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ARQUITETURA E
URBANISMO V (IDADE
CONTEMPORÂNEA)
Descrever o Neoclassicismo.
Explicar os ideais do Historicismo.
Reconhecer obras arquitetônicas da época.
Introdução
O Neoclassicismo foi um movimento marcado pelo racionalismo, e suas
criações buscavam harmonia e beleza, baseando-se especialmente em
modelos greco-romanos. Na arquitetura neoclássica eram repetidas com
precisão as proporções da antiguidade clássica, vistas como ideais para a
construção de um edifício. O Historicismo, por sua vez, buscou enfatizar
a apropriação de arquiteturas muito diferentes em termos históricos e
geográficos, abrindo caminho para o desenvolvimento do futuro espírito
eclético.
Neste capítulo, você verá a descrição do Neoclassicismo e a explicação
dos ideais do Historicismo, a fim de reconhecer as principais produções
arquitetônicas da época.
Neoclassicismo
O Neoclassicismo surgiu em meio à emergência do Iluminismo e seus anos
produtivos. Eles se tornaram, até certo ponto, sinônimos. Para Alonso Pereira
(2010, p. 182), o Iluminismo, a partir de precedentes da filosofia racionalista e
empírica do século XVII, propôs uma revisão de toda a ordem política, social
2 O Neoclassicismo e o surgimento do Historicismo
Retorno à Antiguidade
Em meados do século XVIII, um novo interesse pelas edificações da antigui-
dade foi desenvolvido pela elite artística da Europa. Os artistas e arquitetos
neoclássicos buscavam uma “[...] compreensão exata dos edifícios antigos e
das obras de arte do passado” (FAZIO; MOFFETT; WODEHOUSE, 2011,
p. 402). Durante este século foram publicados desenhos de edificações e ruínas
antigas, aumentando consideravelmente a profusão de informações sobre a
arquitetura histórica. Além do interesse pelas civilizações grega e romana,
o mundo egípcio também despertou interesse popular.
Figura 3. Parlamento de Londres e Big Ben, projeto de Charles Barry e Augustos W. N. Pugin.
Embora os projetos de sua autoria para novas edificações não sejam notá-
veis, as teorias de Viollet-le-Duc tiveram um grande impacto no desenvolvi-
mento do racionalismo do século XIX e do Modernismo do século XX, como
evidenciam Fazio, Moffett e Wodehouse (2011).
Pode-se dizer que todo esse repertório historicista, urbano e burguês, tem
no Ring de Viena (a partir de 1859) um grande exemplo (Figura 6). O conjunto
de seus edifícios gregos, góticos e renascentistas movimenta-se quase pelo
Ecletismo. Entre eles estão o Parlamento, a Prefeitura, a Ópera, os Museus de
História Natural e de Belas Artes, a ampliação do Palácio Imperial — obras
de Semper.
Para Alonso Pereira (2010, p. 199), esta obra se configura “[...] como um
anel urbano concebido como assento das principais amenidades e equipamentos
da capital da Áustria e paradigma da arquitetura historicista europeia”.
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Obras arquitetônicas
Figura 10. Etienne-Louis Boullée, Cenotáfio para Sir Isaac Newton (1784).
Fonte: Fazio, Moffett e Wodehouse (2011, p. 407).
16 O Neoclassicismo e o surgimento do Historicismo
Figura 11. Claude-Nicolas Ledoux, Casa do Inspetor na Foz do Rio Loüe, publicado em
1804. Esta edificação surpreendente mostra a concepção de uma “arquitetura falante”.
Aqui, o encarregado do rio mora, apropriadamente, em uma casa através da qual a água
passa constantemente.
Fonte: Fazio, Moffett e Wodehouse (2011, p. 408).
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Além disso, Ledoux projetou uma série de portais e pedágios para a Coroa
francesa — 45 prédios no total —, para demarcar os limites parisienses e
impressionar os visitantes que chegassem à cidade. Poucos desses portais e
pedágios foram preservados até hoje, entre os quais se destaca o da Barriére
de la Villette (1785–1789), configurando-se basicamente como um edifício
circular em torno de um poço de luz cilíndrico, onde o tambor central se
sustenta por colunas duplas.
Figura 13. John Soane, Rotunda do Bank of England, iniciada em 1788. Desenho de J.M.
Gandy.
Fonte: Fazio, Moffett e Wodehouse (2011, p. 425).
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