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A melhor mensagem de Natal é aquela que sai em silêncio de nossos corações

e aquece com ternura os corações daqueles que nos acompanham em nossa


caminhada pela vida.

Natal quer dizer espírito de amor... um tempo quando o amor de Deus e o amor
dos seres humanos deveriam prevalecer acima de todo o ódio e amargura...
um tempo em que nossos pensamentos, ações e o espírito de nossas vidas
manifestam a presença de Deus.

O Natal começou no coração de Deus. Só está completo quando alcançar o


coração do homem.

Feliz, feliz Natal, que nos traz de volta as ilusões da infância, recorda ao idoso
os prazeres da juventude e transporta o viajante de volta à própria lareira e à
tranquilidade do seu lar.
Charles Dickens

Melhor do que todos os presentes por baixo da árvore de Natal é a presença


de uma família feliz.

Sugestões de presentes para o Natal:


Para seu inimigo, perdão.
Para um oponente, tolerância.
Para um amigo, seu coração.
Para um cliente, serviço.
Para tudo, caridade.
Para toda criança, um exemplo bom.
Para você, respeito.
Oren Arnold

Há mais, muito mais, para o Natal do que luz de vela e alegria. É o espírito de
doce amizade que brilha todo o ano. É consideração e bondade, é a esperança
renascida novamente, para paz, para entendimento e para benevolência dos
homens.

Que é o Natal? É a ternura do passado, o valor do presente e a esperança do


futuro. É o desejo mais sincero de que cada xícara se encha com bênçãos
ricas e eternas e de que cada caminho nos leve à paz.
Agnes M. Pharo

Se não sabes o que presentear a teus seres mais queridos no Natal,


presenteie-lhes teu amor.

Ainda que se percam outras coisas ao longo dos anos, mantenhamos o Natal
como algo brilhante. Regressemos à nossa fé infantil.
Grace Noll Crowell
Não existe o Natal ideal, só o Natal que você decida criar como reflexo de seus
valores, desejos, queridos e tradições.
Bill McKibben

Honrarei o Natal em meu coração e tentarei conservá-lo durante todo o ano.


Charles Dickens

O Natal, crianças, não é uma data. É um estado de espírito.


Mary Ellen Chase

O Natal... não é um acontecimento, senão uma parte de seu lar que levamos
sempre em nosso coração.
Freya Stark

A felicidade de ter a presença da família unida e feliz, não só no Natal, supera


qualquer presente que possa estar debaixo da árvore.
Edward Klumpp

O que é Estética na Filosofia?

Pedro Menezes
 
Professor de Filosofia, Mestre em Ciências da Educação
A Estética, também chamada de Filosofia da Arte, é uma das áreas de
conhecimento da filosofia. Tem sua origem na palavra grega aisthesis, que
significa "apreensão pelos sentidos", "percepção".

É uma forma de conhecer (apreender) o mundo através dos cinco sentidos


(visão, audição, paladar, olfato e tato).

Importante saber que o estudo da estética, tal como é concebido hoje, tem sua
origem na Grécia antiga. Entretanto, desde sua origem, os seres humanos
mostram possuir um cuidado estético em suas produções.

Das pinturas rupestres, e os primeiros registros de atividade humana,


ao design ou à arte contemporânea, a capacidade de avaliar as coisas
esteticamente parece ser uma constante.

Mas, foi por volta de 1750, que o filósofo Alexander Baumgarten (1714-1762)
utilizou e definiu o termo "estética" como sendo uma área do conhecimento
obtida através dos sentidos (conhecimento sensível).

A estética passou a ser entendida, ao lado da lógica, como uma forma


de conhecer pela sensibilidade.

Desde então, a estética se desenvolveu como área de conhecimento. Hoje, é


compreendida como o estudo das formas de arte, dos processos de criação de
obras (de arte) e em suas relações sociais, éticas e políticas.

A Beleza entre os Gregos

A filosofia grega, a partir de seu período antropológico, buscou perceber os


motivos pelos quais as atividades humanas possuem um comprometimento
com um valor estético: a beleza.

Desde o início dos tempos, a ideia de beleza e de bem fazer estão interligadas
à produção e transformação da natureza.

Com isso, o filósofo grego Platão (427-347) buscou relacionar a utilidade com a
ideia da beleza. Ele afirmou a existência do "belo em si", uma essência,
presente no "mundo das ideias", responsável por tudo o que é belo.

