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Aula 1
- Condições para a Arquitetura Moderna.
-O Iluminismo e os arquitetos visionários: Piranesi, Boulée e Ledoux.
Aula 2
- Revolução Industrial. Progresso/Nostalgia.
Neo-classicismo. Arquitetura do ferro e do vidro. Medievalismo.
Schinkel. Viollet-le-Duc. Paxton. Eiffel. Pugin. Ruskin. Morris. Webb.
Aula 3
- Escola de Chicago. O advento do arranha-céus.
William Le Baron Jenney. Henry Robson Richardson. Daniel Burnham. Louis Sullivan.
Exposição Mundial Colombiana de 1893.
Aula 4
- Arte Nova, Art Nouveau, Arts & Craft.
As suas diversas manifestações em múltiplas geografias.
Victor Horta. Hector Guimard. Charles Rennie Mackintosh. Hendrik Petrus Berlage.
Antoni Gaudi.
Aula 5
- Henry Van de Velde.
- Secessão Vienense: Otto Wagner, Olbrich, Hoffman.
- Critica à secessão: Adolf Loos.
Aula 6
- Experiências urbanas do séc. XIX e viragem do séc. XX.
Utopias urbanas socialistas - Robert Owen, Charles Fourier e Jean Baptiste Godin.
Urbanismo reformista – Ildefons Cerdá e Georges Haussmann.
Urbanismo culturalista – Camillo Sitte e Ebenezer Howard.
Urbanismo progressista – Arturo Soria y Mata e Tony Garnier.
Aula 7
-Frank Lloyd Wright.
Arquitetura moderna na América. Obras principais.
Aula 8
-Vanguardas Europeias.
Futurismo: Antonio Sant’Elia, Umberto Boccioni, Filippo Tommaso Marinetti e Mario
Chiattone.
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Expressionismo: Bruno Taut, Hans Poelzig, Henry Van de Velde, Rudolf Steiner, Erich
Mendelsohn.
Aula 9
- Continuação vanguardas Europeias.
Construtivismo: ASNOVA e OSA, Malevich, Ladovski, Irmãos Vesnin, Melnikov, Leonidov,
El Lissitzky.
Aula 10
- Continuação vanguardas Europeias.
De Stijl e o Neo-plasticismo: Van Eesteren. Piet Mondrian. Theo Van Doesburg. Gerrit
Rietveld. Oud.
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Aula 1
Iluminismo (séc.XVIII)
Giovanni Battista Piranesi
Arquitetos visionários:
Etienne-Louis Boulée
Claude-Nicolas Ledoux
Arquitetura moderna tem uma ideia muito forte, provocando ainda hoje imensas
discussões. Surgiu já há uns 100 anos atrás e ainda se discute sobre Le Corbusier como
se tivesse “desaparecido” ontem, tal como Mies Van der Rohe. Estes são os heróis.
Iluminismo:
- É um processo que se dá ao longo do séc. XVIII, essencialmente em França (mais
revolucionário) e em Inglaterra (mais moderado e empírico) - decorre desde 1715
e tem o seu auge com a revolução francesa.
- Interpreta os factos da realidade e do desenvolvimento politico (geopolítica).
- A religião separa-se da politica (estado laico) - separação racional. Os políticos são
os organizadores da sociedade, que não têm uma moral cristã- surge a burguesia,
porque o povo não esta preparado e nem tem capacidades para governar.
- Surgimento do cidadão e não do súbdito. Povo enquanto massa e voz ativa.
- Domínio da razão e da explicação. O saber racional é uma nova forma de o
homem estabelecer uma relação com o mundo – conhecimento do homem
acessível a todos.
- 1º movimento auto dominar-se, em que os iluministas são Auto conscientes.
- O homem é responsável por si próprio e tem direitos.
- Ideia de uma felicidade imediata, do quotidiano, como um bem/objectivo, e não
como uma recompensa divina final.
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Pensar nestes 3 arquitetos como percursores da arq. Moderna.
Carceri (Carcere V)
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- A monumentalidade baseia-se na representação de uma ordem maior (dimensão dos
monumentos clássicos), trata-se de um histerismo dessa monumentalidade, de uma
perda de escala.
