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A CRISE DO

FEUDALISMO
BAIXA IDADE MÉDIA

 Século X ao XV;
Principalmente do século XIII ao XV.

• Século X marca o fim das invasões dos povos germânicos;

• Inovações agrícolas (moinho hidráulico, carroça puxada por bois, arado de ferro com
rodas) => aumento da produção;

• Aumento populacional, especialmente, após a mortandade causada pela peste negra.


 Processo de centralização política – formação das Monarquias Modernas;

 Ressurgimento dos centros urbanos;


* Comerciantes instalam-se ao redor de castelos (“burgos”);
* “êxodo rural”.

 Aumento do comércio e diminuição da importância dos feudos


(feiras em centros urbanos e “proto-assalariamento” de camponeses);
Crescimento da circulação de moedas.

 A partir do final do século XI, Cruzadas, que também intensificam o comércio – “rotas
comerciais”;
Necessidade de alguém que as financiasse;
Fortalecimento dos “burgueses” / “capitalistas”.

- Surgimento das primeiras Universidades.


AS CRUZADAS
• Expedições de cristãos (que carregavam uma cruz na vestimenta, daí
“cruzadas”), organizadas entre os século XI e XIII, para retomar a
Terra Santa (Jerusalém) dos “infiéis” – os mulçumanos;
Também tinham como objetivo reunificar o “mundo cristão”, dividido com o “Cisma
do Oriental”.

• Até o século XI, as peregrinações cristãs à Terra Santa, dominada


pelos islâmicos, eram permitidas. Com a tomada de Jerusalém
pelos turcos seldjúcidas (islamizados) começaram a ser proibidas;

• Em 1095, o papa Urbano II convoca a 1º Cruzada.


AS CRUZADAS
• No total foram cerca de 8 Cruzadas (dependendo da interpretação);
A primeira retomou Jerusalém, perdida novamente em 1189 para o sultão
Saladino;

• A 3º ficou conhecida como a “Cruzada dos Reis” – terminou com um


acordo entre Ricardo e Saladino para que os cristãos pudessem ir a
Jerusalém;

• A 4º Cruzada tinha como objetivo tomar Constantinopla, unindo as igrejas


do ocidente e do oriente;

• No geral, as Cruzadas enfraqueceram os senhores feudais e ajudaram na


concentração do poder por parte dos reis e na retomada de rotas comerciais.
RICARDO “CORAÇÃO DE LEÃO”
=> As Cruzadas “abriram” o Mediterrâneo, até então dominado pelos mulçumanos,
aumento a circulação de mercadorias (também em função dos saques promovidos
pelos “cruzados”) e, logo, o comércio.
- novas rotas de comércio (crescimento das feiras).

# Contudo, nem tudo foi linear, no sentido do desenvolvimento econômico e social:

 Revoltas camponesas (no contexto da Guerra dos 100 Anos – conflito entre Inglaterra
e França);

 Fuga em massa de servos dos feudos em razão do aumento das taxas aplicadas pelos
senhores feudais.
 Peste negra (peste bubônica) no século XIV.
* Pandemia que ocorreu em meados do século
XIV, responsável por, provavelmente, mais de 100
milhões de mortes na Ásia e Europa (cerca de 1/3 da
população europeia);
* Transmitida por pulgas de, geralmente, ratos –
os quais migraram junto a rotas comerciais e
encontraram nas péssimas condições de higiene da
IM um ótimo contexto para se disseminar;
* “Negra”, pois causava manchas escuras na
pele.

“DANÇA DA MORTE”
RENASCIMENTO
- Início mudança da “mentalidade medieval” para a “mentalidade moderno”...processo
que vai se radicalizar com o Movimento Iluminista.

CONTEXTO:

- IDADE MODERNA => virada do século XV para o séc. XVI até a virada do séc. XVIII para o
séc. XIX;

* queda de Constantinopla – fuga de intelectuais – muitos deles vão para cidade “italianas”;
* grandes navegações (contato entre europeus e ameríndios, contorno do Cabo da Boa
Esperança) – importante para a disseminação do cristianismo e para o fortalecimento dos
Estados/Monarquias Modernos(as);
* série de transformações políticas, sociais, culturais, artísticas e ideológicas/religiosas.
Queda de
Constantinopla
Mas por que “renascimento”?

