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Guia Ilustrado de História da Arte

Este Guia Ilustrado de História da Arte foi minuciosamente delineado para aqueles que
desejam iniciar-se no maravilhoso universo da História da Arte e que não possuem
muito tempo nem repertório na área. Portanto, foi concebido e configurado com o intuito
de oferecer a esses interessados uma breve e instantânea introdução aos principais
períodos e movimentos da História da Arte, os quais se encontram nas páginas abaixo.

Para aqueles que, depois de conhecerem este Guia, desejarem se aprofundar mais
nos conhecimentos na Arte, o Programa de História da Arte Online disponibiliza um
curso completo, vastamente ilustrado, apresentando detalhes do contexto histórico,
social e técnico de cada período, desde a Pré-História, Egito, Grécia, Roma, Bizantino,
Gótico, Renascimento até o Impressionismo, do Cubismo, Dadaísmo, Surrealismo até
a arte Contemporânea com a Pop Art, Minimalismo Happenings, Instalações e Graffiti.
Aprofunde-se mais através do link www.historiadaarteonline.com.br/cursocompleto

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Guia ilustrado de História da Arte
Apresentação

Considera-se a História da Arte como uma ciência multidisciplinar que observa e


analisa objetivamente a arte através do tempo e de seus agentes mais relevantes,
agrupando-os em categorias sob a perspectiva dos seus distintos valores culturais.

História da Arte seleciona atividades ou produtos realizados pelo Homem com


propósito estético ou comunicativo, enquanto expressão de ideias, emoções e/ou
maneiras de ver o mundo.

Adotando essa tese como premissa, o Programa História da Arte Online apresenta
e oferece esta coletânea de conceitos dos principais períodos e movimentos artísticos
ao longo de toda história da humanidade, da Pré-História até a Arte Contemporânea.

Esta abrangente compilação tem o objetivo de tornar-se um recurso facilitador na


condução do iniciante no universo da arte. Pretende também estimular seu desejo de
aprofundar-se cada vez mais neste mundo maravilhoso da arte.

O estudo teórico da criação humana no âmbito da expressão artística, o qual constitui


a essência da História da Arte, é tão necessário para sua compreensão quanto a
experiência direta com sua iconografia, isto é, com o conjunto de obras visuais que
compõem essa produção.

Por isso, é muito importante estudar a teoria, mas é imprescindível também que o
estudante de História da Arte busque experiências sensíveis diretas com as próprias
obras de arte, seja in loco, visitando museus e galerias, ou ainda buscando em sites
especializados de boa reputação.

Esta compilação, composta por breves conceitos sobre cada um dos principais
períodos e movimentos artísticos, além de algumas fontes bibliográficas virtuais
esporádicas, usou como fonte bibliográfica fundamental uma das mais respeitadas
enciclopédias virtuais sobre arte e cultura disponíveis na língua portuguesa, a
Enciclopédia Itaú Cultural de Artes Visuais, a qual tem se destacado como referência
que reúne desde conceitos e termos técnicos específicos até biografia de artistas
relevantes do cenário artístico.

Bons estudos,

Prof. Dante Velloni

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Breve currículo do professor Dante Velloni

Dante Velloni é graduado pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo, fez Mestrado na
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo – USP-SP e frequentou o curso de Doutorado na
Escola de Comunicações e Arte – USP-SP.

Como professor, Dante Velloni já ocupou a docência na Faculdade de Belas Artes de São
Paulo, na Universidade Federal de Uberlândia, na Fundação Armando Alvarez Penteado e
na Universidade de Ribeirão Preto.

Como artista plástico, Dante Velloni é pintor, desenhista, gravador, escultor e artista
multimídia, participou, desde o início de sua carreira, de mostras coletivas e salões, nos
quais recebeu vários prêmios, a exemplo do Prêmio Pirelli realizado no MASP.

Realizou várias Intervenções, sendo que estas lhe renderam citação no verbete do
conceito “Intervenção” da Enciclopédia Itaú Cultural de Artes Visuais encontrada no site:
http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo8882/intervencao.

Junto com o artista Paulo Bruscky, nos anos 80, realizou happenings em out-doors pelas
ruas da cidade de Recife, além de produzir Video-Art, entre os quais o primeiro vídeo-arte a
participar de um Salão de Arte em todo o Brasil.

Em 2002, realizou uma pintura à óleo sobre tela monumental medindo 5,0 x 10,0 metros
para o Hospital da Universidade de Ribeirão Preto, onde está em exposição permanente.

Nas últimas décadas, Dante Velloni realizou exposições individuais nacionais e


internacionais em diversas galerias e museus, tais como na Galeria da Embaixada do Brasil
em Roma; Galleria d’Arte Cardano de Pavia - Itália; Centro Cultural Infraero de São Paulo;
Galeria Casa do Brasil de Madrid; Museu de Arte Contemporânea de Uberlândia – MG;
Galleria degli Eventi dell`IBRIT de Milão; Galeria do Museu de Arte Brasileira-FAAP-RP;
Galeria Marcantonio Vilaça de Bruxelas e KA Gallery de Barcelona entre outras.

