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UNIDADE 7

Movimentos do Cinema: Expressionismo Alemão

Expressionismo Alemão

O que foi o movimento cinematográfico, suas principais características estéticas, filmes e


cineastas mais importantes e suas influências para o cinema contemporâneo.

“Eu acredito que os filmes do futuro usarão cada vez mais esses ‘ângulos de câmera’ ou, como prefiro
chamá-los, esses ‘ângulos dramáticos’. Eles auxiliam o pensamento cinematográfico.”

F.W. Murnau

O Expressionismo alemão é um dos estilos do cinema mudo mais reconhecidos, embora às vezes seja
difícil de definir. O movimento expressionista nas artes foi algo que despontou na poesia e na pintura, no
início do século 20, influenciando também o teatro, a arquitetura e, naturalmente, o cinema, em especial
depois da Primeira Guerra Mundial (1914 a 1918).

O Expressionismo Alemão foi influenciado por artistas plásticos como


Vincent van Gogh, Edvard Munch e El Greco. Os expressionistas não se preocupavam tanto em produzir
composições esteticamente agradáveis, mas buscavam gerar reações profundas do público ao seu trabalho,
por meio de contrastes, ângulos e formas abruptas.
O que o Expressionismo buscava era uma representação subjetiva do mundo, que fosse capaz
de revelar as angústias da existência humana através de imagens distorcidas e afastadas da realidade,
remetendo a pesadelos. Esses conceitos se originavam, em parte, do Romantismo alemão.

Com seu uso de sombras e contrastes, histórias abordando temas inquietantes, além de cenários,
maquiagens e figurinos exagerados, o cinema mudo alemão dos anos 1920 estabeleceu as bases para dois
grandes gêneros do cinema moderno: o filme de terror e o filme noir.

O que foi o movimento

O Expressionismo alemão consistiu em uma série de movimentos criativos na Alemanha, na época da


Primeira Guerra Mundial, que teve seu auge em Berlim, nos anos 1920. Esses acontecimentos faziam parte
de uma tendência expressionista mais ampla, que tomava conta da cultura europeia daquele período e que,
basicamente, caracterizava-se por uma rejeição das convenções ocidentais, mostrando a realidade de
maneira extremamente distorcida para causar impacto emocional.

Muito influenciados por artistas plásticos como Vincent van Gogh, Edvard Munch e El Greco, os
expressionistas não se preocupavam tanto em produzir composições esteticamente agradáveis, mas
buscavam gerar reações profundas do público ao seu trabalho, por meio de contrastes, ângulos e formas
abruptas. Em sua essência, o movimento explorava a relação entre arte e sociedade, abrangendo inúmeros
campos, incluindo o cinema.

Assim como as pinturas expressionistas, os filmes desse período buscavam abordar as experiências
pessoais e subjetivas do ser humano. No cinema, essa característica é mais particularmente associada a sets
pouco realistas, ângulos profundos e sombras marcantes, para intensificar a atmosfera do filme.

O termo italiano chiaroscuro (claro-escuro) é frequentemente usado para descrever esse tipo de


fotografia de alto contraste entre luz e escuridão, mas a crítico alemão Lotte H. Eisner, autora de A Tela
Assombrada (1952), preferiu usar uma expressão de sua própria língua: helldunkel, que ela definiu como
“uma espécie de crepúsculo da alma alemã, expressando-se em sombrios e enigmáticos interiores ou em
nebulosas e insubstanciais paisagens”.

Para compensar a falta de grandes orçamentos, os primeiros filmes expressionistas usavam cenários
pouco realistas, com desenhos pintados nas paredes e nos pisos para representar luzes, sombras e objetos.
As histórias e narrativas geralmente tratavam de loucura, insanidade, traição e outros temas existenciais
trazidos à tona pelas experiências traumáticas da Primeira Guerra Mundial.

O antirrealismo extremo do Expressionismo teve vida curta, dissipando-se depois de poucos anos. No
entanto, os temas do movimento permaneceram, de forma um pouco mais sutil, nos filmes produzidos em
anos subsequentes, entre as décadas de 1920 e 1930.
Filmes posteriores, mas também categorizados como parte do Expressionismo alemão,
incluem Metrópolis (Metropolis), de 1927, e M, O Vampiro de Dusseldorf (M), de 1931, ambos dirigidos por
Fritz Lang. Essas obras mantinham o estilo de distorções na expressão dos atores e na direção de arte, para
mostrar a realidade interna das emoções.

Essa escola de cinema sombria e melancólica acabou sendo levada para os Estados Unidos, mais
tarde, quando os nazistas conquistaram o poder e muitos cineastas alemães foram obrigados a emigrar para
Hollywood. Esses artistas perceberam que os estúdios norte-americanos estavam dispostos a acolhê-los, e
diversos diretores e operadores de câmera alemães obtiveram sucesso no país, produzindo filmes
hollywoodianos que impactaram o cinema como um todo.

De acordo com o teórico Sigfried Kracauer, autor do livro De Caligari a Hitler (1947), o cinema alemão
da Era de Ouro, ou seja, os filmes mudos feitos antes da tomada do país por Hitler e da consequente
ascensão do Terceiro Reich, já apontavam sinais de que a Alemanha nazista era algo inevitável.

