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A infuêncio do
Missão Artístico
Francesa
O início do século XIX no Brasil é marcado pela chegada da famí-
lia real portuguesa, que fugia do conflito entre a França napoleônica
e a Inglaterra.
Dom João VI e mais uma comitiva de 15 000 pessoas desembar-
caram na Bahia em janeiro de 1808, mas em março do mesmo ano
transferiram-se para o Rio de Janeiro.
Nessa cidade, o soberano português começou uma série de refor-
mas administrativas, sócio-econômicas e culturais, para adaptá-la às ne-
cessidades dos nobres que vieram com ele e sua família. Assim, foram
criadas as primeiras fábricas e fundadas instituições como o Banco do
Brasil, a Biblioteca Real, o Museu Real e a Imprensa Régia.
A partir de então, o Brasil recebe forte influência da cultura euro-
péia, que começa a assimilar e a imitar. Essa tendência europeizante
da cultura da colônia se afirma ainda mais com a chegada da Missão
Artística Francesa, oito anos depois da vinda da família real.
A influência da Missão Artística Francesa 211
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Fig. 30.6. Mineiros numa Venda do Fig. 30 .7. Praia dos lvfineiros no Rio de Janeiro.
R1o de Janeiro. Aquarela de Litografia de Rugendas.
Thomas Ender. Dimensões: 18 em x 28 em. Dimensões: 24 em X· 32 em.
Academia de Belas Artes. Viena. Biblioteca Nacional, Rw de Janeiro.
Capítulo 31
A pintura
brasieira
acadêmica e
-
a superaçao
do
academicismo
Em meados do século XIX, o Império Brasileiro conheceu certa
prosperidade econômica, proporcionada pelo café, e certa estabilidade
política, depois que Dom Pedro li assumiu o governo e dominou as muitas
rebeliões que agitaram o Brasil até 1848. Além disso, o próprio impera-
dor procurou dar ao país um desenvolvimento cultural mais sólido, in-
centivando as letras, as ciências e as artes. Estas ganharam um impulso
de tendência nitidamente conservadora, que refletia modelos clássicos
europeus.
Mesmo a guerra que o Brasil manteve com o Paraguai, que cus-
tou aos dois países um grande número de vidas e um desgaste econômi-
co incalculável , não foi motivo para um declínio das artes. Pelo contrá-
rio, serviu como tema artístico para que alguns pintores exaltassem a
ação do governo imperial.
216 A arte no Brasil
A de Belas-Artes
A pintura realizada pelos artistas que freqüentaram a Academia
seguiu os padrões estéticos neoclássicos aqui introduzi-
superação dos pela Missão Francesa.
De acordo com esses padrões, a beleza perfeita é um conceito ideal
do e, portanto, não existe na natureza. Assim, o artista não deve imitar
a realidade, mas tentar recriar a beleza ideal em suas obras, por meio
academi- da imitação dos clássicos, principalmente dos gregos, que foram os que
cismo mais se aproximaram da perfeição criadora.
Na pintura, como não foram preservadas as obras originais gre-
gas, a perfeição artística é encontrada nos pintores do Renascimento ita-
liano, principalmente em Rafael, o mestre do equilíbrio das formas na
composição das telas.
Os artistas acadêmicos, influenciados por essa concepção estética
que afirma ser a arte uma imitação dos modelos clássicos, passaram a
seguir rígidos princípios para o desenho, para o uso das cores e para
a escolha dos temas que, de preferência, deveriam ser os assuntos mito-
lógicos, religiosos e históricos.
~
Fig. 31.3. Leitura Nas obras dos artistas brasileiros da segunda metade do século XIX,
(1892), de essas idéias que orientaram o Neoclassicismo aparecem de forma me-
Almeida Júnior. nos rígida. E no final do século, os pintores nacionais começam a seguir
Dimensões: novas direções, principalmente os artistas que vão à Europa e entram
95 em x 141 em em contato com os movimentos Impressionista e Pontilhista. Essa mu-
Pinacoteca do dança virá de uma forma mais clara com Eliseu Visconti, mas os pri-
Estado, São meiros sinais já aparecem em algumas obras de Belmiro de Almeida e
Paulo. Antônio Parreiras.
A pintura brasileira acadêmica e a superaçOo do academicismo 219