Muitos dos diálogos platônicos têm como discussão o belo, sobretudo O


Banquete. Nele, Platão se refere ao belo como uma meta a ser alcançada por
todo o tipo de produção.

Entretanto, o filósofo une o belo à sua utilidade e ataca a poesia e o teatro


grego. No pensamento platônico, esse tipo de atividade não possuía utilidade e
gerava confusão acerca dos deuses e dos objetivos das ações humanas.
Detalhe de um vaso grego. Na Grécia antiga, beleza e utilidade estavam
relacionadas
Em seu livro A República, Platão deixa claro que na formulação de sua cidade
ideal, a poesia grega seria afastada da formação dos homens por desvirtuar os
indivíduos.

Em Aristóteles, há a compreensão de arte como técnica destinada à produção.


O filósofo busca definir os termos gregos: práxis (ação), poiesis (criação)
e techné (regras e procedimentos para se produzir algo).

Sendo assim, passa a ser entendido como arte, tudo o que passa por essas
três dimensões, todo o tipo de trabalho e tudo aquilo que produz algo novo.

Entretanto, há uma forte hierarquia entre as artes gregas. As artes da razão,


que trabalham com o intelecto, são entendidas como superiores às artes
mecânicas, que trabalham com as mãos.

O trabalho com as mãos é compreendido como um trabalho menor,


desvalorizado, destinado aos escravos. Cabia ao bom cidadão grego as
atividades do intelecto como a matemática e a filosofia.

Veja também: Arte Grega


A Beleza ao Longo da História da Filosofia

A beleza era entendida pelos gregos em sua objetividade. Essa concepção foi
mantida durante toda a Idade Média e estendida em sua relação com a religião.
A ideia de perfeição e beleza estiveram relacionadas à manifestação da
inspiração divina.

Durante o período, a arte foi utilizada como um instrumento a serviço da fé.


Seu principal objetivo era revelar o poder da Igreja e expandir a religião cristã.
A beleza em si mesma passou a ser relacionada ao pecado.

Com o fim da Idade Média, o Renascimento buscará separar-se da visão


religiosa da beleza. A ideia da beleza passa a se relacionar com a reprodução
mais fiel possível da realidade. O artista passa a assumir o protagonismo, sua
qualidade técnica passa a ser valorizada.

A beleza, entendida em sua objetividade, vai estar relacionada com as


proporções, formas e harmonia das representações da natureza. Essas
características tornam-se expressões matematicamente presentes nas obras
de arte.

O Homem Vitruviano (c.1490). A produção de Leonardo da Vinci mostra a


estreita relação entre arte e matemática no período. Na imagem, observam-se
diversas invenções e ao centro, um corpo humano inscrito em figuras
geométricas
Definiu-se, então, um campo relativo às sete artes (pintura, escultura,
arquitetura, música, dança, teatro e poesia) ou, belas artes. Essa concepção de
arte se mantém até os dias atuais, apesar de terem surgido novas formas de
expressão artística (fotografia, cinema, design, etc.).

Veja também: Tipos de Arte


Baumgarten e a Origem da Estética

O filósofo alemão Alexander Baumgarten inaugurou a estética como área de


conhecimento da filosofia. Buscou compreender os modos de reprodução da
beleza pela arte.

Em boa parte, isso se deu pelo fato da arte ter se estabelecido como um ato de
produção que pode estar associada a um valor econômico.

Para atribuir um valor a uma obra é necessária uma compreensão da arte que
vai além do simples gosto. Baumgarten buscou estabelecer regras capazes de
julgar o valor estético da natureza e da produção artística.

As bases definidas pelo filósofo propiciaram que ao longo do tempo a arte


fosse concebida para além de sua relação com a beleza. A arte passa a se
relacionar com outros sentimentos e emoções, que influenciam a identificação
do que é belo e de seu valor.

Veja também: O que é Filosofia?


Kant e o Juízo de Gosto

O filósofo Immanuel Kant (1724-1804) propôs uma importante mudança no que


diz respeito à compreensão da arte. O filósofo tomou três aspectos
indissociáveis que possibilitam a arte como um todo.

É a partir do pensamento do filósofo que a arte assume o seu papel como


instrumento de comunicação. Para ele, a existência da arte depende de:

 o artista, como gênio criador;


 a obra de arte com sua beleza;
 o público, que recebe e julga a obra.

Kant desenvolve uma ideia de que o gosto não é tão subjetivo como se
imaginava. Para haver gosto, é necessário que haja educação e a formação
desse gosto.