Um pouco de história

Muitas manifestações artísticas na Europa dos anos 1920 buscavam mudanças e expressavam uma
vontade de olhar para o futuro por meio de ousadas experimentações, novas ideias e estilos de fazer arte. As
causas políticas e sociais estão nas bases desses movimentos, já que o Expressionismo foi uma reação à
falência econômica da Alemanha com a Primeira Guerra Mundial.
Os filmes expressionistas tiveram sua origem em solo alemão, em um
momento histórico no qual o país se encontrava em relativo isolamento. Em 1916, o governo baniu a exibição
de filmes estrangeiros no país. A partir de então, a demanda das salas de cinema por mais filmes levou a um
aumento da produção doméstica, que ganhou popularidade e passou de 24 filmes por ano em 1914 para 130
filmes em 1918.
Não demorou muito para que esse novo estilo conquistasse o público também de outros países. No
início dos anos 1920, diversos cineastas já faziam experimentações com a estética arrojada do cinema
alemão. O público europeu também começou a apreciar esse estilo, em parte devido a uma diminuição do
sentimento anti-alemão que predominava na Europa, com o término da Primeira Guerra. Quando o banimento
de importação de filmes deixou de vigorar na Alemanha, o cinema nacional já havia se tornado uma indústria
internacional.

O movimento terminou depois que a moeda se estabilizou, tornando mais barata a compra de filmes
estrangeiros. Os estúdios da Universum Film AG (UFA) entraram em colapso financeiro e os produtores
alemães começaram a negociar com os italianos. O poder norte-americano na indústria cinematográfica
também levou alguns cineastas germânicos a continuarem suas carreiras nos Estados Unidos. O último filme
da UFA foi O Anjo Azul (Der Blaue Engel), de Josef von Sternberg, em 1930, considerado uma obra de arte
do Expressionismo alemão.

As características estéticas propostas pelos cineastas expressionistas na Alemanha eram bem aceitas
durante a República de Weimar (1919 a 1933), período democrático antes da ocupação nazista, mas aos
poucos foram se diluindo e se misturando com outras abordagens e estilos visuais. Essa variação do
Expressionismo perdurou por muitas décadas subsequentes – nos ângulos acentuados e nos jogos de
sombras dos filmes noir, por exemplo.

 Principais características estéticas

Por ter florescido em meio aos horrores da guerra e à devastação econômica que dominou a
Alemanha depois disso, o cinema expressionista buscava expressões viscerais de emoção e desprezava a
obediência das regras de composição e representação. Embora tenha sido um movimento que emergiu do
mesmo clima cultural que deu origem ao nazismo, os expressionistas eram um grupo de rebeldes que
pregavam valores artísticos como a abstração e o antagonismo à tradição, aliados à necessidade quase
obsessiva de expressar seus sentimentos, o que fez com que se referissem a si mesmos como os
“adolescentes apocalípticos”.

Muitos críticos veem um link direto entre o cinema e a arquitetura da época, já que os cenários e a
direção de arte dos filmes em geral mostravam prédios com ângulos pontiagudos e ambientes grandiosos,
visualmente sobrecarregados, como a Torre de Babel no filme Metrópolis, de Fritz Lang. Fortes elementos do
monumentalismo e do modernismo aparecem nos filmes canônicos do Expressionismo alemão, como o
próprio Metrópolis, em que a arquitetura se apresenta de maneira massiva e muitas vezes opressiva.

Os pintores expressionistas alemães que inspiraram o Expressionismo no cinema rejeitavam a


representação naturalista de uma realidade objetiva.  Eles retratavam figuras humanas, prédios e paisagens
de maneira distorcida e estilizada, sem muita preocupação com as convenções da perspectiva ou da
proporção, para desorientar o observador. Essa abordagem era usada para transmitir emoções internas e
subjetivas por meio de ferramentas externas e objetivas.

O principal exemplo do estilo visual expressionista é a atmosfera de sonho do filme O Gabinete do Dr.
Caligari, reconhecido como um dos marcos do cinema expressionista. Hermann Warm, o diretor de arte do
filme, trabalhou com os pintores e diretores de arte Walter Reimann e Walter Röhrig para criar sets
fantásticos, que remetiam a pesadelos, com criaturas retorcidas e paisagens com formas pontudas e linhas
oblíquas. Alguns desses desenhos foram construídos, outros pintados diretamente em telas.

O Gabinete do Dr. Caligari, de Robert Wiene (1920).


Os filmes expressionistas alemães não apenas sintetizavam o contexto sociopolítico no qual foram
criados, como também trabalhavam problemas intrinsecamente modernos de auto-aceitação e identidade,
expressando um pouco do que se passava na consciência coletiva da época. Segundo J.P. Telotte, em
‘Expressionismo Alemão: Um Problema Cinemático/Cultural’ do livro Tradições do Cinema Mundial (2005), o
movimento voltou seu foco ao “poder dos espetáculos” para oferecer ao público uma espécie de imagem
metonímia de sua própria situação.

