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HISTÓRIA

6º ANO
GRÉCIA ANTIGA I
O território grego era dividido em Grécia peninsular, Grécia Continental, Grécia Insular e
Grécia Oriental. O litoral grego possui bastantes portos naturais, facilitando a navegação e
comércio marítimo. Suas terras eram pouco férteis, porém, os rios ajudavam na agricultura.
Temos duas fontes históricas da Grécia: as diretas e as indiretas. As diretas são os historiadores
seguintes: Heródoto, pai da História, que relatou os fatos das guerras médicas; Tucídides, que
continuou a história de Heródoto até a guerra do Peloponeso; Xenofonte, que levou a história de
Tucídides até a batalha de Mantinea (362 a.C.); Políbio; Plutarco; Deodoro da Sicília; Dionísio
de Helicarnasso; entre outros. As indiretas são oradores, retóricos, filósofos, gramáticos, poetas,
geógrafos, as inscrições, moedas, medalhas, obras de arte, etc.
Antepassados dos Gregos
Segunda a própria tradição, os primeiros gregos foram autóctones, isto é, nasceram em
seu próprio território, portanto não vieram de outras regiões. Porém, a origem do povo grego
está na migração de povos provenientes da Ásia e provavelmente da Europa. Entre os habitantes
mais antigos da Grécia estão os cretenses.
Quatro povos são considerados antepassados dos gregos clássicos (helênicos):
1. Os Aqueus; 3. Os Eólios;
2. Os Jônios; 4. Os Dórios.
As Migrações Helênicas
Os primeiros invasores da região grega foram os Aqueus, que formaram a Civilização
Micênica. Depois vieram os Jônios e os Eólios que se integraram a essa civilização. Os Dórios
permaneceram durante muito tempo na Europa Central, onde aprenderam o uso de armas de
ferro. Esse fato contribuiu para a dominação dórica sobre os aqueus.
Divisão da História da Grécia
Para facilitar o estudo sobre a História da Grécia, vamos dividi-la em cinco períodos:
1. Cretenses: XX a.C. a XV a.C. 4. Período arcaico: VIII a.C. a V a.C.
2. Micênicos (aqueus): XV a.C a XII a.C. 5. Período clássico: V a.C. a IV a.C.
3. Período homérico: XII a.C. a VIII a.C.
1) Cretenses
“Há uma terra, no meio do mar vinoso, tão bela quão rica, isolada nas ondas; é a terra de
Creta, com inumeráveis gentes e noventa cidades, ... entre as quais Cnossos, grande cidade
desse Rei Minos que o grande Zeus, de nove em nove anos, tomava como confidente”.
(HOMERO)
A civilização cretense se desenvolveu entre 2000 a.C. e 1400 a.C. Esta civilização deixou
um verdadeiro legado para a formação do futuro homem grego, o helênico.
Geografia da Ilha de Creta
Localização: Ilha de Creta, ao sul da Grécia continental.
Entre os três continentes (europeu, africano e asiático), Creta se tornou o ponto
obrigatório de parada para os comerciantes marítimos de todos os lugares. O interior da ilha
possuía vasta floresta e a agricultura era baseada em videiras, oliveiras, legumes e cereais.
A escrita cretense
Os cretenses desenvolveram a escrita hieroglífica A e B e a linear A e B. A linear A ainda
não possui decifração completa, porém, no século XX, graças a dedicação de um jovem
arquiteto chamado Michael Ventris, foi decifrada a linear B, forma arcaica do grego antigo.
A estrutura político-social-econômica
Ao longo de sua história, os cretenses tiveram duas capitais: Cnossos e Faestos. Os
cretenses viviam majoritariamente em cidades que circundavam os luxuosos palácios dos reis.
Sociedade: reis, altos funcionários, militares, sacerdotes, comerciantes e camponeses.
Economia: os cretenses viviam da produção industrial (artesanal) e agrária interna, mas
principalmente do comércio e da navegação marítima.
O legado cretense
A herança que os helenos recolheram da civilização cretense abrangeu os mais variados
setores como a língua, a escrita, as artes, o esporte, a ciência, a agricultura, a técnica, a política e
a religião. Após construir um verdadeiro império, os cretenses foram conquistados pelos aqueus
por volta de 1400 a.C. Os aqueus absorveram grande parte da cultura cretense.
2) Micênicos (aqueus)
Período estudado: 1400 a 1100 a.C.
A civilização micênica antecedeu a civilização grega clássica. Os aqueus foram um dos
antepassados dos gregos antigos.
Localização
A sede da civilização micênica era a cidade de Micenas, localizada na região do
Peloponeso e cercada por barreiras naturais. Porém, essa civilização, seguindo os cretenses,
expandiu sua influência a muitas regiões.
Guerra de Tróia
Além de conquistarem os cretenses, os aqueus protagonizaram uma das histórias mais
conhecidas da Antiguidade: a Guerra de Troia. Esta guerra é relatada na obra Ilíada do poeta
épico Homero.
Provavelmente a guerra ocorreu por volta de 1194 a 1184 a.C. Segundo Homero, o
motivo da guerra foi o sequestro da rainha de Esparta, Helena, por Páris, príncipe de Troia,
gerando a fúria do rei espartano Menelau. Troia foi conquistada após um longo cerco que
terminou graças à estratégia do Cavalo de Troia: como os gregos não conseguiam destruir as
muralhas de Troia, recuaram seus exércitos, deixando um cavalo de madeira gigantesco e oco
como “presente” aos troianos, indicando que tinham desistido da guerra. Porém, dentro desse
cavalo havia soldados gregos. Quando os troianos já não avistaram as tropas gregas, trouxeram
o cavalo para dentro da cidade e festejaram a noite toda. Depois de já estarem embriagados, os
soldados saíram do cavalo e abriram os portões da cidade, facilitando a sua conquista.
Vida política e social
O sistema de governo aqueu era monárquico de caráter divino. O rei era chamado de
Wanax e possuía uma porção de terra e um grupo de oficiais do reino. Outros membros da
sociedade eram:
1. o chefe do exército (lawagetas); 5. o conselho de anciãos (gerousia);
2. os feudatários (telestai); 6. pastores, pedreiros, construtores de
navios, bronzistas, tecelões, padeiros,
3. os funcionários do rei (eqetai);
médicos, camponeses e escravos.
4. os senhores de terras (basileus);
Vida econômica
As principais atividades econômicas eram:
1. A criação de gado; 3. O comércio interno e marítimo.
2. A agricultura (vinha e oliveira);
Vida religiosa
Características:
1. Politeísmo: crença em vários deuses 3. Grande quantidade de divindades
(Zeus, Poseidon, Atena etc.). femininas (Atenas, Artêmis, Afrodite).
2. Crença na vida após a morte. 4. Existência de semideuses e heróis
(Aquiles, Hércules, Perseu).
O legado micênico
Em cerca de 1100 a.C., os aqueus foram conquistados pelos dórios. Mesmo assim, os
aqueus deixaram um vasto legado:
1. Foi por meio dos aqueus que os gregos clássicos receberam as contribuições culturais
dos cretenses.
2. As expansões marítimas dos aqueus prepararam o caminho para a colonização
helênica.
3. O legado mítico (Perseu, Hércules, Édipo).
3) Período Homérico
Período estudado: XII a VIII a.C.
Características gerais

