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Artur Timóteo da Costa


1882-1922
Arthur Timóteo da Costa, nascido no Rio de Janeiro no dia 12 de novembro
de 1882 e falecido na mesma cidade no dia 5 de outubro de 1922, aos 39 anos,
foi um pintor e decorador brasileiro. Com o irmão João Timóteo da Costa,
iniciou-se como aprendiz da Casa da Moeda. Ingressou na Escola Nacional de
Belas Artes em 1894, como aluno livre, tendo sido orientado por Zeferino da
Costa, Rodolfo Amoedo e Henrique Bernardelli. Em 1907, conquistou o prêmio
de viagem à Europa na Exposição Geral de Belas Artes, seguindo então para
Paris. Com o irmão João Timóteo ambos acompanhados de Carlos Chambelland
e Rodolfo Chambelland, participou, em 1911, dos trabalhos de decoração do
pavilhão brasileiro da Exposição Internacional de Turim, na Itália. (Wikipedia,
com apoio de outras fontes)

Arthur Timóteo da Costa, “Retrato de Negro”


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Arthur Thimoteo da Costa, “A Prece”, 1922


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Arthur Thimoteo da Costa, “Rezando”, 1905
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Victor Meirelles de Lima


1832-1903
Victor Meirelles de Lima, nascido em Nossa Senhora do Desterro, atual
Florianópolis, Estado de Santa Catarina, no dia 18 de agosto de 1832 e falecido
na cidade do Rio de Janeiro em 22 de fevereiro de 1903, foi um pintor e professor
de arte brasileiro. De origem humilde, chamou atenção pelo seu talento e foi
admitido como aluno da Academia Imperial de Belas Artes, especializando-se no
gênero da pintura histórica, com direito ao Prêmio de Viagem que lhe garantiu
vários anos em aperfeiçoamento na Europa, onde produziu sua obra mais
conhecida, “A Primeira Missa no Brasil” (imagem abaixo). Voltando à terra
natal, tornou-se um dos pintores preferidos de D. Pedro II, inserindo-se no
programa de mecenato do monarca e alinhando-se à sua proposta de renovação
da imagem do Brasil através da criação de símbolos visuais de sua história. A
obra de Victor Meirelles pertence à tradição acadêmica brasileira, formada
por uma eclética síntese de referências neoclássicas, românticas e
realistas, mas o pintor absorveu também influências barrocas e do grupo
dos Nazarenos. (Wikipedia, com apoio de outras fontes)
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Estudos para “A Primeira Missa no Brasil”, Museu
Nacional de Belas Artes, Fonte: Commons

Victor Meirelles, “Moema”, 1866. Museu de Arte de São Paulo,


Fonte: Commons
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Victor Meirelles, “Felipe Camarão”, 73 x 59 cm,
(Estudo para a Batalha dos Guararapes)

“Batalha dos Guararapes”, 1879. Museu Nacional de Belas Artes.


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“Soldado paraguaio”, Estudo para “Combate naval do Riachuelo”, circa
1868/1872, Crayon, grafite e giz sobre papel, 23,1 x 38,5 cm
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Victor Meirelles, “Bacante”, 1857-58. Museu Nacional


de Belas Artes, Fonte: Commons
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Victor Meirelles “Portrait of a Lady”, 1870, óleo sobre tela,
73.5 × 58.8 cm, Fonte: Commons
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Romantismo em Portugal
O Romantismo em Portugal surgiu no século XIX. Nas artes plásticas, é
normalmente encarado como um movimento oposto ao Neoclassicismo, por ser
uma reação à excessiva racionalidade clássica, negando os princípios de
harmonia, ordem e proporção.

Domingos Segueira pintou "A Adoração dos Magos" em 1828

A questão é, no entanto, um pouco mais complexa, porque ambos se


completam e revelam ser as duas fases de um mesmo objeto. É obvio que
existem elementos díspares ou mesmo opostos, como sentimento e razão ou o
indivíduo versus o todo, mas essas diferenças complementam-se,
principalmente nas artes plásticas, porque o movimento neoclássico já tem
em si uma atitude romântica ao voltar-se para o passado.
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A identificação dentre os dois estilos é coerente, porque o todo só faz
sentido com o indivíduo, tal como a razão é inseparável do sentimento, não
se podendo pôr a tônica em nenhuma das faces, porque ambas estão
interligadas. É nessa identidade que o Romantismo surge nas artes, quase que
naturalmente, quando os artistas se apercebem da impossibilidade de negar
certos aspectos da criatividade humana. Pode, então, ser caracterizado como
um apelo ao individualismo, exaltando o sentimento, a emoção e a genialidade.