 Remete à Antiguidade Clássica (luzes);


 Crítica à Idade Média (“Idade das Trevas”), onde o poder da igreja
era enorme;
 (Re)valorização do conhecimento produzido através da ciência
(racionalismo) – física, matemática, medicina, astronomia, filosofia
(grandes navegações);
 Ser humano no centro do universo (antropocentrismo/humanismo);
 Renascimento das cidades e do comércio.
Mas qual era essa “mentalidade medieval”?

 do ponto de vista social, um mundo estamental;

 do ponto de vista político e religioso, submissão a deus (ao deus católico) – os reis/monarcas/senhores feudais
seriam representantes escolhidos por ele;

 do ponto de vista econômico, condenação da riqueza e da ostentação;

 do ponto de vista intelectual, domínio da igreja (da bíblia) sobre o conhecimento – a razão subordinada à fé;

 do ponto de vista cultural, o teocentrismo - total importância à questão religiosa e desprezo pelo ser humano, um
pecador.

* Os cerca de três séculos da Idade Moderna marcam o processo de erosão dessa mentalidade. O ápice de tal
movimento será a Revolução Francesa (precedida da Rev. Industrial e do Mov. Iluminista) *
Na mentalidade renascentista/moderna...

 “disseminação” do conhecimento (tanto de livros em geral – literatura, científicos, etc. -, quanto da bíblia) –
invenção da imprensa;

 “Antropocentrismo”: o ser humano no centro das atenções, das preocupações;

 Naturalismo: a natureza, objeto de medo na mentalidade medieval, passa a ser fonte de investigação, de
curiosidade;
Aqui entram estudos, inclusive, do corpo humano, que, aos
poucos, passa a ser entendido como parte do meio natural.
...na mentalidade renascentista/moderna:

 Hedonismo: a busca por prazeres mundanos e materiais deixa de ser mau vista.

 Na arte, o ser humano como centro do que é retratado, representado;

 do ponto de vista intelectual, o conhecimento deve ser obtido através da empiria, da experiência da observação,
do raciocínio lógico – os fenômenos da natureza devem ser explicados através da razão (“valores clássicos”);

*** Contudo, ao contrário do Iluminismo, o Renascimento não marca um rompimento com a religião/igreja (o
homem, centro das atenções, é a mais perfeita criação de deus) ***
ARTE RENASCENTISTA

 Pintura;
 Escultura;
 Arquitetura.

 A obra “sintetiza alguns


aspectos do Renascimento. A
representação de uma passagem
bíblica demonstra a presença
ainda marcante da religiosidade.
O encontro entre as mãos de
Deus e do homem exaltam a
capacidade criativa e elevam o
homem a uma condição quase
divina. Já a representação do
corpo humano remete à
Antiguidade Clássica”.

A criação de Adão, Michelangelo


O nascimento de Vênus, Botticelli
Mona Lisa (La Gioconda), Da Vinci
“O quadro O Casal Arnolfini, do holandês Jan Van
Eyck, apresenta um casal burguês no interior de sua
casa. O detalhamento na representação dos objetos
tem como objetivo valorizar a riqueza do casal. A
cena do cotidiano foge das tradicionais
representações sacras e corresponde à necessidade
da burguesia de enaltecer seus valores e modo de
vida. A riqueza dos detalhes só foi possível graças
às inovações técnicas como a pintura a óleo e a
perspectiva. No fundo, acima do espelho, é possível
observar a assinatura do pintor”.

Casamento de Amolfini, Jan Van Eyck


“A escola de Atenas, de Rafael
Sanzio, reflete a importância da
Antiguidade para o Renascimento.
A referência a filósofos gregos,
como Platão e Aristóteles ao
centro, demonstra a preocupação
com o racionalismo. O uso da
perspectiva e a construção
geométrica do quadro são
características das obras do
período”.
HISTÓRIA DA ARTE: UMA INTRODUÇÃ
O HISTORIOGRÁFICA (CAFEHISTORIA.
COM.BR)
Sacrifício de Isaac, Ghiberti Davi, Michelangelo
Pietà, Michelangelo
http://pt.slideshare.net/carlosvieira/aula-81-arte-do-renascimento-arquitetura
“A pintura do teto da Capela Sistina levou
cerca de quatro anos e representa uma série
de passagens bíblicas. Michelangelo, que se
considerava melhor escultor do que pintor,
utilizou a técnica do afresco para realizar o
trabalho. Essa técnica, aprimorada no
Renascimento, consistia em uma
representação pictórica feita sobre parede,
com base de gesso ou argamassa”.
O aperfeiçoamento da
imprensa por J. Gutenberg
possibilitou a circulaçã o de
obras renascentistas por
toda a Europa, um
aumento na produçã o
literá ria e no nú mero de
leitores.
Erasmo de Roterdã
Em “Elogio da Loucura”, fez
criticas à sociedade e à Igreja.