O artista, por sua vez, é compreendido como gênio criador, responsável por
reinterpretar o mundo e alcançar a beleza através da obra de arte.

Seguindo a tradição iluminista, que busca o conhecimento racional como forma


de autonomia, o filósofo retira a ideia do gosto como algo indiscutível. Ele vai
contra a ideia de que cada pessoa possui o seu próprio gosto.

Para Kant, apesar da subjetividade do gosto, há a necessidade de universalizar


o juízo de gosto a partir da adesão de outros sujeitos a um mesmo julgamento.
O filósofo buscou resolver essa questão através da ideia de que para alguma
coisa ser considerada bela, é necessário antes, compreender o que ela
realmente é. Sendo assim, a educação seria responsável pela compreensão da
arte e, a partir daí, a formação do gosto.

A Liberdade Guiando o Povo (1830), Eugène Delacroix. O quadro remonta o


espírito da Revolução Francesa, inspirado pelo Iluminismo e que influenciou as
artes, a política e a filosofia
O juízo de gosto une a universalidade da apreciação da beleza às
singularidades e particularidades do artista, da obra e do público.

Veja também: O que é Arte?


Escola de Frankfurt

Um importante ponto de mudança no estudo da estética foi introduzido por uma


série de pensadores da Universidade de Frankfurt, na Alemanha.

Dentre esses pensadores destacam-se Walter Benjamin, Theodor Adorno e


Max Horkheimer, que influenciados pelo pensamento de Karl Marx, tecem
duras crítica ao capitalismo e seu modo de produção.

A partir desse pensamento, Walter Benjamin (1892-1940) publica uma


importante obra chamada A Obra de Arte na Era de Sua Reprodutibilidade
Técnica (1936).

Nela, o filósofo afirma que a possibilidade de reproduzir obras de arte faria com
que ela perdesse sua "aura" de originalidade, unicidade e de exclusividade das
aristocracias.

Essa mudança poderia permitir o acesso à obra de arte pela classe


trabalhadora, que antes estaria completamente excluída.

Por outro lado, dentro do sistema capitalista, a reprodução técnica da arte


centraria seus esforços no lucro gerado pela distribuição massiva de
reproduções. O valor da obra é transportado para sua capacidade de ser
reproduzida e consumida.

Benjamin chama a atenção para o apelo à exposição e fala sobre uma nova
forma de cultura que busca reproduzir a estética da arte. A política e a guerra,
por exemplo, passam a suscitar emoções, e paixões, que antes eram próprias
da arte, através da propaganda e dos espetáculos de massa.

Esse tipo de força estética pode ser observado na propaganda, nas paradas
militares e nos discursos que continham uma multidão de pessoas presentes
realizados pelo partido nazista.

Folheto de propaganda da Exposição “Arte degenerada” em 1938. Nela,


nazistas ridicularizavam a arte moderna e expunham concepções estéticas
proibidas
Com o fim da segunda guerra mundial, o nazismo foi derrotado, mas sua forma
de propaganda e a massificação de elementos estéticos permaneceu e
desenvolveu-se na chamada indústria cultural.

Veja também: Indústria Cultural


A Estética nos dias de Hoje

A estética, desde sua relação com o belo entre os gregos, sua definição como
área do conhecimento por Baumgarten, até os dias de hoje, vem se
transformando e buscando compreender os principais fatores que levam os
indivíduos a possuírem um "pensamento estético".

A filosofia e a arte encontram-se na estética. Muitos são os pensadores que, ao


longo do tempo, fizeram essa união como modo de compreender uma das
principais áreas de conhecimento e atividade humana.

Hoje em dia, boa parte das teorias estéticas são produzidas, também, por
artistas que visam unir a prática e a teoria na produção do conhecimento.

É o caso de Ariano Suassuna (1927-2014), dramaturgo, poeta e teórico da


estética. No vídeo abaixo, ele fala do valor da arte popular e sua relação com a
dominação cultural.

Estética

O significado da beleza e a natureza da arte têm sido objeto da reflexão de


numerosos autores desde as origens do pensamento filosófico, mas somente a
partir do século XVIII, com a obra de Kant, a estética começou a configurar-se
como disciplina filosófica independente.

