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AUTORIA
Daislene Rodrighero de Carvalho
Bem vindo(a)!
Depois, nas unidade III e IV vamos tratar especi camente de como trabalhar em sala
de aula com a expressão dramática e musical nos diferentes níveis e modalidades
de ensino, assim como o ensino de arte na construção do conhecimento e a
especi cidade das linguagens teatral, musical e estéticas.
Aproveito para reforçar o convite a você, para junto conosco percorrer esta jornada
de conhecimento e multiplicar os conhecimentos sobre tantos assuntos que foram
destacados e aprofundados em nosso material. Esperamos contribuir para seu
crescimento pessoal e pro ssional.
AUTORIA
Daislene Rodrighero de Carvalho
Introdução
Seja muito bem-vindo(a)!
Conhecer a história da arte pode ser empolgante, pois permite que você visualize a
evolução da própria história da humanidade. Na unidade I, vamos abordar de forma
ampla a arte e sua história ao longo dos anos, através de seu conhecimento, vamos
viajar no contexto da arte, compreendendo como ela foi construída em diversos
períodos. Esta noção é necessária para que possamos trabalhar a segunda unidade
do livro, que discutirá sobre o pressuposto histórico sobre a arte e seu ensino no
Brasil e no Mundo.
A Arte no Período
Paleolítico Superior
AUTORIA
Daislene Rodrighero de Carvalho
Para darmos início em nosso conteúdo, no primeiro tópico vamos abordar a Arte no
Período do Paleolítico, ao qual se de ne como o início da arte (História da Arte) e
suas primeiras produções artísticas. A arte desse período vai da Pré-História à Idade
da Pedra Lascada, que tem como surgimento milhões de anos atrás e vem a se
estender até 8.000 a.C.
Assim podemos dizer que o período Paleolítico é composto por três períodos, sendo
eles: Idade da Pedra, que segue para o Mesolítico e se estende ao Neolítico (Idade da
Pedra Polida) e, por nal, a Idade do gelo, mais precisamente no Pleistoceno.
Abordaremos neste contexto como a arte era representada, uma vez que ela é
considerada a arte mais antiga da humanidade, onde seu povo era descrito como
nômades, caçadores e coletores. Os registros eram compostos por gravuras nas
paredes de cavernas, por objetos decorados e esculturas, onde naquela época eles
esculpiam em formas femininas volumosas (ao qual se descrevia e representava a
maneira da fertilidade).Tais esculturas eram esculpidas por meio de rochas, ossos e
madeiras, porém outros tipos de arte foram encontrados, como de forma abstrata,
que é representada por meio de riscos e linhas emaranhadas.
De acordo com Aguiar (2019), uma curiosidade que se destaca nos trabalhos
realizados em pinturas e também em esculturas é a ausência da gura masculina.
Uma possibilidade destaca a representação feminina ocorre em decorrência da
crença de que as pequenas estatuetas femininas consistiam em amuletos
relacionados com a ideia da fertilidade, fator este considerado imprescindível à
sobrevivência do grupo. Neste contexto, apresenta-se a vênus de Willendorf:
Figura 2: Vênus de Willendorf. Altura: 11 em. Encontrada na Áustria. Museu de
História Natural, Viena.
AUTORIA
Daislene Rodrighero de Carvalho
A civilização egípcia traz uma cultura bem complexa e desenvolvida em sua
organização social, a qual é rica em manifestações culturais. Segundo Proença
(2003), um dos aspectos de maior signi cância na cultura egípcia é a religião. Porto
(2014, p. 6) corrobora este apontamento ao indicar que para esta civilização “a arte
surgiu a serviço da religião e das crenças religiosas”. Tamanha a in uência da religião
que alguns estudiosos a rmam que no Egito Antigo produziu-se uma arte
totalmente dedicada à gura da morte.
Pode parecer assustador, não é mesmo? Mas não é! Na realidade, isto se deve por
conta de um aspecto cultural, que será melhor compreendido. Inicialmente, é
necessário compreender que a religião era o ponto de embasamento de toda a vida
egípcia. Duarte Júnior (1998) destaca que, além da crença em vários deuses, os
egípcios antigos achavam que tais deuses podiam intervir na história humana.
Também acreditavam em uma vida após a morte e que esta vida era até mais
importante do que a vivida na terra. Invariavelmente, a arte criada por esse povo
re etia toda essa crença e no desejo de uma vida após a morte.
REFLITA
“O conhecimento torna a alma jovem e diminui a amargura da velhice.
Colhe, pois, a sabedoria. Armazena suavidade para o amanhã”.
Leonardo da Vinci.
As pessoas comuns não tinham todo esse privilégio, nem em vida tão pouco na
morte (PROENÇA, 2003). Elas eram sepultadas em construções comuns, chamadas
de “mastabas”. As mastabas eram edi cações para abrigar os corpos e deram
origem as construções das grandes pirâmides construídas posteriormente.
Figura 3: Mastabas Egípcias.
As pirâmides eram construídas para demarcar o governo dos faraós, no qual eles
demonstravam seus poderes e governanças por meio de suas grandezas estruturais.
Para Buoro (2003), as pirâmides representavam a grandiosidade e a imponência do
poder político e também religioso. Ainda de acordo com o autor, a primeira pirâmide
a ser construída e dar início ao marco representativo dos faraós foi a pirâmide
Djoser, que foi construída pelo faraó Imhotep. Porém um marco ainda maior foi
registrado na região do deserto de Guizé, com as belas e famosas pirâmides, como a
construção da pirâmide de Quéops, que tem cerca de 146 metros de altura.
Buoro (2003) ressalta que este monumento transcreve o domínio que os egípcios
tinham com suas técnicas de construções, deixando claro assim a sua arquitetura.
Prova disso está na construção de imensas paredes sem nenhum tipo de
argamassa, o que ressalta o domínio da técnica de construção.
AUTORIA
Daislene Rodrighero de Carvalho
A arte grega retrata toda a história de democracia de seu povo. Para Proença (2003),
o povo grego não se sujeitava às normas de reis autoritários, assim valorizavam
muito as ações e produções humanas, pois para eles a criatura mais importante do
universo era o homem. Strickland e Boswell (2014, p. 20) destacam: “a loso a grega
se resumia nas palavras de Protágoras: ‘O homem é a medida de todas as coisas’, o
que salienta a valorização humana.