INGLATERRA

FLANDRES
ALEMANHA
Johannes Gutenberg
FRANÇA Inventor da máquina de
imprensa.

PORTUGA
L
ESPANHA François Rabelais
Autor de “Gargântua” onde
defende a liberdade e condena a
dominação de uma pessoa sobre
outra.
LITERATURA

Dante Alighieri: Em A Divina Comédia, Dante utilizou o


dialeto florentino e não o latim, como era comum nas obras
do período, abrindo espaço para a utilização das línguas
nacionais.
François Rabelais: Em Gargântua e
Pantagruel, Rabelais misturou elementos de
diversos gêneros narrativos com humor
popular. Enaltecia os prazeres físicos como a
comida, a bebida e o sexo e satirizava o
William Shakespeare: Hamlet, Romeu e Julieta e Otelo são ascetismo religioso.
clássicos do autor inglês. Em seus livros, colocava as
paixõ es humanas como centro das atençõ es.
LITERATURA

Thomas Morus: Em seu livro Utopia, o autor descreve uma


ilha imaginária onde haveria uma sociedade ideal. A noção
de utopia (do grego, utopos = não lugar) pode ser
compreendida como uma crítica de Morus à sociedade
europeia.
Luís de Camõ es: Em Os Lusíadas, poema
é pico, Camõ es narra a saga expansionista dos
portugueses pelos oceanos. A epopeia,
Miguel de Cervantes: O espanhol narra de datada do século XVI, retrata as façanhas
maneira paró dica as aventuras do fidalgo portuguesas igualando-as a outras grandes
Dom Quixote de la Mancha e seu fiel aventuras.
escudeiro Sancho Pança. Na obra, os valores
exaltados nos romances de cavalaria de
origem medieval são satirizados.
CIÊ NCIA

René Descartes (um dos pais do


racionalismo): “Penso, logo existo”.

Para Nicolau Copérnico e


Galileu Galilei a Terra nã o
seria um astro fixo e, sim,
um astro mó vel que estaria
orbitando em torno do Sol
("heliocentrismo").
“O mapa apresenta a
concepção geocêntrica.
Nele, os astros do sistema
solar aparecem orbitando a
Terra, um corpo fixo”.
“Nesse mapa, o Sol é
apresentado como fixo e
a Terra gira ao seu
redor”.
Mapa-múndi de Abraham Ortelius (1564)
O MUNDO MODERNO
 “Última etapa” da existência de uma desigualdade (jurídica) natural no “mundo ocidental”;

 Antigo Regime:
• rural;
• estamental;

# Fim do Antigo Regime – Revolução Inglesa e, principalmente, Revolução Francesa:


 separação entre os poderes;
 fim da desigualdade natural entre os homes;
 Revolução Industrial.
ECONOMIA
 continuidade da produção agrícola baseada em laços de dependência pessoal
(“feudalismo”) – e permanência durante algum dos impostos e “obrigações”.

 Mas na Inglaterra, por exemplo, surgimento de uma “nobreza” rural que produzia com fins
lucrativos;
* embora não haja a disseminação da mão de obra assalariada, há o início de uma
produção (agrícola e artesanal) voltada para o mercado!

 com o crescimento dos centros urbanos e da centralização política (leia-se, com maior
segurança em estradas, no centros urbanos, etc.), aumento do comércio;
* “Capitalismo comercial” – crescimento do trabalho assalariado nas cidades e maior
parte do lucro na mão do intermediário (do comerciante);
POLÍTICA

 Centralização => perda do poder dos nobres (“senhores feudais”) em


favor do monarca/rei – “Absolutismo”, o rei com o poder absoluto:

# centralização do poder repressivo;


# centralização do poder de cobrança de impostos;
# padronização de moeda, peso e medidas.

“L'État c'est moi”


Cuidado com a expressão “passagem do feudalismo para o capitalismo”!

ANTECEDENTES:
- Cruzadas;
- Guerra dos 100 anos;
- Aumentos dos “impostos”;
- Revoltas urbanas e camponesas (Jacqueries, em 1358, na França e na Inglatera, em
1381).

CONSEQUÊNCIA: centralização do poder e surgimento dos Estados Modernos.

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