Ciência da criação artística, do belo, ou filosofia da arte, a estética tem como


temas principais a gênese da criação artística e da obra poética, a análise da
linguagem artística, a conceituação dos valores estéticos, as relações entre
forma e conteúdo, a função da arte na vida humana e a influência da técnica na
expressão artística. Os primeiros teóricos da estética foram os gregos, mas
como "ciência do belo" a palavra aparece pela primeira vez no título da obra do
filósofo alemão Alexander Gottlieb Baumgarten, Æesthetica (1750-1758). A
partir dessa obra, o conceito de estética restringiu-se progressivamente até
chegar a referir-se à reflexão e à pesquisa sobre os problemas da criação e da
percepção estética.

Antiguidade Clássica

A arte, objeto mais geral da estética, tem sido considerada de maneira distinta
segundo as épocas e os filósofos que dela se ocuparam. Na antiguidade, o
problema do belo foi tratado por Platão, Aristóteles e Plotino. No diálogo Hípias
maior, Platão procura definir o belo em si, a idéia geral ou universal da beleza.
No Banquete e no Fedro, o problema da beleza é proposto em função do
problema do amor. Por meio de imagens sensíveis, da cópia ou imitação da
Idéia, e no delírio erótico, somos possuídos pelo deus, o que leva à
reminiscência e à visão da realidade absoluta da beleza inteligível.

Na República, Platão sacrifica a estética à ética: critica os poetas que atribuem


aos deuses fraquezas e paixões próprias dos mortais e acrescenta a essa
crítica outra de ordem metafísica: a arte não passa de imitação da aparência,
ou seja, é cópia de um objeto sensível, que, por sua vez, já é cópia, e
imperfeita, da Idéia. Assim, a arte produz apenas a ilusão da realidade.

Nas reflexões de Aristóteles sobre a arte (imitação da natureza e da vida,


mimesis), dominam as idéias de limite, ordem e simetria. Sua Poética aplica
esses princípios à poesia, à comédia, à epopéia e afirma que "o Belo tem por
condição certa a grandeza e a ordem". Plotino, seguindo a inspiração platônica,
indaga nas Enéadas se a beleza dos seres consiste na simetria e na medida,
pois tais critérios convêm apenas à beleza física, plástica, indevidamente
confundida com a beleza intelectual e moral. O próprio ser físico, sensível, só é
belo na medida que é formado por uma idéia que ordena e combina as
múltiplas partes de que o ser é feito.

Escolástica

A filosofia medieval inspirou-se no idealismo de Platão e no realismo de


Aristóteles. Para os escolásticos, a arte é uma virtude do intelecto prático, um
hábito de ordem intelectual que consiste em imprimir uma idéia a determinada
matéria. Santo Tomás de Aquino definia a beleza como "aquilo cuja visão
agrada", cujos requisitos são a proporção ou harmonia, a integridade ou
unidade e a clareza ou luminosidade.

Kant

Na Crítica do juízo (ou da faculdade de julgar), que examina os juízos estéticos,


ao referir-se aos objetos belos da natureza e da arte, Kant concebe o juízo
estético como resultado do livre jogo do intelecto e da imaginação e não como
produto do intelecto, ou seja, da capacidade humana de formar conceitos, nem
como produto de intuição sensível. O juízo estético provém do prazer que se
alcança no objeto como tal. Exprime uma satisfação diferente daquela que é
proporcionada pelo agradável, pelo bem e pelo útil.

O belo, diz Kant, "é o que agrada universalmente, sem relação com qualquer
conceito". A satisfação só é estética, porém, quando gratuita e desligada de
qualquer fim subjetivo (interesse) ou objetivo (conceito). O belo existe enquanto
fim em si mesmo: agrada pela forma, mas não depende da atração sensível
nem do conceito de utilidade ou de perfeição. No juízo estético verifica-se o
acordo, a harmonia ou a síntese entre a sensibilidade e a inteligência, o
particular e o geral.

O prazer estético é universalizável, porque as faculdades que implica estão


presentes em todos os espíritos. Esse senso comum estético é a condição
necessária da comunicabilidade universal do conhecimento, que deve ser
presumida em toda lógica e em todo princípio de conhecimento.
Quanto às origens da arte, Kant diz que a imaginação é compelida a criar
(causalidade livre) o que não encontra na natureza. A arte é, pois, a produção
da beleza não pela necessidade natural, mas pela liberdade humana. Kant
propõe uma classificação das "belas-artes" em artes da palavra (eloqüência e
poesia), figurativas (escultura, arquitetura e pintura), e as que produzem um
"belo jogo de sensações", como a música. Todas se encontram na arte
dramática e, de modo especial, na ópera.