Recentemente, Dante Velloni teve seu portfólio publicado pela revista francesa L'Oeil de la
Photographie e uma de suas obras foi selecionada para ilustrar o Editorial.
https://loeildelaphotographie.com/en/dante-velloni-les-fleurs-du-mal/

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Caverna de Altamira - Bisão – c.15.000 – aprox. 195 cm

Arte Rupestre
Do francês rupestre, o termo designa gravação, traçado e pintura sobre suporte rochoso,
qualquer que seja a técnica empregada. Considerada a expressão artística mais antiga da
humanidade, a arte rupestre é realizada em cavernas, grutas ou ao ar livre.

As primeiras manifestações artísticas durante o Paleolítico dão-se por volta de 25.000 a.C.,
quando o homem era ainda caçador-coletor, habitando cavernas. Estes primeiros vestígios
são geralmente ferramentas em pedra (sílex e obsidiana), madeira ou osso, e pinturas de
animais nas paredes das cavernas.

A escultura era composta por pequenos entalhes em pedra e osso, presentes nas regiões
da Espanha e França, como nas cavernas de Altamira ou Lascaux e eram figuras femininas
provavelmente usadas em cultos de fertilidade, como a Vénus de Willendorf.

Durante o Neolítico (8.000-3.000 a.C.) o Homem se sedentariza e inicia a prática da


agricultura e pecuária rudimentares, ao mesmo tempo que se desenvolve a religião e
formas complexas de interação social. Nos sítios de arte rupestre da bacia mediterrânica
da península Ibérica, assim como no norte de África e na região do atual Zimbabué, foram
encontradas várias representações esquemáticas figurativas, próprias de um Homem mais
desenvolvido intelectualmente.

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Escrita cuneiforme suméria do rei Lugalanda, c. 2.370 a.C.

Arte Mesopotâmica
A arte mesopotâmica surgiu na região entre os rios Tigre e Eufrates, no que é atualmente
a Síria e o Iraque, território onde a partir do século IV a.C. coexistiram várias culturas, entre
as quais a Suméria, o Império Acádio, os Amoritas e os Caldeus. A arquitetura
mesopotâmica caracterizou-se pelo uso de tijolo e pela introdução de elementos
construtivos como o arco e a abóbada. São particularmente notáveis os Zigurates, templos
de grandes dimensões no formato de pirâmide de degraus, dos quais praticamente não
restam vestígios para além das suas bases. O túmulo era geralmente um corredor, com a
câmara funerária coberta por falsa cúpula.

Um dos maiores progressos deste período foi a invenção da escrita cuneiforme, criada
sobretudo a partir da necessidade de manter registos de natureza económica, comercial e
estabelecimento de Leis. A classe sacerdotal, a qual tinha como responsabilidade “aplacar
a ira dos deuses” e trazer a chuva, ficava isenta de quaisquer outras obrigações.

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Rainha Nefertiti, c. 1360 a.C.

Arte Egípcia

É no Antigo Egito que surge uma das primeiras grandes civilizações com obras de arte
elaboradas e complexas no período entre 3000 a.C. e a conquista do Egito por Alexandre,
o Grande, 323 d.C.

Os egípcios desenvolveram a escrita Hieroglífica e, como o faraó era considerado a


encarnação do próprio deus, tudo que os escribas registravam nos papiros tinha alguma
relação com o faraó, com os deuses ou com o morto.

A arte egípcia era intensamente religiosa e simbólica, na qual se deva especial importância
ao conceito religioso de imortalidade, sobretudo do faraó, para o qual se erguiam
monumentos funerários colossais, como as mastabas, as pirâmides e os hipogeus.

As pinturas eram representadas hierarquicamente, isto é, o faraó é maior que os súbditos


ou inimigos ao seu lado. Os egípcios pintavam a cabeça e os membros de perfil, enquanto
os ombros e olhos eram pintados de frente.

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Apolo de Belvedere - V a.C. - mármore, alt. 224 cm

Arte Grega
A arte da Grécia antiga compõe-se das manifestações artísticas e arquitetônicas daquela
cultura desde o século XI a.C. até o final do século I a.C.

Enquanto a arquitetura e escultura nos revelam sua religiosidade mitológica, a pintura e


artes cênicas nos contam sua história através de belas impressões de seu cotidiano.

A arte Grega divide-se em três principais períodos:


O período Arcaico, aprox. VIII a V a.C., é o primeiro momento de maturidade da arte grega.
O período Clássico, aprox. V e IV a.C., formação dos territórios Magna Grécia.
O período Helenístico, aprox. III a I a.C., seja pela proximidade da cultura romana.
Durante esses períodos da arte grega, foram adotados três sistemas formais: a ordem
dórica, a jônica e a coríntia que acabaram por influenciar também a arte romana que a
assimilaria na última fase da cultura grega.

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Coliseu, Roma - 80 d.C.

Roma antiga
A arte romana, marcada no período do século VIII antes de Cristo e se estendendo até o
século IV depois de Cristo, teve influencia direta da arte grega e a sua principal
manifestação nas construções e edificações arquitetônicas. A grande preocupação dos
romanos era com aspectos que se voltassem para a funcionalidade, utilidade e a própria
praticidade de suas obras.

