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09/07/2022 09:41 UNINTER

ARTES VISUAIS, HISTÓRIA E


SOCIEDADE
AULA 1

 
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09/07/2022 09:41 UNINTER

Profª Danielly Sandy

CONVERSA INICIAL

A presente
aula, voltada a um recorte específico da história da arte, visa tratar o tema em

consonância com as artes visuais, a história e a sociedade de cada um dos


períodos abordados.

Destacamos que a arte produzida pelo homem surgiu ainda


antes do conceito de arte, significando

que o homem sempre teve a necessidade


de se expressar de alguma forma e para alguma finalidade.

Não obstante,
devemos compreender que muito do que o homem produziu ao longo dos
milênios tem
forte relação com as suas crenças, mas, também, há muita produção de objetos

diversos e itens utilitários, o que não os exclui em nada de sua cultura. Para
melhor contextualizarmos

este assunto, iniciaremos com o período Paleolítico e


finalizaremos com as expressões artísticas do

Império Bizantino. Assim, os


conteúdos estão organizados da seguinte forma:

1. A Pré-História: será a criação de pinturas e artefatos


mágicos?

2. A arte egípcia e sua forte relação com a morte e imortalidade


da alma;

3. A arte na Grécia: por um ideal de harmonia e beleza;

4. A arte em Roma;

5. Expressões artísticas no Império Bizantino.

Quando voltamos
nosso olhar para a história da humanidade, naturalmente podemos observar

certas
questões, inclusive relacionadas à cultura de cada grupo ou etnia, bem como a
cada época. A

cultura pensada por meio do conjunto de saberes e fazeres diz


muito sobre a identidade de cada

grupo. Assim, ela nos permite compreender


questões bastante específicas. Não há grupos na história

da humanidade que não


tenham produzido a sua cultura e em decorrência de sua própria cultura. E,

em
meio a essa produção, que envolve todo o tipo de material e artefato utilitário,
vamos destacar a

arte.

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A arte,
embora ainda não possa ser definida de maneira pragmática devido ao fato de ser

subjetiva, já possui alguns conceitos melhor consolidados em nosso tempo. Isso


se dá em

decorrência de uma série de fatores, como a construção do conhecimento


geração após geração,

dada por inúmeros pensadores que se dedicaram a investigar


e dissertar sobre essa falange de

questionamentos.

De qualquer
forma, destacamos aqui a arte segundo o prisma de historiadores e críticos como

Arnold Hauser (2003), o qual destaca a forte relação da arte com a sociedade de
seu tempo,

abrangendo aspectos culturais, mas, inclusive, econômicos. Assim,


compreendemos que “toda obra
de arte é resultado da tensão entre uma série de
objetivos e uma série de resistências à sua

realização” (Hauser, 2003, p. 28).

Vale destacar
que o recorte aqui proposto visa apresentar cinco tópicos específicos com seus

respectivos desdobramentos, representando apenas um recorte temporal diante das


inúmeras

produções humanas dentro do período abordado. Assim, compreendemos as


palavras de Perigo

quando esse afirma que

muitos
artistas importantes podem ter sido deixados de fora da história da arte que conhecemos,

daquela que chega até nós por meio dos livros ou de exposições em galerias e
museus. Nesse
sentido, as obras consagradas pela história da arte são produtos
de uma escolha – e toda escolha

pressupõe que algo teve de ser descartado.


(Perigo, 2016, p. 26)

Tendo ciência
disso, evidenciamos a intenção de propormos aos leitores algo além do mero
conhecimento teórico sobre a história da arte, pois, na realidade, buscamos
fomentar a construção

do conhecimento e pensamento crítico por meio de


elementos da história da arte. Ou seja, é

imprescindível pensarmos a história


da arte e, para tanto, precisamos nos instrumentalizar de uma

forma instigante.
A construção desse conhecimento com base nos exemplos aqui expostos é que

permitirá que continuemos a nossa investigação sobre qualquer outro período,


estilo, artista e obra.

Assim,
iniciamos com a Pré-História e as principais interpretações da produção
artística do
homem desse período, dividindo-o entre Paleolítico – ou Idade da
Pedra Lascada – e Neolítico – ou

Idade da Pedra Polida.

