiro grau,
Após 2,7 s contados a partir do disparo, ele ouve pois o expoente de t é 1.
o impacto do projétil contra o alvo. Deter­mine a
distância do policial ao alvo. Despreze a resis-
tência do ar no movimento do projétil e consi-
dere a velocidade do som no ar igual a 340 m/s.
Na matemática o a corresponde ao
coeficiente angular que é numericamente igual a
porém o a da equação 2 corresponde
ao a da equação 3 que é a aceleração, portanto
ambos tem a mesma propriedades.

LINKS RECOMENDADOS Analogamente o coeficiente linear da função


• http://www.vestibular1.com.br/revisao/mru.doc (b) será igual a .
• http://www.nordesttino.com/word/simulado_ Outra peculiaridade do gráfico é que ab
área, é numericamente igual a variação de espaço
fisica_MRU.html no intervalo de tempo escolhido.

UNIDADE 03
Sabemos também,matematicamente, que a
MOVIMENTO RETILÍNEO UNIFORMENTE média das velocidades obtém a velocidade média
VARIADO (MRUV) (para a = cte)

Aprendemos como funciona o MRU,


porém sabemos que no nosso dia a dia poucos
movimentos tem velocidade constante. Porém
quando um carro (inicialmente parado no
semáforo) arranca, após o sinal ficar verde, ele
não executa um movimento com velocidade Essas particularidades podem ser observa-
constante, mas executa um movimento diferente, das nas figuras abaixo:
que será assunto desta unidade.
Quando o carro arranca, sua velocidade é
zero, mas com o passar do tempo sua velocidade
aumenta, caracterizando um Movimento
Retilíneo Uniformemente Variado.
A Aceleração corresponde à taxa de
variação de velocidade, e é obtida pelo quociente
entre Δv e Δt:

Considerando t0 = 0 e isolando a velocidade


(v) obteremos uma equação que poderá nos dizer
qual o valor da velocidade em qualquer instante,
o que nada mais é do que a Função horária da
velocidade
por uma parábola. A concavidade dessa parábola
vai estar voltada para cima quando o sinal da
aceleração for positivo, e vai estar voltada para
baixo quando o sinal da aceleração for negativo.

FUNÇÃO HORÁRIA DO ESPAÇO

Na equação 4, substituindo em v a equação


1, e em vm a da velocidade média obtém-se:

Onde:

S = Posição final do percurso


So= posição inicial do percurso
Vo= velocidade inicial do percurso O vértice da parábola, chamamos de Q, e
a= aceleração esse ponto indica o local onde o valor da velocidade
t= tempo total do percurso é igual a zero, ou seja, o móvel para.

axt

No MRUV, a aceleração é uma função


constante com o tempo, podendo ser positiva ou
negativa:

No gráfico, a área é numericamente igual


a variação da velocidade no intervalo de tempo
determinado.

RESUMO DOS GRÁFICOS DO MRUV

EQUAÇÃO DE TORRICELLI

ANÁLISE GRAFICA

A função horária do espaço é uma função do


segundo grau em t, e graficamente é representada
EXERCICIO RESOLVIDO

1) (UFPE) Uma bala que se move a uma


velocidade escalar de 200m/s, ao penetrar
em um bloco de madeira fixo sobre um muro,
é desacelerada até parar. Qual o tempo que a
bala levou em movimento dentro do bloco, se
a distância total percorrida em seu interior foi
igual a 10cm?

Apesar de o problema pedir o tempo que a a) 36 m/s c) 24 m/s e) 30 m/s


bala levou, para qualquer uma das funções horárias, b) 6 m/s d) 15 m/s
precisamos ter a aceleração, para calculá-la usa-se
a Equação de Torricelli.
3) Uma partícula está em movimento,
obedecendo à função horária X = 5 – 2t + t2, em
unidades do Sistema Internacional de Unidades.
A partícula sofrerá reversão da velocidade na
posição e no instante:
Observe que as unidades foram passadas
para o SI (10cm = 0,1m) a) 13m e -2s c) 5m e -2s e) 4m e 1s
b) 8m e -1s d) 5m e 0s
  

4) Um móvel executa um M.R.U.V. parte do


repouso e adquire, ao fim de 5s, a velocidade de
18km/h. Que distância, em metros, percorreu o
móvel durante esse tempo?
A partir daí, é possível calcular o tempo gasto:
a) 10,5m c) 12,5m e) 14,5m
b) 11,5m d) 13,5m

5) Um automóvel parte do repouso e é


submetido a uma aceleração constante de 5m/
s2 durante 4 segundos. Qual é desaceleração
que ele deve sofrer, a partir desse instante,
EXERCÍCIOS para voltar ao repouso a 100 metros da posição
inicial, será, em m/s2:
1) É dado o movimento cuja velocidade escalar
varia em função do tempo, segundo a expressão a) 5 c) 2
V = 8 – 2t, unidades do SI. Tabele essa função b) 8 d) 10
de 0 a 8 s. e faça sua representação gráfica.
Determine com o auxilio do gráfico:
6) O diagrama a seguir mostra a variação ocorrida
a) a aceleração escalar na veloci­dade de um móvel em função do tempo.
b) o instante em que o móvel muda de sentido

2) (PUC) Um móvel parte do repouso e desloca-


-se em movimento retilíneo sobre um plano ho-
rizontal. O gráfico representa a aceleração em
função do tempo. Sabendo-se que em t = 0s a
velocidade é nula, qual a velocidade no instante
t = 5s?
a) Calcule a aceleração escalar média desse manchas de água deixadas na estrada estão
móvel entre os instantes 0 e 4 segundos. representadas na figura a seguir.
b) Calcule a aceleração escalar média desse
móvel entre os instantes 0 e 6 segundos.
c) Calcule o deslocamento total do veiculo.

7) (UFRJ-RJ) Dois móveis A e B têm equações


horárias respecti-vamente iguais a: SA = 80 - 5t e O valor do módulo da desaceleração
SB = 10 + 2t2, em que SA e SB estão em metros e t durante a frenagem do caminhão (em m/s2) é:
em segundos. Pode-se afirmar que:
a) 4,0
a) os móveis A e B têm posições iniciais respecti- b) 2,2
vamente iguais a 10m e 80m. c) 4,4
b) o movimento de A é progressivo e de B, retró- d) 2,8
grado. e) 3,4
c) os movimentos de A e B têm velocidades cons-
tantes. LINKS RECOMENDADOS
d) ambos têm movimentos progressivos.
e) o móvel A tem velocidade constante e B acele- • http://www.slideshare.net/Pibid/mruv
ração constante. • http://www.scribd.com/doc/15270362/05-Prof-
Miky-Graficos-do-MU-e-MUV-
• www.profmiky.wordpress.com
8) (UMC) Com a vigência do novo Código
Brasileiro de Trânsito, atravessar o sinal TEXTO COMPLEMENTAR
vermelho constitui infração gravíssima. Ao
perceber um semáforo fechado à frente, o DEDUÇÃO TORRICELLI:
motorista de um carro, movendo-se a 20 m/s, Isolando o tempo da função horária da
freia com aceleração escalar cons-tante de velocidade (1) e substituindo na função horária do
módulo igual a 5,0 m/s2. A distância mínima espaço, vamos obter uma equação independente
do carro ao semáforo para não ocorrer a do tempo.
infração e o tempo gasto durante a freada são,
respectivamente:

a) 40m e 4,0s c) 35m e 3,0s e) 45m e 4,5s.


b) 38,5m e 4,0s d) 30m e 3,0s

9) Numa via com neblina, dois automóveis


encontram-se frente a frente quando estão a
200 m um do outro, com velocidades opostas de
72 km/h e 108 km/h. Nesse momento, começam
a frear com desacelerações constantes de 4 m/
s2 e 5 m/s2, respectivamente.

a) os carros irão colidir na posição x = 100m


b) os carros irão colidir na posição x = 75m
c) os carros irão colidir na posição x = 125m
d) os carros irão colidir após 3 segundos
e) os carros não irão colidir

10) (Udesc) Um caminhão tanque desloca-se


numa estrada reta com velocidade constante
de 72,0 km/h. Devido a um vaza­ mento, o
caminhão perde água à razão de uma gota por
segundo. O motorista, vendo um obstáculo,
freia o caminhão uniformemente, até parar. As
UNIDADE 04
MOVIMENTOS CIRCULARES

Imaginemos um carro de corrida que entra


em uma curva com velocidade constante. Ele
executa o MRU, mas mesmo assim o piloto sente Mas se quiséssemos saber a velocidade em
uma aceleração puxando pra fora. Como explicar função do arco θ?
tal fenômeno? A resposta está no seu tipo de Nossa velocidade seria ώ (velocidade
movimento, um movimento circular (MCU). angular) e nosso deslocamento seria (a variação
Para um corpo executar um movimento de ângulo em um intervalo de tempo).
circular é necessário que uma força o puxe, ou
vire-o, é necessário uma força para variar o vetor
velocidade deste corpo. Esta força é chamada de
resultante centrípeta e tem valor igual à expressão:
ACELERAÇÃO

Se em um MCU existe uma força resultante


Onde R = raio da cirfunferencia. (força centrípeta) existe também uma aceleração
centrípeta que é obtida da equação (1) e da
primeira lei de Newton:

Que na figura é representada pelo vetor an.

Esta força F acelera o corpo para o centro


da circunferência, é importante reassaltar que a
força muda o vetor velocidade, mas não altera o
seu módulo, portanto o módulo da velocidade é
constante apesar de seu vetor ser variável.

a) Período
Define-se período como o tempo necessário Porém imaginemos o caso de um piloto que
para que o móvel complete uma volta. Mede-se o entra acelerando na curva.
período em segundos, no SI. Neste caso o MCU passa a ser variado e a
aceleração passa a ser representada pelo vetor
b) Freqüência at.(MCUV)
É o número de voltas que o móvel executa A aceleração tangencial obedece as fórmulas
em uma unidade de tempo. A freqüência será anteriores do MRUV
indicada por f e, no SI, será medida em hertz
(Hz), que equivale à antiga unidade rotação por • Aceleração tangencial, linear ou escalar é a
segundo. aceleração que indica a variação do módulo
da velocidade. Tem mesma direção da
velocidade!
• Aceleração centrípeta Indica a variação
da direção da velocidade. É sempre
perpendicular à aceleração tangencial.

VELOCIDADE ANGULAR ACELERAÇÃO ANGULAR

Qualquer velocidade é definida pela fórmula: A aceleração angular, assim como a escalar,
é uma taxa de variação da velocidade por unidade
de tempo, assim:  

Dw
℘= 3 Um satélite artifícial demora 2 horas para
Dt completar 1/4 de volta em torno da Terra. Qual
é, em horas, o período do movimento do satéli-
GRANDEZAS LINEARES E ANGULARES te suposto periódico?

Para convertermos grandezas angulares em


lineares, usamos a seguinte regra prática:

grandeza linear = grandeza angular x raio

Assim temos:

s (m) s = ϑ.R ϑ (rad) tempo


v (m/s) v = ω.R ω (rad/s) AB = 2 horas T = 2 h · 4 = 8 horas
a (m/s2) a = ℘.R ℘ (rad/s2)
EXERCÍCIOS
M.C.U.
1) Um ponto material percorre uma circunfe-
No MCU temos: rência em movimento uniforme gastando 0,1s
para completar cada volta. Qual a velocidade
• Velocidade linear (V) constante angular do movimento?
• Velocidade angular (ω) constante
• Equações: a) 60 rad/s c) @ 70,8 rad/s e) NDA
Linear: Angular: b) @ 62,8 rad/s d) @ 80,8 rad/s
S = S0+vt Θ = Θo + ωt
• Relações: 2) (UEL - PR) Um antigo relógio de bolso tem a
S= Θ. R; V= ω. R forma mostrada na figura ao lado, com o pon-
teiro dos segundos separado dos outros dois.
POLIAS

Em casos de polias deve-se imaginar que a


velocidade linear será constante, mas a velocidade
angular será diferente.

A velocidade angular do ponteiro dos segundos,


cujo comprimento é 0,50cm, em rad/s, e a velo-
EXERCÍCIO RESOLVIDO cidade linear de um ponto na extremidade de tal
ponteiro, em cm/s, são, respectivamente, iguais a:
1. Transforme: 120 rpm em Hz
a) 2π e π c) π/30 e π/15 e) π/60 e 2π
b) 2π e 4π d) π/30 e π/60

2. Um disco efetua 30 voltas em um minuto. 3) Um avião que voa horizontalmente efetua


Determine a freqüência em Hz e rpm. um giro com velocidade 720 km/h. Determine
o raio mínimo de giro para que a aceleração a
   que está submetido o piloto não seja superior
a 10 vezes o valor da aceleração da gravidade.
Considere g = 10m/s2

a) 400m c) 200m e) NDA


b) 20m d) 40m
EXTRAS TEXTO COMPLEMENTAR

4) Duas polias, ligadas por uma correia, têm 30 CENTRÍPETA X CENTRÍFUGA


e 60cm de raio. A primeira efetua 50rpm. Qual a
frequência da outra em Hz? Cuidado para não confundir força centrifuga
com centrípeta, as duas apresentam sentidos
opostos, é muito importante saber suas diferenças
e entender sua existência.
Quando um onibus faz uma curva, o chão
exerce uma força nas rodas, para dentro da curva,
virando o onibus, fazendo-o virar; esta é a força
centripeta, ela é necessária para que o mesmo
faça curvas.
A força centrifuga (a força que joga para
fora), exige um estudo mais cuidadoso, na verdade
5) Uma nave espacial de 100 toneladas, orbita no exemplo do onibus ela pode não existir. Na
a terra a uma velocidade de 8000m/s2 com um verdade a força centrifuga é uma pseudo-força, ou
raio de 6400km, estime a força gravitacional. uma força inercial.
Se estivessemos em um helicópetro, parado
6) Uma criança brinca em um carrocel, que e pudessemos ver o onibus passar, nós veriamos
executa um MCU. A criança tem massa 40kg, apenas a força do motor, do atrito e a força das
está a 2m do centro do carrocel, e consegue rodas (força centripeta). Não veriamos a força
exercer uma força de 160N. Descubra a centrifuga porque ela não existe.
velocidade maxima que a criança aguenta no Mas quando estamos no onibus sentimos
carrocel. uma espécie de força nos jogar para fora, por que
isto acontece???
Quando estamos no helicóptero estamos
7) (AMAN) Um ponto material parte do repouso em um referencial chamado inercial, um
e se desloca sobre um plano horizontal em referencial sem aceleração, lembre-se de que
trajetória circular de  5,0 metros de raio com nosso helicóptero estava parado. Portanto e como
aceleração angular constante. Em 10 segundos é na realidade nós não vemos força centrífuga.
o ponto material percorreu 100 metros. A Mas quando estamos no onibus o nosso
velocidade angular do ponto material neste onibus está acelerando para dentro da curva,
instante vale: portanto estamos em um referencial não inercial,
em um referencial acelerado. Por issso nós
a) 16 rad.s-1 c) 20 rad.s-1 e) 0,40 rad.s-1 sentimos a sensação de que existe uma força nos
b) 4,0 rad.s-1 d) 2,0 rad.s-1 empurrando para fora da curva, por isso pensamos
que existe uma força centrifuga. Portanto a força
centripeta é considerada uma força inercial, uma
8) (FUND. CARLOS CHAGAS) Uma roda gira em força que tenta manter o estado de inércia, apesar
torno de seu eixo, de modo que um ponto de de o principio da inércia (que será futuramente
sua periferia executa um  movimento circular estudado melhor) não exercer nenhuma força, por
uniforme. Excetuando o centro da roda, é isto dizemos que ela é ela uma pseudo-força.
correto afirmar que:
http://www.e-escola.pt/topico.asp?id=53
a) todos os pontos da roda têm a mesma veloci-
dade escalar; LINKS RECOMENDADO
b) todos os pontos da roda têm aceleração cen- http://efisica.if.usp.br/mecanica/universitario/
trípeta de mesmo módulo; cinematica_v/aceler_centripeta_mov/
c) o período do movimento é proporcional à fre-
qüência;
d) todos os pontos da roda têm a mesma veloci-
dade angular;
e) o módulo da aceleração angular é proporcio-
nal à distância do ponto ao centro da roda.    
UNIDADE 05 Mas sabe-se que ΔS=H, que a velocidade
inicial é nula, e nossa aceleração será a gravidade
QUEDA LIVRE

ACELERAÇÃO DA GRAVIDADE (g)

Quando você solta um corpo qualquer de Ou se substituirmos em Torricelli:


determinada altura, ele está partindo do repouso.
Mas percebe-se, que com o passar do tempo,
em sua queda, ele ganha velocidade, e fica cada
vez mais rápido, o que significa que ele está sob
ação de uma aceleração, que se fizermos uma Se quisermos saber o tempo podemos
analise das forças veremos que apenas a força substituir nossos dados na seguinte equação:
gravitacional o puxa, por isso chamamos de
aceleração da gravidade.
Portanto, podemos dizer que aceleração
da gravidade é uma grandeza vetorial, vertical, Considerando V0=0, e considerando g como
e quase sempre dirigira para baixo, e cujo aceleração teremos uma equação que nos prediz o
módulo, verificou-se experimentalmente, que tempo ou a velocidade.
vale aproximadamente, 9,8065 m/s2, mas vamos
frequentemente usar o valor 10 m/s2.
Se deixarmos cair de uma certa altura, uma
pedra e uma pena, percebe-se que a pedra cairá LANÇAMENTO VERTICAL PARA
mais rapidamente, certo? CIMA OU PARA BAIXO
Depende…
Se considerar, que estamos ao ar livre, a Quando lançamos um corpo para cima,
afirmação é verdadeira, pois o ar oferece uma verticalmente, percebemos que com o passar do
resistência maior à pena do que à pedra, e, tempo, ele diminui sua velocidade, até parar e
portanto, retarda a sua queda. começar a cair, ganhando velocidade novamente.
Mas e se desconsiderarmos o ar, o que Isso acontece, porque na subida, ele está contra a
acontece? gravidade, e consequentemente, num movimento
Bom essa hipótese, totalmente possivel, retardado. Já na descida, ele está a favor da
chama-se queda livre, e acontece no vácuo gravidade, e, portanto, num movimento acelerado.
(ausência total de ar), ou quando a resistência do Neste movimento podemos usar tambem
ar é desprezível. Neste caso, tanto a pedra como as equações do MRUV, pois o movimento continua
a pena, estariam sob a ação única da aceleração variado e podemos considerar g = cte. Apenas
da gravidade, que é igual para todos os corpos, e, devemos tomar muito cuidado com a nossa
portanto, os dois cairiam simultaneamente. orientação.
Em outras palavras, quando nos referirmos Se lançarmos um corpo para cima e
a queda livre, sempre estará desconsiderando a orientarmos a velocidade de lançamento
ação do ar, o que quer dizer que o tempo de queda como positiva devemos orientar a aceleração
para qualquer corpo é igual, não importa seus gravitacional como negativa pois estas grandezas
pesos! vetoriais tem sentidos contrários.

QUEDA LIVRE

Para equacionarmos uma queda devemos


imaginar a seguinte situação: temos uma pedra na
(posição) altura inicial que vai iniciar um MRUV em
direção ao solo. Agora podemos estimar o tempo,
altura, velocidade da queda.
Se quisermos saber a altura do lançamento,
em função do tempo devemos substituir nossos
dados na equação a seguir Quando o corpo atinguir sua altura máxima
a gravidade anula sua velocidade, ou seja, o corpo
para de subir para começar a descer, a velocidade
é nula (não a aceleração).
Quando lançamos um corpo horizontal-
mente de uma determinada altura, podemos ob-
servar que a posição do corpo varia em dois ei-
xos. Para facilitar o estudo vamos imaginar que na
verdade o movimento real é a composição de dois
movimentos, MRU no eixo horizontal e MRUV na
O tempo que a pedra leva para subir é vertical.
o mesmo que ela leva para descer. E pode ser
estimado em função da velocidade inicial pela a) Queda livre, na direção vertical (onde atua g)
fórmula: b) MRU, na direção horizontal (sem aceleração)

Portanto se resolvermos dois problemas


separados de MRU e MRUV poderemos resolver
qualquer problema de lançamento horizontal.
Obs: este é o tempo de subida o tempo total
será 2 . EXERCÍCIO RESOLVIDO
Se o corpo está apenas sob ação da
gravidade e tem tempos iguais, tanto na subida Você tem em mãos dois objetos, uma bola de
como na descida, podemos afirmar, que o ferro de massa igual a 500g e uma pena de massa
módulo da velocidade, quando o corpo passa igual a 10g. Se ambos forem abandonados
por um mesmo ponto, é igual. Ou seja, a mesma do repouso de uma mesma altura h e no
velocidade que ele subir ele desce. mesmo instante. Suponha h = 5m e g = 10m/s2,
Se nosso mesmo corpo for lançado para desprezando a resistência do ar. Determine:
baixo de uma certa altura com uma velocidade v0
devemos pensar que tanto a velocidade quanto a a) Qual objeto irá atingir primeiro o solo?
aceleração estão em um mesmo sentido. Portanto b) Qual a velocidade que ambos irão atingir o
podemos usar as equações do MRUV, lembrando solo?
apenas que devemos tomar cuidado ao orientar
qualquer problema de lançamento. a) Aplicando a equação do espaço para a pedra:

Aplicando a equação do espaço para a pena:

Lembrando apenas que as equações


anteriores tem a função de facilitar os calculos,
mas as 3 equações do MRUV,são fundamentais e Pelos cálculos, o tempo de queda dos dois corpos
resolvem qualquer problema, pois afinal as outras é o mesmo, ou seja, os corpos cairão exatamente
derivam dela. ao mesmo tempo, pois estão sujeitos à mesma
aceleração gravitacional, e o tempo de queda dos
LANÇAMENTO HORIZONTAL corpos não depende da massa do objeto.

b) Aplicando a equação da velocidade para um


corpo em queda livre:

Essa velocidade será a mesma velocidade para os


dois objetos, pois o tempo de queda dos corpos
são iguais.
EXERCÍCIOS ao solo. Dois segundos depois, uma segunda
pedra é atirada da mesma altura. Sabendo que
1) (UECE) Uma pedra, partindo do repouso, essas duas pedras atingiram o solo ao mesmo
cai de uma altura de 9,8 m. Despreza-se a tempo, a velocidade com que a segunda pedra
resistência do ar e adota-se g = 10 m/s². A foi atirada vale:
velocidade da pedra ao atingir o solo vale:

LINKS RECOMENDADOS
2) (IME-RJ) Uma pedra cai de um balão que sobe • http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/
com velocida-de constante de 10m/s. Se a pedra queda-livre/queda-livre.php
demora 10s para atinge o solo, isto significa • ht tp://w w w.fisica.net /mecanicaclas sica/
que, no instante em que se iniciou a que-da, o lancamento_vertical_e_queda_livre.pdf
balão estava a uma altura de (use g = 10 m/s2): • http://www.feiradeciencias.com.br/sala04/04_44.
asp
a) 5000m c) 6000m e) 400m
b) 600m d) 500m UNIDADE 06
MOVIMENTOS NUM PLANO
3) De um lugar situado a 125 m acima do solo,
lança-se um corpo, horizontalmente, com Quando um jogador de futebol vê o goleiro
velocidade igual a 10 m/s (g = 10 m/s2). Podemos adiantado, ele procura “dar um chapéu no goleiro”,
afirmar que o alcance e o tempo gasto para o ele procura jogar a bola a uma altura maior que
corpo atingir o solo valem, respectivamente: a do goleiro, mas que passe depois debaixo da
trave. Esse movimento da bola, que o jogador faz,
é chamado de lançamento oblíquo.
4) (MACK-SP) Estando a certa altura do solo, um
estudante lança uma esfera A verticalmente LANÇAMENTO OBLÍQUO
para cima e outra, B, verticalmen­te para baixo,
com velocidade de mesmo módulo. Desprezan­ Quando nosso jogador chuta a bola, ele
do a resistência do ar, ao chegar no solo: imprime a ela uma velocidade em ângulo alfa com
a horizontal, ou seja ele chuta a bola para cima e
a) a esfera A tem velocidade de módulo maior para frente simultaneamente.
que a de B.
b) a esfera B tem velocidade de módulo maior
que a de A.
c) as velocidades das duas esferas são diferentes
e dependem da altura.
d) as velocidade das duas esferas são iguais.
e) a esfera de maior massa tem maior velocida-
de.

5) (UFRJ) Um corpo em queda livre abandonado


da janela do prédio demora 4s para atingir o solo.
Qual a altura em que o corpo foi abandonado?
Da mesma forma que o lançamento
horizontal, o lançamento oblíquo está sob
6) (UFPR) Uma bola rola sobre uma mesa atuação apenas da gravidade e também pode
horizontal de 1,225 m de altura e vai cair num ser considerada uma composição de outros dois
ponto do solo situado à distância de 2,5 m, movimentos:
medida horizontalmente a partir da beirada
da mesa. Qual a velocidade da bola, em m/s, no a) Lançamento vertical, na direção vertical (onde
instante em que ela abandonou a mesa? (g = 9,8 atua g)
m/s2). b) MRU, na direção horizontal ( sem aceleração )

7) (UFPA) Em um local onde a aceleração da Ainda vale lembrar, que a trajetória do


gravidade vale 10 m/s2, deixa-se cair livremente móvel será uma parábola e que a velocidade inicial
uma pedra de uma altura de 125 m, em direção pode ser decomposta segundo as direções vertical
e horizontal, como na figura abaixo: projetil no eixo x entre alturas iguais da parábola.

Para x:

Do triângulo OAB temos a relação:

Porém

O módulo da velocidade pode ser obtido


novemente pelo teorema de Pitágoras:
O alcance será máximo se for máximo
e isto ocorre em 45º.

Já que sabemos cada componente podemos EXERCÍCIO RESOLVIDO


utiliza-las em seus respectivos movimentos.
(Cefet-CE) Um aluno do Cefet em uma partida de
Tempo de subida futebol lança uma bola para cima, numa direção
Para y no cume da trajetória Vy=o: que forma um ângulo de 60o com a horizontal.
Sabendo que a velocidade na altura máxima é
20m/s, podemos afirmar que a velocidade de

lançamento da bola, em m/s, será:

a) 10 c) 20 e) 40
b) 17 d) 30

Resolução
Obs.: o tempo que calculamos é o tempo necessário Vimos que no ponto mais alto da trajetória a
apenas para subir, o tempo total será 2tsubida. velocidade na vertical (Vy) é nula, ou seja, o objeto
tem apenas velocidade na horizontal (Vx) que
Altura máxima neste caso vale, então, 20 m/s. Sendo assim:
Se quiséssemos saber a altura máxima
poderíamos substituir a Vy= o no MRUV, Vx = cosθ . V
20 = cos 60o . V
20 = ½ . V

Ou seja,

½ . V = 20
V = 20 . 2/1
V = 40m/s
Ou ainda:
Obtemos como resposta a alternativa E.

Alcance
O alcance (D) será a distancia percorida pelo
EXERCICIOS 8) (Fesp-SP) Lança-se um projétil com velocida-
de de 40 m/s, formando um ângulo 30º com a
1) (STA CASA-SP) Um canhão, em solo plano e horizontal. Desprezando-se a resistência do ar,
horizontal, dispara uma bala, com ângulo de ele atingirá a altura máxima após:
tiro de 30º. A velocidade inicial da bala é 500
m/s. Sendo g = 10 m/s2 o valor da aceleração a) 1s c) 3s e) 5s
da gravidade no local, qual a altura máxima da b) 2s d) 4s
bala em relação ao solo, em km? 

9) (EFOA-MG) Um corpo é lançado obliquamente


2)   (PUCC-SP) Calcular o alcance de um projétil do solo, atingindo a altura máxima igual a 10 m
lançado por um morteiro com velocidade inicial e realizando alcance horizontal igual a 40 m.
de 100 m/s, sabendo-se que o ângulo formado Podemos afirmar que o ângulo de tiro é:
entre o morteiro e a horizontal é de 30º. Adotar
g = 10 m/s².  a) 30º c) 60º e) 90º
b) 45º d) 65º

3 (OSEC-SP) Um corpo é lançado obliquamente LINKS RECOMENDADOS


para cima, formando um ângulo de 30º com a http://fisicamoderna.blog.uol.com.br/arch2007-
horizontal. Sabe-se que ele atinge uma altura 09-02_2007-09-08.html
máxima hmáx = 15 m e que sua velocidade no
ponto de altura máxima é v = 10 m/s. Determine
a sua velocidade inicial. Adotar g = 10 m/s². 

4) (FEI-SP) Um objeto voa numa trajetória


retilínea, com velocidade v = 200 m/s, numa
altura H = 1500 m do solo. Quando o objeto
passa exatamente na vertical de uma peça de
artilharia, esta dispara um projétil, num ângulo
de 60º com a horizontal. O projétil atinge o
objeto decorrido o intervalo de tempo Dt.
Adotar g = 10 m/s2. Calcular a velocidade de
lançamento do projétil.

5) (AFA) Um projétil é lançado com velocidade


inicial de 100 m/s, formando um ângulo de 45º
com a horizontal. Supondo g = 10,0 m/s2, qual será
o valor do alcance e a altura máxima atingidos
pelo projétil? Despreze a resistência do ar.

6) (Faap-SP) Um projétil lançado para cima com


ângulo de tiro 60º tem velocidade de 30 m/s no
ponto culminante de sua trajetória. Calcule
a velocidade do projétil ao retornar ao solo.
(Dados: sen 60º = 0,87; cos 60º = 0,50.

7) (UECE) Num lugar em que g = 10 m/s2,


lançamos um projétil com a velocidade inicial
de 100 m/s formando com a horizontal um
ângulo de elevação de 30º. A altura máxima
será atingida após:

a) 3s c) 5s
b) 4s d) 10s
GABARITO UNIDADE 6
1. 3125m
UNIDADE 1 2. 870m
1. 5cm 3. 34,6m/s
2. 10 4. 400m/s
3. F 5. 1000m; 250m
4. c 6. 60m
5. a) 12N 7. c
b) 13N 8. b
c) 15N 9. b
6. a) 30√3N
b) 60N
7. a

UNIDADE 2
1. 60km/h
2. e
3. b
4. b
5. d
6. a) 1,5s
b) 20m
7. 1/5
8. 340m

UNIDADE 3
1. e
2. b
3. c
4. e
5. a
6. d
7. a (obs: o caminhão começa a frear só no ins-
tante t=2s)
8. a
9. e
10. a

UNIDADE 4
1. b
2. d
3. a
4. 0,25Hz
5. 10GN=109N=peso
6. 20m/s
7. b
8. d

UNIDADE 5
1. v=14m/s
2. d
3. 50m e 5s
4. d
5. 80m
6. 5m/s
7. 26,6m/s
FÍSICA 2
UNIDADE 1 UNIDADE 3
ONDAS ACÚSTICA

UNIDADE 2 UNIDADE 4
REFLEXÃO E REFRAÇÃO DE ONDAS CORDAS VIBRANTES E TUBOS SONOROS
E OUTROS FENÔMENOS
UNIDADE 5
EFEITO DOPPLER E RESSONÂNCIA
UNIDADE 1: ONDAS EXERCÍCIOS

DEFINIÇÃO: movimento causado por uma 1. Nas últimas décadas, o cinema têm produzi-
perturbação que se propaga através de um meio. do inúmeros filmes de ficção científica com ce-
nas de guerras espaciais, como Guerra nas Es-
trelas. Com exceção de 2001, Uma Odisséia no
Espaço, essas cenas apresentam explosões com
estrondos impressionantes, além de efeitos lu-
minosos espetaculares, tudo isso no espaço in-
terplanetário.
CLASSIFICAÇÃO DAS ONDAS
a) Comparando Guerra nas Estrelas, que apre-
QUANTO À NATUREZA senta efeitos sonoros de explosão, com 2001,
uma odisséia no Espaço, que não os apresen-
Onda mecânica: precisa de um meio natu- ta, qual deles está de acordo com as leis da Fí-
ral para se propagar. Elas não se propagam no vá- sica? Explique sua resposta.
cuo portanto. Ex: onda sonora (som) ou uma onda b) E quanto aos efeitos luminosos apresentados
em uma corda. por ambos, estão de acordo com as leis Físi-
Onda eletromagnética: não precisa de um cas? Justifique.
meio material para se propagar. Ex: ondas de luz
ou radio.
2. Explique a diferença entre a uma onda trans-
QUANTO À DIREÇÃO DA VIBRAÇÃO: versal e uma onda longitudinal.

Ondas Transversais: São aquelas que pos-


suem vibrações perpendiculares à direção da pro- 3. Qual é a única coisa que uma onda pode
pagação. transportar?

4. Ondas mecânicas podem ser do tipo trans-


versal, longitudinal, ou mistas. Numa onda
transversal, as partículas do meio:

a) não se movem.
Ondas Longitudinais: As vibrações coinci- b) movem-se numa direção perpendicular à dire-
dem com a direção da propagação. ção de propagação da onda.
c) movem-se numa direção paralela à direção de
propagação da onda.
d) realizam movimento retilíneo uniforme.
e) n.d.a

5. Quando uma gota de chuva cai sobre uma


poça d’água, forma-se um pulso que se propaga
por sua superfície. Esse pulso é transversal ou
longitudinal?

QUANTO À DIREÇÃO DA PROPAGAÇÃO:


ONDAS PERIÓDICAS
Unidimensionais: Propagam-se numa só
direção. Ex.: ondas em corda. São aquelas que recebem pulsos periódi-
Bidimensionais: Propagam-se num plano. cos, ou seja, recebem pulsos em intervalos de tem-
Ex.: ondas na superfície de um lago. po iguais. Portanto, passam por um mesmo ponto
Tridimensionais: São aquelas que se pro- com a mesma freqüência.
pagam em todas as direções. Ex.: ondas sonoras
no ar atmosférico.
EXERCÍCIOS

6. Uma onda tem freqüência de 10Hz e se propa-


ga com velocidade de 400m/s. Qual o seu com-
primento de onda?

7. O eco de um grito é ouvido por uma pessoa 5 s


após ela ter gritado. A velocidade do som no ar
é de aproximadamente 330 m/s. Calcule a dis-
tância que se encontra da pessoa a superfície
λ = comprimento da onda, calculada em me- onde o som foi refletido.
tros (m).
a = Amplitude
8. Um pulso produzido na superfície da água
PERÍODO (T) E FREQUÊNCIA (F) propaga-se mantendo a forma circular. Colo-
que falso (F) ou verdadeiro (V) nas afirmativas
Período: é o tempo gasto para que a onda abaixo.
realize uma oscilação completa. É dado em segun-
dos (s) e representado pela letra T. ( ) O pulso é transversal.
Frequência: a frequência, representada ( ) O pulso é bidimensional.
como f, corresponde ao numero de oscilações ( ) A velocidade de propagação do pulso é a mes-
completas em determinado tempo: ma em todas as direções da superfície da água.

f=nΔ ⁄
9. Considere uma pessoa batendo periodica-
a frequência pode ainda ser calculada como mente em um ponto da superfície de um líqui-
o inverso do período: do. Uma onda passa a se propagar nessa super-
fície. Portanto podemos afirmar que:
f=1T⁄
I) A velocidade de propagação (v) da onda na
Uma oscilação por segundo (1/s) é dada superfície de um líquido depende do meio.
como Hertz (Hz) no sistema internacional. Assim, em líquidos diferentes (água, óleo
etc.) teremos velocidades de propagação
Equação fundamental da ondulatória: a diferentes.
velocidade de uma onda é calculada a partir de II) A distância entre duas cristas sucessivas é o
seu comprimento (λ) e o período (T), que nada comprimento de onda λ.
mais é do que o tempo que ela leva para completar III) A freqüência (f) da onda é igual à freqüência
sua oscilação. da fonte que deu origem à onda.
Sendo assim temos que a velocidade (v) de IV) As grandezas v, f e λ estão relacionadas pela
uma onda será igual à razão entre seu comprimen- equação λ = v/f e, portanto, como v é cons-
to e o período: tante para um dado meio, quanto maior for
f, menor será o valor de λ neste meio.
V = λ/T
Assinale a alternativa correta:
Mas como vimos: f = 1/T
a) apenas as afirmativas I, II e IV são corretas.
Sendo assim, chegamos à nossa equação b) apenas as afirmativas I, e III são corretas.
fundamental, comumente representada como: c) apenas as afirmativas I, III e IV são corretas.
V = f. λ d) apenas as afirmativas II e IV são corretas.
Sendo calculada em m/s no Sistema Interna- e) se todas as afirmativas forem corretas.
cional (S.I.).

Velocidade da Propagação: a velocidade


da propagação da onda depende também da den-
sidade linear da corda (μ) e da força da tração.
UNIDADE 2 : REFLEXÃO E REFRAÇÃO A difração da luz também pode ser observa-
DE ONDAS E OUTROS FENÔMENOS da tanto pela tendência de contornar obstáculos,
aparecendo na forma de franjas claras e escuras,
Reflexão: ocorre quando a onda, após inci- como pela abertura do feixe depois de atravessar
dir num segundo meio de características diferen- uma fenda estreita.
tes, volta a se propagar no meio original. Polarização de ondas é o fenômeno no qual
uma onda transversal, vibrando em várias dire-
ções, tem uma de suas direções de vibração sele-
cionada, enquanto as vibrações nas demais dire-
ções são impedidas de passar por um dispositivo,
denominado polarizador.
A polarização é um fenômeno exclusivo das
ondas transversais, não podendo ocorrer com as
ondas longitudinais. Assim, as ondas luminosas,
que são transversais, podem ser polarizadas, ao
contrário das ondas sonoras, que não se polari-
zam, por serem longitudinais.
Às vezes, um segundo polarizador é usado
para confirmar a polarização do primeiro: ele é
Refração: ocorre quando a onda passa de chamado analisador. Se um segundo polarizador
um meio para outro de características diferentes. é colocado de modo que polarize em uma direção
Devido à mudança, a velocidade e o comprimento perpendicular à do primeiro, a onda é impedida
se modificam. Ex: onda do mar passando do fundo de propagar-se e diz-se então que eles estão cru-
para o raso. zados.
OBS.: A freqüência não se altera porque esta Como dissemos anteriormente, a luz é uma
depende apenas da fonte. onda transversal, portanto podemos dizer que ela
Logo: é emitida em todas as direções. Sendo assim, seus
campos elétricos e magnéticos são produzidos em
todas as direções, porém esses campos sempre
são perpendiculares à direção de propagação. Ve-
jamos a figura abaixo:

Difração: A difração é um fenômeno tipica-


mente ondulatório. As ondas na água, ao passar
pelo orifício de um anteparo, abrem-se ou difra-
tam-se, formando um feixe divergente.
Em 1803, Young realizou uma experiência
demonstrando que a luz possuía natureza ondula- Na figura acima vemos que quando a onda
tória. Ele a fez passar por uma abertura estreita e passa pelo primeiro polarizador, ela se propaga
constatou que, num anteparo instalado do outro em uma única direção. Portanto, nesse caso, dize-
lado, não surgia simplesmente uma linha nítida, mos que a onda foi polarizada.
mas sim um conjunto de faixas luminosas de dife- Se em um segundo momento acrescentar-
rentes intensidades. Isso mostrava que a luz sofria mos outro material polarizador cujas fendas es-
difração, tal como ocorria com as ondas sonoras tão dispostas perpendicularmente à direção de
ou as de um lago. Se ela fosse constituída de partí- propagação da luz polarizada, veremos que tais
culas, esse comportamento seria impossível. A di- ondas não atravessam o cristal. Sendo assim, po-
fração também ocorre quando as ondas encon- demos dizer que a polarização é uma propriedade
tram um pequeno obstáculo – elas se abrem e das ondas transversais.
tendem a contorná-lo.
PRINCÍPIO DA SUPERPOSIÇÃO
Ocorre pela superposição de duas ou mais
ondas.
a) a
b) 2a
ONDAS ESTACIONÁRIAS c) a/2
São ondas resultantes da superposição de d) zero
duas ondas com:
4. Nos esquemas a seguir temos a representa-
• mesma freqüência ção de um pulso que se propaga em uma corda.
• mesma amplitude O lado 1 representa o pulso incidente e o lado
• mesmo comprimento de onda 2 representa o pulso após ocorrido o fenômeno
• mesma direção de reflexão, refração ou ambos. Diante do ex-
• sentidos opostos posto julgue os itens.

Ao atingirem a extremidade fixa, elas se re-


fletem, voltando com sentido contrário ao ante-
rior. Dessa forma, as perturba-ções se superpõem
às outras que estão chegando à parede, originan-
do o fenômeno das ondas estacionárias.

Característica: amplitude variável de ponto 5. julgue os itens a seguir.


para ponto, isto é, pontos que não se movimentam
(amplitude nula). ( ) Uma onda polarizada é transversal.
( ) O fenômeno que melhor caracteriza uma onda
EXERCÍCIOS transversal e a distingue de uma onda longitu-
dinal é a polarização.
1. Quando duas ondas interferem, a onda resul- ( ) As ondas sonoras não apresentam efeito de
tante apresenta sempre pelo menos uma mu- polarização como a luz, porque elas são lon-
dança em relação às ondas componentes. Tal gitudinais.
mudança se verifica em relação à (ao): ( ) A difração é um dos fenômenos que prova que
a luz é formada por ondas transversais.
a) comprimento da onda
b) período
c) amplitude
d) frequência
e) fase UNIDADE 3: ACÚSTICA
Ondas sonoras: como já sabemos, a onda
2. quando um feixe de luz atravessa uma fenda es- sonora é uma onda mecânica, necessitando por-
treita, como por exemplo nossos dedos pouco an- tanto de um meio material para se propagar. Além
tes de se tocarem, é possível ver áreas mais claras disso, a onda sonora classifica-se como longitudi-
e mais escuras nessa área, como se fossem “fran- nal.
jas”. Dê o nome desse fenômeno e explique-o. As ondas sonoras são propagadas em um
3. A figura mostra dois pulsos ideais, x e y, idên- meio material, chegando aos pavilhões auditivos,
ticos e de amplitude a, que se propaga com ve- que ao atingirem o tímpano (membrana auditiva)
locidade « em uma corda, cuja extremidade P é ocasionam vibrações de mesma frequência, que
fixa. No instante em que ocorrer a superposi- são então enviadas ao cérebro na forma de estí-
ção, o pulso resultante terá amplitude: mulos nervosos.
As ondas sonoras propagam-se com diver-
sas frequências, mas o ouvido humano só é capaz
de reconhecer aquelas que vão de 20Hz até 20KHz
(20000Hz).

Velocidade do som: a velocidade do som


dependerá do meio em que ele se propagar. temperatura local?
Vsólido > Vlíquido > Vgás

Distinção dos sons: podemos diferenciar 2. Um coral com cem pessoas, sendo elas ho-
um som de outro graças a trás propriedades: mens, mulheres e crianças, mesmo que cante a
mesma nota numa mesma potencia ainda será
• Altura: ao contrario do senso comum, altura capaz de ser distinguido cada voz que dele par-
tem a ver com a frequência do som. É devido ticipa. Explique o porquê.
a diferentes alturas que temos sons graves
(baixa frequência) e sons agudos (alta fre-
quência). 3. Um homem anda paralelamente a uma linha
• Intensidade: devido a ela que podemos di- férrea com velocidade de 1,5 m/s, um trem se
ferenciar um som forte de um fraco. A inten- desloca em sua direção com velocidade de 20
sidade é erradamente chamada altura no m/s, o homem ouve o apito do trem com fre-
senso comum. Podemos calcular a intensi- quência de 683 Hz.Sendo a velocidade do som
dade física (I) de um som da seguinte forma: no ar igual a 340 m/s, qual a freqüência do apito
emitido pelo trem?
I = E / A.Δt

I: intensidade 4. Os sons audíveis pelo ouvido humano resul-


E: quantidade de energia tam de movimentos vibratórios cujas frequên-
A: área atravessada pela E cias são compreendidas entre 16 Hz e 20000 Hz.
Δt: variação do tempo Sabendo-se que a 20°C a velocidade de propa-
gação do som na água é 1450 m/s e no ar 344
Ainda quanto à intensidade temos a inten- m/s. Calcular:
sidade auditiva, ou nível sonoro (β), definido por:
a) Os comprimentos de onda correspondentes
Β = log . I / I0 às frequências máxima e mínima no ar e na
água;
Sendo I0 o limiar de audibilidade humana, b) A relação entre os comprimentos de onda
equivalente a 10 -12 W/m2. na água e no ar.
A unidade do nível sonoro é o bel (B).

• Timbre: o timbre é o que permite diferen-


ciar sons de mesma altura e intensidade. De-
pende do instrumento ou origem do som. É
o que torna, por exemplo, a mesma palavra
com mesma intensidade e altura diferente
entre um homem e uma mulher.
EXERCÍCIOS

1. O som é uma onda mecânica que se propaga


no ar com uma velocidade variável, conforme a
temperatura local.
Supondo que em um lugar essa velocida-
de seja 340m/s. Se um auto-falante, ao vibrar
sua membrana neste local, emite 1 250 pulsos
por segundo:

a) Determine a frequência de vibração da


membrana, em Hertz;
b) Determine o período de vibração;
c) Determine o comprimento de onda da onda
sonora, em metros
d) Sabendo-se que a velocidade do som no ar
varia com a temperatura segunda a relação
v = 330+0,61 θ, sendo θ em graus Celsius e a
velocidade em metros por segundo. Qual a
UNIDADE 4: sentadas abaixo:
CORDAS VIBRANTES E TUBOS SONOROS

Cordas vibrantes: no nosso cotidiano en-


contramos uma infinidade de instrumentos de cor-
das vibrantes, como a guitarra elétrica, o violão,
violino e o piano. São instrumentos com diversas
cordas, cada uma com uma densidade e calibre
diferente e constante, e permanecem tracionadas.
Quando uma corda dessas é percutida, ela
passa a vibrar, transferindo essa energia para o ar
ao seu redor e gerando ondas sonoras de mesma
frequência.
Harmônicos: Na figura abaixo iremos mos-
trar os possíveis harmônicos em uma corda vi- ⁄
Geral: λn = 2L n
brante. Deve-se notar que as extremidades serão
sempre nodos, assim não irão vibrar.

Os tubos fechados possuem apenas harmô-


nicos ímpares assim:
Como entre dois nós (ponto sem vibração)
teremos sempre um ventre, poderemos generali-
zar :

λn = 2L n ⁄
onde n é o número de fusos. EXERCÍCIOS

Ainda a frequência da vibração poderá ser 1 (PUC-PR) Numa certa guitarra, o comprimen-
dada como to das cordas (entre suas extremidades fixas)
é de 0,6 m. Ao ser dedilhada, uma das cordas

fn = n 2L emite um som de freqüência fundamental igual
a 220 Hz.
sendo v a velocidade de propagação da Marque a proposição verdadeira:
onda que é dada por:
a) Se somente a tensão aplicada na corda for al-
v = √F µ ⁄ terada, a freqüência fundamental não se alte-
ra.
sendo F a força que a corda está tencionada b) A distância entre dois nós consecutivos é igual
e u a densidade linear da corda. ao comprimento de onda.
c) O comprimento de onda do primeiro harmôni-
Tubos sonoros: assim como as cordas vi- co é de 0,6 m.
brantes, existem muitos instrumentos musicais d) A velocidade das ondas transversais na corda
classificados como como tubos sonoros. Temos, é de 264 m/s.
por exemplo, a flauta, oboé, trompete, berrante e e) As ondas que se formam na corda não são on-
outros... das estacionárias.
Suas frequências fundamentais estão repre-
2. Uma corda de 90 cm é presa por suas extre- UNIDADE 5:
midades, em suportes fixos, como mostra a fi- EFEITO DOPPLER E RESSONÂNCIA
gura.
Efeito doppler: O efeito Doppler é a alte-
ração da frequência sonora percebida pelo ob-
servador em virtude do movimento relativo de
aproximação ou afastamento entre a fonte e o ob-
servador.
Um exemplo típico do efeito Doppler é o
Assinale a alternativa que contém os três com- caso de uma ambulância com a sirene ligada quan-
primentos de onda mais longos possíveis para do ela se aproxima ou se afasta de um observador.
as ondas estacionárias nesta corda, em centí- Quando ela se aproxima do observador o som é
metros. mais agudo e quando ele se afasta o som é mais
grave. Esse é um fenômeno característico de qual-
a) 90, 60 e 30 quer propagação ondulatória, e ele é muito mais
b) 180, 90 e 60 presente no cotidiano do que pensamos.
c) 120, 90 e 60 O Efeito Doppler é utilizado para medir a ve-
d) 120, 60 e 30 locidade de objetos através de ondas que são emi-
tidas por aparelhos baseados em radiofrequência
ou lasers como, por exemplo, os radares. Na as-
3. Em uma harpa, a corda de maior comprimen- tronomia esse fenômeno é utilizado para medir a
to possui 50 cm. Qual é o comprimento máximo velocidade relativa das estrelas e outros objetos
de uma onda estacionaria que um musico pode celestes em relação ao planeta Terra. E na medici-
atingir nesse instrumento? na o efeito doppler é utilizado nos exames de eco-
cardiograma para medir a direção e a velocidade
do fluxo sanguíneo ou do tecido cardíaco.
4. (UFMG-MG) Bruna afina a corda mi de seu vio- O efeito Doppler não ocorre somente com o
lino, para que ela vibre com uma freqüência mí- som. Como foi dito, esse fenômeno é caracterís-
nima de 680 Hz. tico de propagações ondulatórias, ou seja, é pos-
A parte vibrante das cordas do violino de sível observar esse fenômeno com qualquer tipo
Bruna mede 35 cm de comprimento, como mos- de onda. Dessa forma, podemos observar o efeito
trado nesta figura: Doppler com a luz, que também é uma onda. Para
esse caso, o fenômeno do efeito Doppler se ma-
nifesta na mudança de cor que é percebida pelo
observador, uma pessoa, por exemplo, que se
aproxima de um sinal de trânsito que está verme-
lho, percebe a coloração vermelha mais intensa se
ela estiver parada, pois a frequência de onda lu-
minosa é maior do que quando a pessoa está em
movimento.
Podemos mensurar qual será a frequência
aparente para um observador a partir da formula:

Considerando essas informações,

a) CALCULE a velocidade de propagação de


uma onda na corda mi desse violino.
b) Considere que a corda mi esteja vibrando
com uma freqüência de 680 Hz. DETERMINE sendo que f’ é a frequência aparente para o
o comprimento de onda, no ar, da onda so- observador e Vl e Vs as velocidades de um ouvinte
nora produzida por essa corda. e de uma fonte em relação ao ar respectivamente.
Velocidade do som no ar = 340 m/s
Ressonância acústica: A Ressonância Acús-
tica é gerada quando uma fonte emite um som de
frequência igual à frequência de vibração natural
de um receptor. Como em todo tipo de ressonân-
cia, ocorre uma espécie de amplificação do som,
aumentando a intensidade deste.
Um exemplo clássico foi a ponte de Taco- 4. Considere a velocidade máxima permitida
ma, que entrou em colapso nos Estados Unidos na nas estradas como sendo exatamente 80 km/h.
primeira metade do século XX. A ponte, feita es- A sirene de um posto rodoviário soa com uma
sencialmente de concreto, possui uma frequência frequência de 700 Hz, enquanto um veículo de
natural de vibração que pode ser chamado de X. passeio e um policial rodoviário se aproximam
O vento muito forte fez a ponte vibrar nessa fre- emparelhados. O policial dispõe de um medidor
quência X, causando a ressonância e fazendo a de freqüências sonoras. Dada a velocidade do
ponte de concreto e aço torcer como se fosse feita som, de 350 m/s, ele deverá multar o motorista
de borracha, até entrar em colapso e se destruir. do carro quando seu aparelho medir uma fre-
qüência sonora de, no mínimo:

EXERCÍCIO a) 656 Hz
b) 745 Hz
1. Quando uma ambulância, com sirene ligada, c) 655 Hz
se aproxima de um observador, este percebe: d) 740 Hz
e) 860
a) aumento da intensidade sonora e da freqüên-
cia.
b) aumento da intensidade sonora e diminuição
da freqüência. GABARITO
c) mesma intensidade sonora e mesma freqüên-
cia. UNIDADE 1
d) diminuição da altura e variação no timbre so- 1. a) Odisseia está de acordo, pois como as on-
noro. das sonoras são classificadas como ondas me-
e) variação no timbre e manutenção da altura. cânicas, elas não podem se propagar no espa-
ço interplanetário, que é constituído de vácuo
apenas.
2. Assinale a alternativa que preenche correta- b) Sim, ambos estão de acordo com as leis da
mente as lacunas do texto a seguir. O alarme de física, haja vista que ondas eletromagnéticas
um automóvel está emitindo som de uma deter- se propagam inclusive no vácuo.
minada freqüência. Para um observador que se 2. Ondas Transversais: São aquelas que possuem
aproxima rapidamente desse automóvel, esse vibrações perpendiculares à direção da propa-
som parece ser de .................... freqüência. Ao gação.
afastar-se, o mesmo observador perceberá um Ondas Longitudinais: As vibrações coincidem
som de .................... freqüência. com a direção da propagação.
3. Apenas energia.
a) maior — igual 4. B
b) maior — menor 5. Transversal
c) igual — igual 6. 40m
d) menor — maior 7. 825m
e) igual — menor 8. F,F,V
9. E

3. Um trem se aproxima, apitando, a uma ve- UNIDADE 2


locidade de 10 m/s em relação à plataforma de 1. C
uma estação. A freqüência sonora do apito do 2. Isso ocorre devido à difração, onde o trajeto
trem é 1,0 kHz, como medida pelo maquinista. de uma onda é alterado ao passar por uma
Considerando a velocidade do som no ar como fenda estreita.
330 m/s, podemos afirmar que um passageiro 3. D
parado na plataforma ouviria o som com um 4. V V F V
comprimento de onda de: 5. V V V F

a) 0,32 m UNIDADE 3
b) 0,33 m 1. a) f= 1250Hz
c) 0,34 m b) T= 8.10-4 s
d) 33 m c) 0,272m
e) 340 m d) 16,4 ºC
2. Isso se deve ao timbre.
3. 640Hz
4. a) max. ar=21,5 m
min. ar=0,0172 m
max. água=90,625 m
min. água=0,0725 m
b) 4,2

UNIDADE 4
1. D
2. B
3. 1 m
4. 476 m/s
5. 50 cm.

UNIDADE 5
1. A
2. B
3. A
4. B
FÍSICA 3
UNIDADE 1 UNIDADE 4
TERMOLOGIA PROPAGAÇÃO DE CALOR

UNIDADE 2 UNIDADE 5
CALORIMETRIA DILATAÇÃO TÉRMICA

UNIDADE 3 UNIDADE 6
MUDANÇA DE ESTADO GASES E TERMODINÂMICA
UNIDADE 1: TERMOLOGIA Os estados da matéria são: sólido, líquido
e gasoso.
Termologia é a parte da física que estuda os Nos sólidos as forças de coesão intermo-
fenômenos ligados à energia térmica. leculares são fortes o suficiente para manter as
moléculas razoavelmente próximas e regularmen-
ENERGIA TÉRMICA E CALOR te distribuídas, geralmente formando redes cris-
talinas. Por isso, os sólidos tem forma e volume
Os constituintes da matéria estão em contí- definidos.
nua agitação. A energia cinética associada a essa Nos líquidos, as distâncias entre as molécu-
agitação recebe o nome de energia térmica. las são maiores, porém, as forças intermoleculares
A energia térmica de um corpo pode variar. de coesão ainda são fortes o suficiente para fazer
Caso o coloquemos em contato com uma chama, com que os líquidos tenham volume definido, en-
sua energia aumenta; se, pelo contrário, o colocar- quanto a forma é sempre definida pelo recipiente.
mos em contato com um bloco de gelo, sua ener- Nos estado gasoso as forças de coesão têm
gia diminui. Em ambos os casos houve um fluxo de intensidade muito menor, permitindo grande li-
energia térmica sempre do sentido da região de berdade de movimentação das moléculas. Isso
maior temperatura para a de menor temperatura. promove grande facilidade de difusão dos gases
À energia térmica em trânsito devido, exclusiva- e vapores, fazendo com que eles sempre ocupem
mente, à diferença de temperatura atribuímos o o volume total do recipiente que os contêm. Por
nome Calor. isso, um gás/vapor não tem forma nem volume
A medida da quantidade de calor trocado definidos.
entre corpos é dada em joules (J). É comum, po-
rém, o uso da unidade calorias (cal). Essas duas TERMOMETRIA
estão relacionadas através da relação:
É comum em nosso cotidiano usarmos os
1 J = 4,18 cal termos quente e frio para nos referirmos a valo-
res de temperatura. Contudo, esses termos para a
NOÇÃO DE TEMPERATURA física são demasiado imprecisos, dependendo da
subjetividade de cada indivíduo.
A temperatura de um corpo representa o Para evitar a subjetividade e tornar a noção
grau de agitação térmica de suas moléculas/áto- de temperatura mais precisa, recorre-se a caracte-
mos. rísticas físicas da matéria que variam com a tem-
Desse modo, desconsiderando mudança peratura.
de fase, quando fornecemos energia térmica a O comprimento de uma barra, por exem-
um corpo, este tem sua temperatura aumentada, plo, aumenta com o aumento da temperatura e
pois a agitação térmica de suas moléculas aumen- vice-versa. A pressão de um gás contido em um
ta. Se, por outro lado, este ceder energia térmica, recipiente também varia com a temperatura. De
sua temperatura diminui. igual modo, a resistência de um resistor também
varia conforme a temperatura, assim como o volu-
EQUILÍBRIO TÉRMICO me de um líquido.
As grandezas físicas que variam com a va-
Se dois corpos inicialmente a temperaturas riação da temperatura são denominadas grande-
diferentes estiverem em num mesmo sistema ter- zas termométricas. Por isso sempre efetuaremos
micamente isolado, ambos trocarão calor, sendo medidas indiretas.
que este flui sempre no sentido do corpo de maior O termômetro de mercúrio é o mais comum
temperatura para o de menor temperatura. Po- em nosso cotidiano. A grandeza termométrica
rém, o fenômeno ocorre somente enquanto hou- usada nele é a altura da coluna de mercúrio.
ver diferença entre as temperaturas dos corpos.
Quando estas se igualam, o fluxo de energia cessa ESCALAS TERMOMÉTRICAS
e diz-se que o sistema está em equilíbrio térmico.
Do mesmo modo, caso existam três ou mais O conjunto de valores numéricos que a
corpos no sistema, a troca de calor também ocor- temperatura pode assumir constitui uma escala
re até que todos os corpos entrem em equilíbrio termométrica, que é estabelecida ao se graduar o
térmico. termômetro.
Para se graduar um termômetro comum de
ESTADOS DA MATÉRIA mercúrio, são necessários dois pontos fixos (pon-
to de fusão do gelo e de ebulição da água a 1atm).
A escala Celsius atribui arbitrariamente ao
ponto de fusão do gelo o valor 0 ºC (zero) e para o 7232ºF, vamos transformar para graus Celsius e
ponto de ebulição da água o valor 100 ºC. depois para Kelvin.
A escala Fahrenheit atribui às mesmas
temperaturas os valores 32 ºF e 212 ºF, respectiva-
mente.
A escala Kelvin começa na temperatura 0
K, chamada também de zero absoluto, pois nes-
te estado a agitação térmica se anularia, por isso
este é o limite inferior para os valores de tempe-
ratura, sendo inatingível. O ponto de fusão do
gelo e ebulição da água ocorrem em 273 K e 373 K,
respectivamente.
Como o valor de 0 K coincide com o zero ab-
soluto, esta escala é dita absoluta. Não ocorre o Agora, basta transformar a temperatura en-
mesmo para as escalas Celsius e Fahrenheit, sen- contrada para a escala Kelvin.
do estas chamadas de escalas relativas.

Essas escalas podem ser relacionadas atra-


vés dos procedimentos abaixo.

Exercício resolvido 2: Na embalagem de


um produto existe a seguinte recomendação:
“Manter a -4°C”.
Num país em que se usa a escala Fahrenheit,
a temperatura correspondente à recomendada é:

a) -39,2°F
b) -24,8°F
c) 24,8°F
d) 39,2°F
e) 40,2°F

Solução:

simplificando os denominadores, fica:

Para variações de temperaturas essas mes-


mas escalas relacionam-se por meio da relação:

A alternativa C está correta.

EXERCÍCIOS
Exercício resolvido 1: O núcleo externo
terrestre é formado principalmente por Níquel e 1. Qual a temperatura em Celsius que corres-
Ferro, onde encontram-se fluidos em uma pasta ponde a 122°F?
em torno de 7232ºF. Determine a temperatura em
graus Celsius e na escala absoluta do sistema in-
ternacional. 2. Qual a temperatura em Kelvin que corres-
ponde a 97°C?
Solução:
O núcleo terrestre está a temperatura de
3. Que temperaturas em Celsius e Fahrenheit metro graduado na escala Celsius e outro gra-
equivalem a 73K? duado numa escala “A” se relacionam segundo
o gráfico a seguir:

4. Qual a temperatura em que as indicações das


escalas Celsius e Fahrenheit assumem valores
iguais?

5. qual a temperatura cuja indicação na escala


Fahrenheit supera em 100 unidades a corres-
pondente indicação da escala Celsius?

6. No século XVIII, o físico francês Réaumur


criou uma escala termométrica que assinalava
0 para o ponto do gelo e 80 para o ponto do va-
por. A razão de ter adotado os valores 0 e 80 é
que, após vários experimentos, ele descobriu Na escala A, qual a temperatura de ebuli-
que o álcool, que foi usado como substância ção da água?
termométrica, expandia 80 partes por mil ao
ser aquecido do ponto do gelo até o ponto do
vapor. Comparando essa escala Réaumur com a 10. Um fabricante de termômetros lançou no
escala Fahrenheit, qual a temperatura em que mercado um termômetro de mercúrio gradua-
as leituras correspondem a um mesmo valor do nas escalas Celsius e Fahrenheit. Na parte
numérico? referente a Celsius, a distância entre duas mar-
cas consecutivas era de 1,08mm. Qual a distân-
cia, na escala Fahrenheit, entre duas marcas
7. Qualquer indicação na escala absoluta é: consecutivas?
a) sempre inferior a zero
b) sempre igual a zero
c) nunca superior a zero UNIDADE 2: CALORIMETRIA
d) sempre superior a zero
e) sempre negativa Quando corpos com temperaturas distintas
são postos no mesmo ambiente, há um fluxo de
energia térmica do corpo com maior temperatura
8. (UEL) O gráfico indicado a seguir representa para o de menor temperatura, até que se atinja o
a relação entre a temperatura medida numa es- equilíbrio térmico. A esse fluxo damos o nome de
cala X e a mesma temperatura medida na escala calor.
Celsius. A calorimetria tem por objetivo a análise, do
ponto de vista quantitativo, do problema das tro-
cas de calor entre sistemas postos em presença, a
diferentes temperaturas, no interior de recipientes
termicamente isolados, ou não, do meio exterior.
Se dois corpos A e B, cujas temperaturas são θA e
θB, sendo θA > θB, forem postos no interior de um
recipiente termicamente isolado do meio exterior,
observaremos que decorrido um certo tempo, os
corpos apresentarão a mesma temperatura de
equilíbrio θE, sendo: θA>θE> θB.
Quando os corpos estiverem na θE, diz-se
que o calor cessou e há interrupção da transmis-
são de energia.
Para a variação de 1,0 °C, que intervalo A unidade de quantidade de calor Q no SI
vamos observar na escala X? é o joule (J), uma vez que o calor é uma forma de
energia. No entanto, a unidade mais utilizada é a
caloria (cal), cuja relação com a anterior é:
9. Sob pressão atmosférica normal, um termô-
O calor específico é a robustez que o corpo
oferece à variação de temperatura por unidade de
massa, dada uma quantidade fixa de calor. Esta
grandeza é uma característica da substância que
CALOR SENSÍVEL E LATENTE compõe o corpo, e não simplesmente do corpo.
Quanto maior o calor específico de uma
Quando observamos a troca de calor entre substância ou a capacidade térmica de um cor-
corpos temos que eles são de duas naturezas: po, menor será a variação de temperatura sofrida
O calor recebido ou cedido por um corpo quando troca calor.
tem uma única consequência: variação da tempe-
ratura Θ. Nesse caso, a energia cinética de vibra- QUANTIDADE DE CALOR SENSÍVEL
ção molecular é alterada e age diretamente sobre
a temperatura. O corpo que recebe ou cede calor, Combinando as equações do calor especí-
mantém seu estado de agregação, variando sua fico com a da capacidade térmica, encontra-se a
temperatura. Neste caso o calor trocado é chama- equação:
do de calor sensível.
O calor recebido ou cedido por um corpo
tem como única consequência: variação de estado
físico. Nesse caso, a energia potencial de agrega-
ção é que varia e atua diretamente sobre a mudan-
ça de estado físico da matéria. O corpo que recebe Essa equação nos fornece a quantidade de
ou cede calor, mantém sua temperatura constan- calor sensível Q trocada por um corpo de massa
te. Neste caso o calor trocado é chamado de calor m, constituído de um material de calor específico
latente. c, ao sofrer uma variação de temperatura ΔΘ.
Sendo c uma constante característica da
CAPACIDADE TÉRMICA substância, podemos dizer que a quantidade de
calor sensível Q trocada por um corpo é proporcio-
Seja Q a quantidade de calor que um corpo nal à massa do corpo e à variação da temperatura
troca com o exterior e ΔΘ a consequente variação ΔΘ sofrida por ela.
da temperatura desse corpo, por definição, cha-
ma-se capacidade térmica do corpo à razão entre CALOR LATENTE DE TRANSFORMAÇÃO (L)
a quantidade de calor trocada e a variação de tem-
peratura sofrida. Chama-se calor latente de transformação a
quantidade de calor que a unidade de massa do
sistema deve trocar com o exterior, na tempera-
tura em que ocorre a transformação, para que o
sistema sofra mudança de estado, sem variação
da temperatura. Em tal situação toda energia está
sendo utilizada para romper ligações e alterar o
Podemos concluir que a capacidade térmica estado da matéria, portanto, não há variação de
de um corpo é numericamente igual à quantidade temperatura.
de calor que o sistema troca com o meio quando Sendo m a massa da substância que muda
a temperatura do sistema sofre uma variação de estado e L o calor latente dessa mudança, a
unitária. A unidade usada é cal/°C. quantidade de calor Q envolvida no processo é de-
terminada pela fórmula:
CALOR ESPECÍFICO

Chama-se calor específico de um corpo a


capacidade térmica por unidade de massa desse
corpo.
Exercício resolvido 1: Sabendo que o calor
latente de vaporização da água é de 540cal/g, de-
termine o tempo que um fogão precisa para eva-
porar 50ml de água, se ele emite calor uma taxa
de 418W. Considere a densidade da água de 1g/ml.

Solução:
A unidade usada é cal/g°C. Primeiro vamos descobrir quanto de calor o
fogão libera por segundo, lembrando que 1 cal = Exercício resolvido 2: Em um copo de água
4,18 J. Percebe-se, facilmente, que a potência, em (c=1,0g/ºC) de 200ml à 22ºC, é adicionado dois
calorias por segundo, tem valor de P = 100cal/s. cubos de gelo à -5ºC sendo que somados pesam
Agora vamos encontrar a quantidade de ca- 40g. Determine a temperatura de equilíbrio. Consi-
lor necessária para evaporar 50ml de água. dere o calor latente de fusão do gelo L = 80 cal/g e o
calor específico sensível dessa mesma substância
igual a cg = 0,5 cal/g°C.

Solução:
Como a água inicialmente estava a maior
temperatura, ela cederá calor, enquanto o gelo re-
ceberá.

Lembrando que potência pode ser calcula-


da por meio da relação entre calor/energia e tem-
po e em seguida substituindo os valores na relação
obtemos:

CALORÍMETRO

É um recipiente onde usualmente são colo-


cados os corpos com o objetivo de trocar calor. É
uma importante ferramenta experimental na me-
dição do calor especifico dos corpos. Os caloríme-
tros são, teoricamente, isolados do meio exterior,
para evitar trocas de calor entre o meio externo e o
O tempo necessário, portanto, para este vo- seu conteúdo, por serem essas quantidades de ca-
lume de água se vaporizar é de 270 segundos. lor difíceis de medir. Calorímetros ideais são aque-
les que não participam das trocas de calor em seu
BALANÇO TÉRMICO interior, isto é, possui capacidade térmica nula ou
desprezível.
No decorrer do seu estudo, você terá que
resolver problemas que envolvem trocas de calor, EXERCÍCIOS
nos quais você devera achar o valor de algum dos
elementos do processo: temperatura inicial, tem- 1. Assinale a afirmativa falsa:
peratura final (equilíbrio), massa ou calor específi-
co. Para resolver os problemas você deverá aplicar a) A capacidade térmica de um corpo é função de
os seguintes princípios da calorimetria: sua massa.
b) Quando recebido por um corpo, o calor sensí-
IGUALDADE DAS TROCAS DE CALOR vel produz apenas variação de temperatura.
c) O calor especifico é uma característica da
Quando dois ou mais corpos, em tempera- substância, ou, corpo por unidade de massa.
turas diferentes são colocados no interior de um d) A capacidade térmica de um corpo indica a
recipiente termicamente isolado do exterior, tro- quantidade de calor que cada unidade de mas-
cam calor entre si até atingir o equilíbrio térmico. sa desse corpo necessita para sua temperatu-
Portanto, a soma da quantidade de calor cedido, ra variar uma unidade.
mais o calor recebido pelos corpos é igual a zero. e) O valor da capacidade térmica de um corpo
Simbolicamente temos: depende do material que este é feito.

2. Uma mesma quantidade de calor é fornecida


a massas iguais de água e alumínio, inicialmen-
te à mesma temperatura. A temperatura final
do corpo de alumínio é:

a) maior que o da água, pois tem maior calor es-


pecifico.
b) menor que o da água, pois tem menor calor dor que foi perdida para o exterior.
especifico. Dados: cagua= 1,0 cal/g°C; 1cal = 4J e 1W = 1J/s.
c) mesma que a da água, pois as massas são
iguais.
d) maior que o da água, pois tem menor calor es- 7. Qual a quantidade de água, a 20°C, que deve
pecifico. ser misturada em um calorímetro ideal com
e) Não podemos comparar as variações de tem- 100g de água a 80°C, para que a temperatura
peratura por se tratarem de substancias dife- final da mistura seja de 50°C?
rentes.

8. Num calorímetro contendo 100g de água


3. Uma atleta envolve sua perna com uma bolsa a 0°C coloca-se um pedaço de ferro de 200g a
de água quente, contendo 600g de água à tem- 300°C. Desprezando-se o calor absorvido pelo
peratura inicial de 90°C. Após 4 horas ela obser- calorímetro, qual a temperatura de equilíbrio
va que a temperatura da água é 42°C. Respon- térmico?
da: (cágua = 1,0 cal/g°C) Dados: cagua= 1,0 cal/g°C; cferro= 0,1 cal/g°C

a) Qual foi a perda total de energia pela água?


b) Qual foi a perda média de energia em calo- 9. Um calorímetro de alumínio de massa 200g
rias por segundo? contém 120g de água a 96°C. Quantos gramas
c) Qual a capacidade térmica da atleta? É pos- de alumínio a 10°C devem ser introduzidos no
sível obter esse dado sabendo que a perna calorímetro para resfriar a água a 90°C?
da atleta estava em 36°C no começo do tra- Dados: c Al = 0,22 cal/g°C
tamento, e a 40°C no final?
a) 56g
b) 28g
4. Dois blocos de cobre A e B, de massas iguais, c) 5,6g
e um recipiente R, contendo água, inicialmente d) 112g
isolados, estão respectivamente às temperatu- e) 41g
ras Ta, Tb e Tr, tais que Tb > Tr > Ta. Os blocos A e B
são lançados no recipiente R. A temperatura de
equilíbrio térmico do sistema T é: 10. Na cozinha de um restaurante há dois cal-
deirões com água, um a 20 graus Celsius e outro
a oitenta graus Celsius. Quantos litros devemos
pegar de cada um, de modo a resultarem, após
mistura, 10L de água a 26 graus Celsius?

UNIDADE 3: MUDANÇA DE ESTADO


Os estados de agregação da matéria são: so-
lido, líquido e gasoso. Neste capítulo, falaremos
sobre as transições que acarretam a mudança de
5. Um bloco metálico tem capacidade térmica estado de agregação das substâncias e descreve-
igual a 10 cal/°C. Qual a quantidade de calor que remos as propriedades dessas transições. Vimos
devemos fornecer para que a temperatura do também que as moléculas têm Energias cinéticas
bloco varie de 20°C para 25°C? e Energias potenciais responsáveis pela variação
de temperatura e mudança de estado físico, res-

6. Em um aquário de 10L, completamente cheio pectivamente.


de água, encontra-se um pequeno aquecedor
de 60W. Sabendo que em 25 minutos a tempe-
ratura da água aumentou de 2,0°C, determine:

a) a quantidade de energia que foi absorvida


pela água;
b) a fração da energia fornecida pelo aquece-
Podemos perceber que a organização mole- Observe na figura acima que a temperatura
cular dos estados e a quantidade de energia deles de fusão Θf permanece constante durante toda
é bem diferente. Nos sólidos temos uma menor a fusão. Durante o aumento de temperatura de
energia cinética e uma maior organização molecu- -20°C a 0°C o calor é do tipo sensível, enquanto no
lar, o que contribui para maior estabilidade de for- processo de fusão é do tipo latente.
ma, portanto nos sólidos forma e volume estão
preservados. Nos líquidos, com a maior energia CALOR LATENTE DE FUSÃO (LF)
cinética, as moléculas tendem a se afastarem, e
assim, diminuem a coesão e a estabilidade intra- Chama-se calor latente de fusão de uma
molecular, portanto nos líquidos o volume está substância, correspondente a uma dada pressão,
preservado, mas a sua forma não. No estado ga- a quantidade de calor que deve ser fornecida à
soso podemos verificar que as moléculas estão unidade de massa da substância, na temperatura
em grande quantidade de movimentação, e assim de fusão, para que ocorra a mudança de estado,
a atração entre uma molécula e outra é mínima, sem variação da temperatura. Se falarmos apenas
disso decorre a menor coesão e estabilidade das calor latente de fusão da substância, sem fazer
ligações entre as moléculas, por isso os gases não menção à pressão, subentende-se que ela está su-
mantém nem forma nem volume, são totalmen- jeita a pressão normal, ou seja, 1 atmosfera. Sim-
te dependentes do recipiente que os contém. bolicamente escrevemos: Lf = Q/m, portanto:
Modificando-se as condições de pressão e/
ou temperatura, pode haver a passagem de um es-
tado de agregação para outro. Podemos reconhe-
cer as seguintes mudanças de estado:

SOLIDIFICAÇÃO

É a passagem do estado líquido para o esta-


do sólido. Ela é a transformação inversa da fusão,
e ocorre com liberação de calor por parte de subs-
tância que se solidifica (processo exotérmico).
Substâncias cristalinas sofrem solidificação
obedecendo a um conjunto de leis denominadas
leis da solidificação:
Sob determinada pressão, toda substância
cristalina pura sofre solidificação a uma tempera-
tura bem determinada, denominada temperatu-
FUSÃO ra de solidificação da substância correspondente
à pressão considerada. A temperatura de solidifi-
A fusão é a passagem de uma substância do cação correspondente à pressão normal recebe o
estado sólido para o estado líquido através da ab- nome de ponto de solidificação da substância.
sorção de calor (processo endotérmico). Não havendo variação da pressão, a tempe-
A uma dada pressão, toda substância cris- ratura permanecerá constante durante a solidifi-
talina pura sofre fusão a uma temperatura bem cação.
determinada, denominada temperatura de fusão
da substância. Não havendo variação da pressão, CALOR LATENTE DE SOLIDIFICAÇÃO (LS)
a temperatura permanecerá constante durante a
fusão. Chama-se o calor latente de solidificação de
uma substância, correspondente a uma dada pres-
são, a quantidade de calor que deve ser retirada da
unidade de massa da substância, na temperatura
de solidificação, para que ocorra a mudança para
o estado sólido sem variação de temperatura. Se
dissermos simplesmente calor latente de solidifi-
cação da substância, sem fazer menção à pressão,
subentende-se que ela seja a normal. Observa-se
que para uma mesma substância, em uma de-
terminada pressão, as temperaturas de fusão e
solidificação são iguais, assim como o módulo
de seus calores latentes.
peratura permanecerá constante durante toda a
ebulição.
O líquido entra em ebulição quando a ten-
são máxima de seu vapor saturante se torna igual
VARIAÇÃO DO VOLUME NA FUSÃO E SOLIDIFICAÇÃO à pressão exercida pela atmosfera sobreposta ao
líquido.
Todas as substâncias sofrem variação de vo-
lume ao sofrerem fusão. Umas se dilatam enquanto CALEFAÇÃO
outras se contraem. Na grande maioria dos casos É o processo de vaporização que envolve
ocorre dilatação na fusão e, consequentemente, grande quantidade de energia. Gotas de água en-
contração na solidificação. Entretanto, algumas tram em calefação quando submetidas, rapida-
substâncias comportam-se de maneira contrária, mente, a temperaturas muito superiores que as de
isto é, se contraem na fusão e se expandem na so- ebulição, para a pressão considerada. Por exem-
lidificação. Entre estas substâncias temos a água, plo, gotas de água em uma panela muito quente;
o antimônio, bismuto e o ferro fundido. Por isso, viram vapor assim que entram em contato com a
quando você coloca no congelador uma garrafa superfície da panela.
tampada, completamente cheia de água acontece
o rompimento da garrafa. CALOR LATENTE DE VAPORIZAÇÃO (LV)
A água no estado sólido, devido a grande
presença de pontes de hidrogênio possui uma O calor latente de vaporização Lv, corres-
estrutura muito “armada”, ocupando um volume pondente a uma dada pressão, é a quantidade de
maior do que a mesma massa de água no estado calor que deve ser fornecida à unidade de massa
líquido. do líquido, na temperatura de ebulição, para que
ocorra a mudança de estado, sem variação de
VAPORIZAÇÃO temperatura. Simbolicamente Lv= Q/m , portanto:

Passagem do estado líquido para o vapor.


Pode ocorrer de três formas: evaporação, ebulição
e calefação.

EVAPORAÇÃO
LIQUEFAÇÃO OU CONDENSAÇÃO
É o processo de vaporização que ocorre na
superfície exposta do líquido ao ambiente de for- Chama-se liquefação a passagem do esta-
ma espontânea e contínua, que pode ocorrer a do de vapor para o estado líquido. Essa transfor-
qualquer temperatura, de acordo com: natureza mação ocorre com a liberação de calor e também
do líquido, área da superfície livre, pressão exter- pode ser chamada condensação. Obedece as se-
na, temperatura, saturação do meio. Por exemplo, guintes leis:
a água que evapora de um lago. O líquido entra em Sob determinada pressão, todo vapor sofre
ebulição quando a tensão de vapor é igual à pres- liquefação a uma temperatura bem determinada,
são externa. chamada temperatura de liquefação do vapor
correspondente à pressão considerada. A tempe-
EBULIÇÃO ratura de liquefação, à pressão normal, recebe o
nome de temperatura de condensação da subs-
É o processo de vaporização que envolve tância.
toda a massa líquida, e que ocorre em regime tur- Durante a liquefação, se a pressão perma-
bulento, devido à formação de bolhas, compostas necer constante, a temperatura também perma-
de vapor, que vêm estourar na superfície do líqui- necerá constante.
do. O processo obedece a um conjunto de leis da
ebulição: CALOR LATENTE DE CONDENSAÇÃO (LC)
Sob determinada pressão, todo líquido en-
tra em ebulição, numa determinada temperatura Chama-se calor latente de condensação,
que é chamada temperatura de ebulição do líqui- correspondente a uma dada pressão, à quantida-
do correspondente à pressão considerada. A tem- de de calor que deve ser retirada da unidade de
peratura de ebulição correspondente à pressão massa do vapor, na temperatura de condensação,
normal é chamada de ponto de ebulição do líqui- para que ocorra a liquefação sem mudança de
do, e é indicada por Θe. temperatura. Simbolicamente, Lc= Q/m, portanto:
Não havendo variação da pressão, a tem-
3. Uma pessoa solicita numa lanchonete um
hambúrguer e um copo de refrigerante com
cubos de gelo. A temperatura dos cubos de gelo
e o refrigerante são iguais. Não existindo per-
Observa-se que, para uma mesma substân- das de calor durante a fusão do gelo no refrige-
cia, a temperatura de ebulição é igual a tempera- rante, o fenômeno físico que se observa no sis-
tura de condensação, e o módulo do calor latente tema (refrigerante + gelo) indica que
de vaporização é igual ao do calor latente de con-
densação. a) a temperatura do sistema mantém-se cons-
tante durante a fusão do gelo.
b) a temperatura do sistema aumenta.
c) a temperatura do sistema diminui.
d) a temperatura do gelo mantém-se constante e
do refrigerante aumenta.
CURVA DE AQUECIMENTO e) a temperatura do sistema sempre aumenta.

Todas as informações ditas neste capítulo


até agora podem ser resumidas através de uma 4. Os índios missioneiros utilizaram tecnologias
curva, chamada de curva de aquecimento. Tal grá- trazidas pelos jesuítas, entre elas, a fundição de
fico relaciona a temperatura de uma dada subs- metais para construção de ferramentas agríco-
tância pura em função da quantidade de calor que las, armas e utensílios em geral. Para construir
lhe é fornecida. Analise o diagrama e perceba que um sino de ferro, foram fundidos 10 kg do metal
ele sintetiza tudo o que foi dito neste capítulo! que se encontrava inicialmente na temperatura
ambiente de 16 °C. Se a temperatura de fusão
do ferro é 1536 °C, o calor específico é igual a
0,11 x 103 cal/kg°C, e o calor latente de fusão do
ferro é igual a 65 x 103 cal/kg, a quantidade de
energia na forma de calor utilizada, em quilo-
calorias (kcal), é de

a) 650
b) 1672
c) 2322
d) 4000
EXERCÍCIOS e) 6500

1. O calor específico da água é da ordem de 1,0


cal/g°C e seu calor latente de fusão é igual a 80 5. Quanto de calor necessitam receber 100 g de
cal/g. Para transformar 200 g de gelo a 0 °C em gelo para serem aquecidos de –30 °C a 10 °C?
água a 30 °C, a quantidade de energia necessá- A pressão atmosférica é constante e normal, e
ria, em quilocalorias, equivale a: são dados:
Calor específico do gelo = 0,50 cal/g °C;
a) 8 calor de fusão do gelo = 80 cal/g; calor específi-
b) 11 co da água = 1,0 cal/g °C.
c) 22
d) 28

2. Uma panela com um litro de água é colocada


sobre a chama de um fogão. A temperatura de
ebulição dessa água irá depender da 6. (UFG-GO) Um corpo de massa 50 g, inicial-
mente no estado sólido, recebe calor de acordo
a) capacidade térmica da panela. com a representação gráfica a seguir, passando
b) pressão atmosférica ambiente. para o estado líquido:
c) condutividade térmica da panela.
d) quantidade de calor cedida pela chama.
No gráfico, Q representa a quantidade de
calor recebida pelo corpo e T, sua temperatura
na escala Celsius.

a) O que ocorre no intervalo entre 400 cal e


500 cal? Explique.
9. Uma arma dispara um projétil de chumbo de
massa 20,0 g, que se move de encontro a um
grande bloco de gelo fundente. No impacto, o
projétil tem sua velocidade reduzida de 100 m/s
para zero e entra em equilíbrio térmico com o
b) Determine os calores específicos e o calor gelo. Não havendo dissipação de energia, ocor-
latente nas fases representadas no gráfico. re a fusão de 2,25 g de gelo. Sendo o calor es-
pecífico sensível do chumbo igual a 0,031 cal/g
°C e o calor específico latente de fusão do gelo
igual a 80 cal/g, qual era a temperatura do pro-
jétil no momento do impacto?
Dado: 1 cal = 4 J.

7. Num calorímetro ideal, misturam-se 200 g


de gelo a –40°C com 100 g de água a uma tem-
peratura Θ. Dados: calor específico do gelo
=0,50 cal/g °C; calor latente de fusão do gelo =
80 cal/g; calor específico da água = 1,0 cal/g °C.
Determine:
UNIDADE 4: PROPAGAÇÃO DE CALOR
a) a temperatura Θ, para que no equilíbrio tér-
mico coexistam massas iguais de gelo e de Como você já estudou nos capítulos ante-
água; riores, calor é energia em trânsito, que se desloca
de um corpo para outro, ou mesmo dentro de um
mesmo corpo, de uma região para outra região de
temperaturas diferentes. Vale a pena observarmos
que o calor entre corpos pode ocorrer, estando os
corpos em contato ou não. Esse fenômeno recebe
b) a temperatura da água quando o gelo atin- o nome de propagação do calor. O calor pode se
ge 0°C, considerando as condições do item propagar de três maneiras, a saber:
a.
• Condução
• Convecção
• Irradiação

Embora os processos tenham característi-


cas diferentes, eles têm uma coisa em comum:
8. Num calorímetro ideal, misturam-se 200 g de O calor sempre se propaga de uma região
gelo a 0 °C com 200 g de água a 40 °C. para outra de temperatura mais baixa, ou de
Dados: calor específico da água = 1,0 cal/g um corpo para outro que esteja a temperatura
°C; calor latente de fusão do gelo = 80 cal/g. De- mais baixa.
termine:
CONDUÇÃO
a) a temperatura final de equilíbrio térmico da
mistura; O calor se propaga por condução quando
passa de uma região para outra de um corpo, ou
b) a massa de gelo que se funde. de um corpo para outro com o qual está em con-
tato, sem que haja deslocamento das moléculas
constituintes dos corpos. Portanto, nesse proces-
so há transporte de energia sem transporte de
matéria. do tempo (regime permanente ou estacionário de
condução).
Consideremos uma barra metálica de com-
primento L, secção transversal de área A, isola-
da lateralmente, cujas extremidades estejam em
contato com dois sistemas cujas temperaturas Θ1
e Θ2 permaneçam constantes apesar de estar ha-
vendo a propagação de calor, veja figura abaixo.

O fluxo de calor Φ ao longo da barra, isto é, a


Uma experiência simples evidencia a condu- quantidade de calor Q que atravessa a barra num
ção. Segure uma barra metálica por um de seus intervalo de tempo Δt, é dado por:
extremos e aproxime o outro extremo da chama Φ é geralmente expresso em cal/s.
de uma fonte de calor. Você notará, decorrido um
certo tempo, que o extremo no qual você está se-
gurando estará aumentando a temperatura. A
temperatura de cada seção transversal da barra
foi aumentando gradativamente até atingir a ex-
tremidade oposta à colocada na fonte de calor.. A constante K é chamada de coeficiente de
condutividade térmica do material que constitui a
barra. Seu valor é elevado para bons condutores e
baixo para isolantes.
Exercício resolvido 1: A temperatura ex-
terna de uma casa de madeira (K=0,5W/mºC) é de
12ºC, sendo que uma parede tem 12m2 de área e
tem 20cm de espessura. Sabendo que a tempera-
tura dentro da casa é de 24ºC, determine a quanti-
dade de fluxo de calor.

Do ponto de vista microscópico, a condução Solução:


do calor pode ser explicada da seguinte manei- Como a condutibilidade térmica foi dada em
ra: numa determinada região do corpo a energia W/mºC devemos usar a área e espessura da parede
posta em jogo provoca uma agitação maior das em metros e a diferença de temperatura em ºC, as-
moléculas dessa região. Devido aos incessantes sim obteremos o fluxo em watts.
choques entre essas moléculas e as moléculas vi-
zinhas, a energia é transmitida para essas últimas
que assim se aquecem; esse fenômeno se repete
ao longo do corpo, sem que as partículas consti-
tuintes do corpo tenham que se deslocar de suas
posições de equilíbrio.

BONS E MAUS CONDUTORES


CONVECÇÃO
Sabe-se que nos sólidos as moléculas estão
mais próximas do que nos líquidos e no gases, por O transporte do calor por convecção, em um
isso os sólidos conduzem o calor de forma melhor meio, consiste essencialmente no deslocamento
que os líquidos, sendo ainda, os gases são os pio- de porções de fluidos (líquidos, gases e vapores)
res condutores de calor. Entre os sólidos os melho- de diferentes densidades, de uma região para ou-
res condutores são os metais. tra desse meio.
Portanto, ao contrário do que ocorre no
LEI DE FOURIER processo de condução, a convecção se caracteri-
za pelo arraste da matéria. Devido a esse arraste,
A transmissão de calor por condução entre ou transporte, a convecção não pode ocorrer nos
dois pontos separados por um determinado meio sólidos, sendo característica somente dos fluidos.
é regida pela Lei de Fourier, desde que as tempe- Ao aquecermos um liquido contido num re-
raturas dos dois pontos não variem no decorrer cipiente, as porções situadas no fundo recebem
calor em primeiro lugar e, em consequência, apre- sala de aula é baseado no mesmo processo, por
sentam aumento do volume, do qual decorre uma isso que o ar condicionado é colocado na porção
diminuição da densidade. superior das paredes.
Já na situação da lareira, é melhor que a sua
“boca” fique mais próxima possível do chão, para
maximizar as correntes de convecção que vão sur-
gir em decorrência do aquecimento do ar, diminui-
ção da densidade e subida do ar quente, dando
lugar ao ar frio que será aquecido.
Nas regiões litorâneas, durante o dia, a areia
se aquece mais rapidamente que a água do mar,
pois a capacidade térmica da água é muito maior
que a da areia, desta forma o ar aquecido sobe, e
forma-se uma região de baixa pressão, permitindo
o movimento do ar que se sobrepõe ao mar para
As porções menos densas se deslocam para essa região. Fala-se então da “brisa do mar”. Du-
dar lugar às porções mais densas, ocorrendo a for- rante a noite, a terra torna-se mais fria que a água
mação de correntes de partículas aquecidas de do mar, provocando a inversão do processo. Sopra
baixo para cima. Essas correntes são denomina- então vento da terra para o mar, “brisa terrestre”.
das correntes de convecção. São favorecidas pela É importante perceber que quando um cor-
variação de densidade e levam o calor do fundo do po esquenta com muita rapidez, ele também res-
recipiente para todas as partes do líquido. friará com muita rapidez (areia); assim como um
Perceba a sequência lógica descrita acima: corpo que demora a esquentar, demorará para
variação de temperatura acarreta variação de resfriar-se (água).
volume e leva a uma variação de densidade. De
maneira análoga são formadas correntes de con- IRRADIAÇÃO
vecção nos gases. É o que ocorre, por exemplo, no
interior de um refrigerador. Na parte inicial deste capítulo, mostramos
O ar na proximidade do congelador é res- que a condução é uma propagação de calor no
friado, ocorrendo uma diminuição do volume, au- corpo, sem arraste de matéria, e que a convecção
mentando sua densidade, e por isso o ar tende a é a propagação de calor com arraste de matéria
descer, deslocando o ar mais quente, que então se num corpo. Mas, como a energia emitida pelo Sol
aproxima do congelador e é, por sua vez, resfriado. chega à Terra?
Estabelecem-se assim as correntes de convecção Neste caso, temos a irradiação, que é a pro-
dentro da geladeira. pagação de energia através do espaço, mesmo
quando não existe matéria (corpo).
O corpo que emite energia é chamado de
emissor ou radiador. O corpo que recebe energia
é chamado receptor, e é através dele que consta-
tamos a existência dessa energia. A energia que se
propaga do radiador para o receptor, através do
espaço, mesmo quando inexiste matéria, é chama-
da energia radiante.
Experimentalmente comprava-se que a
emissão de energia traz, em geral, uma diminui-
ção da temperatura do corpo emissor. A absorção
da energia se traduz pelo aumento da temperatu-
ra do receptor.
A energia radiante não provoca alterações
na temperatura do meio através do qual ela se
propaga.

Note que as prateleiras das geladeiras são GARRAFA TÉRMICA – VASO DE DEWAR
sempre em forma de grade, exatamente para faci-
litar a circulação das correntes de convecção. Por A garrafa térmica é um recipiente utilizado
esse motivo não é recomendável a obstrução total para conservar líquidos quentes ou frios, impe-
das prateleiras. dindo ou, pelo menos, reduzindo, ao mínimo as
O processo de resfriamento do ar de uma trocas de calor entre o conteúdo do recipiente e
o meio externo. Desta maneira, a temperatura no
interior do recipiente se mantém constante por a) aumentar o volume das paredes.
longo tempo. b) aumentar a área externa da parede e manter
sua espessura.
c) diminuir a espessura das paredes.
d) aumentar a espessura e diminuir a área das
paredes.
e) nenhuma das respostas anteriores.

4. O calor conduzido através de uma parede, na


unidade de tempo é:

a) inversamente proporcional à área da parede.


b) diretamente proporcional à espessura da pa-
rede.
c) diretamente proporcional à diferença de tem-
peratura entre as duas superfícies da parede.
d) nenhuma das anteriores.
O princípio de funcionamento da garrafa
térmica é o de impedir a transferência de calor,
seja por condução, convecção ou irradiação. Para 5. O calor do Sol chega à Terra por um processo
evitar a condução e a convecção, o recipiente é de:
construído com paredes duplas e faz-se o vácuo,
ar rarefeito, entre as paredes; então, tais proces- a) condutibilidade, através das moléculas.
sos não podem se realizar, devido à ausência de b) convecção, por aquecimento do meio.
moléculas. Para evitar a irradiação, as faces inter- c) difusão de partículas no vácuo.
nas e externas do recipiente são espelhadas. d) radiação, que pode ocorrer no vácuo.
e) transdução, ligada ao plasma (quarto estado
EXERCÍCIOS da matéria).

1. A transmissão de calor de um ponto para ou-


tro, graças ao deslocamento do próprio mate- 6. A radiação é o único processo possível de
rial aquecido é um fenômeno de: transmissão de calor:

a) irradiação a) nos gases.


b) convecção b) nos sólidos que não apresentam elétrons li-
c) condução vres.
d) radiação c) no vácuo
e) emissão d) nos sólidos em geral.
e) nos cristais.

2. Uma pessoa caminhando descalça no interior


de uma casa, nota que o piso ladrilhado é mais 7. Um cobertor de lã tem por função:
frio que o piso de madeira. Isto por causa de:
a) dar calor ao corpo
a) efeitos psicológicos. b) reduzir a transferência de calor do corpo para
b) as condutividades térmicas serem diferentes. o meio exterior.
c) os calores específicos serem diferentes. c) impedir a entrada do frio.
d) a temperatura da madeira ser mais alta que a d) comunicar sua temperatura ao corpo.
do ladrilho. e) aquecer o ar entre ele e o corpo.
e) os equivalentes em água dos materiais serem
diferentes.
8. Sabe-se que a temperatura do café se man-
tém razoavelmente constante no interior de
3. Para melhorar o isolamento térmico de um uma garrafa térmica perfeitamente vedada.
ambiente, mantendo o material de que são fei-
tas as paredes, deve-se:
a) Qual o principal fator responsável por esse rior atinge uma temperatura máxima de 35°C,
bom isolamento térmico? calcule a espessura mínima de lã, em centíme-
tros, que deve ser usada nas paredes. O coefi-
ciente de condutividade térmica da lã é K=0,04
W/mK.

b) O que acontece com a temperatura do café


se a garrafa térmica for agitada vigorosa- 11. Duas salas idênticas estão separadas por
mente? Explique. uma divisória de espessura L=5,0 cm, área
A=100m2 e condutividade térmica K=2,0W/mK.
O ar contido em cada sala encontra-se, inicial-
mente, à temperatura θ1=47°C e θ2=27°C, res-
pectivamente. Considerando o ar como um gás
ideal e o conjunto das duas salas um sistema
9. Um corpo I é colocado dentro de uma campâ- isolado, calcule o fluxo de calor através da di-
nula de vidro transparente evacuada. Do lado visória relativo às temperaturas iniciais θ1 e θ2.
externo, em ambiente à pressão atmosférica,
um corpo II é colocado próximo à campânula,
mas não em contato com ela, como mostra a fi- 12. Admita que o corpo humano transfira calor
gura. para o meio ambiente na razão de 2,0 kcal/min.
Se esse calor pudesse ser aproveitado para
aquecer água de 20°C até 100°C, a quantidade
de calor transferido em 1,0 hora aqueceria uma
quantidade de água, em kg, igual a; Adote: Ca-
lor específico da água = 1,0 cal/g°C

a) 1,2
b) 1,5
c) 1,8
d) 2,0
e) 2,5

As temperaturas dos corpos são diferentes e os


pinos que os sustentam são isolantes térmicos. UNIDADE 5: DILATAÇÃO TÉRMICA
Considere as formas de transferência de calor
entre esses corpos e aponte a alternativa cor- Nos capítulos anteriores, estudamos o con-
reta. ceito de temperatura, calor e transformação de es-
tado da matéria. Lembre-se que a temperatura é
a) Não há troca de calor entre os corpos I e II por- uma medida da agitação das partículas, portanto,
que não estão em contato entre si. quanto maior a temperatura, maior será a agita-
b) Não há troca de calor entre os corpos I e II por- ção das partículas que constituem o corpo.
que o ambiente no interior da campânula está Consequentemente, uma alteração da agi-
evacuado. tação molecular provoca alterações métricas nos
c) Não há troca de calor entre os corpos I e II por- corpos, e são essas alterações que passaremos a
que suas temperaturas são diferentes. estudar nesse capítulo. Dá-se o nome de dilata-
d) Há troca de calor entre os corpos I e II e a trans- ção térmica à variação das dimensões dos corpos
ferência se dá por convecção. como consequência única da variação da tempe-
e) Há troca de calor entre os corpos I e II e a trans- ratura.
ferência se dá por meio de radiação eletro-
magnética.

10. Deseja-se isolar termicamente uma sala


de modo que as paredes devem permitir uma
transmissão máxima de calor, por unidade de
área, de 10 W/m2. Sabendo-se que o interior da
sala é mantido à temperatura de 20°C e o exte-
Analisando a figura podemos perceber que modo, cada material dilata de acordo com suas ca-
a distância entre uma molécula e outra aumenta racterísticas próprias. Isso se deve ao fato de que
devido o aumento da temperatura, que é o grau cada material possui um valor para o coeficiente
de agitação molecular. Note que as partículas à de dilatação. Quanto maior o valor deste, maior
direita estão vibrando muito mais, portanto elas será a dilatação do corpo.
precisam de uma maior distância no espaço para O homem faz uso destas diferentes dilata-
se acomodarem. ções para mesmas variações de temperaturas,
como, por exemplo, na fabricação das lâminas
DILATAÇÃO DOS SÓLIDOS bimetálicas, muito usadas como termostatos em
geladeiras. Estas lâminas são formadas pela união
As dilatações que acontecem nos sólidos lateral de dois metais diferentes com coeficientes
são analisadas em três perspectivas: 1 dimensão de dilatação diferentes. Desse modo, quando sub-
(Linear), 2 dimensões (Superficial) e 3 dimensões metidas a variações de temperatura, as lâminas
(Volumétrica). terão dilatações diferentes e se flexionam para
baixo ou para cima.
DILATAÇÃO LINEAR

Considere uma haste de comprimento L0 a


uma temperatura Θi e de secção transversal des-
prezível. Se aquecermos a barra até a temperatura
Θf, notaremos que a barra ganhará algum compri-
mento, aumentando seu comprimento total para
o valor L.

Como evidencia a figura acima, na tempe-


ratura ambiente a lâmina bimetálica estava to-
talmente horizontal. Com o aquecimento, a lâmi-
na do metal A, por ter maior Α, dilata mais que a
A diferença ΔL = L - L0 é denominada alon- lâmina B, que tem menor Α. Com isso a lâmina A
gamento, e corresponde ao intervalo térmico ΔΘ. tensiona a lâmina B para baixo e o conjunto torna-
Pois, conforme o intervalo de temperatura é alte- -se recurvo. Se, pelo contrário, a lâmina B tivesse
rado, a dilatação da barra também muda. Experi- maior coeficiente de dilatação que a A, o sistema
mentalmente, percebe-se que ΔL e ΔΘ são direta- se curvaria para cima.
mente proporcionais. Com isso, há a necessidade
do uso de uma constante de proporcionalidade,
que chamaremos de coeficiente de dilatação li- Exercício resolvido 1: Determine a variação
near e a representaremos pela letra Α, cuja uni- de comprimento de uma haste de metal com Α =
dade é °C-1. A equação que relaciona a dilatação 1,5.10 -4, e 20m, quando ela varia 55ºC.
linear com a variação da temperatura é: Solução:

e o comprimento final da barra é dado por:

DILATAÇÃO SUPERFICIAL

Agora, passaremos a adotar a dilatação em


A experiência mostra que diferentes mate- duas dimensões. Para isto, pensaremos em uma
riais, submetidos a mesmas variações de tempera- placa feita de um material isótropo de espessura
turas podem dilatar em valores diferentes. Desse desprezível, somente largura e profundidade inte-
ressam.
Considere uma placa que tenha área de su-
perfície S0 a uma temperatura Θ0. Se a tempera-
tura passar para Θ, a área da superfície passará ao
valor S. A diferença ΔS = S - S0 é chamada dilata-
ção superficial para a variação de temperatura ΔΘ
= Θ – Θ0. O sinal negativo indica que a laje teve sua
superfície diminuída.

DILATAÇÃO VOLUMÉTRICA

Vejamos agora a dilatação em três dimen-


sões, ou seja, a dilatação volumétrica. Para isto,
consideremos um bloco feito de um material isó-
A introdução de outro coeficiente de propor- tropo e que tenha, à temperatura Θ0, o volume V0.
cionalidade é necessária, e, nesse caso, é indicado Se a temperatura aumentar para Θ, o bloco au-
por Β sendo denominado coeficiente de dilatação menta seu volume para V.
superficial.
A equação que relaciona a dilatação superfi-
cial com a variação da temperatura é:

A diferença ΔV = V - V0 é chamada dilatação


e área final da placa é dado por: volumétrica para a variação de temperatura ΔΘ =
Θ – Θ0.
O coeficiente de proporcionalidade é, nesse
caso, indicado por Γ, sendo denominado coefi-
ciente de dilatação volumétrica.
A equação que relaciona a dilatação volu-
RELAÇÃO ENTRE Β E Α métrica com a variação da temperatura é:

Como sabemos que a dilatação linear ocorre


apenas em uma dimensão e a superficial em duas
dimensões, podemos fazer a seguinte relação: o
coeficiente de dilatação superficial é o dobro do e o volume final do bloco é dado por:
coeficiente de dilatação linear.

RELAÇÃO ENTRE γ, β E α

Exercício resolvido 2: Um engenheiro en- A relação entre os coeficientes de dilatação


comenda uma laje pré-moldada quadrada de 15m é:
de lado. A laje foi construída em Cuiabá a 30ºC, ao
ser transportada para Londrina, durante a viagem
a temperatura chegou a 39ºC, mas na hora de exe-
cutar a obra a temperatura era de 20ºC, determine
o quanto de espaço a laje chegou menor para a
execução da obra. Considere Α = 2.10-5°C-1.
Lembrando que o coeficiente de dilatação
Solução: tem a unidade °C-1, independentemente de ser li-
A variação da área da depende da variação near, superficial ou volumétrico.
da temperatura. Utilizando a equação da dilata-
ção superficial e lembrando que o coeficiente de Exercício resolvido 3: Um fabricante de
dilatação superficial Β é o dobro do linear Α. sabão tem um caminhão de 20m3 de capacidade
e quer transportar o maior numero de pedras de
sabão de 2.10 -3m3, com γ = 2.10 -2 °C-1, e sabendo do de dilatação dos líquidos fica um pouco mais
que dentro do caminhão a temperatura pode va- complexo, pois devemos levar em consideração a
riar 35ºC, determine o maior numero de blocos de dilatação do recipiente no qual estão colocados.
sabão que podem ser transportados. Considere um balão de vidro comum com
Solução: Como a temperatura aumenta de um certo líquido em seu interior. Inicialmente o
35°C, cada barra de sabão dilatará, sendo assim nível indicado é 20. Suponha que num dado mo-
vamos calcular o volume final de cada barra. mento, o sistema seja levado à presença de uma
Desse modo, o número máximo de blocos fonte térmica, como por exemplo, a chama de um
de sabão que o caminhão poderá transportar é de fogão. Como o recipiente está mais próximo da
20/0.0034 = 5882 blocos. fonte térmica do que o líquido, o recipiente se di-
latará antes do líquido e em consequência, o nível
DILATAÇÃO DE CORPO OCO OU COM FURO do líquido abaixará até aproximadamente o nível
0; posteriormente, quando todo conjunto estiver
Passaremos a analisar o que ocorre na dila- aquecido e dilatado, o nível do líquido sobe, ultra-
tação de um corpo oco (uma panela, por exemplo) passando o nível 20 e atingindo o nível 60.
ou de um furo em uma chapa ou parede, quando
submetido à variação de temperatura.
Todo corpo oco (ou dotado de furo, ou ra-
chadura) ao se dilatar, comporta-se como se fosse
maciço. Lembre-se que o processo de dilatação
ocorre devido ao fato das partículas estarem com
maior energia de vibração, necessitando, portanto
de um maior espaço físico para se acomodar.

Exercício resolvido 4: João chefe de uma


oficina mecânica precisa encaixar um eixo de aço
em um anel de latão.
A temperatura ambiente, o diâmetro do eixo Nesta experiência, o nível do liquido desceu
é maior que o do orifício do anel. de 20 para 0, e depois sobe de 0 para 60. Entretan-
Sabe-se que o coeficiente de dilatação tér- to, um observador que considerar apenas a situa-
mica do latão é maior que o do aço. ção inicial e a final, sem ter acompanhado o trans-
Diante disso, são sugeridos a João alguns correr do experimento, tem a impressão de que o
procedimentos descritos nas alternativas a seguir nível do líquido passou de 20 para 60.
para encaixar o eixo no anel. A sequênca de eventos que ocorreram é
Assinale a alternativa que apresenta um
procedimento que NÃO permite esse encaixe. De 20 até 60: corresponde à dilatação apa-
rente do líquido e leva em consideração a dilata-
a) resfriar apenas o eixo. ção do recipiente.
b) aquecer apenas o anel. De 0 até 60: corresponde à dilatação real
c) resfriar o eixo e o anel. do líquido, sem levar em conta a dilatação do re-
d) aquecer o eixo e o anel. cipiente.
De 20 a 0: corresponde à dilatação do reci-
Solução: piente.
Na alternativa a, resfriando o eixo, ele fica
com menor diâmetro que o anel, portanto funcio- Assim, podemos definir dois tipos de dilata-
na. Na alternativa b, se o anel for aquecido ele di- ção e consequentemente dois coeficientes de di-
lata e o eixo passa por ele. Na alternativa c, se res- latação: o coeficiente de dilatação real γR e o coe-
friar o eixo e o anel, ambos vão contrair, mas o anel ficiente de dilatação aparente γA. O coeficiente de
só contrai mais porque ele tem maior coeficiente dilatação real leva em conta só o líquido e caracte-
de dilatação térmica, portanto é o procedimento rístico somente dele, enquanto o de dilatação apa-
não permitido. rente leva em conta líquido e frasco e é relativo ao
recipiente no qual o líquido está contido.
DILATAÇÃO DOS LÍQUIDOS, DILATAÇÃO Por exemplo, podemos ter quantidades
REAL E APARENTE iguais de gasolina em dois recipientes iguais, um
recipiente de metal e outro de vidro. Se submeter-
Os líquidos são desprovidos de forma pró- mos os dois recipientes, com gasolina, ao mesmo
pria, assumindo sempre o volume do recipiente aquecimento, a dilatação real da gasolina em am-
que estão ocupando. Devido a esse fato, o estu- bos os recipientes será a mesma, enquanto que a
dilatação aparente da gasolina será diferente para chapa aumenta de 2,0 cm2. Nessas condições, a
cada um dos recipientes, pois a dilatação da gaso- área inicial da chapa mede, em cm2.
lina dependerá da dilatação do recipiente, que no
caso é diferente no vidro e metal. No caso, o vidro a) 2,0.102
vai se dilatar menos e o metal mais, fazendo com b) 8,0.102
que a dilatação aparente da gasolina seja menor c) 4,0.103
no metal e maior no vidro. d) 2,0.104
e) 8,0.104
EXERCÍCIOS

1. Na temperatura de 0°C, um fio de cobre mede 6. O coeficiente de dilatação térmica do alu-


100.000 m. Seu comprimento passa a ser de mínio (Al) é, aproximadamente, duas vezes o
100.068 m quando a temperatura atinge 40°C. coeficiente de dilatação térmica do ferro (Fe).
Qual o valor do coeficiente de dilatação linear Imagine duas peças onde um anel feito de um
do cobre? desses metais envolve um disco feito do outro.
À temperatura ambiente, os discos estão pre-
sos aos anéis. Se as duas peças forem aquecidas
2. O coeficiente de dilatação linear do alumínio uniformemente, é correto afirmar que
é 2,2.10 -5 °C-1. Um cubo de alumínio com volu-
me de 5 litros é aquecido de 40°F até 76°F. Qual a) apenas o disco de Al se soltará do anel de Fe.
é a variação aproximada do volume desse cubo? b) apenas o disco de Fe se soltará do anel de Al.
c) os dois discos se soltarão dos respectivos
anéis.
3. Uma placa de alumínio tem um grande orifí- d) os discos não se soltarão dos anéis.
cio circular no qual foi colocado um pino, tam-
bém de alumínio, com grande folga. O pino e a
placa são aquecidos de 500 °C, simultaneamen- 7. O volume de um bloco metálico sofre um au-
te. mento de 0,6% quando sua temperatura varia
Podemos afirmar que de 200 °C. O coeficiente de dilatação linear mé-
dio desse metal, em °C-1, vale
a) a folga irá aumentar, pois o pino ao ser aqueci-
do irá contrair-se. a) 1,0.10 -5
b) a folga diminuirá, pois ao aquecermos a chapa b) 3,0.10 -5
a área do orifício diminui. c) 1,0.10 -4
c) a folga diminuirá, pois o pino se dilata muito d) 3,0.10 -4
mais que o orifício. e) 3,0.10 -3
d) a folga irá aumentar, pois o diâmetro do orifí-
cio aumenta mais que o diâmetro do pino.
e) a folga diminuirá, pois o pino se dilata, e a área 8. Uma barra metálica, ao variar sua tempe-
do orifício não se altera. ratura de 80 °C, aumenta seu comprimento de
0,16%. O coeficiente de dilatação volumétrico
do material dessa barra, em °C-1, é:
4. Uma chapa de alumínio (α = 2,2.10 -5 °C-1), ini-
cialmente a 20 °C, é utilizada numa tarefa do- a) 6,0.10 -5
méstica no interior de um forno aquecido a 270 b) 5,0.10 -5
°C. Após o equilíbrio térmico, sua dilatação su- c) 4,0.10 -5
perficial, em relação à área inicial, foi de: d) 3,0.10 -5
e) 2,0.10 -5
a) 0,55%
b) 1,1%
c) 1,65% 9. (UEL) A barra da figura é composta de dois
d) 2,2% segmentos: um de comprimento L e coeficiente
e) 4,4% de dilatação linear αA e outro de comprimento
2L e coeficiente de dilatação linear αB. Pode-se
afirmar que o coeficiente de dilatação linear
5. Uma chapa de zinco, cujo coeficiente de dila- dessa barra, α, é igual a:
tação linear é 25.10 -6 °C-1, sofre elevação de 10°C
na sua temperatura. Verifica-se que a área da
estado. Estas são: volume (V), pressão (P) e tem-
peratura (T).

Volume: o volume de uma massa gasosa


será sempre igual ao volume do recipiente onde o
gás estiver contido.

Pressão: a pressão de uma gás é o resultado


final das numerosas colisões das moléculas do gás
10. Um frasco de vidro, graduado em cm 3 a 0°C, contra as paredes do recipiente. As unidades de
contém mercúrio até a marca de 100,0 cm3, pressão podem ser atm, mmHg, etc.
quando ainda a 0°C. Ao se aquecer o conjunto A pressão de um gás está relacionada com
a 120°C, o nível de mercúrio atinge a marca de a força média que as moléculas exercem sobre as
101,8 cm3. Determine o coeficiente de dilata- paredes ao se chocarem contra a área A destas:
ção linear do vidro. Dado: coeficiente de dilata-
ção do mercúrio: γHg = 18 · 10–5 °C–1. Temperatura: representa a medida do es-
tado de vibração das moléculas do gás. Deve-se
usar a escala absoluta Kelvin.
11. Centímetros cúbicos a 30 °C, é colocado pe-
tróleo a 30 °C até a marca 500 cm3. Em seguida, TRANSFORMAÇÕES GASOSAS
eleva-se a temperatura do conjunto a 70 °C. Da- As variáveis de estado volume (V), pressão
dos: coef. Dil. cúbica do petróleo = 9,1·10 –4 °C–1 ; (P) e temperatura (T) caracterizam o estado em
coef. Dil. linear da porcelana = 3,3·10 –6 °C–1. que um gás se encontra.
Determine: Se uma dessas grandezas sofrer uma varia-
ção, pelo menos uma das outras também se alte-
a) o coef. de dil. aparente do petróleo, quando rará, e então diz-se que ocorreu uma transforma-
medido no frasco de porcelana; ção gasosa.
b) a marca atingida pelo petróleo no frasco, As transformações em que cada uma das
após o aquecimento; variáveis de estado permanecem constantes rece-
c) a dilatação real sofrida pelo petróleo. bem nomes especiais:
(1) Transformação isotérmica: quando a
temperatura é constante.
UNIDADE 6: (2) Transformação isobárica: quando a
GASES E TERMODINÂMICA pressão é constante.
(3) Transformação isométrica/isocórica:
GASES PERFEITOS quando o volume é contante.

Um gás perfeito ou ideal é um modelo de Transformação cíclica: ocorre quando


gás teórico que obedece as regras: após uma série de transformações, o gás retorna
(1) A massa gasosa é composta por muitas ao seu estado inicial, ou seja, o estado final e ini-
moléculas, que estão em contínuo movimento de- cial coincidem.
sordenado e se chocam umas com as outras e com
as paredes do recipiente;
(2) As colisões são perfeitamento elásticas;
(3) O tamanho das moléculas é desprezível
em relação às distâncias entre elas;
(4) As forças intermoleculares são despre-
zíveis, a não ser as repulsivas durante as colisões,
ou seja, entre duas colisões uma molécula do gás
executa um MRU.

Um gás submetido a baixa pressão e alta LEI GERAL DOS GASES PERFEITOS
temperatura se comporta como um gás perfeito.
Numa transformação de estado de uma
VARIÁVEIS DE ESTADO dada massa de gás perfeito, o resultado do produ-
to da pressão pelo volume dividido pela tempera-
O estado de um gás fica caracterizado se co- tura permanece constante.
nhecermos 3 grandezas, as chamadas variáveis de
CASOS PARTICULARES

TRANSFORMAÇÃO ISOTÉRMICA
EQUAÇÃO DE CLAPEYRON
A equação geral dos gases assume a forma
P1 . V1 = P2 . V2. As variáveis de estados estão relacionadas
Lei de Boyle-Mariott: mantendo constante através de
a temperatura de um gás, a pressão e volume são
inversamente proporcionais. p.V = n.R.T

em que n é o número de mols de gás;


R é a constante universal dos gases perfei-
tos e tem valor R = 0,082 atm.L/mol.
K = 8,31 J/mol.K

TRABALHO REALIZADO OU RECEBIDO POR UM


GÁS

Entre um gás e o meio externo poderá ocor-


TRANSFORMAÇÃO ISOBÁRICA rer uma transferência de energia através do traba-
lho trocado entre eles.
A equação geral dos gases assume a forma
Na expansão dos gás: este realiza trabalho
sobre o meio. Sinal POSITIVO.
Na compressão do gás: este recebe traba-
lho do meio. Sinal NEGATIVO.

Lei de Gay-Lussac: numa transformação TRABALHO NUMA TRANSFORMAÇÃO ISOBÁRICA


gasosa sob pressão constante, o volume é direta-
mente proporcional à temperatura absoluta. Considere uma transformação gasosa na
qual o gás sofra uma variação ΔV de seu volume
à pressão P constante. O trabalho realizado ou re-
cebido no processo é dado pela equação abaixo.

TRANSFORMAÇÃO ISOMÉTRICA

A equação geral dos gases assume a forma

Se ΔV>0: é +, realiza trabalho sobre o meio.


Se ΔV<0: é - , recebe trabalho do meio.
Se ΔV=0: é nulo.
Lei de Charles: mantendo o volume constante [Trabalho] = Joules (J)
na transformação de certa massa gasosa, a pressão
e a temperatura absoluta são grandezas diretamen- TRABALHO NUMA TRANSFORMAÇÃO QUALQUER
te proporcionais.
A área abaixo da curva no diagrama p X V
é numericamente igual ao trabalho realizado na
transformação. Enunciado de Clausius: o calor não passa
Em transformações cíclicas o trabalho é espontaneamente de um corpo para outro de tem-
dado pela área determinada pela linha fechada peratura mais alta.
correspondente à transformação.
Enunciado de Kelvin: é impossível cons-
truir uma máquina, operando em ciclos, cujo único
efeito seja retirar calor de uma fonte e convertê-lo
integralmente em trabalho.

Máquinas térmicas
Para que uma máquina térmica converta
calor em trabalho de modo contínuo, deve operar
em ciclo entre duas fontes térmicas, uma quente e
outra fria: a máquina retira calor da fonte quente
Q1, converte-o parcialmente em trabalho e rejeita
o restante Q2 para a fonte fria.

Rendimento dessa máquina

CICLO DE CARNOT
PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
Carnot idealizou um ciclo que proporciona-
Num processo termodinâmico sofrido por ria rendimento máximo a uma máquina térmica. O
um gás, pode haver dois tipos de trocas energé- ciclo consta de duas adiabáticas alternadas com
ticas com o meio exterior: o calor Q e o trabalho. duas isotérmicas. Cada uma das transformações
A variação da energia interna é consequência do são reversíveis, assim como o ciclo como um todo.
balanço energético entre essas duas quantidades:

Sinais:
calor recebido e trabalho realizado pelo gás: +
calor cedido e trabalho realizado sobre o gás: -

TRANSFORMAÇÃO ISOTÉRMICA

A variação da energia interna é nula, pois a


temperatura é constante.
O calor trocado pelo gás com o meio exte-
rior é igual ao trabalho realizado no processo.

TRANSFORMAÇÃO ADIABÁTICA
RENDIMENTO DESSE CICLO
Um gás sofre um transformação adiabática
quando não há troca de calor com o meio exterior
( Q = 0 ).
A variação da energia interna é igual em mó-
dulo e de sinal contrário ao trabalho realizado na
transformação. EXERCÍCIOS

TRANSFORMAÇÃO CÍCLICA: 1. (FCMSC-SP) Uma amostra de gás perfeito


ocupa um recipiente de 10,0 litros à pressão de
Como as temperaturas inicial e final coinci- 1,5 atm. Essa amostra foi transferida para ou-
dem. tro recipiente de 15,0 litros, mantendo a mes-
ma temperatura. Qual a nova pressão dessa
SEGUNDA LEI DA TERMODINÂMICA amostra de gás?
2. (PUC-SP) Um recipiente contém certa massa representado no diagrama. Qual o trabalho, em
de gás ideal que, à temperatura de 27 °C, ocupa joules, realizado pelo gás?
um volume de 15 L. Ao sofrer uma transforma-
ção isobárica, o volume ocupado pela massa ga-
sosa passa a ser de 20 L. Nessas condições, qual
foi a variação de temperatura sofrida pelo gás?

3. (Ufal) Um gás ideal está contido em um re-


cipiente fechado, a volume constante, a uma
temperatura de 27°C. Para que a pressão desse
gás sofra um acréscimo de 50%, é necessário
elevar a sua temperatura para quanto?

8. (PUC-MG) A transformação cíclica represen-


4. (Univali-SC) Considere o diagrama onde se tada no diagrama a seguir mostra o que ocorreu
apresentam duas isotermas, TA e TB . As trans- com uma massa de gás perfeito. Qual o traba-
formações gasosas 1, 2 e 3 são, respectivamen- lho realizado por esse gás em cada ciclo?
te:

9. Um gás perfeito sofre uma expansão, reali-


a) isobárica, isocórica e isotérmica. zando um trabalho igual a 200 J. Sabe-se que,
b) isocórica, isobárica e isotérmica. no final dessa transformação, a energia interna
c) isotérmica, isobárica e isocórica. do sistema está com 60 J a mais que no início.
d) isobárica, isotérmica e isocórica. Qual a quantidade de calor recebida pelo gás?
e) isotérmica, isocórica e isobárica.

10. Um gás perfeito sofre uma expansão isotér-


5. Num recipiente rígido de 41 L de capacida- mica ao receber do ambiente 250J de energia
de, são colocados 10 mols de um gás perfeito, à em forma de calor. Qual o trabalho realizado
temperatura de 177 °C. Qual o valor da pressão pelo gás e qual sua variação de energia interna?
exercida por esse gás nas paredes internas do
recipiente? Dado: constante universal dos ga-
ses perfeitos R = 0,082 atm L/mol K. 11. Um sistema gasoso ideal, ao receber 293
cal, evolui do estado A para o estado D, confor-
me o gráfico:
6. (Cesgranrio-RJ) Um quarto mede 3,0m x 4,0
m x 2,8m. Considere que, nas CNTP, 1 mol de
um gás (equivalente a 6,02 · 1023 moléculas)ocu-
pa o volume de 22,4 L. A ordem de grandeza do
número de moléculas desse gás, nas CNTP, que
ocupará o quarto é de:

a) 1019 c) 1023 e) 1027


b) 1021 d) 1025
Determine:

7. Uma amostra de gás perfeito sofre uma a) o trabalho do gás em cada transformação:
transformação cíclica ABCDA, conforme está AB, BC e CD;
b) a variação da energia interna na transfor- 15. (UFC-CE) A figura abaixo mostra um ciclo de
mação ABCD; Carnot, representado no diagrama pressão ϫ
c) a temperatura do gás no ponto D, sabendo volume.
que no ponto C era de –3 °C. Dado: 1 cal =
4,18 J

12. (UEL-PR) No gráfico abaixo está representa-


da a evolução de um gás ideal segundo o ciclo
de Carnot. Com relação ao comportamento do
gás, é correto afirmar:

Se no trecho b ⇒ c, desse ciclo, o sistema


fornece 60 J de trabalho ao meio externo, então é
verdade que, nesse trecho:

a) o sistema recebe 60 J de calor e sua energia


a) A temperatura no ponto A é maior que no pon- interna diminui.
to B. b) o sistema recebe 60 J de calor e sua energia
b) No trajeto BC, o gás cedeu calor para a fonte interna não varia.
fria. c) o sistema rejeita 60 J de calor e sua energia in-
c) No trajeto DA, o trabalho realizado é negativo. terna não varia.
d) A temperatura no ponto C é maior que no pon- d) não há troca de calor e sua energia interna au-
to B. menta de 60 J.
e) No trajeto CD, o gás recebeu calor. e) não há troca de calor e sua energia interna di-
minui de 60 J.

13. (PUC-MG) Uma máquina térmica opera en-


tre duas temperaturas, T1 e T2. Pode-se afirmar
que seu rendimento:

a) máximo pode ser 100%.


b) pode ser maior que 100%.
c) nunca será inferior a 80%.
d) será máximo se operar em ciclos.
e) será máximo se operar em ciclo de Carnot.

14. Uma máquina térmica teórica opera entre


duas fontes térmicas, executando o ciclo de
Carnot. A fonte fria encontra-se a 127 °C e a fon-
te quente, a 427 °C. Qual o rendimento percen-
tual dessa máquina?
GABARITO 11. 11. 80.000 J/s
12. B.
UNIDADE 1
1. 50 ºC UNIDADE 5
2. 370 K 1. 1,7.10 -5 °C-1
3. -200 ºC e -328 ºF 2. 0,0066L
4. -40 ºC ou -40 ºF 3. D
5. 85 ºC e 185 ºF 4. B
6. -25,6 5. C
7. D 6. B
8. 1,5ºX 7. A
9. 120 ºA 8. A
10. 10- 0,6 mm. 9. C
10. 1·10 –5 °C–1.
UNIDADE 2 11. a) 9,0 ·10 –4 °C–1;
1. D b) 518 cm3;
2. D c) 18,2 cm3
3. a) Q=28800 cal;
b) 2 cal/s; UNIDADE 6
c) 7200 cal/ºC 1. 1 atm
4. E 2. 100ºC
5. 50 cal 3. 177 ºC
6. a) 20000cal; 4. D
b) 1/9 5. 9 atm
7. 100g 6. E
8. 50 ºC 7. 8J
9. A 8. 2500 J
10. 9L e 1L 9. 260 J
10. 250 J
UNIDADE 3 11. a) 0, 300J, 250J;
1. C b) 675J;
2. B c) 27ºC
3. A 12. C
4. C 13. E
5. 10.500 cal 14. 43%
6. a) Fusão. Nesse intervalo, o corpo recebe calor 15. E
sem alteração em sua temperatura;
b)0,05 cal/g °C
7. a) 80ºC;
b)40ºC.
8. a) 0 °C;
b) 100 g
9. 250ºC.

UNIDADE 4
1. B
2. B
3. D
4. C
5. D
6. C
7. B
8. a) Impede (diminui) a ocorrência de condução,
convecção e irradiação;
b) A temperatura aumenta em virtude do
aumento da energia cinética das moléculas.
9. E
10. 6 cm
GEOGRAFIA GERAL
UNIDADE 1 UNIDADE 4
NOÇÕES BÁSICAS DE GEOGRAFIA INDUSTRILIZAÇÃO MUNDIAL

UNIDADE 2 UNIDADE 5
COORDENADAS GEOGRÁFICAS EVOLUÇÕES NO MUNDO DO TRABALHO

UNIDADE 3 UNIDADE 6
CARTOGRAFIA CAPITALISMO
UNIDADE 1 ventos ao lado com as direções corretas (lembre-
-se que na padronização internacional colocamos
NOÇÕES BÁSICAS DE GEOGRAFIA apenas as iniciais dos nomes que indicam as dire-
ções, que no caso são em inglês):
INTRODUÇÃO
HEMISFÉRIOS
Estudar Geografia é uma forma de enten-
dermos o mundo em que vivemos. Por meio deste A palavra hemisfério significa metade da es-
estudo podemos entender melhor tanto o nosso fera. Assim, a Terra é dividida em quatro hemisfé-
local de moradia, quanto o nosso país ou o mundo rios, recebendo cada um três tipos de nomes, con-
contemporâneo. Neste contexto, o objetivo princi- forme esquema abaixo:
pal desta ciência é o estudo do espaço geográfico
(o espaço da sociedade humana), sobre o qual os
homens constroem, destroem e reconstroem per-
manentemente, através das indústrias, agricultu-
ra, das cidades, etc.
As modificações que as sociedades produ-
zem em seus respectivos espaços são hoje muito
mais intensas que no passado, fato este que tem
acarretado em sérias conseqüências ambientais
que põe em risco a perpetuação da espécie huma- Figura 1.5
na. Costuma-se dizer que nos dias atuais o mun-
do cabe na palma de nossas mãos, veja o caso do
advento da Internet, do avanço nos meios de co-
municações e dos transportes. É claro que estas
novas tecnologias estão acessíveis apenas para
alguns, conforme o nível de riqueza de cada um.
Este mundo cada vez mais complexo e in-
trigante, carregado de desigualdades sociais e in-
justiças e ao mesmo tempo cheio de esperança no
que se refere as necessárias mudanças, é o princi- Figra 1.6
pal motor de nosso estudo. Para tanto
iniciaremos este capítulo com o estudo dos ZONAS CLIÁTICAS
aspectos gerais de nosso planeta: a TERRA.
Os paralelos principais que cortam a super-
ORIENTAÇÃO fície terrestre de Leste para Oeste são importantes
porque servem de limite para as Zonas Climáticas
da Terra. Assim, temos as seguintes zonas:

Figura 1.4
Figura 1.7 ZONA TROPICAL:

No mundo contemporâneo, a necessidade É a região das baixas latitudes, entre os trópi-


de localizar-se no espaço geográfico é cada vez cos (também conhecida como Zona Intertropical).
maior em várias profissões. Neste contexto, um É a faixa de terras que recebe a maior quantidade
dos instrumentos mais antigos para localização de insolação, pois próximo a Linha do Equador os
é a rosa dos ventos, que trás os pontos cardeais, raios solares incidem verticalmente.
colaterais e ainda quando necessário, os subcola-
terais, dando as direções na superfície terrestre.
Com o auxílio do professor, complete a rosa dos
ZONAS TEMPERADAS:

Tanto no hemisfério Sul quanto no Norte, a


faixa temperada localiza-se entre os trópicos e os
círculos polares. Localiza-se assim nas médias la-
titudes, onde os raios solares incidem inclinados,
diminuindo a insolação e as temperaturas.

ZONAS POLARES:
Figura 1.2
Na região dos pólos, área das altas latitudes,
entre os círculos polares e os pólos, os raios sola- O movimento de rotação da Terra traz como
res incidem de maneira muito inclinada, diminuin- conseqüências:
do drasticamente a insolação e por conseqüência Sucessão dos dias e das noites;
apresentando temperaturas muito baixas (a me- Dilatação da região do Equador e achata-
nor registrada foi no Pólo Sul Geográfico, onde lo- mento dos pólos;
caliza-se a Estação Antártica da Rússia : -89.2 oC) Desvio de ventos e correntes marítimas para
Oeste (força de Coriólis).
A TERRA E SEUS MOVIMENTOS
Movimento de Translação: é o movimento
A partir do sol, a Terra é o terceiro planeta que a Terra executa em torno do sol em órbitas
do sistema solar, a uma distância aproximada de elípticas, ou seja, apresentando uma variação da
150.000.000 Km, posição esta que conferiu ao pla- sua distância em relação ao sol: Afélio (período
neta as condições ideais para a existência da vida em que a Terra está mais afastada em relação ao
animal e vegetal. sol – 152.000.000 Km) e Periélio (período em que a
Terra está mais próxima do sol – 147.000.000 Km).
Movimento de Rotação: é o movimento que a Terra faz Este movimento apresenta as seguintes caracte-
em torno do seu próprio eixo imaginário, apresentando rísticas:
as seguintes características: • Duração do movimento: 365d 5h e 48m (as
Sentido do movimento: de OESTE (W) para LESTE (E); 6 horas aproximadas que sobram de cada ano, são
Duração do movimento: 23h 56m e 4 s (aproximada- contabilizadas de 4 em 4 anos, quando temos o
mente 24h); Velocidade na linha do Equador: 1.669 ano com 366 dias);
Km/h (aproximado). • Velocidade: 107.000 Km/h.

O movimento de translação da Terra traz


como conseqüências:
• Sucessão dos anos;
• Em conjunto com o eixo de inclinação da
Terra, dá origem às estações do ano.

Inclinação da Terra (obliqüidade da eclípti-


ca): é a inclinação do plano da linha do Equador
em relação ao plano de translação, na medida de
23o 27´30´´. Esta inclinação influencia diretamente
da distribuição da iluminação na superfície terres-
tre, conforme o período do ano.

O planeta Terra não é uma esfera perfeita.


Figura 1.1 Após a utilização de novas tecnologias, os cien-
tistas chegaram a conclusão de que há um acha-
tamento nos pólos e um maior diâmetro na linha
equatorial. Isto ocorre devido ao movimento de
rotação da Terra. Confira suas medidas:
• diâmetro polar: 12.713 Km
• diâmetro equatorial: 12.756 Km
• circunferência polar: 40.009 Km
• circunferência equatorial: 40.076 Km
Devido a estas características específicas,
nosso planeta não possui uma forma definida,
sendo conhecida como um geóide ou elipsóide
de rotação.