A arte romana surgiu em meio às influências da cultura etrusca, que é caracterizada como
uma arte popular responsável por retratar os acontecimentos do dia a dia, assim como
pelas crenças da cultura grega. Um bom exemplo disso é a própria similaridade entre a
mitologia romana e grega.

A arte romana foi de grande importância para todo o mundo. Uma das áreas em que eles
foram mais expressivos foi na construção de templos, muralhas, anfiteatros, como o
Coliseu, construções que tinham como principal intuito tanto a funcionalidade e
entretenimento como também a expressão de magnitude no que diz respeito ao que foi a
civilização romana.

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Imperador Justiniano e Imperatriz Teodora


Mosaico bizantino da Basílica de San Vitale - Ravena, 547 d.C.

Arte Bizantina

Pode-se dizer que a arte bizantina exprime poder e riqueza, isso em virtude da chamada
“oficialização” do Cristianismo, pois até então, a arte cristã era simples e primitiva.

O objetivo primordial da arte bizantina era expressar o poder absoluto do Imperador, ser
considerado sagrado e, portanto, representava o próprio Deus na Terra.

As figuras bizantinas são sempre retratadas olhando de frente – como que encarando – o
observador da tela.

Figuras Sagradas ou Ícones: já as personagens tinham de ser representadas com


características do Imperador, tudo isso na tentativa de “santificar” essa figura do governo.

Mosaico: técnica que utiliza a colocação lado a lado de pedaços de pedras com diferentes
cores sobre uma superfície de argamassa ou gesso, tudo isso de acordo com um desenho
previamente determinado.

Os templos, as Basílicas Bizantinas, eram espaçosos e luxuosos. O principal exemplo


dessa manifestação é a “Catedral de Santa Sofia” em Istambul.

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Iluminura Germânica - c. 1200 d.C.

Arte Gótica
A arte gótica surgiu onde hoje se localiza a França, no século XII, e difundiu-se inicialmente
como um estilo arquitetônico para diversas localidades da Europa até o século XV. A arte
gótica é considerada como uma expressão do triunfo da Igreja Católica durante a Idade
Média.

Nela, as estruturas das construções são mais leves, formadas por vãos mais amplos, cujo
objetivo é conseguir uma maior luminosidade no interior das edificações, auxiliada pela
utilização de janelas delicadamente trabalhadas e de vitrais em forma de rosáceas.

O termo gótico, inicialmente, foi considerado um estilo artístico monstruoso e bárbaro


derivado dos bárbaros – godos.

Na pintura, a principal expressão foram as iluminuras, realizadas nos manuscritos


religiosos, e as pinturas do italiano Giotto di Bondone (1267-1337) com as quais ele
pretendia transmitir a ilusão de profundidade em uma superfície plana.

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Michelangelo – Pietà, 1513

Renascimento
O Renascimento foi um movimento artístico, intelectual e cultural que teve início no século
XV na Itália.

Foi com o declínio do sistema feudal e de diversas caraterísticas associadas ao período


medieval, que surgiu a Renascença, um período de efervescência cultural, artística e
científica que se espalhou pela Europa.

Diferentemente da arte medieval, o renascimento artístico esteve inspirado na antiguidade


clássica, ou seja, nas artes greco-romano e marcado pelo caráter humanista,

Uma das grandes contribuições à arte renascentista foi a perspectiva e a noção de


profundidade sobre o plano. Assim, a arte da renascença promoveu um outro olhar que
explorava o equilíbrio das formas e a busca da harmonia, fundamentadas na arte clássica.

Principais expoentes da arte renascentista: Leonardo da Vinci (1452-1519), Michelangelo


Buonarroti (1475-1564), Donatello di Niccoló (1368-1466), Sandro Boticcelli (1445-1510) e
Rafael Sanzio (1483-1520) entre outros.

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Caravaggio - A Incredulidade de São Thomas - 1601

Arte Barroca
Após o processo de Reformas Religiosas, ocorrido no século XVI, a Igreja Católica havia
perdido muito espaço e poder. A arte barroca surge neste contexto e expressa o conflito
entre a espiritualidade e teocentrismo da Idade Média com o racionalismo e
antropocentrismo do Renascimento.

A palavra “barroco” significa " pérola irregular" representava, de maneira pejorativa, a ideia
de irregularidade.

As obras de pintura e escultura deste período são rebuscadas, detalhistas e expressam as


emoções da vida e do ser humano, com formas descentralizadas, dinâmicas e em
movimento.

As esculturas barrocas mostram faces humanas marcadas pelas emoções, principalmente


o sofrimento. Os traços se contorcem, demonstrando um movimento exagerado.

Principais artistas do barroco: Velásquez, Caravaggio, Van Dyck, Rembrandt e Vermeer.

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Jean-Honore Fragonard - O Balanço, 1766

Rococó

Principal estilo de época do século XVIII europeu, o rococó se desenvolve como uma
sutilização à complexidade formal e aos excessos do barroco, apelando para a leveza,
graça e para os coloridos suaves.

O termo tem origem na palavra francesa rocaille - tipo comum de decoração de jardins do
século XVIII, com conchas e rochas.