➢ Este período se inicia com a invasão dos dórios na região da Grécia e com a conquista
dos aqueus. O período leva esse nome por causa de Homero, cujas obras Ilíada e Odisseia, dão
muitas informações sobre esta fase da Grécia Antiga.

➢ Neste período os Helenos se organizavam em Genos (clãs). Os genos são grupos


independentes, cujos membros são ligados por um grau de parentesco e pelo culto dos
antepassados. Cada um deles possui sua religião, seu patrimônio, sua moral, sua justiça e seu
chefe (religioso, político e militar). A economia é de subsistência. Para realizar grandes
empreendimentos, os genos se uniam em fratrias e estas em Tribos. A reunião dos genos, das
fratrias e das tribos resultou na criação das pólis (cidade-Estado = agrupamento político,
econômico e militar que tem como centro a religião).
A religião grega era o centro da cultura grega e, ao longo da História, passou por diversas
mudanças. Os gregos antigos praticavam intensamente, com o dito, o “culto aos mortos”, ou
seja, prestavam culto aos seus antepassados. Em torno desse culto se organizavam o genos e as
tribos. Ao lado desse culto, desenvolveu-se o culto aos deuses mitológicos e aos heróis. Esses
deuses e heróis precisavam de templos, e foi em volta desses templos que foram construídas as
pólis.
Características das pólis
I) Política: as pólis eram governadas por um rei auxiliado pela aristocracia. O rei era o
chefe mais poderoso, possuidor do mais rico e vasto domínio de terras. A relação com os outros
chefes locais se dava por meio da vassalagem. Com o tempo, a monarquia deu lugar à
oligarquia.
II) Economia: inicialmente os genos viviam do pastoreio. Já nas pólis se vivia
basicamente da agricultura. O comércio assumiu grandes proporções através dos mares.
Ressalte-se o papel da pirataria.
III) Primeira expansão marítima: formação de colônias, especialmente na Ásia menor.
IV) Religião: as divindades do período homérico ganham aspectos humanos com virtudes
e defeitos.
4) Período arcaico
Período estudado: VIII a.C. a V a.C.
Características gerais:
1. A formação da cidade grega. 4. Influências orientais na religião grega.
2. A segunda expansão marítima. 5. Estreitas relações entre a Grécia europeia
e a Grécia asiática.
3. Florescimento da civilização grega na
Ásia Menor.
No século VI a.C., os gregos se encontravam em quase todo litoral do Mediterrâneo. A
presença grega trouxe consequências:
Políticas: surgimento de novas formas de governo nas colônias.
Econômicas: os emigrantes tiveram novas oportunidades de possuir sua própria terra
além de desenvolver a indústria.
Culturais: os helenos levaram aos bárbaros a visão de mundo da civilização grega.
As colônias gregas eram absolutamente independentes das metrópoles, do ponto de vista
político, mas tinham de adorar os deuses da metrópole, aos quais enviavam tributos periódicos,
e em certos casos lhes deviam assistência militar. Os gregos tinham colônias fortificadas na
Magna Grécia, na Ásia Menor e na Sicília.
5) Período clássico
Período estudado: V a.C. a IV a.C.
Características gerais
1. O grave conflito com o Império persa 3. A Guerra do Peloponeso.
(Guerras Médicas).
4. A interferência macedônica e as
2. O brilho da civilização ateniense na conquistas de Alexandre Magno.
época de Péricles.
História política – período arcaico e clássico
As duas cidades que mais desempenharam um papel relevante no período arcaico e no
clássico foram: Esparta e Atenas.
Esparta
Localização: Esparta estava localizada na Península do Peloponeso, na região fértil da
Lacônia (Lacedemônia), local cercado de montanhas e defendido por uma costa de difícil
acesso.
Fundação: Esparta foi fundada pelos dórios.
Organização Social
Espartanos: únicos que possuíam direitos políticos e propriedade em Esparta. Formavam
o
exército (em número de 9 mil homens)
Periecos: antigos habitantes conquistados e seus descendentes. Normalmente se
dedicavam ao
comércio e à indústria (eram uns 30 mil).
Hilotas: eram os escravos de Esparta. Eram tratados como bens do Estado, e por isso, não
possuíam
nenhum direito político ou jurídico (eram mais de 200 mil).