Desta forma, a arte na Grécia era denominada livre, uma vez que sua produção
cultural permitia que os artistas viessem a criar e explorar a razão e o conhecimento.
Isso não representa que o ato religioso (fé) não tinha importância, tal que ela cava
muito presente em suas obras retratadas, principalmente em templos religiosos e
arquitetura.
Para os gregos uma das suas principais manifestações artísticas eram representadas
pelas esculturas. A partir de grandes blocos de pedra e mármore, as esculturas eram
esculpidas em forma humana. Assim como suas arquiteturas em que tomavam
formas através de traçados com linhas retas e são utilizadas até os tempos de hoje
para construções de monumentos.
Os escultores gregos tinham outros propósitos para sua arte. Não tinham a intenção
de simplesmente representar o homem real, mas sim o belo. Isto é visto em diversas
esculturas, onde corpus nus, músculos e jovens eram retratadas.
Figura 4: Escultura clássica Discobolus
Com o tempo, além do belo, esses artistas também quiseram representar a ideia de
movimento, a nal, o ser humano não é estático. Para tal, o mármore e a pedra não
se apresentavam como totalmente adequados, devido o peso e rigidez, sendo que
começou-se a utilizar o bronze como matéria-prima das obras, devido sua leveza e
resistência.
AUTORIA
Daislene Rodrighero de Carvalho
A formação cultural romana tem grande in uência da arte e cultura grega, por isso,
diversos autores, como Almeida (2010), compreendem esse período histórico como
cultura greco-romana.
Antes da invenção do arco, havia uma limitação de tamanho entre uma coluna e
outra, pois este tamanho não podia ser muito grande, devido à tensão sobre as
vigas. Como a pedra era um dos principais materiais utilizados nas construções, e ela
não suporta grandes tensões, era preciso o uso de muitas vigas. A utilização do arco
possibilitou construir-se espaços mais amplos, resolvendo o problema da sobrecarga
em vigas e colunas.
AUTORIA
Daislene Rodrighero de Carvalho
A arte bizantina tem seu berço em um cenário histórico de sucessivas invasões e
guerras. No entanto, segundo Proença (2003), o que acabou sendo denominado de
Império Bizantino é fruto da divisão do Império Romano do Ocidente e do Império
Romano do Oriente. O Ocidente, com a capital Roma, foi vítima de invasões
bárbaras que o fez cair completamente no poder dos invasores. Já o Império do
Oriente conseguiu manter sua hegemonia política até a Idade Moderna.
Assim, tal como a arte egípcia, a arte bizantina também utilizava os princípios da
frontalidade. No entanto, os objetivos eram diferentes. Para Proença (2003) a postura
rígida da gura leva o observador a uma atitude de respeito e veneração pelo
personagem representado. Outras regras foram criadas pelos sacerdotes para os
artistas. Por exemplo, o lugar determinado de cada personagem sagrado na
composição do quadro ou tela e como deveriam ser os gestos, as roupas e os
símbolos destes personagens.
SAIBA MAIS
Você sabia que o Museu da Arte Moderna de São Paulo (MAM), é um
dos mais importantes museus da Instituição Culturais do Brasil,
Localiza-se sob a marquise do Parque Ibirapuera, em São Paulo, em um
edifício inserido no conjunto arquitetônico projetado por Oscar
Niemeyer em 1954 e reformado por Lina Bo Bardi em 1982 para abrigar
o museu. Ele contém um acervo se mais ou menos 5.000 peças, onde a
maioria foram produzidos por Artistas Brasileiros.
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Podemos perceber, com isso, que pouco, ou nenhum espaço havia para a
criatividade
nas representações artísticas. No entanto, o que limitava a arte em seus temas, não
limitava em suas técnicas. Uma das técnicas mais apreciadas ainda na atualidade
tem suas origens na arte Bizantina.
AUTORIA
Daislene Rodrighero de Carvalho
A partir das transformações econômicas provocadas pelo comércio, que ocorreram
no início do século XVI, o foco da vida social se transferiu do campo para a cidade.
Com isso, uma nova arquitetura apareceu nas cidades da Europa, sendo chamada
desdenhosamente de gótica. Segundo Proença (2003), o termo gótico era usado,
pois suas manifestações artísticas tinham uma aparência tão rude que parecia ter
sido criada pelos godos: povo bárbaro que invadiu o Império Romano. Com o passar
do tempo, o termo gótico perdeu seu caráter depreciativo e passou a fazer parte de
um número maior de edi cações europeias.
AUTORIA
Daislene Rodrighero de Carvalho
A Renascença teve início no começo dos anos 1400 em Florença, se estendendo à
Roma e Veneza e, por volta de 1500, ao restante da Europa, abrangendo diversos
países como a Alemanha, França, Países Baixos, Espanha e Inglaterra (STRICKLAND;
BOSWELL, 2014). O termo Renascimento é utilizado para designar um intenso
período de produção cientí ca e cultural, com o objetivo, segundo Proença (2003),
de reviver os ideais da cultura greco-romana, ocorrendo como um movimento
intelectual na tentativa de resgatar os valores humanos. Esse movimento intelectual,
chamado de humanismo, pregava em amplo sentido a valorização do homem e da
natureza em oposição ao divino e sobrenatural.
Muitos artistas desta época são conhecidos e apreciados até hoje: Leonardo da Vinci
(1452-1519), Michelangelo Buonarroti (1475-1564), Rafael Sanzio (1483-1520), Sandro
Botticelli (1444-1510) e diversos outros nomes. Todos eles manifestaram as principais
características da pintura renascentista: o realismo.
Uma das obras de grande destaque é O Nascimento de Vênus, que pode ser
observado a seguir.
Figura 13: Nascimento de Vênus
Outra obra que não pode deixar de ser mencionada neste período é a Mona Lisa de
Leonardo da Vinci. A personi cação do “homem da Renascença” foi da Vinci, com
talentos múltiplos, chegando perto do ideal deste estilo de arte. “Se Mona Lisa de
Leonardo é o retrato mais famoso, seu afresco A última ceia é a pintura religiosa
mais venerada há cinco séculos” (STRICKLAND E BOSWELL, 2014, p. 43).