O "estilo regência", marcado pelo rompimento com a rigidez arquitetônica do estilo Luís
XIV, com a introdução de curvas flexíveis e de linhas mais soltas e se desenvolve ligado à
ornamentação de interiores, preferencialmente articulado às artes decorativas e
ornamentais, boa parte delas consideradas menores, como o mobiliário, a tapeçaria, a
porcelana e a ourivesaria.

A vivacidade e alegria da vida cotidiana, além da frivolidade elegante da sociabilidade


cortesã francesa, exemplificam as telas de Boucher e de Fragonard.

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Jacques-Louis David - Napoleão Cruzando Saint-Bernard, 1800

Arte Neoclássica
O neoclassicismo foi um movimento artístico (pintura, literatura, escultura e arquitetura),
surgido na Europa por volta de 1750, durando até meados do século XIX. Este movimento
teve como objetivo principal resgatar os valores estéticos e culturais das civilizações da
Antiguidade Clássica (Grécia e Roma).

Heróis nacionais e seres da mitologia grega, por exemplo, foram temas recorrentes nas
pinturas e esculturas neoclássicas, as quais tiveram forte influência das ideias filosóficas
do iluminismo, especialmente ligadas à razão e aos ideais da Revolução Francesa.

Na pintura, o entusiasmo pela arte antiga, a recuperação do espírito heroico, a estética


greco-romana e a pureza estética, em contraste com os rebuscamentos dramaticidades
Barroco e do Rococó, foram muito explorados.

Na escultura, forte influência das formas clássicas do Renascimento os artistas


neoclássicos optaram pelo naturalismo metafórico expresso sobre o mármore.

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Eugène Delacroix - A Barca de Dante, 1822

Romantismo
Podemos definir o Romantismo como um período cultural, artístico e literário que se inicia
na Europa no final do século XVIII, espalhando-se pelo mundo até o final do século XIX,
tendo como berço Itália, Alemanha e Inglaterra, porém, na França.

As características principais deste período são: valorização das emoções, liberdade de


criação, amor platônico, temas religiosos, individualismo e nacionalismo. Este período foi
fortemente influenciado pelos ideais do iluminismo e pela liberdade conquistada na
Revolução Francesa.

Artistas, como Francisco Goya e Eugène Delacroix, pintavam temas que lhes tocavam a
alma sem necessariamente um compromisso com a realidade. Delacroix escreveu "...nem
sempre a pintura precisa de um tema".

Na literatura, William Blake e Goethe destacam-se como representantes.

Na música, Ludwig van Beethoven, Franz Schubert e Frédéric Chopin são os maiores
expoentes desse período.

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Honoré Daumier - A terceira classe, 1854

Realismo
O realismo foi um movimento artístico e cultural que se desenvolveu na segunda metade
do século XIX. A característica principal deste movimento foi a abordagem de temas sociais
e um tratamento objetivo da realidade do ser humano, pautados no forte caráter ideológico
e por uma linguagem de denúncia dos problemas sociais como, por exemplo, miséria,
pobreza e exploração entre outros. Dessa maneira, reagiram ao subjetivismo do
romantismo, manifestando-se principalmente na pintura, onde as obras retratavam cenas
do cotidiano das camadas mais pobres da sociedade.

Gustave Coubert produziu obras que chocaram o público pelo alto grau de realismo e pelos
temas sociais, assim como Daumier, Jean-François Millet e Édouard Manet.

Os romances realistas são de caráter social e psicológico, abordando temas polêmicos


para a sociedade da época. A Igreja Católica e a burguesia são criticadas, a exemplo da
obra Madame Bovary de Gustave Flaubert.

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Claude Monet - Impressão, Sol Nascente, 1872

Impressionismo
Impressionismo foi o termo usado para designar uma corrente pictórica que tem origem na
França, entre as décadas de 1860 e 1880, e constitui um momento inaugural da arte
moderna. A origem do nome remonta a um texto jornalístico que, inspirado na
tela Impressão, Sol Nascente, 1872, de Claude Monet (1840-1926), qualifica de Exposição
dos Impressionistas a primeira apresentação pública dos novos artistas.

Seus temas eram a observação da natureza e suas impressões pessoais imediatas.

A tinta não se mistura mais na paleta, mas sim na própria superfície da tela. Com o uso de
pinceladas fragmentadas e descontínuas, produziam efeitos inspirados pelas diferentes
atmosferas luminosas e sombras coloridas com cores complementares. Com isso,
alargaram o sentido de cores que se formam na retina do observador. A cor preta não era
usualmente adotada pelos pintores impressionistas pelo sentimento de ausência de luz.

Principais artistas impressionistas: Claude Monet, Edgar Degas, Édouard Manet, Camille
Pissarro, Alfred Sisley, Aguste Renoir, ...,

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Van Gogh – Autorretrato com Orelha Cortada , 1889

Pós-Impressionismo
O termo Pós-impressionismo se dirige ao trabalho de pintores que, entre 1880 e 1890,
exploram as possibilidades abertas pelo impressionismo, em direções muito variadas. A
noção é cunhada pelo crítico britânico Roger Eliot Fry quando da exposição Manet e os
pós-impressionistas, que incluía pinturas de Vincent van Gogh (1853-1890), Paul Cézanne
(1839-1906) e Paul Gauguin (1848-1903), considerados as figuras centrais da nova atitude
crítica em relação ao programa impressionista.