Os primeiros anos do século XIX são muito complexos, devido


essencialmente à sucessão de problemas políticos, nomeadamente a fuga da
família real para o Brasil em 1807, devido às invasões francesas,
posterior/consequente domínio inglês, revolução liberal em 1820, regresso da
família real em 1821, Independência do Brasil em 1822 com a consequente
perda do comércio colonial com a antiga colónia, a contra-revolução absolutista
e, finalmente, as guerras liberais, conservando a instabilidade até 1834.

D. Pedro IV de Portugal, ou D. Pedro I do Brasil, teve ação direta em


ambos acontecimentos: a consolidação do Império Brasileiro e o
restabelecimento da ordem no Império Português, com a deposição de
seu irmão D. Miguel I, “O Usurpador”

Esta conjuntura só permite o desenvolvimento de condições propícias à


eclosão de um novo estilo artístico no final da década de 1830. Apesar de, em
Portugal, surgir relativamente cedo na literatura, com alguns pré-
românticos, nas restantes formas artísticas desenvolve-se apenas com o
impulso de dado por D. Fernando II, marido de D. Maria II, ao iniciar a
construção do Palácio Nacional da Pena, após a estabilização da
conjuntura nacional.
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D. Maria II, só para lembrar, é a brasileira Maria da Glória, filha mais velha
de D. Pedro, cujo trono fora usurpado pelo tio D. Miguel, ocasionando uma
guerra civil em que D. Pedro I do Brasil (ou D. Pedro IV de Portugal), teve
atuação decisiva, após sua abdicação do trono brasileiro (1831) e imediato
retorno a Lisboa com toda família, menos o príncipe D. Pedro, então com 6 anos.

A arquitetura segue o gosto internacional, utilizando as características típicas


do estilo, dividindo-se numa série de historicismos dos quais se destaca o Neo-
manuelino (imagem abaixo). Inspira-se no passado medieval, construindo
edifícios de planta irregular simulando sucessivos acréscimos, tal como na Idade
Média, com uma cobertura profusamente decorada, mas utilizando os
progressos técnicos surgidos com a revolução industrial tanto ao nível de
materiais como de máquinas.

Utiliza todo o tipo de inovações como o tijolo ou revestimentos cerâmicos


industriais, preservando sempre, que possível, normas fundamentais
desenvolvidas no Neoclassicismo, como a funcionalidade e a rentabilidade da
arquitetura, simplesmente adaptados a outra estética.

“Palácio Hotel do Buçaco”, pormenor da fachada neo-manuelina

A escultura romântica é dominada, tal como todo o estilo, pelo sentimento.


Para conseguir transmitir essa ideia, recorre a efeitos expressivos como o
dinamismo, acabamento bruto e a utilização do grupo escultórico. Os temas
assumem-se como parte fundamental da estratégia de exaltar os sentimentos,
representando o dramatismo da ação, o lado sentimental ou acontecimentos
heroicos.

Em Portugal, a escultura segue a corrente internacional, oscilando entre


influencias clássicas e uma aproximação ao Naturalismo. O fim das guerras
liberais e o crescente nacionalismo são visíveis nos temas heroicos e históricos,
enaltecendo as grandes figuras do passado, encaradas como exemplos e
símbolos nacionais.
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Assim, surgem nas grandes cidades os monumentos públicos, em sintonia
com a restante Europa, compostos por esculturas e relevos em pedestais
monumentais.

O Monumento a D. Pedro IV situa-se na Praça da Liberdade,


na cidade do Porto, em Portugal (Wikipedia)

Na pintura, o grande nome, que se avulta entre todos os outros, é o de


Domingos Sequeira, cuidando da transição do Neoclassicismo para o
Romantismo, em sintonia com o que de mais moderno se fazia no continente e
seguindo um processo de migração lógico e coerente, atando os dois
movimentos em perfeita harmonia, sem deixar um vácuo que permita determinar
com absoluta precisão o ponto da mudança.

