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ANTIGUIDADE CLÁSSICA OU OCIDENTAL (GRÉCIA E ROMA)

Introdução – Visão Geral


 Algumas contribuições: Política, Filosofia, Democracia, República, Direito
Romano e Filosofia.
 “O modo de produção escravista foi uma invenção decisiva do mundo greco-
romano.” Perry Anderson.
 Mar mediterrâneo - mar quase sem marés, no qual a navegação é dominada
pelas correntes e pelos ventos. Excetuando o período entre o outono e a primavera, o
mar é amigável e a navegação relativamente fácil. Nessa época, ponto importante, a
comunicação por mar é mais veloz que a por terra. Três penínsulas, a itálica, a
balcânica e a Anatólia (atual Turquia) avançam sobre o mar. Em várias regiões desse
mar há poucas chuvas e crises de produção; daí a “ conectividade” do mar ser
fundamental. A colonização e a escravidão, como se verá, também fomentaram essa
integração.

A GRÉCIA ANTIGA
Introdução – Visão Geral
 Cuidado com o anacronismo: não existia um país, Estado ou nação chamado
Grécia. Gregos eram os povos falavam a língua grega e possuíam uma cultura em
comum.
 Localização: Grécia atual, litoral do Mar Negro, costas da atual Turquia, na
Itália do sul e na Sicília oriental, na costa setentrional da África e no litoral
mediterrâneo da França: relevo montanhoso (favorece a ausência de unidade
política), litoral recortado (favorece o desenvolvimento do comércio marítimo) e
longos períodos de seca (necessidade de comércio).

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No mapa, Península
balcânica, ao centro,
sul da Itália, à
esquerda, e costa da
Turquia, à direita, onde
estavam a maioria das
poleis, embora também
encontremos gregos na
África e Península
Ibérica.

1. Período Pré-homérico (XX-XII a.C.) ou Pré-grego


“Civilizações do Bronze”
 Desde 4.500 a.C., havia, povoados diversos, chamados pelasgos ou pelágios.
entre 3.000 e 2.600 a.C, constituíam organizações monárquicas, economia agrícola,
cerâmica e metalurgia de bronze.
 Fortes contatos com mundo oriental: incorporação de técnicas, tecnologias e
construções, especialmente do Egito e da Mesopotâmia.

A. Civilização creto-micênica
 2 mil a.C.: Creta: características: uso de objetos de bronze; Monarquia
despótica, teocrática e palaciana, nos moldes egípcios Capital em Cnossos; Escrita é
o chamado Linear A, monopolizada por escribas e não decifrada; Talassocracia;
 Durante o apogeu de Creta, se dirigiram à Península Balcânica povos indo-
europeus, os gregos ou helenos -> aqueus , eólios e jônios.
 1.400 a.C.: Aqueus conquistam Creta e incorporam seus hábitos e costumes –>
Nasce, assim, a Civilização Creto-Micênica –> Características: governos
monárquicos (palacianos centralizados e burocráticos; Escrita chamada de Linear B,
monopolizada por escribas; conquista o comércio com o Mediterrâneo oriental .

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 Guerra de Troia: guerra entre gregos-aqueus e troianos descrita no poema
homérico, Ilíada (o nome deriva de Ílion VII, como era conhecida TROIA). Não há
comprovação de que ocorreu a guerra, embora haja fortes evidências de que Ílion VII
existiu.

B. Invasão dos dórios e o colapso das Civilizações do Bronze (aprox. 1200 a.C.): a
invasão dórica pode ser apenas mitológica, mas há, por motivos não esclarecidos, o
colapso da civilização creto-micênica, a desestruturação do comércio e consequente
ruralização econômica; tudo isso é chamado Primeira Diáspora Grega, ou seja, a
decadência das cidades e a dispersão populacional para as ilhas do mar Egeu e para
Ásia Menor. A partir desse momento, do ponto de vista político e econômico, o
mundo grego diferencia-se do mundo oriental.

