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História da Arte II
2020/2021
o Pré colonização________________________________________ 2
o Escolas Regionais_____________________________________ 12
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Pré colonização
Cerâmica Marajoara
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técnicas de contacto e proximidade com os índios de modo a mais facilmente
comunicarem a sua doutrina e assim os catequizarem. Assim, a igreja procurava a
persuasão e pregação da sua doutrina pela exuberância e requinte e o Barroco foi a
corrente que se assumiu primeiramente no Brasil colonial, seguindo a corrente
vigente na Europa– a qual caracterizava-se pela sobreposição do emocional;
exploração de efeitos decorativos e visuais, através de curvas, contracurvas,
colunas retorcidas, efeitos ilusionistas de profundidade; a ligação entre a arquitetura
e escultura; e também valorização das cores.
Para além de ter assumido a sua expressão nas artes visuais, o Barroco teve
ainda implicações no campo da arquitetura, da música e da literatura, destacando-
se pela arte sacra e de meios como a pintura, talha dourada e escultura.
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momento em que as ordens religiosas veem seu poder enfraquecido, é que o
barroco se fraciona em escolas regionais, sobretudo no Nordeste e Sudeste do país.
Literatura
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mais ricos, em que havia o luxo de se poder estudar na metrópole. Assim, o que se
pôde desenvolver neste contexto a nível literário seguiu as mesmas linhas daquela
que era a Literatura barroca no resto da Europa, pontuada por uma retórica
exuberante, um gosto por figuras de estilo e uma procura de sinestesia.
No campo da poesia, há a destacar o nome do Gregório de Matos, cuja
poesia exercia um papel sobretudo satírico e penetrante na religião, na filosofia e no
amor.
Referente à prosa, importa mencionar, a título de exemplo, o nome de um
importante missionário e pregador: o padre António Vieira, cuja oratória, marcada
pelos seus sermões fortemente direcionados à pregação do cristianismo, também
serviram causas políticas do seu tempo, como as defesas dos índios e das colónias.
António Vieira foi, pois, o principal expoente desta corrente na época, sendo que
dentre dos seus sermões há a destacar o “Primeiro Domingo da Quaresma”, o
“Sermão 14 do Rosário”, o “Sermão da Sexagésima” … em que é manifestada a
defesa dos nativos da escravatura.
Música
No que respeita à música também pouco nos chega aos dias de hoje, sendo
que do Barroco nativo apenas obras notáveis sobreviveram apesar de a literatura
dar conta da intensa atividade musical do Brasil na época. É também sabido que as
primeiras manifestações musicais (assim como das restantes artes) estavam
relacionadas com a igreja, em particular com a catequese, pelo que estas contavam
com a participação ativa dos índios que usavam essencialmente o canto homofónico
(várias vozes em uníssono). Posteriormente, passou a existir o instrumental
composto por flautas e violas de arame e mais tarde, surgiram os coros, orquestras
e escolas. À semelhança do que acontecia na Europas, as formas de música sacra
cultivadas no Brasil eram praticadas no contexto de missas, ladainhas, motetos,
salmos, responsórios, hinos, entre outros, e assim como as outras artes da época,
tinham uma natureza funcional, visando estimular a devoção de os fiéis.
Há assim, a anotar vários nomes importantes neste campo como o mestre de
capela em São Luís, Manuel da Motta Botelho; Agostinho de Santa Monica, autor de
mais de 40 missas; Caetano de Melo de Jesus, entre outros
Teatro
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personalidade de mais relevância, tendo sido o maior dramaturgo do século XVI no
Brasil. As suas tramas eram, pois, alusivas, por exemplo, à Paixão de Cristo e eram
caracterizadas por um já reconhecido nível de ecletismo.
O palco destas obras era geralmente o espaço ao ar livre, nas praças das
igrejas ou até mesmo durante as procissões, com o auxílio de cenários montados
em carros alegóricos e adereços como fantoches, imagens sagradas…
Aquando da estabilização e enriquecimento da colónia, o teatro profano começa a
ganhar terreno e assim se dá início à construção de casas de espetáculos ao longo
do litoral e em algumas províncias do interior (como Ouro Preto e Mariana).
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do Brasil. Aspetos como a sua geografia, a sua fauna e flora e os comportamentos
do povo eram registados com a maior precisão possível através de uma observação
e contacto direto com a natureza e os indígenas, como tanto profetizava o
iluminismo.
*Em 1580, o império português foi incorporado a Espanha, inaugurando a União Ibérica. Esta coligação
descontentou países como França e Holanda, que, para enfraquecer os ibéricos, passaram a investir
persistentemente em invasões como tentativas de contestar a situação considerada ilegítima pelos restantes
territórios da Europa.
As invasões inglesas
Clerodendrum paniculatum pagoda flower Labiatae (à esquerda) Leea rubra vitaceae (à direita), Joseph Banks
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Como podemos observar na figura, para representar espécies cientificamente
é necessário conhecer o público às quais as ilustrações se destinam, visto que será
determinante em relação ao que será preciso desenhar, qual a técnica, a
composição, os detalhes a ser evidenciados já que se elabora uma peça de
comunicação visual. Para que seja possível uma comunicação clara e eficaz é
necessária a criação de um repertório – um vocabulário para que a mensagem seja
transmitida ao público que a observa, requerendo clareza, concisão e correção; um
processo que foi atingido no século XVIII graças
à observação e representação direta com a
natureza, neste caso brasileira.
Foi graças aos roteiros, diários de viagens,
mapas de marinheiros, corsários e piratas que
percorreram o litoral brasileiro durante o século
XVIII e os registos produzidos por George Anson,
James Cook, Joseph Banks, Charles Solander,
Sydney Parkinson e Arthur Bowes Smith que foi
possível corrigir a geografia do globo terrestre,
diminuir os perigos da navegação e tornar mais
conhecidos os costumes, artes e produtos da
colónia brasileira.
As invasões francesas
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Antigo cartão-postal do Maranhão, Frans Post, 1645
As invasões holandesas
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Vista da Cidade Maurícia, Recife. Frans Post, 1657
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Paisagem Brasileira com uma Casa em Construção, Frans Post, c.1655-1660
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representa a preparação para o confronto com o inimigo. A obra é dotada de um
grande realismo e perceção de movimento.
Escolas Regionais
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trazendo a escola europeia, mas com muitos detalhes orientais da época a qual
viveu na China e José Teófilo de Jesus foi um dos mais ilustres pintores dessa
escola. Já em Pernambuco, José Pinhão de Matos, José Elói e João de Deus
Sepúlveda foram grandes artistas da região. No Maranhão e Pará, os dois principais
artistas foram Luís Correia e Agostinho Rodrigues pelas pinturas nas igrejas; e
também Joaquim José Codina e José Joaquim Freire, os renomados aguarelistas
que trabalharam nas expedições amazônicas.
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Aguarelas do catálogo de pintura, realizadas na expedição à amazónia, feita por Joaquim José Codina e José Joaquim Freire
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João Pedro, o Mulato,
“Água sinha do Paraguai”
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