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Aula 3:


Arte no século XIX e XX.
Neoclássico

O movimento neoclássico é criado,


principalmente, como uma reação às produções
barrocas e rococós que dominavam a Europa e o
mundo entre o século XVII e XVIII.
Assim, ele se consolida através do
pensamento e dos valores disseminados na
Antiguidade Clássica, desenvolvendo-se, sobretudo,
na França e na Inglaterra por volta de 1750,
encontrando o seu apogeu por volta de 1830.
Apresentação (continuação)

Dito isso, este é um movimento que se volta


novamente para uma preocupação com a representação
das formas humanas, utilizando-se para isso de temas
com motivos históricos, literários e/ou mitológicos, por
exemplo.
Ainda: devido ao contexto em que está inserido, o
neoclassicismo procurou expressar e interpretar os
hábitos, os interesses e a mentalidade da burguesia
manufatureira e mercantil da época da revolução
francesa e do Império Napoleônico.
Principais características
— Academicismo nos temas e nas técnicas, isto é,
sujeição aos modelos e às regras ensinadas nas
escolas ou academias de belas-artes;
— Arte entendida como imitação da natureza, num
verdadeiro culto à teoria de Aristóteles;
— Estilo sóbrio, anti-decorativo, linear, sereno, etc.;
— Retorno ao passado, pela imitação dos modelos
antigos greco-latinos.
Ruínas de Pompéia.
Jacques-Louis David —
Retrato equestre de
Bonaparte no Monte
Saint-Bernard (1801).
Principais características (Na
arquitetura)

— formas regulares, geométricas e simétricas;


— uso de abóbada de berço;
— pórticos colunados;
— frontões triangulares;
— uso de cúpulas, com frequência marcadas pela
monumentalidade;
— materiais nobres (pedra, mármore, granito e
madeira).
Igreja de Santa Genoveva (1740-1790) — Paris, França.
Igreja de Madelaine (1764-1828) — Paris, França.
Arco do Triunfo (1805-1837) — Paris, França.
William Thorton — Capitólio de Washington (1763-1844)
— Washington, Estados Unidos.
James Hoban — Casa Branca (1792-1800) — Washington, Estados Unidos.
O Neoclássico no Brasil
Por sua vez, no Brasil, o neoclassicismo é
estabelecido a partir da vinda da família real
portuguesa e da missão artística francesa, formada
por um grupo de artistas que defendiam o ensino
acadêmico da arte.
Desta forma, a maior parte dos objetos que
temos relacionados ao tema datam do século XIX.
Sejam eles pinturas ou edificações.
Caboclo (1820-1830) — Jean Baptiste Debret.
Casa França-Brasil (1819).
Casa França-Brasil (1819).
Academia Imperial de
Belas Artes (1826).
Academia Imperial de Belas Artes (1826).
Palácio do Itamaraty (1851-1855).
Museu Nacional da UFRJ (1862).
Sobre o ecletismo

De modo geral, o ecletismo pode ser entendido


como uma combinação de diferentes estilos históricos em
um único objeto artístico, podendo ele ser uma pintura,
uma escultura ou uma edificação, por exemplo.
Dessa forma, podemos identificá-lo em diversos
momentos da história da humanidade — fato que é
demonstrado pelo historiador da arte Johann Winckelman
(1717-1768).
Apresentação (continuação)

Porém, na arquitetura, mais especificamente, este


termo esteve associado a um período de tempo que remete
ao final do século XIX e início do século XX, designando
uma corrente estilística.
Ele está associado, sobretudo, com uma certa
oposição ao estilo greco-romano, que vinha sendo
identificado no Neoclássico, que ocorre na França a partir
de 1840/1850.
Apresentação (continuação)

Contudo, entende-se que o mesmo apresenta duas


possíveis outras fases, que é o proto-ecletismo, que segue a
ascensão do neogótico (ainda no começo do século XIX), e
o ecletismo tardio, que tem o acréscimo de estilos
subsequentes como o art nouveau e o modernismo (no
decorrer do século XX).
Ópera Garnier (1862-1875) — Paris, França.
Palácio Reichstag (1884-1894) — Berlim, Alemanha.
Ecletismo no Brasil

