Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
00
INICIAR
introdução
Introdução
Caro estudante, você já parou para pensar sobre o que é arte? Em uma
conversa informal, ao ouvirmos esta palavra, conseguimos entender o
contexto da mensagem, porém, definir o termo “arte” nos parece complicado
em um primeiro momento. Do mesmo modo, estética e cultura são conceitos
que apresentam igual complexidade. Em nossos estudos, iremos
primeiramente compreender como tais definições estão relacionadas.
Posteriormente, daremos início a nossa investigação sobre as manifestações
artísticas do ser humano. Neste sentido, estaremos contemplando desde as
primeiras representações imagéticas, a pintura rupestre, até a arte produzida
na Idade Média, relacionando as principais características da arte em cada um
dos períodos históricos.
Introdução à Arte, Cultura
e Estética
Caro estudante, você saberia conceituar o que é arte? Arte e estética são
sinônimos? A arte apresenta algum papel cultural? Antes de nos debruçarmos
sobre as expressões artísticas das mais diversas civilizações, precisamos
inicialmente realizar reflexões sobre arte, cultura e estética. Neste sentido,
iremos agora investigar os princípios gerais que regem tais temáticas.
O autor também destaca que o valor artístico atribuído a uma obra só passa a
ter relevância a partir do momento em que o observador atribui significado a
esta forma. Isso significa que uma obra de arte só se torna obra de arte
quando a consciência que a recebe a julga como tal.
Estilo
Outro importante conceito que visa uma abordagem objetiva e sistematizada
da história da arte é o estilo. A ideia de estilo é bastante natural para a nossa
cultura. Estamos habituados a analisar estilos de música, de roupas, de
decoração, mas afinal, o que significa estilo? Segundo Coli (2006), o estilo
consiste na recorrência de constantes formais no interior da obra de arte.
Este estilo pode ser imutável nas obras do artista, porém, na maior parte dos
casos o estilo se transforma ao longo dos anos conforme o artista evolui.
Segundo Coli (2006), na história da arte, algumas obras foram criadas por
artistas que se autodeclaravam pertencentes a determinado estilo, enquanto
outras só foram “catalogadas” dentro de um estilo muito tempo após a sua
execução.
Deste modo, a periodização da história da arte e os estilos artísticos devem
ser empregados de forma orientativa, nunca como um sistema rígido e
imutável. A arte é um produto cultural que se desenvolve de modo
inesperado e muitas vezes seu caráter imprevisível foge de nosso domínio
(COLI, 2006).
Pinturas Rupestres
Segundo Gombrich (1999), não é possível determinar com clareza quando a
arte começou e como foi dado o seu início enquanto linguagem. Os primeiros
registros encontrados de manifestações artísticas datam dos últimos estágios
do Paleolítico (5 milhões de anos a.C. até 10 mil anos a.C.) realizados pelo
homem primitivo. O termo “primitivo” não se refere a um juízo de valor, mas
sim ao conceito de primeiro, o mais próximo do estado em que um dado
momento emergiu a humanidade.
praticar
Vamos Praticar
Com o objetivo de sistematizar e ordenar seus estudos, o ser humano trabalha com
a periodização na análise da história da arte. Este instrumento consiste em dividir o
tempo em períodos. Apesar das diversas vantagens, a periodização também
apresenta desvantagens, como:
Arte Egípcia
A civilização egípcia, desenvolvida ao longo do Rio Nilo, foi a civilização antiga
que durou mais tempo, tendo início por volta de 3000 a.C. e declínio no século
IV d.C. Apesar deste longo intervalo temporal, iremos notar que a arte egípcia
se manteve constante, sem apresentar muitas inovações. Isso ocorre uma vez
que, para os egípcios, a arte pretendia ser útil, não se esperava que o artista
fosse um indivíduo criativo, mas sim uma pessoa capaz de seguir rígidos
métodos e técnicas (GOMBRICH, 1999).
Na cultura egípcia, o faraó era considerado o deus vivo na terra, seu poder
ilimitado era inquestionável. Para os egípcios, quando o faraó morria, ele
retornava aos deuses, de onde viera, por isso, técnicas de embalsamento e
enfaixamento foram desenvolvidas para preservar o corpo do faraó. As
manifestações artísticas do Antigo Egito estão em sua maioria associadas a
concepções espirituais e ao culto na vida após a morte.
As pinturas egípcias eram feitas nas paredes das construções, porém, sem um
caráter decorativo. Quando observamos uma pintura egípcia ela nos parece
estranha. É importante lembrarmos que os egípcios não trabalhavam com a
técnica da perspectiva, pois em suas representações o artista buscava
capturar o ângulo mais importante de cada cena e de cada objeto. As pessoas,
por exemplo, eram retratadas sob três vistas: o rosto inteiro, o perfil exato e a
verticalidade a partir de cima (GOMBRICH, 1999). No estudo da arte, tal
concepção ficou conhecida como lei da frontalidade.
saiba mais
Saiba mais
Entre as diversas civilizações do Mundo
Antigo, o povo egípcio é um daqueles que
mais desperta a nossa curiosidade. Além do
distanciamento geográfico, a cultura e o
modo de vida deste povo parecem bastante
distintos dos padrões que a sociedade
ocidental adotou. Para saber mais sobre a
arte egípcia, acesse:
ACESSAR
Arte Mesopotâmica
A Mesopotâmia, região onde atualmente se localiza o Iraque, no encontro
entre os rios Tigres e Eufrates, é apontada muitas vezes como o berço das
civilizações. Nesta região surgiram os povos sumérios, babilônicos e assírios.