As linhas e cores de Gauguin parecem suaves diante do vigor expressivo dos coloridos de
Van Gogh.

A obra de Cézanne encontra-se na raiz do cubismo de Picasso e Braque. Gauguin, por sua
vez, influencia os nabis e o movimento simbolista. Finalmente, Van Gogh marca as
orientações expressionistas futuras.

Seurat e Paul Signac (1863-1935) rompem com as linhas mestras do impressionismo com
o chamado “pontilhismo”.

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Odilon Redon - Reflexão, c.1897

Simbolismo
Corrente artística espiritualista que floresce na França, nas décadas de 1880 e 1890, o
simbolismo encontra expressão nas mais variadas expressões artísticas, pensadas em
estreita relação umas com as outras. O objetivo último das diferentes modalidades
artísticas é a expressão da vida interior, da "alma das coisas", que a linguagem poética
permite alcançar.

Os princípios orientadores do simbolismo encontram suporte teórico nas formulações do


poeta Jean Moreás (1856-1910), autor do Manifesto do Simbolismo (1886), e no Tratado
do Verbo, escrito no mesmo ano por René Ghil (1862-1925). Nos termos de Moreás, a
arte deve ser pensada como fusão de elementos sensoriais e espirituais.

O simbolismo mobiliza um imaginário povoado de símbolos religiosos, de imagens tiradas


da natureza, de fantasias oníricas, de figuras femininas (tanto a ninfa quanto a "mulher
fatal"), dos temas da doença e da morte.

Gustave Moreau (1826-1898), Odilon Redon (1840-1916) são seus maiores expoentes.

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Alphonse Mucha - O Zodíaco,

Art Nouveau
Estilo artístico que se desenvolve entre 1890 e a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) na
Europa e nos Estados Unidos, espalhando-se para o resto do mundo, e que interessa mais
de perto às Artes Aplicadas: arquitetura, artes decorativas, design, artes gráficas, mobiliário
e outras. O termo tem origem na galeria parisiense L'Art Nouveau, aberta em 1895 pelo
comerciante de arte e colecionador Siegfried Bing.

Os novos materiais do mundo moderno são amplamente utilizados (o ferro, o vidro e o


cimento), assim como são valorizadas a lógica e a racionalidade das ciências e da
engenharia e dialoga mais decididamente com a produção industrial em série.

A fonte de inspiração primeira dos artistas é a natureza, as linhas sinuosas e assimétricas


das flores e animais, assim como a obra. O movimento da linha assume o primeiro plano
dos trabalhos, ditando os contornos das formas e o sentido da construção a exemplo das
obras de Alphonse Mucha (1860 - 1939) e Gustav Klimt (1862-1918).

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Henri Matisse - A Dança - 1910

Fauvismo
Ao contrário de outras vanguardas que povoam a cena europeia entre fins do século XIX
e a 1ª Guerra Mundial, o fauvismo não é uma escola com teorias, manifestos ou programa
definido. Para boa parte dos artistas que adere ao novo estilo expressivo - com forte
presença na França entre 1905 e 1907. Os fauvistas fazem sua primeira aparição pública
no Salão de Outono, em Paris, 1905 e representa sobretudo uma fase em suas obras.

As pincelas nítidas constroem espaços que são, antes de mais nada, zonas lisas,
iluminadas pelos vermelhos, azuis e alaranjados. Como afirma Matisse a respeito de A
Dança (1910): "para o céu um belo azul, o mais azul dos azuis, e o mesmo vale para o
verde da terra, para o vermelhão vibrante dos corpos".

Distantes do acento dramático e das figuras distorcidas, caros aos expressionistas, os


pintores franceses elegem a cor, a luz, os cenários decorativos e a expressão da alegria,
ao invés da dor e da angústia. Alegria de Viver, de Matisse, 1906, evidencia traços
essenciais da atitude estética fauvista.

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Max Beckmann - Deposição da cruz, 1917

Expressionismo
O termo expressionismo tem sentido histórico preciso ao designar uma tendência da arte
europeia moderna, enraizada em solo alemão, entre 1905 e 1914. A noção, empregada
pela primeira vez em 1911 na revista Der Sturm (A Tempestade), marca oposição
ao impressionismo francês e sua simultaneidade ao fauvismo francês.

A afirmação do expressionismo se dá com o grupo Die Brücke (A Ponte), criado em 1905


em Dresden, contemporâneo ao fauvismo francês, muitas vezes com gestos violentos,
através dos quais a imagem é criada com figuras distorcidas e crítica social da arte; as,
cores contrastantes e pinceladas vigorosas que rejeitam todo tipo de comedimento.

Ernst Ludwig Kirchner (1880-1938), Karl Schmidt-Rottluff (1884-1976), Max Beckmann


(1884-1950) e Emil Nolde (1867-1956).

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Pablo Picasso- Les demoiselles d'Avignon, 1907

Cubismo

Movimento artístico cuja origem remonta à Paris e a 1907, ano do célebre quadro de Pablo
Picasso, Les Demoiselles d'Avignon. Considerado um divisor de águas na história da arte
ocidental, o cubismo recusa a ideia de arte como imitação da natureza, afastando noções
como perspectiva e modelagem, assim como qualquer tipo de efeito ilusório.