Organização Política
Legislação de Licurgo: Licurgo pertencia à raça real e governou o país durante a
menoridade do jovem rei, seu sobrinho. Viajou muito para estudar os costumes de outras
nações. Perturbados por incessantes discórdias, os espartanos o encarregaram de reformar suas
instituições. Segundo a legislação de Licurgo, Esparta possuía a seguinte forma de governo:
Diarquia hereditária: dois reis que presidiam o exército e o senado.
Gerúsia (Senado): compreendia 30 membros, entre os quais os dois reis. Tinham funções
na política externa e preparavam os projetos que seriam apresentados à ápela.
Ápela (assembleia): abrangia todos os cidadãos acima de 30 anos. Tinham a função de
rejeitar ou aprovar as decisões do senado sem poder modificá-las.
Eforato: mais tarde, criaram-se os éforos, cuja função era fiscalizar a administração. Estes
tinham o poder de fato, acima até mesmo dos reis.
Licurgo também trabalhou para tornar iguais todos os espartanos e por inspirar-lhes
sobretudo o sentimento de patriotismo. Conseguiu esta igualdade decretando: a divisão das
terras em 9.000 lotes iguais e inalienáveis; a criação da moeda de ferro muito pesada; a
uniformidade das casas e vestidos; a proibição do comércio e da instrução; as refeições públicas,
para as quais cada um devia contribuir com a sua cota. Para inspirar o patriotismo. Licurgo
instituiu: as conversas dos Lechés, onde os velhos relatavam aso moços as proezas de seus
antepassados; um grande número de festas muito estrondosas; uma educação de todo militar. O
governo tomava conta dos meninos desde o berço, matando as crianças fracas e defeituosas logo
depois de nascer.
Educação e forças armadas: a educação espartana tinha por finalidade formar uma cidade
inteira de guerreiros prontos a devotar-se à pátria. Ao nascer, a criança era avaliada por uma
comissão de anciãos para avaliar suas condições físicas. Aos 7 anos, eram entregues à formação
militar do Estado. Aos 20 anos, todos os espartanos eram incorporados ao exército ativo. Os
espartanos praticavam uma verdadeira eugenia em sua sociedade.
“Evidentemente, a legislação de Licurgo é extremamente despótica, não é civil nem
civilizadora. Ofende a dignidade do homem, a quem trata como simples instrumento, não como
pessoa, dotada de direitos e deveres inalienáveis; viola a autoridade dos pais, e tende a destruir a
família, base da sociedade”. (PADRE RAPHAEL GALANTI, S.J.)
Atenas
Localização: Litoral da Grécia Continental, banhada pelo Mar Egeu.
Fundação: Atenas foi fundada pelos Jônios.
Organização social
Considerados cidadãos atenienses:

➢ os eupátridas: grandes proprietários;

➢ os demiurgos: comerciantes;

➢ os georgoi: proprietários empobrecidos;

Não considerados cidadãos atenienses:

➢ os metecos: estrangeiros;

➢ os escravos: prisioneiros de guerra.

Na época da maior prosperidade da Grécia, viviam em Atenas 31.000 cidadãos, 10.000