Pode-se arriscar, afirmando, de uma forma generalizada que o "Retrato do


Conde de Farrobo", datado de 1813, está ainda neoclássico, enquanto que o
"Retrato dos filhos", (1816circa) já começa a delinear o romântico. Mais
adiante, o "Retrato de José Clemente de Mendonça e Mendes", feito em
1819, possui já um individualismo revelador do Romantismo pleno.

Sequeira morre em 1837, deixando uma obra bem ilustrativa de sua


presença, tanto no Neoclassicismo como no Romantismo, tendo balizado o
caminho pelo qual passariam outros grandes nomes da pintura portuguesa.
(Wikipedia, com apoio de outras fontes)
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Domingos Sequeira
1768-1837
Domingos António de Sequeira, nascido em Lisboa, Portugal, no dia 10 de
março de 1768 e falecido em Roma, Itália, no dia 8 de março de 1837), foi um
destacado pintor português, na transição do Neoclassicismo para o Romantismo,
havendo trabalhado para a corte real de D. João VI. Nasceu em Belém, região
metropolitana da capital portuguesa, de família modesta, e estudou na Academia
de Artes de Lisboa, antes de mudar-se para Roma, onde permaneceu entre 1788
e 1794, tendo se tornado membro honorário da Academia de São Lucas. Ainda
percorreria a Itália por mais dois anos, antes de retornar a Lisboa, onde se tornou
um dos pintores da Corte, prestando serviços tanto a D. João VI como à princesa
regente Carlota Joaquina (retrato abaixo, por Domingos Sequeira, 1802).
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Em 1823, visitou Paris e fez experiências com litografia e gravura. Em 1825,


pintou a "Morte de Camões" (imagem abaixo), obra considerada por muitos
como o gênesis da pintura romântica portuguesa.

Viveu seus últimos anos em Roma, dedicando-se a pintar temas devocionais,


bem como a administrar a Academia Portuguesa em Roma. Nessa época, foi
surpreendido com uma exposição sobre William Turner (1775-1851), pintor
romântico inglês, considerado por alguns um dos precursores da modernidade
na pintura, em função dos seus estudos sobre cor e luz.

Ficou impressionado com o que viu, e que serviu, mais tarde como inspiração
para Sequeira fazer suas melhores pinturas, destacando-se “Adoração dos
Magos”, em 1828. E foi em Roma que ele morreu, no ano de 1837.

(Traduzido da Wikipedia em inglês, com apoio de outras fontes)


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Domingos Sequeira, “Adoração dos Magos”, 1828

Adoração dos Magos é o nome de uma obra do pintor


português Domingos Sequeira.

Presentemente, esta obra encontra-se em processo de compra pelo Museu


Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, Portugal, através de crowdfunding, ou
financiamento colaborativo, no qual estão se empenhando toda a mídia e os
principais setores influentes do país. O quadro foi pintado em Roma em 1828 e
concebido num momento particular da vida do autor. Naquele momento, e desde
1823, Domingos Sequeira estava exilado e impedido de regressar a Portugal,
após o fim do movimento vintista, no qual se empenhara, e tinha recentemente
regressado à Itália, depois de lá ter estudado e trabalhado até 1795.

“Adoração dos Magos” é um dos quadros realizados em Roma e que


compõem o seu testamento artístico. Foi adquirido da filha do artista em 1845
pelo duque de Palmela. A obra é uma tela panorâmica gigante que integra a
série Palmela, com quatro pinturas religiosas, e retrata a chegada do cortejo dos
Reis Magos a Belém. A "luz" conseguida pelo pintor consegue dar à tela uma
ideia de "transcendência" em perfeita sintonia com o tema descrito. O estudo de
luminosidade, ele o fez de uma exposição sobre o pintor inglês William Turner,
mestre nesse jogo de luz e sombra.
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Domingos Sequeira, “Alegoria às virtudes de D. João VI”,
1810, ainda na prática do Neoclassicismo