- A forma como se representa demonstra também o lado do homem aprisionado a si
próprio, apesar do poder já não estar ligado a Deus.
- Imagens que perduram como referência ao longo dos séculos.
- Cacofonia.
- Enorme mundo complexo que nos é dado com
grande rigor e brutalidade.
- Coloca várias peças numa via: mostrar o mundo
que acabou, pedra tumular da arquitetura
clássica.
- Desejo de modernidade.
- Mundo turbulento.
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“Prospettiva della Scala della conserva d’acqua”
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ETIENNE- LOUIS BOULLÉE
- Arquitetura é um exercício mental, tem principalmente um trabalho teórico, desistindo
de fazer obras para construir em 1888, pois sente que aquilo que constrói não está à
altura do processo iluminista.
- Sepatação/ independência entre a arquitetura e a engenharia.
- Desenho fundamental para a arquitetura, que traduz a novo ordem estabelecida pelo
iluminismo.
- Arquitetura como arte de criar o espaço.
- Gosto pelas formas puras: esfera a imagem da perfeição.
- Radicaliza o que a arquitetura pode ser.
- Desenhos em perspetiva.
- Vai levar até ao extremo a geometria, a luz e a sombra, o gigantismo da escala.
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Biblioteca Pública 1785 Biblioteca Real
-Radicalização de pátio, de escadaria, de acessos.
-Organiza a planta sempre com o auxilio de cortes.
-Ideia de Open Space.
-Abóbada de canhão.
-Espaço moderno.
- Esforço de depuração brutal.
- As estantes são as paredes do edifício.
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CLAUDE- NICOLAS LEDOUX (1736-1806)
-Simplifica formas e volumes.
- Preocupação social na organização da cidade, planeia e constrói uma arq. Social.
- ARQUITETURA FALANTE.
- O arquiteto já não trabalha para Deus ou para o rei, trabalha para a sociedade.
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Casa dos Diretores do Loue/ Casa dos guardas do rio
-O próprio rio passa por dentro da casa.
-Plano social e falante.
- Máximo que se pode ir antes da arquitetura moderna.
-Olho gravado onde se reflete o teatro de Besançon: nova organização social, novos
valores.
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Aula 2
Revolução Induntrial (finais séc.XVIII inícios Séc.XIX)
Arquitetura do ferro e do vidro/ Neo-classicismo / medievalismo
Neo-classicismo
- Classicismo sem propósito religioso.
- Muita plasticidade.
Medievalismo
-Oposto à arq. do ferro e vidro
-Arts and crafts
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ARQUITECTURAS DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
- Tornou-se necessário construir inúmeros serviços.
- Várias soluções que os arquitectos têm de procurer.
- Neoclassicismo: evolução do ferro e do vidro; RUSKIN, PUGIN, MORRIS (Inglaterra):
começam a ver o mundo de uma forma integral.
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John A. Roebling, Brooklyn Bridge
- Grandes pórticos com brutalidade, não necessariamente necessários, mas que
marcam o já existente e conhecido;
- Acesso pedonal, rodoviário e de ciclovia;
- Experiências tecnológicas;
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Estação de St. Pancras, Londres
- Existem naves, mas elas são escondidas para a fachada de rua neogótica.
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VIOLLET-LE-DUC (1814-1879)
- Arquiteto francês.
- Arquiteto oposto ao Ruskin, na ideia de restaurar. Ruskin afirma que isso é impossível
e que devemos deixar em ruina- não se pode recuperar edifícios tal como não se
podem recuperar pessoas.
- Restaurar o edifício, transformando-o em algo que ele nunca foi.
- Grande personagem na discussão do aproveitamento patrimonial.
Biblioteca de Saint-Geneviève
- Retoma a ideia das paredes como estantes de livros;
- Módulo clássico dos arcos, mas executado com o ferro – ornamentação clássica do
ferro;
- Faz uma ponte entre o neoclassicismo com a arquitetura do ferro e do vidro;
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Biblioteca Nacional de Paris
- Com os modelos clássicos do arco e da abóbada, mas usando o novo material o ferro,
permite a iluminação vinda de cima.