AUTORIA
Daislene Rodrighero de Carvalho
A arte barroca tem origem na Itália, mas se espalhou por diversos países da Europa
(BARBOSA, 2002). Cada país trouxe suas especi cidades e detalhes de acordo com a
cultura e as personalidades dos artistas, entretanto algumas características
mantiveram-se em comum. A arte barroca trouxe estilo e técnicas que valorizavam
ricos materiais, pinturas grandiosas e espetaculares que traziam grande emoção à
perspectiva protestante (GRAHAM-DIXON, 2013).
Assim, podemos notar que as regiões geográ cas receberam diferentes in uências
de técnicas, materiais e produção, inclusive devido à situação econômica do local. O
Estado de Minas Gerais possui uma região histórica, que abrange Ouro Preto,
Tiradentes, Mariana e outras cidades, que possuem igrejas, praças, monumentos e
fachadas que são arte nacional deste movimento.
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Unidade 2
Pressupostos Históricos
Sobre a Arte e seu Ensino
no Brasil e no Mundo
AUTORIA
Daislene Rodrighero de Carvalho
Introdução
Olá aluno (a)!
Na unidade II, vamos conhecer um pouco mais sobre a arte e a importância dela ser
abordada e desenvolvida nas escolas. Também vamos conhecer sobre as Leis e suas
Diretrizes, sobre o BNCC. Falando nisso, você sabe o signi cado destas siglas? Fique
por dentro deste conteúdo, pois vamos descobrir junto o seu signi cado e a
importância que ela tem em nosso contexto escolar.
Bons estudos!
O que é Ensinar Arte e o
Por que da Arte
AUTORIA
Daislene Rodrighero de Carvalho
Durante muitos anos, o ensino da arte era visto e resumido a tarefas pouco criativas
e marcadamente repetidas, de uma maneira que era desvalorizada na grade
curricular. As aulas iam desde traçados a copiar formas geométricas, porém nas
aulas de arte a criança não tinha sua identidade abordada, uma vez que ela não era
considerada produtora e, por isso, cabia ao professor dirigir seu trabalho e
demonstrar o que deveria ser feito.
A arte vai além do simples ato de desenhar e do pintar, ela é uma maneira de
estimular e de desenvolver a coordenação motora, tem um papel natural cognitivo
de desenvolver a criatividade e autocon ança, ou seja, tem a capacidade de auxiliar
na formação da identidade das crianças, fomentando a maneira de pensar e agir.
Desta maneira, a arte precisa estar presente nas salas de aulas no período letivo.
Neste sentido, conforme Senna (2015, p.1) destaca, a arte na escola não se limita ao
ato de pintura e de desenho, ela é muito mais ampla e abrangente, está presente na
música, no cinema, na TV, na publicidade, na arquitetura e em muito outros campos
e áreas. Assim, todas estas áreas podem e devem ser exploradas com criatividade
pelo professor, enriquecendo todo o processo de construção do conhecimento.
Os professores nos tempos atuais vêm levando para a sala de aula algo dinâmico e
que venha representar a arte como ela deve ser vista, compreendida e deixando
assim o aluno ser o artista de seu próprio conteúdo. Assim, o aluno ganha
protagonismo neste processo de aprendizagem, com maior estímulo no
desenvolvimento de habilidades e capacidades.
Barbosa (1991, p. 4-5) nos auxilia a iniciar nossa análise sobre as contribuições da arte
para a educação a rmando que:
A arte não é apenas básica, mas fundamental na educação de um país
que se desenvolve [...]. Não é possível uma educação intelectual, formal
ou informal, sem arte, porque é impossível o desenvolvimento integral
da inteligência sem o desenvolvimento do pensamento divergente, do
pensamento visual e do conhecimento representacional que
caracterizam a arte. Se pretendemos uma educação não apenas
intelectual, mas principalmente humanizada a, a necessidade, da arte é
ainda mais crucial para desenvolver a percepção e a imaginação, para
capturar a realidade circundante e desenvolver a capacidade criadora
necessárias à modi cação dessa realidade (BARBOSA, 1991, p. 4-5).
Podemos perceber que a arte está presente desde em ações mais banais de nossa
vida cotidiana até em complexas elaborações que exigem raciocínio, lógica,
imaginação, criticidade. Como nos a rma Barbosa (1991), esta disciplina contribui
para o desenvolvimento dos processos de pensamento e aquisição de atitudes, cuja
utilidade e alcance transformam o aluno, pois proporciona con ança, capacidade de
análise e visão ampla da realidade.
Mas ainda sim nos questionamos como a arte pode fazer parte na formação
humana. Podemos a rmar que não apenas a arte, mas também a educação tem
um vasto potencial neste quesito de transformar o conhecimento. A arte, aliada a
educação, pode proporcionar a inserção cultural e social.
O ato criativo, segundo Chagas (2009), é um processo que sempre traz algo da
pessoa que o executa. Uma pintura, por exemplo, por mais que uma pessoa tente
fazê-la igual à outra, nunca o será, sempre apresentará algo diferente, novo e
especí co. Como processo de criação do novo, a arte favorece a superação do que é
igual, comum da reprodução. Ou seja, a arte favorece a construção de novos
conhecimentos.
Lippe (2006, p. 5) destaca sobre o ensino da arte: “Podemos dizer que o ensino da
arte favorece a formação da identidade do jovem e da criança, tornando-os cidadãos
engajados, por meio da aquisição de competências culturais e sociais no mundo em
que estão inseridos”.
Vemos que não faz tanto tempo assim que a arte teve seu reconhecimento no
processo de educação e formação de ensino. Além disso, diante deste contexto
educacional, outros pontos precisaram ser veri cados, como a preparação dos
professores para exercerem um ensino de qualidade, além da estruturação de novos
cursos e instituições de ensino. Na sequência, veremos alguns parâmetros
curriculares nacionais para a sustentação do ensino da arte.