metecos e 400.000 escravos que eram tratados como animais.
Organização política
Após diversas tentativas de governo fracassadas, os atenienses recorreram a Sólon, que
tinha a intenção de reconciliar os diversos grupos que lutavam entre si. Elencaremos, abaixo, os
principais governantes e seus feitos:
I) Sólon (594 - 593 a.C.): legislador ateniense que promoveu reformas na legislação entre
594 e 593 a.C. Reformas de Sólon: I) aboliu a escravidão por dívidas. II) dividiu os cidadãos em
quatro categorias, segundo a renda de cada um. III) criou dois órgãos de governo: o Senado
(400 membros), que tratavam dos negócios do estão e preparavam as leis, e a Assembleia
(composta por todos os cidadãos acima de 20 anos), que votava as leis.
II) Pisístrato (546 - 527 a.C.): obtendo uma guarda e conseguindo muita popularidade,
tomou o poder da cidade e governou por 13 anos. O seu reinado foi glorioso: o comércio, a
agricultura, as artes, receberam grande impulso; a cidade foi embelezada; as obras de Homero
foram copiadas e ordenadas; foi construída uma biblioteca.
III) Clístenes (508 a.C.): modificou a constituição de Solo. Reformas de Clístenes: I)
criação doostracismo (expulsão por dez anos de qualquer cidadão considerado perigoso para a
democracia).
II) Aumentou para 500 o número dos senadores. III) aumentou para 10 o número de
classes. IV) diminuiu o poder dos Eupátridas (nobreza). Muitos historiadores modernos afirmam
que Clístenes foi o fundador da democracia ateniense, contudo facilmente se percebe que não
havia efetiva democracia em Atenas. Ressalta-se que o ostracismo era uma lei iníqua, pois para
expulsar alguém da cidade bastava certo número de votos da Assembleia. Deste modo,
verificou-se a expulsão arbitrária de ilustres cidadãos, como Aristides, Temístocles e Címon.
IV) Péricles (461 - 429 a.C.): orador, estadista e general grego, Péricles foi a figura mais
importante em Atenas no século V a.C. (século de Péricles). A maior parte de sua carreira
política ocorreu entre as Guerras Médicas (490 a 479 a.C.) e a do Peloponeso (431 a 404 a.C.).
Ações de Péricles: I) Criou o Tribunal Popular. II) instituiu a remuneração para cargos públicos.
III) reconstruiu a parte alta de Atenas destruída pelos persas. IV) realizou várias obras públicas
(Partenon de Atenas). V) estimulou o desenvolvimento intelectual e artístico.
Nota sobre a democracia ateniense
Falseamento da democracia - Por dois motivos se pode criticar a democracia ateniense:

➢ Em primeiro lugar pela concepção especial que em Atenas se atribuía à palavra


"povo". A palavra "povo" designa a totalidade dos habitantes de um lugar ou, em sentido mais
restrito, as classes mais inferiores da população. Quer em um sentido, quer no outro, o povo em
Atenas não governava.

➢ Em segundo lugar porque as instituições democráticas sofreram a corrupção a que


facilmente as democracias se prestam. As instituições democráticas não tardaram em se falsear.
O ateniense era apaixonado pela retórica, e os oradores mais eloquentes arrastavam consigo a
maioria dos votos. Assim, a direção da cidade pertencia aos oradores, e indiretamente aos
homens suficientemente ricos para comprar os oradores, tendo-se dado até o caso de governos
estrangeiros subornarem certos oradores.
Atividades
1) Onde está localizada a Grécia? Como era dividido o território grego?
2) Cite algumas fontes históricas da Grécia.
3) Quais são os quatro antepassados dos chamado gregos clássicos?
4) Quais são os cinco períodos da História da Grécia?
5) Qual era a principal economia dos cretenses?
6) Por que ocorreu a guerra de Troia? Qual foi a estratégia dos gregos para vencer os
troianos?
7) Quais são as características da vida religiosa dos Aqueus (micênicos)?
8) O que são os Genos?
9) Desenhe o esquema da formação das Pólis (Cidades-Estados) gregas.
10) Cite duas características gerais do Período Arcaico?
11) Qual era a relação entre as colônias gregas com suas respectivas metrópoles?
12) Cite duas características do Período Clássico?
13) Sobre Esparta responda:
a) Localização.
b) Fundadores.
c) Organização Social.
e) Organização Política.
f) Educação espartana.
14) Sobre Atenas responda:
a) Localização.
b) Fundadores.
c) Cidadãos atenienses.
d) Quais foram as reformas de Sólon?
e) O que é Ostracismo?
f) Quais são as principais ações de Péricles?
15) Por que podemos dizer que a democracia ateniense era falsa?