TEMA 1 – A PRÉ-HISTÓRIA: SERÁ A CRIAÇÃO DE PINTURAS E


ARTEFATOS MÁGICOS?
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Desde os
primórdios da humanidade, o homem sempre construiu coisas e expressou a sua

condição. Tal expressão pode ser visualizada já na arte Pré-Histórica, quando o


conceito de arte ainda

nem existia. Porém, a sua finalidade ainda pode parecer


um verdadeiro mistério para alguns.

Para além dos


utensílios, há muitos registros desse período, como pinturas rupestres gravadas

nas paredes e no teto das cavernas e também estatuetas. O período Paleolítico é


o primeiro do qual a

história possui registros. Acredita-se que o seu início


tenha ocorrido há acerca de mais de 2 milhões

de anos. Vale destacar que as


condições em que o homem vivia dizem muito acerca do que podemos

compreender já
como uma forma de sociedade da época. O homem paleolítico era nômade, ou seja,

ainda não construía a sua própria moradia e vagava com o seu grupo em busca de
locais propícios

até que os recursos fossem esgotados. Isso fazia com que habitassem
temporariamente o interior de
cavernas, e sua forma de sobrevivência se dava
também por meio da caça (Hauser, 2003).

Não obstante,
há a compreensão entre historiadores e críticos de arte de que as imagens

reproduzidas nesse período possuíam finalidade mágica. Assim sendo, conforme


apontam Janson e

Janson:

Aparentemente,
para os homens do Paleolítico, não havia uma distinção muito nítida entre
imagem

e realidade; ao retratarem um animal, pretendiam fazer com que ele fosse


também trazido ao seu
alcance, e ao “matarem” a imagem julgavam ter matado o
espírito vital do animal. (Janson; Janson,

1996, p. 15-16)

De acordo com
Hauser (2003), esse gesto contribuiria para que fosse assegurada uma caça

auspiciosa, tal como se o homem pudesse, de fato, apreender o animal ao prender


a sua imagem.

Assim, os responsáveis pelas pinturas rupestres seriam uma


espécie de artistas-mago, caçadores e

grandes conhecedores da anatomia dos


animais que seriam representados. Com isso, temos um

registro das primeiras


castas sacerdotais de uma religião primitiva.

Conforme
Gombrich (1999), o pensamento pode até parecer um tanto quanto primitivo,
todavia,

ao analisarmos que atualmente ainda existem grupos culturais que


mantêm a crença de que uma

imagem energeticamente tem relação com a figura


retratada, verificamos que tal pensamento recorre

no inconsciente coletivo da
humanidade. Ainda de acordo com Gombrich:

A
explicação mais provável para essas pinturas rupestres ainda é a de que se
trata das mais antigas

relíquias da crença universal no poder produzido pelas


imagens; dito em outras palavras, parece

que esses caçadores primitivos


imaginavam que, se fizessem uma imagem da sua presa – e até a

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espicaçassem com
suas lanças e machados de pedra –, os animais verdadeiros também

sucumbiriam ao
seu poder. (Gombrich, 1999, p. 42)

Assim, é
compreensível observarmos que, no período Paleolítico ou Idade da Pedra
Lascada,

havia uma extensa produção de representações de animais com traços


naturalistas, ou seja, o mais

próximos da realidade. Afinal, o naturalismo é


uma das principais características da arte paleolítica,

apresentando figuras
muito bem desenhadas por meio de algumas linhas e notável conhecimento

acerca
de volumes e aplicações da cor.

Figura 1 – Arte rupestre. Representação de bisão na parede da


caverna de Altamira, na Espanha

Crédito: Acongar/Shutterstock.

Dessa forma, verificamos


a representação de bisões pintados com tons terrosos cuja tinta

utilizada pelo
homem desse período se dava por meio do uso de pigmentos diversos extraídos da

natureza, como carvão, terra e pedras moídas, sangue humano e animal e gordura.
Destacamos que

nesse período não há representações humanas bidimensionais, mas


há registros escultóricos de

corpos femininos sem face com formatos esteatopígicos,


ou seja, com quadris avantajados. A

representação desse formato teria relação


forte com a ideia de fertilidade (Janson; Janson, 1996). Um

notável exemplo
dessas estatuetas de corpo feminino é a famosa Vênus
de Willendorf.

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Figura 2 – Stonehenge ou Dolmens Megalíticos, Salisbury,


Inglaterra

Crédito: Azrok66/Shutterstock.