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JOSEPH PAXTON (1803/1863)
GUSTAVE EIFFEL
Torre Eiffel
- Estrutura de uma tipologia nova, como o palácio de cristal;
- Torre: problema do centro;
- Edifício à procura de novas ideias, de nova imagem para a cidade;
- Grande problema da torre: o vento;
- Sublime;
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MEDIEVALISMO
“Contrasts”, 1836
- Para Pugin a cidade medieval/gótica é uma harmonia que a cidade industrial está a
destruir;
JOHN RUSKIN
-Viollet-le-Duc adere aos avanços produtivos do seu tempo e propõe uma reforma na
arquitetura, num sentido técnico. Ruskin propõe uma forma ideológica que não pode
atuar sem uma mudança radical de muitos e significativos aspetos do sistema
económico-social.
- Ruskin também propõe uma reforma: “Gothic Capitals” e “The Stones of Venice”
(1851-53) – beleza; vida; memória; obediência; poder; sacrifício; verdade.
WILLIAM MORRIS
- Discípulo de Ruskin.
- Cria a sua própria empresa de mobiliário.
- Renegam o classicismo devido ao desespero pela falta de harmonia e vão para os
anteriores medievais. Vivem um ambiente medieval.
- Morris tem uma boa capacidade industrial, conseguindo seguir as ideias medievais
segundo uma estrutura sólida.
- Graças a Ruskin e Morris a Bauhaus teve a sua arte.
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Aula 3
Escola de Chicago. Incêndio de 1871.
William Le Baron Jenney. Henry Robson Richardson. Daniel Burnham. Louis Sullivan. Exposição Mundial
Colombiana de 1893.
ESCOLA DE CHICAGO
LOUIS SULLIVAN
“A forma segue a função.” – modelo para toda a arq. moderna.
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*Burnham desenha a exposição universal: regressa ao classicismo europeu de uma
forma caricaturada: “Cidade Branca”;
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“THREE AMERICAN ARCHITECTS: SULLIVAN, RICHARDSON AND WRIGHT”, James O.
Gorman: fundadores da arquitetura americana.
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BURNHAM E ROOT, THE ROOKERY, 1885-1888
- Mais sofisticado;
- Rústico e enigma decorativo de Richardson;
- Elementos de modernidade: vidro e ferro;
- Cúpula sobre o pátio – liberdade formal;
- Escada suspensa;
- Ornamento: não clássico, não reconhecível: influência exótica;
- Entrada da rua La Salle claramente influenciada por Richardson;
- Encontro das tecnologias construtivas novas com a decoração exótica – novas arq.
- Pérola da Escola de Chicago.
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- É preciso uma nova linguagem, mas não há a possibilidade de eliminar a
decoração; o horror ao vazio permanece, também na pintura e poesia.
- No entanto há reconfigurações e novas visualidades.
- Matéria iconográfica nova na decoração: arco expressivo de Richardson.
BURNHAM E ROOT
FISHER BUILDING
LOUIS SULLIVAN
- Projeta a arquitetura num sentido visionário.
- Teoria sobre o arranha-céus: arq. vertical.
- Primeiro teórico da arquitetura.
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WAINWRIGHT BUILDING, St Louis, 1890-1891
- A forma segue a função;
- Embasamento aberto com sobreloja e puro, corpo com módulos iguais, elementos
verticais destacados;
- Discurso/doutrina sobre o que é o arranha-céus;
- Decoração estridentemente à procura de um novo imaginário de identidade
americana.
- Janelas recuadas.
- Fugir à gramática Europeia.
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Aula 4
Arte Nova - as suas diversas manifestações em múltiplas geografias.
Victor Horta. Hector Guimard. Charles Rennie Mackintosh. Hendrik Petrus Berlage. Antoni Gaudi.
ARTE NOVA:
- Jugendstil: Alemanha (da revista Judend – A juventude, 1896, Munique)
- Sezessionsstil: Áustria
- Art nouveau: França e Bélgica
- Arte nova: Portugal
- Modernismo: Espanha
- Modern Style: Inglaterra
- Stile liberty: Itália
- Estes homens estão cansados dos mesmos temas arquitetónicos, mas não sabem
como dar o salto. Decoração; Lado gráfico; Elementos florais;
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VICTOR HORTA (1861-1947)
- Primeiro a tocar no assunto da arte nova em Bruxelas. Inventivo. Experimental.