Cubos, volumes e planos geométricos entrecortados reconstroem formas que se


apresentam, simultaneamente, em vários ângulos nas telas. O espaço do quadro rejeita
distinções entre figura e fundo e a noção de profundidade.

O cubismo se divide em duas grandes fases: cubismo analítico - preocupação


predominante com as pesquisas estruturais, por meio da decomposição dos objetos e do
estilhaçamento dos planos – e cubismo sintético - recortes de jornais, pedaços madeira,
cartas de baralho, caracteres tipográficos, entre outros - são agregados à superfície das
telas, dando origem às famosas colagens, amplamente utilizadas a partir de então.

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Umberto Boccioni - Formas Únicas em Continuidade no Espaço, 1913

Futurismo
O Manifesto Futurista, de autoria do poeta italiano Filippo Tommaso Marinetti (1876 - 1944),
é publicado em Paris em 1909. Nele, Marinetti declara a raiz italiana da nova estética: "...
queremos libertar esse país de sua fétida gangrena de professores, arqueólogos, cicerones
e antiquários".

As afinidades com o fascismo, vislumbradas pelo nacionalismo e pela exaltação do ímpeto


e da ação, se concretizam quando diversos membros do grupo aderem ao partido fascista.
Com isso, exaltam a máquina e a "beleza da velocidade", associadas ao elogio da técnica
e da ciência, tornando-se emblemática da nova atitude estética e política.

Umberto Boccioni (1882 - 1916), Carlo Carrà (1881 - 1966), Luigi Russolo (1885 - 1947),
Giacomo Balla (1871 - 1958) e Gino Severini (1883 - 1966) são parte dos principais artistas.

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Kazimir Malevich - Suprematismo, 1915

Suprematismo
Movimento russo de arte abstrata, o suprematismo surge por volta de 1913, mas sua
sistematização teórica data de 1925, do manifesto Do Cubismo ao Futurismo ao
Suprematismo: o Novo Realismo na Pintura, escrito por Kazimir Malevich (1878-1935) em
colaboração com o poeta Vladimir Maiakóvski (1894-1930), está diretamente ligado ao seu
às pesquisas formais levadas a cabo pelas vanguardas.

As obras suprematistas, vistas pela primeira vez na exposição coletiva A Última Exposição
de Quadros Futuristas 0.10 (Zero. Dez), realizada em dezembro de 1915, em São
Petesburgo, evidenciam a nova proposta pictórica: formas geométricas básicas - quadrado,
retângulo, círculo, cruz e triângulo - associadas a uma pequena gama de cores.

Trata-se de romper com a ideia de imitação da natureza, com as formas ilusionistas, com
a luz e cor naturalistas, experimentadas pelo impressionismo, e com qualquer referência
ao mundo objetivo que o cubismo, de certa, forma ainda alimentava.

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Vladimir Tatlin- Monumento à Terceira Internacional, 1920

Construtivismo
Para o construtivismo, a pintura e a escultura são pensadas como construções - e não
como representações -, guardando proximidade com a arquitetura em termos de materiais,
procedimentos e objetivos. O termo construtivismo liga-se diretamente ao movimento de
vanguarda russa e a um artigo do crítico N. Punin, de 1913, sobre os relevos
tridimensionais de Vladimir Tatlin (1885 - 1953).

A ideologia revolucionária e libertária que impregna as vanguardas em geral, adquire


feições concretas na Rússia, diante da revolução de 1917. A nova sociedade projetada no
contexto revolucionário mobiliza os artistas em torno de uma arte nova, que se coloca a
serviço da revolução e de produções concretas para a vida do povo.

Um exemplo é o Monumento à Terceira Internacional, de Vladimir Tatlin, de 1920.

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Piet Mondrian - Composição com amarelo azul e vermelho, 1937

Neoplasticismo
O termo liga-se diretamente às novas formulações plásticas de Piet Mondrian (1872-1944)
e Theo van Doesburg (1883-1931) e sua origem remete à revista De Stijl (O Estilo) criada
pelos dois artistas holandeses em 1917.

O movimento se organiza, segundo Van Doesburg, em torno da necessidade de "clareza,


certeza e ordem" e tem como propósito central encontrar uma nova forma de expressão
plástica, liberta de sugestões representativas e composta a partir de elementos mínimos:
a linha reta, o retângulo e as cores primárias - azul, vermelho e amarelo -, além do preto,
branco e cinza.

Apoiada no princípio básico da redução da expressão plástica à traços essenciais, a nova


plasticidade rejeita a ideia de arte como representação, abolindo o espaço pictórico
tridimensional. Rejeita ainda a linha curva, a modelagem e as texturas. A cor pura se projeta
no plano, encontrando seu oposto na não-cor, no cinza, no branco e no preto.

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Marcel Duchamp.- A fonte, 1917

Dadaísmo
Ao contrário de outras correntes artísticas, o dadaísmo apresenta-se como um movimento
de crítica cultural mais ampla, que interpela não somente as artes, mas modelos culturais
passados e presentes. Trata-se de um movimento radical de contestação de valores que
utiliza variados canais de expressão: revista, manifesto, exposição e outros.

