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Professor Denise Adélia Vieira– 3º ano Integrado

4º Bimestre – Aula 07
Aula do dia: 22/12/2021.

1) BARROCO: INTRODUÇÃO

Barroco é o nome de um estilo de épocaque sucedeu o Renascimento e quesurgiu


no final do século XVI, na Itália.A palavra “barroco” é derivada da junção do substantivo
italiano “baroco” (usado pela escolástica medieval para denominar um tipo de
racionalismo contraditório) e o adjetivo francês “baroque” (por sua vez proveniente do
espanhol “barrueco” e do português “barroco”), indicando uma pérola não esférica, de
forma irregular, usada assim com o significado de “bizarro”.

Partindo das artes plásticas, tendo seu apogeu literário no século XVII, e
prolongando-se até meados do século XVIII, o Barroco é caracterizado por forte
influência religiosa, devido ao contexto histórico marcado pela Reforma Protestante e
pela Contrarreforma. No entanto, ao lado de tanta religiosidade, havia também, na época,
um forte apelo aos prazeres do mundo terreno, relacionados à perspectiva
antropocêntrica herdada do Renascimento. Desse modo, o estilo configura-se,
basicamente, na representação de um período que vive de contrastes que traduzem a
tensão de um ser humano atormentado por grandes dúvidas existenciais.

A Itália é o berço desse movimento e seu maior representante, nas artes visuais, é
o pintor italiano Caravaggio (1571-1610). A sua obra e de outros imponentes artistas
barrocos europeus como Rubens, Rembrandt e Velázquez buscam unir aspectos
contraditórios: o sagrado e o profano, as luzes e as sombras (oposição que dará origem a
uma técnica conhecida como chiaroscuro, isto é, claro-escuro), o paganismo e o
cristianismo, o racional e o irracional.

Na literatura, os poetas espanhóis Francisco de Quevedo (1580-1645) e Luis de


Góngora (1561-1627) são seus principais representantes.

Já o Barroco português (1580-1756) contou com estes autores:

 Francisco Rodrigues Lobo (1580-1622): A primavera (1601);


 Jerónimo Baía (1620-1688): poema Ao menino Deus em metáfora de doce;
 António Barbosa Bacelar (1610-1663): soneto A uma ausência;
 António José da Silva (1705-1739), “o Judeu”: Obras do diabinho da mão furada;
 Gaspar Pires de Rebelo (1585-1642): Infortúnios trágicos da constante
Florinda (1625);
 Teresa Margarida da Silva e Orta (1711-1793): Aventuras de Diófanes (1752);
 Pe. António Vieira (1608-1697): Os sermões (1679);
 D. Francisco Manuel de Melo (1608-1666): Obras métricas (1665);
 Soror Violante do Céu (1601-1693): Romance a Cristo Crucificado (1659);
 Soror Mariana Alcoforado (1640-1723): Cartas portuguesas (1669).

São características presentes em obras de Gregório de Matos e Pe. António


Vieira, os principais autores do Barroco brasileiro: fusionismo, culto ao contraste,
pessimismo, cultismo e conceptismo, além do uso de figuras de linguagem como
metáfora, antítese, paradoxo, hipérbole, hipérbato e sinestesia.
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2) CONTEXTO HISTÓRICO DO BARROCO

No Brasil do século XVII, a economia era baseada na produção de cana-de-açúcar,


pelo uso de mão de obra escravizada, composta por índios brasileiros e negros

africanos. A cultura da colônia era um reflexo dos costumes da metrópole, ou seja,


Portugal. A Europa estava dividida entre o catolicismo e o protestantismo. Dessa forma,
a religião predominante e oficial no Brasil era a católica.

Em resposta à Reforma Protestante,movimento reformista cristão do século XVI


liderado por Martinho Lutero, a Igreja Católica tomou medidas para não perder mais fiéis,
tais como a retomada do Tribunal do Santo Ofício (a Inquisição) e a fundação
da Companhia de Jesus. Essa reação ao protestantismo ficou conhecida
como Contrarreforma.

Nesse contexto, a religião acabava sendo o centro de tudo (teocentrismo) e


exercia forte influência nas decisões governamentais. Desse modo, monarquia e religião
andavam de mãos dadas. Daí a importância de personalidades como Pe. António
Vieira, figura política e religiosa extremamente influente em relação ao rei de Portugal.

Assim, a tradição católica está fortemente refletida na arte barroca, seja nas artes
visuais, seja na literatura. Entretanto, muitas obras desse período trazem imagens
conflituosas, já que a fé, paradoxalmente, convivia com a incerteza.