Já no período
Neolítico, também conhecido como Idade da Pedra Polida, há aproximadamente
10
mil anos e 5 mil a.C., o homem deixou de seu nômade em busca de ambiente
propício e passou a

construir as suas próprias moradias. Esse evento foi


bastante significativo para a mudança da
condição de vida das pessoas que
pertenciam a esses grupos, posto que não ficariam mais em um

local até
esgotarem os recursos naturais para, em seguida, procurarem outros locais.

Isso permitiu
ao homem da época cultivar o seu próprio alimento. A partir desse momento,
temos o início da agricultura. Não obstante, nesse momento também o homem passa
a criar e

domesticar animais, podendo garantir o seu alimento sem que seja


necessário sair para caçar. Essas
mudanças, conforme apontam Janson e Janson
(1996, p. 17), mostram “um dos passos

verdadeiramente revolucionários da
história humana, mesmo que a revolução tenha se estendido por
muitos milhares
de anos”.

Ainda em
consequência do mencionado desenvolvimento, temos o início da arquitetura com a

construção das primeiras moradias, que eram construídas com pedras e chamadas
de nuragues.
Sobre a pintura rupestre, destacamos que o naturalismo vai
sendo substituído por linhas que

parecem melhor sintetizar as formas,


resultando muitas vezes em traços bastante simples e que
deram origem à escrita
pictográfica.

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Para Hauser:

No
lugar de uma concretização da experiência cotidiana de vida, a arte procura
agora deter-se na

ideia, no conceito, na substância íntima da coisa – mais para


criar símbolos do que semelhanças do
objeto. Os desenhos neolíticos indicam a
figura humana por dois ou três padrões geométricos

muito simples, como, por


exemplo, uma linha reta vertical para o corpo e dois semicírculos, um
voltado
para cima e outro para baixo, para os braços e pernas. (Hauser, 2003, p. 9)

Acredita-se
que tal sintetização das formas decorreria do fato de que o homem não
precisaria

mais recorrer a práticas de magia com imagens naturalistas para


assegurar caças proveitosas, pois,
nesse momento, o homem já estava contando
com a prática da criação e domesticação de animais

(Gombrich, 1999).

Figura 3 – Pinturas neolíticas na caverna


de Magura, Bulgária

Crédito: MilenG/Shutterstock.

TEMA 2 – A ARTE EGÍPCIA E SUA FORTE RELAÇÃO COM A MORTE E


IMORTALIDADE DA
ALMA

Para
compreendermos a arte egípcia é necessário conhecermos alguns pontos altos
dessa antiga
civilização, como a religião. A religião no Antigo Egito era
politeísta, ou seja, voltada à existência de

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diversos deuses, sendo cada um


deles direcionado a uma questão específica. Toda a sociedade
egípcia possuía
forte relação com essa religião, que tinha os seus valores consolidados em
questões

como a morte e imortalidade da alma.

A sociedade
egípcia era teocrática, ou seja, os deuses estavam no comando político e, para
tanto, era necessário ter uma figura na Terra que pudesse representá-los. Nesse
caso, a figura era o

faraó. Os artistas egípcios dessa época se esmeravam para


produzir uma arte que seguia valores e
padrões rigorosos utilizados há muitas
gerações com o intuito de fazer de sua expressão uma forma

de alcançar a
linguagens das divindades.

[...]
os padrões básicos das instituições, crenças e ideais artísticos egípcios
formaram-se entre 3000

e 2500 a.C. e foram continuamente reafirmados nos dois


mil anos seguintes, de tal forma que toda
a arte egípcia, à primeira vista,
tende a parecer uniforme. Na verdade, a arte egípcia oscila entre o

conservadorismo e a inovação, mas nunca é estática. (Janson; Janson, 1996, p.


22)

Esse
movimento na arte proporciona aos artistas uma busca pelo que compreendiam como
perfeição, sem, no entanto, abrirem mão dos padrões estéticos para a criação
(Janson; Janson, 1996).

A arte no Egito podia ser vista em todos os locais e


sempre evidenciava os valores da sociedade, os
quais, conforme anteriormente
citado, tinham forte relação com aquele universo religioso.