HISTÓRIA
6º ANO
GRÉCIA ANTIGA II

Guerras Médicas
Período: 492 a.C. a 479 a.C.
Envolvidos: Império persa X cidades-Estado gregas.
Motivos da guerra
1. Os persas desejavam o domínio sobre as colônias gregas na Ásia menor. A cidade de
Mileto (colônia grega na Ásia) liderou uma rebelião buscando se livrar do domínio persa. Essas
cidades receberam apoio militar de Atenas e de Erétria.
2. O interesse persa (imperador Dario I) em dominar a Grécia continental.
3. Interferência dos persas nas rotas comerciais marítimas, impedindo o comércio grego,
e a proteção oferecida aos fenícios, concorrentes comerciais das cidades jônicas.
Houve duas guerras entre os persas e os gregos:
I) A Primeira Guerra teve duas expedições persas, a mando do imperador Dario, contra os
gregos: a primeira em 492 e a segunda em 490, quando os persas foram derrotados na famosa
Batalha de Maratona.
II)A Segunda Guerra: por dez anos os persas não atacaram os gregos devido às revoltas
no Egito e na Caldeia e à morte do Rei Dario. Em 480 d.C., os persas invadem novamente a
Grécia sob o comando do Rei Xerxes. O imenso exército persa teve que passar pelo desfiladeiro
das Termópilas, onde encontraram os 300 espartanos. Os persas avançaram sobre Atenas,
abandonada pelos seus habitantes, conquistando-a no mesmo ano. Porém, em 479 foram
derrotados na Batalha de Plateia. Definitivamente a Grécia ficou livre dos persas.
Consequências do conflito
Tratado de Susa: o Império Persa foi obrigado a reconhecer a autonomia dos gregos e se
comprometeu a nunca mais atacá-los. Atenas saiu do conflito como a grande vencedora e
passou a exercer hegemonia sobre as outras cidades gregas, através da Liga de Delos.
Liga de Delos: durante a guerra contra os persas, Atenas formou uma liga composta por
diversas cidades gregas. A sede era a Ilha de Delos, onde eram armazenadas as riquezas da liga.
O século de Péricles
Após as guerras médicas, Péricles governou a cidade de Atenas, elevando-a a imensa
glória. Brilharam por toda parte as artes, a poesia, as letras, as ciências. Cada ramo do saber teve
seus expoentes:
A tragédia teve os poetas Sófocles e Eurípedes.
A comédia teve Aristófanes.
A filosofia foi cultivada por Anaxágoras, mestre de Péricles, e o sábio Sócrates.
A história produziu Heródoto, a medicina Hipócrates e a astronomia Méton.
A arquitetura foi representada por Ictinos e Calícrates, que edificaram o Partenão.
É com razão que este século foi chamado de século de Péricles. Contudo, essa civilização
apresentava muitos defeitos: era pagã, faltava-lhe a verdade religiosa e logo os falsos sábios, os
sofistas, perverteram as inteligências enquanto os costumes se degradavam na mais aviltante
corrupção.
Guerra do Peloponeso
Período: 431 a 404 a.C.
Envolvidos: Liga de Delos (Atenas) x Liga do Peloponeso (Esparta).
Causas
1. A grande rivalidade histórica entre as duas cidades.
2. Atenas tratou, por 27 anos, seus aliados como muita altivez, o que causou revolta.
3. Atenas apoiou a revolta da cidade Corcyra contra sua metrópole Corinto. Esta era
aliada à Esparta.
4. Rivalidades comerciais entre Atenas e aliadas de Esparta. Atenas foi acusada de usar a
riqueza da liga em benefício próprio.
As ligas
Liga de Delos (L.D.): Atenas era uma potência marítima. Seus aliados eram Plateias,
Acarnânia, Corcira e outras cidades.
Liga do Peloponeso (L.P.): Esparta era uma potência continental. Seus aliados eram
Tebas, Corinto, Mégara, Beócia, entre outras.
A guerra teve três fases:
1a Fase: A Guerra dos Dez Anos (431-421): após o cerco de Esparta a Atenas, foi
firmado um
acordo de paz.
2a Fase: A expedição à Sicília (415-413): Atenas presta ajuda militar a Segesta, enquanto
Esparta
auxilia a cidade rival Siracusa. Atenas sofre uma derrota.
3a Fase: A Guerra da Decélia (413-404): após diversas batalhas, os espartanos derrotaram
a
poderosa frota marítima ateniense, que se rendeu logo em seguida.
Consequências
1. Atenas foi obrigada a demolir seus muros, entregar quase toda a frota, abandonar suas
possessões,
permitir o regresso de seus inimigos políticos e aceitar uma aliança com Esparta.
2. Milhares de mortos, cidades e campos destruídos, e fome.
3. A hegemonia de Esparta sobre os gregos.
O domínio de Esparta e de Tebas
Esparta liderou as cidades gregas de 404 a.C. a 371 a.C., porém foi derrotada por uma
aliança entre Atenas e Tebas (378). Em 371, os espartanos foram derrotados pelos tebanos em
Leuctras. A vitória tebana levou à dissolução da Liga do Peloponeso e um exército tebano