 A Contrarreforma Católica

 No Concílio de Trento (1545-1563), a Igreja definiu ações para combater a Reforma


Protestante.Medidas importantes:
 Ressurgimento do Tribunal do Santo Ofício (Santa Inquisição);
 Criação do Índice dos livros proibidos — Index librorumprohibitorum;
 Fundação da Companhia de Jesus pelo padre Inácio de Loyola (1491-1556).

Assim, a influência religiosa foi marcante na formação dos autores barrocos.


Porém, em oposição (ou como consequência) a essa religiosidade, havia também um forte
apelo aos prazeres sensoriais, um desejo de se entregar à vida mundana. Portanto, essa
época ficou marcada pela oposição e pelo conflito.
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3) CARACTERÍSTICAS DO BARROCO

 O estilo do Barroco possui as seguintes características:

3.1) Fusionismo e o Culto ao Contraste:

O termo fusionismo se refere à fusão das visões medieval e renascentista,


antagônicas. Essa fusão se traduz, na pintura, pela mistura entre luz e sombra; na música,
pela combinação de sons; na literatura, pela associação entre o racional e o irracional,
entre a razão e a fé. A busca da união dos opostos leva os escritores barrocos ao uso
intenso de antíteses e paradoxos.

Como consequência da dualidade na maneira de ver o mundo, o Barroco


tende a aproximar os opostos, destacando o contraste, e a conciliar extremos como
pecado/perdão, erotismo/espiritualidade. Na literatura, algumas imagens simbolizam a
indefinição resultante dos contrastes, como o crepúsculo (transição entre dia e noite) e a
aurora (transição entre noite e dia).

Portanto, o Barroco é um estilo de época marcado pela oposição e pelo conflito.


Dessa forma, as obras literárias dessa época apresentam O CULTO AO CONTRASTE
(aproximação de opostos), tais como:

 Antropocentrismo versus teocentrismo


 Sagrado versus profano
 Luz versus sombra
 Paganismo versus cristianismo
 Racional versus irracional
 Material versus espiritual
 Fé versus razão
 Carne versus espírito
 Pecado versus perdão
 Juventude versus velhice
 Céu versus terra
 Erotismo versus espiritualidade
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Judite e Holofernes (1599), obra barroca do pintor Caravaggio, abordando temática


bíblica e uso da técnica de chiaroscuro (claro-escuro).

É preciso ressaltar que a presença de luz e sombra, nos textos barrocos, normalmente,
está associada à juventude (luz) e à velhice (sombra). Nessa perspectiva, o poeta barroco
sempre lembra aos leitores o quanto a juventude é fugaz e o quão rápido chega a
velhice e, consequentemente, a morte. Há, por isso, uma supervalorização da
juventude e dos prazeres que essa fase da vida pode oferecer.

Nessa mesma linha de pensamento, a natureza, quando retratada, serve para lembrar
que a beleza – por exemplo, a de uma rosa – é fugaz, assim como a juventude. Além
disso, imagens como a da aurora (transição entre a noite e o dia) e a do crepúsculo
(transição entre o dia e a noite) simbolizam o dualismo típico do estilo barroco.

3.2) O pessimismo:

A religiosidade acentuada pelas disputas entre protestantes e católicos emprestou


um caráter mais dramático à vida no século XVII. Nesse contexto, um olhar mais
pessimista para o mundo sobressai nas obras de arte. A vida terrena é caracterizada por
traços que sugerem tristeza e sofrimento, para representá-la como oposta à felicidade da
vida celestial. Dividido entre razão e religião, o ser humano opta pela religião na
esperança de alcançar a glória divina.
Manifestando opessimismo dos autores, várias obras barrocas exploram a
misériada condição humana, apresentadaem alguns aspectoscruéis, dolorosos e, muitas
vezes, repugnantes.
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3.3) O rebuscamento

O artista barroco é minucioso na composição dos detalhes e manifesta o gosto


pela ornamentação excessiva e o apelo visual, os quais revelam o desejo de criar um
discurso para convencer o público da glória de Deus. A utilização de uma linguagem
trabalhada, cheia de imagens e de figuras, procura dar à literatura a riqueza visual da
pintura e da escultura. Isso faz com que os jogos de palavras e as figuras de linguagem
sejam muito explorados nos textos desse período.

3.4) Linguagem: agudeza e engenho e o uso de metáforas

A leitura dos principais poetas clássicos influencia a escolha dos temas mais
recorrentes na poesia barroca. Vários textos abordam a reflexão da fragilidade da vida
humana, a fugacidade do tempo, a crítica à vaidade (a beleza é sempre destruída pela
passagem do tempo), as contradições do amor.