Assim sendo,
encontramos na pintura, na escultura, na arquitetura e em toda a produção

artística de vários objetos e artefatos mágicos a fé que movia as engrenagens


daquela sociedade
bastante suntuosa. Sobre a arquitetura, podemos destacar
grandiosas construções e monumentos

que ainda hoje nos trazem várias indagações,


como as pirâmides. Dentre as pirâmides, destacamos as
pirâmides de Quéops,
Quéfren e Miquerinos, sendo a maior pirâmide a de Quéops, construída cerca

de
2550 anos a.C., com 146,6 metros de altura.

Figura 4 – A grande Esfinge de Gizé e as Pirâmides ao fundo –


Quéops, Quéfren e Miquerinos

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Crédito: AlexAnton/Shutterstock.

2.1 A LEI DA FRONTALIDADE

Quando
tratamos da pintura, verificamos as técnicas que eram utilizadas no Antigo
Egito, como
a têmpera. Para essa técnica, os artistas utilizavam cera de abelha
derretida com pigmentos coloridos,

a qual era aplicada sobre as paredes ou


madeira, sendo essa uma técnica de alta durabilidade, pois
somente o calor ou
depredação poderiam prejudicá-la.

Para ser
artista no Antigo Egito, era necessário conhecer e se dedicar às técnicas, sem
contar que

ainda era necessário conhecer os ritos e simbolismos da religião.


Para tanto, os artistas e arquitetos
também eram grandes iniciados que
transmitiam de forma ímpar todo o seu conhecimento e

respeito em suas obras,


que não eram assinadas.

A reverência
era elemento-chave para se produzir uma arte que não apenas decoraria uma

tumba, mas que, sobretudo, ajudaria a alma na passagem harmoniosa do plano


físico para o mundo
dos mortos. E todos os artistas respeitavam essas regras e
padrões, valorizando cada passo de seu

aprendizado por meio da observação e


prática contínuas. Assim sendo, conforme aponta Gombrich:

O
estilo egípcio incorporou uma série de leis bastante rigorosas, e todo artista
tinha que aprendê-
las desde muito jovem [...]. Mas, assim que dominasse todas
essas regras, dava-se por encerrada a

sua aprendizagem. Ninguém queria coisas diferentes,


ninguém lhe pedia que fosse “original”. Pelo

contrário, era provavelmente


considerado o melhor artista aquele que pudesse fazer suas estátuas
o mais
parecidas com os belos monumentos do passado. (Gombrich, 1999, p. 65-67)

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Figura 5 – Papiro do livro dos mortos. Museu Britânico,


Londres, 2013

Crédito: Danielly Sandy.

No papiro do
livro dos mortos, podemos observar com atenção toda a ritualística de uma

passagem, quando o coração de um homem é pesado em uma balança em oposição ao


peso de uma
pena. Isso mostra que o coração do morto deveria pesar menos que
uma pena no dia do juízo final

liderado pelo deus Anúbis com cabeça de chacal.

Cada elemento
da pintura possui a sua representação simbólica, e, sabendo disso, ao nos

aprofundarmos na arte egípcia, faz-se necessário nos atermos a esses detalhes


que fazem toda a
diferença para a leitura e interpretação. Outrossim, o que
pode contribuir para tanto é a leitura de

livros de egiptólogos, bem como o estudo


da escrita hieroglífica. Além disso, as cores também
possuem grande
representatividade na arte egípcia, bem como a disponibilização dos elementos
no
espaço dividido em planos.

2.2 O NATURALISMO A PARTIR DE AKHENATON

Na história
do Egito, podemos destacar um momento histórico bastante conturbado, quando
um
faraó tentou impor a sua crença em somente um deus, buscando impor à sociedade
da época

uma visão monoteísta. Esse faraó foi Akhenaton, e não apenas a


religião, mas também a arte sofreu
mudanças por meio de suas considerações.
Podemos observar que as pinturas e esculturas passaram

a apresentar traços mais


naturalistas sobrepostos aos séculos de tradição pictórica e escultórica
baseadas em rigorosos modelos.