Os filmes expressionistas permanecem marcados por seus cenários e atuações extremamente


estilizados, seu visual altamente contrastado e edição simples. A maior parte deles era gravada em estúdios,
onde se podia usar iluminação e ângulos de câmera deliberadamente exagerados e dramáticos, para
enfatizar algum aspecto particular dos personagens – medo, horror, dor, etc. Algumas das técnicas
expressionistas foram posteriormente adaptados por diretores norte-americanos e incorporadas em muitos
filmes de Hollywood.
Principais cineastas e filmes

Um dos filmes mais representativos do Expressionismo alemão foi Nosferatu (1922), de F.W. Murnau.
Embora tenha usado diversas locações reais, o que não era comum nos filmes da época, o filme desenvolve
o desespero e a angústia de maneira crescente e assustadora. Murnau transforma o familiar em algo
estranho, dando toques expressionistas às paisagens da vida real, o que gradualmente transporta o
expectador da realidade para o pesadelo. O vampiro, que simboliza a inevitabilidade da morte, é uma
adaptação livre da obra de Bram Stoker, cuja viúva acabou processando Murnau e pedindo a destruição de
todas as cópias do filme – o que, por sorte, não aconteceu.

Entre os filmes mais emblemáticos do Expressionismo alemão, certamente é preciso destacar O


Gabinete do Dr. Caligari (Das Cabinet des Dr. Caligari), de 1920, dirigido por Robert Wiene. O filme é famoso
por sua atmosfera angustiante e pela história macabra, na qual o personagem Francis tenta resolver uma
série de assassinatos que ele suspeita serem obra de um hipnotizador, o Dr. Caligari, e de seu comparsa
sonâmbulo, Cesare. O longa foi interpretado por muitos como uma alegoria à Primeira Guerra Mundial, na
qual Cesare representava os inocentes soldados levados ao crime pela manipulação de um governo
autoritário e abusivo (representado por Caligari).

Metrópolis (1927), de Friz Lang, também é considerado um dos mais famosos filmes do


Expressionismo e do cinema mudo como um todo. O longa-metragem mistura elementos góticos com uma
estética futurista que ainda hoje inspira o gênero de ficção científica. Sua visão extremista de uma sociedade
movida pela luta de classes, com os ricos vivendo no topo iluminado da cidade e os pobres embaixo, nas
sombras, o filme revela as desigualdades econômicas da Alemanha na República Weimar, mesclando
angústias pessoais com crítica social. A própria multidão de operários é uma parte essencial da estética
visual do filme, movendo-se de maneira simétrica e mecânica, como a máquina gigante à qual servem.

Legado para o cinema

O cinema expressionista alemão dos anos 1920 defendia a premissa de que o filme se transforma em
arte na medida em que suas imagens se afastam da realidade. Essa interpretação particular acabou
influenciando alguns dos mais relevantes cineastas do século 20. O estilo seminal do Expressionismo
conseguiu transpor em imagens o sentimento popular de um período turbulento da história europeia, dando
origem a obras poderosas com um olhar revelador sobre a sociedade da época, expressando toda a
desilusão, desconfiança e isolamento enfrentados pelo povo alemão.

Os filmes mudos da Alemanha estavam muito à frente do que era produzido em Hollywood no mesmo
período. De certo modo, o cinema no mundo inteiro se beneficiou com o desenvolvimento desse estilo e das
novas técnicas, que se tornaram cada vez mais visíveis nas telas. A estética expressionista ainda é
incorporada por cineastas e diretores de fotografia contemporâneos.

No campo das artes plásticas, o russo Wassily Kandinsky foi um dos pintores fortemente inspirados
pelo Expressionismo. O mesmo pode-se dizer do escritor Franz Kafka, na literatura, e do compositor
austríaco Arnold Schoenberg, na música. Já no cinema, dois gêneros foram especialmente influenciados: os
filmes de terror e os filmes noir.

Inspirado pelo movimento expressionista, o fundador dos estúdios da Universal, Carl Laemmle, ficou
famoso por produzir filmes de terror para o cinema mudo norte-americano, como O Fantasma da Ópera (The
Phantom of the Opera), em 1925. Cineastas de origem alemã, radicados nos Estados Unidos, como Karl
Freund (que foi diretor de fotografia de Dracula, em 1931), ajudaram a definir a atmosfera dos filmes de
monstros produzidos pela Universal nos anos 1930. Com suas características peculiares de direção de arte e
de fotografia, esses profissionais criaram um modelo estilístico para as futuras gerações.

Em 1924, o jovem Alfred Hitchcock foi enviado para trabalhar no filme The Blackguard (Die Prinzessin
und der Geiger), como assistente de direção e diretor de arte para os estúdios UFA, em Berlim. O efeito
imediato desse ambiente de trabalho pode ser visto no design de seus cenários para esse longa-metragem. O
Expressionismo alemão influenciaria o diretor ao longo de toda a sua carreira, assim como o cinema de
Hitchcock influenciou diversos outros cineastas modernos.

Em seu terceiro filme, O Inquilino (The Lodger: A Story of the London Fog), de 1927, Hitchcock
apresentou ao público técnicas de iluminação e truques de câmera ousados, contra a vontade do estúdio.
Essa influência expressionista também pode ser percebida no bem sucedido Psicose (Psycho), de 1960, no
qual a imagem borrada do assassino, vista através de uma cortina de banheiro, é uma reminiscência
a Nosferatu, na cena em que o vampiro é mostrado por meio de uma sombra.
Nos anos 1940, diretores como Fritz Lang, Billy Wilder, Otto Preminger, Orson Welles, Carol Reed e
Michael Curtiz introduziram o estilo expressionista nos dramas norte-americanos, expandindo ainda mais a
influência do movimento no fazer cinematográfico moderno.