O desejo de produzir textos muito elaborados, contudo, faz com que a escolha dos
temas tenha menos importância do que o trabalho com a linguagem.

A agudeza é a capacidade de dizer algo de modo imprevisto e inteligente. Por


esse motivo, os poetas do Barroco se esforçaram para criar metáforas, analogias e

imagens que pudessem ser vistas como agudezas. O engenho é a capacidade de promover
correspondências inesperadas entre ideias e conseguir sintetizar um pensamento em
“palavras brilhantes”. Os poetas definiram um processo que os auxiliava a criar
metáforas.

Veja o poema a seguir:

À morte de F.

Esse Jasmim, que arminhosdesacata,


Essa Aurora, que nácaresaviva,
Essa Fonte, que aljôfares deriva
Essa Rosa, que púrpuras desata:

Troca em cinza voraz lustrosa prata,


Brota em pranto cruel púrpura viva,
Profana em turvo pez prata nativa,
Muda em luto infeliz tersa escarlata.

Jasmim na alvura foi, na luz Aurora,


Fontee na graça, Rosa no atributo,
Essa heroica Deidade, que em luz repousa.
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Porém fora melhor que assim não fora,


Pois a ser cinza, pranto, barro, e luto
NasceuJasmim, Aurora, Fonte, Rosa.

VASCONCELOS, Francisco de. In: PÉCORA, Alcir (Org.). Poesia seiscentista: Fênix renascida
&Postilhão de Apolo. São Paulo: Hedra, 2002. p. 150.

Vocabulário:

Arminhos: mamíferos carnívoros de pelagem branca no inverno. Em sentido figurado: aquilo que é muito
alvo, muito branco.
Nácares: madrepérolas. Em sentido figurado: cor rosada, carmim.
Aljôfares: gota-d’água com aspecto de pérola. Em sentido figurado: gota de orvalho.
Púrpuras: cores vibrantes, tendentes para o roxo.
Pez: piche.
Tersa: pura, limpa.
Escarlata: de cor vermelha muito viva, escarlate.
Deidade: divindade.

O soneto desenvolve o tema da morte e ilustra como ela chega após um processo
de transformação que destrói tudo o que havia de belo na vida. Nesse caso específico, a
sra. F., uma mulher caracterizada como divina, é reduzida a cinzas por efeito da morte.

Em termos formais, o soneto foi organizado pelo desdobramento de quatro


metáforas (jasmim, aurora, fonte e rosa), que representam as qualidades superiores da

sra. F. O movimento entre vida e morte é construído pela alternância entre as metáforas
da vida (apresentadas na primeira, terceira e quarta estrofes) e as da morte (presentes na
segunda e quarta estrofes).

A distribuição das metáforas pelo poema também caracteriza um procedimento


típico do Barroco denominado disseminação e recolha. Nele, as imagens são
“espalhadas” ao longo das três primeiras estrofes e “recolhidas” na última (“Pois a ser
cinza, pranto, barro, e luto, / Nasceu Jasmim, Aurora, Fonte, Rosa”).

Tome nota:

A Metáfora é uma figura de linguagem em que se transfere o nome de uma coisa


para outra com a qual é possível estabelecer uma relação de comparação. Para que a
comparação possa ocorrer, devem existir elementos semânticos (relativos ao significado)
semelhantes entre as palavras ou expressões em questão.
A relação de semelhança entre dois termos ocasiona uma transferência de
significados, estabelecida através de uma comparação implícita. A palavra metáfora vem
do grego metaphorá (mudança, transposição).
Ex.: Ela me encarou e seu olhar era “pedra”. – A dureza e rigidez da pedra está
sendo atribuída ao olhar. Podemos observar que a palavra pedra está sendo usada de forma
figurativa e não no sentido literal da palavra.
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3.5) Outras figuras de linguagem:

Como todo o trabalho literário do Barroco está centrado no uso elaborado dos
recursos da linguagem, os autores do período exploram várias figuras de linguagem e
jogos de palavras.
No soneto “À morte de F.”, ocorrem dois jogos de palavras diferentes: o uso de
termos com sentidos semelhantes (sinonímia), em “jasmim/rosa”, “troca/muda”,
“pez/barro”; e o uso de termos com sentidos opostos (antonímia), em “jasmim/ cinza”,
“aurora/pranto”, “fonte/pez”, “rosa/luto”.
Ao lado da metáfora, outras figuras de linguagem muito utilizadas na literatura barroca
são antíteses, paradoxos e hipérboles.

