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 Arte na Pré-História brasileira

No Brasil, foram localizados centenas de sítios arqueológicos, espalhados pelo território nacional, que
representam a arte da Pré-História brasileira. São vestígios rupestres encontrados em cavernas e em locais de
abrigo, pintados com pigmentos minerais e vegetais e com o sangue de animais. As pinturas mais antigas, que
têm cerca de 15.000 anos, foram encontradas no Piauí. Na Paraíba, foram encontradas pinturas com 11.000
anos. Nessa época, utilizavam-se ossos, argila, pedras e chifres para produzir objetos utilitários e cerimoniais.
Isso revela uma preocupação com a estética.

Serra da Capivara, cena com animais (Piauí)

 Arte Indígena

Quando o Brasil foi descoberto, havia aproximadamente cinco milhões de indígenas vivendo no que veio
a se tornar o território nacional. A maioria dos indígenas foi morta e grande parte de sua cultura foi perdida.
A arte indígena está mais presente na região amazônica, onde os indígenas fabricavam objetos de enfeite e de
cerâmica. Destacavam-se os vasos antropomorfos e zoomorfos e as estatuetas de terracota. Outras formas de
arte indígena são: pintura corporal, arte plumária, trançados, mantos, máscaras e cocares.
Os indígenas pintam seus corpos não apenas para enfeitá-lo, mas também para defendê-lo contra o sol e
os insetos e, conforme sua tradição, contra os espíritos maus. Cada tribo e família indígena desenvolvia seu
próprio padrão de pintura. Nos dias comuns, a pintura poderia ser simples. Em ocasiões especiais, porém,
como festas e combates, a pintura corporal costumava ser elegante, cobrindo também a face, a testa e o nariz.
A pintura corporal costumava ser feita pelas mulheres. Estas pintavam o corpo de seu marido e filhos.
Diversas plantas podem ser utilizadas para o traçado. Assim, constroem-se casas, utensílios, cestos,
armadilhas, roupas, redes, instrumentos musicais e muitos outros objetos.
A cerâmica era caracterizada por sua utilidade. Buscava-se sua forma, nas cores e na decoração exterior. A
Arquitetura varia entre as culturas indígenas. Os tupis, por exemplo, construíam ocas, que formaram aldeias.
Uma taba (aldeia) é formada por ocas. A oca é erguida com varas e coberta com folhas ou palha. Em cada oca
habitam diversas famílias – cerca de 400 pessoas. As ocas se dividem internamente e o tamanho delas depende
do tamanho da tribo. Ocas velhas são queimadas e outras são construídas em seu lugar.
 Arte após a colonização

Após a chegada de Pedro Álvares Cabral ao território que viria a ser o Brasil, Portugal tomou posse de tais
terras, fazendo delas sua colônia. Após a colonização, o Brasil foi influenciado por diversas nações além da
portuguesa. Os holandeses, por exemplo, tiveram grande influência sobre a Arte na região de Pernambuco. Os
holandeses, que, a partir de 1624, se instalaram no nordeste do Brasil por quase 25 anos, trouxeram para o
Nordeste uma nova cultura, artistas e cientistas. Os africanos, que foram trazidos ao Brasil como escravos,
também influenciaram muito a cultura popular brasileira.
A administração do Conde Maurício de Nassau não apenas consolidou, temporariamente, a presença
holandesa no Nordeste, mas também promoveu várias realizações que contribuíram para a modernização do
Brasil. Exemplificando: a vinda de artistas plásticos e poetas e a edificação da Cidade Maurícia, modelada
em estilo batavo, que é o atual núcleo velho do Recife.
Os tais chamados pintores de Nassau eram holandeses, flamengos e alemães. Não eram católicos e, por
esse motivo, podiam se dedicar a temas profanos (algo proibido para os portugueses). Tais artistas foram os
primeiros a abordar, no Brasil e na América, a paisagem, a fauna e flora e os tipos étnicos, como temas de
suas produções artísticas. Estas eram livres de preconceitos e superstições, que costumavam se manifestar nas
representações pictóricas que apresentavam temas americanos.