AS ESTAÇÕES DO ANO

Considerando-se a esfericidade da Terra em


conjunto com a inclinação do seu eixo, os hemisfé-
rios Norte e Sul, durante o movimento de Transla-
ção, não recebem a mesma quantidade de luz so-
lar, o que resulta nas estações do ano, apontando De acordo com o desenho, considerando que
dois extremos: são 18 horas, se a bola for chutada do centro em
Solstícios: A circunferência equatorial está direção aos pontos A, B e C respectivamente, as
a 23o27’30” da eclíptica, sendo este, o momento direções percorridas serão:
de maior afastamento entre o Plano da Órbita e
o Plano do Equador. Ocorre em 21 de junho e 21 a) leste, norte, noroeste
de dezembro. Os hemisférios recebem iluminação b) oeste, sul, sudeste
desigual. Um dos pólos encontra-se iluminado e c) leste, sul, sudoeste
outro na escuridão total. d) oeste, norte, noroeste
• Solstício de Verão - Maior período de dia e) sul, leste, noroeste
do ano.
• Solstício de inverno - Maior período de 2 - (MACKENZIE-SP) Preencha o espaço em
noite do ano. branco com a alternativa que convém: O Brasil
localiza-se a oeste do meridiano inicial ou de
Equinócios: A circunferência equatorial Greenwich, situando-se, portanto, inteiramen-
coincide com a eclíptica. Isto é, o Plano da Órbita te no hemisfério ocidental. Sendo cortado ao
coincide com o Plano do Equador. Ocorre em 21 de norte , pela linha .................., apresenta 7%
março e 23 de setembro. Os dois hemisférios re- de suas terras no hemisfério ................. e 93%
cebem a mesma quantidade de luz. Nesse caso os no hemisfério................., ao sul é cortado pelo
períodos de dia e de noite possuem a mesma dura- trópico de......................(.)
ção. Ou seja, nos equinócios os dias e as noites são
iguais em duração. a)do equador - setentrional - meridional - capricór-
nio  
b) do meridiano de Greenwich - meridional - seten-
trional - Câncer
c) inicial - oriental - ocidental – Câncer
d) do equador - ocidental - oriental - Câncer 
e) do meridiano de Greenwich - setentrional - me-
ridional - Câncer.

3 - Quando os raios solares atingem perpendi-


cularmente ao trópico de Capricórnio, ocorre:

 a) solstício de verão no hemisfério sul


b) solstício de inverno no hemisfério sul
Figura 1.3: As estações do ano c) solstício de verão no hemisfério norte
d) equinócio

EXERCÍCIOS

1 - (UFRJ) Observe com atenção o desenho a


seguir.
4 – (UEL) Observe as figuras 1 e 2 a seguir c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.

5 - (UFPR) “Se olharmos para o céu numa noite


clara sem lua, os objetos mais brilhantes que ve-
mos são os planetas Vênus, Marte, Júpiter e Sa-
turno. Também percebemos um número muito
grande de estrelas que são exatamente iguais
ao nosso Sol, embora muito distantes de nós.
Algumas dessas estrelas parecem, de fato, mu-
dar sutilmente suas posições com relação umas
às outras, à medida que a Terra gira em torno
do Sol.” (HAWKING, S. W. Uma breve história do
Figura 1: Globo Terrestre tempo: do Big Bang aos Buracos Negros. Trad.
(CARRARO, Fernando. Atividades com mapa. São Paulo: FTD, 1996.)
de Maria Helena Torres. Rio de Janeiro: Rocco,
1988. p. 61.)
A respeito do assunto, considere as seguintes
afirmativas:

I. O movimento da Terra ao qual o autor se refere


determina uma órbita elíptica em que o planeta
ora se afasta, ora se aproxima do Sol.
II. O movimento da Terra em torno do Sol é respon-
sável pela sucessão dos dias e das noites.
Figura 2: Planisfério
(CARRARO, Fernando. Atividades com mapa. São Paulo: FTD, 1996.)
III. As posições relativas de planetas e estrelas
permitem, há muitos séculos, a orientação no es-
paço terrestre; a constelação do Cruzeiro do Sul,
Planisférios e globos terrestres são representa- no hemisfério Sul, e a Estrela Polar, no hemisfério
ções da Terra que permitem conhecê-la em sua Norte, são pontos de referência para esse tipo de
totalidade, indicando o domínio da espécie hu- orientação.
mana sobre o mundo. IV. A distribuição desigual das temperaturas, deter-
minante da vida em distintos lugares da superfície
Com base no globo terrestre, no planisfério e terrestre, está relacionada, entre outros fatores, à
nos conhecimentos cartográficos, considere as forma esférica da Terra e ao ângulo de incidência
afirmativas a seguir. dos raios solares.
I. Pela rede de coordenadas geográficas, com a
identificação de pontos onde se cruzam paralelos Assinale a alternativa correta.
e meridianos, é possível localizar qualquer ponto
na superfície terrestre. a) Somente as afirmativas I, III e IV são verdadeiras.
II. A medida angular de longitude varia de 0º, em b) Somente a afirmativa I é verdadeira.
Greenwich, a 180º, em posição oposta, o antime- c) Somente a afirmativa II é verdadeira.
ridiano, onde se localiza a Linha Internacional de d) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.
Mudança de Data (LIMD). e) Todas as afirmativas são verdadeiras.
III. O Equador é o paralelo principal, traçado a
igual distância dos polos, que divide a Terra hori- 6 - (UFPE) Observe as proposições abaixo:
zontalmente em dois hemisférios: o Setentrional
ou Boreal e o Meridional ou Austral. 1.Círculo de iluminação é o círculo máximo que li-
IV. A representação da Terra, tanto pelo globo mita a parte da Terra iluminada pelo Sol da parte
quanto pelo planisfério, permite visualizar toda a não iluminada.
superfície terrestre de uma só vez, com a distribui- 2.Equinócios são os dois momentos em que, du-
ção uniforme de superfícies continentais e oceâni- rante o ano, o círculo de iluminação atinge a máxi-
cas. ma distância dos pólos.
3.Latitude de um lugar é a distância, em graus, en-
Assinale a alternativa correta. tre o Equador, tomado como origem, e o paralelo
do lugar considerado.
a) Somente as afirmativas I e IV são corretas. 4.Altitude de um lugar é a distância vertical entre o
b) Somente as afirmativas II e III são corretas. lugar considerado e o nível médio do mar.
5.Solstícios são os dois momentos em que o círcu-
lo de iluminação passa, durante o ano, pelos pólos. Meridianos: Linhas imaginárias perpendi-
culares a linha do Equador, passando pelos pólos.
Estão corretas: A partir do meridiano de Greenwich 0o, teremos
180o de longitude tanto para o hemisfério Oriental
a) 1, 2 e 3 quanto para o Ocidental, até a Linha Internacio-
b) 2, 3 e 4 nal de Mudança de Data, oposta ao Meridiano de
c) 3, 4 e 5 Greenwich.
d) 2 e 5 apenas
e) 1, 3 e 4 

7 - Diferencie solstício de equinócio.


_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________

8 - Quais são as consequências geradas pelos Figura 4.2


movimentos de rotação e translação e suas in-
fluências no cotidiano da sociedade? Em resumo, teremos:
_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________

9 - Quais concepções foram criadas pelo homem


para auxiliar sua orientação no espaço terres-
tre?
_____________________________________ Latitude: É à distância em graus de qual-
_____________________________________ quer ponto do planeta até o Equador.
_____________________________________ Longitude: É à distância em graus de qual-
_____________________________________ quer ponto do planeta até o Meridiano de Green-
_____________________________________ wich.
Fuso Horário
UNIDADE2
“Enquanto os paulistanos estão tomando
COORDENADAS GEOGRÁFICAS café da manhã (9 horas), os franceses almoçam
(13 horas), os indianos tomam o chá da tarde (17
As coordenadas geográficas são linhas ima- horas), os tailandeses jantam (19 horas) e os aus-
ginárias traçadas na superfície terrestre de Leste tralianos de Sydney se preparam para dormir (22
(E) para Oeste (W) – paralelo – e de Norte (N) para horas)”. Marcelo Duarte, O guia dos curiosos, Companhia das Le-
Sul (S) – meridiano. O cruzamento de um parale- tras, p. 405.
lo com um meridiano localiza precisamente qual-
quer ponto na superfície terrestre.
Paralelos: Círculos imaginários a partir da
Linha do Equador 0o, variando até os pólos 90º. As
medidas em graus entre os paralelos são chama-
das de latitude.

Figura 4.3: As coordenadas geográficas (pa-


Figura 4.1 ralelos e meridianos)
O movimento de rotação da Terra é respon-
sável direto pela ocorrência dos dias e das noites
e por conseqüência das diferenciações de horas
na superfície terrestre. Quando o relógio marca
meio-dia em Brasília, os japoneses de Tóquio es-
tão do lado oposto à iluminação solar, iniciando
as 0:00 horas de um novo dia. Como a Terra gira
de Oeste (W) para Leste (E) e convencionou-se
que o meridiano de 0o passaria sobre a cidade de
Londres, todas as terras do lado oriental sempre
estarão com suas horas adiantadas em relação ao
hemisfério ocidental. Para entendermos como fo- Figura 4.5: Fusos horários (hora legal)
ram convencionados os fusos-horários, observe o
esquema abaixo: TEXTO COMPLEMENTAR

TERRA Como funcionam os modernos meios de


circunferência na linha do Equador » 360º orientação?
Atualmente, os pilotos de aviões e de navios
ROTAÇÃO dispõem de meios moder­nos e eficientes, que lhes
movimento em torno de si mesma » 24h permitem orientar seus movimentos com gran­de
precisão. Entre esses meios, os mais comuns são o
RESULTADO rádio, o radar e os satélites artificiais.
a partir da divisão de 360º / 24h = 15º (espa- O rádio emite sinais através de ondas que
ço de um fuso) se propagam no ar. Nos aeroportos, por exemplo,
existem estações de rádio, que transmitem sinais
Assim: FUSO HORÁRIO: são faixas imagi- dirigidos, destinados a orientar a descida das ae-
nárias entre meridianos, na medida de 15º, que ronaves.
equivale ao tempo de 1 hora. O primeiro fuso tem Por sua vez, os aviões são equi­pados com
no seu centro o meridiano de Greenwich, assim, um aparelho receptor chamado radiogoniâme-
a partir de 7o 30’ para o Ocidente e 7o 30’ para o tro. Conforme a direção, a intensidade e o volume
Oriente, teremos os demais fusos de 15o em 15o. dos sinais recebidos, o piloto fica sa­bendo a posi-
Logo, considerando o valor de 360º de cir- ção exata de seu avião, podendo então orientar
cunferência da terra (mesmo que na realidade ela correta­mente seus movimentos. Desse mo­do, a
não seja uma esfera perfeita) e a divisão deste va- aterrissagem torna-se possível mesmo durante a
lor pelo tempo de 24 horas, teremos 15º de longi- noite e sob mau tempo (nevoeiro, por exemplo),
tude. Um fuso horário equivale a 15º de longitude, quando o piloto não tem boa visibili­dade da pista
ou seja, uma hora. Neste sentido 1º equivale à 4 onde deverá pousar
minutos. O radar é um complexo apare­lho eletrônico,
muito utilizado para orientar a navegação aérea e
marítima.
O radar possui uma antena, que emite on-
das de rádio. Ao se cho­carem contra um avião ou
um navio, essas ondas retornam a seu ponto de
origem, onde são captadas por um aparelho re-
ceptor, que as transforma em impulsos elétricos.
Esses impulsos são transmitidos a uma tela, seme­
lhante à de um televisor, onde apare­cem sob a for-
ma de sinais luminosos.
Então, pela tela do radar é possível acompa-
nhar o movimento do avião ou do navio e, através
Figura 4.4: Divisão da Terra em fusos do rádio orientar as ações do piloto.
Os meios mais modernos de orientação uti-
lizam o sistema GPS (Global Positioning System),
que funciona com base em uma rede de 24 saté-
lites artificiais, circulando a 20 mil metros de alti-
tude e enviando sinais à Terra permanentemente.
Entre esses meios, o mais notável é o GPS
IPS 360 Pyxis, um pequeno e sofisticado aparelho
dotado de uma antena para receber os sinais dos Assinale:
satélites. Medindo o tempo que uma onda de rádio
emitida por cada satélite leva para chegar até ele, a) se todas são corretas:
o Pyxis calcula automaticamente a latitude, a lon- b) se apenas 1, 2 e 3 são corretas;
gitude e, se for o caso, a velocidade do veículo em c) se apenas 1, 4 e 5 são corretas;
que estiver instalado. d) se apenas 2, 3 e 5 são corretas;
e) se apenas 2, 4 e 5 são corretas.

EXERCÍCIOS 3 – (UFRN) Analise a figura abaixo e assinale a


opção que corresponde, respectivamente, às
1– Analise as questões abaixo: coordenadas geográficas dos pontos X e Z.

1 -( ) Os paralelos são linhas imaginárias traçadas


paralelamente à Linha do Equador.
2 -( ) A Linha do equador divide a Terra em dois
hemisférios, norte e sul.
3 - ( ) Os meridianos são linhas imaginárias traça-
das de um pólo ao outro.
4 - ( ) A latitude é a distância em graus de qual-
quer ponto da superfície terrestre à linha do X Z
equador.
60o de Latitude Sul 30o de Latitude Sul
5 - ( ) A longitude é a distância em graus de qual- A( )
15o de Longitude Oeste 90o de Longitude Leste
quer ponto da superfície terrestre ao Meridiano
15o de Latitude Norte 90o de Latitude Norte
de Greenwich. B( )
60o de Longitude Leste 30o de Longitude Oeste
6 - ( ) Por meio das coordenadas geográficas, não
60o de Latitude Norte 30o de Latitude Norte
é possível a localização exata de qualquer ponto C( )
15o de Longitude Leste 90o de Longitude Oeste
na superfície terrestre.
15o de Latitude Sul 90o de Latitude Sul
D( )
60o de Longitude Oeste 30o de Longitude Leste
Coloque a ordem correta das proposições aci-
ma consideradas, colocando V (verdadeiro) e F
(falso).

a) V, V, V, V, V, F 4 - Marque V (verdadeiro) ou F(falso).


b) F, F, V, V, V,F
c) F, V, F, F, F, V a) o movimento de rotação da Terra gera o dia e a
d) V, V, F, V, V, F noite, e diferenças no horário dos diversos pontos
e) V, F, V, F, F, V longitudinais da Terra ( )
b) o meridiano de Greenwich, é referencia para a
2- (FESP) Examine atentamente as sentenças a latitude ( )
seguir e assinale o grupo das que lhe parecerem c) latitude é a medida, em graus, de qualquer lugar
corretas. até o Equador ( )
d) a escala expressa o quanto a realidade foi redu-
1 - Paralelamente ao Equador ficam dispostos cír- zida para se caber em um mapa. Ela pode ser nu-
culos que diminuem de tamanho à proporção que mérica ou gráfica. ( )
estão mais próximos dos pólos.
2 - A latitude de um lugar é medida em km e repre- 5 - O globo terrestre é cortado por linhas imagi-
senta a distância entre dois pontos na superfície nárias criadas para possibilitar a localização de
do planeta. qualquer ponto em sua superfície. Para locali-
3 - As coordenadas geográficas compreendem a zar um certo ponto no globo, determinam-se as
latitude, a longitude, a distância em metros em re- coordenadas geográficas (latitude e longitude)
lação ao nível do mar e as isoietas. com base nos princípios do círculo trigonomé-
4 - A longitude é o afastamento, medido em graus, trico.
de um meridiano em relação a outro, chamado
meridiano de Greenwich.
5 - Quando se projeta a rede de paralelos e meri-
dianos sobre o papel, tem-se uma projeção carto-
gráfica.
Suponha que um navio tenha lançado um S.O.S.
nas seguintes coordenadas geográficas: 30° la-
titude Sul e 60° longitude Leste.
Com base nas informações e no mapa, é correto
afirmar que o navio encontra-se A hora marcada em Luzaka, num relógio solar,
quando o sol está a pino em Brasília é:
a) nas proximidades do litoral brasileiro.
b) no setor ocidental do Oceano Atlântico. a) 5 horas.
c) nas proximidades da costa oriental da África. b) 9 horas.
d) no setor oriental da América do Norte. c) 12 horas.
e) na costa oriental da Oceania. d) 17 horas.
e) 21 horas.

6 - Em Londres, capital da Inglaterra, situada 9 - (UEL) Considere que um avião supersônico


a 0° de longitude é meio dia (12 horas). Em São sai da cidade de Tóquio a 1 h da manhã de um
Paulo que está a 45º de longitude ocidental são: domingo com direção à cidade de Manaus – AM.
A duração do vôo é de nove horas e a diferença
a) 3 horas da manhã de fuso horário de uma cidade a outra é de onze
b) 3 horas da tarde horas. Assinale a alternativa que apresenta cor-
c) 9 horas da manhã    retamente a hora e o dia da semana da chegada
d) 9 horas da noite. desse avião na cidade de Manaus.

7 - (UFV-MG) Um avião sai do Rio de Janeiro - a) 22 h do sábado.


45°W, às 14 horas, com destino a Fernando de b) 23 h do sábado.
Noronha - 30°W. O Vôo é de 3 horas. Que horas c) 01 h do domingo.
serão na ilha quando esse avião aterrisar: d) 10 h do domingo.
e) 12 h do domingo.
a) 16 horas   
b) 17 horas    10 – (UEL) Às 16h30 em Pequim (capital da Chi-
c) 18 horas    na), localizada nas coordenadas 39◦50’N e
d) 19 horas    116◦20’E, em uma reunião de empresários, foi
e) 20 horas tomada a decisão de instalar uma filial de uma
indústria em Londrina (Paraná), que tem como
8 - (UEL) Os primeiros relógios baseavam-se no coordenadas 23◦18’S e 51◦10’O. Duas horas
aparente movimento do Sol na abóboda celeste após o término da reunião, a decisão foi comu-
e no deslocamento da sombra projetada sobre nicada para o representante da indústria em
a superfície de um corpo iluminado pelo astro. Londrina.
Considere que: a Terra é esférica e seu período
de rotação é de 24 horas no sentido oeste-les- A que horas, em Londrina, o representante re-
te; o tempo gasto a cada 15º de rotação é de 1 cebeu o comunicado? Apresente o desenvolvi-
hora; o triângulo Brasília/Centro da Terra/Luza- mento dos cálculos.
ka (Zâmbia) forma, em seu vértice central, um _____________________________________
ângulo de 75°. _____________________________________
_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________ a esfera não é um sólido desenvolvível, obrigato-
_____________________________________ riamente sofrerá deformações quando projetada
_____________________________________ sobre um plano. As deformações podem ser em
_____________________________________ relação ás distâncias, ás áreas ou os ângulos; por
_____________________________________ isso cabe ao cartógrafo escolher o tipo de proje-
_____________________________________ ção que melhor atenda aos objetivos do mapa. As
_____________________________________ opções são de três tipos:
_____________________________________ Equidistância – são as projeções que man-
_____________________________________ têm as distâncias corretas:
Equivalência – são as projeções que man-
11 - (UNICAMP) A ilustração abaixo representa têm a proporção entre área real e sua representa-
a constelação de satélites do Sistema de Posi- ção no mapa;
cionamento Global (GPS) que orbitam em volta Conformidade – são as projeções que man-
da Terra. têm a igualdade dos ângulos na Terra no mapa.

O globo terrestre artificial, guardada as


proporções, constitui a mais perfeita representa-
ção da Terra, pois, sendo igualmente esférico, nos
dá uma idéia bastante aproximada da realidade,
apresentando ainda as seguintes vantagens ou ca-
racterísticas;
• mostra-nos todos os continentes, os
oceanos, as principais cadeias montanhosas;

• possibilita a simulação dos movimentos da


Terra;
Adaptado de Luis Antonio Bittar Venturi et al., Praticando
Geografia – técnicas de campo e laboratório. São Paulo: Editora Ofici- •apresenta as distâncias em latitude e
na de Textos, 2005, p. 25. longitude.

a) Qual a finalidade do GPS? Como esses saté- Por outro lado, o globo artificial apresenta
lites em órbita transmitem os dados para os alguns inconvenientes, tais como;
aparelhos receptores localizados na superfície sua dimensão, geralmente reduzida, não
terrestre? permite um grande número de informações:
se construído em tamanho muito grande,
_____________________________________ torna-se de elevado custo e de difícil manuseio;
_____________________________________ é mais utilizado para informações generali-
_____________________________________ zadas da superfície terrestre.
_____________________________________ Classificação das projeções
_____________________________________ Embora existam diversos tipos, as projeções
costumam ser agrupadas em três tipos básicos: ci-
UNIDADE 3 líndricas, cônicas e azimutais.
As projeções cilíndricas baseiam-se na pro-
CARTOGRAFIA jeção dos paralelos e dos meridianos em um cilin-
dro envolvente, posteriormente planificado. Têm
PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS as seguintes características:
os paralelos e os meridianos são linhas retas
que se cruzam em ângulos retos;
o intervalo entre os meridianos é constante,
Figura 0.1 e a escala é verdadeira sobre o Equador;
as regiões de elevadas latitudes aparecem
bastante exageradas ( na latitude de 60º chega a
ser de 100º);
a mais conhecida projeção cilíndrica é de
Projeção cartográfica é a representação de Mercator (1569), a preferida pelos navegantes.
uma superfície esférica num plano (o mapa) ou,
ainda, um sistema plano de paralelos e meridianos
sobre os quais pode-se desenhar um mapa. Como
Figura 0.4

PROJEÇÃO DE MERCATOR
A projeção de Mercator é uma projeção ci-
líndrica conforme que distorce a proporção do
tamanho dos continentes, mas mantém correta a
forma. Essa projeção reforça a visão eurocêntrica
Figura 0.2 – a Europa como o centro do mundo – e expressa
a dominação econômica e cultural dos países do
As projeções cônicas baseiam-se na proje- hemisfério norte sobre os países do hemisfério sul.
ção do globo terrestre sobre um cone que o tan-
gencia, sendo depois planifico. A projeção cônica
simples apresenta as seguintes características:
os meridianos são linhas retas e convergen-
tes, e os paralelos são círculos concêntricos;
os paralelos e os meridianos estão separa-
dos por distâncias iguais;
é mais utilizada para representar regiões de
latitudes médias.
Figura 0.5: Projeção de Mercator 1569

PROJEÇÃO DE PETERS

É também uma projeção cilíndrica, com os


paralelos e meridianos representados ortogonal-
mente. A área dos continentes são reproduzidos
fielmente, porém deforma o formato dos mesmos.
Figura 0.3 As regiões de baixa latitude aparentam se alongar,
enquanto as de alta latitude parecem que estão
As projeções azimutais baseiam-se na pro- achatadas. Dessa característica, a denominação
jeção da superfície terrestre num plano. Têm as de um “mapa para um mundo mais solidário”, na
seguintes características: qual os países subdesenvolvidos são destacados.
os meridianos são linhas retas divergentes,
e os paralelos são círculos concêntricos;
as distorções aumentam a partir do centro
(ponto de tangência);
são as preferidas para representar as re-
giões polares.
PROJEÇÃO DE PETERS

ESCALA 1Km 0 1 2 3 4 5 Km

Os mapas nada mais são do que uma repre-


sentação bastante reduzida da superfície total ou 1Km 0 1 2 3 4 5 Km
parcial da Terra, sendo que essa representação
deve estar numa proporção definida. A função da 1Km 0 1 2 3 4 5 Km
escala é, portanto, informar a quantidade de ve-
zes que uma determinada área ou distância foi re-
duzida em relação á sua representação no mapa. 1/2 mi 0 1 mi 2 mi
Exemplificando: num mapa de escala 1: 200 0000
devemos entender que a dimensão real sofreu Nestes casos, a reta foi seccionada em qua-
redução de 200 000 vezes unidades (no caso, 200 tro pedaços iguais, cada um medindo 1 cm. Isso
000 cm) no lugar real.Quanto menor for o segundo quer dizer que 1 cm no mapa corresponde a 2 km
número, no caso o denominador da fração ordiná- no lugar real.Nos permite realizar as transforma-
ria, maior será a escala; e vice-versa. Assim as es- ções de dimensões gráficas em dimensões reais
calas inferiores a 100.000 são consideradas gran- sem efetuarmos cálculos. Para sua construção, en-
des; quanto superiores a 500.000, são pequenas. tretanto, torna-se necessário o emprego da escala
Quanto maior a escala mais detalhada é a carta numérica.
geográfica. Assim, as plantas (ou cartas cadas-
trais) se fazem com escalas entre 1/500 e 1/20.000. GRANDE ESCALA E PEQUENA ESCALA
Os mapas topográficos têm escalas entre 1/25.000
e 1/250.000, que são escalas médias; estes mapas De modo prático, podemos dizer que, quan-
são conceituados como informação oficial. to maior for o denominado da fração, menor será a
escala e, inversamente, quanto menor for o deno-
TIPOS DE ESCALA minador, maior será a escala. Exemplos:

A escala costuma ser apresentada sob uma Escala A: 1/1000 000 Escala B: 1/100 000
das três formas seguintes:
Neste caso, podemos dizer que a escala A é
NUMÉRICA menor que a Escala B.

Representada sob a forma de uma razão (1: Podemos dizer também que quanto maior
200 000) ou de uma forma proporção (1/200 000). for a escala, maior será a riqueza de detalhes, ao
Em ambos os casos, significa que cada unidade no passo que, quanto menor for a escala, menor será
mapa corresponde a 200 000 unidades no lugar a riqueza de detalhes. Exemplo: um mapa do Bra-
real. sil na escala de 1: 50 0000 000 comporta muito
menos informações (detalhes) do que um mapa na
escala de 1: 25 000 000. É que, no primeiro caso, o
Brasil foi reduzido 50 000 000 de vezes, ao passo
que , no segundo caso, a redução foi de apenas 25
0000 000 de vezes.

Quanto á grandeza, as escalas podem ser


assim classificadas:

Grande escala – até 1 : 250 000


E=d/D Média escala - até 1 : 250 000 a 1 : 1 000 000
d: distância medida na carta Pequena escala – acima de 1 : 1 1000 000
D: distância real Curvas de nível
As escalas numéricas mais comuns são da
forma É o método mais comum de representar as
E = 1 / 10x ou E = 1:10x elevações do relevo. A curvas de nível são linhas
Gráfica que ligam pontos ou cotas de igual altitude em
Representada através de uma linha reta gra- intervalos iguais. A escolha do espaçamento ou
duada. Exemplo: equidistância das linhas depende de vários fato-
res, como escala do mapa, tipo de relevo etc.
A equidistância entre as curvas pode ser, de pondentes às curvas de nível projetadas, unem-se
acordo com o caso, de 10, 20. 50 ou 100m; dando origem a um perfil topográfico.
As curvas mostram tanto a altitude como o Construção de um perfil topográfico
formato do relevo;
Quando o relevo é muito abrupto, as curvas
aparecem no mapa muito próximas umas das ou-
tras; quando o relevo é suave, aparecem mais dis-
tanciadas.

Figura 0.6

Figura 0.8
O exemplo em cima mostra um perfil topo-
gráfico mais complexo. Temos duas montanhas
com formas muito distintas. A da esquerda tem
maiores altitudes, tem um cume mais pontiagudo,
maiores declives e alguma assimetria. A sua ver-
tente direita tem maiores declives que a verten-
te da esquerda, como se pode ver no perfil e nas
curvas de nível que estão mais juntas. O cume da
esquerda tem uma forma mais arredondada, me-
Figura 0.7 nores altitudes, mas continuamos na presença de
um relevo assimétrico: há uma diferença de decli-
PERFIL TOPOGRÁFICO ves entre as duas montanhas.

Com base nas curvas de nível podemos


construir perfis topográficos do relevo.
O perfil topográfico é uma representação EXERCÍCIOS
gráfica de um corte vertical do terreno segundo
uma direção previamente escolhida.Um dos pro- 1 - (PUC-MG) Analisando o planisfério abaixo,
cessos para construir um perfil topográfico é o se- todas as afirmativas podem ser constatadas
guinte: nele, EXCETO:
Sobre o mapa topográfico traça uma reta,
que corresponde à secção transversal l, cujo perfil
pretendemos construir.
Orienta sobre o mapa uma folha de papel
milimétrico ou quadriculado de maneira que o
eixo horizontal sobre o qual se vai construir o per-
fil seja paralelo à linha reta que traçaste no mapa.
Projeta-se sobre o eixo horizontal a intersec-
ção de cada curva de nível com a linha reta, tendo
em conta a cota de altitude correspondente.
Traça um eixo vertical, que representa a al-
titude ou cotas.
Recorrendo ao eixo vertical localiza e marca
o valor de cada curva de nível projetada.
Depois de marcados todos os pontos corres- a) apresenta os paralelos retos e horizontais e o
meridiano reto e vertical.
b) o planisfério resultou de uma projeção cônica.
c) as áreas de altas latitudes estão incorretas
quanto a áreas e distâncias.
d) as latitudes extremas do hemisfério meridional
deixaram de ser mostradas.
e) a Antártida foi parcialmente cortada.

2 - (UFPE) Observe as proposições abaixo,

I. Neste mapa aparece a porção meridional


do Brasil e o Trópico de Câncer, localizado
ao Sul do Equador.
II. A área menos deformada deste mapa é o
Pólo Sul, pois é uma Projeção Azimutal
Polar.
III. O mapa apresenta como ponto central o
Pólo Norte, ficando em evidência o Círcu-
lo Polar Ártico.
IV. Todos os continentes nessa projeção es-
tão ao norte do seu centro.
V. Entre os meridianos apresentados exis-
tem dois fusos horários.
I. Em relação ao Meridiano de Greenwich,
o Nordeste está situado no Hemisfério A análise das afirmativas permite concluir que
Oriental. está correta a alternativa
II. As coordenadas geográficas do ponto A,
situado na parte central da Bahia, são: a) I, II e III
Lat. 12o S e Long. 42o W. b) I, III e V
III. De acordo com a escala apresentada, po- c) II, IV e V
demos concluir que cada centímetro do d) II e IV
mapa corresponde a 150 Km no terreno. e) III e V
IV. No mapa, a distância em linha reta entre
Salvador e Teresina é de 3,5 cm, que equi- 4 - (PUC-PR) A distância de 7 cm, medida em um
vale a uma distância real de 1.050 Km. mapa de escala numérica 1:2 500 000, corres-
V. São Luís é a capital mais setentrional do ponde em quilômetros na superfície da Terra a
Nordeste. um comprimento real de:

São corretas: a) 225


b) 17 500
a) II, IV, V c) 1 750
b) I, IV, V d) 175
c) II, III, V e) 185
d) II, III
e) I, II, III 5 - (PUC-RS) Responder à questão com base no
mapa e nas afirmativas abaixo.
3 - (PUC-RS) INSTRUÇÃO: Responder à questão
com base no mapa e afirmativas abaixo, rela-
cionadas à percepção cartográfica.
I. É uma projeção cilíndrica, caracterizando
uma visão de mundo eurocêntrica, privilegian-
do a forma dos continentes.
II. Publicada pela primeira vez em 1973, pelo
historiador alemão Arno Peters, indica uma
projeção cilíndrica equivalente.
III. Pretende demonstrar uma visão geopolítica Com relação aos elementos representados nes-
dos países subdesenvolvidos, pois enfatiza o sa ilustração, considere as seguintes afirmati-
ponto de vista do Sul, apesar de comprometer vas:
a forma dos continentes. 1. A porção Ocidental apresenta um relevo mais
IV. É um mapa equivocado, pois o Norte está acidentado.
“embaixo” e o Sul “em cima”. 2. O segmento do rio segue do ponto (x) mais a ju-
V. Foi idealizada no século XVI, pelo belga Mer- sante para o ponto (y) mais a montante.
cator, e se caracteriza por ser uma projeção 3. A seção A–B é perpendicular ao alinhamento do
conforme, sendo muito utilizada nas Grandes relevo e desse modo não serve para uma repre-
Navegações. sentação
A análise das afirmativas, relacionadas ao significativa dos contrastes do relevo.
mapa, permite concluir que está correta a alterna- 4. A porção sudeste apresenta uma depressão re-
tiva lativa.
a) I, II e III
b) I, III e V Assinale a alternativa correta.
c) I e V
d) II, III e IV
e) II e III a) Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.
6 - (UFPR) Observe a representação do relevo d) Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras.
na figura a seguir, na qual o traço mais largo re- e) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.
presenta um rio e as linhas finas contínuas re-
presentam curvas de contorno do relevo, eqüi- 7 – (UEL) Observe a figura abaixo:
distantes em 10 m. A linha tracejada entre os
pontos A e B indica uma seção topográfica.

Fonte: FURLAN, S. Â. Técnicas de Biogeografia. In VENTURI, L.


A. B. (org.). Praticando geografia: técnicas de campo e laboratório
em geografia e análise ambiental. São Paulo: Oficina do Texto, 2005,
p. 99-130.
A figura expressa uma técnica de análise es-
pacial vital para o estabelecimento da análise
geográfica e diz respeito a: e) 1410m e a escala utilizada é de 1:10000.

a) Diferentes topografias de um mapa. 10 – (UEL) Com o objetivo de representar, o mais


b) Diferentes estratigrafias paisagísticas. próximo possível do real, o espaço geográfico,
c) Diferentes quilometragens rodadas. os cientistas usaram as projeções cartográfi-
d) Diferentes escalas espaciais. cas. As mais utilizadas são as de Mercator e Pe-
e) Diferentes perfis longitudinais. ters, representadas pelas figuras a seguir.

8 - (UFPR) Utilizando o celular e um programa


de acesso a mapas on line, você localizou um
ponto de interesse a aproximadamente 2,5 cm
de distância do local onde se encontrava. Con-
siderando que o programa indicava a escala
aproximada de 1:3.000, calcule a distância a ser
percorrida em linha reta até esse ponto de in-
teresse.

a) 125 m.
b) 120 m.
c) 75 m.
d) 65 m.
e) 35 m.

9 - (UFPR) Para ir a um determinado local, um Com base nos conhecimentos sobre projeções
motorista consultou o aparelho de GPS (Siste- cartográficas, assinale a alternativa correta.
ma de Posicionamento Global), o qual indicou o
caminho representado na figura a seguir. a) Na projeção de Peters, o espaçamento entre os
paralelos aumenta da linha do equador para os
polos, enquanto o espaçamento entre os meridia-
nos diminui a partir do meridiano central.
b) Na projeção de Mercator, o espaçamento entre
os paralelos diminui da linha do equador para os
polos, enquanto o espaçamento entre os meridia-
nos aumenta a partir do meridiano central.
c) Na projeção de Peters, o plano da superfície de
projeção é tangente à esfera terrestre (projeção
azimutal); já, na projeção de Mercator, o plano da
superfície de projeção é um cone (projeção cônica)
envolvendo a esfera terrestre.
d) Na elaboração de uma projeção cartográfica,
o planisfério de Peters mantém as distâncias pro-
porcionais entre os elementos do mapa, aumen-
tando o comprimento do meridiano central.
e) A projeção de Mercator é desenvolvida em um
cilindro, sendo mantida a propriedade forma; essa
projeção mostra uma visão de mundo eurocêntri-
ca.

Sabendo que o maior segmento a ser per- 12 - (UFPE) Projeção cartográfica é a represen-
corrido no trajeto sugerido pelo GPS correspon- tação de uma superfície esférica num plano
de à distância de 345m, é correto afirmar que a (mapa), podendo ser definida como um siste-
distância total a ser percorrida é de ma plano de paralelos e meridianos, sobre os
quais desenhamos um mapa. Há vários tipos de
a) 425m e a escala utilizada é de 1:1000. projeções que são classificadas em três grupos
b) 705m e a escala utilizada é de 1:5000. básicos: cilíndricas, cônicas e azimutais, como
c) 810m e a escala utilizada é de 1:2500. mostram as ilustrações.
d) 810m e a escala utilizada é de 1:5000.
Quais são as principais características das pro-
jeções apresentadas acima?
_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________ Com base no texto e na figura',
a) Calcule a distância entre Rio de Janeiro e
13 – (UFPR) A figura abaixo é o recorte de uma Vitória; entre Vitória e Belo Horizonte e entre
carta topográfica contendo dois possíveis tra- Vitória e Rio de Janeiro. Apresente os cálculos
çados para uma rodovia estadual, com elevado utilizados para encontrar essas distâncias.
fluxo de caminhões. Considerando os traçados _____________________________________
sugeridos, aponte o mais adequado à rodovia, _____________________________________
justificando a escolha a partir da análise do re- _____________________________________
corte da carta topográfica. _____________________________________
_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________

b) Indique a direção geográfica do ponto de


partida até o destino (Rio de Janeiro a Vitória e
Vitória a Belo Horizonte).
_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________
14 - (UEL) Na cartografia, a escala é a relação _____________________________________
matemática entre as dimensões do terreno e a _____________________________________
representação no mapa e constitui-se em um de _____________________________________
seus elementos essenciais. Considere uma via- _____________________________________
gem do Rio de Janeiro até Belo Horizonte, pas- _____________________________________
sando por Vitória. Para uma viagem mais segu- _____________________________________
ra, é importante calcular a distância do trajeto _____________________________________
e a direção geográfica a seguir, desde o ponto _____________________________________
de partida até o destino. _____________________________________
_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________

15 - Imagine: você está no inicio de uma aveni-


da, e quer chegar até um cinema nesta avenida.
Você quer saber o quanto deverá caminhar, por INDUSTRIALIZAÇÃO
isso olha num mapa da cidade.
 Este mapa tem escala 1:8000, e de onde você se A Europa Ocidental foi o berço da Revolução
encontra até o cinema mede-se 20cm, portanto Industrial que se apoiou na exploração de carvão
quanto deverá caminhar? e ferro na Grã-Bretanha e no Vale do Reno e poste-
_____________________________________ riormente na França, a partir do que se desenvol-
_____________________________________ veram as siderúrgicas e as indústrias de mecânica
_____________________________________ pesada. Com o desenvolvimento da indústria e
_____________________________________ conseqüentemente do comércio, o litoral da Euro-
_____________________________________ pa Ocidental se tomou o mais ativo centro de ativi-
_____________________________________ dades portuárias do mundo. As principais regiões
_____________________________________ industriais são: o Vale do Reno/Rhur na Alemanha,
_____________________________________ o Vale do Pó no norte da Itália, o Vale do Sena (Ba-
_____________________________________ cia de Paris) e do Ródano(Lyon) na França.
_____________________________________ Atualmente, o parque industrial europeu
_____________________________________ é um dos mais importantes do mundo. A conso-
_____________________________________ lidação da União Européia(UE), a integração dos
_____________________________________ mercados e o estabelecimento da moeda, o euro,
_____________________________________ fortaleceram ainda mais a economia dos países
_____________________________________ europeus.As empresas européias iniciaram, por
meio de fusões, um processo de concentração que
UNIDADE 4 fez crescer uma união empresarial mais européia e
menos apegada aos Estados nacionais.
A INDUSTRIALIZAÇÃO MUNDIAL O espaço de economia mais dinâmica da
Europa do qual fazem parte países altamente in-
INTRODUÇÃO dustrializados, como a Alemanha, a França o Reino
Unido, a Itália, a Holanda, a Bélgica e Luxembur-
Desde a Revolução Industrial, iniciada na In- go, conta com importantes centros tecnológicos
glaterra a partir do final de século XVIII e depois e indústrias de ponta (informática, engenharia
disseminada para outros países de industrializa- genética, aeroespacial, nuclear etc.) ao lado de in-
ção clássica, em muito o processo industrial evo- dústrias clássicas (siderúrgicas, química, automo-
luiu. Ao compararmos os processos produtivos bilística, têxtil, alimentícia, etc).
anteriores e posteriores a este marco histórico, Pode-se afirmar que a Europa Ocidental é
podemos dividi-los em três fases: o “atelier”, o banqueiro e o árbitro do mundo. Tal
Artesanato: técnica conhecida há milhares afirmação se baseia na poderosa indústria do ves-
de anos, onde utiliza-se apenas a capacidade bra- tuário da França e da Itália, na importância dos
çal do ser humano, que individualmente, elabora bancos suíços para o mundo e na sede da Corte
o produto do começo ao fim, apenas com o uso de Internacional de Justiça, localizada na cidade de
ferramentas simples. Haia, nos Países Baixos.
Manufatura: estágio de transição entre o
artesanato e a maquinofatura, perdurando na
Europa do séc. XVI ao XVIII e ainda existindo em AS TRÊS REVOLUÇÕES INDUSTRIAIS
países de economia atrasada. Neste método são
utilizados máquinas simples com a divisão do tra- 1ª Revolução 2ª Revolução 3ª Revolução
ESTÁGIO
balho, ou seja, cada funcionário trabalha em uma Industrial Industrial Industrial
parte do processo. Todas as tarefas são comple- INÍCIO +/- 1780 +/- 1870 +/- 1970
mentares para a obtenção do produto final.
Indústria moderna ou maquinofatura: PAÍS IRRADIADOR Inglaterra EUA
Japão, Euro-
pa e EUA
surge com a Revolução Industrial. Neste processo
há uma especialização do trabalhador em deter- MEIOS DE PRO- Braçal + me-
Fordista Just-in-time
DUÇÃO cânica
minadas atividades, apresentando uma grande
Carvão mi- Petróleo e Fontes diver-
divisão do trabalho, com o funcionário perdendo COMBUSTÍ-VEL
neral eletricidade sas
a idéia de como se faz o produto final. O uso de
maquinários movidos à modernas tecnologias tor-
na-se comum, para que haja uma elevada produ- TIPOS DE INDÚSTRIAS E LOCALIZAÇÃO
tividade de objetos iguais, aumentando o volume,
diminuindo os custos e ampliando-se os lucros. As indústrias de bens de produção, também
chamadas de indústrias de base ou pesadas, por volução Industrial fica didaticamente posiciona-
transformarem grandes quantidades de matérias- da entre às Ordem do Colonialismo e a Ordem da
-primas ou de energia, como é o caso das siderúr- Guerra fria. Seus limites de datas não são estrei-
gicas, metalúrgicas, petroquímicas, tendem a se tamente rígidos. As transformações geopolíticas
localizar perto de fontes fornecedoras ou de por- e econômicas passavam por transformações e as
tos e ferrovias, o que facilita a recepção de maté- datas são marcos referencial. Seu início datado em
rias-primas e o escoamento da produção. 1815, do Congresso de Viena já sentia mudanças
A indústria de bens de capital, como as de desde a Revolução Francesa, no final do séc. XVIII.
máquinas e equipamentos, tem um papel funda- No entanto, a partir de tal data, as caracterísitcas
mental: equipar outras indústrias, leves ou pe- se tornaram mais evidentes e facilmente reconhe-
sadas, sem o que seria impossível a produção de cíveis. O mesmo raciocínio vale para o que esta-
bens para um amplo mercado consumidor. Essas belece o fim da ORI. Seu término já estava pronu-
indústrias tendem a se localizar perto de empre- ciado desde o fim da Primeira Gurra mundial em
sas consumidoras de seus produtos, ou seja, em 1914, porém de fato, só ocorreu com o fim da Se-
grandes regiões industriais. gunda Guerra, quando aí sim, as mudanças foram
As indústrias mais espalhadas espacial- mais expressivas.
mente, no plano nacional e internacional, que se
instalam preferencialmente nos lugares onde há Dentre as principais causas da RI, podemos ci-
maior disponibilidade de mão-de-obra e maior tar:
facilidade de acesso ao mercado consumidor, são
as indústrias de bens de consumo ou leves. Graças a)Expansão do comércio: acumulação de capital
às melhorias dos sistemas de transporte, elas en- nas mãos da burguesia;
contram-se localizadas em grandes, médios e pe- b)Crescimento do mercado consumidor: exigên-
quenos centros urbanos ou mesmo na zona rural cias de novos produtos;
de diversos países. Podem ser classificadas como c)Abolição das restrições impostas pelo mercan-
duráveis (móveis, eletrodomésticos, automóveis) tilismo e abandono das práticas absolutistas de
e não duráveis (bebidas, alimentos). A produção, governo;
portanto, destina-se a um mercado consumidor d)Novas descobertas.
mais amplo: ao abastecimento da população em
geral. ASPECTOS FUNDAMENTAIS DA RI

REVOLUÇÃO INDUSTRIAL Na geopolítica, verificou-se a consolidação


de uma multipolaridade de poder na Europa. O
pioneirismo britânico na RI, conseqüente da acu-
"Conjunto de transformações técnicas, eco- mulação de capital, mão-de-obra abundante, libe-
nômicas e sociais que assinalaram a plena configu- ralismo político e econômico, inovações técnicas e
ração do sistema capitalista (ou modo de produção poder naval, contribuiu para seu desenvolvimento
capitalista)." econômico e expansão colonial. Se tornou a nação
mais rica do período. Entretanto, ao seu fim, no-
vos impérios como EUA e Japão, cresceram rápido
ORDENS INTERNACIONAIS e acentuadamente, ameaçando o deixo de poder
hegemônico da Europa ocidental.
A periodização usada para explicar aspectos Entre as relações internacionais constatou-
geográficos e geopolíticos é diferente daquela usa- -se um duplo movimento: ampliação das formas
da pela História que coloca os grandes períodos: de exploração e dominação capitalista e nova
Antiguidade, Idade média, Idade moderna e Idade forma de organização político econômico, que é
Contemporânea. A geopolítica mundial pode ser o Sistema Socialista (critica o sistema vigente). A
organizada, analizando em conjuntura aspectos primeira é materializada pelo Imperialismo, es-
naturais, econômicos, sociais, culturais, técnicos sencialmente atuante nos continentes africano e
e políticos, em Ordens Internacionais, correspon- asiático. Um marco para a segunda é a Revolução
dentes a um menor espaço de tempo, focalizando Russa de 1917.
em características mais específicas que a primeira
classificação. As Ordens Internacionais se referem No campo político, especificamente na for-
ao conjunto de características políticas e econô- ma de organização do poder, percebe-se a genera-
micas mundiais reveladoras das relações de po- lização do Estado. Desde o séc. XVIII observa-se o
der, na história. surgimento do Estado moderno europeu, que veio
a se consolidar no séc XIX. Sinteticamente pode
O período correspondente à Ordem da Re- ser entendido como uma forma de organização
que progressivamente centraliza o poder e conso- trabalhadores acreditavam que as máquinas eram
lida o princípio de territorialidade. O poder passa responsáveis pela sua miséria, exploração e de-
a abranger todas as relações políticas. Também semprego.
o espaço precisa ser demarcado por fronteiras e
tratados. Esse Estado é gerenciado pela burguesia Cartismo: movimento derivado da Carta do
(classe dominante) sob os princípios de liberdade Povo, documento onde os trabalhadores reivindi-
política e igualdade de participação. O Estado bur- cavam, dentre outras coisas, redução de jornada
guês acelerou o acúmulo de capital favorecendo o de trabalho, sufrágio universal masculino, voto
imperialismo, expandindo seus pólos de poder. secreto e eleições anuais. Uma das principiais con-
seqüências desse movimento foi o surgimento das
O processo de produção industrial foi, con- associações de trabalhadores que deram origem
seqüentemente, difundido pelo mundo. O capital aos sindicatos modernos.
foi transferido do comércio para a indústria, ba-
seada na mecanização da produção, caminhando EXERCÍCIOS
conjuntamente com o desenvolvimento de novas
tecnologias. Desta forma, as estruturas sociais e 1 - (IBMECRJ) “A expressão Revolução Industrial
relações geopolíticas passaram por mudanças. tem sido utilizada para designar um conjunto de
transformações econômicas, sociais e tecnoló-
gicas que teve início na Inglaterra, na segunda
metade do século XVIII. Em pouco tempo, essas
1ª REVOLUÇÃO INDUSTRIAL (1780 – 1850) mudanças afetariam outros países da Europa e
Revolução do carvão e ferro; outros continentes, alterando definitivamen-
Desenvolvimento do capitalismo industrial/ te as relações entre as sociedades humanas.”
liberal; FIGUEIRA, D. G. “História”. São Paulo: Ática,
Liberdade de comércio e produção; 2005. p. 193.
Livre concorrência e livre iniciativa.
Sobre esse tema são feitas as seguintes afirma-
2ª REVOLUÇÃO INDUSTRIAL (1850 – 1914) tivas:
Revolução do aço e da eletricidade; I - A produção de tecidos foi um dos primeiros se-
Capitalismo monopolista; tores a desenvolver o processo industrializador.
Grandes monopólios. II - Ao aumentar a produtividade de
cada trabalhador, aumentou a oferta de
CONSEQUÊNCIAS DA REVOLUÇÃO INDUS- mercadoria e, por consequência, possibili-
TRIAL: tou uma redução nos preços dos produtos.
III - O sucesso da Revolução Industrial foi tão
A Revolução industrial implicou em mu- significativo que originou um apoio à utilização de
danças substanciais na evolução dos processo de máquinas, processo que ficou conhecido como lu-
produção e o rumo econômico-político e social dismo.
em escala internacional. Dentre as conseqüên- Assinale:
cias produtivas estão a utilização constante de
máquinas e o aumento de produção. Os meios de a) Se apenas a afirmativa I for correta.
transportes e comunicações evoluíram. A ruína b) Se apenas a afirmativa II for correta.
dos artesão, com dificuldades de competir com a c) Se apenas a afirmativa III for correta.
produtividade da máquina, e a divisão do trabalho d) Se as afirmativas I e II forem corretas.
(internamente dentro das fábricas e no processo e) Se as afirmativas II e III forem corretas.
como um todo) envolvendo produções particiona-
das em locais distantes. A crescente urbanização 2 - (UFMS) A partir do estabelecimento da indús-
e despovoamento do campo, compondo novas tria como novo ramo de atividade econômica,
classes sociais nesse palco de ação: os burgueses níveis diferenciados de tecnologia foram em-
industriais e o proletariado. Em escala externa, o pregados no processo fabril. De acordo com o
colonialismo foi ampliado, combinado ao impe- nível tecnológico e a função que cada segmen-
rialismo e expandindo o capitalismo pela Europa to fabril desempenha na economia das atuais
e suas colônias. sociedades capitalistas, a indústria pode as-
sumir diferentes classificações. Em relação à
MOVIMENTOS DE TRABALHADORES. classificação das indústrias, é correto afirmar:

Ludismo:  destruição das máquinas, pelos (01) Indústrias de tecnologia de ponta são aque-
trabalhadores, introduzidas na indústria fabril. Os las que produzem recursos tecnológicos alta-
mente sofisticados, resultantes da aplicação 4 - Entre os fatores que fizeram da Inglaterra o
imediata das descobertas científicas no pro- berço propício à eclosão da Revolução Indus-
cesso de produção. São exemplos de indústrias trial, podemos citar os seguintes:
de tecnologia de ponta: as de informática, de
produtos eletrônicos, a aeroespacial e as de bio- a) As condições sociais e políticas da época eram
tecnologia. favoráveis.
(02) Indústrias tradicionais são aquelas que primei- b) Com a criação do Banco da Inglaterra, essa
ro se instalaram em uma região. Servem de base nação tornou-se o maior centro capitalista da
para outras indústrias, fornecendo-lhes matérias- época.
-primas já processadas. Utilizam equipamentos c) O sistema corporativo não chegara a se enrai-
pesados e pouca mão-de-obra, considerando o zar desde a Idade Média.
elevado grau de automação dos equipamentos. d) A supremacia naval inglesa assegurava o con-
São exemplos de indústrias tradicionais: as side- trole das rotas de distribuição de mercadorias.
rúrgicas, as cimenteiras, as metalúrgicas e as ce- e) Todas as anteriores.
râmicas.
(04) Indústrias de bens de produção são aquelas 5 - As questões abaixo referem-se aos movi-
que produzem mercadorias para o consumo da mentos operários, no contexto da Revolução
população. Empregam muita mão-de-obra e pou- Industrial do século XIX.
ca tecnologia e atuam em mercados altamente
competitivos em nível regional. São exemplos de
indústrias de bens de produção: indústrias ali- I – Ao longo do século XIX a consolidação do ca-
mentícias, indústrias moveleiras e indústrias far- pitalismo tornaria as condições de vida e de tra-
macêuticas. balho do nascente proletariado extremamente
(08) Indústrias de bens intermediários são aque- precárias.
las que produzem máquinas e equipamentos II – O ludismo traduz as primeiras manifestações
que serão utilizados em outros segmentos da de resistência da nascente classe operária que
indústria e em diversos setores da economia. ocupou os últimos anos do século XVIII e os primei-
São exemplos de indústrias de bens intermediá- ros do século XIX.
rios: indústria mecânica e indústria de autopeças. III – Em meados do século XIX a greve geral dos tra-
(16) Indústrias de bens de consumo são aquelas balhadores na Europa, organizada pelo sindicato
que fabricam bens que são consumidos pela po- que representava a classe operária, provocou im-
pulação em geral. Estão divididas em bens de con- portantes mudanças na legislação trabalhista da
sumo duráveis e bens de consumo não duráveis. época.
Entre as indústrias de bens de consumo duráveis, IV – O movimento cartista, movimento operário
estão: as indústrias de produção de eletrodomés- que surgiu na primeira metade do século XIX, não
ticos e a indústria automobilística. Entre as indús- se constituiu um fato isolado, pois foi precedido
trias de bens de consumo não duráveis, estão: as de greves, motins, insurreições e outras manifes-
tecelagens, as de confecções, as de produtos ali- tações da classe operária.
mentares, as de perfumaria e medicamentos. V – Na segunda metade do século XIX, e princi-
palmente com a formação das associações inter-
3 - (PUCCAMP) “O produto da atividade humana nacionais dos trabalhadores, percebeu-se uma
é separado de seu produtor e açambarcado por estreita relação entre o marxismo e o movimento
uma minoria: a substância humana é absorvida operário europeu.
pelas coisas produzidas, em lugar de pertencer
ao homem.” Assinale a alternativa correta.
A partir do texto, pode-se afirmar que a Revolu-
ção Industrial: a) Somente as afirmativas I, II, III e IV são verda-
a deiras.
) produziu a hegemonia do capitalista na produ- b) Somente as afirmativas I, II, IV e V são verda-
ção social; deiras.
b) tornou a manufatura uma alternativa para o c) Somente as afirmativas IV e V são verdadeiras.
artesanato; d) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.
c) introduziu métodos manuais de trabalho na e) Todas as afirmativas são verdadeiras.
produção;
d) tornou o homem mais importante que a máqui- 6 - As afirmações a seguir apontam algumas
na; tendências da nova lógica de localização
e) valorizou o produtor autônomo. industrial.
I. Distribuição dos estabelecimentos industriais
das empresas em diferentes localidades de a) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
tradição manufatureira. b) Somente as afirmativas II e III são corretas.
II. Separação territorial entre processo c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
produtivo e gerenciamento empresarial com a d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
reintegração de ambos por intermédio de redes e) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.
informacionais.
III. Desconcentração da atividade industrial 8 – (FUVEST) Ainda no começo do século 20, Eucli-
e emergência de novos espaços industriais, des da Cunha, em pequeno estudo, discorria sobre
estruturando redes globalizadas. os meios de sujeição dos trabalhadores nos serin-
IV Concentração territorial da indústria gais da Amazônia, no chamado regime de peona-
dependente de fontes de energia e matéria- gem, a escravidão por dívida. Algo próximo do que
prima. foi constatado em São Paulo nestes dias [agosto
de 2011] envolvendo duas oficinas terceirizadas de
Está correto apenas o que se afirmar em: produção de vestuário.
José de Souza Martins, 2011. Adaptado. No
a) I e II. texto acima, o autor faz menção à presença de
b) I e III. regime de trabalho análogo à escravidão, na in-
c) II e III. dústria de bens
d) II e IV
e) III e IV a) de consumo não duráveis, com a contratação
de imigrantes asiáticos, destacando-se coreanos
7 – (UEL) Texto VII A F-1 começou a perder as e chineses.
características que encantaram gerações nos b) de consumo duráveis, com a superexploração,
anos 1990 quando o salto tecnológico tornou por meio de empresas de pequeno porte, de imi-
o piloto quase um coadjuvante no cockpit. “Os grantes chilenos e bolivianos.
carros de corrida são equipamentos e não mais c) intermediários, com a contratação prioritária
automóveis. No volante, há mais de 100 botões. de imigrantes asiáticos, destacando-se coreanos
O condutor virou um operador de máquinas”, e chineses.
reclama Bird Clemente, 72 anos, primeiro bra- d) de consumo não duráveis, com a superexplo-
sileiro a guiar, profissionalmente, um carro de ração, principalmente, de imigrantes bolivianos e
corrida. No passado, esse esporte dependia peruanos.
muito mais do talento do piloto para regular e) de produção, com a contratação majoritária,
um carro. Hoje, espremido no cockpit como por meio de empresas de médio porte, de imigran-
mais um funcionário de um negócio que movi- tes peruanos e colombianos.
menta bilhões de dólares, o piloto cumpre re-
ligiosamente as regras do mercado. (Adaptado 9 – (UEL) A Revolução Industrial, no século XVIII,
de: CARDOSO, R.; LOES, J., O Esporte Perdeu. implicou a utilização e a transformação intensi-
Revista Isto É, 4 ago. 2010, ano 34, n. 2125, p. va dos elementos naturais, por intermédio das
84-85.) máquinas que substituíram, em parte, o traba-
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o lho humano e manual. Dentre essas novas má-
capitalismo, considere as afirmativas a seguir. quinas e equipamentos, destacaram- -se aque-
les que surgiram a partir da invenção de James
I. As novas tecnologias em carros de F-1 tornaram Watt, em 1768.
o trabalho do piloto artesanal e, portanto, inten- Com base no enunciado e nos conhecimentos
sificaram a necessidade de um trabalhador mais sobre a Primeira Revolução Industrial, assinale
criativo e autônomo. a alternativa correta.
II. Por satisfazer necessidades de ordem espiritual,
como lazer e divertimento, a F-1 deixa de ter o ca- a) A mão de obra fabril excluiu as crianças e as mu-
ráter de mercadoria. lheres da linha de montagem industrial.
III. A tendência do capital é promover a desquali- b) Criaram-se equipamentos domésticos movidos
ficação do trabalho, inclusive em atividades não a eletricidade, como as primeiras máquinas de la-
industriais, como as dos pilotos de F-1. var roupas.
IV. Os pilotos de F-1 são, também, proletários, ape- c) Desenvolveram-se transportes terrestres e ma-
sar dos altos salários que recebem anualmente de rítimos, como o trem e o navio, movidos a vapor.
suas equipes. d) O controle da produção na fábrica era realizado
pelo ajuste dos mecanismos aos relógios biológi-
Assinale a alternativa correta. cos dos trabalhadores.
e) Substituiu-se a tração animal por aquela movida
a gasogênio, impulsionando o transporte público.

10 - Quais são algumas condições favoráveis


para o surgimento de industrias, em uma de-
terminada área?
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11 - O que são guerras fiscais e quais são suas
implicantes para o posicionamento das indus-
trias?
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UNIDADE 5
EVOLUÇÔES NO MUNDO DO
TRABALHO
INTRODUÇÂO
As divisões internacionais do trabalho po-
O modelo atual de organização social e dem ser resumidas de forma sintética em quatro
econômica conhecido como capitalismo, é con- fases:
seqüência de uma série de fenômenos e aconte-
cimentos desencadeados há séculos atrás. A evo-
lução do trabalho nesse âmbito sempre esteve à • Origem - Colonialismo
mercê das modificações desse fenômeno, alteran- • Consolidação – RI e Imperialismo
do-se em vários aspectos, sejam eles técnicos, so- • Mundialização do Capital – Pós 2ª GM
ciais, espaciais ou econômicos. A história do siste- • Globalização – Pós Modernidade
ma capitalista revela que houveram determinadas
divisões do trabalho em períodos históricos que ORIGEM DA DIT
dinamizaram esse modelo e foram primordiais
para a atual distinção entre nações desenvolvi- No final do século XV, o capital estava pre-
das e subdesenvolvidas. A partir dessas divisões sente em grande intensidade na distribuição e
internacionais do trabalho ou DIT, como são mais circulação das mercadorias entre as metrópoles e
conhecidas, esta unidade pretende abordar a evo- suas colônias. As diversas regiões do mundo pas-
lução e as modificações no mundo do trabalho e saram a desenvolver diferentes funções com a
suas conseqüências na organização global. crescente colonização, pois cada uma passou a
especializar-se principalmente no fornecimento
de matéria-prima, metais preciosos, produtos ma-
nufaturados entre outros. Dessa maneira, as me-
trópoles detinham a função de exportar manufa-
turas e as colônias de exportarem matérias-primas
para as metrópoles.

CONSOLIDAÇÂO DA DIT

Graças à consolidação do sistema capitalis-


ta no século XVIII, houve uma intensa transforma-
ção no processo produtivo, que ficou conhecida
como  Revolução Industrial. Nesse período, a di-
visão internacional do trabalho sofreu mudanças, mentar ao mundo desenvolvido porque garante a
por causa do novo modelo de produção em que manutenção da produção, circulação, consumo e
as fábricas tomam o lugar da produção artesanal. portanto, o acúmulo de capitais em grande escala
Nesse momento, o mundo estava dividido nos países desenvolvidos. As noções que se indus-
entre países especializados em fornecer matéria- trializaram seguindo este modelo são conhecidas
-prima e países que utilizavam dessas matérias- como países recentemente industrializados.
-primas para faturar produtos industrializados. Os
que forneciam matéria-prima estavam atrelados
ao subdesenvolvimento e os que produziam pro-
dutos industrializados se tornariam líderes do sis-
tema capitalista.

MUNDIALIZAÇÃO DO CAPITAL

Após a Segunda Guerra Mundial muitos paí-


ses subdesenvolvidos iniciaram um processo de
industrialização calcados no tripé “capital nacio-
nal, capital estatal e capital multinacional”. Com
isso, muitos conglomerados se instalaram em paí-
ses da periferia. Montadora da Ford em Camaçari - BA
O que havia nesses países que atraiu as
grandes empresas? A possibilidade de maiores lu-
cros, pois eles ofereciam mão-de-obra abundante, A MAIS NOVA DIT
politicamente desmobilizada e, portanto, barata;
fontes de energia e matérias-primas a baixo custo; Com o desenvolvimento da economia in-
mercado interno em crescimento; facilidades de formacional e da globalização, estruturou-se uma
exportação e de remessa de lucros para as sedes nova organização da produção no mundo. O so-
dessas empresas; incentivos fiscais e subsídios go- ciólogo espanhol Manuel Castells denominou-a “a
vernamentais e, mais recentemente, ausência de mais nova divisão internacional do trabalho”, que
legislação de proteção ao meio ambiente ou a pos- está disposta em quatro posições diferentes no
sibilidade de burlar essa norma, caso ela exista. capitalismo informacional-global: os produtores
No período imediatamente após a Segunda de alto valor com base no trabalho informacional,
Guerra, esses fatores, com destaque para a mão- os produtores de grande volume baseado no tra-
-de-obra barata, constituíam vantagens compara- balho de baixo custo, os produtores de matérias-
tivas importantíssimas para a alocação dos inves- -primas que se baseiam em recursos naturais e,
timentos no exterior. Evidentemente, nem todos finalmente, os produtores redundantes, limitados
os países subdesenvolvidos apresentavam essas ao trabalho desvalorizado. A posição privilegiada
vantagens. Por isso apenas alguns se industriali- dos lugares dentro dessa nova especialização pro-
zaram e se reposicionaram na tradicional divisão dutiva em escala mundial deve-se ao domínio tec-
internacional do trabalho. Muitos deles passaram nológico, sobretudo da tecnologia da informação,
gradativamente de exportadores de matérias-pri- ao nível educacional da população e, consequen-
mas para exportadores de produtos industrializa- temente, a qualidade da mão-de-obra.
dos. No entanto, não é possível situá-los, pelo me- A grande diferença da atual divisão interna-
nos por enquanto, no mundo desenvolvido. Eles cional do trabalho em relação as anteriores é que
fazem parte de uma nova divisão internacional do ela não ocorre entre países, portanto não coincide
trabalho. com seus limites territoriais. Essa nova divisão se
O processo de industrialização ocorrido estabelece entre agentes econômicos localizados
nos países subdesenvolvidos foi, em grande par- nas quatro posições mencionadas por Castells ao
te, decorrente da implantação de um modelo que longo de uma estrutura global de redes e fluxos.
dependia de capitais e de tecnologias do exterior. Esses agentes podem aparecer em posições dife-
Trata-se de um processo desigual e complementar rentes de um mesmo país (desenvolvido ou não).
ao dos países desenvolvidos, uma vez que é co- A posição mais importante, a dos produtores de
mandado por interesses externos, embora muitas alto valor com base no trabalho informacional,
vezes em associação aos capitais nacionais (priva- que compreende as industrias de alta tecnologia
dos ou estatais). O processo foi desigual porque – informática, telecomunicações, robótica, bio-
em geral os tipos de indústria e a tecnologia em- tecnologia – e os trabalhadores mais qualificados,
pregada não são os mesmos das matrizes. concentra-se predominantemente nos países de-
Esse modelo de industrialização é comple- senvolvidos, sobretudo nos tecnopolos, como o
do Vale do Silício na Califórnia. Mas aparece tam- do Trabalho.
bém em países emergente como Brasil, Coréia do
Sul e Índia. III. Até a década de 50, os países mais avançados
A atual divisão internacional do trabalho re- importavam produtos primários e exportavam
força as desigualdades internacionais que já exis- produtos manufaturados e capital.
tem em suas formas precedentes, gerando uma
nova categoria do ponto de vista sócio-espacial: a IV. Atualmente, países de industrialização recente
das regiões e países excluídos. A emergência des- (Brasil. México, China, Coréia, Formosa) não são
ta nova divisão não suprime as anteriores, pois a apenas exportadores de produtos primários, mas
maioria dos países da África, América Latina e Ásia incluem produtos manufaturados em suas expor-
continuam exportando produtos primários, inse- tações. Estes países dependem da importação
rindo-se na divisão antiga. de equipamento e da tecnologia sofisticada (de
ponta), na eletrônica, na química fina, na biotec-
TEXTO COMPLEMENTAR nologia etc.

PARTICIPAÇÃO DA MULHER NO MERCADO DE  Que textos estão corretos?


TRABALHO BRASILEIRO  
a) Apenas I
A partir da década de 1970, intensificou-se b) Apenas II e III
a participação das mulheres na atividade econô- c) Apenas III e IV
mica em um contexto de expansão da economia d) Apenas IV e V
com acelerado processo de industrialização e ur- e) II, III e IV.
banização. Prosseguiu na década de 1980, apesar
da estagnação da atividade econômica e da dete- 2 - Cortando fronteiras com capital e tecnolo-
rioração das oportunidades de ocupação. A déca- gia, as multinacionais otimizam mercados, re-
da de 1990, foi cauterizada pela intensa abertura cursos naturais e políticos em escala mundial.
econômica, pelos baixos investimentos e pela ter- Uma nova forma de acumular lucros, uma nova
ceirização da economia, continuou a tendência de divisão internacional do trabalho. KUCINSKI,
crescente incorporação da mulher na força de tra- Bernardo. O que são multinacionais?
balho. Contudo, incrementa-se no século XXI o de- A nova divisão internacional do trabalho apre-
semprego feminino, indicando que o aumento de sentada no texto tem como causa a seguinte
postos de trabalho para mulheres não foi suficien- atuação das multinacionais: 
te para absorver a totalidade do crescimento da a) aplicação de capitais em atividades agropasto-
PEA feminina. Veja a seguir algumas informações ris nos países periféricos;
e dados sobre a mulher no mercado de trabalho. b) implantação de filiais em países de mão-de-o-
bra barata;
• 1940 a 1990: a força de trabalho feminina c) participação em mais de um ramo de atividade;
passou de 2,8 milhões para 22,8 milhões; d) importação de matérias-primas do 3° mundo;
• Participação pequena: 35,5%; e) exploração de novas fontes de energia.
• A maioria exerce atividades de média e bai-
xa qualificação profissional; 3 - O que chamo de a mais nova divisão inter-
• Salários mais baixos; nacional do trabalho está disposta em qua-
• Jornada dupla de trabalho (emprego e lar); tro posições diferentes na economia informa-
• Vítimas de preconceito e de abusos que re- cional/global: produtores de alto valor com
velam tratamento desigual. base no trabalho informacional; produtores
de grande volume baseado no trabalho de
EXERCICIOS mais baixo custo; produtores de matérias-
-primas que se baseiam em recursos naturais;
1 - Leia com atenção as afirmações: e os produtores redundantes, reduzido são
trabalho desvalorizado (...) A questão crucial
I. A divisão do espaço geográfico de nossos dias é que estas posições diferentes não coinci-
se baseia na produção para o lucro (espaço dem com os países.São organizadas em redes
capitalista) e na produção para o suprimento da e fluxos, utilizando a infra-estrutura tec-
sociedade (espaço socialista). nológica da economia informacional (...)
(Manuel Castells, A sociedade em rede.)
II. A especialização dos países na produção de de-
terminadas mercadorias destinadas ao mercado Considerando as informações contidas no tre-
internacional é denominada Divisão Internacional cho e as alterações no espaço geográfico a
partir da Revolução Informacional, é correto c) Hoje, são visíveis as contradições socioeconô-
afirmar que: micas nesses continentes, decorrentes dessa de-
sestruturação. E elas estão relacionadas não só a
(A) A nova divisão internacional do trabalho é fatores externos, como o neo- colonialismo, mas
uma reprodução da clássica divisão, pois há também a fatores internos, como as grandes oli-
espaços geográficos de alto valor informacional garquias rurais de origem étnica e religiosa, que
(países centrais) e outros de trabalho desvaloriza- controlam o comércio dos produtos agrícolas.
do (países da periferia). d) Essa desestruturação foi necessária em virtude
(B) O desenvolvimento tecnológico na área de in- da baixa produtividade desse modelo agrícola ca-
formação, ao reorganizar os fluxos de capital e de racterizado pelo uso de técnicas rudimentares no
pessoas, criou uma rede hierarquizada e cristali- plantio, o que tornou necessária sua substituição
zada de novos países informatizados. por um modelo implantado pelo colonizador eu-
(C) As cidades globais Nova Iorque, Otawa e Rio ropeu, mais eficaz no combate à fome.
de Janeiro são espaços geográficos exclusivos dos e) A causa principal dessa desestruturação está na
produtores de alto valor do trabalho informacio- antiga inserção desses continentes no capitalismo
nal, representando, portanto, os ícones da nova industrial, que, dentro da Divisão Internacional do
divisão internacional do trabalho. Trabalho – DIT, os coloca como grandes exporta-
(D) As quatro posições descritas podem ocorrer dores de produtos agrícolas, que usam novas tec-
simultaneamente num mesmo país, visto que a nologias para o mercado mundial e local, visando,
nova divisão internacional do trabalho não ocorre acima de tudo, ao combate à fome.
entre países, mas entre agentes econômicos orga-
nizados em sistemas de redes e fluxos. 5 - São indústrias de ponta na terceira Revolu-
(E) Estão excluídos da nova divisão internacional ção Industrial:
do trabalho os países de economia dependente,  
porque não são capazes de produzir tecnologia a) metalúrgica – construção civil – naval.
de ponta, o que os impede de participar b) petroquímica – automobilística – siderúrgica.
c) elétrica – eletrônica – têxtil.
4 - “O colonialismo e a divisão internacional da d) informática – microeletrônica – biotecnológica.
produção ditada pelo capitalismo desestrutu- e) alimentícia – de bebidas finas – de cosmético
ram as formas originais de produção agrícola
na Ásia, África e América Latina. A agricultu- 6 - A respeito da indústria moderna, é correto
ra de produtos alimentares de subsistência afirmar:
foi substituída pela agricultura comercial de  a) com as inovações tecnológicas atuais, elimi-
exportação. Isso para atender, fundamental- nou-se a divisão técnica do trabalho.
mente, aos interesses das metrópoles. Para as b) seus trabalhadores, chamados de artesãos,
colônias delineou-se, entre outras coisas, o es- possuem uma clara idéia de como ocorre todo o
pectro da fome.” processo de produção, trocando freqüentemente
Com base no que diz o texto sobre desestrutu- de função dentro da empresa.
ração das formas originais de produção agríco- c) não mais se baseia no assalariamento, mas no
la na Ásia, África e América Latina e com base regime de parceria.
nos seus conhecimentos sobre a dinâmica da d) tende a absorver maior capacidade técnica e
produção do espaço agrário mundial hoje, é científica, deslocando tarefas para a terceiriza-
correto afirmar: ção.
e) não se preocupa com a produtividade, passan-
a) Essa desestruturação está relacionada ao fato do a intensificar a competitividade
de que os colonizadores europeus se apropriaram
das terras e dos recursos naturais dos colonizados, 7 - (UFPR) Comparando os dois textos a seguir,
impondo-lhes, nos moldes do capitalismo comer- aborde as implicações dos conceitos de flexibili-
cial, uma estrutura produtiva agrária marcada dade, internacionalização e terceirização.
pela Divisão Internacional do Trabalho – DIT, como
colônias agrícolas voltadas à produção de alimen- Texto 1:
tos destinados às metrópoles. “A Inditex, um dos maiores grupos de dis-
b) As raízes desta desestruturação estão relacio- tribuição de moda em nível mundial, conta com
nadas aos fatores étnicos e religiosos locais de mais de 5000 lojas em 77 países na Europa, Amé-
cada país ou região, que marcam, até hoje, uma rica, Ásia e África. Para além da Zara, a maior das
dinâmica agrária fortemente fragilizada e impro- suas cadeias comerciais, a Inditex conta com ou-
dutiva no combate à fome, decorrentes dos cons- tros formatos: Pull&Bear, Massimo Dutti, Bershka,
tantes conflitos tribais. Stradivarius, Oysho, Zara Home e Uterqüe. O seu
singular modelo de gestão, baseado na inovação e _____________________________________
na flexibilidade, e a sua forma de entender a moda _____________________________________
[...] permitiram-lhe uma expansão internacional
rápida e uma excelente aceitação dos seus dife- UNIDADE 6
rentes conceitos comerciais.” Fonte: http://www.
joinfashioninditex.com/joinfashion/, acesso em CAPITALISMO
22/08/2011.
O capitalismo, que surge no final da Idade
Texto 2: Média em substituição ao modo de produção feu-
“Fiscais do Ministério do Trabalho flagraram dal, está associado às atividades comerciais e à
fornecedores da marca de roupas Zara exploran- expansão européia para outros locais do planeta
do bolivianos em condições análogas à escravi- (África, Ásia América e Oceania). Os mecanismos
dão em três confecções no Estado de São Paulo. políticos, sociais e econômicos existentes nessas
De acordo com a SRTE/SP (Superintendência Re- áreas sofreram adaptações de forma bastante de-
gional do Trabalho e Emprego de São Paulo), três sigual no espaço e no tempo, mas as disparidades
fornecedoras foram alvo da investigação – duas na são observadas principalmente entre os países de-
capital paulista e uma em Americana (127 km de senvolvidos e subdesenvolvidos.
SP). As duas oficinas da capital – de propriedade Mesmo com profundos contrastes entre os
de bolivianos, mas que, segundo a SRTE, era de países capitalistas, algumas características são
responsabilidade da Zara – tinham, ao todo, 15 comuns a todos eles, pois elas fazem parte da es-
funcionários e foram fechadas pela SRTE. Os 15 trutura central do sistema capitalista, como:
trabalhadores receberam uma indenização con-
junta no valor de R$ 140 mil. Em uma das oficinas, • Propriedade dos meios de produção: se-
os fiscais chegaram a encontrar uma adolescente tor privado.
de 14 anos trabalhando. Ela só podia sair da ofi- • Objetivo: obtenção de lucros.
cina, que também servia como moradia, após au- • Mecanismo de funcionamento da econo-
torização da chefia do local.” Fonte:http://www1. mia: lei da oferta e da procura.
folha.uol.com.br/mercado/961047-zara-reconhe- • Relação de trabalho: assalariado.
ce-trabalho-irregular-em-3-confeccoes-de-sp.sht- • Meios de troca e instrumento de crédito:
ml,acesso em 22/08/2011. moeda metálica ou papel moeda.
_____________________________________ • Relação social: proprietários x proletários.
_____________________________________
_____________________________________ Para compreender melhor o capitalismo é
_____________________________________ possível distinguir quatro fases: capitalismo co-
_____________________________________ mercial (pré-capitalismo), capitalismo industrial,
_____________________________________ capitalismo financeiro ou monopolista e o capita-
_____________________________________ lismo informacional.
_____________________________________ Cada fase é mercada por características
_____________________________________ particulares com relação às formas de produção,
_____________________________________ trabalho, circulação e consumo de mercadorias.

8 - Qual a atual situação de alguns países emer- AS FASES OU ETAPAS DO CAPITALISMO:


gentes na Ásia e nas Américas perante as novas
mudanças na Divisão Internacional do Trabalho * CAPITALISMO COMERCIAL
e quais mudanças ocorreram nessa segmenta- * CAPITALISMO INDUSTRIAL
ção mundial? * CAPITALISMO FINANCEIRO
_____________________________________ * CAPITALISMO INFORMACIONA
_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________

9 - Como se caracterizou a primeira divisão in-


ternacional do trabalho nos países desenvolvi-
dos?
_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________
CAPITALISMO INDUSTRIAL:

O sistema capitalista só iria se consolidar


no século XVIII, com a substituição da manufatu-
ra pelas máquinas a vapor, iniciada nas indústrias
têxteis da Inglaterra. A mecanização imprimiu um
novo ritmo à produção de mercadorias.

• 1ª Revolução Industrial.
- Líder: Reino Unido.
- Fonte de Energia: Carvão mineral.
- Tipos de Indústria: têxtil, siderúrgica, naval
e carbonífera.
CAPITALISMO COMERCIAL:
• 2ª Revolução Industrial.
A partir do séc. XV, as relações mercantis - Líderes: EUA e Alemanha.
ampliaram-se geograficamente com as grandes - Fontes de Energia: Petróleo e Eletricidade.
navegações e a inserção de novas terras no siste- - Tipos de Indústria: Petrolífera, elétrica, quí-
ma capitalista de produção. mica e de motores.
Desenvolveu-se então a fase do chamado
capitalismo comercial; o ciclo de reprodução do • Aumento do potencial de transformar a na-
capital estava alicerçado principalmente na circu- tureza;
lação e distribuição de mercadorias realizadas en- • Aceleração na circulação de pessoas e mer-
tre as metrópoles e as colônias (Pacto Colonial). cadorias;
Nesse período inaugurou-se a Divisão Inter- • Doutrina econômica: Liberalismo;
nacional do Trabalho (DIT), caracterizada pela pro- • Expansão imperialista na África e Ásia;
dução de matérias-primas nas colônias em troca • Partilha da África (1885 – Conferência de
de manufaturas das metrópoles. Berlim).
O mercantilismo, doutrina econô- • Marxismo
mica e política do capitalismo comercial, criou as
bases de uma nova geografia européia e mundial. Na Ásia também em fins do século XIX, o
Fortaleceu a unificação territorial a partir de um Japão emergiu como potência, sobretudo após a
governo centralizado, dando origem aos Estados ascensão do Imperador Mitsuhito, que deu início a
nacionais modernos europeus. chamada Era Meiji.
Tais Estados fortaleceram-se e acumularam
riquezas com o protecionismo de seus mercados
internos e com o comércio. Com isso, ampliaram-
-se as relações espaciais, baseadas na escraviza-
ção e comercialização dos escravos e na explora-
ção colonial. Nessa época, a riqueza e o poder de
um país eram medidos pela quantidade de metais
preciosos (ouro e prata) que possuíam. Esse princí-
pio ficou conhecido como metalismo.
O mercantilismo foi fundamental para o
desenvolvimento do capitalismo, pois permitiu,
como resultado do comércio altamente lucrativo e
pela exploração das colônias, grande acúmulo de
capitais (acumulação primitiva do capital). O CAPITALISMO MONOPOLISTA:

Durante a Segunda fase da Revolução In-


dustrial, o desenvolvimento da industrialização
em outros países e a aplicação de novas tecno-
logias à produção e ao transporte modificaram capitalismo monopolista.
profundamente a orientação liberal. As novas Dentro da Segunda Revolução Indústria dois
tecnologias foram empregadas nas indústrias me- aspectos ou processos se destacam, ambos típi-
talúrgica, siderúrgica, no transporte ferroviário, cos do século XX: o Taylorismo e, em especial, o
entre outros. Esses setores industriais dependiam Fordismo.
de investimentos maiores que aqueles realizados
na primeira fase da Revolução Industrial. Era ne- O CAPITALISMO INFORMACIONAL:
cessário a união de vários empreendedores para
a produção das novas mercadorias. Boa parte da • 3ª Revolução Industrial - Técnico cientifi-
indústria passou a contar com o capital bancário ca (1970);
ou financeiro. - Líderes: Japão e EUA.
No final do séc. XIX, a fusão entre o capital - Tipo de Indústrias: Informática, Robótica,
industrial e o financeiro e, mesmo a fusão entre Biotecnologia e Telecomunicações.
indústrias, levou ao aparecimento de empresas gi- • Doutrina econômica: Neoliberalismo;
gantescas, os monopólios e oligopólios (empresas • Globalização da economia e dos proble-
de grande porte que se associam para controlar mas mundiais;
o mercado), ocorrendo, com isso, um enfraqueci- • Conhecimento em tecnopólos;
mento da livre concorrência. Pela baixa competi- • Aceleração da produtividade econômica,
tividade, as pequenas empresas, que não acompa- fluxo de capitais e mercadorias;
nharam essa nova tendência do desenvolvimento
econômico capitalista, faliram ou foram absorvi-
das pelas grandes. Nesse período, o estrondoso
aumento da produção através da tecnologia, não
encontrou mercado consumidor correspondente,
o que ocasionou uma queda brutal nos preços,
abalando a bolsa de valores de Nova York. Esse pe-
ríodo ficou conhecido como a Crise de 1929. Essa
crise gerou uma acumulação maior de capital pe-
los monopólios e oligopólios remanescentes.
Para contornar a crise, o Estado passou a
interferir diretamente na economia (Keynesianis-
mo), elaborando planos econômicos, construin- EXERCÍCIOS
do grandes obras públicas, controlando preços,
definindo regras para o mercado, etc. O impacto 1 - (UEL) “Apesar da resistência, que teve mo-
da crise obrigou o Estado a definir políticas espe- mentos brilhantes, a colonização destruiu as
cíficas para a satisfação das necessidades sociais formas autênticas de vida desses países, fratu-
da população. Estrutura-se o chamado Estado do rou seu equilíbrio cultural e material e instalou
bem-estar Social (Wellfare State). Segundo essas uma relação de dependência na qual o capita-
novas determinações, o Estado nacional assumiu lismo europeu, integrado a uma economia e
o papel de mediador nas relações estabelecidas comércio mundiais, saqueou, através de suas
entre a sociedade e as empresas, defendendo os companhias de mineração, mercantis e finan-
interesses dos trabalhadores, consumidores e ceiras, os recursos da África e obrigou seus po-
apoiando as atividades sindicais. vos a trabalhar, não para si próprios, mas para
Em cada setor da economia - petrolífero, o desenvolvimento europeu.” (Enciclopédia do
elétrico, siderúrgico, têxtil, etc - passam a dominar mundo contemporâneo. São Paulo: Publifolha;
alguns grandes grupos. São os trustes. Rio de Janeiro: Editora Terceiro Milênio, 1999.
Quando esses trustes fazem acordos entre p. 100.)A história das antigas colônias euro-
si, estabelecendo um preço comum, dividindo o péias trouxe conseqüências diversas para os
mercados potenciais e portanto inviabilizando a li- países hoje considerados de Terceiro Mundo,
vre concorrência criam uma cartel. Muitos trustes em especial no continente africano. Sobre o
surgidos no final do século XIX e início do século tema, é correto afirmar:
XX, transformaram-se em conglomerados, resul-
tantes de um processo mais amplo de concen- a) A colonização européia implementou políticas
tração e centralização de capitais, de uma brutal de recuperação ambiental para o continente
ampliação e diversificação nos negócios, visando africano.
dominar a oferta de determinados produtos ou b) Com a independência das antigas colônias
serviços no mercado, os conglomerados, são o africanas, as economias locais tornaram-se
exemplo mais perfeito de empresas que atuam no autônomas e bem-sucedidas.
c) A experiência socialista de países como Ango- Estados Unidos, União Européia e Japão.
la, Moçambique e Guiné-Bissau propiciou con- B) Intensa rede de fluxos comerciais e produtivos
dições de vida semelhantes às de países do mantida entre os países que compõem os princi-
Primeiro Mundo. pais blocos econômicos.
d) Fronteiras políticas estabelecidas no período C) Ritmo de crescimento econômico elevado em
de colonização, reunindo povos inimigos com vários países do globo, principalmente nos da
idiomas e costumes diferentes, continuam América Latina.
sendo um dos maiores problemas africanos. D) Exclusão, na medida em que há países que nem
e) Com a retirada dos colonizadores europeus, sequer participam da produção ou das trocas in-
cessaram as guerras e guerrilhas no continen- ternacionais.
te africano.
5 - “Durante grande parte do Breve Século XX, o
2 - (UESPI) O período subseqüente à grande comunismo soviético proclamou-se um sistema
crise de 1929, ocasionada, sobretudo, pela alternativo e superior ao capitalismo, e desti-
superprodução desordenada, levou os Es- nado pela história a triunfar sobre ele. E duran-
tados Unidos a um abrangente projeto de te grande parte desse período, até mesmo mui-
obras públicas implantado pelo Governo tos daqueles que rejeitavam suas pretensões de
Roosevelt, conhecido como “New Deal”. So- superioridade estavam longe de convencidos
bre esse programa, é correto afirmar que: de que ele não pudesse triunfar.”
1. foi inspirado na teoria do economis- HOBSBAWM, Eric. Era dos Extremos: o breve sé-
ta J. Mainard Keynes, que defendia uma culo XX. 1914-1991. São Paulo: Cia das Letras, 1995. Ci-
ampla participação do Estado nas ques- tado por
tões de ordem socioeconômica e política. VICENTINO, Cláudio. História Geral. São Pau-
2. o mercado é que deveria se sobrepor ao Es- lo: Scipione, 1997, p. 371.
tado Nacional com relação ao planejamento
e às diretrizes socioeconômicas e políticas. O texto acima
3. foi inspirado no Plano Marshall, que objetiva-
va expandir os ideais de consumo e de liberda- A) defende que o sistema socialista soviético foi
de de mercado. superior ao sistema capitalista, ao longo do século
Está (ão) correta(s): XX, fato reconhecido pelos próprios ocidentais.
B) refere-se ao prestígio do regime soviético e à
a) 1 apenas disseminação da tese de que o advento do socia-
b) 2 apenas lismo era historicamente inevitável.
c) 1 e 3 apenas C) afirma que as potências capitalistas, embora te-
d) 2 e 3 apenas messem a expansão socialista, tinham convicção
e) 1, 2 e 3 de que o capitalismo era superior e não seria su-
plantado por outro sistema.
3 - O Capitalismo apresenta algumas caracte- D) contrapõe-se a Marx, ao apontar a presença do
rísticas gerais, e estão presentes desde a fase comunismo, na União Soviética, sem a fase transi-
inicial até a fase atual. Indique a opção em que tória do socialismo.
essas características estão presentes.
a) Lucro, trabalho assalariado e propriedade 6 - (CESGRANRIO) Algumas empresas de países
particular capitalistas buscam acordo entre si visando a
b) Uso do carvão mineral, trabalho na indústria e controlar a produção e, principalmente, os pre-
globalização ços no mercado. A esse tipo de integração de-
c) Lei da Oferta e da Procura, trabalho assalariado nominamos:
e propriedade particular
d) Revoluções Industriais, Fusão do capital e os a) Holding
bancos b) Conglomerados
c) Cartel
4 - Em decorrência da estrutura desigual d) Pool
que o capitalismo acarreta, o espaço global e)Truste
é marcado por relações assimétricas e de
dependência entre regiões e países. 7 – (UEL) Embora o sistema capitalista tenha
Essa assimetria NÃO pode ser observada pelo passado por diversas fases desde a sua origem,
seguinte fator: alguns de seus princípios permanecem, como
a divisão social por classes econômicas, que
A) Grande poder de comando exercido pela tríade: assegura o poder econômico e político de uma
classe sobre outra. Sobre o capitalismo, rela- Estados para a superação de crises econômicas
cione suas fases, na coluna da esquerda, com mundiais.
seus contextos, na coluna da direita. d) dissolução frequente das divisões políticas tra-
(I) Comercial. dicionais em decorrência da necessidade de de-
(II) Industrial. senvolvimento do capitalismo.
(III) Financeiro. e) ocorrência de oportunidades de desenvolvi-
(IV) Informacional. mento financeiro do capital a partir de crises polí-
ticas generalizadas.
(A) Ocorreram a expansão imperialista, que cons-
lidou a Divisão Internacional do Trabalho, e a cria- 9 – (UEL) Os principais esportes, a exemplo do
ção dos primeiros laboratórios de pesquisa das futebol, deixaram o amadorismo das primeiras
atuais grandes corporações industriais. competições e deram lugar a negociações de
jogadores, bilheterias, transmissões, licencia-
(B) Os avanços tecnológicos permitiram que os mentos e comercialização de produtos diver-
fluxos de capitais ocorressem sem a necessidade sos.
física do dinheiro, possibilitando um enorme cres- Sobre a relação entre esporte e indústria cultu-
cimento desse setor globalizado. ral, considere as afirmativas a seguir.
I. A indústria cultural, mediada pela diversão, está
(C) Aceleração da circulação de pessoas e merca- presente em diversas modalidades esportivas e
dorias, graças à expansão das redes de transporte exerce influência sobre os consumidores.
terrestre e marítimo, com o trem e o barco a vapor. II. A diversão no capitalismo tardio constitui um
O lucro provinha da produção de mercadorias rea- prolongamento do horizonte do trabalho.
lizada por trabalhadores assalariados. III. A diversão patrocinada pela indústria cultural
está envolta em uma aura que desconsidera os as-
(D) Surgiu no período das grandes navegações e pectos mercadológicos.
dos descobrimentos, das conquistas territoriais IV. A indústria cultural valoriza, mais do que as prá-
e também da escravização e do genocídio de mi- ticas esportivas em si, a audiência e o discurso so-
lhões de nativos da América e da África. bre o entretenimento.
Assinale a alternativa correta.
Assinale a alternativa que contém a associação
correta. a) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
b) Somente as afirmativas II e III são corretas.
a) I-A, II-C, III-B, IV-D. c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
b) I-A, II-D, III-C, IV-B. d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
c) I-B, II-D, III-A, IV-C. e) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.
d) I-D, II-A, III-B, IV-C.
e) I-D, II-C, III-A, IV-B. 10 - (UEL) Acerca dos problemas no uso dos re-
cursos naturais e o desenvolvimento capitalis-
8 – (FUVEST) Foi precisamente a divisão da eco- ta, considere as afirmativas a seguir.
nomia mundial em múltiplas jurisdições políticas, I. O desenvolvimento do capitalismo industrial ba-
competindo entre si pelo capital circulante, que deu seou-se no uso de fontes de energia limpa como
aos agentes capitalistas as maiores oportunidades principal elemento para a realização da produção.
de continuar a expandir o valor de seu capital, nos II. Elementos da natureza, como madeira e miné-
períodos de estagnação material generalizada da rios, serviram para estruturar mecanismos colo-
economia mundial. Giovanni Arrighi, O longo sé- niais de dominação.
culo XX. Dinheiro, poder e as origens do nosso III. No mundo atual, a consciência ecológica e a re-
tempo. Rio de Janeiro/São Paulo: Contraponto/ ciclagem de materiais são insuficientes para deter
Edunesp, p.237, 1996. o consumo desenfreado dos recursos naturais.
Conforme o texto, uma das características mais IV. O capitalismo é racional no espaço de cada uni-
marcantes da história da formação e desenvol- dade produtiva e anárquico no plano social, pois
vimento do sistema capitalista é a o capitalista contempla apenas o seu interesse in-
a) incapacidade de o capitalismo se desenvolver dividual.
em períodos em que os Estados intervêm forte- Assinale a alternativa correta.
mente na economia de seus países.
b) responsabilidade exclusiva dos agentes capi- a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
talistas privados na recuperação do capitalismo, b) Somente as afirmativas I e III são corretas.
após períodos de crise mundial. c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
c) dependência que o capitalismo tem da ação dos d) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

11 - Quais são as fases do capitalismo e quais


suas principais características?
_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________
12 - A partir da segunda metade do século XX
novas transformações no sistema econômico
internacional ocorreram alterando a dinâmica
financeira entre os países. Caracterize esse pe-
ríodo e cite algumas mudanças desse momento.
_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________

GABARITOS – GEOGRAFIA GERAL


UNIDADE 1
1A / 2A/ 3A/ 4D/ 5A/ 6E

UNIDADE 2
1A/ 2C/ 3A/ 4VFVV/ 5C/ 6C/ 7C/ 8D/ 9B

UNIDADE 3
1B/ 2C/ 3C/ 4B/ 5E/ 6A/ 7D/ 8C/ 9B /10E

UNIDADE 4
1D/ 2VVFVV/ 3A/ 4E/ 5B/ 6C/ 7C

UNIDADE 5
1E/ 2B/ 3D/ 4A/ 5B/ 6B/ 7E

UNIDADE 6
1D/ 2A/ 3A/ 4A/ 5B/ 6B/ 7E/ 8C /9E /10E
GEOGRAFIA DO BRASIL
UNIDADE 1
O TERRITÓRIO BRASILEIRO UNIDADE 4
HIDROGRAFIA
UNIDADE 2
GEOLOGIA UNIDADE 5
INTRODUÇÃO A CLIMATOLOGIA
UNIDADE 3
ESTRUTURA GEOLOGICA DO BRASIL E UNIDADE 6
GEOMORFOLOGIA CLIMAS DO BRASIL
UNIDADE 1 No aspecto continental, o Brasil está loca-
lizado na porção Centro-Oriental da América do
Sul, fazendo fronteira com quase todos os países
O TERRITÓRIO BRASILEIRO do continente, menos Equador e Chile.
Apresenta extenso litoral, 7.408 km (9.198
km se contadas todas as saliências e reentrâncias),
1. INTRODUÇÃO banhado pelas águas do mais importante e nave-
gado oceano, o Atlântico, desde o Cabo Orange, na
foz do Rio Oiapoque, no Amapá, até a foz do Arroio
Com uma área total de 8.514.876 km² o Bra- Chuí no Rio Grande do Sul.
sil coloca-se entre os maiores países do mundo,
sendo o quarto em terras continentais e o quinto
em terras descontínuas. 2.1 PONTOS EXTREMOS

Área em Norte
Os maiores Países do Mundo
km2 Nascente do rio Ailã – 5º16’19” – N
1. Federação Russa 17.075.400 Na serra do Caburaí, fronteira de RR com a Guiana.
2. Canadá 9.970.610
3. República Popular da China 9.552.900
4. Estados Unidos da América* 9.372.614
Sul
5. República Federativa do Brasil 8.514.876
Uma curva do Arroio Chuí – 33º45’09” – S
6. Comunidade da Austrália 7.662.300 Divisa do RS com o Uruguai.
7. República da Índia 3.287.782
8. República Argentina 2.780.092
9. República Democrática do Sudão 2.505.813
Leste
10. República Islâmica da Argélia 2.381.741
Ponta Seixas no Cabo Branco – 34º45’54” – L
*Nesta área estão acrescentados Alasca e Ha- No litoral da PB.
vaí.

2. BRASIL - POSIÇÃO GEOGRÁFICA, LIMITES E


PONTOS Oeste
Nascente do Rio Moá – 73º59›32» – O
Serra da Contamana ou Divisor, na fronteira do AC
com o Peru.

Ao considerarmos as coordenadas geográ-


ficas dos pontos extremos do país, percebemos
que as distâncias norte-sul e leste-oeste se equi-
valem, sendo praticamente iguais.
Distância norte-sul – 39º 01› 28» – 4.320 km.
Provoca diferentes zonas climatobotânicas.
Distância leste-oeste – 39º 13› 38» – 4.328
km. Provoca diferentes fusos horários (3 fusos).

O território brasileiro é atravessado por dois


importantes paralelos: O Equador e o Trópico de
Capricórnio.
O Equador corta o Norte do país, cruzando
terras de quatro Estados brasileiros: Amazonas,
Cerca de 93% do território brasileiro está inserido no
hemisfério Sul (austral/meridional) e apenas 7% no
Pará, Roraima e Amapá. Assim, o Brasil possui
hemisfério Norte (boreal/setentrional). Em relação a terras nos dois hemisférios, Norte e Sul, estando
Greenwich, todo o País pertence ao hemisfério oci- a maior parte, cerca de 93% do seu território, no
dental ou oeste. Hemisfério Sul.
3. BRASIL - ZONAS DE TEMPERATURA faixa sudoeste do estado do Amazonas e todo o
Acre.
O Trópico de Capricórnio cruza o Sul do país,
atravessando terras dos Estados de São Paulo,
Paraná e Mato Grosso do Sul, fazendo com que o
Brasil tenha terras na Zona Intertropical (92%) e a
Zona Temperada (8%). Desta forma o Brasil se co-
loca como um país tipicamente tropical, sendo o
maior país tropical do mundo.

5. DIVISÃO POLÍTICA DO BRASIL


4. FUSOS HORÁRIOS

Devido à grande extensão Leste-Oeste, O Brasil é uma República Federativa, com-


o Brasil é atravessado por quatro fusos horá- posto por 26 estados e o Distrito Federal.
rios, conforme estabelecido na Lei nº 12.876, de Possui 17 estados litorâneos e 9 interiora-
30/10/2013, sendo que todos eles possuem horas nos. Dos estados litorâneos o Piauí possui o me-
atrasadas em relação a Greenwich, o que é deter- nor litoral e a Bahia, o maior. Entre os estados
minado pelo fato de o Brasil estar totalmente si- litorâneos, possuem capitais interioranas: Piauí
tuado a Oeste de Greenwich ou Londres (Hemisfé- – Teresina, São Paulo – São Paulo, Paraná – Curiti-
rio Ocidental). ba e Rio Grande do Sul – Porto Alegre. São Luís no
Maranhão, Vitória no Espírito Santo e Florianópolis
em Santa Catarina e os demais estados litorâneos
1º Fuso Horário Brasileiro - contém as ilhas possuem capitais estaduais insulares.
oceânicas do país (arquipélago de Fernando de
Noronha, Atol das Rocas, Penedos de S. Pedro e S.
Paulo, Trindade e Martim Vaz). É o menos impor- 6. REGIONALIZAÇÃO DO BRASIL
tante, por abranger uma diminuta área e muito
pequena população. É o segundo fuso a Oeste de 6.1 DIVISÃO REGIONAL OFICIAL DO BRASIL
Greenwich, estando, portanto, duas horas atrasa-
do em relação ao meridiano principal.
Essa regionalização divide o território brasi-
leiro em cinco macrorregiões. Foi elaborada pelo
2º Fuso Horário Brasileiro - abrange todos os Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística –
estados da região Nordeste, Sudeste, Sul, além do IBGE na década de 40, sofrendo algumas modifica-
Distrito Federal, Goiás, Tocantins, Amapá e todo o ções de critérios e, conseqüentemente, limites, ao
estado do Pará. longo do tempo. Na última revisão feita pelo IBGE,
em 1988, foram firmadas como critérios principais
as condições econômicas, demográficas e natu-
3º Fuso Horário Brasileiro - compreende os rais, sempre respeitando os limites territoriais dos
estados de Roraima, Rondônia, Mato Grosso, Mato estados. As regiões são compostas da seguinte
Grosso do Sul e praticamente todo o estado do forma:
Amazonas. Região Norte: formada por 7 estados: Ama-
zonas, Pará, Roraima, Amapá, Rond
ônia, Tocantins e Acre.
4º Fuso Horário Brasileiro – compreende a
Região Nordeste: formada por 9 estados:
Maranhão, Bahia, Piauí, Ceará, Rio Grande do Nor-
te, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. O ar-
quipélago de Fernando de Noronha pertence poli-
ticamente ao estado de Pernambuco.
Região Centro Oeste: formada pelo Distri-
to Federal, onde se encontra a capital Brasília e 3
estados: Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Região Sudeste: formada por 4 estados:
Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São
Paulo.
Região Sul: formada por 3 estados: Paraná,
Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Amazônia – abrange cerca de 5.000.000


km2 e coincide com a área de atuação da SUDAM
(Superintendência para o Desenvolvimento da
Amazônia). Pode ser caracterizada pelo predomí-
nio do clima equatorial da floresta amazônica e da
bacia Amazônica. Sua população é pequena e sua
densidade muito baixa. A economia baseia-se em
extrativismo vegetal e mineral e na agropecuária
(setor primário).
Assim, a Amazônia representa a região que
durante séculos foi deixada de lado, embora nos
dias de hoje vem sendo intensamente ocupada
num processo de destruição de suas matas, aos
poucos substituídas pelas lavouras de grãos, prin-
6.2 REGIÕES GEOECONÔMICAS OU COM- cipalmente a soja.
PLEXOS REGIONAIS Nordeste – abrange cerca de 1.500.000 km2
e de modo geral coincide com a área de atuação
da SUDENE (Superintendência de Desenvolvimen-
Além da divisão regional oficial do IBGE, que to do Nordeste), compreendendo toda a região
obedece aos limites das unidades políticas, há Nordeste (exceto o Oeste do Maranhão) e mais o
uma outra, que foi criada pelo geógrafo do IBGE Norte de Minas Gerais. Pode ser caracterizada
Pedro Pinchas Geiger em 1967. Nessa divisão ba- pela semiaridez, pelo antigo povoamento e pelos
seada na formação histórica do Brasil e em seus contrastes naturais e sócio-econômicos, apresen-
aspectos econômicos, são definidas três vastas re- tando a seguinte divisão: Meio-Norte ou Nordeste
giões cujos limites não coincidem necessariamen- Ocidental (Maranhão e Piauí) e Nordeste Oriental,
te com as fronteiras estaduais. Essas três regiões subdividido em Sertão, Agreste e Zona da Mata.
são: Amazônia, Nordeste e Centro-Sul e, de certo O Nordeste representa a porção territorial
modo, ainda refletem a realidade sócio-econômi- de ocupação econômica mais antiga do país. No
ca atual do país. passado já contou com a maioria da população
nacional, mas a partir do século XIX vem fornecen-
do grande número de migrantes para as demais
regiões.

Centro-Sul – com cerca de 2.000.000km2,


dois terços da população do país, o Centro-Sul
abrange Goiás, Mato Grosso do Sul e mais as re-
giões Sudeste e Sul. É a porção mais desenvolvida
economicamente, dinâmica e urbanizada do país,
embora apresente diversos contrastes sócio-eco-
nômicos em seu interior. Sua economia é predomi-
nantemente industrial e agropecuária, possuindo a) O Brasil está localizado na América do Sul e é
também destaque na mineração e no setor terciá- banhado somente pelo oceano Atlântico.
rio (o mais desenvolvido do país). b) Dos países sul-americanos, somente Chile e
O Centro-Sul é a região que mais se desen- Equador não possuem fronteira o Brasil.
volveu após a independência e a abolição da es- c) A porção sul do Brasil é cortada pela linha do
cravatura. É a parte mais industrializada e urbani- Equador, mais precisamente nos estados Amapá,
zada do Brasil. Pará, Roraima e Amazonas.
d) Bolívia e Peru estão localizados a oeste do terri-
EXERCÍCIOS tório brasileiro.
e) O Trópico de Capricórnio corta o território brasi-
1- O Brasil é o maior país em extensão territo- leiro na porção sul.
rial da América do Sul, possuindo fronteira com
vários países deste subcontinente. Marque a
alternativa que corresponde corretamente aos 4- (UFPEL-RS). Devido à sua grande extensão
dois países sul-americanos que não se limitam territorial, o Brasil apresenta muitos contras-
com o território Brasileiro: tes, seja em aspectos físicos, econômicos ou
humanos. Com base nessas diferenças, o IBGE
a) Peru e Equador (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)
b) Suriname e Colômbia dividiu o país em cinco regiões há cerca de trin-
c) Chile e Equador ta anos. As regiões identificadas pelo IBGE são
d) Argentina e Uruguai as seguintes:
e) Peru e Chile I. Norte
II. Centro-Oeste
III. Nordeste
2- (FUVEST-adaptada). Em consequência da IV. Sudeste
grande extensão territorial, da posição geográ- V. Sul
fica e da configuração do seu território, o Brasil
é abrangido por quatro fusos horários, delimi- Analise as seguintes afirmações sobre a divisão
tados no mapa. regional do Brasil.
( ) É uma região de contrastes nos aspectos natu-
rais, humanos e econômicos. Ela apresenta áreas
chuvosas e áreas de clima semiárido. Além disso,
quase um quarto da população vive na miséria,
enquanto uma pequena parcela detém parte das
riquezas. Ela contribui muito com a migração para
outras regiões.
( ) É a região mais extensa do país, embora apre-
sente baixa densidade demográfica. Nessa região
predominam aspectos naturais, floresta densa e
heterogênea, clima quente e úmido, rios extensos
e caudalosos, os quais drenam terras geralmente
de altitude pouco elevada. Ela equivale a cerca de
60 % do território brasileiro.
( ) Região que corresponde a 6,8 % do território
brasileiro, mas é a segunda em importância eco-
Assim, quando em São Paulo forem 12 horas, nômica. Ela apresenta uma densidade demográ-
em Manaus e São Luís serão respectivamente: fica significativa, com mais de 41 hab/km2. Nessa
região, destaca-se o predomínio de um clima sub-
a) 12 e 11 horas. tropical.
b) 12 e 13 horas. ( ) Região mais povoada do Brasil, a qual possui
c) 11 e 13 horas. quase 43% da população brasileira e concentra a
d) 11 e 12 horas. maior produção agrícola e industrial do país, as-
e) 13 e 12 horas. sim como a maior rede de transportes. É nessa re-
gião que podemos observar melhor a diversidade
espacial resultante do desigual desenvolvimento
3-Assinale a alternativa incorreta. do país.
( ) Esta região corresponde a quase 19% do terri-
tório brasileiro. Pouco povoada, apresenta uma
densidade demográfica de 6,8 hab/km2. Foi des- Geografia e Estatística que combinou as caracte-
bravada nos séculos XVII e XVIII pelos bandeiran- rísticas econômicas, naturais e demográficas e
tes, que procuravam pedras e metais preciosos. respeitou os limites político-administrativos.
Desde a década de 1960, a região atrai imigrantes d) O complexo da Amazônia, número 1, com gran-
por oferecer grande quantidade de terras a serem de biodiversidade, corresponde a fronteira de ex-
exploradas. pansão da economia brasileira e por isso de gran-
Escolha a alternativa que apresenta a relação de interesse do capital nacional e internacional.
correta entre as regiões e suas características.
7- Considerando os dados apresentados, iden-
(a) I, II, V, III e IV. tificar a alternativa que contém, corretamente
(b) II, III, IV, V e I. indicadas, as regiões brasileiras que substi-
(c) V, III, I, II e IV. tuem os números 1, 2 e 3 na ordem da tabela.
(d) III, I, V, IV e II.
(e) IV, I, III, II e V.

5- (FUVEST) Os Estados do Espírito Santo, Mara-


nhão e Paraná pertencem, respectivamente, às
seguintes regiões brasileiras:

a) Sudeste, Norte, Sul.


b) Nordeste, Norte, Sudeste. a) Centro-Oeste, Nordeste e Sul.
c) Leste, Nordeste, Sudeste. b) Centro-Oeste, Sudeste e Sul.
d) Sudeste, Nordeste, Sul. c) Norte, Nordeste e Sudeste.
e) Leste, Sudeste, Centro-Oeste. d) Sudeste, Sul e Nordeste.
e) Norte, Sudeste e Sul.

6- Observe atentamente a figura a seguir:


8- (UFC-CE) A regionalização do espaço brasilei-
ro tem sido trabalhada pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e estatística (IBGE) e por especia-
listas geógrafos que tem apresentado, ao longo
dos anos, diferentes propostas de divisão re-
gional. Sobre o referido assunto, responda aos
itens a seguir.

a)Cite a atual divisão regional adotada pelo


IBGE.
_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________

A dinâmica regional brasileira impulsionada b)Cite a divisão das regiões geoeconômicas (ou
pelo Sudeste fez com que surgisse uma propos- complexos regionais) no Brasil (proposta do
ta de divisão do país em três complexos regio- geógrafo Pedro Pinchas Geiger).
nais, conforme explicita a figura. _____________________________________
Sobre ela é correto afirmar, exceto: _____________________________________
a) O Nordeste, indicado pelo número 2, abrange _____________________________________
sub-regiões diferenciadas, como é o caso do Ser- _____________________________________
tão Nordestino e da Zona da Mata, caracterizadas _____________________________________
pela semiaridez e pelas chuvas, respectivamente.
b) O Centro-Sul, região número 3, considerado
como o coração do Brasil, concentra a maior parte c)Sobre as divisões regionais relacionadas nos
da população nacional, da produção industrial e itens anteriores (divisão regional adotada pelo
da agropecuária. IBGE e complexos regionais), aponte as diferen-
c) A delimitação dos complexos regionais foi fei- ças básicas quanto aos critérios para a delimi-
ta seguindo a proposta do Instituto Brasileiro de tação do espaço.
_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________

UNIDADE 2
GEOLOGIA

Os geólogos comparam nosso planeta a um


organismo vivo. Sabe-se que ao longo da evolução O quadro a seguir descreve os principais
geológica da Terra, os continentes mudaram sua eventos geológicos do planeta Terra (analise-o e
posição e configuração, o relevo e a hidrografia fo- entenda-o). Em todo esse processo evolutivo, a
ram se estruturando e remodelando e os ecossis- crosta terrestre modificou-se constantemente,
temas sofreram grandes transformações, acom- tanto nas formas de relevo quanto na composição
panhando as mudanças climáticas ocorridas ao e nos tipos de rochas.
longo de milhões de anos.
Desde que a humanidade iniciou sua aven-
tura, há cerca de 2 milhões de anos, o planeta não
passou por mudanças naturais significativas. A
história geológica da Terra tem aproximadamen-
te 4,6 bilhões de anos, sendo, portanto muito
mais longa do que o tempo de existência da es-
pécie humana. Foi esse o tempo necessário para
a atual configuração do meio natural, ou seja, do
conjunto das rochas, solos, relevo, hidrografia, cli-
ma e vegetação da superfície, que até o surgimen-
to da sociedade moderna, principalmente com o
início da Revolução Industrial, mantinha-se em
pleno equilíbrio.

Bastaram pequenos intervalos, de séculos


ou até mesmo décadas para que a humanidade
deixasse sua marca nítida pela superfície terres-
tre, através de lastimáveis impactos ambientais
provocados por um processo desenvolvimentista
a qualquer custo. Casos como o da bomba de Hi-
roshima e Nagasaki (Japão), do acidente nuclear
de Chernobyl (Ucrânia) e do vazamento do petro-
leiro Exxon Valdez (Alaska-EUA) são algumas das
agressões humanas provocadas em escala plane-
tária.
Mesmo diante de tal interferência, a nature-
za segue o seu caminho, firme em seu propósito
de manter uma dinâmica constante na transfor- 2. A ESTRUTURA DA TERRA
mação do relevo terrestre, sempre em conjunto A estrutura do planeta Terra pode ser com-
com todos os elementos do meio, conforme es- parada a um ovo: a casca, extremamente fina, se-
quema abaixo, onde o homem, aparentemente de ria a crosta terrestre, com uma espessura média
fora, é parte integrante do conjunto, sendo apenas de 25 km (por volta de 6 km em algumas partes
simbolizada a parte para demonstrar a sua impor- do assoalho oceânico e de 70 km nas regiões de
tância atual na transformação do meio, imprimin- cadeias de montanhas). O manto, com 2870 km de
do ações e sofrendo consequências diretas das espessura, é formado por magma pastoso e denso,
mesmas. em estado de fusão, e pode ser comparado à clara
do ovo. Por fim, o núcleo, comparável à gema, é
a parte mais densa do planeta, formada predomi-
nantemente por níquel e ferro, por isso também
é chamada de nife, e é subdividida em duas par- a incorporação de outros elementos e na década
tes: núcleo externo, em estado de fusão, e núcleo de 1960, chegou-se a complexa teoria da Tectô-
interno, que, apesar das elevadas temperaturas, nica de Placas (veja a figura a seguir).
está em estado sólido devido à grande pressão.
Imaginemos que esse ovo foi cozido e, logo
em seguida, teve sua casca rachada. Essa casca
rachada representa as placas tectônicas e as ra-
chaduras os limites entre essas placas.
Observe a figura que mostra as camadas da
terra, a primeira (a casca do ovo) é chamada de li-
tosfera e compreende as placas rígidas e móveis.
Logo abaixo da litosfera, há outra camada
chamada de astenosfera, que faz parte do manto
superior e é constituída por rochas parcialmente
fundidas. Essas características dão mobilidade às
placas da litosfera.

A atual teoria entende que, além do dito an-


teriormente, a superfície passa por um constante
processo de destruição e construção dessas pla-
cas. O contato entre as placas pode ser de três
formas: Convergentes (onde as placas se chocam
e surgem as maiores altitudes do planeta, ex: Cor-
dilheira dos Andes), essas áreas são conhecidas
como zonas orogenéticas (formadoras de monta-
nhas); Divergentes (onde as placas estão se afas-
tando e há a construção da superfície, ex: Dorsal
Atlântica); e Transformante (onde uma placa se
desloca paralelamente a outra, ex: falha de Santo
André nos EUA). Estes tipos de limites podem ser
2.1 DERIVA CONTINENTAL observados na figura a seguir:

Em 1910, Alfred Wegener, um meteorologis-


ta alemão, ao observar a coincidência dos con-
tornos da América do Sul e da África, começou a
pensar na possibilidade da união pretérita desses
continentes. A partir dessas hipóteses Wegener
começou a pesquisar sistematicamente com o ob-
jetivo de levantar dados que sustentassem a idéia
dessa união e encontrou três indícios:
*Rochas iguais nos dois continentes;
*Fósseis de animais extintos, da mesma
espécie, foram encontrados em áreas corres-
pondentes dos dois litorais.
*Possibilidade de explicação de fatos an-
tes inexplicáveis, como a ocorrência de carvão 3. CICLO DAS ROCHAS
mineral na Groenlândia (o carvão se forma ape- É importante que entendamos que as
nas em ambientes de florestas equatoriais). rochas da superfície terrestre são criadas em
De acordo com sua teoria, os continentes um processo cíclico (descrito abaixo), e que
(menos densos que o restante do material) flu- a todo o momento elas estão sendo criadas e
tuam sobre o material mais denso. Essa teoria teve destruídas. Quanto à gênese, as rochas podem
ser classificadas como magmáticas, sedimentares pontes terrestres, agora submersas, para ex-
e metamórficas. plicar as semelhanças entre as floras e fau-
nas da América do Sul e da África. De acordo
com a teoria da tectônica de placas, toda a
superfície da Terra, inclusive o fundo dos vá-
rios oceanos, consiste em uma série de pla-
cas rochosas sobrepostas. Os continentes
que vemos são espessamentos das placas
que se erguem acima da superfície do mar.
Adaptado de: DAWKINS, R. O Maior Espetáculo da Terra. São
Paulo: Companhia das Letras, 2009. p.257-258.

Rochas magmáticas: São originadas pela


solidificação do magma. Quando o resfriamento Figura 1: Mapa de Placas Tectônicas.
do material magmático se dá na superfície, as ro- (SIMIELI, Maria Helena.  Geoatlas. São Paulo: Ática, 2000.)
chas são classificadas como magmáticas extrusi-
vas ou vulcânicas, é o caso do basalto. Quando o
resfriamento se dá abaixo da superfície, as rochas
originadas são classificadas como magmáticas
plutônicas ou intrusivas. Por exemplo: o granito.
Rochas sedimentares: são formadas a
partir do transporte, acúmulo e consolidação
de partículas sedimentares (areia e lama). O Figura 2: Mapa de Zonas Sísmicas e Vulcões.
processo de transformação dos sedimentos em (SIMIELI, Maria Helena. Geoatlas. São Paulo: Ática, 2000.)
rocha recebe o nome de litificação. O grupo das
rochas sedimentares é o mais importa para os
paleontólogos, visto que é nele que há maior
incidência de fósseis. Um exemplo de rocha Com base nas informações contidas no texto,
sedimentar é o arenito. nos mapas e nos conhecimentos sobre placas
Rochas metamórficas: podem se originar tectônicas, considere as afirmativas a seguir.
de qualquer rocha preexiste. Para que ocorra a
transformação, é necessário o aumento da tem-
peratura e pressão na rocha matriz, ocasionando I. As placas tectônicas que dividem as Américas da
a reorganização dos minerais instáveis em outros Europa e da África são divergentes, comprovando
minerais estáveis. O granito metamorfizado dá a teoria de Wegener, segundo a qual os continen-
origem ao gnaisse e o calcário transforma-se em tes estão se afastando.
mármore. II. As áreas de subducção são locais de encontro de
placas tectônicas, resultando em formação de ca-
Obs.: tanto as rochas magmáticas quanto deias de montanhas, como os Andes e o Himalaia.
metamórficas, caso sejam muito antigas, podem III. As áreas propensas a tsunamis, como Tai-
ser consideradas como rochas cristalinas, onde é lândia e Japão, coincidem com as faixas de in-
comum a ocorrência de minerais metálicos. cidência de choques entre placas tectônicas.
IV. O Brasil não sofre a influência de tsunamis ape-
sar de possuir um vasto litoral e de localizar-se em
EXERCÍCIOS uma área de instabilidade tectônica.
Assinale a alternativa correta.

1-(UEL) Até a segunda metade do século XIX, a) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
pensava-se que o mapa do mundo fosse prati- b) Somente as afirmativas II e III são corretas.
camente uma constante. Alguns, porém, admi- c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
tiam a possibilidade da existência de grandes d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas. 4- (UEM) Sobre o planeta Terra, sua idade e evo-
lução, assinale verdadeiro ou falso:

2) Leia o texto abaixo e assinale o que for cor- ( ) A Terra se originou há, aproximadamente, 9,6
reto. bilhões de anos, juntamente ao início da formação
do universo. As primeiras formas de vida na Terra
surgiram na Era Mesozoica. Atualmente, encontra-
Já em 1620, o inglês Sir Francis Bacon regis- mo-nos na Era Paleozoica, no período Cretáceo.
trava a similaridade entre o contorno litorâneo da
África ocidental e o do leste da América do Sul. Mas ( ) O método de datação realizado a partir do car-
apenas em 1912, o geólogo alemão Alfred Wegener bono quatorze (C14), que é um elemento radioati-
formulou a hipótese da deriva continental, basean- vo absorvido pelos seres vivos, é muito utilizado
do-se em algumas evidências fósseis e semelhanças para a investigação da idade de achados arqueoló-
entre as estruturas de relevo. gicos mais recentes, de origem orgânica, pois sua
(MAGNOLI, D. Geografia para o Ensino Mé- meia-vida é de 5.700 anos.
dio. São Paulo: Atual, 2008.p.30.)
( ) O tempo geológico é dividido em Éons, Eras, Pe-
ríodos e Épocas. A sua sistematização cronológica
O texto refere-se à hipótese, mais tarde com- é conhecida como escala de tempo geológico. A
provada, da deriva continental, que consiste: partir dessa sistematização, foi possível estabele-
cer uma sucessão de eventos desde o presente até
a formação da Terra.
a) na transformação dos continentes a partir da
ação erosiva das águas dos mares e dos oceanos. ( ) A deriva dos continentes iniciou-se na Era Ceno-
b) na teoria de que um dia os continentes forma- zoica, por volta de 100 mil anos atrás, quando só
ram um único conjunto de terras emersas, deno- existia um único continente chamado de Gondwa-
minado “Pangeia”. na. Posteriormente, no Holoceno, esse continente
c) na teoria de que a Terra é um sistema estático se dividiu em cinco outros continentes, chegando
e que a posição atual dos continentes evidencia à configuração atual.
esse fato.
d) no postulado de que as placas tectônicas en-
contram-se em constante movimento, que será 5) (IFPE) Geocientistas estimam que, a cada
responsável por unir todos os continentes daqui a ano, o Himalaia cresça cerca de 4 mm de altu-
alguns milhões de anos. ra. É um fenômeno imperceptível aos olhos
e) na junção de ilhas oceânicas que, após milhões humanos, mas que ocorre há milhões de anos,
de anos, deu origem aos continentes. contribuindo para a formação dessa importan-
te estrutura geológica. O movimento tectônico
responsável pela formação das cadeias de mon-
3) (UEM) Sobre as rochas que compõem a crosta tanhas, como a do Himalaia, é conhecido como:
terrestre, assinale a alternativa correta.
a) Orogênese
a) As rochas sedimentares formaram-se pelo res- b) Diagênese
friamento e pela solidificação de minerais da cros- c) Fotogênese
ta terrestre, isto é, o magma. d) Paleogênese
b) As rochas metamórficas formaram-se a partir e) Antrogênese
das transformações sofridas pelas rochas magmá-
ticas e sedimentares quando submetidas ao calor
e à pressão do interior da Terra. 6) (UFRR) As rochas, assim como outros compo-
c) As rochas magmáticas formaram-se a partir da nentes do meio natural, são classificadas por
compactação de sedimentos de outras rochas. meio de critérios específicos, permitindo agru-
d) O arenito e o calcário são exemplos de rochas pá-las segundo características semelhantes.
metamórficas. Uma das principais classificações é a genética,
e) O gnaisse e o mármore são exemplos de rochas em que as rochas são agrupadas de acordo com
sedimentares. o seu modo de formação na natureza. Sob este
aspecto, as rochas se dividem em três grandes
grupos:
a) Calcárias, basálticas e graníticas;
b) Crostáticas, continentais e oceânicas;
c) Areníticas, vulcânicas e radioativas; _____________________________________
d) Ígneas, sedimentares e metamórficas;
e) Neolíticas, terciárias e quaternárias 9 -(FUVEST)

7) (UFC-RS) A crosta terrestre é constituída por


grande variedade de rochas, classificadas em
ígneas, metamórficas e sedimentares, exempli-
ficadas no rupo a seguir:

I. granito e Basalto
II. gnaisse e mármore
III. Arenito e Calcário

Assinale a alternativa que indica, respectiva-


mente, exemplos de rochas ígneas e sedimen-
tares:
Em maio de 2008, um terremoto, de 7,8 graus
a) II e III. na escala Richter, atingiu severamente a Pro-
b) I e II. víncia de Sichuan (China), matando milhares de
c) III e I. pessoas. Em janeiro de 2009, um tremor de ter-
d) II e I. ra, de 6,2 graus, atingiu a Costa Rica, causando
e) I e III. prejuízos materiais, além de ceifar vidas.
Em setembro de 2009, tremores de terra, de 7,6
graus, atingiram a Indonésia, provocando mor-
8-(UNIFESP) Observe a imagem, leia o texto e tes e danos materiais.
responda. Considerando o mapa, os fatos acima citados e
seus conhecimentos, responda:
a) Quais os principais fatores que geram ativi-
dades sísmicas no planeta?
_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________
  _____________________________________
(http://revistaescola.abril.com.br)
b) Por que, no Brasil, as atividades sísmicas são,
 De acordo com a teoria das placas tectônicas, predominantemente, de baixa intensidade?
a crosta terrestre está dividida em placas de _____________________________________
espessura média de 150 km, que flutuam sobre _____________________________________
o substrato pastoso, a astenosfera. (Almeida e _____________________________________
Rigolin, 2005. Adaptado.) _____________________________________
  _____________________________________
a) Qual a relação existente entre a teoria da de-
riva dos continentes e a teoria das placas tec-
tônicas? UNIDADE 3
_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________ ESTRUTURA GEOLÓGICA DO BRASIL E GEO-
_____________________________________ MORFOLOGIA
_____________________________________

1. INTRODUÇÃO
b) Quais são os três tipos de limites entre as pla-
cas tectônicas? A estrutura geológica é a contraposição das
_____________________________________ forças internas e externas do planeta Terra que
_____________________________________ formam grandes corpos rochosos que sustentam
_____________________________________ as formas da superfície. O conhecimento da es-
_____________________________________ trutura geológica do território brasileiro é de suma
importância para podermos compreender o re- classificam-se em detríticas (resultantes de detri-
levo de nosso País, e atuar de maneira coerente, tos de outras rochas, como arenito e argila); quí-
explorando de maneira mais adequada possível os micas (sal gema) e as orgânicas / pseudorochas
recursos naturais, evitando desgastes, processos (carvão-mineral). Cerca de 64% da estrutura do
erosivos, ou seja, impactos que sejam prejudiciais Brasil é composta por esse tipo de rocha. Tais es-
à economia e ao meio ambiente. truturas ou províncias geológicas são chamadas
de Bacias Sedimentares. No território brasileiro,
identificam-se oito bacias Sedimentares: Amazô-
2. TIPOS DE ROCHAS E ESTRUTURA GEOLÓ- nica, Meio Norte, Recôncavo, São-Franciscana,
GICA Pantanal, Paranáica, Central e Litorânea. Sua im-
Na superfície brasileira, identificamos os portância econômica relaciona-se com a possi-
três tipos de rochas encontrados na superfície bilidade de ocorrências de combustíveis fósseis,
terrestre: metamórfica, magmática e sedimentar, como o petróleo, gás natural e o carvão mineral.
também podemos identificar três estruturas geo-
lógicas no Brasil: sedimentar, vulcânica e cristali-
na. As rochas vulcânicas, originadas do rápido
resfriamento do magma na superfície, como o ba-
salto e o diabásio, ocorrem, sobretudo, na porção
meridional do país é explicada pela ocorrência no
Mesozóico de intenso derrame de lavas vulcânicas
na região.
As rochas vulcânicas, por vezes, sofrem in-
temperismo (desagregação físico química das ro-
chas), dando origem a um dos solos mais férteis do
país, a chamada terra-roxa.

ESTRUTURA GEOLÓGICA
As rochas cristalinas, como o granito, ori- DO BRASIL
ginaram-se do lento resfriamento do magma1
(material em fusão no interior da crosta), durante
o Pré-Cambriano e, juntamente com rochas meta-
mórficas antigas, compõem os chamados escu-
dos cristalinos
No Brasil, as rochas cristalinas afloram em
cerca de 36% da superfície brasileira. Tais estru-
turas ou províncias geológicas são chamadas de
Escudos ou Núcleos (aglomerados rochosos me-
nores). De forma genérica, identificam se dois
grandes escudos no Brasil: o Guiano e o Brasi-
leiro, sendo este último dividido em uma série de
núcleos.

Os escudos cristalinos são divididos em


dois grupos: os terrenos da era Arqueozóica que 3 OS AGENTES FORMADORES DO RELEVO
correspondem a 32% da estrutura geológica brasileira TERRESTRE
e os da era Proterozóica que representam 4%. Nos
terrenos Arqueozóicos predominam as rochas magmá-
ticas (granito) e metamórficas (gnaisse). Nos terrenos O relevo é formado pela atuação de forças
da era Proterozóica encontram-se, normalmente, oriundas do interior do planeta (endógenos) e,
recursos minerais metálicos (ferro, manganês, também, de fora (exógenos). Os fatores internos
bauxita, ouro entre outros). Como exemplo, cita- são responsáveis pela elevação ou rebaixamento
mos o Quadrilátero Central ou Ferrífero em Minas da superfície da crosta terrestre; os fatores exter-
Gerais. nos, por sua vez, causam modificações nessa su-
perfície, através do desgaste das formas construí-
das.
As rochas sedimentares, segundo a origem,
3.1 FATORES ENDÓGENOS (INTERNOS) siona a crosta em cadeia, de tal forma que em ou-
tras áreas ela é pressionada e destruída. É o que
ocorre na região do Pacífico Sul, em que a fina
Os fatores internos de formação do relevo crosta oceânica está sendo lentamente empur-
têm sua origem nas pressões que o magma exer- rada contra o continente, retornando ao manto
ce sobre a crosta terrestre. Essas pressões podem e voltando a fundir-se, constituindo uma área de
provocar vulcanismo, terremotos (sismos) e ou- destruição de placa tectônica. Em contrapartida, o
tros fenômenos chamados tectônicos (tectonis- continente, pressionado, sofre uma grande eleva-
mo), como a formação de dobras e fraturas e a ção. Esse lento soerguimento é responsável pela
criação de montanhas. contínua elevação da cordilheira dos Andes.
O movimento do magma ocorre no manto, a Em geral, as chamadas montanhas recen-
parte do interior da Terra que fica entre a crosta e tes, também conhecidas como dobramentos re-
o núcleo, com aproximadamente 2 800 km de es- centes/modernos apresentam intensa atividade
pessura. O magma (substância pastosa em estado sísmica e vulcanismos, justamente porque estão
de fusão) age no manto superior, que vai até 670 no limite de destruição das placas tectônicas, por
km de profundidade. Veja a figura abaixo. este motivo as altitudes são elevadas e os picos
pouco desgastados pelos agentes erosivos exter-
nos. Por exemplo, o Himalaia e os Andes. Este
tipo de forma não aparece no Brasil em virtude da
posição deste no interior da placa Sul americana.

A diferença entre a temperatura do magma,


uma substância quentíssima e por isso fluida, e a
temperatura da crosta, que é mais baixa, pode re-
sultar em dois fenômenos: em algumas regiões, o
magma extravasa para a superfície, pelos vulcões, A Cordilheira do Himalaia é uma formação
sob a forma de lava; em outras, é a crosta que se moderna, ainda em processo de soerguimento.
transforma novamente em magma, “sugada” para Sua origem está associada à colisão de duas pla-
o interior do manto. Essa troca de calor é denomi- cas continentais, e não ao choque entre uma pla-
nada movimento de convecção, conforme indica- ca continental e outra oceânica, como no caso da
ção das setas na figura acima. Cordilheira dos Andes.
Tais fenômenos ocorrem com maior intensi- Tanto nas zonas de construção como nas
dade nas zonas de contato das placas tectônicas, zonas de destruição, além da ocorrência de ter-
que formam a crosta terrestre. Essas placas, que remotos e vulcanismos é comum o aparecimento
compõem a litosfera, são encontradas tanto nos de dobras ou fraturas, conforme as figuras acima
continentes quanto sob o mar (assoalho oceâni- e abaixo.
co). É a partir de rachaduras abertas na crosta ter-
restre pela força da sua pressão que o magma se
movimenta e realiza seu trabalho de construção e
destruição, ou seja, pratica a sua ação dinâmica.
As áreas de construção são representadas
principalmente pelas chamadas dorsais meso-
-oceânicas, grandes cadeias de montanhas sub-
mersas formadas por vazamentos e depósitos de
magma.
Ao atravessar a crosta e entrar em conta-
to com a água, o magma se consolida, formando
aquelas que constituem as mais recentes rochas
magmáticas da crosta. O maior exemplo é a zona A grande ocorrência de dobras e falhas ex-
da dorsal meso-atlântica, através da qual conti- plica a formação de várias cadeias de montanhas
nuam surgindo novas rochas no solo oceânico. sobre a crosta – antigas e recentes. Dizemos que
A expansão que ocorre no fundo do mar ten- as dobras e falhas são movimentos orogenéticos,
ou seja, criadores de montanhas. possui a maioria do seu território em terras baixas e
intermediárias, dificilmente passando dos 1800 me-
4.2 OS FATORES EXÓGENOS (EXTERNOS) tros, aspecto explicado pelo fato de o relevo brasi-
leiro ser mais antigo, portanto sofre mais com o pro-
Os agentes modeladores do relevo que cesso de intemperismo, além disso se encontra no
atuam na superfície terrestre recebem o nome de centro de uma Placa Tectônica, ou seja, região de
fatores exógenos (água, temperatura, vento, gelo relativa estabilidade, não havendo, portanto, oroge-
etc.). Sua ação principal é intemperizar o modela- nia (formação de montanhas). Desta forma o relevo
do terrestre. brasileiro apresenta três principais tipos de feições:
O intemperismo (processo de destruição Planaltos, Depressões e Planícies e, o que fre-
das rochas) e seus principais agentes: qüentemente denominamos “serras” no Brasil são
na verdade, em sua maior parte, bordas de planal-
Intemperismo físico (ambientes de pouca umi- tos, isto é, escarpas (penhasco, encosta íngrime).
dade e/ou temperaturas extremas): ocorre a fragmen-
tação (desintegração) da rocha de origem, sem, contu-
do, haver alteração química nos minerais constituintes. CLASSIFICAÇÃO DO RELEVO BRASILEIRO
I. Periglacial: pequena ação erosiva pelo conge-
lamento e descongelamento de águas.
II. Semi-árido: sedimentos fluviais grosseiros, Existem várias classificações do relevo bra-
em função do regime intermitente das águas, com o sileiro, mas duas delas são mais conhecidas e ti-
aparecimento de rios “relâmpagos”. veram grande importância em momentos diferen-
Intemperismo químico (ambiente de maior tes: a de Aroldo Azevedo e de Aziz Ab’Saber.
umidade): ocorre a quebra da estrutura química (de- A de Aroldo de Azevedo, elaborada nos anos
composição) das rochas gerando 40, utiliza o nível altimétrico do relevo como crité-
I. Tropical Úmido: formação de solos ácidos e re- rio fundamental, definindo planaltos como áreas
levo mamelonar. de altitudes superiores a 200 metros e planícies,
como áreas inferiores a 200 metros de altitude.
4. O RELEVO DO BRASIL

O relevo brasileiro é caracterizado pelas bai-


xas altitudes, pois apenas 3% do seu território está
acima de 900m de altitude.
A modéstia desse relevo é reflexo, entre ou-
tros fatores da:

1º)antigüidade das formações que datam de


eras geológicas distantes, o que determinou, ao
longo do tempo, o desgaste e o aplainamento do
relevo, por força de intenso processo erosivo. Ou
seja, os agentes externos atuam no relevo brasilei-
ro com muito mais intensidade.