O estilo pode ser percebido também na filmografia do diretor Tim Burton. Batman: O Retorno (Batman
Returns), de 1992, é muito citado como uma tentativa moderna de capturar a essência do expressionismo
alemão.
Mais recentemente, em 1979, o filme Nosferatu: O Vampiro da Noite (Nosferatu: Phantom der Nacht),
do cineasta alemão Werner Herzog, foi um tributo ao longa de F.W. Murnau, usando as mesmas técnicas
expressionistas para contar uma história de valor simbólico muito profundo. Outro filme recente que usa
contraste acentuado e elementos fantásticos é a produção norte-americana Cidade das Sombras (Dark City),
de 1998, dirigida por Alex Proyas.

Elementos estilísticos empregados do Expressionismo são comuns atualmente em obras de ficção


científica – por exemplo, Blade Runner: O Caçador de Androides (Blade Runner), de Ridley Scott, lançado em
1982 e visivelmente influenciado por Metrópolis; e Neblina e Sombras (Shadows and Fog), de Woody Allen,
de 1991, uma homenagem aos cineastas expressionistas Fritz Lang, Georg Wilhelm Pabst e F.W. Murnau.

O estilo pode ser percebido também na filmografia do diretor Tim Burton. Batman: O Retorno (Batman
Returns), de 1992, é muito citado como uma tentativa moderna de capturar a essência do expressionismo
alemão. As formas angulares dos prédios e a aparência agressiva da cidade de Gotham evocam a hostilidade
e a ameaça presentes em Metrópolis. Além disso, O Gabinete do Dr. Caligari foi a inspiração para a
aparência grotesca do Pinguim, interpretado por Danny DeVito.

As influências expressionistas de Burton são ainda mais aparentes no conto de fadas


moderno Edward Mãos de Tesoura (Edward Scissorhands). O protagonista é uma referência ao servo
sonâmbulo de Caligari. Burton provoca desconforto com os ambientes do filme, desde o subúrbio colorido até
o castelo gótico do protagonista. A seu modo, o diretor subverte o pesadelo de Caligari com uma narrativa
surpreendentemente inspiradora, apresentando o outsider como herói e os habitantes da vila como vilões. O
mesmo pode-se dizer sobre o filme Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet (Sweeney Todd:
The Demon Barber of Fleet Street), de 2007, também dirigido por Tim Burton, cujo protagonista aparece
sempre com roupas escuras, maquiagem branca no rosto e olheiras profundas.
A estética

Existe influência dos pintores expressionistas, que representavam pessoas e paisagens de maneira
distorcida, sem preocupação com a realidade. Esses artistas também tinham a intenção de representar o
subjetivo.
Como já dito, o movimento não buscava um visual estético exatamente agradável. A intenção era de
representar o real de maneira abstrata por meio do escuro, das sombras, formas distorcidas, alto contraste e
até mesmo movimentos de câmera que pretendiam passar ao espectador sensação de mal estar. Na tela,
via-se representado tudo o que estava guardado no interior dos alemães naquele momento. Com todos os
elementos somados, criava-se uma atmosfera de pesadelo.
Alguns aspectos de movimento de câmera e iluminação também eram particulares; como quando
usados para enfatizar o horror, desespero e medo. Algumas dessas técnicas serviram de referência para o
cinema de Hollywood. As atuações caricatas e “teatrais” complementam a estética visual.

Obras e cineastas

Gabinete do Dr. Caligari (1920), Robert Weiner - Em um pequeno vilarejo da fronteira holandesa,
um misterioso hipnotizador, Dr. Caligari, chega acompanhado do sonâmbulo Cesare que, supostamente,
estaria adormecido por 23 anos. À noite, Cesare perambula pela cidade, concretizando as previsões funestas
do seu mestre, o Dr. Caligari.
O Vampiro de Dusseldorf (1931), de Fritz Lang - Um misterioso infanticida leva o terror a
Dusseldorf. A polícia local não consegue capturar o serial killer então um grupo de foras-da-lei se une para
encontrar o assassino. Capturado pelos marginais, ele é julgado por um tribunal de criminosos.

Metrópolis (1926), de Fritz Lang - Uma cidade futurista chamada Metropolis dividida entre a classe
trabalhadora e os planejadores da cidade, o filho do mestre da cidade se apaixona por uma profeta da classe
trabalhadora, que prevê a vinda de um salvador para mediar a diferença entre as classes.

Nosferatu(1922), de F.W. Murnau - O corretor de imóveis Hutter precisa vender um castelo cujo
proprietário é o excêntrico conde Graf Orlock. O conde, na verdade, é um vampiro milenar que espalha o
terror na região de Bremen, na Alemanha e se interessa por Ellen, a mulher de Hutter.
A importância do movimento

O Expressionismo Alemão teve grande influência em outros movimentos e estilos tanto dentro, quanto
fora do cinema. Seu legado passa por artes plásticas, literatura e até música; mas no cinema, seu estilo
chega em Hollywood visto na temática e linguagem. Isso é notado principalmente nos Filmes Noir e no
cinema de terror. Muito disso se dá por conta da migração de diversos diretores alemães para Hollywood e o
fato de terem continuado a produzir filmes lá.
Essa é uma passagem pela história de um dos movimentos mais icônicos e influentes da história da
sétima arte. Para conhecer mais, você pode assistir aos filmes citados aqui, que são marcos do cinema e
importantes dentro do movimento.