Arte e Educação Segundo
os Parâmetros Curriculares
Nacionais para o Ensino de
Arte
AUTORIA
Daislene Rodrighero de Carvalho
Com relação aos referenciais curriculares nacionais, podemos encontrar diversas
sugestões para que os professores que atuam na Educação Infantil possam
trabalhar. Juntamente com o PNE (Plano Nacional de Educação), podemos
acrescentar a BNCC (Base Nacional Comum Curricular) ao qual veio para agregar o
plano de ensino, contribuindo assim com a complementação adequada, aos seus
reajustes e planejamento. Segundo o plano curricular, a Educação Infantil deve ser
trabalhada em um contexto capaz de propiciar às crianças o acesso a elementos
culturais que contribuam para o próprio desenvolvimento como indivíduo e
também para a interação delas na sociedade.
Nesta abrangência, Chagas (2009) a rma que a aula de arte, muitas vezes, é
considerada nas escolas como um passatempo, ou simplesmente um momento de
lazer. A mesma ainda aponta que muitas instituições de educação infantil utilizam
os recursos da arte somente para enfatizar datas comemorativas, produzindo
lembrancinhas para o dia das mães, pais entre outras datas. O que precisa ser revisto
e repensado frente à importância da arte, bem como destacado pela BNCC.
Chiovatto (2000, p. 39) a rma que “Os professores de arte sentem necessidade de
aperfeiçoamento ao lidarem com a própria insegurança. Isso os mobiliza a buscar
ampliar seus conhecimentos e desenvolver a si próprios”. Vemos uma questão muito
mais ampla, a necessidade de capacitação e aprimoramento também por parte dos
professores, visto as exigências na qualidade de ensino. É preciso reforçar a
importância do papel do professor neste processo.
Compreendemos que para ministrar uma boa aula o professor necessita estar
seguro perante o conteúdo a ser desenvolvido em sala de aula, isto é, ele precisa
dominar o assunto de tal maneira que as discussões sejam produtivas e orientar o
processo de descobertas por parte dos alunos, porém ainda hoje percebemos uma
preferência por temas e técnicas de artes fáceis, para se desenvolver juntamente
com a criança.
Precisamos compreender que o trabalho com a arte vai muito além do que é fácil ou
complexo. Segundo Chiovatto (2002, p. 43), a arte que ensinamos “é apreciável
através de um conjunto de objetos, imagens e ideias que participem das mais
complexas ações da humanidade”.
Esses objetos, imagens e ideias podem até parecer simples, mas apenas
aparentemente, pois intimamente, representam aquilo que chamamos arte. A partir
de então, passam a fazer parte de uma categoria diferenciada dos demais objetos e
coisas produzidas pelos homens. Isso signi ca que a arte não está somente na
imagem, ou no objeto, mas sim em seu signi cado pessoal, cultural e temporal.
Ainda podemos salientar que o BNCC veio para enriquecer ainda mais, ou seja, ela
veio para uni car as diretrizes da base da educação básica, e tem como meta
orientar na construção do Currículo da Educação Básica das escolas brasileiras,
públicas e privadas. A base busca atender as exigências dos estudantes,
preparando-os para que sejam protagonistas da sociedade, assim, deve-se
assegurar os direitos de ensino e aprendizagem para o desenvolvimento dos alunos,
conforme de nido no plano nacional de educação. Portanto, a Base pode ser
compreendida como um conjunto de direcionamentos para nortear as equipes
pedagógicas no planejamento e estruturação dos currículos pedagógicos.
AUTORIA
Daislene Rodrighero de Carvalho
O ensino da arte no ensino fundamental dá sequência às vertentes desenvolvidas na
educação infantil, a grande diferença é que a criança está mais desenvolvida e mais
experiente, possui novos anseios e necessidades. Um olhar mais apurado da arte é
visto nesta fase do ensino, o que é preciso ser considerado no momento de ensinar
as crianças.
Lippe (2016) indica que, seguindo as diretrizes dos parâmetros curriculares nacionais,
alguns objetivos do ensino da arte devem ser destacados e proporcionar aos alunos:
Vemos assim uma série de objetivos a serem buscados com o ensino da arte no
ensino fundamental, ressaltando-se a necessidade de proporcionar ao aluno uma
vivência com diversas formas e modelos de arte. O desenvolvimento do pensamento
artístico apresenta um caráter cognitivo construtivo, que engloba o
amadurecimento de valores pela criança, bem como estímulo e construção de sua
personalidade.
O conhecimento sensorial precisa abordado neste processo, conforme é destacado
por Souza (2010, p. 4):
Você se lembra o que aprendia nas aulas de artes quando tinha em volta de 10 anos?
Apenas era dado papel e lápis para desenhar ou também era incentivado (a) a
desenvolver outras habilidades e sensibilidades relacionadas à arte?
Brasil (1997, p. 42) ressalta como conteúdos gerais do ensino fundamental em arte
são:
Lippe (2006) destaca que é preciso compreender a arte como uma integração entre
as pessoas e agentes envolvidos na educação com a cultura, fazendo dos recursos
artísticos formas de desenvolver a capacidade de expressão.
Neco e Roim (2015) apontam que a arte no ensino fundamental, mesmo dividindo
espaço na grade curricular com outras matérias e possuindo menor quantidade de
aulas do que em anos anteriores de ensino, possui grande importância e impacto
sobre as crianças pode abordarem novos conhecimentos, destacando-se novas
habilidades com cores, poesia, música, cultura, interpretações, entre outros.
Vemos assim, a gama de diversidade a ser desenvolvida pelas aulas de artes,
trabalhando um conteúdo amplo e de grandes valores educativos. O conhecimento
da arte possibilita perspectivas para que o aluno possa interpretar o mundo ao qual
está inserido.
SAIBA MAIS
Você sabia que a arte nas escolas é de fundamental importância, assim
como as demais disciplinas a arte se tornou importante, pois trabalha o
cognitivo da criança, desenvolve seu potencial, além de mostrar para a
própria criança e ao pro ssional da educação, a tamanha
responsabilidade que ele adquiriu.
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REFLITA
De acordo com Saviani (2009, p.7), “uma pedagogia que advoga um
tratamento diferencial a partir da descoberta das diferenças individuais.
