ETHA12-P1 6 Porto Editora

Tendências culturais: entre o Naturalismo e as vanguardas

m A agitação política que sacudiu as instituições nas primeiras décadas do século

XX
não se estendeu ao campo das artes. A estética naturalista, que entrara no gosto
português no fim do século XIX, tornara-se na arte oficial, ensinada nas academias
e acarinhada pelos poderes públicos, tanto monárquicos como republicanos. Vultos
como Columbano, Malhoa ou Marques de Oliveira, alvos de repetidas homenagens,
continuavam a ser considerados o expoente da pintura portuguesa.

NO primeiro sobressaita desta cultura instituída deu-se em 1911, por via de" uma

tomado contacto com a revolução artística que agitava a Europa. G€

cândalo do público, da imprensa e das academias de Belas- ”
exposições e iniciativas literárias que trouxeram a Portugal as
estéticas.

Nm Pintores como Amadeo de Souza-Cardoso, Almada Negreiros, E

Guilherme de Santa Rita e poetas como Fernando Pessoa e Má
contam-se entre os nomes grandes do modernismo português C
Protagonizaram escândalos literários, como o da revista Orphe d,
o gerado pelas exposições individuais de Amadeo, realizadas no!

ml Nas décadas seguintes, embora amputado pelas mortes precoce

-Carneiro, Amadeo e Santa Rita, o movimento modernista pr O
como Mário Eloy ou Júlio Reis Pereira, poetas como José Régi
Presença mantiveram acesa a irreverência do Modernismo q! a
progressivamente enfraquecendo. Cerca de 1940, O impulso inova
sSOb o peso do conservadorismo salazarista.