Teorias e estéticas clássicas do cinema e áudio visual – aula 02/05/2022
Isadora e Silva Sousa
A concretização da estética clássica do cinema deu-se início na Hollywood de 1910.
Nesse período a demanda de filmes foi intensificada e vários estúdios passaram a surgir, e, junto a eles, diversas técnicas de produção cinematográfica, como o racord e a montagem paralela. Desse modo, esses recursos passaram a ser utilizados na maiorias dos filmes da época, padronizando, assim, a estética clássica. No entanto, paralelamente a estas produções, aconteciam movimentos alternativos do cinema, sobretudo fora dos Estados Unidos.
O Expressionismo Alemão (1919 – 1926): Durante a Primeira Guerra Mundial a
Alemanha baniu os filmes estadunidenses e franceses, passando, assim, a investir em um cinema nacional, consequentemente, aumentando a produção interna. Nesse momento, a estética expressionista, que a essa altura já tomava outras manifestações artística na Europa , começou a se apropriar, também, do cinema. Dentro do universo cinematográfico o movimento buscava representar a subjetividade e as angustias humanas, dessa maneira, as principais características observadas nos filmes eram os temas inquietantes, uso de sombras e contrastes e maquiagens e figurinos exagerados.
O Impressionismo: Surgido na França durante o período pós-guerra, o impressionismo
buscava representar de maneira cinematográfica a psicologia das personagens, com enfoque nos sentimentos. As principais características técnicas do cinema impressionista eram a distorção das imagens e a montagem ritmada, com a diminuição e o aumento da quantidade de cortes, ambas com a finalidade de aproximar ao máximo o espectador da experiência da personagem.
O Surrealismo: Aconteceu simultaneamente ao impressionismo, na França, sendo,
porém, um movimento mais radical. O cinema surrealista, utilizando-se, muitas vezes, das técnicas do próprio impressionismo, com a grande quantidade de fusões e sobreposições, almejava representar as camadas mais profundas do inconsciente humano, foram do alcance da razão e da moral, desse modo, desconstruído a ideia de causalidade, isto é, que há uma motivação para a ação dos personagens. Para exemplificar a característica pode-se citar o filme Belle de Jour (1967), no qual a personagem principal, Séverine, mesmo tendo uma vida considerada ‘’perfeita’’, ela busca um bordel, onde trabalha como prostituta para realizar seus desejos. Tal narrativa deixa o espectador questionando, sem resposta, o porquê daquela ter aquela conduta.