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Ficou conhecida como Missão Artística Francesa e a vinda de artistas franceses para o
território antes da independência, no início do século XIX, com o objetivo de iniciar uma
formação acadêmica em belas artes. O contexto foi marcado pela chegada da família real
ao Rio de Janeiro e, com isso, um rol de transformações passaram a ocorrer para adequar
a cidade à chegada da corte. Então, dentre estes incentivos civilizatórios, tem-se a chegada
da missão artística francesa. Os artistas aportaram aqui em 26 de março de 1816, durante
o reinado de D. João VI. O grupo era liderado por Joachim Lebreton, e é preciso levar em
consideração que a França passara por movimento revolucionário e que os artistas
franceses neoclássicos – como os que para cá vieram – perderam incentivos e prestígio,
aventurando-se em outras partes do mundo.
A missão artística francesa teve como principal objetivo a formação de Escola Superior de
Belas Artes que em seus primeiros anos pouco produziu, mas plantou a semente do que
veio a ser a Academia Imperial de Belas Artes, que gerou muitos frutos e que foi tão
importante na construção de uma identidade para a nação – investimento certeiro de D.
Pedro II. Foi na Academia que se formaram os principais nomes das artes plásticas do país,
como Victor Meirelles e Pedro Américo. Suas pinturas históricas são representativas da
base de formação na Academia, a partir dos ensinamentos dos mestres da missão artística
francesa. Se no início do século XIX foi Jean-Baptiste Debret o principal responsável por
retratar as efemérides e personagens da monarquia, no final do mesmo século os alunos
da Academia se destacaram na pintura histórica e serviram ao Império brasileiro,
promovidos pelo imperador D. Pedro II, entusiasta da questão identitária nacional. Assim,
obras como A Primeira Missa no Brasil e Batalha de Guararapes de Victor Meirelles, são
signatárias dos artistas franceses que para cá vieram no início do século XIX.
Debret foi responsável por retratar a presença negra na vida urbana do Rio de Janeiro,
ainda que de forma estigmatizada, como era o olhar próprio daquele período. Em 1831 ele
retorna a Paris e lá lançou sua Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil: natureza, cultura e
sociedade, onde reuniu suas interpretações imagéticas sobre a vida cotidiana local.
Como professor Debret também foi importante para a Academia: foi professor de pintura
histórica – eixo que foi tão fundamental na segunda metade do século XIX, fortalecendo o
Império brasileiro – e com isso formou boa parte dos artistas que representariam
oficialmente os principais acontecimentos da nação. Em 1828 passou a ser diretor da
Academia Imperial de Belas Artes e em 1929 ele organizou entre os seus alunos o que veio
a ser a primeira exposição de arte no Brasil.
A missão artística francesa, portanto, foi responsável por dar início ao projeto de uma
formação artística acadêmica, fomentando as artes plásticas e os ofícios manuais, em prol
de um projeto civilizatório de construção imagética da nação.
Referências:
SCHWARCZ, Lilia; STARLING, Heloisa. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia
das Letras, 2015.
ATIVIDADES
Agora que você já sabe um pouco sobre Missão Artística Francesa, vamos testar os seus
novos conhecimentos!