O velho Recife: herança de Nassau

 Barroco

Muitas das construções realizadas nos países da América pertencem à arte barroco. No Brasil, o Barroco
se desenvolveu especialmente em Minas Gerais e no Nordeste. Suas principais produções foram a Arquitetura
e a escultura sacra. O Barroco também se manifestou na literatura, na música e no teatro do Brasil. Em algumas
cidades brasileiras, ainda se encontram essas magníficas edificações, como em Ouro Preto, Minas Gerais. Na
Bahia, há enormes igrejas cuja construção foi influenciada pela arte barroca.
O Barroco chegou ao Brasil por meio dos colonizadores, particularmente os missionários católicos, que
vieram ao país no século XVII. O desenvolvimento pleno do Barroco no Brasil ocorreu no século XVIII, após
seu surgimento na Europa. O Barroco se estendeu até as duas primeiras décadas do século XIX.
A Igreja desempenhou o importante papel de mecenas na arte colonial. O Barroco no Brasil está, portanto,
muito associado ao catolicismo. Já que a Igreja financiava a Arte e já que a religião fazia parte do cotidiano,
a maioria do legado barroco se deve à Igreja. Na literatura, destacaram-se Gregório de Matos e Padre Antônio
Vieira, e, nas artes plásticas, Aleijadinho e Mestre Ataíde. Em 1670, ouro foi descoberto em Minas Gerais.
A partir de então, o Barroco ganhou todo o esplendor, desenvolvendo-se plenamente na região onde
foi extraída a maior quantidade de ouro de todos os tempos: Vila Rica ou Ouro Preto. Nas régios beneficiadas
pela mineração, encontram-se igrejas com trabalhos em relevo feitos em madeira – as talhas – recobertas por
finas camadas de ouro e com janelas, cornijas e portas decoradas com detalhados trabalhos de escultura. A
descoberta do ouro em Minas Gerais resultou na construção de igrejas de estilo barroco ao longo do século
XVIII. A versão do Barroco que se desenvolveu em Minas Gerais é denominada barroco mineiro.
Nas regiões onde não havia açúcar ou ouro, as igrejas apesentam talhas modestas. Os trabalhos foram
realizados por artistas menos experientes e famosos do que os que vivam em regiões mais ricas. O ápice da
integração entre arquitetura, escultura, talha e pintura se manifestou em Minas Gerais por meio dos trabalhos
de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho. Aleijadinho é considerado o mais importante artista plástico
do barroco mineiro. Suas esculturas e as igrejas que ele projetou e decorou se encontram nas cidades histórias
de Ouro Preto, São João del Rei, Congonhas (então denominada Congonhas do Campo), Sabará e localidades
mineiras. Uma das suas obras de Arquitetura mais renomadas é a primorosa fachada da Igreja de São Francisco
de Assis, localizada em Ouro Preto.
Aleijadinho não foi apenas um extraordinário arquiteto e decorador de igrejas. Ele foi também um
incomparável escultor. Suas esculturas, conhecidas por seus olhos penetrantes, caracterizam-se por sua
expressividade e dramaticidade. No Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas do Campo,
encontram-se suas esculturas dos 12 profetas bíblicos esculpidas em pedra-sabão: Isaías, Jeremias, Baruc,
Ezequiel, Daniel, Oseias, Jonas, Joel, Abdias, Habakuk, Amos e Nahum – e 66 imagens de madeira que
constituem uma via-sacra.
Cada um dos profetas foi esculpido em tamanho natural, em uma posição diferente, executando gestos
que se coordenam. Dessa forma, Aleijadinho conseguiu fazer algo extraordinário: sugere ao observador que
as figuras de pedra estão se movimento. Os gestos possuem equilíbrio e harmonia expressiva. A elaboração
dessas esculturas levou cerca de cinco anos. Apesar de ter produzido grandes obras de arte, Aleijadinho morreu
pobre e doente e sua obra permaneceu esquecida por muitos anos.

 Neoclassicismo

No início do século XIX, os exércitos de Napoleão Bonaparte invadiram Portugal. Isso obrigou o rei de
Portugal, D. João VI, a fugir, com sua família e corte, para o Brasil. A vinda da família real ao Brasil mudou
a história da Arte do nosso país. A Corte se estabeleceu no Rio de Janeiro. Durante o século XIX, o Rio de
Janeiro foi a capital, tanto política como cultural, do império português. O rei D. João governou o Brasil até
1822, quando o país se tornou independente. O Brasil foi a única monarquia nas Américas.
D. João VI criou no Brasil órgãos administrativos, uma Escola de Medicina, o Banco do Brasil, a
Academia Real de Belas Artes, a Biblioteca Real, a Imprensa Régia e o Teatro Real de São João. A Academia
Real de Belas Artes, que mudou de nome diversas vezes desde que foi criada, foi a primeira instituição
brasileira dedicada ao ensino da Arte. Em 1816, veio ao Brasil a Missão Artística Francesa – um grupo de
artistas franceses. A missão trazia, entre outros artistas, Jean-Baptiste Debret, Nicolas-Antoine Taunay, Félix-
Émile Taunay, Auguste Taunay e Le Breton. Esses artistas buscavam retratar o cotidiano da colônia de forma
romântica ao idealizar a figura do indígena e ressaltar o nacionalismo e as paisagens naturais. Pintaram retratos
da família real e imagens dos indígenas. Jean-Baptiste Debret (1768-1848), denominado “a alma da Missão
Francesa”, retratou os costumes brasileiros. Desenhista, aquarelista, pintor cenográfico, decorador e professor
de pintura, ele organizou a primeira exposição de Arte no Brasil, em 1829.
A Missão Artística Francesa foi contratada por D. João VI para instituir o ensino oficial das Artes no
Brasil. A chegada da Missão Artística Francesa ao Brasil deu início ao neoclassicismo – movimento que
defende o retorno aos ideais clássicos. O neoclassicismo passou a ser ensinado de forma acadêmica na
Academia Real de Belas Artes. Com o Neoclassicismo, ressurgiu a simplicidade, que foi uma das principais
características do movimento, em oposição aos exageros do Barroco. O Neoclassicismo se baseou no
renascimento do clássico, isto é, nos estilos artísticos de Grécia e Roma antigas. Com o surgimento do
Neoclassicismo, a população começou a imitar ainda mais a cultura europeia.