Por sua vez, no Brasil, o ecletismo marca,


principalmente, um período de transição das grandes
metrópoles, em que há um processo natural de
reurbanização devido a uma série de avanços industriais e
tecnológicos.
No Rio de Janeiro, por exemplo, então capital do
país, Pereira Passos (1836-1913), que era o prefeito da
cidade, se aproveita desse estilo para consolidar as
mudanças que desejava implantar, com o intuito de
modernizar o espaço urbano.
Apresentação (continuação)

A princípio, para isso, ele abre a Avenida Central,


hoje conhecida como Avenida Rio Branco, e a sua volta,
manda construir uma série de prédios que revitalizariam a
Praça Floriano, popularmente conhecida como Cinelândia.
Entre eles, podemos destacar o Teatro Municipal
(1905-1909), o Museu Nacional de Belas Artes (1908) e o
Palácio Pedro Ernesto (1919-1923) como principais
exemplos.
Teatro Municipal (1905-1909).
Museu Nacional de Belas Artes (1908).
Museu Nacional de Belas Artes (1908).
Museu Nacional de Belas Artes (1908) — Recorte.
Biblioteca Nacional (1910).
Teatro Riachuelo (1890).
Prédio da Fiocruz (1904).
Prédio da Fiocruz (1904).
Catedral Presbiteriana
(1926).
Art Nouveau

O Art Nouveau é um estilo artístico que se manifesta


principalmente nas artes decorativas, dialogando também com
meios como a arquitetura e a pintura. Em resumo, ele é um
reflexo do desejo de se produzir uma arte que acompanhasse as
inovações sociedade industrial.
Sendo assim, ele é efetivamente criado na Bélgica entre
o final do século XIX e início do século XX, mas logo se
espalhou por certos países da Europa, como a França e a
Espanha, e do resto mundo (incluindo o Brasil).
Principais características

— Exuberância decorativa: formas ondulantes e elegantes;


— Formatos de folhagens, animais e contornos sinuosos usados
a exaustão;
— Influências das gravuras japonesas, do barroco, do rococó
francês e do arts & crafts;
— Orientado basicamente para o design;
— Uso de novos materiais e tecnologias pouco utilizados até
então (vale destacar o ferro na arquitetura);
— Quebra a autoridade das formas clássico-históricas.
Victor Horta —
Balaústre da escada da
Casa Solvay (1894-
1899).
Grand Palais (1897-1900).
Grand Palais (1897-1900).
Cine Iris (1909).
Antonio Borsoi — Confeitaria Colombo (1894-1919).
Albamar (1933).
Art Déco

A ideia de modernidade é uma ideia que atravessa


praticamente todo o século XX, se manifestando nas artes visuais
de formas bastante variadas.
Para alguns intelectuais, a mesma se inicia, portanto, por
volta da década de 1920 com o Art Déco, que também pode ser
conhecido como “protomodernismo”.
Apresentação (continuação)
Tendo como principais influências algumas vanguardas
modernistas como o cubismo, o expressionismo e o futurismo,
este movimento serviu, sobretudo, para expressar projetos que
buscavam traduzir o desejo moderno, onde se criavam as
primeiras grandes metrópoles.
Com isso, se possibilitou, por exemplo, a criação dos
primeiros arranha-céus, cinemas, lojas de departamento, entre
outras edificações.
Principais características

— Incentivo à racionalidade;
— Uso frequente de formas simétricas e geométricas em sua
composição;
— Introdução da volumetria escalonada (podendo-se,
eventualmente, dividir a fachada em 3 partes: base, corpo e
coroamento).
Cine Odeon (1929).
Elisário Bahiana — Edifício
A Noite (1929).
Mário Santos Maia — Tribunal Regional do Trabalho (1936).
Roberto Magno de Carvalho — Central do Brasil (1937).
Heitor da Silva Costa
e Paul Landowski —
Cristo Redentor
(1926-1931).

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