História do Cinema Brasileiro


A história do cinema no Brasil começa no final do século XIX, mais precisamente em julho de 1896,
quando ocorre a primeira exibição de cinema no país, na cidade do Rio de Janeiro. A película escolhida era
dos irmãos Lumiére chamada: “Saída dos Trabalhadores da Fábrica Lumière”.
No mundo, o cinema tem início com os irmãos Lumière (Auguste Marie Louis Nicholas Lumière e Louis
Jean Lumière), em dezembro de 1985, na cidade de Paris. Inicialmente o cinema era mudo, e somente na
década de 1930 que surge o cinema falado.

Resumo da História do Cinema no Brasil

Origem
No ano seguinte, em 1887, desde a estreia cinematográfica no país, abre a primeira sala de cinema ao
público na capital carioca por incentivo dos irmãos italianos Paschoal Affonso e Segreto.
Eles foram os pioneiros do cinema no Brasil, os quais foram considerados os primeiros cineastas no
país, uma vez que realizaram gravações da Baía de Guanabara em 1898.
No ano seguinte, Pachoal Segreto realizou uma filmagem na cidade de São Paulo durante a
celebração da unificação da Itália. No entanto, foi somente no início do século XX, que São Paulo tem sua
primeira sala de cinema, com o italiano Vítor di Maio.
Um dos problemas iniciais da produção do cinema no país era a falta de eletricidade que somente foi
resolvida em 1907 com a implantação da Usina Ribeirão de Lages, no Rio de Janeiro. Após esse evento, os
números de salas crescem consideravelmente na cidade do Rio de Janeiro (cerca de 20 salas de exibição).

A História do Cinema Brasileiro

A história do cinema brasileiro pode ser dividida em épocas muito distintas, que de certa forma
moldaram as produções nacionais no decorrer de mais de um século da sétima arte no país. Em nossa
historiografia cinematográfica, esses períodos incluem os primeiros filmes e o domínio de Hollywood, o
surgimento do cinema sonoro, as chanchadas, o Cinema Novo e o “udigrúdi”, a Embrafilme, a crise dos anos
1980, a Retomada e a Pós-Retomada.

O cinema teve seu pontapé inicial no Brasil em 1896, quando foram exibidos no Rio de Janeiro uma
série de filmes curtos retratando o cotidiano nas cidades europeias. Depois dessa primeira exibição, o país
construiu uma história cinematográfica rica e variada, que atravessou muitas fases e conquistou
reconhecimento ao redor do mundo. Ao longo de seus diferentes períodos históricos, as obras
cinematográficas brasileiras acompanharam e incorporaram influências do contexto social, econômico,
cultural e político do país.

 Hoje, nosso mercado interno ainda é muito influenciado por filmes estrangeiros, embora as iniciativas
para o fomento da indústria e a busca por profissionalização na área estejam se ampliando.

Segundo dados da Agência Nacional do Cinema (ANCINE), no ano de 2017 o público de filmes
nacionais ultrapassou 17 milhões de espectadores, gerando uma renda de 240 milhões de reais. Entre os 463
longas-metragens lançados no país, 160 eram brasileiros.

Primeiros filmes

Os irmãos italianos Paschoal Affonso e Segreto podem ser considerados os primeiros cineastas do
país, já que realizaram gravações da Baía de Guanabara em 19 de junho de 1898. Embora não exista
registro desse material, a data é considerada, até hoje, o Dia do Cinema Brasileiro.

A estruturação do mercado exibidor no país se deu entre 1907 e 1910. Naquela época, a falta de
eletricidade dificultava a implantação de salas de cinema, muitas das quais possuíam suas próprias equipes
de filmagem. A maior parte dos filmes exibidos, no entanto, era importada de outros países – principalmente
da Europa.

Os primeiros filmes gravados no país foram, em sua maioria, documentais. O curta-metragem Os


Estranguladores (1908), de Francisco Marzullo e Antônio Leal, é considerado a primeira película de ficção do
Brasil. Já o primeiro longa-metragem foi O Crime dos Banhados (1914), dirigido por Francisco Santos.

As produções de ficção, conhecidas como filmes “posados”, eram realizadas pelos proprietários das
salas de cinema do Rio de Janeiro e São Paulo. Muitas das histórias eram inspiradas em crimes reais, mas
havia algumas comédias. Os chamados filmes “cantados”, nos quais os atores dublavam a si mesmos por
trás da tela, também fizeram sucesso nesse período. Outra fórmula bem-sucedida junto ao público eram as
adaptações para o cinema de obras literárias.

O mercado nacional sofreu mudanças estruturais durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918).
Com a diminuição da produção europeia, as salas de exibição brasileiras passaram a ser dominadas pelos
filmes de Hollywood (que entravam no país isentos de taxas alfandegárias), fator esse que também
enfraqueceu o cinema produzido localmente.

Ganga Bruta (1933) de Humberto Mauro

Já na década de 1930, foi criado o primeiro grande estúdio do Brasil: a Cinédia. Os filmes brasileiros
mais relevantes desse período foram Limite (1931), de Mario Peixoto, A Voz do Carnaval (1933), de Ademar
Gonzaga e Humberto Mauro, e Ganga Bruta (1933) de Humberto Mauro. Foi também nessa época que se
propagou no país o cinema sonoro, cujo filme nacional pioneiro foi a comédia Acabaram-se os Otários (1929),
de Luiz de Barros.