2º)reduzida ação de forças tectônicas (agen-


tes internos ou formadores do relevo) no Cenozói-
co, ou seja, a não ocorrência em nosso território
dos Dobramentos Modernos (montanhas jovens). Figura 3.1: Relevo do Brasil – Classificação de Aroldo de
Azevedo

A de Aziz Ab’Saber, elaborada na década


de 50, tem como critério o domínio do processo
erosão/sedimentação, definindo planalto como a
área onde se verifica o domínio do processo ero-
sivo sobre o sedimentar e planície, como a área
onde a deposição supera a erosão.

Como podemos observar no quadro, o Brasil


Segundo esse critério, define-se Planalto como uma
superfície irregular, com altitudes superiores a 300 me-
tros e originado a partir da erosão sobre rochas crista-
linas ou sedimentares. De acordo com o tipo de rocha,
as bordas dos planaltos podem assumir diferentes for-
mas. No Brasil merecem destaque as Escarpas que são
declividades acentuadas (como degraus) na borda dos
planaltos e as chapadas – elevações com escarpas ver-
ticais e topo plano.

Depressão é uma superfície geralmente mais plana


que os planaltos, com inclinação suave com altitudes
que variam entre 100 e 500 metros, resultante de pro-
longados processos erosivos, também sobre as super-
fícies cristalinas ou sedimentares, especialmente no li-
mite das bacias sedimentares com os maciços antigos.

Figura 3.2: Relevo do Brasil – Classificação de Aziz Ab´- Planície é a superfície mais ou menos plana, indepen-
Saber dente da altitude, e originada pelo acúmulo recente de
sedimentos fluviais, marinhos ou lacustres, ou seja, é
uma área onde atualmente ocorre a deposição.
Recentemente foi divulgada uma nova pro- A divisão se faz em 28 unidades, sendo 11 planaltos, 11
posta de divisão do relevo brasileiro, elaborada depressões, que ocupam a maior parte do território, e 6
por Jurandyr Ross, que está calcada num extenso planícies que tem uma participação percentual mínima
e detalhado levantamento por sistema de radar no território.
promovido pelo projeto Radambrasil, do Ministé- Logo abaixo, temos o perfil do relevo do estado do Pa-
rio de Minas e Energia, realizado entre 1970 e 1985. raná com as diversas classificações. É importante lem-
Essa nova classificação se utiliza de um cri- brar que a divisão feita por Jurandir Ross não inválida
tério que associa informações sobre o processo de as classificações anteriores.
erosão e de sedimentação dominantes na atuali-
dade com informações da base geológico-estrutu-
ral do terreno e com o nível altimétrico.

Relevo do Brasil – Classificação de Jurandir Ross

EXERCÍCIOS

1- (UEMS- Adaptada) O relevo terrestre é re-


sultante da atuação de dois conjuntos de for-
ças denominadas agentes do relevo, que com-
preendem os agentes internos ou criadores de
relevo, e os agentes externos ou modificadores
do relevo. Podemos considerar agentes inter-
nos e externos, respectivamente:
a) Tectonismo e Intemperismo.
b) Aguas correntes e seres vivos.
c) Vento e Vulcanismo.
d) Aguas correntes e intemperismo
e) Abalos Sísmicos e vulcanismo.
2- (Enem 2010) 4) (UECE) Aponte a característica que melhor
identifica o relevo brasileiro:

a) apresenta predomínio de grandes altitudes,


considerando possuir o território altitudes supe-
riores a 1.000 m.
b) apresenta dobramentos modernos e está sujei-
to a movimentos tectônicos.
c) apresenta pequena variedade de formas, predo-
minando os maciços residuais.
d) possui uma estrutura geológica antiga, bastan-
te erodida, portanto de altitudes modestas.
O esquema mostra depósitos em que aparecem
fósseis de animais do Período Jurássico. As ro- 5) (Uece) Tratando-se da estrutura geológica do
chas em que se encontram esses fósseis são: Brasil, todas as afirmações a seguir são verda-
deiras, EXCETO:
a) magmáticas, pois a ação de vulcões causou as
maiores extinções desses animais já conhecidas a) as grandes estruturas do país são formadas por
ao longo da história terrestre. escudos cristalinos e por bacias sedimentares
b) sedimentares, pois os restos podem ter sido so- b) a parte central da Amazônia é formada por ro-
terrados e litificados com o restante dos sedimen- chas que compõem uma extensa bacia sedimentar
tos. c) recursos naturais como petróleo, gás natural e
c) magmáticas, pois são as rochas mais facilmente carvão mineral ocorrem nos escudos cristalinos
erodidas, possibilitando a formação de tocas que d) as grandes reservas de águas subterrâneas se
foram posteriormente lacradas. localizam em rochas porosas das bacias e cober-
d) sedimentares, já que cada uma das camadas turas sedimentares
encontradas na figura simboliza um evento de ero-
são dessa área representada. 6) (Mackenzie-2003) Os processos exógenos são
e) matamórficas, pois os animais representados movidos pelo calor solar que atua na superfície
precisavam estar perto de locais quentes. da crosta continental através da atmosfera. Es-
ses processos agem sobre o arranjo escultural
3) (Uel)Sobre a região assinalada na figura abai- das rochas e são responsáveis pela escultura-
xo, é correto afirmar: ção do relevo.
Geografia do Brasil — Jurandyr Ross

A partir do texto podemos identificar como pro-


cessos exógenos:

a) as transgressões e regressões marítimas.


b) a ação do vulcanismo.
c) a ação ao tectonismo.
d) os processos de intemperismo.
e) grandes atividades sísmicas.

7) Sobre a Geologia e o Relevo brasileiro, pode-


a) É uma das áreas de relevo mais acidentado no mos afirmar que, EXCETO:
Brasil, o que torna difícil a utilização de agricultura
moderna na região. a) nas grandes bacias sedimentares predominam
b) É basicamente constituída por rochas cristali- formas de planícies e planaltos sedimentares
nas, o que justifica o relevo acidentado. como chapadas e cuestas.
c) Devido às características pluviométricas dessa b) o Brasil possui um embasamento constituído de
região, a rede de drenagem é pouco densa, o que formações antigas cristalinas, ricas em minerais
tem acarretado problemas de abastecimento hí- metálicos.
drico para cidades de porte médio aí localizadas. c) o relevo foi intensamente desgastado pela ero-
d) Nessa área, concentram-se as principais reser- são, daí a ocorrência de vários planaltos de mo-
vas de ferro do Brasil. desta altitude.
e) Nessa área, estão presentes os basaltos que de- d) o relevo brasileiro apresenta altitudes modestas
ram origem a solos conhecidos como terra roxa. no interior, e no litoral é bastante íngreme e eleva-
do devido à presença de dobramentos terciários. ótica, os recursos hídricos não podem conside-
rados não-renováveis, uma vez que não se extin-
8) (UFBA) As bacias sedimentares são estru- guem.
turas geológicas existentes em todas as áreas Todavia, se falarmos em possibilidade de
continentais do planeta. Caracterize esse tipo uso, a história é diferente, pois, 97,5% da água é
de estrutura geológica, destaque sua impor- inviável ao consumo (salgada), mas serve para a
tância econômica e apresente dois exemplos de geração de energia por meio do aproveitamento
bacias sedimentares brasileiras. das ondas, para o transporte marítimo e, princi-
____________________________________ palmente para a pesca. Dos 2,5% de água doce (o
___________________________________ que nos interessa no momento) 68,9% está presa
____________________________________ em geleiras, 30,8% no subsolo (uma parte pode ser
____________________________________ utilizada) e 0,3% em lagos e rios.
____________________________________

9 (UEL-2012) O relevo corresponde ao conjunto


de formas apresentadas na superfície terrestre.
Essas formas são definidas pela estrutura geo-
lógica combinada com as ações da dinâmica in-
terna e externa da Terra. Em 1985, o professor
Jurandyr Ross elaborou uma classificação do
relevo brasileiro com base em três fatores geo-
morfológicos: 1. Morfoestrutura – origem geo-
lógica; 2. Paleoclima – ação de antigos agentes
climáticos; 3. Morfoclima – influência dos atuais
agentes climáticos. Essa classificação associa
a passado geológico e o passado climático com
os atuais agentes escultores do relevo. Mesmo sendo um valor proporcional pe-
Com base nesta associação, o professor Ross queno, esta porção de água doce pode suprir
identificou três tipos de relevo. as necessidades dos seres humanos e do meio
natural desde que utilizada adequadamente.
a) Indique cada tipo de relevo e descreva suas Voltando à primeira discussão, quase
características; todos os recursos naturais são formados nos
____________________________________ chamados ciclos do meio natural. Assim, en-
___________________________________ quanto utilizamos um recurso, ele está sendo
____________________________________ novamente formado. O que torna um recurso
____________________________________ não renovável é o fato do consumo ser mais rá-
____________________________________ pido que a capacidade da natureza de criar tal
recurso, como é o caso dos minérios.
b) De que forma essas características influen- Assim, é preciso entender o ciclo natu-
ciam a vida nas cidades? ral da água e sua utilização pelo homem para
____________________________________ respondermos a pergunta proposta no início do
___________________________________ desta unidade.
____________________________________
____________________________________
____________________________________

UNIDADE 4
HIDROGRAFIA

1. DISPONIBILIDADE DE ÁGUA

Á água é um recurso natural indispensável


para a vida humana. Assim, antes de discutirmos
sobre sua utilização e manejo, nos perguntamos
se ela é um recurso renovável ou não renovável.
Enquanto volume total, o planeta Terra pos-
sui cerca de 1,3 bilhão de km³ de água. Sob esta
2. BACIAS HIDROGRÁFICAS DO BRASIL água subterrânea no espaço litológico.
De acordo com a Resolução CNRH n.º32
O Brasil tem uma das maiores redes hidrográ- de 15/10/03, do Conselho Nacional de Recursos
ficas (conjunto de rios) do mundo. Rios extensos e de Hídricos, o Brasil está dividido em regiões hidro-
grande volume de água, como é o caso do Amazonas, gráficas denominadas: região hidrográfica Ama-
que despeja no Atlântico 120.000m3 por segundo. A zônica, região hidrográfica do Tocantins-Araguaia,
maior parte dos rios é de planalto, o que decorre das do Nordeste, do São Francisco, Leste, Sudeste, do
formas de relevo, como os rios São Francisco, Tietê e Paraná, do Uruguai e Paraguai. A partir destas re-
Paraná, cujas quedas d’água são aproveitadas para giões temos a subdivisão em outras “sub-bacias”
construção de usinas hidrelétricas. Os rios de planície hidrográficas.
pertencem às bacias Amazônica e do Paraguai, e são os
que podem ser aproveitados para a navegação.
Os rios brasileiros tem regime pluvial, ou seja,
são alimentados pelas chuvas, constituindo exceção
apenas o Amazonas, que recebe parte de suas águas
do degelo andino. Em conseqüência do regime pluvial,
quando a estação seca é muito prolongada, os rios pra-
ticamente desaparecem. É o que acontece com os rios
do polígono das secas (sertão semi-árido do Nordeste),
que são rios temporários ou intermitentes.
Quanto ao aproveitamento econômico dos rios
brasileiros, o maior destaque é para a produção de ele-
tricidade (especialmente os da bacia do Paraná) e para
a navegação. Nesse particular, a dianteira cabe aos rios
da bacia Amazônica, seguidos pelo rio São Francisco e
rio Paraguai. É importante lembrar que um rio de pla-
nalto é perfeitamente navegável com a construção de
eclusas que permitem vencer obstáculos representa-
dos pelas quedas d’água, como é o caso da hidrovia
Paraná-Tietê.
Apesar de sua imensa rede hidrográfica, o Brasil
possui poucas e pequenas lagoas. Há apenas algumas
lagoas costeiras, como a Rodrigo de Freitas, Araruana,
Saquarema (RJ), dos Patos, Mirim e Mangueira (RS).

Esta grande disponibilidade de agua é por


sua vez mapeada, e controlada pela classificação
das bacias hidrográficas, mas o que é uma bacia
hidrográfica? Principais problemas de uma bacia hidrográfica:

A bacia hidrográfica é usualmente definida • Desmatamento das matas ciliares;


como a área na qual ocorre a captação de água • Assoreamentos;
(drenagem) para um rio principal e seus afluentes • Despejo de resíduos sólidos e contamina-
devido às suas características geográficas e topo- ção por agrotóxicos;
gráficas. • Lançamento de efluentes domésticos,
Os principais elementos componentes das industriais e pluviais;
bacias hidrográficas são os “divisores de água” – • Usos desordenados das águas;
cristas das elevações que separam a drenagem de • Eutrofização (acúmulo de matéria orgâni-
uma e outra bacia, “fundos de vale” – áreas adja- ca) e degradação da biodiversidade.
centes a rios ou córregos e que geralmente sofrem
inundações, “sub-bacias” – bacias menores, geral- 2.1 BACIA AMAZÔNICA
mente de alguma afluente do rio principal, “nas-
centes” – local onde a água subterrânea brota para É a maior bacia fluvial do mundo. Seu
a superfície formando um corpo d’água, “áreas de principal rio, o Amazonas, percorre o território
descarga” – locais onde a água escapa para a su- brasileiro em 3165 km e sofre um desnível suave
perfície do terreno, vazão, “recarga” – local onde a e progressivo (média de 20mm por km) sem ocor-
água penetra no solo recarregando o lençol freáti- rência de quedas d’água e corredeiras.
co, e “perfis hidrogeoquímicos”- características da Sua profundidade varia entre 20 e 200m,
sendo de 3 a 15 km sua largura média; sofre um es- Sobradinho – é um grande projeto para ace-
treitamento em Óbitos, no Pará, onde a distância lerar o desenvolvimento do nordeste, pois envolve
entre suas margens é de apenas 2.600m; há tam- múltiplos aspectos como: energia elétrica, irriga-
bém grandes alargamentos como nas confluên- ção, navegação e pesca.
cias com o Rio Negro e com o rio Madeira, onde sua Paulo Afonso – marca a transição do curso
largura supera os 90 km. O rio Amazonas é um típi- médio do rio (rio de planalto) para o curso inferior
co rio de planície, pois ao longo de seus 3.165 km (rio de planície). Fornece energia para cerca de 700
em território brasileiro, tem um desnível de ape- municípios nordestinos.
nas 60m, sendo em conseqüência perfeitamente
navegável, inclusive por navios de grande calado. 2.4 BACIA PLATINA
Tem grandes afluentes, destacando-se entre
muitos outros, na margem direita: Juruá, Purus, Compreende os rios Paraná, Uruguai e Para-
Madeira, Tapajós e Xingu, e na margem esquerda: guai e é a segunda bacia fluvial do mundo.
Japurá, Negro, Trombetas e Jari.
No passado chegou-se a pensar que essa 2.4.1 BACIA DO PARANÁ
bacia era aproveitável apenas na navegação sem
grande utilidade para obtenção de energia elé- Rio Paraná – formado pelo encontro das
trica. O potencial dessa bacia é hoje considerado águas dos rios Paranaíba e Grande. Drena a por-
como o mais elevado do país, superior mesmo a ção ocidental do Planalto Meridional, possui o
bacia do Paraná, não obstante o melhor aprovei- maior potencial instalado, destacando-se em sua
tamento desta, com a construção de muito mais bacia, no rio Paraná: Urubupungá (Jupiá e Ilha Sol-
usinas hidrelétricas. teira), Itaipu (binacional), no Rio Grande: Furnas;
no Tietê: Promissão e Barra Bonita.
Teso é o nome dado às áreas elevadas na Ilha
de Marajó, que não são atingidas pelas inundações 2.4.2 BACIA DO PARAGUAI
e servem de refúgio para o gado.
É uma bacia formada por rios de planície,
2.2 BACIA DO TOCANTINS-ARAGUAIA destacando-se o rio Paraguai que é o principal.
Atravessa a grande depressão do Pantanal e, na
Tanto o Tocantins quanto o Araguaia são época das cheias, inunda uma vasta área. É na-
rios que nascem no planalto Central. Ambos re- vegável e por ela são escoados muitos produtos,
colhem as águas de numerosos rios que drenam destacando-se o ponto de Corumbá. A bacia pos-
importantes áreas agrícolas e pastoris, sobretudo sui pequeno potencial hidrelétrico.
do estado de Goiás.
No setor energético, destaca-se a Usina de 2.4.3 BACIA DO URUGUAI
Tucuruí: (Rio Tocantins, Pará) – fornecerá energia
para a mineração de Carajás, para siderurgia do O rio Uruguai possui 1.500 km de extensão e
porto de Itaqui (Maranhão), para a eletrificação serve de limite entre o Brasil, Argentina e Uruguai.
entre ambos e para usina eletrometalúrgica, que, Apresenta pequeno potencial hidrelétrico.
próxima a Belém, reduzirá a alumínio o minério
proveniente do Vale do Rio Trombetas. 3. BACIAS SECUNDÁRIAS DO BRASIL

2.3 BACIA DO SÃO FRANCISCO 3.1 BACIA DO NORDESTE

Formado pelo rio São Francisco e seus Rio Parnaíba: separa os estado do Piauí e
afluentes, abrangendo 7.5% do território brasi- do Maranhão, banhando a única capital nordesti-
leiro. Nasce na Serra da Canastra (MG) com 3.160 na não marítima, a cidade de Teresina, capital do
km de extensão e atravessa o polígono das secas. Piauí.
Navegável num longo trecho entre Pirapora (MG) e Rio Jaguaribe: intermitente e de irrigação.
Juazeiro (BA). Situa-se no Ceará.
Devido ao seu papel na criação do gado, o
Rio São Francisco recebe a denominação de Rio 3.2 BACIA DO LESTE
dos Currais; e também por unir vários estados do
Brasil, recebe o nome de Rio da Unidade Nacional. Rio Doce: drena a região do quadrilátero
Possui grande potencial hidrelétrico, e ao Ferrífero.
longo de seu curso existem várias usinas: Rio Paraíba do Sul: região de intensa indus-
Três Marias (MG) – além de produzir energia trialização entre Rio de Janeiro e São Paulo.
hidrelétrica, controla o nível das águas.
3.3 BACIA DO SUL 5.1 ALTER DO CHÃO.

Rio Tubarão: passa por importante região Considerado o maior aquífero do mundo (em vo-
carbonífera. lume de água).
Inteiramente brasileiro, situado sob os estados
4. O LITORAL BRASILEIRO do Amazonas, Pará e Amapá.
Área   de aproximadamente 437,5
O litoral brasileiro estende-se desde o Cabo mil km² com espessura de 545 metros.
Orange, no Amapá, até o Chuí, no Rio Grande do Com 86 mil km³,    teoricamente ocuparia uma peque-
Sul. Considerando-se as reentrâncias e saliências na área em extensão,   mas um grande volume, re-
do litoral brasileiro, como os golfos, as baías e as servando aproximadamente 85 mil km³ de água
enseadas, a extensão real do litoral se eleva para contra apenas 45 mil km³ do aquífero Guarani.
9.198 km.
Quanto à importância econômica e estraté- Abastece a totalidade de Santarém e quase a totalida-
gica do litoral brasileiro temos que: de de Manaus através de poços profundos.
o sol, beneficiado pelas condições naturais
favoráveis (elevada salinidade do mar, temperatu- 5.2. GUARANI
ras elevadas, intensa evaporação, etc.) é abundan-
te, principalmente no RN e RJ. Já foi considerado como a maior reserva
grande potencial para exploração turística. subterrânea de água doce do mundo até 2010.
a pesca, que era essencialmente artesanal Hoje é a segunda maior.
até a Segunda Guerra Mundial, adquiriu caráter Um manancial que atravessa as fronteiras
empresarial e sofreu grande impulso após a cria- de Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.
ção, em 1962, do SUDEPE (Superintendência do Ocupa uma extensão de terra de, aproxima-
Desenvolvimento da Pesca). damente, 1,2 milhão de quilômetros quadrados.
o petróleo extraído na plataforma continen- A profundidade da reserva é de, aproxima-
tal, com aproximadamente 60% da produção na- damente, 1500 metros.
cional, com destaque para a Bacia de Campos. 70% desse reservatório de água está loca-
existência em grande quantidade de portos lizado no Brasil, espalhado pelo subsolo de Mato
naturais. Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais,
São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Ca-
Os tipos de costas mais comuns são as tarina.
praias, as falésias e barreiras, os mangues e as du- A reserva de água está protegida de conta-
nas. minações e infiltrações por uma camada de rocha
basáltica, que facilitam a absorção das águas das
5. AQUÍFEROS chuvas, que ficam confinadas em rochas imper-
meáveis a centenas de metros de profundidade.
Além da grande disponibilidade de agua
superficial, como já vimos anteriormente, o Brasil Problemas a serem resolvidos
possui grandes reservatórios de agua subterrâ- Os maiores vilões desse processo são o
nea, são os denominados aquíferos. Entre os que agrotóxico utilizado na agricultura, a perfuração
se destacam temos os Aquíferos Guarani e Alter do de poços clandestinos e o uso indevido deste re-
Chão. curso.

EXERCÍCIOS

1. A expressão “Bacia Hidrográfica” pode ser


entendida como:

a) o conjunto das terras drenadas ou percorridas


por um rio principal e seus afluentes.
b) a área ocupada pelas águas de um rio principal
e seus afluentes no período normal de chuvas. c) o
conjunto de lagoas isoladas que se formam no lei-
to dos rios quando o nível de água da água baixa.
d) o aumento exagerado do volume de água de um
rio principal e seus afluentes quando chove acima
do normal.
e) o lago formado pelo represamento das águas de portância econômica porque atravessa o semi-á-
um rio principal e seus afluentes rido do Nordeste.
d) O número (5) assinala uma bacia hidrográfica
2.(UFSM-RS-adaptado) Devido à grande exten- cujo rio mais importante é o Uruguai.
são territorial e aos tipos de rios o Brasil, a hi- e) A maioria dos rios das bacias hidrográficas da
drografia brasileira apresenta as seguintes ca- porção centro-sul do Brasil é constituída de rios de
racterísticas: planície, que começam a ser utilizados como meio
de transporte de carga pesada.
I. Há rios temporários, mas predominam os rios
perenes, em função dos regimes pluviométricos. 4. São elementos estruturais presentes nas ba-
II. Quase todos os rios deságuam no Oceano Atlân- cias hidrográficas e responsáveis pela captação
tico possuindo foz em delta ou em estuário. e drenagem das águas superficiais para o sub-
III. A maior parte dos rios é de planalto. solo, processo durante o qual os recursos hídri-
cos passam por filtragem, acrescendo também
Estão corretas sais minerais à água. Transformam-se, portan-
to, em grandes reservatórios subterrâneos com
a) apenas I e II. grandes volumes de água potável, que, no en-
b) apenas I e III. tanto, não estão livres de contaminação.
c) apenas II e III. A descrição acima é referente:
d) apenas III
e) todas as afirmativas. a) às cavernas subterrâneas.
b) aos rios endorréicos.
3. “As águas superficiais constituem parte da ri- c) às reservas hídricas do solo.
queza dos recursos hídricos de um país. No caso d) aos sistemas de aquíferos.
brasileiro, país de extensão continental, a rede e) à rede de drenagem superficial
fluvial é importante recurso natural, contando
em seu território com a maior bacia fluvial do 5. (PUC-SP) A água encontra-se neste início de
mundo”. século em condições que exigem sérios cuida-
(CUNHA, S. B. Geomorfologia do Brasil. Rio de Janeiro: dos. Além do volume existente desse recurso, é
Bertrand Brasil, 1998. p. 229.) importante considerar sua distribuição geográ-
fica e suas formas de uso para preservá-lo.
Da observação da figura abaixo e com base no Tendo como referência o planeta, pode-se afir-
conhecimento de hidrografia do Brasil, é corre- mar que:
to afirmar:
a) o consumo mundial de água doce é maior na
agricultura (mais de 70%), mas esse índice tende a
cair, pois a agricultura está se concentrando cada
vez mais em áreas úmidas.
b) o maior estoque de água doce é subterrânea,
superando o volume de águas em estado sólido
(calotas polares, geleiras e neves permanentes),
em razão do derretimento provocado pelo efeito
estufa.
c) apenas ¼ das águas do planeta não é de água
salgada, e esse volume é insuficiente para as ne-
cessidades humanas, o que obriga ações de des-
sanilização das águas oceânicas.
d) existe notória desigualdade na distribuição das
a) O número (2) assinala a bacia hidrográfica do rio águas continentais e, nesse aspecto, a América do
Paraná, que se destaca pela exploração do seu po- Sul é um dos continentes mais abastecidos com
tencial hidráulico e abriga as hidrelétricas de Itaipu esse recurso natural, em especial nas áreas tropi-
Binacional e Salto Segredo, no estado do Paraná. cais.
b) Os rios da bacia Amazônica (1), cujas nascentes e) Embora na área intertropical do planeta haja
encontram-se no Planalto Central Brasileiro, são uma dominância de climas chuvosos, os estoques
pouco extensos e de pequena vazão porque se lo- de água doce não são expressivos nessa área, pois
calizam no domínio do Cerrado, em área de baixa essa também é uma área de grande evaporação.
pluviosidade.
c) O rio São Francisco, na área (4), tem pouca im- 6. O Aqüífero Guarani se estende por 1,2 mi-
lhão de km2 e é um dos maiores reservatórios c) substituir as leis ambientais vigentes.
de águas subterrâneas do mundo. O aqüífero é d) reduzir o contingente populacional na área.
como uma “esponja gigante” de arenito, uma e) introduzir a gestão participativa entre os muni-
rocha porosa e absorvente, quase totalmente cípios.
confinada sob centenas de metros de rochas
impermeáveis, Ele é recarregado nas áreas em 8. (UEL/2013) Analise o mapa, a foto e leia os
que o arenito aflora à superfície, absorven- textos a seguir.
do água da chuva. Uma pesquisa realizada em
2002 pela Embrapa apontou cinco pontos de
contaminação do aqüífero por agrotóxico, con-
forme a figura:

Considerando as conseqüências socioambien- a) O Brasil apresenta um cenário hídrico privile-


tais e respeitando as necessidades econômi- giado. Dispõe de um dos maiores complexos hi-
cas, pode-se afirmar que, diante do problema drográficos superficiais, com aproximadamen-
apresentado, políticas públicas adequadas de- te 8% de toda água doce que está na superfície
veriam: do planeta, e subterrâneos, como os aquíferos
Guarani e Alter do Chão, conforme o mapa ao
a) proibir o uso das águas do aqüífero para irriga- lado. Possui a maior bacia fluvial do mundo, a
ção. Amazônica. Somente o rio Amazonas deságua
b) impedir a atividade agrícola em toda a região do no mar um quinto de toda a água doce que é
aqüífero. despejada nos oceanos; apesar da abundância
d) impermeabilizar as áreas onde o arenito desse recurso natural no cenário hídrico brasi-
aflora. leiro, os órgãos governamentais e não gover-
d) construir novos reservatórios para a captação namentais têm intensificado sua preocupação
da água na região. com relação à sua qualidade e quantidade.
e) controlar a atividade agrícola e agroindustrial
nas áreas de recarga. Aponte três motivos dessa preocupação e enu-
mere três ações que poderiam ser implantadas
7- (Enem 2014) para assegurar a qualidade e a quantidade da
água destinada ao abastecimento da sociedade
e dos ecossistemas naturais.
____________________________________
___________________________________
____________________________________
____________________________________
____________________________________

b)A foto e a manchete do jornal, a seguir, apre-


A preservação da sustentabilidade do recurso sentam a ocorrência de enchentes nos últimos
natural exposto pressupõe: anos em Londrina.

a) impedir a perfuração de poços.


b) coibir o uso pelo setor residencial.
O estudo da atmosfera, de maneira geral,
chama-se climatologia, e examina a temperatu-
ra, as precipitações, as pressões atmosféricas e
o regime dos ventos, elementos que, por sua vez,
Cite três alterações ambientais causadas pelo dependem de muitos fatores, como a latitude, as-
processo de urbanização sobre o solo de uma pectos topográficos do relevo, as correntes maríti-
bacia hidrográfica. mas, a distribuição de águas e terras, a vegetação
____________________________________ e muitos outros.
___________________________________
____________________________________ 1.1ATMOSFERA
____________________________________
____________________________________ A Atmosfera é composta basicamente de
78% de nitrogênio, 21% de oxigênio e 1% dividido
9-(UNICAMP) O mapa abaixo representa a área entre os outros gases. É incolor, transparente e
abrangida pelo projeto de transposição do rio não possui cheiro.
São Francisco. Desde a parte mais externa até a superfície
terrestre, temos as seguintes camadas:

Exosfera: é a camada mais externa da at-


mosfera. Começa mais ou menos a 600km de altitu-
de, e seus limites superiores são imprecisos. Nessa
camada, a inexistência de ar permite temperaturas
elevadíssimas (mais de 1.000ºC), razão pela qual as
naves espaciais devem ser construídas com mate-
riais super-resistentes.

Ionosfera: prolonga-se da mesosfera até


cerca de 600km. O ar é muito rarefeito e carregado
de íons. É nessa camada que os meteoros popu-
larmente chamados de estrelas cadentes) se desin-
tegram.

Mesosfera: dá início à chamada atmosfera


superior e vai da tropopausa até 80km de altitu-
a) Qual o principal bioma a ser atingido pela de. Ao contrário do que ocorre na estratosfera, aqui
transposição do São Francisco? Dê duas carac- a temperatura diminui com a altitude (o ar é muito
terísticas desse bioma. rarefeito), podendo atingir –90ºC no limite superior.
____________________________________
___________________________________ Estratosfera: estende-se a partir da tropos-
____________________________________ fera até cerca de 50km. Ao contrário do que ocorre
____________________________________ na troposfera, aqui a temperatura aumenta com a
____________________________________ altitude, chegando a atingir cerca de 2ºC na parte
superior. O vapor de água é quase inexistente e con-
b) Indique um impacto positivo e outro negati- sequentemente não existem nuvens. Essa camada
vo esperados no projeto de transposição do São é particularmente importante devido à presença do
Francisco. gás ozônio, que filtra a maior parte dos raios ultra-
____________________________________ violeta emitidos pelo Sol. Se não fosse o ozônio,
___________________________________ morreríamos pela ação dos raios ultravioleta.
____________________________________
____________________________________ Troposfera: atinge até cerca de 10 a 12 km
____________________________________ de altitude e concentra 75% dos gases e 80% da
umidade atmosférica (vapor de água, cristais de
UNIDADE 5 gelo etc., que formam as nuvens). É a camada que
nos envolve diretamente e na qual ocorrem as per-
INTRODUÇÃO À CLIMATOLOGIA turbações atmosféricas. Na troposfera, a tempera-
tura diminui em média 6,5ºC/km à medida que nos
1. TEMPO E CLIMA elevamos, podendo atingir –60ºC na parte superior,
que é chamada de tropopausa.
2.1 A TEMPERATURA

A temperatura atmosférica é o “estado tér-


mico do ar atmosférico”. Varia conforme a altitude
e a latitude do lugar. Você deve saber que a tempe-
ratura de um lugar de baixa altitude é mais eleva-
da que a temperatura de um lugar de alta altitude.
Você sabe também que a temperatura se
eleva à medida que nos aproximamos do Equador
(baixa latitude) e diminui à medida que nos apro-
ximamos dos pólos (alta latitude). Essa variação
decorre da forma esférica da Terra e da incidência
dos raios solares sobre a superfície terrestre.

2.2 UMIDADE
1.2TEMPO
O termo umidade corresponde à quantidade
Situação da atmosfera em um certo lugar da de vapor de água encontrado na atmosfera em de-
superfície terrestre, em um determinado momento. terminado momento e pode ser expressa em núme-
ros absolutos (g/m3) e relativos (%).
1.3CLIMA
A umidade relativa expressa, em porcenta-
gem, o quanto da capacidade máxima de vapor de
“Conjunto de fenômenos meteorológicos
água há em um determinado volume de ar à deter-
que caracterizam o Estado Médio da atmosfera minada temperatura. Quando há excesso de vapor
em um ponto da superfície terrestre.” de água (acima do ponto de saturação) ocorrem as
(J. Hann) precipitações.
O clima do planeta é influenciado por inú-
meros fatores da superfície terrestre. Assim, nun-
ca podemos afirmar, por exemplo, que todas as Chuva Orográfica ou de relevo: Ao tentar
áreas que estão na linha do Equador são quentes, ultrapassar obstáculos naturais (barreiras de re-
pois caso o local apresente uma elevada altitude, levo), as massas de são obrigadas a ascenderem.
como é o caso das Cordilheiras dos Andes no Peru, Com o aumento da altitude, a temperatura dimi-
o seu clima será muito frio, podendo até nevar. As- nui, o que gera a condensação do vapor de água e
sim, para compreendermos todos os climas e por a consequente precipitação. A vertente que recebe
conseqüência suas respectivas vegetações, estu- as massas de ar é chama de Barlavento e possui
daremos os fatores que podem exercer alguma vegetação mais densa; já a vertente menos úmida
influência climática. é denominada Sotavento.
Vale salientar que fator climático é diferen- A chuva originada por este processo costu-
te de elemento do clima. Os fatores são externos ma ser intermitente e fina, sendo muito comum
ao clima, exercendo influência direta no seu com- nas regiões Sudeste e Nordeste do Brasil, onde há
portamento, como a latitude, altitude, relevo, etc. chapadas e serras que dificultam a penetração das
Já os elementos correspondem a temperatura, massas de ar úmidas.
umidade, pressão, ou seja, internos ao clima. Chuva Frontal: Ocorre do encontro de duas
Os principais fatores climáticos são: latitu- massas de ar (frente) com características diferen-
de, altitude, maritimidade/continentalidade, cor- tes (uma quente e outra fria). A variação na preci-
rentes marítimas, relevo e a dinâmica das massas pitação e a abrangência (em quilômetros quadra-
de ar. Detalharemos todos a seguir: dos) decorre da intensidade das massas, o que
No caso específico do Brasil, a posição geo- pode variar durante o ano.
gráfica ou as latitudes condicionam temperaturas Chuva Convectiva: Também conhecida
geralmente altas devido à transferência da energia como chuva de verão. Nos dias de verão, o ar pró-
solar para a superfície terrestre, mas essas tempe- ximo à superfície é aquecido e ascende. Ao atingir
raturas são abrandadas em lugares mais altos, em grandes altitudes, o vapor de água se condensa e
latitudes mais distantes do Equador, e, em escala forma gotículas tão pequenas que permanecem
menor, em ambientes de maior ventilação, menor em suspensão. Com o resfriamento, o ar torna-se
pressão urbana e outros. mais pesado e desce frio e seco, o que reinicia o
ciclo. No final da tarde, o resultado é uma nuvem
2. ELEMENTOS DO CLIMA enorme que causa chuvas torrenciais e rápidas.
3. PRESSÃO

Corresponde à força provocada pelo peso


do ar. À medida que a altitude cresce a coluna de
ar torna-se menor e, conseqüentemente, a pres-
são diminui.
A temperatura também influencia na pres- Além disso, orientando o deslocamento das
são atmosférica; quanto a temperatura aumenta, massas de ar de acordo com a disposição e altitu-
o volume dos gases expande, assim, a pressão at- de, o relevo pode agir como barreira para o des-
mosférica diminui. Quando ocorre o resfriamento, locamento das massas de ar (como é o caso das
há maior número de moléculas por metro cúbico cordilheiras montanhosas) ou, se ele for baixo
e o ar torna-se mais pesado e com maior pressão. (planícies), facilitar esse deslocamento, formando
A circulação atmosférica é ocasionada por verdadeiros corredores.
diferença de pressão (conforme a figura abaixo),
seja em escala local ou planetária. A única circu- 3.2 LATITUDE
lação que não depende de diferenças de pressão
é a corrente dos alísios que são criados pelo movi- A latitude caracteriza-se por ser o mais
mento de rotação da Terra (força de Coriólis). importante dos fatores climáticos. Sem consi-
derarmos os demais fatores que influem no clima,
podemos afirmar que a temperatura do ar diminui
com o aumento da latitude, uma vez que a fonte
de calor, isto é, a radiação solar, é mais intensa na
linha do equador, diminuindo no sentido dos pó-
los. Sintetizando, quanto maior for a latitude de
um lugar, menor será a temperatura.

Ventos: São movimentos de massas atmos-


féricas ocasionadas por diferenças de pressão. Os
ventos circulam das áreas de alta pressão para as
de baixa pressão.

3.3 CONTINENTALIDADE / MARITIMIDADE

Nas regiões interioranas dos continentes,


a distância dos oceanos propicia a existência dos
efeitos da continentalidade, que acarreta na di-
minuição das chuvas e no aumento da amplitude
térmica (diferença entre a maior e a menor tempe-
ratura), pois não sofre influência direta das mas-
sas de ar vindas do oceano ou das correntes ma-
rítimas.
Em contra partida, nas regiões mais próxi-
mas do mar ocorre uma influência direta destes
fatores. Como nas águas dos oceanos ocorre uma
menor variação da temperatura (menor amplitude
térmica), as áreas continentais próximas sofrerão
esta influência. Assim, via de regra, e excetuando-
-se os demais fatores que exercem influência dire-
3. FATORES DO CLIMA ta no clima, podemos afirmar que:
Quanto maior a proximidade com o mar,
3.1 ALTITUDE menor será a amplitude térmica da região, ocor-
rendo o oposto nas áreas interiores dos continen-
O impacto da altitude no clima se faz segun- tes.
do o seguinte esquema:
3.4 CORRENTES MARÍTIMAS poluição. Esse fenômeno atmosférico acompanha
a vida do planeta desde seus primórdios e decor-
re da ação bloqueadora, através dos gases da at-
As correntes marítimas são massas líquidas mosfera, do calor refletido da irradiação solar pela
quentes ou frias que se deslocam como “rios” den- superfície terrestre. Esse efeito possibilita a manu-
tro dos oceanos, influindo na temperatura do ar tenção das temperaturas da Terra em níveis que
atmosférico por onde passam e por conseqüência permitam a existência da vida. Ocorre que, a partir
no clima. do século XIX, esse efeito tem-se acentuado/acele-
Várias correntes marítimas deslocam-se pe- rado. A queima de florestas tropicais e a utilização
las águas que banham os continentes. Vamos des- cada vez maior de combustíveis fósseis (petróleo,
tacar a corrente de Humboldt ou do Peru que se gás natural e carvão mineral), lançam na atmos-
desloca dos mares da Antártica em direção a linha fera grandes quantidades de gás carbônico (CO2).
do Equador, através do Oceano Pacífico. Sendo Esse gás é um dos principais responsáveis pelo
uma corrente fria (com temperaturas abaixo de efeito estufa, e não permite que a radiação solar,
10ºC) resfria a região por onde passa, trazendo depois de refletida na Terra, volte para o espaço,
grandes quantidades de peixes para o litoral oeste bloqueando o calor.
da América do Sul. As massas de ar quente e úmi-
das vindas da parte Oeste do Oceano Pacifico (da
Oceania), quando passam sobre a corrente marí-
tima fria se condensam, provocando chuvas no
oceano. Quando esses ventos se dirigem ao con-
tinente já estão secos, formando o deserto mais
seco do mundo, chamado de Atacama, localizado
no litoral norte do Chile e sul do Peru. O mesmo
ocorre na América do Norte, com a corrente da Ca-
lifórnia, provocando o aparecimento do deserto
Mexicano e do deserto do Colorado, no oeste dos
EUA. 6. ILHAS DE CALOR

Em uma cidade grande, como é o caso de


São Paulo, devido a enorme quantidade de gases
tóxicos, lançados por automóveis e industrias, so-
mados aos edifícios que barram ou dificultam a
penetração dos ventos e à canalização das águas
– fato que diminui o resfriamento provocado pela
evaporação -, conduzem comumente a ocorrência
de fenômenos como ilhas de calor, representado
no esquema abaixo.

4. CONCEITOS IMPORTANTES EM CLIMATO-


LOGIA

Média Térmica é a aritmética das tempera-


turas em um determinado tempo.
Amplitude Térmica é a diferença entre a
máxima e a mínima temperatura. Se em um deter-
minado dia foi registrada a temperatura máxima Ilha de calor: alteração do microclima urbano)
de 25ºC e a mínima de 15ºC, a amplitude térmica
desse dia será 10ºC.
Isotermas são linhas que traçamos nos Observe que o pico de temperatura ocorre
mapas para unir os pontos que têm as mesmas na área central da cidade, sendo que às suas vizi-
temperaturas ou as mesmas médias térmicas. nhanças as temperaturas são normalmente meno-
res. À medida que saímos da área central, há di-
5. EFEITO ESTUFA minuição na densidade de construções, aumento
da ocorrência de vegetação e, consequentemente,
Ao contrário do que popularmente se acre- redução das temperaturas.
dita, a gênese do efeito estufa não é causada pela
7 CLIMA DE MONÇÕES entre duas regiões. O ar deslocasse de uma zona
de baixa pressão para uma zona de alta pressão.
As monções são um fenômeno típico da re- ( ) Podemos afirmar que tempo é o estado momen-
gião sul e sudeste da Ásia, onde o clima é condicio- tâneo do ar e que clima é uma sucessão habitual
nado por massas de ar que ora viajam do interior de muitos estados de tempo.
do continente para a costa, monção continental, ( ) O ciclo da água ocorre devido aos fenômenos
ora da costa para o continente, monção maríti- da evaporação, condensação e precipitação.
ma. ( ) As massas polares oceânicas apresentam baixa
Durante o verão, que vai de junho a agosto, temperatura e podem provocar mudanças repen-
o calor aquece rapidamente terra do continente tinas no tempo.
que absorve calor bem mais rápido do que o ocea-
no (a terra pode chegar a 45ºC). Com o aquecimen- 2. Para responder à questão, considere as afir-
to da terra, as massas de ar sobre o continente mações abaixo:
também ficam mais quentes e sobem dando lugar
a uma rajada de ventos vindos do oceano Índico, I. A temperatura média anual de São Paulo é
que, como toda massa de ar que se forma sobre mais elevada que a de Campos do Jordão.
os oceanos, vem carregada de umidade. Essa umi- II. A amplitude térmica anual de Porto Alegre é
dade é despejada (praticamente toda a taxa de superior à de Salvador.
precipitação anual) sobre o continente em chuvas
torrenciais que podem durar dias. Esse é o período Assinale a alternativa que contenha os res-
das monções marítimas que todo ano causam en- pectivos fatores climáticos determinantes dos
chentes nessas regiões. eventos citados em I e II.

Após essa fase úmida, no inverno, ocorre a) Latitude e altitude.


o inverso, as massas de ar do continente esfriam b) Longitude e Altitude.
mais que as massas oceânicas e é a vez dos ven- c) Altitude e latitude.
tos vindos das cordilheiras do Himalaia, descerem d) Latitude e marítimidade.
rapidamente em direção ao Índico, empurrando e) Circulação atmosférica e latitude.
as massas úmidas do oceano para longe e ocasio-
nando um longo período de estiagem que chega INSTRUÇÃO: Responder à questão 3 com base
a ceifar centenas de vidas. Essas são as monções nas figuras abaixo.
continentais que acabam influenciando também o
clima da Oceania.

As afirmativas a seguir relacionam-se aos mo-


vimentos da atmosfera assinalados nos dese-
nhos.
EXERCÍCIOS

I São ventos sazonais, responsáveis por períodos


1-Assinale (V) verdadeiro ou (F) falso nas afir- distintos de chuvas no verão e secas no inverno,
mativas a seguir: regulando a cultura do arroz.
II São ventos monçônicos, direcionados pela di-
ferença de pressão atmosférica existente entre o
( ) A pressão atmosférica varia com a altitude e oceano e o continente.
com a temperatura ambiente. Em geral, a pressão III No inverno, as chuvas são reduzidas em função
é mais alta em lugares de maior altitude. do deslocamento do centro de alta pressão, dire-
( ) O vento existe devido à diferença de pressão cionando os ventos de uma zona ciclonal para zo-
nas de alta pressão. vas torrenciais de curta duração acompanhadas
IV Além de soprar no sul e sudeste asiático, esses de raios e trovões.
ventos são comuns na costa oeste do sul da África, e) Frontal – geralmente ocorre em zonas de con-
contribuindo para a formação do Deserto da Na- tato entre duas massas de ar com características
míbia. semelhantes. Logo, inicia processo de condensa-
ção do vapor e a precipitação da água na forma
3-(PUC/RS - 2002) Pela análise das afirmativas, de chuva.
conclui-se que estão corretas as alternativas:
5- Relacione as colunas indicando os fenôme-
a) I e II nos descritos:
b) I, II e III
c) I, III e IV a) Quanto mais longe do Equador mais inclinados
d) II e IV são os raios solares.
e) III e IV b) O ar mais rarefeito provoca a diminuição da at-
mosfera.
4- 1- De acordo com as condições atmosféricas, c) A terra se resfria e se aquece mais rapidamente
a precipitação pode ocorrer de várias formas: que a água.
chuva, neve e granizo. Nas regiões de clima tro-
pical ocorrem três tipos de chuvas: frontal, oro- ( ) altitude
gráfica e convectiva (ou de verão): ( ) continentalidade
( ) latitude

6. (Vunesp) De modo geral, os espaços geográfi-


cos cujo clima é influenciado pela marítimidade
apresentam:

a) menor amplitude média anual.


b) chuvas escassas e mal distribuídas durante o
ano.
c) maior amplitude média anual.
d) menor quantidade de dias chuvosos e de ne-
voeiro.
e) chuvas escassas concentradas no inverno.

A chuva demonstrada na figura é do tipo: 7. (UEL) Considere as seguintes afirmativas:


I. a temperatura aumenta dos pólos em direção
a) Frontal – esse tipo de chuva resulta do desloca- ao Equador.
mento horizontal e eventual choque entre massas II. a temperatura diminui a medida que a altitu-
de ar com diferentes características de temperatu- de aumenta.
ra e pressão. O contato entre elas forma uma faixa III. a temperatura do litoral é regularizada pela
de instabilidade, onde ocorrem as chuvas. proximidade das águas oceânicas (maritimida-
b) Orográfica – barreiras no relevo levam as mas- des)
sas de ar a atingir grandes altitudes, o que causa IV. a temperatura do litoral é sempre mais alta
queda de temperatura e condensação do vapor. que o interior.
As chuvas costumam ser localizadas, intermiten- V. cidades localizadas em latitudes diferentes
tes e finas. nunca apresentam temperaturas semelhantes.
c) Convectiva – atingindo altitudes elevadas, a
temperatura aumenta e o vapor se condensa em São CORRETAS apenas as afirmativas
gotículas que permanecem em suspensão. O ar
fica mais denso, desce frio e seco para a superfície a) I, II e III
e inicia novamente o ciclo convectivo. Após a pre- b) II, II e IV
cipitação, o céu fica claro novamente. c) I, III e IV
d) De verão ou convectiva – são causadas pela as- d) II, IV e V
censão ou pela descida lenta (subsidência) do ar. O e) III, IV e V
ar mais próximo da superfície terrestre se aquece
e ascende na atmosfera ao atingir camadas mais 8- A atmosfera é a camada de ar que envolve o
frias da troposfera. O vapor d’água se condensa, nosso planeta. Considerando essa camada im-
formam-se nuvens e chove. Geralmente são chu- portante, assinale a proposição que esteja cor-
reta. b) Descreve um dos fatores do clima, enfatizan-
a) As partículas que compõem a atmosfera não se do o papel por ele exercido.
distribuem de forma homogênea nos diversos am- ____________________________________
bientes da superfície terrestre. ___________________________________
b) A atmosfera é composta de vários gases cujas ____________________________________
proporções não variam em função da altitude. ____________________________________
c) A estratosfera é a camada em que ocorre a ____________________________________
maior parte dos fenômenos metereológicos, como
as chuvas e os ventos. 11- O mapa abaixo indica a ocorrência de queda
d) A troposfera, primeira camada da atmosfera, de neve na América do Sul. Observe o mapa e
apresenta ar bastante rarefeito e temperatura es- responda às questões.
tável.
e) A maior quantidade de ozônio é encontrada na
troposfera, e ele é importante porque reflete as
ondas de rádio.

9- O fenômeno de ilha de calor é o exemplo mais


marcante da modificação das condições iniciais
do clima pelo processo de urbanização, carac-
terizado pela modificação do solo e pelo calor
antropogênico, o qual inclui todas as atividades
humanas inerentes à sua vida na cidade.
BARBOSA, R. V. R. Áreas verdes e qualidade térmica em ambientes ur- a) Que fatores climáticos determinam a distri-
banos: estudo em microclimas em Maceió. São Paulo: EdUSP, 2005.
buição geográfica da ocorrência de queda de
O texto exemplifica uma importante alteração neve na América do Sul?
socioambiental, comum aos centros urbanos. A ____________________________________
maximização desse fenômeno ocorre ___________________________________
____________________________________
A) pela reconstrução dos leitos originais dos cur- ____________________________________
sos d’água antes canalizados. ____________________________________
B) pela recomposição de áreas verdes nas áreas
centrais dos centros urbanos. b) Quais são as condições momentâneas de es-
C) pelo uso de materiais com alta capacidade de tado de tempo necessárias para a ocorrência de
reflexão no topo dos edifícios. precipitação em forma de neve?
D) pelo processo de impermeabilização do solo ____________________________________
nas áreas centrais das cidades. ___________________________________
E) pela construção de vias expressas e gerencia- ____________________________________
mento de tráfego terrestre. ____________________________________
____________________________________
10- (UNESP) O clima é um importante recurso
natural. A sua compreensão pode auxiliar no UNIDADE 6
melhor desempenho das atividades agrícolas,
facilitar o transporte de mercadorias, simplifi- CLIMAS DO BRASIL
car a circulação de pessoas, preservar a saúde e
o conforto humano, etc. No entanto, compreen- 1. INTRODUÇÃO
dê-lo adequadamente requer o estudo de seus
elementos e fatores. Os elementos climáticos que estudamos
até aqui ocorrem simultaneamente num mesmo
a) Quais são os principais elementos do clima? lugar e percebemos que se alteram com o passar
Quais são os seus principais fatores? do tempo. Em cada lugar temos uma sucessão de
____________________________________ estados atmosféricos durante o ano, que se repete
___________________________________ com maior ou menor variação a cada ano, caracte-
____________________________________ rizando assim o clima de cada lugar.
____________________________________ No Brasil atuam 5 massas de ar, cujos movi-
____________________________________ mentos irão caracterizar as variedades climáticas,
já que elas são portadoras de uma determinada
combinação de elementos climáticos (temperatu-
ra-umidade-pressão).
2. MASSAS DE AR

Podemos considerar que massas de ar são


porções de atmosfera onde predominam caracterís-
ticas físicas homogêneas (temperatura, pressão, umi-
dade, densidade). Como o planeta é aquecido diferen-
temente em suas várias latitudes, temos a formação,
basicamente de três tipos de massas de ar: Equatoriais,
Tropicais e Polares. Estas massas estão em constante
movimento, normalmente as Equatoriais, mais quen-
tes, se deslocam para as áreas polares e as Polares
mais frias vão, por cima, para as regiões equatoriais,
o que leva a um equilíbrio térmico da atmosfera como
um todo. Ao se deslocarem as massas de ar vão alte-
rando suas dimensões e características físicas, até se
dissiparem. Conforme as áreas de origem das massas
de ar, ainda podemos diferenciá-las em Oceânicas e
Continentais.
Massas de ar que atuam sobre a América do Sul
mEa - Massa Equatorial Atlântica – quente e úmida –
provoca chuvas, principalmente, nas zonas litorâneas 3. CLASSIFICAÇÃO CLIMÁTICA
do Norte e Nordeste Ocidental.
A quantidade de chuvas é, em geral, boa. O
mEc - Massa Equatorial Continental – quente e úmi- país recebe em média 1000 mm/ano. Porém sua
da – tem seu centro na Amazônia, sendo responsável distribuição, durante o ano e pelas regiões, não é
pelas chuvas intensas na região. No verão, sua atuação uniforme, permitindo-nos reconhecer três tipos de
atinge o Nordeste e Centro-Oeste. áreas:
áreas com precipitações abundantes – mais
mTc - Massa Tropical Continental (Massa do Chaco) de 2000 mm/ano. - Serra do Mar (SP), Amazônia
– quente e seca – atua principalmente no inverno, na Ocidental e litoral sul da Bahia.
porção oeste do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. áreas com precipitações satisfatórias – en-
tre 1000 e 2000 mm/ano – atinge o Centro-Oeste, a
mTa - Massa Tropical Atlântica – quente e úmida – tem maior parte do Sudeste e o sul do país.
grande atuação em toda a fachada Atlântica Oriental, áreas com chuvas escassas – menores que
onde ocasiona as chuvas de relevo. 1000 mm/ano – compreendem Sertão Nordestino
e vale médio do R. São Francisco, chegando até o
mPa - Massa Polar Atlântica – fria e úmida – origina- norte de Minas Gerais.
-se no sul do continente. durante o inverno sua ação ex-
pande-se, provocando chuvas no litoral do Nordeste, a Existem várias classificações climáticas
friagem no sul da Amazônia e as baixas temperaturas para o Brasil. Aqui trabalharemos com a de Lisia
do Centro Sul do país. Bernardes:
e outono. Apresenta baixo índice pluviométrico e
I – Equatorial – quente e úmido, com tem- baixa amplitude térmica com temperaturas eleva-
peraturas médias entre 24º e 26ºC, amplitudes das durante todo o ano.
térmicas pequenas até 3ºC e chuvas abundantes ( ) Clima subtropical, com chuvas bem dis-
superiores a 2000 mm/ano. tribuídas durante todo o ano e alta amplitude tér-
mica, com verões quentes e invernos frios.
II – Tropical – quente e caracterizado pela ( ) Clima equatorial, com chuvas abundantes
existência de duas estações no ano, verão chuvo- e temperaturas elevadas durante todo o ano, não
so e inverno seco, exceto para o litoral Nordestino, apresenta estação seca.
entre Salvador e o Rio Grande do Norte, onde cho- ( ) Clima tropical litorâneo sob a influência
ve no inverno. As médias térmicas variam de 22º a dos alísios, com chuvas abundantes no inverno,
27ºC e a amplitude térmica pode chegar a 5ºC; as estação na qual as temperaturas elevadas decli-
chuvas serão superiores a 1000 mm, mas variarão nam.
de região para região.
A alternativa que apresenta a seqüência correta é:
III – Semi-Árido – quente com médias tér-
micas superiores a 24ºC e pequenas amplitudes a) 4 3 2 1
térmicas (menores que 3ºC). As chuvas são irregu- b) 3 4 2 1
lares e mal distribuídas, fazendo surgir o polígono c) 3 1 2 4
das secas. d) 3 4 1 2
e) 1 2 4 3
IV – Tropical de Altitude – predomina nas
partes mais elevadas do Planalto Atlântico, che- 2) (Puc-RS) No Brasil, a variedade de climas
gando até o Mato Grosso do Sul. Apresenta médias existentes está relacionada a diferentes fato-
térmicas menores (18º a 22ºC) e amplitudes térmi- res. Entre aqueles considerados dinâmicos,
cas maiores (até 7ºC). No inverno pode apresentar temos as massas de ar. Em virtude da grande
geadas. As precipitações situar-se-ão entre 1000 e extensão territorial que o Brasil possui, nosso
1500 mm/ano. país apresenta cinco massas de ar agindo sobre
o território, cada uma delas apresentando ca-
V – Subtropical – predomina na região Sul racterísticas relativas à temperatura e à umida-
no norte do Paraná e no extremo sul do Mato Gros- de. Por exemplo: a Massa ________ caracteri-
so do Sul. É um clima menos quente, com médias za-se como ________.
térmicas inferiores a 20ºC, chuvas abundantes e
bem distribuídas entre 1500 e 2000  mm/ano. No a) Equatorial Atlântica - quente e úmida
inverno pode chegar a apresentar nevascas. b) Equatorial Continental - fria e úmida
c) Tropical Atlântica - fria e seca
VI – Tropical Úmido – típico do litoral orien- d) Tropical Continental - quente e úmida
tal, temperaturas elevadas e chuvas de inverno e) Polar Atlântica - fria e seca.
(NE) e de verão (SE).
3) O gráfico termopluviométrico abaixo repre-
Sugestão de vídeo: O poder da Terra: At- senta a variação de temperatura e a quantidade
mosfera, BBC. de chuvas na região de Uaupés, no Amazonas.

EXERCÍCIOS

1) (UEPB) Observe os pluviogramas abaixo. Neles os


índices pluviométricos estão representados pelas
colunas, enquanto que a variação de temperatura
é representada pela linha. Com base na leitura dos
gráficos, identifique as respectivas descrições fei-
tas dos mesmos.

Assinale a alternativa que classifica e caracte-


riza corretamente o clima representado no grá-
( ) Clima semiárido com chuvas de verão fico:
a) tropical úmido, com chuvas concentradas no in- Climas
verno e temperaturas médias baixas ao longo do I-Tropical Continental.
ano. II-Equatorial.
b) equatorial úmido, com chuvas constantes e III-Semi-árido.
abundantes ao longo do ano e temperaturas mé- IV-Subtropical.
dias anuais elevadas.
c) equatorial úmido, com chuvas constantes e
abundantes ao longo do ano e temperaturas mé- Características
dias anuais elevada
d) tropical de altitude, com chuvas concentradas ( ) Chuvas bem distribuídas durante o ano, médias
no verão e temperaturas médias anuais baixas. térmicas entre 17ºC e 19ºC, chuvas entre 1.250 e
e) subtropical, com chuvas bem distribuídas du- 2.000 mm anuais.
rante o ano e temperaturas médias anuais baixas, ( ) Chuvas escassas e mal distribuídas, médias
apresentando invernos rigorosos. térmicas acima de 25ºC, baixos índices pluviomé-
tricos.
4) De acordo com o mapa climático do Brasil, ( ) Duas estações bem definidas, com médias
assinale a alternativa correta: térmicas entre 19ºC e 27ºC e pluviosidade média
anual de 1.500 mm.
( ) Médias térmicas entre 25º e 27ºC, pequena am-
plitude térmica, elevados índices pluviométricos(-
superiores a 2.000mm anuais) e chuvas o ano todo.

6) No mapa as letras A, B e C indicam as posi-


ções e as trajetórias das principais massas de ar
que atuam no Brasil. São, respectivamente:

a) Polar Atlântica, Polar Pacífica e Equatorial Con-


tinental
b) Tropical Atlântica, Equatorial Continental e Tro-
pical Continental
c) Equatorial Continental, Polar Atlântica e Polar
a) Na área l, verifica-se uma estação seca prolon- Ártica
gada. d) Equatorial Continental, Tropical Atlântica e Po-
b) Na área 2, registram-se as menores temperatu- lar Atlântica
ras médias do país. e) Tropical Atlântica, Tropical Continental e Polar
c) Na área 3, a ação da massa equatorial continen- Atlântica
tal é responsável pela intensa precipitação.
d) Na área 4, a influência da altitude ameniza a 7) Os tipos de clima no Brasil são definidos com
temperatura. base em critérios variados, mas, sobretudo,
e) Na área 5, a ação da massa equatorial atlântica com base na quantidade de chuva e temperatu-
é responsável pela aridez do interior. ra média no decorrer do ano. Observe os climo-
gramas referentes a localidades do território
5) Observe o mapa abaixo e identifique os tipos brasileiro:
climáticos do Brasil.

Faça a associação correta:


Com base nos climogramas, defina os climas de mentos sobre o assunto, faça o que se pede:
A e B, pontuando as principais características
de cada um. a) Apresente a semelhança do comporta-
_____________________________________ mento pluviométrico entre Belém e Curitiba.
_____________________________________ _____________________________________
_____________________________________ _____________________________________
_____________________________________ _____________________________________
_____________________________________ _____________________________________
_____________________________________
8) (UEL-2012) Analise a figura a seguir.
b) Explique as diferenças de temperatura mé-
dia entre os dois tipos climáticos
_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________

GABARITOS – GEOGRAFIA DO BRASIL

UNIDADE 1
1- C
2- E
A figura ilustra as massas de ar que atuam na 3- C
dinâmica atmosférica do Brasil: equatoriais, 4- D
tropicais e polares que resultam em diferentes 5- D
tipos climáticos. 6- C
a) Quais as massas que atuam na região Sul do 7- E
Brasil? 8- a) O IBGE dividiu o Brasil em cinco macrorre-
_____________________________________ giões geográficas, a saber: Norte, Nordeste,
_____________________________________ Centro-Oeste, Sudeste e Sul (divisão oficial).
_____________________________________ b) As regiões geoeconômicas (ou complexos regio-
_____________________________________ nais) do Brasil são: Amazônia, CentroSul e Nordes-
_____________________________________ te. N a delimitação das regiões geoeconômicas (ou
complexos regionais), o critério básico foi a divisão
b) Como é denominado o tipo climático predo- regional do trabalho, ou seja, a estrutura produti-
minante e quais são as características do clima va dominante em cada região, sem levar em conta
que atua nessa região? os limites políticos territoriais dos estados
_____________________________________ c) A divisão oficial adotada pelo IBGE, composta de
_____________________________________ cinco macrorregiões, está fundamentada na com-
_____________________________________ binação das características econômicas, naturais
_____________________________________ e demográficas, mantendo na divisão regional o
_____________________________________ limite político-administrativo dos estados.

9) Observe os dois climogramas a seguir:


UNIDADE 2
1- D
2- B
3- B
4- F, V, V, F.
5- A
6- D
7- E
8- A teoria da deriva continental, criada pelo ale-
mão Alfred Wegener no começo do século XX,
propunha a hipótese de que uma única massa
Com base nos climogramas e em seus conheci- continental, chamada Pangeia, teria começado
a se dividir há 200 milhões de anos, formando os UNIDADE 3
continentes. Isso teria sido possível pelo fato de 1- A
a camada mais exterior da Terra estar composta 2- B
pela litosfera, que inclui a zona solidificada (conti- 3- E
nentes), e pela astenosfera, que inclui a parte mais 4- D
interior, o substrato viscoso citado no texto do 5- C
enunciado. Segundo o cientista, os continentes se 6- D
moviam sobre o assoalho oceânico devido à ação 7- D
das forças gravitacionais — o que se provou erra- 8- As bacias sedimentares resultam da acumula-
do. Mais tarde, outros cientistas defenderam que ção de sedimentos pela ação dos agentes exter-
o movimento é determinado pela ação das forças nos, em diferentes Eras e períodos geológicos. Es-
geradas pelas correntes de convecção do manto ses sedimentos e/ou detritos podem ter diferentes
terrestre. Portanto os continentes são a parte vi- origens: fluvial,, marinha, glacial, eólica, lacustre,
sível das placas tectônicas que flutuam e derivam vulcânica e orgânica. Essas bacias são importan-
ao longo de milhões de anos — o que justifica a ex- tes, do ponto de vista econômico, por abrigarem
pressão deriva continental —, seguindo a direção minerais usados como fontes de energia (combus-
indicada no mapa do enunciado. tíveis fosseis) como o petróleo, ás natural, carvão
  b) As placas tectônicas apresentam na sua mineral. Entre os exemplos de bacias sedimenta-
periferia as zonas de contato, formando três tipos res brasileiras podemos citar: Amazônica, Meio-
de limites: Transformantes ou conservativos: são -Norte, Pantanal, Recôncavo Baiano, ente outras.
os que acontecem quando as placas deslizam ao 9- a) ver unidade
longo das falhas e se atritam com as suas vizinhas. b) O relevo influencia a vida nas cidades, pois se
Ocorrem com o movimento vertical ou epiroge- estas estão em fundos de vale, por exemplo, cor-
nético; Divergentes ou construtivos: são os que rem o risco de inundações; se estão em declives,
acontecem quando duas placas se afastam uma desmoronamentos. Deve-se ter uma gestão muni-
da outra; Convergentes ou destrutivos: são os que cipal levando em conta a dinâmica do relevo
acontecem quando duas placas se movem uma
em direção à outra, podendo ocorrer uma subduc- UNIDADE 4
ção (quando uma das placas mergulha sob a ou- 1) A
tra) ou uma formação de montanhas (quando as 2)E
placas colidem, se comprimem e se erguem). 3)A
4) D
9- a) As ocorrências de atividades sísmicas relacio- 5)D
nam-se aos deslocamentos de placas tectônicas. 6)E
As placas tectônicas podem se deslocar basica- 7) E
mente de três formas: convergência, divergência 8) a) Entre os motivos da preocupação em relação
e/ou transcorrência formando correntes magmá- à qualidade e quantidade da água estão: a sua con-
ticas, resultantes de forças endógenas. São mo- taminação pelo uso de agrotóxicos, a contamina-
vimentos lentos e que acabam acumulando enor- ção por esgotos não tratados e por produtos quí-
mes quantidades de energia que periodicamente micos industriais. Dentre as ações que poderiam
eclodem em ondas de choque resultando em ter- ser implantadas destacam-se o efetivo controle e
remotos ou, quando no leito marinho, em tsuna- fiscalização do uso de agrotóxicos e dos produtos
mis (ondas gigantescas), para depois se acomoda- químicos utilizados pela indústria, consumidos e
rem e reiniciarem o processo. não consumidos pela sociedade; a ampliação de
b) Qualquer área da crosta terrestre está sujeita a medidas e da infraestrutura de saneamento visan-
atividades sísmicas. A diferença está em sua inten- do melhorar o processo de descontaminação do
sidade. O território brasileiro encontra-se sobre tratamento de esgoto domiciliar e industrial (po-
a placa tectônica Sul-Americana na porção cen- luição); e a utilização racional da água dos aquífe-
tro-leste em área de terrenos muito antigos, Pré- ros, visando à sua preservação; além da reconsti-
-Cambrianos ou Arque-Proterozoico, consolidados tuição das matas ciliares dos cursos hídricos.
sobre escudos cristalinos espessos que absorvem b) Entre as alterações ambientais causadas pela
a pressão interna mais intensa, deixando surgir à sociedade no solo urbano estão o desmatamento,
superfície apenas os eventos de baixa magnitude. o aumento das áreas impermeabilizadas e o asso-
O Brasil fica distante da região de contato entre a reamento dos cursos hídricos.
placa Sul-Americana e a placa de Nazca com fre- 9) a) O bioma que ocorre na área da transposição
quentes sismos de grande intensidade (Círculo do do São Francisco é a Caatinga. Esse bioma apre-
Fogo). senta clima tropical semi-árido, vegetação de
arbustos de porte médio, normalmente com es-
pinhos (vegetação xerófita), solos rasos e rios in- localidade B possui verões amenos e invernos com
termitentes. temperaturas mais baixas devido a maior influên-
b)Impactos positivos: possibilidade de irrigação cia de massas de ar frias, com chuvas bem distri-
e aumento da área agrícola; perenização de rios; buídas durante o ano, devido a chegada de massas
maior disponibilidade de água para o abasteci- úmidas durante o inverno e o verão.
mento urbano.
Impactos negativos: risco de salinização dos solos; 8) a. São as massas de ar tropicais e polares.
eventual alteração de flora e fauna da região atin- b. O tipo de cima predominante é o subtropical
gida; possibilidade de concentração de terras; re- Úmido e as características do clima são: verões
dução da vazão do São Francisco a jusante da área quentes, queda sensível de temperatura durante
de captação em anos muito secos. o inverno, maiores amplitudes térmicas anuais do
país e chuvas regulares durante o ano.
UNIDADE 5
1) F,F,V,V,V 9) a) Nas duas cidades o verão é quente e não se
2) C verifica a existência de estações secas prolonga-
3) A das.
4) D b) Na cidade de Belém, em área de clima Equato-
5)B,C,A rial, não se verificam variações térmicas acentua-
6) A das ao longo do ano. O contrário ocorre na cidade
7)A de Curitiba, em área de clima Subtropical, onde se
8)A verifica a ocorrência de acentuada amplitude tér-
9) D mica verão-inverno.
10) a) Os principais elementos climáticos são: tem-
peratura atmosférica, umidade do ar, precipita-
ções, ventos e pressão atmosférica. Os principais
fatores climáticos são: altitude, latitude, mariti-
midade, continentalidade, correntes marítimas e
massas de ar.
b) As massas de ar apresentam fundamental im-
portância para a explicação da dinâmica climá-
tica. São porções da atmosfera que carregam
características próprias de suas áreas de origem.
Podem ser quentes e úmidas, quentes e secas,
frias e úmidas, e frias e secas. À medida que que
se deslocam, perdem suas características iniciais
e vão se dissipando
11) a) A ocorrência de precipitação de neve na
América do Sul está associada especialmente às
elevadas altitude e latitude, o que explica a sua
ocorrência na porção mais sul da América do Sul
e mais a oeste, associada à Cordilheira dos Andes.
b) As condições momentâneas de estados de tem-
po para a ocorrência de precipitação de neve são
as temperaturas baixas (próximas de zero) e eleva-
da umidade do ar.

UNID1ADE 6
1) d
2) a
3) c
4) d
5) IV, III, I, II
6) b
7) O climograma da localidade A apresenta verões
e invernos quentes, e chuvas concentradas no ve-
rão, durante o inverno as massas polares frias e
menos úmidas diminuem a quantidade de chuvas
características do clima tropical. O climograma da
HISTÓRIA GERAL
UNIDADE 1 UNIDADE 5
INTRODUÇÃO GRÉCIA II

UNIDADE 2 UNIDADE 6
ANTIGUIDADE ORIENTAL, ROMA I
EGITO E MESOPOTÂMIA
UNIDADE 7
UNIDADE 3 ROMA II
MESOPOTÂMIA

UNIDADE 4
ANTIGUIDADE CLÁSSICA:
O MUNDO GREGO ROMANO - GRÉCIA I
UNIDADE 1: INTRODUÇÃO o que comprova sua superioridade de inteligência.
Com o passar dos anos, os homens deste
O termo pré-história e utilizado para desig- período começaram a viver em grandes grupos.
nar o período que estão entre o aparecimento dos Para enfrentar o frio, quando migravam para re-
primeiros antepassados do homem e a invenção giões de poucas cavernas, construíam moradias
da escrita, por volt de 3500 a.c. rústicas com peles de animal, rochas e gravetos.
O estudo da pré-história requer técnicas es- No período Paleolítico Superior, o homem come-
pecificas, pois depende da análise de documentos ça a desenvolver a pintura rupestre nas cavernas,
não-escritos (restos fosseis, armas e utensílios, permitindo um entendimento contemporâneo
moradias primitivas, esculturas, pinturas etc). Seu maior de sua cultura.
objetivo e reconstituir a evolução física e cultural Segundo alguns arqueólogos, é nesse perío-
do homem durante a longa fase que antecedeu os do que o homem começa a se apegar à espiritua-
tempos históricos. lidade, dando origem à religião. Eles cultivavam o
poder feminino da natalidade e as consideravam
PERÍODO PALEOLÍTICO superiores por gerarem a vida ao engravidar.
No fim da era paleolítica, o planeta estava
É a era histórica mais extensa da humanida- começando a sofrer variações climáticas glaciais.
de: abrange por volta de 3 milhões de anos atrás Apesar de extensos períodos de frio, a tempera-
até cerca de 10.000 a.C. Foi nesse período que os tura começou a amenizar e ficar mais favorá- vel
grupos humanos começaram a utilizar utensílios aos humanos primitivos, suscitando em grandes
de chifres de animais ou de rochas para desenvol- mudanças entre o intervalo histórico de mais de
verem a caça e se protegerem de outros grupos 10.000 anos de transição do Período Paleolítico ao
nômades, formando objetos pontudos - ou las- Período Neolítico, chamado de Revolução Neolíti-
cas - que deu margem para que essa era também ca pelo historiador Gordon Childe.
ficasse conhecida como Idade da Pedra Lascada.
Grande parte dos restos mortais desse pe- NOVA IDADE DA PEDRA OU PERÍODO NEOLÍTICO
ríodo foram encontrados na Europa - especial- (10000-5000 A.C)
mente França e Espanha -, por volta de todo o Período Neolítico teve início por volta de
continente africano, na Índia e na China. A baixa 8.000 antes de Cristo, após as mudanças climáti-
temperatura da época fazia das cavernas o lar dos cas que criaram melhores condições de vida para
hominídeos que viveram durante o período, tais os homens e animais. Com as geleiras, os porten-
como australopitecos, Homo Habilis, Homo erectus tosos animais foram extintos, dando lugar a uma
e Homo Sapiens. fauna mais parecida com a que temos hoje, e os
Por compreender um vasto período das rios, desertos e florestas tropicais foram forma-
primeiras atividades humanas, os historiadores e dos, o que possibilitou um contato humano mais
arqueólogos subdividem o Período Paleolítico em intenso com a natureza.
inferior e superior. Diferente da era do paleolítico, o Período
Neolítico é considerado um importante avan-
PALEOLÍTICO INFERIOR (200000-40000 A.C ) ço social, econômico e político. Nesse período, o
Onde florescem as primeiras estruturas so- homem descobre-se como um ser social que tem
ciais e onde os primeiros artefatos começam a ser muito mais vantagem de agir em grupo do que in-
fabricados pelo homem, como armas de pedernei- dividualmente. As estruturas sócio-políticas são
ra, objetos de madeira e lascas de pedra. Apesar mais sólidas, ou seja, determinados grupos ocu-
de serem nômades, têm afeição familiar e fazem pam certas regiões sob a influência de um líder,
uso do fogo, principal descoberta humana do pe- geralmente o mais velho, o mais esperto ou o que
ríodo. tivesse mais força física.
Para obter boas condições de vida, o ho-
PALEOLÍTICO SUPERIOR (40000-10000 A.C) mem neolítico procurava moradia próximo aos
Surge o homem de Cro-Magnon - oriundo da rios, na intenção de utilizar a terra fértil para a
Ásia, migrando pela África até chegar na Europa -, agricultura - outro importante avanço do período.
que morava nas cavernas graças ao constante es- Se antes o homem paleolítico coletava alimentos
friamento do planeta devido à 4ª Era Glacial. Ele praticando o ato da caça e da pesca para sobre-
desenvolveu sua cultura no continente europeu e viver, o homem neolítico passou a produzir o que
tinha qualidades humanoides primitivas mais fa- comer com mais assiduidade, plantando frutos,
voráveis que as outras espécies: tinham estatura legumes e vegetais. Com isso, não havia mais a ne-
média de 1,70m, cabeça comprida e maior capaci- cessidade de vagarem constantemente à procura
dade cerebral. Além de tudo isso, já caçava animais de alimentos - criando o fenômeno do sedenta-
de grande porte através de armadilhas terrestres, rismo, ou seja, a permanência em lugar fixado em
detrimento do nomadismo. c) Sobre o Paleolítico, podemos afirmar que foi o
São construídas as primeiras moradias, si- período de grande desenvolvimento artístico,
milares a pequenos cubículos feitos de palha e cujo exemplo são as pinturas antropomorfas e
madeira. Geralmente, os neolíticos trabalhavam zoomorfas realizadas nas cavernas.
coletivamente, saindo em numerosos grupos para d) O Neolítico apresentou um desenvolvimento
as poucas atividades de caça e pesca. As mulheres artístico diferente do Paleolítico, através dos
eram responsáveis por garantir o bem-estar das traços geométricos do desenho e da pintura.
pequenas aldeias, permanecendo com os filhos e e) Os primeiros seres semelhantes ao homem
cuidando da agricultura. Com mais tempo para in- foram o Australopithecus e o Homem de Java
teragirem entre si, os neolíticos desenvolveram as que eram bem mais adaptados que o Homem
primeiras atividades de lazer, descobrindo a arte de Neanderthal.
da cerâmica e a forma de comercializá-la.
Apesar de indícios científicos apontarem
para a Era Paleolítica o surgimento do comércio, 2. (FGV-SP) A transição do Paleolítico Superior
foi na Era Neolítica que ele teve melhor aplica- para o Ne- olítico (entre 10 000 a.C. e 7000 a.C.)
ção. O homem neolítico cria o dinheiro, que era foi acompanhada por algumas mudanças bási-
representado inicialmente por sementes de cores cas para a humanidade. Entre essas, podería-
diferentes, para facilitar a troca de mercadorias, mos citar:
muitas vezes cerâmica, armamentos com pedras
talhadas, objetos de pederneira e minério. Tam- a) o aparecimento da linguagem falada;
bém data da Era Neolítica a criação do primeiro b) a domesticação dos animais e plantas, isto é
barco. o aparecimento da agricultura e do pastoreio;
c) o aparecimento da magia e da arte;
Revolução neolítica d) o povoamento de amplas áreas antes não po-
Outro importante e a domesticação de ani- voadas, como a Europa Central e Ocidental;
mais o que possibilitou maior proximidade deles e) o aparecimento de vários novos instrumentos,
com o homem (como acontece com o cão) e trouxe como a agulha de osso, os arpões, os anzóis, a
mais variações alimentícias, como a criação de ga- machadinha, a lança e a faca.
dos, cabras e porcos.
As vestimentas também sofreram altera-
ções do homem paleolítico; devido ao frio intenso 3. Sobre a constituição das primeiras estrutu-
da Era Glacial, o homem paleolítico se cobria com ras urbanas é correto afirmar:
pele de animal, enquanto o neolítico passou a fa-
bricar as primeiras roupas com lã, algodão e linho a) Durante o surgimento das primeiras forma-
para facilitar na locomoção e trazer mais conforto ções urbanas os homens viviam em cavernas.
em relação ao clima mais ameno. b) Nas primeiras formações urbanas apareceram
O surgimento da escrita e a criação do Esta- instrumentos rudimentares produzidos pelo
do nas primeiras civilizações da Antiguidade mar- homem.
cou o fim da Era Neolítica. c) O início das primeiras cidades já indicava um
processo de sedentarização do homem, pro-
IDADE DOS METAIS (50000 A.C) porcionado pela Revolução Agrícola.
Consolidou a importância do bronze na fa- d) Quando surgiram as primeiras formações ur-
bricação de armamentos manuais. banas o homem era essencialmente caçador
e coletor.
EXERCÍCIOS e) Na formação das primeiras cidades o homem
foi ganhando capacidade de agarrar-se em ár-
1. (UFPE) “Já se afirmou ser a Pré-História uma vores, tornando-se bípedes.
continuidade da História Natural, havendo uma
analogia entre a evolução orgânica e o progres-
so da cultura”.
Sobre a Pré-história, qual das alternati-
vas a seguir é incorreta?

a) Várias ciências auxiliam no estudo, como a an-


tropologia, a arqueologia e a química.
b) A Pré-história pode ser dividida em Paleolítico
e Neolítico, no que se refere ao processo técni-
co de trabalhar a pedra.
UNIDADE 2: A HISTÓRIA
ANTIGUIDADE ORIENTAL, EGITO E
MESOPOTÂMIA
Assim como na matemática, determina-
dos conhecimentos básicos são necessários para
a melhor compreensão dos eventos históricos.
Apresentaremos de maneira sintética alguns des-
ses conhecimentos:
• A linha do tempo e suas divisões (a.C, d.C,
idade antiga, medieval, moderna e contemporâ-
nea)
• Datação dos séculos em algarismos roma-
nos (I, V, X – um, cinco e dez, respectivamente)
• Conhecimentos geográficos básicos (locali- EGITO – ASPECTOS ECONÔMICOS E SOCIAIS
zação dos continentes, tal como dos oceanos e do
mar mediterrâneo) Essa civilização se desenvolveu ao longo
• Conhecimento de determinados conceitos do rio Nilo e foi totalmente dependente deste,
políticos e econômicos (serão trabalhados no de- e de suas cheias regulares que permitiram que a
correr do curso). agricultura se tornasse sua principal atividade.
A comodidade que a região proporcionava devi-
Devido às mudanças do vestibular da UEL, do à facilidade de plantio e colheita facilitaram a
começaremos nossos estudos a partir da antigui- formação dos Nomos – comunidades autônomas
dade oriental, em que tentaremos compreender – que com o decorrer do tempo ocasionou o cres-
os aspectos essenciais de duas civilizações, a sa- cimento da população. Com isso surgiu a necessi-
ber, a egípcia e a mesopotâmica. dade de melhorar as técnicas de irrigação com as
construções de grandes obras hidráulicas.
EGITO E MESOPOTÂMIA Sua economia foi praticamente auto-sufi-
ciente, não havendo crescimento da produção ar-
Tanto a sociedade egípcia como a mesopotâmica, tesanal para trocas nem a monetarização da eco-
foram civilizações do médio oriente e desenvol- nomia.
veram-se na região do Crescente fértil. Constituí- A sociedade esteve dividida em camadas es-
ram-se em civilizações hidráulicas, ou seja, depen- tratificadas, marcadas pelo imobilismo. No topo
dentes das águas dos rios às suas voltas. Ambas estavam o faraó e sua família, abaixo vinham os
constituíram Estados despóticos e burocratiza- sacerdotes, altos burocratas e aristocratas, em
dos, de caráter teocrático e impuseram às suas seguida ficavam os militares e escribas, depois os
populações o trabalho compulsório e coletivo. O artesãos e comerciantes e na base os camponeses
modo de produção predominante foi o asiático. e escravos. Sua religião era politeísta e antropo-
zoomófica. Criam na vida após a morte e desen-
volveram a técnica de mumificação de cadáveres.

ASPECTOS POLÍTICOS

Para efeitos didáticos a história política do


antigo Egito está dividida em três períodos:

• Antigo Império (3200 – 2300 a.C)


• Médio Império (2000 – 1750 a.C)
• Novo Império (1580 – 662 a.C)

O Antigo Império foi o período de consoli-


dação de um Estado monárquico, despótico, al-
tamente burocratizado de caráter teocrático. O
poder central se fortaleceu possibilitando uma
estabilidade política. Por volta de 2300 a.C essa
estabilidade foi abalada pelo fortalecimento dos
Nomarcas (chefes dos nomos) que passaram a
lutar por autonomia frente ao governo.
O Médio Império tem início com a recupera- b) Eram povos que formaram diversas cidades,
ção do poder pelo faraó em 2000 a.C e a volta da as quais organizavam e controlavam a produ-
centralização política que só é a ser abalada no- ção de cereais.
vamente por volta de 1800 a.C com a invasão do c) Possibilitaram a formação do Estado a partir
território por parte dos hebreus e hicsos, que assu- da produção de excedentes, da necessidade
miram o controle da região por aproximadamente de controle hidráulico e da diferenciação so-
dois séculos. cial.
O Novo Império começa em 1580 a.C quan- d) Possuíam exércitos que viabilizaram a forma-
do acontece a expulsão dos hicsos do território e ção de grandes impérios.
a escravização dos hebreus. Foi o apogeu da civili- e) Desenvolveram um intenso comércio maríti-
zação egípcia. mo, que favoreceu a constituição de grandes
civilizações hidráulicas.
EXERCÍCIOS

1. (UCS-RS) Assinale a alternativa que completa 4. Os Estados Teocráticos da Mesopotâmia e do


corretamente as lacunas. Egito evoluíram acumulando características
“As antigas civilizações orientais carac- comuns e peculiaridades culturais. Os Egípcios
terizavam-se pelo predomínio das concepções desenvolveram a prática de embalsamar o cor-
políticas ............ e pelo caráter ............ majo- po humano porque:
ritariamente de suas crenças religiosas.”
a) se opunham ao politeísmo dominante na épo-
a) Teocráticas – monoteísta. ca.
b) Democráticas – politeísta. b) os seus deuses, sempre prontos para castigar
c) Teocráticas – politeísta. os pecadores, desencadearam o dilúvio.
d) Democráticas – monoteísta. c) depois da morte a alma podia voltar ao corpo
e) Coletivistas – racionalista mumificado;
d) construíram túmulos, em forma de pirâmides
truncadas, erigidos para a eternidade.
2. A respeito da civilização egípcia, considere as e) os camponeses constituíam categoria social
seguintes afirmações: inferior.

I. O grande número de escravos originou-


-se das conquistas militares, pois os cati- 5. (FAC. MED. AMIN) “Salve, ó Nilo (...) regas a
vos eram, geralmente, os prisioneiros de terra em toda parte, ó deus dos grãos, senhor
guerra. dos peixes, produtor do trigo e da cevada (...)
II. A principal atividade econômica era a Logo tuas águas se erguem (...) todo ventre se
agricultura, que necessitava da aplicação agita, o dorso é sacudido de alegria e os dentes
de sistemas de irrigação e drenagem do rangem.”
solo. O trecho acima celebra:
III. O excedente de produção obtido pela ar-
recadação de impostos concentrou-se a) o Egito, região quente e seca como o Saara;
nas mãos da classe dirigente. b) a crença numa vida de além-túmulo e as dores
IV. Não havia relação entre política e reli- do parto;
gião, sendo que as atividades do governo c) o relativo isolamento do vale, limitado pelos
eram distintas das atividades religiosas. desertos da Arábia e da Líbia;
d) as nascentes desconhecidas do Rio Nilo;
a) As afirmações I, II e III são corretas. e) o poder criador do regime das cheias e das va-
b) Somente a afirmação II é correta. zantes do rio Nilo, que deixaram no solo um
c) As afirmações I, II e IV são corretas. logo de grande fertilidade.
d) Somente a afirmação III é correta.
e) Todas as afirmações são corretas.
6. (Ufrs) A chamada Revolução Urbana foi an-
3. A respeito das sociedades que, na Antiguida- tecedida pelos avanços verificados no período
de, habitavam os vales dos rios Nilo, Tigre e Eu- neolítico, a saber, a sedentarização das comu-
frates, é incorreto afirmar que elas: nidades humanas, a domesticação de animais
e o surgi- mento da agricultura. Porém, há cer-
a) Desenvolveram uma estrutura política forte- ca de cinco mil anos ocorreram novos avanços,
mente baseada na religião. quase simultaneamente, em pelo menos duas
regiões do Oriente Próximo: na Mesopotâmia e UNIDADE 3: MESOPOTAMIA
no Egito.
Assinale a única alternativa que NÃO cor- ASPECTOS ECONÔMICOS E SOCIAIS
responde a transformações ocorridas nesse pe-
ríodo. Localizada entre os rios Tigre e Eufrates na
região do atual Iraque, a Mesopotâmia necessitou
a) Diversificação social: ocorreu o surgimento de técnicas de irrigação bem antes que o Egito,
de uma elite social composta por sacerdotes, pois as cheias desses rios não são regulares, como
príncipes e escribas, diretamente ligada ao as cheias do rio Nilo. Isso explica o motivo de seu
poder político e afastada da tarefa primária de desenvolvimento ter ocorrido de forma acentuada
produzir alimentos. com relação ao Egito.
b) Expansão populacional: verificou-se o surgi- Suas obras hidráulicas tiveram que ser com-
mento de grandes cidades, densamente po- plexas, o que exigiu grande controle sobre a mão-
voadas, especialmente na região mesopotâ- -de-obra explorada.
mica. Diferentemente do Egito, a Mesopotâmia es-
c) Desenvolvimento econômico: a economia dei- tava em uma localidade vulnerável à penetração
xou de estar baseada somente na produção externa, o que levou a sociedade a investir na pro-
auto-suficiente de alimentos para basear-se dução de armas no intuito de se defenderam das
na manufatura especializada e no comércio invasões. Isso possibilitou a formação de exércitos
externo de matérias-primas ou de manufatu- profissionais e uma sociedade mais belicista que a
rados. egípcia. Foi sempre dependente do comércio ex-
d) Descentralização político-econômica: o con- terno, pois em todo território havia poucos miné-
trole econômico passou a ser feito pelos pode- rios, pedras e madeiras. Teve um forte investimen-
res locais, sediados nas comunidades aldeãs, to na produção artesanal já que necessitavam de
que funcionavam como centros de redistribui- algo que servisse como moeda de troca. Houve a
ção da produção. monetarização da economia, foram os primeiros a
e) Surgimento da escrita: foi uma decorrência adotarem o conceito de moeda. Não acreditavam
do aumento da complexidade contábil. Serviu na vida após a morte.
inicialmente para controlar as atividades eco- Em contrapartida, muitas são as semelhan-
nômicas dos templos e palácios, mas depois ças dessa sociedade com a egípcia. Seu modo de
teve profundas implicações culturais, como o produção foi o asiático baseado na agricultura
surgimento da literatura. de regadio e na servidão coletiva. O Estado era o
controlador dos meios de produção bem como
das construções das obras hidráulicas. A socieda-
7. (FAAP) A Astronomia e a Matemática foram de era estratificada e sem mobilidade estando os
os primeiros ramos da ciência que ocuparam a reis, nobres e sacerdotes no topo, seguidos dos
atenção dos egípcios. Ambas se desenvolveram militares e altos funcionários, em seguida estavam
com fins práticos. Cite dois resultados para os os comerciantes e artesão, após estes vinham os
quais essas ciências deram sua contribuição. camponeses e na base encontravam-se os escra-
vos (quase sempre prisioneiros de guerra; nunca
foram a base da economia).

ASPECTOS POLÍTICOS

8. Explique por que as cheias que ocorriam de Para efeitos didáticos a história política da
junho a setembro no Egito, eram esperadas mesopotâmia está dividida em quatro períodos de
com ansiedade pelos egípcios. dominação:

• Sumérios e Acádios (antes de 2000 a.C)


• Primeiro Império Babilônico (1800–
1600 a.C)
• Império Assírio (1300 – 612 a.C)
• Império Caldeu ou segundo Império Ba-
bilônico (612–539 a.C)

Os sumérios foram os primeiros a ocuparem


a região. Constituíram uma forma de governo ba-
seada na religião. Seu governante era a represen-
tação dos deuses na terra – diferente do Egito, em 2. A agricultura na mesopotâmia, das mais im-
que o faraó era considerado como deus. Desen- portantes da antiguidade, caracterizava-se:
volveram a primeira forma de escrita que se tem
conhecimento, a escrita cuneiforme. As lutas entre a) Pelo ritmo da produção em função das cheias
suas cidades-estado causaram o enfraquecimento do Rio Nilo.
do poder central permitindo a penetração e domi- b) Pelo emprego do trabalho animal, especial-
nação acádia que estabeleceu o primeiro império mente do cavalo e do camelo.
na região. Porém não conseguiu estabelecer uma c) Pelo uso de uma tecnologia mais sofisticada,
estabilidade política vindo a desaparecer por volta com emprego de adubos minerais.
de 2100 a.C. d) Pelo alto índice pluviométrico, que favorecia
Por volta de 1800 a.C o rei da Babilônia, constantemente as colheitas.
Hamurábi, conseguiu impor seu domínio por toda e) Pela fertilidade do solo associada à qualidade
a região dando origem ao primeiro Império Babilô- da mão de obra.
nico. O período foi marcado por uma forte estrutu-
ra militar e por um complexo aparato jurídico, que
tem como elemento mais conhecido, o código de 3. A região da Mesopotâmia ocupa lugar central
Hamurábi – olho por olho, dente por dente. Com na história da humanidade. Na Antiguidade, foi
a morte de Hamurábi, acontece a desestruturação berço da civilização sumeriana devido ao fato de
do império dando origem a uma série de rebeliões
internas deixando a região vulnerável à invasões. a) ser ponto de confluência de rotas comerciais
Em 1300 a.C um povo que já habitava a re- de povos de diversas culturas.
gião, os assírios, estabeleceram seu domínio sobre b) ter um subsolo rico em minérios, possibilitan-
ela. Criaram uma forte estrutura militarista e inves- do o salto tecnológico da idade da pedra para
tiram na expansão territorial. Procurando uma saí- a idade dos metais.
da para o Golfo Pérsico e para o mar Mediterrâneo c) apresentar um relevo peculiar e favorável ao
conquistaram: A Mesopotâmia; a Síria-Palestina e isolamento necessário para o crescimento so-
o Egito. A decadência do Império Assírio acontece cioeconômico.
após a morte do rei Assurbanipal que deu origem a d) possuir uma área agriculturável extensa, favo-
uma generalizada rebelião dos povos submetidos. recida pelos rios Tigre e Eufrates.
Com o colapso do Império assírio, os cal- e) abrigar um sistema hidrográfico ideal para lo-
deus – povo de origem semita – tomaram o poder, comoção de pessoas e apropriado para desen-
fazendo da Babilônia a capital do Império. Foi um volvimento comercial.
período marcado por grandes realizações, como
Os jardins suspensos da Babilônia, com o objetivo
de expansão das terras agrícolas. Seu principal 4. (Unesp) É certo que as civilizações da Anti-
soberano foi o rei Nabucodonosor. Quando da sua guidade legaram à posteridade um respeitável
morte, o império foi destruído e a região domina- acervo cultural. No entanto, para superar equí-
da pelos persas. voco, assinale a alternativa INCORRETA:

EXERCÍCIOS a) A pintura egípcia revela belos exemplos de


descrição de movimento, sendo a figura hu-
1. Em relação a civilização egípcia, é correto fa- mana representada com a cabeça e os pés de
zer a seguinte afirmação: perfil.
b) Entre as Civilizações Mesopotâmicas que se
a) A economia foi, durante toda a antiguidade, desenvolveram no vale dos rios Tigre e Eufra-
baseada na coleta e na caça tes, predominou, durante certo tempo, a for-
b) Os trabalhadores, na sua maioria, eram ho- ma asiática de produção.
mens livres que cultivavam a própria terra c) No período denominado Homérico, houve a
c) A existência do monoteísmo facilitava o con- dissolução das comunidades gentílicas e a for-
trole do Faraó pelos sacerdotes mação gradativa das Cidades-Estado da Gré-
d) A escrita cuneiforme nasceu em função das cia.
necessidades práticas da contabilidade dos d) A escrita egípcia era em caracteres cuneifor-
templos mes.
e) O poder manifestava-se pelo exercício de uma e) O Direito Romano, sujeito a novas interpreta-
administração centralizada que controlava to- ções, tornou-se parte importante do Código
dos os aspectos da vida egípcia de Justiniano, influenciou juristas da Idade
Média e até das fases históricas subsequentes.
5. (Fuvest-SP) A escrita cuneiforme dos meso- UNIDADE 4:
potâmicos, utilizada principalmente em seus ANTIGUIDADE CLÁSSICA:
documentos religiosos e civis, era O MUNDO GRECO-ROMANO
– GRÉCIA I
a) semelhante em seu desenho à escrita dos
egípcios. Em Antigüidade clássica estudaremos
b) composta exclusivamente de sinais lineares e duas civilizações que se desenvolveram na Euro-
traços verticais. pa antiga: os gregos e romanos. Esses dois povos
c) uma representação figurada evocando a coisa desempenharam um papel fundamental na Anti-
ou o ser. güidade, e sua influência foi profunda na formação
d) baseada em grupamentos de letras formando dos va- lores da civilização ocidental.
sílabas.
e) uma tentativa de representar os fonemas por ASPECTOS GEOGRÁFICOS
meio de sinais.
A Grécia antiga abrangia o Sul da Penínsu-
la Balcânica, dividindo-se em: Grécia Continental
6. (EFCA-MG) A mais antiga coleção de normas (norte); Grécia Peninsular (sul); Grécia Insular (ilhas
penais econômicas e civis passou à História da do mar Egeu e mar Jônio) e a Magna Grécia (terri-
Mesopotâmia com o nome de: tório colonial).
A história da Grécia encontra-se dividida em
a) Código de Hamurábi. cinco períodos:
b) Alcorão.
c) Código de Drákon. PERÍODO PRÉ-HOMÉRICO (CERCA DE 2000 A
d) Lei das Doze Tábuas. 1200 A.C)
e) Código de Justiniano.
Também chamado de Grécia Primitiva, par-
te do período anterior à formação do povo grego. É
7. (UEG) O primeiro código de leis que se tem co- o período em que ocorre o contato entre a cultura
nhecimento foi estabelecido pelos babilônicos cretense, que possuía um grande desenvolvimen-
por volta de XVIII a.C. Quais os princípios fun- to comercial, e os povos que habitavam a Grécia
damentais do chamado “Código de Hamurábi”? continental. Este contanto foi muito importante
na formação da cultura grega.
Com a chegada de povos nômades indo-
-europeus (aqueus, jônios, eólios e dórios), que
vinham do norte e ocupavam a Grécia paulatina-
mente, temos o início da formação do povo grego.

8. Explique a importância dos rios Tigre e Eufra- PERÍODO HOMÉRICO (SÉCULOS XII A.C A VIII
tes para o desenvolvimento econômico-social A.C)
das civilizações mesopotâmicas.
Por volta de 1200 a.C a Grécia continental
sofre a invasão dos dórios, tribo nômade indo-eu-
ropéia, que ocupou a região de maneira violenta.
Devido a essa ocupação, muitos fugiram para ou-
tras regiões, esse acontecimento ficou conhecido
como a primeira diáspora grega.
A população apresentava um modo primi-
tivo de vida. A organização se dava em pequenas
comunidades: os genos, que eram compostos por
indivíduos descendentes de um mesmo antepas-
sado. A base econômica era a produção agrária
doméstica, as terras eram coletivas e os membros
desta organi- zação, que moravam juntos, obede-
ciam a um chefe, denominado páter.
Devido ao crescimento da população, as
melhores terras foram doadas aos parentes mais
próximos do páter. Assim, houve a formação de
uma aristocracia fundiária: a elite proprietária de
terras. Essa divisão desigual das terras deu ori- EXERCÍCIOS
gem a lutas que visavam a posse das terras, culmi-
nando na desintegração dos genos, que formaram 1. A navegação e o comércio marítimo foram
as frátrias, as tribos e, por fim, as cidades-estado. desenvolvidos pelos gregos. Dentre os vários
Muitos abandonaram a Grécia, colonizando outras fatores que os levaram a isso, podemos citar,
regiões do Mediterrâneo: foi a segunda diáspora como causa inicial,
grega.
Cada cidade-estado ou pólis apresentava au- a) a pobreza do solo grego e a necessidade de
tonomia e governo próprio. Tinham certos elemen- novas terras para suprir suas necessidades.
tos característicos: a Acrópole (parte alta onde lo- b) o desejo de difundir a cultura grega.
calizava-se o templo religioso); Ágora (parte central, c) o fato de serem constantemente molestados
onde ocorriam discussões políticas). Neste período por povos bárbaros.
ocorre a estruturação da vida urbana. d) o seu amplo conhecimento geográfico e marí-
timo que despertava em seu povo a busca do
PERÍODO ARCAICO (SÉCULOS VIII A.C A VI desconhecido.
A.C) e) o fato de os mercadores gregos precisarem de
novos mercados consumidores.
O período arcaico é marcado pelo desen-
volvimento da vida urbana na Grécia. Sabe-se
que existiam mais de trezentas delas, mas para 2. (FATEC) “A cidade-estado era um objeto mais
o nosso estudo será importante apenas duas: Es- digno de devoção do que os deuses do Olimpo,
parta e Atenas. Elas correspondem a dois modelos feitos à imagem de bárbaros humanos. A perso-
distintos de organização política, o que mostra a nalidade humana, quando emancipada, sofre
descentralização do poder na Grécia. se não encontra um objeto mais ou menos dig-
no de sua devoção, fora de si mesma.”
ESPARTA Na antigüidade clássica, as cidades-esta-
dos representavam
Esparta, ou Lacedemônia, estava localizada
na região do Peloponeso, na planície da Lacônia. a) uma forma de garantir territorialmente a par-
Foi fundada pelos dórios, tribo de caráter essen- ticipação ampla da população na vida política
cialmente guerreira, o que solidificou em Esparta grega.
uma estrutura essencialmente militarista. Devi- b) um recurso de expansão das colônias gregas.
do ao seu militarismo, Esparta veio a se desenvol- c) uma forma de assegurar a independência polí-
ver de forma peculiar e distinta das demais pólis tica das cidades gregas entre si.
gregas. d) uma característica da civilização helenística
A política espartana era oligárquica, ou no sistema político grego.
seja, apenas a elite (minoria da população) tinha e) uma instituição política helenística no sistema
acesso ao poder. Essa organização baseava-se político grego.
num código atribuído a Licurgo, sendo o símbolo
da tradição e preservado pela elite.
A estrutura social de Esparta estava dividida 3. “Toda a educação tendia a fazer do menino
em: um soldado. Passava o tempo sob as ordens de
um monitor, fazendo ginástica e correndo no
• Espartanos: elite que possuía acesso ao po- campo, dormia no chão e era obrigado a roubar
der e que possuía terras - aristocracia; uma parte do que necessitava para viver. Cida-
• Periecos: nativos/pobres que viviam do ar- dão aos trinta anos, permanecia arregimenta-
tesanato e do comércio, atividades pouco valori- do. À noite jantava com os que deviam ser, na
zadas; guerra, os seus companheiros de tenda.”
• Hilotas: servos pertencentes ao Estado. O texto refere-se aos
Trabalhavam nas terras da elite).
a) fenícios.
É importante destacar que a educação es- b) espartanos.
partana era voltada para a formação de soldados, c) romanos.
visando sempre o aprimoramento físico e militar. d) atenienses.
Desde pequenos, os meninos eram submetidos a e) macedônios.
uma série de situações de perigo, para que assim
se acostumas- sem com o estilo de vida militar que
enfrentariam posteriormente. 4. As afirmativas a seguir estão relacionadas
com os povos gregos na antiguidade. e) Idade Antiga, mas foi eliminada, após a Revo-
lução Francesa, pela filosofia liberal.
1. Os atenienses criaram a democracia
como forma de governo. Dessa prática política,
estavam excluídos de participação as mulhe- 6. (FATEC – 2008) “Vivemos sob uma forma de go-
res, os estrangeiros e os escravos. verno que não se baseia nas instituições de nos-
2. Os atenienses construíram no século V sos vizinhos; ao contrário, servimos de modelo
a.C. um vasto império que controlava a Grécia, a alguns ao invés de imitar outros. Seu nome é
o Egito, a Palestina e a Babilônia. democracia, pois a administração serve aos inte-
3. A cidade de Esparta tinha uma estru- resses da maioria e não de uma minoria.”
tura social rígida e dividia-se em: espartanos, (Tucídides, “História da Guerra do Peloponeso”.
classe privilegiada; os periecos, que se dedica- Texto adaptado.)
vam ao comércio e os hilotas, pessoas que assu-
miam a função de servos. O trecho acima faz parte do discurso fei-
4. Os atenienses, durante as Guerras Mé- to por Péricles em homenagem aos atenienses
dicas, venceram os espartanos e, em seguida, mortos na guerra do Peloponeso.
fizeram a unificação de todas as cidades-esta- Por esse discurso é correto afirmar que
do gregas.
a) a guerra do Peloponeso foi injusta e trouxe
Estão corretas as afirmativas da alterna- muitas mortes tanto para os atenienses como
tiva: para os espartanos, que lutavam em lados
opostos pela hegemonia da Grécia.
a) 1 e 3 b) Péricles se orgulhava da cidade de Atenas por
b) 1, 3 e 4 ser ela uma cidade democrática, que não imi-
c) 3 e 4 tava o sistema político de outras cidades-Esta-
d) 2 e 3 do, mas era imitada por elas.
e) 1 e 2 c) Atenas e Esparta possuíam o mesmo sistema
político descrito por Péricles, a democracia,
mas divergiam sobre como implantá-lo nas
5. “A natureza faz o corpo do escravo e do ho- demais cidades-Estado gregas.
mem livre diferentes. O escravo tem corpo for- d) Atenas, por não partilhar do sistema político
te, adaptado para a atividade servil, o homem democrático de Esparta, criou a Liga de Delos
livre tem corpo ereto, inadequado para tais tra- e declarou Guerra à Liga do Peloponeso.
balhos, porém apto para a vida do cidadão. e) Esparta era a única cidade-Estado democráti-
Na cidade bem constituída, os cidadãos ca em toda a Grécia antiga e desejava implan-
devem viver executando trabalhos braçais (ar- tar esse sistema nas cidades-Estado gregas.
tesãos) ou fazendo negócios (comerciantes). Es-
tes tipos de vida são ignóbeis e incompatíveis
com as qualidades morais. Tampouco devem 7. (Unicamp) A Época Arcaica (séculos VIII-VI
ser agricultores os aspirantes à cidadania. Isso a.C.) é talvez o período mais importante da his-
porque o ócio é indispensável ao desenvolvi- tória grega. O período arcaico trouxe consigo
mento das qualidades morais e à prática das inovações capitais em todos os domínios. A no-
atividades políticas.” vidade maior é o desenvolvimento da polis (ci-
(ARISTÓTELES (384-322 a. C.). “Política” [Adapt.].) dade-estado grega) cuja característica essen-
cial é a unificação entre cidade e campo. Outras
Esta ideologia foi produzida na (o) conquistas da época arcaica foram o apareci-
mento da noção de cidadão e a codificação das
a) Período Homérico e manifesta o pensamento leis, que limitavam os poderes arbitrários dos
burguês em relação a todas as classes sociais. poderosos, a justiça torna-se, portanto, um ne-
b) Império Romano e apresenta resquícios nas gócio público.
discriminações étnicas vigentes nos Estados (Adaptado de M. Austin e R. Vidal-Naquet,
Unidos da América. Economia e sociedade na Grécia antiga.)
c) Antiga Grécia e reflete o preconceito - em rela-
ção às atividades manuais - também presente a) Cite três características da polis grega.
ao longo da história da sociedade brasileira.
d) Período Arcaico, em Atenas, quando era ne-
cessário estabelecer legitimações para as ex-
pansões colonialistas modernas.
b) Por que a codificação das leis foi uma etapa UNIDADE 5: GRÉCIA II
importante na formação da polis?
ATENAS

Atenas, localizada na região da Ática, teve


como habitantes primitivos os jônios e aqueus.
Devido a uma grande atividade sócio-cultural, a
política ateniense foi marcada por períodos de
8. Comente a especificidade da estrutura social evolução estrutural e institucional.
espartana, no contexto da cidade-estado grega Atenas conservou a Monarquia por muito
clássica. tempo. O poder era exercido pelo Basileus (rei),
havia ainda um conselho de nobres (Areópago)
que, de certa maneira, servia para limitar o poder
do rei. Foi neste período que ocorreu a clássica di-
visão social desta cidade-estado:

• Eupátridas (aristocratas)
9. Comparando-se a educação ateniense com a • Demos (povo)
espartana, conclui-se que: • Metecos (estrangeiros)
• Escravos (dívidas)
a) Os atenienses valorizavam a formação intelec-
tual e física do homem, enquanto os esparta- Quando os aristocratas acabaram com a au-
nos, o militarismo. toridade do basileus, Atenas conheceu o regime
b) As relações democráticas em Atenas possibi- oligárquico. Na Oligarquia, o Areópago, se fortale-
litavam que muitas mulheres se destacassem ce substituindo o poder do rei. Assim os eupátri-
na sociedade. das se consolidam no poder, passando a governar
c) Em Atenas desenvolveu-se o laconismo e em em benefício de sua classe social.
Esparta a xenofobia. Neste período, devido ao avanço comercial
d) Os espartanos valorizavam o militarismo e o e o conseqüente enriquecimento pelo comércio,
desenvolvi mento da cidadania. Atenas sofre transformações em seu governo e na
e) O desenvolvimento intelectual ateniense per- sua sociedade. As lutas entre as classes sociais, a
mitiu a instituição da democracia e o fim da instabilidade, o crescimento da polis juntamente
escravidão com o desenvolvimento do comércio são aponta-
dos como os principais fatores que desencadea-
ram estas reformas.
10. (MACKENZIE) As diferenças políticas e eco-
nômicas entre espartanos e atenienses culmi- REFORMADORES
naram no conflito armado denominado:
Drácon: estabeleceu as primeiras leis escri-
a) Guerras Médicas tas, organizando as antigas leis orais, transferindo
b) Guerras Púnicas a justiça para o Estado.
c) Guerra do Peloponeso Sólon: proporciona o fim da escravidão por
d) invasão macedônica dívidas. Implanta uma plutocracia (divisão do po-
e) Guerras Gaulesas der baseada na riqueza dos cidadãos).
Com a continuidade dos descontentamen-
tos políticos, bem como as conturbações sociais,
Atenas conhece o regime da Tirania, quando os ti-
ranos Psístrato, Hipias e Hiparco tomaram o poder
pela força.
Mas, é com Clístenes, no ano de 510 a.C. que
Atenas finalmente conhece a Democracia, pondo
fim à ditadura. Clístenes, o “pai” da democracia,
dividiu a Ática em 100 “demos”, dando origem há
10 tribos. Estas, por sua vez forneciam membros
para formar o Conselho dos 500 (Bulé). Este Conse-
lho, juntamente com a Assembléia Popular (Eclé-
sia) tinham em mãos o poder legislativo. A Eclésia
tinha também o poder de votar o ostracismo (exí-
lio de 10 anos) contra todos aqueles que pusessem enfra- quecimento, gerado pela disputa interna
a democracia ateniense em perigo. entre as cidades-esta- do, Felipe II, rei da Macedô-
Somente participavam da democracia os nia, estabelece seu domínio sobre os gregos ven-
cidadãos (homens, maiores de 18 anos, filhos de cendo-os na Batalha de Queronéia (388 a.C.).
pais atenienses). Mulheres, crianças, metecos e es- Mas é seu filho, Alexandre Magno (o Gran-
cravos não eram considerados cidadãos. de), que inicia as conquistas rumo ao Oriente, am-
pliando as fronteiras do Império Macedônio. Do
PERÍODO CLÁSSICO contato entre as culturas grega e oriental surge a
Civilização Helenística.
Este período foi marcado pelo imperialismo,
cultura e democracia ateniense. Mas enquanto
Atenas estava fortalecendo suas estruturas demo-
cráticas, o Império Persa expandia-se pelo oriente
e também para o oeste. A disputa político-econô-
mica pelo controle do comércio marítimo no mar
Egeu entre gregos e persas desencadearam as
Guerras Médicas (490 – 479 a.C.).
Em meio à guerra, Atenas forjou uma união
militar jamais vista, até então, dentro da Grécia: a
Confederação de Delos. Cada cidade-estado de- Toynbee, Arnold J. HELENISMO, HISTÓRIA DE UMA
veria enviar navios ou dinheiro para a ilha de De- CIVILIZAÇÃO)
los. Com a participação de quase todas as cidades
(polis) gregas, esta aliança militar, sob o comando ASPECTOS CULTURAIS DA GRÉCIA ANTIGA
de Atenas, tomou definitivamente a ofensiva con-
tra os persas. A religião grega era politeísta e antropo-
Após as Guerras Médicas, com a vitória gre- mórfica, uma vez que, os deuses possuíam formas
ga, Atenas passou a ser a cidade-estado mais im- e características humanas (fraquezas, paixões, vir-
portante exercendo grande domínio e influência tudes, etc.).
sobre as demais. Este período passou a ser con- As principais divindades eram: Zeus, deus
siderado “século de ouro” de Atenas. Governada dos deuses; Hera, deusa do matrimônio; Atena,
por Péricles, que consolidou a democracia ate- deusa da sabedoria; Afrodite, deusa do amor e da
niense, graças às reformas implantadas, a cidade beleza; Poseidon, deus do mar; Ares, deus da guer-
de Atenas conheceu o seu auge político, econômi- ra; entre outros.
co e cultural. O teatro grego era dividido em tragédia e
Mas como a democracia ateniense dependia comédia. Acessível praticamente a toda popula-
do imperialismo, do intenso comércio e dos tribu- ção, foi de grande importância na educação dos
tos cobrados das outras pólis, muitas cidades, que jovens. Na busca de respostas racionais recheadas
haviam permanecido oligárquicas, representada de um espírito crítico, os pensadores da época,
principalmente por Esparta, opunham-se ao ex- chamados de filósofos (amantes da sabedoria),
pansionismo de Atenas dentro da Grécia. construíram teoria diversas, destruindo crenças e
Assim, logo Esparta organizou sua própria mitos. A Filosofia é uma criação grega que deixou
confederação: a Liga do Peloponeso. Diante desse para o Ocidente um universo de leis e princípios
quadro, ficou inevitável o choque das duas prin- regulando a natureza e o pensamento humano.
cipais pólis gregas. Devido à rivalidade existente Mas o conhecimento dos gregos não se limitou a
entre as duas cidades-estado, Esparta liderando a filosofia: na medicina, Hipócrates, o “pai da Medi-
Liga do Peloponeso declara guerra ao imperialis- cina”, apresentou um comportamento científico,
mo ateniense. Inicia-se, então, a Guerra do Pelo- admitindo causas naturais para as doenças. Os
poneso (431 – 404 a.C.). Motivos políticos e econô- gregos também foram os primeiros a tratar a His-
micos causaram esta guerra, resultando na vitória tória com espírito científico, separando as lendas
militar de Esparta. dos fatos. Destaque para Heródoto, o “Pai da His-
tória”, que foi o historiador das Guerras Médicas,
PERÍODO HELENÍSTICO e Tucídides, que escreveu a História da Guerra do
Peloponeso.
Enquanto as cidades gregas entravam em Na arquitetura destacam-se os três estilos:
decadência, provocada pelas contínuas guerras e o dórico (mais simples e antigo); jônico: (adornos
disputas entre si, os macedônios estavam se for- em espiral no capitel); coríntio (capitel mais rebus-
talecendo, iniciando uma rápida expansão através cado).
de guerras de conquista. Aproveitando-se desse Na escultura grega, as grandes caracterís-
ticas eram a naturalidade, a harmonia das formas foram duradouras, já que após sua morte
e a visão idealista do homem. Fídias trabalhou na o império permaneceu unificado. Em re-
decoração do Pártenon, o mais famoso templo lação à cultura, os resultados foram efê-
grego. meros, não tendo influência nos demais
períodos históricos.
EXERCÍCIOS
As alternativas corretas são:
1. (UEL) “Foi na Grécia de Homero que surgiu
uma maneira até então desconhecida de fazer a) I e II
política: o rei deixou de ser onipotente e seu po- b) II e III
der foi paulatinamente partilhado e disputado c) II e IV
entre os cidadãos. Era o início de um fenômeno d) I e IV
que se consolidaria a partir do século 6º a.C., na e) III e IV
Atenas de Sólon e Clístenes, e que se tornaria
um dos fundamentos da civilização ocidental: a
democracia.” 3. (UFPE) Na construção da sociedade ociden-
(Entrevista com Jean Pierre Vernant. Folha de S. tal, há um destaque, dado por muitos histo-
Paulo, 31 out. 1999. Caderno Mais!, p. 4.) riadores, aos feitos da civilização grega, nos
setores mais diversos da sua vida. Muitos feitos
Com base no trecho da entrevista e nos culturais dos gregos:
conhecimentos sobre o tema, assinale a alter-
nativa correta. a) permanecem atuantes na contemporaneida-
de, contribuindo para o pensamento ociden-
a) A afirmação de que o “poder foi paulatinamen- tal, inclusive na formulação de seus valores
te partilhado e disputado entre os cidadãos” estéticos e políticos.
considera que na democracia grega todos os b) distanciam-se totalmente dos princípios dos
habitantes podiam eleger e ser eleitos para nossos tempos, não sendo retomados pelos
car- gos políticos. pensadores do mundo atual.
b) A democracia grega foi um fenômeno isolado c) estão restritos aos tempos da Antigüidade
e, por isso, não teve influência significativa nos clássica, onde predominavam os interesses da
rumos da política na civilização ocidental. aristocracia comercial de Atenas.
c) Os gregos desconheciam, até o governo de d) permanecem na contemporaneidade princi-
Sólon e Clístenes, no século 6º a.C., qualquer palmente no que tange a religião, pois o cris-
forma de fazer política. tianismo surgiu em Atenas.
d) A “maneira até então desconhecida de fazer e) ficaram restritos às conquistas estéticas da ar-
política”, a que o texto se refere, é a democra- quitetura e dos jogos olímpicos, que se torna-
cia grega, que permitiu aos cidadãos partici- ram mundiais.
parem das questões relativas à coletividade.
e) Na democracia grega, que se consolidou a
partir do século 6º a.C., o rei detinha o poder 4. A partir do século VIII a.C. as cidades-Estado
absoluto, decidindo sobre todas as questões gregas conheceram um rápido processo de con-
públicas. solidação de suas estruturas internas, e dadas
as condições locais, iniciaram o estabelecimen-
to de domínios territoriais em várias regiões do
2. Sobre o período clássico e helenístico, anali- Mediterrâneo. O fator determinante para o es-
se as proposições a seguir: tabelecimento dessas áreas coloniais foi:

I. O período clássico foi marcado pela abso- I. A derrota para os troianos, seguido de um
luta paz, já que a democracia ateniense acentuado declínio econômico.
tinha alcançado seu auge. II. A busca de recursos minerais e o desen-
II. As guerras médicas e principalmente a do volvimento de novas técnicas náuticas.
Peloponeso fragilizaram as pólei gregas, III. A escassez de terras cultiváveis e um cres-
que acabara sendo conquistadas pelos cimento populacional significativo.
macedônios.
III. Alexandre Magno promoveu a fusão en- Está (ão) correta (s) somente:
tre a cultura grega e oriental, formando a
chamada cultura helenística. a) I. c) III. e) II e III.
IV. As conquistas territoriais de Alexandre b) II. d) I e II.
5. A civilização grega da Antigüidade deixou UNIDADE 6: ROMA I
para outras sociedades um amplo legado que
se expressa em vários campos, como o cultural Roma, fundada pelos etruscos, desenvolveu-
e o político. Das alternativas a seguir assinale -se na Península Itálica. Sua história está dividida
aquela que NÃO corresponde a um legado da em três períodos: Realeza, República e Império.
Grécia Antiga. A sua origem também está vinculada a uma
versão lendária, relatada por Tito Lívio em sua His-
a) Os primeiros relatos tidos como históricos fo- tória de Roma, e reforçada na obra Eneida, do poe-
ram atribuídos a autores gregos como Heródo- ta romano Virgílio.
to e Tucídides. Os primitivos habitantes da região estavam
b) A concepção criada pelos gregos do exército divididos em tribos: os Italiotas (latinos, sabinos,
como uma força permanente, composta de samnitas); os Etruscos; e também os Gregos.
soldados profissionais.
c) As representações teatrais (tragédias e comé- REALEZA (753 – 509 A.C)
dias) surgidas na Grécia no contexto das festi-
vidades dionisíacas. O poder, durante esta primeira fase, está
d) O regime democrático nascido a partir da ex- centrado nas mãos do rei.
periência política característica da cidade gre- Foi neste período em que ocorreu a estratifi-
ga de Atenas. cação social romana. A sociedade estava dividida
e) O desenvolvimento, na Grécia, do pensamen- em: patrícios (aristocracia); clientes (prestavam
to filosófico através do qual se poderia com- serviços aos patrícios); plebeus (comerciantes, ar-
preender de forma diferenciada o universo. tesãos e camponeses).

REPÚBLICA (509 – 27 A.C)


6. (UEMT) O enfraquecimento das cidades gre-
gas, após a Guerra do Peloponeso (431 – 404 a. Mais importante período histórico de Roma.
C.), possibilitou a conquista da Grécia pelos: Esta fase foi marcada pela expansão, transforma-
ções e lutas sociais dentro da sociedade romana.
a) bizantinos O poder político-administrativo durante este pe-
b) hititas ríodo estava centrado no Senado, que se tornou
c) assírios o órgão mais importante da República. O Senado
d) persas controlava toda a administração, dirigindo a polí-
e) macedônios tica externa e legislativa.
Havia também as Magistraturas, que auxilia-
vam o Senado na condução da vida pública e ad-
7. Quais acontecimentos desencadearam as ministrativa dentro de Roma. Dentre as principais
Guerras Médicas (470 - 479 a.C.)? E como as ci- magistraturas destacam-se o Consulado (formado
dades-estado gregas se orga- nizaram para por dois cônsules, eleitos anualmente, que tinham
esse conflito? funções administrativas e militares); Ditador (em
casos de calamidades, um Ditador era escolhido
para administrar com poder ilimitado durante seis
meses); Pretores (ministravam a justiça); Questo-
res (encarregados da administração dos impostos
e das finanças); Edis (encarregados da conserva-
ção pública, das festas e dos jogos); Assembléias
8. Explique as principais diferenças políticas, (Curiata – aspectos/assuntos religiosos e Centu-
econômicas e sociais entre Atenas e Esparta du- riata – com a participação de todos os cidadãos,
rante o Período Clássico. elegiam os magistrados).

LUTAS SOCIAIS

Os plebeus encontravam-se à margem da


política romana. Como não possuíam uma vida
ativa na política, com freqüência sofriam uma sé-
rie de discriminações. Devido a esta realidade, os
plebeus, em sinal de protesto, iniciam uma série
de lutas e reivindicações sociais.
Um dos principais movimentos dos plebeus
foi a Revolta do Monte Sagrado (494 a.C.). Os ple- reduzia o preço do trigo à população pobre. Assim
beus retiraram-se de Roma, e somente retornaram como seu irmão, ele também sofre oposição, que
após os patrícios atenderem suas reivindicações, o leva a cometer suicídio (121 a.C.).
como por exemplo: a libertação de escravos por Com o agravamento das crises sociais, sur-
dívidas; e o direito de eleger representantes (Tri- gem grandes desentendimentos na política, com
bunos da Plebe). um período de guerra civil, na disputa pelo poder
Após outras revoltas e reivindicações, os entre os generais Mário e Sila. Neste contexto ini-
plebeus alcançaram novas conquistas, como cia-se a decadência política da república romana.
exemplo, a Lei das XII Tábuas, em 450 a.C. (foi a
primeira lei escrita, pública e comum, garantindo EXERCÍCIOS
uma uniformização jurídica ao povo romano);
1. Leia as afirmativas sobre a República Roma-
na (509-27 a.C.).

I. Nos primeiros tempos da República, a so-


ciedade era composta por apenas dois se-
tores: os patrícios e os escravos.
II. Os escravos, pouco numerosos no início
da República, cresceram numericamente
com as guerras de conquista.
III. Entre as funções públicas em Roma, havia
os cônsules, os pretores e os tribunos da
plebe.
IV. Em 494 a.C., plebeus rebelados se retiram
para o Monte Sagrado, ameaçando fun-
dar outra cidade se não tivessem, entre
outras reivindicações, o direito de eleger
seus próprios magistrados.
V. Com o expansionismo romano e as suas
conquistas territoriais, houve um grupo
EXPANSÃO TERRITORIAL especialmente beneficiado: os plebeus,
que passaram a vender trigo para os po-
A expansão de Roma, motivados por uma vos dominados.
necessidade de defesa e expansão, deu uma dinâ-
mica própria às estruturas da sociedade romana. São corretas as afirmativas
Neste contexto ocorreu a Conquista da Península
Itálica, em que os romanos dominaram as tribos a) I, II e III, apenas.
itálicas. b) II, III e IV, apenas.
Para ampliar seus domínios territoriais, c) II, III, IV e V, apenas.
Roma teve que travar guerras com Cartago (norte d) III, IV e V, apenas.
da África) na conquista do Mediterrâneo. Foram as e) I, II, III, IV, V.
famosas Guerras Púnicas.
Cartago foi destruída, passando à condição
de Província Romana. 2. Podemos dizer que antes as coisas do Medi-
Após a vitória definitiva sobre Cartago, terrâneo eram dispersas... Mas como resultado
Roma foi anexando várias regiões aos seus domí- das conquistas romanas é como se a história
nios e transformou o Mar Mediterrâneo no “mare passasse a ter uma unidade orgânica, pois, as
nostrum”. coisas da Itália e da África passaram a ser en-
tretecidas com as coisas da Ásia e da Grécia e o
AS CRISES DA REPÚBLICA resultado disso tudo aponta para um único fim.
(Políbio, História, I.3.)
Os irmãos Graco (Tibério e Caio Graco), elei-
tos Tribunos da Plebe, empenharam-se em reali- No texto, a conquista romana de todo o
zar reformas para amenizar a dura realidade social Mediterrâneo é
dos plebeus. Tibério aprovou uma lei para realizar
a Reforma Agrária, mas sofreu forte oposição e a) criticada, por impor aos povos uma única his-
acabou sendo assassinado e com isto, sua lei não tória, a ditada pelos vencedores.
foi cumprida. Caio propôs a Lei Frumentária, que b) desqualificada, por suprimir as independên-
cias políticas regionais. b) proposta por Tibério Graco, tinha como verda-
c) defendida, por estabelecer uma única cultura, deiro objetivo beneficiar os patrícios, ocupan-
a do poder imperial. tes das terras públicas que haviam sido con-
d) exaltada, por integrar as histórias particulares quistadas com a expansão do Império.
em uma única história geral. c) tinha o objetivo de criar uma guerra civil, visto
e) lamentada, por sufocar a autonomia e identi- que seria a única forma de colocar os plebeus
dade das culturas. numa situação de igualdade com os patrícios,
grandes latifundiários.
d) era vista pelos generais do exército romano
3. (UEL) A interpretação do valor do trabalho rece- como uma possibilidade de enriquecer, apro-
beu diferentes respostas ao longo da história da priando-se das terras con- quistadas e, por
humanidade. Sobre a concepção de trabalho ma- isto, tinham um acordo armado com Tibério.
nual na Antigüidade Clássica, é correto afirmar: e) foi proposta pelos irmãos Graco, que viam na
distribuição de terras uma forma de superar a
a) Era glorificado, por ser a maneira como o ho- crise provocada pelas conquistas do período
mem se apropria da natureza e a transforma republicano, satisfazendo as neces- sidades
em benefício próprio. de uma plebe numerosa e empobrecida.
b) Tinha o mesmo valor que a atividade inte-
lectual, por ser expressão de diferentes, mas 5. Leia atentamente os textos:
complementares, aptidões do homem. “Arrio dizia ‘rúbrica’ em vez de rubrica / e
c) Era visto como causador de sofrimento, mas por pudico ‘púdico’ dizia / e achava que falava
essencial para a garantia do ingresso no “rei- tão incrivelmente / que se podia ‘púdico’ dizia.
no dos céus”. / Creio que assim a mãe, assim o tio liberto, /
d) Era considerado uma atividade inferior e de- assim o avô materno e a avó falavam. / Foi à
gradante em comparação à atividade contem- Hispânia e os ouvidos descansaram todos; / as
plativa. palavras soavam leves, lindas / e tais palavras
e) Era compreendido como o instrumento de li- nunca mais ninguém temeu. / Súbito chega a
bertação do homem, permitindo a ele superar hórrida notícia: / os iberos, depois que Arrio foi
a determinação da natureza. para lá, / Iberos já não eram, eram ‘Íberos’.”
(Gaius Valerius Catullus. Poema 84 (Texto do
século I a.C.). Tradução poética de João Ângelo
4. “Os animais da Itália possuem cada um sua Oliva Neto. In: FUNARI, P.P.A. “Antigüidade clássi-
toca, seu abrigo, seu refúgio. No entanto, os ho- ca: a história e a cultura a partir de documentos”.
mens que combatem e morrem pela Itália estão Campinas: Editora da Unicamp, 1995. p.1.)
à mercê do ar e da luz e nada mais: sem lar, sem
casa, erram com suas mulheres e crianças. Os “Mais ou menos na mesma época, o Senado
generais mentem aos soldados quando, na hora discutiu o com- portamento ofensivo dos ex-es-
do combate, os exor- tam a defender contra o cravos. Houve uma argumentação geral no sen-
inimigo suas tumbas e seus lugares de culto, tido de que os proprietários tivessem o direito
pois nenhum destes romanos possui nem altar de retirar a liberdade de ex-escravos que não a
de família, nem sepultura de ancestral. É para merecessem. [...] Nero duvidava sobre a deci-
o luxo e enriquecimento de outrem que com- são [...]. Há ex-escravos por toda parte. A maio-
batem e morrem tais pretensos senhores do ria dos eleitores está formada por ex-escravos,
mundo, que não possuem sequer um torrão de como também ocorre com os assistentes dos
terra. magistrados, os auxiliares dos sacerdotes, a
(Plutarco, Tibério Graco, IX, 4. In: PINSKY, J. “100 patrulha noturna e os bombeiros; a maioria dos
Textos de História Antiga”. São Paulo: Contexto, eqüestres e muitos dos senadores são descen-
1991. p. 20.) den- tes de ex-escravos [...]”.
(Publius Cornelius Tacitus. Anais (XIII, 26-7) (texto
Com base no texto e nos conhecimentos do século I d.C.). In: CARDOSO, C. F. “Trabalho
sobre o tema, pode-se afirmar que a Lei da Re- compulsório na Antiguida- de”. Rio de Janeiro:
forma Agrária na Roma Antiga Graal, 1984. p.140-1.)

a) proposta pelos irmãos Graco, Tibério e Caio, De acordo com os textos e com os conhe-
era uma tentativa de ganhar apoio popular cimentos sobre o tema é correto afirmar:
para uma nova eleição de Tribunos da Plebe,
pois pretendiam reeleger-se para aqueles car- a) Iniciou-se neste período, de acordo com o édi-
gos. to de Nero, um processo de reformas no latim
erudito, visando torná-lo mais acessível às
classes populares em ascensão na sociedade
romana, devido ao desenvolvimento comer-
cial.
b) A ausência de transformações sociais em
Roma fez com que o Senado desejasse retirar
a liberdade de ex-escravos, pois estes, sendo 8. (Unicamp) No ano de 73 a. C., um grande nú-
tão numerosos, impediam o desenvolvimento mero de escravos e camponeses pobres se rebe-
comercial e fabril. laram contra as autoridades romanas no sul da
c) Embora os ex-escravos fossem motivo de cha- Itália. Os escravos buscavam retornar às suas
cota para muitos membros da elite romana, pátrias. Depois de resistirem aos exércitos ro-
Nero deveria promover uma reforma política, manos durante dois anos, a maioria foi massa-
ampliando os direitos econômicos das classes crada.
pobres que se agitavam em razão da escassez (Traduzido e adaptado de P. Brunt, Social
de gêneros alimentícios. Conflicts in the Roman Republic )
d) As transformações sociais expressas pela lin-
guagem dos referidos autores demonstram a) Compare a escravidão na Roma Antiga e na
que o latim perdeu a força unificadora do Im- América Colonial, identificando suas dife-
pério, dando lugar às línguas locais como o renças.
português, o espanhol, o italiano e o francês.
e) Processava-se uma ruptura na sociedade ro-
mana, pois os ex-escravos, motivo de zomba-
ria das elites, com o passar do tempo torna-
ram-se numerosos, tendo ascendido até as
mais elevadas categorias sociais. b) Quais foram as formas de resistência escra-
va nesses dois períodos?

6. As lutas sociais, na Roma Republicana (509


a.C. a 27 a.C.), foram protagonizadas entre Pa-
trícios e Plebeus, nas quais os últimos busca-
vam seus direitos sociais e políticos. Foi fato
que marcou estas lutas:

a) as Guerras Médicas
b) a Guerra do Peloponeso
c) a Criação do Colonato
d) a Guerra Púnica
e) a retirada para o monte sagrado

7. “Augusto conquistou os soldados com pre-


sentes, o povo com pão barato, e todos os ho-
mens com os frutos da paz. Assim tornou-se
progressivamente mais poderoso, congregan-
do em si as funções do Senado, dos magistrados
e das leis.”
(Tácito, Anais 1.2, MOSES HADAS, ED., THE
COMPLETE WORKS OF TACITUS, NEW YORK,
RANDOM HOUSE, 1942, p. 3).

a) Identifique o período da história de Roma


tratado nesse texto.

b) A partir dos elementos indicados no texto,


caracterize o Estado romano durante esse
período.
UNIDADE 7: ROMA II leões. Outro fator agravante era a oposição dos
cristãos em relação ao militarismo e ao escravis-
OS TRIUNVIRATOS mo, que eram as bases da civilização romana. Esta
perseguição acabou colaborando com o aumento
No ano 60 a.C., o Senado elegeu três fortes do número de fiéis. Nos séculos seguintes, o cris-
líderes políticos ao Consulado, para administra- tianismo ganhou liberdade de culto através do
rem juntos os domínios romanos. Foi o primeiro Edito de Milão (313) e posteriormente, tornou-se
Triunvirato, formado por Júlio César, Pompeu e a religião oficial do Império através do Edito de
Crasso, que para governar o mundo romano fazem Tessalônica (380).
um acordo e dividem o poder em Roma.
César, após duras campanhas, conquista a A CRISE DO IMPÉRIO ROMANO
vitória nas Gálias. Usa, então, seu prestígio mili-
tar e isola-se no poder com as mortes de Crasso O colapso das Instituições político-adminis-
(Oriente) e Pompeu (assassinado no Egito). trativas foi causado por vários fatores, entre eles
Júlio César é proclamado Ditador Perpé- pode-se destacar: a diminuição do número de es-
tuo, anulando o poder do Senado, que logo orga- cravos; A sobrecarga da estrutura administrativa;
nizou uma conspiração contra ele. César, então, foi A corrupção política; a fragmentação territorial;
assassinado numa conspiração senatorial, em que ameaças externas, como as invasões bárbaras.
participaram Brutos e Cássio. A divisão do Império Romano em duas
A morte de Júlio César gerou grande revolta partes, no ano de 395, pelo imperador Teodósio:
na população, fato que foi muito bem explorado Império Romano do Ocidente (Roma) e Império
por Marco Antônio, um dos principais generais de Romano do Oriente (Constantinopla) foi de- cisi-
César. Marco Antônio, juntamente com Otávio, so- va para a fragilização das fronteiras, acelerando a
brinho de Júlio César, e Lépido, formam o segundo queda de Roma. Após esta divisão, o Império Ro-
Triunvirato. Os partidários de César derrotam os mano do Oriente prosperou por mais mil anos; já o
seus assassinos, e a partir daí, inicia-se uma nova Império do Ocidente sofreu as invasões bárbaras e
disputa pelo poder. caiu, oficialmente, no ano de 476 d.C.
Saindo vitorioso nesta disputa, Otávio cen-
traliza o poder e inaugura o Império Romano. A
vitória no Egito sobre marco Antônio e Cleópatra
deu a Otávio os títulos de Pontífice Máximo, Prín-
ceps, Imperátor e Augusto.

