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HISTÓRIA DA ARTE NO BRASIL I

BARROCO, NEOCLASSICISMO, ROMANTISMO,


REALISMO E EXPRESSIONISMO

A arte no Brasil é o resultado da confluência de elementos estrangeiros e nativos.


Porém, no período colonial a estética seguiu um padrão europeu que se apropriava de
elementos locais.

A ARTE BARROCA BRASILEIRA


No Brasil, o estilo Barroco se inscreveu no contexto histórico do ciclo do ouro brasileiro,
que teve seu epicentro em Minas Gerais. A Igreja patrocinava essa arte, assim o Barroco
brasileiro é sinônimo de arte sacra, e uma das suas características mais marcantes são
os interiores de igrejas ricamente ornados em ouro, como na foto abaixo.

Igreja São Francisco, Salvador.

Um dos grandes expoentes do Barroco no Brasil foi Antônio Francisco Lisboa, conhecido
como o Aleijadinho, que além de negro foi acometido de uma doença grave que fez
com que perdesse os dedos das mãos, o que não o impediu de continuar trabalhando.
Outro grande artista do Barroco foi Manoel da Costa Athayde, conhecido como Mestre
Athayde, responsável pelo teto da Igreja de São Francisco do Ouro Preto.

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História da Arte no Brasil I

Teto da Igreja de São Francisco do Ouro Preto

Aleijadinho (1738-1814)
Aleijadinho ficou conhecido principalmente por causa das suas esculturas, que possuíam
características muito particulares. Entre elas podemos citar os olhos amendoados e
uma visível influência da arte chinesa. Outro detalhe é a barba, sempre encaracolada
e dividida em duas partes. Já os bigodes eram bem delineados e próximos às narinas,
enquanto as sobrancelhas eram contraídas e em formato de “V”.

Os 12 Profetas

São Simão, na Igreja de Nossa Senhora do Carmo

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NEOCLASSICISMO

História da Arte no Brasil I


Com a transferência da Família Imperial e da Corte portuguesa para a Colônia em 1808,
muitas mudanças ocorreram. Primeiramente, a Abertura dos Portos às nações amigas
e os Tratados de Comércio e Navegação deram um novo impulso à vida comercial do
Brasil. Em segundo lugar, a colônia foi elevada a Reino Unido a Portugal e Algarves em
1815, terminando assim com seu status jurídico de colônia.

É neste contexto que surge o Neoclassicismo


no Brasil, que foi trazido pela Missão
Artística Francesa em 1816. Esta missão
consistia num grupo de artistas (pintores e
arquitetos) franceses que, a convite de D.
João VI, vieram fundar a Escola Real de
Ciências, Artes e Ofícios. Entre os membros
da Missão estavam Jean-Baptiste Debret e
Johann Moritz Rugendas, que fizeram
várias pinturas mostrando o cotidiano no
O Jantar. Aquarela sobre papel de Debret
Brasil, e que servem hoje como fonte de
pesquisa para estudos históricos.

A Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios foi o embrião da Academia Imperial de Belas
Artes de onde sairão alguns dos principais representantes da Escola Romântica de
Belas Artes, como Pedro Américo e Victor Meirelles.

Araújo Porto Alegre (1806-1879)


Araújo Porto Alegre, que era natural do Rio
Grande do Sul, foi para o Rio de Janeiro em
1826 a fim de estudar com Jean-Baptiste
Debret. Inicialmente influenciado pelo
Neoclassicismo do mestre, mais tarde,
Araújo Porto Alegre tornou-se um dos
precursores do Romantismo no Brasil,
pois ele também escrevia poemas e peças
teatrais.

Selva Brasileira
ROMANTISMO
Assim como em outros países, no Brasil o Romantismo nas Belas Artes enfatizava o
retrato de grandes eventos históricos. Sob o patrocínio de D. Pedro II, que havia subido
ao trono em 1840, os artistas românticos buscaram contribuir para a formação da
nacionalidade brasileira, cuja unidade territorial era ameaçada por uma série de revoltas
que estouraram durante o Período Regencial e até mesmo antes, como a Confederação
do Equador e a Farroupilha.

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Como dito anteriormente, seus principais representantes foram Victor Meirelles e Pedro
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Américo, que pintaram sobre momentos do passado recente brasileiro, como O Grito
do Ipiranga, bem como batalhas importantes da Guerra do Paraguai, em pleno auge do
Romantismo, como a Batalha do Avaí. Por outro lado, a figura do imperador D. Pedro II
também foi trabalhada através dos artistas românticos, de modo a sempre mostrá-lo
de modo imponente.