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Com isso,
verificamos leveza e até certa tentativa de volumetria que alguns artistas já
buscavam

expressar. De acordo com Gombrich:

As
pinturas que ele encomendou devem ter chocado os egípcios do seu tempo pela
novidade. Em

nenhuma delas se encontrava a solene e rígida dignidade dos faraós


anteriores. Preferiu fazer-se
representar com sua esposa Nefertiti, acariciando
seus filhos sob as bênçãos do sol. Alguns dos

seus retratos mostram-no como um


homem feio; talvez ele quisesse que os artistas o retratassem
em toda a sua
fragilidade humana. (Gombrich, 1999, p. 67-68)

Figura 6 – Akhenaton e Nefertiti com seus filhos, cerca de


1345 a.C. Relevo em altar de pedra calcária,
32,5 x 39 cm. Museu Egípcio

Crédito: D.Serra1/Shutterstock.

TEMA 3 – A ARTE NA GRÉCIA: POR UM IDEAL DE HAMONIA E


BELEZA

O conceito de
arte passa a ser mais bem compreendido, mas não necessariamente bem definido,

a
partir da Grécia Antiga. Foi nessa época que tivemos filósofos lançando seu
olhar para reflexões
acerca de questões que envolviam os artistas, trazendo
para a arte um papel que extrapolava a

função utilitária.

Essa visão é
notavelmente relevante porque nos permite analisar a arte atual como elemento
de

deleito, de contemplação da harmonia e de uma beleza ideal, a qual


observamos em diversas
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esculturas e outras figuras da época.

A fase
de formação da civilização grega abrange cerca de quatrocentos anos, de a.C.
1100 a 700

a.C. Sabemos muito pouco dos três primeiros séculos desse período,
mas, após 800 a. C., os gregos
surgem rapidamente à plena luz da história. (Janson;
Janson, 1996, p. 46)

Ao tratarmos
da arte na Grécia Antiga, naturalmente devemos, ainda, abordar as ordens de

colunas e capitéis, sendo as mais importante as ordens jônica, dórica e


coríntia. “As realizações
gregas em arquitetura têm sido identificadas, desde
os tempos romanos antigos, com a criação das

três ordens arquitetônicas


clássicas: a dórica a jônica e a coríntia” (Janson; Janson, 1996, p. 51). Essas

colunas se reproduzem em todas as construções gregas,


por meio das quais podemos identificar o

seu estilo também por esse tipo de


análise.

Figura 7 – Ilustração de estilos de antigos capitéis de


colunas gregas

Crédito: Babich Alexander/Shutterstock.

Um dos ícones
da arquitetura grega é o Partenon, com suas características que nos sugerem

harmonia e equilíbrio em sua forma. Trata-se de uma construção ímpar da


história da arte que servia
como templo na antiguidade. De acordo com Janson e
Janson:

[...]
a impressão dominante é de um equilíbrio gracioso e aprazível. Uma luminosidade
geral e um
reajustamento das proporções são responsáveis por essa impressão: as
carreiras horizontais acima

das colunas não são largas em relação ao seu


comprimento “[...] a estrutura do frontispício projeta-

se menos insistentemente,
e as colunas, além de serem mais esguias, são separadas por espaços
mais
amplos. [...] O Partenon transmite sensação de repouso. (Janson; Janson, 1996,
p. 54)

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Com base
nessa leitura, podemos observar também outras construções, tanto antigas como

ainda aquelas mais recentes que se encontram ao nosso entorno, buscando


compreender os traços e
expressões arquitetônicas nas cidades. Essa experiência
vem de encontro com o aperfeiçoamento do

olhar para passarmos a desenvolver


nosso pensamento crítico e análise estética. Assim, evidenciamos

que mesmo nos


dias atuais ainda encontramos diversas construções com colunas e capitéis com

evidente influência da arquitetura grega.

Figura 8 – Partenon, Atenas, Grécia

Crédito: Ata51/Shutterstock.

3.1 A PINTURA GREGA

A pintura na
Grécia antiga era considerada como uma “arte menor”, sendo mais utilizada para
a

pintura e decoração de vasos e outros objetos e artefatos utilitários. O


pintor de vasos representava
não apenas formas geométricas simples, mas, ainda,
figuras humanas e animais que tinham relação

com os mitos e representações de


heróis e deuses.

De acordo com
Gombrich:

Os
artistas gregos ainda procuravam fazer as figuras com os mais nítidos contornos
e incluir tantos
conhecimentos sobre o corpo humano quantos soubessem na
pintura sem violentar a sua

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aparência. Ainda eram amantes das linhas firmes e


do plano equilibrado. Ainda não se dispunham a

todos os relances fortuitos da


natureza tal como os viam. (Gombrich, 1999, p. 82)

Figura 9 – Vaso grego antigo representando uma carruagem


isolada em branco com caminho de

recorte

Crédito: Kamira/Shutterstock.