cercou Esparta. Tebas exerceu sua hegemonia na Grécia até a invasão de Felipe II, rei da
Macedônia, que se iniciou em 357 a.C. e se concretizou em 338 a.C. Nesse momento a Grécia
era dos macedônicos.
Hegemonia da Macedônia
A Macedônia fica ao norte da península grega. É um país montanhoso e fértil. Os seus
habitantes, meio civilizados eram valentes e fortes. Além disso, possuíam forte influência da
cultura grega.
Felipe II, rei da Macedônia, reorganizou o exército, criou a falange (espécie de tática de
batalha, onde os soldados se agrupam, protegem-se com seus escudos e usam lanças longas) e
construiu uma respeitável marinha. Com isso, submeteu vários povos vizinhos, derrotou Atenas
e Tebas na região de Queroneia (338 a.C.) e preparou uma expedição contra os Persas, quando
morre assassinado por Pausânias.
Filipe conquista a Grécia Três fatores contribuíram para a conquista da Grécia:
1. Felipe conhecia profundamente os gregos.
2. O exército macedônio era altamente qualificado.
3. Profunda desunião entre os gregos.
Soma-se a isso a grande ambição e astúcia do rei da Macedônia. Porém, em 336 a.C.,
Felipe foi assassinado e seu filho assumiu o trono. Era Alexandre Magno.
Alexandre e seu Império
“Alexandre foi um homem extraordinário, a quem a Providência, de vez em quando,
encarrega de mudar a face do mundo e de punir os grandes delinquentes”. (PE. RAPHAEL
GALANTI, S.J.)
Alexandre foi educado por Aristóteles, mostrando desde criança notável ambição e
habilidade. Assumiu o trono com apenas 20 anos de idade. Ao submeter todas as revoltas
gregas, Alexandre marchou contra o grande Império persa, cujo rei era Dario III. Seu exército
não passava de 30 mil soldados e cinco mil cavaleiros, mas era altamente treinado. Mesmo em
menor número, Alexandre submeteu os persas, conquistou as satrapias e lançou seu olhar para a
Índia, conhecida como o limite do mundo. Adotou os costumes persianos, casou-se com
Roxana.
Alexandre almejava conquistar todo o mundo conhecido. Porém, morreu aos 33 anos
(323 a.C.) na cidade da Babilônia devido a uma breve doença. Logo após a sua morte, o grande
império por ele formado foi dissolvido. É de se lastimar que tão grande governante se degradou
tanto pela imoralidade, embriaguez e ambição sem limites. Reinou por 12 anos apenas e suas
grandes conquistas transformaram a civilização, pois os caminhos do Oriente abertos por ele
haviam de desenvolver prodigiosamente o comércio do mundo.
A extensão do império de Alexandre, na época da sua morte, era imensa. Abrangia a
Macedônia, o Epiro, a Tessália com toda a Grécia, o Egito, a Fenícia, a Síria e o resto da Ásia
desde os mares Mediterrâneo, Negro e Cáspio até o Golfo Pérsico, o Indo e a Sogdiana. Após a
morte de Alexandre, o império foi divido em 4 partes, uma para cada general.
Expansão cultural
Alexandre procurou unificar o Ocidente com o Oriente. Ele mesmo se casou com diversas
princesas persas, ato imitado pelos seus generais e soldados gregos. Essa unificação se deu no
campo cultural. Durante e após as conquistas de Alexandre, houve intensa troca cultural entre a
cultura grega e culturas orientais. A fusão entre essas culturas originou o mundo helênico.
Helenismo
Definição: helenismo é a civilização surgida como produto da fusão de elementos
culturais gregos e orientais nas regiões conquistadas por Alexandre Magno. Os principais
centros de helenismo são: Alexandria, Pérgamo e Antioquia. Os aspectos foram variados no
ponto de vista econômico, religioso e intelectual. Por fim, toda esta civilização, mais ou menos
contaminada, sob a aparência de grande esplendor, prepara o caminho para conquista romana e
o aparecimento do Cristianismo.
Expansão cultural
Alexandre procurou unificar o Ocidente com o Oriente. Ele mesmo se casou com diversas
princesas persas, ato imitado pelos seus generais e soldados gregos. Essa unificação se deu no
campo cultural. Durante e após as conquistas de Alexandre, houve intensa troca cultural entre a
cultura grega e culturas orientais. A fusão entre essas culturas originou o mundo helênico.
Helenismo
Definição: helenismo é a civilização surgida como produto da fusão de elementos
culturais gregos e orientais nas regiões conquistadas por Alexandre Magno. Os principais
centros de helenismo são: Alexandria, Pérgamo e Antioquia. Os aspectos foram variados no
ponto de vista econômico, religioso e intelectual. Por fim, toda esta civilização, mais ou menos
contaminada, sob a aparência de grande esplendor, prepara o caminho para conquista romana e
o aparecimento do Cristianismo.
Atividades

