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BARROCO (1601) XVI-XVII

No século XVII, o ser humano vive em conflito, atormentado por dúvidas existenciais,
dividido entre uma postura racional e humanista e uma existência assombrada pela culpa
religiosa.
Barroco - deriva da palavra espanhola barueco (pérola de forma irregular).

Período de conflito entre duas posturas


dúvidas existenciais: postura racional e humanista – concepção “classicista”.
postura religiosa – concepção “medieval”.
Resultado (Obras): as visões de mundo: Antropocentrismo x Teocentrismo
CONTRASTES
Barroco: época (valores espirituais da Igreja x valores burgueses - o amor carnal, o dinheiro,
a posição social, etc.)
Dualismo: propicia o surgimento de uma arte que busca conciliar visões opostas (antíteses):
espírito x carne, pecado x perdão, céu x terra, virtude x prazer, etc.
Na literatura, os contrastes se apresentam através das figuras de linguagem (antítese,
paradoxo).
Na pintura, conflito: claro x escuro.
Contexto histórico: A Reforma Protestante
No século XVI (1517), Martinho Lutero (teólogo alemão) denuncia a prática das
Indulgências. (95 teses pregadas na porta da igreja do Castelo de Wittenberg).
João Calvino (um luterano) - defendia a prosperidade por meio do trabalho -> mais adeptos
ao protestantismo.
Resposta da Igreja Católica ao avanço da Reforma Protestante
1.Concílio de Trento
2. Concílio de Jesus
3. Inquisição
Contrarreforma: a resposta católica à Reforma Protestante
CONCÍLIO DE TRENTO (reunião de bispos), convocado pelo papa Paulo III (1545 a 1563) -
Presidida na cidade italiana de Trento..
Objetivo: emitir decretos disciplinares.
Medidas tomadas:
• reafirmados os dogmas da Igreja (valor das indulgências e dos 7 sacramentos, reforço do
culto da Virgem e dos Santos...);
• reorganização e o fortalecimento da Inquisição;
• instituição de uma lista de livros proibidos aos Católicos, o Index Librorum Prohibitorum.
COMPANHIA DE JESUS
Ordem religiosa criada em 1534 por um grupo de estudantes da Universidade de Paris
liderados pelo basco Inácio de Loyola e aprovada pelo Papa Paulo III.
Os jesuítas pautavam-se por uma obediência cega ao Papa e destacaram se nas missões e
no ensino (fundação de colégios e escolas).
INQUISIÇÃO
A Inquisição foi criada na Idade Média (século XIII) e era dirigida pela Igreja Católica
Romana. Ela era composta por tribunais que julgavam todos aqueles considerados uma
ameaça às doutrinas (conjunto de leis) desta instituição. Todos os suspeitos eram
perseguidos e julgados.
O Barroco: arte espetacular - nas igrejas, atraía os fiéis, impressionando-os.
Arte da indisciplina: exagero de relevos.
Barroco em Portugal: Contexto histórico Início 1580 (domínio espanhol) -> morte de Dom
Sebastião (Alcácer Quibir)
Unificação da Península Ibérica – Felipe II
Características do estilo:
1) O fusionismo e o culto do contraste;
- Na pintura: mistura entre luz e sombra;
- Na música: combinação de sons;
- Na literatura: associação entre a razão e a fé;
2) O pessimismo: miséria da condição humana (aspectos cruéis, dolorosos, repugnantes);
3) O rebuscamento: jogos de palavras e figuras de linguagem;
4) A transitoriedade da existência terrena.
Barroco no Brasil: Contexto histórico Século XVI – XVIII
• Colônia de Portugal
• Salvador (capital e sede da administração)
• Produções artísticas - moldes de Portugal (ideal da Igreja)
• Não existia imprensa (foi proibida)
• Marco Inicial: (1601) poema épico “Prosopopeia “ – Bento Teixeira (Jorge de Albuquerque
Coelho - donatário da capitania de Pernambuco)
Representantes e Obras :
• Gregório de Matos Guerra (1636-1696) - poesias (maior poeta satírico: “boca do inferno”)
Obras: poesia lírica: filosófica e religiosa e amorosa, satírica: crítica social ao governador
• Padre Antônio Vieira - prosas (sermões e cartas)
Obras: Sermão pelo bom sucesso das armas de Portugal contra as de Holanda (Bahia –
1640) Sermão da primeira dominga da Quaresma (Maranhão – 1653)
Correntes do Barroco:
Cultismo (Gongorismo) – predomínio na poesia
✓ Intenção moralizante por meio dos sentidos;
✓ Teor descritivo;
✓ Valorização da forma de expressão;
✓ Estilo opulento e suntuoso;
✓ Rebuscamento vocabular - neologismos, figuras de sintaxe (hipérbatos, anacolutos), figuras de
linguagem (metáforas, antíteses, sinestesias).
Conceptismo (Quevedismo) – predomínio na prosa