A Mesopotâmia se configura por uma área sem pedreiras, o que irá
influenciar a arte produzida por estas civilizações.
Os assírios, por sua vez, se configuraram como uma das mais poderosas
potências militares do mundo antigo. A maior parte das descobertas
arqueológicas da Mesopotâmia data do período de 1000 a.C. e 500 a.C., época
que foi dominada pelo povo assírio. Através da análise de tais vestígios, é
possível identificar que a arte criada pelos assírios esteve relacionada ao
poder dos reis, conquistas militares e caçadas de leões, sendo estes temas
recorrentes. Na arquitetura, o templo deixa de ser a edificação principal e se
torna um anexo dos palácios.
Por volta de 653 a.C., o Império Assírio entra em declínio e a Babilônia volta a
ser o centro da Mesopotâmia. Esta civilização, agora denominada
Neobabilônicos, atingiu seu apogeu durante o comando de Nabucodonosor,
quando foram construídas diversas edificações públicas com tijolos cozidos e
esmaltados (JANSON; JANSON, 1996).
praticar
Vamos Praticar
As pinturas egípcias soam estranhas para a nossa cultura atual. Em suas obras, os
artistas representavam o rosto, as pernas e os pés de perfil, enquanto o tronco era
desenhado em vista frontal. Os egípcios faziam este tipo de representação, pois:
Arte Egeia
Na arte egeia, iremos analisar as produções artísticas elaboradas pelo povo
egeu, que abrange as civilizações que floresceram na região do mar Egeu
entre 3500 a.C e 1100 a.C. Segundo Crivelaro e Pinheiro (2014), os três povos
que surgiram neste cenário se encontravam divididos entre as Ilhas Cíclades e
Creta, e o continente grego.
O povo micenense, por sua vez, foi aquele que se desenvolveu no continente
grego. Segundo Crivelaro e Pinheiro (2014), a arquitetura micênica era
composta por palácios cercados por grandes muralhas em pedras. Nos outros
campos, a sua arte foi pouco expressiva, resumindo-se a cerâmicas e
armamentos em metais
Arte Grega
A cultura grega deixou um grande legado para as demais civilizações. Ainda
hoje as esculturas e obras arquitetônicas deste povo surpreendem, não
apenas pelo grau de perfeição, mas também pela sua elevada complexidade.
Segundo Gombrich (1999), por volta de 1000 a.C., tribos guerreiras vindas da
Europa penetraram na península da Grécia e ali se instalaram, combatendo
os antigos habitantes da região. Durante os primeiros séculos de seu domínio
sobre a Grécia, estas tribos, como dóricos e jônicos, produziram
manifestações artísticas rudes, rígidas e estáticas.
Os povos gregos eram unidos pela língua e pelas crenças religiosas, porém, a
sua organização política era realizada a partir de cidades-estados autônomas.
Entre elas, Antenas foi aquela que mais se destacou na história da arte, graças
à grande quantidade de obras produzidas (JANSON; JANSON, 1996).
A arte grega pode ser dividida em três principais momentos históricos: arcaico
(1100 a.C.-479 a.C.), período de “nascimento” da civilização grega; clássico (VI-
IV a.C.), momento de consolidação do estilo artístico; e helenístico (336 a.C.-30
a.C.), no qual a cultura grega se expandiu para territórios orientais.
Figura 1.4 - Vaso grego com narrativa pintada em vermelho sobre fundo
preto.
Fonte: Wikimedia Commons (2019).
Entre os principais monumentos arquitetônicos iremos encontrar templos,
como o Partenon em Atenas, teatros construídos em encostas, ginásios e
praças – as ágoras, locais para a discussão de diversos assuntos. Nas
construções gregas é possível notar a simetria e monumentalidade. Quando
pensamos em arquitetura grega, normalmente a associamos às ordens
gregas. Mas afinal, o que é uma ordem arquitetônica?
As ordens se configuram como um sistema arquitetônico com características
e linguagens próprias. Os elementos empregados em cada uma das ordens
eram padronizados, o que facilita a sua identificação. As ordens gregas se
diferenciavam principalmente pelas suas colunas:
Arte Romana
Segundo Crivelaro e Pinheiro (2014), as manifestações artísticas da Roma
Antiga podem ser divididas em dois períodos: a República (59 a.C.-27 a.C.) e o
Império (27 a.C.-476 d.C.). Os romanos tinham grande admiração pela arte
grega, e muitos dos artistas romanos tinham origem grega. Deste modo,
pintura e escultura romanas eram muitas vezes repetições e reinterpretações
de obras gregas. Uma das principais diferenças percebidas entre as obras
gregas e romanas é que, enquanto gregos representavam uma beleza ideal,
os romanos se preocupavam em criar representações fiéis ao real.