2. Período Homérico (XII-VIII a.C.):


Fontes: Aedos (Bardos - Homero) - Ilíada e Odisseia (datam de VIII a.C.): Poesia Épica
-> mitologia + tradição oral + heróis
Características:
 Ruralização
 Metalurgia do ferro substitui o bronze;
 IX a.C. : adoção do alfabeto
 Produção de azeite e vinho (difusão da ânfora)
 Formação das comunidades gentílicas ou genos: comunidades de base
familiar (oikos), geralmente aristocrática (Aristoi = melhores, Kratia = governo),
controladas pelos donos de terra, os eupátridas (homens “bem nascidos”), dentre os
quais um rei (basileu), cujo poder, limitado, provinha da sabedoria, habilidade
guerreira e riqueza material1.

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 Ao longo do Período Homérico, usa-se cada vez mais o trabalho dos escravos 2,
que, entretanto ainda não constituíam a base da produção. Duas principais formas
de tornarem-se escravos = dívidas e guerras. Estes escravos serviam como
trabalhadores em obras públicas, trabalhos urbanos (podiam ser até perfumeiros,
professores ou médicos), domésticos ou na agricultura.

- Conflitos (stasis) entre os genos, culminando na formação da pólis


(sinesismo): genos → fátrias → tribos → pólis;

3. Período Arcaico (VIII-VI a.C.): período de formação da polis

 Formação da polis3 (originalidade grega!):

Leitura:
Entre os séculos VIII e VI a.C, ocorreu uma fundamental mudança na Grécia: os
gregos passaram de uma sociedade camponesa e guerreira para uma sociedade
centrada na pólis, fato que marca a passagem do período Homérico para o período
Arcaico. Como se formaram a cidades? A partir da união dos genos, processo
chamado pelos gregos sinesismo: as famílias se uniram em unidades maiores
chamadas fátrias, que, por sua vez, se uniram e formaram várias tribos. A junção
das tribos formou as primeiras pólis.
A pólis pode ser definida como um pequeno Estado que busca ser soberano,
isto é, autônomo politicamente (por isso a pólis é também uma cidade-estado,
embora nem toda cidade-estado seja uma pólis), que compreende , uma cidade, um
campo de cultivo ao redor e alguns povoados urbanos secundários. Essas cidades
independentes nunca se uniram num único país. A cidade era cercada por uma
muralha, para proteger os cidadãos de ameaça externa. Ao redor das muralhas
estão os campos, onde viviam os camponeses, maioria da população. Todo esse

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conjunto (cidade e campo, e não só a parte urbana! Cuidado!) constituía a pólis. A
população de uma cidade é submetida aos mesmos costumes fundamentais e
unida por um culto às mesmas divindades protetoras. A administração da pólis
era chamada de política. Viver nessa cidade é, para o grego, ser civilizado. Por isso
Aristóteles dizia que o homem é um animal político, isto é, que vive na pólis. Os
pensadores gregos, como Sócrates e Aristóteles, pensaram a melhor forma de se
organizar a pólis, examinando profundamente, pela primeira vez na história,
questões como a política, a desigualdade e a justiça.
Toda pólis tem um Conselho (geralmente formado por anciãos – chamado
Gerúsia em Esparta e Areópago em Atenas), uma Assembleia (na Ágora, na Grécia,
no Fórum, em Roma) de cidadãos e um Tribunal com funcionários (os
magistrados), eleitos, nomeados ou sorteados para tocar a ordem do dia a dia.
Enquanto a cidade oriental, egípcia ou mesopotâmica, era dominado por
uma burocracia e dependia de um poder centralizado (uma monarquia, um grupo
de guerreiros ou sacerdotes), a cidade ocidental era uma comuna de agricultores,
cidadãos independentes e proprietários privados. Enquanto a cidade medieval era
produtora, isto é, precisava de uma produção artesanal para sobreviver, a cidade
antiga era consumidora, isto é, vivia das rendas obtidas no campo.
Além disso, era preciso existir na Acrópole (parte alta da cidade), um templo
para os deuses (o Parthenon, em Atenas, o Panteão, no caso de Roma), na parte alta
da cidade, onde estavam os lugares sagrados e cívicos, o conselho de anciãos e os
templos dos deuses (em Atenas, por exemplo, está o Parthenon, que exalta os
deuses e o patriotismo). Não eram mais deuses de uma família aristocrática ou de
uma etnia, mas de uma pólis. Eram os deuses da comunidade como um todo. A
religião surgiu, assim, como um fator aglutinador das forças cooperativas da pólis.
Os templos da Sicília estão entre os mais belos e maiores que sobreviveram – lá
dominava a deusa Deméter, da agricultura, e sua filha Perséfone, esposa do deus
da morte e divindade do renascimento anual da vida. As grandes construções
greco-romanas são em pedra, herança do Oriente.