IMPÉRIO (27 A.C – 476 D.C)

Com a implantação do Império, Otávio Au-


gusto reorganizou a estrutura política romana,
concentrando toda a autoridade em suas mãos.
Promoveu um grande desenvolvimento cultural e
seu governo caracteriza-se pela paz, progresso e
austeridade (Pax Romana). Neste período ocorre
a famosa política do pão e circo, em que o impé-
rio concedia gratuitamente comida e diversão ao
povo para que a multidão de plebeus não se revol-
tassem contra o governo.
A partir deste momento ocorre a sucessão
de vários imperadores romanos.

CRISTIANISMO

Jesus Cristo nasceu na época de Otávio Au-


gusto e foi crucificado na época de Tibério. Neste ASPECTOS CULTURAIS
período, o império romano desfrutava de certa
estabilidade política. O cristianismo era um incô- Os romanos deixaram grandes contribui-
modo neste contexto, pois negava a divindade do ções no campo militar, na administração pública.
imperador, o que era considerado uma afronta ao Sua língua, o latim, deu origem ao português, es-
estado romano. Diversos cristãos serviram de es- panhol, francês e ao italiano. O grande destaque,
petáculo ao povo romano ao serem lançados aos sem dúvida, está na ciência jurídica.
O Direito, dividido em jus civile (direito civil), 3. Várias razões explicam as perseguições so-
jus gentium (direito dos povos/estrangeiros) e jus fridas pelos cristãos no Império Romano, entre
naturale (direito natural). elas:
Na Arquitetura, destacam-se os templos,
aquedutos, circos, arcos de triunfo. a) a organização dos Concílios Ecumênicos, que
visavam a definição da doutrina cristã
EXERCÍCIOS b) a publicação do Edito de Milão, que impediu a
legalização do cristianismo e alimentou a re-
1. “A história da Antigüidade Clássica é a histó- pressão
ria das cidades, porém, de cidades baseadas na c) a formação de heresias, como a do arianismo,
propriedade da terra e na agricultura.” de autoria do bispo Ário, que negava a nature-
(K. Marx. “Formações econômicas pré- za divina de Cristo
capitalistas.”) d) a oposição à religião do Estado Romano e a
negação da origem divina do imperador pelos
Em decorrência da frase de Marx, é corre- cristãos
to afirmar que e) o fortalecimento do paganismo, com o impe-
rador Teodósio, que mandou martirizar milha-
a) os comerciantes eram o setor urbano com res de cristãos
maior poder na Antigüidade, mas dependiam
da produção agrícola.
b) o comércio e as manufaturas eram atividades 4. Cesarismo/cesarista são termos utilizados
desconhecidas nas cidades em torno do Medi- para caracterizar governantes atuais que, à
terrâneo. maneira de Júlio César (de onde o nome), na an-
c) as populações das cidades greco-romanas de- tiga Roma, exercem um poder
pendiam da agricultura para a acumulação de
riqueza monetária. a) teocrático.
d) a sociedade urbana greco-romana se caracte- b) democrático.
rizava pela ausência de diferenças sociais. c) aristocrático.
e) os privilégios dos cidadãos das cidades gregas d) burocrático.
e romanas se originavam da condição de pro- e) autocrático.
prietários rurais.

5. Leia o texto abaixo.


2. Considere os fatores a seguir: “Todos os caminhos levam a Roma!” O
ditado é famoso. Mas, nos dias de hoje, a que
I. Declínio da capacidade de conquista, o Roma essas palavras estariam se referindo? À
que comprometia o abastecimento de es- Roma atual, metrópole cosmopolita, capital da
cravos para o Império. Itália, um dos mais importantes países da Euro-
II. Fracasso da reforma agrária que limitou pa? Ou à Roma antiga, capital de um dos mais
o uso da terra pelos comandantes milita- poderosos impérios conhecidos pela humani-
res. dade? Ou, ainda, à Roma cristã, que tem no Va-
III. Oposição dos cristãos à escravidão. ticano a sede da Igreja Católica?”.
IV. Aumento dos latifúndios na Península ltá- (Trecho retirado de um site de turismo: http://
lica. www.ardus. com.br/inf/guia/roma.htm)
V. Concorrência comercial das províncias
conquistadas. Nos dias de hoje, podemos duvidar sobre
qual Roma visitar no final da Idade Antiga, no
A partir do século III inicia-se uma crise entanto, quando o ditado acima transcrito se
econômica, social e política no Império Roma- popularizou, Roma era uma cidade única. So-
no. Os fatores responsáveis por essa crise fo- bre esta especificidade de Roma antiga, é cor-
ram APENAS reto afirmar que esta cidade era:

a) I, II e V a) conhecida como a sede do poder cristão, ten-


b) I, III e IV do o Vaticano e o Papa como ícones máximos
c) I, IV e V do mundo cristão.
d) II, III e IV b) na Antiguidade uma “metrópole cosmopolita”,
e) II, III e V onde produtos de todas as partes circulavam
de forma capitalista.
c) a principal cidade do Império Romano Ociden-
tal, local central do exercício do poder político
e da efetivação da cidadania romana.
d) a capital da Itália e símbolo da unificação eu-
ropéia centralizada desde a época Imperial.
e) conhecida por cidade luz, pois abrigava dife-
rentes tipos de pessoas e nacionalidades que
conviviam democraticamente como cidadãos.

6. A grande realização de Roma foi transcender


a estreita orientação política da Cidade-Estado
e criar um Estado Universal que unificou dife-
rentes nações do mundo mediterrâneo. (Marvin
Perry)
Com relação à antiga civilização romana:

I. Os cônsules romanos eram encarregados


da administração da justiça e da cobran-
ça de impostos.
II. A principal herança da civilização romana
para o mundo foi o seu sistema de leis.
III. A civilização helenística surgiu da fusão
das civilizações grega e romana.
IV. Após Otávio ter posto ordem na anar-
quia, Roma atingiu a idade de ouro com
os imperadores. Por quase duzentos anos
o mundo mediterrâneo desfrutou a “pax
romana”, com ordem, eficiência e prospe-
ridade.

São corretas as afirmações:

a) Apenas I e III.
b) Apenas I e IV.
c) I, II e III.
d) I, II e IV.
e) Apenas II e IV.

7. (FUVEST) A civilização ocidental contemporâ-


nea apresenta traços marcantes que revelam o
legado cultural da civilização romana. Indique
e comente dois traços.

8. (FUVEST) Roma e Cartago se defrontaram


por três vezes. Esclareça a razão fundamental
desses conflitos denominados guerras púnicas.
HISTÓRIA DO BRASIL
UNIDADE 1 UNIDADE 4
A EXPANSÃO COMERCIAL E MARÍTIMA DE UNIÃO IBÉRICA E INVASÕES ESTRANGEIRAS
PORTUGAL NO SÉCULO XV
UNIDADE 5
UNIDADE 2 EXPANSÃO TERRITORIAL
A CHEGADA DOS PORTUGUESES
UNIDADE 6
UNIDADE 3 TRATADOS TERRITORIAIS
A ECONOMIA AÇUCAREIRA
UNIDADE 1: § Aliança entre o rei e a burguesia: o desejo
A EXPANSÃO COMERCIAL E de expansão da burguesia mercantil coincidia com
MARÍTIMA DE PORTUGAL NO o sonho de engrandecimento do Estado Nacional
SÉCULO XV Português;
§ Interesse em descobrir nova rota para o
No principio do século XV, a Europa passa Oriente, a fim de participar do lucrativo comércio
por uma fase de profundas modificações políticas, de especiarias;
econômicas e sociais. A retomada da atividade § Apoio da Igreja Católica através de bên-
comercial fez com que a oferta de moeda, metais çãos especiais.
preciosos, se torne cada vez mais limitada na Eu- Em 1415 Portugal conquista Ceuta, rico por-
ropa, consequência do intenso comércio realizado to comercial no atual Marrocos na África. Em se-
com o Oriente, em troca de especiarias e outros ar- guida foi contornando o litoral africano, e criando
tigos de luxo. Além disso, ocorreu o esgotamento feitorias (entre postos comerciais, ou ainda, pe-
das minas de ouro e prata do continente Europeu, quenas colônias, que podem estar ligadas à defesa
prejudicando ainda mais o comércio. da região, ao reabastecimento de navios, ou ao co-
As nações européias esbarravam ainda em mércio de escravos). Entre 1415 e 1460 os navega-
outro empecilho, o monopólio comercial sobre as dores portugueses descobriram Açores, Madeira,
rotas do mar Mediterrâneo, exercido pelas cidades cabo Verde, São Tomé e Guiné.
italianas, principalmente Gênova e Veneza, o que Em 1488, Bartolomeu Dias cruzou o cabo
encarecia o preço das especiarias, tornando res- das Tormentas, mais tarde sendo rebatizado pelo
tritas as possibilidades de lucro das outras cida- rei de Portugal como cabo da Boa Esperança, loca-
des européias. Com a tomada de Constantinopla lizado no extremo sul da África.
pelos turcos juntamente com essas dificuldades Em 1498, dez anos depois, Vasco da Gama
forçaram a burguesia europeia a buscar rotas al- ultrapassou o cabo da Boa Esperança, alcançando
ternativas para expandir o comércio. O Atlântico finalmente a cidade de Calicute, nas Índias. Dois
foi à saída encontrada, dando inicio ao processo anos depois, partiu de Portugal rumo ao Oriente,
de expansão marítima européia. uma grande frota para comercializar com o Orien-
Para que essa empreitada fosse possível te, comandada por Pedro Álvares Cabral, que che-
eram necessários muitos investimentos, muito gou ao litoral do novo continente, a américa.
além do que qualquer cidade isolada da Europa
pudesse realizar. É por isso que a expansão ma- AS CONSEQUÊNCIAS DA EXPANSÃO
rítima apenas se tornou possível onde havia uma MARÍTIMA NA EUROPA
população unificada por uma centralização mo-
nárquica. Portanto, tivemos o Estado Português As grandes navegações representam um
como o grande financiador das expedições marí- dos mais significativos acontecimentos da Idade
timas que vão possibilitar a chegada às Américas. Moderna. Seus resultados foram decisivos para a
História da maioria dos povos do planeta. Seguem
O PIONEIRISMO PORTUGUÊS as suas principais consequências:
§ Mudança do eixo econômico europeu
Eram muitos os problemas enfrentados pe- do mar Mediterrâneo para os oceanos Atlântico e
los pioneiros. Além do pouco conhecimento sobre Índico: com isso as cidades italianas declinaram e
os territórios, havia outras dificuldades, como o duas novas potências ascenderam, Portugal e Es-
fato de que os europeus acreditavam ser a terra panha;
quadrada e a crença de que o sul do oceano Atlân- § Europeização do mundo;
tico era habitado por animais fantásticos, por se- § Domínio e colonização de terras alcança-
reias, que atraíam os homens para a morte com das: isso ocasionou exploração e escravização de
seus cantos e por demônios. Apesar de todas as povos não europeus;
dificuldades, Portugal reunia as condições neces- • Revolução Comercial: houve acentuado
sárias à grande empreitada, como: crescimento quantitativo e qualitativo do comér-
§ Posição geográfica estratégica (península cio, interligando o mundo;
Ibérica – sudeste europeu); • Afirmação econômica da burguesia e for-
§ Tradição naval: os portugueses tinham talecimento do poder dos reis europeus;
grande experiência de navegação (economia pes- • “Revolução dos Preços” na Europa: a en-
queira) e acúmulo de conhecimentos náuticos e de trada maciça de metais na Europa sem o corres-
técnicas de navegação; pondente crescimento da produção provocou a
§ Precoce centralização política: o primeiro alta generalizada dos preços;
Estado Nacional a se formar na Europa foi Portu- • Acúmulo de capitais, possibilitando mais
gal (século XII), com a Revolução de Avis; tarde a Revolução Industrial.
Em 1492, antes de Vasco da Gama alcançar o derado por alguns historiadores uma primeira
Oriente, a Espanha iniciou sua expansão marítima. globalização e no qual coube aos portugueses e
Os reis espanhóis, Fernando II e Isabel I, financia- espanhóis um papel de vanguarda.
ram o projeto do navegador genovês Cristóvão Co-
lombo, que pretendia chegar às Índias navegando a) Apresente o motivo que levou historiadores
para o Ocidente, acreditando nas teorias renas- a considerarem as grandes navegações uma
centistas da esfericidade da Terra. Colombo che- primeira globalização.
ga à América em outubro de 1492, pensando ter
chegado às Índias. Isso desencadeou uma grande
disputa entre Portugal e Espanha pela posse das
novas terras.

OS TRATADOS IBÉRICOS

Portugueses e espanhóis detinham agora o


monopólio das expedições sobre o Atlântico, sen-
do seguidos a partir do inicio do século XVI, por b) Aponte dois fatores que contribuíram para
França e Inglaterra. Mas a partilha do mundo já o pioneirismo de Portugal e Espanha nas
havia sido realizada pelas duas nações pioneiras. grandes navegações.
Ambos os documentos dividiam as terras
‘’descobertas e a descobrir’’. Outros Estados Eu-
ropeus ignoraram as divisões, invadindo durante
quase todo o período da Idade Moderna os territó-
rios recém-conquistados por Portugal e Espanha.

A BULA INTER COETERA (1493)


Esse documento, editado pelo Papa Alexan-
dre VI criava uma linha demarcatória a cem léguas
a oeste de cabo Verde. As terras localizadas a leste
da linha, isto é, à direita, pertenceriam a Portugal. 2. (UFPE) Sobre a Expansão Marítima, analise
As terras localizadas a oeste da linha, isto é, à es- as afirmativas:
querda, pertenceriam à Espanha. O acordo não
foi aceito por Portugal, pois a linha demarcatória I. Para a realização da grande aventura ma-
passaria no Atlântico e Portugal ficaria sem terras rítima, foram fundamentais as descober-
na América. E, desse modo, o problema não foi re- tas técnicas da época, não tendo influên-
solvido. cia a experiência do navegador.
II. A busca de riqueza foi importante para o
O TRATADO DE TORDESILHAS (1494) envolvimento das pessoas com a navega-
O novo documento, denominado Tratado de ção e para a valorização de novos produ-
Tordesilhas, estabelecia que o meridiano passará tos comerciais.
370 léguas a oeste de cabo Verde, com as terras a III. O “descobrimento’’ do Brasil foi resulta-
leste pertencendo a Portugal e as terras a oeste do de uma estratégia do grande navega-
pertencendo à Espanha. As duas partes chegaram, dor Vasco da Gama com a ajuda de Pedro
então, a um acordo diplomático. Segundo o Trata- Alvarez Cabral.
do de Tordesilhas, uma grande extensão de terras IV. A Expansão Marítima trouxe grandes re-
brasileiras já pertencia a Portugal, seis anos antes novações para a cultura da época e teve,
do descobrimento do Brasil. O Tratado foi conside- portanto, claras ligações com as mudan-
rado o primeiro entre Estados sem a intervenção ças históricas que levaram à construção
da Igreja. dos tempos modernos.
V. A importância das viagens de Colombo se
EXERCÍCIOS restringe aos parâmetros de uma aventu-
ra heróica de um grande e idealista nave-
1. (UERJ) As grandes navegações dos séculos gador.
XV e XVI possibilitaram a exploração do Ocea-
no Atlântico, conhecido, à época, como Mar Te- Estão CORRETAS apenas:
nebroso. Como resultado, um novo movimento
penetrava nesse mundo de universos separa- a) I, II e V. c) I, III e V. e) I, II, IV e V.
dos, dando início a um processo que foi consi- b) III e IV. d) II e IV.
3. (UFSC) Sobre o contato entre os europeus e
os indígenas no Brasil, no século XVI, é correto
afirmar que:

I. No período inicial do contato entre euro- b) Qual a produção agrícola predominante no


peus e indígenas a idéias que se tinha do Brasil entre os séculos XVI e XVII? Quais as
Brasil correspondia ao ‘’Paraíso Perdi- funções desempenhadas pelo feitor nessas
do’’, o que se verificava pelas relações pa- empresas agrícolas?
cíficas em que viviam as nações indígenas
no Brasil.
II. Uma única nação habitava o território
brasileiro no momento do contato: os tu-
pis-guaranis.
III. O conhecimento da arte de curar era um
dos saberes dos indígenas mais cobiçados
pelos europeus, que procuraram apren-
der com eles como utilizar as plantas na-
tivas em beneficio próprio.
IV. As sociedades indígenas brasileiras não 5. (UFSM) O ano de 1998 marca os quinhentos
possuíam riquezas em metais preciosos, anos do Descobrimento do Brasil, pois, ‘’Em
ao contrário dos povos do México e dos 1498, D. Manuel ordenava que Duarte Pacheco
Andes, cujas riquezas foram espoliadas Pereira navegasse pelo Mar Oceano, a partir das
pelos espanhóis. Ilhas de Cabo Verde até o limite de 370 léguas [
V. Os indígenas brasileiros se organizavam estipuladas pelo Tratado de Tordesilhas]. É esta a
em cidades complexas, com grande con- primeira viagem, efetivamente conhecida pelos
centração populacional e construções portugueses, às costas do litoral norte do Brasil.’’
monumentais. (Franzen, Beatriz. A presença portuguesa no
Brasil antes de 1500. In: Estudos Leopoldenses.
a) I e IV. São Leopoldo: Unisinos, 1997. P. 95.).
b) I, III e V.
c) III e IV. Esse fato faz parte:
d) Todas estão corretas.
e) Apenas a III esta correta. a) Da expansão marítimo-comercial européia,
que deslocou o eixo econômico do Mediterrâ-
neo para o Atlântico.
4. (Unicamp) O termo “feitor’’ foi utilizado em b) Da expansão capitalista portuguesa, em sua
Portugal e no Brasil colonial para designar diver- fase mercantil-colonial, plenamente consoli-
sas ocupações. Na época da expansão marítima dada no Brasil.
portuguesa, as feitorias espalhadas pela costa c) Do avanço marítimo português, tendo Duarte
africana e, depois, pelas índias e pelo Brasil ti- Pacheco Pereira papel relevante na espiona-
nham feitores na direção dos entrepostos com gem e pirataria no Atlântico.
função mercantil, militar e diplomática. No Bra- d) Do processo de instalação de feitorias no Bra-
sil, porém, o sistema de feitorias teve menor sig- sil, pois Duarte Pacheco Pereira instalou a pri-
nificado do que nas outras conquistas, ficando o meira feitoria, ou seja, São Luiz do Maranhão.
termo ‘’feitor’’ muito associado à administração e) Das expedições de exploração do litoral brasi-
de empresas agrícolas. leiro, cujo papel de reconhecimento econômi-
(Adaptado de Ronaldo Vainfas (org.), ‘’Dicionário co e geográfico coube a Duarte Pacheco Perei-
do Brasil Colonial’’. Rio de Janeiro: Ed. Objetiva, ra.
2000, p.222).

a) Indique características do sistema de feito-


rias empreendido por Portugal.
6. (PUC-Camp) o objetivo de explorar o litoral. A primeira foi em
Erro de portugês 1501, comandada por Gaspar de Lemos. Percorreu
Quando o português chegou o litoral do Rio Grande do Norte à região do Prata,
Debaixo duma bruta chuva dando nome a vários acidentes geográficos, como:
Vestiu o índio a baía de Todos os Santos, o rio São Francisco, o
Que pena! Rio de Janeiro, e Angra dos Reis. Durante essa ex-
Fosse uma manhã de sol pedição, os portugueses tomaram conhecimento
O índio tinha despido da grande extensão do litoral brasileiro e da enor-
O português me quantidade que havia de pau-brasil. Em 1503
(Oswald de Andrade. ‘’Poesias reunidas’’. 2. Ed. chegou outra expedição, comandada por Gonçalo
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1972) Coelho, que fundou a feitoria de Cabo Frio e pro-
curou ouro.
Os versos descrevem um momento histó- § Expedições Guarda-Costas: as que ti-
rico ligado à: nham o objetivo de patrulhar o litoral, expulsando
os contrabandistas. Em 1516 e em 1526 chegaram
a) Expansão Marítima Européia. duas expedições guarda-costas, ambas comanda-
b) Revolução Industrial Inglesa. das por Cristóvão Jacques. Apesar de ter destruído
c) Crise do Antigo Regime. navios e feitorias dos corsários, Cristóvão Jacques
d) Guerra dos Cem Anos. não conseguiu expulsar os franceses, devido à ex-
e) Partilha Afro-Asiática. tensão do litoral.

UNIDADE 2: A CHEGADA DOS A EXPLORAÇÃO DO PAU-BRASIL


PORTUGUESES
Apesar de não proporcionar os mesmos lu-
A colonização efetiva da América pelos cros que as especiarias, e nem gerar a ocupação
portugueses não ocorreu imediatamente após territorial, a extração do Pau- Brasil, encontrado
a chegada da esquadra de Pedro Álvares Cabral, em enorme quantidade nas florestas litorâneas,
em 1500. Pois, não fora encontrado os tão dese- tornou-se a única atividade econômica sistemáti-
jados metais preciosos, e nem produtos similares ca exercida no Brasil durante o período pré-colo-
às lucrativas especiarias do Oriente. Dessa forma nial.
Portugal mantinha o território americano em se- O trabalho era, em sua maioria, realizado
gundo plano, preocupando-se apenas em garantir pelos indígenas, que se encarregavam de cortar e
a sua posse, mantendo seu foco no comércio com transportar a madeira para as feitorias, ou para os
o Oriente. navios. A mão-de-obra indígena era ‘’recompen-
sada’’ com quinquilharias, sistema denominado
O PERÍODO PRÉ-COLONIAL (1500-1530) de ‘’escambo: troca de mercadorias (trabalho por
quinquilharias), sem a intervenção do fator mone-
Nos primeiros trinta anos após o descobri- tário (dinheiro).
mento, Portugal não demonstrou interesse pelo
Brasil, limitando-se a explorar o pau-brasil, ma- A NECESSIDADE DE COLONIZAR O BRASIL
deira da qual era extraída uma tinta vermelha, em- Somente trinta anos após o descobrimento,
pregada no tingimento de tecidos. A madeira que teve início a colonização do Brasil. Portugal atra-
chegava do Brasil já era bastante conhecida pelos vessava um período de grave crise econômica. O
europeus, sendo usada nas tinturarias, porém não comércio de especiarias estava em declínio e as
era grande o lucro que advinha do comércio com terras brasileiras sofriam frequentes ataques de
o pau-brasil. Esse é o motivo do por que poucos estrangeiros. Não era mais possível adiar a colo-
portugueses interessavam-se por ele. Era, porém, nização. Colonizar, porém, significava empregar
necessário ocupar a terra e defendê-la contra in- muito capital, uma vez que se fazia necessário não
vasões estrangeiras, por isso o governo português só povoar a terra, mas desenvolver meios para de-
enviou expedições a sua Colônia na América. fendê-la e, ainda, organizá-la. E é com a intenção
de colonizar, somente então, que Portugal envia
AS EXPEDIÇÕES expedições colonizadoras, e busca soluções eco-
Sentindo a necessidade de defender as ter- nômicas e administrativas para que a colônia des-
ras americanas de possíveis invasões das demais se certo.
nações européias, o governo português enviou vá- A primeira expedição colonizadora, coman-
rias expedições ao Brasil, mas até 1530 não tinham dada por Martim Afonso de Souza, chegou em
a finalidade de colonizar o território. 1530 e trazia cerca de quatrocentas pessoas, en-
§ Expedições Exploradoras: as que tinham tre elas trabalhadores, padres e soldados. Martim
Afonso de Souza veio de Portugal com a missão de talecendo os instrumentos colonizadores, e que
expulsar os estrangeiros que contrabandeavam durou até 1808.
pau-brasil, de procurar ouro e de iniciar a coloni- Esse sistema não acabou com as capitanias.
zação. Tem início o povoamento português em ter- Ele foi criado com o objetivo de centralizar o poder
ras brasileiras. Em 1532 foi fundada a vila de São político, auxiliar as capitanias no que fosse neces-
Vicente, primeiro núcleo de povoamento do Brasil. sário, intensificar o povoamento, defender melhor
Lá se fixaram quatrocentos colonos, que se dedi- o litoral contra ataques estrangeiros, enfim, de-
cavam ao plantio da cana. E lá surgiu o primeiro senvolver a colônia. As principais funções do go-
engenho produtor de açúcar. vernador geral eram: procurar ouro no interior, es-
timular a catequese, combater as tribos rebeldes e
PERÍODO COLONIAL (1530 – 1822) determinar quanto cada colono deveria contribuir
para a defesa da terra. Pelo fato de o governador
O SISTEMA DE CAPITANIAS HEREDITÁRIAS geral ser o representante do rei na colônia, ele
O sistema de Capitanias Hereditárias cria- era a autoridade máxima aqui, e contava com três
do em 1534 por D. João III, que dividia o território auxiliares diretos: o provedor-mor (encarregado
colonial em 15 capitanias não exigia grande inves- das finanças); o ouvidor-mor (encarregado da jus-
timento do governo português, pois transferia as tiça); e o capitão-mor da costa (encarregado da
despesas da colonização para os donatários, atra- defesa do litoral).
vés de doações. Os donatários deveriam fundar vi-
las, cobrar impostos, doar sesmarias, desenvolver OS PRIMEIROS GOVERNADORES GERAIS
o plantio da cana-de-açúcar e proteger o território. § Tomé de Souza (1549-1553) foi o primeiro
O sistema de capitanias era um sistema po- governador geral, responsável por grande incenti-
lítico descentralizado, visto que o poder achava-se vo à agricultura e pela introdução, na colônia, de
distribuído entre os doze donatários. As capitanias escravos negros e de gado bovino. Com ele chega-
eram denominadas hereditárias porque passavam ram centenas de colonos e seis jesuítas, padres li-
de pai para filho, isto é, com a morte do pai, o filho derados por Manoel da Nóbrega, que vinham com
mais velho herdava o direito sobre a terra. Deve- a missão de catequizar os índios, ou seja, ensinar-
mos nos lembrar, contudo, de que os donatários -lhes a religião católica. O primeiro governador
não eram donos das terras. Eles tinham o direito geral vistoriou pessoalmente as capitanias mais
de administrá-las e explorá-las, mas elas na verda- distantes do sul, desenvolveu a pecuária e man-
de pertenciam ao governo português. dou que viessem de Portugal moças órfãs. A ad-
O sistema de capitanias hereditárias era re- ministração de Tomé de Souza teve início na Bahia
gulamentado pela Carta de Doação e pelo Foral. A de Todos os Santos, sede do Governo Geral, onde
Carta de Doação era o documento através do qual o ele fundou a primeira cidade brasileira, Salvador, o
rei de Portugal concedia uma capitania a um dona- primeiro colégio e o primeiro bispado.
tário. O Foral era o documento que determinava os § Duarte da Costa (1553-1558), segundo
direitos e deveres do donatário e os direitos do rei. governador geral, trouxe com ele mais colonos e
Ao rei de Portugal cabia o monopólio sobre mais jesuítas, entre eles José de Anchieta, que re-
o comércio da capitania, a cunhagem das moedas presentaria papel importante na catequese e na
que circulavam na colônia, a cobrança o quin- pacificação dos índios. O governo de Duarte da
to (20%) sobre os metais encontrados e a dízima Costa foi marcado por conflitos relacionados aos
(1/10) sobre os produtos explorados. indígenas. Os jesuítas pretendiam catequizá-los
O sistema de capitanias hereditárias fra- e os colonos queriam que eles trabalhassem nas
cassou, uma vez que apenas duas delas prospe- lavouras. Para agravar a situação da colônia, hou-
raram: a de São Vicente, e a de Pernambuco. ve a invasão francesa, em 1555, no Rio de Janeiro,
Muitas foram as causas do fracasso do sistema de onde os franceses, aliados aos tamoios, na chama-
capitanias, sendo as mais importantes: a falta de da Confederação dos Tamoios, fundaram uma co-
capital de alguns donatários; a imensa distância lônia, que denominaram França Antártica. José de
entre a colônia e a metrópole, o que dificultava o Anchieta e Manoel da Nóbrega criaram, em 25 de
transporte de equipamentos; a extensão das capi- janeiro de 1554, o Colégio de São Paulo, que daria
tanias, tornando difícil sua exploração e a defesa origem à cidade de São Paulo.
do litoral; e os constantes ataques dos índios, que § Mem de Sá (1558-1572), o terceiro gover-
resistiam à invasão de suas terras pelo português. nador, foi considerado grande administrador. Du-
rante seu governo ele incentivou a agricultura e
O SISTEMA DE GOVERNO GERAL (1548-1808) a pecuária, apoiou os jesuítas na catequese e no
O governo português criou, através do Regi- combate à escravidão indígena e reuniu os índios
mento de 1548, o sistema de Governo-geral, rea- em missões. Durante o governo de Mem de Sá, José
firmando a autoridade e a soberania da Coroa, for- de Anchieta e Manoel da Nóbrega controlaram os
índios unidos na Confederação dos Tamoios. Em perdendo parte de suas atribuições e autonomia.
1565, Estácio de Sá, sobrinho do governador geral, Já no século XVIII seu papel era quase simbólico.
fundou a cidade de São Sebastião do Rio de Janei-
ro. Em 1567, o governador, auxiliado por Estácio de EXERCÍCIOS
Sá, expulsou do Rio de Janeiro os franceses. Mem
de Sá morreu em 1572. 1. (Fuvest) Os portugueses chegaram ao terri-
tório, depois denominado Brasil, em 1500, mas
DOIS GOVERNOS: UM NO NORTE E OUTRO NO a administração da terra só foi organizada em
SUL 1549. Isso ocorreu porque, até então:
Com a morte de Mem de Sá, o rei nomeou D.
Luís de Vasconcelos para ser o quarto governador a) Os índios ferozes trucidavam os portugueses
geral da colônia. Ele foi, porém, atacado por pira- que se aventurassem a desembarcar no lito-
tas franceses e morreu antes de chegar ao Brasil. ral, impedindo assim a criação de núcleos de
Com o objetivo de administrar melhor o vasto ter- povoamento.
ritório brasileiro, Portugal decidiu, então, dividir a b) A Espanha, com base no Tratado de Torde-
colônia em dois governos distintos: o governo do silhas, impedia a presença portuguesa nas
norte, com capital em Salvador, foi dado a D. Luís Américas, policiando a costa com expedições
de Brito, e o governo do sul, com capital no Rio de bélicas.
Janeiro, foi dado a D. Antônio de Salema. A tenta- c) As forças e atenções dos portugueses conver-
tiva não teve êxito e, em 1578, Lourenço da Veiga giam para o Oriente, onde vitórias militares ga-
unificou os dois governos, tornando-se o quinto rantiam relações comerciais lucrativas.
governador geral. d) Os franceses, aliados dos espanhóis, contro-
lavam as tribos indígenas ao longo do litoral
AS CÂMARAS MUNICIPAIS bem como as feitorias da costa sul-atlântica.
As Câmaras Municipais eram compostas e) A população de Portugal era pouco numerosa,
por Vereadores, escolhidos pelos “homens bons”. impossibilitando o recrutamento de funcioná-
Chamavam-se homens-bons aqueles que tinham rios administrativos.
projeção social e não exerciam profissão manual,
ou seja, os grandes proprietários de terras. Sendo
assim, as Câmaras Municipais sempre defendiam 2. (Fatec) Não tendo capital necessário para
seus interesses, excluindo a maioria da população realizar a colonização do Brasil, pois atravessa-
da administração colonial. Como se vê, a classe va um série crise econômica, Portugal decidiu
que dominava econômica, social e politicamente adotar o sistema de capitanias hereditárias.
no Brasil colonial era a dos grandes proprietários
de terras, chamada a aristocracia rural. É CORRETO afirmar que:
As Câmaras Municipais eram presididas por
um juiz ordinário, também escolhido pelos “ho- a) As capitanias foram entregues a capitães do-
mens bons”, e acumulavam vários poderes: abas- natários, com o compromisso de promoverem
tecimento de mão-de-obra escrava de acordo com seu povoamento e exploração; contudo, pou-
as necessidades da região, cobrança de impostos, cos eram os direitos e os privilégios que rece-
catequese, guerras contra os índios, etc. biam em troca.
Embora o sistema de Governo Geral tenha b) O sistema foi adotado devido à presença de
sido criado para centralizar o poder político, dan- estrangeiros no litoral, à péssima situação
do aos governadores gerais amplos poderes, eles econômica-financeira de Portugal e a seu su-
não conseguiam, porém, impor totalmente sua au- cessos nas ilhas do Atlântico.
toridade aos senhores de engenho. c) As capitanias eram pessoais, transferíveis, ina-
Os senhores de engenho possuíam escra- lienáveis e não podiam ser passadas para seus
vos e terras, concedidas pelo governo português. herdeiros.
Adquiriram poder em suas fazendas e não acei- d) O sistema era regulamentado por dois docu-
tavam a autoridade do governador geral. Devido mentos: a Carta de Doação e o Foral, sendo
à extensão do território brasileiro, predominava, que na Carta de Doação vinham detalhados
na colônia, a força local das Câmaras Municipais, os direitos e deveres dos donatários, além dos
encarregadas da administração dos municípios e impostos e tributos a serem pagos.
instaladas nas principais vilas e cidades. e) A administração política da colônia tornou-se
Ou seja, as autoridades municipais não se centralizada, assim como a da Metrópole.
submetiam facilmente ao governador geral, de-
monstrando forte tendência autonomista. Mas, a
partir da Restauração Portuguesa (1640), foram 3. (Unifesp) “Convém ter muita advertência nas
prisões que fizer nas pessoas que hão de sair ao lonizar, simultaneamente, todo o extenso terri-
auto público, que se faça tudo com muita justifi- tório brasileiro. Essa colonização dirigida pelo
cação pelo muito que importa à reputação e cré- governo português se deu através da:
dito do Santo Oficio e a honra e fazenda das ditas
pessoas, as quais depois de presas e sentencia- a) Criação da Companhia Geral do Comércio do
das não se lhes pode restituir o dano que se lhe Estado do Brasil.
der.” b) Criação do sistema de governo geral e câma-
(Do Inquisitor-Geral ao primeiro Visitador na ras municipais.
colônia, em 1591.) c) Criação das Capitanias Hereditárias.
d) Montagem do Sistema Colonial.
Essa afirmação indica que, na Colônia, a e) Criação e distribuição de sesmarias.
Inquisição:

a) Testou métodos de tortura que depois passou 6. (UFPR) O Brasil Colônia teve como base uma
a utilizar na Metrópole. economia e uma sociedade centradas no traba-
b) Cuidou de não se entregar aos excessos re- lho escravo e na grande lavoura para a exporta-
pressivos a que se habituara na Metrópole. ção. Comente essa afirmação.
c) Relaxou seu controle, conformando-se ao
‘’não existe pecado abaixo do equador’’.
d) Utilizou procedimentos que pouco diferiam
dos empregados na Metrópole.
e) Trabalhou em conjunto com a sua congênere
espanhola, visando maior eficácia.

4. (UNESP) Leia os textos seguintes:

Texto 1: “Etnocentrismo: tendência para


considerar a cultura de seu próprio povo como a 7. (Fatec) Dentre as características gerais do pe-
medida para todas as outras.’’ ríodo pré-colonizador destaca-se:
(“Novo Dicionário Aurélio’’.)
a) O grande interesse pela terra, pois as comuni-
Texto 2: “[Os índios] não tem fé, nem lei, dades primitivas do nosso litoral produziam
nem rei (...) são mui desumanos e cruéis, (...) são excedentes comercializados pela burguesia
mui desonestos e dados à sensualidade (...). To- mercantil portuguesa.
dos comem carne humana e têm-na pela melhor b) O extermínio de tribos e a escravização dos na-
iguaria de quantas pode haver (...) Vivem mui tivos, efeitos diretos da ocupação com base na
descansados, não têm cuidados de cousa alguma grande lavoura.
se não de comer e beber e matar gente.” c) A montagem de estabelecimentos provisórios
(Pero Magalhães Gandavo. em diferentes pontos da costa, onde eram
“Tratado da Terra do Brasil’’, séuclo XVI) amontoadas as toras de pau-brasil, para se-
rem enviadas à Europa.
Comente algumas das conseqüências, d) A distribuição de lotes de terras a fidalgos e
para as populações indígenas, da chegada dos funcionários do Estado português, copiando-
portugueses à América. -se a experiência realizada em ilhas do Atlân-
tico.
e) A implantação da agro manufatura açucarei-
ra, iniciada com a construção do Engenho do
Senhor Governador, em 1553, em São Vicente.

8. (MACK) “No seu conjunto, e vista no plano


mundial e internacional, a colonização dos trópi-
cos toma o aspecto de uma vasta empresa comer-
cial, mais completa que a antiga feitoria, mas
5. (UNAERP) Em1534, o governo português con- sempre com o mesmo caráter que ela, destinada
cluiu que a única forma de ocupação do Brasil a explorar os recursos naturais de um território
seria através da colonização. Era necessário co- virgem em proveito do comércio europeu. É este
o verdadeiro sentido da colonização tropical, de da colônia à metrópole. Desse sistema fazia parte
que o Brasil é uma das resultantes.’’ o Pacto Colonial, pelo qual a metrópole controla-
(Caio Prado Júnior, Formação do Brasil va todo o comércio da colônia (importação e ex-
Contemporâneo) portação), garantindo sua margem de lucro (mo-
nopólio). O comércio com a colônia era feito por
Este sentido da colonização tropical per- empresas privilegiadas, que recebiam do governo
mite explicar elementos fundamentais da evo- português a concessão para comprar e vender nos
lução econômica, política e social do Brasil Co- mercados coloniais. Estando a produção brasileira
lônia. Entre as alternativas abaixo, assinale a vinculada diretamente à demanda do mercado ex-
que NÃO apresenta elementos que se ajustem a terno e aos interesses mercantis de Portugal, era
essa explicação. preciso produzir a maior quantidade possível pelo
menor custo possível. Por isso, a produção colo-
a) Predomínio do povoamento litorâneo, segui- nial se estruturou com base em três elementos
do de dispersão populacional para o interior, principais:
determinada por atividades de preação de ín- § A monocultura: garantia da produção em
dios e procura de metais preciosos. larga escala de um produto que tivesse grande va-
b) Preponderância das necessidades do merca- lor comercial;
do internacional na determinação dos gêneros § Latifúndio: necessário para a produção
agrícolas cultivados, provocando uma suces- monocultora, o latifúndio foi possível graças à
são de ciclos econômicos. grande disponibilidade de territórios;
c) Incorporação de grupos nativos e estrangei- § A escravidão: instrumento essencial para
ros como mão-de-obra cativa nas lavouras e garantir a mão-de-obra necessária à produção
minas, resultando num notável e prolongado monocultora nos latifúndios, e grande fonte de
fenômeno de mestiçagem. acumulação capitalista, uma vez que os lucros do
d) Tolerância religiosa irrestrita como prática tráfico negreiro enriqueciam os cofres portugue-
fundamental do Estado para o incremento das ses.
relações comercias com países estrangeiros. Esses três elementos compõem o sistema
e) Centralização da administração metropolita- de plantation, aplicado também em grande parte
na, marcada pela intensa preocupação quanto das colônias de toda a América, principalmente
ao fisco, ou seja, quanto à tributação dos pro- América Central e do Sul. A monocultura, o latifún-
dutos coloniais. dio e a escravidão eram os pilares dessa produção
que servia ao mercado externo.
UNIDADE 3: A ECONOMIA A instalação da empresa açucareira no Bra-
AÇUCAREIRA sil exigiu a aplicação de imensos capitais: compra
de escravos, plantio da cana, instalação dos en-
Os declínios do comércio com o Oriente e as genhos, transporte e distribuição. Portugal não
ameaças de invasão no Brasil forçaram o governo dispunha dos recursos necessários para essa gi-
português a se decidir pela ocupação efetiva das gantesca tarefa. Por isso, associou-se a capitais
terras brasileiras. Entretanto, para incorporar a estrangeiros (principalmente holandeses). Os ho-
colônia aos interesses do capital mercantil era ne- landeses participaram da empresa açucareira bra-
cessário organizar aqui um sistema de produção sileira, financiando a instalação dos engenhos em
de algum gênero agrícola que garantisse alta lu- troca do direito de comercializar o produto final
cratividade para a metrópole. A produção de açú- (açúcar) nos mercados europeus. Dessa maneira,
car se adequou ao projeto colonizador português, a parte maior do lucro do açúcar brasileiro acaba-
por preencher algumas condições básicas, como: va nas mãos dos holandeses, responsáveis pelo
§ Adaptação às condições do clima e solo refino do produto. A produção açucareira se cons-
(massapé) do nordeste brasileiro; tituiu em principal atividade econômica do Brasil
§ Grande aceitação no mercado consumidor nos séculos XVI e XVII. Geograficamente ela ficou
europeu, alcançando bons preços; circunscrita ao litoral brasileiro, principalmente no
§ A experiência portuguesa na produção nordeste. O sudeste (Rio de Janeiro e São Vicente)
açucareira, atividade já praticada pelos portugue- também teve seus engenhos, mas foi prejudicado
ses nas ilhas da Madeira e de Cabo Verde; somado pela distância maior em relação ao mercado con-
a abundância de terras disponíveis. sumidor europeu.
O Brasil se constituiu em colônia de explora- O engenho era a unidade produtora do
ção nos moldes mercantilistas, baseado nos prin- complexo açucareiro. O termo se refere a toda a
cípios do monopólio e da complementaridade. propriedade, desde as terras cultivadas até as ins-
Para isso foi necessário o estabelecimento de um talações (moenda, caldeira, casa-grande, senzala,
conjunto de regras, regulamentando a submissão oficinas, capela, etc.). Nele viviam o senhor de en-
genho e sua família, os escravos e alguns poucos a Bahia, também era cultivado em São Paulo, Espí-
trabalhadores livres (feitores, mestres, purgado- rito Santo e Sergipe.
res, etc.). A economia açucareira entrou em declí- § Drogas do Sertão: Exploração de plantas
nio a partir da segunda metade do século XVIII. medicinais que alcançavam altos preços no mer-
Dentre os fatores que explicam sua deca- cado europeu. Teve início no século XVII, com a en-
dência, podemos citar: trada das ordens religiosas na Amazônia (jesuítas
§ A retirada dos capitais holandeses do Bra- e outros). A coleta era feita pelos índios das mis-
sil, devido à sua expulsão de Pernambuco, em sões religiosas. Vale lembrar que o rio Amazonas
1654; era uma região onde se praticava intenso contra-
§ A concorrência do açúcar antilhano no bando. Ingleses, franceses e holandeses vinham à
mercado europeu; procura de cacau, baunilha, guaraná, ou seja, es-
§ A economia mineradora, que canalizou peciarias que atingiam excelentes preços na Euro-
para o centro-sul do país grandes contingentes da pa. A coroa portuguesa com o auxílio dos jesuítas
mão-de-obra. reagiu às invasões e incorporou a região ao domí-
No final do século XVIII e início do século XIX nio português.
a atividade açucareira voltou a ter importância no § Algodão: A exportação começa em 1760
quadro econômico brasileiro, tanto no nordeste e o Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco e o Mara-
quanto no sudeste, graças aos incentivos da admi- nhão são os principais produtores. Predominou
nistração pombalina, às dificuldades vividas pelas no Maranhão, na segunda metade do século XVIII,
colônias francesas (diminuição da concorrência voltado para o abastecimento da nascente indús-
no mercado externo) e ao crescimento do próprio tria têxtil inglesa. Era uma atividade monocultora,
mercado interno. latifundiária e escravista, tal qual o açúcar. Seus
momentos de apogeu estiveram vinculados ao
declínio da concorrência norte-americana, por
OUTRAS ATIVIDADES ECONÔMICAS O BRASIL problemas internos (guerra de independência, no
COLONIAL século XVIII; e guerra de secessão, no século XIX).
A economia do período colonial tinha sem- Agricultura de Subsistência: cada engenho
pre um produto que canalizava os investimentos, possuía uma pequena área destinada à produção
interesses e atividades, mas havia algumas ativi- de alimentos (mandioca, milho, feijão, etc.) para a
dades secundárias, na maioria das vezes comple- alimentação dos escravos. Ostentando opulência,
mentares às necessidades da sociedade: muitas vezes os senhores importavam o próprio
• Pecuária: introduzida no Brasil como ati- alimento da Europa.
vidade complementar ao engenho (força motriz, EXERCÍCIOS
transporte e alimentação), acabou constituindo-
-se em atividade independente. Com o crescimen- 1. (UEM) Leia o fragmento a seguir: “Toda a orga-
to dos rebanhos, surgiram as fazendas da criação, nização administrativa e burocrática criada pela
expandindo-se para o sertão (interior), possibili- metrópole objetivava sobretudo criar a base ne-
tando o desbravamento e ocupação dessa parte cessária para valorizar economicamente suas ter-
da colônia que até então era mal levada em conta. ras americanas, incentivando o desenvolvimento
No século XVIII os campos meridionais foram ex- da agro manufatura do açúcar. Dessa forma, o
tremamente importantes para abastecer a eco- início da colonização propriamente dita esteve li-
nomia mineradora (alimentação e transporte). É gado ao cultivo da cana e ao preparo do açúcar.’’
considerada a única atividade colonial que esteve (Nadai, Elza e Neves, Joana. História do Brasil da
voltada para o mercado interno. Colônia a Republica. São Paulo: Saraiva, 1987,
O declínio da atividade no nordeste teve iní- p.44.)
cio em meados do século XVIII, devido à concor- A respeito da colonização do Brasil, assi-
rência da produção de Minas Gerais, que passou nale a(s) alternativa(s) CORRETAS.
a abastecer as zonas mineradoras. Nos vastos
campos do atual Rio Grande do Sul, a pecuária (01) Para a colonização efetiva dos territórios,
encontrou condições favoráveis ao seu desenvol- com a organização dos engenhos, a Coroa portu-
vimento. Além do gado, foi significativa a criação guesa recorreu aos recursos particulares, por meio
de cavalos e mulas. Exportadas para a região de das concessões das capitanias e das sesmarias.
Minas Gerais, as mulas tornaram-se importante (02) Inicialmente, a mão-de-obra utilizada
meio de transporte nos terrenos acidentados e nos engenhos foi a do índio escravizado. No entan-
montanhosos das áreas mineradoras. to, à medida que a produção açucareira foi cres-
§ Tabaco: Começou a ser cultivado no sécu- cendo, recorreu-se à importação do africano e à
lo XVII, e boa parte de sua produção era usada na sua utilização como escravo.
troca por escravos. A principal área produtora era (04) A produção do açúcar no Brasil colonial
visava, em primeiro lugar, atender as necessida- Soma:
des de consumo dos produtores. Isso não impe-
dia que eventuais excedentes fossem vendidos no
mercado externo. 3. (UNESP) “A cana-de-açúcar começou a ser
(08) Os escravos viviam nas senzalas, habita- cultivada igualmente em São Vicente e em Per-
ções coletivas, trabalhavam sem descanso e eram nambuco, estendendo-se depois à Bahia e ao
responsáveis pela imensa maioria das atividades Maranhão a sua cultura, que onde logrou êxi-
na Casa Grande, nas oficinas e nos canaviais. to – medíocre como em São Vicente ou máximo
como em Pernambuco, no Recôncavo e no Ma-
Soma: ranhão – trouxe em consequência uma socieda-
de e um gênero de vida de tendências mais ou
menos aristocráticas e escravocratas.’’
2. (UFSC) (Gilberto Freyre, “Casa Grande e Senzala’’.)
MARIA DIAMBA
Para não apanhar mais Tendo por base as informações do autor,
Falou que sabia fazer bolos
Virou cozinha. a) Cite um motivo de maior sucesso da explora-
Foi outras coisas para que tinha jeito. ção da cana–de–açúcar em Pernambuco do que
Não falou mais. em São Vicente.
Viram que sabia fazer tudo,
Até mulecas para a Casa-Grande.
Depois falou só,
Só diante da ventania
Que ainda vem do Sudão;
Falou que queria fugir b) Explique por que o autor definiu “o gênero
Dos senhores e das judiarias deste mundo de vida’’ da sociedade constituída pela cultura
Para o sumidouro. da cana – de – açúcar como apresentando “ten-
(LIMA, Jorge de. Poemas Negros. In: “Os melhores dências mais ou menos aristocráticas’’.
poemas’’. São Paulo: Global, 1994. P. 60)
4. (UCS/RS) Assinale a alternativa que
Sobre a escravidão no Brasil, é CORRETO apresenta as características predominantes da
afirmar que: economia colonial brasileira e cujas marcas se
fazem sentir, ainda hoje, em nossa sociedade:
(01) A escravidão de africanos destinou-se a
fornecer mão-de-obra para a indústria, em cres- a) Produção monocultora, grande propriedade
cente expansão no Brasil do século XVII. (latifúndio) e trabalho escravo.
(02) O mercado de escravos provocou a de- b) Monopólio comercial, pequena propriedade
sagregação social dos grupos africanos que foram
transportados para o Brasil.
(04) Algumas tribos africanas exerciam pa-
pel ativo no tráfico, facilitando o comércio de es-
cravos pelos europeus e trocando prisioneiros de rural e trabalho servil.
nações rivais por mercadorias. c) Produção para o mercado interno, proprieda-
(08) Os quilombos, como Palmares, foram des diversificadas e trabalho assalariado.
locais de refúgio e socialização dos escravos que d) Monocultura de exportação, propriedade mi-
conseguiam escapar de seu cativeiro. nifundiária e trabalho escravo.
(16) A Igreja no século XVII e, posteriormen- e) Importação de matéria-prima, latifúndio e tra-
te, a Medicina no século XIX exerceram importan- balho escravo de negros e índios.
te papel no rompimento com o preconceito racial
que os afros descendentes foram alvo no Brasil.
(32) No Brasil Colônia imperava o patriarca- 5. (PUCRS) Considere as afirmativas a seguir so-
lismo, definido como a autoridade exercida pelas bre a sociedade brasileira no período colonial.
mulheres sobre os homens naquela sociedade.
(64) A exploração do escravo em atividades I. A oposição senhor – escravo é uma das
manuais fez com que estas fossem consideradas formas de explicar a ordenação social no
impróprias para um homem livre, preconceito que período colonial, embora tenha existido
perdurou durante muito tempo no Brasil. o trabalho livre (assalariado ou não) mes-
mo nas grandes propriedades açucareiras
e fazendas de gado.
II. Os escravos trazidos da África pelos tra- 7. (UEG –GO) Seja qual for o termo utilizado
ficantes pertenciam a diferentes etnias e para descrever o encontro de indígenas e eu-
foram transformados em trabalhadores ropeus no continente americano no findar do
cativos empregados tanto nas atividades século XV, é consenso que seu resultado foi, ao
econômicas mais rentáveis (cana–de– mesmo tempo, lucrativo para os europeus e de-
açúcar e mineração) quanto nas ativida- sastrosos para as populações indígenas. Sobre
des domésticas e urbanas. as conseqüências de tal encontro, analise as se-
III. Os primeiros escravos foram os Tupis e os guintes proposições:
Guaranis do litoral, porém, à medida que
se desenvolveu a colonização e se criaram I. A colonização da América do Norte foi em-
missões jesuíticas, no final do século XVI, preendida por famílias inglesas em fuga
a escravização indígena extinguiu-se. da Inglaterra por causa das perseguições
IV. Os homens livres pobres (lavradores, va- religiosas. Ao implementá-la, os colonos
queiros, pequenos comerciantes, arte- dizimaram grande parte da população
sãos) podiam concorrer às Câmaras Mu- nativa, considerada um empecilho para
nicipais, pois não havia no Brasil critérios os seus interesses.
de nobreza ou de propriedade como os II. A estrutura básica da economia colonial
que vigoravam na metrópole portuguesa. na América do Norte foi a pequena pro-
priedade fundamentada no trabalho fa-
Estão CORRETAS as alternativas: miliar, no policultura e em uma industria
rudimentar, principalmente na áreas têx-
a) I e II. til.
b) I, II e IV. III. A partir da descoberta da América, pode-
c) I e IV. -se notar o interesse da Igreja em cristia-
d) II e III. nizar os nativos, preservando as culturas
e) III e IV. locais, ao mesmo tempo em que se intro-
duzia pacificamente a nova religião.
IV. Nas possessões portuguesas, houve pou-
6. (Unicamp) Os primeiros escravos negros che- co interesse na efetiva ocupação do terri-
garam ao Novo Mundo bem no inicio do século tório, devido à prioridade dada pelo reino
XVI. Por três séculos e meio as principais po- lusitano ao comércio com as índias e ao
tências marítimas competiram entre si em tor- fato de não terem sido encontrados me-
no do lucrativo tráfico de escravos, que levou tais preciosos nos primeiros contatos.
aproximadamente dez milhões de africanos
para as Américas. Assinale a alternativa CORRETA:

a) Cite uma das principais potências européias a) I, II e III.


que traficava escravos no século XVII e XVIII. b) II, III e IV.
c) I, II e IV.
d) I e III.
e) Todas são verdadeiras.

b) Caracterize o comércio triangular entre Eu- 8. (PUC – Camp) As características dos primei-
ropa, África e América neste período. ros núcleos de ocupação no Brasil, dos quais
emergiram os mencionados grupos sociais nas-
centes, revelam o tipo de colonização empreen-
dida por Portugal e predominante na América
Latina, denominado pela historiografia de:

c) Quais as conseqüências, para a África, do a) Colonização Estatal.


tráfico negreiro? b) Colonialismo Religioso.
c) Colonização de Exploração.
d) Neo colonialismo.
e) Colonização de Povoamento.
UNIDADE 4: UNIÃO IBÉRICA E Equinocial. Os franceses permaneceram por três
INVASÕES ESTRANGEIRAS anos no Maranhão e fundaram a cidade de São
Luís, cujo nome é uma homenagem ao rei francês
UNIÃO IBÉRICA Luís XIII. Em 1615 foram expulsos por Jerônimo de
Albuquerque e Alexandre de Moura.
Em 1578 morreu o jovem rei de Portugal, D.
Sebastião, lutando contra os árabes no norte da AS INVASÕES HOLANDESAS
África, na batalha de Alcácer-Quibir. Como D. Se- Os holandeses tinham grande interesse na
bastião não deixou herdeiro (descendente direto), indústria açucareira do Brasil. Participavam da re-
o trono foi ocupado por seu tio, o cardeal D. Henri- finação e distribuição do açúcar na Europa. Quan-
que, que morreu dois anos depois, em 1580, tam- do Portugal e suas colônias ficaram sob o domínio
bém sem deixar descendentes. espanhol, a Espanha católica estava em guerra
Dentre os principais pretendentes ao trono com a Holanda protestante. Os espanhóis, então,
português, D. Antônio, prior do Crato, contava com fecharam os portos da Espanha, de Portugal e das
a simpatia de poucos setores influentes. Diante das colônias aos navios holandeses. Para defender
dificuldades de manter o império do Oriente e da seus interesses comerciais, os holandeses cria-
carência de metais preciosos, a maior parte da no- ram, em 1602, a Companhia das Índias Orientais,
breza e dos comerciantes de grande porte preferiu para comercializar com o Oriente. Para comerciar
apoiar as pretensões do rei de Espanha, Felipe II com a África e com as Américas, criaram a Com-
(1527-1598). Após subornos e a invasão do reino panhia das Índias Ocidentais, em 1621. Foram os
pelas tropas espanholas, desmantelando a resis- capitalistas da Companhia das Índias Ocidentais
tência de D. Antônio, aquele foi aclamado rei de que planejaram a invasão do Nordeste, uma vez
Portugal, nas cortes de Tomar (1581), com o nome que não queriam perder os grandes lucros obtidos
Felipe I. Com a unificação das coroas portuguesa com a empresa açucareira brasileira.
e espanhola ocorre a União Peninsular, ou seja, a A primeira invasão holandesa ocorreu na
união entre as duas nações da península Ibérica. Bahia, em 1624. Uma esquadra atacou a cidade de
Desse modo, o Brasil e as demais colônias Salvador, sede do Governo Geral e porto expor-
portuguesas ficaram sob o domínio da Espanha tador de açúcar. Os senhores de engenho e a po-
e foi suspenso o Tratado de Tordesilhas. A unifica- pulação refugiaram-se no interior e organizaram
ção da Espanha pouco alterou a situação do Brasil, a resistência, sob a liderança do bispo D. Marcos
mas possibilitou a ultrapassagem do meridiano de Teixeira. Em 1625 chegou ao Brasil uma esquadra
Tordesilhas, facilitando o avanço de colonizadores chamada Jornada dos Vassalos, formada por na-
portugueses para o interior brasileiro e para áreas vios portugueses e espanhóis. A população com
do território sul-americano, pertencentes original- a ajuda dessa esquadra expulsou os invasores. A
mente à Espanha. Em 1640 houve a Restauração segunda invasão holandesa ocorreu em Pernam-
Portuguesa, isto é, Portugal recuperou sua inde- buco, em 1630, quando os holandeses atacaram
pendência. Olinda que, na época, era capital de Pernambuco,
a principal região produtora de açúcar no Brasil.
AS INVASÕES ESTRANGEIRAS Logo depois, conquistaram também Recife.
O governador de Pernambuco, Matias de
AS INVASÕES FRANCESAS Albuquerque, foi para o interior, organizou guer-
A primeira invasão francesa, comandada por rilhas e fundou o maior centro de resistência aos
Nicolau Durand de Villegaignon, ocorreu em 1555, holandeses: o arraial do Bom Jesus. A luta pros-
quando os franceses invadiram o Rio de Janeiro, seguiu até 1632 quando Domingos Fernandes Ca-
fundando uma colônia chamada França Antártica. labar, conhecedor da região, levou os holandeses
Construíram um forte e aliaram-se aos Tamoios, aos centros de guerrilhas. Foram muitas, então, as
índios da região revoltados contra os portugue- vitórias holandesas, As lutas freqüentes não agra-
ses, que estavam unidos na Confederação dos davam nem aos senhores nem aos donos da Com-
Tamoios. Os padres Manoel da Nóbrega e José de panhia das Índias Ocidentais, pois os dois lados
Anchieta conseguiam pacificar os índios rebeldes eram prejudicados, sofrendo prejuízos constantes.
e uniram-se contra os franceses aos índios Termi- Por esse motivo foi enviado ao Brasil o con-
minós, chefiados pelo cacique Araribóia. de João Maurício de Nassau, para promover a paz
Em 1567, durante a administração do gover- e governar o Nordeste brasileiro.
nador geral Mem de Sá, após doze anos de luta, os
franceses foram expulsos, com a ajuda de Estácio O GOVERNO DE MAURICIO DE NASSAU (1637-
de Sá, sobrinho do governador. Em 1612 os fran- 1644)
ceses voltaram a invadir o Brasil e fundaram, no Nassau governou o Brasil holandês a partir
Maranhão, uma colônia, que chamaram de França de 1637. Apesar de ser protestante, concedeu li-
berdade religiosa aos católicos e aos judeus. Fez 1. (FGV) A administração de Maurício de Nassau
coisas importantes, como: o aumento da produ- sobre parte do Nordeste do Brasil, no século
ção açucareira, conseguindo empréstimos para XVII, caracterizou-se:
os senhores de engenho; a conquista de Sergipe
e do Maranhão; a urbanização de Recife, com a a) Por uma forte intolerância religiosa, represen-
construção de jardins, pontes, palácios, hospitais tada, principalmente, por meio do confisco
e o primeiro observatório astronômico do Brasil; a das propriedades dos judeus e dos católicos.
vinda de cientistas e artistas europeus (arquitetos, b) Pela proteção às pequenas e médias proprie-
botânicos, médicos, matemáticos e pintores, entre dades rurais, o que contribuiu para o aumento
eles o pintor Frans Post, que estudou e retratou a da produção de açúcar e tabaco em Pernam-
flora e a fauna brasileira). buco.
A Holanda precisava de dinheiro, pois estava c) Por uma ocupação territorial limitada a Per-
em guerra. A Companhia das Índias Ocidentais re- nambuco, em função da proteção militar efe-
clamava dos excessivos gastos de Nassau e come- tuada por Portugal nas suas colônias africa-
çou a pressioná-lo para que cobrasse aos senhores nas.
de engenho os empréstimos atrasados, além de d) Por inúmeras vantagens econômicas aos co-
ter aumentado os impostos. Nassau não concor- lonos e pela ausência de tolerância religiosa,
dava com isso e acabou por demitir-se, voltando à representada pela imposição do calvinismo.
Holanda em 1644. Com o aumento dos impostos, o e) Pela atenção aos proprietários luso-brasilei-
confisco de engenhos como forma de pagamento ros, que foram beneficiados com créditos para
das dívidas e a restrição à liberdade religiosa, foi a recuperação dos engenhos e a compra de
reiniciada em Pernambuco, a luta contra os holan- escravos.
deses, que se chamou Insurreição Pernambucana.
Na liderança dessa luta estavam representantes
de várias etnias: os brancos André Vidal de Negrei- 2. Em relação ao período da ocupação holande-
ros e João Fernandes Vieira, o negro Henrique Dias sa no Nordeste brasileiro, afirma-se:
e o índio Poty, mais tarde batizado com o nome de
Filipe Camarão. Depois de dez anos de luta, hou- I. A invasão deveu-se aos interesse dos co-
ve a vitória na Batalha de Guararapes e a rendição merciantes holandeses pelo açúcar pro-
dos holandeses na Campina da Taborda, em 1654. duzido na região, interesses esses que fo-
A expulsão dos holandeses desencadeou ram prejudicados devido à União Ibérica
uma crise na empresa açucareira, pois os holande- (1580-1640).
ses haviam levado mudas e plantado cana-de-açú- II. Foi, também, uma conseqüência dos con-
car em seus domínios nas Antilhas, começando, flitos econômicos e políticos que envol-
assim, a ter produção própria. O açúcar brasileiro viam as relações entre os chamados Paí-
não podia concorrer com aquele produzido nas ses Baixos e o Império espanhol.
Antilhas, porque os holandeses continuavam a III. As medidas econômicas de Nassau garan-
dominar os mercados consumidores. O Brasil vi- tiam os lucros da Companhia das Índias
veu, então, na metade do século XVII, sua primeira Ocidentais e os lucros dos senhores de en-
grande crise econômica. genho, já que aumentaram a produção do
açúcar.
NOVA DIVISÃO DA COLÔNIA IV. A política adotada por Nassau para assen-
Durante o domínio espanhol houve outra tar os holandeses na Bahia acabou por
tentativa de melhorar a administração do Brasil e deflagrar sua derrota no fim da ocupação
defender o litoral contra a invasão dos franceses. holandesa, graças a resistência dos índios
Em 1621, o território brasileiro foi outra vez dividi- e portugueses expulsos das terras que
do, desta vez em dois grandes estados. As diver- ocupava.
sas capitanias passaram a ser administrados em
dois blocos: Estado do Maranhão (da Amazônia ao São verdadeiras as proposições:
Ceará), com a capital em São Luís, que mais tarde
transformou-se em Estado do Grão Pará, com ca- a) I e II.
pital em Belém; e Estado do Brasil (do Rio Grande b) I, II e III.
do Norte ao Rio Grande do Sul) com a capital em c) II, III e IV.
Salvador. A partir de 1763 a capital passou a ser o d) I, III e IV.
Rio de Janeiro. Essa divisão durou até 1774. e) II e IV.

EXERCÍCIOS
3. (UFG-GO) No período da União Ibérica (1580-
1640), o domínio espanhol sobre Portugal pro- terminou em 1700, com a retirada pacifica do
vocou também mudanças político-econômicas exército holandês, após a intermediação di-
importantes no império colonial português. Ex- plomática do rei Luis VXI da França.
plique uma das mudanças ocorridas na América
portuguesa, resultante da dominação espanho-
la. 6. (UFV-MG) Durante a segunda metade do sécu-
lo XVII, os portugueses perderiam grande parte
do controle do comércio do Oriente e das rotas
do Oceano Índico para os holandeses, que, por
sua vez, logo se veriam superados pelos ingle-
ses. Holandeses e ingleses deviam seu sucesso
à capacidade de organizar e financiar seus em-
4. (UNESP) “Foi assim possível dispor um se- preendimento simultaneamente militares e co-
gundo ataque ao Brasil, desta vez contra uma merciais.
capitania mal aparelhada na sua defesa, mas a
principal e a mais rica região produtora do açú- a) Qual o principal instrumento de política co-
car do mundo de então. Existiam aí e nas capi- lonial dos holandeses e ingleses?
tanias vizinhas mais de 130 engenhos que, nas
melhor safras, davam mais de mil toneladas de
produto.”
(J.A. Gonçalves de Mello)

O texto refere-se à:

a) Guerra dos Mascates.


b) Invasão francesa.
c) Invasão holandesa. b) Aponte um evento que indique os desdobra-
d) Revolta de Beckman. mentos da concorrência entre as grandes
e) Invasão inglesa. potências na América Portuguesa.

5. (UEM-PR) Quando os historiadores fazem


menção ao Brasil holandês, eles se referem ao
período em que a Holanda, uma das principais
potências européias, ocupou e colonizou o Nor-
deste brasileiro no século XVII. Sobre esse as-
sunto, assinale a alternativa INCORRETA:

a) Mauricio de Nassau, governador holandês da


região ocupada, incentivou financeiramente 7. Sobre as invasões holandesas no Nordeste
a modernização da produção açucareira nor- brasileiro, na primeira metade do século XVII,
destina e realizou grandes obras urbanísticas assinale as alternativas CORRETAS.
e de saneamento em Recife.
b) A política colonial holandesa se distinguiu da (01) Uma vez expulsos do nordeste, os ho-
política colonial portuguesa em vários aspec- landeses organizaram a produção de açúcar nas
tos, permitindo, por exemplo, a liberdade reli- Antilhas. A concorrência do açúcar antilhano con-
giosa e a coexistência entre católicos, judeus e tribuiu decisivamente para uma crise na economia
protestantes calvinistas. açucareira da América portuguesa.
c) A ocupação holandesa no Brasil se insere no (02) Os holandeses permaneceram no nor-
quadro de disputa entre as potências mercan- deste do Brasil por mais de vinte anos. Por serem
tilistas européias por territórios e por merca- protestantes, aboliram a escravidão do negro, que
dos coloniais. foi restaurada quando os portugueses retomaram
d) A memória histórica da época da colonização o controle sob a região.
holandesa no Brasil ficou registrada na arqui- (04) Holandeses tiveram uma participação
tetura de muitas cidades nordestinas e nos significativa na economia açucareira no nordeste
quadros pintados por artistas holandeses que do Brasil. Com a união Ibérica (1580-1640), a Coroa
retrataram as paisagens da região. da Espanha passou a dificultar a participação dos
e) A ocupação holandesa do Nordeste brasileiro holandeses no comércio do açúcar produzido no
nordeste. Tal fato contribuiu para que os holande-
ses invadissem o Nordeste brasileiro. BANDEIRAS
(08) A Companhia das Índias Ocidentais,
criada pelos holandeses, além de promover a in- Expedições organizadas por particulares, as
vasão do nordeste brasileiro, foi responsável pela bandeiras nasceram na capitania de São Vicente,
administração da área invadida. mais especificamente, na vila de São Paulo, cujo
(16) Em 1673, o Conde Maurício de Nassau objetivo era procurar riquezas no interior da Co-
foi nomeado governador das terras ocupadas pe- lônia, capturar escravos fugitivos e aprisionar na-
los holandeses no nordeste do Brasil. Além de ad- tivos para serem vendidos como escravos. Consi-
ministradores, Nassau trouxe, para o Brasil, artis- derando o berço do movimento bandeirante, foi
tas e cientistas. daí que partiu a maioria das expedições que pe-
netraram sertão adentro e atingiram as mais dis-
Soma: tantes regiões da colônia. O principal motivo das
bandeiras terem sido organizadas na capitania de
São Vicente foi o desenraizamento de sua popu-
8. A ocupação portuguesa do litoral Norte e Nor- lação, causado pela extrema pobreza de seus ha-
deste do Brasil, em fins do século XVI e início do bitantes, uma vez que a lavoura açucareira havia
século XVII, deu-se em virtude dos ataques in- fracassado na região em razão da má qualidade do
gleses, franceses e holandeses a esse território. solo e a longa distância que separava a capitania
Sobre estas invasões e ocupações, identifique da Europa.
as proposições VERDADEIRAS e FALSAS:
A MINERAÇÃO
( ) Os franceses invadiram Sergipe d El Rei, a Pa-
raíba, o Rio Grande do Norte, o Ceará, o Mara- As primeiras descobertas de ouro na Amé-
nhão e o Grão-Pará. rica portuguesa estão ligadas à expansão bandei-
( ) Os holandeses ocuparam, por longo tempo, os rante, quando a comercialização do açúcar e sua
territórios da Bahia, Pernambuco, Paraíba e produção estão em declínio.
Rio Grande do Norte. A descoberta das minas atraiu milhares de
( ) Os franceses, holandeses e ingleses conquis- portugueses e colonos para a região mineradora,
taram todo o Norte e Nordeste, restando aos desenvolvendo o surgimento de cidades e vilas.
portugueses, no século XVI, o domínio do ter- Houve também uma transferência do eixo econô-
ritório abaixo da Bahia. mico para a região centro-sul, incluindo a transfe-
( ) De todas as invasões do século XVII, a holan- rência da capital de Salvador para o Rio de Janei-
desa foi a mais duradoura, no sentido da per- ro, em 1763.
manência da ocupação. Em Pernambuco, o As minas pertenciam à coroa portuguesa,
domínio holandês se estendeu de 1630 a 1654. que concedia lotes aos mineradores para a explo-
( ) A conquista do Grão-Pará, pelos portugueses, ração do ouro. O trabalho nesses lotes era reali-
em 1616, beneficiou o monopólio do comércio zado por escravos em locais denominados lavras.
dessa região para Portugal e obrigou os fran- Vendo no ouro a possibilidade de revigorar sua
ceses a se instalarem nas Guianas. economia, o governo português organizou um rí-
gido esquema administrativo para controlar a re-
UNIDADE 5: EXPANSÃO TERRITORIAL gião mineradora.

A ocupação do território que hoje forma o INTENDÊNCIA DAS MINAS


Brasil resultou de elementos da colonização eu- Criado em 1702, o órgão era responsável
ropéia, conflitos com povos indígenas e questões por distribuir terras para a exploração do ouro,
econômicas. Entre os séculos XVI e XVII o que hou- fiscalizar a atividade mineradora, julgar questões
ve foi o deslocamento populacional do litoral para referente à mineração e cobrar impostos pela ex-
o interior, numa espécie de marcha para o oeste. ploração das jazidas: os mineradores deviam ao
governo português um quinto de qualquer quan-
ENTRADAS tidade de metal extraído.

As Entradas eram expedições oficiais, for- CASAS DE FUNDIÇÃO


madas apenas por homens, que saíam geralmente Para facilitar o controle, o governo portu-
do litoral. Com a proibição da criação de gado no guês proibiu a circulação do ouro em pó. Criou as
litoral, a saída foi levar a criação para o interior. casas de fundição, onde todo o ouro era obrigato-
Mas por serem expedições oficiais, feitas pelo go- riamente fundido e transformado em barras. Ao
verno, não ultrapassavam Tordesilhas de 1492. receber o ouro, as casas de fundição já retiravam
a parte que correspondia ao imposto devido à Fa- que os bandeirantes estabelecessem um
zenda Real (Coroa). O restante recebia um selo que intenso comércio de escravos com os se-
comprovava o pagamento do quinto, podendo ser nhores de engenho de açúcar.
legalmente negociado: era o ouro quintado. IV. Na segunda metade do século XVII, pre-
dominaram bandeiras que procuravam
CRISE DA MINERAÇÃO metais preciosos.
Ao longo do século XVIII, com a intensa ex-
ploração, até mesmo as maiores jazidas foram se Pode-se afirmar que estão CORRETAS so-
esgotando. Na segunda metade do século, a pro- mente:
dução do ouro caiu brutalmente. O governo portu-
guês continuou aumentando as formas de contro- a) II, III e IV.
le e as pressões sobre os mineradores. b) I, III e IV.
Em 1765, foi decretada a derrama, cobran- c) I, II e III.
ça de todos os impostos atrasados. As autoridades d) I e IV.
não pouparam nem mesmo os mineradores em- e) I e II.
pobrecidos, que acabaram perdendo os poucos
bens que lhes restavam.
3. (FUVEST) Qual destas definições expressa
EXERCÍCIOS melhor o que foram as Bandeiras?

1. As expedições destinadas ao apresamento de a) Expedições financiadas pela Coroa que se pro-


indígenas constituíram, como se pode observar punham exclusivamente a descobrir metais e
no mapa abaixo, a principal atividade realizada pedras preciosas.
pelos bandeirantes paulistas entre os séculos b) Movimento de fundo catequético, liderados
XVI e XVIII. pelos jesuítas para a formação de uma nação
Estabeleça a relação existente entre as indígena cristã.
expedições de apresamento e as atividades c) Expedições particulares que apresavam os ín-
econômicas desenvolvidas pelos habitantes da dios e procuravam metais e pedras preciosas.
Capitania de São Vicente. Em seguida, identifi- d) Empresas organizadas como objetivo de con-
que um efeito dessas expedições para a colônia quistar as áreas litorâneas e ribeirinhas.
portuguesa na América. e) Incursões de portugueses para atrair tribos
indígenas para serem catequizadas pelos je-
suítas.

4. (FUVEST) No século XVIII a produção do ouro


provocou muitas transformações na colônia.
Entre elas podemos destacar:

a) A urbanização da Amazônia, o início da produ-


ção do tabaco, a introdução do trabalho livre
com os imigrantes.
2. Leia as seguintes afirmações sobre as bandei- b) A introdução do trafico africano, a integração
ras: do índio, a desarticulação das relações com a
Inglaterra.
I. Os bandeirantes criaram muitos atritos c) A industrialização de São Paulo, a produção de
com os jesuítas, pois não respeitavam as café no Vale do Paraíba, a expansão da criação
‘’reduções’’, aldeias de índios catequiza- de ovinos em Minas Gerais.
dos. d) A preservação da população indígena, a deca-
II. Expedições para o interior brasileiro fo- dência da produção algodoeira, a introdução
ram organizadas desde o século XVI. Mas de operários europeus.
só no século XVII o movimento bandei- e) O aumento da produção de alimentos, a inte-
rista assumiu maior importância, e o Rio gração de novas áreas por meio da pecuária e
Grande do Sul foi o principal núcleo irra- do comércio, a mudança do eixo econômico
diador. para o Sul.
III. Na primeira metade do século XVII, pre-
valeceu o apresamento de índios, mais
baratos que os africanos, o que fazia com 5. A expansão territorial do século XVII foi moti-
vada principalmente por:
8. “Em fevereiro de 1748, diante do padre visi-
a) A busca de novas terras para o cultivo da cana- tador do bispado, a preta forra Catarina de Sou-
de–açúcar. sa foi acusada de obrigar com castigo as suas
b) Necessidade de defesa das fronteiras brasilei- escravas a que lhe dêem jornal todos os dias de
ras. serviço, e domingos e dias santos, jornal dobra-
c) Fim da união Ibérica e restauração da monar- do, ainda que sejam em ofensas de Deus, por-
quia portuguesa. quanto não há vendagem equivalente ao jornal
d) Procura de riquezas minerais e o aprisiona- que lhe é pedido (…)”
mento de índios. (FIGUEIREDO, Luciano. O acesso da memória:
e) Necessidade de se encontrar quilombos que cotidiano e trabalho da mulher em Minas Gerais
abrigavam escravos fugitivos. no século XVIII. R.J.:José Olympio, Brasília:Edunb,
1993. P. 63)

6. (PUC-RS) Entre os fatores que contribuíram, Glossário:


a partir do século XVII, para a expansão terri- Jornais: rendimento, ganhos diários;
torial da colonização portuguesa no Brasil, ul- Ofensas de Deus: atividades de prostitui-
trapassando os limites de Tordesilhas, é correto ção e/ou correlatas.
apontar:
O relato acima remete-nos a um capítulo fun-
a) Pecuária, a extração das ‘’drogas do sertão’’ e damental da nossa história, o da escravidão.
as expedições bandeirantes. Então, a partir da leitura do mesmo e dos estu-
b) As capitanias hereditárias, as expedições ban- dos históricos sobre a organização do trabalho
deirantes e a invasão holandesa. escravo é CORRETO afirmar que:
c) Os engenhos de açúcar, a extração das ‘’drogas
do sertão’’ e a fundação da França Antártica. a) De acordo com a legislação do século XVIII, era
d) A pecuária, a Insurreição Pernambucana e a vedada aos forros a posse de escravos, razão
criação dos Governos Gerais. pela qual Catarina de Sousa foi acusada pe-
e) Os governos gerais, a união Ibérica e os enge- rante o visitador.
nhos de açúcar. b) A prática de prostituição por escravas, na re-
gião de Minas, era regulamentada tanto pelo
Igreja quanto pelo Estado, como forma de
7. (UFC) Os bandeirantes paulistas foram res- complementar os jornais perdidos pelos pro-
ponsáveis pela interiorização e expansão do prietários de escravos.
projeto colonial português. Suas expedições c) Na região das Minas, a administração do tra-
visavam ao aprisionamento de índios, com a balho escravo era subordinado à Igreja e, de-
finalidade de transformá-los em mão-de-obra vido a essa relação, foram realizadas devassas
escrava, e a procura por metais preciosos para eclesiais no sentido de coibir os castigos im-
seu enriquecimento pessoal ou da Coroa Portu- pingidos aos escravos.
guesa. d) Nas Minas, o comércio ambulante não rara-
mente misturava-se com as atividades de
a) Diga como eram chamadas as expedições prostituição, o que se depende da expressão
conduzidas pelos bandeirantes. ainda que sejam ofensas de Deus, referida no
relato.

UNIDADE 6: TRATADOS
TERRITORIAIS
b) Apresente pontos de divergência, presentes TRATADO DE MADRI-1750
na Historiografia Brasileira, a respeito da O grande acordo que limitava as fronteiras
ação dos Bandeirantes. entre os impérios coloniais ibéricos na América.
Através dele, a Coroa de Portugal se assenhoreava
do norte, centro-oeste e sul do Brasil (em especial
o Território dos Sete Povos das Missões). Princípio
do “uti possidets”, isto é, a posse da terra garan-
tia a propriedade desta. É o que aconteceu com a
Amazônia, que pertencia a Espanha e passou a ser
de Portugal. Contudo, este tratado não foi respei-
tado por ambos os lados.
A GUERRA DOS MASCATES
TRATADO DE SANTO ILDEFONSO-1777 (1710 – PERNAMBUCO)
Este tratado entregava a propriedade do Os fazendeiros de Olinda detinham o poder
Território dos Sete Povos das Missões e da Colô- político, pois a Câmara Municipal ficava nesta ci-
nia de Sacramento (atual Uruguai), ao domínio da dade, enquanto que os comerciantes de Recife de-
Espanha. Já a Amazônia e parte do atual Centro- tinham o poder econômico. Diante desta situação,
Oeste, foi entregue à Portugal. os comerciantes (mascates) de Recife exigiram
participação política. Imediatamente, os fazendei-
A CRISE DO SISTEMA COLONIAL ros de Olinda reagiram iniciando o conflito.
O governo português interveio e no ano se-
Movimentos nativistas guinte Recife foi elevada a condição de Vila, tor-
A partir do século XVII, o Brasil conheceu vá- nando-se assim a sede administrativa de Pernam-
rias revoltas internas que foram denominadas Re- buco.
voltas Nativistas. Estas revoltas não objetivavam a
independência do país, mas sim buscavam resol- REBELIÃO DE VILA RICA OU REVOLTA DE FELIPE
ver os entraves políticos e econômicos locais. DOS SANTOS (1720 – VILA RICA, MG)
A população de Vila Rica estava insatisfeita
A REVOLTA DE BECKMAN (1684 – MARANHÃO) com a alta cobrança de impostos. A situação agra-
Teve como causa principal o uso da mão-de- vou-se quando o governo português anunciou a
-obra indígena. Devido a uma grande crise econô- instalação da Casa de Fundição, onde o ouro seria
mica na região os fazendeiros, sem condições de transformado em barras e quintado, proibindo sua
importar mão-de-obra escrava africana, usavam o circulação em pó ou em pepitas, o que dificultaria
índio. o contrabando.
Os jesuítas, não concordando com a explo- Felipe dos Santos organizou um movimento
ração do índio, exigiram a proibição da escravidão e exigiu mudanças. Portugal, estrategicamente,
indígena junto ao governo português. O rei de Por- prometeu atender-lhes as exigências. Mas assim
tugal, então, proibiu o uso da mão-de-obra indíge- que conseguiu reunir tropas suficientes, os Dra-
na e criou uma companhia de comércio para trazer gões da Cavalaria, para conter a revolta, o governo
escravos africanos e, em troca, receberiam o mo- português lançou-se contra os revoltosos de Vila
nopólio comercial na região. Rica. Numa ação muito violenta, na qual vários
Diante da exploração e monopólio da Com- rebeldes foram presos e mortos, suas casas quei-
panhia de Comércio do Maranhão por parte do madas, Felipe dos Santos foi executado e esquar-
governo português, os colonos reagiram. Este epi- tejado, num claro objetivo de inibir qualquer movi-
sódio ficou conhecido como revolta de Beckman, mento contra a coroa portuguesa.
lembrando o sobrenome dos líderes, os irmãos
Tomás e Emanuel Beckman. O governo português EXERCÍCIOS
reprimiu violentamente a revolta, no entanto, a
Companhia de Comércio do Maranhão foi extinta, 1. (UFPE) Portugal enfrentou resistências para
depois de confirmada as queixas dos revoltosos. manter sua dominação sobre o Brasil. Algumas
rebeliões revelaram a insatisfação da popu-
A GUERRA DOS EMBOABAS lação diante das cobranças dos tributos e das
(1708-1709 - MINAS GERAIS) formas de dominação existentes. Na região das
Foi um conflito entre paulistas e forasteiros Minas Gerais, em 1720, houve a Revolta de Vila
(emboabas) e teve como principal causa, a disputa Rica, a qual:
pelas regiões ricas em ouro nas Minas Gerais. ( ) Formulou um manifesto baseados nas idéias
Os paulistas, por serem pioneiros, não acei- iluministas, conseguindo a adesão do clero e
tavam a presença dos forasteiros na região. Mas a dos comerciantes, insatisfeitos com as cobran-
guerra foi vencida pelos emboabas e os paulistas ças de impostos.
foram expulsos da região, penetrando mais ainda ( ) Conseguiu fortalecer a idéia de abolição da es-
no interior do território brasileiro. cravatura, com apoio dos grandes comercian-
§ Episódio marcante: tes da região.
Capão da Traição, onde muitos paulistas ( ) Foi um movimento dirigido contra a cobrança
foram cercados pelos emboabas. Diante da pro- de tributos, sem as propostas libertárias pre-
messa de que ninguém seria morto, os paulistas sentes em outras rebeliões do século XVIII.
se renderam e entregaram as armas. Entretanto, o ( ) Teve amplas repercussões na colônia e amea-
comandante emboaba, Bento do Amaral Coutinho çou o governo português com suas estratégias
ordenou o ataque e massacrou os rivais. militares.
( ) Ficou limitada aos protestos feitos na região ração do Antigo Regime pela Santa Aliança.
de Minas, sendo liderada por Felipe dos San- b) A Guerra da Restauração.
tos, que, afinal, foi puindo por Portugal. c) Intensificou-se a crise do regime absolutista,
culminando com a Revolução Francesa.
d) Incentivou-se a luta pela participação popular,
2. Sobre a Guerra dos Emboabas, é possível culminando com a Revolução Gloriosa.
AFIRMAR que ela se constituiu: e) Estimularam-se os ideais nacionalistas radi-
cais, provocando a Independência da América.
a) Em um conflito opondo paulistas e forasteiros
pelo controle das áreas de mineração e ten-
sões relacionadas com o comércio e a especu- 4. A Guerra dos Emboabas, a dos Mascates e a
lação de artigos de consumo como a carne de Revolta de Vila Rica, verificadas nas primeiras
gado, controlada pelos forasteiros. décadas do século XVIII, podem ser caracteriza-
b) Em uma rebelião envolvendo senhores de mi- das como:
nas de regiões distantes dos maiores centros
– como Vila Rica – que não aceitavam a legis- a) Movimentos isolados em defesa de idéias libe-
lação portuguesa referente à distribuição das rais, nas diversas capitanias, com a intenção
datas e a cobrança do dízimo, de se criarem governos republicanos.
c) No primeiro movimento colonial organizado b) Movimentos de defesa das terras brasileiras,
que tinha como principal objetivo separar a que resultaram num sentimento nacionalista,
região das Minas Gerais do domínio do Rio de visando à independência política.
Janeiro, assim como da metrópole portugue- c) Manifestações de rebeldia localizadas, que
sa, e que teve a participação de escravos, contestavam aspectos da política econômica
d) No mais importante movimento nativista da de dominação do governo português.
segunda metade do século XVIII, que envolveu d) Manifestações das camadas populares das
índios cativos, escravos africanos e pequenos regiões envolvidas, contra as elites locais, ne-
mineradores e faiscadores contra a criação gando a autoridade do governo metropolita-
das Casas de Fundição. no.
e) Na primeira rebelião ligada aos princípios do
liberalismo, pois defendia reformas nas práti-
cas coloniais e exigia que qualquer aumento 5. No século XVIII, a colônia Brasil passou por
nos tributos tivesse a garantia de representa- vários conflitos internos. Entre eles temos a:
ção política para os colonos.
a) Guerra dos Emboabas, luta entre paulistas e
gaúchos pelo controle da região das Minas Ge-
3. (PUC – SP) O nosso foi um Século das Luzes rais. Essa guerra impediu a entrada dos foras-
dominantemente beato, escolástico, inquisito- teiros nas terras paulistas e manteve o controle
rial; mas elas se manifestaram nas concepções da capitania de São Paulo sobre a mineração.
e no esforço reformador de certos intelectuais b) Revolta Liberal, tentativa de reagir ao avanço
e administradores, enquadrados pelo despotis- conservador da monarquia portuguesa, que
mo relativamente esclarecido de Pombal. Seja usava de seus símbolos monárquicos e das
qual for o juízo sobre este, a sua ação foi deci- baionetas do Exército da Guarda Nacional,
siva e benéfica para o Brasil, favorecendo ati- como forma de cooptar e intimidar os colonos
tudes mentais evoluídas, que incrementariam portugueses.
o desejo de saber, a adoção de novos pontos c) Revolta de Filipe dos Santos, levante ocorrido
de vista na literatura e na ciência, certa reação em Vila Rica e liderado pelo tropeiro Filipe dos
contra a tirania intelectual do clero e, finalmen- Santos. O motivo foi a cobrança do quinto, a
te, o nativismo. quinta parte do ouro fundido pelas Casas de
(Antonio Candido. “Formação da Literatura Fundição controladas pelo poder imperial.
Brasileira”. São Paulo: Martins, v. 1, 1959 d) Farroupilha, revolta que defendia a proclama-
ção da República Rio-Grandense (República
O declínio da economia mineradora brasileira, dos Farrapos) como forma de obter liberdades
no final do século a que o texto se refere, coin- políticas, fim dos tributos coloniais e proibição
cidiu com profundas mudanças ocorridas na so- da importação do charque argentino.
ciedade européia e nas relações entre metrópo- e) Cabanagem,movimento de elite dirigido por
les e suas colônias. No plano político, padres, militares e proprietários rurais, que
propunham a proclamação da república como
a) Caracterizou-se isso pela tentativa de restau- forma de combater o controle econômico
exercido pelos comerciantes portugueses.

8. O termo Nativismo é utilizado pelos historia-


6. A colonização brasileira foi sempre marca- dores para designar revoltas ou movimentos
da por confrontos que refletiam a diversidade de resistência contra a dominação portuguesa.
de interesses presentes na sociedade colonial São movimentos nativistas ocorridos no Brasil:
como pode ser observado nos(as):
a) Mascates, Emboabas, Revolta de Beckman.
a) Conflitos internos, sem conteúdo emancipa- b) Guerra dos Bárbaros, Mascates.
cionista, como as Guerras dos Emboabas e dos c) Revolução de 1817, Confederação do Equador.
Mascates. d) Revolução Praieira, Canudos, Quilombo dos
b) Ideais monárquicos e democráticos defendi- Palmares.
dos pelos mineradores e agricultores na Con- e) Confederação dos Tamoios, Guerra dos Bárba-
juração Mineira. ros.
c) Projetos imperiais adotados pela Revolução
Pernambucana de 1817 por influência da bu-
rocracia lusitana. GABARITO
d) Reações contrárias aos monopólios, como na
Conjuração Baiana, organizada pelos comer- UNIDADE 01
ciantes locais. 1. a) O estabelecimento de intercâmbios – eco-
e) Características nacionalistas de todos os mo- nômicos e culturais – da Europa com povos
vimentos ocorridos no período colonial, como isolados da África, da Ásia e da América.
nas Revoltas do Rio de Janeiro e de Beckman. b) Dois dentre os fatores:
• guerras de reconquista;
• vocação marítima da Península Ibérica;
7. Sobre as rebeliões ocorridas no Brasil, duran- • posição geográfica da Península Ibérica;
te o período colonial, é CORRETO afirmar: • vanguardismo ibérico no campo náutico;
• afluxo de capitais para a Península Ibérica;
(01) A Revolta de Beckmann (1684), no Mara- • proximidade em relação à Península Itálica;
nhão, pode ser considerada a primeira rebelião de • processo de centralização da coroa por-
cunho social no país, pois, com o apoio dos jesuí- tuguesa e espanhola;
tas, uniu brancos, escravos negros e índios contra 2. d
os desmandos da Coroa Lusitana. 3. c
(02) A Guerra dos Emboabas (1707-1709), em 4. a) Por meio do sistema de feitorias, a metró-
Minas Gerais, é considerada precursora dos ideais pole restringiu sua ação ao âmbito mercantil,
da Inconfidência Mineira, pois sua liderança ten- procurando estabelecer contatos comerciais
tava unir mineradores paulistas e portugueses na com as populações nativas. Estas lhe forne-
luta contra a espoliação da riqueza aurífera pela ciam mercadorias de elevado valor no mer-
Metrópole. cado europeu, em troca de produtos de baixo
(04) A Guerra dos Mascates (1710-1712), valor ou do pagamento em moedas.
ocorrida em Pernambuco, não pode ser entendida b) Nos dois séculos iniciais de nossa História,
como uma revolta contra o jugo colonial, pois ela a produção agrícola predominante foi a da ca-
foi motivada, principalmente, por causa da dispu- na-de-açúcar, que se organizou no sistema de
ta pelo controle econômico e político local entre plantation. Nesse tipo de empresa agrícola, o
comerciantes do Recife e senhores de engenho de feitor era o principal representante do grande
Olinda. proprietário. Ele gerenciava todo o sistema
(08) A Inconfidência Mineira (1789) teve produtivo, isto é, era responsável pela organi-
maior conotação colonial do que social, porque foi zação do trabalho escravo, o plantio e todas as
movimento de reação dos colonos contra as pres- etapas da produção do açúcar.
sões exercidas pela Metrópole, e porque o objetivo 5. a
principal de sua liderança era obter a separação 6. a
política do Brasil de Portugal. (16) A Conjuração
Baiana (1798) teve maior conotação social do que UNIDADE 02
colonial, porque sua liderança não propunha a se- 1. c
paração política, além de defender a Monarquia 2. b
Portuguesa. 3. d
4. Muitos indígenas foram submetidos à escra-
Soma: vidão; grande parte dos que resistiram, ou
foram exterminados, ou tiveram que procurar tas entre portugueses e ingleses pelo contrato
espaços cada vez mais afastados; outros fo- de fornecimento de escravos para as colônias
ram aculturados e, forçados ou não, fi zeram espanholas.
parte do processo de miscigenação que veio c) A pergunta, aqui, estimulava o candidato
dar origem à sociedade brasileira, entre outros a refletir sobre a história africana. O tráfi-
aspectos. co atlântico de escravos implicou um grande
5. c desequilíbrio demográfico no continente afri-
6. A sociedade era basicamente dividida, na in- cano, com conseqüentes alterações sociais e
terpretação de alguns historiadores, entre econômicas. Provocou ainda um aumento das
elite e escravos e era a partir deste trabalho rivalidades entre povos africanos, fortalecen-
escravo que se formava a base da acumulação do reinos ou grupos sociais ligados aos trafi-
capitalista pelos altos lucros obtidos. cantes. A resistência de grupos organizados e
7. c as condições climáticas adversas impediram,
8. c muitas vezes, que os europeus penetrassem
no continente africano. Ocupando sobretu-
do as regiões litorâneas, eles estabeleceram
UNIDADE 03 acordos comerciais com reinos africanos para
1. 09 (01 +08). as diversas atividades que sustentavam o trá-
2. 78 (02 + 04 + 08 + 64). fico atlântico.
3. a) Entre os elementos responsáveis pelo maior 7. c
sucesso da exploração da cana-de-açúcar em 8. c
Pernambuco, encontramos: o solo de massa-
pé, a maior proximidade geográfica com Por- UNIDADE 04
tugal e a utilização de mão-de-obra escrava 1. e
africana. 2. b
b) Gilberto Freyre, ao mencionar “tendências 3. Entre as mudanças principais podem ser cita-
mais ou menos aristocráticas” na sociedade das:
canavieira, está se referinco à concentração • A expansão das fronteiras e o rompimen-
fundiária, ao cará- ter excludente de uma so- to das linhas definidas pelo Tratado de
ciedade pautada no escravismo e na imobili- Tordesilhas; – A união das coroas ibéricas
dade social. foi fundamental para as invasões holan-
4. a desas no Nordeste brasileiro em busca do
5. b domínio das regiões produtoras de açú-
6. a) Inglaterra, Portugal, França e Holanda eram car em função das guerras entre holande-
as principais potências européias que trafica- ses e espanhóis;
vam escravos da África para as Américas nos • Incentivo às expedições em busca de
séculos XVII e XVIII, tanto em termos do volu- ouro.
me de escravos transportados quanto dos ca- 4. c
pitais investido por seus comerciantes e com- 5. e
panhias privilegiadas 6. a) As companhias de comércio.
b) Neste item, esperava-se que o candidato b) A presença holandesa no Brasil entre 1630 e
caracterizasse as trocas comerciais entre os 1654 no contexto da União Ibérica (1580-1640)
três continentes durante os séculos XVII e XVIII. em razão do conflitos políticos que envolviam
Neste período, as nações européias exporta- Espanha e Holanda, pois os holandeses que
vam artigos manufaturados para suas colônias participavam ativamente do comércio do açú-
nas Américas. Na África, vários produtos euro- car brasileiro transportando e distribuindo-o
peus (armas, pólvora, tecidos e quinquilharias) na Europa, foram privados pela Coroa espa-
eram trocados por escravos. Estes, por sua vez nhola detentora do governo sobre Portugal e
eram levados para serem vendidos nas Amé- suas colônias e que havia perdido o domínio
ricas, onde eram empregados para produzir sobre os Países Baixos.
gêneros tropicais (açúcar, tabaco, algodão, 7. 29 (01 + 04 + 08 + 16).
índigo) ou extrair metais preciosos enviados à 8. VVVFF.
Europa. Subsidiariamente, várias regiões nas
Américas produziam também tabaco e aguar- UNIDADE 05
dente que eram trocados por escravos na 1. A ocupação das terras do Planalto de Piratinin-
África. Além disso, algumas nações européias ga pelos colonos da Capitania de São Vicente
especializaram-se em fornecer escravos para iniciou-se com a fundação de São Paulo, em
colônias americanas, como mostram as dispu- meados do século XVI. Houve, então, muitos
conflitos com as populações indígenas locais,
ao fim escravizadas e utilizadas como mão
de obra na lavoura de gêneros alimentícios. A
economia paulista - lavoura destinada ao co-
mércio intracolonial - passou cada vez mais a
se estruturar a partir da utilização dessa mão
de obra, estimulando, no decorrer do século
XVII, um conjunto expressivo de expedições
bandeirantes destinadas ao apresamento de
indígenas, como representado no mapa.
As expedições destinadas ao apresamento
de indígenas interferiram no processo de co-
lonização da América portuguesa, ocasionan-
do, entre seus principais efeitos: o extermínio
e a escravização das populações ameríndias;
a ampliação da oferta de mão de obra escra-
va indígena para outras regiões colonizadas; a
legitimação das pretensões territoriais portu-
guesas na negociação do tratado de Madri; o
conhecimento dos “sertões”, com a criação de
caminhos e estradas nas regiões desbravadas;
a descoberta de veios auríferos, com o poste-
rior desenvolvimento da atividade mineradora
na região das Minas Gerais.
2. b
3. c
4. e
5. d
6. a
7. a) Bandeiras.
b) Enquanto para uns os bandeirante não pas-
savam de um bando de aventureiros ganancio-
sos e sem escrúpulos - caça ao índio, busca de
metais preciosos e sertanismo de contrato -,
para outros, eles eram heróis que conquista-
ram uma vasta extensão territorial para Por-
tugal.

UNIDADE 6
1. F - F - V - F - V
2. a
3. c
4. c
5. c
6. a
7. a
MATEMÁTICA 1
UNIDADE 1 UNIDADE 4
CONJUNTOS FUNÇÕES II

UNIDADE 2 UNIDADE 5
CONJUNTOS NUMÉRICOS FUNÇÕES III

UNIDADE 3 UNIDADE 6
FUNÇÕES I FATORAÇÃO
UNIDADE 01: CONJUNTOS PERTINÊNCIA

Os conjuntos e seus elementos são concei- • x ∈ A (x pertence ao conjunto A).


tos primitivos e, portanto, não definidos. A idéia • x ∉ A (x não pertence a A).
de conjunto está relacionada com coleção, deste
modo toda coleção é uma representação de um Observação: Os símbolos ∈ e ∉ são utiliza-
conjunto e os objetos que formam a coleção são os dos para relacionar elemento com conjunto.
elementos do conjunto. Os elementos que formam
esse conjunto não são obrigados a manter uma or- CONJUNTO VAZIO
dem (posição) previamente definida.
Letras maiúsculas são usadas para indicar É o conjunto que não possui elementos. Re-
os conjuntos. presenta-se o conjunto vazio por Ø ou { }.
Ex: A = {a, e, i, o, u} (conjunto das vogais) Note: A representação {Ø} está incorreta.

REPRESENTAÇÃO SUBCONJUNTO DE UM CONJUNTO:


RELAÇÃO DE INCLUSÃO
Convencionou-se que os conjuntos são re-
presentados de três formas: Se todo elemento do conjunto A for também
elemento do conjunto B, então A é subconjunto de
POR EXTENSÃO B.
Indicamos esta relação por A ⊂ B, lê-se: A
Enumeram-se os elementos do conjunto, está contido em B, ou por B ⊃ A, lê-se B contém A.
escrevendo-os entre chaves e separando-os por Ou seja, A ⊂ B, se e somente se, todos os ele-
vírgulas. mentos pertencentes à A também pertencerem a
B
Ex.: A = {m, a, t, e, i, c} “conjunto das letras Negação: A ⊄ B, se existir algum elemento
que formam a palavra matemática”. de A que não pertence a B.
B = {verde, amarelo, azul, branco} “conjunto
das cores da bandeira do Brasil”. Ex:
{0, 1} ⊂ {0, 1, 2}
POR COMPREENSÃO {3, 4} ⊄ {3, 5, 6}
{7,8,9,10} ⊃ {8,10}
Os elementos do conjunto são expressos
através de uma propriedade característica dos Importante: Os símbolos ⊂, ⊃, ⊄ são utiliza-
seus elementos. dos para relacionar conjunto com conjunto.

Ex.: A = {x/x é letra que forma a palavra ma- CONJUNTO DAS PARTES DE UM CONJUNTO A
temática}
B = {x/x é cor da bandeira do Brasil} O conjunto das partes de um conjunto A é o
conjunto formado por todos os subconjuntos de A,
POR FIGURAS incluindo o conjunto vazio.
Ex.: Seja A = {1, 2, 3}
Para se representar um conjunto por figuras P(A) = {∅, {1}, {2}, {3}, {1,2}, {1,3}, {2,3}, {1,2,3}}.
utiliza-se o Diagrama de Venn.
Teorema: “Se A tem k elementos, então
Ex: Se A = {1, 2, 3, 4}, então: P(A) tem 2k elementos”.

Exemplo: Considere um conjunto A com 3


elementos, quantos elementos o conjunto das
partes de A possui?
Sendo que k = 3, temos 2k = 23, logo, P(A) = 8.

Observações
→ Relação entre inclusão e pertinência:
x ∈ A ⇔ {x} ⊂ A
x ∉ A ⇔ {x} ⊄ A
OPERAÇÃO ENTRE CONJUNTOS 10 gostam de espanhol e inglês, 30 gostam de es-
panhol e 35 gostam de inglês. Quantos não gostam
UNIÃO OU REUNIÃO de espanhol nem de inglês?

Sendo A e B dois conjuntos, chamamos de Representando esquematicamente, temos:


conjunto união (A ∪ B) o conjunto formado pelos
elementos de A OU de B. Simbolicamente:

A ∪ B = {x/x ∈ A OU x ∈ B}

Ex.: {1,2,3} ∪ {3,5,7} = {1,2,3,5,7}

Onde x representa o número de estudantes


que não gostam nem de espanhol e nem de inglês.

20 + 10 + 25 + x = 65
x = 65 - 10 - 20 - 25
INTERSECÇÃO x = 10

Sendo A e B conjuntos, o conjunto interse- EXERCÍCIOS


ção (A ∩ B) é o conjunto formado pelos elementos
que são comuns a A e a B, ou seja, é formado pelos 1. No diagrama seguinte, A, B e C são três con-
elementos de A E de B. Simbolicamente: juntos não vazios. Associe V ou F a cada uma das
seguintes sentenças:
A ∩ B = {x/x ∈ A E x ∈ B}

Ex.: {3,5,9} ∩ {1, 2,3} = {3}

Obs.: se A ∩ B = ∅ então A e B são conjuntos


disjuntos. a) A⊂B
b) C⊂B
DIFERENÇA c) B⊂A
d) A⊂C
A diferença entre dois conjuntos A e B, (A – B) e) B⊄A
é o conjunto formado pelos elementos que estão f) A⊄C
em A e não estão em B. Simbolicamente: g) B⊃A
A – B = {x/x ∈ A e x ∉ B}

Exemplo: {1,2,3} - {3,5,7} = {1,2} 2. Dado o conjunto A = {0,1,2,{3}}, diga se as pro-


posições a seguir são verdadeiras ou falsas:

a) 0∈A
b) 1⊂A
c) {3} ∈ A
d) {3} ⊂ A
e) {1,2} ⊂ A
f) Ø⊂A
Note: A – B ≠ B – A g) Ø∈A
h) 3∈A
Exercício resolvido: Numa sala de 65 alunos,
3. Julgue os itens a seguir: 8. A região hachurada, na figura abaixo, repre-
senta o conjunto:
a) 1 ∈ {1,2,3,5}
b) 1 ⊂ {1,2,3,5}
c) Ø ⊂ {1,2,3,5}
d) Ø ∈ {1,2,3,5}
e) Ø ∈ { Ø,2,3,5}
f) Ø ⊂ { Ø,2,3,5}
g) {2} ⊂ {1,3,4,{2},4}
h) {2} ∈ {1,3,4,{2},4}

4. Sejam A = {x/x é número par compreendido a) B-(A∪C)


entre 3 e 15}, B = {x/x é número par menor que b) (A∩B∩C)∪B
15} e C = {x/x é par diferente de 2}. Usando os c) (A∪C)-(A∪B)
símbolos ⊂ e ⊄, relacione entre si os conjuntos: d) (A∪B)-A
e) D –(A∪C)
a) A e B
b) A e C
c) B e C 9. (UEL – PR) Um clube oferece, a seus associa-
dos, duas modalidades de esportes a serem
praticados: A e B. Se 110 sócios praticam A, 86
5. Quais são os subconjuntos do conjunto C = praticam B, 21 praticam as duas e 25 não prati-
{x/x é ímpar e menor que 6}? cam qualquer delas, então o número de sócios
do clube é:

6. Sendo A={0,1,2,3}, B={0,2,3,5}, C={x/x é par a) 190


menor que 10} e D={x/x é ímpar compreendido b) 200
entre 4 e 10}, determine: c) 194
d) 221
a) A∪B f) C∩D e) 242
b) A∪C g) A∩B
c) C∪D h) (B ∩ C) ∪ A
d) B∪D i) B ∩ (D ∪ C) 10. Numa prova constituída de dois problemas,
e) A∪B∪C j) A∩B∩C∩D 300 alunos acertaram somente um dos pro-
blemas, 260 acertaram o segundo, 100 alunos
acertaram os dois e 210 erraram o primeiro.
7. Considere o diagrama e escreva os seguintes Quantos fizeram a prova?
conjuntos

11. Numa pesquisa feita em um supermercado


encomendada por uma empresa de cosméticos,
o resultado obtido foi o seguinte:

produto nº de consumidores

Xampu 39
Perfume 35
Hidratante 33
a) E, F e G Perfume e xampu 12
b) E∪F Xampu e hidratante 15
c) F-G Perfume e hidratante 10
d) (E ∩ G) - F Perfume, hidratante e xampu 7

Quantos consumidores foram entrevista-


dos?
12. (UEL – 2006) Um grupo de estudantes resol- UNIDADE 2: CONJUNTOS
veu fazer uma pesquisa sobre as preferências NUMÉRICOS
dos alunos quanto ao cardápio do Restaurante
Universitário. Nove alunos optaram somente CONJUNTO DOS NÚMEROS NATURAIS (IN)
por carne de frango, 3 somente por peixes, 7 por
carne bovina e frango, 9 por peixe e carne bovi- Começando por zero e acrescentando sem-
na e 4 pelos três tipos de carne. Considerando pre uma unidade, obtemos os elementos do con-
que 20 alunos manifestaram-se vegetarianos, junto dos números naturais que é indicado pela
36 não optaram por carne bovina e 42 não opta- letra IN.
ram por peixe, assinale a alternativa que apre- IN = {0,1,2,3,...}
senta o número de alunos entrevistados. Um subconjunto importante de IN é o con-
junto IN*:
a) 38 IN* = {1, 2, 3, ...} = IN - {0} (conjunto dos natu-
b) 42 rais excluindo o zero)
c) 58
d) 62 CONJUNTO DOS NÚMEROS INTEIROS (Z)
e) 78
A partir de cada número natural e acrescen-
tando o símbolo + e -, obtemos respectivamente
13. (UEL-2011) Num dado momento, três canais os números inteiros positivos e os números intei-
de TV tinham, em sua programação, novelas ros negativos.
em seus horários nobres: a novela A no canal A, Z = {... , -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, 4, ...}
a novela B no canal B e a novela C no canal C.
Numa pesquisa com 3000 pessoas, perguntou- Obs: IN ⊂ Z, ou seja, todo número natural é
-se quais novelas agradavam. A tabela a seguir inteiro.
indica o número de telespectadores que desig-
naram as novelas como agradáveis. Além do conjunto IN, convém destacar os
seguintes subconjuntos de Z:
Z*= {..., -2, -1, 1, 2, 3,...} = Z-{0} (conjunto dos
inteiros excluindo o zero)
Z+= {0, 1, 2, 3, ...} (inteiros não negativos)
= {1, 2, 3, ...}(inteiros positivos)
Z–= {...,-3,-2,-1,0} (inteiros não positivos)
= {..., -2, -1} (inteiros negativos)

Obs.: Se P = 2n e n ∈ Z , P é um número par.


Se I = 2n +1 e n ∈ Z, I é um número ímpar.
Quantos telespectadores entrevistados
não acham agradável nenhuma das três nove- CONJUNTO DOS Nº RACIONAIS (Q)
las?
É todo número que pode ser expresso por
a) 300 telespectadores uma fração na forma a/b, onde a ∈ Z e b ∈ Z*.
b) 370 telespectadores Ex.: 13 = 13/1
c) 450 telespectadores 0,07 = 7/100
d) 470 telespectadores 0,333... = 3/9
e) 500 telespectadores Note que todo número com casas decimais
finitas e as dízimas periódicas são elementos do
conjunto racional.
Obs.: Z ⊂ Q, ou seja, todo número inteiro é
racional.

CONJUNTO DOS Nº IRRACIONAIS (IR – Q)

É toda dízima infinita e não periódica.


Ex.: π = 3,141592...
e = 2,718281...
2 = 1,4121356...
3 = 1,73205080...
CONJUNTO DOS NÚMEROS REAIS (IR) a) Todo número que é divisível por 2 e por 4 é di-
visível também por 8.
É o conjunto obtido através da reunião dos b) Sempre que um número x é primo, o número x
números racionais com os números irracionais. + 5 também é primo.
Q ⊂ IR e assim IN ⊂ Z ⊂ Q ⊂ IR c) Sempre que dois números são primos, o pro-
duto dos mesmos também é um número pri-
mo.
d) O mínimo múltiplo comum de dois números é
sempre o produto deles.
e) O valor absoluto de qualquer número é sem-
pre maior ou igual ao próprio número.

IR = Q ∪ {irracionais} = {x/x é racional ou x é 2. (UEL - 2001) Considere dois números inteiros,


irracional}. a e b, consecutivos e positivos. Qual das expres-
sões abaixo corresponde necessariamente a um
Observações número par?
→ racional ± irracional = irracional
→ racional (≠0) .irracional = irracional a) a+b
→ racional (≠0) ÷ irracional = irracional b) 1 + ab
c) 2+a+b
INTERVALOS d) 2a + b
e) 1+a+b
Sendo a e b dois números reais, com a <b,
temos os seguintes subconjuntos de IR, chamados
intervalos. 3. (UEL - 2002) Assinale a alternativa que apre-
senta um número irracional.
[a,b] = {x ∈ IR / a ≤ x ≤ b}
Intervalo fechado nos extremos a e b. a) 0,13131...
b) 5/2
c)
[a,b[ = {x ∈ IR / a ≤ x < b} d) 3
Intervalo fechado em a e aberto em b. e) 0,1254

]a,b ] = {x ∈ IR / a < x ≤ b} 4. Usando os símbolos ∈ e ∉, relacione o núme-


Intervalo aberto em a e fechado em b. ro ao conjunto numérico:

a) -7 e IN
]a, b [ = {x ∈ IR /a < x < b} b) eQ
Intervalo aberto em a e aberto em b. c) 4eZ
d) 1/2 e Z
e) e conjunto dos irracionais
[a, +∞[ = {x ∈ IR / x ≥ a} f) eQ
g) 0,1666... e Q
h) e IN
] -∞, b[ = {x ∈ IR / x < b} i) -2 e Z

Ex: Represente o intervalo ]-5;6]: 5. Represente na reta real os seguintes interva-


los:

a) ]-4;4]
EXERCÍCIOS b) [1;4]
c) [2;∞[
1. (UEL - 2000) Com base nas propriedades de d) ]4;7[
números inteiros, é correto afirmar: e) [-2;0]
f) ]-∞;1]
6. Sendo A=[1;7] e B=[3;9[, determine os conjun- O gráfico acima relaciona a população mun-
tos abaixo: dial em função do ano. É imediato perceber que,
quanto mais recente a época, maior a população
a) Α∪Β mundial.
b) Α∩Β
c) A–B PLANO CARTESIANO (IR X IR)
d) B–A
Consideremos dois eixos orientados x (eixo
das abscissas) e y (eixo das ordenadas) perpendi-
7. Se A = {x ∈ IR/ 2<x<5 } e B = {x ∈ IR/ culares em O (origem), os quais determinam o pla-
3≤x<8}, determine A ∩ B. no α, chamado plano cartesiano.
Esses eixos perpendiculares entre si divi-
dem o plano em quatro regiões chamadas de qua-
8. Se A = {x ∈ Z/ -3<x≤1} drantes.
e B = {x ∈ IN/ x2<16}, então B-A é o conjunto:

a) {-2, -1, 0, 1, 2, 3}
b) {-3, 2, 3}
c) {0, 1, 2, 3}
d) {1, 2, 3}
e) n.d.a.

UNIDADE 3: FUNÇÕES I
RELAÇÕES BINÁRIAS
Para cada par ordenado (xp,yp) que perten-
Há diversas maneiras de representar uma cem ao plano α, associa-se um ponto P do plano
relação entre duas grandezas. que tem as seguintes características:
Por exemplo, na matemática há uma rela- xp é a abscissa de P, xp ∈ IR.
ção entre o número de vértices de um polígono Yp é a ordenada de P, yp ∈ IR.
convexo e o número de diagonais. Essa relação O = (0,0) é chamada de origem.
nos leva a dizer que o número de diagonais depen-
de do número de vértices. Considerando n o nú-
mero de vértices de um polígono e d o número de
diagonais, tem-se que:

Essa é uma das formas de representação em


que se relacionam duas grandezas.
Observe agora outra maneira:
CONCEITO DE FUNÇÃO

O conceito de função está ligado à idéia de


relação de dependência entre duas grandezas.
Dizemos que uma função é um modo especial de
relacionar grandezas.
Dados dois conjuntos A e B, não vazios, uma
função de A em B é uma relação que associa o ele-
mento x ∈ A a um único elemento y ∈ B.
REPRESENTAÇÃO Domínio: D(ƒ) = {1, 3, 5} = A
Contradomínio: CD(ƒ) = {-2, 0, 2, 4} = B
ƒ : A→B ou y = ƒ (x) onde: Imagem: Im(ƒ) = {-2, 2}
x é a variável independente;
y é a variável dependente. DOMÍNIO DE UMA FUNÇÃO REAL

CLASSIFICAÇÃO Consideraremos que o domínio de uma fun-


ção f, salvo indicação em contrário, é o subconjun-
Casos que não são funções: to de ℜ, formado por todos os valores de x para os
quais as operações indicadas nas expressões são
possíveis, resultando um número real.
Tal função, na qual o domínio é subconjunto
de ℜ, é chamada função real. É possível determi-
nar o domínio de uma função real, conhecendo
apenas a lei de correspondência entre seus ele-
mentos.
No primeiro exemplo, o elemento 6 do do- Exemplos:
mínio não está relacionado. No segundo exemplo,
o elemento 16 do domínio está relacionado a dois 1) y = 2x+1
elementos da imagem, portanto, ambos os casos
não são funções. Neste caso o domínio é dado por:
Casos que são funções:
2) y = x+3/2x-6

Neste caso, a variável aparece no denomina-


dor de uma fração, logo, a expressão que aparece
no denominador deve ser diferente de zero. Ou
seja, 2x – 6 ≠ 0, e x ≠ 3. Assim .
Em ambos os casos, cada elemento do do-
mínio está relacionado a apenas uma imagem, 3) /8
portanto, são funções.
Neste caso, a variável aparece no radicando
DOMÍNIO, CONTRADOMÍNIO E IMAGEM DE de um radical de índice par, logo, a expressão que
UMA FUNÇÃO aparece no radicando deve ser maior ou igual a
zero. Ou seja, 3x - 12 ≥ 0, e portanto
Consideremos uma função f: A→B, temos
que: EXERCÍCIOS
O domínio da função f é o conjunto A. Nota-
ção: . O contradomínio da função f é o conjunto B. 1. Em alguns países, a unidade de medida de
Logo: . temperatura é o Fahrenheit (ºF). Para converter
O conjunto imagem da função f, denotado essa medida para a escala Celsius (ºC) usa-se a
por Im(f), está contido no contradomínio B e é for- fórmula:
mado pelos elementos do conjunto B, que estão
em correspondência com os elementos de A.
Exemplo: Considerando o conjunto A =
{1,3,5} relacionado ao conjunto B = {-2, 0, 2, 4} como
esquematizado abaixo, determine o domínio, con- Onde C é a temperatura em Celsius e F em
tradomínio e imagem: Fahrenheit.

a) Em certo dia, o jornal noticiou que a tempe-


ratura em Miami era de 68ºF. Qual a tempe-
ratura equivalente em graus Celsius?

b) A que temperatura, em graus Fahrenheit,


corresponde a temperatura de 40ºC?
c)
d) Qual o equivalente a 0ºC em graus Fahre-
nheit?
2. O volume de um cubo é dado pela fórmu- Explique:
la , onde V é o volume e a é a medida da
aresta do cubo. Nessas condições: a) A = {0, 5, 15} e B = {0, 5, 10, 15, 20, 25}, seja a
relação de A em B definida pela fórmula y =
a) Considerando que o volume do cubo é dado x+5, com x ∈ A e y ∈ B.
em função da medida de sua aresta, quais
seriam os possíveis valores para o domínio b) A = {-2, 0, 2, 5} e B = {0, 2, 5, 10, 20}, seja a
e imagem dessa função? relação de A em B definida pela fórmula y =
x, com x ∈ A e y ∈ B.
b) Qual o volume do cubo cuja aresta mede
1,2m? c) A = {-3, -1, 1, 3} e B = {1, 3, 6, 9}, seja a relação
de A em B definida pela fórmula y = x2, com
c) Uma caixa d’água tem a forma de um cubo, x ∈ A e y ∈ B.
com as arestas medindo 2 metros cada.
Qual a quantidade de água, em litros, que d) A = {16, 81} e B = {-2, 2, 3}, seja a relação de
cabe nessa caixa? (Dados: 1 litro equivale A em B definida pela fórmula y4 =x, com x ∈
0,001m3.) A e y ∈ B.

d) Se o cubo tem um volume de 54 cm3, qual a


medida da aresta? 7. Considere as funções abaixo:

f: A → ℜ definida por f(x) = x3 + x


3. O preço a ser pago por uma corrida de táxi g: B → ℜ definida por g(x) =
inclui uma parcela fixa, denominada bandeira,
e uma parcela que depende da distância percor- h: C → ℜ definida por h(x) =
rida. Se a bandeira custa R$ 3,44 e cada quilô-
metro rodado custa R$ 0,86, calcule: Então, os conjuntos A, B e C são:

a) O preço de uma corrida de 11 km. a) A = ℜ, B = ℜ e C = ℜ.


b) A = ℜ, B = {x ∈ ℜ/ x ≠ - 1} e C = {x ∈ ℜ/ x ≥3}.
b) A distância percorrida por um passageiro c) A = ℜ, B = {x ∈ ℜ/ x ≤ 2/3 e x ≠ - 1 } e C = ℜ.
que pagou R$ 21,50 pela corrida. d) A = ℜ, B = {x ∈ ℜ/ x≤ 2/3 e x ≠ - 1 } e C = {x ∈ ℜ/
x ≥3}.
e) A = ℜ, B = ℜ e C = {x ∈ ℜ/ x ≥3}.
4. Considerando o plano cartesiano, sejam (2m
+ n; m – 4) e (m + 1; 2n) dois pares ordenados
iguais. Então m.n é igual a: 8. (UEL - 2005) Seja f(n) uma função definida
para todo n inteiro tal que: e onde p e q são in-
a) –2 teiros. O valor de f (0) é:
b) 0
c) 1/2 a) 1
d) 1 b) 0
e) √2 c) -1
d) 2
e) 2
5. (UEL) O custo C de enviar um pacote pesando
P kg (P inteiro) é de R$ 0,10 para o primeiro qui-
lograma e de R$ 0,03 por quilograma adicional.
A sentença que estabelece esse custo é:

a) C = 0,10 + 0,03P
b) C = 0,10P + 0,03
c) C = 0,10 + 0,03(P – 1)
d) C = 0,09 + 0,03P
e) C = 0,10(P – 1) – 0,07

6. Verifique se as relações abaixo são funções.


UNIDADE 4: FUNÇÕES II
GRÁFICO DE UMA FUNÇÃO

O gráfico de uma função ƒ: A→B é o conjunto


de todos os pontos P(x, y) do plano cartesiano tais
que x ∈ A, y ∈ B e y = ƒ(x). Para construir o gráfico
de uma função f, basta atribuir valores do domínio
à variável x e, usando a sentença matemática que
define a função, calcular os valores corresponden-
tes da variável y ou f(x).

CRESCIMENTO DE UMA FUNÇÃO

Seja uma função onde D(ƒ) = A, A ⊂ IR e Im


(ƒ)=B, B ⊂ IR

FUNÇÃO CRESCENTE

Se I ⊂ D (ƒ), ƒ é crescente em I ⇔ x2 > x1 ⇒


ƒ(x2) > ƒ(x1), ∀ x1, x2 ∈ I.

D(ƒ) =] x1, x2] e Im(ƒ) = ] ƒ(x1), ƒ(x2)]

Exemplo resolvido: construir o gráfico da


função definida por y=x/2. Atribuímos alguns valo-
res para x e calculamos os respectivos valores de
y. Assim, temos a seguinte tabela:

x y (x, y)
2 y = 2/2 = 1 (2, 1)
4 y = 4/2 = 2 (4, 2) “a um valor maior de x corresponde um va-
6 y = 6/2 = 3 (6, 3) lor maior de ƒ(x) ou de y.”
8 y = 8/2 = 4 (8, 4)
FUNÇÃO DECRESCENTE
Identificamos os pontos encontrados no
plano cartesiano: Se I ⊂ D (ƒ), ƒ é decrescente em I ⇔ x2 > x1 ⇒
ƒ(x2) < ƒ(x1), ∀ x1, x2 I.

O gráfico da função passará pelos quatro “a um valor maior de x corresponde um va-


pontos. Neste caso, o gráfico da função é uma reta. lor menor de ƒ(x) ou de y.”
FUNÇÃO CONSTANTE

ƒ é uma função constante no conjunto I, I ⊂ A


se, e somente se, para todo x ∈ I, tivermos ƒ(x)=k,
k é uma constante pertencente a B.
ƒ(x1) = ƒ(x2) = k

Obs: ƒ(1) = 1 e ƒ(-1) = -1 então


Logo, “o gráfico de uma função ímpar é si-
métrico em relação à origem.”

EXERCÍCIOS

1. Determine em que quadrantes os pares orde-


nados abaixo estão localizados:
PARIDADE DE UMA FUNÇÃO
a) (3,4)
FUNÇÃO PAR b) (2,-1)
c) (2,6)
Diz-se que uma função ƒ: A→B é par se, e so- d) (-1,-3)
mente se: ∀ x ∈ A ⇒ ƒ(-x) = ƒ(x), ou seja, “Dois ele- e) (-4,2)
mentos simétricos de A têm imagens iguais”. f) (0,4)
g) (-2,0)
h) (-3,2)

2. Dados A={-1, 0, 1} e B={-2, -1, 0, 1, 2, 3, 4},


construa os gráficos:

a) da função dada por f(x)=2x+1.

b) da função dada por g(x)=x2.

Obs: ƒ(1) = ƒ(-1) = 1 Em ambos os itens escreva o conjunto


Logo, “o gráfico de uma função par é simé- imagem da função.
trico ao eixo das ordenadas.”

FUNÇÃO ÍMPAR 3. Construa o gráfico da função ƒ: A→B, dada por


y=x+1, onde A={0,1,2,3}.
Diz-se que uma função ƒ: A→B é ímpar se, e
somente se: ∀ x ∈ A ⇒ ƒ(-x) = -ƒ(x), ou seja, “Dois
elementos simétricos de A têm imagens simétri- 4. Construa o gráfico da função g: R→R, dada por
cas”. g(x)=2x.

5. Construa o gráfico da função f(x)=2x+1 e clas-


sifique-a em crescente ou decrescente.

6. Com base no gráfico abaixo, indique em quais


intervalos a função por ele representada é cres-
cente, decrescente e constante.
UNIDADE 5: FUNÇÕES III
FUNÇÕES INJETORAS

Uma função f: A → B é injetora se dois ele-


mentos distintos quaisquer de A sempre duas têm
imagens distintas em B, isto é:
x1≠x2 implica que f(x1) ≠f(x2) OU
f(x1) = f(x2) implica que x1 = x2

7. Dentre os gráficos abaixo, classifique quais Exemplos:


representam uma função par e quais represen- 1) Considere os conjuntos A = {-1,0,1,2} e B =
tam uma função ímpar. {-1,2,5,8,11} e seja f:A → B definida por
f(x) = 3x+2 e representada pelo diagrama
a) abaixo.

Temos que f é injetora, pois sempre que to-


b) mamos valores diferentes para x, encontramos va-
lores diferentes para f(x).

2) A função f:R R definida por f(x)=3x+2


é injetora, pois sempre que tomamos valores di-
ferentes para x, encontramos valores diferentes
para f(x).

3) A função f:R R definida por f(x)=x2+5


c) não é injetora, pois para x=1 temos f(1)=6 e para
x=-1 temos f(-1)=6, ou seja, para dois valores dife-
rentes de x (1 e -1) temos a mesma imagem (y=6)

FUNÇÕES SOBREJETORAS

Uma função f:A → B é sobrejetora se o con-


junto imagem da função for igual ao contradomí-
nio da função (conjunto B), ou seja, para todo y em
d) B existe x em A tal que y = f(x).

Exemplos:
1) Considere os conjuntos A = {-1,0,1, -2, 3} e
B = {0,1,4,9} e seja f:A → B definida por f(x) = x2 e
representada pelo diagrama abaixo.

Temos que f é sobrejetora, pois o conjunto


imagem da função é igual ao contradomínio.
2) A função f:R R definida por f(x)=3x+2 é 2) Consideremos as funções reais definidas
sobrejetora, pois todo elemento de R é imagem de por f(x)=x2+1 e g(x)=2x–4.
um elemento de R pela função. Então:
3) A função f:R R definida por f(x) = 2x (fog)(x)= f(2x–4)=(2x–4)2+1=4x2–16x+17
não é sobrejetora, pois o número –1 é elemento do (gof)(x) = g(x2+1) = 2(x2+1)–4 = 2x2 -2
contradomínio R e não é imagem de qualquer ele-
mento do domínio. FUNÇÃO INVERSA

FUNÇÕES BIJETORAS Dada uma função bijetora f:A → B, denomi-


na-se função inversa de f a função g:B → A tal que
Uma função f: A → B é bijetora se ela é ao se f(a)=b, então g(b)=a, quaisquer que sejam a∈A e
mesmo tempo injetora e sobrejetora. b∈B. A função inversa de f é denotada por f -1.

Exemplos:
1) Considere os conjuntos A = {1,2,3,4} e B =
{2,3,4,5} e seja f:A → B definida por f(x) = x+1 e repre-
sentada pelo diagrama abaixo.

Observação: Uma característica importan-


tíssima aqui é que se g é a inversa de f, f é a inversa
de g e valem as relações:

Temos que f é bijetora, pois é ao mesmo gof = IA e fog = IB


tempo injetora e sobrejetora.
Onde IA e IB são, respectivamente, as fun-
2) A função f:R R dada por f(x)=2x é bijeto- ções identidades nos conjuntos A e B. Esta carac-
ra, pois é injetora e sobrejetora. terística algébrica nos permite afirmar que os grá-
fico de f e de sua inversa de f são simétricos em
FUNÇÕES COMPOSTAS relação à função identidade (y=x).

Seja f:A → B, g :B → C duas funções. Chama-se Exemplo:


composta de f com g, denotada por gof, a função Sejam A={1, 2, 3, 4, 5} e B={2, 4, 6, 8, 10}. Con-
definida por gof(x) = g(f(x)). gof pode ser lida como sideremos a função f:A B definida por f(x)=2x
“g bola f”. Para que a composição ocorra o CD(f)=- e g:B A definida por g(x)=x/2. Observemos nos
D(g). gráficos abaixo as situações das setas indicativas
das ações das funções.

Exemplo: OBTENÇÃO DE UMA FUNÇÃO INVERSA


1) Sejam as funções reais definidas por
f(x)=4x+2 e g(x)=7x–4. A composições fog e gof são Seja f:R R, f(x)=x+3. Devemos seguir três
possíveis e neste caso serão definidas por: passos:
(fog)(x) = f(g(x)) = f(7x – 4)
f(7x – 4) = 4(7x – 4) + 2 = 28x – 14 1º Colocar y no lugar de f(x):
y=x+3
(gof)(x) = g(f(x)) = g(4x + 2) 2º Trocar x por y e y por x:
g(4x + 2) = 7(4x + 2) – 4 = 28x + 10 x = y+3
3º Isolar y:
De um modo geral, fog é diferente de gof. y = x–3
Assim, g(x)=x–3 é a função inversa de c) g(x) = 3x+2
f(x)=x+3. d) g(x) = 8x+6
e) g(x) = (x-1)/2
Exemplo:
Encontre a função inversa de:
6. (UEL) A função f, definida de IR em IR, é de-
finida por f(x) = mx+p. Se f(2) = -5 e f(3) = -10,
então f(f(1)) é igual a:

a) –2
b) –1
c) 1
d) 4
e) 5

EXERCÍCIOS
7. (UEL – 2005) Sejam as funções f: ℜ →ℜ, g: ℜ →ℜ,
1. Seja a função f(x) = 3x-4, definida de IR em IR; h: ℜ+→ℜ+ e j: ℜ+→ℜ+, cujos gráficos estão repre-
determine: sentados a seguir:

a) a inversa de f
b) o valor da inversa quando x = 2

2. Dados f(x) = x-1 e g(x) = 5x-6; determine:

a) f(g(x))
b) g(f(x))

3. Considerem-se as funções f(x) = x+1 e g(x)


= x². A soma das raízes da equação f(g(x))+g(-
f(x))-14=0 é igual a:

a) –2
b) –1
c) 1
d) 2
e) 3

4. Considere a função bijetora f, definida por


f(x) = 2x-6. Tomando como g, a inversa de f, ve-
rifique qual das funções a seguir representa de
maneira correta a função g.

a) g(x) = (x+6)/2
b) g(x) = (x+2)/6
c) g(x) = (x-2)/2
d) g(x) = (x-2)/6
e) g(x) = (6-x)/2

5. (MACKENZIE) Sabendo que f(x) = 2x+1 e que


f(g(x)) = 6x+5, então:

a) g(x) = 6x+5
b) g(x) = 2x+2
Sobre essas funções, é correto afirmar: UNIDADE 6: FATORAÇÃO
a) f e g são funções bijetoras. A fatoração é o processo de se transformar
b) f é uma função injetora. uma soma de duas ou mais parcelas em um pro-
c) g é uma função sobrejetora. duto de dois ou mais fatores, com o intuito de sim-
d) h é uma função decrescente. plificar expressões, racionalizar denominadores,
e) j é a função inversa de h. entre outras diversas operações.

FATOR COMUM
8. (UEL) Sejam g, h e j funções de [–2 , 2] em [–8 ,
8], representadas pelos gráficos abaixo: Deve-se reconhecer o fator comum, sendo
ele numérico, literal ou misto, e colocá-lo em evi-
dência, simplificando a expressão algébrica.

