O documento discute o estilo artístico barroco no século XVII, incluindo sua origem controversa, características como assimetria e jogo de ideias, e sua prevalência na arte, música, literatura e arquitetura da época em Portugal e na Europa.
O documento discute o estilo artístico barroco no século XVII, incluindo sua origem controversa, características como assimetria e jogo de ideias, e sua prevalência na arte, música, literatura e arquitetura da época em Portugal e na Europa.
O documento discute o estilo artístico barroco no século XVII, incluindo sua origem controversa, características como assimetria e jogo de ideias, e sua prevalência na arte, música, literatura e arquitetura da época em Portugal e na Europa.
manifestações artísticas dos anos 1600 e início dos anos 1700. Além da literatura, estende-se à música, pintura, escultura e arquitetura da época. A origem da palavra barroco é muito controvertida. Alguns etimologistas afirmam que está ligada a um processo mneumônico (relativo à memória) que designava um silogismo aristotélico com conclusão falsa. Segundo outros, designaria um tipo de pérola de forma irregular, ou mesmo um terreno desigual, assimétrico. Qualquer que seja a hipótese aceita, é possível perceber que há relações com a estética barroca: jogo de ideias, rebuscamento, assimetria. O Barroco também é chamado de Seiscentismo por ser a estética dominante nos anos 1600 (século XVII). Em Portugal, o Barroco ou Seiscentismo tem
seu início em 1580, com a unificação da
Península Ibérica, o que acarretará um forte domínio espanhol em todas as atividades, daí o nome de Escola Espanhola, também dado ao Barroco lusitano. Se o início do século XVI, notadamente seus primeiros 25 anos, pode ser considerado o período áureo de Portugal, não é menos verdade que os últimos 25 anos desse mesmo século podem ser considerados como o período mais negro de sua história. O Seiscentismo se estenderá até 1756, com a fundação da Arcádia Lusitana, já em pleno governo do Marquês de Pombal, aberto aos novos ares da ideologia liberal burguesa, que caracterizará a segunda metade do século XVIII. O comércio e a expansão do império ultramarino levaram Portugal a conhecer uma grandeza aparente. Ao mesmo tempo em que Lisboa era considerada a capital mundial da pimenta, a agricultura lusa era abandonada. As colônias, principalmente o Brasil, não deram a Portugal riquezas de imediato; com a decadência do comércio das especiarias orientais, observa-se um declínio da economia portuguesa. Paralelamente, Portugal vive uma crise dinástica: em 1578, levando adiante o sonho megalomaníaco de transformar Portugal novamente num grande império, D. Sebastião desaparece em Alcácer-Quibir, na África. Dois anos depois, Filipe II da Espanha consolida a unificação da Península Ibérica – tal situação permaneceria até 1640, quando ocorre a Restauração (Portugal recupera a autonomia). A perda da autonomia e o desaparecimento de S. Sebastião originaram em Portugal o mito do Sebastianismo (a crença que D. Sebastião voltaria e transformaria Portugal no Quinto Império). O mais ilustre sebastianista foi sem dúvida o Pe. Antônio Vieira, que aproveitou a crença surgida nas trovas de um sapateiro chamado Gonçalo Anes Bandarra. A unificação da Península veio favorecer a luta conduzida pela Companhia de Jesus em nome da Contra-Reforma: o ensino passa a ser quase um monopólio dos jesuítas e a censura eclesiástica torna-se um obstáculo a qualquer avanço no campo científico-cultural. Enquanto a Europa conhecia um período de efervescência no campo científico, com as pesquisas e descobertas de Francis Bacon, Galileu, Kepler e Newton, a Península Ibérica era reduto da cultura medieval. É nesse clima que se desenvolve a estética barroca, notadamente nos anos que se seguem ao domínio espanhol, já que a Espanha é o principal foco irradiador do novo estilo. O estilo barroco nasceu da crise de valores renascentistas ocasionada pelas lutas religiosas e pela crise econômica vivida em consequência da falência do comércio com o Oriente. O homem do Seiscentismo vivia em estado de tensão e desequilíbrio, do qual tentou evadir-se pelo culto exagerado da forma, sobrecarregando a poesia de figuras, como a metáfora, a antítese, a hipérbole e a alegoria. Todo o rebuscamento que aflora na arte barroca é reflexo do dilema, do conflito entre o terreno e o celestial, o homem e Deus (antropocentrismo e teocentrismo), o pecado e o perdão, a religiosidade medieval e o paganismo renascentista, o material e o espiritual, que tanto atormenta o homem do século XVIII. A arte assume, assim, uma tendência sensualista, caracterizada pela busca do detalhe em um exagerado rebuscamento formal. Cultismo: é caracterizado pela linguagem rebuscada, culta e extravagante; pela valorização do pormenor mediante jogos de palavras, com visível influência do poeta espanhol Luís de Gôngora; daí o estilo ser também conhecido por gongorismo. Conceptismo: é marcado pelo jogo de ideias, de conceitos, seguindo um raciocínio lógico, racionalista, que utiliza uma retórica aprimorada. Um dos principais cultores do Conceptismo foi o espanhol Quevedo, de onde deriva o nome Quevedismo. A estética barroca caracteriza toda a Europa do século XVII. Em alguns países, o estilo barroco recebeu denominações particulares: Gongorismo (Espanha): derivado do nome do poeta Luís de Gôngora y Argote (1561-1627). Marinismo (Itália): pela influência exercida por Gianbattista Marini (1569-1625). Eufuísmo (Inglaterra): derivado do título do romance Euphus, or the anatomy of wit, do escritor John Lyly (1554-1606). Preciosismo (França): pelo culto à forma extremamente rebuscada na Corte de Luís XIV, o Rei-Sol. Silesianismo (Alemanha): por ter
caracterizado os escritores da região da
Silésia, que originou a Escola Silesiana. Francisco Rodrigues Lobo D. Francisco Manuel de Melo Padre Manuel Bernardes Frei Luís de Sousa Antonio José da Silva, “o Judeu” Sóror Mariana Alcoforado Padre Antonio Vieira