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Fundamental também era a Necrópole, local dos mortos. Assim a pólis pode
ser reconhecida por três construções: o lugar dos vivos, a Ágora, o lugar dos
mortos, a Necrópole, e o lugar dos deuses, a Acrópole (seria a praça, a igreja e o
cemitério de hoje).
Essencial também para a formação polis foi a difusão da moeda, inventada
no reino da Lídia e adotada pelos gregos: cada pólis possuía a própria moeda, com
a inscrição de seu deus, seus símbolos e produtos, afirmando a autonomia e
independência de sua cidade-estado. .
Outro fator fundamental para a formação das pólis foram as mudanças no
campo da guerra. Essas pólis eram, muitas vezes, rivais. Num mundo cidades-
estados rivais, a guerra era uma atividade não apenas corriqueira, mas essencial.
As virtudes masculinas eram a coragem, a força e a ousadia: Pólemos patér pantõn
(“a guerra é o pai de todas as coisas”), dizia Heráclito, filósofo grego. No período
arcaico surgiu uma nova forma de guerrear: não existia um “exército permanente”
(invenção romana), mas os próprios cidadãos pegavam em armas. A força bélica,
assim, era composta por uma infantaria bem armada, os chamados hoplitas, os
“soldados-cidadãos”, utilizando lança, espada, armadura com corpete, braçadeiras,
elmo fechado e largo escudo redondo. Tais soldados se equipavam com
armamento e armadura às suas próprias custas. Eles lutavam numa formação
chamada “falange hoplítica”, isto é, fechada, escudo ao lado de escudo, avançando
em passos iguais, ordenados numa série de fileiras. Lanças, na primeira linha da
Falange, protegiam o grupo. Numa falange, o escudo de cada um protege seu
vizinho, e um “furo” nela desestabiliza toda a formação. Essa nova formação do
exército foi chamada Revolução Hoplítica. As falanges se movimentavam como se
fosse um muro de escudos, ao som de flautas e coros. Importante: numa falange,
não havia lugar para heroísmos individuais, típicos dos períodos Homérico e Pré-
Homérico; a vida de cada um dependia de seu companheiro. A falange expressava
um novo ideal de vida: o importante era o destino do grupo como um todo, a mais
do que as vantagens e honras individuais. Com a revolução hoplítica, além do

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mais, a função militar deixa de ser um privilégio aristocrático e se estende aos
cidadãos.
O cidadão (polités) era todo aquele que tinha direitos políticos em sua
própria cidade. O estrangeiro grego livre, isto é, aquele advindo de outras cidades
da Grécia, era chamado meteco. Ele era obrigado a pagar taxas especiais ao Estado
e privado de direitos políticos, exercendo atividades artesanais e comerciais, que
os cidadãos desprezavam. Aristóteles, por exemplo, apesar de ser o maior
discípulo de Platão, não pode sucedê-lo porque não era ateniense.
Se os estrangeiros gregos eram desprezados, os estrangeiros “não gregos”
eram vistos como bárbaros, por não terem a mesma língua e cultura que os gregos,
sendo, por isso, passíveis de escravidão. Dessa forma, conceito de “bárbaro” foi
criado na Grécia Antiga para designar aqueles que viviam fora das pólis.
Posteriormente, em Roma, o termo foi utilizado para designar aqueles que não
estavam sob o domínio do Império Romano, não possuindo, também, a cultura que
os romanos possuíam. De fato, o grego se convence de que é um racional,
inteligente, ao contrário dos bárbaros, escravos de seus desejos, lascivos. O grego
vê a si mesmo como civilizado, uma vez que ele vive nas cidades e cuida da
política, e o oriental como bárbaro, pois se submeteram a tiranos que alegavam
serem deuses vivos.