“Nossa Senhora das Dores”, uma expressão viva do Romantismo


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Antônio José Patrício


(1827-1858)
Antônio José Patrício, nascido em Lisboa no dia 28 de agosto de 1827 e
falecido na mesma cidade no ano de 1858, foi um pintor português da época
romântica. Ainda que de menor visibilidade, teve importância na implantação e
desenvolvimento da pintura Romântica portuguesa. Algumas das suas obras
fazem parte do acervo do Museu do Chiado. Uma referência mais ampla é feita
no site do próprio museu, em texto escrito por Cristina Piesk, e que reproduzimos
a seguir:

“Antônio Patrício teve uma carreira breve e sem brilho, marcada por uma
escassa produção e pela morte prematura. As suas origens humildes e a
carência de meios financeiros durante toda a vida, dificultaram o seu
percurso artístico. Desde cedo exerceu funções de aprendiz na Fábrica de
Tabacos em Xabregas. Iniciou os seus estudos de arte com o auxílio do
capelão de um convento onde realizara trabalhos.

Foi discípulo do pintor António Manuel da Fonseca, e colega dos artistas


da geração romântica na Academia Real de Belas-Artes, onde se
matriculou em 1844 para estudar Pintura Histórica. Deu aulas de desenho,
pintava costumes populares e cenas de género, com temas de inspiração
sentimental e anedótica, numa vertente do romantismo português.
Realizou ainda pinturas decorativas nos tectos das igrejas lisboetas de S.
João da Praça, mais tarde destruído por um incêndio, e das Mercês.

O seu primeiro êxito foi alcançado em 1856 na 3ª Exposição Trienal da


Academia com a obra A Interrupção da Leitura, mais tarde intitulada A Avó,
afectuosa cena familiar. Explora situações de dramático sentimentalismo
(Tempestade e Despedida), realizadas pouco antes de morrer.”
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Antônio José Patrício, “A despedida”, 81 × 64,5 cm, Museu do Chiado,

“Nesta obra, de cariz cenográfico, próxima de uma cena engendrada em atelier fotográfico, três
gerações sofrem, com mágoa, a partida de um familiar. A carga patética exprime-se nos gestos
das personagens, nas referências paisagísticas. As ruínas da aldeia, ao longe e na penumbra,
metáfora da “ruína” dos sentimentos provocada pela separação, estruturam o jogo dramático,
que com o teatro popular se pode relacionar. Este evidencia-se na expressão meditativa, no
olhar alongado da rapariga, no lenço com que a criança acena e no abandono doloroso da
velha mulher, rosto na sombra, mão na testa e costas viradas à realidade da partida.”
(Museu do Chiado, Portugal)
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Antônio José Patrício, “A Avó”, Museu do Chiado, Portugal
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Antônio José Patrício, “Retrato De Mulher”, 1856 (Esta obra é um estudo
para o quadro “A Avó” (pg.171), pintado logo em seguida)
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Auguste Roquemont
1804-1852
Auguste Roquemont, nascido em Genebra, Suíça, no dia 2 de Junho de
1804 e falecido na cidade do Porto, Portugal, no dia 24 de Janeiro de 1852, foi
um pintor português do Romantismo, filho natural do príncipe e general alemão
Frederico Augusto de Hesse-Darmstad. Aos oito anos, inicia os seus estudos
num colégio em Paris e em 1818, com quatorze anos, vai para Itália onde se fixa
até ao ano de 1827, para fazer a sua formação artística, escolhendo Roma,
Veneza, Bolonha e Florença para a sua aprendizagem. Alcança em 1820, na
Academia de Belas Artes de Veneza , o 1º prémio numa prova de exame.
A pedido de seu pai, vem, em 1828, para Portugal. O príncipe apoiava então
politicamente D. Miguel I que conhecera em Viena. É bom lembrar que, no lado
oposto, se achava o nosso D. Pedro I do Brasil (D.Pedro IV de Portugal)
buscando expulsar do trono seu irmão D. Miguel, para, em seu lugar, entronizar
a própria filha, a brasileira Maria da Gloria (D. Maria II de Portugal). Como
secretário particular do pai, Roquemont, acompanhou-o durante a sua
permanência em Portugal e por cá ficou depois daquele regressar à Alemanha.
A zona Norte do país foi a escolhida para fixar residência, sendo Guimarães
e Porto, as cidades mais importantes onde decorre a sua vida. A primeira liga-o
ao início da sua estada em Portugal, onde foi hóspede do conde da Azenha –
miguelista convicto – ali permanecendo longas temporadas. Influência miguelista
a que não foi alheia a sua nomeação em 1831 para professor da Aula de desenho
da Academia Real da Marinha e do Comércio, cargo que recusou para se dedicar
inteiramente à pintura. Com estadas pontuais em Lisboa, fixa-se em 1847,
definitivamente, na cidade do Porto, onde vem a falecer em 1852.
Roquemont, conhecido pelos excelentes retratos que executava quer da
nobreza nortenha, quer da alta burguesia, causou forte sensação quando em
1843 se apresentou em Lisboa na Exposição Trienal da Academia de Belas
Artes, com alguns quadros de costumes. Considerada até então uma temática
sem interesse, valeu o comentário de Almeida Garrett quando, defronte de um
dos quadros expostos, proclama acerca do pintor: “artista português legítimo,
como oxalá que sempre sejam os nossos naturalistas”.
Para além da técnica da pintura a óleo, Roquemont executou também
trabalhos a lápis, carvão e esfuminho. Paralelamente, praticou a modalidade de
retrato-miniatura em que se celebrizou. No entanto, poucos são os trabalhos que
chegaram até nós. Fonte: http://www.museusoaresdosreis.pt/
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Auguste Roquemont, “Retrato de Mulher”