Pedro Américo (1843-1905)


De origem paraibana, Pedro Américo recebeu ajuda do governo para se formar na
Academia Imperial de Belas Artes. Além disso, ele fez alguns estudos de aperfeiçoamento
em Paris antes de voltar para o Brasil e trabalhar como professor na Academia.

Além da pintura, Pedro Américo enveredou por outras áreas do conhecimento, como a
literatura, ciência e filosofia, mas não com o mesmo sucesso. Suas obras históricas, ou
seja, que retratam momentos célebres da História do Brasil, são as mais conhecidas e
divulgadas do Romantismo nas Belas Artes.

Fala do Trono O Grito do Ipiranga

A Batalha do Avaí

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Victor Meirelles (1832-1903)

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De origem catarinense, Victor Meirelles tem uma história parecida com a de Pedro Américo.
Ambos eram de origens modestas e ganharam a oportunidade de estudar na Academia
Imperial de Belas Artes, passando igualmente por um período de aperfeiçoamento na
Europa. Mas Victor Meirelles dedicou-se exclusivamente à pintura histórica.

Batalha dos Guararapes Batalha Naval do Riachuelo

A Primeira Missa no Brasil

REALISMO NO BRASIL
No Brasil, o Realismo nas Belas Artes acompanhou o Realismo na literatura. Em
outras palavras, eles surgiram no final do Século XIX. O Realismo buscou alinhar-se ao
Racionalismo e ao Criticismo, rompendo com a emotividade e fantasia do Romantismo.
Seus maiores representantes na pintura foram Almeida Júnior e Belmiro de Almeida.

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Almeida Júnior (1850-1899)
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Nascido em Itu, São Paulo, Almeida Júnior foi aluno da Academia Imperial de Belas
Artes, onde teve como professores Pedro Américo e Victor Meirelles. Assim como seus
professores, Almeida Júnior também foi agraciado com uma viagem à Europa onde pode
aprimorar seus conhecimentos e técnicas. Suas obras mais famosas tratam de temáticas
regionalistas e ele morreu precocemente, assassinado pelo marido da sua amante.

Leitura

O Violeiro

Belmiro de Almeida (1858-1935)


Belmiro de Almeida foi o primeiro pintor brasileiro a retratar cenas do interior da vida
burguesa. Neste sentido, ficou muito conhecida a sua pintura chamada “Arrufos”. Na
década de 80 do século XIX, ele estudou em Paris, chegando até mesmo a alternar
residência entre a França e o Brasil. Curiosamente, Belmiro de Almeida foi um dos
precursores do Impressionismo no Brasil através da pintura que fez ao fidalgo afro-
brasileiro D. Obá II, como era conhecido Cândido da Fonseca Galvão.

Arrufos

Arrufos Príncipe Oba

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EXPRESSIONISMO

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O expressionismo, movimento típico do começo do século XX e que teve muita força
na Alemanha, também teve seus representantes no Brasil. O movimento acompanhou
o contexto da sociedade burguesa e capitalista, e defendia uma autenticidade na
expressão de cada artista.

No Brasil, o expressionismo foi um dos movimentos de vanguarda que foram expostos


na Semana de Arte Moderna de 1922 em São Paulo. Seus representantes no Brasil
foram Lasar Segall, Anita Malfatti e Oswaldo Goeldi.

Anita Malfatti (1889-1964)


Filha de um imigrante italiano e de uma norte-americana, Anita Malfatti foi uma das
pintoras mais representativas do modernismo brasileiro. Trazendo a influência do
expressionismo em seus trabalhos, Anita legou muitas obras famosas que retratavam
tipos populares na São Paulo urbana do começo do século XX.

A Boba O Japonês

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Lasar Segall (1889-1957)
História da Arte no Brasil I

Lituano de origem judaica, Lasar Segall veio morar no Brasil na década de 20 trazendo
consigo várias influências das vanguardas europeias da sua época. Seus principais
temas eram a guerra e o sofrimento humano.

Bananal

Oswaldo Goeldi (1895-1961)


Único carioca de nossa lista, Oswaldo
Goeldi mudou-se ainda muito novo para o
Pará, mas passou boa parte de sua infância
e toda a juventude na Suíça, onde estudou
junto a alguns artistas europeus. Voltando
ainda novo ao Brasil ele passou a trabalhar
com xilogravuras e integrou o círculo de
intelectuais e artistas modernistas.

Tarde (xilogravura)

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