A criação do Cabaré Voltaire, 1916, em Zurique, inaugura oficialmente o dadaísmo, onde


as manifestações dos grupos são intencionalmente desordenadas e pautadas pelo desejo
do choque e do escândalo, a exemplo de “A fonte” de Marcel Duchamp.

O clima mais amplo que abriga as várias manifestações Dada pode ser encontrado na
desilusão e ceticismo instaurados pela Primeira Guerra Mundial, 1914-1918, que alimenta
reações extremadas por parte dos artistas e intelectuais.

Francis Picabia, Tristan Tzara, Jean Arp, Marcel Duchamp e Man Ray são os protagonistas
do movimento.

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Salvador Dali - Leda Atômica, 1949

Surrealismo
O termo surrealismo, cunhado por André Breton, traz um sentido de afastamento da
realidade que o movimento surrealista celebra desde o primeiro manifesto, de 1924.

A importância do mundo onírico, do irracional e do inconsciente, anunciada no texto, se


relaciona diretamente ao uso livre que os artistas fazem da obra de Sigmund Freud e da
psicanálise, permitindo-lhes explorar nas artes o imaginário e os impulsos ocultos da
mente, tratados como “automatismo psíquico”.

Nos termos de Breton, o caráter anti-racionalista do surrealismo coloca-o em posição


diametralmente oposta das tendências construtivas e formalistas na arte que florescem na
Europa após a Primeira Guerra Mundial, 1914-1918.

Nas artes plásticas, René Magritte, Joán Miró, Max Ernst e Salvador Dalí.

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Jackson Pollock - Número 08 (detalhe), 1949

Expressionismo Abstrato
A noção de expressionismo abstrato, utilizada pela primeira vez em 1952 pelo crítico H.
Rosenberg, refere-se a um movimento artístico que tem lugar em Nova York, no período
imediatamente após a Segunda Guerra Mundial. Trata-se do primeiro estilo pictórico norte-
americano a obter reconhecimento internacional.

Diretamente associado ao expressionismo abstrato, Pollock e sua "pintura de ação" [action


painting] retira a tela do cavalete, colocando-a no solo, na qual a tinta é gotejada ou atirada
ao ritmo do gesto do artista, que gira sobre o quadro como manancial de forças, instintos
e metamorfoses.

A recusa dos estilos e técnicas artísticas tradicionais, assim como a postura crítica em
relação à sociedade e ao establishment americano, aproxima um grupo bastante
heterogêneo de pintores e escultores, entre os quais Jackson Pollock (1912 - 1956), Mark
Rothko (1903 - 1970), Willem de Kooning (1904 - 1997) e Ad Reinhardt (1913 – 1967).

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Andy Warhol, Marilyn , 1967

Pop Art
Na década de 1960, os artistas defendem uma arte popular (pop) que se comunique
diretamente com o público por meio de signos e símbolos retirados do imaginário que cerca
a cultura de massa e a vida cotidiana. Portanto, criam um movimento com atitude artística
contrária ao hermetismo da arte moderna e incorporam as histórias em quadrinhos, a
publicidade, as imagens televisivas e do cinema em suas obras,

Uma das primeiras imagens criadas daquilo que se chamaria de arte pop é a colagem de
Richard Hamilton (1922), “O que exatamente torna os lares de hoje tão diferentes, tão
atraentes? “, de 1956. Concebido como pôster e ilustração para o catálogo da
exposição This Is Tomorrow [Este é o amanhã] do Independent Group de Londres,

Os nomes de Andy Warhol (1928 - 1987), Roy Lichtenstein (1923 - 1997), Claes Oldenburg
(1929), James Rosenquist (1933) e Tom Wesselmann (1931 - 2004) são os principais
representantes da arte pop norte-americana.

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Dan Flavin – Verde cruz verde, (para Piet Mondrian), 1966

Minimalismo
O minimalismo se refere a uma tendência das artes visuais que ocorre no fim dos anos
1950 e início dos 1960 em Nova York incorporada às artes visuais em 1966, quando R.
Wollheim se refere à produção artística dos anos 1960 como concebida com base em
"conteúdos mínimos".

A minimal art recusa acentos ilusionistas e metafóricos. O objeto de arte, preferencialmente


localizado no terreno ambíguo entre pintura e escultura, não pretende expressar nenhum
significado.

Sua verdade está na realidade física com que se expõe aos olhos do observador, cujo
ponto de vista é fundamental para a apreensão da obra despida de efeitos decorativos e/ou
expressivos. Portanto, os trabalhos de arte, nessa concepção, são simplesmente objetos
materiais e não veículos portadores de ideias ou emoções.

Nomes de Dan Flavin (1933-1996), Carl Andre (1935) e Robert Morris (1931) aparecem
como os primeiros minimalistas.

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Joseph Kosuth - One and Three Chairs, 1965

Arte Conceitual
Para a arte conceitual, vanguarda surgida na Europa e nos Estados Unidos no fim da
década de 1960 e meados dos anos 1970, o conceito ou a atitude mental tem prioridade
em relação à aparência da obra. O termo arte conceitual foi usado pela primeira vez a partir
das atividades do Grupo Fluxus.

