Você está na página 1de 3

A VINDA DA FAMÍLIA REAL PARA O BRASIL

A transferência da corte portuguesa para o Brasil, foi um acontecimento que se deu na


passagem de 1807 e 1808 e foi consequência da invasão de Portugal por tropas francesas durante
o período napoleônico. Para evitar de ser capturado pelas tropas de Napoleão, D. João (futuro D.
João VI) ordenou a mudança da corte para o Brasil.
Esse acontecimento transformou o Rio de Janeiro na capital do Reino de Portugal e
trouxe transformações profundas para o Brasil, tanto no aspecto econômico, quanto no social e no
político. As transformações e a acomodação dos Bragança no Brasil contribuíram para que a independência
do Brasil fosse antecipada.
https://mundoeducacao.uol.com.br/historiadobrasil/vinda-da-familia-real-para-o-brasil.htm. Texto adaptado.

No início do século 19, os exércitos de


Napoleão Bonaparte invadiram Portugal, D.
João VI, rei de Portugal, com apoio dos ingleses,
decide partir para a colônia com toda corte,
transferindo assim o poder de Portugal para o
Brasil. Em 1808, chega no País a comitiva real,
primeiro na Bahia, logo depois, no Rio de
Janeiro. A sede da corte foi instalada no
convento do Carmo (imagem ao lado). D. João
VI, preocupado com o desenvolvimento cultural,
trazia na bagagem todos os recursos para a
transformação da nova metrópole. O rei, “Vista do Largo do Carmo em 1818 por Franz Josef Frühbeck (detalhe)”.
Disponível em:
adaptado à nova sede do Reino, quis modernizá- https://pt.wikipedia.org/wiki/Convento_do_Carmo_%28Rio_de_Janeiro%29
la. Na Europa, o Império de Napoleão perde o
poder e ele é exilado, em 1814. D. João contrata alguns artistas franceses que desejavam sair da França,
pois tinham apoiado Napoleão. Nesse momento, o Brasil recebe forte influência cultural europeia,
intensificada ainda mais com a chegada de um grupo de artistas franceses, em 1816, encarregado da
fundação da Academia Imperial de Belas Artes, inaugurada em 1826, na qual os alunos poderiam aprender
as artes e os ofícios artísticos. Esse grupo ficou conhecido como Missão Artística Francesa. Chefiada por
Jacques Le Breton, que dirigia a Academia Francesa de Belas-Artes na França, traziam a modernização
desejada pelo soberano. Vieram pintores, escultores, arquitetos, músicos, artesãos, mecânicos, ferreiros e
carpinteiros. Os artistas da Missão Artística Francesa pintavam, desenhavam, esculpiam e construíam à
moda europeia. Obedeciam ao estilo neoclássico, ou seja, um estilo artístico que propunha a volta aos
padrões da arte clássica (greco-romana) da Antiguidade e do Renascimento. O artista não deve imitar a
realidade, mas tentar recriar a beleza ideal em suas obras, por meio da imitação dos clássicos. Embora os
brasileiros tenham reagido desfavoravelmente à invasão de artistas estrangeiros, pois se tratava de uma
nova colonização cultural, esses deixaram uma profunda influência na arte brasileira, principalmente na
pintura, na paisagem urbana e na arquitetura.

NO CAMPO DA PINTURA DESTACARAM-SE:


* Nicolas-Antoine Taunay: pintor francês considerado um dos mais importantes da Missão Artística. Ficou
no nosso país por os cinco anos, onde produziu quadros com temas bíblicos, mitológicos, históricos,
paisagens e retratos infantis. Deixou mais de 30 paisagens do Rio de Janeiro, ainda atuou como um dos
fundadores da Academia Imperial de Belas Artes.
* Jean-Baptiste Debret: chamado de “a alma da Missão Francesa”, foi desenhista, aquarelista, pintor
cenográfico, decorador, professor de pintura e, em 1829, organizou a primeira exposição de arte no Brasil.
Seus temas preferidos são a nobreza e as cenas do cotidiano brasileiro e suas obras nos dão uma excelente
ideia da sociedade brasileira do século XIX.

NO CAMPO DA ARQUITETURA A MISSÃO FRANCESA


DESENVOLVEU O ESTILO NEOCLÁSSICO, ABANDONANDO OS
PRINCÍPIOS DO BARROCO COLONIAL PORTUGUÊS.

* Grandjean de Montigny, arquiteto francês, responsável pela


edificação da Academia Imperial de Belas Artes. Do prédio original,
restou apenas o frontão, que se encontra no Jardim Botânico do Rio
de Janeiro.