Domínio de Hollywood

Entre os anos 1930 e 1940, as distribuidoras de filmes norte-americanos no país investiram em


publicidade e equiparam as salas de cinema para vender seus talkies (filmes falados). O público acabou se
adaptando às legendas e se acostumou ao estilo que caracterizou o cinema clássico de Hollywood:
narrativas lineares, com início, meio e fim bem definidos, geralmente com finais felizes.
Assim, a Cinédia passou a produzir filmes com aspectos que lembravam as produções
hollywoodianas: histórias românticas, musicais, com grandes cenários e estrelas como Carmem Miranda.
Exemplos disso são os filmes Alô, Alô, Brasil (1935), Alô, Alô, Carnaval (1936), Bonequinha de Seda (1936)
e Pureza (1940). No entanto, as produtoras nacionais não foram capazes de alavancar o mercado: dos 409
filmes lançados em 1942 no país, apenas um era brasileiro.

“Os primeiros longas-metragens realizados no Brasil copiavam a estética do cinema americano. Um


dos exemplos são os estúdios da Vera Cruz, inaugurados em 1949, em cujos filmes encontramos a estética
hollywoodiana”, explica Lucilene Pizoquero, pesquisadora do Cinema Brasileiro e professora da AIC.

O primeiro filme brasileiro a vencer o prêmio


internacional no Festival de Cannes saiu dessa produtora: O Cangaceiro (1953), de Lima Barreto.

Com seus grandes estúdios e equipamentos modernos, diretores estrangeiros e elencos fixos, a
criação da Vera Cruz foi um verdadeiro marco da industrialização do cinema no país. O primeiro filme
brasileiro a vencer o prêmio internacional no Festival de Cannes saiu dessa produtora: O Cangaceiro (1953),
de Lima Barreto. Já as comédias de Mazzaropi obtiveram enorme sucesso de público.

Em 1950, surgiu a primeira emissora de televisão no país, a Tupi, fazendo com que alguns atores do
cinema migrassem para a TV. Alguns anos depois, em 1954, as dificuldades de distribuição e as dívidas
acabaram levando a Vera Cruz à falência. Nesse mesmo ano, foi lançado o primeiro filme em cores do
Brasil: Destino em Apuros, de Ernesto Remani.

As chanchadas

O gênero das chanchadas (filmes cômicos, musicais, de baixo orçamento) despontou na década de
1940, com a fundação da empresa carioca Atlântida Cinematográfica, cujos principais atores foram Oscarito,
Grande Otelo e Anselmo Duarte. Embora os investimentos em estrutura fossem poucos, a bem-sucedida
ideia da Atlântida era manter uma produção constante, em parceria com um circuito exibidor para a
distribuição dos filmes – no caso, o grupo de Luiz Severiano Ribeiro.

Tendo como principal tema o carnaval, a Atlântida produziu inúmeras comédias musicais, de tramas
fáceis e apelo popular, como Este Mundo é um Pandeiro (1947) e Carnaval no Fogo (1949), ambos de
Watson Macedo. “Os filmes carnavalescos possuíam a estética do teatro de revista brasileiro: narrativa frouxa
costurada por números musicais, com os grandes artistas do rádio. Já a chanchada agregou a gag ao novo
gênero, tipicamente brasileiro”, ressalta Lucilene.

Além do carnaval, as histórias passaram a explorar a comédia de costumes e os tipos folclóricos do


Rio de Janeiro. Exemplos de sátiras dessa época são Nem Sansão Nem Dalila (1954) e Matar ou
Correr (1954), de Carlos Manga.

Embora o público gostasse das chanchadas, a crítica as considerava ruins. O próprio nome vem da
palavra espanhola para “safadeza”. Eventualmente, essa fórmula acabou se esgotando e o cinema brasileiro
foi tomado por movimentos revolucionários, influenciados pelos vanguardistas europeus.

Cinema Novo e “udigrúdi”

Um dos precursores do Cinema Novo no Brasil foi o filme Rio, 40 Graus (1955), de Nelson Pereira
dos Santos. Uma leva de jovens cineastas passou a questionar as tentativas da indústria cinematográfica
brasileira de imitar Hollywood. O foco desse novo tipo de cinema estava nas temáticas populares, com
preocupações de cunho social e político, e na busca pelo realismo, em favor de uma arte autêntica.

“A ‘estética da fome’, termo criado por Glauber Rocha, surgiu com o Cinema Novo, inspirada nas
obras de baixo orçamento das produções Neorrealistas italianas e da Nouvelle Vague francesa. Em um país
subdesenvolvido, os parcos recursos se transformaram em estética”, observa Lucilene Pizoquero. Com o
mote “uma câmera na mão e uma ideia na cabeça”, Glauber liderou um movimento que repercute até a
atualidade na cultura cinematográfica mundial.

Considerado um dos maiores cineastas brasileiros, Glauber Rocha dirigiu alguns dos filmes que se
tornaram símbolos do Cinema Novo, como Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964), Terra em Transe (1967)
e O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro (1968). Destacam-se, também, Vidas Secas (1963), de
Nelson Pereira dos Santos, e Os Fuzis (1964), de Ruy Guerra.