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CASA VAN EETVELDE, Bruxelas, 1899:
- Claraboia: desaparece a pedra;
- Aproximação a uma arquitetura de vidro;
- Novos materiais ganham presença em oposição a uma arquitetura mais arcaica;
- Estrutura de ferro: delicada, espectral.
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- Ruskin e Morris próximos desta arquitetura.
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- Salto das formas neo-góticas para a invenção mais racionalista/geometrizada de uma
eventual produção em série;
- Muito próximo da visualidade Frank Lloyd Wright;
- Mais próximo do moderno do que do medieval;
- Percurso curto mas liga o caminho entre o neogótico e o moderno;
- Ardeu;
- Pedra: sugere a antiguidade do edifício.
- Assimétrico / desenho complexo.
- Integridade no conjunto.
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HILL HOUSE, Helensburgh, 1902-03
- Ligação com FLW;
- Assente a modernidade de Mackintosh na composição e mobiliário.
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ANTONI GAUDI (1852-1926)
- Arte Nova em Barcelona.
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CASA BATLLÒ, Barcelona, 1905
- Lote;
- Inventividade;
- Transformação de todos os elementos arquitetónicos em peças de uma arte nova.
- Parede maciça com uma transfiguração.
- Horror ao vazio: desenhar tudo.
- Não existem ângulos retos.
- Ideia de tempo longo.
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Aula 5
1- Henry Van de Velde.
2- Secessão Vienense: Otto Wagner, Olbrich, Hoffman.
3- Critica à secessão: Adolf Loos.
Estamos no centro da Europa, século XIX e XX, onde tudo está a acontecer.
CRÍTICA DE ADOLFO LOOS: à obra de arte total: Van de Velde desenha até a roupa que
os clientes deveriam usar em cada espaço da casa.
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TEATRO CONSTRUÍDO PARA A EXPOSIÇÃO DA WERKBUND EM COLÓNIA, 1914:
- Geometria complexa: eleva os espíritos no sentido de uma redenção urbana.
-Conjunto de formas com muito caracter.
- Expressionismo Alemão.
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BOEKENTOREN, Torre de Livros, Ghent, Bélgica, 1933-42
-Como se fosse a 4ª torre a caracterizar a cidade;
-Linguagem mais moderna, mais Art Déco (não é moderno, mas também não é arte
nova, é um sentido decorativo mais moderno);
-Muito longe da arte nova;
-Mobiliário desenhado, mas muito mais depurado;
-Belvedere Art Déco no topo.
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SECESSÃO VIENENSE
Este movimento luta contra o ensino das Belas Artes que apenas dá as normativas
clássicas, mas nada de diferente ou novo.
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JOSEF HOFFMANN
ADOLF LOOS
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- Noção de espaço: o espaço não pode ser desperdiçado, tem de ser dimensionado
conforme a função- modelado e controlado.
- Corte livre.
- Inicio da arquitetura moderna – põe em causa a Arte Nova e a Secessão Vienense.
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CHICAGO TRIBUNE, 1922
- 1º concurso Internacional de arquitetura.
- Utiliza a estrutura tripartida de Sullivan.
- Coluna Dórica.
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CASA MOLLER, Viena, 1927-28: faces distintas – Ideia de dupla fachada.
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Aula 6
Experiências urbanas do séc. XIX e viragem do séc. XX.
Utopias urbanas socialistas - Robert Owen, Charles Fourier e Jean Baptiste Godin.
URBANISMO REFORMISTA
URBANISMO CULTURALISTA
- Camillo Sitte, “A arte de construir a cidade”: vários ecos ao longo do século XX, dá-se
conta de que a geometria/higienismo/traçado racional está a transformar a cidade em
algo sem carácter, propõe o regresso medievalista no desenho urbano, em nome da
qualidade de vida.