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Auguste Roquemont, “Retrato de Camilo de Macedo,


”Museu Nacional de Arte Contemporânea
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Auguste Roquemont, “Retrato de Mulher”


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Francisco Augusto Metrass


1825-1861
Francisco Augusto Metrass, nascido em Lisboa no dia 7 de fevereiro de
1825 e falecido na ilha da Madeira em 14 de fevereiro de 1861, foi um pintor
português do Romantismo. Estudou em Lisboa com os mestres Joaquim Rafael
e Antônio Manuel da Fonseca. Viajando para Roma, teve como professores os
pintores alemães Cornelius e Overbeck, que faziam parte do "Grupo dos
Nazarenos", mas foi em Paris, a partir de 1850, que seu talento começou a ser
reconhecido, ao afastar-se, paulatinamente, da pintura histórica. O quadro “Só
Deus”, que reproduzimos abaixo, retrata uma cena do dilúvio, onde uma mulher,
tendo nos braços uma criança, é arrastada pelas águas. Este quadro, exposto
quando o pintor tinha 30 anos de idade, trouxe-lhe a consagração. Pintou
freneticamente nos anos seguintes, mas não pode ir mas longe: em 1861, aos
trinta e seis anos, morreu, vitimado pela tuberculose que, à época era uma
doença praticamente sem cura. (Wikipidia e outras fontes)
“Só Deus”, 1856, Museu do Chiado (Lisboa).
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Francisco Augusto Metráss
“Luís de Camões, com um companheiro,
na gruta de Macau”
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Francisco Augusto Metráss, “Inês de Castro pressentindo os
assassinos”, 1855, Museu Nacional de Arte Contemporânea
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Francisco Augusto Metráss, “Mulher deitada sobre uma pele de
Leopardo”, Museu Nacional de Arte Contemporânea