AGRUPAMENTO

Deve-se dispor os termos do polinômio de


modo que formem dois ou mais grupos entre os
quais haja um fator comum, em seguida, colocar o
fator comum em evidência.
É correto afirmar:
a)
a) g é a função inversa de j.
b) j é função par.
c) h é função ímpar.
d) h é função injetora.
e) g é função sobrejetora
b)

9. Sendo f(x)=3x-5 e g(x)=(2x-1) / (x+2), então f


–1(x) e g –1(x) são respectivamente:

a) x+5 e (x+2) / (2x+1) PRODUTOS NOTÁVEIS


b) (x+5)/3 e (2x+1) / (2-x)
c) (x+3)/5 e (-x+2) / (2x+1) Os produtos notáveis apresentam-se em
d) x+3 e (x+2)/2 grande número e dão origem a um conjunto de
e) 2x+3 e (x-1) / (2x+1) identidades de grande aplicação. Considere a e
b, expressões em IR representando polinômios
quaisquer.
10. Se f e f-1 são funções inversas, seus gráficos
são simétricos em relação a: QUADRADO DA SOMA DE DOIS TERMOS

a) ao eixo das abscissas


b) ao eixo das ordenadas
c) à origem das coordenadas
d) à reta de equação y = x
e) à reta de equação y = -x QUADRADO DA DIFERENÇA DE DOIS TERMOS
DIFERENÇA DE DOIS QUADRADOS 4. (VUNESP) Dado que a + b = 5 e ab = 2, qual o
valor numérico de a2 + b2?

a) 5
b) 2
CUBO DA SOMA DE DOIS TERMOS c) 10
d) 21
e) 25

5. (FGV) Simplificando-se a fração:


CUBO DA DIFERENÇA DE DOIS TERMOS

obtém-se:

EXERCÍCIOS a)

1. Desenvolva os seguintes produtos notáveis b)

a) (3a + 2)2 c)
b) (ab + 3)2
c) (5ab + 2b)2 d)
d) (3 - y)2
e) (2xy - 2yz)2 e)
f) (y - 4x)2

2. Desenvolva os seguintes produtos notáveis 6. Sabe-se que a + b = ab = 10. Então, o valor de


a/b + b/a é:
a) (3a + 1)(3a - 1)
b) (ab + 2)(ab - 2) a) 2
c) (5a - y)(5a + y) b) 4
d) (2a + 1)3 c) 8
e) (2b - 2)3 d) 16
f) (a + 3)3 e) 20

3. Fatore as máximo as seguintes expressões, 7. (FATEC) Sendo a e b dois números reais com
utilizando a fatoração por fator comum em evi- a ≠ ± b ≠ 0, a expressão
dência ou a fatoração por agrupamento ou a fa-
toração por produtos notáveis

a) 2x + 2 n) 2x2 - 5x2
b) x2 - 1 o) 3x2ay + 2ax + 3xyb + 2b é equivalente a:
c) ax3 + bx2 + ax + b p) a2 + ab - a
d) 3a + 6ab q) x2 - 16 a) 1
e) xyz + 7z r) x2 - 2x + 1 b)
f) xyz + abc s) a3 - 3a2 - 4a + 12
g) 3a + 9 t) 12xyz + 14xyde + 6yz c)
h) x2 - 25 u) 9x2 + 12x + 4
i) 2x3 + 3x2 + 4x + 6 v) a2 + ab d) a - b
j) x2 + 6x + 9 w) x2 - 6x + 9 e) a + b
k) x4 - 1 x) x3 + 3x2y + 3xy2 + y3
l) 4x2 - 4x + 1 y) a2b2 - 6ab2 + 9b2
m) 7x + 14x2 8. (U.E.FEIRA DE SANTANA) Simplificando a ex-
pressão
7. {3}
8. e
9. b
10. 450
obtém-se: 11. 72
12. c
a) 13. c

b) UNIDADE 2
1. e
c) 2. e
3. d
d) 4. a) ∉∈
b) ∉
e) c) ∈
d) ∉
e) ∈
f) ∈
GABARITO g) ∈
h) ∈
UNIDADE 1 6. a) [1;9]
1. a) V b) [3;7]
b) V c) [1;3[;
c) F d) ]7;9]
d) F 7. [3;5[
e) V 8. b
f) V
g) V UNIDADE 3
2. a) V 1. a) 16,7ºC
b) F b) 100,4ºF
c) V c) 32ºF
d) F 2. a) ; ;
e) V b) 1,728m³;
f) V c) 8000litros;
g) F d) 3,78 cm³.
h) F 3. a) R$ 12,90;
3. a) V b) 21 km
b) F 4. c
c) V 5. c
d) F 6. a) é função;
e) V b) não é função (elemento -2 do conjunto A não
f) V está relacionado ao B);
g) V c) é função;
h) F d) não é função (elemento 16 do conjunto A está
4. a) A⊂B associado a dois elementos do conjunto B).
b) A⊂C 7. c
c) B⊄C 8. a
5. {1,3,5}; {1,3}; {1,5}; {3,5}; {1}; {3}; {5}; Ø
6. a) {0, 1, 2, 3, 5} UNIDADE 4
b) {0, 1, 2, 3, 4, 6, 8} 1. a) 1º;
c) {0, 2, 4, 5, 6, 7, 8, 9} b) 4º;
d) {0, 2, 3, 5, 7, 9} c) 1º;
e) { } d) 3º;
f) { } e) 2º;
g) {0,2,3} f) eixo das ordenadas;
h) {0,1,2,3} g) eixo das abscissas;
i) {0,2,5} h) 2º
j) { } 2. a) Im={-1,1,3};
b) Im={0,1} w) (x - 3)²
5. crescente x) (x + y)²
6. constante: [-1,0]U[3,4]; crescente: [0,1]; decres- y) (ab - 3b)²
cente: [1,3] 4. d
7. a) ímpar; 5. b
b) par; 6. c
c) ímpar; 7. b
d) par 8. e

UNIDADE 5
1. a) f-1(x)=(x+4)/3;
b) 2
2. a) 5x-7;
b) 5x-11
3. b
4. a
5. c
6. e
7. e
8. e
9. b
10. d

UNIDADE 6
1. a) 9a2 + 12a + 4
b) a2b2 + 6ab + 9
c) 25a2b2 + 10ab2 + b²
d) 9-6y + y²
e) 4x2y2 - 8xy2z + 4y²z²
f) y2 - 8xy + 16x²
2. a) 9a2 - 1
b) a2b2 - 4
c) 25a2 - y²
d) 8a3 + 12a2 + 6a + 1
e) 8b3 - 24b2 + 24b - 8
f) a3 + 9a2 + 27a + 27
3. a) 2(x + 1)
b) (x + 1)(x - 1)
c) (ax + b)(x2 + 1)
d) 3a(1 + 6b)
e) z(xy + 7)
f) não há como fatorar
g) 3(a + 3)
h) (x + 5)(x - 5)
i) (2x + 3)(x2 + 2)
j) (x + 3)²
k) (x2 + 1)(x2 - 1)
l) (2x - 1)²
m) 7x(1 + 2x)
n) -3x²
o) (ax + b)(3xy + 2)
p) não há como fatorar
q) (x + 4)(x - 4)
r) (x - 1)²
s) (a2 - 4)(a - 3)
t) 2y(6xz + 7xde + 3z)
u) (3x + 2)²
v) a(a + b)
MATEMÁTICA 2
UNIDADE 1 UNIDADE 4
MATRIZES I PROPRIEDADES DOS DETERMINANTES

UNIDADE 2 UNIDADE 5
MATRIZES II SISTEMAS DE EQUAÇÕES LINEARES

UNIDADE 3 UNIDADE 6
DETERMINANTES CLASSIFICAÇÃO DE SISTEMAS
UNIDADE 1: MATRIZES I Pensando do mesmo modo,

MATRIZES a12 = 2x1 + 3x2 = 2 + 6 = 8


a13 = 2x1 + 3x3 = 2 + 9 = 11
Chama-se matriz de tipo m x n (lê-se “m por a21 = 2x2 + 3x1 = 4 + 3 = 7
n”) toda tabela de números dispostos em m linhas a22 = 2x2 + 3x2 = 4 + 6 = 10
e n colunas, da seguinte forma: a23 = 2x2 + 3x3 = 4 + 9 = 13

Montando a matriz teremos:

TIPOS DE MATRIZES

Matriz Linha: É a matriz que possui uma


única linha, ou seja, tem ordem 1 x n.

⇒ exemplo : C = [
1 2 3]
1x3

Cada elemento da matriz é indicado por Matriz Coluna: É a matriz que possui uma
dois índices, aij. Com i {1, 2, 3, ..., m} e j {1, 2, 3, ..., n}. única coluna, ou seja, tem ordem m x 1.
O primeiro, i, indica a linha, o segundo, j, in-
dica a coluna onde o elemento se encontra. 6 
Assim: ⇒ exemplo : D = 2
a23 → elemento da 2ª linha e 3ª coluna
8  3 x 1
a34 → elemento da 3ª linha e 4ª coluna
a11 → elemento da 1ª linha e 1ª coluna
amn → elemento da mª linha e nª coluna Matriz Nula: É a matriz que possui todos os
elementos iguais a zero.
A matriz m x n será representada de forma
abreviada por:  0 0 0
⇒ exemplo : E =  
 0 0 0 2 x 3

As matrizes são escritas, geralmente, entre Matriz Quadrada: É toda matriz cujo núme-
parênteses ( ), entre colchetes [ ] ou entre duas ro de linhas é igual ao número de colunas.
barras || ||. Mas atenção, a notação de apenas uma
barra | | é usada para determinante.

Exemplos:

 9 4 
 
a ) A3 x 2 =  5 6  Matriz A d
o tipo 3 x 2
 1 − 3 
 matriz principal

5 − 4
b) B 2 x 2 =  Matriz B d
o tipo 2 x 2
3 − 6

CONSTRUÇÃO DE MATRIZES

Exemplo: Exiba a matriz 2x3 , onde A = (aij).


Primeiramente, fazemos a matriz genérica: diagonal secundária

Matriz Triangular: Uma matriz quadrada é


triangular quando os elementos situados abaixo
ou acima da diagonal principal são iguais a zero.
Em a11, i=1 e j=1, portanto,
a11 = 2x1 + 3x1 = 2 + 3 = 5. Por exemplo, são triangulares as matrizes:
Igualdade de Matrizes: Duas matrizes A e
2 0 9 − 2 B são iguais se forem do mesmo tipo e se tiverem
1 0 0  
 4 0   0 −1 8 1 
B =   C = 3 5 0 D= seus elementos correspondentes (que ocupam po-
6 9 0 0 6 13 
1 4 3
  
0 0
 sições iguais em A e B), respectivamente iguais.
 0 7 

Matriz Identidade: A matriz quadrada de


ordem n, em que todos os elementos da diagonal
principal são iguais a 1 e os demais elementos são
iguais a 0, é denominada matriz unidade ou matriz
identidade. Representa-se a matriz identidade por
In.

1 0
I2 = 
0 1

1 0 0
I 3 = 0 1 0 OPERAÇÕES COM MATRIZES
0 0 1
Adição de Matrizes: A soma de duas matri-
zes A e B de mesma ordem é a matriz, também de
Matriz Oposta: é a matriz cujos elementos mesma ordem, obtida com a adição dos elemen-
apresentam o sinal contrário aos elementos da tos de mesma posição das matrizes A e B.
matriz A.
Dadas as matrizes:

Matriz Transposta: Dada uma matriz A de


ordem m x n, chama-se de matriz transposta de A soma será:
A (At), a matriz cujas linhas são ordenadamente
iguais as colunas de A.

Sendo as matrizes A=[aij]mxn e B= [bij]mxn,a


soma de A e B é a matriz A+B = [aij + bij]m x n
Matriz Simétrica: É toda matriz quadrada A
tal que At = A Subtração de Matrizes: A diferença entre
duas matrizes A e B, de mesma ordem, é a matriz
obtida pela adição da matriz A com a oposta da
matriz B, ou seja:

A – B = A + (-B)
Matriz Anti-simétrica: É toda matriz qua-
drada A, tal que At = -A EXERCÍCIOS

1. Considere três lojas, L1, L2 e L3, e três tipos


de produtos, P1, P2 e P3. A matriz a seguir des-
creve a quantidade de cada produto vendido
por cada loja na primeira semana de dezembro.
Observação: Cada elemento aij da matriz indica a quantida-
1. Se A = B, então At = Bt de Pi vendido pela loja Lj.
2. (At)t = A
6. Dadas as matrizes:

Analisando a matriz, podemos afirmar


que:
Determine a matriz X tal que X = A – B + C e
a) A quantidade de produtos do tipo P2 vendidos justifique todas as passagens.
pela loja L2 é 11.
b) A quantidade de produtos do tipo P1 vendidos
pela loja L3 é 30. 7. Dada a matriz:
c) A soma das quantidades de produtos do tipo
P3 vendidos pelas três lojas é 40.
d) A soma das quantidades de produtos do tipo
Pi vendidos pelas lojas Li, i = 1, 2, 3, é 52.
e) A soma das quantidades de produtos dos tipos
P1 e P2 vendidos pela loja L1 é 45.
Determine o valor do produto a∙b∙c, para
que A seja simétrica:
2. Um técnico de basquetebol descreveu o de-
sempenho dos titulares de sua equipe, em sete a) –18
jogos, através da matriz: b) 18
c) 9
d) –9
e) 2

8.

Cada elemento aij dessa matriz é o núme-


ro de pontos marcados pelo jogador i no jogo j. Sabendo-se que a matriz acima é igual à
sua transposta, o valor de x+ 2.y é:
a) Quantos pontos marcou o jogador de núme-
ro 3 no jogo 5? a) –20
b) Quantos pontos marcou a equipe no jogo 4? b) –1
c) Quantos pontos marcou o jogador de núme- c) 1
ro 2 em todos os jogos? d) 13
e) 20

3. Dadas as matrizes a seguir, calcule A + B – C:


9. Qual das matrizes abaixo é anti-simétrica?

4. Se A = 12

e , determine a matriz (A + B)t.
 4
3

5. Determine x, y e z sabendo que:


10. Dada a matriz A = (aij)2x2 tal que: Fazendo a multiplicação A.B teremos:

Calcule a matriz transposta de A:


c11 = 2∙1+3∙4+(-1) ∙5 = 2+12-5 =9
c12 = 2∙2+3∙3+(-1) ∙(-2) = 4+9+2 = 15
c13 = 2∙2+3∙1+(-1)∙(-1) = 4+3+1 = 8
c14 = 2∙5+3∙7+(-1) ∙0 = 10+21-0 = 31
c21 = (-1) ∙1+7∙4+5∙5 = -1+28+25 = 52
c22 = (-1) ∙2+7∙3+5∙(-2) = -2+21-10 = 9
c23 = (-1) ∙2+7∙1+5∙(-1) = -2+7-5 = 0
c24 = (-1) ∙5+7∙7+5∙0 = -5+49+0 = 44

Observe, por exemplo, que para obter o ele-


mento c12 da matriz A∙B multiplicamos o primeiro
elemento da linha 1 de A pelo primeiro elemento
UNIDADE 2: MATRIZES II da coluna 2 de B, o segundo elemento da linha 1
de A pelo segundo elemento da coluna 2 de B, o
MULTIPLICAÇÕES COM MATRIZES terceiro elemento da linha 1 de A pelo terceiro ele-
mento da coluna 2 de B e somamos esses produ-
Multiplicação de Um Número Real por tos.
Uma Matriz: Para multiplicar uma matriz por um
número real basta multiplicar todos os seus ele- Logo,
mentos pelo número, e o resultado será uma ma-
triz de mesma ordem.

Exemplo

Esse produto foi possível porque o número


de colunas da matriz A é igual ao número de linhas
da matriz B.
Considerando as matrizes A = [aik]m x p e B =
Multiplicação de duas matrizes: Para se [bkj]p x n’ o produto A∙B é a matriz C = [c11] m x n’ sendo
multiplicar duas matrizes há uma regra diferente cada elemento cij obtido através da soma dos pro-
da anterior, confira no exemplo a seguir. dutos dos elementos da i-ésima linha de A pelos
elementos correspondentes da j-ésima coluna de
Exemplo B.
A multiplicação de duas matrizes, A e B, só é
Dadas as matrizes abaixo: possível quando o número de colunas da matriz A
for igual ao número de linhas da matriz B, tendo a
matriz C = A∙B o mesmo número de linhas de A e o
mesmo número de colunas de B:

INVERSÃO DE MATRIZES

Seja A uma matriz quadrada de ordem n. Se


Essa multiplicação resultará em uma outra existir uma matriz B tal que A.B = I, então dizemos
matriz que a matriz B é a matriz inversa de A e indicamos
por A-1.
Portanto:

A ∙ A-1 = I
Observações:
• I é uma matriz identidade de mesma ordem
que as matrizes A e B.
• Se existir a inversa, dizemos que a matriz A é
inversível e, em caso contrário, não inversível O próximo passo é fazer operações com as
ou singular. linhas de modo a deixar a identidade do lado es-
• Se a matriz quadrada A é inversível, a sua in- querdo.
versa é única. Dividindo toda a primeira linha por 2 obtem-
-se
Exemplo
Determinar a inversa da matriz:

Agora subtrai-se a segunda linha da primei-


ra e coloca-se o resultado na segunda linha (L2=L-
2-L1)

Efetuando a multiplicação de A por A-1, te-


mos:

Multiplica-se a segunda linha por -2.

Igualando os termos da matriz (A. A-1) com


os termos da matriz I2. Seguem-se os seguintes sis-
temas: Finalmente, a última operação,

Resolvendo ambos os sistemas, obtemos: Logo,

a=2 c=1
b = -1 d = -1
EXERCÍCIOS
Portanto, a matriz A-1 (inversa de A) é a ma-
triz:
1. Se A = − 1 0 e B = 4 2 , encontre a matriz 2A – B/2.

2 1  1 0 

 2 0  1
2. Dadas as matrizes A =   e B=

2 − 
2
INVERSÃO DE MATRIZES USANDO  −1 3 3 1 

ESCALONAMENTO
Então a matriz –2·A·B é igual a:
Dada a matriz

podemos usar o método de escalonamento


para obermos a inversa.
Primeiro devemos fazer uma nova matriz
colocando a matriz identidade de mesma ordem
ao lado dos elementos de A
ção sadia. A matriz D fornece a quantidade diá-
ria mínima (em gramas) daqueles alimentos. A
matriz M fornece a quantidade (em gramas) de
proteínas, gorduras e carboidratos fornecida
por cada grama ingerida dos alimentos citados.

3. (UEL) Durante a 1ª fase da Copa do Mundo de


futebol realizada na França em 1998, o grupo
A era formado por: Brasil, Escócia, Marrocos e
Noruega. Veja os resultados (vitórias, empates
e derrotas) de cada país registrados na Tabela
1.

vitória empate derrota A matriz que mostra a quantidade diária


mínima (em gramas) de proteínas, gorduras e
Brasil 2 0 1
carboidratos fornecida pela ingestão daqueles
Escócia 0 1 2 alimentos é:
Marrocos 1 1 1
Noruega 1 2 0

Pelo regulamento da Copa, cada resulta-


do (vitória, empate ou derrota) tem uma pon-
tuação que pode ser observada na Tabela 2.

pontuação

Vitória 3
Empate 1
Derrota 0 6. (UEL) Considere as matrizes A = (aij)3x2, onde
aij = (-1).i+j, e B = (bij)2x3, onde bij = (-1).j. Na matriz
A matriz que representa a pontuação final A·B, o elemento na posição “3ª linha e 3ª colu-
de cada país (na respectiva ordem da tabela 1), na” é igual a:
ao término dessa fase é:
a) 0
7  7  5  6  6  b) 1
2 1  4 1  1  c) -1
e)   d )   c )   b)   a )   d) 9
3 4 1  5  4
          e) -9
6  6  6  4 5 

7. (UEL) Dada a matriz A = (aij)2x2 onde aij = 2j-i, a


4. (UEL) Sejam as matrizes A e B, respectiva- soma de todos os elementos que compõem a
mente, 3 x 4 e p x q. Se a matriz A·B é 3 x 5, então matriz A² é:
é verdade que:
a) 81/4
a) p = 5 e q = 5 d) p = 3 e q = 4 b) 10
b) p = 4 e q = 5 e) p = 3 e q = 3 c) 9
c) p = 3 e q = 5 d) 25/4-6

5. (UEL) Uma nutricionista recomendou aos 8. (UEL) Dadas as matrizes A = (aij)3x2, definida
atletas de um time de futebol a ingestão de uma por aij = i-j, B (bij)2x3, definida por bij = j; C = (cij),
quantidade mínima de certos alimentos (fruta, definida por C = A∙B, é correto afirmar que o
leites e cereais) necessária para uma alimenta- elemento c23 é:
a) Igual ao elemento c12 Chama-se determinante associado à matriz
b) Igual ao produto de a23 por b32 A (ou determinante de 2ª ordem) o número real ob-
c) O inverso do elemento c32 tido pela diferença entre o produto dos elementos
d) Igual à soma de a12 com b11 da diagonal principal e o produto dos elementos
e) Igual ao produto de a21 por b13 da diagonal secundária.
Seja a matriz:

9. Sejam as matrizes A = 1 2 e  x − 1 .


M = a a12 
2 6

− 1 y  A =  11
a21 a2 
Sabendo que x e y são números reais e que M é a
matriz inversa de A, o produto x.y é:
Então:
a) 3/2 d) 3/4
b) 2/3 e) ¼ a11 a12
det A = A = = a1 ⋅ a2 − a12 ⋅ a21
c) 1/2 a21 a2

10. (UEL – 2016) Confira a tabela dos principais Exemplo


criadouros de dengue nas regiões brasileiras Achar o determinante de B = 1 2
4 9
 

DetB = 1.9 − 2.4 → DetB = 9 − 8 → DetB = 1

DETERMINANTES DE 3ª ORDEM POR REGRA


DE SARRUS

Seja A a matriz formada pelos elementos O determinante de uma matriz quadrada de


aij , em que i são as regiões e j os tipos de cria- 3ª ordem pode também ser obtido através de uma
douros apresentados na tabela. Considerando regra prática denominada regra de Sarrus.
que cada região tenha seus tipos de criadouros
aumentados em 10%, devido a um desequilí- Consideremos a matriz:
brio ambiental, assinale a alternativa que apre-
senta, corretamente, a matriz B resultante.

a) B3×5 = k · A3×5, em que k = 10,0


b) B3×5 = (1 + k) · A3×5, em que k = 0,1
c) B5×3 = (1 + k) · A5×3, em que k = 0,1
d) B5×3 = (10 + k) · A5×3, em que k = 0,1 1º passo: Escrevemos a matriz e repetimos a
e) B5×3 = k · A5×3, em que k = 0,1 1ª e a 2ª colunas à direita da 3ª:

UNIDADE 3: DETERMINANTES
Os determinantes são números reais asso-
ciados a matrizes quadradas. Eles têm várias apli-
cações na Matemática, entre as quais a resolução 2º passo: Efetuamos a adição algébrica dos
de sistemas de equações lineares. produtos dos elementos indicados pelas setas
conforme o esquema:
DETERMINANTES DE 1ª ORDEM

Se uma matriz A é formada por um único ele-


mento, isto é, se A = (a11), então, por definição, o
determinante de A é o próprio número a11.

Exemplo: O determinante da matriz


A = [3]1x1 é det A = 3. Det A = diagonal principal – diagonal secun-
dária
DETERMINANTES DE 2ª ORDEM
5. Determine a solução da equação x 3
8
=0
Exemplo: −2 −x

 2 0 1
 
A =  0 − 1 3 , 6. Se determine D =
 2 1 0
 

2 0 1 2 0 7. O valor de m para a equação de 2o grau


det A = 0 − 1 3 0 − 1
admita raízes iguais é:
2 1 0 2 1

Logo:
det A = (2.( −1). 0 + 0.3.2 + 1.0.1) − a) 0
b) 1
(2.( −1). 1 + 1.3.2 + 0.0.0) = (0 + 0 + 0) −
c) 2
(−2 + 6) = 0 − 4 = −4 d) 3
e) 4

EXERCÍCIOS
8. Para que o determinante da matriz seja nulo,
1. Ache o valor dos determinantes: o valor de a deve ser:

1 + a − 1 
 3 1 − a
 
a) 2 ou -2
b) 1 ou 3
c) -3 ou 5
d) -5 ou 3
2. Resolva as equações: e) 4 ou -4

9. (Unicamp 2012) Seja dada a matriz

Em que x é um número real.

3. Sabendo que e a) Determine para quais valores de x o deter-


minante de A é positivo.
b) Tomando  3  , e supondo que, na ma-
Calcule 3A + B2. C =  4 
− 1
4. Sendo 1 3 e − 1 3 calcule triz A, x = -2, calcule B = A.C.
A=  B= 
0 2   2 0
Det (A.B). 10.
Se o determinante da matriz for igual a 2,
afirma-se que: PROPRIEDADES QUE ANULAM O
DETERMINANTE
a) xyz = 8
b) xz = 4 Se os elementos de duas fileiras paralelas
c) y=6 (duas linhas ou duas colunas) forem iguais, o de-
d) xy = 4 terminante será igual a zero.
e) xyz = 2
1 3 −2
2 −4 0 = 0 pois l1 = l 3
11. (UFCE) Considere a matriz:
1 3 −2

Se os elementos de duas fileiras forem pro-


porcionais, o determinante também será igual a
O valor de a para o qual detB = 1 possua zero.
apenas uma raiz é:
2 −5 4
a) 5 −1 3 − 2 = 0 pois c3 = 2c1
b) 4
3 2 6
c) 3
d) 2
e) 1 Se uma fila é a combinação linear de outras
filas paralelas.

12. (UFPR) Dadas as matrizes 3 4 7


2 − 3 −1 = 0 pois c3 = c2 + c1
3 1 4

TRANFORMAÇÕES QUE ALTERAM O


Responda V (verdadeiro) ou F (falso). DETERMINANTE

( ) B.A = B Trocando-se de posição duas filas paralelas


( ) Todos os elementos da matriz A + B são núme- de uma matriz, seu determinante troca de sinal,
ros impares. mantendo o valor absoluto.
( ) O conjunto formado pelos elementos da ma-
triz A.B é igual ao conjunto formado pelos ele- 3 −8 4 −9
mentos da matriz B. =5 = −5
( ) det(3.A) = detB
4 −9 3 −8
( ) A matriz inversa de A é a própria matriz de A.
Multiplicando-se (ou dividindo) uma fila
qualquer de uma matriz por um número, seu de-
UNIDADE 4: PROPRIEDADES DOS terminante fica multiplicado (ou dividido) por esse
DETERMINANTES número.

TRANSFORMAÇÕES QUE NÃO ALTERAM O 2 4


= −2 fazendo L2 × 2, temos :
DETERMINANTE 3 5

O determinante de uma matriz quadrada A é


igual ao determinante de sua transposta At. Logo,
quando se trocam, ordenadamente, as linhas pe-
las colunas, o determinante não se altera.
Multiplicando-se uma matriz A, quadrada,
det A = det (At) de ordem n, por um número k, obtemos a matriz
3 −8 3 4 k∙A, cujo determinante é igual ao determinante de
=5 =5 A multiplicado por kn.
4 −9 −8 −9 det (k . A) = kn·det A
OUTRAS PROPRIEDADES E TEOREMAS
DETERMINANTE DA INVERSA DE UMA MATRIZ
TEOREMA DE BINET
O determinante da matriz inversa de uma
Se A e B são matrizes quadradas de mesma matriz quadrada A é igual ao inverso do determi-
ordem, então: nante de A.

det A∙B = det A ∙ det B

O determinante de uma matriz triangular é


igual ao produto dos elementos da diagonal prin-
cipal. Assim: Observação:
Para que uma matriz admita inversa, seu de-
terminante deve ser diferente de 0 (zero).

EXERCÍCIOS
Exemplo:
Dadas as matrizes A e B: 1. Calcule o valor dos determinantes a seguir,
sem desenvolvê-los. Justifique a resposta.

detA=2, detB=5 e det(A∙B)=10.


Logo, det A∙B = det A ∙ det B

MATRIZ INVERSA

Para a matriz quadrada de ordem 2, pode-


mos usar a seguinte regra prática para calcular a
inversa de uma matriz:

Principal Posição
Secundária Sinal
Determinante Divide 2. Se
Exemplo:
Dada a matriz A, determinar sua inversa: É igual a:

a) -9
b) -6
c) 3
d) 6
e) 9

3.

Depois, dividir todos os elementos pelo Det


A: Det A = -2 – (-1) = -2 + 1 = -1 Sabendo que o determinante da matriz é
nulo, conclui-se que: 7. Sabendo-se que , calcule:

a) A matriz tem duas linhas proporcionais.


b) A matriz tem duas colunas proporcionais.
c) A matriz possui elementos negativos.
d) A matriz possui uma fila que é combinação li-
near das outras duas filas paralelas.
e) A matriz tem duas filas paralelas iguais.

4. (MACK-SP) Multiplicando-se todas as linhas


de um determinante de ordem n por um núme- 8. Dadas as matrizes e ,
ro p, podemos afirmar sempre que:

a) o valor do determinante não se altera o determinante da matriz A∙B é:


b) o valor do determinante fica multiplicado por
p. a) -1
c) o valor do determinante fica multiplicado por b) 6
n·p. c) 10
d) o valor do determinante fica multiplicado por np d) 12
e) o valor do determinante fica multiplicado por pn e) 14

5. Dê o determinante da matriz: 9. Sejam A e B matrizes 3x3 tais que det(A) = 3 e


det(B) = 4. Então, o det(A∙2B) é igual a:

a) 32
b) 48
c) 64
d) 80
e) 96

6. Seja A uma matriz A 3x3, se o det(A) = 5, então 10. (FUVEST) A é uma matriz quadrada de or-
o det(2A) é igual a: dem 2, inversível, e Det (A) o seu determinante.
Se Det (2A) = Det (A²), então Det (A) é igual a:

a) 20
b) 21
c) ½
d) 4
e) 16

11. Seja A uma matriz quadrada de ordem 3,


det(A) = d, det(2A∙At) = 4k, onde At é a matriz
transposta de A, e d é a ordem da matriz qua-
drada B. Se det(B) = 2 e det(3B) = 162, então o
valor de k + d é:

a) 2
b) 4
c) 8
d) 32
e) 36
12. Sejam as matrizes A e C, de ordem 3, e Quando o termo independente b for igual
. a zero, a equação linear denomina-se equação li-
near homogênea.
Por exemplo: 5x – 3y = 0.
Uma solução evidente da equação linear
Se o Det A = 6 e. C = A∙B, então detC vale: homogênea 3x + y = 0 é a dupla (0,0), chamada de
solução trivial.
a) 24 Toda equação linear homogênea admite in-
b) 12 finitas soluções. Na equação acima, por exemplo,
c) –6 temos as soluções (1,-3), (2,-6), (-1,3), ...
d) –12
e) –24 SISTEMAS LINEARES

Considere um conjunto de equações linea-


13. (Getulio Vargas – SP) A é uma matriz qua- res simultâneas, nas mesmas incógnitas x, y e z,
drada de ordem 2 e detA = 7. Nessas condições, por exemplo:
det3A e detA-1 valem, respectivamente:

a) 7e7
b) 21 e 1/7
c) 21 e –7
d) 63 e –7
e) 63 e 1/7 (A Segunda equação deve ser entendida
como 0x + y + 5z = 9.)
Tal conjunto é chamado de sistema linear.
14. Determine x para que: Em que:
x, y, z são as incógnitas procuradas.
não seja inversível
SOLUÇÃO DE UM SISTEMA LINEAR

seja inversível Para resolução, reduz-se as incógnitas até


obter apenas uma, resolve-se a equação de pri-
meiro grau e substitui nas outras equações.

Método da substituição: é recomendado


UNIDADE 5: SISTEMAS DE EQUAÇÕES para sistemas em que alguma incógnita esteja
LINEARES multiplicada pelo número 1.
Como exemplo, temos o sistema abaixo:
EQUAÇÕES LINEARES

Toda equação da forma

a1 x1 + a2 x2 +  + an xn = b Da primeira equação temos:




é denominada equação linear, em que:


A incógnita que devemos isolar é x, portan-
a1, a2, …, an são coeficientes to,
x1, x2, …, xn são as incógnitas
b é o termo independente

A solução de uma equação linear a n incóg- Agora, substituiremos o valor de x na equa-


nitas é a sequência de números (a 1 , a 2 ,  , a n ), ção debaixo obtendo:
que, colocados respectivamente no lugar de x1,
x2, …, xn, tornam verdadeira a igualdade.

EQUAÇÃO LINEAR HOMOGÊNEA


seja, b1 = b' 2 = ... = b'n = 0 .

Veja o exemplo:

Como conhecemos o valor de y, substituí-


mos seu valor na equação x = 7 - 2y, portanto:

Uma solução evidente do sistema linear


homogêneo é x = y = z = 0. Esta solução chama-se
solução trivial. Se o sistema homogêneo admitir
outra solução em que as incógnitas não são todas
nulas, a solução será chamada solução não-trivial.

Método da adição: Pode ser utilizado em EXERCÍCIOS


qualquer situação. O objetivo é zerar uma das in-
cógnitas, após algumas operações. Lembrando 1. Resolva os sistemas por meio do método da
que se multiplicarmos uma equação por um nú- adição ou da substituição:
mero real ou somarmos uma equação a outra, a
solução do sistema não se altera.
Como exemplo, segue o sistema:

2. Se os sistemas a seguir são equivalentes, po-


Escolhe-se uma incógnita para anular, nesse de-se afirmar que:
caso o . Multiplicamos a equação (1) por 3 e a equa-
ção (2) por (-2).

a) m – k = -8 d) m∙k = -13/2
Somando as equações (3) e (4) membro a b) km = -1 e) m + k = 8
membro: c) mk = 1/7
3. Certo dia, numa mesma casa de câmbio, Sas-
sa trocou 40 dólares e 20 euros por R$225,00 e
Lilli trocou 50 dólares e 40 euros por R$ 336,00.
Nesse dia, 1 euro estava cotado em:
Logo, y = -1.
Substituindo o valor de y em qualquer equa- a) R$ 3,80
ção utilizada, obtém-se: b) R$ 3,75
c) R$ 3,70
d) R$ 3,68
e) R$ 3,65

Note que a escolha dos números multipli- 4. No sistema , x é igual a:


cadores foi proposital para que, na hora da soma,
uma das incógnitas desse zero.

SISTEMAS LINEARES HOMOGÊNEOS a) –1


b) 3
Um sistema linear é dito Homogêneo quan- c) 2
do todos os termos independentes são nulos, ou d) –2
e) 1 a) 50
b) 48
c) 45
5. (UEL) Num bar, paga-se R$ 5,80 por 5 pastéis d) 44
e 3 copos de refrigerante. No mesmo local, 3 e) 42
pastéis e 2 copos de refrigerante custam 3,60.
Nesse caso, cada copo de refrigerante custa:
10. (ITA) Em uma mesa de uma lanchonete, o
a) R$ 0,70 consumo de 3 sanduíches, 7 xícaras de café e
b) R$ 0,50 1 pedaço de torta totalizou R$ 31,50. Em outra
c) R$ 0,30 a menos que o preço de cada pastel mesa, o consumo de 4 sanduíches, 10 xícaras de
d) R$ 0,20 a mais que o preço de cada pastel café e 1pedaço de torta totalizou R$ 42,00. En-
e) R$ 0,20 a menos que o preço de cada pastel tão, o consumo de 1 sanduíche, 1 xícara de café
e 1 pedaço de torta totaliza o valor de:

6. O caixa de um banco trocou a ordem dos dois a) R$ 17,50


algarismos do valor da conta a ser paga por um b) R$ 16,50
cliente, cobrando R$ 27,00 a mais. Sendo 11 a c) R$ 12,50
soma dos algarismos, o valor correto a ser pago d) R$ 10,50
pelo cliente era de: e) R$ 9,50

a) R$ 29,00
b) R$ 38,00 11. Um tipo de alimento é composto por açúcar,
c) R$ 47,00 milho e extrato de malte. A quantidade de mi-
d) R$ 74,00 lho dessa composição é o quádruplo da quanti-
e) R$ 83,00 dade açúcar. Sabendo que o preço por quilogra-
ma do açúcar, do milho e do extrato de malte
são, respectivamente, 80, 60 e 40 centavos e
7. (FUVEST) Um copo cheio de água pesa 325g. que o preço, por quilograma, daquele alimento
Se jogarmos metade da água fora, seu peso cai composto por esses ingredientes é 55 centavos,
para 180 g. O peso do copo vazio é: calcule a quantidade de açúcar que compõe 1
Kg daquele alimento.

8) Marlene confecciona tapetes artesanais de UNIDADE 6: CLASSIFICAÇÃO DE


dois modelos, redondo e retangular. Num cer- SISTEMAS
to mês, ela confeccionou 60 tapetes e teve um
lucro líquido de R$ 500,00. Sabendo que cada Os sistemas lineares podem ser classifica-
tapete redondo foi vendido por R$ 10,00, cada dos da seguinte forma (quanto ao número de so-
tapete retangular por R$ 12,00 e que Marlene luções).
gastou R$ 160,00 em materiais, quantos ta-
S IS T E M A L IN E A R
petes de cada modelo ela confeccionou nesse
mês? P O S S ÍV E L O U C O M P A T ÍV E L IM P O S S ÍV E L O U IN C O M P A T ÍV E L
q u a n d o a d m it e s o lu ç ã o q u a n d o n ã o a d m ite s o lu ç ã o

a) 20 redondos e 40 retangulares.
D E T E R M IN A D O IN D E T E R M IN A D O
b) 30 redondos e 30 retangulares. a d m it e u m a ú n ic a s o lu ç ã o a d m it e in f in it a s s o lu ç õ e s
c) 40 redondos e 20 retangulares.
d) 10 redondos e 50 retangulares.
e) 50 redondos e 10 retangulares. SISTEMAS DE DUAS EQUAÇÕES COM DUAS
INCÓGNITAS

9. Um grupo de jovens participava de uma fes- Os sistemas lineares que possuírem duas
ta. Às 23h retiraram-se 12 garotas do grupo e o equações e duas incógnitas onde a, b, c e d são os
número de rapazes ficou sendo o dobro do de coeficientes e c e f são os termos independentes,
garotas. Em seguida, retiraram-se 15 rapazes e poderão ser classificados da seguinte forma:
o número de garotas ficou sendo o dobro do de
rapazes. Inicialmente, o número de jovens do
grupo era
Se , então o sistema será POSSÍVEL E
det A1 det A2 det An
x1 = , x2 = ,  , xn =
DETERMINADO; det A det A det A

Se , então o sistema será POSSÍ- E assim:


Se det(A) ≠ 0, então o sistema será POSSÍVEL
VEL E INDETERMINADO; E DETERMINADO;

Se , então o sistema será IMPOSSÍ- Se det(A)=det(A1)=det(A2)=...=det(An)=0, en-


tão o sistema será POSSÍVEL E INDETERMINADO;
VEL.
Se det(A)=0 e pelo menos um det(Ai) ≠ 0,
Veremos agora a Regra de Cramer, usada com 1 ≤ i ≤ n, então o sistema será IMPOSSÍVEL.
tanto para resolver quanto para discutir (classifi-
car) os sistemas lineares. Exemplo: Resolva o sistema abaixo com a
regra de Cramer.
REGRA DE CRAMER

Inicialmente, vamos considerar o sistema:

a1 x + b1 y = c1

a2 x + b2 y = c2 Para resolvermos esse sistema pela regra de
Cramer, devemos definir D, Dx, Dy e Dz.
 a1 b1  D será o determinante da matriz formada
a b2  é a matriz incompleta do sistema e
 2 pelos coeficientes de x, y e z, de preferência na or-
c1 e c2 são os termos independentes do sistema. dem em que já se encontram, portanto:

a1 b1
D=
a2 b2
É o determinante da matriz in-
completa do sistema.

c1 b1
Dx =
c2 b2
É o determinante da matriz obti- Aplicando a regra de Sarrus, para o cálculo
da através da troca dos coeficientes de x pelos ter- de determinante 3x3, temos:
mos independentes, na matriz incompleta.

a1 c1
Dy =
a2 c2
É o determinante da matriz obtida
através da troca dos coeficientes de y pelos ter-
mos independentes, na matriz incompleta.

A regra de Cramer pode ser aplicada para re-


solver um sistema n x n, onde D ≠ 0.
A solução é dada pelas razões:
Como D≠0, o Sistema é possível e determi-
 D D D D  nado.
 x1 = 1 , x2 = 2 , x3 = 3 ,  , xn = n  Dx será o determinante de uma matriz pare-
 D D D D
cida com a matriz de D, porém, no lugar dos coefi-
cientes da incógnita x, colocam-se os coeficientes
Logo, no caso considerado acima temos: independentes, isto é, no lugar da coluna onde se
encontram os números 1,2 e -1, entrarão os núme-
Dx Dy ros 0,12 e -4, veja:
x= e y=
D D

Para se discutir um sistema linear utilizando


a regra de Cramer, temos:
do como POSSÍVEL, pois sempre admite ao menos
Aplicando novamente a regra de Sarrus, a solução trivial. Logo um sistema desse tipo pos-
sui duas classificações:

Possível e Determinado ⇒ det A ≠ 0


Possível e Indeterminado ⇒ det A = 0

EXERCÍCIOS

1.

Para determinarmos Dy, faremos mesmo


procedimento feito para o cálculo de Dx, mas ago- O sistema de equações terá uma única so-
ra substituiremos a segunda coluna da matiz de D lução se:
pelos termos independentes, isto é, no lugar de 1,
-3 e 2, colocaremos 0, 12 e -4, assim: a) a = 5b
b) a + 5b = 0
c) a – 5b ≠ 0
d) 5ab = 0
e) 5ab ≠ 0

2.

Para calcularmos Dz, faremos o mesmo pro- O sistema terá infinitas soluções, para m
cedimento, ou seja, da matriz de D substituiremos igual a:
os coeficientes de z pelos termos independentes,
deste modo, no lugar dos números 1, -1 e 4, colo- a) m = 1 d) m = -2
caremos 0, 12 e -4. b) m ≠ -1 e) m ≠ 1
c) m = 1 e m = -1

3. (UFRN) A solução do sistema abaixo é:

Pela regra de Cramer, sabemos que: 4. O sistema linear abaixo :

Portanto, a) é impossível.
b) admite apenas uma solução.
c) admite apenas duas soluções.
d) admite apenas três soluções.
e) admite infinitas soluções.

5. O sistema linear a seguir é:


CLASSIFICAÇÃO DE UM SISTEMA LINEAR
HOMOGÊNEO 5 x + y − z = 0

− x − y + z = 1
Todo sistema linear homogêneo é classifica- 3x − y + z = 2

a) Homogêneo e indeterminado. a) m=0
b) Impossível e indeterminado. b) m≠0
c) Possível e determinado. c) m=2
d) Impossível e determinado. d)
e) Possível e indeterminado. e) m =1

GABARITO
6. O sistema de equações lineares dado abaixo,
é possível e determinado se: UNIDADE 01
1. e
2. a) 14
b) 90
c) 128
3.
7. O sistema linear abaixo tem solução se e so-
mente se:
4.

5. x = 4; y = 4; z = -1
6. 6)

a) a = 2b e c = 0
b) a≠c
c) c = 2b 7. a
d) a≠b e c=2 8. b
e) b=c 9. c
10. b
8. Os valores de a e b fazem com que o sistema
abaixo seja indeterminado. Então, a – b é igual UNIDADE 02
a: 1.

2. b
3. a
4. b
9. O sistema abaixo é:: 5. e
6. d
7. c
8. e
9. a
10. c

a) Determinado. UNIDADE 03
b) Impossível. 1. a) -11
c) Determinado e admite como solução (1, 1, 1). b) 26
d) Indeterminado. c) -2
e) N.d.a d) 15
e) 42
10. Para qual valor de m o sistema abaixo admi- f) 0
te infinitas soluções? 2. a) {5}
b) {0, 5}
c) {0, 3}
d) {7/3}
3. 22
4. -12
5. {-2, +2}
6. 71 7. c
7. E 8. -1
8. A 9. a
9. a) 10. b

b)

10. D
11. E
12. FVVVV

UNIDADE 04
1. a) det=0. Quando todos os elementos de uma
fila (linha ou coluna) forem iguais a zero, o de-
terminante será zero.
b) det=0, pois l1 = l3 (propriedade nº2)
c) det=0, pois l1 = l4 (propriedade nº2)
d) det=0, pois c3=(−1).c1 (propriedade nº3)
2. e
3. d
4. e
5. -36
6. D=40
7. 24
8. e
9. e
10. d
11. e
12. d
13. e
14. a) x = -5
b) x ≠-6

UNIDADE 05
1. a) (1, 3)
b) (3, 1, 1)
2. d
3. e
4. e
5. e
6. c
7. 35g
8. b
9. e
10. d
11. 125g

UNIDADE 06
1. c
2. a
3. (1, 2, 3)
4. e
5. e
6. m ≠ 2
MATEMÁTICA 3
UNIDADE 1 UNIDADE 4
NOÇÕES DE TRIGONOMETRIA POLÍGONOS

UNIDADE 2 UNIDADE 5
INTRODUÇÃO À GEOMETRIA QUADRILÁTEROS

UNIDADE 3 UNIDADE 6
TRIÂNGULOS CIRCUNFERÊNCIA
UNIDADE 1: NOÇÕES DE Por extensão, como B e C são ângulos com-
TRIGONOMETRIA plementares, ou seja, x + y = 90º, observamos que:

Considerando o triângulo ABC, retângulo em


A, a é a hipotenusa (lado oposto ao ângulo reto) do
triângulo, e b e c são os catetos.

SENO DO ÂNGULO AGUDO (X)

É a razão da medida do cateto oposto ao


ângulo (x) para a medida da hipotenusa. Portanto:

Resumindo:

COSSENO DO ÂNGULO AGUDO (X) • O seno de um ângulo é igual ao cosseno de


seu complemento.
É a razão da medida do cateto adjacente ao ân- • O cosseno de um ângulo é igual ao seno de
gulo (x) para a medida da hipotenusa. Portanto: seu complemento.
• A tangente de um ângulo é igual ao inverso
da tangente de seu complemento.

TEOREMA DE PITÁGORAS

Uma relação bastante útil é o Teorema de


Pitágoras. Considere um triângulo retângulo como
o da figura abaixo:
TANGENTE DO ÂNGULO AGUDO (X)

A tangente de um ângulo agudo (x) é a razão


da medida do cateto oposto para a medida do ca-
teto adjacente ao ângulo (x).

O Teorema de Pitágoras nos fala que a hipo-


tenusa ao quadrado é igual a soma dos quadrados
dos catetos, ou seja:
Observe que sendo sen x = c/a e cos x = b/a,
temos: a2 = b2 + c2
TABELA DE VALORES NOTÁVEIS
Observe que o cateto adjacente de um ân-
gulo é o cateto oposto do seu complementar.

Exemplo 2
Calcule x no triângulo abaixo.

Exemplo 1
Considere o triângulo pitagórico ABC:
Vamos analisar os lados do triângulo a partir
do ângulo dado pelo problema, portanto, temos
a hipotenusa e o cateto oposto, logo usaremos o
seno do ângulo de 30°, que vale 1/2.

Calcule o seno do ângulo  e o cosseno do


ângulo.
Multiplicando cruzado, temos
Resolução
Para calcularmos o seno do ângulo em A,
devemos identificar a hipotenusa e os catetos. A
hipotenusa é o lado que está oposto ao ângulo
de 90°, portanto, é o lado AC. O cateto oposto ao
ângulo  é o cateto que está à frente do ângulo,
portanto, é o lado BC. E o cateto adjacente será o
lado AB. EXERCÍCIOS

Se 1. Encontre x nos triângulos abaixo usando a


tabela de ângulos notáveis do seno, cosseno e
tangente.
Então
a)

Portanto,

Do mesmo modo, para calcularmos o cos- b)


seno do ângulo C, devemos identificar os lados do
triângulo. A hipotenusa é AC, o cateto oposto é o
cateto que está à frente do ângulo Â, logo é o lado
AB. O cateto adjacente é BC. c)

Se

Então

Portanto d)
e) rol é de 72m e que sen 20º = 0,34, determine a
distância do navio ao farol. (Despreze a altura
do navio).

9. Ao empinar uma pipa, João percebeu que


estava a uma distância de 6 m do poste onde a
2. Duas rodovias A e B interceptam-se em O for- pipa engalhou. Renata notou que o ângulo for-
mando um ângulo de 30º. Na rodovia A existe mado entre a linha da pipa e a rua era 60º, como
um posto que dista 5km de O. Qual a menor dis- mostra a figura. Calcule a altura do poste.
tância do posto à rodovia B?

3. Num exercício de tiro, o alvo se encontra


numa parede cuja base está situada a 82m do
atirador. Sabendo que o atirador está deitado
e vê o alvo sob um ângulo de 12º em relação à
horizontal, calcule a que distância do chão está
o alvo. Dado: tg 12º = 0,21.

4. O ângulo de elevação do pé de uma árvore, a


50m da base de uma encosta, ao topo da encos-
ta é de 60°. Que medida deve ter um cabo para
ligar o pé da árvore ao topo da encosta?

5. Uma rampa plana de 36m de comprimento


faz um ângulo de 30° com o plano horizontal.
Uma pessoa que caminha a rampa inteira ele-
va-se verticalmente de:

6. Um ciclista sobe, em linha reta, uma rampa


com inclinação de 3 graus a uma velocidade
constante de 4 metros por segundo. A altura do
topo da rampa em relação ao ponto de partida é
30 m. Use a aproximação sen 3º = 0,05 e respon-
da: O tempo, em minutos, que o ciclista levou
para percorrer completamente a rampa é:

7. Um topógrafo que necessitava medir a lar-


gura de um rio, sem atravessá-lo, procedeu da
seguinte forma: de um ponto x, situado na beira
do rio, avistou o topo de uma árvore na beira
da margem oposta, sob um ângulo de 45º com a
horizontal. Recuando 30 m, até o ponto Y, avis-
tou novamente o topo da mesma árvore, regis-
trando 30º com a horizontal. Desconsiderando
a altura do topógrafo e sabendo que a árvore
e os pontos X e Y estão alinhados perpendicu-
larmente ao rio, é correto afirmar que a largura
aproximada do rio, em metros, é:

8. Um navio avista a torre de um farol segundo


um ângulo de 20º. Sabendo que a altura do fa-
UNIDADE 2: INTRODUÇÃO À
GEOMETRIA
ELEMENTOS PRIMITIVOS DA GEOMETRIA
PLANA
A representação mais comum para indicar o
ângulo é: AÔB, ou pelo nome do ângulo, α.

CLASSIFICAÇÃO DOS ÂNGULOS

Quanto a sua posição:


Ângulos opostos pelo vértice: São dois ân-
Acima estão representados os elementos gulos cujos lados são semirretas opostas.
primitivos da geometria plana:

- Ponto P;
- Retas r e ;
- Plano π.

Esses elementos são considerados primiti-


vos, pois não possuem definição. Na figura acima, AÔB e CÔD são o.p.v. e AÔD
e BÔC também são.
PARTES DA RETA Uma propriedade dos ângulos o.p.v. é que
eles são congruentes.
Semirreta:
Quanto às medidas:
• Agudo: menor que 90°;
• Reto: 90°;
Em uma reta, toma-se um ponto qualquer e • Obtuso: maior que 90°
o conjunto de todos os pontos à direita e à esquer-
da são semirretas.
No caso da figura acima, a representação é
.

Segmento de reta:

Na figura, α é agudo e β é obtuso.


Em uma reta, considere o conjunto de to- O ângulo DÔB é reto.
dos os pontos contidos entre os pontos A e B, esse
conjunto é o segmento AB. O comprimento do seg- Quanto à soma
mento AB pode ser denotado por AB, ou por uma Complementares: dois ângulos são com-
letra minúscula. plementares quando a soma for 90°;
Suplementares: dois ângulos são suple-
ÂNGULOS mentares quando a soma for 180°.

Chama-se ângulo a reunião de duas semi-re-


tas de mesma origem, não contidas numa mesma
reta (não colineares).
Exemplo Podemos afirmar que os quatro ângulos
agudos e os quatro ângulos obtusos são iguais en-
Represente os ângulos complementares e tre si.
suplementares do ângulo x.

Se chamarmos o complementar do ângulo x


de y, então:

Podemos afirmar ainda que os ângulos agu-


dos e obtusos são suplementares, ou seja, qual-
Do mesmo modo, se chamarmos o suple- quer ângulo agudo da figura, somado a qualquer
mentar de x de z, então: ângulo obtuso sempre resulta em 180º.

Portanto, o ângulo complementar e suple-


mentar a x são expressos, respectivamente, como
90°-x e 180°-x.

Bissetriz de um ângulo Exemplo


A bissetriz de um ângulo é uma semirreta Considere as retas paralelas r e s cortadas
que divide o ângulo em duas partes iguais. pela reta t. Determine x.

Como é bissetriz, BÔC e CÔA tem a mes-


ma medida.

Ângulos formados por duas retas parale- Sabemos que x e 2x são ângulos suplemen-
las e uma transversal tares, isto é, a soma desses ângulos vale 180°, por-
Quando duas retas paralelas cortam uma tanto,
transversal, tem-se uma figura composta de oito
ângulos. Observamos que nesses oito ângulos,
quatro são agudos (menores de 90º) e quatro são
obtusos (maiores que 90º).

POSTULADOS BÁSICOS DE GEOMETRIA

1. Numa reta, assim como fora dela, existem


infinitos pontos;
2. Num plano, assim como fora dele há infi-
nitos pontos;
3. Dois pontos distintos determinam uma
reta. Ou seja, existe uma só reta passando por dois
pontos distintos dados;
Note que por apenas um ponto passam infi-
nitas retas
Na figura, r e s estão contidas no mesmo
4. Três pontos não colineares (ou não alinha- plano e não possuem pontos em comum, logo, são
dos) determinam um plano paralelas.

r⊂α, s⊂α e r⋂s = ⌀, então r//s

Retas reversas
Duas retas são reversas se, e somente se,
não exista um plano que as contenham.

Note que por apenas dois pontos passam in-


finitos planos.

5. Por um ponto fora de uma reta não se Note que, na figura acima, a reta r está con-
pode traçar mais que uma reta paralela à reta tida no plano α, mas s é secante ao plano.
dada.
6. Se dois pontos distintos de uma reta per- RETAS E PLANOS
tencem à um plano, então todos os pontos da reta
também pertencem ao plano. Paralelismo entre retas e planos
Uma reta é paralela a um plano se, e somen-
POSIÇÕES RELATIVAS ENTRE RETAS te se, não possuem pontos em comum.

Retas concorrentes
Duas retas são concorrentes se, e somente
se, possuírem um único ponto em comum.
O caso de retas perpendiculares é um caso
de retas concorrentes que formam 90° entre si.

Uma reta não paralela a um plano determi-


na um ponto.

Na figura, r e s são perpendiculares e con-


correm no ponto Q; t e u também são concorren-
tes e se cruzam em P.

r∩s = {Q}
t∩u = {P} r⋂α = {P}

Retas paralelas Paralelismo entre planos


Duas retas são paralelas se, e somente se, Dois planos são paralelos se, e somente se,
são coplanares (ou pertencem ao mesmo plano) e não possuem pontos em comum.
não possuem nenhum ponto em comum.
ao plano é chamado projeção ortogonal.
Para deixar mais claro, é como se uma lan-
terna iluminasse o objeto e a sombra projetada no
plano fosse sua projeção ortogonal.

Exemplo
1) Projeção ortogonal de um ponto:
α⋂β=⌀

Dois planos não paralelos determinam uma reta.

2) Projeção ortogonal de uma reta:

α⋂β={r}

Perpendicularismo entre retas e planos


Uma reta é perpendicular a um plano se, e
somente se, a reta é perpendicular a pelo menos
duas retas contidas no plano.

Note que a projeção de uma reta é a pro-


jeção de cada ponto pertencente a ela. Perceba
também que se a reta for perpendicular ao plano,
sua projeção ortogonal será um ponto.

EXERCÍCIOS

Como a reta r é perpendicular às retas s e t, 1. Duas retas concorrentes formam 4 ângulos


que estão contidas no plano α, então r é perpendi- tais que a soma dos dois menores é a metade
cular ao plano α. de um dos ângulos obtusos formados. Calcular
Sejam uma reta contida em plano e uma o maior desses ângulos.
reta perpendicular ao plano dado, tais que as re-
tas sejam reversas. Nesse caso, diremos que as
reta são ortogonais. 2. Dois ângulos adjacentes, de medidas x e y, es-
tão na razão de 3 para 7. Sabendo que a medida
do ângulo formado pelas suas bissetrizes é 30°,
calcule x e y.

3. Sendo r e s paralelas, determine em graus, o


valor de cada ângulo assinalado.

a)
Note que se essas retas forem vistas sob ou-
tro ângulo, elas parecerão perpendiculares.

PROJEÇÃO ORTOGONAL SOBRE UM PLANO

Quando temos um objeto acima de um pla-


no e fazemos o objeto descer perpendicularmente
b) a) existe uma única reta que é perpendicular à
reta r no ponto A.
b) existe uma única reta, não contida no plano α,
que é paralela à r.
c) existem infinitos planos distintos entre si, pa-
ralelos ao plano α, que contêm a reta r.
d) existem infinitos planos distintos entre si, per-
pendiculares ao plano α e que contêm a reta r.
e) existem infinitas retas distinta entre si, conti-
das no plano α e que são paralelas à reta r.
c)

6. (UEL) As retas r e s foram obtidas prolongan-


do-se duas arestas de um cubo, como está re-
presentado na figura abaixo. Sobre a situação
dada, assinale a afirmação incorreta.

d)

a) r e s são retas paralelas.


b) r e s são retas reversas.
c) r e s são retas ortogonais.
d) não existe plano contendo r e s.
e) r⋂s=⌀.
4. (CTFPR) Numa gincana, a equipe “Já Ganhou”
recebeu o seguinte desafio:
Na cidade de Curitiba, fotografar a construção 7. (UEL) Considere uma reta s, contida em um
localizada na rua Marechal Hermes no número plano α, e uma reta r perpendicular à s. Então,
igual à nove vezes o valor do ângulo  da figura necessariamente:
a seguir:
a) r é perpendicular a α.
b) r e s são coplanares.
c) r é paralela a α.
d) r está contida em α.
e) todas as retas paralelas a r interceptam s.

8. (UFSC) A única proposição correta é:


Se a Equipe resolver corretamente o pro-
blema irá fotografar a construção localizada no a) Dois planos que possuem 3 pontos em comum
número: são coincidentes.
b) Se duas retas r e s, no espaço são ambas per-
a) 990. pendiculares a uma reta t, então r e s são pa-
b) 261. ralelas.
c) 999. c) Duas retas concorrentes determinam um úni-
d) 1026. co plano.
e) 1260. d) Se dois planos A e B são ambos perpendicula-
res a um outro plano C, então A e B são para-
lelos.
5. (Fatec-SP) Seja A um ponto pertencente à e) Se duas retas r e s são perpendiculares a um
reta r, contida no plano α. É verdade que: plano A, então r e s são paralelas.
9. Nas afirmações a seguir, diga se as proposi- UNIDADE 3: TRIÂNGULOS
ções são verdadeiras ou falsas, argumentando
quando for falsa. Triângulo é um polígono composto por três
vértices, unidos por três lados.
a) Duas retas paralelas não coincidentes deter-
minam um plano.
b) Um ponto e uma reta que não o contenha de-
terminam um plano.
c) Duas retas distintas ou são paralelas ou são
concorrentes.
d) Se uma reta é perpendicular a um plano, é per-
pendicular a qualquer reta do plano.
e) Por 4 pontos distintos passa sempre um único
plano.

10. (UFAM) Qual das afirmações abaixo é verda-


deira? Na figura acima:
• Vértices: A, B e C;
I. Se duas retas distintas não são paralelas, • Lados: a, b e c;
elas são concorrentes. • Ângulos internos: α, β e θ;
II. Se dois planos são secantes, todas as re- • Ângulos externos: x, y e z.
tas de um deles sempre interceptam o ou-
tro plano. PROPRIEDADES DOS TRIÂNGULOS
III. Duas retas paralelas a um plano são para-
lelas entre si. Seu perímetro é dado pela soma de seus la-
IV. A projeção ortogonal de uma reta é sem- dos;
pre uma reta.
V. Em dois planos paralelos, todas as retas P=a+b+c
de um são paralelas ao outro plano.
A soma de seus ângulos interno é 180°;
a) III
b) I α + β + θ = 180°
c) II
d) IV A medida de um ângulo exterior é igual a
e) V soma das medidas dos ângulos interiores não ad-
jacentes a ele:

11. (FEI/SP) No quadro a seguir a, b, c, d e e são x=θ+β


retas coplanares e distintas. Completando o
quadro com os símbolos: A soma dos ângulos exteriores é 360°.

// ... “é paralela e distinta a” x + y + z = 360°


┴ ... “é perpendicular a”
O ângulo maior sempre é oposto ao lado
maior, assim como o ângulo menor sempre é
oposto ao lado menor;
Um lado é sempre menor que a soma dos
outros dois e maior que o módulo da diferença en-
tre eles, ou seja:

|b-c|<a<b+c
O número de vezes em que o símbolo “//”
aparece (incluindo o já escrito) é: CLASSIFICAÇÃO DOS TRIÂNGULOS

a) 1 d) 4 Os triângulos podem ser classificados com


b) 2 e) 5 relação a seus ângulos ou com relação a seus la-
c) 3 dos.
CLASSIFICAÇÃO DOS TRIÂNGULOS EM RELAÇÃO CLASSIFICAÇÃO DOS TRIÂNGULOS QUANTO
A SEUS LADOS AOS ÂNGULOS

Triângulo Isósceles Retângulo


Um triângulo é isósceles quando possui dois Um triângulo é chamado de retângulo quan-
dos seus lados congruentes (iguais). O lado que do possui um ângulo reto (90º).
não precisa ser congruente aos outros dois é cha-
mado de base desse triângulo.
Uma consequência disso é que os dois ângu-
los da base são congruentes.

Acutângulo
Neste triângulo, os três ângulos internos são
menores que 90º (agudos).

Triângulo Equilátero
Um triângulo é equilátero quando possui to-
dos seus lados congruentes, e consequentemente,
todos os ângulos internos desse triângulo são con-
gruentes.

Obtusângulo
Um triângulo é obtusângulo quando possui
um ângulo

Sejam os ângulos internos desse triângulo


de medida α, segue que:

Triângulo Escaleno
Um triângulo é escaleno quando seus três
lados possuem medidas diferentes e seus 3 ângu-
los possuem valores diferentes.
Exemplo
Classifique o triângulo pitagórico quanto
aos lados e aos ângulos.

Temos:

Quanto aos lados, percebemos que todos


eles são diferentes, portanto, é um triângulo es-
caleno. Como é um triângulo pitagórico, note na
figura que é um triângulo retângulo, por causa do
ângulo de 90°.
EXERCÍCIOS 5. A figura abaixo mostra a trajetória de uma
bola de bilhar. Sabe-se que, quando ela bate na
1. (UFPE) A cerca da figura a seguir, julgue quan- lateral da mesa (retangular), forma um ângulo
do (V) ou (F) as afirmações. de chegada que sempre é igual ao ângulo de
saída. A bola foi lançada da caçapa A, formando
um ângulo de 45º com o lado AD.

Sabendo-se que o lado AB mede 2 unida-


( ) O triângulo ABC é equilátero. des e BC mede 3 unidades, a bola
( ) O triângulo ACD é isósceles.
( ) α-(γ+β) é divisível por 2. a) Cairá na caçapa A.
b) Cairá na caçapa B.
c) Cairá na caçapa C.
2. Os três ângulos de um triângulo são: 5x-40°, d) Cairá na caçapa D.
2x+20° e 3x. Verifique se esse triângulo é equi- e) Não cairá em nenhuma caçapa.
látero.

6. Num triângulo isósceles ABC, de vértice A, a


3. (Fuvest) Na figura adiante, AB=AC, BX=BY e medida do ângulo obtuso formado pelas bisse-
CZ=CY. Se o ângulo A mede 40°, então o ângulo trizes dos ângulos B e C é 140°.
mede:

a) 40° Então, as medidas dos ângulos A, B e C


b) 50° são, respectivamente: 
c) 60°
d) 70° a) 120º, 30° e 30°.
e) 90° b) 100°, 40° e 40°.
c) 140º, 20° e 20°.
d) 80º, 50° e 50°.
4. (UFMG) Observe a figura a seguir. Nessa figu- e) 90º, 45º e 45º.
ra, AD=BD, e DÂC é o dobro de . A razão AC/
BC é igual a:
7. Uma indústria compra placas de alumínio em
formato retangular e as corta em quatro par-
tes, das quais duas têm a forma de triângulos
retângulos isósceles (Fig. 1). Depois, reordenam
as quatro partes para construir novas placas no
formato apresentado na Fig. 2.

a) 1/3 d) √2/2
b) 1/2 e) √3/2
c) √3/2
UNIDADE 4: POLÍGONOS
Sejam dados n pontos (n>3) distintos no pla-
no, sem que haja três pontos consecutivos colinea-
res. Chamamos de polígono a região de um plano
limitada pelos segmentos de reta com extremida-
des unidas em dois pontos consecutivos.

Se a medida do lado menor da placa re-


tangular é 30 cm, a medida do lado maior é

a) 70 cm.
b) 40 cm.
c) 50 cm.
d) 60 cm.
e) 30 cm. CLASSIFICAÇÃO DOS POLÍGONOS

QUANTO AO NÚMERO DE LADOS


8. Uma formiga está no ponto A da malha mos-
trada na figura que é formada por retângulos Os polígonos são classificados de acordo
de 3 cm de largura por 4 cm de comprimento. A com o número de lados. Veja, a seguir, a nomen-
formiga só pode caminhar sobre os lados ou so- clatura de alguns dos polígonos mais comuns.
bre as diagonais dos retângulos. Qual é a menor
número de lados nome
distância que a formiga deve percorrer para ir
de A até B? 3 Triângulo
4 Quadrilátero
5 Pentágono
6 Hexágono
7 Heptágono
8 Octógono
9 Eneágono
10 Decágono
a) 12 cm 11 Undecágono
b) 14 cm 12 Dodecágono
c) 15 cm 15 Pentadecágono
d) 17 cm
20 Icoságono
e) 18 cm

POLÍGONOS CONVEXOS E POLÍGONOS


CÔNCAVOS

Um polígono é convexo quando, para quais-


quer pontos M e N interiores a esse polígono, o
segmento MN é totalmente interior a esse polígo-
no. Caso contrario é côncavo.

polígono côncavo
los do polígono, pode-se então obter a soma dos
ângulos internos de um polígono fazendo o produ-
to da quantidade mínima de triângulos não sobre-
postos que formam esse polígono por 180º, pois a
soma dos ângulos desse polígono será a soma dos
ângulos dos triângulos que formam esse polígono.
A quantidade mínima de triângulos não so-
brepostos que formam um polígono de n lados é
polígono convexo igual a n - 2. Então podemos tirar a seguinte pro-
priedade da soma dos ângulos internos de um po-
RELAÇÕES ENTRE OS ELEMENTOS DE UM lígono convexo:
POLÍGONO CONVEXO
Propriedade: A soma Si dos ângulos inter-
O número de vértices é sempre igual ao nu- nos de um polígono convexo de n lados é dada por:
mero de lados.
O número de ângulos internos é igual ao nú- S i = 180º⋅(n − 2)
mero de ângulos externos e também ao número
de vértices. Exemplo
Os ângulos internos e externos de um mes- Considere um polígono convexo de 15 lados.
mo vértice são sempre suplementares (a soma é Calcule:
igual a 180º).
A soma de todos os ângulos externos de um a) a soma dos ângulos internos;
polígono é sempre igual a 360º. b) o número de diagonais;
c) a soma dos ângulos externos.
SOMA DAS DIAGONAIS DE UM POLÍGONO
CONVEXO Resolução

Diagonal de um Polígono: A diagonal de a) A soma dos ângulos internos é dada pela fór-
um polígono é todo segmento de reta que liga dois mula:
vértices não consecutivos.
A soma das diagonais de um polígono é a Si = 180o(n - 2)
quantidade de diagonais desse polígono.
Onde n representa o número de lados do po-
lígono, logo,

Si = 180o(15 - 2)
Sⁱ = 180o(13)
Si = 2340o

b) O número de diagonais é dado pela fórmula:

Os segmentos AC e BD do polígono ABCD são n(n − 3)


D=
diagonais. 2

Propriedade: A soma D das diagonais de um Como n=15, temos


polígono de n lados é dada pela seguinte fórmula:

n(n − 3)
D=
2

SOMA DOS ÂNGULOS INTERNOS DE UM


POLÍGONO CONVEXO

Propriedade: A soma dos ângulos internos c) Para qualquer polígono, a soma dos ângulos
de qualquer triângulo é 180º. externos a ele é 360°, portanto, a soma dos ân-
Como todo polígono pode ser dividido em gulos externos de um polígono convexo de 15
triângulos não sobrepostos, de modo que os ân- lados é 360°
gulos desses triângulos dividam também os ângu-
EXERCÍCIOS UNIDADE 5: QUADRILÁTEROS
1. Determine o valor de x nos triângulos abaixo: Quadrilátero é um polígono de quatro la-
dos que pode ser côncavo ou convexo.

2. Um polígono convexo tem 9 lados. Determine:

a) O número de diagonais desse polígono;


b) A soma dos ângulos internos desse polígono;
c) A soma dos ângulos externos.
Na figura acima, o quadrilátero é convexo e
temos:
3. Quantos lados tem um polígono convexo que • Lados opostos:
possui 14 diagonais? Qual o nome desse polígono? • Ângulos opostos:
• Diagonais:
• Soma das medidas dos ângulos inter-
4. Obtenha o número de diagonais de um decá- nos:
gono convexo.
Na figura abaixo, o quadrilátero ABCD é côn-
cavo e suas diagonais são
5. Qual o polígono convexo cujo número de dia-
gonais é o dobro do número de lados?

6. Determine o valor de x nos polígonos abaixo:

CLASSIFICAÇÃO DE QUADRILÁTEROS
CONVEXOS

7. Calcule a soma dos ângulos internos e o nú- TRAPÉZIO


mero de diagonais de um icoságono convexo.
É todo quadrilátero que possui apenas dois
lados paralelos.
8. A soma das medidas dos ângulos externos
com as medidas dos ângulos internos de um po-
lígono convexo é 1800°. Determine o número de
diagonais desse polígono.

9. A figura abaixo é um mosaico formado por dois


tipos de polígonos. Quais são eles? Qual a soma
das medidas dos ângulos internos de cada um
deles? Quantas diagonais tem cada um deles? Na figura, , logo, ABCD é um trapé-
zio.
• Bases:
• Laterais:
• Altura:
• Base média:

Os trapézios ainda podem ser classificados


pelo comprimento de seus lados.
Trapézio escaleno: trapézio cujas laterais
têm diferentes comprimentos.

Um notável trapézio escaleno é o trapézio


retângulo. Nessa figura temos: e ,
portanto, ABCD é um paralelogramo.

Propriedades dos paralelogramos

Note que o trapézio recebe este nome por


possuir dois ângulos retos.

Trapézio isósceles: trapézio cujas laterais


têm os mesmos comprimentos.

LOSANGO

É todo quadrilátero com lados opostos pa-


ralelos e de mesmo comprimento.

Como e , a figura acima é


um trapézio isósceles.
Propriedades: As diagonais têm o mesmo
comprimento e os ângulos situados na mesma
base são congruentes.

Propriedade dos trapézios: em um trapé-


zio qualquer, a base média é a metade da soma de
suas outras bases.
Propriedades dos losangos
• As diagonais de cruzam em seus pontos
médios formando ângulo reto;
• As diagonais são bissetrizes de seus ân-
gulos;
• As diagonais são perpendiculares.

RETÂNGULO

É todo quadrilátero com lados opostos pa-


ralelos e que possui todos os ângulos iguais a 90°.

PARALELOGRAMO

É todo quadrilátero que possui seus lados


oposto paralelos.
Propriedades dos retângulos Exemplo 1
• As diagonais são congruentes; No paralelogramo que segue, calcule y.
• As diagonais se cruzam em seus respec-
tivos pontos médios;
• As diagonais dividem o retângulo em 4
triângulos de mesma área.

Note que o retângulo é um paralelogramo,


por isso, possui todas as propriedades dos parale-
logramos, além das suas particulares.

QUADRADO Resolução:

É todo quadrilátero que possui os quatro Temos que calcular x antes de calcularmos
ângulos congruentes (90°) e os lados congruentes y. Como ABCD é um paralelogramo, a soma de seus
também. ângulos consecutivos é de 180°, logo,

Pelo fato de ABCD ser um paralelogramo,


seus ângulos opostos são congruentes, então:

Propriedades dos quadrados


• As diagonais são congruentes;
• As diagonais formam ângulo reto as se Substituindo o valor de x temos:
cruzarem.

Repare que o quadrado possui todos os ân-


gulos iguais a 90°, por isso, ele também é um retân-
gulo, logo, as propriedades dos retângulos podem
ser aplicadas aos quadrados.
Exemplo 2:
DIAGRAMA DOS QUADRILÁTEROS Na figura abaixo, calcule o lado do losango
ABCD, sabendo que sua diagonal mede 5 cm.

Onde:
• Q: Quadriláteros; Resolução:
• T: Trapézios; Para resolvermos esse exercício, devemos
• P: Paralelogramos; lembrar que as diagonais do losango são bissetri-
• R: Retângulos; zes de seus ângulos e que os ângulos opostos são
• L: Losangos; congruentes, portando, acompanhe a seguinte fi-
• E: Quadrados. gura.
ângulo em A mede 120°. A bissetriz do ângulo
em D passa pelo ponto médio M do lado AB. Cal-
cule os lados do paralelogramo e os ângulos do
triângulo CMD.

5. Sabendo que ABCD é um retângulo, calcule x


e y.

Note que depois de traçar a diagonal que


mede 5 cm, o losango foi dividido em 2 triângulos
congruentes. Note que o triângulo ADC tem todos
os ângulos iguais, logo ele é equilátero, ou seja, to-
dos os seus lados são iguais. Como um dos lados
mede 5 cm, os outros também medirão 5 cm.
Resposta: O lado do losango mede 5 cm.

EXERCÍCIOS 6. (VUNESP) Considere as seguintes proposi-


ções:
1. Sabendo que ABCD é um paralelogramo, cal-
cule x e y. • todo quadrado é um losango;
• todo quadrado é um retângulo;
• todo retângulo é um paralelogramo;
• todo triângulo equilátero é isósceles.

Pode-se afirmar que:

a) só uma é verdadeira.
b) todas são verdadeiras.
c) só uma é falsa.
2. (ITA) Dadas as afirmações: d) duas são verdadeiras e duas são falsas.
e) todas são falsas.
I. Quaisquer dois ângulos opostos de um
quadrilátero são suplementares.
II. Quaisquer dois ângulos consecutivos de 7. (Fuvest-SP) Na figura abaixo, os quadrados
um paralelogramo são suplementares. ABCD e EFGH têm ambos, lado a e centro O. Se
III. Se as diagonais de um paralelogramo são EP=1, então a é:
perpendiculares entre se e cruzam-se em
seu ponto médio, então esse paralelogra-
mo é um losango.

Podemos garantir que:

a) todas são verdadeiras.


b) apenas I e II são verdadeiras.
c) apenas II e III são verdadeiras.
d) apenas II é verdadeira.
e) apenas III é verdadeira.

a) d) 2
3. A medida de cada ângulo obtuso de um lo-
sango é expressa por 2x+5° e a medida de cada e)
ângulo agudo, por x+40°. Determine as medidas b)
dos 4 ângulos desse losango.

c)
4. Num paralelogramo de perímetro 30 cm, o
8. (FUVEST) O retângulo abaixo, de dimensões a UNIDADE 6: CIRCUNFEÊNCIA
e b, está decomposto em 4 quadrados. Calcule
o valor da razão a/b: Circunferência é o conjunto de pontos de
um plano que têm a mesma distância de outro
ponto de tal plano denominado centro da circun-
ferência. À distância constante desses pontos ao
centro se denomina raio da circunferência.

Na figura, uma circunferência de centro O e


raio R.
Uma circunferência determina, em seu pla-
no, dois conjuntos de pontos denominados inte-
rior e exterior à circunferência.
• Interior: Quando a distância do ponto
ao centro é menor que a medida do raio.
Por exemplo, o ponto I.
• Exterior: Quando a distância do ponto
ao centro da circunferência for maior
que a medida do raio.
• Circunferência: Todos os pontos que
distam R em relação ao centro.

RETAS E SEGMENTOS ASSOCIADOS À


CIRCUNFERÊNCIA.

Na circunferência de centro O e raio R acima


temos:
• Corda:
• Diâmetro:
• Flecha:
• Reta tangente: t (T é o ponto de tangên-
cia);
• Reta normal: n;
• Reta secante: s;
• Arco: é uma porção da circunferência
determinados por dois pontos da mes-
ma, denominados extremos do arco. Na
figura, podemos ver o arco PQ: .
ÂNGULOS ASSOCIADOS À CIRCUNFERÊNCIA

ÂNGULO CENTRAL

Na figura, AÔB é o ângulo central, então:

X=θ
ÂNGULO EXTERIOR
ÂNGULO INSCRITO Há três casos de ângulo exterior à circunfe-
rência. São eles:

Primeiro caso:

Na figura, é o ângulo inscrito, então:

O ângulo exterior será a metade da subtra-


ção do maior pelo menor.

ÂNGULO SEMI-INSCRITO

Segundo caso:

O ângulo semi-inscrito é x, então:

ÂNGULO INTERIOR
Para o caso do ângulo interior, ele será a me-
tade da soma dos arcos formados pelas retas que
lhe dão origem
Terceiro caso: Na figura, e são cordas secantes no
ponto interior P.

TEOREMA DAS SECANTES

Ao traçar desde um ponto exterior a uma


circunferência duas retas secantes, tem-se que os
produtos entre os comprimentos dos segmentos
secantes e sua parte externa são iguais

Para o terceiro caso em particular, temos:

Na figura, as retas se cruzam em P.


: segmentos secantes determinados.
: Parte externa das secantes.
Segue que:
PROPRIEDADE DAS CIRCUNFERÊNCIAS
ab = mn
A reta tangente a uma circunferência é per-
pendicular ao raio traçado do ponto de tangência. TEOREMA DA TANGENTE

Ao traçar desde um ponto exterior a uma cir-


cunferência uma reta tangente e outra secante, se-
gue que, o quadrado do comprimento do segmen-
to tangente é igual ao produto entre o segmento
secante e sua parte externa.

Na figura, é perpendicular à reta t de


tangência.

RELAÇÕES MÉTRICAS NA CIRCUNFERÊNCIA


Na figura, é reta tangente, o seg-
TEOREMA DAS CORDAS mento tangente e a reta secante.
Segue que:
Ao traçar em uma circunferência duas cor-
das secantes em um ponto interior, tem-se que os a2 = mn
produtos dos comprimentos dos segmentos deter-
minados em cada corda são iguais. Exemplo 1
Na figura, calcule o valor de x.

ab = mn
Resolução EXERCÍCIOS
Como vimos anteriormente, o quadrado do
comprimento do segmento tangente é igual à mul- 1. (Fuvest) A medida do ângulo inscrito na
tiplicação entre os comprimentos do segmento circunferência de centro O é:
secante pela sua parte exterior. Identificando os
segmentos:
• Comprimento do segmento tangente: 6;
• Comprimento do segmento secante: 9+x;
• Comprimento da parte exterior do seg-
mento secante: x.

Portanto:

2. Calcule o valor de x em cada caso:


Resolvendo por soma e produto:

Chegamos à conclusão de que os números


são -12 e 3.
Como x é uma medida de comprimento, ele
deve ser positivo, logo, x=3.

Exemplo 2
Na figura a seguir, temos um circunferência
de centro O e BÂO=30°. Calcule x.

Resolução
Sabemos que qualquer distância do centro
até a circunferência tem o mesmo valor, logo,
AO=OB, sendo assim, o triângulo AOB é isósceles,
tendo o ângulo = 30°. Como a soma dos ângu-
los internos do triângulo é 180°, o ângulo AÔB vale:
3. Calcule o valor de x, sabendo que B e C são os
centros das circunferências.

Como x é ângulo inscrito do ângulo central


AÔB, temos:

Portanto, x=60°.
4. O ângulo x na figura a seguir mede: 7. (CESGRANRIO) Na figura a seguir, AB=8 cm,
BC=10 cm, AD=4 cm e o ponto O é o centro da
circunferência. O perímetro do triângulo AOC
mede, em cm:

a) 60°
b) 80° a) 36
c) 90° b) 45
d) 100° c) 48
e) 120° d) 50
e) 54

5. Nas circunferências a seguir, determine o va-


lor de x. 8. (MACK) Na figura a seguir, M e N são pontos
médios do quadrado ABCD e T é ponto de tan-
a) gência. Se CT mede 4,então a área do quadrado
mede:

b)

a) 32
b) 12
c) 16
d) 4
e) 12,8
6. (UFR-RJ) Um arquiteto vai construir um obe-
lisco de base circular. Serão elevadas sobre essa
base duas hastes triangulares, conforme a figu-
ra a seguir, onde o ponto O é o centro do círculo
de raio 2 m e os ângulos BÔC eOBC são iguais.

O comprimento do segmento AB é:

a) 2 m c) m e) m
b) 3 m d) m
GABARITO UNIDADE 05
1. x=50° e y=130°
UNIDADE 01 2. C
1. a) x=16 3. 85° e 95°
b) x=12√3 4. AD=BC=5
c) x=7√2 AB=DC=10
d) x=10√3 Triângulo CMD: 30°, 60° e 90°.
e) x=5√2 5. x=25° e y=65°
2. 2,5 km 6. B
3. 17,22 m 7. E
4. 100 m 8. 5/3
5. 18 m
6. 2,5 minutos UNIDADE 06
7. Aproximadamente 40,98 m 1. 125°
8. 200 m 2. a) 35°
9. 6√3 m b) 100°
c) 25°
UNIDADE 02 d) 60°
1. 144° e) 165°
2. x=18° e y=42° f) 80°
3. a) Ambos: 60° 3. 20°
b) Ambos: 140° 4. B
c) 25° e 155° 5. a) 90°
d) 110° b) 30°
4. C 6. E
5. E 7. E
6. A 8. C
7. B
8. C
9. V, V, F, F, F
10. E
11. C

UNIDADE 03
1. V;V;V
2. É equilátero
3. D
4. B
5. B
6. B
7. D
8. B

UNIDADE 04
1. a) x=42,5°
b) x=30°
2. a) 27
b) 1260°
c) 360°
3. Heptágono
4. 35
5. Heptágono
6. 70° e 90°
7. 3240° e 170
8. 35
9. Quadrados-360°-2 e octógonos-1080°-20
QUÍMICA 1
UNIDADE 1 UNIDADE 4
ESTRUTURA ATÔMICA NÚMEROS QUÂNTICOS II

UNIDADE 2 UNIDADE 5
PARTÍCULAS FUNDAMENTAIS OU TABELA PERIÓDICA I
ELEMENTARES
UNIDADE 6
UNIDADE 3 TABELA PERIÓDICA II
NÚMEROS QUÂNTICOS I
UNIDADE 1: ESTRUTURA ATÔMICA que preenchia os espaços entre os átomos.
Aristóteles, um dos maiores filósofos da
1. INTRODUÇÃO: O QUE É QUÍMICA? época (“pós-socrático”), negou a existência de
átomos e espaços vazios; para ele, a matéria seria
Química é a ciência que estuda a matéria, contínua. Esta concepção foi a que prevaleceu até
suas transformações e as energias envolvidas nes- o século XVI.
sas transformações. A matéria pode ser definida Mais tarde surgiram os alquimistas, que
como tudo o que apresenta massa (“peso”) e ocu- buscavam a fórmula do elixir da longa vida (subs-
pa lugar no espaço (volume). tância que tornaria o homem imortal) e da pedra
O campo de estudo da Química é muito am- filosofal (substância que possibilitaria transformar
plo e está presente sob diversas formas no nosso qualquer material em ouro). Movidos por esses so-
cotidiano, tais como: nos alimentos, nos materiais nhos, desenvolveram aparelhos de laboratório e
do dia-dia, nas fontes de energia, nos seres vivos e várias substâncias químicas.
em muitas outras áreas. A partir do século XVI, a idéia da existência
dos átomos começou a ser retomada, para a expli-
cação de propriedades dos materiais.

2.2. MODELO ATÔMICO DE DALTON (1803):


“BOLA DE BILHAR”
Foi o primeiro modelo atômico experimen-
tal ou científico.
Baseado nas leis ponderais (Lei das Com-
binações Químicas de Proust e Lavoisier), John
Dalton, tentando explicar o comportamento dos
diversos gases e das misturas gasosas, propôs a
seguinte teoria:
• “Os átomos são partículas esféricas muito
pequenas, maciças e indivisíveis e o conjunto de-
les forma a matéria”.
• “Os átomos de um mesmo elemento quí-
mico são idênticos”.
• “Átomos de elementos diferentes possuem
massas e tamanhos diferentes”.
Porém, para entendermos todos estes as- • “Os átomos não podem ser criados nem
pectos da Química devemos partir dos primeiros destruídos, e sim rearranjados, para formar novas
estudos da estrutura da matéria até chegarmos no substâncias químicas”.
que há de mais atual.

2. ESTRUTURA ATÔMICA

2.1. INTUIÇÃO E LÓGICA


As primeiras tentativas de entender os fenô-
menos da natureza, mas de forma desvinculada da 2.3. MODELO ATÔMICO DE THOMSON (1897):
religião (mitos), surgiram na Grécia, nos séculos VI “PUDIM DE PASSAS”
e V a.C., com os filósofos denominados pré-socrá- Ao longo do século XIX, vários cientistas co-
ticos. Estes estavam em busca de uma explicação meçaram a investigar fenômenos relacionados à
racional e sistemática sobre a origem do universo eletricidade. Em 1897, o físico inglês J. J. Thomson
e dos seres humanos, ou seja, algo que fosse capaz demonstrou que o átomo podia ser dividido. Para
de originar todas as coisas. comprovar tal fato, ele realizou uma experiência:
Entre estes filósofos, Empédocles dizia que Em uma ampola de vidro, semelhante ao
a matéria era constituída por quatro elementos tubo de uma TV, ele colocou pequena quantida-
primordiais: ar, fogo, água e terra, e que tudo re- de de um gás, resultando numa baixa pressão, e
sultava da combinação desses elementos. ligou o tubo na corrente elétrica, notando o apare-
Leucipo e Demócrito sugeriram que a ma- cimento de raios luminosos que saíam do cátodo
téria seria formada por um infinito número de par- (pólo negativo) chamando-o de raios catódicos,
tículas minúsculas, impossíveis de serem divididas nesse experimento ele notou mais duas coisas:
e, por este motivo, foram chamadas de átomos. (a • Os raios seguiam em linha reta, mas pode-
= não; tomo = divisão). Mas também existia o vazio, riam ser desviados com a presença de um imã ou
uma carga positiva, constatando que sua carga 2.4. MODELO ATÔMICO DE RUTHERFORD
era negativa. (1911):
• Os raios conseguiam girar uma hélice co- “MODELO NUCLEAR OU MODELO DO SISTEMA
locada no interior do tubo, mostrando que se tra- PLANETÁRIO”
tavam de partículas, e Thomson denominou-as
elétrons. Rutherford bombardeou uma lâmina de
ouro muito fina (na espessura de um fio de cabelo)
com um feixe de partículas alfa (partículas de car-
ga positiva).
Caso o átomo fosse como Thomson propôs,
as partículas não conseguiriam atravessar a fina
lâmina de ouro, como mostra a figura abaixo:

Thomson, baseado em tais descobertas,


propôs que o átomo seria formado por uma massa Mas para a surpresa de Rutherford, a maio-
positiva com elétrons incrustados como as passas ria das partículas atravessara a lâmina como se
num pudim. nada existisse em seu caminho (1), sendo detecta-
das na tela fluorescente; outras eram desviadas (2)
e pouquíssimas rebatiam, não conseguindo atra-
vessar (3).

Em 1886, Goldstein fez uma ampola em que


o cátodo apresentava orifícios, detectando o apa-
recimento de um feixe luminoso no sentido con-
trário ao dos raios catódicos, ele os denominou de Concluiu então que o átomo não seria uma
raios canais, e posteriormente determinou que bolinha maciça, mas seria formado por uma parte
tais raios eram constituídos de partículas de carga central pequena (que foi chamada de núcleo), de
equivalente aos elétrons, mas positivas, e mais grande massa e de carga positiva, pois repelia par-
tarde foram denominadas prótons, que apresen- tículas positivas, envolta por uma enorme região
tam massa cerca de 1840 vezes maior que os elé- quase sem massa (chamada de eletrosfera), uma
trons. vez que era atravessada pelos raios alfa, onde es-
tavam as partículas negativas.

Segundo este modelo o átomo apresentaria


densidade variável, a massa não estaria igual-
mente distribuída pelo volume atômico e estaria
concentrada no centro (núcleo) do átomo.
Observou-se que o tamanho do átomo é
aproximadamente 10.000 vezes o tamanho de seu
núcleo.

Conclusões de Rutherford:
• No átomo há predomínio de espaços va-
zios;
• As poucas partículas que se desviaram
sofreram repulsão, porque incidiram so-
bre uma região muito pequena e de car-
ga positiva (núcleo);
• O núcleo é pequeno, pesado e positivo
e concentra praticamente toda a massa
do átomo; 2.6. DESCOBERTA DO NÊUTRON: CHADWICK
• Os elétrons estariam girando na ele- (1932)
trosfera, ao redor do núcleo; Rutherford em seu modelo atômico, perce-
• O raio de um átomo é cerca de 10 mil ve- bendo a impossibilidade de prótons ficarem uni-
zes maior que o do núcleo. dos no núcleo sem se repelirem, admitiu a existên-
cia de partículas com a mesma massa dos prótons,
2.5. MODELO ATÔMICO DE RUTHERFORD-BOHR mas sem carga elétrica, que serviriam para au-
(1913): NÍVEIS DE ENERGIA mentar a estabilidade do núcleo. Em 1932, Chad-
O modelo de Rutherford apresentava uma wick, realizando algumas experiências, descobriu
falha: os elétrons (de carga negativa) girariam ao a terceira partícula subatômica, e a denominou
redor do núcleo (carga positiva) e seriam atraídos nêutron, que não apresenta carga, mas massa se-
por este, o que causaria um movimento espiralado melhante ao próton.
dos elétrons, que acabariam se chocando com a
parte positiva.
Em 1913, Niels Bohr, baseado no trabalho
de vários cientistas, modificou o modelo de Ru-
therford e propôs um modelo que ficou conhecido
como Modelo Atômico de Rutherford-Bohr, que
apresentava as seguintes características:
→ no átomo são permitidas somente algu-
mas orbitas circulares aos elétrons, e cada uma Resumindo as características das partículas
apresenta energia constante. Essas órbitas permi- fundamentais do átomo:
tidas determinam a existência de camadas eletrô-
nicas denominadas níveis de energia. partículas massa relativa natureza elétrica
→ um elétron ao se movimentar em sua ca-
Próton 1 u.m.a*. Positiva
mada (sua órbita permitida), não ganha nem perde
energia (energia constante) e isso é chamado esta- Nêutron 1 u.m.a. Sem carga
do estacionário. Porém, ele pode receber energia e Elétron 1/1840 u.m.a. Negativa
saltar para um nível mais distante do núcleo (mais *u.m.a: unidade de massa atômica
energético). Este é o chamado salto quântico, e
o elétron atinge o estado excitado. Neste estado, EXERCÍCIOS
o elétron pode liberar energia, na forma de onda
eletromagnética (luz ou fóton), retornando a uma 1. Relacione os nomes às alternativas:
camada menos energética, mas não pode ocupar
um nível de menor energia que o seu nível de ori- I. Demócrito IV. Chadwick
gem (o do estado estacionário). Esse é o fenômeno II. Dalton V. Rutherford
que ocorre nos fogos de artifício e nas lâmpadas III. Thonsom VI. Bohr
fluorescentes.
( ) É o descobridor do nêutron.
( ) Seu modelo atômico era semelhante a uma
bola de bilhar.
( ) Seu modelo atômico era semelhante a um
“pudim de passas”.
( ) Foi o primeiro a utilizar a palavra átomo.
( ) Considerou a presença de órbitas bem defini- b) Niels Leis ponderais Os elétrons mo-
das aos elétrons, de acordo com sua energia. Borh que relaciona- vimentam-se em
( ) Criou um modelo para o átomo semelhante ao vam entre si torno do núcleo
Sistema Solar. as massas de central positivo
substâncias em órbitas espe-
participantes de cíficas com níveis
reações energéticos bem
2. Assinale as alternativas corretas: definidos.
c) Ernest Experimentos O átomo é
(01) A massa de um próton é aproximada- Ruther- envolvendo o constituído
mente igual à massa de um elétron. ford fenômeno da por um núcleo
(02) Dalton criou a teoria atômica clássica radioatividade central positivo,
com base nas Leis Ponderais das Reações Quími- muito pequeno
cas. em relação ao
(04) A massa de um nêutron é cerca de 1840 tamanho total
vezes maior do que a massa de um elétron. do átomo, po-
(08) No modelo de Rutherford o átomo tem rém com grande
praticamente toda sua massa concentrada num massa, ao redor
do qual orbitam
núcleo pequeno e os elétrons estão a uma grande
os elétrons com
distância do núcleo. carga negativa.
(16) Na teoria de Dalton, átomos de um ele-
mento químico são idênticos. Átomos de substân- d) Joseph Princípios da teo- A matéria é
Thomson ria da mecânica descontínua e
cias diferentes diferem na massa. quântica formada por mi-
(32) Prótons e elétrons têm cargas elétricas núsculas partí-
de mesmo módulo e sinais diferentes. culas indivisíveis
denominadas
átomos.
3. (Ufrgs 2010) A partir do século XIX, a concep- e) Demó- Experimentos so- Os átomos são
ção da ideia de átomo passou a ser analisada crito bre condução de as unidades
sob uma nova perspectiva: a experimentação. corrente elétrica elementares
Com base nos dados experimentais disponíveis, em meio aquoso da matéria e
os cientistas faziam proposições a respeito da comportam-se
estrutura atômica. Cada nova teoria atômica como se fossem
esferas maciças
tornava mais clara a compreensão da estrutura
indivisíveis e
do átomo.
sem cargas.
Assinale, no quadro a seguir, a alterna-
tiva que apresenta a correta associação entre
o nome do cientista, a fundamentação de sua
proposição e a estrutura atômica que propôs. 4. (UFPR 2011) A constituição elementar da ma-
téria sempre foi uma busca do homem. Até o
estrutura início do século XIX, não se tinha uma ideia con-
cientista fundamentação
atômica creta de como a matéria era constituída. Nas
a) John Experimentos O átomo deve duas últimas décadas daquele século e início do
Dalton com raios catódi- ser um fluído século XX, observou-se um grande avanço das
cos que foram in- homogêneo e ciências e com ele a evolução dos modelos atô-
terpretados como quase esféri- micos. Acerca desse assunto, numere a coluna
um feixe de partí- co, com carga da direita de acordo com sua correspondência
culas carregadas positiva, no qual com a coluna da esquerda.
negativamente estão dispersos
denominadas uniformemente
1. Próton
elétrons, os quais os elétrons.
deviam fazer
2. Elétron.
parte de todos os 3. Átomo de Dalton
átomos. 4. Átomo de Rutherford
5. Átomo de Bohr.

( ) Partícula de massa igual a 9,109 × 10-31 kg e


carga elétrica de -1,602 × 10-19 C.
( ) Partícula constituída por um núcleo contendo
prótons e nêutrons, rodeado por elétrons que
circundam em órbitas estacionárias. nada.
( ) Partícula indivisível e indestrutível durante as c) Os elétrons movimentam-se nas órbitas es-
transformações químicas. tacionárias e, nesse movimento, não emitem
( ) Partícula de massa igual a 1,673 × 10−27 kg, energia espontaneamente.
que corresponde à massa de uma unidade d) Os elétrons emitem raios alfa e beta.
atômica. e) Quando um elétron recebe energia suficiente
( ) Partícula que possui um núcleo central dotado do exterior, ele salta para outra órbita mais
de cargas elétricas positivas, sendo envolvido distante do núcleo; o elétron tende a voltar a
por uma nuvem de cargas elétricas negativas. sua órbita original, devolvendo a energia rece-
bida em forma de luz.
Assinale a alternativa que apresenta a nu-
meração correta da coluna da direita, de cima Estão corretos:
para baixo.
a) apenas I, II e V.
a) 2 – 5 – 3 – 1 – 4. b) apenas I, III e IV.
b) 1 – 3 – 4 – 2 – 5. c) apenas II, III e V.
c) 2 – 4 – 3 – 1 – 5. d) I, II, III, IV e V.
d) 2 – 5 – 4 – 1 – 3. e) apenas I, II, III, IV.
e) 1 – 5 – 3 – 2 – 4.

7. (Ufpr 2010) Considere as seguintes afirmati-


5. (Pucmg 2007) Os interruptores brilham no es- vas sobre o modelo atômico de Rutherford:
curo graças a uma substância chamada sulfeto de
zinco (ZnS), que tem a propriedade de emitir um 1. O modelo atômico de Rutherford é tam-
brilho amarelo esverdeado depois de exposta à bém conhecido como modelo planetário
luz. O sulfeto de zinco é um composto fosforescen- do átomo.
te. Ao absorverem partículas luminosas, os elétrons 2. No modelo atômico, considera-se que elé-
são estimulados e afastados para longe do núcleo. trons e cargas negativas circundam em
Quando você desliga o interruptor, o estímulo acaba órbitas ao redor de um núcleo de carga
e os elétrons retornam, aos poucos, para seus luga- positiva.
res de origem, liberando o seu excesso de energia na 3. Segundo Rutherford, a eletrosfera, local
forma de fótons. Daí a luminescência. (Texto adap- onde se encontram os elétrons, possui um
tado do artigo de aplicações da fluorescência e diâmetro menor que o núcleo atômico.
fosforescência, de Daniela Freitas) 4. Na proposição do seu modelo atômico,
A partir das informações do texto, pode- Rutherford se baseou num experimento
-se concluir que o melhor modelo atômico que em que uma lamínula de ouro foi bombar-
representa o funcionamento dos interruptores deada por partículas alfa.
no escuro é o de:
Assinale a alternativa correta.
a) Rutherford
b) Bohr a) Somente a afirmativa 1 é verdadeira.
c) Thomson b) Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras.
d) Heisenberg c) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadei-
ras.
d) Somente as afirmativas 1, 2 e 4 são verdadei-
6. (G1 - ifce 2014) Em 1913, o cientista dinamar- ras.
quês Bohr elaborou uma nova teoria sobre a e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.
distribuição e o movimento dos elétrons. Essa
teoria parte do modelo atômico de Rutherford
e fundamenta-se na teoria quântica da radia- 8. (Ita 2010) Historicamente, a teoria atômica
ção de Max Planck. Em relação à teoria de Bohr, recebeu várias contribuições de cientistas. As-
é correto dizer-se que ela se fundamenta nos sinale a opção que apresenta, na ordem crono-
seguintes postulados: lógica CORRETA, os nomes de cientistas que são
apontados como autores de modelos atômicos.
a) Os elétrons estão localizados na eletrosfera do
átomo. a) Dalton, Thomson, Rutherford e Bohr.
b) Os elétrons descrevem, ao redor do núcleo, b) Thomson, Millikan, Dalton e Rutherford.
órbitas circulares com energia fixa e determi- c) Avogadro, Thomson, Bohr e Rutherford.
d) Lavoisier, Proust, Gay-Lussac e Thomson.
e) Rutherford, Dalton, Bohr e Avogadro. O tubo nas figuras (a) e (b) contém um
gás submetido à alta tensão. Figura (a): antes
de ser evacuado. Figura (b): a baixas pressões.
9. (UFSC-2004-modif.) Rutherford bombardeou Quando se reduz a pressão, há surgimento de
uma fina lâmina de ouro (0,0001 mm de espes- uma incandescência, cuja cor depende do gás
sura) com partículas “alfa”, emitidas pelo Po- no tubo. A figura (c) apresenta a deflexão dos
lônio (Po) contido no interior de um bloco de raios catódicos em um campo elétrico.
chumbo (Pb), provido de uma abertura estrei- Em relação aos experimentos e às teorias
ta, para dar passagem às partículas α por ele atômicas, analise as seguintes afirmações:
emitidas. Envolvendo a lâmina de ouro (Au), foi
colocada uma tela protetora revestida de sulfe- I. Na figura (b), fica evidenciado que os
to de zinco. raios catódicos se movimentam numa
trajetória linear.
II. Na figura (c), verifica-se que os raios cató-
lâmina de Au y dicos apresentam carga elétrica negativa.
partículas a
x III. Os raios catódicos são constituídos por
Po
partículas alfa.
y
bloco de Pb IV. Esses experimentos são aqueles desen-
volvidos por Rutherford para propor a
anteparo com ZnS sua teoria atômica, conhecida como mo-
delo de Rutherford.
Assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S).
As afirmativas corretas são aquelas conti-
01. Partículas α possuem carga elétrica ne- das apenas em
gativa.
02. Partículas α sofrem desvio ao colidirem a) I, II e III.
com elétrons nas eletrosferas dos átomos de Au. b) II, III e IV.
04. O sulfeto de zinco é uma substância com- c) I e II.
posta. d) II e IV.
08. Partículas α sofrem desvio ao colidirem e) IV.
com o núcleo dos átomos de Au.
16. O tamanho do átomo é cerca de 10000 a
100000 vezes maior que o seu núcleo. 11. (UEL- modificada) “O átomo contém um
32. Na figura não foram representadas as núcleo positivo, muito pequeno e denso, com
partículas α que não atravessaram a lâmina. todos os prótons, que concentra praticamente
toda massa. Os elétrons devem estar distribuí-
10. (Fgv 2008) As figuras representam alguns dos em algum lugar do volume restante do áto-
experimentos de raios catódicos realizados no mo.”
início do século passado, no estudo da estrutu-
ra atômica. a) A que cientista pertence esta afirmação?

b) Como ele chegou à conclusão de que o núcleo


é positivo, muito pequeno e que concentra pra-
ticamente toda a massa do átomo?

12. (DAP – 2011) Um dos fenômeno relacionados


à beleza das cores dos fogos de artifício é a cha-
mada luminescência. “A luminescência é a luz
produzida a partir emissão de energia, na forma
de luz, por um elétron excitado, que volta para o
nível de energia menos energético de um átomo.
[...] É uma característica de cada elemento quí-
mico. Ou seja, átomos de sódio quando aqueci-
dos, emitem luz amarela, pela luminescência. Já
os átomos de estrôncio e lítio produzem luz ver-
melha. Os de bário produzem luz verde e assim
por diante”. Adaptado de Miguel A. Medeiros – É o conjunto de átomos de mesmo número
quiprocura.net/fogo.htm atômico (Z). Logo, todos os átomos que apresen-
Considere o esquema abaixo baseado no tarem 11 prótons, ou 11 de número atômico, serão
modelo de Niels Bohr: átomos de Sódio (Na).
1.
4- Íons: Cátions e Ânions
Já sabemos que um átomo é eletricamente
neutro em seu estado normal. No entanto, em de-
terminadas ocasiões, um átomo pode ganhar ou
perder elétrons, transformando-se numa partícu-
la eletrizada, denominada íon.
→ Se o átomo “ganha” elétrons, transforma-
-se numa partícula de carga elétrica negativa, de-
nominada ânion.
Com base no texto, no esquema e nos seus Ex: Oxigênio: 168O ganhando 2 elétrons =
conhecimentos sobre o tema, responda: 16
8
O2-
→ Se o átomo “perde” elétrons, transforma-
a) a) Para ocorrer o fenômeno b, o elétron tem -se numa partícula de carga elétrica positiva, de-
que ganhar ou liberar energia? Como é o nominada cátion.
nome dado a esse evento? Ex: Alumínio: 2711Al perdendo 3 elétrons =
27
11
Al 3+

b) b) qual dos eventos, a ou b, está diretamen-


te relacionado ao fenômeno luminescência?
Explique.

UNIDADE 2: PARTÍCULAS
FUNDAMENTAIS OU ELEMENTARES 5- Isótopos: São átomos que apresentam o
mesmo número de prótons (mesmo Z), mas pos-
Na primeira aula de Química I, aprendemos suem diferentes números de massa.
que o átomo já não é mais indivisível como se pen- Ex.: Isótopos de hidrogênio
sava; e ele é formado por três partículas elemen-
tares: prótons, elétrons e nêutrons. Agora, conhe-
ceremos alguns conceitos relacionados a essas
partículas.

1- Número Atômico (Z): Indica o número de 6- Isóbaros: São átomos de diferentes ele-
prótons existentes no núcleo de um átomo. mentos químicos, mas que apresentam o mesmo
Ex.: 11Na (sódio, Z = 11); possui 11 prótons. número de massa.
Ex.:
*Todo átomo é eletricamente neutro; isto
é, o número de prótons é igual ao número de elé-
trons. 7- Isótonos: São átomos de diferentes ele-
Ex.: Sódio possui 11 prótons e 11 elétrons. mentos químicos, e diferentes números de massa,
mas que possuem o mesmo número de nêutrons.
2- Número de Massa (A): É a soma do nú- Ex.: Boro: 5B11 e carbono: 6C12
mero de prótons com o número de nêutrons do n=6 n=6
núcleo atômico. Indica o número de partículas nu-
cleares no átomo. 8- Isoeletrônicos: São espécies químicas
que possuem o mesmo número de elétrons.
A= Z + N ou Z = A - N Ex: Sódio: 11Na+1, Flúor: 9F-1 e Neônio: 10Ne
e- = 11-1 e- = 9+1 e- = 10
Ex.: Sódio ( ) - 11 prótons e 11 elétrons
12 nêutrons
A =11 prótons + 12 nêutrons= 23 EXERCÍCIOS

3- Elemento Químico (E) 1. Os isótopos de Urânio são representados por


92
U238, 92U235 e 92U234. Preencha a tabela: c) 15 e 17.
d) 20 e 18.
U238 U235 U234 e) 17 e 16.
92 92 92
Nº atômico
Nº de massa 5. (G1 - cftmg 2010) Considere a espécie química
Nº de prótons esquematizada a seguir.
Nº de elétrons
Nº de nêutrons
Nº de partículas
fundamentais

2. (G1 - ifce 2014) São dadas as seguintes infor-


mações relativas aos átomos.

I. X é isóbaro de Y e isótono de Z.
II. Y tem número atômico 56, número de
massa 137 e é isótopo de Z.
III. O número de massa de Z é 138.

O número atômico de X é Sobre essa representação, afirma-se, cor-


retamente, que
a) 55. d) 58.
b) 56. e) 59. a) possui um núcleo neutro.
c) 57. b) apresenta carga total negativa.
c) representa a estrutura de um cátion.
d) contém partículas positivas na eletrosfera.
3. (G1 - UTFPR 2010) Considere as espécies quími- 6. (G1 - UTFPR 2014) O desastre nuclear ocorri-
cas monoatômicas indicadas na tabela abaixo. do na usina nuclear de Fukushima I, localizada
no Japão, tem sido considerado o maior aciden-
te nuclear da história. Devido a este acidente
foram detectados vazamentos principalmente
de 53I137 e 55Cs137, que contaminaram a água pró-
xima da usina. A respeito dessa informação as-
sinale a alternativa correta.

a) Os elementos iodo e césio apresentam o mes-


mo número de nêutrons.
Em relação às espécies químicas monoa- b) Os elementos iodo e césio são isóbaros.
tômicas apresentadas na tabela, pode-se afir- c) O iodo tem número atômico maior que o césio.
mar que: d) A água é uma substância pura simples.
e) O césio tem número de massa maior que o
a) III e IV são de mesmo elemento químico. iodo.
b) V é cátion.
c) III é ânion.
d) II é eletricamente neutro. 7. (G1 - CPS 2015 - adaptada) [...] Na Química, as
e) I e II não são isótopos. ideias ousadas e o gênio audacioso de Mendeleev
renderam-lhe um merecido reconhecimento.
Mas ele não se dedicou exclusivamente à Tabela
4. (Mackenzie 2013) Sabendo-se que dois elemen- Periódica. Já havia estudado a temperatura crí-
tos químicos e são isóbaros, é correto afirmar que tica dos gases e prosseguiu sua vida acadêmica
o número de nêutrons de A e o número atômico de pesquisando a expansão de líquidos e a origem
B são, respectivamente, 3x+3A6x+8 e 2x +8B3x+ 20 do petróleo. Em 1955, o elemento de número atô-
mico 101(Z 101) = da Tabela Periódica recebeu o
a) 15 e 32. nome Mendelévio em sua homenagem. (http://
b) 32 e 16. tinyurl.com/oadx3qe Acesso em: 31.07.2014.
Adaptado) 10. (Uesc 2011) As espécies químicas iônicas
O elemento químico de numero atômico 82Pb2+ e 82Pb4+, provenientes de isótopos
101 apresenta 15 radioisótopos identificados, distintos de chumbo encontrados na natureza,
entre eles os mais estáveis são: 258Md e 260Md. A apresentam
diferença entre os radioisótopos mencionados
é de a) massas atômicas iguais.
b) número de massa e de nêutrons iguais.
a) 2 prótons. c) número atômico e de prótons diferentes.
b) 2 elétrons. d) raios iônicos e configurações eletrônicas
c) 2 nêutrons. iguais.
d) 157 nêutrons. e) configurações eletrônicas com diferentes nú-
e) 159 nêutrons. meros de elétrons.

8. (Unesp 2015) TEXTO PARA A PRÓXIMA QUES- 11. Determine o número atômico e o número de
TÃO: massa de um íon monoatômico com carga +3,
No ano de 2014, o Estado de São Paulo vive que contém 23 elétrons e 30 nêutrons.
uma das maiores crises hídricas de sua história.
A fim de elevar o nível de água de seus reservató-
rios, a Companhia de Saneamento Básico do Es- 12. Considere três átomos M, H e T. Os átomos M
tado de São Paulo (Sabesp) contratou a empresa e T são isótopos; os átomos H e T são isóbaros e
ModClima para promover a indução de chuvas os átomos M e H são isótonos. Determine o nú-
artificiais. A técnica de indução adotada, chama- mero de elétrons de H, sabendo que o átomo M
da de bombardeamento de nuvens ou semeadura tem 20 prótons e número de núcleons 41, e que
ou, ainda, nucleação artificial, consiste no lança- o átomo T tem 22 nêutrons.
mento em nuvens de substâncias aglutinadoras
que ajudam a formar gotas de água. (http://exa-
me.abril.com.br. Adaptado.) UNIDADE 3: NÚMEROS QUÂNTICOS I
Uma das substâncias aglutinadoras que
pode ser utilizada para a nucleação artificial de Números quânticos são um conjunto de nú-
nuvens é o sal iodeto de prata, de fórmula AgI. meros de servem para caracterizar o elétron no
Utilizando os dados fornecidos na Classificação átomo. Cada número quântico nos informa uma
Periódica dos Elementos, é correto afirmar que das característica atribuída a determinado elétron
o cátion e o ânion do iodeto de prata possuem, do átomo.
respectivamente, (dados n° atômico Ag=47/ Existem quarto números quânticos:
I=53)
1. Número quântico principal (n)
a) 46 elétrons e 54 elétrons. 2. Número quântico secundário ou azimutal (l)
b) 48 elétrons e 53 prótons. 3. Número quântico magnético (“m”)
c) 46 prótons e 54 elétrons. 4. Número quântico spin (“s” ou “ms”)
d) 47 elétrons e 53 elétrons.
e) 47 prótons e 52 elétrons. Estudaremos nesta unidade os números
quânticos principal e secundário. Os números
quânticos magnético e spin serão discutidos na
9. (UEM-PR) Some as proposições corretas: próxima unidade.
(01) A massa de um átomo está praticamen-
te concentrada no seu núcleo. 1. NÚMERO QUÂNTICO PRINCIPAL (n)
(02) O que caracteriza um elemento químico
é o seu número de nêutrons. Significado: distância do elétron ao núcleo
(04) O átomo do elemento químico sódio (A e a sua grandeza determina a energia do elétron.
= 23 e Z = 11) é isótopo do elemento magnésio (A = Segundo o modelo de Niels Bohr, os elé-
24 e Z = 12). trons estão distribuídos, na eletrosfera, em cama-
(08) Os átomos em desequilíbrio elétrico se das ou níveis de energia, e quanto mais externo
chamam íons. for o nível, maior será a energia.
(16) Cátion é um íon com excesso de carga
positiva devido à perda de elétrons. camadas K L M N O P Q
valor de n 1 2 3 4 5 6 7
número
2 8 18 32 32 18 8
máximo de e - Deve-se observar que, a ordem energética
é diferente da ordem geométrica (ou ordem dos
O número máximo de elétrons permitido níveis):
pode ser determinado, até certo ponto, pela lei Ex.:
de Rydberg (2n2), que prevê na teoria quantos 26
Fe → 1s2, 2s2, 2p6, 3s2, 3p6, 4s2 ,3d6 - ordem
elétrons podem ser comportados em cada nível. energética.
Na prática, a equação só vale até o quarto nível, 26
Fe → 1s2, 2s2, 2p6, 3s2, 3p6, 3d6, 4s2 - ordem
pois não existem elementos químicos de número geométrica.
atômico (e número de elétrons) tão grande a pon-
te de preencherem completamente os níveis mais Camada de Valência: É a última camada
externos! que é ocupada por elétrons, ou seja, o nível mais
externo. É nesta camada em que ocorrem intera-
2. NÚMERO QUÂNTICO SECUNDÁRIO OU ções químicas entre átomos e de onde são acres-
AZIMUTAL (l) centados ou retirados elétrons de íons.
Subnível mais energético: é o último sub-
2.1. SIGNIFICADO: SUBNÍVEL DE ENERGIA nível ocupado por elétrons.
Sommerfield (1919) propôs a possibilidade Elétron de diferenciação: é o último elé-
dos elétrons girarem ao redor do núcleo em órbi- tron da distribuição eletrônica, ou seja, é o elétron
tas elípticas. Para a mesma energia de uma órbita, mais energético.
haveria várias possibilidades de órbitas elípticas,
e a órbita circular (proposta por Bohr) seria ape- IMPORTANTE: nem sempre a camada de va-
nas uma delas. Então, cada órbita dessas para um lência abriga o subnível mais energético!
mesmo nível, seria considerada um subnível ou
subcamada. Obs.: Para fazer a distribuição eletrônica de
→ Cada subnível corresponde a um número um íon, basta fazer a distribuição do átomo de ori-
quântico secundário (l). gem, e depois adicionar ou retirar os elétrons, da
subníveis s p d f g (?) camada de valência.
valor de l 0 1 2 3 4
Ex.:
número máxi-
2 6 10 14 18 Na+1 - 1s2, 2s2, 2p6, 3s1
mo de e -
11
→ perdeu 1 e-
→ Teoricamente, cada nível contém o seu → 1s2, 2s2, 2p6
número de subníveis – ex. o quarto nível tem 4
subníveis. Ex.:
8
O2- - 1s2, 2s2, 2p4
2.2. DISTRIBUIÇÃO ELETRÔNICA (DIAGRAMA DE → ganhou 2 e-
LINUS PAULING) → 1s2, 2s2, 2p6
A distribuição eletrônica segue a ordem
crescente de energia: os elétrons vão sendo dis- Obs.: estado fundamental x estado ativado
tribuídos na eletrosfera, partindo dos níveis e sub- No estado fundamental, a distribuição ele-
níveis de menor energia para os de maior energia. trônica segue o diagrama de Linus Pauling, mas
Linus Pauling criou um diagrama que facilita o no estado ativado, não. Isso acontece quando o
preenchimento e visualização dos elétrons de um elétron ganha energia, saltando para um nível ou
dado átomo para cada camada e subnível. subnível mais energético (como vimos na unidade
1). Vejamos um exemplo:

3
Li → 1s2, 2s1 - estado fundamental
1s2, 2p1 - estado ativado
1s2, 4s1 - estado ativado

Exercício resolvido:
Determine o número atômico de uma espé-
cie química neutra que apresenta no estado fun-
damental 15 elétrons no quarto nível de energia.
Resolução:
A partir do dado (15 elétrons no quarto ní-
vel), podemos fazer a distribuição eletrônica dessa
espécie, e conseguiremos descobrir seu número c) Z= 15 g) Z= 8
de elétrons: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2 4d7 . d) Z= 26 h) Z= 56
15 e- no quarto nível. O número de elétrons da es- e) Z= 35 i) Z= 29
pécie é 45. Como a espécie é eletricamente neutra f) Z= 11
(p = e-), seu número atômico (Z) também é 45.

Leitura complementar 2. (G1 - ifsp 2014) Silício é um elemento quími-


Antes de nos aprofundarmos no conceito de co utilizado para a fabricação dos chips, indis-
orbitais, devemos deixar claro que a química e a fí- pensáveis ao funcionamento de praticamente
sica passaram por várias transformações em seus todos os aparelhos eletrônicos. Esse elemento
modelos e teorias no início do século XX, em es- possui número atômico igual a 14. Sendo assim,
pecial na década de 1920, com o desenvolvimento o número de elétrons da camada de valência do
da Mecânica Quântica. Os físicos construíram um átomo de silício no estado fundamental é
novo modelo para o átomo, que significaria uma
verdadeira revolução científica e mostraria que a a) 1.
mecânica clássica definitivamente não poderia ser b) 2.
aplicada ao mundo subatômico. Um dos primeiros c) 3.
passos para essas transformações foi a hipótese d) 4.
de que o elétron apresenta um comportamento e) 5.
“dual”, ou seja, ele se comporta tanto como par-
tícula, quanto como onda. Na época em que Bohr
propôs seu modelo, já se admitia a natureza dual 3. (UNAERP – SP) O fenômeno da supercondu-
para a luz. Em 1924, Louis de Broglie pensou na ção de eletricidade, descoberto em 1911, vol-
possibilidade de atribuir esse mesmo comporta- tou a ser objeto da atenção do mundo científico
mento aos elétrons. Com base nessa ideia, Erwin com a constatação de Bednorz e Muller de que
Schröedinger desenvolveu uma equação de onda materiais cerâmicos podem exibir esse tipo de
associada ao elétron, que resultaria no modelo comportamento, valendo um prêmio Nobel a
atualmente aceito. esses dois físicos em 1987. Um dos elementos
Ainda baseado nesse comportamento dual químicos mais importantes na formulação da
do elétron, em 1926, Heisenberg enunciou o Prin- cerâmica supercondutora é o ítrio:
cípio da Incerteza, segundo o qual seria impos-
sível determinar simultaneamente a posição e a
velocidade de um elétron num átomo. Dessa for- 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2 4d1
ma, o modelo de Bohr (órbitas definidas para os
elétrons) seria inadequado, pois contradizia tal O número de camadas e o número de elé-
princípio. trons mais energéticos para o ítrio serão, res-
A equação de Schröedinger resultava numa pectivamente:
grandeza ondulatória que, a partir dessa grande-
za, se determinava a probabilidade de se encon- a) 4e1
trar um elétron em uma região da eletrosfera. Isso b) 5e1
resultou na ideia de orbital, definido como a re- c) 4e2
gião de máxima probabilidade de se encontrar um d) 5e3
elétron. e) 4e3
É importante lembrar que, no modelo de
Bohr, apenas a energia total do elétron estava
quantizada, o que resultava na ideia de níveis de 4. A pedra ímã natural é a magnetita (Fe3O4).
energia associados a um único número inteiro, O metal ferro pode ser representado por 56Fe26
chamado de número quântico. No modelo atual, e seu átomo apresenta a seguinte distribuição
existem quatro números quânticos associados a eletrônica por níveis:
cada elétron.
a) 2 - 8 -16
EXERCÍCIOS b) 2 -8 - 8 - 8
c) 2 -8 - 10 – 6
1. Qual é a configuração eletrônica para os ele- d) 2 - 8 - 14 - 2
mentos químicos que apresentam os seguintes e) 2 - 8 - 18 - 18 – 10
números atômicos?

a) Z= 20 b) Z= 9 5. (PUC-MG) O átomo do elemento Se, tendo


número atômico igual a 34, possui os seguintes Assim, segundo o diagrama de Linus Pau-
níveis de energia: ling, a distribuição eletrônica para o íon ferro
(+3),nesse mineral, é representada da seguinte
a) K, L, M, N, P. maneira:
b) K, L, M.
c) K, L. a) 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d5
d) K, L, M, O. b) 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d6
e) K, L, M, N. c) 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d9
d) 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d3
e) 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d2
6. (G1 - cftrj 2013) Considere as informações,
mostradas abaixo, a respeito de três elementos
genericamente representados pelas letras A, B 9. (UEL 2015) Desde a elaboração dos modelos atô-
e C. Com base nas informações, identifique a al- micos por Dalton, Thomson, Rutherford e Bohr,
ternativa que apresenta a distribuição eletrôni- cientistas como Murray Gell-Man (EUA) e Georg
ca, em subníveis de energia, do átomo C. Zweig (Alemanha) têm desvendado os segredos
• O elemento A apresenta número atô- subatômicos da matéria. Assinale a alternativa
mico 26 e número de massa 56. que apresenta, corretamente, assubpartículas
• O elemento A é isótono do elemento que constituem as partículas atômicasconforme
B. os modelos de Gell-Man e Georg Zweig.
• O elemento B é isóbaro do elemento C
e isoeletrônico do íon C2+ . O elemen- a) Quarks, léptons e bósons.
to B apresenta número de massa 58. b) Elétrons, nêutrons e prótons.
c) Neutrinos e pósitrons.
a) 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d6 d) Núcleo e eletrosfera.
b) 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d8 e) Fótons.
c) 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10
d) 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2 4d10 5p6 6s2
10. Dado o átomo 34Se79

7. (UFPB) Um átomo X de número de massa igual a) Indique a configuração eletrônica no estado


a 63 e número de nêutrons igual a 36, é isótono fundamental para este átomo. Em seguida,
de um átomo Y, de número de massa 64 e isóba- faça a distribuição em ordem geométrica.
ro de um átomo Z que possui 34 nêutrons. Em
relação a esses átomos, é correto afirmar que
as configurações de X+2, Y+2 e Z+2 são, respecti-
vamente, b) Indique a camada de valência e o subnível
de maior energia deste átomo.
a) [Ar] 4s13d8; [Ar] 4s23d5 e [Ar] 4s23d6
b) [Ar] 4s23d5; [Ar] 4s23d6 e [Ar] 4s23d7
c) [Ar] 3d54s2; [Ar] 3d64s2 e [Ar] 3d94s0
d) [Ar] 3d7; [Ar] 3d8 e [Ar] 3d9 c) Determine o número de elétrons na camada
e) [Ar] 4s23d5; [Ar] 4s23d6 e [Ar] 4s13d8 com n = 3 deste átomo.

8. (Cesgranrio 2011) O ferro é bastante utilizado


pelo homem em todo o mundo. Foram identifi- d) Indique o número de elétrons com l = 1 para
cados artefatos de ferro produzidos em torno este átomo.
de 4000 a 3500 a.C. Nos dias atuais, o ferro pode
ser obtido por intermédio da redução de óxidos
ou hidróxidos, por um fluxo gasoso de hidrogê-
nio molecular (H2) ou monóxido de carbono. O
Brasil é atualmente o segundo maior produtor 11. (DAP- 2012) Considere três átomos A, B e
mundial de minério de ferro. Na natureza, o fer- C. Os átomos A e C são isótopos; os átomos B e
ro ocorre, principalmente, em compostos, tais C são isóbaros e os átomos A e B são isótonos.
como: hematita (Fe2O3), magnetita (Fe3O4), side- Sabendo-se que B possui 20 prótons e 20 nêu-
rita (FeCO3), limonita (Fe2O3.H2O) e pirita (FeS2), trons, e que A tem número de massa 39, deter-
sendo a hematita o seu principal mineral. mine:
a) a distribuição eletrônica do íon A+ Vamos representar cada orbital por um qua-
dradinho. Teremos:

b) o número de partículas fundamentais do


átomo C

Cada orbital tem um valor de número quân-


c) o número de elétrons na camada de valên- tico magnético (m), que vai de –l até +l (l = número
cia do íon B2+ quântico secundário) passando por zero, de acor-
do com o subnível:

UNIDADE 4: NÚMEROS QUÂNTICOS II 1.2. DISTRIBUIÇÃO DOS ELÉTRONS NOS ORBI-


TAIS: REGRA DE HUND:
Continuaremos nesta unidade o nosso es- Para preencher cada subnível com os elé-
tudo sobre os números quânticos. Iremos discutir trons, deve-se seguir sempre a seguinte regra:
agora os números quânticos magnético e spin. a) Preencher primeiro cada orbital com elé-
tron desemparelhado, todos com mesmo spin.
1. NÚMERO QUÂNTICO MAGNÉTICO (“M”) b) Quando não houver mais orbitais sem elé-
trons pode-se então colocar os elétrons empare-
Indica o orbital em que o elétron se encontra. lhados.

Princípio da Incerteza de Heisenberg


(1926): é impossível determinar simultaneamente a
posição e a velocidade de um elétron num átomo.
No átomo, pode-se determinar uma região
ao redor do núcleo com maior probabilidade de se
encontrar o elétron.

1.1. ORBITAL
Região do átomo onde existe a máxima pro- Exemplo:
babilidade de se encontrar o elétron. Tomemos o elemento nitrogênio com7 elé-
Cada orbital pode comportar no máximo 2 trons distribuídos da seguinte forma
elétrons. Portanto, cada subnível tem determina-
do número de orbitais.

1. Subnível s: apresenta 1 orbital do tipo s,


com formato esférico, comportando no máximo 2
elétrons
2. Subnível p: apresenta 3 orbitais do tipo seus números quânticos seriam
p (px, py e pz), com formato de hélice (halteres), n=2 por estar na segunda camada
comportando 2 elétrons por orbital, sendo 6 no l=2 por seus últimos elétrons encontrarem
total. no subnível p
3. Subnível d: apresenta 5 orbitais do tipo m=+1 por seu último elétron distribuído en-
d, comportando no máximo 10 elétrons contrar-se no orbital pz
4. Subnível f: apresenta 7orbitais do tipo f,
comportando até 14 elétrons. 2. NÚMERO QUÂNTICO SPIN (“S” OU “MS”)
A seguir estão representadas as formas dos
orbitais s e p. As formas dos orbitais d e f não são Descreve o sentido de rotação do elétron:
estudadas no conteúdo de ensino médio. spin (do inglês significa giro) corresponde a uma
espécie de movimento de rotação que os elétrons
fazem, gerando com isso um campo magnético.
Caso os spins sejam no mesmo sentido (parale-
los) os elétrons se repelirão, caso sejam contrários
(antiparalelos) eles se atrairão. Para que não haja
repulsão entre dois elétrons dentro de um orbital, Portanto: m = 0 (pois é o 5º e-) e s = +1/2 (2º
eles devem ter spins contrários. O valor do spin é e a ocupar o orbital).
-

de +1/2 ou -1/2. Oitavo elétron do nível 2: é o 6º elétron do


Exemplo: Tomemos agora o elemento oxigê- subnível 2p (2s2 2p6). Seus números quânticos se-
nio com 8 elétrons distribuídos rão: n= 2 (segundo nível); l = 1(subnível p).
A sua distribuição nos orbitais do subnível p será:

portanto: m = +1 (pois é o 6º e-) e s = +1/2 (2º


e a ocupar o orbital).
-

Obs.:Como vimos nesse exercício, podemos


Seus números quânticos seriam determinar o conjunto de números quânticos de
n=2 por estar também na segunda camada qualquer elétron em um átomo, lembrando que,
l=2 por seus últimos elétrons encontrarem pelo princípio da exclusão de Pauli, não há dois
no subnível p elétrons num mesmo átomo com o mesmo con-
m=-1 por seu último elétron distribuído en- junto de números quânticos.
contrar-se no orbital px
s=-1/2 ou +1/2. EXERCÍCIOS

Princípio da exclusão de Pauli: Cada elé- 1. Preencha os elétrons nos orbitais dos átomos
tron em um átomo contém um conjunto exclusivo abaixo, de acordo com a Regra de Hund:
de números quânticos; ou seja, não existem elé-
trons em um mesmo átomo que tenham os mes- a) 8
O
mos quatro números quânticos. b) 11
Na
Podemos simplificar o princípio da exclu- c) 20
Ca
são de Pauli: em um orbital pode haver no máxi-
mo 2 elétrons, um com spin -1/2 e outro com spin
+1/2. 2. (UECE 2014) Wolfgang Ernst Pauli (1900–1958),
físico austríaco, estabeleceu o princípio de ex-
Exercício resolvido: clusão, segundo o qual férmions, como é o caso
Sobre um determinado átomo no estado dos elétrons, não podem ocupar o mesmo es-
fundamental, de número atômico 35, determine: tado quântico simultaneamente. Este princípio
(dado: considere que o primeiro elétron no está em consonância com uma das propriedades
orbital tenha s = -1/2) da matéria, conhecida pelos pré-socráticos des-
de os tempos imemoriais, denominada de
a) O conjunto de números quânticos para seu
elétron de diferenciação (elétron mais energé- a) impenetrabilidade.
tico). b) inércia.
b) o conjunto de números quânticos para o oita- c) divisibilidade.
vo elétron do nível 2. d) extensão.

Resolução:
Primeiramente, faremos a distribuição ele- 3. O último elétron distribuído de um átomo de
trônica desse átomo, no estado fundamental: um determinado elemento químico tem a ele
associados os seguintes números quânticos: 4,
1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p5 0, 0 e +1/2. É correto afirmar que:

a) O elétron de diferenciação neste átomo é o 5º a) O átomo tem os seus elétrons distribuídos em


elétron do subnível 4p. três camadas de energias.
Seus números quânticos serão: n= 4 (quarto b) O átomo tem dez elétrons distribuídos em or-
nível); l = 1(subnível p); bitais do tipo p.
c) O último elétron distribuído desse átomo en-
b) a sua distribuição nos orbitais do subnível p contra-se em um orbital do tipo s.
será: d) O número total de elétrons desse átomo é
igual a 16.
e) O valor numérico do numero quântico secun-
dário associado ao penúltimo elétron desse
átomo é igual a dois. a) n=3, l = 0, m=2, s= -1/2
b) n=3, l =2, m=0, s= -1/2
c) n=3, l = 2, m=-2, s= -1/2
4. (Uespi) Dado um átomo 17X o conjunto dos d) n=3, l = 2, m=-1, s= +1/2
quatro números quânticos para o 11º elétron do e) n=3, l = 1, m=0, s= +1/2
subnível p é:
a) 3,1,0 e -1/2 8. Convencionando-se que o primeiro elétron a
b) 3,1,0 e +1/2 entrar em um orbital tem spin = -1/2, determi-
c) 3,1,0 e +1/2 ne o número atômico do elemento, sabendo-se
d) 3,2,0 e -1/2 que o último elétron tem o seguinte conjunto de
e) 3,2,0 e +1/2 números quânticos: n=3, l = 1, m=0, s= +1/2

5. (Ufac) Um elétron localiza-se na camada 2 e


subnível p quando apresenta os seguintes valo-
res de números quânticos:

a) n=4 e l=0 9. (DAP 2011) Certo átomo Y apresenta a seguin-


b) n=2 e l=1 te distribuição eletrônica no subnível 4f:
c) n=2 e l=2
d) n=3 e l=1
e) n=2 e l=0
Determine: (dado: 1º e- spin = -1/2)

6. (Uff 2010) Em 1913, o físico dinamarquês Niels a) o número atômico de Y


Bohr mostrou que as leis da Física Clássica não b) o número de elétrons na camada N
eram válidas para sistemas microscópicos, tais c) o conjunto de números quânticos do elétron
como o átomo e suas partículas constituintes. mais energético de Y
Bohr criou um novo modelo atômico, funda-
mentado na teoria dos quanta de Max Planck,
estabelecendo alguns postulados. Assinale a
opção que apresenta corretamente um dos pos-
tulados de Bohr.

a) O elétron pode-se mover em determinadas ór-


bitas sem irradiar. Essas órbitas estáveis são
denominadas “estados estacionários”.
b) É impossível determinar com precisão a posi-
ção e a velocidade instantâneas de uma par-
tícula.
c) Um mesmo orbital não pode ter mais do que 10. (DAP 2012) O elétron de diferenciação (mais
dois elétrons. Num orbital com dois elétrons, energético) de um átomo se encontra na cama-
um deles tem spin + ½ e o outro - ½. da M, como mostrado abaixo, o subnível ao qual
d) O elétron ao saltar de um nível de energia in- este elétron pertence.
terno E1 para outro mais externo E2 emite um
quantum de energia.
e) Num átomo, não existem dois elétrons com os
quatro números quânticos iguais.
Com base nas informações, responda:

7. (UECE modificada) Considere três átomos, a) Qual é o número atômico do átomo em


A, B e C. Os átomos A e C são isótopos, os áto- questão?
mos B e C são isóbaros e os átomos A e B são b) Faça a distribuição eletrônica em ordem
isótonos. Sabendo que o átomo A tem 20 pró- energética e em ordem geométrica.
tons e numero de massa 41 e que o átomo C tem c) Após fazer o item b), indique a camada de
22 nêutrons, os números quânticos do elétron valência e o subnível mais energético.
mais energético do átomo B são:
Mas o que contribuiu decisivamente para
a classificação atual dos elementos químicos fo-
ram os trabalhos de L. Meyer e Dmitri Mendele-
yev, principalmente neste último, que ordenou os
elementos em ordem crescente de suas massas
atômicas dispondo-os em colunas e fileiras, colo-
cando os elementos de propriedades semelhantes
na mesma vertical. A Lei periódica de Mendele-
yev afirmava que “as propriedades dos elementos
variam periodicamente em função de suas massas
atômicas”.
Entretanto, após a introdução do conceito
11. Considere três átomos cujos símbolos são de número atômico por Moseley, ficou claro que
M, X e Z, e que estão nos seus estados funda- a propriedade fundamental de um átomo não é o
mentais. Os átomos M e Z são isótopos, isto é, peso atômico e sim o número atômico. A Lei pe-
pertencem ao mesmo elemento químico; os riódica atual (de Moseley), afirma que “quando
átomos X e Z são isóbaros e os átomos M e X são os elementos químicos são agrupados em or-
isótonos. Sabendo que o átomo M tem 19 pró- dem crescente de seus números atômicos (Z),
tons e número de massa 39 e que o átomo Z tem observa-se a repetição periódica de várias de
21 nêutrons, responda: suas propriedades”. Essa lei se acha refletida no
que denominamos Tabela Periódica dos Elemen-
a) Faça a distribuição eletrônica do átomo X tos Químicos. A partir dessa atualização, as ta-
e indique o grupo e o período aos quais ele belas passaram a dispor os elementos na ordem
pertence. crescente de seus números atômicos.
b) Determine os números quânticos do elétron
mais energético do átomo X.
Tabelas antigas ⇒ D. Mendeleyev, L. Meyer
Observação: ⇒ ordem crescente de massa atômica
Adote a convenção de que o primeiro elé- Tabelas atuais ⇒ baseadas na lei de Mose-
tron a ocupar um orbital possui o número quân- ley ⇒ ordem crescente de número atômico
tico de spin igual a -1/2.