- Ebenezer Howard, “Cidade Jardim”: inventor da cidade-jardim, síntese de um modelo
utópico de fazer cidades alternativas; desenho minucioso, espécie de cidade ideal com
modelos tradicionais; modelo regulado pela “casinha” – dá origem ao townscape;
relação com a natureza.
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URBANISMO PROGRESSISTA
- Soria Y Mata: Cidade Linear – teoria motivada pelo comboio/mobilidade; algo
desurbanista.
- Tony Garnier: Cidade Industrial – imagina toda uma cidade industrial, antevê alguns
dos pressupostos da cidade moderna.
*Perceber a arquitetura do séc. XX – Arquitetura e Cidade
Crescimento exponencial da cidade, migração do campo para a cidade.
A realidade urbana transforma-se a adapta-se.
As redes ferroviárias levam à criação de um veiculo de grande escala.
Epidemias: higienismo.
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Londres, 1872: péssimas condições de vida; problemas sanitários da cidade muito
difíceis de resolver; favelas no centro de Londres: o pensamento urbanístico a caminho
do moderno decorre destas circunstâncias.
1- Robert Owen (1771-1848)
- Filantropo.
- Gerente de indústrias.
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- Não há arquitetura para estas propostas, esta radicalidade só é permitida mais tarde
com as vanguardas;
- Comparação com Versailles;
- Capacidade para 1500-1600 pessoas;
- Utopias socialistas de recusa da sociedade liberal.
- As pessoas que lá trabalham estão protegidas pela natureza.
- Racionalismo clássico da axialidade.
- Estrutura orgânica.
- Pega na ideia de Charles Fourier e cria algo semelhante, mas de carácter industrial.
- Ligação a pequenas indústrias no espaço envolvente;
- Modelo de sucesso, concretizado.
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- Criação de sistema de anéis de circulação e parques urbanos: Bosques de Bolonha e
Vincennes.
- Na Ilha, criação de vias de atravessamento direto.
- Corte do edifício haussmaniano: modelo burguês, perpetua a estratificação da
sociedade.
- Sistema de Bailevards Norte- Sul e Este-Oeste (nova estrutura da cidade e
principalmente axialidade; Criação de arruamentos que permitem respiração e
higienismo)
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5- Camilo Sitte (1843-1903)
- “A arte de construir a cidade.”
- Análise de praças e cidades medievais.
- Conclui que é mais agradável viver em cidades medievais do que em modernas.
- Edifícios integrados na malha.
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- Proposta regulada, socialista mas com um modelo de vida reconhecível: a casinha
com quintal nos subúrbios.
- Lechtworth, Garden City, Barry Parker e Raymond Unwin, 1903: estas cidades jardim
transformam-se rapidamente em cidades satélite com aspeto pitoresco (necessidade
da cidade para emprego) – não é auto-suficiente.
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- Serpente com ligação ao mundo.
- Eixo viário central que determinava a organização da cidade.
- Abandono da ideia do centro.
- Relação entre construído e não construído é pensada.
- Abandono da cidade tradicional, da ideia de centro, da estratificação social.
- Divisão em quarteirões e lotes.
- Porção de ferrovia que permite a concretização de uma porção da cidade linear.
- Ideia urbanística mais avançada que a própria arquitetura.
- Estação Ferroviária
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- Com todos os desenhos tem a possibilidade de criar uma síntese que é apresentada
ao presidente da câmara de Lyon, que lhe permite concretizar porções da cidade
industrial.
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Aula 7
-Frank Lloyd Wright.
Arquitetura moderna na América. Obras principais.
- A vida e obra juntam-se em Frank. Sofre muito a nível pessoal: tragédia do incêncio;
amor pela natureza; trabalho; família; terra: renasce do ponto pessoal após a
existência de grandes arquitetos das vanguardas (Corbusier, Gropius e Mies).
- Renasce do ponto de vista criativo: pelas mudanças europeias artísticas que serão
referidas nas próximas aulas.
- Nos finais dos anos 20 tem uma nova etapa: novos materiais, como o betão, nova
carpintaria e novo artesanato.
- Também não gostava de urbanismo, mas como não seria considerado arquiteto
se o não fizesse, começa a fazê-lo.