Tome nota:

A hipérbole é uma afirmação ou caracterização exagerada para enfatizar uma


ideia ou acontecimento. Quando alguém diz que está “morrendo de fome”, cria uma
hipérbole para expressar melhor que sente uma fome muito grande.
Antíteses e paradoxos são figuras que tratam de conceitos e de qualidades
contraditórias. Elas simbolizam, portanto, uma característica que define a estética
barroca: a tensão, o movimento, a tentativa de conciliar aspectos opostos.

4) As correntes do Barroco

Duascorrentessão identificadasno Barroco literário:


o cultismo eo conceptismo. Ambas buscam, por meios diferentes, um mesmo fim: criar
artifícios de linguagem que revelem agudeza e engenho.

• Cultismo ou gongorismo:

Predominante na poesia, o cultismo (ou gongorismo) caracteriza-se pela


elaboração muito rebuscada da linguagem. Os poetas utilizam três artifícios: jogos de
palavras(trocadilho, sinonímia, antonímia, homonímia, perífrase), jogos de imagens
(uso das figuras de linguagem) e jogos de construção (estruturação sintática
elaborada). A exploração das imagens procura envolver o leitor por meio de estímulos
sensoriais, com destaque para o trabalho com os sons e as cores no texto. O soneto “À
morte de F.” é um exemplo dessa tendência barroca.

Exemplo:

Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,


Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.
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Porém se acaba o Sol, por que nascia?


Se formosa a Luz é, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?

Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza,


Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.

Começa o mundo enfim pela ignorância,


E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.

Observe que o texto de Gregório consegue transmitir ao seu leitor muito da angústia do
eu lírico através dascontradições dos sentidos das palavras, do não entendimento, do
questionamento do mundo. O nascer e o questionamento desta ação, a constância que
se revela inconstante, e a firmeza que tem como característica ser inconstante (e por
isso não ser firme)revelam uma dificuldade em entender e aceitar o mundo real como ele
é. E, como você deve lembrar, estas características opostas em são formalizadas pelo uso
do paradoxo.

• Conceptismo ou quevedismo:

O conceptismo (ou quevedismo) predomina nos textos em prosa. Em lugar de


investir no rebuscamento linguístico, o escritor conceptista procura seduzir o leitor
pela construção intelectual, valorizando o conteúdo, a essência da significação.
Para deslumbrar o leitor com o desenvolvimento de um raciocínio, o escritor
conceptista recorre a comparações ousadas, exemplificações frequentes, metáforas,
imagens, hipérboles, analogias. O resultado dessa elaboração na apresentação do
raciocínio muitas vezes dificulta a compreensão do conteúdo. Os sermões do padre
Antônio Vieira, apresentados mais adiante, são manifestações do conceptismo barroco.

Exemplos:

Observe um exemplo de texto conceptistaem um trecho de um sermão do Pe. Antônio


Vieira, conhecido como Sermão de Santo Antônio.

Quis Cristo que o preço da sepultura dos peregrinos fosse o esmalte das armas dos
portugueses, para que entendêssemos que o brasão de nascer portugueses era a
obrigação de morrer peregrinos: com as armas nos obrigou Cristo a peregrinar, e com
a sepultura nos empenhou a morrer. Mas se nos deu o brasão que nos havia de levar
da pátria, também nos deu a terra que nos havia de cobrir fora dela. Nascer pequeno e
morrer grande é chegar a ser homem. Por isso nos deu Deus tão pouca terra para o
nascimento e tantas para a sepultura. Para nascer, pouca terra; para morrer, toda a
terra; para nascer, Portugal; para morrer, o mundo.
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Observe que neste texto, Vieira procura justificar o expansionismo português com as
Grandes Navegações e consolar os exilados no Brasil das saudades de sua terra Natal. Ser
peregrino é a missão que Deus, segundo ele, deu aos portugueses.

Para comprovar esta afirmação, Vieira usa dois argumentos:

1. Deus deu pouca terra aos portugueses para nascerem, numa alusão à
pequenaextensão do país;
2. Mas deu muitas terras onde morrerem, numa referência às várias colônias de
Portugal em três continentes (América, África e Ásia).

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

RUBENS, P. P. O martírio de Santo Estêvão. c. 1617. Óleo sobre painel, 427 × 280 cm.

1. O quadro de Rubens (1577-1640) retrata a morte de Santo Estêvão, considerado o


primeiro mártir do cristianismo. Descreva de modo resumido a cena apresentada no
quadro.
> Que elementos sugerem ser essa uma obra ligada à religião?