Eis a ‘grande descoberta’: os homens são essencialmente diferentes;
não se repetem; cada indivíduo é único”.
Conclusão - Unidade 2
E assim chegamos ao nal de mais uma unidade, sendo que ela veio debater três
tópicos importantes, sendo elas: “O que é ensinar arte e o por que da arte”, pois
durante muitos anos, o ensino da arte era visto e resumido a tarefas pouco criativas e
marcadamente repetidas, de uma maneira que era desvalorizada na grade curricular,
sendo que as aulas pouco tinham continuidade em seu ano letivo. As aulas iam desde
traçados a copiar formas geométricas, porém nas aulas de arte a criança não tinha
sua identidade abordada, uma vez que ela não era considerada produtora e, por isso,
cabia ao professor dirigir seu trabalho e demonstrar o que deveria ser feito.
E, para nalizar, abordamos também o tópico que fala sobre: “Os objetivos gerais de
Arte para o Ensino Fundamental”, o ensino da arte no ensino fundamental dá
sequência às vertentes desenvolvidas na educação infantil, a grande diferença é que
a criança está mais desenvolvida e mais experiente, possui novos anseios e
necessidades. Um olhar mais apurado da arte é visto nesta fase do ensino, o que é
preciso ser considerado no momento de ensinar as crianças.
Livro
Livro
Filme
Unidade 3
Expressão Dramática e
Musical nos Diferentes
Níveis e Modalidades de
Ensino
AUTORIA
Daislene Rodrighero de Carvalho
Introdução
Oi caro (a) aluno(a),
Bem-vindo (a) ao estudo de mais uma unidade. Animado para continuar nessa
caminhada de aprendizagem? Então vamos em frente!
Nesta seção vamos estudar sobre a expressão dramática e musical nos diferentes
níveis e modalidades de ensino.
Bons estudos!
Os Conteúdos de Arte nos
Diferentes Níveis e
Modalidades de Ensino e
os Critérios para Seleção de
Conteúdos
AUTORIA
Daislene Rodrighero de Carvalho
Prezado (a) estudante, você já parou para re etir como são diversos os conteúdos da
arte que o professor tem em mãos para trabalhar junto aos alunos? São múltiplas as
possibilidades e ferramentas, assim é preciso se planejar e organizar o
desenvolvimento das aulas de arte, tanto com uma abordagem teórica quanto uma
abordagem prática. Neste sentido, Porto (2014) destaca quatro principais linguagens
artísticas da abordagem pedagógica da arte, sendo: arte visual, música, dança e
teatro.
A arte pode ser discutida através de produções artísticas visuais por meio de
desenhos, pinturas, gravuras, colagem, esculturas, instalações, cinema, vídeos e
outros meios. Sendo assim é papel do professor planejar, organizar, e identi car os
diversos conteúdos, bem como as maneiras deles sem melhor trabalhados em sala
de aula. Assim, o docente não pode simplesmente transmitir o conteúdo, de forma
automática e passiva, mas é preciso envolver e desenvolver o aluno em seu universo
de aprendizagem. O aluno precisa desenvolver uma sensação de ser o agente ativo
do processo, criando apreço pelo que aprendeu, e também buscar mais esta
desenvolturas, ou seja, com vontade de aprender, sendo dinâmico e proativo neste
âmbito de conhecimento
Neste contexto, Edwards (1984) traz uma abordagem deste processo da arte no
contexto escolar:
Ainda de acordo com a BNCC (2019), essas dimensões, necessárias para uma
mensuração da arte e seu processo de ensino, são:
A arte pode ser trabalhada e assegurada junto com o ensino das competências
relacionadas à alfabetização e o letramento, possibilitando assim a abertura do
ensino e acesso à leitura, relacionada à linguagem verbal e não verbal. Busca-se a
expressão da criatividade, que propicie uma continuação do ensino em relação a
educação infantil.
Para os Anos Finais, é necessário assegurar aos alunos o direito de pensar sobre suas
interações e manifestações artísticas e culturais, ou seja, dar o direcionamento
necessário à esta etapa, como forma de orientação. Segundo a BNCC (2019), espera-
se que a arte seja um componente que contribua para um aprofundamento das
aprendizagens nas diferentes linguagens – tanto no diálogo entre elas, quanto com
as outras áreas do conhecimento –, com vista a possibilitar aos estudantes maior
autonomia nas experiências e vivências artísticas.
A arte também tem seu espaço no ensino médio. O ensino médio consiste na etapa
nal da educação básica, constituído predominantemente por adolescentes e
jovens, sendo que a arte nesta fase precisa fornecer um protagonismo nestes alunos.
A BNCC do ensino médio precisa ser organizado de maneira a dar continuidade ao
ensino infantil e ao fundamental, fomentando habilidades e competências
especí cas, como na área da matemática, língua portuguesa, ciências humanas, da
natureza, entre outras. A arte nesta etapa precisa:
AUTORIA
Daislene Rodrighero de Carvalho
A arte como componente curricular centra-se nas seguintes linguagens: Artes
visuais, dança, música e teatro. Sendo que estes elementos fundamentam processos
pedagógicos voltados para as práticas de leitura, produção e construção de formas
artísticas, pensamentos e emoções, entre outros.
A BNCC destaca que a arte, compreendida como uma unidade temática, articula o
ensino de uma arte integrada, explorando as relações e articulações entre os
diferentes tipos de linguagens artística, bem como ferramentas de comunicação e
informação. “O componente curricular de Arte deve garantir aos alunos o
desenvolvimento de algumas competências especí cas” (BNCC, 2019, p. 197).
AUTORIA
Daislene Rodrighero de Carvalho
Frente à importância da arte como estratégia pedagógica de ensino, o
desenvolvimento cognitivo da arte na educação especial ganha ainda mais
destaque. A disciplina de artes como uma perspectiva inclusiva traz em sua
abrangência uma relevância social, pois através da arte na educação é possível
desenvolver percepções visuais, auditivas e corporais, além da intuição, imaginação,
pensamento holístico, entre outros desenvolvimentos da criatividade, em especial a
pessoa com necessidades educativas especiais.