- Os arquitetos que fizeram história nos anos 19 e 20 foram esquecidos alguns anos
mais tarde, por mais que agora sejam reconhecidos; FLW estava sempre a fazer
história, teve momentos importantes não só nesta época como também até aos
anos 40, não era possível esquecê-lo pois estava sempre a criar.
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CASA ESTÚDIO, Oak Park, Illinois, 1889-98
- Capacidade construtiva e compositiva;
- Alterações de escalas, surpresas, sensações.
- Luz zenital;
- Desenha cada pormenor rigorosamente;
- Planta como peça fundamental;
- Desaparecimento das paredes divisórias; (ex: sala de trabalho com um
mezzanine)
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PARKER RESIDENCE, Oak Park, Illinois, 1892: verticalidade e janelas contínuas
horizontais.
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HILLS RESIDENCE, Oak Park, 1900-1906
- Aparecimento da consola;
- Avanços e moretos a ir ao encontro da paisagem;
- Deixa-se de existir os cantos das casas, vai-se começando a decompor.
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HURTLEY RESIDENCE, Oak Park
- Horizontalidade;
- Pátios: momento de transição entre o contexto e a casa propriamente dita.
CHENEY RESIDENCE, Oak Park, 1903: casa baixa, muito integrada na paisagem.
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ROBIE HOUSE, Chicago, 1906
- No sul de Chicago, numa zona pobre;
- Casa em expressão horizontal;
- Depuramento do tema;
- Verticalidade marcada com a chaminé;
- Esconde a entrada para que haja um certo namoro da obra com a natureza: a porta
de entrada faz a separação entre casa e natureza;
- Sequência de muro-vidro-laje-telhado;
- Sala de estar e de refeições são separadas apenas por uma parede: sala quase como
um open space.
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MIDWAY GARDENS, CHICAGO, 1913-14: demolido.
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MILLARD HOUSE, Prospect Crecent, Pasadena, 1924: mesmas características das
anteriores, mas escala mais reduzida.
JOHNSON COMPANY
57
GUGGENHEIM MUSEUM, NY, 19943-46/1955-69: desfecho do momento em que
trabalha com os novos materiais, como o betão e o vidro. Luz zenital. Curva.
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Aula 8
Futurismo: Antonio Sant’Elia, Umberto Boccioni, Filippo Tommaso Marinetti e Mario Chiattone.
Expressionismo: Bruno Taut, Hans Poelzig, Henry Van de Velde, Rudolf Steiner, Erich Mendelsohn.
FUTURISMO ITALIANO
ANTONIO SANT’ELIA (Arquiteto)
UMBERTO BOCCIONI (Escultor)
FILIPPO TOMMASO MARINETTI (Poeta)
- Identidade entre a Arte e a Vida.
- conversas de café que dão em manifestos: textos proclamativos do caminho da
humanidade; nostalgia de escrever sobre mudanças de carácter absoluto sobre o
mundo, sem opções ambígenas.
- corte profundo com as ideias de Ruskin.
- radicalizar: “na verdade a guerra é a higiene do mundo” – presença da 1ª guerra
mundial.
- escolha/selecção que deve ser feita perante o mundo de que a guerra é instrumento
vital.
- todos eles se alistam no exército.
- proclamam como deve ser o mundo e são capazes de morrer por esses princípios.
- Marinetti “declaramos guerra a todos os artistas”.
- temas da arquitectura moderna vêm todos daqui.
- recusam qualquer continuidade com as Belas Artes.
- tema: abraçar e fazer a apologia do movimento que está a ser criado/inventado; do
fumo; da cidade; da máquina; da velocidade.
- toda a modernidade que o homem do século XIX teme os futuristas abarcam e
abraçam e radicalizam e levam ao extremo.
- Sant’Elia: “Temos que inventar…:.
- movimento anti-ecológico.
- ideia muito predadora e violenta da utilização da máquina sobre a cidade e
sociedade.
- novas tecnologias: electricidade, telefone.
- desprezo às mulheres: querem que tenham apenas um papel secundário.
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Marinetti, “Irredentismo”: tábua rasa; não conhecemos estrutura nem identidade;
ruído das palavras para escrever um poema.