2. Santo Estêvão, acusado de blasfêmia, foi condenado pelas autoridades judaicas a ser
apedrejado até a morte. O martírio do santo é relatado nos Atos dos apóstolos:
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[...] como ele estava cheio do Espírito Santo, olhando para o céu, viu a glória de Deus e
Jesus que estava em pé à direita de Deus. E disse: Eis que vejo os céus abertos e o Filho
do homem em pé à mão direita de Deus. Então eles, levantando um grande
clamor, taparam os ouvidos, e todos juntos arremeteram contra ele com fúria. E, tendo-
o lançado fora da cidade, o apedrejavam [...].

Bíblia Sagrada. Atos dos apóstolos – 7, 55. 15. ed. Traduzida de vulgata e anotada pelo Pe. Matos Soares.
São Paulo: Paulinas, 1962. p. 1323.

a) O quadro de Rubens apresenta uma recriação dessa passagem da Bíblia. Que recursos
foram utilizados pelo pintor para estabelecer uma diferença entre as dimensões terrena e
celestial?

b) Observe o olhar das pessoas que participam do plano terreno da cena. De que modo a
direção em que olham pode ser interpretada pelo observador do quadro?

3. Quais dos adjetivos abaixo você escolheria para caracterizar essa pintura? Justifique
sua resposta.
Singela grandiosa frágil impactante estática dinâmica

4. No século XVII, diferentes formas de arte exploram temas ligados à religião. O texto
a seguir foi retirado de uma das meditações escritas por John Donne (1572-1631), um
bispo da Igreja Anglicana da Inglaterra.

Meditação XVII
(de Devoções para ocasiões especiais — 1623)

Nunc lento sonitudicunt, morieris.


Este sino, ora a dobrar por outro lentamente, me diz: “Irás morrer”.

[...] A Igreja é católica, universal, e assim são os seus atos; tudo o que faz pertence a
todos. Quando ela batiza uma criança, tal ato me diz respeito; pois aquela criança, dessa
forma, se une àquele corpo que igualmente é minha cabeça, e se enxerta naquele corpo
do qual sou membro. E quando ela enterra um homem, tal ato me diz respeito: a
humanidade toda é de um só autor, e constitui um só volume; quando um homem morre,
não é um capítulo que se arranca do livro, mas é apenas um que se traduziu para idioma
melhor; e todos os capítulos devem assim ser traduzidos. Deus emprega diversos
tradutores; alguns trechos são traduzidos pela idade, outros pela doença, outros pela
guerra, outros pela justiça; mas a mão de Deus está presente em todas as traduções, e é
sua mão que reencadernará todas as nossas folhas dispersas para aquela
biblioteca onde cada livro deverá jazer aberto um para o outro. Portanto, assim como o
sino ao anunciar o sermão não convoca apenas o pregador, mas a congregação inteira,
assim também este sino convoca a todos nós [...]. Nenhum homem é uma ilha, completa
em si mesma; todo homem é um pedaço do continente, uma parte da terra firme. Se um
torrão de terra for levado pelo mar, a Europa fica menor, como se tivesse perdido um
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promontório, ou perdido o solar de um teu amigo, ou o teu próprio. A morte de qualquer


homem diminui a mim, porque na humanidade me encontro envolvido; por isso, nunca
mandes indagar por quem os sinos dobram; eles dobram por ti. [...]

DONNE, John. In: VIZIOLI, Paulo (Intr., sel., trad. e notas). John Donne, o poeta do amor e da
morte. Ed. bilíngue. São Paulo: J. C. Ismael, 1985. p. 103-105. (Fragmento).

> John Donne inicia sua meditação explicitando a tese que irá defender ao longo do texto.
Que tese é essa?

5. Podemos afirmar que a ideia básica por trás dessa tese é antecipada pela epígrafe: “Este
sino, ora a dobrar por outro lentamente, me diz: ‘Irás morrer’”. Por quê?

6. Duas imagens são utilizadas, por John Donne, como uma “ilustração” metafórica da
tese que defende. Quais são elas?

> Explique por que, na perspectiva cristã, tradução é uma boa metáfora para morte.

7. Releia.

“Nenhum homem é uma ilha, completa em si mesma; todo homem é um pedaço do


continente, uma parte da terra firme. Se um torrão for levado pelo mar, a Europa fica
menor, como se tivesse perdido um promontório, ou perdido o solar de um teu amigo, ou
o teu próprio.”

a) Explique a metáfora utilizada pelo autor nessa passagem.

b) De que modo ela expande a tese central do texto?