1) Sobre as Guerras Médicas, responda:


a) Período.
b) Envolvidos.
c) Motivos da guerra.
d) Consequências do conflito.
2) O que era a Liga de Delos?
3) Sobre a Guerra do Peloponeso, responda:
a) Período.
b) Envolvidos.
c) Motivos.
d) Características da Liga de Delos e da Liga do Peloponeso.
e) Quais foram as três fases do conflito?
f) Quais foram as consequências do conflito?
4) Sobre Alexandre Magno, responda:
a) Quem educou Alexandre?
b) Com quantos anos Alexandre assumiu o trono?
c) Qual foi a principal conquista de Alexandre?
d) Com quantos anos Alexandre morreu?
5) O que é Helenismo?
HISTÓRIA
7º ANO
MUDANÇAS NA EUROPA FEUDAL - I
As comunas PÓS as invasões bárbaras e o consequente estabelecimento do feudalismo na
Europa, quase desapareceu a autonomia local, muito praticada durante o governo dos Romanos.
Para melhor se oporem aos invasores, algumas cidades fortificaram-se, cercaram-se de muralhas
e outras obras de defesa. A tais cidades fortificadas chamou-se burgos (do alemão burg).
Em geral pertenciam a um nobre, príncipe, bispo ou conde. Os habitantes, na maior parte
artistas ou cultivadores, chamados burgueses, isto é, habitantes de um burgo, pagavam pesados
impostos aos senhores feudais.
Nos séculos XII e XIII houve diversos movimentos contrários à dominação dos senhores
feudais. Os habitantes das povoações, revoltando-se, obrigavam os suseranos a conceder-lhes
uma carta, em que se estipulavam umas tantas garantias e privilégios aos burgueses (isenção de
certos impostos, direito de escolherem seus magistrados, etc.). Os reis, no intuito de abater os
nobres poderosos, favoreciam as pretensões dos burgueses, e assim várias cidades alcançaram o
direito de se governar com seus próprios magistrados, fora do regime feudal. NaFrança foram
denominadas comunas; na Alemanha, cidades livres; repúblicas, na Itália.
A servidão
Os camponeses, ou vilões, que cultivavam as terras dos nobres, ou eram homens livres ou
descendentes de antigos escravos, isto é, servos. Não era, porém, a condição dos servos igual à
dos escravos romanos. Ligado à terra, o servo da gleba não podia ser vendido, nunca lhe seria
tirada a sua casa de campo, e já podia enfim constituir família.
Principalmente do século XII em diante, os senhores feudais, levados quase sempre pela
necessidade de dinheiro, puseram-se a vender e a conceder aos servos certas liberdades e
franquias. Muitos servos emanciparam-se (não podendo esquecer que também nisso foi grande a
influência da Igreja), e graças a isso a população rural foi progredindo paralelamente à das
cidades.
As indústrias e as corporações
As concessões dos senhores feudais contribuíram também para criação de novas cidades.
Do século XI para o XII os nobres conseguiram, graças à outorga de certos privilégios e
franquias, atrair grande número de habitantes para as cidades que criavam.
As garantias concedidas pelas cartas aos burgueses favoreceram o desenvolvimento das
indústrias e do comércio, com grande vantagem para a prosperidade de certas cidades, não
obstante a dificuldade das comunicações.
Os artistas, em vez de trabalharem exclusivamente para o senhor feudal, foram-se
tornando pouco a pouco independentes, fabricado e vendendo por conta própria. Associados em
corporações, a que todos os do mesmo ofício tinham obrigação de filiar-se, formavam uma
espécie de confraria ou sociedade de socorros mútuos, com seu santo padroeiro, caixa comum,
regulamento, bandeira e chefe. Para ser admitido à corporação cumpria passar pelo período de
aprendizagem.
Os artesões da mesma corporação estabeleciam-se geralmente em determinados bairros e
ruas da cidade, havendo assim a “rua dos ourives”, a “rua dos vidraceiros”, etc.
Progressos da realeza
No regime feudal o rei era nominalmente o mais elevado na hierarquia dos senhores do
reino; mas de fato só exercia autoridade na extensão de seus domínios, que nem sempre eram
mais vastos. Em França, até findar o século XII, as terras do rei formavam apenas pequena
porção do reino; o resto pertencia aos vassalos, duques ou condes.
Filipe Augusto (1180 – 1223) adquiriu grande extensão de território, reuniu ao domínio
real considerável porção da Picardio e tirou de João Sem Terra, rei da Inglaterra, a Normandia,
o Maine e o Anjou.
No reinado de São Luís (Luís IX, 1226 – 1223) a autoridade real fortaleceu-se muito.
Observador fiel das leis da justiça, Luís IX conseguiu impor aos senhores feudais respeito e
admiração.
Com Filipe, o Belo (1285 – 1314) constituiu-se definitivamente a organização do governo
real. Mais tarde, depois da Guerra dos Cem Anos, Luís XI (1461 – 1483), filho de Carlos VII,
empregou todos os seus esforços em abater os nobres. Estes formaram a “liga do bem público”,
chefiada pelo filho do duque de Borgonha, Carlos o Temerário. Foi uma batalha de morte, de
que afinal Luís XI saiu vencedor, podendo continuar, por meios não raro cruéis, a obra que
empreendera.
O que se não pode negar é que foram principalmente os soberanos da dinastia capetíngia
que mais se esforçaram pela unidade política França, abatendo os nobres e ocupando os grandes
feudos.
O Comércio e as Feiras
O movimento de emancipação das comunas (cidades), assegurando maiores garantias aos
habitantes das cidades, deu considerável impulso não somente às indústrias, senão também ao
comércio. Mas as dificuldades com que tinham de lutar os mercadores não eram pequenas, pela
falta de meios rápidos de comunicação, já pelos riscos de assaltos dos bandidos e problemas