Vemos assim que a arte possibilita que ocorra a integração das pessoas com
de ciência com a sociedade, pois fundamenta-se o desenvolvimento cognitivo
(FERREIRA, 2011). As atividades artísticas estimulam habilidades e o
desenvolvimento do potencial do indivíduo, auxiliando a inclusão na sociedade a
qual estão inseridos.
Destarte, a arte pode ser um forte elo de ligação na inclusão de pessoas com
de ciência à comunidade que ela faz parte. A escola deve se posicionar como um
espaço inclusivo, fornecendo um atendimento com equidade, atendendo a todas as
necessidades educacionais e desenvolvendo uma proposta pedagógica que
desenvolva as potencialidades dos estudantes que apresentem necessidades
educacionais especiais, em todas as fases e modalidades de ensino.
Weber (2017) defende que o professor tem a capacidade de proporcionar
experiências e aprendizados, através da arte, para a formação e evolução da
personalidade do estudante que necessita de atividades educativas especiais. Neste
contexto, destaca-se o fato que, em uma perspectiva inclusiva, é preciso que a escola
se organize pedagogicamente para poder ofertar ações educacionais diferentes
para proporcionar o desenvolvimento acadêmico (ZILIOTTO, 2015).
Para tanto, a operacionalização da arte pode ocorrer por diversas formas, como
pintura, música, dança, teatro, entre outras, oportunizando aos alunos com
de ciência de desenvolverem suas habilidades, fortalecendo suas capacidades e,
consequentemente, concretizando o ensino inclusivo.
Ferreira (2011) traz em seu livro diversas sugestões de atividades a serem trabalhadas
com alunos com necessidades educativas especiais, das quais destacarei a
dramatização. Para a autora, a dramatização é uma maneira do educador iniciar o
desenvolvimento de artes cênicas, possibilitando aos alunos encenar histórias,
situações rotineiras, ou ainda textos criados por eles. A dramatização reforça a
comunicação, o estímulo da linguagem verbal e de trabalhos artísticos fortalece a
criatividade dos alunos.
Com a nalidade de estimular o convívio social, o desenvolvimento da expressão
corporal e da comunicação, este tipo de ensino pode ser utilizado em diversas
etapas do ensino e disciplinas curriculares. Desta forma, vemos a dramatização
como um poderoso instrumento de ensino, que promove a socialização, aumento
da criatividade e construção do conhecimento.
SAIBA MAIS
Aluno, você sabia que a utilização de jogos e brincadeiras podem ser
ferramentas muito úteis na educação inclusiva? Muito mais do que
apenas uma forma de entretenimentos, os games e as brincadeiras são
fundamentais para o desenvolvimento de uma criança. O Instituto
Rodrigo Mendes, que busca apoiar redes de ensino nos atendimentos
de estudantes com de ciência em escolas comuns, traz em seu site um
relato de mais de 15 registros de brincadeiras inclusivas.
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REFLITA
“A educação inclusiva só começa com uma radical reforma da escola,
com a mudança do sistema existente e repensando-se inteiramente o
currículo, para se alcançar as necessidades de todas as crianças”.
A arte pode ser discutida através de produções artísticas visuais por meio de
desenhos, pinturas, gravuras, colagem, esculturas, instalações, cinema, vídeos e
outros meios. Sendo assim é papel do professor planejar, organizar, e identi car os
diversos conteúdos, bem como as maneiras deles sem melhor trabalhados em sala
de aula. Assim, o docente não pode simplesmente transmitir o conteúdo, de forma
automática e passiva, mas é preciso envolver e desenvolver o aluno em seu universo
de aprendizagem.
A arte como componente curricular centra-se nas seguintes linguagens: Artes visuais
dança, música e teatro. Sendo que estes elementos fundamentam processos
pedagógicos voltados para as práticas de leitura, produção e construção de formas
artísticas, pensamentos e emoções, entre outros.
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Unidade 4
Ensino de Arte na
Construção do
Conhecimento e a
Especi cidade das
Linguagens Teatral,
Musical e Estética
AUTORIA
Daislene Rodrighero de Carvalho
Introdução
Olá aluno (a),
Até aqui buscamos compreender a evolução histórica da arte ao longo dos anos,
seus pressupostos e objetivos gerais da arte, bem como os conteúdos da arte nos
distintos níveis educacionais. Agora chegou o momento de avaliar a arte na
construção do conhecimento.
Para tanto, no primeiro momento desta seção vamos veri car como o planejamento
no ensino da arte é assimilado neste processo, investigando como ocorre esta
organização. Discutiremos na sequência, a arte e interdisciplinaridade, isto é, a
relação da arte com várias outras disciplinas ou áreas de conhecimento. Além disso,
descobriremos como a arte é desenvolvida nas artes visuais, na música, na dança e
no teatro, trazendo uma riqueza de possibilidades e ações.
Você verá ao m desta unidade como a arte tem papel de destaque no contexto
escolar, isto trará oportunidades para re exões sobre como a arte pode ser uma
ferramenta poderosa no ensino, sendo um instrumento muito produtivo na
construção do conhecimento.
Tenho certeza que conhecer estes aspectos sobre a arte será muito interessante.
Boa leitura!
O Planejamento no Ensino
de Arte
AUTORIA
Daislene Rodrighero de Carvalho
Vamos re etir com as sábias palavras do lósofo, escritor e do artista Rubens Alves:
“Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas. Escolas que são
gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do voo.
Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu
dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm
um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o
voo. ”(Rubem Alves).
Com tem sido nossas escolas? Essas gaiolas, que fazem os pássaros desaprender o
voo? Pense nisso, aluno, pois você, como futuro docente ou educador em exercício
da gaiola. Mas, dependendo de sua prática pedagógica e de seu compromisso com
a arte-educação, também pode fazer parte dessa decolagem e voo.
Para Porto (2016), é importante que o professor responsável pela disciplina de artes
visuais na escola considere em seu plano pedagógico uma ampla variedade de
descrição especialmente ao trocar experiências com seus alunos.
Falando um pouco sobre projeto, você sabe o que é um projeto ou signi ca projeto?