8. Podemos identificar uma organização semelhante no quadro de Rubens e no texto de


John Donne no que diz respeito às ideias católicas. Explique essa semelhança.
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9.
(FEI)

“Em tristes sombras morre a formosura,


em contínuas tristezas a alegria”

Nos versos citados acima, Gregório de Matos empregou uma figura de linguagem que
consiste em aproximar termos de significados opostos, como “tristezas” e “alegria”. O
nome desta figura de linguagem é:

a) metáfora
b) aliteração
c) eufemismo
d) antítese
e) sinédoque

10. (UFV) Leia o texto:

Goza, goza da flor da mocidade,


Que o tempo trota a toda ligeireza,
E imprime em toda flor sua pisada.

Oh, não aguardes, que a madura idade


Te converta essa flor, essa beleza,
Em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada.

(Gregório de Matos)

Os tercetos acima ilustram:

a) caráter de jogo verbal próprio da poesia lírica do séc. XVI, sustentando uma crítica à
preocupação feminina com a beleza.
b) jogo metafórico do Barroco, a respeito da fugacidade da vida, exaltando gozo do
momento.
c) estilo pedagógico da poesia neoclássica, ratificando as reflexões do poeta sobre as
mulheres maduras.
d) as características de um romântico, porque fala de flores, terra, sombras.
e) uma poesia que fala de uma existência mais materialista do que espiritual, própria da
visão de mundo nostálgico-cultista.

Justifique sua resposta:

11. (UFRS) Considere as seguintes afirmações sobre o Barroco brasileiro:

I. A arte barroca caracteriza-se por apresentar dualidades, conflitos, paradoxos e


contrastes, que convivem tensamente na unidade da obra.
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II. O conceptismo e o cultismo, expressões da poesia barroca, apresentam um imaginário


bucólico, sempre povoado de pastoras e ninfas.

III. A oposição entre Reforma e Contrarreforma expressa, no plano religioso, os mesmos


dilemas de que o Barroco se ocupa.

Quais estão corretas:


a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e III.
e) I, II e III.

12. Todas as opções abaixo apresentam características do barroco literário, EXCETO:

a) Temática religiosa e profana


b) Cultismo e conceptismo
c) Complexidade e minúcia nos detalhes
d) Imitação dos modelos clássicos
e) Linguagem dramática e rebuscada

13.O barroco literário é marcado por dois estilos denominados: cultismo e conceptismo.
A alternativaCORRETA sobre esses conceitos é:

a) O conceptismo é definido pelo jogo de ideias, sendo caracterizado pelo uso de


pensamentos racionais e lógicos.
b) No conceptismo, as palavras são escolhidas cuidadosamente pelos escritores com o
intuito de fugir dos exageros.
c) Tanto o conceptismo quanto o cultismo possuem características semelhantes com o
intuito de valorizar os detalhes.
d) O cultismo representa o jogo de ideias onde a apresentação de conceitos é sua principal
característica.
e) O grande foco do cultismo é o jogo de palavras caracterizado, sobretudo, pelo uso da
forte argumentação.

Justifique sua resposta:

14. O uso de figuras de linguagem no movimento do Barroco é algo marcante, sendo que
as principais são:

a) metáfora, comparação, metonímia e sinestesia


b) metáfora, antítese, eufemismo e paradoxo
c) antítese, paradoxo, hipérbole e metáfora
d) antítese, hipérbato, hipérbole e pleonasmo,
e) antítese, sinestesia, paradoxo e metonímia
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15)-(PISM III/2018)O poema de Gregório de Matos é marcado pelo cultismo,


característico da literatura barroca. Defina esta característica e cite exemplo com base no
poema.

Juízo anatômico dos achaques que padecia o corpo da República, em todos os


membros, e inteira definição do que em todos os tempos é a Bahia.

Epílogos - Gregório de Matos

Que falta nesta cidade?................Verdade


Que mais por sua desonra?...........Honra
Falta mais que se lhe ponha..........Vergonha.

O demo a viver se exponha,


Por mais que a fama a exalta,
numa cidade, onde falta
Verdade, Honra, Vergonha.

Quem a pôs neste socrócio?..........Negócio


Quem causa tal perdição?.............Ambição
E o maior desta loucura?...............Usura.

Notável desventura
de um povo néscio, e sandeu,
que não sabe, que o perdeu
Negócio, Ambição, Usura.

[...]

O açúcar já se acabou?..................Baixou
E o dinheiro se extinguiu?.............Subiu
Logo já convalesceu?.....................Morreu.

À Bahia aconteceu
o que a um doente acontece,
cai na cama, o mal lhe cresce,
Baixou, Subiu, e Morreu.

A Câmara não acode?...................Não pode


Pois não tem todo o poder?...........Não quer
É que o governo a convence?........Não vence.