- perde-se a sentimentalidade do poema.
- liberdade futurista
- tom agressivo
- poesia libertada do seu canone
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“Formas únicas de continuidade no espaço”, 1913, Boccioni: figura que não é
exatamente humana; componente mecânica/ruidosa; criação de algo diferente com
vontade de avançar.
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CIDADE NOVA, EDIFICIO DE HABITAÇÃO, 1914: movimento exterior ao edifício;
edifícios com as escadas e elevadores longe do corpo principal (ideia de movimento);
Arte Nova; Pessoas a caminharem a intersetar o edifício em várias cotas; Cores
quentes; Perspetiva.
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CONSTRUÇÕES DE UMA MATERIALIDADE MODERNA, Mario Chiattone
EXPRESSIONISMO ALEMÃO
- Componente nostálgica do campo
- Mais dicotómico, diferente do futurismo
- Articula comunidade e avanço
- Desejo primitivo da expressão: emoções humanas
- Abolição do ângulo reto
- Criação num sentido pouco racional
- Sentimento/dor num sentido agudo
- Uso da cor bastante livre e forte
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- Pequenos grupos de artistas
- Homem como elemento central
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*componente literária: Paul Scheerbart
- Taut desenhará edifícios de habitação social.
- Vários desenhos do edifício coroa: dramáticos, emocionais.
- O que está muitas vezes por trás destas vanguardas é a procura de uma
espiritualidade (exceto futurismo).
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- Sempre que a arquitetura se está a torna tecnocrática, monocórdica contrapõe-se
algo expressionista.
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Aula 9
Construtivismo: ASNOVA e OSA, Malevich, Ladovski, Irmãos Vesnin, Melnikov, Leonidov, El Lissitzky.
CONSTRUTIVISMO RUSSO
- Não se conhecia devido ao filtro da ditadura.
- Demasiado radical, feroz.
- Recuperado só nos anos 80 (os desenhos, as obras, a estética) – congela com a
ditadura.
- Revolução de Outubro 1917: instauração do estado socialista – abolição da
propriedade privada: novas e únicas condições para arquitetos.
- Repensar a arte e a arquitetura profundamente.
- Muito pouca ressonância na população a cada vez menos no Estado: exóticos,
excêntricos, radicais.
- Ideias de espaços comuns: exemplo – cozinha e lavandaria comuns num prédio de
habitação.
- Excessos
- 1924: morte de Lenine, figura chave do processo comunista – o seu mausoléu é
projetado por um arquiteto clássico: divergência e desconfiança em relação à aventura
construtivista.
- 1917-22/23: primeiro momento mais esperançoso e ingénuo, acredita-se que se pode
fazer revolução através da arte: AGIT-PROP – propaganda de agitação, deu voz ao
proletariado, posters/panfletos/instalações/arquiteturas efémeras, novas : propagar a
revolução.
- Torre de Tartelin: tentativa de ser uma Torre Eiffel.
- UNOVIS – escola criada por Malevich – arte e arquitetura namoram.
- ASNOVA – Associação de Novos Arquitetos – momento mais formalista, radical,
experimentalista.
- 1925, OSA: lado mais pragmático e realista para as experiências do construtivismo
radical inicial – Estaline no poder.
- Pavilhão das Artes Performativas de Paris.
- 1930, VOPRA: fim da experiência construtivista, ao lado de Estaline
- Estética da construção.
- Objetos efémeros: quiosques, pedestais, pequenos aparatos, tribunas, palcos.
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-Espiral: sentido de movimento e também rotura.
Construtivismo: Ligado à construção (1ºfase); Componente metafisica/ cósmica/
suprematismo (2ºfase).
*suprematismo:
- Termo criado por Malevich
- Abstração
- Forma pela forma, mancha pela mancha
- Componente metafísica
- Contrário a uma busca pelas leis da construção
- Levar aos limites aquilo que a arte nos podia dar: recuar/ descobrir / pensar.
“Quadrado branco sobre fundo branco”, 1918 e - “quadrado preto sobre fundo
branco”, 1918
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“Suprematism”, 1915, Malevich: formas em tensão num espaço que não tem lugar;
componente para-arquitetónica.