O signi cado de projeto, para muitas pessoas, tem a relação com algo complicado,
voltado para a área de contas e engenharias, englobando assim cálculos entre
outros. Porém se você estiver pensando assim, calma! Pois, não se trata exatamente
desse projeto ao qual descrevi. O projeto que estamos falando se trata de projeto,
plano, ideias.
Um projeto tem o signi cado e a mesma nalidade que o plano, ou até mesmo uma
ideia e planejar, assim se tratando de organizar suas ideias e planejar, descrever seu
passo a passo. Portanto podemos concordar com Machado (2000, p. 57), “[...] a ideia
de um projeto está presente em contextos muito mais abrangentes, muitos
técnicos, muito mais pessoas, dizendo respeito a praticamente todas as ações
características do modo de ser humano”.
O início de um projeto deve envolver ideias, um plano, algo que você deseja ensinar,
realizar. Com essa ideia em mente, é preciso planejar os meios para serem
desenvolvidos e executá-las. É sobre esse planejamento que Machado (2000, p. 65),
nos orienta que:
Assim como é importante discernir o que vem antes dos projetos,
também o é reconhecer a necessidade de associá-los com
procedimentos que visem a implementação das ações em busca de
metas antecipadas, bem como de provê-los de instrumentos de
avaliação e de trajetória emergentes, em busca de novas metas. A
realização do que se projeta exige certo nível de organização, de
planejamento da ações. Não bastam a vontade e o improviso. É preciso
estabelecer metas intermediárias, articular objetivos parciais,
eventualmente em certo encadeamento, conceder indicadores
relativos ao cumprimento das metas. (MACHADO, 2000, p. 65).
Demos início a nossa discussão a rmando que um projeto precisa ser planejado,
com antecedência, pois é função do professor planejar. Para elaborarmos um
projeto, precisamos de um tema e de metas, ou de objetivos a serem alcançados
através de estudos e de desenvolvimentos desse tema. Para tanto, uma forma para
se estruturar é por meio da pedagogia crítica.
Vamos falar um pouco sobre pedagogia crítica, está você já ouviu falar? Caso nunca
tenha ouvido falar, não se preocupe. Abordarei de uma forma breve.
Isso implica em assumir uma nova postura diante do ensino de arte. Implica em
trabalhar diversas obras e artistas de forma contextualizada, ou seja, em evidenciar
para os alunos que os conteúdos da arte se comunicam e possuem diversas
dimensões (cientí cas, históricas, econômicas, políticas etc.) que devem ser
ensinadas e explicadas no processo de aprendizagem.
AUTORIA
Daislene Rodrighero de Carvalho
Podemos dizer que arte e a interdisciplinaridade estão sempre em um processo de
transformação.
Para Bamonte (2007), a arte está sempre em transformação, porém re ete o tempo
no qual foi inserida. Desse modo, o pensamento que for construído nesse tempo
pode contribuir para que compreendamos as produções artísticas, considerando
sua origem nas diversas áreas do saber e re etindo o mundo, como forma de
produção humana integrada e não isolada.
A arte é englobada em vários conteúdos e aspectos, não cando assim presa apenas
em uma área. A escola e o professor devem buscar a melhor maneira de desenvolver
este conteúdo com o aluno, apresentando a ele uma maneira onde podemos ver o
lado que re ete manifestações sociais, culturais, entre outras, mostrando como
pensar e agir.
Para Rizolli (2007), a criação artística acaba sendo uma multitarefa, pois o artista
passa por desa os contínuos que envolvem o criar e a articulação do conhecimento.
É essencial que o professor compreenda a importância deste pensar, que ele traga a
interdisciplinaridade para dentro da sala de aula, assim apresentando os saberes e
relacionando a vivência e contexto em geral e ao seu redor.
Artes Visuais, Música,
Dança e Teatro Segundo os
Parâmetros Curriculares
Nacionais
AUTORIA
Daislene Rodrighero de Carvalho
A arte como um processo didático possui múltiplas dimensões de ensino, e pode ser
representada e desenvolvida por diversas formas, as quais, segundo Lippe (2016),
destacam-se as: artes visuais; dança; música; e do teatro. Estas linguagens artísticas
remetem às maneiras de se praticar a criação, leitura, produção, construção e
re exão sobre as formas artísticas (BNCC, 2019).
Artes visuais
As artes visuais estão intimamente relacionadas com a expressividade e à emoção.
Para melhor compreendê-las, vamos primeiramente veri car a de nição
compreendida pela BNCC (2019, p. 195):
Vemos que as artes visuais possuem diversas possibilidades para que os alunos
explorem distintas maneiras de ações para visualizar, dialogar, e conhecer outros
espaços artísticos, bem como maneiras expressivas de arte.
Neste contexto de ampla atividade, Porto (2014) destaca, dentro das artes visuais,
duas manifestações: desenho e pintura.
O desenho, apesar de ser uma das formas mais básicas das artes visuais e estar
presente muitas vezes no cotidiano das crianças mesmo antes de se ingressarem na
escola, pode ser uma boa maneira de trazer a relação entre o signi cado e o
signi cante para o ensino da arte. O desenho pode estimular a expressão, a
proporção, concepção e outros elementos de perspectiva no ato de se ensinar arte.
Neste contexto, Lippe (2016) ressalta que as artes visuais podem ser trabalhadas
muito além das formas tradicionais, como a pintura, gravura, e escultura, mas
também podem englobar maneiras renovadas, como a fotogra a, as artes grá cas,
a televisão e mesmo a computação, todas elas com destaque à expressão e à
comunicação.
Nesta abordagem mais atualizada das artes visuais, um das linguagens que
podemos abordar é o cinema. Porto (2014, p. 118) destaca sobre o cinema: “A
chamada ‘sétima arte’ possui uma linguagem própria e compatível com a
velocidade em que vive o homem contemporâneo. O laço que liga o cinema à vida
real é forte, servindo como grande representação dos sentimentos e anseios da
sociedade atual”.
