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10ºano História da Cultura e das Artes

Renascimento
(séc. XV - XVII)

A Cultura do Palácio LOURENÇO DE MÉDICIS (Biografia):


1449 – 1492, O
MEADOS DE QUATROCENTROS À GUERRA Magnífico
DOS TRINTA ANOS (Tempo): Burguês italiano que
1ª Fase, RENASCIMENTO viveu em Florença (Itália)
Crescimento e expensão, século XV – XVI Pertencia à família dos
Iniciada em Itália Médicis, mercadores e
PERÍODO DE TRANSIÇÃO da Idade Média e banqueiros poderosos, ricos
Tinha muitas qualidades
Idade Medieval
Crescimento demográfico e económico Inteligente e culto,
Desenvolvimento das cidades eclético
Símbolo do homem novo (individualista,
Avanço da centralização régia (adeus ao
antropocêntrico*, racional)
feudalismo medieval)
MECENAS = protegia os artistas e dava
Ascensão económica e cultural da burguesia
atenção aos assuntos culturais, incentivando as
Instalação de mentalidade mais humanista,
letras e artes com numerosas encomendas e
pragmática, racionalista, confiante patrocínios, atraindo artistas e intelectuais à sua
Amante do saber e da Antiguidade Clássica corte (política cultural)
Florença tornou-se o centro cultural do
2ª Fase, MANEIRISMO Renascimento
Crise e depressão, XVI (1520/30) – XVII (1600)
Provocada pela Reforma Protestante O PALÁCIO (Local):
Crises comerciais e financeiras Elites nobres e burguesas passam a morar nas
Maus anos agrícolas cidades, nos palácios (pequenas cortes privadas)
Pestes Mostram o seu poder
Clima de insegurança, instabilidade e económico, político e social no
tamanho, luxo e conforto
ceticismo*
Modo de vida requintado
EUROPA DAS ROTAS COMERCIAIS (Espaço): Festas, banquetes, teatro, bailes
Incremento do comércio Reuniões culturais com filósofos, músicos,
Progressos da navegação e viagens de poetas, intelectuais e artistas
descobrimento geográfico Frequentadas por CORTESÃOS (requisitos: ser
Construção de novas rotas e redes comerciais burguês, eclético, ter conhecimentos de física,
ciências, artes, letras, armas)
marítimas
Trocas mundiais de produtos, pessoas e
culturas
Comércio à escala mundial
Novos conhecimentos sobre o mundo

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DE REVOLUTIONIBUS ORBIUM REFORMA E CONTRARREFORMA:


COELESTIUM, Nicolau Copérnico Igreja cristã do Ocidente, Papa de Roma,
(Acontecimento): corrupção e decadência
1543, “Acerca do Movimento Clima de crise de fé e crítica à igreja pelos
dos Corpos Celestes” humanistas
Apresenta e comprova Revolta de Martinho Lutero (Alemanha) levou a
matematicamente a teoria um movimento – REFORMA PROTESTANTE
heliocêntrica – Sol é uma estrela Criação de novas igrejas cristãs que
fixa no centro do universo no interpretavam livremente as Sagradas Escrituras
redor da qual giram todos os Papas de Roma iniciaram um movimento de
planetas do nosso sistema
renovação interna e combate ao
astrológico
Protestantismo – CONTRARREFORMA
Utilização do quadrante solar, esfera armilar e
Iniciado no Concílio de Trento (1545 – 1563)
torqueton
Reavaliação dos dogmas de fé, intensificação
Fim da teoria geocêntrica – Terra no centro
dos padres e novas ordens monásticas
Tese contrariava a igreja = livro contestado e
Maior vigilância sobre os crentes (Índex e
proibido = Índex até 1835
Inquisição)
Defesa da verdade científica face aos valores
da sua época atesta a sua mentalidade de FALA DO LICENCIADO E DIÁLOGO DE TODO-
homem novo, racional e amante do saber O-MUNDO E NINGUÉM, Gil Vicente:
1532, obra (Auto da) Lusitânia
O HUMANISMO:
Peça de teatro (farsa/comédia)
Movimento cultural (filosófico, literário e
científico) Gil Vicente considerado o fundador do teatro
Nasceu na Itália português – escritor, dramaturgo, ator,
Colocavam o Homem no centro dos encenador (saber eclético)
Obra encomendada por D. João III
interesses e motivações (homem com
consciência do seu valor e da vida – capacidade de Trabalhou para a corte, peças em português
pensa e resolver) Criticou de modo vivo e mordaz* a sociedade
Inspiração: gregos (filósofos), romanos do seu tempo
(escritores) – CLASSICISMO Tema principal - casamento simbólico de
Postura antropocêntrica, racional, crítica e Portugal com Lusitânia
pragmática perante o saber FALA DO LICENCIADO – monólogo, representa
Admiração da Antiguidade Clássica (modelo o Gil Vicente, papel de narrador, apresentação
ideal) do tema das bodas
Intelectuais ecléticos (saber de tudo um pouco) DIÁLOGO ENTRE TODO-O-MUNDO E NINGUÉM
Novos conhecimentos c/ base na experiência – 2ª parte da obra, 4 personagens (2 diabos:
pessoal e observação direta da Natureza e Belzebu e Dinato, 2 pessoas comuns: rico mercador
sociedade do seu tempo e pobre homem do povo)
Obras escritas nas línguas nacionais Caracteriza o rico cheio de ganância, vaidade
Aparecimento da IMPRENSA – livro impresso, e petulância, como se representasse a maioria
mais fácil de reproduzir e barato, fácil divulgação das
das pessoas na Terra (“Todo o Mundo”)
obras, ideias, estudo e ensino Caracteriza o pobre, honesto, trabalhador,
Humanistas – William Shakespeare, Tomas virtuoso e modesto, demonstrando que
More, Lourenço Valla, Luís de Camões, Damião ninguém é assim no mundo (“Ninguém”)
de Gós Satiriza o comportamento vaidoso e
petulante* da maior parte dos seres humanos
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ARTE RENASCENTISTA A ANUNCIAÇÃO, Leonardo Da Vinci (Caso