69
- Revolução artística e arquitetónica nos interstícios da arte: nada a ver com
proletariado
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TORRE PRAVDA, 1924, irmãos Vesnin: quiosque transformado numa torre; edifício que
mexe; edifício tomado pelo lettering e pelo episódio construtivo; vivacidade,
comunicabilidade
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CASA DO ARQUITECTO, Moscovo, 1927, Melnikov: cilindro com aberturas; 2 formas
que se intersectam; a intersecção é um tema construtivista.
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CONJUNTO HABITACIONAL NARKOMFIN, Moscovo, 1928-29, Mosci Ginsburg/I.
Milinis: galeria de distribuição; conjunto de duplexs e semi-duplexs que é uma
referência essencial para Corbusier; aproximação a um certo mainstream; avanço
tipológico, concretização mais pragmática.
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PROUN Nº1 KESTINER MAPPE, El Lissistzky: intenção diagonal das várias formas.
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CAPA VKHUTEMAS, 1927, El Lissistzky: escola de arquitetura; propagação do
construtivismo.
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- à imagem dos regimes fascistas dos outros países, é a arquitetura clássica que é
escolhida como imagem do poder.
Aula 10
De Stijl e o Neo-plasticismo: Van Eesteren. Piet Mondrian. Theo Van Doesburg. Gerrit Rietveld. Oud.
DE STIJL, 1917-1931
NEOPLASTICISMO HOLANDES
- A arquitetura moderna é um balanço dos temas das vanguardas (expressionismo,
futurismo, construtivismo).
- Ligado à edição de uma revista, “De Stijl”, de pouca tiragem.
- Holanda, neutra na 1ª guerra mundial: assim tem forças para anunciar uma
vanguarda em 1917.
- Não existe uma cultura arquitetónica sem estas vanguardas.
- País embaixada da arquitetura moderna: nos anos 90 houve uma explosão de
associações e exposições arquitetónicas e culturais.
- Último estilo: plasticidade e agrega várias vanguardas.
PIET MONDRIAN
“Avond (the evening) the red tree”, 1908-10: passagem do realismo para o cubismo e
depois para a abstração.
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“Pier rand ocean”, 1915: sair do campo da perceção do real, do campo da fotografia; ir
para além da superfície, até ao âmago.
- De stijl significa o estilo, não como uma grafia como na arte nova, mas como lei
imutável de definição do mundo.
- Encontro com a verdade em pintura.
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Piet Mondrian e Pétro (Nelly van Doesburg), Paris, atelier de Mondrian: viúva de
artista, como muitas tem um papel de conservadora da obra do marido.
Theo van Doesburg e Nelly van Doesburg, estúdio de Mondrian, Paris, 1921
- Muitas fotografias tiradas por Lucia Moholy, fotógrafa que mais tarde integra a
Bauhaus.
- Este movimento é um grupo pequeno que gira à volta de van Doesburg.
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EXERCICIO DE ESTILIZAÇÃO DA VACA, Theo van Doesburg: cada vez mais próximo da
verdade da vaca, no caminho de encontrar a sua verdadeira essência. A composição da
vaca que vão ser formas geometricas e a ortogonalidade.
-Os futuristas são celebrados pelo De Stijl: Sant’Elia publicado no volume 2 nº 10, de
8/1919
- Repare-se que nestas vanguardas ainda se tem a noção de obra de arte total
(princípio de Morris e Ruskin).
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ROBIE HOUSE de FLW publicada na revista: elogiam-no pela tensão/intenção
geométrica, plástica
VILLA AT HUIS TER HEIDE, 1916, Rob Van’t Hoff
CASA, 1923, Cornelis Van Eesteren e T. van D.: representação muito sofisticada, que
depois não é concretizada assim tão íntegra.
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CADEIRA VERMELHA, Gerrit Rietveld, 1917-18: arquiteto
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CAFÉ DE UNIE, J.J.P. Oud: a tela não devia ter fim, Roterdão, 1925, reconstruído em
1985
CAFÉ DE L’AUBETTE, Estrasburgo, 1929, T. van D.: uso e abuso da diagonal, assume-se
um caminho.
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