Em pleno regime militar, entre o final da década de 1960 e o início de 1970, outro grupo de cineastas
optou por um movimento mais radical: o cinema marginal (ou “udigrúdi”, termo que brinca com a
palavra underground, que denominava os artistas da contracultura norte-americana). A “estética do lixo”,
proposta por esses diretores, rejeitava as fórmulas tradicionais de narrativa e buscava um cinema
experimental. Os principais expoentes desse movimento foram Rogério Sganzerla (O Bandido da Luz
Vermelha) e Júlio Bressane (Matou a Família e Foi ao Cinema).

A Embrafilme 

A criação da Embrafilme (Empresa Brasileira de Filmes), em 1969,  teve o objetivo de financiar as


produções cinematográficas que se alinhassem às exigências do governo militar. Sob o controle do estado,
uma indústria nacional passou a se estruturar, regulamentada pelo Conselho Nacional de Cinema (Concine).
A ideia era promover uma conquista de mercado pelo cinema brasileiro – ou pelo menos para os filmes que
fossem aprovados pela censura.

A exibição de longas nacionais nas salas de cinema de todo o país também foi estimulada, o que
culminou em alguns sucessos de bilheteria, incluindo Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976), de Bruno
Barreto, cujo recorde de público (10,7 milhões de espectadores) foi superado apenas em 2010, com o
lançamento de Tropa de Elite 2, de José Padilha. As comédias dos Trapalhões também atraíram milhares de
pessoas aos cinemas, naquela época.

Ao mesmo tempo em que a Embrafilme impulsionava a produção cinematográfica de viés comercial,


os cineastas paulistanos da chamada Boca do Lixo passaram a realizar as pornochanchadas – filmes
inspirados pelas comédias populares italianas dos anos 1960, com muito conteúdo erótico. A mistura de
humor e erotismo tornou o gênero bastante popular nos anos 1970, aproveitando-se da reserva de mercado
para filmes nacionais nos circuitos exibidores, mas entrou em decadência com a popularização do mercado
pornográfico hardcore, na década de 1980.

A crise dos anos 1980


A popularização do videocassete fez com que o cinema nacional entrasse em declínio. Além disso, a
situação econômica no país piorava a cada dia e a dívida externa atingia números alarmantes. Não havia
recursos nem para que os cineastas produzissem filmes, nem para que os espectadores pudessem pagar os
ingressos. Nesse contexto, os proprietários das salas de cinema passaram a lutar contra a lei da
obrigatoriedade da exibição de filmes brasileiros.

Uma nova geração de cineastas apareceu, então, na cidade de São Paulo, entre eles Sérgio Bianchi,
Hermano Penna, André Klotzel e Sérgio Toledo, assim como o documentarista Eduardo Coutinho (Cabra
Marcado Para Morrer), mas seus filmes acabam se limitando ao público dos festivais de cinema. Naquele
período, o Festival de Gramado era considerado o mais importante do país.

Em 1990, com a eleição de Fernando Collor, a Embrafilme cessou suas atividades. O novo presidente
também extinguiu o Ministério da Cultura, o Concine, a Fundação do Cinema Brasileiro, acabando com as leis
de incentivo à produção e com a regulamentação do mercado. Para se ter uma ideia da difícil situação em
que se encontrava a produção cinematográfica, em 1992 (ano em que Collor sofreu o impeachment) somente
três filmes brasileiros foram lançados nos cinemas.

 A Retomada do cinema brasileiro

O período entre 1992 e 2003 é conhecido como a fase da Retomada. O governo Itamar Franco criou a
Secretaria para o Desenvolvimento do Audiovisual, responsável pela regulamentação daquela que viria a se
tornar a Lei do Audiovisual, possibilitando a produção de centenas de filmes nacionais ao longo das últimas
décadas. Um dos exemplos é o longa Carlota Joaquina, Princesa do Brazil (1994), de Carla Camurati, o
primeiro realizado por meio desse recurso.

Grandes destaques desse período são O Quatrilho (1995), de Fábio Barreto, O Que é Isso,
Companheiro? (1997), de Bruno Barreto, e Central do Brasil (1998), de Walter Salles, todos indicados ao
Oscar de melhor filme estrangeiro – em 1996, 1998 e 1999, respectivamente, sendo que o último também
levou uma indicação na categoria de melhor atriz, para Fernanda Montenegro (a primeira latino-americana, a
única brasileira e também a única atriz já indicada ao prêmio por uma atuação em língua portuguesa).

“A dita retomada do cinema brasileiro trouxe a ‘cosmética da fome’, segundo Ivana Bentes, para
designar a onda de estetização da miséria nas telas brasileiras”, salienta Lucilene. Essa estética projetou os
filmes nacionais internacionalmente, mas não foi capaz de levar, de fato, o público brasileiro aos cinemas. A
luta contra a dominação do mercado pelas distribuidoras estrangeiras é uma constante, com os realizadores
sempre em busca de mecanismos para atrair mais espectadores.

Uma empresa que foi bem-sucedida nas estratégias de conquista desse mercado foi a Globo Filmes,
expandindo os negócios da televisão para o cinema e conquistando bilheterias milionárias, principalmente
com suas comédias. Em 2003, os filmes produzidos com participação da Globo foram responsáveis por 90%
das receitas de bilheteria do cinema brasileiro. A popularidade dessas produções segue até os dias de hoje,
com muitos delas se transformando em franquias.
O longa Cidade de Deus (2002), de Fernando Meirelles, marcou o final da retomada do cinema
brasileiro. O filme foi indicado a quatro Oscars: melhor diretor, melhor roteiro adaptado, melhor direção de
fotografia e melhor edição; além de ter recebido o Globo de Ouro como melhor filme estrangeiro. O sucesso
de crítica e de público deu novo fôlego ao cinema contemporâneo brasileiro.