“Pastores guardando o rebanho” Museu Nacional de Arte Antiga


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Francisco José Resende


1825-1893
Francisco José Resende, nascido na cidade do Porto em 9 de dezembro de
1825 e falecido na mesma localidade em 30 de novembro de 1893, foi um pintor,
escultor e professor de belas artes, pai da também pintora Clara de Resende.
Aos 16 anos, inscreveu-se na Academia Portuense de Belas Artes, onde
cursou Desenho e Pintura Histórica. Em 1849, juntou-se à "Sociedade
Acadêmico-Dramática", pintando o pano de boca do Teatro Camões e, depois
de concluídos os estudos, concorreu, com sucesso, à cadeira de Pintura
Histórica da APBA No ano seguinte, instalou um atelier na Rua de Santo António
e pintou "Fogueira de Rapazes" para a porta do fogão de sala do palacete do
Conde do Bolhão. Aproveitando a passagem da família real pelo Porto, foi
apresentado a D. Fernando II (marido da brasileira D. Maria II, irmã mais velha
de D. Pedro II), conhecido mecenas e colecionador de arte. Nessa ocasião
ofereceu-lhe várias obras, entre as quais se contava a "Vareira" e, mais tarde,
conseguiu dele uma pensão aperfeiçoamento no exterior. Resende sempre foi
um artista popular e bastante requisitado, distinguindo-se pelo seu aspecto
romântico, sendo muito bem cotado, sobretudo na cena artística do Porto.
(Universidade do Porto, com apoio de outras fontes)
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Francisco José de Resende, “Cena Exterior com figuras”
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Francisco José Resende, “Camponesa de Ilhavo”,
Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado
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Francisco José de Resende, “Camões Salvando Os Lusíadas", óleo sobre
tela, 1867 - Museu do Chiado-Museu Nacional de Arte Contemporânea
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José Rodrigues
1828-1887
José Rodrigues de Carvalho, nascido em Lisboa no dia 16 de julho de 1828
e falecido na mesma cidade em 19 de outubro de 1887, foi um pintor português
da época romântica. Pintado em 1855 ”O cego rabequista”, considerada sua
obra mais famosa, , foi exibida na Exposição Universal de Paris em 1855 e na
Exposição Internacional do Porto em 1865, conquistando o segundo lugar.
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Antes de entrar para a Academia das Belas-Artes (convento de S. Francisco)
como aluno voluntário, deixou uma estampa, datada de 1840. Em virtude de ter
na Academia um colega homónimo, requereu oficialmente a redução do seu
nome para "José Rodrigues".

Aos catorze anos de idade, no concurso de desenho histórico, ganhou um


prémio na cópia de baixo-relevo, passando de aluno voluntário a aluno ordinário.
Desse ano (1842) existe ainda uma estampa assinada e datada. Em 1843, na
exposição de obras de alunos, apresentou o desenho do baixo-relevo, tendo sido
premiados nesse ano Miguel Ângelo Lupi, Angelino da Cruz Castro e Silva,
António José Lopes Júnior e Ernesto Gerard. No ano letivo de 1845/1846
recebeu um prémio, tendo passado para o ensino superior na aula de pintura
histórica. Em dezembro de 1846, ganhou outro prémio com um desenho de
modelo vivo.

José Rodrigues, “Salomé e a cabeça de João Batista”


Serigrafia sobre papel
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José Rodrigues teve como condiscípulos João Pedro Monteiro (Monteirinho),
Francisco Augusto Metrass, Tomás da Anunciação, João Cristino da Silva,
Joaquim Pedro de Sousa, António José Patrício e outros. No certame trienal de
1849, recebeu das mãos da rainha D. Maria II (a brasileira D. Maria da Glória), a
medalha de ouro.

Ao longo da sua vida, em vez de poder pintar as obras que desejava, teve
necessidade de fazer retratos para sobreviver, fato que o tornou num homem
melancólico e doente. Deu aulas no mosteiro das donas irlandesas do Bom-
Sucesso, no colégio de S. José das Dominicanas de S. Domingos de Benfica,
entre outros locais. Morreu em 19 de outubro de 1887, em Lisboa, na sua morada
da Rua dos Bacalhoeiros. (Wikipedia, com o apoio de outras fontes).

José Rodrigues,”Cena Oriental”


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José Rodrigues, “El-rei Luís I de Portugal” (1866).