✓ Intenção educativa pelo convencimento e raciocínio lógico;
✓ Teor argumentativo, conceptual;
✓ Valorização do conteúdo; relações lógicas entre as/das ideias;
✓ Estilo conciso e ordenado;
✓ Aproveitamento das nuances semânticas: duplo sentido, associações inesperadas e engenhosas,
paradoxos, comparações inusitadas.
Figuras de linguagens nas obras literárias conceptistas:
Silogismo: modelo de raciocínio lógico, dedução de duas ou mais proposições. duas
premissas que geram um conclusão
Exemplo:
Todo ser humano é mortal. (proposição 1);
Eu sou um ser humano. (proposição 2);
Logo, sou mortal (conclusão).
ARCADISMO (1768-1836)
As manifestações artísticas do século XVII (Arcadismo ou Neoclassicismo) refletem a
ideologia da classe aristocrática em decadência e da alta burguesia, insatisfeitas com o
absolutismo real, com a pesada solenidade do Barroco, com as formas sociais de
convivência rígidas, artificiais e complicadas.
As mudanças estéticas terão por base uma revolução filosófica: o Iluminismo.
Em seu primeiro momento, os iluministas conciliarão os interesses da burguesia com certas
parcelas da nobreza, através da celebração do despotismo esclarecido - valorizando reis e
príncipes que se cercavam de sábios para gerir os negócios públicos. Mas o aspecto
revolucionário do pensamento de Voltaire, Montesquieu, Diderot e outros é a afirmação de
que todas as coisas podem ser compreendidas, resolvidas e decididas pelo poder da razão.
Os criadores do Iluminismo já não aceitam o "direito divino dos reis", tampouco a fé cega
nos mandatários da Igreja. Qualquer poder ou privilégio precisa ser submetido a uma
análise racional. E agora é a razão (e não mais a crença religiosa ) que aparece como
sinônimo de verdade.
Por oposição ao século anterior, procura-se, no século XVIII, simplificar a arte. E esta
simplificação se dará na pintura, na música, na literatura e na arquitetura pelo domínio da
razão, pela imitação dos clássicos, pela aproximação com a natureza e pela valorização das
atividades galantes dos frequentadores dos salões da nobreza europeia.
Na pintura e escultura:
➢ Temas clássicos: romanos ou gregos
➢ Figuras vistas de longe
➢ Expressões frias e neutras
➢ Equilíbrio na distribuição dos elementos
Frases-chave:
➢ Carpe diem (aproveite o dia)
➢ Inutilia Truncat (Cortar o inútil e buscar o equilíbrio)
➢ Aurea Mediocritas (Equilíbrio de ouro)
➢ Urbem Fugere (Fuga da cidade)
➢ Locus Amoenus (Lugar ameno)
1) BUSCA DA SIMPLICIDADE
A fórmula básica do Arcadismo pode ser representada assim:
Verdade = Razão = Simplicidade
2) IMITAÇÃO DA NATUREZA
Ao contrário do Barroco, que é urbano, há no Arcadismo um retorno à ordem natural.
Cultua-se o "homem natural", isto é, o homem que "imita" a natureza em sua ordenação, em
sua serenidade, em seu equilíbrio, e condena-se toda ousadia, extravagância, exacerbação
das emoções.
Inspiração: greco latina
O bucolismo (homem vive na natureza, harmônico) torna-se um imperativo social, e os
neoclássicos retornam às fontes da antiguidade que definiam a poesia como cópia da
natureza.
Pastoralismo: pastor vive no campo, harmônico
3) IMITAÇÃO DOS CLÁSSICOS
Processa-se um retorno ao universo de referências clássicas, que é proporcional à reação
anti-barroca do movimento. O escritor árcade está preocupado em ser simples, racional,
inteligível. E para atingir esses requisitos exige-se a imitação dos autores consagrados da
Antiguidade, preferencialmente os pastoris.
4) AUSÊNCIA DE SUBJETIVIDADE
A constante e obrigatória utilização de imagens clássicas tradicionais acaba sedimentando
uma poesia despersonalizada. O escritor não anda com o próprio EU. Adota uma forma
pastoril
ARCADISMO NO BRASIL: CONTEXTO
PALAVRAS-CHAVE:
❖Marquês de Pombal: despota português.
❖Corrida do Ouro: Minas Gerais.
❖Tropeiros paulistas.
❖Vida urbana em Minas Gerais.
❖Integração de Nordeste, Sul e Sudeste.
❖Literatura com função social: saraus.
❖Expulsão dos Jesuítas.
❖Inconfidência Mineira.
AUTORES:
Cláudio Manoel da Costa (Glauceste Satúrnio):
poesia lírica amorosa - Musa “Nise”
poesia épica - “Vila Rica”
Tomás Antônio Gonzaga (Dirceu)
poesia lírica - “Marília”
poesia satírica - “Cartas Chilenas”
Basílio da Gama (Termindo Sipílio)
poema épico - “O Uraguai” Índia Lindóia
Frei José de Santa Rita Durão
poema épico - “Caramuru” Índia Moema

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