- Problemas: advento da propriedade privada (em contraposição às terras do


Estado, no mundo oriental) + aumento demográfico = Colonização (ou Segunda
Diáspora grega): dispersão populacional para terras no Mediterrâneo ocidental, com
novas poleis

B. Esparta – Pólis de Licurgo

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- Fundada, de acordo com a tradição, pelos dórios na península do Peloponeso
(planície da Lacônia),
- Agrária, isolada e avessa ao luxo.
- Sociedade: espartanos (cidadãos, podendo participar da guerra e da política),
periecos (comerciantes e artesãos) e hilotas (servos ou “escravos do Estado”);

As terras e os hilotas eram propriedades do


Estado;
- Militarismo e surgimento do que
depois será chamado de Eugenia –
Laconismo
- As mulheres, diferentemente de
Atenas, tinha melhor posição social.
- Estrutura política (Licurgo):
Gerúsia (Conselho de anciãos), Diarquia (dois reis, um militar e outro religioso),
Eforato (5 prefeitos), e Ápela (assembleia de espartanos) -> Oligarquia (oligos =
poucos)
“Esparta foi um caso de ideal aristocrático levado ao conjunto de cidadãos, por
uma suposta plena igualdade. Após a dominação de outras populações, como os
habitantes do vale do Eurotas, ou o conjunto de messênios, nos séculos VII e Vi a.C.
(habitualmente conhecidos como hilotas), os habitantes de Esparta reorganizaram-
se de modo a repartir a exploração das populações conquistadas e domina-las
através de um treino específico para a guerra permanente.” 4
C. Atenas – Pólis de Clístenes
 Fundada pelos jônios no litoral da península Ática:
 Solo pouco fértil, comércio marítimo (azeite, vinho e cerâmica) no porto de
Pireu e consequente fortalecimento do grupo mercantil, os demiurgos; Atenas é
dependente da importação de trigo.

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 IX e VI a.C., Atenas viveu sob um regime aristocrático, com o poder na mão de
poucos senhores de terra, os eupátridas ( “bem nascidos”)
 VII-VI a.C.: Guerras Intestinas: Advento de uma disputa entre ricos e pobres
que motivou reformas políticas. O povo (chamados demos), empobrecido, exigia
redistribuição de terras, fim da escravidão por dívidas e participação nas decisões
políticas. A questão agrária é o problema central do período arcaico. A camada de
comerciantes de origem popular (chamados demiurgos) também exigiam
participação política. Os legisladores visavam amainar essas lutas sociais.

 Legisladores:
Drácon: organização e registro por escrito das leis anteriormente orais
Sólon: extingue a escravidão por dívidas, divide a sociedade de forma censitária
(por renda); note que, a partir de então, a guerra (para conseguir escravos) torna-se
fundamental.
 Tiranos:
Psístrato: com Lei Agrária, arruína aristocracia, tornando Atenas uma cidade de
pequenos proprietários, e não latifúndios, como será Roma. Construiu grandes
palácios religiosos e civis, para, ao mesmo tempo, empregar pessoas pobres e
solidificar o sentimento comunitário.
508 a.C.: Clístenes: “Pai da Democracia”
 Democracia direta (diferente da nossa, que é indireta), isto é, todos os cidadãos
podiam participar da Assembleia (Eclésia), localizada na praça pública (Ágora), e
discutir assuntos relativos à política, isto é, a administração da pólis. Como a
democracia é direta não há, como no Egito Antigo, uma estrutura burocrática entre o
Estado e os cidadãos.
 As decisões eram tomadas a partir do debate, da disputa, da persuasão e da
discussão. Jean Pierre Vernant compara o ideal da democracia ateniense a um
círculo, no qual todos são equidistantes do centro: todos os cidadãos, assim,

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poderiam expressar suas divergentes opiniões, na busca de um consenso, evitando
que o conflito entre os cidadãos torne-se um confronto de fato.
 Igualdade de direitos entre os cidadãos, independente da sua riqueza
(Isonomia), constituindo a justiça, a isegoria, isto é, o direito de falar na assembleia e
a isocracia, igualdade de acesso à cargos políticos;
 Excluídos do direito à cidadania ativa: as mulheres, as crianças, os metecos
(“estrangeiros”) e os escravos (guerra). Mulheres, metecos e crianças eram cidadãos
“passivos”, isto é, estavam submetidos às leis e, às vezes, possuíam propriedade, mas
não eram ativos na política.
 Criação da lei do ostracismo (exílio de dez anos);