UNIDADE 5: TABELA PERIÓDICA I 2. CLASSIFICAÇÃO PERIÓDICA ATUAL

1. INTRODUÇÃO E HISTÓRICO

À medida que os elementos químicos foram


sendo descobertos, observaram-se semelhanças
entre as propriedades físicas e químicas em deter-
minados grupos desses elementos. Então torna-
va-se importante a reunião desses elementos em
conjuntos de propriedades semelhantes, ou com
propriedades que variassem gradativamente.
→ Döbereiner (1829) conseguiu reunir os
elementos químicos em grupos de três (“tríades
de Döbereiner”). 2.1. PERÍODOS OU SÉRIES
→ Chancourtois (1862) colocou os elemen- São as sete linhas horizontais da tabela,
tos químicos em ordem crescente de suas massas e indicam o número de camadas eletrônicas. Ele-
atômicas em uma espiral traçada na superfície de mentos de um mesmo período têm o mesmo nú-
um cilindro (parafuso telúrico). Nessas linhas da mero de camadas, número este que coincide com
espiral, os elementos químicos semelhantes fica- a ordem do período.
vam reunidos numa mesma linha vertical.
→Newlands (1864) reuniu os elementos em nº do nº de camadas dos
ordem crescente de suas massas atômicas, e per- período elementos átomos
cebeu que o oitavo elemento era semelhante a 1 2 K
primeiro, o nono era semelhante ao segundo, e as-
2 8 KL
sim por diante, e essa correlação ficou conhecida
como Lei das Oitavas. 3 8 KLM
4 18 KLMN 2 ou IIA ns2 2
5 18 KLMNO 13 ou IIIA ns2 np1 3
6 32 KLMNOP 14 ou IVA ns2 np2 4
7 19 KLMNOPQ 15 ou VA ns2 np3 5
16 ou VIA ns2 np4 6
Abaixo do corpo principal da tabela, há duas 17 ou VIIA ns2 np5 7
linhas. A primeira correspondente à série dos Lan- 18 ou VIIIA ns2 np6 8
tanídeos (ou “terras raras”), que relaciona os ele-
mentos que ocupam simultaneamente a terceira 2.4. ELEMENTOS DE TRANSIÇÃO
casa do 6º período. A segunda linha forma a série São divididos em:
dos Actinídeos, cujos elementos ocupam, ao mes-
mo tempo, a terceira casa do 7º período. A) transição externa ou simples
Pertencentes aos grupos 1B a 8B, e possuem
2.2. GRUPOS OU FAMÍLIAS elétron de diferenciação em subnível d
São as linhas verticais na tabela, que vão Ex: Fe Z = 26
de 1 a 18. Podem também ser classificadas em fa- * 1s2 2s22p6 3s23p6 4s2 3d6
mílias A e B: elementos representativos, que são
os elementos das famílias A (1A a 8A ou zero); e ele- B) transição interna
mentos de transição, são os elementos das famí- Pertencentes às séries dos Lantanídeos e
lias B. Actinídeos, possuindo elétron de diferenciação
colocado em subnível (f)
Ex: Ce Z = 58
* 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2 4d10 5p6 6s2 4f2

Exercício resolvido:
Indique o período e o grupo aos quais per-
tencem os seguintes átomos no estado fundamen-
tal:
a) 56Ba137
b) 15P31

Resolução:
Para localizarmos um elemento representa-
2.3. ELEMENTOS REPRESENTATIVOS OU NOR- tivo na tabela periódica, basta realizarmos a distri-
MAIS buição eletrônica desse elemento. Então:
São os elementos pertencentes aos grupos • 56Ba137 → 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2
1,2 e 13 a 18, correspondendo às famílias A. Alguns 4d 5p6 6s2
10

destes grupos possuem denominações particula- Podemos perceber que o Ba possui 6 cama-
res importantes: das, ou seja, se localiza no 6º período; sua camada
de valência (6 ou P) contém 2 elétrons, isto é, se
1 A ou 1 → metais alcalinos encontra no grupo 2 ou família II A.
2 A ou 2 → metais alcalinos terrosos
6 A ou 16 → calcogênios • 15P31 → 1s2 2s2 2p6 3s2 3p3
7 A ou 17 → halogênios o P possui 3 camadas, ou seja, se localiza no
0 ou 8 A ou 18 → gases nobres 3º período; sua camada de valência (3 ou M) con-
tém 5 elétrons, isto é, se encontra no grupo 15 ou
A principal característica destes elementos família V A.
é que apresentam elétron de diferenciação em
subnível s ou p. EXERCÍCIOS
Ex.: 1 - Ca Z=20
1s2 2s22p6 3s23p6 4s2 1. Preencha a tabela abaixo:

configuração família ou configuração de


grupo ou nº de elétrons na nome da família
da camada de grupo valência
família camada de valência
valência 18 ou VIIIA
1 ou IA ns 1
1 calcogênios
ns2 - np5 classificação e seu nome é oxigênio.
14 ou IVA ns2 - np2 08. É classificado como um metal alcalino
terroso.
2 ou IIA
16. Seu estado físico é gasoso.
metais alcalinos

5. (CEFET-PR) As seguintes configurações ele-


trônicas:
2. Selecione a alternativa incorreta:
I. 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s1
a) Quando Mendeleyev construiu a primeira ta- II. 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p5
bela, colocou os elementos na ordem crescen- III. 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6
te de massa atômica. IV. 1s2 2s2 2p6 3s2 3p2
b) Na tabela atual, os elementos encontram-se
rigorosamente na seqüência crescente de nú- Correspondem, respectivamente, a ele-
mero atômico. mentos das seguintes famílias ou grupos:
c) Os gases nobres possuem, na última camada,
8 elétrons, exceto o hélio, que só possui 2 elé- a) Halogênios, grupo do nitrogênio, gases nobres
trons. e calcogênios.
d) Os elementos de transição interna são chama- b) Calcogênios, gases nobres, halogênios, metais
dos lantanídeos (com 6 camadas) e actinídeos alcalino-terrosos.
(com 7 camadas). c) Metais alcalinos, grupo do nitrogênio, gases
e) A tabela atual tem 18 fileiras horizontais cha- nobres e calcogênios.
madas grupos ou famílias. d) Metais alcalinos, halogênios, gases nobres e
do carbono.
e) Gases nobres, halogênios, metais alcalino-ter-
3. (Uem 2014) Assinale a(s) alternativa(s) corre- rosos e calcogênios.
ta(s) a respeito do elemento químico que apre-
senta a seguinte configuração eletrônica no seu
estado fundamental: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d10 4s2 6. (G1 - ifce 2014) A forma como os elétrons são
4p6 5s2 4d10 5p6 6s2 4f14 5d5 distribuídos entre os orbitais de um átomo é
chamada de configuração eletrônica, que, en-
01) O elemento químico apresenta elétrons nas tre outras informações, pode indicar a que fa-
camadas K, L, M, N, O e P. mília e período da tabela periódica um elemen-
02) O elemento químico é um metal de transi- to químico pertence. Com base nisso, considere
ção do sexto período. três elementos químicos, X, Y e Z, cujos núme-
04) Para se tornar um cátion bivalente, o ele- ros atômicos são 35, 54 e 56. Pela configuração
mento químico perde dois elétrons do subnível eletrônica, é correto afirmar-se que
5d5.
08) O elemento químico apresenta 24 elétrons a) O elemento X localiza-se na família 4A e no 2º
com número quântico secundário l = 1. período da tabela periódica.
16) O elemento químico apresenta todos os b) O elemento Y localiza-se na família 3A e no 5º
seus orbitais preenchidos com elétrons de spin período da tabela periódica.
+1/2 e -1/2. c) O elemento Z localiza-se na família 2A e no 6º
período da tabela periódica.
d) Os elementos X e Y são não metais, mesmo
4. (UFSC-2004) Seja um elemento químico re- pertencendo a famílias e períodos diferentes.
presentado pela notação 16X. e) Os elementos X e Y são metais, mesmo perten-
Com relação ao elemento dado, consulte cendo a famílias e períodos diferentes.
a classificação periódica dos elementos quími-
cos e assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S).
7. (UNESP) Os elementos x A, x + 1B e x + 2C perten-
01. Considerando os elementos N, Se, F, é o cem a um mesmo período da tabela periódica.
Se o elemento que tem propriedades químicas Se B é um halogênio, pode-se afirmar que:
mais semelhantes às de 16X.
02. Sua configuração eletrônica fundamen- a) A tem 5 elétrons no último nível e B tem 6 elé-
tal é 1s2 – 2s2 – 2p4. trons no último nível.
04. Sabe-se que ocupa o terceiro período da b) A tem 6 elétrons no último nível e C tem 2 elé-
trons no último nível. berta científica de um elemento só aconteceu em
c) A é um calcogênio e C é um gás nobre. 1669, quando o alquimista Henning Brand desco-
d) A é um metal alcalino e C é um gás nobre. briu o fósforo. Nos próximos 200 anos após essa
e) A é um metal e C é um ametal. descoberta, dezenas de outros elementos foram
encontrados na natureza. Com isso surgiu a ne-
cessidade de organizá-los, e então os cientistas
8. (FATEC-SP) Imagine que a tabela periódica iniciaram a busca por propriedades que servis-
seja o mapa de um continente, e que os elemen- sem como critério de classificação. Fonte: http://
tos químicos constituem as diferentes regiões www.tabelaperiodicacompleta.com/historia-
desse território. -da-tabela-periodica. Acesso: 13 ago. 2014.
Sobre a Tabela Periódica, leia e analise as
seguintes proposições e assinale a soma da(s)
CORRETA(S).

01) A ordem de disposição dos elementos na


Tabela se dá pelo valor de sua massa atômica.
02) As linhas ou períodos da Tabela Periódi-
ca indicam o número de camadas ou níveis ele-
trônicos que um determinado átomo possui.
04) As linhas verticais na Tabela são deno-
minadas colunas, grupos ou famílias de ele-
mentos e agrupam elementos químicos com
características químicas semelhantes.
A respeito desse “mapa” são feitas as se- 08) Os elementos químicos citados no texto
guintes afirmações: são todos pertencentes a um grupo chamado
elementos de transição.
I. metais constituem a maior parte do terri- 16) O hidrogênio se localiza na coluna 1A e
tório desse continente. tem características químicas semelhantes aos
II. substâncias simples gasosas, não metá- elementos do mesmo grupo, como o sódio e o
licas, são encontradas no nordeste e na potássio.
costa leste desse continente. 32) O potencial de ionização do enxofre é
III. meridiano (isto é, uma linha reta no sen- maior que o potencial de ionização do sódio.
tido norte-sul), atravessam-se regiões
cujos elementos químicos apresentam
propriedades químicas semelhantes. 10. (UFRJ) O carbono apresenta diferentes for-
mas cristalinas alotrópicas. O diamante, de
Dessas afirmações: ocorrência natural rara, tem a mesma estrutu-
ra cristalina do silício e do germânio, os quais
a) apenas I é correta. podem ser empregados na fabricação de dispo-
b) apenas I e II são corretas. sitivos semicondutores. Recentemente, foi des-
c) apenas I e III são corretas. coberto como produzir diamante com pureza
d) apenas II e III são corretas. suficiente para, também, ser utilizado na fabri-
e) I, II e III são corretas. cação de semicondutores.
Identifique, entre os três elementos quí-
micos mencionados, aquele que pertence ao
9. (Ifsc 2015) A Tabela Periódica atualmente terceiro período da tabela periódica. Escreva
adotada no mundo inteiro segue padrões esta- seu símbolo e o número total de elétrons do seu
belecidos pela IUPAC (sigla em inglês da União nível mais energético.
Internacional de Química Pura e Aplicada), mas
a elaboração essencial dela envolveu o trabalho
de várias pessoas ao longo de muitos anos. Em-
bora o químico russo Dmitri Mendeleiev seja fre-
quentemente citado como o inventor da Tabela 11. (Uema 2015) Pesquisas científicas têm mos-
Periódica, outros cientistas antes dele já vinham trado que desejar um alimento específico nem
tentando elaborar um sistema de classificação sempre significa fome ou até mesmo gula: o seu
dos elementos químicos. Elementos como a pra- corpo pode estar querendo passar uma mensa-
ta, o ouro, o cobre e o chumbo já eram conhecidos gem, inclusive de carência de minerais. Ter von-
desde os tempos antigos, mas a primeira desco- tade de chupar gelo pode ser sinal de anemia e
carência de ferro (z = 26); querer muito comer cemos, aumenta o número de camadas do átomo,
queijo, carência de cálcio (z = 20); desejar carne, ou seja, aumenta o raio atômico.
carência de zinco (z = 30); chocolate, carência de Nos períodos: num mesmo período, à medi-
magnésio (z = 12), e, vontade por doces, carên- da que o percorremos, aumenta o número atômi-
cia de cromo (z = 24). Esses minerais apresentam co. Se o número de prótons no núcleo aumenta,
elétrons mais energéticos em seu estado funda- ocorre também um aumento na força de atração
mental que constituem diferenças em relação à sobre os elétrons pelo núcleo. Em conseqüência,
configuração eletrônica, à classificação e à famí- diminui-se o raio atômico.
lia a que pertencem. Fonte: Texto adaptado do
1.
Jornal O ESTADO DO MARANHÃO, caderno vida,
publicado em: 30 ago. 2014.

a) a) Construa a configuração eletrônica para


os elementos cálcio e cromo, justificando as
diferenças existentes.
b) Explique a que família pertencem esses ele- Para íons:
mentos. O raio do cátion é menor que o raio do áto-
mo correspondente. O cátion é formado quando
um átomo perde elétrons. Tendo menos elétrons,
UNIDADE 6: TABELA PERIÓDICA II o núcleo atrai mais fortemente os elétrons restan-
tes, reduzindo-se, assim, o raio do cátion.
PROPRIEDADES DA TABELA PERIÓDICA O raio do ânion é maior que o raio do átomo
correspondente. O ânion é formado quando o áto-
Propriedades aperiódicas: são as proprie- mo ganha elétrons. Com o aumento do número de
dades que só aumentam ou só diminuem com o elétrons, aumenta a repulsão elétron-elétron. Por
número atômico e não se repetem em períodos isso, o raio do ânion é maior.
regulares.
Ex.: à medida que aumenta o número atô- Importante:
mico, sua massa atômica também aumenta; por Para um mesmo elemento, tem-se:
outro lado, o calor específico, diminui. R ânion > R átomo > R cátion.
Para espécies isoeletrônicas: ↑Z ↓R
Propriedades Periódicas: são as proprie-
dades que variam periodicamente com o aumento 2. POTENCIAL OU ENERGIA DE IONIZAÇÃO
do número atômico (ao longo dos períodos), atin- É a energia necessária (fornecida ao átomo)
gindo valores máximos e mínimos em colunas bem para retirar um elétron da camada de valência
definidas da Tabela Periódica. Discutiremos essas de um átomo isolado no estado gasoso. A ener-
propriedades de forma mais detalhada a seguir. gia de ionização tem grande relação com o raio
atômico. Quanto menor o átomo, maior a atração
1. RAIO ATÔMICO do núcleo sobre os elétrons, portanto, maior será
É a distância do núcleo até o elétron mais a energia de ionização.
externo. É ele quem nos dá a ideia do tamanho Quanto menor o período tem-se menos ca-
do átomo. Quanto maior o número de camadas madas, sendo a maior a atração do núcleo. Conse-
ocupadas por elétrons, maior será o raio atômico. quentemente a energia de ionização aumenta de
Num mesmo período o número de camadas dos baixo para cima na tabela.
elementos é o mesmo; então, quanto mais pró- Quanto maior o número atômico tem-se
tons no núcleo, maior será a atração destes sobre mais prótons que atraem mais os elétrons, neces-
os elétrons e, por conseguinte, menor será o tama- sitando fornecer mais energia para arrancar os
nho do átomo. elétrons, portanto ela aumenta da esquerda para
a direita.

Nos grupos (ou famílias): À medida que des-


A primeira energia de ionização é sempre 5. ELETROPOSITIVIDADE OU CARÁTER
a menor. Na medida em que se retiram elétrons, METÁLICO:
os elétrons restantes se aproximam cada vez mais É a tendência que o átomo tem para ceder
do núcleo (diminui o raio) e a tendência é estarem elétron. É o oposto da eletroafinidade. Os metais
cada vez mais atraídos. Consequentemente, a têm alta eletropositividade, por isso, essa proprie-
energia de ionização aumenta, ou seja, a primeira dade também é chamada de caráter metálico.
energia é menor que a segunda, que é menor que
a terceira, e assim por diante.

3ª E.I. > 2ª E.I. >1ª E.I.

Os gases nobres têm energia de ionização


muito elevada, devido à sua alta estabilidade, sem
tendência para perder ou ganhar elétrons!

3. AFINIDADE ELETRÔNICA OU 6. REATIVIDADE:


ELETROAFINIDADE (CARÁTER AMETÁLICO) É a tendência em ganhar ou perder elé-
É a quantidade de energia liberada quan- trons. Para os metais, quanto maior a eletropo-
do um átomo na fase gasosa recebe um elétron. sitividade, maior a reatividade. Para os ametais,
Ou seja, é a tendência do átomo de receber elé- quanto maior a eletroafinidade, maior a reativida-
trons. de. Os gases nobres, por serem estáveis, têm rea-
tividade nula.

Quanto menor o raio atômico, maior a inten-


sidade com que os elétrons são atraídos; maior a
afinidade eletrônica, aumentando então de baixo
para cima, e da esquerda para direita pelo au- 7. PROPRIEDADES FÍSICAS
mento do número de prótons. Os gases nobres,
por serem estáveis, não têm tendência a receber Densidade:
nenhum elétron, ou seja, têm afinidade eletrônica A densidade depende da massa do núcleo,
nula. do tamanho do átomo e do fato de esses átomos
estarem bem compactos ou não. Seguindo a equa-
Para perder elétrons → deve-se fornecer ção d=massa/volume.
energia (processo endotérmico)
Para ganhar elétrons → o átomo libera
energia (processo exotérmico)

4. ELETRONEGATIVIDADE
É a tendência que o átomo tem de atrair elé-
trons numa ligação química. Segue a mesma lógi-
ca da eletroafinidade:
Ponto de Fusão e Ponto de Ebulição

Em temperatura e pressão ambientes (25º C


Fila de eletronegatividade: e 1 atm) encontram-se:
F > O > N > Cl > Br > I > S > C > P > H • No estado GASOSO: Gases nobres, F2,
Cl2, O2, N2, H2
• No estado LÍQUIDO: Br2, Hg c) à temperatura ambiente, todos os metais são sólidos
• No estado SÓLIDO: os elementos restantes. d) Li, Na, K e Rb estão em ordem decrescente de
Obs: O tungstênio (W) é o metal de maior raios atômicos
ponto de fusão (3.422o C). e) o cloro é mais eletronegativo que o carbono,
enquanto que o oxigênio é mais eletronegativo
EXERCÍCIOS que o enxofre
(números atômicos: Li = 3; C = 6; O = 8; Na =
1. (UEL) Considere as afirmações abaixo acerca 11; S = 16; Cl = 17; K = 19; Rb = 37)
da Tabela Periódica e marque a incorreta:

a) Na família 6A, a eletronegatividade aumenta 4. (Fuvest 2014) Observe a posição do elemento


de cima para baixo químico ródio (Rh) na tabela periódica.
b) Os números atômicos dos elementos químicos
aumentam da esquerda para a direita, nos pe-
ríodos. Assinale a alternativa correta a respeito
c) Na família 1A, a energia de ionização aumenta do ródio.
de baixo para cima.
d) A eletronegatividade aumenta da esquerda a) Possui massa atômica menor que a do cobalto (Co).
para direita, nos períodos. b) Apresenta reatividade semelhante à do es-
e) Na família 7A, a temperatura de ebulição au- trôncio (Sr), característica do 5º período.
menta de cima para baixo. c) É um elemento não metálico.
d) É uma substância gasosa à temperatura am-
biente.
2. (UFGRS 2015) Um aficionado do seriado TBBT, e) É uma substância boa condutora de eletricidade.
que tem como um dos principais bordões a pa-
lavra Bazinga, comprou uma camiseta alusiva a
essa palavra com a representação dos seguin- 5. (UFSC) Responda com base nas afirmações:
tes elementos.
a) A diferença entre a segunda e a primeira ener-

Em relação a esses elementos, considere


as afirmações abaixo.

I. Zinco apresenta raio atômico maior que o gia de ionização (E2 –E1) é maior no magnésio
bário. (Z=12) do que no sódio (Z = 11).
II. Zn2+ e Ga3+ são isoeletrônicos. b) O flúor é mais eletronegativo que o cloro.
III. Bário é o elemento que apresenta menor c) A segunda energia de ionização de qualquer
potencial de ionização. átomo é sempre maior que a primeira.
d) Em um período, o raio atômico cresce com nú-
Quais estão corretas? mero de elétrons da última camada.
e) Em um mesmo período, a eletroafinidade
a) Apenas I. cresce com o número de elétrons da camada
b) Apenas II. de valência.
c) Apenas III.
d) Apenas II e III. As afirmações verdadeiras são:
e) I, II e III.
a) III e V
b) I, IV e V
3. (UNICAP-PE) Marque a alternativa correta: c) II, III e V
d) II e V
a) à temperatura ambiente, todos os halogênios e) IeV
são gases
b) os elementos da Tabela Periódica são, na sua
maioria, ametais 6. (Pucmg 2015) Os elementos químicos são
distribuídos na tabela periódica de acordo com
o crescimento do número atômico. Tal distri- Com base nos resultados apresentados e nos
buição faz com que os elementos com proprie- conhecimentos sobre o tema, é correto afirmar:
dades semelhantes fiquem reunidos em uma
mesma coluna e regiões específicas da tabela. a) Os elementos B e D pertencem ao mesmo gru-
Sobre a periodicidade química dos elementos, po na tabela periódica.
leia com atenção os itens a seguir. b) Os elementos A e C são alótropos.
c) Os elementos A e D contêm igual número de
I. Os elementos da família dos metais alcali- níveis de energia.
nos são os elementos químicos que apre- d) Os elementos B e E são isótopos.
sentam maior energia de ionização. e) Os elementos C e E possuem o mesmo número
II. O raio atômico é a distância medida entre de elétrons na camada de valência.
dois núcleos em uma ligação química.
III. Os elementos da família dos halogênios 9. (UEL 2009 2ªf) Os gráficos I e II estão repre-
são os elementos químicos que apresen- sentando aleatoriamente os 7 elementos quími-
tam maior afinidade eletrônica. cos representativos do 3º período e o do 5º pe-
IV. A eletronegatividade é a tendência que ríodo, respectivamente, sem os gases nobres. O
um átomo possui de atrair os elétrons de gráfico I representa o tamanho dos átomos e o
outro átomo em uma ligação química. gráfico II a energia de ionização dos átomos.

São afirmativas CORRETAS:

a) I, III e IV
b) II, III e IV
c) II e IV, apenas
d) III e IV, apenas

7. (Uece 2015) O Brasil detém 98% das reservas


mundiais de nióbio, que apresenta numerosas
aplicações industriais como, por exemplo, em
fabricação de joias, implantes hiperalergêni-
cos, eletrocerâmicas, imãs supercondutores,
máquinas de ressonância magnética, ligas me-
tálicas, moedas especiais e na produção de aço.
Sobre o nióbio, analise as afirmações abaixo e
assinale a única alternativa verdadeira. (dado:
Nb z=41, V z=23)

a) Seu elétron diferencial se localiza na penúlti-


ma camada.
b) Trata-se de um elemento representativo.
c) Sua eletronegatividade é inferior à do vanádio.
d) Pertence ao quarto período da tabela periódica.

8. (UEL 2006 – 2ª f) Alunos do ensino médio ob-


tiveram dados referentes ao raio atômico de Consultando a tabela periódica e compa-
alguns elementos representativos e, a partir rando os gráficos I e II, é correto afirmar que es-
desses resultados, construíram o gráfico a se- tão na mesma família ou grupo somente
guir mostrando os valores dos raios atômicos
dos cinco elementos representativos e denomi- a) Os átomos da posição Y nos gráficos I e II
nados genericamente por A, B, C, D e E. Esses b) Os átomos da posição T nos gráficos I e II
elementos estão em ordem crescente e conse- c) Os átomos da posição Z nos gráficos I e II
cutiva de número atômico. d) Os átomos das posições G e H nos gráficos I e II
e) Os átomos das posições M e D nos gráficos I e II
atômicos crescem de cima para baixo e, nas li-
10. (UERJ-2007) O comportamento químico e fí- nhas horizontais, os raios atômicos crescem da
sico dos elementos tem relação direta com suas direita para a esquerda.
propriedades periódicas. Observe, no gráfico 1,
parte das energias de ionização de um elemen- a) Explique por que o raio atômico do elemen-
to representativo do terceiro período da tabela to sódio é maior do que o raio atômico do
de classificação periódica. elemento cloro.

b) Escreva a fórmula e o nome do sal composto


pelos elementos lítio, carbono e oxigênio,
(Adaptado de RUSSEL, John Blair. Química sabendo que o carbono se encontra no seu
geral. São Paulo: Makron Books, 1994.) mais alto grau de oxidação.

Observe, agora, no gráfico 2, as afinida-


des eletrônicas de 48 elementos da tabela de
classificação periódica. Considere que o ele- 12. (Uerj 2015) Para que os fogos de artifício
mento de menor número atômico representado produzam cores diferentes, os fabricantes mis-
pertence ao segundo período da tabela. turam à pólvora sais de alguns metais, como os
da tabela a seguir

Nomeie o elemento que corresponde ao Considerando as informações da tabe-


gráfico 1, justificando sua resposta. Em segui- la acima, identifique o metal alcalino terroso
da, identifique o grupo da tabela de classifica- responsável pela cor prateada e apresente a
ção periódica ao qual pertencem os elementos fórmula mínima do cloreto formado por esse
do gráfico 2 que apresentam as quatro maiores elemento; em seguida, aponte a coloração obti-
afinidades eletrônicas. da pelo metal que possui menor raio atômico e
determine seu número de oxidação quando na
forma de cátion.

11. (UFRJ) A tabela a seguir complementa as in-


formações contidas no primeiro e no segundo
período da tabela periódica e mostra os raios
atômicos, em picômetros, de alguns elementos:

Note que, nas colunas verticais, os raios


GABARITOS UNIDADE 3
1. a) 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2
UNIDADE 1 b) 1s2 2s2 2p5
1. IV, II, III, I, VI e V c) 1s2 2s2 2p6 3s2 3p3
2. 46 d) 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d6
3. C e) 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p5
4. A f) 1s2 2s2 2p6 3s1
5. B g) 1s2 2s2 2p4
6. C h) 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2 4d10 5p6 6s2
7. D i) 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s1 3d10 (exceção ao diagra-
8. A ma de Linus Pauling )
9. 60 2. d
10. C 3. b
11. a) Ernest Rutherford 4. d
b) Experiência de Rutherford: a maioria das 5. d
partículas alfa atravessou a fina lâmina de 6. c
ouro como se nada tivesse à sua frente; algu- 7. e
mas partículas atravessaram a lâmina, porém, 8. b
sofrendo desvio e poucas não atravessaram a 9. a
lâmina de ouro. Isso o levou a concluir que o 10. a) 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p4 (ordem ener-
núcleo é muito pequeno( a maioria das partí- gética); 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d10 4s2 4p4 (ordem
culas não se chocou com o núcleo) positivo ( geométrica)
desviou por repulsão algumas partículas alfa, b) c.v.= 4, subnível mais energético 4p (ou p do
que também são positivas) e que concentra nível 4 ou N)
praticamente toda a massa do núcleo ( as c) 18
poucas que sequer atravessaram a lâmina de d) 16
ouro). 11. a) 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6
12. a) ganha energia; salto quântico b) 59
b) Evento a. No o estado excitado (situação ini- c) 8 elétrons
cial do evento a), o elétron pode liberar ener-
gia, na forma de onda eletromagnética (luz UNIDADE 4
ou fóton), retornando a uma camada menos 1.
energética, o que pode ser observado nos fo-
gos de artifício.

UNIDADE 2
1.
U238 U235 U234 2. a
92 92 92
3. c
Nº atômico 92 92 92
4. b
Nº de massa 238 235 234 5. b
Nº de prótons 92 92 92 6. a
Nº de elétrons 92 92 92 7. c
Nº de nêutrons 146 143 142 8. 17
9. a) Z= 58
Nº de partículas b) 20
330 327 326
fundamentais c) 4; 3; -2; -1/2.
2. a 10. a) Z= 26;
3. a b) ordem energética: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d6;
4. e ordem geométrica: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d6 4s2
5. c c) camada de valência: 4, subnível mais ener-
6. b gético: 3d ou d do terceiro nível.
7. c 11. a) 1s2, 2s2, 2p6, 3s2, 3p6, 4s2, → 4° período, gru-
8. c po 2 (famíia IIA).
9. 25 b) n = 4; l = 0;m = 0; s = +1/ 2
10. e
11. Z=26 e A= 56
12. 21
UNIDADE 5
1.
família ou configuração de
nome da família
grupo valência

18 ou VIIIA gases nobres ns2 np6


16 ou VIA calcogênios ns2 np4
17 ou VIIA halogênios ns2 - np5
14 ou IVA carbono ns2 - np2
metais alc.
2 ou IIA ns2
Terrosos
1 ou IA metais alcalinos ns1
2. e
3. soma =11 (1+2+8)
4. 01
5. d
6. c
7. c
8. e
9. 02 + 04 + 32 = 38
10. Silício → 14 Si : 1s2 2s2 2p6 3s2 3p2 → 4 e- na c.v.
11. d; e

UNIDADE 6
1. a
2. d
3. e
4. e
5. c
6. d
7. a
8. c
9. a
10. Enxofre. O elemento deve possuir 6 elétrons
em sua camada de valência, já que há uma
descontinuidade entre a 6ª e a 7ª energia de io-
nização, indicando uma mudança de camada.
-Grupo 17 (VII A).
11. a) Como o átomo de cloro tem maior núme-
ro atômico, há uma maior atração do núcleo
sobre os elétrons, fazendo com seu raio seja
menor.
b) Li2CO3
12. O metal alcalino terroso responsável pela cor
prateada é o magnésio. Fórmula mínima do clo-
reto formado pelo magnésio: MgCl . 2 Coloração
obtida pelo metal que possui menor raio atômi-
co, ou seja, pelo lítio (segundo período da tabe-
la periódica): vermelha. Número de oxidação do
lítio na forma de cátion (grupo 1): +1.
QUÍMICA 2
UNIDADE 1 UNIDADE 4
INTRODUÇÃO MASSA ATÔMICA, MASSA MOLECULAR E
MOL
UNIDADE 2
SUBSTÂNCIAS PURAS OU MISTURAS UNIDADE 5
QUANTIDADE DE MATÉRIA
UNIDADE 3
SEPARAÇÃO DE MISTURAS UNIDADE 6
CÁLCULO ESTEQUIOMÉTRICO
UNIDADE 1: INTRODUÇÃO MUDANÇAS DE ESTADO FÍSICO
As variações de estado ocorrem, em geral,
Química é o ramo da ciência que estuda: pela variação de temperatura e pressão.
• a matéria; Cada passagem de estado recebe um nome
• as transformações da matéria; particular. Observe o esquema:
• e a energia envolvida nestas transforma-
ções.

O estudo que iniciamos agora vai detalhar e


aprofundar cada um desses tópicos.

MATÉRIA

Tudo que tem massa e ocupa lugar no espaço.


Observação: Sistema é qualquer porção li-
mitada de matéria que vai ser submetida ao nosso
estudo. Por exemplo: ao estudarmos a resistência
de uma barra de ferro, dizemos que a barra é o sis-
tema em estudo FENÔMENOS FÍSICOS E QUÍMICOS

TIPOS DE SISTEMA Fenômeno é qualquer transformação sofri-


da por um sistema.
• Homogêneo – apresenta uma única fase*.
Ex: água, água e álcool, ar atmosférico... FENÔMENOS FÍSICOS
Ocorre quando não se verifica a formação
• Heterogêneo – apresenta duas ou mais fases. de nova substância no sistema.
Ex: água e óleo, granito, água e gelo... Exemplo: solidificação da água, sublimação
do iodo.
*Fase: cada porção visualmente uniforme de
um sistema. FENÔMENOS QUÍMICOS
Ocorre quando se verifica a formação de
ESTADOS FÍSICOS DA MATÉRIA nova substância no sistema.
Exemplos: formação de ferrugem, queima
Existem 3 estados físicos: sólido, líquido e (combustão), liberação de gás (efervescência) e
gasoso. Eles se diferenciam basicamente pelo grau formação de precipitados.
de energia que suas partículas (átomos ou molécu-
las) apresentam resultando numa maior proximi- EXERCÍCIOS
dade ou distância entre elas.
1. (UNESP) O naftaleno, comercialmente conhe-
cido como naftalina, empregado para evitar
baratas em roupas, funde em temperaturas
superiores a 80ºC. Sabe-se que bolinhas de naf-
talina, à temperatura ambiente, têm suas mas-
sas constantemente diminuídas, terminando
por desaparecer sem deixar resíduos. Esta ob-
servação pode ser explicada pelo fenômeno da:

Esquema da organização das partículas a) fusão


b) sublimação
c) solidificação
d) liquefação
e) ebulição

2. (UEL) O fenômeno físico da sublimação ca-


racteriza-se pela transição do estado

a) sólido para o estado vapor.


b) vapor para o estado líquido. improvisado é usado em regiões desérticas da
c) sólido para o estado líquido. Austrália.
d) líquido para o estado sólido.
e) líquido para o estado vapor.

3. (Unitau) Em 1994, tivemos várias florestas


queimadas. Podemos afirmar que:

a) as queimadas são fenômenos físicos.


b) as queimadas são fenômenos químicos.
c) gerou-se muita chuva.
d) houve mudança de estado da matéria com as
queimadas.
e) as queimadas causaram uma diminuição da
poluição mundial. a) Que mudanças de estado ocorrem com a
água, dentro do “aparelho”?

4. (G1-ccampos) Transformações físicas ocorri-


das na matéria por mudanças de suas proprie-
dades físicas, como temperatura e pressão, b) Onde, dentro do “aparelho”, ocorrem estas
podem trazer grandes proveitos para a huma- mudanças?
nidade. Qual dentre as transformações citadas
a seguir NÃO é física?

a) Produção do gelo. c) Qual destas mudanças absorve energia e de


b) Separação do oxigênio do ar atmosférico. onde esta energia provém?
c) Separação do sal da água do mar.
d) Obtenção do hidrogênio da água.
e) Preparação do café.

7. (Unicamp) Qual o estado físico (sólido, líquido


5. (PUC-MG) Considere os experimentos equa- ou gasoso) das substâncias da tabela a seguir,
cionados: quando as mesmas se encontram no Deserto
da Arábia, à temperatura de 50 °C (pressão am-
biente = 1atm)?

Assinale os experimentos que represen-


tam fenômenos químicos.

a) I, II, III e IV
b) I, III, V e VI
c) II, III, V e VI
d) I, IV, V e VI

6. (Unicamp) A figura adiante mostra o esque-


ma de um processo usado para a obtenção de
água potável a partir de água salobra (que con-
tém alta concentração de sais). Este “aparelho”
UNIDADE 2: SUBSTÂNCIAS PURAS E ratura durante a fusão e/ou ebulição. Graficamen-
MISTURAS te temos três possíveis situações:

Todo material é formado por átomos. A ma-


neira como esses átomos se colocam, os seus ti-
pos e suas quantidades são o que diferenciam em
dois os tipos de materiais que conhecemos:
- Substância Pura
- Mistura

SUBSTÂNCIAS PURAS

Substância pura é um tipo de material úni-


co, isento de outros materiais, e que apresenta
constantes físicas bem definias.
As substâncias puras são classificadas em:

• Substância Pura Simples


São formadas por átomos de um mesmo
elemento químico. MISTURA EUTÉTICA
Ex: Oxigênio (O2), ozônio (O3), hidrogênio Mistura que apresenta ponto de fusão cons-
(H2), enxofre (S(r)) tante.
Ex: liga metálica constituída de 62%, em
• Substância Pura Composta massa, de estanho e 38% de chumbo.
São formadas por átomos de elementos quí-
micos diferentes.
Ex: Ác.Clorídrico (HCl), amônia (NH3), água
(H2O), gás carbônico (CO2).

Uma substância pura mantém a temperatu-


ra constante durante a fusão e a ebulição.

MISTURA AZEOTRÓPICA
Mistura que apresenta ponto de ebulição
constante. Ex.:Álcool 96°GL (96% álcool e 4% água,
ALOTROPIA em volume).
Diferentes substâncias simples formadas
pelo mesmo elemento.
Ex: C(grafite) e C(diamante), O2(g) e O3(g).

MISTURAS

Reunião de duas ou mais substâncias.


Ex: Água do mar, gasolina, ouro 18K (75%
ouro e 25% cobre), aço (Fe e C), bronze (Cu e Sn), ar
atmosférico, etc.

As misturas não têm valores fixos de pro-


priedades físicas.
Uma mistura apresenta variação de tempe-
Número de fases de uma mistura 3. Assinalar a alternativa falsa:
As misturas podem ser classificadas de
acordo com número de fases presentes: a) O sangue é uma mistura heterogênea.
b) As misturas são formadas por dois ou mais
MISTURA HOMOGÊNEA componentes.
Apresenta uma só fase ao ser examinada c) As misturas eutéticas se comportam como
tanto a olho nu, quanto ao microscópio. substâncias puras durante a fusão.
Ex: água do mar, álcool 96ºGL, ar atmosféri- d) As misturas azeotrópicas se comportam como
co, vinagre e ouro 18K. substâncias puras durante a fusão.
e) A mistura de gases constitui sempre uma única fase.
MISTURA HETEROGÊNEA
Apresenta duas ou mais fases ao ser exami-
nada tanto a olho nu, quanto ao microscópio. 4. (FUVEST-SP) Bronze, gelo seco (CO2 sólido) e
Ex: Água e óleo, leite, sangue, granito diamante, são respectivamente:

Obs: é importante não confundir as fases a) mistura, substância simples e substância


com os componentes* de uma mistura. composta
*Componente: cada substância participante da mis- b) mistura, substância composta e substância
tura. simples
Ex: Mistura de água, gelo e areia apresenta: c) substância composta, mistura e substância
três fases e dois componentes. simples
d) substância composta, substância simples e
EXERCÍCIOS mistura
e) substância simples, mistura e substância com-
1. (MACK-SP)- Relativamente às substâncias es- posta
quematizadas na figura, podemos afirmar que:

5. (UFRN) A água mineral filtrada (sem gás) é:

a) uma substância pura


b) uma mistura heterogênea
a) Todas são compostas. c) uma mistura homogênea
b) Todas são moléculas monoatômicas. d) uma substância composta
c) Todas são formadas por átomos que possuem
o mesmo número atômico.
d) Somente uma delas é formada por átomos de 6. O ar atmosférico filtrado é:
elementos químicos diferentes.
e) Somente uma delas é formada por átomos de a) uma substância pura
mesmo elemento químico. b) uma mistura
c) um elemento químico
d) de composição ignorada
2. (VUNESP-SP) O rótulo de uma garrafa de água e) um sistema heterogêneo
mineral está reproduzido a seguir:

Composição Química provável: 7. Obtêm-se misturas homogêneas, quando se


Sulfato de cálcio 0,0038mg/l. misturam, em qualquer proporção, água e:
Bicarbonato de cálcio 0,0167 mg/l.
a) álcool etílico
Com base nesses dados, podemos classi- b) gasolina
ficar a água mineral como: c) dióxido de carbono
d) iodeto de sódio
a) substância pura. e) oxigênio
b) substância simples.
c) mistura heterogênea.
d) mistura homogênea. 8. Quantas fases e quantos componentes apre-
e) suspensão coloidal. senta um sistema formado por 4 cubos de gelo,
um pouco de sal totalmente dissolvido em água
e um pedaço de granito?
UNIDADE 3: SEPARAÇÃO DE tação do sólido, pode-se recorrer à centrifugação.
MISTURAS A decantação é muito usada para separar líquidos
imiscíveis, onde se utiliza o funil de decantação ou
A Química trabalha basicamente com subs- funil de bromo
tâncias puras, porém, no ambiente, as substâncias Ex: Separação de uma mistura entre água e
geralmente apresentam-se na forma de misturas. óleo.
Logo, é importante para um químico saber como
separar os componentes de uma mistura. Esses
processos de separação também são conhecidos
como Análise Imediata ou Processo de Fraciona-
mento.

SEPARAÇÃO DOS COMPONENTES DE


MISTURA HETEROGÊNEA

CATAÇÃO
Procedimento mais comum, onde com a
própria mão pode-se separar componentes bom
de tamanho.
Ex: escolher grãos.

FILTRAÇÃO
A separação se faz através de uma superfície
porosa denominada filtro; o componente sólido fi-
cará retido sobre sua superfície, separando-se as-
sim do líquido ou gás que o atravessa.
Ex: Separação de uma mistura de água e
areia.

SEPARAÇÃO MAGNÉTICA
Com auxílio de um imã, pode-se separar pe-
daços de metais de outros sólidos.
Ex: Ferro e enxofre.

LEVIGAÇÃO
Consiste em separar dois sólidos por meio
de uma corrente de água. Assim separa-se o ouro
das areias auríferas. Passando uma corrente de
água sobre a mistura, a areia é carregada enquan-
to o ouro, que é mais denso, deposita-se. Ex: Sepa-
ração do ouro do cascalho.

FLOTAÇÃO SEPARAÇÃO DOS COMPONENTES DE


Trata-se a mistura com um líquido de densi- MISTURA HOMOGÊNEA
dade intermediária em relação às dos componen-
tes. O componente menos denso que o líquido flu- DESTILAÇÃO SIMPLES
tuará, separando-se assim do componente mais Utilizada na separação dos componentes
denso, que se depositará. O líquido empregado das misturas homogêneas sólido-líquido. Consis-
não deve, contudo, dissolver os componentes. te em aquecer a mistura até a ebulição do com-
Ex: Separação de uma mistura areia-serra- ponente líquido, o qual se separa da mistura sob
gem, utilizando água. a forma de vapor ,sendo resfriado (condensação)
em outro recipiente.
DECANTAÇÃO Ex: Dessalinização da água do mar.
Deixa-se a mistura em repouso até que o
componente sólido tenha-se depositado comple-
tamente. Remove-se, em seguida, o líquido, entor-
nando-se cuidadosamente o frasco, ou com auxílio
de um sifão (sifonação). Para acelerar a sedimen-
OUTROS PROCESSOS DE SEPARAÇÃO DE
MISTURAS

SUBLIMAÇÃO
A sublimação é aplicável quando apenas um
dos componentes da mistura é sublimável. Desse
modo é purificado o iodo.

DESTILAÇÃO FRACIONADA
Utilizada na separação dos componentes
das misturas homogêneas líquido-líquido. Aque-
cendo-se a mistura em um balão de destilação, os
líquidos destilam-se na ordem crescente de seus
pontos de ebulição e podem ser separados.
Ex: Separação do petróleo em seus deriva-
dos.

Dissolução fracionada: é aplicável quando


apenas um dos componentes da mistura é solúvel
num dado líquido. Por exemplo, ao se colocar uma
mistura de sal comum e areia em água, o sal irá se
dissolver, enquanto a areia não. Por meio da de-
cantação podemos separar a solução de água e sal
da areia e, por evaporação, recuperamos o sal.

EXERCÍCIOS

1. (UFPE) Relacione a coluna de cima com a de


baixo, considerando a melhor técnica para se-
parar as seguintes misturas:

1. limalha de ferro e enxofre


2. óleo e água
3. areia e naftaleno
4. açúcar e sal
5. bronze (Cu e Sn)

( ) sublimação
( ) decantação
( ) imantação
( ) fusão fracionada
( ) cristalização

2. (CARLOS CHAGAS) A separação dos compo-


nentes de uma solução aquosa homogênea de
cloreto de sódio pode ser feita por:

CRISTALIZAÇÃO a) destilação
É um processo físico utilizado para separar b) decantação
e purificar sólidos. A água do mar contém vários c) filtração
sais, porém, em uma salina com evaporação lenta d) adição de mais água
da água, o sal comum (cloreto de sódio) cristaliza- e) adição de mais cloreto de sódio
-se antes dos outros sais e é separado.
3. O fracionamento do petróleo em várias fra- 7. (UEL 2010) O processamento para a obtenção
ções de valor comercial é baseado no fato de de vacinas inclui algumas técnicas de separação
que as frações têm diferentes: como decantação, centrifugação e filtração, co-
muns na etapa de esterilização. Com relação às
a) densidades técnicas de separação, assinale a alternativa
b) pontos de ebulição correta.
c) viscosidades
d) afinidades pelo hidrogênio a) A filtração comum é realizada sob ação da gra-
e) solubilidades em água vidade.
b) Em uma mistura contendo íons amônio e íons
sulfato, os íons são separados por decantação.
4. (UEL) A destilação fracionada pode ser usada c) Em uma solução aquosa de açúcar, o açúcar dis-
na separação dos: solvido na água é separado por centrifugação.
d) A decantação, a centrifugação e a filtração uti-
a) elementos químicos que compõe o clorofór- lizam filtros para a separação.
mio, CHCl3. e) Em uma mistura de água e álcool etílico, estas
b) componentes da mistura azeotrópica água-e- substâncias são separadas por decantação.
tanol.
c) componentes do ar liquefeito.
d) sais minerais existentes na água potável. 8. (UFG) As técnicas de separação dos compo-
e) metais que formam o latão (Cu e Zn). nentes de uma mistura baseiam-se nas proprie-
dades físico-químicas desses componentes. As-
sim, considerando os sistemas, apresentados a
5. Para separar da melhor maneira possível os seguir (figuras 1, 2 e 3), associe as misturas às
três componentes de uma mistura de areia com figuras que representam os equipamentos ade-
solução aquosa de sal, devermos: quados a suas separações, bem como às pro-
priedades físico-químicas responsáveis pela
a) filtrar e destilar utilização da técnica. Justifique suas escolhas.
b) destilar e filtrar
c) decantar e filtrar
d) filtrar e decantar
e) destilar e decantar

6. (UFOP) Um aluno encontrou em um labora-


tório três frascos contendo três misturas biná-
rias, conforme descrito a seguir.

1ª Mistura: heterogênea, formada por dois


sólidos
2ª Mistura: heterogênea, formada por dois Sistema
líquidos a) Água e sulfato de bário
3ª Mistura: homogênea, formada por dois b) Água e tetracloreto de carbono
líquidos cujos pontos de ebulição diferem em 20 °C c) Água e etanol

Marque a alternativa que indica os pro- Propriedade


cessos de separação mais adequados para re- 1) Temperatura de ebulição
cuperar as substâncias originais na 1ª, 2ª e 3ª 2) Solubilidade
misturas, respectivamente. 3) Densidade

a) filtração, decantação e destilação simples


b) evaporação, destilação simples e decantação 9. (UFRJ) Um dos critérios utilizados pelos quí-
c) decantação, destilação simples e destilação micos para classificar as substâncias leva em
fracionada consideração, principalmente, o tipo de ele-
d) sublimação, decantação e destilação fracionada mento e o número de átomos desse elemento.
e) evaporação, destilação francionada e decan- Muitas propriedades são decorrentes dessas
tação combinações. A tabela a seguir contém proprie-
dades de algumas substâncias.
leculares Modernas. São Paulo: Edgard Blücher
Ltda., 2009. p.18-19.)

Sobre os processos de obtenção de ouro


empregados no final do século XVI, assinale a
alternativa correta.

a) Em que estado físico se encontra a glicerina a) Ao considerar que o sal presente no minério é
num dia muito frio, com a temperatura pró- o PbS, o emprego do vinagre tem como finali-
xima a 0°C ? dade evitar a dissolução desse sal.
b) A amálgama ouro-mercúrio é uma mistura
azeotrópica, por isso é possível separar o ouro
do mercúrio.
c) A destilação da amálgama composta por ouro
b) Uma mistura de eugenol e glicerina pode ser e mercúrio é considerada um processo de fra-
separada por adição de água? Justifique. cionamento físico.
d) A separação do mercúrio do ouro, por meio da
destilação, ocorre por um processo de vapori-
zação chamado de evaporação.
e) É possível separar a amálgama ouro-mercúrio
por meio de destilação porque o ouro é mais
10) (UEL – 2015) “No início do século XVII, a quí- denso que o mercúrio.
mica começou a despontar como ciência, com
base na química prática (mineração, purificação
de metais, criação de joias, cerâmicas e armas UNIDADE 4: MASSA ATÔMICA, MASSA
de fogo), química médica (plantas medicinais) e MOLECULAR E MOL
crenças místicas (busca pela Pedra Filosofal). A
figura 3 representa a vista do interior de um labo- Toda medida é na verdade uma comparação
ratório de análise de minerais do final do século com um padrão escolhido adequadamente. Quan-
XVI, utilizado para amalgamação de concentra- do se diz que uma determinada pessoa tem massa
dos de ouro e recuperação do mercúrio pela des- igual a 60 kg, isso significa que, em comparação ao
tilação da amálgama. O minério, contendo ouro padrão - massa de 1 kg -, a massa dessa pessoa é
e alguns sais à base de sulfeto, era inicialmente 60 vezes maior.
tratado com vinagre (solução de ácido acético) Para se chegar ao padrão kg, pegou-se uma
por 3 dias; em seguida, era lavado e, posterior- massa de determinadas proporções feitas de um
mente, esfregado manualmente com mercúrio material inerte (no caso uma liga de platina e irí-
líquido para formar amálgama mercúrio-ouro dio) e a essa massa deu-se o nome 1 quilograma.
(detalhe B na Figura ). A destilação da amálgama È assim que se escolhe um padrão. Para medir a
para separar o ouro do mercúrio era realizada em massa de um caminhão, o kg não é adequado, ne-
um forno chamado atanor (detalhe A na Figura)”. cessita-se de um outro padrão denominado tone-
lada. Já um colar de ouro deve ter sua massa com-
parada ao padrão grama.
Mas qual seria o padrão adequado para me-
dir a massa dos átomos?
Átomos são entidades extremamente pe-
quenas que não se pode ver ou pegar; assim, não
é possível medir suas massas diretamente, mas é
possível estabelecer uma relação entre as massas
dos átomos de diferentes elementos químicos.
Para determinar a massa de um átomo, foi
necessária a escolha de um padrão que lhe fosse
compatível. Esse padrão é denominado unidade
de massas atômica (u) e será estudada a seguir.

UNIDADE DE MASSA ATÔMICA (u)

(Adaptado de: GREENBERD, A. Uma Breve


História da Química da Alquimia às Ciências Mo-
camente igual à sua massa atômica.
Esse padrão de unidade equivale a 1/12 da Assim, por exemplo, dadas as massas atômi-
massa do átomo de carbono isótopo 12. cas do ferro (56 u), prata (108 u) e oxigênio (16 u),
Dessa forma, massa atômica pode ser defi- teremos:
nida como a massa de um átomo em unidade de Massa molar do ferro = 56 gramas
massa atômica (u). Assim, quando se diz que o Massa molar da prata = 108 gramas
elemento químico Oxigênio tem massa atômica Massa molar do oxigênio = 16 gramas
aproximadamente igual a 16, isso significa que: a
massa de um átomo do elemento químico oxigê- MASSA MOLAR DE UMA SUBSTÂNCIA
nio é aproximadamente 16 vezes maior que 1/12 A massa molar de uma substância é a massa
da massa de 1 átomo de carbono isótopo 12. (em gramas) de 6,02x1023 moléculas da mesma.
Os valores das massas atômicas dos ele- A massa molar é a massa da substância, em
mentos são tabelados e não precisam ser memo- gramas, numericamente igual à sua massa mole-
rizados. cular.
Para termos a massa molar de uma substân-
MASSA MOLECULAR cia, devemos, inicialmente calcular a sua massa
molecular.
O cálculo prático da massa molecular é feito
pela soma das massas atômicas de todos os áto-
mos que constituem uma molécula. EXERCÍCIO – EXEMPLO:
O cálculo nos exemplos a seguir foi feito Calcule a massa molar do Fe2(SO4)3, dado: Fe
multiplicando-se o número de vezes que o átomo = 56; S = 32; O = 16.
aparece na fórmula pela respectiva massa atômi-
ca do elemento e, em seguida, somando-se os va- RESOLUÇÃO:
lores encontrados. Massa molecular do Fe2(SO4)3 = (2.56) + (3.32)
Exemplo: + (12.11) = 400 u
Assim a massa molar do Fe2(SO4)3 é 400 g.
*Massa molecular da H2O, dados: H = 1; O = 16
m = (2.1)+(1.16) = 18 u
*Massa molecular da CO(NH2)2, dados: C = UNIDADE 5: QUANTIDADE DE
12; O = 16; N = 14; H = 1 MATÉRIA
m = (1.12) + (1.16) + (2.14) + (4.1) = 60 u
A grandeza quantidade de matéria tem
MOL E MASSA MOLAR como unidade o mol (plural: mols).
A quantidade de matéria (n) é dada pela re-
CONCEITO DE MOL lação:
A palavra mol vem do latim e significa um
amontoado ou pilha de pedras colocadas no mar, massa
muitas vezes, como quebra-mar. Por analogia, o n=
termo mol representa um amontoado de átomos,
massa molar
moléculas, elétrons ou outras partículas.
Esse amontoado contém sempre 6,02x1023 EXERCÍCIO – EXEMPLO:
unidades, daí a sua analogia com a dúzia (12 uni- Qual a quantidade de matéria (n) presente
dades). em 45 g de água, considerando que a massa molar
Dessa forma, em um mol de qualquer coisa da água é 18 g?
existem 6,02x1023 unidades.
Assim: RESOLUÇÃO:
Uma dúzia de grãos são 12 grãos;
Um mol de grãos sãos 6,02x1023 grãos;
Um mol de elétrons são 6,02x1023 elétrons;
Um mol de átomos são 6,02x1023 átomos.
O número 6,02x1023 é conhecido como nú- A resolução pode ser feita também por meio
mero de Avogadro . de uma regra de três simples

MASSA MOLAR DE UM ELEMENTO 1 mol água —


A massa molar de um elemento é a massa X mol água —
(em gramas) de 6,02x1023 átomos do mesmo. A 18g
massa molar do elemento é, em gramas, numeri- 45g
e) 0,5 mol de NH3

6. (UFMT) Cerca de 18% da massa do corpo hu-


mano provém de átomos de carbono presen-
tes em diferentes compostos. Com base nesse
ATENÇÃO: Nos vestibulares, é muito fre- dado, a quantidade em mols de átomos de car-
quente questões exigirem do aluno a capacidade bono existente no corpo de um indivíduo que
de conversão entre massa, número de partículas e pesa 100 kg deve ser, aproximadamente:
quantidade de matéria. Por isso, nunca se esqueça Dado: massa atômica do carbono = 12u
que:
a) 1,0 . 103 c) 2,0 . 103 e) 3,0 . 103
1mol ⇔ massa molar ⇔ 6,02x10 unidades
23
b) 1,5 . 103 d) 2,5 . 103

EXERCÍCIOS
7. (Mackenzie) A quantidade de átomos de mer-
1. Calcule a massa molecular: cúrio, presentes num termômetro que contém
Dados: H=1u C=12u, O=16u, S=32u, 2,0 g desse metal, é igual a:
Ca=40u, Al=27u Dado: massa molar do Hg = 200 g/mol

a) O2 e) H2SO4 a) 4,0.102 d) 1,5.1025


b) CO2 f) Ca(OH)2 b) 1,2.1023 e) 6,0.1021
c) H2O g) Al2(SO4)3 c) 2,4.1026
d) C 2 H6
8. (ITA) Considere as afirmações de I a V feitas
em relação a um mol de H2O:
2. Quantos átomos de Hidrogênio estão presen-
tes numa massa de 16u de H2. I. Contém 2 átomos de hidrogênio.
II. Contém 1 átomo de oxigênio.
a) 2 c) 8 e) 32 III. Contém 16g de oxigênio.
b) 4 d) 16 IV. Contém um total de 10 mols de prótons
3. Quantos átomos de oxigênio estão presentes nos núcleos.
numa massa de 54u de H2O V. Pode ser obtido a partir de 0,5 mol de oxi-
gênio molecular.
a) 1 c) 3 e) 5
b) 2 d) 4 Destas afirmações estão CORRETAS:

a) Apenas I e II.
4. (Alterado F.G.V.) Considere que a cotação do b) Apenas I, II e III.
ouro seja R$ 50,00 por grama. Que quantidade c) Apenas III e V.
de átomos de ouro, em mols, pode ser adquiri- d) Apenas III, IV e V.
da com R$ 49.250,00? e) Todas.
Dados: Au = 197 u

a) 1,0 9. (FATEC) Uma das formas de medir o grau de


b) 2,0 intoxicação por mercúrio em seres humanos é
c) 3,0 a determinação de sua presença nos cabelos. A
d) 4,0 Organização Mundial da Saúde estabeleceu que
e) 5,0 o nível máximo permitido, sem risco para a saú-
de, é de 50 ppm, ou seja, 50x10-6g de mercúrio
por grama de cabelo. (Ciência Hoje, vol. 2, núme-
5. (UEL) Em qual das seguintes amostras há maior ro 61, p. 11). Nesse sentido, pode-se afirmar que
número de moléculas? Dados: H = 1u, O = 16u essa quantidade de mercúrio corresponde a:

a) 3,0.1024 moléculas de C2H6 1,5 . 1017 átomos de Hg.


b) 10 mols de CO2 1,5 . 1023 átomos de Hg.
c) 17g de H2O2 1,5 . 106 átomos de Hg.
d) 1,5 mols de H2SO4 150 bilhões de átomos de Hg.
200 milhões de átomos de Hg. CO2 gasoso e 3 mols de H2O.
Lembre-se de que 1 mol é o número de Avo-
Dados: gadro (6,02x1023) de partículas.
Massa molar do mercúrio = 200 g/mol Massa molar é a massa, em gramas, de
Número de Avogadro = 6,0 . 1023 6,02x1023 partículas do material. A massa molar é
numericamente igual à massa molecular da subs-
tância.
10. (FUVEST) A concentração de íons fluoreto Um mol de qualquer gás, nas Condições
(F-) em uma água de uso doméstico é de 5,0x10­5 Normais de Temperatura e Pressão – CNTP – (T =
mol/litro. Se uma pessoa tomar 3,0 litros dessa 0oC; P = 1 atm) ocupa o volume de 22,4 litros.
água por dia, ao fim de um dia, a massa de fluo-
reto, em miligramas, que essa pessoa ingeriu é Dadas as massas molares: C2H6O (46g/mol);
igual a: O2 (32g/mol); CO2 (44g/mol) e H2O (18g/mol) pode-
Dado: massa molar de fluoreto: 19,0 g/ -se montar o quadro a seguir:
mol; 1 g = 1000 mg

11. (G1 – cftce) Cada página de um livro de Quí-


mica Geral de 200 páginas consumiu em média
10 mg de tinta. Qual o número de átomos de
carbono em média, utilizados para a impressão
desse livro, supondo que 90% da massa de tinta
seja constituída pelo elemento carbono?
Número de Avogadro = 6,0 × 1023 ; C = 12 g/mol
12. (UNITAU) Qual a massa em gramas de
uma molécula de açúcar comum ou sacarose
(C12H22O11)?
Dados: C = 12u, H = 1u, O = 16u
Número de Avogadro = 6,02x1023

UNIDADE 6: CÁLCULO
ESTEQUIOMÉTRICO
O cálculo estequiométrico é usado para de-
terminar a quantidade de reagentes que devem
ser usados e, conseqüentemente, de produtos que
serão obtidos numa reação química. Esse cálculo
pode ser feito em massa, quantidade de matéria,
número de átomos ou moléculas e em volume das
substâncias envolvidas, e baseia-se nos coeficien-
tes da equação química corretamente balancea-
da. É de extrema importância em laboratório e em
todo ramo industrial que envolva uma transforma-
ção química.
Quantidade dos reagentes usados e dos
produtos obtidos
Os cálculos estequiométricos baseiam-se
nos coeficientes da equação. É importante saber
que, numa equação balanceada, os coeficientes
nos dão a proporção em mols dos participantes da
reação.
Assim, observando uma equação balancea-
da como:

1C2H6O + 3O2 → 2CO2 + 3H2O

Devemos saber que ela indica que 1 mol de


C2H6O reage com 3 mols de O2 para dar 2 mols de
EXERCÍCIO – EXEMPLO
Na reação: N2(g) + 3H2(g) → 2NH3(g)

Nas CNTP a água é sólida


Qual o volume de NH3 que se obtém quando

3 mols de H2O

3 . 6,02 . 1023
se reagem totalmente 3g de H2 com excesso de N2?

3 .18g
(massa molar do H2: 2g/mol)
3H2O
Como resolver uma questão de cálculo es-
tequiométrico?

Quando nos deparamos com uma questão


assim, devemos proceder da seguinte maneira:
1º. Devemos achar, interpretando o proble-
+

e
e

e
ma, qual é a substância que ele deu o valor no pro-
blema e qual ele quer que você ache o valor:
2 mols de CO2

2 . 6,02 . 1023
N2(g) + 3H2(g) → 2NH3(g)
2 . 22,4L
2 . 44g
2CO2

Espécie dada: H2
Espécie pedida: NH3

2º. Olhando na reação química, balanceada,


devemos fazer uma relação em mols entre as es-
formando
formando

formando

formando

pécies dada e pedida:


N2(g) + 3H2(g) → 2NH3(g)


3 mols de O2

3 . 6,02 .1023

H2 NH3
3 . 22,4L
3 . 32g

3 mols 2 mols
3O2

3º. Agora devemos transformar essa relação


de mols nas mesmas unidades do problema, tanto
na espécie dada quando na pedida:
reagem com

reagem com

reagem com

reagem com

H2 - g – unidade de massa
+

3 mols em g: 6g
NH3- volume (unidade de volume: L)
2 mols em L: 44,8 L
Nas CNTP o etanol é líquido

H2 NH3
3 mols 2 mols
1 mol de C2H6O

6g 44,8 L
1 . 6,02 . 1023
1C2H6O

1 . 46g

4º. Estabelecemos a regra de três, colocando


os dados do problema e um x na espécie pedida:

H2 NH3
6g — 44,8 L
3g — x
em número de moléculas

5º. Terminamos a conta, calculando o valor


de x.
em volume
em massa
relações

em mols

6x = 134,4 ⇒ x = 134,4 ⇒ x = 22,4 L

EXERCÍCIOS

1. Numa reação de neutralização, 10,00g de áci-


do sulfúrico são adicionados a 7,40g de hidróxi-
do de cálcio. Sabe-se que um dos reagentes está no Brasil?
em excesso. Após completar a reação, restarão: Observação: 1 tonelada (1t) = 106g
Massas atômicas relativas: C (12); O (16).
H2SO4 + Ca (OH)2 → CaSO4 + 2 H2O
a) 204.450
Dados: M. molares (g/mol): H2SO4 = 98; b) 150.650
Ca(OH)2= 74 e CaSO4 = 136. c) 340. 750
d) 184.350
a) 0,02g de H2SO4 e) 304.450
b) 0,20g de H2SO4
c) 0,26g de Ca(OH)2
d) 2,00g de H2SO4 5. (FUVEST) Uma das maneiras de impedir que
e) 2,00g de Ca(OH)2 o SO2, um dos responsáveis pela “chuva ácida”,
seja liberado para a atmosfera é tratá-lo pre-
viamente com óxido de magnésio, em presença
(CARLOS CHAGAS) – Testes 2 e 3 de ar, como equacionado a seguir:
Em uma experiência em que se aqueceu
carbonato de cálcio em cadinho de porcelana, MgO(s) + SO2(g) + 1/2O2 → MgSO4(s)
ocorreu a reação:
MASSAS MOLARES
CaCO3(s) → CaO(s) + CO2(g) SO2 64g/mol
MgO 40g/mol
Os dados obtidos foram:
Cadinho vazio → 20,0g
Cadinho + amostra (antes do aquecimento) Quantas toneladas de óxido de magnésio
→ 30,0g são consumidas no tratamento de 9,6x103 tone-
Cadinho + amostra (após o aquecimento) → 25,6g ladas de SO2?
Dados: Ca (40u); C (12u); O (16u)

6. (UnB) Um operário faz, diariamente, a limpe-


2. (CARLOS CHAGAS) A diferença “30,0g – 25,6g” za do piso de mármore de um edifício com áci-
representa a massa de: do muriático. Sabe-se que o ácido ataca o már-
more, desprendendo gás carbônico, segundo a
a) CaCO3(s) que se decompôs. equação:
b) CaCO3(s) no início do experimento.
c) CaCO3(s) que restou, sem se decompor. CaCO3 + 2HCl → CaCl2 + H2O + CO2
d) CaO(s) que se formou.
e) CO2(g) que se formou. Supondo que, em cada limpeza, ocorre a
reação de 50g de mármore, qual o volume de
gás carbônico formado, por dia, nas condições
3. (CARLOS CHAGAS) Quantos gramas de óxido normais de temperatura e pressão? Massa mo-
de cálcio se formaram? lar do CaCO3: 100g/mol

a) 4,40g
b) 5,60g 7. (FUVEST) O isoctano é um combustível auto-
c) 10,0g motivo. A combustão desse material ocorre na
d) 3,20g fase gasosa. Dados a massa molar do isoctano
e) 8,70g igual a 114g/mol, o volume molar de gás nas
“condições ambiente” igual a 25L/mol e a com-
posição do ar (em volume): O2 = 20% e N2 = 80%.
4. (UNICAMP) Em 2000 foram consumidos, em
nosso país, cerca de 164 bilhões (164 x 109) de a) Escreva a equação balanceada da reação de
cigarros. A massa de um cigarro que é quei- combustão completa do isoctano, usando
mada corresponde a aproximadamente 0,85g. fórmulas moleculares.
Considerando que 40% da massa do cigarro
seja do elemento carbono, quantas toneladas b) Calcule o volume de ar, nas “condições am-
de dióxido de carbono (CO2) aproximadamente, biente”, necessário para a combustão com-
os fumantes lançaram na atmosfera em 2000, pleta de 228g de isoctano.
8. As reações a seguir podem ocorrer na queima menor do que o da água. Desse modo, a técni-
de magnésio ao ar. ca adequada para realizar essa separação é a
destilação.
Mg(s)+ 1/2O2(g) → MgO(s) FIG. 2) A e 2. O sulfato de bário é insolúvel em
água, podendo-se separá-lo da água utilizan-
3Mg(s)+ N2(g) → Mg3N2(s) do-se a técnica da filtração, desse modo, en-
quanto a água passa pelo filtro, o sulfato de
Uma amostra de 0,243g de magnésio foi bário fica retido.
queimada ao ar, sendo totalmente transforma- FIG. 3) B e 3. O tetracloreto de carbono é mais
da em 0,436g de produto sólido. denso do que a água e as substâncias são imis-
cíveis. Quando em um funil de separação, o
a) O material resultante é MgO puro? Justifi- tetracloreto de carbono vai se depositar abai-
que sua resposta. xo da água e, desse modo, escoará primeiro,
ocorrendo a separação das substâncias.
9. a) Sólido
b) Sim. Pois a glicerina é solúvel em água e o
eugenol não é solúvel em água.
b) Que quantidade (em mols) de Mg3N2 se for- 10. c
maria se a massa indicada de magnésio fos-
se totalmente convertida no nitreto? UNIDADE 5
(Massas molares em g/mol): Mg = 24,3; O 1. a) 32u
= 16,0; N = 14,0). b) 44u
c) 18u
d) 30u
GABARITO e) 98u
f) 74u
UNIDADE 1 g) 342u
1. b 2. d
2. a 3. c
3. b 4. e
4. d 5. b
5. b 6. b
6. a) evaporação e liquefação 7. e
b) A evaporação na superfície da água salobra 8. d
e a liquefação na superfície do plástico. 9. a
c) A evaporação, que absorve energia do Sol. 10. 2,8 mg
7. clorofórmio – líquido, éter etílico – gasoso, eta- 11. 9x1022 átomos de carbono
nol – líquido, fenol – líquido, pentano – gasoso. 12. 5,68x10 -22 g

UNIDADE 2 UNIDADE 6
1. d 1. b
2. d 2. e
3. d 3. b
4. b 4. a
5. c 5. 6x103 ton
6. b 6. 11,2 L;
7. a 7. a) C8H18 + 25/2 O2 → 8 CO2 + 9 H2O;
8. Cinco fases e cinco componentes. b) V ar = 3125 L;
8. a) Não, se o material sólido resultante fosse só
UNIDADE 3 MgO puro a massa seria 0,403g e não 0,436g.
1. 3, 2, 1, 5, 4 b) Nº de mols do Mg3N2 = 3,3 x 10 -3 mol
2. a
3. b
4. c
5. a
6. d
7. a
8. FIG. 1) C e 1. O etanol tem ponto de ebulição
GABARITO e) 98u
f) 74u
UNIDADE 1 g) 342u
1. b 2. d
2. a 3. c
3. b 4. e
4. d 5. b
5. b 6. b
6. a) evaporação e liquefação 7. e
b) A evaporação na superfície da água salobra 8. d
e a liquefação na superfície do plástico. 9. a
c) A evaporação, que absorve energia do Sol. 10. 2,8 mg
7. clorofórmio – líquido, éter etílico – gasoso, eta- 11. 9x1022 átomos de carbono
nol – líquido, fenol – líquido, pentano – gasoso. 12. 5,68x10 -22 g

UNIDADE 2 UNIDADE 6
1. d 1. b
2. d 2. e
3. d 3. b
4. b 4. a
5. c 5. 6x103 ton
6. b 6. 11,2 L;
7. a 7. a) C8H18 + 25/2 O2 → 8 CO2 + 9 H2O;
8. Cinco fases e cinco componentes. b) V ar = 3125 L;
8. a) Não, se o material sólido resultante fosse só
UNIDADE 3 MgO puro a massa seria 0,403g e não 0,436g.
1. 3, 2, 1, 5, 4 b) Nº de mols do Mg3N2 = 3,3 x 10 -3 mol
2. a
3. b
4. c
5. a
6. d
7. a
8. FIG. 1) C e 1. O etanol tem ponto de ebulição
menor do que o da água. Desse modo, a técni-
ca adequada para realizar essa separação é a
destilação.
FIG. 2) A e 2. O sulfato de bário é insolúvel em
água, podendo-se separá-lo da água utilizan-
do-se a técnica da filtração, desse modo, en-
quanto a água passa pelo filtro, o sulfato de
bário fica retido.
FIG. 3) B e 3. O tetracloreto de carbono é mais
denso do que a água e as substâncias são imis-
cíveis. Quando em um funil de separação, o
tetracloreto de carbono vai se depositar abai-
xo da água e, desse modo, escoará primeiro,
ocorrendo a separação das substâncias.
9. a) Sólido
b) Sim. Pois a glicerina é solúvel em água e o
eugenol não é solúvel em água.
10. c

UNIDADE 5
1. a) 32u
b) 44u
c) 18u
d) 30u
QUÍMICA 3
UNIDADE 1 UNIDADE 4
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA NOMENCLATURA I
QUÍMICA ORGÂNICA
UNIDADE 5
UNIDADE 2 NOMENCLATURA II
REPRESENTAÇÃO DAS FÓRMULAS

UNIDADE 3 E 4
CLASSIFICAÇÃO DAS CADEIAS CARBÔNICAS
UNIDADES 1: INTRODUÇÃO AO → Compostos inorgânicos: compostos ex-
ESTUDO DA QUÍMICA ORGÂNICA traídos do reino mineral.
Com base nessa divisão e em experiências
IMPORTÂNCIA DA QUÍMICA ORGÂNICA realizadas em laboratório, Berzelius enunciou a
teoria da força vital, segundo a qual compostos
Você já deve ter ouvido falar sobre o DNA e orgânicos necessitam de uma força maior para
o petróleo nos jornais e revistas, temas hoje tão serem sintetizados, ou seja, só poderiam ser pro-
discutidos no nosso cotidiano. Mas será que exis- duzidos por seres vivos, animal ou vegetal, e nunca
te alguma relação entre duas coisas tão distintas? em laboratório. Berzelius também foi o primeiro a
Existe, ambos são formados por moléculas deno- utilizar o termo Química Orgânica.
minadas compostos orgânicos. Em 1828 F. Wöhler abalou as bases da teoria
da força vital, sintetizando em laboratório a uréia
-um composto orgânico- a partir de um composto
inorgânico.

Dos aproximados dez milhões de compos-


tos conhecidos atualmente, mais de 90% são
compostos orgânicos. Uma molécula classificada Essa descoberta estimulou o mundo cien-
como orgânica pode fragmentar-se, e seus átomos tífico em uma busca por um conceito melhor de
adquirem novas disposições, por meio de numero- química orgânica.
sos processos. Há também tantos outros métodos
pelos quais se adicionam a essas moléculas mais Conceito Atual
átomos, e outros pelos quais se substituem uns Em 1848 Gmelin chamou a atenção para o
átomos por outros. Os principais objetivos da quí- fato de que todos os compostos orgânicos con-
mica orgânica constituem na identificação destas tinham carbono e, em meados de 1858, Kekulé
reações, no modo como elas se realizam, e na de- apresentou a definição atual:
terminação das suas possíveis aplicações na sínte-
se/produção de compostos. Química Orgânica é a parte da Química que
A química orgânica é a química dos combus- estuda os compostos do elemento Carbono.
tíveis fósseis, das moléculas presentes nos orga-
nismos vivos, dos polímeros (borrachas, plásticos), Contudo, existem alguns compostos que em-
dos corantes, tintas, produtos farmacêuticos, do bora possuam carbono na sua composição, não são
papel, dos nossos alimentos, do nosso vestuário, classificados como orgânicos, pois suas proprieda-
dos sabões e detergentes, dos narcóticos, insetici- des estão mais próximas dos compostos inorgâni-
das, dentre várias outras substâncias. cos, e são chamados de compostos de transição.
Ela é fundamental para a biologia e medici- Exemplos: grafite (C(Graf)), diamante (C(diam)) monóxi-
na. A bioquímica é o estudo das moléculas e rea- do de carbono (CO), dióxido de carbono (CO2), ácido
ções químicas sobre as quais se baseia a vida. Os carbônico (H2CO3), ácido cianídrico (HCN), sais deri-
processos biológicos são, em última análise, expli- vados do H2CO3 e HCN, ou seja, carbonatos e ciane-
cados pela química orgânica, pois excluída a água, tos, por exemplo, CaCO3, Na2CO3, KCN, NaCN.
os organismos vivos são formados principalmente
por compostos orgânicos. Características dos compostos orgânicos
Os compostos orgânicos diferenciam-se dos
CONCEITO E HISTÓRICO inorgânicos por uma série de características.

A primeira separação da Química em Inor- COMPOSIÇÃO


gânica e Orgânica ocorreu por volta de 1777, pro- Os compostos orgânicos são constituídos
posta por T. O. Bergman: os compostos químicos basicamente por quatro elementos, denominados
eram divididos em duas classes, conforme sua ori- elementos organógenos: C, H, O e N. Podem ha-
gem: ver também outros elementos, como P, S e Cl, mas
→ Compostos orgânicos: compostos ex- em menor quantidade de compostos.
traídos dos seres vivos.
COMBUSTÃO existirem milhões de compostos orgânicos. Essa
Como todos compostos orgânicos contêm propriedade fica evidente até mesmo na forma de
carbono e a imensa maioria possui hidrogênio, a substância simples, como no grafite e no diaman-
queima completa dessas substâncias pode ser es- te.
crita como:
Composto orgânico + O2 → CO2 + H2O

PONTOS DE FUSÃO E EBULIÇÃO


Os compostos orgânicos sendo, de modo
geral, moleculares apresentam pontos de fusão e
de ebulição baixos.

SOLUBILIDADE
Os compostos orgânicos em geral, são solú-
veis em solventes apolares e insolúveis em solven-
tes em solventes polares como a água.

POSTULADOS DE KEKULÉ
Em 1859, Kekulé apresentou uma teoria para
explicar a estrutura dos compostos orgânicos:

1º Postulado - Tetravalência
O Carbono é tetravalente ou tetracovalente
(estabelece quatro ligações covalentes com outros Obs: Átomos do elemento carbono podem
átomos). Exemplo: se unir por ligação covalente formando as macro-
moléculas grafite e diamante (figura anterior). Em
nível microscópico vemos que ambos se diferem
na maneira como os átomos de carbono se ligam.
Diferentes substâncias simples formadas por um
mesmo elemento químico são chamadas de aló-
tropos. Tal fenômeno é chamado de alotropia.

Obs: vale lembrar que o carbono só faz qua- TIPOS DE LIGAÇÕES ENTRE OS ÁTOMOS DE
tro ligações devido ao fenômeno da hibridação de CARBONO
orbitais, assunto discutido na apostila 1.
Dois átomos de carbono podem estar uni-
2º Postulado - Igualdade das quatro va- dos por uma, duas e até três ligações covalentes
lências (representada por tracinhos), formando o que de-
Explica-se o fato de o Carbono apresentar nominamos de simples, dupla e tripla ligação res-
as quatro valências iguais por meio da existência pectivamente.
de apenas um composto CH3CI, denominado clo- Exemplos:
ro-metano ou cloreto de metila.
Simples ligação

Dupla ligação
Se as quatro valências fossem diferentes, H2C = C = CH2
deveríamos ter quatro moléculas diferentes.
Como só existe um composto com a fórmu- Tripla ligação
la CH3Cl, as quatro moléculas devem ser iguais e, H–Cº→C–H
conseqüentemente, as quatro valências se equiva-
lem. Obs. Mais uma vez lembrando da hibrida-
ção de orbitais, quando o carbono faz somente
3º Postulado – Encadeamento simples ligações, a hibridação é do tipo sp3; na
Os átomos de carbono podem ligar-se en- ligação dupla, sp2, e na tripla, sp. Dessa forma,
tre si, formando cadeias, o que explica o fato de as ligações serão do tipo sigma – σ (sp3-...) para o
carbono que faz simples ligações; σ (sp2-...) e pi - π 3. (UFPR) A respeito dos compostos orgânicos, é
(p-p) para carbono que faz uma dupla; e σ (sp- ...) correto afirmar que:
e π (p-p) para carbono que faz uma tripla ou duas
duplas ligações. (01) Os compostos orgânicos somente podem
ser sintetizados pelos organismos vivos, daí a
TIPOS DE CARBONO qualificação de orgânicos.
(02) Os compostos orgânicos são compostos
Os átomos de carbono que fazem parte de de carbono, embora algumas substâncias que
uma cadeia carbônica podem ser classificados em contém esse elemento sejam estudadas tam-
função do número de átomos de carbono ligados bém entre os compostos inorgânicos (CO2, HCN,
diretamente ao átomo que se deseja classificar. etc.).
Assim podemos ter em uma cadeia: (04) A existência de um grande número de com-
→ Carbono primário: liga-se diretamente, postos de carbono está relacionada com a ca-
no máximo, a outro átomo de carbono. pacidade do átomo de carbono em formar ca-
→ Carbono secundário: liga-se diretamen- deias, associadas à sua tetravalência.
te a apenas dois átomos de carbono. (08) Nos compostos de Carbono o tipo de liga-
→ Carbono terciário: liga-se diretamente a ção mais freqüente é a covalente.
apenas três átomos de carbono. (16) Os compostos orgânicos são regidos por
→ Carbono quaternário: liga-se diretamen- leis e princípios próprios não aplicáveis aos
te a quatro átomos de carbono. compostos inorgânicos.
Exemplo:
Soma: ...............

4. Com relação aos compostos orgânicos e inor-


gânicos, é incorreto afirmar:

Deve-se notar que não há relação com o tipo a) Os compostos orgânicos geralmente apresen-
de ligação e o tipo de carbono, ou seja, mesmo que tam ponto de ebulição maior que os compos-
apenas dois carbonos estejam ligados entre si por tos inorgânicos.
uma ligação tripla, ambos serão considerados pri- b) Os compostos orgânicos geralmente apresen-
mários. tam ponto de ebulição menor que os compos-
tos inorgânicos.
EXERCÍCIOS c) Os compostos inorgânicos são geralmente
mais solúveis em água que os compostos or-
1. (UFPR) A química orgânica pode ser correta- gânicos.
mente definida como: d) Os organismos vivos são constituídos por
grande parte de compostos orgânicos.
(01) A química dos organismos vivos. e) Nem todo composto que apresenta carbono
(02) Parte da Química que estuda os sais, por- em sua estrutura é composto orgânico.
que eles são compostos iônicos.
(04) A química que estuda os compostos gaso- 5. Quais as ligações (simples, duplas ou triplas)
sos, porque eles são compostos covalentes. entre átomos de carbono que completam de
(08) A química que estuda os compostos do ele- maneira adequada às estruturas, nas posições
mento carbono. indicadas por 1, 2, 3 e 4?
(16) A química dos microorganismos.
(32) A química da força vital.

Soma: ...............

2. Completar as ligações que faltam, colocando


simples, dupla ou tripla ligação:

a) HC C CH3
b) H3C CH C C C CH2
c) H2C CH O CH2 NH2
d) H2C C NH
a) Quantos hidrogênios completam correta-
mente essa molécula?

b) Escreva suas fórmulas estruturais simplifica-


das, a fórmula molecular e fórmula mínima.
6. Completar as ligações que faltam, com áto-
mos de hidrogênio: c) Classifique os carbonos presente na estru-
tura.

9. (FGV-SP - mod.) O composto abaixo apresen-


ta quantos carbonos primários, secundários,
terciários e quaternários respectivamente?

a) 5, 5, 2, 1
b) 5, 4, 3, 1
c) 7, 4, 1, 1
d) 6, 4, 1, 2
e) 7, 3, 1, 2

10. Classifique os carbonos primários, se-


cundários, terciários e quaternários de cada molé-
cula e adicione os hidrogênios que estão faltando
quando necessário.

7. (CESGRANRIO) O número de átomos de car-


bonos primários, secundários, terciários e qua-
ternários que apresentam o composto abaixo
são, respectivamente, igual a:

H3C-C(CH3)2-CH(CH3)-(CH2)2-CH3

a) 2,5,0,0
b) 2,5,0,1
c) 5,2,1,1
d) 5,2,0,1
e) 5,1,1,1

8. A substância responsável pelo aroma caracte-


rístico da maçã verde pode ser representado por:
UNIDADES 2: REPRESENTAÇÃO DAS
FÓRMULAS
Através da união dos vários átomos de car-
bono e dos outros elementos obtêm-se um com-
posto ou molécula. Cada molécula pode ser re- → Fórmula percentual: indica a porcenta-
presentada por uma fórmula molecular, fórmula gem em massa de cada elemento. Também é cha-
mínima, fórmula estrutural e fórmula estrutural mada de composição centesimal.
simplificada. Observe os exemplos do quadro a Ex: glicose C6H12O6 → C40% H6,67% O53,33%
seguir:
Veja alguns exemplos de como calcular a
fórmula percentual:

I) A PARTIR DA FÓRMULA MOLECULAR


Ex. C6H12O6

1º- determinar a massa molecular e a massa


correspondente a cada elemento da molécula:
C (6x12u = 72u) H (12x1u = 12u) O (6x16u = 96u)
MM = 180u

2º- calcular a proporção em massa de cada


elemento:
180u — 100% 180u — 100% 180u — 100%
72u — x 12u — y 96u — z
x = 40% y = 6,667% z = 53,333%

II) A PARTIR DA FÓRMULA MÍNIMA


Nesse caso, é necessário que o exercício for-
neça, além da fórmula mínima, o número de áto-
mos de pelo menos um dos elementos, ou a massa
molecular (ou molar) do composto, u ainda a mas-
sa percentual de um dos elementos.
→ Fórmula molecular: indica os elementos Ex.1- Determine a fórmula percentual de um
presentes na molécula e o número de átomos de composto de fórmula mínima CH3, que apresenta
cada elemento (o número escrito abaixo e à direi- 2 átomos de carbono.
ta do elemento representa o número de vezes que
ele está presente). 1º vamos achar a fórmula molecular do
→ Fórmula mínima: é a fórmula molecular composto:
simplificada, ou seja, a proporção entre os átomos Se tem 2 C → f. molec. : C2H6
de cada elemento. O número de elementos é divi-
dido pelo maior divisor comum. 2º Depois de encontrada a fórmula molecu-
→ Fórmula estrutural: representa a estru- lar, basta fazer o mesmo processo descrito em I.
tura da molécula no plano, permitindo uma me- C (2x12u = 24u) H (16x1u = 6u) MM = 30u
lhor visualização dos tipos de ligações e com que 30u — 100% 30u — 100%
cada átomo está ligado. 24u — x 6u — y F. percentual
→ Fórmula estrutural simplificada: omite x = 80% y = 20% C80% H20%
parte das ligações da fórmula estrutural. Em al-
guns casos de cadeia longa ou fechada, pode-se Ex.2- Determinar a fórmula percentual do
omitir os átomos de hidrogênio, representando as composto CxHyO, que tem a proporção C:H igual a
ligações por linhas e os átomos de carbono por ex- 3/8, e massa molar igual a 60g/mol.
tremidades e vértices (dobras) das linhas. 1º achar a fórmula molecular a partir dos da-
→ Fórmula eletrônica ou de Lewis: indica dos do exercício:
os átomos participantes do composto, e também F. mín é C3 H8 O → agora faremos a soma das
os elétrons da camada de valência de cada átomo massas, como se esta fosse a fórmula molecular:
e a formação dos pares eletrônicos. Já a estuda- C (3x12u = 36u) H (8x1u = 8u) O (1x16u = 16u)
mos na apostila 1 (ligações covalentes). Ex. = 60 u
Esse resultado nos diz que a soma das mas-
sas é igual à massa molecular do composto, e isso 3. (UERJ) A testosterona, um dos principais hor-
nos leva à conclusão de que a fórmula mínima é mônios sexuais masculinos, possui fórmula es-
igual à fórmula molecular. trutural plana:
2º Agora, basta fazer o mesmo processo
descrito em I.
60u — 100% 60u — 100% 60u — 100%
36u — x 8u — y 16u — z
x = 60% y = 13,33% z = 26,67%

F. percentual: C60% H13,33% O26,67%

Determine:
EXERCÍCIOS
a) O número de átomos de carbono, classifica-
1. (UFSCAR-SP-2002) O Cipro (ciprofloxaci- dos como terciários, de sua molécula.
no) é um antibiótico administrado por via oral ou
intravenosa, usado contra infecções urinárias e, b) Sua fórmula molecular.
recentemente, seu uso tem sido recomendado no
tratamento do antraz, infecção causada pelo mi-
croorganismo ‘Bacillus anthracis’. A fórmula estru- 4. (FCM-MG) A cafeína, um estimulante bastan-
tural deste antibiótico é mostrada na figura. te comum no café, chá, guaraná etc., tem a se-
guinte fórmula estrutural:

a) Qual a fórmula molecular deste antibiótico?


Podemos afirmar corretamente que a fór-
mula molecular da cafeína é:

a) C5H9N4O2
b) C6H10N4O2
b) Qual a porcentagem em massa de carbono? c) C6H9N4O2
d) C3H9N4O2
e) C8H10N4O2

5. (Cesgranrio) Considere os compostos I, II, III,


IV e V, representados abaixo pelas fórmulas res-
pectivas.
2. A fórmula estrutural do naftaleno (nome co-
mercial = naftalina) é: I. CH3CH2CH3
II. CH3CH2COOH
III. CH3CCH
IV. CH3CH3
V. CH2CHCH3

Determine: Assinale a opção que indica SOMENTE


composto que possuem insaturação:
a) a fórmula molecular
b) a fórmula mínima a) IeV
c) a fórmula percentual b) I, II e V
d) o tipo de hibridação dos átomos de carbono. c) I, IV e V
d) II, III e V
e) III e IV
6. (Mackenzie-SP) A fórmula mínima de um com- UNIDADES 3 E 4: CLASSIFICAÇÃO
posto formado por nitrogênio e hidrogênio, cuja DAS CADEIAS CARBÔNICAS
análise de 32 g de uma amostra revelou a pre-
sença de 87,5% (% em massa) de nitrogênio, é: Como vimos na unidade anterior, os com-
[Dadas as massas molares (g/mol): N = 14 e H = 1] postos orgânicos podem ser pequenos, com ape-
nas um átomo de carbono, mas também podem
a) N2H3 ser constituído de muitos átomos, formando uma
b) N2H4 grande cadeia carbônica. Agora, vamos aprender
c) NH3 como classificar uma cadeia carbônica. De acordo
d) NH2 com a disposição dos átomos de carbono em uma
e) NH cadeia, ela pode ser classificada em três grupos:

I - Cadeias Abertas, Acíclicas ou Alifáticas


7. (Mackenzie-SP) No freon, (CCℓ2F2), a porcen- São aquelas que apresentam pelo menos
tagem, em massa, de carbono, é: duas extremidades livres (pontas) e nenhum ciclo.
Massa molar (g/mol): C = 12; Cℓ = 35; F = 19 Exemplos:

a) 12%
b) 10%
c) 1%
d) 66%
e) 20%
II - Cadeias Fechadas ou Cíclicas
São aquelas que não apresentam extremi-
8. (UNESP-SP) O nitrato de amônio é utilizado dades (pontas) livres, os átomos unem-se, origi-
em adubos como fonte de nitrogênio. A porcen- nando ciclo(s).
tagem em massa de nitrogênio no NH4NO3 é: Exemplos:
(Massas atômicas: N = 14; H = 1; O = 16)

a) 35%
b) 28%
c) 17,5%
d) 42,4%
e) 21,2% III - Cadeias Mistas
São as que possuem pelo menos um ciclo e
uma extremidade. Exemplos:
9. Abaixo estão relacionadas as fórmulas de cin-
co substâncias:

I. CH4
II. C2H6
III. C3H6
IV. C4H8 CADEIAS ABERTAS OU ACÍCLICAS OU
V. C5H12 ALIFÁTICAS

Quais substâncias têm a mesma fórmula Quanto à disposição dos átomos de Carbo-
mínima? no na molécula, as cadeias abertas se dividem em
retas ou normais e ramificadas:
a) I, III, V.
b) II, V. A) RETAS OU NORMAIS
c) III, IV. Quando o encadeamento segue uma se-
d) I, II. qüência única só aparecendo carbonos primários
e) III, V. e secundários. Exemplos:
B) RAMIFICADAS B) CADEIA HETEROGÊNEA
Quando na cadeia surgem ramos ou ramifi- Apresenta pelo menos um heteroátomo en-
cações. Além de carbonos primários e secundários tre os átomos de carbono, sendo que os heteroá-
deve-se ter obrigatoriamente carbono terciário e/ tomos mais comuns são O, N, S e P. Exemplos:
ou quaternário. Exemplos:

Quanto ao tipo de ligação entre os átomos


de carbono nas moléculas as cadeias se classifi-
cam em saturadas e insaturadas:
CADEIAS FECHADAS OU CÍCLICAS
A) CADEIA SATURADA
Os átomos de carbono se unem somente As cadeias cíclicas podem ser classificadas
através de ligações simples. Exemplos: como as cadeias abertas:

Cadeia saturada
Os átomos de carbono se unem somente
através de ligações simples. Exemplos:

B) CADEIA INSATURADA
Existe pelo menos uma insaturação (dupla
ou tripla ligação) entre os átomos de carbono.
Exemplos: Cadeia insaturada
Existe pelo menos uma insaturação (dupla
ou tripla ligação) entre os átomos de carbono.
Exemplos:

Cadeia Homogênea / Homocíclica


Quando entre átomos de carbono existem
apenas átomos de carbono. Exemplos:
Quanto à natureza dos átomos que cons-
tituem as cadeias, se dividem em homogêneas e
heterogêneas:

A) CADEIA HOMOGÊNEA
Quando entre átomos de carbono existem
apenas átomos de carbono. Exemplos:
Cadeia Heterogênea / Heterocíclica
Apresenta pelo menos um heteroátomo en-
tre os átomos de carbono, sendo que os heteroá-
tomos mais comuns são O, N, S e P. Exemplos:
As cadeias fechadas podem ser agrupadas Condensados: quando os núcleos aromáti-
em aromáticas ou não aromáticas (alicíclicas): cos estão justapostos, ligados diretamente um ao
outro.

A) AROMÁTICAS Não condensados: os núcleos aromáticos


Cadeias aromáticas são aquelas que apre- estão separados por cadeias carbônicas ou
sentam em sua constituição pelo menos um nú- heteroátomos, estão situados em extremi-
cleo/anel benzênico (núcleo/anel aromático). dades opostas da cadeia.
Núcleo Benzênico: é uma cadeia fechada, Exemplos:
formada de 6 átomos de carbono que apresentam
duplas e simples ligações alternadas:

Benzeno (C6H6)

Exemplos de cadeias aromáticas:

B) ALICÍCLICAS OU NÃO-AROMÁTICAS OU
CICLO-ALIFÁTICAS
São cadeias fechadas que não possuem anel
benzênico (núcleo aromático): Exemplos:

Podemos também classificar as cadeias cícli-


cas quanto ao numero de ciclos (anéis ou núcleo).
Assim, temos:

Cadeia Monocíclica ou Mononuclear:


Apresenta um único ciclo em sua estrutura:
Exemplos:

Cadeia Policíclica ou Polinuclear:


Apresenta pelo menos dois ciclos em sua
estrutura. As cadeias polinucleares aromáticas
podem apresentar seus núcleos dispostos de duas
maneiras.
RESUMO: CADEIAS CARBÔNICAS

Quanto à natureza
aberta, Homogênea x Heterogênea

acíclica Quanto à disposição dos C


Normal ou reta x Ramificada
ou alifática

Quanto à saturação
Saturada x Insaturada
Quanto à natureza
Homogênea ou homocíclica x Heterogênea ou heterocíclica
alicíclica ou não-
Quanto à saturação
aromática Saturada x Insaturada
fechada
Quanto ao número de ciclos
ou cíclica Monocíclica ou mononuclear x Policíclica ou polinuclear
Quanto ao número de anéis
aromática
Monocíclica ou mononuclear x Policíclica ou polinuclear
Condensada x não-condensada

EXERCÍCIOS c) alicíclica, ramificada, insaturada e homo-


gênea.
1. (Mackenzie-SP) O ácido adípico, c) alicíclica, normal, saturada e heterogênea.
d) acíclica, ramificada, saturada e heterogênea.

3. (Mackenzie-SP) Dentre os átomos menciona-


dos abaixo, aquele que pode ser um heteroáto-
mo, numa cadeia carbônica, é o:
matéria-prima para a produção de nái-
lon, apresenta cadeia carbônica: a) N c) Cl e) Na
b) H d) F
a) saturada, homogênea e ramificada.
b) saturada, heterogênea e normal.
c) insaturada, homogênea e ramificada. 4. (UERJ) Uma mistura de hidrocarbonetos e
d) saturada, homogênea e normal. aditivos compõem o combustível denominado
e) insaturada, homogênea e normal. gasolina. Estudos revelaram que quanto maior
o número de hidrocarbonetos, melhor é a per-
formance da gasolina e o rendimento do mo-
2. (UFPA) O linalol, substância isolada do óleo tor. Observe as estruturas dos hidrocarbonetos
de alfazema, apresenta a seguinte formula es- abaixo:
trutural:

Essa cadeia carbônica é classificada


como:

a) acíclica, normal, insaturada e homogênea.


b) acíclica, ramificada, insaturada e homogênea.
7. O limoneno e o mentol são exemplos de subs-
tâncias obtidas do óleo de limão e do óleo de
menta, respectivamente:

O hidrocarboneto mais ramificado é o de


número:

a) IV c) II
b) III d) I
Com base nas estruturas anteriores, é
correto afirmar que o:
5. (UEL) Um dos hidrocarbonetos de fórmula
C5H12 pode ter cadeia carbônica: a) mentol pertence à função química fenol.
b) mentol apresenta cadeia carbônica heterogênea.
a) cíclica saturada c) limoneno apresenta cadeia carbônica saturada.
b) acíclica heterogênea d) limoneno e o mentol não apresentam cadeia
c) cíclica ramificada carbônica aromática.
d) aberta insaturada e) limoneno e o mentol apresentam cadeia car-
e) aberta ramificada bônica aromática.

6. (Cesgranrio) A PREDNISONA é um glicocorti- 8. (Mackenzie) A borracha natural é um líquido


cóide sintético de potente ação anti-reumática, branco e leitoso, extraído da seringueira, co-
antiinflamatória e antialérgica, cujo uso, como nhecido como látex. O monômero que origina
de qualquer outro derivado da cortisona, re- a borracha natural é o metil-1, 3-butadieno, do
quer uma série de precauções em função dos qual é correto afirmar que:
efeitos colaterais que pode causar. Os pacien-
tes submetidos a esse tratamento devem ser
periodicamente monitorados, e a relação entre
o benefício e reações adversas deve ser um fa-
tor preponderante na sua indicação.
a) é um hidrocarboneto de cadeia saturada e ra-
mificada.
b) é um hidrocarboneto aromático.
c) tem fórmula molecular C4H5.
d) apresenta dois carbonos terciários, um carbo-
no secundário e dois carbonos primários.
e) é um hidrocarboneto insaturado de fórmula
molecular C5H8.

9. (Osec-SP modificada) Quando uma pessoa


Com base na fórmula estrutural apresen- “leva um susto”, a suprarenal produz uma
tada anteriormente, identifique a alternativa maior quantidade de adrenalina, que é lançada
correta quando à classificação da cadeia. na corrente sanguínea. Analisando a formula
estrutural da adrenalina:
a) Aberta, homogênea, normal e saturada
b) Aberta, heterogênea, ramificada e insaturada.
c) Fechada, homogênea, normal e saturada.
d) Fechada, heterogênea, ramificada e insaturada.
e) Fechada, homogênea, ramificada e insaturada.
Podemos concluir que a cadeia orgânica
ligada ao anel aromático é:

a) mista, saturada e homogênea.


b) aberta, saturada e heterogênea.
c) mista, insaturada e heterogênea.
d) fechada, insaturada e homogênea.
e) fechada, insaturada e heterogênea.

10. (ACAFE-SC) O peróxido de benzoíla é um ca-


talisador das polimerizações dos plásticos. Sua
temperatura de auto-ignição é 80ºC, podendo
causar inúmeras explosões. Sua cadeia é:

a) alicíclica
b) aromática
c) alifática 13. (Puccamp) Preocupações com a melhoria da
d) homocíclica qualidade de vida levaram a propor a substitui-
e) saturada ção do uso do PVC pelo tereftalato de polietile-
no ou PET, menos poluente na combustão. Esse
polímero está relacionado com os compostos:
11. (UEL) Dentre os componentes do cigarro,
encontram-se a nicotina que interfere no fluxo
de informações entre as células, a amônia que
provoca irritação nos olhos e o alcatrão, forma-
do pela mistura de compostos como o benzopi-
reno, o crizeno e o antraceno, todos com po-
tencial cancerígeno. Sobre o benzopireno, cuja
estrutura química é apresentada a seguir, é cor-
reto afirmar que a molécula é formada por:
É correto afirmar que I e II têm, respecti-
vamente, cadeia carbônica

a) alicíclica e acíclica.
b) saturada e insaturada.
c) heterocíclica e aberta.
d) aromática e insaturada.
Benzopireno e) acíclica e homogênea.

a) cadeias aromáticas com núcleo benzênico.


b) arranjo de cadeias carbônicas acíclicas. 14. (Uerj) “O Ministério da Saúde adverte: fu-
c) cadeias alicíclicas de ligações saturadas. mar pode causar câncer de pulmão.” Um dos
d) cadeias carbônicas heterocíclicas. responsáveis por esse mal causado pelo cigar-
e) arranjo de anéis de ciclohexano. ro é o alcatrão, que corresponde a uma mistura
de substâncias aromáticas, entre elas benzeno,
naftaleno e antraceno.
12. (UFES) São ambos compostos heterocíclicos:
As fórmulas moleculares dos três hidrocarbo- 17. Indique a fórmula estrutural do composto
netos citados são, respectivamente: orgânico de fórmula molecular C9H20 e que pos-
sui 2 carbonos terciários e 1 carbono quaterná-
a) C6H12‚ C12H12, C18H20 rio. Em seguida, classifique a cadeia carbônica
b) C6H12‚ C12H10, C18H18 desse composto.
c) C6H6, C10H10, C14H14
d) C6H6, C10H8, C14H10

15. (Uerj) Na fabricação de tecidos de algodão, a


adição de compostos do tipo N-haloamina con-
fere a eles propriedades biocidas, matando até 18. Um determinado composto orgânico possui
bactérias que produzem mau cheiro. as seguintes características:
O grande responsável por tal efeito é o
cloro presente nesses compostos. • a molécula tem um átomo de nitrogênio
• é formado por 7 átomos de carbono,
sendo 4 primários, 1 secundário e 2
terciários.
• os carbonos terciários sofrem hibrida-
ção sp2, apenas 1 carbono sofre hibri-
dação sp e os demas sofrem hibrida-
ção sp3.

Indique as fórmulas estrutural e mole-


A cadeia carbônica da N-haloamina acima cular desse composto, e classifique sua cadeia
representada pode ser classificada como: carbônica.

a) homogênea, saturada, normal


b) heterogênea, insaturada, normal
c) heterogênea, saturada, ramificada
d) homogênea, insaturada, ramificada

16. (DAP 2011) Analise os compostos a seguir:


Composto I: cadeia alifática, insaturada (1
dupla ligação) e homogênea, 3 carbonos secundá-
rios, 1 terciário, e é formado por C, H e O.
Composto II: formado por H e O, possui ca-
deia aberta, insaturada (2 ligações duplas), 2 car-
bonos secundários, 2 terciários e 1 quaternário
Composto III: formado por C, H e O, apresen-
ta cadeia mista, heterogênea, saturada e possui 3
carbonos primários, 4 secundários e 1 terciário.

A partir dos dados determine:

a) as fórmulas moleculares dos compostos I, II


e III.

b) uma possível fórmula estrutural para o


composto III.
UNIDADE 5: NOMENCLATURA I Sufixo Indica que o composto é um
o Hidrocarboneto
INTRODUÇÃO ol Álcool
Quando se estuda Química Orgânica é fun- óico Ácido Carboxílico
damental que se saiba dar os nomes das substân- ona Cetona
cias e representá-las por meio de suas fórmulas al Aldeído
estruturais. Você vai aprender a dar nomes usando
a nomenclatura estabelecida pela IUPAC (União In- Exemplos:
ternacional de Química Pura e Aplicada). Para dar
nomes aos compostos orgânicos é necessário um H3C−CH3 etano
método lógico, pois é impossível decorar tantos 2 carbonos (et), ligações simples entre car-
nomes diferentes. A nomenclatura de compostos bonos (an), função hidrocarboneto (o).
orgânicos segue as regras elaboradas pela IUPAC.
Segundo essas regras, o nome de um composto H2C=CH2−CH3 propeno
orgânico é formado basicamente por três partes: 3 carbonos (prop), 1 ligação dupla entre car-
bonos (en), função hidrocarboneto (o).
prefixo + intermediario + sufixo
H3C−CH2−CH2−CH2−CH3 pentano
nº de 5 carbonos (pent) ligações simples entre
átomos tipo de liga- função orgâ- carbonos (an), função hidrocarboneto (o).
de ção nica
carbono Numeração
Quando um hidrocarboneto for insaturado
O prefixo (parte inicial) indica o número de e tiver mais de 3 átomos de carbono na cadeia, é
átomos de carbono presentes na molécula. necessário indicar no nome do composto e a lo-
calização da insaturação. Para isso, começamos a
Prefixo Número de carbonos enumerar a cadeia a partir da extremidade mais
met 1 próxima da insaturação.
et 2 Exemplos:
prop 3
but 4
pent 5
but-1-eno (nomenclatura IUPAC)
hex 6 1-buteno (nomenclatura antiga)
hept 7
oct 8
non 9
dec 10 pent-2-eno (nomenclatura IUPAC)
undec 11 2-penteno (nomenclatura antiga)
dodec 12
Os números no meio dos nomes dos com-
O intermediário indica o tipo de ligação en- postos neste caso indicam a posição da insatura-
tre os átomos de carbono. ção.

Intermediário Tipo de Ligação Fique Ligado: no caso de 2 ou mais insatu-


rações, devemos enumerar a cadeia de forma que
an simples
a soma dos números seja a menor possível.
en uma dupla
in uma tripla
Exemplos:
dien duas duplas
diin duas triplas pent-1,2-dieno (nomenclatura IUPAC)
enin uma dupla e uma tripla 1,2-pentadieno (nomenclatura antiga)

O sufixo (parte final) indica a que função o


composto pertence. hex-2,3-dieno (nomenclatura IUPAC)
2,3-hexadieno (nomenclatura antiga)
Perceba que entre os números colocamos 5. A fórmula molecular genérica (CH)n pode re-
uma vírgula para separá-los, e entre o número e o presentar o:
nome do composto separamos por um hífen.
Quando uma molécula apresenta cadeia cí- a) Butano
clica, devemos acrescentar a palavra ciclo antes b) Ciclopentano
do nome. c) hex-1-eno
Exemplos: d) Benzeno
e) but-2-ino

6. Certo composto contém 90% em massa de


carbono. O composto pode ser o:

EXERCÍCIOS a) propino
b) propano
1. Escreva o nome dos seguintes compostos or- c) acetileno
gânicos, segundo a IUPAC: d) eteno
e) metano
a) H3C – CH3 – CH3
b) H3C – CH2 – CH2 – CH3­ Dado: Massas molares em g/mol: C: 12; H: 1.
c) H2C = CH2
d) HC = CH
e) H3C – C = C – CH3 7. (Mackenzie-SP) Relativamente ao composto
f) H2C = CH – CH3 de fórmula estrurural H3C – CH2 – CH2 – CH3, con-
g) H3C – CH = CH – CH2 – CH0­ sidere as afirmações:
h) HC = C – CH2 – CH2 – CH3­
i) CH3 ­– CH2 – CH2 – CH2 – C = C – CH3­ I. é um alcano
j) H2C = CH – CH = CH2 II. apresenta somente carbonos primários
em sua estrutura
III. apresenta uma cadeia carbônica normal
2. Escreva a fórmula estrutural simplificada IV. tem fórmula molecular C4H10
dos seguintes compostos:
São corretas somente:
a) metano
b) hexano a) I e II
c) but-1-eno b) I e III
d) but-2-eno c) II, III, e IV
e) pent-2-ino d) I, III, e IV
f) cicloexano e) I e IV
g) cicloexeno

8. (Mackenzie) As afirmações a seguir referem-


3. (UEL) Na estrutura do penta-1,3-dieno, o nu- -se à substância de fórmula estrutural mostra-
mero de carbonos insaturados é: da na figura adiante.

a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5

4. O composto que apresenta a menor quanti-


dade em átomos de H por molécula é: I. 4-etil-3-isopropil-2,4-dimetilex-2-eno é o
seu nome oficial (I.U.P.A.C.).
a) metano d) etino II. Sua cadeia carbônica é aberta, insatura-
b) etano e) propino da, homogênea e ramificada.
c) eteno III. Apresenta somente ligações simples en-
tre carbonos e simples entre carbono-hi- b) Qual seria o calor liberado pelo fogão pela
drogênio. queima dessa quantidade de gás?
IV. É um alcino (ou alquino).

Das afirmações feitas, são corretas ape-


nas:

a) I e II.
b) II e III.
c) I e III.
d) II e IV.
e) I, II e III.

9. (DAP 2011) O gás engarrafado ou GLP, usual-


mente consumido como combustível em fo- UNIDADE 6: NOMENCLATURA II
gões, é uma mistura de hidrocarbonetos de-
rivados do petróleo. Essa mistura é formada RADICAIS
por dois alcanos de cadeia reta: um de três car-
bonos e outro de quatro carbonos. O calor de Radical é o grupo de átomos que possui
combustão para o primeiro é 2200 kj/mol e para uma ou mais ligações (valências) livres, ou seja,
o segundo, 2900 kj/mol. elétrons desemparelhados capazes de se ligar a
algum composto ou elemento.
a) Escreva o nome e as fórmulas estrutural e
molecular desses hidrocarbonetos. Nomenclatura de Radicais:

Prefixo do nº de carbonos + il

Exemplos:
H3C- H3C-CH2- H3C-CH2-CH2-
metil etil propil
b) Escreva e balanceie a reação de combustão
completa de cada um dos hidrocarbonetos. Os principais radicais orgânicos são os al-
quilas (derivados dos alcanos) e os arilas (deriva-
dos dos aromáticos) veja a lista dos radicais mais
usados na figura 6.1.

Nomenclatura de Compostos Com Cadeia


Ramificada:
Quando vamos nomear compostos com ra-
mificações temos um certo problema; veja:
10. Com base no exercício anterior, responda:

a) Quantos mols de gás oxigênio serão consu-


midos na combustão completa de 1,02 kg de
gás de cozinha, sabendo-se que este gás é
uma mistura equimolar dos dois hidrocar- Os dois compostos poderiam ser chamados
bonetos? de butano uma vez que ambos apresentam 4 car-
bonos embora sejam visivelmente moléculas dife-
rentes...
Então para transpor este problema deve-se
usar as seguintes medidas:
→ Identificar a cadeia principal: aquela que
possuir o maior número de átomos de carbono
(não estando necessariamente em linha reta) e
que engloba as insaturações, se existirem;
→ Indicar as localizações dos radicais na
cadeia. Para isso enumera-se a cadeia principal
obedecendo à regra dos menores números. O alu- 2-metilpropano (2-metil-propano) ao in-
no mais atento pode vir a se perguntar: “mas se a vés de butano.
cadeia tiver insaturações e radicais qual ordem eu Na eventualidade de termos duas (ou mais)
devo seguir? Começo a numerar mais próximo da cadeias de mesmo comprimento, devemos esco-
insaturação ou da ramificação?” Neste caso deve- lher, como principal, a cadeia mais ramificada. Por
-se então dar preferência para a insaturação!!! exemplo:
→ Identificar e nomear os radicais. Se hou-
ver mais do que dois radicais iguais, use os prefixos
di-, tri-, etc. antes do nome do radical. Veja: dimetil
(dois radicais metil) e trietil (três radicais etil).
→ Quando houver dois ou mais radicais
de tipos diferentes siga pela ordem alfabética
da primeira letra do radical. Nesse tipo de no-
tação não devem ser considerados, para efeito Errado, pois há apenas uma ramificação.
de ordem alfabética, os prefixos di, tri,..., n,
sec, terc.
→ Nomeia-se a cadeia principal. Para isso,
utilize as mesmas regras da cadeia normal.
Exemplos:

Correto, pois, apesar de a cadeia principal


agora escolhida ter o mesmo número de átomos
de carbono (6), ela é mais ramificada (há duas ra-
mificações, contra apenas uma na hipótese ante-
rior).
4-ETIL-2-METILEX-2-ENO
(4-ETIL-2-METIL-HEX-2-ENO)
(o número na frente de cada radical indica
em qual carbono cada radical está ligado).

3-METILEXANO (3-METIL-HEXANO)

6-TERC-BUTIL-2-METILNONANO
(6-TERC-BUTIL-2-METIL-NONANO)

As regras atuais de nomenclatura pedem,


também, para se omitir o hífen entre os nomes da
ramificação e da cadeia principal, mas alguns au-
tores preferem não o omitir para que haja maior
clareza.
Desta maneira, apresentamos nestes exem-
plos os dois modos.

E o exemplo citado inicialmente ficaria


assim:
EXERCÍCIOS c) 3-etil-2,2-dimetiloctano
d) 3-metil-6-etil-5-propilnonano
1. Dê o nome oficial dos seguintes compostos: e) 4-metilpent-1-eno
f) 4,4-dietil-2-metil-hex-2-eno
g) 5-etil-6,7,7-trimetiloct-3-eno
h) 5-etil-2-metil-hept-3-ino
i) etil-ciclopentano
j) ciclopenteno
k) 1,1-dimetil-ciclohexano

3. (FEI-SP) O nome do composto formado pela


união dos radicais etil e terc-butil é:

a) 2,2-dimetilbutano
b) 2-metilpentano
c) 3-metilpentano
d) n-hexano
e) etilpropano

4. (Uespi) Dentre os compostos cujos nomes


constam nas alternativas abaixo, aquele com
maior número de carbono secundário é:

a) 2,3-dimetilbutano
b) 3-metilpentano
c) 2-metilpentano
d) hexano
e) 2,2-dimetilbutano

5. (FESP-PE) No composto orgânico 2-metilbu-


tano, há:

a) 1 átomo de carbono primário, 2 átomos de


carbono secundário e 2 átomos de carbono
terciário
b) 3 átomos de carbono primário, 1 átomo de
carbono secundário e 1 átomo de carbono ter-
ciário
c) 2 átomos de carbono primário, 2 átomos de
carbono secundário e 1 átomo de carbono ter-
ciário
d) 2 átomos de carbono primário e 3 átomos de
carbono secundário
e) somente átomos de carbono secundário

6. (UNIFOR-CE) O composto 2,2,5-trimetilep-


t-3-ino é um hidrocarboneto cujas moléculas
têm cadeia carbônica:

2. Escreva as fórmulas estruturais dos seguin- I. insaturada


tes compostos: II. ramificada
III. aromática
a) 2-metileptano
b) 2,4-dimetilpentano Dessas afirmações, somente:
a) I é correta Com base no texto, na estrutura do isoc-
b) II é correta tano e nos seus conhecimentos sobre o tema,
c) III é correta analise as afirmativas a seguir:
d) I e II são corretas
e) I e III são corretas I. O isoctano apresenta cadeia aberta, ra-
mificada, insaturada e homogênea.
II. Seu nome oficial é 2,2,4 – trimetilpenta-
7. (UNIP-SP) Têm a mesma fórmula molecular no, e apresenta 5 carbonos primários, 1
C5H10: secundário, 1 terciário e 1 quaternário.
III. A reação de combustão completa de um
a) pentano e metil-ciclobutano. mol de isoctano produz 8 mols de gás car-
b) pent-1-eno e ciclopentano. bônico.
c) pent-2-ino e ciclopenteno. IV. Uma das vantagens de se utilizar o álcool
d) 2-metilbutano e dimetil-ciclopropano. em substituição à gasolina está no fato de
e) 2,2-dimetilpropano e etil-ciclopropano. ele ser uma fonte renovável de energia.

Assinale a alternativa correta:


8. (ACAFE-SC) Para o composto cujo nome IUPAC
é 1,3-dietil-ciclobutano, a alternativa falsa é: a) Apenas as afirmativas I e II estão corretas
b) Apenas as afirmativas II e III estão corretas
a) possui 2 carbonos quaternários. c) Apenas as afirmativas II e IV estão corretas
b) possui 2 radicais. d) Apenas as afirmativas I, II e IV estão corretas
c) possui 4 átomos de carbono secundário. e) Apenas as afirmativas II, III e IV estão corretas
d) sua fórmula molecular é C8H16.
e) apresenta cadeia carbônica saturada.

9. (CARLOS CHAGAS) As designações orto, meta


e para são utilizadas para diferenciar compos- GABARITO
tos orgânicos:
UNIDADE 1
a) ácidos, básicos e neutros 1. 9
b) com anel aromático di-substituído 2. HC C - CH3
c) de baixa, média e alta massa molecular H3C - CH = C = C = C = CH2
d) saturados, com duplas e triplas-ligações H2C = CH - O - CH2 - NH2
e) de origem vegetal, animal e mineral H2C = C = NH
3. 14
4. a
10. (DAP 2011) A gasolina é uma mistura de hi- 5. c
drocarbonetos da série dos alcanos ou parafi- 6. a) 8 Hidrogênios
nas, cuja composição química varia de acordo b) Fórmula molecular = C4H8O2
com a destilação fracionada adotada pela refi- fórmula mínima = C2H4O
naria. A mistura pode ser de: C6H14 a C10H22. Cos- c) Todos primários
tuma-se representar a gasolina pela fórmula: 7. c
C8H18 (média entre os componentes da mistura).
O índice de octanas, ou octanagem, é o núme- UNIDADE 2
ro utilizado para expressar a qualidade de uma 1. a) C17H18N3O3
gasolina. Dizer, por exemplo, que uma gasolina b) 61,6%
apresenta octanagem 65 significa que, ao utili- 2. a) C10H8
zá-la, o rendimento do motor é o mesmo que se b) C5H4
fosse utilizada uma mistura contendo 65% de c) carbono = 93,75%; Hidrogênio = 6,25%
isoctano. A fórmula estrutural do isoctano está d) sp3 e sp2
representada a seguir: 3. a) 4
b) C19H28O2
4. e
5. d
6. b
7. b
8. a 7. d
9. c 8. a
9. a) Propano (C3H8)
UNIDADE 3 E 4 Butano (C4H10)
1. d b) C3H8 + 5 O2 = 3 CO2 + 4 H2O
2. b C4H10 + 13/2 O2 = 4 CO2 + 5 H2O
3. a 10. a) 115 mols de O2
4. d b) 51000 Kj
5. e
6. e UNIDADE 6
7. d 1. a) 2 - metilpentano
8. e b) 2,3-dimetilbutano
9. c c) 2,2,4-trimetilpentano
10. b d) 3-etil-2-metilpentano
11. a e) 3-metilbut-1-ino
12. b f) 4-metilbut-2-ino
13. d g) 3-etil-2,5,5-trimetileptano
14. d h) 5-n-butil-4-metil-7-isopropildecano
15. c i) etilciclopentano
16. a) C7H12O, C11H18O, C8H16O 3. c
b) 4. d
5. b
6. d
7. b
8. a
9. b
10. e

17. 1) Aberta, ramificada, saturada e homogênea

2) C7H11N. A cadeia é aberta, ramificada, insa-


turada e homogênea

UNIDADE 5
1. a) Propano
b) Butano
c) Eteno
d) Etino
e) But-2-ino
f) Prop-1-eno
g) Pent-2-eno
h) Pent-1-ino
i) Hept-2-ino
j) But-1,3-dieno
3. d
4. d
5. d
6. c
SOCIOLOGIA 1
UNIDADE 1 UNIDADE 4
INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA:
ÉMILE DURKHEIM (1)
UNIDADE 2
CONTEXTO HISTÓRICO DO APARECIMENTO UNIDADE 5
DA SOCIOLOGIA CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA:
ÉMILE DURKHEIM (2)
UNIDADE 3
OS PRECURSORES DA SOCIOLOGIA UNIDADE 6
E O POSITIVISMO CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA:
KARL MARX

UNIDADE 7
KARL MARX E A HISTÓRIA DA
EXPLORAÇÃO DO HOMEM
UNIDADE 1 2 PERSPECTIVA SOCIOLÓGICA

Peter Berger: Olhar por trás dos bastido-


1.INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA res
Charles Wright Mills: Desenvolver a Ima-
1 O QUE É SOCIOLOGIA ginação Sociológica.

Ciência relativamente recente, a Sociolo- Fatos cotidianos precisam ser estudados


gia, aliada a outras ciências humanas (tais como a pelos sociólogos, pois estes, por mais sutis que
História, a Ciência Política, a Economia e a Antro- pareçam, são dotados de símbolos e significados.
pologia) tem por objetivo buscar compreender e Sendo assim, o sociólogo precisa ir além do coti-
explicar as permanências e transformações que diano e analisar os diversos fatos. Temos portanto
ocorrem nas sociedades humanas e até indicar al- a necessidade de desenvolver um senso crítico,
gumas pistas sobe os rumos das mudanças. um olhar apurado:
Podemos dizer que, em linhas gerais, a So-
ciologia é a ciência que nos fornece conceitos e Por exemplo: ato de tomar café. Possui mui-
outras ferramentas para analisar as questões tos símbolos e significados ao redor do mundo. Ele
sociais e individuais de um modo mais sistemá- engloba:
tico e consistente, indo além do senso comum.
Em outras palavras, a Sociologia permite a forma- Valor simbólico: fruto de uma construção
ção de indivíduos de postura crítica em relação ao social e histórica,
seu cotidiano.
Porém esse tipo formação causa certo incô- Ocasiões para interação e desempenho
modo, como nos alerta Pierre Bourdieu – sociólo- de rituais: sair para tomar um café, Aceita um ca-
go francês contemporâneo – uma vez que revela fezinho?
aspectos da sociedade que certos grupos se em-
penham em ocultar. Se esses indivíduos e grupos Relações sociais e econômicas de dimen-
procuram impedir que determinados atos e fenô- são internacional: comércio,
menos fossem conhecidos do público, de alguma
forma o esclarecimento de tais fatos pode pertur- Desenvolvimento social e econômico pas-
bar seus interesses ou mesmo concepções, expli- sado: relações de produção, colônia x metrópole,
cações e convicções. trabalho escravo, crises econômicas, etc,
Assim para a Sociologia é de essencial im-
portância à formação de indivíduos autônomos, OPÇÕES DE ESTILO DE VIDA.
que se transformem em pensadores independen-
tes, capazes de analisar o noticiário, as novelas da Outra contribuição importante da Sociolo-
televisão, os programas do dia-a-dia e as entrevis- gia nos é asseverada pelo sociólogo estaduniden-
tas das autoridades, percebendo o que se oculta se Charles Wright Mills. Leia a citação abaixo:
nos discursos e formando o próprio pensamento “Hoje em dia, os homens sentem, frequen-
e julgamento sobre os fatos, ou, ainda mais impor- temente, suas vidas privadas como uma série de
tante, que tenham a capacidade de fazer as pró- armadilhas. Percebem que dentro dos mundos co-
prias perguntas para alcançar um conhecimento tidianos, não podem superar suas preocupações,
mais preciso da sociedade à qual pertencem. e quase sempre têm razão nesse sentimento: tudo
Segundo o Sociólogo contemporâneo An- aquilo de os homens comuns têm consciência di-
thony Giddens (2004) a sociologia é o estudo da reta e tudo o que tentam fazer está limitado pelas
vida social humana, grupos e sociedades. É uma órbitas privadas em que vivem” (MILLS, 1972).
tarefa fascinante e constrangedora, na medida É comum encontrarmos em jornais, revis-
em que o tema de estudo é o nosso próprio com- tas, na TV ou até mesmo em conversas informais,
portamento. A sociologia mostra que é necessá- diversas explicações acerca deste sentimento
rio adotar uma perspectiva mais abrangente do descrito no parágrafo acima, termos como: são
modo como somos e das razões pelas quais agi- coisas da vida, ou a vida é assim mesmo são os
mos. Compreender as maneiras ao mesmo tem- mais recorrentes. Isso ocorre, segundo Mills, por-
po sutis, complexas e profundas, pelas quais as que temos de desenvolver o que ele chamou de
nossas vidas individuais refletem os contextos da imaginação sociológica, isto é, a capacidade de
nossa experiência social é essencial à perspectiva analisar nossas vivências cotidianas e estabelecer
sociológica. as relações entre elas e as situações mais amplas
que nos condicionam e nos limitam, mas também
explicam o que acontece com a nossa vida. Nas pa-
lavras do próprio autor: debruça sobre eles. Em outras palavras, a reflexão
“O que precisam [nós], o que sentem preci- sociológica só se complementa quando a Sociolo-
sar, é uma qualidade de espírito que lhes ajude a gia analisa sociologicamente a própria Sociologia.
usar a informação e a desenvolver a razão, a fim ”
de perceber, com lucidez, o que está ocorrendo no (MARTINS, José de Souza e FORACCHI, Ma-
mundo e o que pode estar acontecendo dentro de- rialice Mercarini (ORG.), Sociologia e Sociedade:
les mesmos“. Leituras de introdução à Sociologia. Rio de Janei-
Parafraseando Alfred N. Whitehead, pode- ro: Livros técnicos e científicos, 1986, 11º tiragem).
mos dizer que a Sociologia tem por objetivo fazer
com que as pessoas possam ver e analisar o bos- 3. QUADRO: SENSO COMUM X CONHECI-
que e as árvores ao mesmo tempo. E foi justa- MENTO CIENTÍFICO
mente isso o que fizeram os pioneiros da ciência
chamada Sociologia, no séc. XIX. Ao proporem o SENSO COMUM
CONHECIMENTO
CIENTÍFICO
estudo das condições de existência social do seres
humanos de sua época, romperam com as expli-
Subjetivo Objetivo
cações corriqueiras que vigoravam na sociedade
européia do séc. XIX e deram respostas científicas
Resultados de
aos problemas sociais recorrentes de seu contexto Dá-se de imediato questionamentos e
histórico. Investigações
Com um aguçado espírito crítico, os pionei-
ros da sociologia negaram as explicações comuns, Busca leis gerais que
Ditado pelas Circunstâncias regulam os objetos e suas
o chamado senso comum, não se contentaram Especificidades
com a aparência dos fenômenos sociais, busca-
ram os nexos causais que constituíam a realidade
Observa problemas e
por eles vivida, cada qual com sua especificidade Observa fatos e acontecimentos
obstáculos
metodológica, apresentaram explicações, pro-
puseram mudanças na sociedade da qual faziam
parte. A sociologia, desde seu inicio, sempre foi
Tem método rigoroso
algo mais do que uma mera tentativa de reflexão É obtido geralmente pelas
para a observação
observações realizadas pelos
sobre a sociedade moderna. Suas explicações sentidos
, experimentação e
verificação dos fatos
sempre contiveram intenções práticas, um forte
desejo de interferir no rumo desta civilização. Em
outras palavras: “A tarefa que esses pensadores se É quantitativo: busca
medidas, padrões, critérios
propõem é a de racionalizar a nova ordem encon- Saber não sistematizado de comparação e de
trando soluções para o estado de desorganização avaliação para coisas que
parecem ser diferentes.
então existente”. È com esse espírito crítico que
iniciamos a disciplina de Sociologia, desconfiando
de tudo e de todos, olhando por trás dos basti- Permeado pelas opiniões,
Permeado pela Razão.
dores de nossas relações sociais, não se conten- emoções e valores
tando com respostas imediatas dadas pelo senso
comum e buscando o auxilio imprescindível de ou-
tras disciplinas como a História, a Filosofia, a Geo- Manifesta-se através dos ditos Manifesta-se pela
grafia, a Arte, etc. populares, das crenças do povo Linguagem Científica:
para guiar o homem na sua vida Matemática, Química, Física,
cotidiana. Astronomia, Sociologia.

