Você está na página 1de 10

Escola Básica e Secundária de Gama Barros

Ano Letivo 2022-2023

A arte em Portugal no século XX


Disciplina de História A

A professora Daniela Calero, n.º 8


Célia Costa Margarida Almeida, n.º21
Índice

 1º Modernismo em Portugal
 A Literatura (obras e autores)
 A Pintura
 A Arquitetura
 A Escultura

Introdução

Apesar das mudanças politicas do século XX, como a implantação da


república em 1910, a arte no início deste século explorava sobretudo cenas da
vida quotidiana tradicional. Esta forma de arte menos radical, face ao resto da
Europa parecia satisfazer a burguesia portuguesa (principais consumidores de
arte da época). Com o intuito de agitar a cena cultural em Portugal surgiu um
grupo de jovens artistas e escritores com novas propostas estéticas, dando
assim inicio ao modernismo em Portugal.

1.º Modernismo em Portugal (1911-1918)

O modernismo em Portugal foi se desenvolvendo desde o início do século XX


até ao final do Estado Novo em 1974. Durante este período, a Europa passava
por uma instabilidade politica e social. Período este marcado por conflitos de
grande proporção como as duas Grandes Guerras Mundiais que marcaram
toda a sociedade europeia e portuguesa, e consequentemente marcaram a arte
também.

Além da arte fizeram-se inúmeros outros progressos científicos e


tecnológicos. Entre estes: A Teoria da Relatividade por Einstein e a elaboração
da Psicanálise por Freud, por exemplo.
Literatura

Características do modernismo na literatura:

● Distanciamento do sentimentalismo;
● Espírito dinâmico, acompanhando as transformações tecnológicas;
● Espírito crítico e questionador;
● Linguagem quotidiana;
● Oposição às normas, numa atitude considerada “anárquica”;
● Originalidade e excentricidade;
● Rutura com o passado, numa atitude inovadora.

Escritores:

Vários autores deste período retiraram as suas inspirações das correntes


artísticas anteriores como o Expressionismo e o Futurismo. Houveram várias
fazes importantes da literatura, sendo a primeira o Orfismo.

O nome Orfismo está relacionado com os escritores da revista Orpheu. O


grupo que participou na criação e desenvolvimento da revista, era constituído
por pintores, poetas, escritores e músicos que se manifestavam através de
cartazes, exposições, publicações e muito mais. Esta mesma revista foi a
responsável por levar para Portugal as disclusões culturais da Europa na
época.
Apesar da grande influência da revista na literatura portuguesa, esta foi
escandalosa para a sua época. Por este mesmo motivo, Orpheu, teve apenas
dois números publicados, em março e junho de 1915. Alguns dos escritores
destacados nesta revista são Mário de Sá, Almada Negreiros e Fernando
Pessoa.

Esta primeira geração de modernistas portugueses não foi compreendida na


sua época, mas influenciaram muitos movimentos literários e artísticos futuros.

Fernando Pessoa:

Foi o mais influente e também o principal nome do modernismo português.


Escreveu obras de renome como Mensagem, e criou vários heterónimos, sobre
os quais publicou variadas obras. São esses heterónimos: Alberto Caeiro,
Ricardo Reis e Álvaro de Campos.

Mário de Sá Carneiro:

Mário de Sá Carneiro era um dos companheiros de Fernando Pessoa, foi


também um dos responsáveis pela inauguração do movimento modernista com
a revista Orpheu no ano de 1914. O escritor tinha como temática das suas
obras temas bastante modernistas, no sentido em que apresenta na sua escrita
questões existenciais e dilemas psicológicos.

Escreveu contos como: “Principio”, “A Confissão do Lúcio” e “Céu em Fogo”.


Escreveu também poesias, alguns exemplos são: “Dispersão”, “Indícios de
Oiro” e “Poesias”.
Almada Negreiros

Este artista não se cingiu apenas á escrita como forma de expressão. Almada
Negreiros ficou também conhecido como artista plástico. Tal como Fernando
pessoa, Almada Negreiros teve também um grande impacto nos artistas que
surgiram nas gerações seguintes, tendo impactado até artistas do
contemporâneo.

Pintura

Na área da pintura, em Portugal, o movimento modernista ficou conhecido


sobretudo através de duas exposições: a primeira em 1915 com o nome de
“Humoristas e Modernistas”, que ocorreu no Porto, e a segunda de Amadeu de
Souza-Cardoso, ocorreu no Porto e em Lisboa.

Portugal entrara no século XX agarrado á pintura naturalista, o que levou a


uma reação violenta a este movimento modernista. Este nova estética
desconhecida ainda em Portugal foi trazida ao país por artistas que haviam
estado em Paris.

A primeira geração de Paris (1911):

A 1ª Geração Modernista: esta geração surgiu com o regresso à pátria de


artistas como Dório Gomes e Santa-Rita Pintor. Geração esta constituída por
artistas que regressavam de paris para Portugal devido á Grande Guerra
(Eduardo Viana, Amadeo de Sousa-Cardoso). Estes artistas estiveram ligados
também ao grupo Orfeu.
Amadeo de Sousa-Cardoso

Um dos mais notáveis desta geração, Amadeu de Sousa-Cardoso,


influenciado por Cézanne, desenvolveu um cubismo misturado com outras
tendências artísticas com que contactou.