Há vários
exemplos desses vasos gregos que chegaram até nós nos dias atuais. Por meio deles,

podemos observar algumas características nos diferentes estilos que os definem,


tais como:

Estilo geométrico;

Estilo arcaico;
Estilo em preto;

Estilo em vermelho;

Estilo clássico.

3.2 A ESCULTURA GREGA

A escultura
era a linguagem das artes visuais mais respeitada como a representação do ideal
de

beleza e harmonia tão buscado pelos artistas gregos. Podemos notar que
inicialmente as esculturas

de Grécia tiveram grande influência das esculturas


egípcias, como podemos observar nas esculturas

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dos Kouros (jovens). Mas, com o


passar do tempo, os gregos se encontraram nessa arte, trazendo, de

maneira
majestosa, os seus ideais de proporcionalidade.

Assim,
destacamos os seguintes estilos:

Estilo arcaico: Kouros (jovem) com influência da arte egípcia no que


se refere à forma cúbica e

à postura rígida que se reproduz nas diferentes


esculturas. É bastante popular o “sorriso” dessas

esculturas arcaicas.

Figura 10 – Estátuas de dois irmãos Kouros, estilo arcaico.


Museu Arqueológico de Delphi

Crédito: Pit Sotck/Shutterstock.

Estilo clássico: é um estilo harmonioso em forma e sentimento e com


estabilidade em meio à
ação. Foi bastante usado pelos escultores até quando
Atenas foi derrotada por Esparta na

Guerra do Peloponeso.

Figura 11 – Estátua de Bronze de Poseidon, a.C. 460-450 a.C.


Museu Nacional de Atenas

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Crédito: Arne Berudsen/Shutterstock.

Estilo helenístico: trata-se de um estilo visivelmente considerado ainda mais


“leve” e “fluídico”

que o estilo clássico, com apresentação de maior realismo


nas figuras, além de torsões
expressivas e grande movimento nos tecidos que
cobriam os corpos das figuras. Assim sendo,

conforme Janson e Janson:

Comparada
às estátuas clássicas, a escultura do período helenístico mostra, em geral, um
realismo

e expressividade acentuados, bem como uma maior experimentação com o


drapejamento e a
postura, que frequentemente exibem um movimento de torsão
considerável. (Janson; Janson, 1996,

p. 63)

Figura
12 – Vênus de Milos, Museu do Louvre em Paris, França

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Crédito: Iornet/Shutterstock.

Além da
famosa escultura “Vênus de Milos” no estilo helenístico, ainda podemos citar
outras
como “A Vitória de Samotrácea” e “Laocoonte e seus filhos”, por meio da
qual chegou até nós uma

cópia romana que atualmente se encontra no Museu do


Vaticano, em Roma.

TEMA 4 – A ARTE EM ROMA

A arte romana
possui grande influência da arte grega, mesmo nas diferentes linguagens. Não

obstante, há características bastante específicas, como a utilização de arcos


na arquitetura, além das
abóbadas. Um exemplo de construção romana nesse
formato é o Panteão em Roma, que foi

construído em homenagem a todos os deuses


e seus interior apresenta uma abóbada de berço.

É
muito difícil pensar no desenvolvimento da capital romana sem o arco e o
sistema de construção

de abóbadas que dele se origina: a abóbada de berço – um


cilindro; a abóbada de arestas, que

consiste em duas abóbadas semicilíndricas


que se cruzam em ângulos retos; e o domo. (Janson;
Janson, 1996, p. 70)

Outro grande
exemplo da arquitetura romana da época é o Coliseu, um teatro de Arena que era

utilizado para proporcionar diversão ao público da época. O Coliseu chegava a


acomodar cerca de 50
mil pessoas e seus arcos de estilo romano podem ser vistos
e facilmente reconhecidos em toda a sua

extensão.

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Figura 13 – Ruínas do antigo anfiteatro Coliseu, Roma, Itália

Crédito: Phant/Shutterstock.