Sócrates utilizava uma palavra para definir um problema da democracia:


demagogia, isto é, líderes manipuladores e inescrupulosos (“demagogos”)
utilizavam suas técnicas de oratória para ganhar votos das massas populares, que,
por sua vez, só viriam os benefícios imediatos. Esse argumento foi justificativa no
século XX para diversos golpes militares, que acabaram colocando pessoas ainda
mais inescrupulosas no poder. Tucídides, Sócrates, Platão, Isócrates e Xenofonte
eram todos aristocratas por convicção. O filósofo romano Políbio, por exemplo,
dizia que o povo ateniense se assemelhava a um “navio sem mestre.” A
democracia, sem dúvida, é um regime com problemas: mas, nos dias atuais, qual a
solução para eles, findar com a democracia ou aperfeiçoá-la? E como você acha
que poderíamos aperfeiçoá-la?

Note:
1) Democracia, filosofia, olimpíadas e escravidão, longe de serem excludentes,
são complementares na Grécia Antiga.
2) A premência do diálogo e do debate como fundante da democracia grega é
um dos fatos que contribui para a emergência da filosofia na região.

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Período Pré-Homérico Período pré-grego, no qual a civilização
balcânica possuía traços orientais
(teocracia). A partir das invasões dóricas, no
XII a.C., o mundo grego diferencia-se do
orientais.
Período Homérico Período em que os gregos vivem nos
campos, mas adquirem o alfabeto, o ferro,
dentre outros elementos fundamentais para
o futuro.
Período Arcaico Período de formação das polis,
caracterizado por conflitos sociais e pelo
surgimento da propriedade privada. Desses
conflitos, emerge, em 508 a.C., a democracia
ateniense.
Período Clássico Momento de apogeu das poleis gregas,
sobretudo após as Guerras Médicas. O
século V, século de Péricles, será o auge de
Atenas. O período acaba com as fratricidas
Guerras do Peloponeso.
Período Helenístico Período de decadência da autonomia
das poleis gregas, engolidas pelo império
macedônico, que impõe sua hegemonia
sobre várias regiões. Período também de
riqueza científica, centrada em Alexandria,
no Egito.

Para fixar, veja alguns contrastes entre o mundo grego a partir do período arcaico e o
mundo Oriental visto na última aula:

Mundo Oriental (Egito e Mundo da Polis grega


Mesopotâmia)
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Política decidida por deuses ou Política discutida à luz do dia, na praça
seus representantes, no interior de pública.
templos e palácios.
Escrita monopolizada por uma Alfabeto possibilita maior difusão do
camada de escribas. saber entre os homens livres.
Cidade submetida a uma Cidade autogerida pelos cidadãos
camada de burocratas, sacerdotes e livres, como uma comuna.
escribas.
Teatro, escultura, pintura e Desenvolvimento de uma arte e um
política sempre ligadas ao Estado ou pensamento mais livres do pensamento
à religião. mítico.
Propriedade Advento generalizado da propriedade
predominantemente estatal privada
Exércitos estatais Exércitos não eram profissionais, mas
compostos pelos próprios cidadãos
(hoplitas).
Servidão coletiva Cidadãos, livres, viviam da
escravização dos estrangeiros ou
endividados.

ESPARTA ATENAS
Solução para os conflitos sociais Solução para os conflito sociais é a
é o militarismo exacerbado. participação de todos cidadãos (homens
adultos livres atenienses) nos debates da
ágora
Oligarquia: Gerúsia possui maior Democracia: assembleia de cidadãos
controle sobre a pólis. (isegoria) possui maior controle sobre a
pólis.
Maior destaque para as Maior destaque para o comércio
atividades rurais dentro da pólis. dentro da pólis.
Lacônia, na península do Localiza-se na Ática, sudeste da
Peloponeso, num vale cercado por península grega central, formada
montanhas de difícil transposição. principalmente por jônios, possuindo um
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Ao contrário da maior parte da solo pouco fértil. Por isso, a importação de
Península Balcânica, as terras eram trigo e outros alimentos constituíam-se na
férteis, propícias à agricultura e boas principal “política econômica” ateniense.
pastagens.

Autoria: Daniel Gomes de Carvalho

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