Diante disso, vemos como é vasto o campo de atuação dos professores para com as
artes visuais, bem como compreendido por Porto (2014, p. 75): “É importante que o
professor responsável pela disciplina de artes visuais na escola considere em seu
plano pedagógico essa ampla variedade de criações, especialmente ao trocar
experiências com seus alunos”. Além disso, a autora ainda destaca a necessidade do
professor se manter atualizado com relação à estas vertentes da arte renovando os
materiais, técnicas e forma de expressão, bem como possibilitar o acesso destes
conhecimentos aos alunos de maneira teórica e, principalmente, prática.
Lippe (2016, p. 39), com apoio nos parâmetros curriculares nacionais, destaca alguns
objetivos da arte visual da educação:
• Observação, estudo e compreensão de diferentes obras de artes
visuais, artistas e movimentos artísticos produzidos em diversas
culturas (regional, nacional e internacional) e em diversos tempos da
história;
• Reconhecimento da importância das artes visuais na sociedade e na
vida dos indivíduos;
• Identi cação de produtores em artes visuais como agentes sociais de
diferentes épocas e culturas: aspectos das vidas e alguns produtos
artísticos;
• Pesquisas e frequência junto das fontes vivas (artistas) e obras para
reconhecimento e re exão sobre a arte presente no entorno;
• Contato frequente, leitura e discussão de textos simples, imagens e
informações orais sobre artistas, suas biogra as e suas produções;
Entre outros. (LIPPE, 2016, p. 39).
Vemos, diante destes objetivos, que a arte tem uma grande dimensão de atuação.
Dança
A dança consiste em uma atividade corporal e de movimentação que traz como
característica principal no ensino da arte o desenvolvimento motor, além de ações
como autonomia, responsabilidade e sensibilidade (LIPPE, 2016). Nesta
compreensão, é importante avaliar uma conceituação desta linguagem artística:
Em sua compreensão sobre a dança, Ferreira (2011) destaca que a arte pode ser
considerada uma das expressões artísticas mais antiga, considerando que o homem
primitivo utilizava da dança para expressão algumas representações, como buscar
proteção dos deuses ou para por ser grato pelo sucesso em uma caçada ou ainda
simplesmente para expressar alegria. A autora ressalta ainda que “Dançar é algo
instintivo, espontâneo e uma forma de se comunicar até com a divindade, como, por
exemplo, com o candomblé, onde a dança faz parte do ritual sagrado” (2011, p.105).
Diante disso, vemos a dança como uma experiência física, que pode utilizar a
movimentação de maneira criativa como forma de expressão, na qual os alunos
podem realizar percepções do corpo e da dança. A arte da dança exercita corpo e
alma, pode trazer um comportamento positivo nos alunos, sendo de grande
contribuição no processo de ensino e aprendizagem.
Música
A música pode ser compreendida como uma expressão que sempre esteve
associada com as tradições e culturas de cada época. Uma compreensão da música
como linguagem artística é:
Ferreira (2011) nos indica que a música e suas expressões musicais compreende uma
metodologia de ensino com grande poder de desenvolvimento para a criança e
também do adolescente, pois proporciona acuidade auditiva e visual, além de
fomentar a memória e atenção. A música favorece a expressão das emoções,
comunicação, sensações, pensamentos e outras formas dos processos de cognição.
Como objetivos da música no processo de ensino da arte, Lippe (2016, p. 44, apud
BRASIL, 1997), seguindo os parâmetros curriculares nacionais, destaca:
Teatro
O teatro é um instrumento de ensino que desenvolve a comunicação e a expressão
corporal, trazendo simulações da realidade, situações do cotidiano a serem
encenadas, nas quais o aluno vivencia o meio em que está inserido e compreende
melhor as interações sociais (LIPPE, 2016).
Ainda para uma melhor compreensão do ensino da arte, é válido destacar que “O
teatro é uma arte complexa, que reúne diversos tipos de atividades expressivas e
artísticas e engloba toda a potencialidade do homem em termos de corpo, fala e
gesto” (PORTO, 2014, p. 95). Observamos, desta forma, um estímulo à criatividade e
expressividade das crianças e adolescentes, por meio da dramatização.
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REFLITA
“A ciência descreve as coisas como são; a arte, como são sentidas, como
se sente que são”.
Fernando Pessoa.
Conclusão - Unidade 4
Chegamos ao nal de maisuma unidade, está ao qual abordou diversos temas, que
podem ser trabalhadose apresentados em sala de aula, juntamente com seu projeto
pedagógico, podendoassim dizer e compreender que:
A arte é englobada emvários conteúdos e aspectos, não cando assim presa apenas
em uma área. Aescola e o professor devem buscar a melhor maneira de desenvolver
este conteúdocom o aluno, apresentando a ele uma maneira onde podemos ver o
lado que re etemanifestações sociais, culturais, entre outras, mostrando como pensar
e agir.
E por m osigni cado de projeto, para muitas pessoas, tem a relação com algo
complicado,voltado para a área de contas e engenharias, englobando assim cálculos
entreoutros. Porém se você estiver pensando assim, calma! Pois, não se
trataexatamente desse projeto ao qual descrevi. O projeto que estamos falando
setrata de projeto, plano, ideias.
O ensino de arte temuma função muito signi cativa na educação
contemporânea. Além do conhecimentoespecí co das linguagens
artísticas, a disciplina é um meio de reconhecimentode identidades e de
alteridades: o sujeito, as trocas entre as culturas, ooutro, o professor, o
aluno, o cidadão. O ato de ensinar e aprender artecon gura-se no pensar
sobre as coisas: transforma os sujeitos envolvidos nessaação em
intérpretes do mundo.
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Considerações Finais
Prezado(a) aluno(a),
Neste material, busquei trazer para você o contexto da arte na educação, onde
ocorreram algumas alterações de normas e leis no decorrer desse período. Para
tanto abordamos as de nições teóricas e, neste aspecto acreditamos que tenha
cado claro para você o quanto é essencial o conhecimento pela arte.
Destacamos também importância histórica de como a arte surgiu e como ela foi
acontecendo em seu desenrolar, desde seus antepassados aos tempos atuais,
ressaltando de forma breve sua história e curiosidades.
A partir de agora acreditamos que você já está preparado para seguir em frente
desenvolvendo ainda mais suas habilidades para criar e desenvolver seu
conhecimento em sala de aula.