TEXTO COMPLEMENTAR

“Como se vê, a Sociologia não se defronta 4. QUADRO: OS PILARES DA CIÊNCIA.


apenas com o que vagamente se chama de “reali-
dade”. Diversamente de outras ciências, ela lida ao TEORIA
mesmo tempo com as interpretações que são fei- Elaboração de Conceitos e Explicações
tas sobre essa mesma “realidade”. O conhecimen- Visa estabelecer como e por que certos fatos se relacionam.
to cientifico da vida social não se baseia apenas Depende da constatação de padrões de repetição na realidade
no “fato’, mas na concepção de fato e na relação
Deriva de generalizações
entre a concepção e o fato. Uma Sociologia críti-
ca e cientifica é sempre uma Sociologia doconhe- No sentido figurado podemos chamar os conceitos de
“ferramentas” que o cientista precisa usar para fazer seu trabalho
cimento, um Sociologia que analisa simultanea- (semelhante à bússola do marinheiro, ou a câmera do fotógrafo)
mente os fenômenos sociais e a Sociologia que se
Ajuda o cientista a definir a realidade coletadas e do escrutínio público.
d) O pensamento científico na sociologia deve es-
A amplitude e abrangência de uma teoria variam de acordo com
o número de casos a que as conclusões se destinam. tar comprometido com a ideia de que as teorias
são temporariamente verdadeiras e que as ques-
tões nunca estão resolvidas por completo; nesse
MÉTODO sentido, o pensamento científico sociológico se
Requisito para a validade / reconhecimento da teoria iguala ao senso comum.
Estabelece como deve-se tratar os fatos e dados
2. (UFU – jul/2007) Considere a citação.
Maneiras de conceber, construir (recortar), denominar,
pesquisar, se aproximar, recolher e tratar os dados para conhecer “[...] a sociologia enquanto disciplina desenvolve-
determinada realidade ra-se no decurso da segunda metade do século XIX
Construção do objeto + Procedimentos de Pesquisa
principalmente a partir da institucionalização e da
transformação, dentro das universidades, do traba-
Deve ser seguido desde a construção/recorte do objeto de lho realizado pelas associações para a reforma da
pesquisa até os procedimentos intermediários e de conclusão da
pesquisa sociedade, cujo programa de ação se tinha ocupado
Busca por indicadores quantitativos e/ou qualitativos da
primordialmente do mal-estar e dos desequilíbrios
realidade. vividos pelo número incontável da população ope-
rária urbana.”
Exemplos de métodos: funcionalismo, idealismo, materialismo
histórico dialético, compreensivo, interacionismo Fundação Calouste Gulbenkian. Para Abrir as
Ciências Sociais. São Paulo: Editora Cortez,
1996, p. 35.
Bibliografia Utilizada:
BERGER, Peter. Perspectivas sociológicas. Com relação ao contexto histórico e intelectual
São Paulo: Circulo do Livro, 1976. da emergência da Sociologia como disciplina
COSTA, Cristina. Sociologia: introdução à científica, assinale a alternativa correta.
ciência da sociedade. São Paulo: Moderna. 1997.
GIDDENS, Anthony. Sociologia. 4.ed. Lisboa: a) A crise do Iluminismo e a consequente descren-
Fundação Calouste Gulbenkian, 2004. ça no potencial emancipatório e libertário da ciên-
MILLS, C. Wright. A imaginação sociológica. cia e das invenções tecnológicas, experimentadas
4.ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1975. de maneira marcante a partir do século XVIII, im-
TOMAZI, Nelson Dacio. Iniciação à Sociolo- pulsionaram o desenvolvimento da Sociologia.
gia. São Paulo: Atual. 2000. b) A Sociologia é herdeira direta das tradicionais
TOMAZI, Nelson Dacio. Sociologia para o concepções de mundo religiosas que tiveram re-
Ensino Médio. São Paulo: Saraiva. 2012. forçadas a legitimidade e a capacidade explicati-
va, a partir do século XVI, ocasião em que novas
formas de sociabilidade emergiram na esteira do
EXERCÍCIOS desenvolvimento do Estado Moderno e da econo-
mia de mercado.
1. (UFU – 2009/2) A partir do século XIX, o ideal c) A emergência e consolidação institucional da
científico no campo da sociologia consistiu na Sociologia ocorreram em um cenário intelectual
formulação de teorias sobre o Homem e a So- caracterizado pelo otimismo quanto à capacidade
ciedade. Acerca do pensamento científico so- da “Razão” de proporcionar explicações objetivas
ciológico, assinale a alternativa correta. para os novos padrões de convivência e comporta-
mento social, que floresciam nas sociedades euro-
a) Os principais métodos nas ciências sociais em peias modernas.
geral e na sociologia em particular excluem a ob- d) A Sociologia constituiu-se como disciplina cien-
servação sistemática de ambientes sociais, uma tífica na contra mão dos valores, ideais e formas
vez que os processos de interação entre os ho- de sociabilidade tradicionais que ganharam ex-
mens e os homens e o meio sociocultural são não- pressão renovada, a partir do século XVIII,
-observáveis. com o advento das Revoluções Francesa e Inglesa.
b) A pesquisa sociológica e a realizada nas demais
áreas das ciências sociais independem da formu- 3. Resposta intelectual às novas situações coloca-
lação de generalizações, uma vez que as relações das pela revolução industrial. Boa parte de seus
entre os homens e os homens e o meio sociocultu- temas de análise e de reflexão foi retirada das no-
ral pautam-se pelas particularidades. vas situações, como exemplo, a situação da classe
c) As ideias científicas diferem do senso comum trabalhadora, o surgimento da cidade industrial, as
e de outras formas de conhecimento, pois devem transformações tecnológicas, a organização do tra-
ser avaliadas à luz de evidências sistematicamente balho na fábrica etc.
_____________________________________
MARTINS, Carlos B. O que é sociologia. São Pau- _____________________________________
lo: Brasiliense, 1982. Coleção Primeiros Passos. _____________________________________

Do texto, depreende-se que Filmes:


Nós que aqui estamos por vós esperamos. Dire-
a) a Sociologia surge para resolver os problemas ção: Marcelo Masagão, 1998 (55 min);
advindos com as grandes revoluções ocorridas no
século XVIII e manter o status quo da classe domi- Tempos Modernos. Direção: Charles Chaplin, 1936
nante. (87min);
b) os temas tratados pela Sociologia voltam-se
para a solução de conflitos de classe e visam à Germinal. Direção: Claude Berri, 1993 (170min).
transformação do status quo da classe dominante
no capitalismo. UNIDADE 2
c) a sociedade industrial coloca questões como a
organização do trabalho, as inovações tecnológi- 1. CONTEXTO HISTÓRICO DO APARECIMEN-
cas e o conflito de classes, objetos de estudo da TO DA SOCIOLOGIA
Sociologia funcionalista.
d) o pensamento sociológico volta-se, de maneira [...] “A Sociologia não se afirma primeiro
divergente, para a análise do social como proble- como explicação científica e, somente depois,
ma fruto da situação vivida no contexto do século como forma cultural de concepção do mundo. Foi
XVIII. o inverso o que se deu na realidade. Ela nasce e
e) as consequências sociais decorrentes das gran- se desenvolve como um dos florescimentos inte-
des revoluções ocorridas no século XVIII no mundo lectuais mais complicados das situações de exis-
europeu são analisadas unilateralmente pela So- tência nas modernas sociedades industriais e de
ciologia. classes. E seu progresso, lento, mas contínuo, no
sentido do saber científico-positivo, também se
4. Caracterize a Sociologia enquanto ciência, faz sob a pressão das exigências dessas situações
salientando sua origem e objetivos. de existência, que impuseram tanto ao pensamen-
_____________________________________ to prático, quanto ao pensamento teórico, tarefas
_____________________________________ demasiado complexas para as formas pré-científi-
_____________________________________ cas de conhecimento”. [...]
_____________________________________ [...] “Daí a posição peculiar da sociologia
_____________________________________ na formação intelectual do mundo moderno. Os
pioneiros e fundadores dessa disciplina se ca-
5. Sociologia é chamada a Ciência da Crise. Dis- racterizam menos pelo exercício de atividades
corra sobre quais eram as crises que ocorreram intelectuais socialmente diferenciadas, que pela
no momento de seu surgimento. participação mais ou menos ativa das grandes
_____________________________________ correntes de opinião dominantes na época, seja
_____________________________________ no terreno de reflexão ou da propagação de idéias,
_____________________________________ seja no terreno da ação.” [...] (FERNANDES, 1960)
_____________________________________
_____________________________________
2.TRANSFORMAÇÕES ECONÔMICAS, POLÍ-
6. Como as transformações dos séculos XVIII e TICAS E CULTURAIS
XIX alteraram as relações entre indivíduo e so-
ciedade? A Sociologia é uma das manifestações do
_____________________________________ chamado pensamento moderno. Ela é fruto da
_____________________________________ Revolução Industrial e é denominada “ciência
_____________________________________ da crise”, porque procurou dar respostas às ques-
_____________________________________ tões sociais impostas por esse evento.
_____________________________________ Seu surgimento é devedor de todo um pro-
cesso de conhecimento sobre a natureza e a so-
7. Como a sociedade passa a expressar contra- ciedade que se desenvolveu a partir do século XV,
dições em sua estrutura social com a emergên- quando ocorreram transformações significativas
cia de novos grupos sociais? que tiveram como resultado a desagregação da
_____________________________________ sociedade feudal e a constituição da socieda-
_____________________________________ de capitalista. Essas transformações - expansão
marítima, o comércio ultramarino, a formação dos Essa nova forma de conhecer a natureza e
Estados nacionais, a Reforma Protestante e o desen- a sociedade, em que a experimentação e a obser-
volvimento científico e tecnológico – estão vincula- vação eram fundamentais, era representada pelo
das umas às outras e não podem ser entendidas de pensamento e pelas obras de diversos autores;
forma isolada. Elas são o pano de fundo que justifi- entre eles, Nicolau Maquiavel (1469 – 1527), Nico-
ca as mudanças nas formas de conhecimento. lau Copérnico (1473 – 1543), Galilei Galilei (1564 –
A expansão marítima europeia teve um 1642), Thomas Hobbes (1588 – 1679), Francis bacon
papel importante nesse processo, pois, com a cir- (1561 – 1626) e René Descartes (1596 – 1650). Além
cunavegação da África e o descobrimento da rota desses, dois outros fizeram a intermediação entre
para as Índias e para a América, a concepção de esses conhecimentos e os que se desenvolveram
mundo dos povos europeus era consideravelmen- no século seguinte: John Locke (1632 – 1704) e
te ampliada. O mundo é territorialmente maior, Isaac Newton (1642 – 1727). Ao passo que o primei-
“novos” povos, “novas” culturas. ro propunha novos princípios para a compreensão
Ao mesmo tempo, instalavam-se colônias da razão humana, o segundo estabelecia um novo
na África, na Ásia e na América, o comércio de mer- fundamento para o estudo da natureza.
cadorias entre as metrópoles e as colônias, bem
como entre os países europeus, se expandia. 3. E A BURGUESIA GANHAVA PODER...
A exploração de metais preciosos, princi-
palmente na América, e o tráfico de escravos para Na maioria dos países europeus no final do
suprir a mão-de-obra nas colônias deram gran- século XVIII, a burguesia comercial, formada basi-
de impulso ao comércio, o qual se estendeu para camente por comerciantes e banqueiros, tornou-
além das cidades-repúblicas (Veneza, Florença ou -se uma classe com muito poder, na maior parte
Flandres) atingindo também os grandes comer- das vezes, por causa das ligações com econômicas
ciantes e soberanos de Estados nacionais em for- que mantinha com os monarcas. Essa classe, além
mação na Europa. de sustentar o comércio entre os países europeus,
Toda essa expansão territorial e comer- dominava, por meio da compra e da venda de mer-
cial acelerou o desenvolvimento da economia cadorias, os demais países do globo.
monetária, com a acumulação de capitais pela O capital mercantil se estendia também a
burguesia comercial, que, mais tarde, teve uma outro ramo de atividade: gradativamente se or-
importância decisiva na gestação do processo de ganizava a produção manufatureira. A compra
industrialização da Europa. de matérias-primas e a organização da produção
Ocorre que as mudanças no cenário econô- por meio do trabalho domiciliar ou do trabalho em
mico incorrem em alterações no cenário político. oficinas levavam ao desenvolvimento de um novo
Assim gradativamente desenvolveu-se o chamado processo produtivo em contraposição o processo
Estado Moderno (que será estudado em detalhes artesanal e das corporações de ofício.
na frente de Sociologia II). Essa forma de estrutura O desenvolvimento da manufatura implicou
política tem por característica a centralização da no aperfeiçoamento das técnicas de produção,
justiça, das forças armadas e do setor administra- visando produzir mais com menos gente, em ou-
tivo. tras palavras, visando aumentar os lucros da pro-
A constituição do Estado Moderno favore- dução. Investiu-se nos “inventos” e passou-se
ceu a expansão da indústria têxtil, da mineração para a chamada fase da maquinofatura. O traba-
e da siderurgia, bem como do comércio interno e lho que os homens realizavam com as mãos ou
externo. com ferramentas foi substituído pelo trabalho das
Já no século XVI, desenvolveu-se outro mo- máquinas, as quais produziam um volume muito
vimento, o da Reforma Protestante. Esse movi- maior.
mento, que entrou em conflito com a autoridade Nesse contexto de profundas alterações
papal e a estrutura da Igreja, valorizava o indivíduo no processo produtivo, cada vez mais o trabalho
e permitia a livre leitura das Escrituras Sagradas. mecânico convivia com o trabalho artesanal. A
Ao lado de uma nova forma de se relacio- maquinofatura se completava com o trabalho as-
nar-se com o sagrado, emergiu uma nova maneira salariado, incluindo a utilização, numa escala cres-
de analisar o universo. A razão passava a ser so- cente, a mão-de-obra feminina e infantil.
berana e era entendida como elemento essencial Ao mesmo tempo, longe da Europa, intensi-
para se conhecer o mundo. Do século XV ao XVII, o ficava-se a exploração do ouro no Brasil, da pra-
conhecimento racional do universo e da vida em ta no México e do algodão na América e na Índia.
sociedade tornou-se uma regra seguida por alguns Todas essas atividades eram desenvolvidas com
pensadores. Foi uma mudança lenta, a Igreja ofe- a utilização do trabalho escravo e servil. Esses
receu resistência, com eventos como o Concílio de elementos, conjugados, asseguravam as bases do
Trento e a Inquisição. processo de acumulação necessário para a expan-
são da indústria na Europa. gurasse a autonomia burguesa em face da Igreja,
Todas essas mudanças, somadas à herança protegendo e incentivando a empresa capitalista,
cultural e intelectual do século XVII, definiram o teve como objetivo não só mudar a estrutura do
século XVIII como um período explosivo. Se no sé- Estado, mas abolir radicalmente a antiga forma de
culo anterior a Revolução Inglesa determinou no- sociedade.
vas formas de organização política, foi no XVIII que
a Revolução Americana e a Revolução Francesa
alteraram o quadro político e social do ocidente, No século XIX as transformações continua-
servindo de exemplo e parâmetro para as revolu- ram, surgiram novas fontes energéticas (eletri-
ções posteriores. cidade e petróleo), surgiram novos ramos indus-
As transformações na esfera da produção, triais e houve também uma grande alteração nos
a emergência de novas formas de organização processos produtivos, com a introdução de novas
política e a exigência da representação popular máquinas e equipamentos.
deram características muito específicas a este sé- Reflexo das revoluções francesa e america-
culo. Pensadores como Montesquieu (1689 – 1755), na, emergem na América Latina, as lutas pela in-
David Hume (1711 – 1776), Jean-Jacques Rousseau dependência.
(1712 – 1778), Adam Smith (1723 – 1790) e Immanuel É no século XIX, já com a consolidação do
Kant (1724 – 1804), entre outros, refletiram sobre a sistema capitalista na Europa, que se encontra a
realidade, na tentativa de explicá-la. herança intelectual mais próxima da Sociologia
como ciência particular. No início desse século,
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL o pensamento de Adam Smith, Saint-Simon (1760
– 1825), Hegel (1770 – 1830), David Ricardo (1772 –
A revolução industrial, iniciada na Inglaterra 1823) e Charles Darwin (1809 – 1882), entre outros,
em meados no século XVIII provocou transforma- foi a fonte pra Aléxis de Tocqueville (1805 – 1859), Au-
ções profundas na sociedade européia, na ordem guste Comte (1798 – 1857), Karl Marx (1818 – 1883) e
tecnológica, pelo emprego intensivo e extensivo de Herbert Spencer (1820 – 1903) desenvolverem suas
um novo modo de produção com o uso da maqui- reflexões sobre a sociedade de seu tempo.
na à vapor, na ordem econômica, pela concentra-
ção de capitais, constituição de grandes empresas
provocando a acumulação de riquezas, e na ordem TEXTO COMPLEMENTAR: SOCIOLOGIA: FRUTO
social, pela intensificação do êxodo rural e conse- DA MODERNIDADE
quente processo de urbanização, desintegração
de instituições e costumes, introdução de novas A sociologia é ingrediente, produto e refle-
formas de organização da vida social e, sobre xo dos processos, transformações e aspectos da
tudo, a emergência e a formação de proletariado época moderna que engloba os processos de tran-
de massas com sua especifica consciência de clas- sição do período feudal (período arcaico de eco-
se. nomia, centrado nos feudos, sistema de produção
de subsistência, ausência de comércio e de poder
REVOLUÇÃO FRANCESA (1789) político centralizador – a igreja/clero dominava a
vida social/cultural) para o capitalismo (modelo
Segundo o historiador Eric Hobsbawm “se moderno de produção que possui como pressu-
a economia do mundo do século XIX foi formada postos a acumulação de capitais, circulação de
principalmente sob a influência da revolução in- mercadorias, divisão da sociedade em classes,
dustrial britânica, sua política e ideologia foram exploração proletária) e os aspectos de tal época
formadas fundamentalmente pela revolução Fran- marcados pelas revoluções (Francesa e Industrial),
cesa”. O final do século XVIII foi uma época de crise contradições e conflitos (fins do século XVIII e iní-
para o antigo regime (absolutismo), a intensidade cio do XIX)
da crítica às instituições feudais levada a cabo pe- Neste período houve uma multiplicidade de
los iluministas, mostrava a luta que a burguesia correntes e pensamentos filosóficos – evolucionis-
travava no plano político contra as classes que mo, organicismo, funcionalismo – que formaram
sustentavam a dominação feudal (clero e nobre- a base para o desenvolvimento da Sociologia. Ela
za). apropriou-se dessas correntes e dos procedimen-
A revolução francesa foi um exemplo des- tos de pesquisa das ciências físicas e naturais.
sa “era de revoluções democráticas”, embora de No que trata do âmbito social, a vida urba-
maior alcance e repercussão, ela representou a na estava em turbulência. Com o crescente capi-
subida da burguesia ao poder. Foi o triunfo da talismo os feudos foram desfeitos e os campone-
indústria capitalista, da sociedade burguesa libe- ses expropriados das terras, destinados a vagar
ral, pois procurou construir um Estado que asse- pelas novas cidades como vadios em condições
precárias de existência, para então servir de mão SÉCULO XVII
de obra praticamente escrava do novo sistema de
• Burguesia comercial em ascensão – tornando-se
produção que se consolidava. Extinguiu-se o mo- fortemente poderosa
delo servil de suserania, passando-se ao assalaria- • Mundo mais “europeu”
• Rápida formação da produção manufatureira
do, onde nem mulheres e crianças foram poupa- • Aumentos dos lucros
das. • Investimento e aperfeiçoamento tecnológico: produzir
mais em menos tempo.
A situação do trabalhador era de profunda
miséria. Sociedade Burguesa:
• Valorização do trabalho
Segundo Marx a expropriação camponesa 1. Trabalho => produtor de riqueza (visão econômica)
marca a base da acumulação capitalista. 2. Ideologia => Legitimidade frente à realeza
3. Valorização Religiosa => Graça de Deus (ética
A Sociologia – ciência que surgiu por último, protestante)
além de dialogar constantemente com a filosofia
e usar de métodos das ciências físicas e naturais,
é, acima de tudo, fruto da modernidade e tem por
caráter precípuo compreender e explicar tal socie-
dade – seus grupos, sua formação, seus movimen-
tos sociais, suas classes, o cotidiano, as relações e
SÉCULO XVIII:
interações sociais, os sistemas políticos, econômi-
cos, socioculturais e suas projeções e consequên- • Revolução Industrial
§ Produção por meio de máquinas
cias. § Uso de máquina a vapor nas indústrias
O avanço da sociedade permitiu novas for- § Trabalho assalariado
§ Mão de obra feminina e infantil
mas de pensar a sociedade e na realidade moder-
na – pós-renascentista, racionalista, iluminista • Revolução Francesa
§ A Revolução Francesa altera todo o quadro político
– pensar o homem em sociedade tornou-se uma mundial e serve como referência para outras revoluções
consequência indispensável e inevitável. socialistas. Essa revolução acelera ainda mais o
pensamento sistemático sobre o mundo social.

• Iluminismo:
§ Nova forma de ver a sociedade e as ciências, com um
4 RESUMO: CONTEXTO HISTÓRICO olhar completamente rompido dos paradigmas anteriores
(religião).
§ Montesquieu, David Hume, Jean-Jacques Rousseau,
Adam Smith, Immanuel Kant.

SÉCULO XV Bibliografia Utilizada:


COSTA, Cristina. Sociologia: introdução à
• Expansão marítima
• Ampliação do comércio ciência da sociedade. São Paulo: Moderna. 1997.
• Mercantilismo FERNANDES, Florestan. Ensaios de sociolo-
• Inicio da colonização: África, América é Ásia.
• Abertura de novos mercados mundiais gia geral e aplicada. São Paulo: Pioneira, 1960.
• Desenvolvimento da economia monetária GIDDENS, Anthony. Sociologia. 4.ed. Lisboa:
• Estado Moderno (Instituição Centralizadora):
- Da justiça Fundação Calouste Gulbenkian, 2004.
- Das forças armadas QUINTANEIRO, Tânia; BARBOSA, Maria Lígia;
- Da Administração pública
• Expansão da indústria têxtil OLIVEIRA, Márcia Gardênia. Um toque de clássi-
cos: Durkheim, Marx e Weber. Belo Horizonte: Ed.
UFMG, 1996.
TOMAZI, Nelson Dacio. Iniciação à Sociolo-
gia. São Paulo: Atual. 2000.
TOMAZI, Nelson Dacio. Sociologia para o
SÉCULO XVI Ensino Médio. São Paulo: Saraiva. 2012.
• Reforma protestante
• Soberania da Razão: o homem torna-se livre para julgar sem
submeter-se a nenhuma autoridade divina EXERCÍCIOS
• Cientistas baseados na experiência e observação para
explicar os fatos naturais e sociais
§ Nicolau Maquiavel 1. (UFU – jul/2006) Quanto ao contexto do sur-
§ Galileu Galilei
§ Thomas Hobbes gimento da Sociologia, marque a alternativa
§ Francis Bacon correta.
§ René Descartes

a) A Sociologia nasceu como ciência a partir da


consolidação da sociedade burguesa urbana-in-
dustrial no século XV.
b) A Sociologia foi uma manifestação do pensa- II. A Sociologia é produto da Revolução Industrial,
mento moderno que surgiu a partir dos aconteci- sendo chamada de “ciência da crise”, por refletir
mentos desencadeados, exclusivamente, pelas re- sobre a transformação de formas tradicionais de
voluções industrial e inglesa, marcando o declínio existência social e as mudanças decorrentes da ur-
da sociedade feudal e da consolidação do capita- banização e da industrialização.
lismo. III. A emergência da Sociologia só pode ser com-
c) A Sociologia foi uma manifestação do pensa- preendida se for observada sua correspondência
mento moderno que surgiu em função de um com o cientificismo europeu e com a crença no po-
conjunto de fatores de ordem econômica-social, der da razão e da observação, enquanto recursos
cultural e política, no contexto histórico marcado de produção do conhecimento.
pelo declínio da sociedade feudal e da consolida- IV. A Sociologia surge como uma tentativa de rom-
ção do capitalismo. per com as técnicas e métodos das ciências natu-
d) A Sociologia surgiu no século XIX, sendo a ex- rais, na análise dos problemas sociais decorrentes
pressão do pensamento marxista que visava à das reminiscências do modo de produção feudal.
transformação da sociedade burguesa em socie-
dade comunista. Estão corretas apenas as afirmativas:

2) (UFU – 2009/2) Sobre o surgimento da Socio- a) I e III.


logia e suas proposições acerca da explicação b) II e III.
do mundo social, pode-se afirmar: c) II e IV.
d) I, II e IV.
a) a Sociologia é uma manifestação do pensa- e) I, III e IV.
mento moderno e uma forma de conhecimento
do mundo social, cujas explicações são fundadas 4. (UFUB) Selecione as afirmativas que indicam
nas descobertas das ciências naturais e físicas, por o contexto histórico, social e filosófico que pos-
pressupor uma unidade entre sociedade e nature- sibilitou a gênese da Sociologia.
za e rejeitar o uso de leis gerais no conhecimento.
b) os pensadores fundadores da Sociologia con- I. A Sociologia é um produto das revoluções fran-
centraram seus esforços em interesses políticos e, cesa e industrial e foi uma resposta às novas situa-
portanto, práticos, face aos objetivos de contribuir ções colocadas por estas revoluções.
para as transformações sociais e para a consolida- II. Com o desenvolvimento do industrialismo, o sis-
ção de uma nova ordem social diversa das socie- tema social passou da produção de guerra para a
dades feudal e capitalista. produção das coisas úteis, através da organização
c) a desagregação da sociedade feudal e a consoli- da ciência e das artes.
dação da sociedade capitalista, com o consequen- III. O pensamento filosófico dos séculos XVII e XVIII
te processo de industrialização e urbanização em contribuiu para popularizar os avanços científicos,
países da Europa, contribuíram para o surgimento sendo a Teologia a forma norteadora desse pen-
da Sociologia como forma de conhecimento das samento.
sociedades em extinção. IV. A formação de uma sociedade, que se indus-
d) a Sociologia surgiu no século XIX, vinculada à trializava e se urbanizava em ritmo crescente, pro-
sociedade moderna, no contexto das transforma- piciou o fortalecimento da servidão e da família
ções econômicas e sociais e no bojo das mudanças patriarcal.
nas formas de pensamento, influenciadas pelas
revoluções burguesas do século, bem como pelos Assinale a alternativa correta:
ideais iluministas.
a) III e IV.
3. A Sociologia é uma ciência moderna que sur- b) I, II e III.
ge e se desenvolve juntamente com o avanço do c) II, III e IV.
capitalismo. Nesse sentido, reflete suas princi- d) I e II.
pais transformações e procura desvendar os di- e) Todas as alternativas estão corretas.
lemas sociais por ele produzidos. Sobre a emer-
gência da sociologia, considere as afirmativas a 5. Segundo Braverman:
seguir: O mais antigo princípio inovador do modo capitalis-
I. A Sociologia tem como principal referência a ta de produção foi a divisão manufatureira do tra-
explicação teológica sobre os problemas sociais balho [...] A divisão do trabalho na indústria capita-
decorrentes da industrialização, tais como a po- lista não é de modo algum idêntica ao fenômeno da
breza, a desigualdade social e a concentração po- distribuição de tarefas, ofícios ou especialidades da
pulacional nos centros urbanos. produção [...].
(BRAVERMAN, H. Trabalho e capital monopo- UNIDADE 3
lista. Tradução Nathanael C. Caixeiro. Rio de Janei-
ro: Zahar, 1981. p. 70.) 1 OS PRECURSORES DA SOCIOLOGIA E O
POSITIVISMO
O que difere a divisão do trabalho na indústria
capitalista das formas de distribuição anterio- A revolução francesa trouxe o poder político
res do trabalho? à burguesia, destruiu os fundamentos da socieda-
de feudal e promoveu profundas inovações na vida
a) A formação de associações de ofício que criaram social. Mas, junto com a revolução industrial trou-
o trabalho assalariado e a padronização de pro- xe crises e desordens na organização das socie-
cessos industriais. dades, os pensadores franceses da época, como
b) A realização de atividades produtivas sob a for- Saint-Simon (1760-1830), Le Play (1806-1882) e al-
ma de unidades de famílias e mestres, o que au- guns outros, concentrarão suas reflexões sobre a
menta a produtividade do trabalho e a indepen- natureza e as consequências da revolução, exis-
dência individual de cada trabalhador. tia em geral um certo rancor pela revolução que
c) O exercício de atividades produtivas por meio da fica explicito em seus trabalhos onde se utilizavam
divisão do trabalho por idade e gênero, o que leva expressões como “anarquia”, “perturbação”, “cri-
à exclusão das mulheres do mercado de trabalho. se”, ‘desordem”, para julgar a nova realidade pro-
d) O controle do ritmo e da distribuição da produ- vocada pela revolução.
ção pelo trabalhador, o que resulta em mais rique- “A tarefa que esses pensadores se propõem
za para essa parcela da sociedade. é a de racionalizar a nova ordem encontrando
e) A subdivisão do trabalho de cada especialidade soluções para o estado de desorganização en-
produtiva em operações limitadas, o que conduz tão existente. Mas para restabelecer a “ordem e a
ao aumento da produtividade e à alienação do tra- paz, pois é a essa missão que esses pensadores se
balhador. entregam, para encontrar um estado de equilíbrio
na nova sociedade, seria necessário, segundo eles,
6. Apresente quais foram as principais transfor- conhecer as leis que regem os fatos sociais, insti-
mações que ocorreram da passagem do feuda- tuindo, portanto uma ciência da sociedade.”(Car-
lismo para o capitalismo. los B. MARTINS. O que é Sociologia, S, Paulo, Brasi-
_____________________________________ liense, 1984, p. 27.).
_____________________________________ A Sociologia surge com interesses práticos
_____________________________________ de reorganizar a sociedade, constituí a respos-
_____________________________________ ta intelectual à crise social de seu tempo, com a
_____________________________________ tarefa de repensar o problema da ordem social,
enfatizando a importância de instituições como
7. O mercantilismo envolve um conjunto de prá- a autoridade, a família, a hierarquia social, desta-
ticas e teorias econômicas desenvolvidas ao cando a sua importância teórica para o estudo da
longo da Idade Moderna. Comente sobre este sociedade.
sistema.
_____________________________________ 1.1 SOCIALISMO UTÓPICO
_____________________________________
_____________________________________ No século XIX, diferentes pensadores ten-
_____________________________________ taram refletir sobre os problemas causados pelas
_____________________________________ sociedades capitalistas em desenvolvimento. Ain-
da fortemente calcados nas ideias do pensamento
8. A produção capitalista teve inicio com as cor- iluminista, esses pensadores  continuaram a  bus-
porações simples, depois passaram para as ma- car no racionalismo a saída para as contradições
nufaturas até culminarem com a maquinofatu- geradas no interior do pensamento capitalista. No
ra. Caracterize este último momento. entanto, esses não faziam uma crítica radical ao
_____________________________________ capitalismo, pois ainda defendiam a manutenção
_____________________________________ de suas práticas mais elementares.
_____________________________________ Chamados de socialistas utópicos, esses
_____________________________________ pensadores deram os primeiros passos no de-
_____________________________________ senvolvimento das teorias socialistas. Os seus
principais representantes são Robert Owen, Saint-
-Simon e Charles Fourier. Entre eles, podemos per-
ceber claramente a construção de uma sociedade
ideal, onde se defendia a possibilidade de criação
de uma organização onde as classes sociais vives- -revolucionária. Ele defendeu em parte o espírito
sem em harmonia ao buscarem interesses comuns de 1789 e criticou a restauração da monarquia,
que estivessem acima da exploração ou da busca preocupando-se fundamentalmente em como or-
incessante pelo lucro. ganizar a nova sociedade, que, no seu entender,
O industriário britânico Robert Owen (1771 estava em ebulição e total caos. Para Comte, a
– 1858) acreditava que o caráter humano era fruto desordem e anarquia imperavam por causa da
das condições do local em que ele se formava. Por confusão de princípios (teológicos e metafísicos)
isso, defendeu que a adoção de práticas sociais que não podiam mais se adequar à sociedade in-
que primassem pela felicidade, harmonia e coope- dustrial em expansão. Era, portanto, necessário
ração poderiam superar os problemas causados superar esse estado de coisas, usando a razão
pela economia capitalista. Seguindo seus próprios como fundamento da nova sociedade indus-
princípios, Owen reduziu a jornada de trabalho de trial.
seus operários e defendeu a melhoria de suas con- Auguste Comte, assim propôs uma comple-
dições de moradia e educação. ta mudança da sociedade, mediante uma refor-
Charles Fourier (1772 – 1837) criticou fer- ma intelectual plena do ser humano. A “filosofia
renhamente a sociedade burguesa. Em seus es- positiva” ou o “positivismo” foi o conjunto de
critos, defendeu uma sociedade sustentada por postulados para modificar, por meio dos novos
ações cooperativas. Nelas, o talento e o prazer métodos das ciências daquela época, a forma de
individual possibilitariam uma sociedade mais pensamento das pessoas. Podemos dizer que era
próspera. A sociedade burguesa, marcada pela um pensador positivista, pois acreditava na su-
repetição e a especialidade do trabalho operário, perioridade da ciência e no seu poder de expli-
estava contra este tipo de sociedade ideal. Além cação dos fenômenos de maneira desprendida da
disso, Fourier era favorável ao fim das distinções religiosidade, como era comum se pensar naquele
que diferenciavam os papéis assumidos entre ho- tempo. Consequentemente, haveria uma reforma
mens e mulheres. das instituições. A Sociologia, ou a “física so-
Por meio do cooperativismo, do prazer e das cial”, ao estudar a sociedade pela análise de seus
liberdades de escolha a sociedade iria criar condi- processos e estruturas, proporia uma reforma prá-
ções para o alcance do socialismo. Nesse estágio, tica das instituições.
a comunhão entre os indivíduos seria vivida de A Sociologia representava, para Comte, o
maneira plena. Sem almejar a distinção ou a dis- coroamento da evolução do conhecimento. Se-
puta, as famílias de trabalhadores viveriam nos gundo ele, havia uma progressão entre as sete
falanstérios, edifícios abrigados por 1800 pessoas grandes ciências (Matemática, Astronomia, Físi-
vivendo em plena alegria e cooperação. ca, Química, Biologia, Moral e Sociologia), sendo a
Saint-Simon (1760 – 1825), acreditava que Sociologia e a Biologia as mais complexas e con-
uma sociedade dividia-se entre os produtores e cretas.
ociosos. Por isso, defendeu outra sociedade onde A Sociologia, como as ciências naturais, de-
a oposição entre operários e industriais deveria veria sempre procurar a reconciliação entre os as-
ser reconfigurada. Para isso, ele pregava a manu- pectos estáticos e dinâmicos do mundo ou, na so-
tenção dos privilégios e do lucro dos industriais, ciedade humana, entre a ordem e o progresso, de
desde que os mesmos assumissem os impactos modo que este deveria estar subordinado àquela.
sociais causados pela prosperidade. Dessa forma, A ciência deveria ser um instrumento para
ele acreditava que no cumprimento da sua respon- a análise da sociedade a fim de torná-la melhor.
sabilidade social, o industriário poderia equilibrar O lema era: “Conhecer para prever, prever para
os interesses sociais. prover”, ou seja, o conhecimento deveria existir
Levantando determinados pressupostos, para fazer previsões e também para dar a solução
os socialistas utópicos sofreram a crítica dos so- dos possíveis problemas.
cialistas científicos. Para os últimos, o socialismo O conhecimento está sujeito, em sua evolu-
utópico projetava uma sociedade sem antes devi- ção a passar por três estados diferentes:
damente avaliar as condições mais enraizadas que 1º TEOLÓGICO: o pensamento sobre o mun-
constituíam o capitalismo. Com isso, os socialistas do é denominado pelas considerações do sobre-
ambicionavam definir a natureza do homem e, a natural, da religião, de um deus.
partir disso, indicar o caminho entre a harmonia e 2º METAFÍSICO: as atrações do sobrenatural
os interesses individuais. são substituídas pelo pensamento filosófico sobre
a essência dos fenômenos e pelo desenvolvimento
1.2 AUGUSTE COMTE E O POSITIVISMO da matemática, lógica e outros sistemas neutros
de pensamento.
A obra de Auguste Comte está permeada pe- 3º POSITIVO: A ciência, ou a observação cui-
los acontecimentos que marcaram a França pós- dadosa dos fatos empíricos, e o teste sistemático
das teorias tornam-se modos dominantes para se positivista (1852).
acumular conhecimento. E com o estado positivo
o conhecimento pode ter utilidade prática a fim de
melhorar a vida das pessoas. Texto Complementar

A Sociologia provinda da escola francesa “A explicação sociológica exige, como re-


deve muito a Auguste Comte. Podemos notar as quisito essencial, um estado de espírito que per-
influências desse autor na obra de Durkheim, seus mita entender a vida em sociedade como estando
contemporâneos e seguidores. submetida a uma ordem, produzida pelo próprio
concurso das condições, fatores e produtos da
vida social. Por isso, tal estado de espírito não só é
PROPOSTAS DE COMTE anterior ao aparecimento da Sociologia, como re-
presenta uma etapa necessária à sua elaboração.
PARA OS CIENTISTAS No mundo moderno, pelo que se sabe, ele se cons-
tituiu graças à desagregação da sociedade feudal
Método: inspirado nas ciências naturais (experiência direta) e à evolução do sistema capitalista de produção,
com sua economia de mercado e a corresponden-
Objetividade total: distância e neutralidade em relação ao objeto te expansão das atividades urbanas. É que estes
dois processos históricos-sociais se desenrolam
Pesquisar: Leis dos movimentos das sociedades (Não as causas) de modo a ampliar, continuamente, as esferas da
existência nas quais o ajustamento dinâmico às
Compor alianças com a burguesia e o Estado
situações sociais exigia o recurso crescente a ati-
Organizar a sociedade pós-revolucionária estava um caos tudes secularizadas de apreciação dos móveis das
Guiar o ordenamento da vida social ações humanas, dos significados dos valores e da
eficiência da instituições.”
CIÊNCIA à PREVISÃO à AÇÃO

(FERNANDES, Florestan, Ensaios de sociolo-


gia geral e aplicada (cap. 8: “A herança intelectual
PARA O POVO da Sociologia”, Livraria Pioneira Editora, São Pau-
lo, 1971, pp. 273-89.)
Reforma intelectual: abandono da teologia e da metafísica

Bibliografia Utilizada:
Mudança dos valores que guiam suas vidas
COSTA, Cristina. Sociologia: introdução à
Guiar suas práticas pelas orientações dos cientistas ciência da sociedade. São Paulo: Moderna. 1997.
TOMAZI, Nelson Dacio. Iniciação à Sociolo-
Obediência às normas e regras das instituições
gia. São Paulo: Atual. 2000.
Adesão à religião da humanidade TOMAZI, Nelson Dacio. Sociologia para o
Não dar ouvidos aos ideais revolucionários e socialistas Ensino Médio. São Paulo: Saraiva. 2012.
Abandonar a ideia de Democracia
EXERCÍCIOS

Comte não pensa numa sociedade ideal 1. (UFUB) Sobre o positivismo, como uma das
com valores perfeitos, mas na sociedade atual formas de pensamento social, podemos afir-
(de seu tempo), porém reorganizada, por isso não mar que:
pode ser considerado um pensador utópico. Ele
via na sociedade industrial e científica o grau mais I. É a primeira corrente teórica do pensamento so-
desenvolvido de sociedade até então, tudo isso ciológico preocupada em definir o objeto, estabe-
graças ao progresso da ciência que possibilitava o lecer conceitos e definir uma metodologia.
capitalismo, mas faltava ordem. Segundo o autor II. Derivou-se da crença no poder absoluto e exclu-
seria possível evitar situações de conflito e desor- sivo da razão humana em conhecer a realidade e
dem a partir do planejamento vindo das observa- traduzi-la sob a forma de leis naturais.
ções. Citando Comte: “As leis sociológicas permi- III. Foi um pensamento predominante na Alema-
tem planejar o futuro porque indicam critérios de nha no século XIX, nascido principalmente de cor-
atuação política”. rentes filosóficas da Ilustração.
IV. Nele, a sociedade foi concebida como organis-
PRINCIPAIS OBRAS: Sistema de política posi- mo constituído de partes integradas e coisas que
tiva (1824), Curso de filosofia positiva (1830 – 1842), funcionam harmoniosamente, segundo um mode-
Discurso sobre o espírito positivo (1844) e catecismo lo físico ou mecânico.
a) II, III e IV estão corretas. d) Tornar realidade o chamado “socialismo utópi-
b) I, II e III estão corretas. co”, visto como única alternativa para a superação
c) I, II e IV estão corretas. das lutas de classe em que a sociedade capitalista
d) I e III estão corretas. estava mergulhada.
e) Todas as afirmativas estão corretas.
4. Destaque a influência do “caos” causado pe-
2. Com relação ao contexto de surgimento da las Revoluções Industrial e Francesa na sociolo-
Sociologia podemos afirmar que:  gia de Augusto Comte.
I. A Sociologia foi uma manifestação do pensa- _____________________________________
mento moderno que surgiu a partir dos aconteci- _____________________________________
mentos desencadeados pelas revoluções políticas _____________________________________
e econômicas ocorridas na França e Inglaterra, _____________________________________
marcando o declínio da sociedade feudal e da con- _____________________________________
solidação do capitalismo.
II. A Sociologia consolidava o rompimento do pen- 5. Conceitue Positivismo ou Filosofia positiva.
samento moderno com o racionalismo, visto que _____________________________________
este em nada contribuía para o estabelecimento _____________________________________
de leis que explicassem o funcionamento do mun- _____________________________________
do material. _____________________________________
III. A Sociologia surgiu no século XIX, sendo a ex- _____________________________________
pressão do pensamento de Karl Marx, teórico que
observava a sociedade capitalista enquanto uma 6. A obra fundamental de Comte é o “Curso de Fi-
realidade contraditória e que visava por isso a losofia Positiva”, livro escrito entre 1830 e 1842, a
transformação dessa para uma sociedade comu- partir de 60 aulas dadas publicamente pelo filósofo,
nista. a partir de 1826. É na primeira delas que Comte for-
IV. A Sociologia, na figura de um de Augusto Com- mulou a “lei dos três estados” da evolução humana:
te – um de seus fundadores, visava contribuir para Para Comte as ciências evoluíram do Estado Teoló-
a solução dos problemas sociais decorrentes da gico, ao Estado Metafísico, cujo ponto culminante
Revolução Industrial, tendo em vista a necessária seria o Estado Positivo.
estabilização da ordem social burguesa. 
Caracterize cada um destes Estados.
Estão corretas somente as afirmativas: _____________________________________
_____________________________________
a) I e II _____________________________________
b) I, II e III _____________________________________
c) I e IV _____________________________________
d) II e IV
e) II, III e IV 7. Conhecer o positivismo, contudo, é particu-
larmente importante aos brasileiros, devido
3. (UFUB – jul/01) Surgida no momento de con- à grande influência que esta escola filosófica
solidação da sociedade capitalista, a Sociologia exerceu no país na virada dos séculos 19 e 20.
tinha uma importante tarefa a cumprir na visão
de seus fundadores, dentre os quais se destaca Disserte sobre a importância das ideias positi-
Augusto Comte. Assinale a alternativa correta vistas na formação da sociedade brasileira, em
quanto a essa tarefa: especial durante a Proclamação da República.
_____________________________________
a) Desenvolver o puro espírito científico e inves- _____________________________________
tigativo, sem maiores preocupações de natureza _____________________________________
prática, deixando a solução dos problemas sociais _____________________________________
por conta dos homens de ação. _____________________________________
b) Incentivar o espírito crítico na sociedade e, des-
sa forma, colaborar para transformar radicalmen-
te a ordem capitalista, responsável pela explora- UNIDADE 4
ção dos trabalhadores.
c) Contribuir para a solução dos problemas sociais CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA: ÉMILE DUR-
decorrentes da Revolução Industrial, tendo em KHEIM (1)
vista a necessária estabilização da ordem social
burguesa.
A Sociologia propriamente dita origina-se principalmente as inovações tecnológicas: desen-
das ideias de alguns pensadores que procuraram volveu-se a indústria do aço e duas novas fontes
discutir a sociedade de seu tempo, principalmen- de energia passaram a ser utilizadas, a eletricida-
te franceses e alemães. Entre os franceses a maior de e o petróleo. Apareceram também invenções
expressão é Émile Durkheim (1858-1917), que pro- que transformaram o ambiente social: o telégra-
curou, de modo permanente, outorgar um caráter fo, o avião, o submarino, o cinema, o automóvel.
científico à Sociologia, tendo como influência tan- Ad inovações e os problemas da sociedade capita-
to o pensamento de Montesquieu e Saint-Simon lista estavam presentes no dia-a –dia dos france-
como o de Auguste Comte. ses. Durkheim procurou estudar essa diversidade
Na Alemanha, o representante mais expres- de situações.
sivo será Max Weber (1864-1920). Sua obra tem Partindo da afirmação de que a raiz de to-
estreita ligação com a história alemã de seu tem- dos os males da sociedade de seu tempo era cer-
po. A unificação alemã, o processo de industriali- ta fragilidade moral (ideias, normas e valores), a
zação tardia, o acordo entre a burguesia industrial preocupação de Émile Durkheim foi com a ordem
e os grandes proprietários de terra, tendo em vista social. Em busca de uma solução para isso, pro-
uma transição mais adequada aos seus interesses, punha a formulação de novas idéias morais capaz
com a formação de uma forte burocracia estatal, de guiar a conduta dos indivíduos, cujos caminhos
vão dar uma configuração diferente à Alemanha poderiam ser encontrados com a ajuda da ciência,
no contexto europeu. Além disso, a guerra de 1914- por meio de suas investigações, pois os valores
1918 afetará, de modo significativo, o pensamento morais constituíam um dos elementos mais efica-
de Max Weber. zes para neutralizar as crises econômicas e políti-
cas. A partir deles poderiam se criar relações es-
1 A SOCIOLOGIA DE DURKHEIM táveis entre os homens. O elemento fundamental
para Durkheim é a integração social.
Embora Comte seja considerado o pai da
sociologia já que foi ele que cunhou o termo, Dur- 2. INTEREÇÃO SOCIAL
kheim é apontado como um de seus primeiros
grandes teóricos. Ele e seus colaboradores se es- Questão chave em Drukheim: Como a socie-
forçaram para emancipar a sociologia das demais dade é possível? Por que nós não nos destruímos?
teorias sobre a sociedade e constituí-la como disci- Por que criamos regras de civilidade, regras na ver-
plina rigorosamente científica. Em livros e cursos, dade sociais?
sua preocupação foi definir com precisão o objeto, A sociedade é uma construção social. Pode-
o método e as aplicações dessa nova ciência. ríamos nos matar por diversas razões vivendo em
Émile Durkheim, nasceu em Épinal, na Alsá- uma sociedade de violência. Porém a sociedade
cia, descendente de uma família de rabinos. Ini- ser tornou possível à medida que foi criando re-
ciou seus estudos na Escola Normal Superior de gras, normas, leis, costumes, valores, consciência,
Paris, indo depois para a Alemanha. Lecionou So- etc. Isso garante a INTERAÇÃO SOCIAL.
ciologia em Bordéus, primeira cátedra dessa ciên-
cia criada na França. Transferiu-se em 1902 para INTERAÇÃO SOCIAL: reciprocidade de ex-
Sorbonne, para onde levou inúmeros cientistas, pectativas. Existem normas e regras constituido-
entre eles seu sobrinho Marcelo Mauss, reunindo- ras das relações sociais e a sociedade tem expec-
-os num grupo que ficou conhecido como escola tativas que o indivíduos considera para a vigência
sociológica francesa. da sociedade. Cada indivíduo cumpre com as re-
Desenvolveu sua obra num período de gras e espera que os outros também cumpram.
grande crise na França. A derrota na guerra fran- Essa questão da reciprocidade de expecta-
co-prussiana e o aniquilamento da Comuna de tiva é fundamental em Durkheim. Tanto isso é ver-
Paris (1870 – 1871) haviam deixado marcas pro- dade que quando os indivíduos fogem às regras a
fundas na sociedade francesa, o que exigia uma própria sociedade o condena por não cumprir com
reformulação de toda a sua estrutura. A miséria as expectativas. Ele será julgado tanto pelas leis,
e o desemprego estavam lado a lado com uma pelo direito, como pela sociedade como um todo.
grande expansão industrial, ocasionando o desen- Ou seja, a quebra com a reciprocidade correspon-
volvimento das associações e organizações dos de ao rompimento com os laços sociais.
trabalhadores, bem como a eclosão de greves e o Para Durkheim esses elementos são objetos
aguçamento das lutas sociais, campo muito pro- de estudo dos cientistas sociais: defesa da sociolo-
pício ao desenvolvimento das teorias socialistas. gia como ciência objetiva.
Entretanto, essa época foi também de
grande euforia, pois novos fatos propiciaram um 3 FATO SOCIAL: O OBJETO DA SOCIOLOGIA
progresso significativo na esfera da produção,
“Fato social é toda maneira de fazer, fixa parados independentemente do que os indivíduos
ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo envolvidos pensassem a seu respeito.
uma coação exterior; ou ainda, que é geral no FUNCIONALISMO: Segundo Durkheim, num
conjunto de cada sociedade tendo ao mesmo organismo (sociedade) saudável, cada detalhe
tempo existência própria, independente de (fato social) tem um papel de utilidade (função) a
suas manifestações individuais.” desempenhar para o equilíbrio vital (ordem). Por-
Fato social consiste em “maneiras cole- tanto, seu método busca encontrar as coisas que
tivas de pensar, sentir e agir, exteriores ao in- pertencem à própria sociedade (fatos sociais) para
divíduo e dotadas de um poder de coerção em entender como atuam dentro dela auxiliando no
virtude do qual se lhe impõem”. seu ordenamento. Ou seja, perguntar a função
Em uma de suas obras fundamentais, As (papel) de algo, é procurar a que necessidade do
regras do método sociológico, publicada em 1895, corpo (organismo social) esse algo corresponde.
Durkheim definiu com clareza o objeto da sociolo- Em estágio de normalidade uma espécie está bem
gia: os fatos sociais. Para o autor um fato social é integrada (coesa), com seus membros cumprindo
toda a maneira de agir, de pensar e de sentir que seus devidos papéis sociais. Nas palavras de Dur-
obedece às três características abaixo: kheim: “O que nos importa é saber se o fato existe
e em que consiste, não se foi pressentido de ante-
Coerção social: Força que os fatos exercem mão”. O sociólogo deve ser capaz de explicar estes
sobre os indivíduos, levando-os a conformar-se às fatos sociais.
regras da sociedade em que vivem, independen-
temente da sua vontade ou escolha. Essa força se 5 SOCIEDADE UM ORGANISMO EM ADAPTA-
manifesta quando o indivíduo adota um determi- ÇÃO
nado idioma, quando se submete a um determina-
do tipo de formação familiar ou quando está sub- Para Durkheim, a sociologia tinha por fina-
metido a determinado código de leis. lidade não só explicar a sociedade como também
Exterioridade: As regras sociais, os costu- encontrar soluções para a vida social. A socie-
mes, as leis, já existem antes do nascimento das dade como todo organismo, apresentaria estados
pessoas, são a elas impostos por mecanismos de normais e patológicos, isto é, saudável e doentio.
coerção social, como a educação. Normal: é aquele fato que não extrapola li-
Generalidade: É social todo fato que é ge- mites dos acontecimentos mais gerais de uma de-
ral, que se repete em todos os indivíduos ou, pelo terminada sociedade e que reflete os valores e as
menos, na maioria deles. condutas aceitas pela maior parte da população.
Patológico: é aquele que se encontra fora
4 MÉTODO dos limites permitidos pela ordem social e pela
moral vigente. Os fatos patológicos, como as doen-
Independente de qualquer filosofia, visando ças, são considerados transitórios e excepcionais.
apenas o princípio da causalidade
Garantia da objetividade 6 COERÇÃO SOCIAL E COESÃO SOCIAL
Um fato social só pode ser explicado por ou-
tro fato social A sociedade só é possível porque os indi-
Regra fundamental: Os fatos sociais devem víduos são coagidos a agir dentro de padrões e
ser tratados como coisas. normas sociais. Toda a vida do indivíduo ele sofre
coerção (força, pressão) para corresponder às ex-
A explicação científica exige que o pesquisa- pectativas. Nesta atitude de corresponder às ex-
dor mantenha certa distância e neutralidade em pectativas dos outros que há COESÃO.
relação ao fato a ser estudado. A coesão deriva da coerção.
Tanto para Durkheim, como para os positi- Leis e normas são mutáveis com a socie-
vistas em geral, a explicação científica exige que dade. Cada momento histórico pode exigir novas
os pesquisadores mantenham certa distância em leis, novos comportamentos. Assim os códigos es-
relação aos fatos, resguardando a objetividade tabelecidos devem ser mudados, transformados.
de sua análise. É preciso que o sociólogo deixe de As regras são dinâmicas. Muitas vezes portanto é
lado suas pré-noções, isto é, seus valores e senti- preciso a reordenação das normas. Entre a deca-
mentos pessoais em relação ao acontecimento a dência de costumes de uma determinada lei e o
ser estudado, pois nada têm de científico e podem seu refazer pode levar décadas, séculos, milênios.
destorcer a realidade dos fatos. Durkheim acon-
selhava os sociólogos a encarar os fatos sociais 7 MORAL
como coisas, ou seja, objetos que lhe sendo exte-
riores deveriam ser medidos, observados, e com- A moral é um fato social, pois criamos todo
um corpo de valores, por isso agimos de maneira A consciência coletiva é objetiva (não vem
que agimos, com dependência, solidariedade. Nos de uma só pessoa), é exterior (é o que a sociedade
enquadramos aos outros porque precisamos dos pensa), age de uma forma coercitiva. É, de certo
outros – isso é uma convicção moral. modo a moral vigente da sociedade. A consciên-
Por que dependemos dos outros? E por que cia coletiva manifesta-se nos sistemas jurídicos,
isso é um fato moral? nos códigos legais, na arte, na religião, nas cren-
O indivíduo isoladamente pode muito pou- ças, nos modos de sentir, nas ações humanas.
co, mas enquanto grupo, enquanto coletividade, Existe difundida na sociedade e é interiorizada pe-
os indivíduos são mais fortes, assim podem defen- los indivíduos.
der seus interesses. A vontade individual desapa-
rece, prevalece a vontade do grupo, o compromis- PRINCIPAIS OBRAS: Da divisão do trabalho
so que foi estabelecido com o grupo, seja qual for social (1893), O suicídio (1897), Formas elementa-
a sua natureza. res da vida religiosa (1912), Educação e sociologia
Durkheim entende a Moral como conjunto (1939).
de valores das mais diversas naturezas.
Há uma dupla relação: dependência e coer- Bibliografia Utilizada:
ção. Durkheim observa que são os valores morais
que sustentam a sociedade, e essa dependência COSTA, Cristina. Sociologia: introdução à
existe de diversas formas, baseados em cada mo- ciência da sociedade. São Paulo: Moderna. 1997.
mento histórico. GIDDENS, Anthony. Sociologia. 4.ed. Lisboa:
Fundação Calouste Gulbenkian, 2004.
A coerção e coesão também são fontes de QUINTANEIRO, Tânia; BARBOSA, Maria Lígia;
dependência e solidariedade. Oposto à coesão: OLIVEIRA, Márcia Gardênia. Um toque de clássi-
conflito, que leva à anomia. cos: Durkheim, Marx e Weber. Belo Horizonte: Ed.
ANOMIA: não correspondência às regras. UFMG, 1996.
Uma antiexpectativa. O indivíduo não reconhece TOMAZI, Nelson Dacio. Iniciação à Sociolo-
regras, normas, leis da sociedade e por isso não gia. São Paulo: Atual. 2000.
vive em coesão. A disciplina desempenha um pa- TOMAZI, Nelson Dacio. Sociologia para o
pel importante na formação do caráter e da perso- Ensino Médio. São Paulo: Saraiva. 2012.
nalidade em geral. O que há de mais essencial no
caráter é a aptidão para se dominar, é essa facul- EXERCÍCIOS
dade de saber parar ou, como se diz, de inibição,
que nos permite conter nossas paixões, nossos de- 1. De acordo com Florestan Fernandes:
sejos e impor-lhes a lei. A concepção fundamental de ciência, de Emi-
le Durkheim (1858-1917), é realista, no sentido de
8 A CONSCIÊNCIA COLETIVA defender o princípio segundo o qual nenhuma ciên-
cia é possível sem definição de um objeto próprio e
“O conjunto das crenças e dos sentimentos independente.
comuns à média dos membros de uma mesma so- (FERNANDES, F. Fundamentos empíricos da
ciedade forma um sistema que tem sua vida pró- explicação sociológica. Rio de Janeiro: Cia Editora
pria; podemos chamá-lo consciência coletiva ou Nacional, 1967. p. 73).
comum. Sem dúvida, ela não tem por substrato
um órgão único; é, por definição, difusa em toda Assinale a alternativa que descreve o objeto
extensão da sociedade” ( DURKHEIM, A Divisão do próprio da Sociologia, segundo Emile Durkheim
Trabalho Social) (1858-1917).

A consciência coletiva não se baseia na a) O conflito de classe, base da divisão social e


consciência de indivíduos singulares ou de grupos transformação do modo de produção.
específicos, mas está espalhada por toda a socie- b) O fato social, exterior e coercitivo em relação à
dade, revelando o “tipo psíquico da sociedade”, vontade dos indivíduos.
que se imporia aos indivíduos e perduraria através c) A ação social que define as inter-relações com-
das gerações. partilhadas de sentido entre os indivíduos.
A consciência coletiva é a forma moral vi- d) A sociedade, produto da vontade e da ação de
gente na sociedade. Ela aparece como conjunto indivíduos que agem independentes uns dos ou-
de regras estabelecidas que atribuem valor e de- tros.
limitam os atos individuais, define o que, numa so- e) A cultura, resultado das relações de produção e
ciedade, é considerado ‘imoral”, “reprovável” ou da divisão social do trabalho.
“criminoso”.
2. (UFU – 2009/2) “Alegando ver ‘um conjunto de Assinale a alternativa correta.
regras diabólicas’ e lembrando que ‘a desgraça
humana começou por causa da mulher’, um juiz a) Apenas as afirmativas I e II são corretas.
de Sete Lagoas (MG) considerou inconstitucional a b) Apenas as afirmativas I e IV são corretas.
Lei Maria da Penha e rejeitou pedidos de medidas c) Apenas as afirmativas II e III são corretas.
contra homens que agrediram e ameaçaram suas d) Apenas as afirmativas I, III e IV são corretas.
companheiras.” (Folha de S. Paulo, 21 de outubro de e) Apenas as afirmativas I, II e IV são corretas.
2007).
O trecho supracitado refere-se à temática da 4. (IFAC-2014) A busca da objetividade nas Ciên-
violência contra a mulher. Tendo como referên- cias Sociais levou alguns sociólogos a discuti-
cia a sociologia de Èmile Durkheim e sua con- rem essa questão em suas obras. Um deles foi
cepção de sociedade, podemos afirmar que a Émile Durkheim cuja obra As regras do método
violência contra a mulher é: sociológico aborda a objetividade dos fatos so-
ciais da seguinte forma:
a) um fenômeno de ordem sagrada, uma regra di-
vina, como forma de punição à mulher face à sua a) A neutralidade do estudo dos fatos sociais é im-
culpa pela expulsão dos humanos do Jardim do possível, porque, por mais quantificável que seja a
Éden. pesquisa, a análise estará sempre ligada à questão
b) um fenômeno natural, originado nas diferenças qualitativa ou interpretativa do pesquisador.
biológicas entre homens e mulheres, as quais ins- b) A objetividade nas ciências sociais será alcan-
tituem a superioridade masculina e a fragilidade çada se elas se desviarem do método das ciências
feminina. naturais.
c) um fenômeno moral, embasado em padrões so- c) A pesquisa nas ciências sociais não possui ob-
cialmente estabelecidos, os quais regulam as rela- jetividade, por se tratar dos estudos das relações
ções sociais entre homens e mulheres. humanas em sociedade.
d) consequência de um desequilíbrio emocional na d) O estudo dos fatos sociais exige do cientista
personalidade masculina, o que requer tratamen- uma postura objetiva e neutra, afastando-se de
to individual com profissionais especializados. suas prenoções para o alcance da imparcialidade
diante dos fatos observados.
3. (UEL) Um jovem que havia ingressado recen-
temente na universidade foi convidado para uma 5. (UFU/2007) Sobre o significado de consciên-
festa de recepção de calouros. No convite distri- cia coletiva na teoria Durkheimiana, marque a
buído pelos veteranos não havia informação sobre alternativa correta.
o traje apropriado para a festa. O calouro, imagi-
nando que a festa seria formal, compareceu ves- a) Representa um conjunto de regras e valores so-
tido com traje social. Ao entrar na festa, em que ciais que se coloca acima das consciências indivi-
todos estavam trajando roupas esportivas, cau- duais, estabelecendo uma coesão social fundada
sou estranheza, provocando risos, cochichos com nas diferenças entre os membros da sociedade.
comentários maldosos, olhares de espanto e de b) Representa o conjunto de crenças, hábitos e
admiração. O calouro não estava vestido de acor- sentimentos comuns à média dos membros de
do com o grupo e sentiu as represálias sobre o seu uma mesma sociedade, agindo sobre as consciên-
comportamento. As regras que regem o com- cias individuais e estabelecendo um padrão de
portamento e as maneiras de se conduzir em comportamento.
sociedade podem ser denominadas, segundo c) Está intimamente relacionada à sociedade de
Émile Durkheim (1858-1917), como fato social. grande divisão social do trabalho, sendo predomi-
nante no tipo de solidariedade orgânica, uma vez
Considere as afirmativas abaixo sobre as carac- que estabelece um alto grau de conformidade e
terísticas do fato social para Émile Durkheim. semelhanças a esse tipo de organização social.
d) Define um tipo de coesão social, particularmen-
I. O fato social é todo fenômeno que te aquele no qual se estabelece uma rede de fun-
ocorre ocasionalmente na sociedade. ções interdependentes, ao mesmo tempo em que
II. O fato social caracteriza-se por exercer um po- os indivíduos são diferentes uns dos outros.
der de coerção sobre as consciências individuais. 6. Para circunscrever com precisão o objeto de
III. O fato social é exterior ao indivíduo e estudo da Sociologia, Émile Durkheim elaborou
apresenta-se generalizado na coletividade. o conceito de fato social. Ele chamou de fato so-
IV. O fato social expressa o predomí- cial tudo aquilo que por via do modo como os
nio do ser individual sobre o ser social. homens estão relacionados numa sociedade se
impõe a eles como ação que eles têm que reali-
zar, sob pena de ficar de fora do grupo. A partir ameaças são os membros da sociedade e não a
dos conhecimentos sobre a teoria de Durkheim, própria sociedade.
assinale o que for correto. e) Da sociedade, pois, quando um atentado é di-
rigido a um indivíduo, este deve ser considerado
a) Os fatos sociais não são construídos pelas cul- como um atentado à própria sociedade.
turas humanas, mas são manifestações naturais
de tal espécie, pois é da natureza do homem cons- 8. Que importância tem a moral, visto que Dur-
truir regras para o grupo seguir. kheim considera a vida social como essencial-
b) Uma sociedade não pode ter vida própria, por mente moral.
isso, os fatos sociais nascem nas consciências indi- _____________________________________
viduais para depois se generalizarem. _____________________________________
c) Pode ser considerado fato social tudo aquilo _____________________________________
que a família ensina para uma criança, pois, na _____________________________________
medida em que um comportamento é imposto ao _____________________________________
indivíduo, se torna fato social.
d) Os fatos sociais têm obrigatoriamente três ca- 9. DESAFIO: Escolha um exemplo do seu coti-
racterísticas: exterioridade, generalidade e cum- diano (uso de uniformes em escolas, casamento
plicidade. Sendo a cumplicidade a mais importan- na igreja, cumprimentos cordiais, etc) e através
te delas. dele explique o que é fato social, apontando sua
e) Durkheim considera os fatos sociais os elemen- exterioridade, coletividade e coercitividade
tos que possibilitam a existência e manutenção _____________________________________
das espécies sociais (sociedades). Sendo que estas _____________________________________
podem passar por períodos saudáveis (normais), _____________________________________
doentes (patológicos) e caóticos (anômicos). _____________________________________
_____________________________________
7. Émile Durkheim, analisando a organização
da sociedade e o papel dos indivíduos em rela- UNIDADE 5
ção à criminalidade e ao direito, afirmava que
CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA: ÉMILE DUR-
“(...) supondo que a pena possa realmente KHEIM (2)
servir para proteger-nos no futuro, estimamos que
deva ser, antes de tudo, uma expiação do passa- 1. CONCEITO DE SOLIDARIEDADE MECÂNICA E
do. O que o prova são as precauções minuciosas SOLIDARIEDADE ORGÂNICA
que tomamos para proporcioná-la tão exatamente
quanto possível à gravidade do crime; elas seriam Para Durkheim, o trabalho de classificação
inexplicáveis se acreditássemos que o culpado deve das sociedades deveria ser efetuado com base em
sofrer porque fez o mal e na mesma medida(...) apurada observação e experimentação. Guiado
(...) Podemos dizer, pois, que a pena consiste por esse procedimento, observa que as socieda-
em uma reação passional de intensidade graduada. des são sistemas coesos. A solidariedade exis-
Mas de onde emana esta reação? Do indivíduo ou da tente em cada grupo é o que mantém essa coesão.
sociedade?” Contudo, devemos nos atentar para o significado
(Fonte: DURKHEIM, É. “Da divisão social do de solidariedade social que Durkheim emprega,
trabalho”) que não coincide com o famoso uso que estamos
De acordo com os seus conhecimentos sobre acostumados. Nesse sentido, ele está se referindo
Durkheim e em resposta ao questionamento aos laços sociais que se formam quando indiví-
formulado pelo autor, é correto afirmar que a duos se unem formando alguma forma de coletivi-
reação que resulta em uma pena emana: dade, gerando obrigações e interdependência de
uns para com os outros e de um para com todos.
a) Da sociedade, pois, quem sofre os atentados e Ainda sobre esse assunto, Durkheim classifi-
ameaças são os membros da sociedade e não a ca a solidariedade em dois tipos, mecânica e or-
própria sociedade. gânica. E estabeleceu a passagem da solidarieda-
b) Do indivíduo, pois a pena, uma vez pronunciada, de mecânica para a solidariedade orgânica como
passa a ser uma punição individual e deixa de ter motor de transformação de toda e qualquer
relação com a sociedade. sociedade.
c) Da sociedade, pois quando um atentado é dirigi- Solidariedade Mecânica: é aquela que pre-
do a um indivíduo, não deve ser considerado como dominava nas sociedades pré-capitalistas, onde
um atentado à própria sociedade. os indivíduos se identificavam por meio da família,
d) Do indivíduo, pois quem sofre atentados e da religião, da tradição e dos costumes, permane-
cendo independentes e autônomos em relação à sidades da sociedade. Por isso, segundo o autor,
divisão social do trabalho. ela atua de maneira a despertar na criança os es-
Solidariedade Orgânica: típica das socie- tados físicos e morais requeridos pela sociedade.
dades capitalistas, onde, pela acelerada divisão Ao falarmos de educação, é importante lem-
social do trabalho os indivíduos se tornam inter- brar que podemos estar falando da educação que
dependentes. Essa interdependência garante a se recebe em casa (informal) e aquela que se rece-
união social, em lugar dos costumes, das tradições be na escola (formal). Para Durkheim, se não fosse
ou das relações sociais estreitas. Nas sociedades a capacidade de educar as crianças, nenhuma so-
capitalistas a consciência coletiva se afrouxa. As- ciedade alcançaria qualquer êxito enquanto gru-
sim, ao mesmo tempo que os indivíduos são mu- po. Além disso, a criança que não for devidamente
tualmente dependentes, cada qual se especializa educada (especialmente pela família) não possui
numa atividade e tende a desenvolver maior auto- quaisquer chances de ser bem sucedida dentro de
nomia pessoal. seu grupo. A educação desperta o nascimento de
“um novo homem”, não o homem biológico, mas
SOCIEDADE PRÉ-CAPITALISTA um superior a este: o ser social. Em suas palavras:
Tradicional “O ensino deve ser essencialmente moralizador;
libertar os espíritos das visões egoístas...”. A edu-
Não diversificada
cação evita a anomia pessoal. e “[...] dá à criança
Pré-industrial o senso da disciplina, isto é, o gosto pela regula-
Semelhanças de funções: ridade e pela subordinação às regras é uma ma-
União neira de ajudá-la a superar o estado de ‘anomia’,
Simples de confusão, que se apossaria dela, se obedecesse
apenas a desejos sem freios.”
Pouca divisão do trabalho

Ex.: Engrenagens de um relógio EXERCICIOS


Causa da coesão social:
Solidariedade 1. (UEL) Assinale a alternativa que corretamen-
te define a função moral da divisão do trabalho
Solidariedade mecânica
social segundo E. Durkheim.

a) Ampliar a anomia social.


b) Estimular o conflito de classes.
SOCIEDADE CAPITALISTA c) Promover a consciência de classe.
Moderna
d) Estreitar os laços de solidariedade social.
Diversificada e) Reproduzir formas de alienação social.
Industrial
2. (UEL) Leia o texto a seguir.
Especialização de funções:
Dependência De acordo com Susie Orbach, “Muitas coi-
sas feitas em nome da saúde geram dificuldades
Complexa
pessoais e psicoló- gicas. Olhar fotos de corpos
Muita divisão do trabalho que passaram por tratamento de imagem e achar
Ex.: Órgãos de um organismo que correspondem à realidade cria problema de
auto-imagem, o que leva muitas mulheres às me-
Causa da coesão social:
Solidariedade sas de cirurgia. Na geração das minhas filhas, há
garotas que gostam e outras que não gostam de
Solidariedade orgânica seus corpos. Elas têm medo de comida e do que a
comida pode fazer aos seus corpos. Essa é a nova
A passagem gradual de um tipo de solidarie- norma, mas isso não é normal. Elas têm pânico de
dade para outro se deu graças à divisão social do ter apetite e de atender aos seus desejos”. (Adap-
trabalho, que se acentuou com o desenvolvimento tado: As mulheres estão famintas, mas têm medo
da sociedade capitalista moderna. da comida, Folha de S. Paulo, São Paulo, 15 ago.
2010, Saúde).
2. EDUCAÇÃO Com base no texto e nos conhecimentos sobre o
pensamento de Émile Durkheim, é correto afir-
Segundo Durkheim, a educação das crian- mar:
ças é realizada com a função de socializa-las, insto a) O conflito geracional produz anomia social,
é, inseri-las na sociedade. Mas não da maneira que dada a incapacidade de os mais velhos compreen-
as crianças esperam, mas de acordo com as neces- derem as aspirações dos mais novos.
b) Normas são prejudiciais ao desenvolvimento mecânica, a qual a princípio é quase única, perca
social por criarem parâmetros e regras que institu- terreno progressivamente e que a solidariedade
cionalizam o agir dos indivíduos. orgânica, pouco a pouco, se torne preponderante”.
c) A consciência coletiva é mais forte entre os jo- Fonte: DURKHEIM, É. A Divisão Social do Trabalho, In
vens, voltados que estão a princípios menos in- Os Pensadores. Tradução de Carlos A. B. de Moura.
dividualistas e egoístas. d) Os padrões do que se São Paulo: Abril Cultural, 1977, p. 67.
considera saudável e belo são exemplos de fato Por esta lei, segundo o autor, nas sociedades
social e, portanto, são suscetíveis de exercer coer- simples, organizadas em hordas e clãs, prevalece a
ção sobre o indivíduo. solidariedade por semelhança, também chamada
e) A base para a formação de princípios morais e de solidariedade mecânica.
de solidez das instituições são os desejos indivi- Nas organizações sociais mais complexas, pre-
duais, visto estes traduzirem o que é melhor para valece a solidariedade orgânica, que é  aquela
a sociedade. que resulta do aprofundamento da especializa-
ção profissional.
3. (UEL) Leia o texto a seguir: De acordo com a teoria de Durkheim, é correto
A aluna Geisy Villa Nova Arruda, 20, não po- afirmar que: 
derá mais frequentar o prédio em que estudava
antes do dia 22 de outubro, quando foi persegui- a) As sociedades tendem a evoluir da solidarieda-
da, encurralada, xingada e ameaçada por cerca de de orgânica para a solidariedade mecânica, em
700 alunos, no campus de São Bernardo (de uma função da multiplicação dos clãs.
Universidade particular), alegadamente por causa b) Na situação em que prevalece a solidariedade
do microvestido que trajava. mecânica, as sociedades não evoluem para a soli-
(Adaptado de: Folha de São Paulo. (Univer- dariedade orgânica.
sidade particular) decide “exilar” Geisy em outro c) As sociedades tendem a evoluir da solidarieda-
prédio. Caderno cotidiano, C1, 11 nov. 2009.) de mecânica para a solidariedade orgânica, em
A matéria refere-se a recente episódio, de re- função da intensificação da divisão do trabalho.
percussão nacional na mídia e que teve como d) Na situação em que prevalece a divisão social
desfecho a readmissão da aluna à referida ins- do trabalho, as sociedades não desenvolvem for-
tituição, após o posicionamento da opinião pú- mas de solidariedade.
blica. e) Na situação em que prevalecem clãs e hordas,
Com base no texto e nos conhecimentos sobre as sociedades não desenvolvem formas de solida-
o pensamento de Durkheim, é correto afirmar riedade e, por isso, tendem a desaparecer progres-
que o acontecimento citado revelou sivamente.

a) a consolidação de uma nova consciência coleti- 5. (UFU)-Assinale a alternativa INCORRETA.


va, de bases amplas, representada pelos alunos da Durkheim afirma que no estudo dos fatos so-
referida instituição. ciais, o cientista social, ao trabalhar, deve
b) o desprezo da consciência coletiva dominante
na sociedade em relação aos destinos individuais, a) deixar de lado seus valores e sentimentos pes-
no caso, à aluna que foi alvo dos ataques dos es- soais em relação ao acontecimento a ser estuda-
tudantes. do.
c) a força da consciência coletiva da sociedade que b) manter certa distância e neutralidade em rela-
se impôs aos comportamentos morais desviantes ção aos fatos estudados, resguardando a objetivi-
com a finalidade de resgatar a harmonia social, dade de sua análise.
preservando as instituições. c) partir justamente do seu interesse pelo objeto
d) a presença de um quadro de profunda anomia de estudo e de sua visão particular sobre o assun-
social e o quanto os valores sociais de decência fo- to.
ram perdidos pela d) encarar os fatos sociais como “coisas”, isto ,
consciência coletiva que se posicionou favoravel- como objetos exteriores ao cientista, que devem
mente à estudante. ser medidos, observados e comparados indepen-
e) o perigo representado pela presença de uma dentemente do que os indivíduos pensem ou de-
consciência coletiva forte e majoritária atuando clarem a seu respeito.
como obstáculo para o desenvolvimento da vida e) romper com o senso comum, através de um ri-
social sadia ao impedir que alguns indivíduos de- gor analítico, que seria garantido por um método
fendessem os melhores valores morais. de análise sociológico.

4. (UEL – 2007) Segundo Émile Durkheim “[...] 6. Em 1895, Émile Durkheim, em As Regras do
constitui uma lei da história que a solidariedade Método Sociológico, buscava
a) especificar as leis da física social que determi- B) o papel das gerações velhas e novas no proces-
nam o equilíbrio social – estática social, e as que so educacional.
determinam o desenvolvimento necessário – a di- _____________________________________
nâmica social. _____________________________________
b) constituir a sociologia como uma ciência obje- _____________________________________
tiva, cujas condições de validade residem na sua _____________________________________
capacidade de determinar um campo autônomo _____________________________________
de pesquisa ‐ os fatos sociais.
c) identificar as leis que condicionam a evolução UNIDADE 6
das formas sociais, de suas estruturas e níveis de
complexidade. CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA: KARL MARX
d) compreender os sentidos das ações individuais
e explicitar as significações das instituições sociais Filósofo, Jornalista, Cientista Social e Revo-
nas quais os indivíduos agem. lucionário alemão. Apesar de não ter se formado
e) analisar as estruturas sociais, as forças e as rela- como sociólogo, Marx muito contribuiu para o de-
ções de produção, que se impõem aos indivíduos senvolvimento da sociologia ao analisar e criticar
e condicionam a produção social da própria exis- a organização social, política, econômica, jurídica,
tência. ideológica e cultural da sociedade capitalista.

7. Segundo Durkheim, quando um fato põe em “A burguesia rompeu os muitos laços feudais
risco o consenso, a adaptação e a evolução da que atavam os homens aos seus ‘superiores natu-
sociedade, estamos diante de uma sociedade rais’ e não deixou outro laço entre o homem e o
doente. Considerando a informação acima, ex- homem se não o do interesse nu e cru, senão o do
plique o que é fato normal e o que é fato patoló- bruto pagamento em dinheiro. Afogou os êxtases
gico para Durkheim. celestiais do fanatismo devoto, do entusiasmo ca-
_____________________________________ valheiresco e do sentimentalismo filisteu na água
_____________________________________ gelada do calculo egoísta. [...] A burguesia despiu o
_____________________________________ halo de todas as profissões até então honradas e
_____________________________________ encaradas com referente admiração.
_____________________________________ [...] A burguesia arrancou da família seu
véu sentimental e transformou a relação familiar
8. (UFU) Analisando os dados de uma pesquisa numa relação puramente financeira. [...] No lugar
realizada em nível nacional e publicada pelo da exploração velada por ilusões religiosas e po-
Jornal Folha de S. Paulo (em 27/07/2006) sobre líticas, ela pôs a exploração aberta, imprudente,
os jovens brasileiros com idade entre 16 e 25 direta e nua.”
anos, disse Contardo Galligaris: “Eles se preo- MARX e ENGELS, Manifesto do Partido Co-
cupam sobretudo com família, saúde, trabalho munista.
e estudo. Seu maior sonho é a realização pro-
fissional – não empreendimentos fantasiosos,
mas o devaneio de qualquer mãe de classe mé- Para situar a obra de Karl Marx, é necessário
dia: ser médico, advogado ou encontrar um bom considerar o que estava acontecendo em meados
emprego que lhes garanta casa própria e carro. do século XIX. Com as transformações que ocor-
[...] Cúmulo para quem imagina que os adoles- reram no mundo ocidental, principalmente nas
centes sejam contestatórios: em sua maioria, esferas da produção industrial, houve um cres-
eles acham que o que aprendem na escola é de cimento expressivo do número de trabalhado-
grande utilidade para o futuro.” res industriais urbanos, com uma consequência
Relacione as informações acima com as idéias evidente: a precariedade da vida dos operários nas
de Émile Durkheim e explique cidades. As condições de trabalho no interior das
fábricas, que empregavam e superexploravam
homens, mulheres e crianças, eram péssimas; a
alimentação era deficiente; os ambientes eram
A) a função social da educação. insalubres; as moradias eram precárias. Essa si-
_____________________________________ tuação gerou a organização dos trabalhadores
_____________________________________ em associações, sindicatos e movimentos que vi-
_____________________________________ savam as transformações das condições de vida.
_____________________________________ Houve, então, o desenvolvimento de um pensa-
_____________________________________ mento explicativo das condições sociais, políticas
e econômicas para definir as possibilidades de in- realizar uma crítica radical a esse tipo histórico
tervenção nessa realidade. A esse tipo de pensa- de sociedade, colocando em evidência os seus
mento nomeamos tradição socialista, que junto antagonismos e contradições. É a partir de sua
da economia clássica inglesa (representada prin- perspectiva teórica que a sociedade capitalista
cipalmente em Adam Smith e David Ricardo) e da passa a ser analisada como um acontecimento
filosofia alemã de Hegel (sobretudo o movimento transitório. O aparecimento de uma classe revo-
dialético) forma o conjunto de influências para lucionária na sociedade - o proletariado - cria as
vasta obra de Karl Marx. condições para o surgimento de uma nova teoria
crítica da sociedade, que assume como tarefa teó-
2 A TRADIÇÃO SOCIALISTA rica a explicação crítica da sociedade e como obje-
tivo final a sua superação.
A tradição socialista que antecede os escri-
tos de Karl Marx é representada por pensadores 3 DIALÉTICA
como Conde de Saint-Simon (1760 – 1825), Charles
Fourier (1772 – 1837) e Robert Owen (1771 – 1858), Para se compreender o método sociológico
chamado de socialistas utópicos. de apreensão da realidade desenvolvido por Karl
Porém é com o pensador alemão Karl Marx Marx, é crucial saber o que é a dialética.
(1818-1883), filósofo social e economista, que esse Dialética é um conceito antigo, existente
tipo de pensamento ganhou maior notoriedade. desde a Grécia Antiga. Ganhou maior visibilidade
Ao lado de Friedrich Engels (1820-1903), elabo- na Era Moderna, como o filosofo alemão Wilhelm
rou um pensamento sociológico crítico, através Friedrich Hegel (1770 – 1831). Trata-se de uma con-
de estudos sobre as relações sociais e o modo cepção sobre o princípio de evolução da natureza
de produção capitalista, ligando esses fatores às e da sociedade.
mudanças sociais capazes de transformar a socie- Segundo a dialética hegeliana “cada concei-
dade. to possui em si o seu contrário, cada afirmação, a
Karl Marx (1818-1883) nasceu na cidade de sua negação. O mundo não é um conjunto de coisas
Trier, na Alemanha. Em 1836, matriculou-se na prontas e acabadas, mas sim o resultado do movi-
universidade de Berlim, doutorando-se em filoso- mento gerado pelo choque destes antagonismos e
fia em lena. Mudou-se em 1842 para Paris, onde destas contradições” (SPINDEL, A. O que é socialis-
conheceu Friedrich Engels, seu companheiro de mo).
idéias e publicações por toda vida. Expulso da
França em 1845, foi para Bruxelas onde participou Para Hegel a realidade é a forma fenomêni-
da recém fundada Liga dos Comunistas. ca da ideia. São as ideias condicionam a realidade
Não havia, para Marx, nenhuma preocupa- observável, são elas que explicam o mundo.
ção em definir uma ciência específica para estu-
dar a sociedade (como a Sociologia, para Comte) O homem, segundo Hegel, transforma ati-
e em situar seu trabalho em algum campo cien- vamente a realidade, mas quem impõe o ritmo e
tífico particular. Talvez fosse a História a ciência as condições dessa transformação ao sujeito é,
que mais se aproximasse das preocupações dele em última análise, a realidade objetiva. Para ele, a
por abarcar as múltiplas dimensões da sociedade. superação dialética é simultaneamente a negação
Esta, para ele, deve ser analisada na sua totalida- de  uma determinada realidade, a conservação de
de, não havendo uma separação rígida entre os as- algo de essencial que existe nessa realidade nega-
pectos sociais, econômicos, políticos, ideológicos, da e a elevação dela a um nível superior.
religiosos, etc.   “O botão desaparece no desabrochar da
Para entender o fundamental do pensamen- flor, e pode-se dizer que é refutado            pela flor.
to de Marx é necessário fazer a conexão entre os Igualmente, a flor se explica por meio do fruto
interesses da classe trabalhadora e suas aspi- como um falso            existir da planta” (HEGEL)
rações e as ideias revolucionárias que estavam
presentes a partir do século XIX, na Europa. Para Hegel era um filósofo idealista, ou seja, ele
ele o conhecimento científico da realidade só tem subordinava a realidade à ideia. Dizia ele que era o
sentido quando visa a transformação da realida- pensamento, a consciência, que gerava a realida-
de, não havendo separação entre teoria e prática, de. A razão que domina o mundo e o condiciona.
pois a “verdade histórica” não é algo abstrato que
se define teoricamente; sua verificação está na Marx inverte a dialética de Hegel e articula
prática. a dialética e o materialismo sob uma perspectiva
Se a preocupação básica do positivismo foi histórica.
com a manutenção e a preservação da ordem ca-
pitalista, é o pensamento marxista que procurará A consciência deve refletir a realidade ob-
jetiva. O ponto de partida para a análise do mo- cos como fundados em fatores econômico-sociais
vimento, da história é o prático, a necessidade, (técnicas de trabalho e de produção).
recorrendo à ideia de materialismo. Ou seja, o ser
social determinará a consciência. CONCEPÇÃO de que a natureza humana é
constituída por relações de trabalho e de produ-
É a materialidade em que o homem se en- ção.
contra que irá determinar a sua forma de pensar.
São as condições materiais, históricas e sociais Ou seja,
que condicionam o pensamento do homem.  
 A PRODUÇÃO HISTÓRICA DA VIDA MATERIAL
DIALÉTICA OU MOVIMENTO DIALÉTI- CONDICIONA A VIDA SOCIAL, IDEOLÓGICA, POLÍ-
CO: método de análise da realidade que consiste TICA, CULTURAL.
na constante superação do conceito que já temos
apresentado. Cada novo conceito elaborado pode, A condição fundamental de toda a história é
portanto, ser negado, questionado, e então reela- a satisfação das necessidades humanas, e na reali-
borado. zação de tais, o homem produz bens materiais, tal
qual estabelece relações sociais.
TESE X ANTÍTESE
SÍNTESE (TESE) “A história se faz segundo necessidades eco-
nômicas que se impõem sobre todos os azares”
1.3 MATERIALISMO HISTÓRICO – DIALÉTICO
Relação  Indivíduo – Indivíduo / Indivíduo –
De acordo com o Materialismo Histórico Natureza = para suprir necessidades.
Marx afirma que:
As relações sociais que os indivíduos produ-
a) Podemos conhecer a sociedade concreta zem se transformam na medida da mudança e do
a partir das relações das pessoas no processo pro- desenvolvimento dos meios de produção/forças
dutivo de bens materiais, produtivas.

b) Buscando compreender o estágio de de- Modo de produção Escravista ≠ Modo de


senvolvimento que se encontram as forças produ- produção Feudal ≠ Modo de produção Capitalista
tivas.
Para efetivar a construção de seu método –
Marx era economista, isso nos ajuda a en- o materialismo histórico-dialético, Marx apreende
tender a sua teoria, segundo a qual... de Hegel o movimento dialético, porém reformula-
... a base da sociedade é econômica, e a par- -o, uma vez que para Hegel a ideia cria a realidade,
tir dessa organização surgem as outras estruturas enquanto que para Marx ocorre o inverso, é a rea-
da sociedade (instâncias políticas, jurídicas, ideo- lidade que cria a ideia. Parte do método marxista
lógicas...) é influenciado também por outro filósofo alemão
Ludwig Feuerbach (1804 – 1872). Desse, Marx ab-
1º Momento: surge o Estado para evitar ou sorve o raciocínio materialista, contudo também
amenizar o conflito entre classes. reformula-o, já que Feuerbach concebe o homem
como “objeto sensível” e Marx como “atividade
2º Momento: O Estado torna-se parcial, re- sensível”. Em outros termos, o homem (enquanto
presentando os interesses das classes dominantes constituinte de uma classe social) é agente trans-
e servindo como aparelho de coerção conta as formador da realidade.
classes dominadas. Podemos assim asseverar, que, em linhas
gerais, o materialismo dialético é a análise da
Em seguida prova-se que a história da hu- realidade (criada pelos homens), por meio do mo-
manidade é a história da luta das classes. vimento dialético. Acresce-se a isso o materialis-
mo histórico, que é análise da história a partir
Para Marx o real é guia e fundamento do do modo como os homens se organizam para
pensar, mas as contradições históricas para Marx produzir.
não ocorrem naturalmente. Elas são provocadas MATERIALISMO DIALÉTICO:  Análise
pela diferença econômica de classes da realidade (criada pelos homens), por meio
do movimento dialético.
MÉTODO de interpretação histórica que
consiste em explicar os acontecimentos históri- MATERIALISMO HISTÓRICO: Análise
da história a partir do modo como os homens Essa tese resume a sua teoria da história, tam-
se organizam para produzir. bém denominada de:

O  materialismo histórico consiste em a) socialismo científico.


conceber a produção historicamente diversa b) materialismo histórico.
da vida material como elemento condicionador, c) racionalismo cartesiano.
em geral, da produção da vida social, política e d) fenomenologia do espírito.
espiritual. e) individualismo metodológico.

Compreendendo a base material da vida 2) (UFU – JUL/2004) Na tradição de alguns filó-


– que são as formas como o homem se organi- sofos gregos e de Hegel, Marx insere-se entre os
za para produzir e como produz - como estrutu- pensadores dialéticos. Sua teoria afirma que a
ra sua produção. contradição social

Este método admite um estudo em que a) é um conceito típico-ideal que exige confronto
deve-se observar os fenômenos sociais, polí- com a realidade, a fim de se comprovar sua valida-
ticos, culturais, ideológicos, como produtos de de para compreensão da vida social.
uma estrutura/base material, que se referem às b) é o resultado das evoluções das ideias, pois es-
formas como o homem produz e as relações tas produzem a realidade social.
que estabelece para  produção. O homem c) evidencia uma concepção segundo a qual as so-
como fruto daquilo que ele próprio produz. ciedades, inevitavelmente, avançam rumo à reali-
zação de uma finalidade histórica prevista.
d) é o princípio de negação de uma dada realida-
de, mas se trata de um fenômeno histórico, nunca
lógico-dedutivo.

3. Karl Marx e Friedrich Engels, ao desenvolve-


rem as teorias do socialismo científico, previ-
ram o fim das minorias com o (a)

a) advento da globalização.
b) consolidação do comunismo.
c) crise do capital monopolista.
d) terceira revolução industrial.
e) implemento do neoliberalismo.
Bibliografia Utilizada:
COSTA, Cristina. Sociologia: introdução à  4. (UFU – jan/ 2001) Segundo a concepção mate-
ciência da sociedade. São Paulo: Moderna. 1997. rialista da história, a divisão social do trabalho
KONDER, Leandro. O que é dialética. Brasi- é o processo
liense. 25ª ed.
QUINTANEIRO, Tânia; BARBOSA, Maria Lígia; a) que dá início à contradição na vida social ao
OLIVEIRA, Márcia Gardênia. Um toque de clássi- separar os homens entre proprietários e não pro-
cos: Durkheim, Marx e Weber. Belo Horizonte: Ed. prietários.
UFMG, 1996. b) de diferenciação de funções que caracteriza as
TOMAZI, Nelson Dacio. Iniciação à Sociolo- sociedades complexas.
gia. São Paulo: Atual. 2000. c) que estimula as aspirações ao consumo, tão ne-
TOMAZI, Nelson Dacio. Sociologia para o cessárias ao regime capitalista de produção.
Ensino Médio. São Paulo: Saraiva. 2012. d) que atua diretamente no crescimento da de-
manda de mercado.

5. (UEL-2010) De acordo com K. Marx, uma si-


tuação semelhante à descrita no texto, em que
EXERCÍCIOS trabalhadores isolados em suas tarefas no pro-
cesso produtivo “não percebem seus colabo-
1. (UEMA) Segundo Karl Marx, radores na mesma obra, nem tem ideia dessa
“o modo de produção da vida material con- obra comum”, é explicada pelo conceito de:
diciona o desenvolvimento da vida social, política e
intelectual em geral”. a) Alienação.
b) Ideologia. macrossociologia
c) Estratificação. PRÁXIS: Teoria ligada à prática/ciência li-
d) Anomia social. gada aos interesses de classe – Relação sujeito/
e) Identidade social. objeto
Conhecimento: instrumento político para a
6. (NUCEPE-2015) De acordo com o pensamento transformação
de Karl Marx sobre o capitalismo, afirma-se que  Foco de pensamento: contradições do ca-
pitalismo
a) na mudança social as principais fontes são as
ideias e os valores dos seres humanos.  a) Luta de classes x Harmonia
b) o processo de acumulação do capital depende b) Divisão do trabalho gera exploração, an-
exclusivamente do capital, ou seja, de qualquer tagonismo e alienação.
bem material que possa ser investido ou utilizado c) Burguesia x Proletariado:
para produzir bens futuros.           - Dominação econômica (meios de pro-
c) o sistema de produção capitalista divide a so- dução)
ciedade em duas classes distintas: a dos proprietá-          - Dominação Política (Estado)
rios e a dos não proprietários das ferramentas de          - Dominação Cultural (ideologia, valores)
trabalho ou dos meios de produção. 
d) o sistema de produção capitalista gera igualda- ·            Dentro do sistema capitalista as insti-
de entre classes.  tuições sociais são usadas como ideologia para a
e) as condições materiais não determinam as rela- opressão dos trabalhadores
ções dos indivíduos na vida em sociedade.
·      A sociedade é transitória e permeada de
7. Apresente um panorama sobre as condições antagonismos e contradições.
dos trabalhadores no interior das fábricas.
______________________________________ ·      A sociedade surgiu da necessidade dos
______________________________________ homens de cooperarem para, trabalhando, produ-
______________________________________ zirem os bens necessários à vida (divisão social do
______________________________________ trabalho). Toda forma de divisão social do traba-
______________________________________ lho (cooperação) é acompanhada de um tipo de
propriedade.
8. Em que consiste a chamada “Tradição Socia-
lista”? ·      A separação entre o trabalho manual e o
______________________________________ trabalho intelectual permitiu o surgimento da de-
______________________________________ sigualdade e da exploração, resultando na luta de
______________________________________ classes.
______________________________________
______________________________________ ·      A Luta de Classes é o movimento real que
muda a sociedade e faz a história.
9. Explique o método de análise de Karl Marx, o
Materialismo histórico-dialético. ·      A sociedade capitalista é o resultado do
______________________________________ desenvolvimento das forças produtivas e da luta
______________________________________ de classes que existem desde o princípio da vida
______________________________________ social. É uma sociedade desigual, em que os tra-
______________________________________ balhadores (proletariado) são explorados pelos
______________________________________ capitalistas (burgueses).

·      Assim os conflitos da vida social se de-


UNIDADE 7 vem à desigualdade e sua superação só poderá ser
alcançada politicamente pela luta dos trabalhado-
KARL MARX E A HISTÓRIA DA EXPLORAÇÃO res para o fim da exploração capitalista.
DO HOMEM
2 TRABALHO
1. VISÃO DE SOCIEDADE
Marx parte do seguinte ponto para analisar
Crítica radical ao capitalismo:  antagonis- a sociedade: os homens interagem com a natu-
mo, contradição e transitoriedade. reza e entre si mesmos para suprir suas necessi-
Explicação da realidade na totalidade  – dades. Essa é a ação na qual os homens se recriam
e reproduzem sua espécie. A essa ação denomina- mínio do homem sobre a natureza. Por exemplo,
mos trabalho. Temos então que os homens, por a tecnologia desenvolvida em uma dada socieda-
meio do trabalho, produzem a sociedade. Todavia, de, a divisão técnica do trabalho num dado local, a
não a produzem como querem, mas sim de acordo qualidade dos instrumentos, a habilidade das pes-
com o desenvolvimento das forças produtivas e soas para a produção e o conhecimento. É impor-
das relações sociais de produção. tante ressaltar que o desenvolvimento das forças
produtivas é cumulativo.
Os homens precisam satisfazer suas neces-
sidades. A satisfação das necessidades humanas Relações Sociais de Produção...
constitui a condição fundamental de toda a his- No que se trata das relações sociais de pro-
tória. Ao trabalhar para suprir suas necessidades dução, classificam-se como tais a divisão social do
os homens estabelecem relações com a natureza trabalho, a forma como os homens se organizam
e com outros homens. para produzir e como distribuem suas forças pro-
dutivas e partilham a produção.
Os homens modificam e transformam a na-
tureza, usufruindo dela conforme julguem preciso. Relações sociais de produção: forma como
É através desse processo que o homem produz os homens se organizam para produzir.
seus meios de vida e sobrevivência e se humaniza.
É através do trabalho, considerado a principal ati- Temos como exemplo de relações sociais de
vidade humana, que o homem cria e recria a sua produção a distribuição dos meios de produção,
história. a distribuição do produto e a distribuição social do
trabalho.
A análise de Marx sobre a sociedade capi- A produção variará conforme o grau de de-
talista, sua compreensão e superação, teve como senvolvimento das forças produtivas.  Conforme
método o materialismo histórico e dialético, no os homens adquirem ou aprimoram novas forças
qual ele partiu do estudo histórico e seu debate produtivas, também se transformará a maneira
para poder compreender o desenvolvimento da dos homens se organizarem para produzir, ou seja,
sociedade. alteram-se as relações sociais proeminentes dessa
base material.
Dentro desta visão histórica, Marx obser-
vou que as diferentes sociedades se constituíram Marx, quando escreve os  “Fundamentos da
em volta da forma como os indivíduos produziam História” diz que o que os indivíduos são depende
sua vida material. Em outras palavras, a maneira da sua forma de produção, da maneira como se re-
como os homens se relacionam com a natureza lacionam e se organizam para produzir, pelo aper-
para dela tirar seu sustento e suprir suas neces- feiçoamento de suas forças produtivas e o grau de
sidades e a forma como os homens se relacionam sua divisão do trabalho.
com outros homens para produzir, constituem a
formação das sociedades. “As relações sociais são inteiramente interli-
gadas às forças produtivas. Adquirindo novas forças
Forças Produtivas... produtivas, os homens modificam o seu modo de
Neste ponto torna-se necessário apresentar produção, a maneira de ganhar a vida, modificam
dois conceitos, o de forças produtivas e o de rela- todas as relações sociais. O moinho a braço vos dará
ções sociais de produção. Ambos conceitos encon- a sociedade com o suserano; o moinho a vapor, a so-
tram-se interligados, onde alterações em um des- ciedade com o capitalismo industrial.” (MARX, A mi-
tes reflete modificações no outro. séria da filosofia, 1847).http://www.culturabrasil.
Sobre as forças produtivas é necessário deli- org/marx.htm
near a ação humana sobre a natureza e a maneira
de retirar dela objetos necessários, o que envolve Marx define social como relações conjuga-
técnicas, instrumentos, habilidades, em suma, os das de vários indivíduos que estão inseridas num
meios de produção e a força de trabalho. determinado momento histórico.

Produzir a vida através do trabalho é uma


Forças produtivas: meios de produção relação dupla: por um lado é uma relação natural,
(matérias-prima e instrumentos de produção) + e por outro é social.
seres humanos
Cada modo de produção encontrar-se-á li-
gado a uma modalidade produtiva, a um tipo es-
As forças produtivas indicam o grau de do- pecífico de cooperação inserido naquele período
histórico. trutura altera, mais ou menos rapidamente, toda
a superestrutura. Mas quando a infra-estrutura
3 INFRAESTRUTURA E SUPERESTRUTURA muda? Quando as forças produtivas estão em des-
compasso com as relações sociais de produção,
O homem é produto do seu meio social: a não havendo assim mais espaço para sua expan-
existência precede a consciência em Marx, sendo são. Temos assim as condições propícias para a
os homens historicamente e materialmente deter- revolução.
minados a construírem suas vidas de acordo com
as condições matérias de sua existência, obede- 4. KARL MARX: CLASSES E ESTRUTURA
cendo às forças produtivas e relações sociais de SOCIAL
produção. Ou seja, há aí uma relação entre a in-
fraestrutura e a superestrutura. O aparecimento das classes sociais vincu-
Ao conjunto formado pelas forças produti- la-se a circunstâncias históricas bem especificas,
vas e pelas relações sociais de produção, nomea- quais sejam, aquelas em que a criação de um ex-
mos infraestrutura. cedente possibilita a apropriação privada das con-
dições de produção. Dessa forma, o materialismo
Infraestrutura: base econômica e material histórico descarta a interpretação que atribui um
da sociedade. Sob a qual emerge uma superestru- caráter natural, inexorável, a esse tipo particular
tura. de desigualdade.
As classes são uma decorrência de determi-
nadas relações sociais de produção, constituem-
-se, pois, ao nível da estrutura de uma sociedade.
Marx fasta definitivamente a ideia segundo a qual
as classes se definiram a partir do nível de renda
ou da origem de seus rendimentos: isso só não da-
ria uma infinidade de situações, como, também,
tornaria a distribuição da riqueza produzida so-
cialmente causa da desigualdade. A renda não é
um fator independente da produção: é, antes, uma
expressão da parcela do produto que um grupo de
indivíduos pode perceber, em decorrência de sua
posição na estrutura de classe.
A confirmação básica de classes nos termos
expostos acima se expressa, de maneira simplifi-
cada, num modelo dicotômico: de um lado, os pro-
prietários ou possuidores dos meios de produção,
Superestrutura: base ideológica da socie- de outro, os que não possuem. Historicamente,
dade. Exemplo: ideologias políticas, concepções essa polaridade apresenta-se de diferentes ma-
religiosas, códigos morais, códigos estéticos, siste- neiras conforme as relações sociais, econômicas,
mas legais, sistemas de ensino, sistemas de comu- jurídicas e políticas de cada formação social. Daí
nicação, conhecimento filosófico, conhecimento os escravos e patrícios, servos e senhores feudais,
científico... trabalhadores livres e capitalistas...
Um dos aspectos fundamentais do conceito
de classes é que estas não existem isoladas, mas
somente como parte de um sistema de classes. As
classes sociais só existem em relação umas com as
outras. O que define e distingue as diversas clas-
ses são as relações especificas que se estabelecem
entre elas. Uma classe social só pode existir em
função de outra.
A crítica feita pelo marxismo à propriedade
privada dos meios elementares de produção da
vida humana dirige-se, portanto, aos seus resul-
tados: a exploração de uma classe de produtores
não possuidores por parte de uma classe de pro-
prietários, a limitação à liberdade e às potencia-
lidades dos primeiros e a desumanização de que
Segundo Marx, a transformação da infraes- ambos são vitimas. Mas o domínio dos possuido-
res dos meios de produção não se restringe à esfe- bre o autor, é correto afirmar que:
ra produtiva. Marx e Engels enfatizam que a classe
que detém o poder material numa dada sociedade a) A superestrutura jurídica e política é o resulta-
é também a potência política e espiritual domi- do do modo como as pessoas se organizam para
nante. produzir a subsistência material em determinada
“Os indivíduos que constituem a classe do- sociedade.
minante, entre outras coisas, uma consciência, e b) A superestrutura jurídica e política é o resultado
é em conseqüência disso que pensam: na medida da consciência social dos líderes políticos e inde-
em que dominam enquanto classe e determinam pende do modo de produção em dada sociedade.
uma época histórica em toda a sua extensão, é ló- c) A superestrutura política é o resultado do modo
gico que esses indivíduos dominem em todos os como as pessoas se organizam para produzir a
sentidos, que tenham, entre outras, uma posição subsistência material em determinada sociedade,
dominante como seres pensantes, como produ- mas a esfera jurídica depende da consciência so-
tores de idéias, que regulamentem a produção e cial.
a distribuição dos pensamentos de sua época; as d) A superestrutura jurídica é o resultado do modo
suas idéias são, portanto, as idéias dominantes de como as pessoas se organizam para produzir a
sua época.” (MARX. Prefacio à Critica à economia subsistência material em determinada sociedade,
política) mas a esfera política depende da consciência so-
cial.
e) A superestrutura jurídica e política é o resultado
Bibliografia Utilizada: da consciência social dos homens
COSTA, Cristina. Sociologia: introdução à
ciência da sociedade. São Paulo: Moderna. 1997. 2. Considerando as reflexões de Marx, julgue os
QUINTANEIRO, Tânia; BARBOSA, Maria Lígia; itens a seguir.
OLIVEIRA, Márcia Gardênia. Um toque de clássi- I. Marx rejeitou a interpretação predominante-
cos: Durkheim, Marx e Weber. Belo Horizonte: Ed. mente idealista do historicismo no que tange ao
UFMG, 1996. conteúdo do processo social, afirmando que os
MARX, Karl.  Os fundamentos da história. acontecimentos decisivos se dão no âmbito das
In: Karl Marx: Sociologia. Org.: Octavio Ianni. São relações sociais, e não na esfera da evolução das
Paulo: Ática. 1979. idéias.
MARX, Karl. Crítica à economia política. II. Marx considerava o capitalismo apenas como
1859. Disponível em: http://www.marxists.org/ um sistema econômico, sem considerar seus efei-
portugues/marx/index.htm. Acesso em: 10 jan. tos sobre fenômenos tais como a ciência e a tec-
2013. nologia.
TOMAZI, Nelson Dacio. Iniciação à Sociolo- III. Marx se preocupou em explicar o desenvolvi-
gia. São Paulo: Atual. 2000. mento de um sistema econômico que combina os
TOMAZI, Nelson Dacio. Sociologia para o seguintes atributos: concentração dos meios de
Ensino Médio. São Paulo: Saraiva. 2012. produção nas mãos de um pequeno segmento da
população; realização do trabalho por uma massa
de trabalhadores livres; incessante inovação técni-
EXERCÍCIOS ca do sistema de produção; ganho ilimitado como
objetivo da ação econômica.
1. (UEL – 2007) Karl Marx exerceu grande in- IV. Para Marx, o fator econômico está na origem da
fluência na teoria sociológica. Segundo o autor: posição de classe, embora não seja para ele o mo-
tivo decisivo para a ação. A conhecida afirmação
“[...] na produção social da sua existência, os de que “a religião é o ópio do povo” deixa claro que
homens estabelecem relações determinadas, ne- a ação tomaria rumo diferente se não existisse o
cessárias, independentes da sua vontade, relações “ópio”.
de produção... O conjunto destas relações de produ- V. A ação social, segundo Marx, guia-se exclusiva-
ção constitui a estrutura econômica da sociedade, mente pelo interesse de classe, não havendo pos-
a base concreta sobre a qual se eleva uma supe- sibilidade de que esta seja influenciada por cren-
restrutura jurídica e política e à qual correspondem ças e visões de mundo, isto é, por ideologias.
determinadas formas de consciência social”. Fonte:
MARX, K. Contribuição à crítica da economia políti- Estão corretos apenas os itens
ca. Tradução de Florestan Fernandes. São Paulo, Ed.
Mandacaru, 1989, p. 28.  a) I, II e V.
b) I, III e IV.
De acordo com o texto e os conhecimentos so- c) I, IV e V.
d) II, III e IV. _____________________________________
e) II, III e V. _____________________________________
_____________________________________
3. (UEL-2010) O texto remete a formulações pre- ____________________________________
sentes na análise de Marx sobre o desenvolvi- _____________________________________
mento do capitalismo.
[...] Ramón vivia do seu trabalho e tinha que 6. (UFU – 2009) De acordo com Marx, um modo
pagar um apartamento e a comida, e inclusive as de produção é constituído pelas forças produti-
folhas de papel para poder escrever nos fins de se- vas e pelas relações sociais de produção. Expli-
mana. Já sabia que introduzir no computador um que a relação existente entre forças produtivas
argumento e os nomes dos personagens para que e relações sociais de produção.
realizasse um primeiro esboço não era a mesma coi- _____________________________________
sa que escrever uma novela desde o princípio, mas _____________________________________
as coisas agora estavam desse jeito. O mundo edito- _____________________________________
rial tinha mudado, os livros já não eram concebidos ____________________________________
como obras de artesanato criadas na mente de um _____________________________________
só homem sem nenhuma ajuda exterior.
Quanto à posição de Marx em relação ao tema 7. Explique em que consiste a infraestutrura e a
abordado no texto, é correto afirmar. superestrutura para Marx, e aponte como uma
interagem com a outra.
I. Com o advento da sociedade comunista, o tra- _____________________________________
balho desaparece e instaura-se um ordenamento _____________________________________
social em que a preocupação do indivíduo será ba- _____________________________________
sicamente com o exercício do lazer. ____________________________________
II. O avanço das forças produtivas torna-se des- _____________________________________
necessário em uma sociedade socialista, uma vez
que as máquinas, responsáveis pelo sofrimento 8. A relação entre lucro capitalista e remunera-
humano, serão substituídas por um retorno à pro- ção da força de trabalho pode ser abordada a
dução artesanal. partir do conceito de mais-valia, definido como
III. A tendência do movimento do capital é no sen- aquele ‘ valor produzido pelo trabalhador [e]
tido de uma contínua desqualificação da força de que é apropriado pelo capitalista sem que um
trabalho. Deste modo, intensifica-se a unilaterali- equivalente seja dado em troca. (BOTTOMORE,
dade do ser que trabalha e sua degradação física Tom. Dicionário do pensamento marxista. Rio de Janeiro.
e psíquica. Jorge Zahar, 1998. p.227).
IV. A revolução contínua das forças produtivas é Com o intuito de ampliar a taxa de extração de
uma necessidade inerente ao processo de acumu- mais valia absoluta, qual seria a medida ime-
lação capitalista e está na base da expansão deste diata mais adequada a ser tomada por uma em-
modo de produção e da constituição do mercado presa de automóveis?
mundial. _____________________________________
_____________________________________
Assinale a alternativa correta. _____________________________________
____________________________________
a) Somente as afirmativas I e II são corretas. _____________________________________
b) Somente as afirmativas I e III são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

4. Explique como se dá a relação homem/natu- GABARITO


reza/trabalho para Marx.
_____________________________________ UNIDADE 1
_____________________________________ 1-c
_____________________________________ 2-c
____________________________________ 3-d
_____________________________________
UNIDADE 2
5. Como Marx entende a divisão de classes na 1-c
sociedade capitalista? 2-d
3-b
4-d
5-e

UNIDADE 3
1-c
2-c
3-c

UNIDADE 4
1-b
2-c
3-c
4-d
5-b
6-e
7-e

UNIDADE 5
1-d
2-d
3-c
4-c
5-c
6-b

UNIDADE 6
1-a
2-b
3-c
SOCIOLOGIA 2
UNIDADE 1 UNIDADE 4
RELAÇÃO ENTRE O HOMEM E NATUREZA MODELOS DE PRODUÇÃO CAPITALISTA (2)

UNIDADE 2 UNIDADE 5
O TRABALHO MODERNO ESTADO E SOCIEDADE

UNIDADE 3 UNIDADE 6
MODELOS DE PRODUÇÃO CAPITALISTA (1) AS FORMAS RECENTES DO
ESTADO MODERNO
UNIDADE 1 O TRABALHO REMUNERADO E O NÃO REMUNE-
RADO
A RELAÇÃO ENTRE O HOMEM E A NATUREZA
Consideramos muitas vezes como trabalho
• O QUE É TRABALHO? apenas aquele que é remunerado. No entanto, este
é um ponto de vista demasiado simplista. O traba-
Para a maioria dos indivíduos o trabalho é, lho não remunerado (como o trabalho doméstico
de todas as atividades, a que ocupa a maior par- ou a reparação do próprio carro) fazem parte da
te das suas vidas. Associamos, frequentemente, a vida de muitas pessoas. Muitos tipos de trabalho
noção de trabalho a escravidão - um conjunto de não se inserem dentro das categorias ortodoxas
tarefas que pretendemos minimizar e, se possível, do trabalho remunerado. Muito do trabalho reali-
a que queremos escapar. zado na economia informal não é registado direta-
O trabalho é mais do que escravidão, ou mente nas estatísticas oficiais de emprego. O ter-
as pessoas não se sentiriam tão perdidas e deso- mo economia informai refere-se a transações fora
rientadas quando ficam desempregadas. Como se da esfera do emprego regular, que implicam, por
sentiria se pensasse que nunca mais encontraria vezes, a troca de dinheiro por serviços prestados,
um emprego? Nas sociedades modernas ter um mas que também implicam frequentemente a tro-
emprego é importante para se preservar o respei- ca direta de bens ou serviços.
to por si próprio. Mesmo quando as condições de A pessoa que vem a nossa casa arranjar uma
trabalho são relativamente desagradáveis e as ta- televisão, por exemplo, pode ser paga em dinheiro
refas a realizar monótonas, o trabalho tende a ser sem haver recibo ou fatura detalhada do trabalho
um elemento estruturante na constituição psico- efetuado. As pessoas trocam bens «baratos» - rou-
lógica das pessoas e no ciclo das suas atividades bados - com amigos ou sócios em troca de outros
diárias. favores. A economia informal inclui não apenas
Como definição, podemos dizer que o traba- transações «ocultas» de dinheiro, como muitas
lho é o processo de transformação que o homem formas de autoaprovisionamento que as pessoas
realiza na natureza. Essa transformação é raciona- efetuam em casa e fora dela. As atividades efetua-
lizada e visa produzir bens e serviços. O trabalho é das pelos próprios, as ferramentas e os aparelhos
um ato consciente e dotado de intenção, Por isso, domésticos, por exemplo, proporcionam serviços
podemos dizer que o trabalho é uma atividade de e bens que de outra forma teriam de ser pagos
caráter físico ou intelectual necessária à realiza- (Gershuny e Miles, 1983).
ção de uma tarefa ou empreendimento, seguindo
a sequência em que o homem primeiro pensa (pla- • O VALOR DO TRABALHO NA HISTÓRIA
neja) e depois faz (executa). A intervenção no meio
externo realizada pelo ser humano se distingue da Estamos acostumados a nossa noção atual
realizada, por exemplo, por uma abelha ao cons- de trabalho, como atividade importante na vida de
truir uma colmeia em uma árvore, pois a ação des- qualquer pessoa e que é inclusive importante para
ta é motivada pelo instinto que todos os animais construir nosso caráter. Quando chegamos a um
possuem, por isso não se caracteriza como um ato grupo novo e pedem para que nos apresentemos,
consciente. Ao passo que o trabalho do homem é é comum a pergunta: o que você faz da vida? Bem
fruto de uma racionalidade o que torna sua inter- como costumamos achar estranho quando algum
venção um ato consciente e dotado de uma inten- adulto não está trabalhando e nem pretende fazê-
ção, por meio do qual o homem modifica as coi- -lo. É comum, portanto, que pensemos que o tra-
sas, inovando e renovando o mundo em que vive. balho é algo útil e necessário a todos e que os que
O ser humano é capaz de construir um mes- não o fazem não são exemplos a serem seguidos.
mo objeto de várias maneiras. Por isso, a sua rela- Contudo, historicamente, o trabalho nem
ção com a natureza (seu trabalho) é diferente no sempre foi visto e entendido sob este ponto de
espaço (em cada lugar do mundo) e no tempo (ao vista, como algo bom, necessário a todos e até
longo dos muitos anos da história da humanida- enobrecedor. Na verdade, dos milhares de anos
de). de história da espécie humana, somente nos mais
É importante salientar que o trabalho pri- recentes essa atividade de transformar a natureza
meiramente visa satisfazer as necessidades bá- por meio do uso da razão e dos corpos ganhou va-
sicas dos seres humanos. Contudo, com o passar lor e respeito. Anteriormente, o trabalho fora visto
do tempo os homens criam – socialmente – novas como atividade sem qualquer valor de destaque,
necessidades e também trabalham para satisfazê- ou, com valor negativo e depreciativo e, portanto,
-las. os trabalhadores eram as pessoas mais mal vistas
da maioria das sociedades que vieram antes de
• nós.
Na Bíblia dos cristãos, podemos observar nós entendidas como trabalho, nas sociedades tri-
que uma das punições que Deus atribui a Adão e bais, não se pode partir do mesmo ponto de vista
Eva por terem-no desrespeitado é o trabalho (Gn que se adota para analisar o trabalho nas socieda-
3, 17-19). Os povos Nômades e os Bárbaros escra- des modernas. Isso porque as atividades vincula-
vizam os povos mais fracos que encontravam pelo das à produção nas sociedades tribais estão asso-
caminho, colocando-os para trabalhar em seus ciadas aos mitos e ritos, ao sistema de parentesco,
lugares, mostrando assim, que, historicamente às festas, às artes, enfim, a toda a vida social. O
o trabalho fora a sina dos oprimidos. Um outro trabalho não tem um valor em si, separado de to-
exemplo é o do povo egípcio, civilização na qual os das as outras coisas. Ele só pode ser entendido se
homens de alto escalão: Faraó e seus funcionários, for encarado como fazendo parte do conjunto de
não trabalhavam. Para os gregos o trabalho era atividades que as constituem enquanto socieda-
um negócio: negottium – aquilo que nega o ócio. des.
E para os romanos, de onde deriva nossa palavra Nelas encontramos uma forma de organiza-
latina, o trabalho era uma tortura: tripollium: três ção da vida social pelas quais famílias unem-se em
paus (aparelho de tortura). forma de tribos, sendo o trabalho organizado de
Filósofos como Platão e Aristóteles valoriza- modo a que os meios de produção sejam comu-
vam o tudo o que elevava a razão, portanto, não nitários, isto é, todas as pessoas de uma mesma
atribuíam grande valor moral às atividades físicas tribo podem usar as ferramentas necessárias à sua
como o trabalho. Nas sociedades tribais as ativida- sobrevivência. Quanto a divisão das tarefas, esta
des ligadas a produção não possuem valor em si, se dá por sexo e idade. E a produção de bens de
estão associadas aos ritos e mitos. Na idade média consumo é muito pequena, atendo-se, geralmen-
o trabalho era visto como maldição (resultado do te, as atividades como trabalho artesanal (aquele
pecado original) e essa mentalidade justificava a que é realizado manualmente e não é comerciali-
sociedade tripartida. zado) e a agricultura de subsistência (aquela que
O primeiro movimento de grande expressão não é comercializada). Tarefas estas realizadas
a valorizar o trabalho foi uma religião: o Calvinis- com o mínimo de horas diárias, o que não signifi-
mo, fundado por João Calvino no séc. XVI. Crença ca uma vida de privações ou de pobreza, mas pelo
segundo a qual o trabalho nega o prazer, o ócio, contrário, seus equipamentos e instrumentos são
o lazer e impede a proliferação de vícios como a eficazes e o fato de trabalharem menos decore da
bebida, o jogo e as aventuras sexuais. Além de ge- relação com a natureza, a qual difere da nossa.
rar um fruto: o dinheiro. A pessoa que enriqueces-
se dentro desse padrão de vida regrado estaria,
portanto, demonstrando ser um eleito por Deus à • TRABALHO NAS SOCIEDADES ESCRAVIS-
salvação eterna. TAS
Hegel é o primeiro teórico renomado a apre-
ciar o trabalho (diferencia o homem dos animais). Com o surgimento da sociedade escravista
encontramos uma forma de trabalho que consiste
em organizar-se de modo tal que parte dos seres
• AS VÁRIAS SOCIEDADES humanos passa a ser considerada meio de pro-
dução, isto é, os escravos não eram considerados
Existem no mundo diferentes tipos de cli- pessoas, mas objetos, ferramentas.
mas, de plantas e animais e o homem habita todo Neste modelo de sociedade ocorrem pela
o globo. É justamente por isso que a forma pela primeira vez na história, formas de dominação
qual ele irá se relacionar com a natureza pode se e exploração sobre outros seres humanos. Aqui,
dar de maneiras distintas, pois de acordo com o também a forma básica de trabalho é a artesanal;
ambiente ao qual é exposto, suas necessidades apenas com a diferença de que seus produtos fi-
serão diferentes. Assim o trabalho e a forma pela nais não se destinam mais à sobrevivência do gru-
qual ele é organizado dentro das diferentes socie- po que trabalhou. Podemos citar como exemplos
dades pode variar, influindo na organização social desse tipo de organização social: a sociedade gre-
do modo de vida como também na forma pela ga e a sociedade romana da Antiguidade Clássica.
qual ele é valorizado no interior das relações so- O trabalho escravo surge através do aprisio-
ciais. Desse modo partindo da perspectiva do tra- namento de seres humanos por outros. É uma for-
balho vamos analisar as diferentes sociedades que ma de dominação do homem pelo homem. A con-
existiram ao longo da história. dição de escravo variava muito, pois não só havia
o escravo que trabalhava a terra nas mais terríveis
• O TRABALHO NAS SOCIEDADES TRIBAIS condições, mas também aquele incumbido de ad-
ministrar e gerenciar todos os negócios de seu se-
Ao analisar a questão das atividades, entre nhor e amo. O trabalho escravo é sempre inferior
por natureza, não importando que ofício tenha ou volveu a escravidão negra no Brasil? A explicação
quem seja. A liberdade do cidadão, as possibilida- mais plausível para escravidão negra se encontra
des de ele manter-se sem ter que produzir direta- em um conjunto de fatores que se interligam. O
mente o que consumia, só é possível se existem primeiro deles, e o mais determinante, é o fato de
outros que trabalham para ele e por ele. os portugueses estarem interessados em encon-
O escravo era propriedade de seu senhor e, trar um meio de obter lucros com as novas terras
portanto, podia ser vendido, doado, trocado, alu- descobertas. A produção de uma mercadoria que
gado; não só ele, mas todos os seus filhos e todos tivesse grande aceitação no mercado europeu, no
os bens que por ventura tivesse. Filósofos, como caso o açúcar, que, para ser produzido exigia mui-
Aristóteles, valorizavam tudo o que elevava a ra- ta mão-de-obra, se aliviava ao lucrativo comércio
zão dos homens, o motivos de sua superioridade de escravos. Ou seja, lucro com o açúcar, com o
diante de outros animais - e o esforço para sobre- tráfico de escravos e com a utilização de sua força
viver e atender às necessidades eram característi- produtiva.
cas animalescas. O fim da escravidão no Brasil encerra um
Outro fator inerente era que o trabalho es- período de mais de 350 anos, desde que o país, foi
cravo era fundamental para manter os cidadãos descoberto, de trabalho servil e semi-servil. Por-
que tinham por função refletir e governar a cidade. tanto, somente há pouco mais de 100 anos é que
Para a maioria dos escravos, a finalidade de se convive com a liberdade formal de trabalho.
suas vidas era tornarem-se livres, mesmo que isso Nunca é demais lembrar, também, que o Brasil foi
não lhes desse a condição de cidadãos, já que só um dos últimos países do mundo a proibir a escra-
seriam se tivessem bens e propriedades. A alforria vidão.
de um escravo poderia ser conseguida por meio de
um ato generoso de seu amo, mas também pela • TRABALHO NAS SOCIEDADES FEUDAIS
compra ou pelo pecúlio, uma espécie de poupan-
ça que o escravo ia guardando, com o consenso Nesta sociedade, os seres humanos não
do senhor. Como o escravo estava vinculado a um eram mais considerados escravos, mas mesmo
senhor, esse seu pecúlio também era do senhor. É assim ainda encontramos nela formas de domi-
por isso que a compra da liberdade através do pe- nação e exploração. Como? A terra, por ser fonte
cúlio vai aparecer também como uma dádiva do de riqueza (produzia alimentos), estava nas mãos
seu amo. dos senhores feudais; estes, por sua vez, permi-
tiam que outras pessoas (os servos) a cultivassem.
Ø TEXTO COMPLEMENTAR Os servos estavam presos a terra, e, quando um
feudo era subdividido, os servos passavam a per-
Quando se menciona o trabalho escravo no tencer a outro senhor juntamente com a terra. A
Brasil... forma básica de trabalho era também artesanal,
acompanhando uma agricultura de subsistência.
...a primeira lembrança é a da escravidão A terra é o principal meio de produção, e as
negra. Realmente, foi ela a mais marcante, a mais principais relações sociais desenvolvem-se em tor-
longa e terrível; mas o trabalho escravo se inicia no dela, uma vez que se tem uma economia funda-
no Brasil com a escravidão indígena, que ocorreu mentalmente agrícola. Mas a terra não pertencia
nos primeiros anos da presença portuguesa e per- aos produtores diretos, isto é, aos camponeses e
durou mesmo depois da presença do escravo afri- artesãos. Pertencia aos senhores feudais devida-
cano. O indígena tem no trabalho produtivo uma mente hierarquizados.
atividade que se integra a outras tantas que fazem Os trabalhadores têm direito ao usufruto e
parte de sua vida diária. Desse modo, quando os à ocupação das terras, mas nunca à propriedade
portugueses aportaram no Brasil, na falta de bra- delas. Os senhores, através dos laços feudais, têm
ços para as atividades de colonização, procura- o direito de arrecadar tributos sobre os produtos
ram entender-se com os habitantes nativos, que, ou sobre a própria terra. Na combinação dessas
num primeiro momento, colaboraram em troca relações, pode-se detectar uma rede de vínculos
de alguns produtos. Quando, porém, não foi mais pessoais de direitos e deveres e de honra entre os
possível essa colaboração, os colonizadores par- senhores, e entre estes e os servos, em que uns
tiram para a escravização dos indígenas, que não trabalham em regime de servidão, no qual não se
aceitaram essa condição e resistiram bravamente. goza de plena liberdade, mas também não se é es-
A alternativa que restou, diante da resistência dos cravo. O que há é um sistema de deveres para com
índios, foi procurar mão-de-obra para o trabalho o senhor e deste para com os seus servos.
em outro local. Os servos, além de trabalharem em suas ter-
Esse local foi o continente africano. Quanto ras, eram obrigados a trabalhar nas terras do se-
a essa questão, cabe a pergunta: Por que se desen- nhor, bem como na construção e manutenção de
estradas e pontes. Essa obrigação se chamava a alimentação e o abrigo. Por isso, nesses casos,
corveia. Entretanto, havia uma série de ou- os processos de trabalho não geram relações pro-
tras obrigações que os servos deviam ao senhor, priamente sociais.
como por exemplo, um imposto que se pagava por 02) Segundo muitos autores, para alcançar a sua
pessoa e atingia unicamente os servos. O censo subsistência, nem todos os grupos humanos vi-
era outro imposto, mas esse era pago somente veram de atividades produtivas, como ocorreu
pelos homens livres (camponeses e aldeãos). A ta- historicamente nas sociedades de pescadores, de
lha era uma taxa que se pagava sobre tudo o que coletores e de caçadores.
se produzia na terra e atingia todas as categorias 04) Alguns antropólogos afirmam que grupos in-
dos dependentes. As banalidades consistiam em dígenas, como os ianomâmis, podem ser conside-
outra obrigação devida ao senhor, e eram pagas rados “sociedades de abundância”, pois dedicam
pelos servos e camponeses pelo uso do moinho, poucas horas diárias às atividades produtivas,
do forno, dos tonéis de cerveja e pelo fato de, sim- mas, apesar disso, têm suas necessidades mate-
plesmente, residirem na aldeia. riais satisfeitas. Tais necessidades não são cres-
Como se pode perceber, eram os servos, os centes, como ocorre nas sociedades capitalistas.
camponeses livres, os aldeãos, ou seja, as classes 08) Na sociedade feudal, a terra era o principal
servis, quem efetivamente trabalhava nessa socie- meio de produção, porém os direitos sobre ela
dade. Os senhores feudais e o clero viviam, pois, pertenciam aos senhores. Os camponeses e os
do trabalho dos outros. Algo parecido com o que servos nunca podiam decidir o que produzir, para
acontecia na sociedade greco-romana, ainda em quem e quando trocar o fruto do seu trabalho.
outras condições históricas. 16) O modo de produção escravista colonial que
ocorreu no Brasil tinha as seguintes características
Ø TEXTO COMPLEMENTAR principais: economia voltada para o mercado ex-
terno baseada no latifúndio, troca de matérias-pri-
Outras formas de trabalho nas sociedades mas por produtos manufaturados da metrópole e
medievais... fraco controle da colônia sobre a comercialização.

...existiam além do trabalho ligado à terra, 2. Embora não reconhecida pela sociedade, é
tais como as atividades artesanais, desenvolvidas enorme a contribuição indígena à cultura brasi-
nas cidades e mesmo nos feudos, e as atividades leira. Hoje, os Tapuias, depois de milênios, são
comerciais. Nas cidades, o artesanato tinha uma os povos que mais despertam interesse cien-
organização rígida baseada nas corporações de tífico nas áreas da psicologia, da biologia e da
ofício. No topo da escala dessas corporações, ha- educação ambiental. As biotecnologias desen-
via um mestre que controlava o trabalho de todos. volvidas pelos índios, muitas vezes adquiridas
Esse mestre encarregava-se de pagar os direitos ao a partir da tradição dos Tapuias, contribuíram
rei ou ao senhor feudal e de fazer respeitar todos sensivelmente para o equilíbrio da mãe Terra.
os compromissos com a corporação. Abaixo dele Segundo estudiosos da civilização urbana, as
vinha o oficial, que ocupava uma posição interme- formas nativas de lidar com a flora e a fauna
diária entre a do aprendiz e a do mestre. Cabia ao para manter um equilíbrio sustentável leva-
oficial fixar a jornada de trabalho e a remuneração, ram os povos da floresta a desenvolver técnicas
sendo também o responsável por transmitir os en- de manejamento de solo, de plantio e proces-
sinamentos do mestre aos aprendizes. O aprendiz, samento de alimentos, bem como técnicas e
ficava na base dessa hierarquia, devia ter entre 12 equipamentos para caça e pesca. Classificaram
e 15 anos e era subordinado a um só mestre. Seu e nomearam, em sua língua tribal, árvores e
tempo d aprendizado era predeterminado, bem plantas utilizadas na alimentação, em medica-
como os seus deveres e as sanções a que estava mentos, construção de moradias e confecção
sujeito, conforme o estatuto da corporação. de instrumentos de caça e pesca. Kaka Werá Je-
cupé. In: A terra dos mil. Fundação Petrópolis,
EXERCÍCIOS 1998, p. 87 (com adaptações).