Hegel

O objeto da estética, segundo Hegel, é o belo artístico, criado pelo homem. A


raiz da arte está na necessidade que tem o homem de objetivar seu espírito,
transformando o mundo e se transformando. Não se trata de imitar a natureza,
mas de transformá-la, a fim de que, pela arte, possa o homem exprimir a
consciência que tem de si mesmo. O valor ou o significado da arte é
proporcional ao grau de adequação entre a idéia e a forma, proporção que
permite a divisão e classificação das artes. Sua evolução consiste na sucessão
das formas nas quais o homem exprime suas idéias a respeito de Deus, do
mundo e de si próprio.

As diferentes formas de arte correspondem às diferentes maneiras de


apreender e conceber a idéia e às diversas modalidades de incorporação do
conceito à realidade. A propósito, Hegel distingue três dessas modalidades, a
que correspondem, metafísica e historicamente, as três formas fundamentais
da arte: arte simbólica, arte clássica e arte romântica. Para Hegel, a história da
arte, do ponto de vista da filosofia, mostra que a arte simbólica está à procura
do ideal, a arte clássica o atinge e a romântica o ultrapassa.

A evolução da arte reproduz a dialética da idéia infinita, que se nega ou aliena


no finito, para negar a negação na síntese do finito e do infinito. A esse
processo correspondem graus crescentes de interiorização do espírito, desde a
arquitetura, arte do espaço vazio, mero receptáculo do divino, até a poesia, arte
puramente interior ou subjetiva.

Benedetto Croce

Os princípios estéticos de Hegel, desprezados na Alemanha durante toda a


segunda metade do século XIX, foram preservados na Itália por Francesco De
Sanctis. Seu sucessor é Croce, cuja estética, baseada no conceito da
expressão individual, exerceu profunda influência no mundo inteiro. Segundo
Croce, qualquer ato artístico é meio de expressão e esta é a origem do lirismo.
Só enquanto lirismo as obras de arte são arte e têm valor estético. Uma das
conseqüências dessa estética como ciência da expressão é a abolição das
fronteiras entre todas as artes e entre todos os gêneros literários.

Marxismo

A estética marxista, apenas esboçada na obra de Marx e Engels, é tributária da


estética hegeliana, em que encontra sua justificação, e parece ter achado sua
formulação mais completa na obra do dramaturgo e encenador Bertolt Brecht.
A tese do "distanciamento" (Entfremdung), de Brecht, implica uma ruptura com
a concepção clássica da arte como catarse. O espectador toma consciência
dos problemas que lhe são apresentados na cena e é convocado a decidir e
optar, colaborando na tarefa de libertação do homem: seria esta a razão de ser
da obra de arte.

Os filósofos do Instituto de Pesquisas Sociais, mais conhecido como Escola de


Frankfurt, constituíram o núcleo de uma linha original de pensamento estético
de inspiração marxista, desenvolvido principalmente por Walter Benjamin e
Theodor Adorno. Benjamin analisou o papel da obra de arte na época da
reprodução mecânica e Adorno formulou o conceito de "indústria cultural" para
designar o tratamento de mercadoria aplicado aos bens culturais na sociedade
contemporânea.

Existencialismo

A filosofia da existência não suscitou uma estética propriamente dita, embora


alguns de seus representantes (Kierkegaard, Nietzsche, Heidegger, Sartre)
tenham refletido sobre a arte e seus problemas. Para Heidegger, a arte em sua
essência é uma origem: um modo eminente de acesso da verdade ao ser.
Sartre, no meio da tradição hegeliana e marxista, oferece em seus ensaios
sobre literatura os elementos do que poderia ser uma estética, especialmente
literária. Para ele, a gratuidade da obra de arte é a imagem da liberdade. O
artista, ao revelar o mundo e propor implicitamente sua mudança, desempenha
a função de inventar-se a si mesmo, ao mesmo tempo em que inventa a
história.

Estruturalismo

Ao examinar os problemas tradicionais da estética em função das


repercussões, no domínio da arte, das novas formas de comunicação e
informação representadas pelo rádio, cinema e televisão, o estruturalismo
trouxe importantes contribuições à análise da obra de arte, vista como estrutura
aberta e dotada de significados múltiplos. Contribuições de pensadores como
Abraham Mole, Michel Foucault, Roland Barthes e Umberto Eco enfocam a
revolução científica e tecnológica dos tempos modernos que, ao transformar o
mundo e o homem, cria nova realidade, determina o surgimento de novas
formas de arte, como o cinema, e de novas teorias ou interpretações da criação
estética.

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