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Contexto histórico-social
Vieira nasceu em Lisboa, em 1608. Com sete anos vem para a Bahia;
em 1623 entra para a Companhia de Jesus. Após a Restauração (1640),
movimento pelo qual Portugal liberta-se do domínio espanhol, retorna à terra
natal, saudando o rei D. João IV, de quem se tomaria confessor. Politicamente,
Vieira tinha contra si a pequena burguesia cristã, por defender o capitalismo
judaico e os cristãos-novos; os pequenos comerciantes, por defender os índios.
Essas posições, principalmente a defesa dos cristãos-novos, custam a Vieira
uma condenação pela inquisição: fica preso de 1665 a 1667. Falece em 1697,
no colégio da Bahia.
Cartas
Sermões
ARCADISMO
NEOCLASSICISMO
Pseudônimos pastoris
Fingir que eram pastores foi a saída encontrada pelos árcades para
realizarem (na imaginação) o ideal da mediocridade dourada, ou seja, a
louvação à vida equilibrada, espontânea, pobre, em contato com a natureza.
Carpe Diem
Aproveitar o dia, viver o momento presente com grande intensidade, foi
uma atitude assumida pelos poetas-pastores, que guardavam a forte noção de
que o tempo não para, portanto deve ser vivenciado plenamente.
Fugere Urbem
NOVA ARCÁDIA
Órfão de mãe aos dez anos, viveu com parentes até os dezesseis,
quando fugiu de casa e tornou-se soldado no Regimento de Infantaria em
Setúbal. Em 1783 mudou-se para Lisboa, entrando para a Armada Real
Portuguesa.
A vida boêmia e uma prisão aproximam-no da vida tumultuada de
Camões. Sua obra Rimas, de 1791, valeu-lhe o convite para a Nova Arcádia,
onde usava o pseudônimo Elmano Sadino (Elmano e o anagrama de Manuel;
Sadino em homenagem ao rio Sado, que passa pela terra natal do poeta).
Em 1799 publicou a segunda série das rimas; em 1804 dedicou a
terceira série à marquesa de Alorna, que passou a protegê-lo. Com a saúde
debilitada e uma vida desregrada faleceu no ano de 1805.
Obras: Idílios marítimos, Rimas, Parnaso bocagiano.
Sonetos
Que alegre campo! Que manhã tão clara! Mas ah! Tudo o que vês, se eu
não te vira, Mais tristeza que a morte me causara.
Eia! Acode ao mortal que, frio e mudo, Oculta o pátrio amor, torce a
vontade.
E em fingir, por temor, empenha estudo.
Camões e Bocage. Neste soneto o poeta faz o paralelo das suas vidas.
Na realidade podemos encontrar nelas uma curiosa semelhança: gênio,
infortúnio e miséria. Foram soldados, entraram numa batalha, tiveram nos seus
amores uma Natércia. Sofreram por muito amar. Foram à Índia, a Macau,
conheceram a prisão e o terrível Adamastor. Sofreram um naufrágio, salvaram
a nado os seus versos. Também paralelos podemos encontrar os dois maiores
poetas quanto à sua morte. (AMARAL, 1965, pag.150)
O ROMANTISMO
Almeida Garrett
Os cinco sentidos
São belas – bem o sei essas estrelas, Mil cores – divinas têm essas
flores;
Mas eu não tenho, amor, olhos para elas: Em toda a natureza
Não vejo outra beleza Senão a ti – a ti!
Divina – ai! Sim, será a voz que afina Saudosa – na ramagem densa,
umbrosa, Será; mas eu do rouxinol que trina
Não ouço a melodia, Nem sinto outra harmonia Senão a ti – a ti!
Alexandre Herculano
Júlio Dinis