Prático):
Mudança da mentalidade + conhecimento
(matemática e a medida)
Antropocentrista e humanista, interesse no
homem
Glorificar Deus e a sua doutrina, homens e a
sua individualidade
Artistas ganharam nova importância
Arte como atividade intelectual, exigia estudos 1473/75, pintura a óleo
para além do domínio técnico Relato do momento em que o anjo Gabriel
Obras assinadas aparece para contar a Maria que ia ser mãe do
filho de Deus
Composição: espaços matemática e
Pintura geometricamente calculados (ordem, equilíbrio,
tranquilidade)
Ideais estéticos da Antiguidade
Organizado num triângulo
Imitação da Natureza, como o olho humano
3 planos: as personagens, casa e muro do
captava (mimesis) jardim, paisagem
Perspetiva científica, TRIDIMENSIONALIDADE
Perspetiva linear (ponto de fuga) e aérea
Colocação proporcional dos objetos conforme (permite ver a paisagem até ao horizonte)
a distância do pintor/espetador Técnica do sfumato
Perspetiva linear (um ponto de fuga aos olhos
Pormenorização das espécies vegetais
do observador) (conhecimento botânico)
Criação de espaços pictóricos e equilibrados, Conceção das figuras: proporção anatómica,
organizados geométrica e matematicamente correção das posturas, modelação volumétrica
Uso obrigatório do projeto dos corpos, expressão dos rostos e olhares
O desenho, escorços Claro-escuro (pregueado e panejamento natural
Pintores - Miguel Ângelo, Boticelli do vestuário, transparência dos véus, pormenor das
asas)
O NASCIMENTO DE VÉNUS, Boticelli: Maria: beleza ideal (cânones da época) a ler a Bíblia
Tema mitológico Anjo: solenidade, consciência do alcance da
Esguia e com longos membros mensagem que vai comunicar
Pescoço irrealisticamente longo Luminosidade: ar livre, luz suave e difusa, vem
da esquerda (sombras), luz dourada que
transmite serenidade e quietude ao ambiente
de fim de tarde
Expressividade:
estaticidade, equilíbrio,
harmonia, serenidade,
caráter enigmático
Rigor anatómico
Transmitia na arte
todo conhecimento
técnico
Estudo da anatomia
asas dos pássaros (anjo)

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QUATTROCENTO (1500) ALEGORIA DA PRIMAVERA, Botticelli:


Temas – religiosos, quotidiano, temas Deusa vénus no centro
marianos (Virgem e o Menino), retrato Ar melancólico
(individualismo), mitologia Laranjeiras
Representação do nu Cupido a lançar setas
Claro-escuro, modelação dos corpos pela luz,
dando-lhes massa e volume
Representação rigorosa do corpo humano
Criação de transparências
Aperfeiçoamento de pormenores
Cores vivas
Aparecimento da tela
Pinturas a óleo
Novos meios riscadores (carvão e sanguínea)
Perspetiva (elementos da arquitetura)
Rostos pálidos, expressões faciais sérias CINQUECENTO (séc. XVI – XVIII)
Cenários: interior Arte intelectualizada e científica
Pintores - Leonardo Da Vinci, Rafael, Antonello Arte como “cosa mental” (Da Vinci)
da Messina Técnica mais sensível
Harmonia, equilíbrio, ordem, beleza racional
DÍPTICO DOS DUQUES, Pierro Della Centro da Pintura: Roma e Veneza
Francesca: Expressão fácil feliz
Luz natural
Sfumato (fim da paisagem, mistura do céu
c/terra)
Ponto de fuga, planos
Cenários: interior + exterior
Transparência
Cabelos e panejamentos naturais
Tridimensionalidade
Díptico – 2 quadros, 1 composição
A SAGRADA FAMÍLIA, Miguel Ângelo:
Efeito claro-escuro
Luz natural
Têmpera
Atitude serena, digna e distante Cenário –
exterior
Profundidade, perspetiva (natureza)
Luz amarelada
Nariz mais pequeno, testa alta
(final do dia) –
Mulher parece um homem VELATURA
Traços + leves e + finos na mulher Pessoas do povo
Cor branca devido ao estatuto social (ñ podia
apanhar sol)
Cor escura, + velho, cortesão (saía bastante)

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IGREJA DE SANTA MARIA DAS FLORES:


Arquitetura
Planta basilical e
Nascido em Florença centrada
Inspiração nas Antiguidades Clássicas, (ordens Estrutura exterior
arquitetónicas e edifícios-tipo) gótica (gabletes) e
Estudos e construção de maquetes interior renascentista
Renovar a arte de contruir, substituindo a Cúpula com duplo
monumentalidade e exuberância das casco (parede interior e exterior)
construções góticas Óculo zenital e vários outros óculos na cúpula
Edifícios projetados à escala humana (simetria, Pequenos altares entre os contrafortes
regularidade, proporção, clareza formal, sobriedade Abóbada para a acústica
decorativa) Deslumbra os pobres
Cálculo rigoroso das proporções
Ricamente decorado
Plantas e volumes inspirados em formas
Interior com pintura e escultura religiosa
geométricas regulares (estátuas da Virgem, Cristo crucificado, pietás)
Fachadas retilíneas Exterior simples e racional
Coberturas planas de madeira ou pedra, em
abóbadas e cúpulas ARQUITETURA CIVIL
Organização simétrica e perspética do interior PALÁCIOS
Aberturas colocadas com simetria e Construções urbanas em pedra, com 3/4 piso
regularidade (janelas alinhadas) Formas cúbicas ou paralelepipédicas
Sobriedade decorativa, decoração mais Andares com ordens diferentes
estrutural que escultórica (frontões, arcadas,
Ar robusto
colunas, entablamentos)
Uso das ordens arquitetónicas greco-romanas 1º andar: piano nobile para os donos da casa /
2º andar: restante família
ARQUITETURA RELIGIOSA Leves e elegantes
IGREJAS Pequenos pórticos de frontões triangulares
Planta centrada ou basilical Vários quartos
Simplificação da cabeceira Muita decoração
Transformação das naves laterais em capelas CORTILE pode ter um jardim decorativo e é
abertas para a nave central para expor as obras que o dono patrocina
Único espaço destinado aos fiéis (igrejas-salão) Conforto e luxo
Fachas com arcadas cegas *desenho como nos resumos*
Pinturas nos tetos e paredes
PALÁCIO RUCCELAI:
Ordens: toscana (rés-
chão), coríntia (1º andar),
compósita (2º)
1º andar: pedra + polida
Piso térreo com janelas
pequenas protegidas
com grades
Piso do ático
(arrumações e aposentos dos criados)

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VILLAE COLLEONI, Verrochio:


Palácios de férias nas propriedades rurais Estátua equestre
Substituição do palácio interno por uma sala
circular coberta por cúpula DAVID, Miguel Ângelo:
Tema religioso
VILLA Imagem de um pastor,
ROTONDA, herói bíblico que vai
Itália: matar Golias
Corpo atlético e juvenil
Jovem nu
Posição estática
URBANISMO
Anatomia presente
Traçado de
Perfeição anatómica
algumas praças e
plantas de cidade Domínio das formas
ideias, de traçado Expressão de grande
geométrico concentração
Organização da Demonstração contida dos sentimentos (olhar
cidade oblíquo e desafiador, sobrolho carregado)
Princípio: cálculo
Renovação dos espaços A PIETA DA IGREJA DE SÃO PEDRO DO
Tradição do fórum romano com praças VATICANO, Miguel Ângelo:
Tema religioso
Escultura Pietà = virgem com Cristo morto nos braços
Amor, carinho, ternura
Mesmos princípios estéticos/técnicos pintura Serenidade
Escultura foi a arte que mais cedo concretizou Ar jovem, parece + nova que o filho
os ideais renascentistas Panejamento natural, o modelo cai no corpo
Gosto pela representação corpo humano nu
(volume dos joelhos e seios)
Procura do naturalismo Perfeição da anatomia (costelas)
Individualização dos rostos
Preocupação com o domínio técnico
Pratica do desenho para estudos
Proporção e perspetiva
Utilização da medida (cânones)
Anatomia (autopsias e dissecação)
Técnicas de desbaste (molde)
Temas - religiosos, mitológicos, profanos,
retrato
Relevos nos portais das igrejas e túmulos
Estuária como um monumento artístico para
colocar em praças, jardins, átrios
Estátuas (retratos) de corpo inteiro, bustos e
cabeças, efígie (moedas e medalhões), estátuas
equestres
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MANEIRISMO A DEPOISÇÃO DA CRUZ:


˟ Geométrico
Italiano = maneira, elegância
˟ Racional
Período de transição entre o Renascimento
Cores frias (sofrimento)
e o Barroco
Tempo de crise e incerteza Serenidade (terror, medo)
Arte amaneirada, “artificial” Deformação corpos
NOVA MENTALIDADE Movimentos acentuados
FIM (escorço)
NOVO
(Renascimento) (Maneirismo)
espírito positivo,
"à minha maneira" Escultura
racional e confiante
Temáticas + profanas q religiosas (mitológicas
não segues cânones e alegóricas) a decorar jardins, fontes, fachadas
regras clássicas
nem regras e átrios da arquitetura, salões, decoração
fruteiras
Arte mais individualizada, sensível, expressiva
grande domínio técnico
Valorização da originalidade e interpretações
posturas contorcionadas, tensas, movimento
individuais, dinamismo, complexidade das formas,
artificialismo → emoção, elegância, poder, tensão helicoidal, rostos expressivos, volume,
contrastes luz-sombra
composições complexas e expressivas
Pintura
Primeiros a registar estas mudanças: Miguel O RAPTO DA SABRINA, Giovanni da Bologna:
Ângelo e Rafael linha ascendente, espiralada,
forte carga emocional, expressividade curvilínea, sinuosa. Helicoidal
estereométrica (vulto redondo)
contrastes cromáticos fortes
escorço (esforço e tensão)
expressões fisionómicas e corporais alteradas
representação do nu
uso exacerbado do nu
dramática
composições sofisticadas e exageradas volume
sentido cenográfico das composições luz e sombra
temas religiosos, mitológicos, alegóricas, retratos
composições complexas
efeitos de trompe-l’oeil (pintura mural) Arquitetura
escorços de grande perícia técnica IGREJAS-SALÃO
cores e luminosidade Plantas em cruz latina, naves laterais formadas
artificiais, intensas em capelas (nada impede a visão)
Transepto não saliente, cúpula sobre o cruzeiro
MADONNA DO PESCOÇO
Abóbadas de berço para a acústica
LONGO, PARMIGIANINO:
Paredes sólidas e pesadas
Sem anatomia
Capelas situadas entre contrafortes
Sem proporção (mãos, membros)
Capela-mor reduzida à abside
Sem composição geométrica
Volutas, púlpitos
Sem cores naturais (pele pálida)
Decoração exuberante com
Deformação e alongamento
frescos nos tetos e paredes
do corpo humano (“+ elegante”)

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PALÁCIOS E VILLAS PALÁCIO DO LOUVRE, Pierre Lescot:


Vários pátios Existência de reentrâncias
diferentes Colunas adossadas
Sem axialidade Verticalidade
0 Decoração com Telhado abobadado – chapas de metal
elementos das ˟ balaustrada
ordens clássicas
Paralelepipédico
Linhas quebradas
RENASCIMENTO MANEIRISMO Pórtico típico
(Basílica de S. Pedro) (Igreja de Gesú)

horizontalidade verticalidade

colunas (estruturais) pilastras/colunas adossadas


2 entablamentos suportados
1 entablamento rematado por contra fortes
porbalaustrada 3 frontões (2x triang. e 1x
1 frontão traingular semi-circular)
nichos com estatuária
sobriedade decorativa
2 aletas ou volutas
transepto saliente transepto pouco saliente
OS QUATRO APÓSTOLOS, Albrecht Durer:
abóbadas de berço teto (cobertura)

A EUROPA
Arte com maior repercussão nestes estilos
Primeiro estilo a mundializar-se devido à
expansão geográfica
FRANÇA: marcas na arquitetura, maneirismo foi
o mais presente
PAÍSES NÓRDICOS: Alemanha teve grandes
nomes em ambos
INGLATERRA: pouco peso da influência italiana
FLANDRES: ligada ao gótico e a pintura
conheceu tendências próprias
ESPANHA: persistência gótica, mas marcada por
autores de influências italianas, de ambos estilos

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