Foi durante a dinastia Han (246 a.C.-220 d.C.) que o budismo, vindo da Índia,
foi introduzido na China. Neste período surgiram as primeiras representações
da paisagem. A arte religiosa era utilizada tanto para narrar as lendas de Buda
quanto para criar estatutárias para os templos. O artista chinês dominava a
arte de representar o movimento, o fluido, o que pode ser percebido nas
pinturas realizadas em rolos de seda (GOMBRICH, 1999).
praticar
Vamos Praticar
Nos campos artísticos de pintura e escultura, a arte romana era muito semelhante à
arte grega. Porém, na arquitetura, a influência etrusca e o particular modo de vida
romano fizeram com que as construções seguissem por caminhos bastante
distintos. Considerando a afirmativa, assinale a alternativa correta.
A Arte Românica
Caro estudante, muita atenção, ao contrário do que possa parecer em um
primeiro momento, a arte Românica não está relacionada à arte Romana,
tratam-se de dois contextos históricos completamente distintos. A arte da
Roma Antiga não teve influência direta sobre a arte Românica.
Por volta do ano 1066, os normandos, povo viking escandinavo, instalaram-se
na Inglaterra e trouxeram com eles um novo estilo de construção. Este estilo
ficou conhecido como estilo Normando, na Inglaterra, e estilo Românico, no
restante da Europa (GOMBRICH, 1999).
A Arte Gótica
O estilo gótico surgiu por volta de 1150, nos arredores de Paris, na França. O
início deste estilo se deu no campo da arquitetura, e durante um século teve
papel dominante nesta categoria. Com o desenvolvimento de uma nova
técnica construtiva, que permitia abobadar uma igreja por meio de arcos
transversais, foi possível diminuir as espessas paredes empregadas na arte
românica (GOMBRICH, 1999).
Existiam poucas variações das plantas baixas das igrejas góticas. Estas
catedrais quase sempre foram concebidas em uma escala tão grandiosa que
muitas delas não foram concluídas exatamente como o projetado. A
arquitetura de tais igrejas apresentava como características o uso de pedra,
contrafortes externos à edificação, naves grandiosas, presença de arco ogival,
arcobotante e grandes vitrais e rosáceas coloridas (JANSON; JANSON, 1996).
A Itália, ao final do século XVIII, foi tomada por uma influência bizantina que
revolucionou a pintura gótica. Neste cenário, um de seus maiores
representantes foi Giotto di Bondone (1266-1337). Embora não usasse as
técnicas de perspectivas, Giotto redescobriu a arte de criar ilusão de
profundidade, e seu traçado possuía um caráter tridimensional (JANSON;
JANSON, 1996).
Durante o século XIV o gótico caminha para a sua fase denominada “Gótico
Internacional”. Para compreendermos as mudanças no campo artístico
precisamos primeiramente entender o contexto da sociedade desta época.
Neste período os nobres deixam de viver nos castelos para morar no conforto
e luxo das cidades. Deste modo, o gosto do século XIV deixa de ser a
monumentalidade e grandiosidade, e passa a ser o requinte.
praticar
Vamos Praticar
Na Idade Média a arquitetura ocupou-se, principalmente, da criação de igrejas e
catedrais. Apesar de apresentarem uma planta baixa e estrutura básica semelhante,
existem diversas diferenças entre as construções do estilo românico e do estilo
gótico, como:
LIVRO
Elizabeth
Ano: 1999
Comentário: O filme indicado retrata a história de
Elizabeth I. A narrativa, que se passa na Inglaterra, em
1554, ilustra o final da Idade Média, os conflitos
políticos e religiosos (católicos x protestantes) da época.
Ao assistir a obra sugerida, caro estudante, perceba
como se configurava a arquitetura, a decoração e as
vestimentas deste período. Para conhecer mais, assista
ao trailer.
TRAILER
conclusão
Conclusão
Caro estudante, através de nossas investigações, foi possível perceber que
arte, estética e cultura são conceitos relacionados. A arte, por si só, não define
uma categoria das coisas, mas sim um tipo de valor, que é resultado da
atividade mental e atividade operacional do ser humano. A partir destas
definições iniciais, analisamos as características da arte em diferentes
contextos históricos. Em nossas discussões, não nos aprofundamos em
artistas ou obras específicas. Inclusive, até a Idade Média o status de artista
era muito distinto daquele que existe em nossa sociedade atual. Nossos
estudos salientaram que a arte enquanto aparato cultural buscou atender a
diferentes objetivos desde o surgimento das primeiras civilizações até o final
da Idade Média.
referências
Referências
Bibliográficas
ARGAN, G. C.; FAGIOLO, M. Guia da História da Arte . 2. ed. Lisboa: Estampa,
1994.
IMPRIMIR