A ideia de criação de uma escola de belas-artes veio com a


família real e levou algum tempo para ser realizada. Em 1816 funda-
se a Escola Real das Ciências, Artes e Ofícios, que vai sofrendo
transformações no decorrer do tempo. Mais tarde o nome foi alterado
para Escola de Belas-Artes. Sua influência estende-se por mais de um
século nas artes plásticas do Brasil. Deu origem ao Museu Nacional “Prédio original, restou apenas o frontão, que
se encontra no Jardim Botânico do Rio de
de Belas-Artes. Janeiro” .Disponível em:
https://www.historiadasartes.com/nobrasil/arte-no-seculo-19/missao-francesa/. Texto adaptado. https://pt.wikipedia.org/wiki/Convento_do_Carmo
_%28Rio_de_Janeiro%29

O Romantismo / Academicismo floresceu com a Academia Imperial de Belas Artes e o mecenato


de Dom Pedro II e encerrou-se com a incorporação de sua sucessora republicana, a Escola Nacional de
Belas Artes, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 1931. Uma das características gerais da
pintura acadêmica é seguir os padrões de beleza da Academia de Belas Artes, ou seja, o artista não deve
imitar a realidade, mas tentar recriar a beleza ideal em suas obras, por meio da imitação dos clássicos,
principalmente os gregos, na arquitetura e dos renascentistas, na pintura. Antes que um estilo específico, o
Academismo é um método de ensino artístico profissionalizante de nível superior, equivalente ao ensino
universitário moderno.
No Brasil tal sistema foi introduzido no período de vigência do Neoclassicismo, estilo do qual foi um
dos principais motores de difusão, e depois absorveu estéticas românticas, realistas, simbolistas e outras
que deram o tom à virada do século XIX para o XX, extinguindo delas o que não se enquadrasse na
formalidade da Academia.

OS PRINCIPAIS ARTISTAS ROMÂNTICOS / ACADÊMICOS, SÃO:

* Pedro Américo de Figueiredo e Melo: paraibano, de uma família de


poucos recursos, destacou-se por sua capacidade em desenhar. O jovem
impressionou um viajante francês, que decidiu levá-lo em uma expedição,
foram vinte meses viajando pelo Nordeste do Brasil. Depois disso, em 1854,
Pedro Américo foi para o Rio de Janeiro estudar no Colégio Dom Pedro II,
onde mais uma vez se destacou. Entrou na Academia Imperial de Belas
Artes onde conquistou muito sucesso. O próprio imperador o concedeu uma
pensão para que estudasse na Europa. Sua pintura abrangeu temas bíblicos
e históricos, mas também realizou imponentes retratos, como o de Dom Pedro II na Abertura da Assembleia
Geral. A sua obra mais divulgada é O Grito do Ipiranga.

* Victor Meirelles de Lima: catarinense, aos 15 anos, foi para o Rio de Janeiro e se matriculou na Academia
Imperial de Belas Artes onde cursou pintura histórica. Ainda não havia ensino superior no país, a saída era
fazer faculdade na Europa, foi o caso de Victor, que conquistou uma bolsa e foi estudar pintura na Itália e
na França, em 1853. Consagrado como pintor histórico, seu quadro mais reproduzido nos livros escolares é
“A Primeira Missa no Brasil”, feito durante sua estadia na França e exposto no Salão de Paris de 1861.
Retrata a primeira missa da maneira como foi descrita na carta de Pero Vaz de Caminha. Nesse mesmo ano
retornou ao Brasil e foi nomeado professor de pintura histórica da Academia Imperial de Belas Artes, no Rio.
Exerceu o cargo até 1890 e formou uma geração de pintores importantes.

* José Ferraz de Almeida Júnior: Paulista retratava em suas telas o homem do povo em seu cotidiano. Em
sua honra, o dia do Artista Plástico Brasileiro é comemorado a 8 de maio, dia do nascimento do pintor. Desde
menino Almeida Júnior demonstrou inclinações artísticas e teve no padre Miguel Correa Pacheco seu
primeiro incentivador. Foi o padre quem obteve recursos para que o futuro artista, com cerca de 19 anos de
idade, pudesse ir estudar no Rio de Janeiro. Em 1869 Almeida Júnior entrou na Academia Imperial de Belas
Artes, no Rio de Janeiro. Em 1876, o Imperador D. Pedro II concedeu-lhe uma bolsa em Paris. Em 1882 o
pintor voltou ao Brasil e fez sua primeira mostra individual, na Academia Imperial de Belas artes do Rio de
Janeiro.
https://www.historiadasartes.com/nobrasil/arte-no-seculo-19/arte-academica/. Texto adaptado.

Você também pode gostar