O mais importante para a arte conceitual são as ideias, enquanto a execução da obra fica
em segundo plano e tem pouca relevância para eles, logo, caso o projeto venha a ser
realizado, não há exigência de que a obra seja construída pelas mãos do artista. O que
importa é a invenção da obra, o conceito, que é elaborado antes de sua materialização.

Os trabalhos usam a fotografia, xerox, filmes ou vídeo como documento de ações e


processos, pois muitos deles não são preservados materialmente.

Joseph Kosuth, George Maciunas e Joseph Beuys são alguns nomes mais representantes.

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Marina Abramovic - The Artist is Present (Performance no Moma), 2010

Happening e Performance

O termo happening é criado no fim dos anos 1950 pelo americano Allan Kaprow (1927-
2006) para designar uma forma de arte que combina artes visuais e um teatro sui generis,
sem texto nem representação. Nos espetáculos, distintos materiais e elementos são
orquestrados de forma a aproximar o espectador, fazendo-o participar da cena proposta
pelo artista.

Trabalhos muito diferentes entre si, realizados entre 1960 e 1970, aparecem descritos
como performances, o que chama a atenção para as dificuldades de delimitar os contornos
específicos entre Happening e Performance.

O happening ocorre em tempo real, como o teatro e a ópera, mas recusa as convenções
artísticas. Não há enredo, apenas palavras sem sentido literal, assim como não há
separação entre o público e o espetáculo. Do mesmo modo, os "atores" não são
profissionais, mas pessoas comuns.

Marina Abramovic, John Cage, Georges Maciunas, Joseph Beuys e Yves Klein
representam bem essas tendências.

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Christo and Jeanne-Claude - Running Fence (cortina com 40 km de extensão), 1973

Intervenção
Como prática artística no espaço urbano, a intervenção pode ser considerada uma vertente
da arte urbana, ambiental ou pública, direcionada a interferir sobre uma dada situação para
promover alguma transformação ou reação, no plano físico, intelectual ou sensorial,
surgida quase sempre como contestação.

Diferentes trabalhos de arte podem ser qualificados como intervenção, não havendo uma
categorização única ou fronteiras rígidas que a separe da instalação, da land art,
interferência, site specific, performance, arte postal, arte xerox, interferências em imagens.
O que há é uma confluência entre as tendências que se encontram com os mesmos
objetivos na construção dessa arte.

Trabalhos de diferentes artistas, como Richard Long (1945), Christo (1935), Richard Serra
(1936) e Gordon Matta-Clark (1943-1978). No contexto brasileiro, trabalhos de artistas
como Flávio de Carvalho (1899-1973), Hélio Oiticica (1937-1980), Lygia Clark (1920-
1988), Cildo Meireles (1948), Artur Barrio (1945), Paulo Bruscky (1949), Grupo 3nós3
e Dante Velloni (1954), podem ser considerados precursores das intervenções.

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Keith Haring - mural em Pisa, Itália em 1989

Graffiti
As inscrições em muros, paredes e metrôs sem autoria definida, tomam Nova York, no
início da década de 1970. Em 1975, a exposição Artist's Space, nessa cidade, confere
caráter artístico a parte dessa produção, classificada como graffiti.

A palavra, do italiano graffito ou sgraffito que significa arranhado, rabiscado, é incorporada


ao inglês no plural graffiti, para designar uma arte urbana com forte sentido de intervenção
na cena pública, a qual usa o spray como ferramenta para a criação de imagens e símbolos
nos espaços da cidade.

O repertório dos artistas é composto de ícones do mundo da mídia, do cartum e da


publicidade, o que evidencia as afinidades do graffiti com a arte pop

Graffiti e pichação, apesar de partilharem um mesmo espírito transgressor, a pichação


aparece nos discursos críticos associada a uma produção essencialmente anônima, sem
elaboração formal e realizada, em geral, sem projeto nem conteúdo sólido.

Keith Haring (1958-1990) e Jean-Michel Basquiat (1960-1988) tornam-se referências das


primeiras experiências do graffiti.

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Bibliografia:

Fonte bibliográfica principal para a compilação: http://enciclopedia.itaucultural.org.br

Sugestão para consultas mais densas:


ARCHER, Michael. Arte Contemporânea: Uma História Concisa. São Paulo, M. Fontes, 2001
ARGAN, Giulio Carlo. Arte Moderna. São Paulo, Companhia das Letras. 1998
DANTO, Arthur. Após o Fim da Arte: arte contemporânea e os limites da história. Edusp, 2006
FUSCO, Renato de. História da Arte Contemporânea. Lisboa, Editorial Presença. 1988
GOMBRICH, H. História da Arte. Rio de Janeiro, Zahar Editores, 2013.
HAUSER, Arnold. História Social da Literatura e da Arte. São Paulo: Martins Fontes, 2000
JANSON, H.W.. A História da Arte. Lisboa, Fundação C. Goubenkian. 1996
WÖLFFLIN, H.. Conceitos fundamentais da História da Arte. S.P. Martins Fontes, 2000.

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John Constable - Stonehenge, 1835

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