Que haverá que tal pense,


que uma Câmara tão nobre
por ver-se mísera, e pobre
Não pode, não quer, não vence.
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(MATOS, Gregório de. Poemas escolhidos. São Paulo: Companhia das Letras, 2010, p. 41-43.

GABARITO

1. A obra apresenta, no centro, um homem de joelhos, vestindo uma túnica vermelha e


com as mãos amarradas nas costas. Seu olhar está voltado para o céu, onde se veem alguns
anjos. O anjo mais próximo do homem vestido de vermelho traz o que parece ser uma
coroa de ramos em sua mão. Na parte superior direita, dois homens, um mais
jovem e outro mais velho, aparecem entre as nuvens. Na parte inferior do quadro, podem
ser vistas várias pessoas que parecem atacar o homem ajoelhado: algumas
apanham pedras no chão, outras já apresentam o braço erguido para lançar uma pedra e
uma delas empurra com o pé as costas do homem de vermelho.

> Alguns elementos definem o caráter religioso dessa obra: a presença de anjos, de Jesus
Cristo e de Deus entre as nuvens e as vestes de Estêvão, na cor vermelha, característica
dos bispos católicos.

2. a) A observação da obra permite identificar uma espécie de linha imaginária que corta
obliquamente o quadro, logo acima da cabeça de Santo Estêvão. Essa linha, sugerida pela
luz que emana do céu e se projeta para baixo dos anjos, além de organizar e dar
movimento à composição, divide a cena em duas partes: a dimensão celestial está
acima dela; a terrena, abaixo. Além disso, as cores utilizadas para representar as pessoas
que se encontram no plano terreno são bem mais vivas e fortes do que as utilizadas na
representação dos anjos, de Jesus e de Deus. Esse recurso promove um ar mais etéreo aos
seres celestiais.

b) Na parte de baixo, somente os dois homens que se encontram no canto esquerdo e o


próprio Santo Estêvão estão olhando em direção ao céu. Todos os outros, que participam
do apedrejamento, olham para baixo ou na direção do mártir. Esse jogo de olhares sugere
algo que também foi descrito na passagem dos Atos dos apóstolos: Estêvão vê os anjos,
Jesus e Deus, como a anunciar a sua salvação eterna. Ao registrar o olhar espantado dos
dois homens no canto inferior esquerdo, Rubens desejou estabelecer uma diferença entre
aqueles que participavam da execução cruel do mártir
católico e aqueles que, justamente por não participar da violência, também recebem a
graça de contemplar os seres celestiais que vêm em socorro do santo.

3. Resposta pessoal. Espera-se que, dado o tema da pintura, sejam excluídos os


adjetivos singela, frágil e estática. É natural associar uma cena de martírio ao
adjetivo impactante, porque a visão de várias pessoas prestes a lançar pedras contra um
homem que não tem como se defender certamente causa impacto no observador. Pela
composição da cena retratada, é possível a escolhado adjetivo grandiosa: há um grande
número de pessoas retratadas; O modo como as pessoas aparecem dispostas e
gesticulando, no quadro, dá à cena uma sensação de movimento que permite associá-la
ao adjetivo dinâmica.
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4. Atese de que, na perspectiva cristã, há uma irmandade entre os seres humanos.


Portanto, aquilo que afeta uma pessoa afeta todas as demais.

5. Paraentender o sentido geral da epígrafe é preciso saber que, no ritual fúnebre da Igreja
Católica, os sinos dobram pela pessoa que morreu. A epígrafe afirma que uma pessoa,
aoouvir o sino tocar pela morte de outra, deve entender tal ação como um anúncio da sua
própria mortalidade. Sendo assim, a epígrafe também afirma o princípio geral da
universalidade dos atos da Igreja.

6. A primeira imagem é a do corpo e seus membros. A Igreja Católica seria um corpo


formado por todos os católicos, seus “membros”. Em seguida, aparece a imagem da
humanidade como um livro (volume único), escrito por um só autor (Deus). Essas duas
metáforas mantêm o princípio da unidade de todos os fiéis, que é a expressão da tese
principal.

> Como, para os católicos, o momento da morte é um momento de passagem para a vida
eterna, faz sentido representá-lo, metaforicamente, pela ideia de tradução. A tradução é a
transposição de um texto escrito em uma língua para uma segunda língua. Nesse sentido,
a morte traduz a vida terrena em vida eterna. Segundo o texto, o fato de haver diferentes
tipos de morte (doença, velhice, guerra, etc.) poderia ser explicado porque Deus recorre
a diferentes “tradutores” (agentes) para promover a passagem de um estado humano,
finito, terreno, para outro, celestial, eterno.