A Pós-Retomada

Cidade de Deus abriu as portas para produções como Carandiru (2003), de Hector Babenco, e Tropa


de Elite (2007) de José Padilha – o segundo, um dos maiores fenômenos nacionais, já que ganhou fama por
meio de cópias de DVDs piratas e somente depois conquistou o público nos cinemas, pelo “boca a boca”.

É nesse período que os filmes brasileiros se consolidaram como opções “vendáveis” no mercado. Em
2013, mais de 120 longas chegaram às telas, muitos deles com públicos acima de um milhão de
espectadores. Comédias populares, como De Pernas pro Ar (2010) e Minha Mãe é uma Peça (2013),
passaram a utilizar uma estética que transitava entre os programas da Globo e
os blockbusters hollywoodianos, para atrair as grandes massas.

Minha Mãe é uma peça (2013)

Ao mesmo tempo em que as comédias têm conquistado sucesso comercial, produções independentes
brasileiras cada vez mais ganham espaço nos festivais de cinema internacionais, com destaque para
cineastas como Kleber Mendonça Filho (Aquarius, O Som Ao Redor), Gabriel Mascaro (Ventos de
Agosto, Boi Neon), Marco Dutra (Trabalhar Cansa, As Boas Maneiras), Anna Muylaert (Que Horas Ela
Volta?), Tata Amaral (Hoje), Karim Aïnouz (O Céu de Suely, Praia do Futuro), Petra Costa (Elena, O Olmo e a
Gaivota), Adirley Queirós (Branco Sai, Preto Fica) e Daniel Ribeiro (Hoje Eu Quero Voltar Sozinho).

Segundo Lucilene Pizoquero, as crises econômicas e políticas que abalam o país desde 2016, com a
ameaça de extinção do Ministério da Cultura, acabam surtindo efeitos negativos sobre as políticas de fomento
público. “A boa notícia é que o meio digital proporcionou uma democracia em termos de produção e custos.
E, a partir de 2013, os canais por assinatura têm a obrigação de exibir conteúdo nacional e produção
independente, em horário nobre, regulamentada pela lei no 12.485. Além disso, seguem as negociações sobre
o streaming para o conteúdo audiovisual brasileiro”, completa a professora.

As maiores bilheterias brasileiras:


Anos 1970:

1. Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976), de Bruno Barreto


2. A Dama do Lotação (1978), de Neville de Almeida
3. O Trapalhão nas Minas do Rei Salomão (1977), de J.B. Tanko
4. Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia (1977), de Hector Babenco
5. Os Trapalhões na Guerra dos Planetas (1978), de Adriano Stuart

Anos 1980:

1. Os Saltimbancos Trapalhões (1981), de J. B. Tanko


2. Os Trapalhões na Serra Pelada (1982), de J. B. Tanko

Anos 1990:

1. Lua de Cristal (1990), de Tizuka Yamasaki

Anos 2000:

1. Se Eu Fosse Você 2 (2009), de Daniel Filho


2. Dois Filhos de Francisco (2005), de Breno Silveira
3. Carandiru (2003), de Hector Babenco

Anos 2010:

1. Os Dez Mandamentos – O Filme (2016), de A. Avancini


2. Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora é Outro (2010), de José Padilha
3. Minha Mãe é Uma Peça 2 (2016), de César Rodrigues
4. De Pernas pro Ar 2 (2012), de Roberto Santucci
5. Nosso Lar (2010), de Wagner de Assis

* filmes com mais de 4 milhões de espectadores 

20 filmes imperdíveis da história do cinema brasileiro

(de acordo com a professora da AIC Lucilene Pizoquero)

 Barro Humano (1929), de Adhemar Gonzaga


 Sangue Mineiro (1929), de Humberto Mauro
 Limite (1931), de Mário Peixoto
 Ganga Bruta (1933), de Humberto Mauro
 Carnaval Atlântida (1953), de José Carlos Burle e Carlos Manga
 Sinhá Moça (1953), de Tom Payne e Oswaldo Sampaio
 O Cangaceiro (1954), de Lima Barreto
 O Pagador de Promessas (1962), de Anselmo Duarte
 Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964), de Glauber Rocha
 São Paulo, Sociedade Anônima (1965), de Luiz Sérgio Person
 Terra em Transe (1967), de Glauber Rocha
 O Bandido da Luz Vermelha (1968), de Rogério Sganzerla
 Matou a Família e Foi ao Cinema (1969), de Júlio Bressane
 O Homem que Virou Suco (1981), de João Batista de Andrade
 Cabra Marcado para Morrer (1984), de Eduardo Coutinho
 Central do Brasil (1998), de Walter Salles
 Notícias de uma Guerra Particular (1999), de João Moreira Salles e Kátia Lund
 O Invasor (2002), de Beto Brant
 Cidade de Deus (2002), de Fernando Meirelles
 Jogo de Cena (2007), de Eduardo Coutinho

https://www.aicinema.com.br/hollywood-da-era-de-ouro-aos-blockbusters/
https://www.aicinema.com.br/expressionismo-alemao-movimentos-cinematograficos/
https://www.aicinema.com.br/a-historia-do-cinema-brasileiro/

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