Mesmo não tendo vivido por um longo período de tempo, a obra deste artista
permanece imortal. Juntamente com Santa-Rita Pintor, Amadeo de Sousa-
Cardoso foi um dos impulsionadores do futurismo em Portugal.

Características da obra de Amadeo de Sousa-Cardoso:

 Paisagens exóticas;
 Aspetos decorativos, elementos geométricos caligráficos;
 Geometrizarão das formas;
 Utilização de linhas azuis, verdes, laranjas e amarelas que conduzem a
uma leitura extremamente dinâmica;
 Fascínio pela cor.

Santa-Rita Pintor

Foi considerado um dos impulsionadores do futurismo em Portugal. Morreu


no ano de 1918 (no mesmo ano que faleceu também Amadeu de Sosa-
Cardoso), marcando assim o fim da primeira fase do modernismo português.
Após a sua morte ficaram apenas duas das suas obras, todas as outras foram
destruídas conforme o seu desejo. As obras que resistiram foram: “Orfeu no
Inferno” e “Cabeça”.

Dório Gomes

Pintor dos meados da década de 20 do século XX, pintava sobretudo a


paisagem alentejana. Dório Gomes foi um pintor de renome foram-lhe
atribuídos diversos prémios, dos quais se destaca o Prémio da pintura da
Fundação Calouste Gulbenkian, no ano de 1967.
Eduardo Viana

Pintor português prestigiado. Nasceu em Lisboa e foi também premiado com


o Prémio da pintura da Fundação Calouste Gulbenkian, desta vez no ano de
1957.

Arquitetura

A nível arquitetónico não foram registadas grandes mudanças em Portugal


neste período. As dificuldades politicas e sobretudo económicas em Portugal
vividas durante e 1ª republica não foram propícias ao desenvolvimento de
projetos arquitetónicos por norma dispendiosos. Consequentemente o pouco
que se construiu em Portugal não teve cariz inovador e manteve-se os
esquemas arquitetónicos mais clássicos. Foi só no final do século XX, durante
o Estado Novo que se notaram preocupações em relação a conjugar o
modernismo com o nacionalismo salazarista na arquitetura em Portugal.

Escultura

Tal como na arquitetura, a escultura também não apresentou grande avanço


no começo do século em Portugal. Foi apenas durante o Estado Novo que se
desenvolveu a escultura que era de cariz nacionalista e pouco aberta á
modernidade.

Alguns dos principais escultores da primeira metade do século foram:


Francisco Franco, Canto Maia, Lagoa Henrique, entre outros.
Francisco Franco

Destacou-se como como o maior escultor português na década de 1920.


Francisco Franco foi por isso um dos artistas mais solicitados para a realização
da estatuária oficial do Estado Novo.

Canto da Maia

A obra de Canto Maia gerava grande sensibilidade, foi por isso também
solicitado pela encomenda nacional para programas colaborativos com o
Estado Novo, para o qual realizou grandes esculturas de grande escala.

Lagoa Henriques

Uma das obras mais conhecidas de Lagoa Henriques é a estátua de


Fernando Pessoa, no Chiado, em Lisboa, estatua esta que se encontra na
esplanada do café A Brasileira.

Conclusão

É observável, através do estudo da evolução artística em Portugal no século


XX que, em relação a outros países, especialmente europeus, Portugal
apresenta um grande atraso a nível cultural nesta época. Devido ao cenário
politico e económico Portugal estagnou a nível cultural e artístico. Mesmo
quando artísticas tentaram implementar arte e literatura mais moderna (revista
Orpheu, por exemplo) Portugal enquanto país tradicional e conservador rejeitou
estas ideias, contribuindo assim ainda mais para o atrasado das correntes
modernistas nesta época.
Bibliografia

COUTO, Célia Pinto do, ROSAS, Maria Antónia Monterroso, Um Novo Tempo
da História – História A – 12.º Ano, Porto Ed., Parte I, pp.90-93.

Sites Consultados

https://www.todamateria.com.br/modernismo-em-portugal/, Modernismo em Portugal,


07/01/2023, 16.00h.

https://www.stoodi.com.br/blog/portugues/modernismo-em-portugal/#:~:text=importantes
%20desse%20movimento.-,O%20que%20foi%20o%20Modernismo%20em%20Portugal
%3F,da%20Revista%20Orpheu%2C%20em%201915, Modernismo em Portugal, o que foi,
características, 07/01/2023, 16.15h.

https://aph.pt/wp-content/uploads/Cultura-do-cinema-o-1%C2%BA-modernismo-Portugal-
APH-ML-2.pdf, Modernismo Portugal, 07/01/2023, 16.31h.

https://ha2sem3.blogs.sapo.pt/858.html, O Modernismo em Portugal: Uma síntese de


tendências, 07/01/2023, 16.40h.

https://aedah.pt/biblioteca/wp-content/uploads/2021/02/Modernismo-em-Portugal.pdf,
Modernismo em Portugal, 07/01/2023, 16.47h.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Ernesto_Canto_da_Maia, Ernesto Canto Maia, 07/01/2023,


16.59h.

https://www.notapositiva.com/old/pt/trbestbs/historiaarte/12_modernismo_em_portugal_d.htm,
Trabalho da História e da Cultura das Artes 12º ano, 07/01/2023, 17.12h,

Você também pode gostar