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João Cristino da Silva


1829-1877
João Cristino da Silva, nascido em Lisboa no dia 24 de julho de 1829 e
falecido na mesma cidade em 12 de maio de 1877, foi um pintor português do
Romantismo, filho de Antônio Paulino da Silva e de Maria do Carmo Silva,
burgueses de Alfama, um dos mais antigos e típicos bairros de Lisboa. O pai,
proprietário e mestre de uma fábrica de fitas de pano coloridas, assiste com
orgulho ao despontar da vocação do seu filho para a pintura (o menino, com as
sobras das tintas, realiza as suas primeiras experiências), e inscreve-o na
Academia das Belas Artes de Lisboa, onde iniciou seus estudos, aos 13 anos,
mas não terminou o curso por discordar com os métodos de ensino. No período
de 1847 a 1849, aprendeu a manejar o cinzel na ourivesaria do Arsenal do
Exército e só em 1849 voltaria a dedicar-se à pintura, participando da Exposição
Universal de Paris em 1855 e de mostra em Madri, onde foi condecorado pelo
rei Amadeu I, filho de Victor Emanuel II da Itália. Em 1860, voltava, afinal à
Academia de Lisboa, onde permaneceria por nove anos, só que agora como
professor. A partir de 1867 Cristino, passou a receber um subsídio oficial, o que
lhe permitiu viajar por França e Suíça, reforçando sua aproximação à sua pintura
naturalista, já num sinal de afastamento gradual do Romantismo. Nos seus 47
anos de vida, pintou em torno de 300 quadros, mas quis o destino que ele
terminasse seus dias em um hospício, vitima de desequilíbrio mental, sendo
sepultado no Cemitério do Alto de São João, em Lisboa, onde descansam as
mais ilustres personalidades de Portugal. (Wikipedia, com apoio de outras
fontes).
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João Cristino da Silva, “Cinco Artistas em Sintra” (1855), Wikipedia

“Vista de Lisboa com paisagem e animais”, óleo sobre tela, 1859,


Museu do Chiado / Museu Nacional de Arte Contemporânea
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João Cristino da Silva, “Estrada de Pena”, 1860, circa

"Interior de casa com figuras", óleo sobre tela, 1881, 90 x 134 cm


Fonte: Cabral Monkada Leiloeiros, http://www.cml.pt/
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João Cristino da Silva,


“A Serra de Sintra e o Mosteiro da Pena”

Tendo como pano de fundo a Serra de Sintra, o motivo


principal desta obra é o quotidiano saloio (“Saloio” é como se
denomina a região à volta de Lisboa, especialmente ao norte
do Rio Tejo). Em destaque, vemos três mulheres, uma criança
e um burro junto ao enorme penedo. O Palácio da Pena, em
tons mais escuros e recortado sob um céu carregado, sugere-
nos um clima de inverno.

Técnica: Óleo sobre tela, Dimensões: 33,8 cm x 46,7 cm


Proveniência: MU.SA - Museu das Artes de Sintra
Fonte: http://museuvirtual.cm-sintra.pt/
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Leonel Marques Pereira


1828-1892
Leonel Marques Pereira, nascido em Lisboa no ano de 1828 e falecido na
mesma cidade no dia 30 de junho de 1892), conhecido simplesmente por
Leonel, foi um pintor português do Romantismo. Estudou na Academia de Belas-
Artes de Lisboa, onde foi discípulo de António Manuel da Fonseca. Seguiu uma
das linhas possíveis do romantismo português no registo dos costumes
populares, em festas, feiras e procissões, mas também dos costumes burgueses
em ambientes minuciosamente documentais. Presente nas Trienais da
Academia Real de Belas-Artes, e na Sociedade Promotora de Belas-Artes, em
1862 e 1863, onde obteve medalha de prata, participou em exposições
internacionais, em Madrid, 1871, e Paris, 1872, e ganhou medalhas em Londres,
e Rio de Janeiro. Acadêmico de mérito desde 1874, depois de preterido em
concurso para Professor de Pintura de Paisagem na Academia Real de Belas-
Artes, derrotado em favor de João Cristino da Silva, exerceu o cargo de
desenhista técnico na Direção Geral de Engenharia Militar. (Museu Nacional de
Arte Contemporânea do Chiado)
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Leonel Marques, “Festa na Aldeia” óleo sobre tela,
Museu do Chiado (Lisboa)

“Uma vista do Passeio Público” (1856)


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Leonel Marques Pereira, “Músicos e lançador de foguetes”,


óleo sobre cobre, 15 x 11 cm, Fonte, Cabral Monkada Leilões
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Leonel Marques Pereira,