4.1 A PINTURA

Considera-se
que há poucas pinturas romanas que chegaram até nós. Há bastante influência da

pintura grega nas pinturas


romanas. São mais comuns na decoração de ambientes, sendo produzidas
por meio da
técnica de afrescos. Mas ainda podemos citar que é bastante comum encontrarmos

retratos funerários com belíssimas pinturas romanas, sendo algumas delas


produzidas pela técnica da

encáustica.

Figura 14 – Antiga pintura romana na técnica de afresco,


representando os mistérios ocultos de

Dionísio

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Crédito: Blackmac/Shutterstock.

4.2 A ESCULTURA EM ROMA

As esculturas
romanas sofreram bastante influência das esculturas egípcias e gregas para

algumas produções, mas também havia traços próprios e conceitos para


determinadas obras, tal

como veremos nos bustos. Dentre as esculturas romanas,


vemos, ainda, muitas reproduções de obras

gregas.

Os escultores
romanos faziam uso do naturalismo sem, no entanto, cair na trivialidade,

demonstrando grande afinidade com as figuras retratadas. Também havia muitas esculturas de
retratos, como bustos e
outras representações de pessoas de classes mais abastadas, além dos

famosos
bustos dos imperadores.

Uma
representação bastante conhecida desse período é o retrato equestre do
Imperador Marco

Aurélio, em Roma, na Itália.

Figura 15 – Estátua do imperador Augusto na primeira porta do


Museu do Vaticano

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Crédito: PavelJiranek/Shutterstock.

TEMA 5 – EXPRESSÕES ARTÍSTICAS NO IMPÉRIO BIZANTINO

O imperador
Constantino (272-337), o Grande, no ano de 323 d.C., decidiu fazer da cidade de
Bizâncio, localizada na Grécia, a capital do Império Romano, passando essa a se
chamar

Constantinopla. “A nova capital também simbolizava a nova base cristã do


Estado romano, uma vez

que se localizava no coração da região mais


completamente cristianizada do Império” (Janson;

Janson, 1996, p. 88). No


entanto, o que Constantino não esperava era que a mudança da capital do
Império
Romano também resultasse na cisão do reino, resultando, posteriormente, em
maior

facilidade para ataques e invasões de povos bárbaros como os visigodos, ostrogodos


e outros.

Mesmo assim,
o Império Oriental, localizado em Bizâncio, pôde permanecer ao conseguir

sobreviver a esses ataques sob regência do Imperador Justiniano (482-565).

O imperador
Justiniano foi considerado um protetor das artes, tendo sua época chamada de

Idade do Ouro. Além disso, sua influência foi bastante significativa para o
patrocínio e incentivo do
esplendor da arte bizantina.

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Com todos os
ataques e invasões dos povos bárbaros, o Império Romano foi reduzido aos Balcãs
e à Grécia, perdurando até o ano de 1453, quando a cidade de Constantinopla foi
conquistada pelos

turcos, tornando-se a atual cidade de Istambul, capital da


Turquia (Janson; Janson, 1996). Logo, em

Constantinopla, então Istambul, desenvolveu-se


uma outra cultura resultante de um novo grande
império com suas características
na arte – o Império Otomano.

Sendo assim,
a arte bizantina iniciou juntamente com a Idade Média e buscou trazer ao
observador toda a pompa e poder daquele Império, demonstrados por meio de cores
e

representações religiosas. Para Janson e Janson (1996, p. 89), a arte


bizantina “designa não apenas a

arte do Império Romano do Oriente, mas também


um estilo com características específicas”. Isso

evidencia justamente que essa


arte possui características bastante marcantes, as quais revelam o
início da
religião cristã como religião oficial do Império Romano. O historiador da arte Gombrich

defende que:

Apesar
de uma certa rigidez, a arte bizantina manteve-se, portanto, mais próxima da
natureza do

que a arte do Ocidente em períodos posteriores. Por outro lado, a


ênfase sobre a tradição e a
necessidade de respeitar certos métodos permitidos
de representar o Cristo ou a Virgem tornaram

difícil aos artistas bizantinos


desenvolverem seus dotes pessoais. Mas esse conservantismo
desenvolveu-se
gradualmente [...]. (Gombrich, 1999, p. 138)