com os senhores. Além disso ainda cumpria pagar muitos direitos pelas mercadorias, direitos de
entrada e de saída nas diferentes cidades, ponte, etc.
Daí os mercadores se reunirem em datas fixas, em certas cidades, onde se realizavam
grandes feiras (observe no mapa abaixo a localização das grandes feiras – círculos amarelos).
Daí também formarem- se vastas associações, destinadas a proteger os interesses comerciais das
cidades livres.
A Liga Hanseática
Após a morte de Frederico II, houve na Alemanha um período (1250-1273) denominado
grande interregno, em que os senhores feudais, aproveitando a ausência de uma autoridade
soberana, disputaram a coroa, resultando disso a anarquia e o desmembramento do império em
quase quatrocentos minúsculos estados. Muitas cidades aproveitaram-se de tal anarquia para se
constituírem em pequenas repúblicas: algumas, para defesa dos interesses comerciais, formaram
“ligas”, ou hânseas (do alemão, hansa, confederação, união) A mais famosa foi a Liga
Hanseática, ou melhor, Hansea Teutônica, que se originou do tratado entre Hamburgo e Lubeck
(1241) para proteger o comércio contra os piratas do Báltico e defender os próprios direitos
contra a tirania dos príncipes vizinhos. Tais vantagens fez com que aumentasse para 80 o
número de cidades associadas. Lubcek, Hamburgo, Bremen, Colônia, Dantzig, Bruges, Bergen,
Brunswick, Londres, Novgorod, Anvers, Amsterdam, etc. Em Lubeck, capital da Liga, reuniam-
se os deputados das diferentes cidades da confederação.
A Hânsea tinha seu direito marítimo especial, possuía poderosas esquadras e gozava de
grande prestígio. Pertencia-lhe no século XIV o monopólio da navegação no Mar do Norte e no
Báltico. O descobrimento da América, a viagem de Vasco da Gama às Índias e o grande
progresso o comércio marítimo do século XVI fizeram-na rapidamente cair. Terminou na
segunda metade do século XVII.
Os estudos na Idade Média
As invasões bárbaras haviam lançado a Europa – que gozara no tempo do Império
Romano dos esplendores de uma civilização grandiosa nas ciências, letras e artes – numa
tenebrosa noite, de que só muito lentamente, graças ao influxo da Igreja, conseguiu sair.
Do século V em diante aos poucos se veio desenvolvendo uma nova civilização, a
civilização cristã, inferior talvez em alguns pontos de ordem puramente material às antigas, mas
que a todas excede incomparavelmente no ponto de vista moral e espiritual.
Difícil era, durante a Idade Média, o estudo, dada a escassez dos livros e o elevado custo
do pergaminho. A instrução refugiara-se nos mosteiros e escolas episcopais, onde havia sempre
frades ocupados em copiar e iluminar os manuscritos.
O amor da ciência triunfou, contudo, da insuficiência dos meios de instrução que a
sociedade proporcionava aos sábios desse tempo, e poucas épocas houve em que o gosto do
saber tanto se tenha espalhado como na Idade Média.
A escolástica
A teologia foi considerada durante toda a Idade Média a rainha das ciências, sendo-lhe as
outras como servas. A filosofia foi cultivada com paixão. Aplicando o raciocínio aos
ensinamentos da fé, reduzindo toda a argumentação a poucos e breve silogismos, os teólogos
criaram um novo método para as disciplinas teológicas, ao qual se deu a denominação de
Escolástica, “a ciência da Escola”.
O século XIII foi o período áureo da Escolástica. O franciscano inglês Alexandre de
Hales (doutor irrefragável), o dominicano alemão Alberto Magno e São Boaventura (doutor
seráfico) são grandes vultos desse século. Já pouco antes se tinha celebrizado Pedro Lombardo
(o mestre das sentenças). Porém, o maior teólogo e filósofo da Idade Média, e de todos os
tempos, foi Santo Tomás de Aquino (1227 – 1274) (o doutor angélico, o anjo da Escola), autor
da Suma Teológica e adversário de Duns Scot.
A Suma Teológica, resumo de todas as ideias da Idade Média, é um dos mais admiráveis
monumentos do espírito humano.
As universidades
Durante os séculos IX e X os centros de cultura intelectual eram os mosteiros e as escolas
episcopais. Depois, formaram-se corporações de professores, associações destinadas
exclusivamente ao ensino: tais foram as Universidades. As mais antigas, a de Paris e a de
Bolonha, adquiriram grande fama. A de Paris era preferida pelo estudo de teologia; a de
Borgonha pelo direito. Ambas serviram de modelo à que em seguida se formaram: Oxford,
Cambridge, Salamanca, Coimbra, etc.).
A Universidade de Paris era a maior escola da Europa: frequentavam-na mais de 20.000
estudantes de vários países. O ensino era feito em latim e dividiam-se os estudos em dois
grupos: o Trivium (gramática, retórico e lógica) e o Quadrivium (aritmética, geometria,
astronomia e música), formando o todos as sete artes liberais. A universidade compreendia
quatro faculdades: Teologia, Direito, Medicina e Artes.
Como muitos estudantes eram pobres, pessoa ricas e caridosas fundaram os colégios,
onde aos jovens sem recursos se dava casa e comida.
Ciências físicas e matemáticas
Curiosas observações sobre ciência físicas e naturais se devem a monge Rogério Bacon,
franciscano inglês, a quem alguns atribuem a invenção da pólvora e do telescópio. Guido de
Arezzo, no século XI, simplificou o ensino da música e introduziu, como sinais das diferentes
notas da gama, as sílabas ut, re, mi, fa, sol, la. O si foi acrescentado mais tarde, e ut substituído
por dó. Já se viu a influência das cruzadas sobre o ocidente, e quanto influíram os Árabes no
progresso da matemática e química.

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