7. a) Quando utiliza a metáfora da ilha para afirmar que a morte de um indivíduo afeta a
todos, o autor leva adiante a primeira afirmação feita no texto. Por trás da universalidade
da Igreja, o que Donne pretende afirmar é a unidade de todos os seus membros a partir da
figura central de Deus.

b) A tese defendida por Donne, nessa meditação, é a da irmandade dos seres humanos por
meio de Deus. A ilha representa o isolamento, a solidão, a individualidade. Na passagem
citada, o autor volta a falar sobre a morte de um indivíduo, recorrendo à imagem do torrão
levado pelo mar, para explicitar que a perda é muito maior, porque o próprio continente
(a Europa) seria afetado.

8. No quadro de Rubens, observamos um movimento que sugere o caminho dos fiéis em


direção à glória celeste, representada por Jesus Cristo e por Deus. O olhar dirigido por

Santo Estêvão para o céu revela que, apesar da violência voltada contra ele, o mártir
acredita na sua salvação. Nesse sentido, Deus é o fator de união de todos aqueles que se
encontram sob sua proteção e misericórdia. Isso fica representado, na tela, pela posição
superior ocupada por Cristo e por Deus e também pela intervenção dos anjos que vêm em
socorro do mártir católico. John Donne explora a mesma ideia por meio de suas
metáforas. A tese defendida por ele é a de que a humanidade constitui um único corpo e,
na hora da morte, Deus se encarrega de “reencadernar” as folhas (almas dos mortos) nos
volumes que compõem a sua grande biblioteca. Mais uma vez, Deus está presente como
elemento central em torno do qual se organizam os seres humanos.
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9. d

10. b

Justifique sua resposta:

É a alternativa b, pois os autores do Barroco recorrem a muitas figuras de linguagem,


sendo a metáfora uma delas. A metáfora apresenta uma comparação implícita, neste caso,
a pouca duração da mocidade com o gozo do momento.

11.d

12. d

13.a

Justifique sua resposta:

O Conceptismo, também chamado de Quevedismo, é caracterizado pelo "jogo de ideias",


pois os escritores conceptistas utilizavam argumentos racionais para expressar suas
ideias. O Cultismo, também chamado de Gongorismo, é caracterizado pelo do "jogo de
palavras", pois os escritores cultistas utilizavam termos cultos para expressar suas
ideias.Em resumo, o Conceptismo valoriza a forma textual, enquanto o Cultismo valoriza
o conteúdo textual.

14.c

15- O cultismo representa um dos aspectos da escrita barroca. Caracteriza-se por um


intenso trabalho com forma e linguagem, em que se presencia o uso recorrente de figuras
de linguagem (metáforas, antíteses, paradoxos), inversão da ordem das palavras
(hipérbato), preciosismo linguístico, linguagem rebuscada e estrutura rítmica e de rimas,
jogos de palavras e ornamentação estilística.

Exemplificação - Aspectos que poderiam ser explorados:

A linguagem rebuscada e o preciosismo linguístico: Notória desventura / de um povo


néscio e sandeu”, por meio de vocábulos eruditos como “néscio” e “sandeu”.

O jogo de palavras: “desventura” e ”usura”, “sandeu” e “perdeu”, e pelo processo de


disseminação das palavras e sua retomada no final dos versos e sua aparição em um
mesmo verso, como se observa com “verdade”, “honra” e “vergonha”.

A metáfora da doença - no verso “Baixou, Subiu e Morreu”, por meio da qual o autor
compara a situação de degradação política e socioeconômica da Bahia com a progressão
da enfermidade de um doente.

Percebe-se a presença de antíteses pelo uso dos pares “nobre” e “pobre’, e “honra” e
“vergonha”, “baixou” e “subiu”, “caí" e “cresce”.
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Constata-se a ocorrência de hipérbatos, ou seja, o uso de estruturas invertidas, quebrando


a ordem tradicional de alguns versos, como em: “O demo a viver se exponha” e “À Bahia
aconteceu / o que a um doente acontece”.

BIBLIOGRAFIA

ABAURRE, Maria Luiza M.; ABAURRE, Maria Bernadete M.; PONTARA,


Marcela. Português: contexto, interlocução e sentido. São Paulo, Moderna, 2016.
CEREJA, William Roberto. Português: Linguagens, vol. 1. São Paulo: Saraiva, 2013.

https://brasilescola.uol.com.br/literatura/o-barroco.htm#:~:text=Barroco-
,Literatura,Reforma%20Protestante%20e%20pela%20Contrarreforma.

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