Vale destacar
que, na arte bizantina, não era toda a pintura cristã considerada um ícone,
pois, os

bizantinos, assim como os egípcios, buscavam manter as suas tradições


na arte. Dessa forma, eram

respeitados os conhecimentos antigos, além de que as


figuras contavam com uma consagração

especial para poderem ser reconhecidas


como ícones (Gombrich, 1999). Características estilísticas
como a rigidez das
figuras, a frontalidade e o caráter majestoso marcam de maneira insigne a arte

produzida por essa cultura. Além disso, na arte, Jesus Cristo é sempre
representado como um

majestoso rei e a sua mãe, a Virgem Maria, como uma


majestosa rainha. Conforme afirma Hauser

(2003, p. 135), “essa arte devia ser a


expressão de uma autoridade absoluta, de grandeza sobre-
humana e mística
inacessibilidade”.

Dentre toda a
expressão artística bizantina são muito conhecidos os mosaicos, que nos

apresentam figuras sempre voltadas aos temas religiosos e também ao Imperador. Tais
mosaicos
formam ícones ou imagens por meio da disposição de pequenas pedras e
pedaços de vidro ou
cerâmica coloridos. Um exemplo de mosaico da época, por
meio do qual podemos identificar as

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principais características da arte


bizantina, é o mosaico de San Vitale, em Ravena, o qual mostra o

Imperador
Justiniano e seu Séquito. Segundo Janson e Janson,

aqui
encontramos um novo ideal de beleza humana: figuras extraordinariamente altas e
esguias,

com minúsculos pés, pequenos rostos em forma de amêndoa, dominados por


grandes olhos, e
corpos que só parecem capazes de gestos cerimoniais, além da
exibição de trajes magníficos.

(Janson; Janson, 1996, p. 99)

Figura 16 – Justiniano e seu Séquito, 547 d. C. Mosaico, San


Vitale, Ravena

Crédito: Mirage.nl/Shutterstock.

Outra imagem
bastante conhecida e de excelsa beleza é a do mosaico representando Jesus
Cristo com fundo dourado, localizado na famosa Igreja de Hagia Sophia, em
Constantinopla, atual

cidade de Istambul. O antigo mosaico bizantino mostra a


imagem de Jesus Pantocrator com uma
mão em sinal de bênção e a outra segurando
o livro do Evangelho. Na iconografia cristã, a

representação do Pantocrator,
que significa Todo Poderoso, é sempre mostrada por meio da imagem
de Cristo com
a mão direita levantada com os dedos polegar, indicador e médio para o alto, em
representação de bênção e também em memória à Santíssima Trindade e onipresença
divina.

Figura 17 – Mosaico de Jesus Cristo com fundo dourado, Igreja


de Hagia Sophia, em Istambul

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Crédito: Repina Valeriva/Shutterstock.

NA PRÁTICA

Com base nos


conteúdos desta aula:

Escolha o tópico que mais despertou a sua curiosidade e


realize uma pesquisa com base em

livros e sites para se aprofundar ainda mais;


Escreva um pequeno texto contando sobre o tópico escolhido
por você, e, após isso, selecione

uma linguagem artística – pode ser pintura ou


escultura – para tentar reproduzir uma imagem
ao seu gosto, segundo a técnica e
estilo do período.

FINALIZANDO

Dada a forte
relação da arte com a história e a sociedade, vimos a imprescindibilidade de
nos

aprofundarmos cada vez mais na história da arte. Assim, aprendemos por meio
de um recorte
temporal na história da arte com ênfase em alguns tópicos.
Iniciamos pela arte produzida ainda antes
do surgimento do conceito de arte,
destacando a Pré-História com suas pinturas e artefatos

possivelmente
“mágicos”.

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Passamos pelo
Egito para compreendermos um pouco mais dessa arte tão incrivelmente
pautada em
uma sociedade politeísta e teocrática. Observamos a arte na Grécia, dando
destaque aos
ideais de beleza e harmonia tão buscados. Aprendemos sobre a arte
de Roma, com especial atenção

às pinturas e esculturas e, por fim, aprendemos


sobre expressões artísticas do período do Império
Bizantino.

REFERÊNCIAS

GOMBRICH,
E. H. A história da arte. Rio de Janeiro: LTC Editora, 1999.

HAUSER,
A. História social da arte e literatura. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

JANSON,
H. W; JANSON, A. F. Iniciação à história da arte. São Paulo: Martins
Fontes, 1996.

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