 Romantismo, Realismo, Naturalismo e Simbolismo

De 1850 a 1920, predominaram as manifestações artísticas centradas na Academia Real de Belas Artes. A
academia transmitia as principais tendências de arte europeia nesse período: o Romantismo, o Realismo, o
Naturalismo e o Simbolismo.

 Expressionismo

Nesse período, dois artistas expressionistas se destacaram: Lasar Segall e Anita Malfatti. Lasar Segall
realizou sua primeira exposição em São Paulo, em 1913: sua pintura era cheia de cores tropicais e repleta de
cenas da realidade do Brasil. Anita Malfatti chocou a sociedade tradicional com suas obras expressionistas,
como O Homem Amarelo e O Japonês. Sua exposição polêmica, em 1917, foi um marco para a renovação
das artes plásticas no Brasil.
Lasar Segall e Anita Malfatti introduziram a arte moderna para os brasileiros.

 Modernismo
O termo é empregado para designar as manifestações artísticas que, acompanhando as rápidas mudanças
no final do século XIX e início do XX, tentaram traduzir a nova realidade e os novos anseios que se impunham
ao “homem moderno” e à sociedade. A Semana de Arte Moderna, ocorrida em 1922, foi o marco inicial do
Modernismo no Brasil: influenciou principalmente a Literatura e as Artes Plásticas.

O Abaporu, Tarsila do Amaral.


A Negra, de Tarsila do Amaral.

 Semana de Arte Moderna - 1922

A Semana de Arte Moderna ocorreu em São Paulo. Foi uma reunião de artistas e intelectuais. Esses artistas
brasileiros, adeptos das estéticas modernistas, apresentaram-se no Teatro Municipal de São Paulo. No saguão
do teatro, aberto durante toda a semana, houve a exposição de artes plásticas de obras de Anita Malfatti, Di
Cavalcanti, Victor Brecheret e outros artistas.
Na Literatura, houve a participação de Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Ronald de Carvalho, Graça
Aranha, Guilherme de Almeida, Menotti Del Picchia e Paulo Prado. Na Música, participaram Heitor Villa
Lobos e Guiomar Novaes. Essa verdadeira revolução artística apresentou as seguintes propostas:

 Antiacademicismo, antitradicionalismo e antipassadismo


 Dessacralização da obra de arte
 Humor, iconoclastia, irreverência
 Liberdade de criação e expressão
 Experimentalismo formal
 Aproximação entre a língua escrita e a falada: incorporação do coloquialismo
 Predomínio absoluto do verso livre
 Absorção das vanguardas europeias – dos ISMOS

Vários desses artistas receberam o apoio, inclusive financeiro, de alguns integrantes do Partido Republicano
Paulista, do jornal Correio Paulistano e de membros da nova burguesia paulista e carioca, como Armando
Álvares Penteado, Paulo Prado e Alfredo Pujol. Os organizadores da Semana de Arte Moderna lançaram
um manifesto modernista. Este defendia a liberdade de expressão e a adoção das “mais modernas formas de
expressão do estrangeiro”.
O objetivo não era copiá-las, e sim, recriá-las de maneira própria. Essa expressão artística brasileira
conteria elementos diferentes – característicos das diversas regiões, ambientes e épocas do Brasil – tanto o
rural como o urbano, tanto o antigo como o moderno.
Após a Semana de Arte Moderna, vários artistas passaram a desenvolver um estilo próprio de pintura, que
passou a ser mais valorizada no Brasil.

 Arte Brasileira Atual

Em 1951, foi fundada, em São Paulo, a Bienal. Na década de 1960 e 1970, a arte brasileira passou a ser
exibida internacionalmente. Hoje, a arte de artistas brasileiros é exibida nas principais feiras de artes e
bienais internacionais.

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