“Paisagem com pastor e animais”,
óleo sobre tela, 1869, 15,5 x 28 cm
Fonte: http://www.the-saleroom.com/
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Luís de Meneses
1820-1878
Luís de Miranda Pereira de Meneses, nascido na localidade de Catanhede,
a 90 quilômetros da cidade do Porto no dia 4 de abril de 1820 e falecido em
Lisboa no dia 5 de Maio de 1878, sendo reconhecido como o 2.º Visconde de
Meneses, foi um notável pintor português no período do Romantismo, filho
primogénito de pai nobre, José António de Miranda Pereira de Meneses, (1.º
Visconde de Meneses), com Dona Elisa Eugenia Edwards de Desanges, uma
inglesa da cidade de Londres. Talentoso desde a infância, praticou desenhos
com um mestre francês e depois com Antonio Manuel da Fonseca, chamando a
atenção do rei consorte D. Fernando II, marido da rainha D. Maria II e amigo
das artes, ganhando uma viagem à Itália, onde foi instruído pelo pintor alemão
Johann Friedrich Overbeck, pintando e enviando a Lisboa uma série de quadros,
entre eles um destinado ao seu protetor, D. Fernando II. Sua produção na época
focalizava cenas de gênero, ou do cotidiano. É notável entre os seus quadros o
formoso e conhecidíssimo Retrato da Viscondessa de Meneses, senhora de
grande beleza, pintado em 1862, cujo detalhe vai reproduzido abaixo.
(Wikipedia, com apoio de outras fontes.
- 198 –

Luís de Meneses, “Homem Sentado”, Fonte: http://www.arcadja.com/


- 199 –

Luís de Meneses, “A avó e a neta”


- 200 -
Luís de Meneses, “O Tambor”
- 201 -

Miguel Ângelo Lupi


1826-1883
Miguel Ângelo Lupi, nascido em Lisboa, 8 de maio de 1826 e falecido na
mesma cidade em 26 de fevereiro de 1883), foi professor de pintura histórica na
Academia de Belas Artes de Lisboa e um dos mais destacados pintores do
Romantismo português. Apesar de frequentar a Academia de Belas-Artes, optou
por trabalhar, durante 8 aos, como funcionário público até que, por fim, pintou o
Retrato de D. Pedro V, que lhe permitiu uma bolsa de estudos em Roma, onde
copiou obras de Ticiano e Correggio. De volta a Portugal, ocupou a cadeira de
Desenho da Academia, em 1864, e de Pintura Histórica a partir de 1868 Miguel
Ângelo Lupi situa-se no cruzamento de duas gerações, e embora integrado na
geração romântica, anuncia um novo formulário, próximo da geração Naturalista,
depois de consolidar a sua aprendizagem na Itália e de intercalar este estágio
com o estudo da pintura realista francesa, que observara em Paris em 1867.
(Museu de Arte Contemporânea de Chiado, com apoio de outras fontes).
- 202 -
Miguel Ângelo Lupi, “Aguadeira de Coimbra“
- 203 –

Miguel Ângelo Lupi, “Mulher sentada”


- 204 -
Miguel Angelo Lupi, “Mulher com criança nos braços”
Tinta da China (nanquim) sobre papel, 21 × 15,6 cm,
Museu de Arte Contemporânea do Chiado
- 205 -

Tomás da Anunciação
1818-1879
Tomás José da Anunciação, nascido em Santa Maria de Belém, Lisboa, no
dia 26 de outubro de 1818 e falecido em Encarnação, Lisboa, no dia 3 de abril
de 1879, foi um pintor português da época do romantismo que, após tentar vários
géneros, acabou por se dedicar à pintura de animais, no que se distinguiu. Foi
um dos primeiros alunos a matricularem-se na Academia de Belas-Artes, em
1836, sendo discípulo de António Manuel da Fonseca. Teve emprego de
praticante-desenhador no Museu de História Natural da Ajuda, desempenhado
ainda antes de se matricular na Academia, o que o familiarizou com a
observação da natureza. Em 1852, tornou-se assistente na Academia e, cinco
anos mais tarde, era professor de pintura de paisagem. Em 1878, tornou-se
diretor da Academia. O artista costumava passear pelo campo, recolhendo
esboços que, depois, compunha no atelier, em obras sempre bem sucedidas,
como “O Vitelo” (imagem abaixo) que, em 1871, recebeu a 1ª Medalha na
Exposição de Madri. (“Arte em Portugal”, com apoio de outras fontes).
- 206 –
Tomás da Anunciação, “Na Eira”, Óleo sobre tela, 1,23 × 1,93 cm

Tomás da Anunciação, “Paisagem com figura e gado junto ao castelo de


Palmela”, óleo sobre tela, 86 x 135 cm, Fonte: http://www.cml.pt/

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