1. (UEM–Inverno 2008) (UEM – Inverno 2008) O texto acima se refere a alguns aspectos par-
Sobre as relações produtivas desenvolvidas por ticulares das sociedades tribais brasileiras, de-
diferentes grupos sociais ao longo da história, corrente de uma forma particular de conceber
assinale o que for correto. o mundo baseada no holismo, que pressupõe
uma relação de interdependência e equilíbrio
01) Nas sociedades tribais, o trabalho humano está entre os homem e a natureza e entre os ho-
relacionado apenas à satisfação das necessidades mens. A partir disso assinale a alternativa que
básicas do homem, como, por exemplo, garantir corresponde à forma como as sociedades tri-
bais organizam e valorizam o trabalho: que detinha o poder de proteger de julgar, de
a) O trabalho na sociedade tribal possui um valor punir e de arrecadar impostos. Estavam sub-
em si mesmo, por isso a noção de lucro e acúmulo metidos a uma série de encargos e sujeições,
de riquezas é recorrente nas práticas cotidianas. como as corvéias e as banalidades, o direito de
b) Na sociedade tribal existe a busca pelo equi- consórcio e a impossibilidade de abandonar o
líbrio entre as diferentes esferas da vida social domínio de seu senhor sem autorização.
como o trabalho, os ritos, as danças, a religião e as A partir do texto e de sues conhecimentos sobre
artes. Contudo a esfera do econômico se sobrepõe o tema julgue as afirmativas a seguir:
às outras, o que fica evidente nessa passagem do I. A corvéia era um imposto pago por todos os ho-
texto: “as formas nativas de lidar com a flora e a mens livres e a banalidades era uma taxa que se
fauna para manter um equilíbrio sustentável leva- pagava sobre tudo o que se produzia na terra e
ram os povos da floresta a desenvolver técnicas de atingia todas as categorias dos dependentes.
manejamento de solo, de plantio e processamento II. O trabalho durante o feudalismo era predomi-
de alimentos, bem como técnicas e equipamentos nantemente ligado a terra, entretanto existiam
para caça e pesca”, tais técnicas foram desenvolvi- outras formas de organização do trabalho ligada
das para aumentar a produção. ao artesanato como as corporações de ofícios, que
c) Nas sociedades tribais o trabalho é visto como em seu interior eram regidas por uma organização
uma relação de transformação agressiva da na- hierárquica. No topo esta o mestre abaixo dele em
tureza, com o intuito de retirar dela o necessário uma posição intermediária estava o oficial e por
para a sobrevivência da comunidade. ultimo o aprendiz.
d) O trabalho nas sociedades tribais é encarado III. Nesta sociedade, os seres humanos não eram
como algo relacionado as diferentes esferas da mais considerados escravos, mas mesmo assim
vida social, entretanto existe sempre o predomí- ainda encontramos nela formas de dominação e
nio de uma em especial, seja a religiosa ou a eco- exploração pode-se detectar uma rede de víncu-
nômica, dependendo da localização geográfica da los pessoais de direitos e deveres e de honra entre
tribo e das necessidades de acordo com o tempo os senhores, e entre estes e os servos, em que uns
e o espaço. trabalham em regime de servidão, no qual não se
e) Por serem orientados por uma visão de mundo goza de plena liberdade, mas também não se é es-
marcada pela complementariedade, o trabalho cravo. O que há é um sistema de deveres para com
nas sociedades tribais não pode ser concebido o senhor e deste para com os seus servos.
como algo que possui um valor em si mesmo, mui- IV. Durante o feudalismo vemos a divisão da so-
to pelo contrário ele esta relacionado e interligado ciedade em basicamente três estamentos: clero,
com as diferentes esferas da vida social como a nobreza e servos. Dentre eles se destacava no
dos ritos, mitos, danças e artes. controle da maior parte das terras e do controle
ideológico o Clero, representado principalmente
3. Alguns antropólogos, como Marshall Sahlins, pelos chamados protestantes.
afirmam que grupos indígenas, como os iano- Assinale a alternativa na qual todas estão COR-
mâmis, podem ser considerados “sociedades RETAS:
de abundância”, pois dedicam poucas horas
diárias às atividades produtivas, mas, apesar a) I, II, IV
disso, têm suas necessidades materiais satis- b) II, IV
feitas. Tais necessidades não são crescentes, c) II, III
como ocorre nas sociedades capitalistas. Dis- d) I, IV
corra sobre as principais características do tra- e) I, II, III,
balho nas sociedades tribais.
_____________________________________ 5. Interprete as assertivas abaixo, sobre o mito
_____________________________________ da democracia racial no Brasil.
_____________________________________ I. O mito da democracia racial no Brasil é um
_____________________________________ fenômeno relativamente recente, mais notado
_____________________________________ a partir dos anos 30 do século XX, quando se
acentuou a incorporação de valores e símbolos
4. Basicamente, a estrutura da sociedade feu- culturais afro-descendentes à representação
dal era formada por uma aristocracia proprie- dominante da identidade nacional brasileira.
tária de terras (composta pelo alto clero e pela II. O mito da democracia racial tem sido uma
nobreza) e por uma massa de camponeses que forma de etnocentrismo das mais notáveis no
podiam ser servos (ou servos da gleba, presos a Brasil, a despeito de ser, ao mesmo tempo, das
terra) ou vilões livres, porém não proprietários. mais dissimuladas, procedendo a máxima do
Os camponeses eram dependentes do senhor sociólogo Florestan Fernandes de que o brasi-
leiro tem preconceito de ter preconceito.
III. O mito da democracia racial foi forjado nos 7. (FGV) A crise do sistema feudal pode ser ex-
anos 30 do século XX, unicamente por intelec- plicada:
tuais envolvidos na produção simbólica da in-
dústria cultural, principalmente da televisão. a) A partir do desenvolvimento comercial, que ge-
Esses intelectuais visavam atingir um público rou a economia monetária e desintegrou a econo-
consumidor de afro-descendentes, até então mia natural;
totalmente excluído do consumo de produtos b) A partir da contradição do próprio sistema feu-
simbólicos. dal, cujas relações de trabalho eram incompatíveis
IV. O mito da democracia racial sempre existiu com a ampliação do mercado consumidor;
no Brasil, conforme se pode observar nas lite- c) Pelo desenvolvimento da economia capitalista,
raturas de José de Alencar, Machado de Assis, que liquidou a economia de consumo feudal;
Euclides da Cunha, Lima Barreto, bem como na d) Pelo surgimento das cidades e a consequente
produção sociológica do século XIX, cujo com- atração dos servos para os núcleos urbanos, des-
promisso era demonstrar o valor das culturas povoando o campo;
africanas para a civilização brasileira. e) Por causa da centralização do poder político,
Marque a alternativa que apresenta os enuncia- que liquidou o poder senhorial.
dos teoricamente plausíveis.
8. (FUVEST) Na Idade Média praticava-se a in-
a) Os enunciados I, III e IV, são teoricamente plau- dústria artesanal, através de associações pro-
síveis. fissionais denominadas "corporações de ofí-
b) Os enunciados I e II são teoricamente plausíveis. cio". As corporações de ofício eram:
c) Os enunciados II, III e IV são teoricamente plau-
síveis. a) Associações de profissionais que exerciam a
d) Apenas o enunciado I é teoricamente plausível. mesma atividade dentro do burgo
b) O mesmo que "ligas para o livre-comércio"
6. Ao compararmos as condições de trabalho c) Associações de burgos para proteção do merca-
de servos e vilões, vigentes no sistema socioe- do
conômico feudal da Idade Média da Europa Oci- d) Associações de profissionais de vários ofícios
dental, destaca-se, como elemento diferencia- dentro do burgo;
dor entre ambos: e) Associações internacionais de ligas profissio-
nais.
a) A relação de vassalagem exclusiva dos servos
em relação aos senhores proprietários de terra, 9. Quais foram as principais características do
enquanto os vilões permaneciam como campone- modo de produção escravista?
ses livres. _____________________________________
b) A condição de escravidão a que estavam sub- _____________________________________
metidos os servos nos ambientes domésticos dos _____________________________________
senhores feudais, diferenciada da situação de tra- _____________________________________
balho livre dos camponeses vilões. _____________________________________
c) A presença dos vilões como um fator de dese-
quilíbrio do ordenamento estamental feudal, na UNIDADE 2
medida em que se impunham como exemplos de
camponeses livres frente à situação de obrigação/ O TRABALHO MODERNO
obediência do servo em relação ao senhor feudal.
d) O livre acesso dos vilões às terras comunais, en-
quanto que aos servos era estritamente proibido • UMA NOVA VISÃO SOBRE O TRABALHO: A
o seu uso, por conta das obrigações assumidas do CONTRIBUIÇÃO DO PROTESTANTISMO
servo para com o senhor feudal.
e) O fato dos vilões serem pequenos proprietários Segundo a concepção feudal, com base na
de terras, mesmo que mantendo algumas obri- Igreja Cristã, o trabalho era uma verdadeira mal-
gações para com os senhores feudais, mas sen- dição e deveria existir somente na quantidade
do esta relação diferente da condição dos servos necessária à sobrevivência, não tendo nenhum va-
como camponeses presos à terra concedida pelo lor em si mesmo. Como era a salvação individual
senhor feudal. o que importava, o trabalho era desqualificado,
uma vez que não permitia a quem o executava
uma constante meditação e contemplação – a for-
ma de se chegar mais perto de Deus e, portanto,
da salvação. balhar, pois quem não tem vontade de trabalhar
A Reforma Protestante desenvolveu uma inicia um processo que redundará em pecado e,
análise que alteraria o pensamento cristão sobre o portanto, na ausência da graça divina.
trabalho, contrariando a visão do catolicismo, que A concepção protestante e puritana em re-
mais tarde adotou posição parecida. lação ao trabalho vai servir muito bem à burgue-
Nessa nova visão, o trabalho aparece como sia comercial e depois à industrial, que precisava
o fundamento de toda a vida, constituindo uma de trabalhadores dedicados, sóbrios e dóceis em
virtude e um dos caminhos para a salvação. A pro- relação às condições de trabalho e os baixos salá-
fissão de cada um passa a ser vista como vocação, rios.
e a preguiça, como uma coisa perniciosa e má, que
se contrapõem à ordem natural do mundo. • TRABALHO ASSALARIADO LIVRE
Max Weber, sociólogo alemão, ao analisar a O capitalismo se forma durante toda a Idade
relação entre a ética protestante e o espírito do ca- Moderna – período de transformações na socieda-
pitalismo, procurou demonstrar claramente essa de e acumulação primitiva – e teve sua plenitude
mudança de atitude e de concepção em relação com a Revolução Industrial, do século XVIII.
ao trabalho. Nessa sociedade o trabalho se caracteriza
Para Weber, a ética praticada pelos protes- pela existência de, basicamente, duas classes so-
tantes teve importante participação na formação ciais:
capitalista, e por consequência no processo de § Os proprietários dos meios de produção à
modernização das sociedades ocidentais. À medi- burguesia
da que os protestantes imprimiam um sentido de § Os proprietários apenas de sua capacida-
vocação ao trabalho e ao mesmo tempo desen- de de trabalho à proletariado
volviam uma vida ascética, ou seja, simples (em
que parte da renda era poupada e reinvestida na Assim sendo, os trabalhadores trocam com
produção) houve um favorecimento das institui- os empresários (os donos dos meios de produção)
ções econômicas vigentes. Distanciando-se da in- a sua capacidade de trabalhar por um salário. Nes-
terpretação católica que via o trabalho como algo sa sociedade, o trabalho industrial aparece como
penoso, punitivo e martirizante, os protestantes uma forma básica de produção de bens de consu-
o viam como uma dádiva ou uma benção através mo. O que define uma sociedade como capitalista
das quais Deus premiava as pessoas. é a propriedade privada dos meios de produção,
Portanto, é possível afirmar que, inicialmen- o trabalho assalariado, o sistema de troca e uma
te, a ética no trabalho praticada pelos adeptos do determinada divisão social do trabalho.
protestantismo teve forte vínculo religioso, mas à Historicamente, o capitalismo se constituiu
medida em que a modernização das sociedades na Europa ocidental. A Inglaterra, quase sempre,
foi ocorrendo, cada vez mais a racionalidade pas- é tomada como exemplo, por ser um dos primei-
sou a ser o ponto central da conduta no trabalho ros países onde as relações capitalistas se desen-
assumindo uma condição de parecer existir por volveram plenamente e onde se podem encontrar
ela mesma, dando origem há uma intensa buro- elementos essenciais que permitem estudar a
cratização da vida e também ao que Weber cha- transição do feudalismo para o capitalismo, enfo-
mou de desencantamento do mundo. cando fundamentalmente a questão do trabalho.
Como trabalho passa a ser encarado como Pode-se afirmar que o trabalho se trans-
uma virtude, e, ao se trabalhar arduamente, po- forma em força de trabalho quando se torna uma
de-se chegar a ter êxito na vida material, o que é mercadoria que pode ser comprada e vendida. E,
expressão das bênçãos divinas sobre os homens. para que ele se transforme em mercadoria, é ne-
Mas a riqueza gerada pelo trabalho, e depositada cessário que o trabalhador seja desvinculado de
nas mãos de alguns homens, não deve ser utiliza- seus meios de produção, ficando apenas coma a
da para ostentação ou mesmo para os gastos sem sua força de trabalho para vender. O trabalho as-
necessidade. O cristão protestante salariado existiu desde a Antiguidade, mas não de
deve levar uma vida ascética, de costumes maneira tão extensiva e dominante como no capi-
simples, e o que se pode poupar deve ser reinves- talismo.
tido no trabalho, dessa forma gerando mais opor- O processo que levou a desvinculação entre
tunidades para outros trabalharem. o trabalhador e seus meios de produção foi longo
Nessa concepção, a riqueza em si não é con- e está relacionado com todas as transformações
denável, mas sim aquilo a que ela pode levar, isto que permitiriam a constituição do modo de produ-
é, o não trabalho, o desfrute ostentatório e a pre- ção capitalista. Mas a emergência do trabalhador
guiça que ela pode causar. Nesse sentido, um dos assalariado é simultânea à do capitalista. São dois
pecados maiores passa a ser o tempo perdido em elementos indissociáveis, do mesmo momento
coisas improdutivas. O cristão tem o dever de tra- histórico.
Vários foram os fatores que concorreram Todo ser humano nasce igual em direito à mesma
para que houvesse essas transformações. Na In- dignidade. E, portanto, nascemos todos com os
glaterra, os mais significativos foram os cerca- mesmos direitos fundamentais que, quando vio-
mentos de terras comunais e a expropriação dos lados, nos arrancam dessa condição e nos trans-
camponeses, o que permitiu a liberação de terras formam em coisas, instrumentos descartáveis de
para a produção de lã, bem como a expulsão de trabalho. Quando um trabalhador mantém sua li-
milhares de pessoas sem trabalho para as cidades berdade, mas é excluído de condições mínimas de
– ambos os fatores indispensáveis ao desenvolvi- dignidade, temos também caracterizado trabalho
mento da indústria têxtil. Ou seja, pôde-se dispor escravo.
de muita matéria-prima e, ao mesmo tempo, de Em poucas palavras, o trabalho escravo
um exército de pessoas que possuíam apenas sua contemporâneo ocorre quando o trabalhador não
força de trabalho para vender. consegue se desligar do patrão por fraude ou vio-
Como processos complementares, encon- lência, quando é forçado a trabalhar contra sua
travam-se o tráfico de escravos africanos, a con- vontade, quando é sujeito a condições desumanas
quista de pilhagem, principalmente do ouro e da de trabalho ou é obrigado a trabalhar tanto e por
prata nas Américas, e a exploração das colônias, tantas horas que seu corpo não aguenta. No Bra-
assim como a guerra comercial que se travava en- sil, este crime está previsto em quatro situações:
tre diversas nações européias mediante a tributa- cerceamento de liberdade de se desligar do servi-
ção e os protecionismos alfandegários. ço, servidão por dívida, condições degradantes de
O processo resultante da conjugação de to- trabalho e jornada exaustiva.
dos esses fatores passou a ser conhecida como Estima-se que existam no mundo entre 12
acumulação primitiva do capital. É dessa forma a 27 milhões de pessoas escravizadas nos diver-
que se explica como um grupo de pessoas con- sos ramos da indústria, serviços e agricultura. Em
seguiu acumular riquezas e ter dinheiro nas mãos geral, os escravos provêm de regiões muito em-
para aplicar em empreendimentos voltados para pobrecidas, com pouco acesso à educação e saú-
a fabricação de mercadorias em outra escala de de e ao crédito formal. São locais onde as leis de
produção e com outra finalidade: exclusivamente proteção são fracas, ou sua aplicação é restrita,
para vender no mercado. É nesse contexto que, de forma que a ação dos aliciadores é facilitada.
pouco a pouco, o trabalhador vai perdendo tudo São jovens, a maioria do sexo feminino. Muitos são
o que tem para ficar somente com a sua força de forçados a se deslocar de sua região de origem em
trabalho. busca de oportunidades e são aliciados para este
tipo de trabalho.
• TRABALHO ESCRAVO CONTEMPORÂNEO A região do mundo onde estas relações de
escravidão estão mais presentes é o sul da Ásia,
De acordo com o artigo 149 do Código Pe- sobretudo a Índia. Apesar das leis, muitos indianos
nal brasileiro, são elementos que caracterizam o são forçados a trabalhar em regime escravo para
trabalho análogo ao de escravo: condições degra- pagar dívidas adquiridas por seus antepassados.
dantes de trabalho (incompatíveis com a dignida- Da República Popular da China surgem denúncias
de humana, caracterizadas pela violação de direi- sobre a existência de campos de trabalho escravo.
tos fundamentais coloquem em risco a saúde e a
vida do trabalhador), jornada exaustiva (em que
o trabalhador é submetido a esforço excessivo ou • TRABALHO NO SOCIALISMO DE MARX E EN-
sobrecarga de trabalho que acarreta a danos à sua GELS
saúde ou risco de vida), trabalho forçado (manter a
pessoa no serviço através de fraudes, isolamento Enquanto o capitalismo baseia-se na pro-
geográfico, ameaças e violências físicas e psicoló- priedade privada dos meios de produção, o fun-
gicas) e servidão por dívida (fazer o trabalhador damento da sociedade socialista é a propriedade
contrair ilegalmente um débito e prendê-lo a ele). social (coletiva, pública) dos meios de produção.
Os elementos podem vir juntos ou isoladamente. No socialismo não existem empresas privadas (ou
O termo “trabalho análogo ao de escravo” estas representam a pequena parcela no total das
deriva do fato de que o trabalho escravo formal foi empresas), já que os meios de produção são públi-
abolido pela Lei Áurea em 13 de maio de 1888. Até cos ou coletivos, ou seja, o Estado controla toda
então, o Estado brasileiro tolerava a propriedade a economia, toda a infraestrutura do sistema. Em
de uma pessoa por outra não mais reconhecida teoria, o objetivo da sociedade socialista é a satis-
pela legislação, o que se tornou ilegal após essa fação completa das necessidade materiais e cultu-
data. rais da sociedade: emprego, habitação, educação,
Não é apenas a ausência de liberdade que saúde, cultura, lazer etc.
faz um trabalhador escravo, mas sim de dignidade. Desaparece, assim, a separação entre pro-
prietários do capital e proprietários da força de que foram deportados e exilados para áreas remo-
trabalho. Com isso, todos passam a, necessaria- tas da União Soviética.
mente utilizar-se de sua força de trabalho, não Já em Cuba, por exemplo, noventa por cen-
havendo mais a compra e venda da força de tra- to dos 4,8 milhões de cubanos ativos trabalham
balho entre os cidadãos. Todos devem trabalhar e para o Estado. Esse mesmo Estado é visceralmen-
vender a força de trabalho para o Estado. Apesar te contra o trabalho por conta própria. Quem qui-
disso, permanecem as diferenças individuais entre ser abrir uma lanchonete tem de pagar um preço
as pessoas, bem como salários desiguais, devido à altíssimo para conseguir uma licença do governo.
maior ou menor qualificação do trabalhador.
Na sociedade socialista, a economia é pla- • ESCRAVIDÃO HISTÓRICA
nificada, visando atender às necessidades básicas ESCRAVIDÃO CONTEMPORÂNEA
da população, e não ao lucro das empresas. (LEGENDA "•" referente a escravidão histórica)
Para Marx e Engels, o comunismo seria a úl-
tima etapa de um processo histórico que deve co- PROPRIEDADE LEGAL
meçar com a tomada do poder pelo proletariado. • Permitida
A essa conquista do poder se seguiria a organiza- Propriedade legal
ção de uma sociedade socialista. A fase final desse
processo seria o comunismo, etapa em que aca- CUSTO DE AQUISIÇÃO DE MÃO DE OBRA
bariam as classes e as diferenças sociais entre as • Alto. A quantidade de escravos era medida
pessoas: todos teriam tudo em comum e o Estado de riqueza
deixaria de existir. Muito baixo. Não há compra e muitas vezes
gasta-se apenas o transporte
• TRABALHO NO SOCIALISMO REAL
MÃO DE OBRA
A União Soviética entre 1927 e 1953 foi do- • Escassa. Dependia do tráfico negreiro
minada por Josef Stalin (a chamada era Stálin). Descartável. Devido a um grande contingen-
Muitas vezes a URSS foi descrita como um estado te de trabalhadores desempregados
totalitário, modelado por um líder que tinha todos
os poderes, e que buscava reformar a sociedade RELACIONAMENTO
soviética, com planejamento econômico agres- • Longo período. A vida inteira do escravo e
sivo, em especial, com uma varredura da coleti- de seus descendentes
vização da agricultura e do desenvolvimento do • Curto período. Terminado o serviço, não é
poder industrial. Ele também construiu uma enor- mais necessário prover o sustento
me burocracia, o que sem dúvida foi responsável
por milhões de mortes como resultado de vários DIFERENÇAS ÉTNICAS
expurgos e esforços de coletivização. Durante seu • Relevantes para a escravidão.
tempo como líder da URSS, Stálin fez uso frequen- Pouco relevantes. Qualquer pessoa pobre e
te de sua polícia secreta, gulags e poder quase ili- miserável são os que se tornam escravos, indepen-
mitado, para remodelar a sociedade soviética. A dentemente da cor de pele.
subida ao poder definitivo de Joseph Stalin, como
secretário-geral do Partido Comunista da União MANUTENÇÃO DA ORDEM
Soviética ou Gensek entre 1927 e 1929, marcou o • Ameaças, violência psicológica, coerção
início de uma transformação radical da sociedade física, punições exemplares e até assassinatos
soviética. Em alguns anos, a face da União Soviéti- Ameaças, violência psicológica, coerção físi-
ca mudou radicalmente pela coletivização de ter- ca, punições exemplares e até assassinatos.
ras e pela rápida industrialização realizada pelos
muitos ambiciosos planos quinquenais.
Sob a liderança de Stalin, o governo lançou
promoveu uma economia planificada, a industria-
lização do país, que em grande parte ainda era ba- EXERCÍCIOS
sicamente rural, e a coletivização da agricultura.
Durante este período de rápida mudança econô- 1. Considere a citação.“[...] o racionalismo eco-
mica e social, milhões de pessoas foram enviadas nômico, embora dependa parcialmente da téc-
para campos de trabalho forçado (GULAG foi o nica e do direito racional, é ao mesmo tempo
mais famoso deles, em português: Administração determinado pela capacidade e disposição dos
Geral dos Campos de Trabalho Correcional e Co- homens em adotar certos tipos de conduta ra-
lônias), incluindo muitos presos políticos que se cional. [...] Ora, as forças mágicas e religiosas,
opunham ao governo de Stalin, além de milhões e os ideais éticos de dever deles decorrentes,
sempre estiveram no passado entre os mais energia (...) O dia clareou e mostrou-se lá fora
importantes elementos formativos da conta.” (...) As luzes apagaram-se e o trabalho conti-
WEBER, Max. A Ética Protestante e o Espírito do nuou. Lá fora, nos vastos pátios, os tubos de es-
Capitalismo. São Paulo: Livraria Pioneira Edito- capamento do vapor, os montes de barris e fer-
ra,1989, 6 ed., p. 11. ro velho, os montículos de carvão ainda acesos,
A respeito das relações de causalidade que o so- cinzas, por toda parte, amortalhavam o véu da
ciólogo Max Weber propõe entre as origens do chuva e do nevoeiro.
capitalismo moderno, o processo de racionali- O texto acima se refere ao contexto da Revolu-
zação do mundo e as religiões de salvação, assi- ção Industrial e as condições de trabalho nas
nale a alternativa CORRETA. fábricas inglesas no séc.XIX, ou seja, sobre a
consolidação do capitalismo. De acordo com o
a) Coube às éticas religiosas do confucionismo texto e seus conhecimentos sobre o tema assi-
(China) e hinduísmo (Índia) redefinirem o padrão nale a alternativa CORRETA.
das relações econômicas que, a partir do século
XVI, culminaria no capitalismo a) A existência das máquinas e das fabricas são al-
de tipo moderno. gumas das principais características desse novo
b) As seitas protestantes que floresceram nas so- sistema de produção que começa a se formar a
ciedades orientais, a partir do século XVI, são res- partir do séc. XV, o capitalismo, que trouxe uma
ponsáveis pela prematura posição de destaque do era marcada por uma gradativa igualdade social
Japão, China e Índia no cenário econômico inter- que tem como ápice a formação do Estado de bem
nacional que se seguiu à Revolução Industrial. Estar Social.
c) A partir de sua doutrina da predestinação, o b) O Capitalismo se forma plenamente com a Re-
calvinismo foi responsável pela introdução de um volução Industrial, no final do século XVIII, Nessa
padrão ético que, ao estimular a racionalização da sociedade o trabalho se caracteriza pela existên-
conduta cotidiana de seus fiéis, cia de, basicamente, duas classes sociais: os pro-
contribuiu de maneira inédita para o desenvolvi- prietários dos meios de produção, proletários e os
mento das relações capitalistas modernas. proprietários apenas de sua capacidade de traba-
d) O processo de encantamento do mundo (irra- lho, os capitalistas.
cionalização do conhecimento e das relações coti- c) O texto se refere as fabricas na Inglaterra, pois
dianas) encontra-se na base da ética protestante, quase sempre, ela é tomada como exemplo, por
cujas prescrições de conduta se revelaram condi- ser um dos primeiros países onde as relações ca-
ção imprescindível para o desenvolvimento e con- pitalistas se desenvolveram plenamente e onde
solidação das relações capitalistas modernas. se podem encontrar elementos essenciais que
e) A produtividade no trabalho e a recusa aio luxo, permitem estudar a transição do feudalismo para
pregada pelo protestantismo deram origem a um o capitalismo, enfocando fundamentalmente a
estilo de vida que não interfere no espírito do ca- questão do trabalho.
pitalismo. d) A partir do texto é possível perceber como atra-
vés do processo de manufatura houve uma grada-
2. (UFU- 2009) Weber, em sua obra A Ética Pro- tiva subordinação do trabalhador a maquina . Há
testante e o Espírito do Capitalismo, investiga então, uma separação muito clara entre a força
as razões de o Capitalismo terse desenvolvido motriz mecânica e da homem. Este, agora, serve à
de forma peculiar no ocidente. De acordo com máquina, ela o domina, dá-lhe o ritmo de trabalho.
essa informação. Explique qual a relação que e) Com o processo de transição do feudalismo
Weber estabelece entre a ética protestante e o para o capitalismo vemos o surgimento de inúme-
desenvolvimento do capitalismo ocidental mo- ros desajustes sociais como o aumento da taxa de
derno. homicídios, violência, fome, desabrigados e gre-
_____________________________________ ves. Justamente nesse contexto de caos social se
_____________________________________ desenvolve o chamado positivismo, que tem como
_____________________________________ um de seus principais representantes August Com-
____________________________________ te responsável por dar a sociologia um status de
_____________________________________ ciência com conceitos como anomia social.

3. “Tempos difíceis” é um romance do escritor 4. Leia o texto seguinte:


inglês Charles Dickens, publicado em 1854. A
história se passa na cidade de Coketown, em “A casa não é destinada a morar, o tecido
torno de uma fábrica de tecidos de algodão: não é disposto a vestir, O pão ainda é destinado a
Umas tantas centenas de operários na fábri- alimentar: ele tem de dar lucro. Mas se a produção
ca, umas tantas centenas de cavalos-vapor de apenas é consumida, e não é também vendida
Porque o salário dos produtores é muito bai- manas desde as suas origens.
xo – quando é aumentado. Já não vale mais a pena
mandar produzir a mercadoria –, por que Alugar 5. (UEM–2011/vestibular de inverno) Assinale o
mãos? Elas têm de fazer coisas maiores no banco que for CORRETO sobre o processo produtivo
da fábrica Do que alimentar seu dono e os seus, se nas sociedades capitalistas contemporâneas.
é que se quer que haja. Lucro! (somatorio).
Apenas: para onde com a mercadoria? A boa
lógica diz: Lã e trigo, café e frutas e peixes e por- (01) Ao contrário do que estabelecia o Estado de
cos, tudo junto Bem Estar Social, atualmente, as relações entre
É sacrificado ao fogo, a fim de aquentar o empregadores e empregados são reguladas por
deus do lucro! Montanhas de maquinaria, ferra- legislações trabalhistas rígidas e extensas.
mentas de exércitos em trabalho, Estaleiros, altos- (02) O processo produtivo é descentralizado numa
-fornos, lanifícios, minas e moinhos: Tudo quebra- escala transnacional, embora o poder de decisão
do e, para amolecer o deus do lucro, sacrificado! sobre ele se mantenha concentrado.
De fato, seu deus do lucro está tomado pela ce- (04) O trabalho temporário diminui drasticamente,
gueira. As vítimas Ele não vê. [...] As leis da econo- sendo utilizado apenas em períodos de crescimen-
mia se revelam Como a lei da gravidade, quando a to das demandas de consumo.
casa cai em estrondos (08) Ao contrário da especialização requerida pelo
Sobre as nossas cabeças. Em pânico, a bur- modelo fordista, nas sociedades capitalistas con-
guesia atormentada Despedaça os próprios bens e temporâneas, exige-se versatilidade do trabalha-
desvaira com seus restos dor, de modo que ele possa desempenhar distin-
Pelo mundo afora em busca de novos e tas funções.
maiores mercados. (E pensando evitar a peste (16) O alto grau de automação existente nas distin-
alguém apenas a carrega consigo, empestando tas fases do processo produtivo favorece o pleno
Também os recantos onde se refugia!) Em novas e emprego e o fortalecimento da capacidade de or-
maiores ganização política dos trabalhadores.
A burguesia volta atônita a si. Mas os miserá- Soma:_____
veis, exércitos gigantes,
Que ela, planejadamente, mas sem planos, 6. De acordo com a visão marxista sobre as re-
arrasta consigo, lações sociais estabelecidas entre os homens
Atirando-os a saunas e depois de volta a es- no processo de produção capitalista, podemos
tradas geladas, afirmar que:
Começam a entender que o mundo burguês I. Se caracterizam por serem relações de amizade
tem seus dias contados e cooperação.
Por se mostrar pequeno demais para com- II. As relações estabelecidas entre as classe sociais
portar a riqueza que ele próprio criou.” são antagônicas, no entanto não há o caráter de
(BRECHT, Bertolt. O manifesto. Crítica mar- exploração do homem pelo homem.
xista, São Paulo, n. 16, p.116, mar. 2003.) III. Dividem os homens entre aqueles que traba-
Os versos anteriores fazem parte de um poe- lham com afinco e os que são folgados.
ma inacabado de Brecht (1898-1956) numa tentati- IV. As desigualdades constituem a base de forma-
va de versificar O manifesto do partido comunista ção das classes sociais.
de Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820- V. Entre o capitalista e o trabalhador há uma rela-
1895). ção de disparidade estrutural, pois o último é ven-
dedor de sua força de trabalho.
De acordo com o poema e com os conhecimen- Selecione a alternativa correta:
tos da teoria de Marx sobre o capitalismo, é
CORRETO afirmar que, na sociedade burguesa, a) I, II e III estão corretas
as crises econômicas e políticas, a concentra- b) II, IV e V estão corretas
ção da renda, a pobreza e a fome são: c) II, IV e V estão corretas
d) IV e V estão corretas
a) Oriundos da inveja que sentem os miseráveis
por aqueles que conseguiram enriquecer. 7. Leia o texto a seguir:
b) Frutos da má gestão das políticas públicas.
c) Inerentes a esse modo de produção e a essa for- Os partidos socialistas, com o apoio das
mação social. classes trabalhadoras em expansão de seus paí-
d) Frutos do egoísmo próprio ao homem e que po- ses, e inspirados pela crença na inevitabilidade
deriam ser resolvidos com políticas emergenciais. histórica de sua vitória, representavam essa alter-
e) Fenômenos característicos das sociedades hu- nativa na maioria dos Estados da Europa. Aparen-
temente, só era preciso um sinal para os povos se lhorar de vida, muito menos como um meio para
levantarem, substituírem o capitalismo pelo socia- enriquecimento.
lismo, e com isso transformarem os sofrimentos ( ) A expansão da burguesia e do capitalismo foi
sem sentido da guerra mundial em alguma coisa fruto da nova visão sobre o trabalho, herdade do
mais positiva: as sangrentas dores e convulsões do calvinismo.
parto de um novo mundo. A Revolução Russa, ou ( ) A valorização do trabalho contribuiu para uma
mais precisamente, a Revolução Bolchevique de nova cultura, favorável ao surgimento do capita-
outubro de 1917, pretendeu dar ao mundo esse si- lismo.
nal. Tornou-se portanto tão fundamental para his- Assinale a sequência correta.
tória [do século XX] quanto a Revolução Francesa
de 1789 para o século XIX. (HOBSBAWM, Eric. Era a) V, V, F, V
dos extremos: o breve século XX, 1914-1991. São b) F, V, F, V
Paulo: Companhia das Letras, 1995, p. 62.) c) F, F, F, V
Com base no texto e nos conhecimentos sobre d) V, F, F, V
o tema, é CORRETO afirmar que a Revolução e) F, V, V, V
Russa de 1917 é fundamental para a história do
século XX porque: UNIDADE 3
a) Alterou radicalmente a organização da socieda- MODELOS DE PRODUÇÃO CAPITALISTAS (1)
de, da economia e do Estado, através da mobili-
zação de milhares de pessoas, camponeses e ope- • TAYLORISMO
rários, que ocuparam o governo e iniciaram novas
experiências de organização e participação políti- Nos finais do século XVIII, Adam Smith, um
ca, tornando-se referência para outros países que dos fundadores da economia moderna, identificou
realizaram suas revoluções. várias vantagens, em termos do aumento de pro-
b) Produziu uma inversão no sentido das mudan- dutividade, resultantes da divisão do trabalho. A
ças sociais, imprimindo um ritmo mais lento ao sua obra mais famosa, A Riqueza das Nações, abre
processo de organização dos operários, campone- com uma descrição da divisão do trabalho numa
ses e oprimidos, que ocuparam os espaços cultu- fábrica de alfinetes. Uma pessoa que trabalhasse
rais, regionais e civis, tornando-se modelo para as sozinha podia talvez fazer vinte alfinetes por dia.
contrarrevoluções pacíficas e comunistas. Ao dividir a tarefa numa série de operações sim-
c) Mudou a mentalidade do operariado, que pas- ples, dez trabalhadores, efetuando trabalhos es-
sou a lutar mais pelas mudanças de direitos in- pecializados em colaboração uns com os outros,
dividuais e menos pelos direitos universais e podiam produzir 48.000 alfinetes por dia. Por ou-
corporativos, levando os movimentos radicais a tras palavras, o índice de produção por trabalha-
disputarem os cargos dos governos em uma clara dor aumenta de 20 para 4800 alfinetes, produzin-
concordância com o “jogo democrático burguês”. do cada operador especializado 240 vezes mais do
d) Ajudou a criar estruturas de personalidades to- que se trabalhasse sozinho.
lerantes com o curso do capitalismo que levaria Um século mais tarde, estas ideias alcança-
todos à igualdade social na proporção em que as ram a sua expressão mais desenvolvida na obra de
agitações comunistas influenciassem os operários Frederick Winslow Taylor, um consultor de gestão
e camponeses. americano. A gestão científica, como Taylor lhe
e) Proporcionou a crença no direito positivo, na chamou, implicava o estudo pormenorizado dos
propriedade privada e nos processos de convulsão processos industriais, de modo a dividi-los em
social do mercado estratificado que, à semelhança operações simples que podiam ser cronometra-
da Revolução Francesa, estimularia a mobilidade e das e organizadas com exatidão. De acordo com
ascensão social das burguesias pactuadas com os Taylor, todas as tarefas podem ser examinadas ri-
operários e camponeses. gorosa e objetivamente de forma a determinar a
"melhor via" para serem levadas a cabo.
8- Em relação à visão calvinista a respeito do O Taylorismo, como a gestão científica veio
trabalho, marque (V) para a alternativa verda- a ser chamada, não era meramente um estudo
deira e (F) para a falsa académico, teve um impacto generalizado na or-
ganização da produção industrial e na tecnologia.
( ) Para os calvinistas, o trabalho deixou de ser Muitas fábricas empregaram técnicas Tayloristas
considerado uma maldição herdada de Adão. de modo a maximizar a produção industrial e au-
( ) A visão calvinista e a visão católica sobre o mentar o nível de produtividade do trabalhador.
trabalho eram, de maneira geral, iguais, pois não Os empregados eram fortemente controlados pela
viam o trabalho como uma oportunidade para me- gestão de forma a assegurar que o trabalho era fi-
nalizado eficaz e rapidamente, de acordo com as do processo produtivo. A partir daí, as expressões
especificações precisas estabelecidas a partir de fordismo/taylorismo passaram a usadas para
cima. Por forma a encorajar a eficiência no tra- identificar um mesmo processo: aumento da pro-
balho, foi introduzido um sistema de pagamento dutivida¬de com o uso mais adequado possível de
por incentivos, através do qual os trabalhadores horas trabalhadas, através do controle das ativi-
auferiam salários de acordo com as suas taxas de dades dos trabalhadores, divisão e parcelamento
produtividade. das tarefas, mecanização de parte das ativi¬da-
des com a introdução da linha de montagem e um
• FORDISMO sistema de recompensas e punições conforme o
comportamento no interior da fábrica.
Taylor estava preocupado com a melhoria Outros dois elementos externos as fábricas
da eficiência industrial, mas deu pouca atenção contribuíram muito para sucesso das medidas
aos resultados dessa eficiência. A produção em sé- propostas por Taylor e Ford:
rie necessita de mercados de massa, e o industrial § O atrelamento do movimento sindical aos
Henry Ford foi dos primeiros a perceber esta liga- interesses capitalistas.
ção. O Fordismo, um desenvolvimento dos princí- § A presença significativa do Estado, criando
pios de gestão de Taylor, é o nome usado para de- mecanismos financeiros e legais para que o con-
signar o sistema de produção em série associado à sumismo se tornasse uma prática cotidiana, bem
criação de mercados de massa. como cooptando os sindicatos para que controlas-
Ford projetou a sua primeira fábrica de car- sem politicamente a força de trabalho.
ros em Highland Park, no Michigan, em 1908, para Enquanto o Taylorismo se centrou na forma
fabricar apenas um produto – o Ford Modelo T –, mais eficiente de executar tarefas separadas, o
para o qual aproveitou-se do desenvolvimento da Fordismo avançou um pouco mais, ligando essas
Maquinofatura, e passou a organizar a produção mesmas tarefas (outrora separadas) num sistema
pas¬sou a organizar-se em linhas de montagem. de produção fluido e contínuo. Uma das inovações
O aperfeiçoamento contínuo dos sistemas produ- mais significativas de Ford foi a construção de
tivos deu origem a produção em larga escala, ou uma linha de montagem móvel (esteiras rolantes
seja a produção em massa, necessária e funda- que levam o que está sendo produzido até o traba-
mental para contexto econômico vigente e para a lhador). Cada trabalhador da linha de montagem
perpetuação da sistema capitalista. Tal modo de de Ford tinha uma tarefa específica, tal como a de
produção estruturou-se sobre uma divisão do tra- encaixar as maçanetas das portas do lado esquer-
balho detalhada e encadeada, que de certa forma, do, à medida que a estrutura do carro passava ao
resultou na diminuição de horas de trabalho. Aos longo da linha. Até 1929, quando terminou o fabri-
meios de produção que apresentaram estas ca- co do Modelo T, tinham sido fabricados mais de
racterísticas em seu apogeu, cunhou-se o termo quinze milhões de carros.
de fordismo.
Henry Ford implantou a jornada de trabalho Ø TEXTO COMPLEMENTAR
de 8 horas diárias por 5 dólares, temos então a re-
dução da carga horaria e um significativo aumen- “A antiga organização da produção preci-
to salarial, para os padrões vigentes até então, ga- sava de 12hrs e 30 min para montar um veículo.
rantindo ao trabalhador suprir suas necessidades Com o Taylorismo e o Fordismo, ou seja, apenas
básicas e adquirir bens de consumo, como auto- com o parcelamento das tarefas, a racionalização
móveis dentre outros. Iniciava-se, assim, aquilo das operações sucessivas e a estandardização dos
que veio a se chamar a “era do consumismo”: pro- componentes, o temo cai para 5hrs e 50min. Em
dução em massa, para consumo em massa. Esse seguida, graças a treinamento para 2hrse 38min.
processo disseminou-se e atingiu grande parte Em janeiro de 1914, Ford introduz as primeiras li-
dos setores produtivos das sociedades industriais nhas automatizadas. O veículo passa a ser produ-
e suas esferas comerciais, pois tem-se um aumen- zido em 1hr e 30min, ou seja, pouco mais de oito
to na quantidade de capital em circulação. vezes mais rápido que no esquema artesanal usa-
do pelos concorrentes. Ford conquista o merca-
• MODELO DE PRODUÇÃO TAYLORISTA/ do americano e mundial. EM 1921, pouco mais da
FORDISTA metade dos automóveis do mundo (53%) vinha da
Ford” . (Adaptado de GOUNET 1999.p.19-20).
As transformações aplicadas por Henry
Ford, foram apropriadas e aprimoradas das pro-
postas de Frederick Taylor (1865 – 1915), que pro-
punha aplicar princípios científicos na organiza-
ção do trabalho, buscando maior racionalização EXERCICIOS
dutivo, despertou, por exemplo atenção de
1. (UEL-SOC/2010) Observe a charge a se- Charles Chaplin, que o retratou em Tempos
guir: Modernos. Analise a alternativa que apresenta
características desse método de gestão e de or-
ganização técnica da produção de mercadorias.

a) Unidade entre concepção e execução, instau-


rando um trabalho de conteúdo enriquecido, pre-
servando assim, as qualificações dos trabalhado-
res.
b) Substituição do trabalho fragmentado e simpli-
ficado, típico da revolução industrial, pelas ilhas
de produção, onde o trabalho é realizado por equi-
pes.
c) Supressão progressiva do trabalhador taylori-
zado e consequentemente, combate do “homem
boi”, realizador de trabalhos desqualificados, res-
tituindo, em seu lugar, o trabalho polivalente.
(BEYNON, H. Trabalhando para Ford. Rio de d) Controle do tempo e dos movimentos dos tra-
Janeiro: Paz e Terra, 1995, p.192.) balhadores, com a introdução da esteira rolante,
Com base na charge e nos conhecimentos sobre e de salários mais eleva¬dos em relação a média
o tema, consi¬dere as afirmativas a seguir: paga em relação as outras empresas.
e) Redução das distâncias hierárquicas no interior
I. Um dos impactos do sistema Ford de produção da empresa, como forma de estimular o trabalho
foi o elevado índice de homicídios entre os operá- em grupo, resultando em menos defeitos de fabri-
rios, decorrentes de brigas motivadas por ganhos cação.
de produtividade e ritmos extenuantes de traba-
lho. 3. Observe os dados abaixo e responda.
II. A separação entre concepção e execução das
tarefas represen¬taram, no taylorismo-fordismo, Objetivos:
o declínio do operário de ofício e a potencialização 1. Economia de tempo
do trabalho desqualificado. 2. Redução de custos
III. Datado historicamente, o taylorismo-fordis- 3. Barateamento do trabalho
mo foi abando¬nado com o desenvolvimento das
formas de gestão propostas pelo toyotismo, que Princípios:
exige o desprezo pelo controle dos tempos e mo- 1. A gerência deve conhecer o processo de
vimentos. trabalho
IV. Embora nascido no espaço fabril, os métodos 2. O conhecimento deve estar centralizado
propostos por Ford se generalizaram no século XX, na gerência
abarcando o setor de serviços, como é o caso de 3. O conhecimento é necessário para con-
fast-foods. trolar o trabalho
Assinale a alternativa correta.
Os quadros acima indicam objetivos e princí-
a) Somente as afirmativas I e II são corretas. pios das teorias inerentes ao:
b) Somente as afirmativas II e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. a) Fordismo
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. b) Taylorismo
e) Somente as afirmativas I, III e IV são corretas. c) Keynesianismo
d) Positivismo
2. (UEL-SOC/2005) Fordismo é um termo que se e) Marxismo
generalizou a partir da concepção de Antonio
Gramsci, que utiliza para carac¬terizar o siste- 4. A aplicação dos objetivos e princípios acima
ma de produção utilizado por Henry Ford, em mencionados buscavam resolver em parte os
sua fábrica. O método fordista de organização problemas de sistematização das condições de
de trabalho produziu surpreendente cresci- trabalho nas fábricas, em particular depois da
mento produtivo, garantindo, assim produção crise de 1929. A organização cientifica do tra-
para o consumo de massa. O papel desempe- balho foi resultado dessa preocupação, e pode
nhado pelo fordis¬mo, enquanto sistema pro- ser definida como um conjunto de princípios e
métodos de trabalho resultantes da pesquisa ras por dia [...] O superintendente tinha grande
cientifica destinados a baratear e incrementar orgulho dele e trazia visitantes para observa-
a produção. rem-no [...] Isto significava que ele atingira a
Como resultados práticos desta política para a perfeição da máquina. Todos os movimentos
organização das empresas e para a classe tra- inúteis eram eliminados. Todos os movimentos
balhadora podemos citar: dos seus magros braços, cada movimento de
um músculo dos dedos magros, eram rápidos e
a) Maior flexibilidade e independência para os tra- precisos. Trabalhava sob grande tensão, e o re-
balhadores; maior interatividade entre os diversos sultado foi tornar-se nervoso.
níveis hierárquicos das empresas. (LONDON, J. Contos. São Paulo: Expressão
b) Acentuada alienação do trabalhador em relação Popular, 2005. p. 98.)
aos processos de produção; maior liberdade de Com base no texto e nos conhecimentos sobre o
ação com estimulo à criatividade do operariado. tema, discorra sobre qual é esta forma de pro-
c) Maior opulência e produtividade com redistri- dução e quais são as característica do trabalha-
buição de renda e diminuição das disparidades dor sujeito a esta organização do trabalho.
sociais. _____________________________________
d) O fortalecimento da burocracia sindical que em _____________________________________
momentos de crise adquire maior autonomia na _____________________________________
defesa dos direitos da classe trabalhadora. ____________________________________
e) Maior burocratização nas fábricas, hipertrofia _____________________________________
do setor de planejamento e desestimulo ás inicia-
tivas da classe operária. 7. Observe a imagem abaixo e trace um compa-
rativo entre as ideias de Taylor e Ford, apontan-
5. Leia as afirmativas e marque a alternativa do as mudanças implementadas pelo Fordismo.
correta:

I. O fordismo é uma forma de organização do tra-


balho caracte¬rística da sociedade industrial, que
proporciona uma produção em massa e uma pro-
funda especialização do trabalho;
II. O trabalhador na organização fordista de pro-
dução desconhece a produção final fruto do seu
trabalho, assim como, fica presa o linha de monta-
gem com funções repetitivas e rotineiras.
III. No fordismo o trabalhador apresenta um ele-
vado grau de qualificação, proporcionado pela
aplicação de conhecimentos técnicos na admi-
nistração do trabalhador e da produção, além de
apresentar uma produção flexibilizada.
Estão corretas:

a) I
b) II _____________________________________
c) I e II _____________________________________
d) I, II e III _____________________________________
e) II e III ____________________________________
_____________________________________
6. O texto a seguir faz referência a uma forma _____________________________________
específica de organização do trabalho, que im- _____________________________________
pulsionou o desenvolvimento do capitalismo ____________________________________
industrial no século XX. _____________________________________
O trabalho era [...] prender tampas de vidro em _____________________________________
garrafas pequenas. Trazia na cintura a meada
de barbante. Segurava as garrafas entre os joe-
lhos, para poder trabalhar com as duas mãos.
Nesta posição, sentado e curvado sobre os joe-
lhos, os seus ombros estreitos foram se encur-
vando; o peito ficava contraído durante dez ho-
UNIDADE 4 programadas para agir sem a intervenção de um
operador.
MODELOS DE PRODUÇÃO CAPITALISTAS (2) Com a crescente utilização de tecnologias
computadoriza¬das e automatizadas, com a flexi-
• TOYOTISMO bilização da produção e do mercado de trabalho,
criou-se uma grande instabilidade para os traba-
Os meios de produção do sistema capitalista lhadores, que passam a não ter mais a segurança
são necessaria¬mente cíclicos, transformam-se de de um trabalho estável. O desemprego, crescente
acordo com o contexto socioeconômico vigente e inclusive nos países capitalistas mais avançados,
em contrapartida modificam o mesmo, essas mu- é hoje o maior problema em todas as sociedades
danças são essenciais para a perpetuação e evolu- industrializadas.
ção do capitalismo, pois desse modo a produção Uma das alternativas para diminuir o alto
(como se produz e oque se produz) não encontra- índice de desem¬prego é elevar o número de tra-
-se estática, e assim a demanda continua a suprir a balhadores ocupados através da diminuição das
procura e ditar novos padrões de consumo. horas de trabalho semanais. Em alguns países eu-
O capital, na sua busca incessante de valo- ropeus a jornada de trabalho diminuiu para 35 ho-
rizar-se e fazer frente à profunda recessão que se ras semanais, e há propostas para reduzi-las ainda
agravou a partir de 1973, com a crise do petróleo, mais, pois nesse caso a redução da carga horária
procurou novas formas de elevar a produtivida- implica na contratação de mais funcionários, a jor-
de do trabalho e a expansão dos lucros. Assim, a nada de trabalho em tais meios se dá em turnos
partir da década de 1970, desenvolve-se uma nova de trabalho.
fase no processo produtivo capitalista, que pode- *o controle de qualidade (ISO900 e
ríamos chamar de pós-fordismo ou da acumula- ISO14000), no contexto dos novos modos de or-
ção flexível, caracterizada por: ganizar a produção, representam uma forma de
§ Flexibilização dos processos produtivos de facilitar as relações de importação, exportação e
trabalho, incluindo aí a automação. competitividade. São normas dentro da empresa
§ Flexibilização e mobilidade dos mercados que envolvem desde funcionários do chão de fa-
de trabalho. brica até os diretores.
§ Flexibilização dos produtos e também dos
padrões de consumo. EXERCICIOS
O Toyotismo surge nesse contexto do pós-
-fordismo, se origi¬nou no Japão, na indústria 1. (UEL-SOC/2003) A expansão da produção ca-
automotiva Toyota, onde práticas fordistas foram pitalista, nos três primeiros quartos do século
adaptadas para a realidade do país, pois a pro-du- XX, esteve assentada principalmente no mode-
ção em serie não era possível dadas as condições lo de organização fordista. A partir dos anos de
japonesas, a produção se dava de acordo com a 1970, esse modelo sofreu significativas altera-
demanda, o trabalho na fábrica era dividido por ções, decorrentes da dificuldade em enfrentar,
etapas e equipes por exemplo transporte, pro¬du- através de ganhos de produtividade, a crise que
ção, estocagem, etc. Suas principais característi- atingiu o sistema capitalista. Impôs-se ao uni-
cas: verso da produção a necessidade de profunda
§ Tecnologia avançada; reestruturação econômica, expressa pela intro-
§ Automação da produção; dução de novas tecnologias, flexibilidade dos
§ Terceirização de alguns setores; processos de trabalho, dos mercados de traba-
§ Número reduzido de trabalhadores (cada lho, dos produtos e dos padrões de consumo.
vez mais qualificados); Tais mudanças foram vistas por alguns como
§ Introdução de técnicas colaborativas ruptura e, por outros, como continuidade do
como: controle de qualidade*, produção JUST IN modelo fordista. De qualquer maneira, o mun-
TIME (adequada as vendas, sem grandes estoques) do do trabalho real do século XXI já não é mais
e KANBAN (cartões para orientar a comu-nicação o mesmo.
visual sobre a falta de peças, atraso ou adianta- Sobre os impactos concretos que afetaram a
mento, da produção e diminuir a utilização de pa- produção e o trabalho no Brasil, no quadro das
péis). transformações comentadas no texto, é correto
Com a automação, assistimos a elimina- afirmar que houve:
ção do controle manual por parte do trabalha-
dor. Substituído por tecnologias eletrônicas, o a) Consolidação do assalariamento regulamenta-
trabalhador só intervém no processo para fazer o do, através da expansão do emprego com carteira
controle e a supervisão. As atividades mecânicas registrada para a totalidade dos trabalhadores.
são desen¬volvidas por máquinas automatizadas, b) Fortalecimento do poder de negociação dos
sindicatos e elevação contínua da renda dos tra- peças costuradas para uma das maiores redes
balhadores. de varejo do pais. Não fossem as etiquetas da
c) Extinção por inteiro das formas antigas de divi- loja coladas aos casacos, seria difícil acreditar
são do trabalho baseada na separação entre con- que, através de uma empresa terceirizada, a
cepção e execução, em decor¬rência da alta quali- rede pagava 20 centavos por peça a imigrantes
ficação intelectual dos trabalhadores. bolivianos que costuravam das 8 da manhã as
d) Expansão de formas alternativas de organiza- 10 da norte. Os 16 trabalhadores suavam em
ção do trabalho (trabalho informal, doméstico, dois cômodos sem janelas de 6 metros quadra-
temporário, por hora e sub¬contratação) em de- dos cada um. Costurando casacos da marca da
trimento do assalariamento tradicional. rede, havia dois menores de Idade e dois jovens
e) Redução drástica das jornadas de trabalho e que completaram 18 anos na oficina. (Adaptado
ampliação do tempo de lazer desfrutado pelos de Época, 04/04/2011)
trabalhadores. A comparação entre modelos produtivos per-
mite compreender a organização do modo de
2. (UEL-SOC/2004) “No tempo em que os sindi- produção capitalista a cada momento de sua
catos eram fortes, os trabalhadores podiam se história. Contudo, é comum verificar a coexis-
queixar do excesso de velocidade na linha de tência de características de modelos produti-
produção e do índice de acidentes sem medo vos de épocas diferentes. Na situação descrita
de serem despedidos. Agora, apenas um terço na reportagem, identifica-se o seguinte par de
dos funcionários da IBP [empresa alimentícia características de modelos distintos do capita-
norte-americana] pertence a algum sindicato. lismo:
A maioria dos não sindicalizados é imigrante
recente; vários estão no país ilegalmente; e no a) organização fabril do taylorismo - legislação so
geral podem ser despedidos sem aviso prévio cial fordista.
por seja qual for o motivo. Não é um arranjo b) nível de tecnologia do neofordismo - perfil arte-
que encoraje ninguém a fazer queixa. [...] A ve- sanal manchesteriano
locidade das linhas de produção e o baixo cus- c) estratégia empresarial do toyotismo - relação de
to trabalhista das fábricas não sindicalizadas trabalho pré-fordista.
da IBP são agora o padrão de toda indústria.” d) regulação estatal do pós-fordismo - padrão téc-
(SCHLOSSER, Eric. País Fast-Food. São Paulo: nico sistêmico-flexível.
Ática, 2002. p. 221.)
No texto, o autor aborda a universalização, no 4-(UERJ/2012)
campo industrial, dos empregos do tipo Mcjobs
“McEmprego”, comuns em em¬presas fast- Corrida pra vender cigarro / Cigarro pra vender re-
-food. médio
Assinale a alternativa que apresenta somente
características desse tipo de emprego. Remédio pra curar a tosse / Tossir, cuspir, jogar pra
fora
a) Alta remuneração da força-de-trabalho adequa-
da à espe¬cialização exigida pelo processo de pro- Corrida pra vender os carros / Pneu, cerveja e ga-
dução automatizado. solina
b) Alta informalidade relacionada a um ambiente
de estabili¬dade e solidariedade no espaço da em- Cabeça pra usar boné / E professar a fé de quem
presa. patrocina
c) Baixa automatização num sistema de grande
responsabi¬lidade e de pequena divisão do traba- Eles querem te vender / Eles querem te comprar
lho.
d) Altas taxas de sindicalização entre os trabalha- Querem te matar (de rir) / Querem te fazer chorar
dores aliadas a grandes oportunidades de avanço
na carreira. (…)
e) Baixa qualificação do trabalhador acompanha-
da de má remuneração do trabalho e alta rotati- Corrida contra o relógio / Silicone contra a gravi-
vidade. dade

3-(UERJ/2012) Quando os auditores do Minis- Dedo no gatilho, velocidade / Quem mente antes
tério do Trabalho entraram na casa de paredes diz a verdade
descascadas num bairro residencial da capital
paulista, parecia improvável que dali sairiam Satisfação garantida / Obsolescência programada
_____________________________________
Eles ganham a corrida / Antes mesmo da largada
7-(UFPR-2015)
Os diferentes modelos produtivos de cada mo-
mento do sistema capitalista sempre foram o
resultado da busca por caminhos para manter
o crescimento da produção e do consumo. A crí-
tica ao sistema econômico presente na letra da
canção está relacionada à seguinte estratégia
própria do atual modelo produtivo toyotista:

a) aceleração do ciclo de renovação dos produtos


b) imposição do tempo de realização das tarefas
fabris
c) restrição do crédito rápido para o consumo de Na primeira imagem, uma cena do filme Tempos
mercadorias Modernos, com Charles Chaplin, retrata o traba-
d) padronização da produção dos bens industriais lho nas fábricas fordistas no século XX, considera-
de alta tecnologia do o século da produção em massa. Na segunda
imagem, observa-se a produção de automóveis
5-(UTFPR) “Os movimentos que vêm modifi- realizada por robôs. Estabeleça uma comparação
cando as relações de trabalho guardam relação entre o fordismo e a acumulação flexível, ressal-
com a implantação de um novo padrão de acu- tando os problemas tecnológicos e econômicos
mulação (com raízes no chamado toyotismo), que explicam as mudanças na maneira de traba-
que teve lugar no Brasil especialmente a partir lhar e produzir no século XXI.
dos anos 90, em paralelo com a intensificação _____________________________________
da abertura comercial e financeira. A exposi- _____________________________________
ção da economia à competição internacional _____________________________________
contribuiu para a incorporação de processos _____________________________________
de reestruturação produtiva, os quais flexibili- _____________________________________
zaram o mercado de trabalho – aumentando a
liberdade dos empregadores na contratação e UNIDADE 5
demissão de mão de obra – e introduziram no-
vas tecnologias que tornaram obsoletos certos ESTADO E SOCIEDADE
postos de trabalho.”
Em relação às consequências do processo des- • ESTADO MODERNO
crito no texto, assinale a única alternativa IN-
CORRETA. Um estado existe quando há um aparelho
político de governo (instituições como um parla-
a) A flexibilização do mercado de trabalho obriga a mento ou congresso, mais funcionários públicos),
PEA a ter maior nível de especialização, exigência que governa um dado território, cuja autoridade é
dos melhores empregos no setor terciário. apoiada por um sistema legal e pela capacidade
b) A perda dos cargos industriais para a automação de usar a força militar para implementar as suas
sempre resultou na criação de um número maior políticas. Todas as sociedades modernas são es-
de postos de trabalho que o de desempregados. tados-nação. Isto é são estados onde os cidadãos,
c) Em países emergentes à liberação da mão de constituindo o grosso da população, se reconhe-
obra da indústria somou-se a PEA que vem do cem como fazendo parte de uma só nação.
campo em função da crescente mecanização ru-
ral.
d) Nos países desenvolvidos promoveu a migração • ESTADO ABSOLUTISTA
da População Ativa para o setor terciário, que hoje
emprega a maior parte da população adulta. “O Estado sou eu”. A conhecida sentença de
Luís XIV da França, o Rei Sol, sintetiza a essência
6- Disserte sobre o contexto socioeconômico do absolutismo: o regime político em que uma
que se desenvol¬veu o Toyotismo. pessoa, o soberano, exerce o poder em caráter ab-
_____________________________________ soluto, sem quaisquer limites jurídicos.
_____________________________________ Absolutismo é a forma de governo caracteri-
_____________________________________ zada pela concentração total de poder em mãoes
_____________________________________ de um só indivíduo ou de um grupo de indivíduos.
As chefias coletivas, porém são muito raras, po- dade para a produção e circulação de mercadorias
dendo ser consideradas como uma etapa do pro- garantiria, conforme o pensamento liberal, o pro-
cesso de concentração de poder. O que caracteriza gresso das empresas e das nações, contribuindo
o absolutismo é a ausência completa de limitações até para a paz mundial.
ao exercício do poder. Não há pesos e contrapesos
reguladores das relações entre o poder executivo TIPOS DE SISTEMA POLÍTICO
e o legislativo e judiciário.
O sistema de governo encontra sua mais fiel As sociedades sempre se apoiaram em di-
representação nos tipo de sistema político monár- versos sistemas políticos. Mesmo atualmente, no
quicos da Europa ocidental nos séculos XVII e XVIII. início do século XXI , há países por todo o mundo
O soberano possuía, de direito e de fato, a soma que continuam a organizar-se de acordo com di-
total dos atributos do poder: legislava, julgava, ferentes padrões e configurações. Enquanto atual-
nomeava e demitia, instituía e cobrava impostos, mente a maioria das sociedades reivindica serem
organizava e comanda as forças armadas. democráticas - ou seja, serem governadas pelo
povo - continuam a existir outras formas de do-
• ESTADO LIBERAL mínio político. Nesta secção, estabeleceremos o
perfil de três tipos básicos de sistemas políticos:
Surgido em consequência da luta histórica monarquia, democracia liberal e autoritarismo.
da burguesia para superar os obstáculos que a
ordem jurídica feudal opunha ao livre desenvolvi- MONARQUIA
mento da economia, o liberalismo tornou-se uma
corrente doutrinária de importância capital na A monarquia é um sistema político enca-
vida política, econômica e social dos estados mo- beçado por uma única pessoa, em que o poder é
dernos. transmitido no seio de uma família ao longe de di-
O fim último da ideia liberal foi a submissão versas gerações. Nos tempos antigos e medievais,
do poder executivo aos representantes populares havia monarquias em muitas partes do mundo,
e, consequentemente a eliminação do poder mo- da Ásia à Europa, e em muitas zonas de África. As
nárquico. De inicio, o sistema liberal não previa famílias reais governavam os seus súbditos basea-
partidos políticos, entendidos como na atualida- das na tradição e no direito divino. A autoridade
de, dadas as finidades básicas que existiam entre das monarquias era mais legitimada pela força do
os representantes parlamentares. A entrada das costume do que pela lei.
massas operárias na política representou uma
grande mudança da concepção inicial do Estado DEMOCRACIA
Liberal. O mesmo aconteceu com o apogeu da im-
prensa como órgão de expressão da opinião públi- A palavra «democracia» tem as suas raízes
ca, fonte última de legitimidade nos sistemas libe- no termo grego demokratia, formado por demos
rais-democráticos. (povo) e kratos (governo). O significado básico de
democracia é, por conseguinte, o de um sistema
Politicamente, o Estado liberal se funda- político em que o povo governa, e não os monar-
menta na ideia de soberania popular. A expressão cas ou aristocratas. Isto parece simples e de fácil
mais clara dessa ideia se encontra nas constitui- entendimento, mas nâo o é. O Governo democrá-
ções liberais, como a do Brasil, na qual se lê, no tico tem tomado formas contrastantes em vários
artigo 1º: “ Todo o poder emana do povo, que o períodos e diferentes sociedades, em função da
exerce por meio de representante eleitos ou di- interpretação atribuída ao conceito. Por exemplo,
retamente, nos termos desta Constituição”. Isso "o povo" tem sido diversamente entendido como
significa que, numa eleição, os votantes se pro- sendo os proprietários, os homens brancos, os
nunciam elegendo representantes da vontade po- homens educados, só os homens e os homens e
pular. O Parlamento é, assim, a instituição central mulheres adultos. Em algumas sociedades, a ver-
do Estado liberal. são oficialmente aceite de democracia é limitada à
esfera política, enquanto noutras se defende a sua
De acordo com o pensamento liberal, o Es- extensão a outras áreas da vida social.
tado não deve intervir nas atividades econômi-
cas. A famosa fórmula laissez-faire, laissez-pas- DEMOCRACIA PARTICIPATIVA
ser (“deixai fazer, deixai passar”) expressa bem a
concepção de que as atividades econômicas não Na democracia participativa (ou democra-
devem ser reguladas pelo Estado, mas por si mes- cia direta) as decisões são tomadas em comum
mas, ou seja, pelo mercado – a mão invisível, de por aqueles que lhes estão sujeitos. Este era o
acordo com Adam Smith (1723-1790). A plena liber- tipo «original» de democracia na Grécia antiga. Os
que eram considerados cidadãos, uma pequena EXERCÍCIOS
minoria da sociedade, reuniam-se regularmente
para ponderar a política a seguir e tomar decisões 1. (UEL-SOC/2007) De acordo com Norberto
importantes. A democracia participativa tem uma Bobbio, “ao lado do problema do fundamento
importância limitada nas sociedades modernas, do poder, a doutrina clássica do Estado sempre
onde o grosso da população tem direitos políticos, se ocupou também do problema dos limites do
e seria impossível que todos participassem ativa- poder, problema que geralmente é apresenta-
mente na tomada de todas as decisões que os afe- do como problema das relações entre direito e
tam. poder (ou direito e Estado)”.
Fonte: BOBBIO, N. Estado, Governo e Socie-
DEMOCRACIA REPRESENTATIVA dade: para uma teoria geral da política. Tradução
de Marco Aurélio Nogueira. Rio de Janeiro: Paz e
Questões de natureza prática fazem com Terra, 2000, p. 93-94.
que a democracia participativa não seja viável em Os limites do poder no Estado democrático de
larga escala. exceto em momentos específicos, direito moderno são estabelecidos:
como um referendo especial. Hoje é mais comum I. Pela autonomia constitucional entre os poderes
a democracia representativa, sistema político no judiciário, legislativo e executivo.
qual as decisões que afetam uma comunidade são II. Por normas legais, definidas por processos legí-
tomadas, não por esta como um todo, mas por timos, que regulam e estabelecem direitos e deve-
pessoas eleitas para esse propósito. Nesta área res tanto para governantes quanto para os indiví-
do governo nacional, a democracia representativa duos na sociedade.
toma a forma de eleições para congressos, par- III. Por normas legais que subordinam os poderes
lamentos ou outros órgãos nacionais similares. A judiciário e legislativo ao poder executivo e asse-
democracia representativa também existe nou- guram a prevalência dos interesses do partido ma-
tros níveis onde decisões coletivas são tomadas, joritário.
como províncias ou estados de uma comunidade IV. Por normas legais que assegurem que todos os
nacional, cidades, condados, municípios e outras cidadãos tenham garantias individuais mínimas,
regiões. Muitas grandes organizações escolhem como o direito à defesa, direito a ir e vir e direito a
gerir os seus assuntos através da democracia re- manifestar suas opiniões.
presentativa, mediante a eleição de um pequeno
comité executivo para tomar decisões-chave. A alternativa que contém todas as afirmativas
corretas é:
AUTORITARISMO
a) I e III
Apesar de a democracia encorajar o envolvi- b) II e IV
mento ativo dos cidadãos nos assuntos políticos, c) I, II e III
nos estados autoritários essa participação é nega- d) I, II e IV
da ou severamente reprimida. Nestas sociedades, e) I, III e IV
as necessidades e os interesses do Estado têm
prioridade sobre os dos cidadãos comuns, não ha- 2. (UEL-SOC/2010) Apenas 3,5% dos jovens têm
vendo mecanismos legais para fazer oposição ao acesso ao ensino superior. Diante da demanda
governo ou para remover um líder do poder. social para ampliar os índices de acesso ao ensi-
Os governos autoritários existem hoje em no superior o Estado poderia?
muitos países, alguns dos quais professam ser de-
mocráticos. O Iraque, sob a liderança de Saddam I. Expandir as vagas no setor público melhorando a
Hussein, é um exemplo de um estado autoritário infraestrutura, o número de bolsas para estudan-
onde a dissidência é reprimida e uma grande parte tes sem recursos suficientes e/ou que tenham mé-
dos recursos naturais é desviada em benefício de rito acadêmico.
uma minoria*. As poderosas monarquias da Arábia II. Expandir as vagas no setor privado dando au-
Saudita e do Kuwait e a liderança do Myanmar (Bir- xílio público para pessoas comprovadamente po-
mânia) limitam rigidamente as liberdades cívicas bres, fortalecendo o mercado da educação.
dos cidadãos e negam a participação significativa III. Garantir as vagas em instituições estatais para
do povo nos assuntos governamentais. a permanência de todos os estudantes, coibindo e,
às vezes proibindo, o desen¬volvimento de merca-
dos livres na área da educação.

Assinale a alternativa que contém os tipos de


Estado que propo¬riam as soluções I, II e III,
respectivamente: reitos influen¬ciaram a queda do absolutismo?
_____________________________________
a) Estado socialista; Estado absolutista, Estado li- _____________________________________
beral. _____________________________________
b) Estado absolutista; Estado do bem-estar social; _____________________________________
Estado liberal. _____________________________________
c) Estado liberal; Estado socialista; Estado do
bem-estar social. 6. Explique como agia a “Mão Invisível” do Es-
d) Estado socialista; Estado do bem-estar social; tado Liberal.
Estado liberal. _____________________________________
e) Estado do bem-estar social; Estado liberal; Es- _____________________________________
tado socialista. _____________________________________
_____________________________________
3. “No Estado moderno, o Governo se compõe _____________________________________
normalmente do chefe de Estado (monarca ou
presidente da república) e do conselho de mi- UNIDADE 6
nistros, dirigido pelo chefe de Governo. Nas re-
públicas presidencialistas, o chefe de Estado é AS FORMAS RECENTES DO
a figura preeminente” ESTADO MODERNO
(BOBBIO, Norberto. Dicionário de Política.
Brasilia: Unb, 1996, p. 554) • SOVIÉTICO
Tomando como referência o texto anterior,
quais afirmativas se referem a "Governo"? Pátria do “socialismo real”, materialização
I. O Governo é definido como órgão que mani- política da grande utopia marxista do século XX, a
festa o poder estatal. É um aspecto típico do União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS)
Estado moderno a existência do Governo que ou União Soviética, foi, entre sua criação em 1922
detém o monopólio da força. e o colapso em 1991, não só um país com a maior
II. Nos Estados modernos, os centros de poder área territorial do mundo como aquele que tinha
que normalmente subordinam o Governo são o uma das mais diversificadas populações do plane-
partido ou a coligação de partidos de Governo. ta, composta por mias de cem etnias, a maioria es-
III. Os papéis do Governo constituem apenas lavos orientais (russos, ucranianos e bielorrussos).
uma parte da classe política. O Governo coin- O sistema político, autoritário e centralizado
cide com o poder executivo, realizando a admi- como o sistema econômico, fundamentava-se na
nistração pública. “propriedade socialista dos meios de produção,
IV. Os órgãos legislativo e judiciário fazem par- troca e distribuição”. A revolução de 1917 levou a
te diretamente do Governo, impondo as regras esta concepção na formação do Estado Soviético.
e ordenando as relações sociais.
• FASCISMO
a) Todas as afirmativas estão corretas.
b) I e IV estão corretas. A crise das democracias liberais, a implanta-
c) III e IV estão corretas. ção do socialismo após a revolução russa e os res-
d) II e IV estão corretas. sentimentos nacionalistas diante dos países que
e) I, II e III estão corretas. levaram a melhor na divisão do mundo após a pri-
meira guerra mundial provocaram, nas décadas
4. Em que contexto se desenvolveu o absolutis- de 1920 e 1930, o aparecimento de movimentos
mo? e regimes fascistas na Itália, Alemanha, Espanha,
_____________________________________ Portugal e outros países.
_____________________________________ Em sentido amplo, o termo fascismo apli-
_____________________________________ ca-se aos regimes políticos de caráter autoritário
_____________________________________ e corporativista, contrários tanto aos regimes de
_____________________________________ democracia liberal quanto aos de inspiração so-
cialista. Nesse sentido o termo fascismo abrange
5. O Estado no absolutismo baseou-se na dou- também o nacional-socialismo (nazismo) alemão,
trina da monarquia divina, respaldada no di- o nacional-sindicalismo espanhol e outros movi-
reito natural. Os teóricos do absolutismo ex- mentos, com peculiaridades próprias.
plicavam a soberania do monarca como direito O Estado Facista foi implantado em 1922 na
divino. Itália por Benito Mussolini e derrubado em 1943,
Como a valorização da razão e a luta pelos di- com a derrota do pais pelos exércitos aliados, no
final da segunda guerra mundial. A partir da década de 1970, após a crise do
A palavra facio, “feixe” em italiano, alude ao petróleo, houve nova necessidade de mudança
emblema do Partido Fascista, tomado de emprés- na organização estatal. O capitalismo enfrentava
timo ao símbolo do poder dos antigos litores ro- então vários desafios. As empresas multinacionais
manos, insígnias que representa um feixe de varas precisavam expandir-se, ao mesmo tempo em
em torno de um machado. Com o feixe, que repre- que havia um desemprego crescente nos Estados
sentava a força, os culpados eram açoitados; com Unidos e nos países europeus; os movimentos gre-
o machado, símbolo de justiça, eram decapitados. vistas se intensificavam em quase toda a Europa
e aumentava o endividamento dos países em de-
• BEM-ESTAR SOCIAL senvolvimento.
Os analistas, tendo como referência os eco-
O bloco dos países capitalistas, após a Se- nomistas Friedrich Hayek (1899-1992) e Milton
gunda Guerra Mundial, tentou reconstruir a eco- Friedman (1912-2006), atribuíam a crise aos gastos
nomia ocidental com novas bases. Disseminou-se dos Estados com políticas sociais, o que gerava
então a forma de organização estatal chamada de déficits orçamentários, mais impostos e, portanto,
Estado do bem-estar social ou simplesmente Es- aumento da inflação. Diziam que a política social
tado Social. Esse modelo permitia enfrentar, por estava comprometendo a liberdade do mercado e
um lado, os movimentos de trabalhadores que até mesmo a liberdade individual, valores básicos
exigiam melhores condições de vida e, por outro, do capitalismo. Por causa disso, o bem-estar dos
sair da profunda depressão desencadeada pela cidadãos deveria ficar por conta deles mesmos, já
crise 1929. No período posterior à Segunda Guerra que se gastava muito com saúde e educação pú-
Mundial, ela se consolidou nos Estados Unidos e blica, com previdência e apoio aos desemprega-
em boa parte dos países da Europa. dos idosos. Ou seja, os serviços públicos deveriam
Como forma de organização estatal, a teoria ser privatizados e pagos por quem os utilizasse.
começou a ser esboçada quando o governo esta- Defendia-se assim o Estado mínimo, o que signifi-
dunidense estabeleceu políticas às necessidades cava voltar ao que propunha o liberalismo antigo,
do capital, que buscava alternativas para a cons- com o mínimo de intervenção estatal na vida das
trução de uma nova ordem econômica mundial pessoas.
diante do bloco socialista. Nasceu dessa maneira o que se convencio-
As bases teóricas do Estado do bem-estar nou chamar de Estado neoliberal. As expressões
foram apresentadas na década de 1930 pelo eco- mais claras da atuação dessa forma estatal foram
nomista inglês John Maynard Keynes (1883-1946), os governos de Margareth Thatcher, na Inglater-
em seu livro Teoria geral do emprego, do juro e da ra, e de Ronald Reagan, nos Estados Unidos. Mas
moeda (1936). mesmo no período desses governos o Estado não
O Estado do bem-estar tinha como finali- deixou de intervir em vários aspectos, mantendo
dade e característica básica a intervenção estatal orçamentos militares altíssimos e muitos gastos
nas atividades econômicas, regulando-as, subsi- para amparar as grandes empresas e o sistema
diando-as, executando grandes investimentos e financeiro. Os setores mais atingidos por essa
obras, redistribuindo rendimentos, visando sem- “nova” forma de liberalismo foram aqueles que
pre, pelo menos teoricamente, ao bem-estar da beneficiavam mais diretamente os trabalhadores
maioria da população. A ideia era romper com o e os setores marginalizados da sociedade, como
centenário principio do liberalismo, que rejeitava assistência social, habitação, transportes, saúde
qualquer função intervencionista do Estado. pública, previdência e direitos trabalhistas.
Com base nesse conceito, os capitalistas Os neoliberais diziam que era necessário ter
modernos propunham moradia digna, educação mais rapidez para tomar decisões no mundo dos
básica pública, assistência à saúde, transporte co- negócios e que o capital privado precisava de mais
letivo, lazer, trabalho e salário, seguro-desempre- espaço para crescer. Reforçavam assim os valo-
go, enfim, um mínimo de bem-estar econômico res e o modo de vida capitalista, o individualismo
e social. Isso foi feito com investimentos maciços como elemento fundamental, a livre iniciativa, o
por parte do Estado, que redimensionava suas livre mer¬cado, a empresa privada e o poder de
prioridades para proporcionar trabalho e algum consumo como forma de realização pessoal. Com
rendimento à maior parte da população, a fim de essas propostas, o que se viu foi a pre¬sença cada
que ela se tornasse consumidora e, assim, possi- vez maior das grandes corporações produtivas e
bilitasse a manutenção da produção sempre ele- financeiras na definição dos atos do Estado, fazen-
vada. do com que as questões políticas passassem a ser
dominadas pela economia. Além disso, o que era
• NEOLIBERAL (+ TERCEIRIZAÇÃO) público passou a ser determinado pelos interesses
privados.
A TERCEIRIZAÇÃO de muitas discussões que opõem empresários e
sindicalistas. De toda forma, esse processo vem se
Entende-se por terceirização do trabalho o exacerbando com o avanço da globalização e do
processo pelo qual uma instituição contrata outra Capitalismo Financeiro pelo mundo, além do re-
empresa para prestar um determinado serviço. gime de Acumulação Flexível, que, entre suas pre-
Atualmente, no sistema capitalista em sua fase missas, defende a descentralização das atividades
financeira, essa prática difundiu-se amplamente produtivas.
em todo o mundo, não sendo diferente no Brasil,
onde cerca de 25% da mão de obra empregada é EXERCÍCIOS
terceirizada.
Os exemplos de terceirização mais comuns 1. (UEL-SOC 2010) :Observe a charge a seguir:
relacionam-se com a prestação de serviços espe-
cíficos, tais como limpeza e segurança. Quando
você vai ao banco, por exemplo, pode notar que os
vigilantes não são empregados do próprio banco,
mas de uma empresa especializada em segurança,
o que também é bastante comum em edifícios co-
merciais, escolas, fábricas e outros.
No Brasil, existem determinadas restrições
à prática da terceirização. A principal delas é a
proibição da terceirização para atividades-fim,
sendo permitidas apenas as atividades-meio, ou
seja, uma fábrica de doces, por exemplo, pode
destinar serviços de limpeza, segurança e ordena-
mento para empresas terceirizadas, mas não pode Com base na charge e nos conhecimentos sobre
fazer o mesmo para o intuito principal da empre- o tema, é cor¬reto afirmar:
sa, que é a produção de doces industriais. Nesse
caso, todos os funcionários que atuam na linha de a) As privatizações ocorridas nos anos 1990 e 2000
produção devem estar legalmente vinculados à no Brasil tiveram por principal impacto o baratea-
fábrica em questão, e não a uma outra empresa, mento dos serviços básicos à população, além de
com carteira assinada e todos os direitos corres- terem livrado o Estado de empresas desnecessá-
pondentes. rias.
Um dos pontos polêmicos da terceirização b) A participação popular tem sido fundamental
refere-se à proposta de transferir para a empre- para definir o programa de privatizações do go-
sa terceirizada toda e qualquer responsabilidade verno brasileiro, pois o eleitor conhece quais os
sobre os direitos trabalhistas dos empregados em melhores setores que devem ser gerenciados pela
questão. Os defensores dessa medida argumen- iniciativa privada.
tam que isso diminuiria a burocracia e facilitaria c) As principais dificuldades para a administração
o processo, deixando questões trabalhistas total- das empresas privatizadas tornarem-se rentáveis,
mente nas mãos de uma empresa específica. Os nos diver¬sos países, decorrem das ações de ma-
críticos, por outro lado, afirmam que isso trans- nifestantes antiglobali¬zação, os quais constituem
feriria direitos para empresas menos qualificadas braços políticos de sindicatos e partidos políticos
economicamente e haveria, portanto, maiores ris- de esquerda.
cos de não pagamentos de salários e encargos, in- d) Mesmo diante de vários protestos populares, o
tensificando o processo de diminuição dos direitos programa de privatizações, intensificado a partir
dos trabalhadores. de 1990 no Brasil e vários países do mundo, tornou
Além da precarização das condições de patrimônio particular grande parte dos recursos
trabalho, existe também outra questão que gera naturais, materiais, culturais e de serviços sociais.
muitas críticas em relação ao aumento da terceiri- e) Por serem elementos fornecidos pela natureza
zação: uma possível elevação do trabalho análogo e não se constituírem propriedade de ninguém, é
ao escravo. Estudos realizados pela Universidade indiferente se a água e demais recursos naturais
de Campinas (Unicamp) revelam que a maioria ab- forem cuidados pelo Estado:
soluta dos trabalhadores resgatados dessas con-
dições era contratada por empresas terceirizadas, 2. (UFU jul/ 200-1ª fase) Considere a afirmação
incluindo terceirizações para a produção de rou- de um dos in¬telectuais mais importantes do
pas de grandes marcas no país. pensamento neoliberal Friedrich August Von
Como podemos perceber, a temática da ter- Hayek.
ceirização do trabalho é bastante complexa e alvo “A democracia pode exercer poderes tota-
litários, e um governo autoritário pode agir com os Estados. (RIBEIRO, João Ubaldo, Política:
base em princípios liberais”. quem manda, por que manda, como manda. Rio
HAYEK, F. A. von, Fundamentos da liberdade, de Janeiro: Nova Fronteira, 1986).
Brasília: Universidade de Brasília, 1983, p. 111. Tomando como referência o texto anterior, as-
Para Hayek, a vontade da maioria da popu- sinale o significado de "federalismo":
lação pode ser um obstáculo à liberdade econômi-
ca e uma ditadura pode defendê-la. Considerando I. Sistema político que estabelece um governo cen-
que essa formulação (uma ditadura pode defen- tral para todo o país e governos regionais para as
der a liberdade econômica) foi feita com referência unidades territoriais.
ao regime político de Augusto Pinochet, no Chile II. Sistema que autoriza governos da União e dos
(1973-1990), assinale a alternativa correta que de- Estados a legislar, a tributar e a agir sobre o povo.
monstra o que esse pensador neoliberal entende III. Sistema que tem por base o princípio constitu-
por democracia. cional que garante, ao Governo federal, poderes
para impedir a unidade política e econômica nos
a) Democracia sempre é um governo de seus Estados-membros.
acordo com a vontade da maioria. IV. Sistema de divisão de poderes entre União e Es-
b) A democracia define-se pela garantia da tados-membros que não cria um sistema de repar-
liberdade econô¬mica, mesmo que em detrimen- tição de competências entre esses dois níveis do
to da liberdade política. Estado federal.
c) A democracia é a garantia plena dos direi-
tos e liberdades políticas. a) II e III estão corretas.
d) A democracia é o único tipo de governo b) I e II estão corretas.
defendido pelo liberalismo. c) III e IV estão corretas.
3. “Dificilmente o governo autocrata de um d) II e IV estão corretas.
regime ditatorial chama a si mesmo de ditador ou
permite que o chamem assim” 5. Leia atentamente o texto para responder a
(RIBEIRO, João Ubaldo. Política: quem man- questão:
da, Por que manda, como manda. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 1986, p. 115.) Embora se reconheça no Congresso de
Assinale os possíveis significados da palavra Washington a democracia e a economia de mer-
"ditadura": cado como objetivos que se complementam e se
reforçam, nele mal se esconde a clara preferência
I. Forma de Governo que apresenta as seguintes do segundo sobre o primeiro objetivo. Ou seja, re-
características: a) uma pessoa ou um pequeno vela-se implicitamente a inclinação a subordinar,
grupo de pessoas controla, de maneira democrá- se necessário, o político ao econômico. Para não
tica, todas as instituições sociais; b) refreada por tornar muito explícita essa tendência, passa-se, na
lei constitucional; c) total liberdade de opinião e avaliação dos resultados, por cima do fato notório
pensamento. de que dois dos mais celebrados exemplos e refor-
II. O termo refere-se a uma única pessoa ou a um ma neoliberal na área, Chile e México, se realiza-
pequeno grupo de pessoas, que apresenta con- ram mediante regimes fortes e que, neste último
centração e caráter ilimitado do poder. caso, mal se iniciou a transição para um regime
III. Governo ditatorial que não é refreado pela lei, político efetivamente mais aberto.
pois se coloca acima dela, modificando-a de acor- O pleno funcionamento das instituições de-
do com sua vontade. mocráticas parece até mesmo ser visto como um
IV. Ditadura é toda classe dos regimes não demo- "excesso de democracia", algo capaz de se con-
cráticos, especificamente os modernos. verter em empecilho às reformas liberalizantes da
economia, na medida em que enseje a emergên-
Selecione a opção correta: cia, tanto no Executivo quanto no Legislativo, de
lideranças não comprometidas com as propostas
a) I, III e IV estão corretas. neoliberais. A modernização da América Latina
b) I e IV estão corretas. deve-se fazer assim, prioritariamente, por um
c) I e III estão corretas. processo de reformas econômicas. As de ordem
d) II, III e IV estão corretas. política, de aprofundamento e consolidação da
democracia na região não seriam, nessa visão, in-
4. "A palavra ‘Estado' tem utilização confusa, desejáveis; mas certamente não constituem, como
especialmente para os brasileiros, por causa da por vezes o discurso poderia fazer supor, pré-con-
forma do Estado brasileiro, que é a Federação, dição para obtenção de cooperação internacional
dividida entre a União (o "governo federal") e para o apregoado modelo de modernização. A de-
mocracia não seria, pois, um meio para se chegar
ao desenvolvimento econômico e social, mas um
subproduto do neoliberalismo econômico. Para o
Consenso de Washington, a sequência preferível
pareceria ser, em última análise, capitalismo libe-
ral primeiro, democracia depois.
(BATISTA, Paulo Nogueira, O Consenso de
Washillgton. In: O despertar do interesse nacional.
Rio de Janeiro; São Pau/o: Paz e Terra, 1994.)
Com relação à defesa de um "mercado livre", as
reformas neoliberais têm interesse em defen-
der a democracia? Justifique.
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INGLÊS
UNIDADE 1 UNIDADE 4
VERB TO BE (PRESENT) AM / IS/ ARE PRESENT CONTINUOUS

UNIDADE 2 UNIDADE 5
VERB TO BE (PAST) WAS/ WERE PRONOUNS

UNIDADE 3 UNIDADE 6
SIMPLE PRESENT SIMPLE PAST
UNIDADE 1

VERB TO BE (PRESENT)
AM/ IS/ ARE

O verbo TO BE (PRESENT) equivale aos ver-


bos ser e/ou estar em português. A conjugação do Perceba que a terceira pessoa do singular
verbo TO BE no presente do indicativo é: (ele/ela) apresenta um pronome a mais: “it”, do
que seu equivalente em português. “It” refere-se
AFFIRMATIVE ao gênero neutro que normalmente é usado para
representar seres inanimados, animais ou objetos.
Subject TO BE Forma Tradução Em português os gêneros feminino e masculino in-
Pronouns Contraída
cluem indistintamente pessoas, animais e objetos.
I - eu am I'm Sou/estou
You - tu, você are You're És/ estás ou
é/ está
Pronome It:
He - ele is He's É/ está
She - ela is She's É/ está
1. É usado como sujeito de verbos impes-
It - ele, ela is It's É/ está
soais e também para substituir um animal, uma
We - nós are We're É/ está
coisa, ou uma criança (child), um bebê (baby),
You - vós, are You're Somos/ quando o sexo não estiver definido na frase:
vocês estamos
- It snows hard in New York. (Neva muito em Nova
They - eles, are They're São/ estão
elas York)
- The dog is running. It is running. (O cachorro
NEGATIVE está correndo. Está correndo)

I am not I'm not I ain't (gíria)


- That baby is tiny. It weighs 2 kilos. (Aquele
bebê é pequenino. Pesa 2 quilos)
You are not You're not You aren't
He is not He's not He isn't
2. Pode ser usado para expresser hora,
She is not Shes's not She isn't
temperatura, clima, distância ou uma situação co-
It is not It's not It isn't
mum:
We are not We're not We aren't
- It’s midnight. (É meia-noite)
You are not You're not You aren't
- It’s thirty degrees. (Está trinta graus)
They are not They're not They aren't - It’s Monday. (É segunda-feira)
- It’s dark. (Está escuro)
INTERROGATIVE
3. Também é usado para se referir a uma
Am I a student? Yes, you are
No, you are not/ aren't
pessoa, quando se quer identificá-la:
Are you a stock clerk? Yes, I am
- Who’s that? It’s Bill Williams on the phone.
No, I am not/ I'm not - Hello. It’s Joan.
Is he a customer? Yes, he is
No, he is not/ isn't
Is she a receptionist? Yes, she is
No, she is not/ isn't Stay
Is it a table? Yes, it is Connecte

No, it is not/ it isn't
d Note ainda, que a segunda
Are we their students Yes, we are
No, we are not/ aren't pessoa do singular (you are)
Are you our doctors? Yes, you are recebe o mesmo tratamento que
No, you are not/ aren't
a segunda pessoa do plural (you
Are they her friends? Yes, they are
No, they are not/ aren't are). Desta forma o contexto da
frase indicará o plural ou o
singular.


EXERCISES b) a, an, Ф
c) a, an, a
Leia o texto e responda à questão de número 1. d) an, a, Ф
Atenha-se às informações solicitadas. e) Ф, an, an

Tuberculosis 3) In which sentence(s) is(are) the indefinite ar-


ticle(s) used correctly?
01) She had an interesting jobs.
02) There’s a hammer on the couch.
04) It’s an article about French cheese.
08) Ted is an eight-year-old boy.
16) He gave me an information about the school.
32) What a lovely children!
Tuberculosis is an illness caused by the bac- SOMA:_________
terium Mycobacterium tuberculosis. It is an im-
portant cause of death among infectious diseases. 4) (FIC – PR) – O artigo definido está empregado
Also known as TB or consumption, tuberculosis is corretamente na alternativa:
found throughout the world. a) I was in United States the last year.
Although the sickness has a long history, b) All the Browns like oranges.
modern medical knowledge of the disease was not c) The Peter left a minute ago.
completely obtained till the 19th century. Robert d) The Iraq sells oil to the Brazil.
Koch, in 1882, identified the bacterium. It was then e) The cats are domestic animals.
lung and skin tuberculosis, and tuberculosis of the
lymph glands were established as different man- 5) (ITA – SP) – Dadas as sentenças:
ifestations of the same disease and the tubercle I. The Browns were here yesterday.
bacillus was isolated. II. He is an university student.
The incidence of tuberculosis decreased in III. I want an information from you.
many developed countries. Constatamos que está(estão) correta(s):
But, in the late 1980s, the number of cases a) apenas a I;
began to increase, particularly among AIDS pa- b) apenas a II;
tients. So, TB is not a thing of the past. c) apenas a III;
d) apenas a I e a II;
Glossary: e) apenas a I.
Acquire:_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _
Lung:______________________________ 6) (IME – RJ) – Fill in the blanks with a, an or the.
Although:_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ If no word is necessary, put an X.
Lymph glands:_______________________ When my family and I moved to ____ south
Among:_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ of ____ Wales, I wanted to rent ____ house near
Major:______________________________ ____ River Neath in ____ Black Mountains. I found
Consumption:_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ one which had ____ big garden. I knocked on ____
Throughout:_________________________ from door of ____ house and ____ man came out
Is found:____________________________ followed by ____ dog.
Till:________________________________
It was then:_________________________ 7) Complete com o verbo “to be” em conjuga-
ção correspondente, considerando que não se
1) According to the text, TB is: pode conjugar o verbo “to be” em sua forma
a) Not considered a disease. infinitiva.
b) The major cause of death among infectious di- a) He ___ a doctor.
seases. b) I ___ a doctor.
c) Caused by unknown bacteria. c) They ___ doctors.
d) Not an infectious illness. d) You ___ a doctor.
e) A major cause of death among infectious sick- e) You ___ doctors.
nesses. f) Mary ___ a doctor.
g) Bill and Susan ___ doctors.
2) (USP – SP) Choose the right alternative: h) Sue and I ___ doctors.
The boys brought____ ant, ____ European bird i) The bus ___ green.
and _____ milk. j) The buses ___ green.
a) a, a, Ф k) People ___ happy today.
l) Their friend ___ happy today. films were in the age of silent movies. He wrote
m) His parents ___ happy today. and directed nearly all of his films and composed
n) The great old men ___ happy today. the music of all his sound pictures.
o) Everybody ___ happy today. 3 Charles Spencer Chaplin was born in 1889
in London. His family was poor and he had a hard
8) (UNICAMP) – Os quatro adesivos para carros childhood. In 1890 he left Britain for the USA, in
reproduzidos abaixo, extraídos de www.bumpe- 1914 he made his first film. In his films he created
rart.com contêm mensagens feministas. Leia-os the character of a little man who always faced life
e responda às questões abaixo. 4 with courage. Chaplin was married four times, he
had four kids. In 1952 he left the USA with his fa-
Women who seek to be equal
mily and lived in Switzerland until his death.
to men lack ambition
INTERPRETATION:
A Woman’s Place Is In the
a. Who was Charlie Chaplin?
House.
The White House b. What kind of actor was he?
A woman without a man is c. Did he write and direct all his films?
like a fish without a bicycle d. Who composed the music of all his sound pic-
tures?
e. When was he born?
If a woman wants to learn to f. Where was he born?
drive, don’t stand in her way
g. Was Charlie Chaplin’s family rich?
h. What was his childhood like?
i. Did he leave England for the USA in 1914?
a) Qual dos quadros adesivos sugere que as mu- j. How many times was he married?
lheres não precisam dos homens? Justifique k. Did he have three kids?
sua reposta. l. When did he leave the USA?
_____________________________________ m. Where did he die?
_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________ O verbo TO BE (PAST) equivale aos verbos
_____________________________________ ser e/ou estar no passado. A conjugação do verbo
_____________________________________ TO BE (PAST) no passado é:
_____________________________________
_____________________________________
Negative –
b) Indique o número do adesivo que também Forma
Affirmative Negative
pode ser lido como machista. Contraída
_____________________________________ I was I was not I wasn’t
_____________________________________ You were You were not You weren’t
_____________________________________ He was He was not He wasn’t
_____________________________________ She was She was not She wasn’t
_____________________________________ It was It was not It wasn’t
We were We were not We weren’t
_____________________________________
You were You were not You weren’t
_____________________________________
They were They were not They weren’t
_____________________________________

UNIDADE 2
Examples:
VERB TO BE (PAST) - Last year Rachel was 22, so she is 23 now.
WAS/WERE - When I was a child, I was afraid of spiders.

CHARLIE CHAPLIN Alexandre Rodrigues (Prof. Lê)

Charlie Chaplin was one of the famous stars


in the history of the cinema. He was certainly the
most famous comic actor of the cinema. His first
2) (UEL – PR) – De acordo com o texto, o cashew:
Interrogative a) Foi trazido pelos portugueses em 1500.
Was I sick? Yes, you were. No, you weren’t. b) Foi importado da Índia juntamente com a
Were you wrong? Yes, I was. No, I wasn’t. manga.
Was he right? Yes, he was. No, he wasn’t.
c) Tem sido usado para reflorestamento nas re-
Was she absent? Yes, she was. No, she wasn’t.
Was it dirty? Yes, it was. No, it wasn’t.
giões Norte e Nordeste.
Were we travelling? Yes, you were. No, you weren’t. d) É aproveitado por completo, desde a semente
Were you good singers? Yes, we were. No, we weren’t até a polpa.
Were they sad? Yes, they were. No, they weren’t e) É pouco resistente a secas.

EXERCISES 3) Que sequência corresponde à tradução cor-


reta de novel – push – exit – exquisite?
(UEL – PR) – Leia o texto e responda às questões a) novela – puxar – êxito – esquisito
de número 1 a 2. Atenha-se às informações so- b) romance – puxar – sucesso – esquisito
licitadas. c) romance – empurrar – saída – esquisito
d) novela – empurrar – saída – excelente
Cashew e) romance – empurrar – saída - excelente

4) Mark the correct alternative(s):


01) Sensible = sensível
02) Disappointment = decepção
04) Weapon = arma
08) Realize = perceber, entender
16) Mist = névoa, neblina
32) Policy = diplomacia, política
64) Lecture = leitura
If the Brazilian National flag were to include SOMA:_________
a fruit, what would it be? In other words, which is
the most Brazilian of the fruits? The most obvious? 5) (ITA – SP) – Dadas as afirmações de que:
The coconut, it may seem, but it isn’t so. It was im- I. ingenious significa hábil, engenhoso;
ported from Africa – and by the way it is a seed, II. to resume siginifica retomar;
not a fruit. What about the mango? It wouldn’t III. syllabus pode significar sílaba.
do, either. It was brought from India. The perfect Constatamos que está(estão) corretas(s):
choice would be the cashew. It grew vigorously in a) apenas a afirmação I;
the beaches and backlands of the Northeast and b) apenas a II;
the forests of the North when the Portuguese ar- c) apenas a III;
rived in 1500. It is attractive and resists droughts; d) apenas a I e II;
it spreads on sandy, arid soil and is capable of re- e) Todas as afirmações.
foresting the area where it grows. We make use of
everything from the cashew apple: the pulp, the (FUVEST – SP) – Observe a tirinha e respon-
juice and the nut. Its dry pulpy residue is an excel- da a questão 6.
lent natural fertilizer.
(Fonte: Ícaro Brasil – Revista de bordo da Va-
rig.Outubro, 2001. pág. 182.)

Glossary
Backland:___________________________
Drought:____________________________
Cashew:____________________________
Seed:______________________________

1) (UEL – PR) – Com base no texto, o coco:


a) é uma fruta litorânea.
b) é de origem africana.
c) deveria fazer parte do brasão nacional.
d) é a mais brasileira de todas as frutas.
e) é um excelente fertilizante natural.
b) was
c) were

8) (UNICAMP) -


a) A terceirização de empregos é fonte de preo-
cupação de um dos personagens do cartum.
Identifique dois outros problemas do “mundo
6) (FUVEST – SP) – As palavras “pretend” e “gro- real” apontados pelos personagens.
vel” no primeiro e terceiro quadros significam _____________________________________
respectivamente: _____________________________________
a) pretender; chorar _____________________________________
b) pretender; fingir _____________________________________
c) dizer bobagens; fingir _____________________________________
d) fingir; dizer bobagens _____________________________________
e) fingir; humilhar-se _____________________________________
_____________________________________
07. Complete com a correspondente conjuga- _____________________________________
ção do verbo “to be” no passado simples. _____________________________________

A. My daughter’s teachers _____ not involved in b) Na quarta fala, a palavra “real” é utilizada
her learning development. como um advérbio para enfatizar a reação do
a) did personagem face aos problemas apontados.
b) were Qual é essa reação?
c) was
_____________________________________
B. He _____ short and had black hair. _____________________________________
a) are _____________________________________
b) was _____________________________________
c) did _____________________________________
_____________________________________
C. Where ____ these photos taken? _____________________________________
a) were _____________________________________
b) was _____________________________________
c) did
UNIDADE 3
D. _____ she looking for you?
a) Did SIMPLE PRESENT
b) Was
c) Were Leia a tirinha abaixo e identifique qual foi
tempo verbal empregado na mesma.
E. She _____ 20 years old when she moved to Or-
lando.
a) is
Exemplo: To try (tentar)
He tries (ele tenta)

d. quando o verbo termina em y precedido


de vogal, haverá apenas o acréscimo de s.
Exemplo: To pray (rezar)
She prays (ela reza)

NEGATIVE: Sujeito + Do/Does + Not + Verbo


principal no infinitivo (sem to).

TO LIKE
I do not like I don’t like
You do not like You don’t like
He/She/It does not like He/She/It doesn’t like
We do not like We don’t like
You do not like You don’t like t
They do not like They don’t like

ESTRUTURA SINTÁTICA

AFFIRMATIVE: Sujeito + Verbo principal no


infinitivo (sem to). Para terceira pessoa do singular Ex.: Peter doesn’t like chocolate.
(HE, SHE, IT) ocorre acréscimo de –s.
INTERROGATIVE: Do/Does + Sujeito + Verbo
principal no infinitivo (sem to).

TO WORK TO DRINK
I work Do I drink …? Don’t I drink …?
You work Do you drink …? Don’t you drink …?

He works Does he/she/it drink …? Doesn’t he/she/it drink …?


She works Do we drink …? Don’t we drink …?
It works Do you drink …? Don’t you drink …?
We work Do they drink …? Don’t they drink …?
You work
They work
INTERROGATIVE
+
NEGATIVE
I work in a shop. My brother works in a bank

Lucy lives in London. Her parents live in
Scotland. Ex.: Do you drink coffee?
It rains a lot in winter.
Usos do Simple Present

Agora leia as normas do acréscimo do s no 1. Expressar habitualidade.


Simple Present.

a. em geral, acrescentamos um s nas tercei-


ras pessoas do singular: he, she, it.
Exemplo: To work (trabalhar)
He works (ele trabalha)
b. quando o verbo termina em s, ss, ch, sh, I get up at six every day.
o, x e z, acrescentamos es.
Exemplo: To pass (passar)
He passes (ele passa)

c. quando o verbo termina em y precedido


de consoante, perde o y e recebe ies.
Reflexology

Reflexology is a harmless, non-invasive te-


chnique used in the treatment and prevention of
He always eats a sandwich for lunch. illness. All that is needed are hands, feet or face.
Reflexologists believe that these are a “mirror”,
2. Expressar verdades universais. and that every part of the body is reflected in a
corresponding area of the hands, feet or face. Most
reflexologists work on the feet, but if skin condi-
tions make them unsuitable for treatment, thera-
pists can use the hands or face instead. By using
finger pressure on specific points on the feet, the-
The sun rises in the East. rapists can stimulate healing in the corresponding
part of the body to relieve stress and congestion,
reduce inflammation, boost circulation and elimi-
nate toxins from the body.
Treatment aims to improve both physical
and emotional health by stimulating the body’s
Water freezes at 0oC. own healing system, rather than to cure any condi-
tion. Treatment is usually relaxing, although it can
3. Acontecimentos no futuro relacionados a cause a tingling sensation, and tenderness at cer-
horários. tain points indicates imbalance or disease in the
- We arrive in London at 8:30 p.m. corresponding body part.
- The plane leaves at 10 o’clock.
Glossary
4. Situações que ocorram no momento pre-
sente About:_____________________________
- John works in Japan. Agreements:________________________
Also:______________________________
Drowned:___________________________
Stay
Enquries:___________________________
Connecte Iceberg:____________________________
KEY WORDS
d
Always = sempre Fast (1):___________________________
Generally = geralmente Fast (2):____________________________
Never = nunca
Seldom = raramente Fast (3):____________________________
Usually = usualmente Improve:____________________________
Every day = todos os dias Improvement:_______________________
Sometimes = algumas vezes, às vezes Liner:______________________________
Three times a year = três vezes por ano
Twice a month = duas vezes por mês
Procedures:_________________________
Often, frequently = frequentemente Research:___________________________
Once a week = uma vez por semana Researcher:__________________________
SOS:________________________________
Signals:____________________________ _
EXERCISES Until then:___________________________
Voyage:_____________________________
1) Underline the correct form of the verb in pa-
rentheses: 2) Procure no texto os cognatos e escreva em
a) Good kids (brush – brushes) their teeth and inglês:
(wash – washes) their hands.
b) Nobody (play – plays) cards in my family. Reflexologia:_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _
c) Wars (destroy – destroys) cities and lives. Invasiva:___________________________
d) Doctor Johnson doesn’t (smoke – smokes) Técnica:_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _
anymore. Usada:_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _
Tratamento:_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _
(UFPR) – Leia o texto e responda às questões de Prevenção:_________________________
números 2 a 4. Atenha-se às informações solic- Parte:_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _
itadas. Refletido:___________________________
Condições:_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ opposite in the right-hand column:
Área correspondente:_________________ 1. Right ( ) Short
Terapeutas:_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 2. Rich ( ) Empty
Emocional:__________________________ 3. Fast ( ) Wrong
Usar:_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 4. Long ( ) Slow
Estimulando:________________________ 5. Full ( ) Poor
Pressão:_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ a) 4 – 5 – 3 – 1 – 2
Sistema:____________________________ b) 3 – 1 – 4 – 5 – 2
Específicas:_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ c) 5 – 4 – 1 – 3 – 2
Curar:______________________________ d) 2 – 1 – 4 – 5 – 3
Estimular:__________________ _ _ _ _ _ _ _ _ _ e) 4 – 5 – 1 – 3 – 2
Condição:_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _
Congestão:_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 6) (UEL – PR) – Belgrade – Thousands of fish, be-
Usualmente:________________________ lieved to have been poisoned by industrial was-
Reduzir:_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ te in the Jadar river, SUDDENLY recovered to
Relaxante:__________________________ the delight of fishermen. They were only drunk.
Inflamação:_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ Experts said a factory making alcoholic drinks had
Causar:____________________________ released some brandy into the river causing fish to
Circulação:_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ float on the surface with strange unfishlike looks.
Sensação:__________________________ In the text, the word SUDDENLY means:
Eliminar:____________________ _ _ _ _ _ _ _ _ a) bravely;
Certas:_____________________________ b) slowly;
Toxinas:_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ c) unexpectedly;
Pontos:____________________________ d) calmly;
Física:_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ e) timely.
Indica:_____________________________
7) Leia o texto e responda às questões abaixo.
3) (UFPR) – What information is in the text? Atenha-se às informações solicitadas.
01) The parts of the body reflexologists can work
on. The Slow Food Revolt
02) Some benefits reflexology can bring to people. The “slow food” movement is a revolt
04) The medication therapists have to prescribe against the fast pace forced on us by
their patients after the treatment. industrial civilization, specifically fast-food
08) The types and sizes of mirrors reflexologists culture. This frenetic pace results from the notion
use to observe every part of the body. that productivity outweighs all else. To counteract
16) The technique therapists use to stimulate heal- the ill effects of frenzied living, the movement pro-
ing. poses replacing industrial agriculture with organic
32) The duration of the treatment agriculture, nurturing more discriminating palates
SOMA:_________ and promoting fair financial reward for conscien-
tious food producers.
4) (UFPR) – According to the text: (Adaptado de https://www.adbusters.org/magazine/slow-food-re-
01) Because of the discomfort the technique al- volt.html. Acessado em 16/07/2009.)
ways causes, patients complain of severe pains
during the treatment. a) Que tipo de vida o movimento tratado no tex-
02) Reflexologists can only work on the feet, never to tenta combater? Que idéia, segundo o texto,
can the hands or face. orienta esse tipo de vida?
04) Not only physical health but also emotional _____________________________________
health can be improved by the treatment. _____________________________________
08) Reflexologists can use any part of the body _____________________________________
if the hands, feet or face are not suitable for the _____________________________________
treatment. _____________________________________
16) Reflexology is usually a painless technique. _____________________________________
32) Sometimes therapists cannot work on the pa- _____________________________________
tients’ feet because the skin conditions are not
appropriate for the treatment. b) Indique duas propostas concretas do movi-
SOMA:_________ mento descrito no texto para melhorar a quali-
dade de vida das pessoas.
5) (UDESC) – Match the word on the left with the _____________________________________
_____________________________________ _____________________________________
_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________ UNIDADE 4
_____________________________________
_____________________________________ PRESENT CONTINUOUS

8) Leia o texto e responda às questões abaixo. O Present Continuous é um tempo verbal


Atenha-se às informações solicitadas. que mostra movimento, algo que está acontecen-
do. Uma ação que ocorre no momento da constru-
ção da frase. Este tempo verbal indica a continui-
dade da ação. Veja o exemplo a seguir:


This playful satire is the third novel by Bra-
zilian singer and composer Buarque. The plot re-
volves around Jose Costa, a Brazilian writer who
ends up in Budapest, where he becomes absorbed
by the Hungarian language. As he scans a Hun-
garian grammar book, he meets a woman named
Krista, who offers to teach him the language and ESTRUTURA SINTÁTICA
later becomes his lover. Although its plot is fanci-
ful, Buarque’s novel raises serious questions about AFFIRMATIVE
recreating one’s life in a foreign language as exot-
ic as Hungarian, said to be the only one on earth
respected by the devil. Recommended for readers TO WORK
of imaginative fiction and the linguistically curious
-- Jack Shreve.
(Adaptado de http://www.hclib.org/pub/bookspace/discuss /?bi- Sujeito Verbo TO BE Verbo principal (sem
b=1055640&Tab=Reviews. Acessado em 12/09/2009.) (Simple TO) acrescido do sufixo
Present) – ING

a) Para o autor da resenha acima, o romance I am working

Budapeste, apesar de ser uma sátira divertida, You are working

levanta questões sérias. Sobre o que seriam es- He/she/it is working

sas questões? We are working

_____________________________________ You are working

_____________________________________ They are working

_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________ NEGATIVE
_____________________________________ TO WORK

b) Como a língua húngara é qualificada por Jack Sujeito Verbo TO BE (Simple Verbo princi-
Shreve e o que, segundo esse autor, costumam Present pal (sem TO)
dizer sobre essa língua? acrescido do
_____________________________________ sufixo – ING
_____________________________________ I am not working
_____________________________________ You are not/ working
_____________________________________ aren't
_____________________________________ He/she/it is not / isn’t working
_____________________________________
We are not/ working
aren't open opening
You are not/ working
c v c
aren't
They are not/ working happen
aren't happening
c v c
7. Os seguintes verbos não sofrem altera-
INTERROGATIVE ção ao receberem ING.
dye dyeing(tingindo)
snow snowing(nevando)
singe singeing(chamuscando)
TO WORK
fix fixing(consertando, fixando)
Verbo TO Sujeito Verbo principal (sem TO)
BE (Simple acrescido do sufixo – ING
Present) To age ageing ou aging
Am I working (envelhecer)
Are You working To travel traveling ou travelling
(viajar)
Is He/she/it working
Are We working
Are You working

Are They working


- Normas para o acréscimo de ING: KEY WORDS
Now(agora)
1. Quando o verbo termina em “e”, retira-o. Today(hoje)
write writing(escrevendo)
lease leasing(arrendando, alugando) At the moment(no momento)
*be being(sendo / estando)
At present(atualmente)
2. Quando o verbo terminar em “ee”, acres-
centa-se apenas ING. O Present Continuous também indica
agree agreeing(concordando) ações planejadas, eventos e contecimentos futu-
free freeing(livrando, libertando) ros.
- We are going to Mexico next summer.
3. Quando o verbo terminar em “ie”, acres- - Oliver is leaving for France tomorrow.
centa-se y no lugar de ie. - Marta is playing next summer.
die dying(morrendo)
tie tying(amarrando) Os seguintes verbos:
lie lying(mentindo)
To possess(possuir)
4. Quando o verbo terminar em “y” precedi- To hear(ouvir)
do de consoante, o y se conserva. To want(querer)
fly flying(voando) To love(amar) Normalmente
To like(gostar) não são
utilizados na
5. Quando o verbo monossilábico termina To forget(esquecer)
forma
em consoante + vogal + consoante (CVC), dobra- To hate(odiar) contínua.
-se a última letra antes de acréscimo de ING. To believe(acreditar)
CUT cutting To know(saber)
c v c cortando
To prefer(preferir)
RUN running To understand(entender)
c v c correndo

Exemplo:
6. Quando o verbo dissilábico termina em - My teacher loves Shakespeare.
consoante + vogal + consoante, dobra-se a últi- - Now I understand you.
ma letra, desde que a última sílaba seja a sílaba
tônica.
control controlling(controlando) Compare o uso dos tempos verbais:
transmit transmitting(transmitindo)
Simple Present Present Continuous _____________________________________
Usado em ações Usado em ações que estão
_____________________________________
habituais (rotinas) e em acontecendo no momento, ações
verdades universais. temporárias.
3) Observe a figura (texto não verbal): qual a re-
He works every day. He is working now.
She is reading a magazine at the lação dela com o título?
She often reads.
moment. _____________________________________
Water freezes at 0oC. Look! A star is falling. _____________________________________
The sun rises in the
_____________________________________
East.
Hurry up! The bus is leaving. _____________________________________
_____________________________________
_____________________________________
Compare as formas do Simple Present e do _____________________________________
Present Continuous:
4) Qual a relação, que você conhece, entre ál-
Formas do Simple Present Formas do Present Continuous
cool e tabaco?
_____________________________________
Affirmative: Affirmative: _____________________________________
I drink I am drinking _____________________________________
He drinks He is drinking
_____________________________________
Negative: Negative: _____________________________________
I don’t drink I am not drinking _____________________________________
He doesn’t drink He is not drinking _____________________________________
Interrogative: Interrogative:
Do you drink? Am I drinking?
5) Quais as conseqüências dessa combinação?
Does he drink? Is he drinking? _____________________________________
_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________
EXERCISES _____________________________________
_____________________________________
1) Underline the correct form of the verb in pa- _____________________________________
rentheses:

a) Phil (works – working) as a waiter at a snack bar Alcohol and Tobacco


in the evening to pay for his classes.
b) The plane from Curitiba to São Paulo (leaves –
are leaving) at 11 o’clock.
c) She (loving – loves) and (miss – misses) him a lot.
d) Kate often (is looking – looks) tired.
e) Don’t go out now. It (rains – is raining). Alcohol and tobacco are among the top cau-
f) They (comes – are coming) to my party tomor- ses of preventable deaths in the United States. Mo-
row. reover, these substances often are used together:
g) Frank (studies – is studying) Italian at present. Studies have found that people who smoke are
h) My parents always (go – are going) to the beach much more likely to drink, and people who drink
but today they (go – are going) to their farm. are much more likely to smoke. Dependence on al-
cohol and tobacco also is correlated: People who
Analise e responda, previamente, as ques- are dependent on alcohol are three times more
tões de 2 a 5 a respeito do texto Alcohol and To- likely then those in the general population to be
bacco, em seguida, leia atentamente o texto para smokers, and people who are dependent on to-
responder as questões 6 e 7. bacco are four times more likely than the general
population to be dependent on alcohol.
2) O que você sabe sobre o tema do texto abai- Alcohol and tobacco use may lead to major
xo? health risks when used alone and together. In ad-
_____________________________________ dition to contributing to traumatic death and inju-
_____________________________________ ry (e.g., through car crashes), alcohol is associated
_____________________________________ with chronic liver disease, cancers, cardiovascu-
_____________________________________ lar disease, acute alcohol poisoning (i.e., alcohol
_____________________________________ toxicity), and fetal alcohol syndrome. Smoking is
associated with lung disease, cancers, and cardio- IV. is trying to find an excuse to explain his low
vascular disease. Additionally, a growing body of grades
evidence suggests that these substances might be
especially dangerous when they are used together; a. I and II are correct
when combined, alcohol and tobacco dramatically b. I and III are correct
increase the risk of certain cancers. c. II and III are correct
(http://pubs.niaaa.nih.gov/publications/AA71/AA71.htm) d. II and IV are correct
e. I and IV are correct
6) De acordo com o texto, é correto afirmar:
a) O álcool e o tabaco quando combinados aumen- UNIDADE 5
tam, consideravelmente, o risco de desenvolver
certos cânceres. PRONOUNS
b) O tabaco está associado com doenças crônicas
do fígado. Leia o texto abaixo e observe os pronomes
c) O álcool está associado com doenças do pulmão que foram utilizados. A seguir, responda às ques-
e cardiovasculares. tões propostas.
d) As substâncias são inofensivas aos estaduni- (UDESC) –
denses. Dreams By John and Liz Soars
e) O cigarro e o tabaco não apresentam nenhum
tipo de correlação

7) Das alternativas abaixo, assinale a alternati-


va que contém as corretas.
I. Doenças pulmonares e cardiovasculares e cân-
ceres estão relacionadas ao consumo de cigarro.
II. O estudo acima foi publicado em um jornal de
grande vinculação nos EUA.
III. O álcool está associado a doença crônica do fí- Some people say that they never dream. But
gado. that is not possible. Everybody has dreams, but
IV. O cigarro e o tabaco podem causar maiores ris- some people just have a better memory for them
cos à saúde quando usados juntos ou isoladamen- than others. Every one and a half hours through-
te. out the night we live our private fantasies in our
dreams – we can forget the good behavior of the
a) I e IV day and we are free to behave in any way we want.
b) I, II e IV Images from our past and present come together.
c) I, II e III But as soon as we wake, the dream starts to melt,
d) I, III e IV and the more we try to remember the details, the
e) Todas as alternativas estão corretas more we forget.
So, why do we dream? Are dreams import-
Interprete o cartoon abaixo e responda a ant? The experts tell us that they are, because they
questão 3. can help us prepare for the problems of everyday
life. The images in our dreams have special mean-
ing, and they can help us to understand our inner
personality.

INTERPRETATION

1) (UDESC) – What is the meaning of the word


behavior?
a) way of acting;
b) a sort of food;
c) having something;
d) using something;
e) a way of organizing something.
8) The kid in the cartoon
I. blames the economy for not doing well at school 2) (UDESC) – The experts say that:
II. is explaining how his grades have improved a) Nobody dreams.
III. seems happy because of the economy growth b) Dreams can change our personality.
c) Dreams explain our problems. - Everybody knew what was happening
d) Dreams are important for our daily life. except me.
e) Dreams are unforgettable.
*Mas após but (exceto) podemos usar pro-
3) (UDESC) – The word us refers to: nomes pessoais. Observe o exemplo:
a) relative pronoun; - Nobody but her would do a thing like
b) possessive pronoun; that. ▼
c) objective pronoun; she (formal)
d) personal pronoun;
e) reflexive pronoun. 5. Com as palavras all (todo) e both (ambos),
usamos também os pronomes do caso oblíquo.
Os pronomes pessoais, em inglês, pos- - Chris is more intelligent than us both.
suem uma forma quando usados como sujeito e - Jim is happier than them all.
outra forma quando usados como objeto de ver-
bos ou após preposições.
Observe no quadro abaixo a divisão en- Possessive Adjectives
tre os chamados pronomes do caso reto (Subject Possessive Pronounst
Form) e pronome do caso oblíquo (Object Form).
Possessive Possessive
Possuidor
Adjective Pronouns
Subject Form Object Form
Mine – meu, minha, meus,
I – eu Me – me, mim I My
minhas
You – tu, você You – te, ti You Your Yours – teu, tua, teus, tuas
He – ele Him – o, lhe He His His – seu, sua, seus, suas
She – ela Her – a, lhe
She Her Hers – seu, sua, seus, suas
It – ele, ela It – o, a, lhe
It Its ------
We – nós Us – nos
Ours – nosso, nossa, nossos,
You – vós, vocês You – vos We Our
nossas
They – eles, elas Them – os, as, lhes Yours – vosso, vossa, vossos,
You Your
vossas
Theirs – seu, sua, seus, suas
Object Pronouns they Their
(deles, delas)

1. Fucionam como objeto do verbo da frase, Possessive Pronouns


por esse motivo vêm depois dele. Exemplos:
USOS:
Carol loves Brian. Carol ama Brian
She loves him. Ela o ama 1. Possessive Adjectives
Aparecem sempre antes de um substantivo.
2. Os pronomes do caso oblíquo também São invariáveis e concordam com o possuidor e
são usados após preposições. Exemplos: não com a coisa possuída. Exemplos:

Frank talked to me. - A tree drops its leaves in Autumn.


Frank conversou comigo - Trees drop their leaves in Autumn.
Between you and me, I think he’s - The city is nice but its streets are narrow.
right. Entre você e mim, eu acho - Carol always wears her sunglasses.
que ele está certo. - Each of the girls will have to carry her own
suitcase.
3. A ordem correta do pronome me após o
verbo é alguém + me: *No inglês moderno podemos usar her
- They study Biology with Paul and me. quando nos referimos a um país cujo gênero é fe-
minino. Exemplo:
* Evite a construção: They study Biology
with me and Paul. - Korea has decided to continue her nuclear
program. ▼
4. Após as preposições but (exceto) e except its
(exceto), normalmente usamos os pronomes oblí-
quos. *O adjetivo possessivo its (neutro) também
- Everybody can come but him. é utilizado com referência a criança e bebê (quan-
do não há especificação do sexo). lettuce. Peel the onion, and slice it thin. Slice the
tomatoes thin.
Exemplo:
- The child threw its food on the floor. a) its - it;
b) them - they;
2. Possessive Pronouns c) it - them;
Nunca aparecem antes de substantivo, pois d) them - its;
sua função é substituí-lo. São invariáveis e tam- e) they - it.
bém concordam com o possuidor. Exemplo:
- Henry has his ideas and Jane has hers. 3) (ITA – SP) – Dadas as sentenças:
Henry tem suas ideias e Jane tem as suas 1. He is a friend of our.
- Tom and I spend our money on computers, 2. She hates yours stories.
and they spend theirs on clothes. 3. This doll is mine.

3. WATCH OUT! Constatamos que está(ão) correta(s):


Quando o sujeito da frase for: a) apenas a sentença no 1;
- Everybody, everyone = todo mundo ou to- b) apenas a sentença no 2;
dos c) apenas a sentença no 3;
- Somebody, someone = alguém d) apenas as sentenças no 1 e no 2;
- Nobody, no one = ninguém e) todas as sentenças.
- Each one = cada um,
O possessivo será her/his na linguagem for- (UEL – 2011) – Leia o texto a seguir e responda
mal, embora no inglês informal e moderno their às questões de 4 a 7.
seja utilizado. Exemplo:
Why do you need a strategy?
- Has everybody got his or her ticket? (mais First of all - why bother? Is it not easier to just
formal) make it up as you go along?
- Has everybody got their tickets? (infor-
mal)
- Somebody has left his coat here. (formal)
- Somebody has left their coat here. (infor-
mal)
- Each one knows his duty. (formal)

EXERCISES

1) Circle the correct form in parentheses:


a) Just between you and (I – me). I think he’s right.
b) That’s a matter for Paul and (I – me).
c) The students and (we – us) will join the team.
d) Carol and (I – me) agreed to share the expenses.
e) Everybody but (his – him) can come.
f) The baby is tiny. (Its – It) weighs two kilos.

2) (VUNESP - SP) – Mark the best option:



RECIPE
California Salad
- a head of lettuce
- 1/4 pound of cheese
- 1/4 pound of ham
- 1 onion
- 2 tomatoes
- 1/4 cup mayonnaise
- 1/4 cup yogurt Well. . . I’d suggest that running a company
Wash and dry the lettuce, and tear__into (even a small one) is an incredibly complex thing
bite-sized pieces. Put it in a salad bowl. Cut the to do. Without the development of some kind of
cheese and ham into thin slices and arrange__over strategy (or even just a view on the firm’s direc-
tion) then the decisions that you’ll have to make III. ironiza o objetivo da reunião.
about the direction of the business will be done IV. usa linguagem informal.
on the fly and without much thought. If you make
these decisions up as you go along invariably it will Assinale a alternativa correta.
lead to an increase in your stress levels (not good). a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
And (more importantly) it makes it very difficult b) Somente as afirmativas II e IV são corretas.
for you to convince your team that you know what c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
you’re doing and makes it hard for them to follow d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
you if you don’t know where you’re going. So. . . e) Somente as afirmativas I, III e IV são corretas.
to reduce stress levels and motivate your team a
strategy is a good starting point. 8) (UNICAMP) – Leia o texto e responda às ques-
(Disponível em: <http://blog.k-international.com/business-strate- tões de letras a e b. Atenha-se às informações
gy/#more-3092>. Acesso em: 12 set. 2010.) solicitadas.

4) É correto afirmar que o autor do texto: Laughter is the Best Medicine


I. aborda as dificuldades de se implantarem práti-
cas esportivas estratégicas em empresas.
II. estabelece relação entre o estresse e a falta de
definição de estratégias.
III. informa sobre as melhores estratégias a serem
usadas nas entrevistas de emprego.
IV. procura justificar a necessidade de se elaborar
uma estratégia no ambiente empresarial.
Humor is infectious. The sound of roaring
Assinale a alternativa correta. laughter is far more contagious than any cough,
a) Somente as afirmativas I e II são corretas. sigh, or sneeze. When laughter is shared, it binds
b) Somente as afirmativas II e IV são corretas. people together and increases happiness and in-
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. timacy. In addition to the domino effect of joy and
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. amusement, laughter also triggers healthy physi-
e) Somente as afirmativas I, III e IV são corretas. cal changes in the body. Humor and laughter stren-
gthen your immune system, boost your energy, di-
5) Na tira, a fala “we need to find a way to close minish pain, and protect you from the damaging
the gap between our strategy and our capabil- effects of stress. Best of all, this priceless medicine
ities” sugere: is fun, free, and easy to use.
a) a importância de tomar decisões respeitando- (Adaptado de http://www.helpguide. org/life/humor_laughter_
-se as capacidades da equipe. health.htm. Acesso em 21/08/2010.)
b) a necessidade de convencer todos os funcioná-
rios sobre o estresse laboral. a) O texto considera o riso mais contagioso do
c) a preocupação excessiva com o mau desempe- que outras manifestações físicas. Indique duas
nho exibido por alguns funcionários. dessas outras manifestações.
d) o desenvolvimento de uma estratégia específica _____________________________________
para pequenas empresas. _____________________________________
e) o desinteresse da personagem por decisões re- _____________________________________
lativas ao desenvolvimento da empresa. _____________________________________
_____________________________________
6) Com relação aos vocábulos utilizados pelo _____________________________________
autor, a alternativa que contém três palavras _____________________________________
sinônimas é:
a) complex, increase, direction b) Explicite os efeitos positivos do bom humor e
b) firm, company, business do riso para a saúde física das pessoas.
c) incredibly, importantly, invariably _____________________________________
d) running, go along, jump _____________________________________
e) then, well, so _____________________________________
_____________________________________
7) Na tira, a expressão “didn´t mean to jump _____________________________________
ahead” indica que o falante: _____________________________________
I. gosta de praticar esportes. _____________________________________
II. é empregado exemplar.
9) (UNICAMP) – Leia o texto e responda às ques-
tões de letras a e b. Atenha-se às informações
solicitadas.

Public Health

Cholera tightens grip on Haiti


by Declan Butler

As cholera rampages through Haiti, some
epidemiologists are warning that the country
could face more than half a million cases over the
coming year. “It’s spreading like wildfire,” says An-
drew Camilli, a cholera researcher at Tufts Univer-
sity School of Medicine in Boston, Massachusetts.
As the current Haitian population has never been
exposed to cholera, they lack any immunity to the
disease, which makes the toll even greater. Vacci-
nation might have helped, but it was not an option
in Haiti because of the vaccine’s scarcity and the
logistical difficulties in getting it to people in time.
(Adaptado de Nature, vol. 468, p. 483-484, 2010.)

a) Qual é a expectativa dos epidemiologistas


com relação à disseminação do cólera no Haiti?
O que explica a expansão dessa doença no país?
_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________
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_____________________________________ Estrutura Sintática
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AFFIRMATIVE – Regular verbs: Sujeito + in-
b) Por que a vacinação não foi utilizada no com- finitivo (sem to) + Acréscimo de ED
bate ao cólera no Haiti?
_____________________________________ To work
_____________________________________
_____________________________________ I worked
_____________________________________ You worked Ex.: John
_____________________________________ He/She/It worked
_____________________________________ We worked
worked in
_____________________________________ You worked Japan last year
They worked
UNIDADE 6
PAY ATTENTION!!!
SIMPLE PAST
1. Quando o verbo terminar em y precedido
O Simple Past equivale, em português, ao de consoante, perde o y e recebe IED.
Pretérito Perfeito e ao Pretérito Imperfeito do Indi- To try He tried
cativo, portanto é usado para expressar uma ação To study She studied
ou um acontecimento que já passou. Analise a tiri-
nha a seguir: 2. Quando o verbo terminar em y precedido
de vogal, haverá apenas o acréscimo de ED.
To pray He prayed
To play she played
Did he/she/it drink …? Didn`t he/she/it drink …?
Did we drink …? Didn`t we drink …?
Did you drink …? Didn`t you drink…?

AFFIRMAATIVE – Irregular verbs Did they drink…? Didn’t they drink…?


To go
INTERROGATIVE
+
NEGATIVE

Ex.: Did you drink


coffee yesterday?

EXERCISES
I went
You went 1) Complete as frases, usando os verbos entre
He/She/It went parênteses no Simple Past.
We went a) I ____________ (see) Santana on TV last night.
You went It ________ (be) a wonderful concert!
They went b) Pavarotti _____________ (make) recordings
with singers like Sting and Tina Turner.
*Segue em anexo, no final da apostila, c) Last year one of my friends _______________
uma lista com alguns verbos iregulares da língua (record) his first album.
inglesa.
(UFSC) – Leia o texto e responda às questões de
número 2 a 3. Atenha-se às informações solic-
itadas.
KEY WORDS
Ago (atrás) Before she was famous…
Yesterday (ontem)

Last + expressão de tempo
(last night, last month, last week, last
year, …)

Ex.: Peter watched the game on TV
yesterday.


NEGATIVE: Sujeito + Did + Not + Verbo prin- J. K. Rowling was born near Bristol in 1965.

cipal no infinitivo (sem to) She always wanted to be a writer, and her first

book was called Rabbit, which she wrote when she
I did not like I didn`t like was six years old. She grew up in a town in the sou-
th-west of England, and when she left school, she
You did not like You didn`t like
went to Exeter University. After that, she moved to
He/She/It did not like He/She/It didn`t like London and worked for Amnesty International.
We did not like We didn`t like
She first had the idea for a Harry Potter book
in 1990 when she was on a long train journey. But
You did not like You didn`t like
in the same year, she went to Oporto in Portugal
They did not like They didn`t like and worked as an English teacher. When she was
there, she met a Portuguese journalist – they got
married and had a baby. Unfortunately, the mar-
Ex.: Peter didn’t go to New York last week. riage wasn’t a long one and she left with her baby
daughter, in 1993. She came back to Britain and
INTERROGATIVE: Did + Sujeito + Verbo no lived in a small flat in Edinburgh. She was unem-
infinitivo (sem to) ployed and didn’t have much money, but she con-
tinued writing. She also did a teaching course and
Did I drink …? Didn`t I drink …? then became a French teacher in a school in Edin-
Did you drink …? Didn`t you drink…? burgh. In 1997, Harry Potter and the Philosopher’s
Stone was published.
Rowling’s first three books sold over 35 mil- pool with her leg in Mila’s mouth. She’s a sensitive
lion copies in three years, and in 2001 Chris Colum- animal who works closely with humans and I think
bus made the first Harry Potter film. J K Rowling this girl owes her, her life.”
still lives in Edinburgh. (Disponível em: <http://www.thesun.co.uk/sol/ homepage/
From: Natural English – Elementary. Oxford: Ruth Gairns & Stuart news/2560871/Beluga-whale-saves-drowning-divers-life.html> Acesso em:
Redman, 2006, p. 56. 15 set. 2010.)

2) What do the dates in the text refer to? Select 4) É correto afirmar que o título “Whale saves
the CORRECT proposition(s). drowning diver” e o texto sugerem que o princi-
01) 1965 – J K Rowling wrote her first book. pal objetivo da notícia é:
02) 1990 – J K Rowling worked as a teacher in Por- a) alertar mulheres sobre o uso adequado de equi-
tugal. pamentos de mergulho.
04) 1993 – J K Rowling returned to Britain. b) divulgar atividades esportivas desenvolvidas
08) 1997 – Rowling’s Harry Potter and the Philoso- com baleias e golfinhos.
pher’s Stone got a lot of publicity. c) noticiar competição de mergulho realizada em
16) 2001 – Rowling’s first three books were filmed. um aquário na China.
SOMA:_________ d) popularizar uma espécie de baleia dentre leito-
res do jornal “The Sun”.
3) Select the CORRECT proposition(s) to com- e) descrever uma operação de salvamento envol-
plete the following sentence. vendo a baleia Milla.
The text above gives information about J K Ro-
wling’s ________. 5) Na frase “She’s a sensitive animal who works
01) childhood closely with humans and I think this girl owes
02) education her, her life”, o pronome her é usado duas ve-
04) parents zes. Seus respectivos referentes, de acordo
08) present husband com a ordem em que são mencionados, são:
16) hobbies a) a mergulhadora - a baleia
32) previous occupations b) a organizadora - a baleia
64) future plans c) a baleia - a mergulhadora
SOMA:_________ d) a organizadora - a mergulhadora
e) a baleia - a organizadora
(UEL – 2011) – Leia o texto a seguir e responda
às questões de 4 a 6. 6) De acordo com o texto, é correto afirmar que
Yang Yun:
Whale saves drowning diver a) foi ferida na perna pela baleia Milla.
b) perdeu seu equipamento de mergulho.
A beluga whale saved a drowning diver by c) contou com a ajuda de um golfinho.
hoisting her to the surface, carrying her leg in its d) duvidou que conseguiria sobreviver.
mouth. Terrified Yang Yun thought she was going e) morava em Harbin, nordeste da China.
to die when her legs were paralysed by crippling
cramps in arctic temperatures. 7) (UNICAMP) – Leia o texto e responda às ques-
She had been taking part in a free diving tões de letras a e b. Atenha-se às informações
contest without any breathing equipment. solicitadas.
Competitors had to sink to the bottom of
an aquarium’s 20ft arctic pool and stay there for as
long as possible amid the beluga whales at Polar Some say the world will end in fire;
Some say in ice.
Land in Harbin, north east China. But when Yun, From what I've tasted of desire
26, tried to head to the surface she struggled to I hold with those who favor fire.
move her legs. But if it had to perish twice,
Lucky Yun said: “I began to choke and sank I think I know enough of hate
To say that for destruction
even lower and I thought that was it for me - I was Ice is also great
dead. Until I felt this incredible force under me dri- And would suffice.
ving me to the surface.” Robert Frost (1874-1963).
Beluga whale Mila had spotted her diffi-
culties and using her sensitive dolphin-like nose
guided Yun safely to the surface. An organiser said:
“Mila noticed the problem before we did. We sud-
denly saw the girl being pushed to the top of the a) Explicite a comparação que o poema faz en-
tre elementos da natureza e sentimentos hu- _____________________________________
manos. _____________________________________
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b) Como o eu poético sabe que esses sentimen-


tos são destrutivos?
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8) (UNICAMP) – Leia o texto e responda às ques-


tões de letras a e b. Atenha-se às informações
solicitadas.

Global Handwashing Day


October 15, 2009

Although people around the world wash


their hands with water, very few wash their hands
with soap at critical moments. Global Handwashing
Day will be the centerpiece of a week of activities
that will mobilize millions of people across five
continents to turn handwashing with soap before
eating and after using the toilet into an ingrained
habit. This could save more lives than any single
vaccine or medical intervention, cutting deaths
from diarrhea by almost half and deaths from acu-
te respiratory infections by about a quarter.
Adaptado de http://www.globalhandwashingday .org/Global_Han-
dwashing_Day_2nd_Edition.pdf. Acessado em 16/07/2009.)

a) Que hábito a campanha descrita no texto


pretende incentivar?
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b) Segundo o texto, em quanto esse hábito pode


reduzir as taxas de mortalidade?
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f) He was born in London.
GABARITO g) No, his family was poor.
h) His childhood was hard.
UNIDADE 1 i) No, he left Britain for the USA in 1890.
j) He was married four times.
1) e k) No, he had four children.
l) He left the USA in 1952.
2) d m) He died in Switzerland.

3) 14 (02, 04, 08) 1) e

4) b 2) d

5) a 3) e

6) the/x/a/the/the/a/the/the/a/a 4) 62 (02, 04, 08, 16, 32)

7) 5) d
a) is
b) am 6) e
c) are
d) are 7)
e) are a) Were
f) is = Mary = sujeito = she b) Was
g) are = Bill and Susan = sujeito = eles = they c) Were
h) are = Susan and I = Susan e eu = sujeito = nós = d) Was
we e) Was
i) is = The bus = o ônibus = sujeito = ele = it
j) are =The buses = os ônibus = sujeito = eles = they 8)
k) are = People = pessoas = sujeito = elas = they a) Outros problemas apontados pelos persona-
l) is = Their friend = o/a amigo(a) dele(a) = sujeito = gens são: os altos custos de moradia e planos de
ele(a) = he/she saúde e a perda real das aposentadorias.
m) are = His parents = os pais dele = sujeito = eles b) O personagem reage afirmando que está real-
= they mente tentado a permanecer na escola, em vez de
n) are = The great old men = os grandes homens enfrentar o mundo real.
idosos = eles = they
o) is =Everybody = todo mundo = terceira pessoa UNIDADE 3
do singular = pronome indefinido

8) 1)
a) O adesivo número 3 / O adesivo que diz que uma a)brush / wash
mulher sem um homem é como um peixe sem uma b) plays
bicicleta. Como peixes não precisam de bicicletas, c) destroy
logo mulheres não precisam de homens. d) smoke
b) O adesivo número 4.
2)reflexology/non-invasive/technique/used/ treat-
UNIDADE 2 ment/prevention/part/reflected/ corresponding
area/conditions/therapists/ emotional/use/stim-
INTERPRETATION ulating/pressure/system/specific/cure/stimulate/
condition/congestion usually/reduce/relaxing/
a) Charlie Chaplin was one of the famous stars in inflammation/cause/circulation/sensation/elimi-
the history of the cinema. nate/certain/ toxins/points/physical/indicates
b) He was a comic actor.
c) No, he wrote and directed not all but almost all 3) 19 (01, 02, 16)
of his films.
d) Yes, he composed the music of all his sound pic- 4) 52 (04, 16, 32)
tures.
e) He was born in 1889. 5) e
6) c 1)
a) me
7) b) me
a) O movimento “slow food” tenta combater o rit- c) we
mo de vida acelerado imposto pela civilização in- d) I
dustrial, especialmente a cultura fast-food. A ideia e) him
de que a produtividade supera tudo mais orienta f) it
esse tipo de vida. g) me
b) O movimento propõe substituir a agricultura h) us
industrial pela agricultura orgânica, incentivando
paladares mais diferenciados e promover recom- 2) c
pensas financeiras justas para produtores de ali-
mentos conscientes. 3) c

8) a) O romance Budapest levanta questões sérias a 4) b


respeito de se recriar a vida de alguém em uma lín gua
estrangeira. 5) a
b) Segundo Jack Shreve, a língua húngara é exótica e
costuma-se dizer que é a única na terra respeitada pelo 6) b
demônio.
7) c
UNIDADE 4
8)
1) a) tosse, suspiro e / ou espirro.
a) works b) O bom humor e o riso fortalecem seu sistema
b) leaves imunológico, aumentam sua energia, diminuem a
c) loves / misses dor e o protegem dos efeitos nocivos do estresse.
d) looks
e) is raining 9)
f) are coming a) A expectativa é que mais de 500 000 casos de
g) is studying cólera apareçam no próximo ano. A expansão do
h) go / are going cólera é explicada pelo fato de que a população
haitiana não tem nenhuma imunidade contra a
2) Opinião pessoal doença, já que nunca foi exposta a ela.
b) Porque a vacina era escassa e havia dificuldades
3) Opinião pessoal logísticas de levá-la às pessoas a tempo.

4) Opinião pessoal UNIDADE 6


5) Opinião pessoal
1)
6) a a) saw / was
b) made
7) d c) recorded

8) e 2) 06 (02, 04)

3) 35 (01, 02, 32)


UNIDADE 5
4) e
INTERPRETATION
1) a 5) c

2) d 6) d

3) c 7)
a) O autor se utiliza de elementos fortes e contrastan-
tes como o fogo e o gelo para ilustrar os sentimentos
humanos como desejo e ódio, respectivamente.
b) O eu poético sabe que o desejo e o ódio são senti-
mentos destrutivos porque eles são capazes de des-
truir a humanidade na mesma intensidade em que o
fogo e o gelo podem destruir o mundo.

8)
a) A campanha pretende incentivar o hábito de se lavar
as mãos com sabão (sabonete), antes de comer e de-
pois de usar o toalete.
b) Esse hábito pode reduzir em quase 50% as mortes
por diarreia e em aproximadamente 25% as mortes por
infecções respiratórias severas.

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