Você está na página 1de 83

HISTÓRIA DA ARQUITETURA III INÊS MASSANO

Aula 1
- Condições para a Arquitetura Moderna.
-O Iluminismo e os arquitetos visionários: Piranesi, Boulée e Ledoux.

Aula 2
- Revolução Industrial. Progresso/Nostalgia.
Neo-classicismo. Arquitetura do ferro e do vidro. Medievalismo.
Schinkel. Viollet-le-Duc. Paxton. Eiffel. Pugin. Ruskin. Morris. Webb.

Aula 3
- Escola de Chicago. O advento do arranha-céus.
William Le Baron Jenney. Henry Robson Richardson. Daniel Burnham. Louis Sullivan.
Exposição Mundial Colombiana de 1893.

Aula 4
- Arte Nova, Art Nouveau, Arts & Craft.
As suas diversas manifestações em múltiplas geografias.
Victor Horta. Hector Guimard. Charles Rennie Mackintosh. Hendrik Petrus Berlage.
Antoni Gaudi.

Aula 5
- Henry Van de Velde.
- Secessão Vienense: Otto Wagner, Olbrich, Hoffman.
- Critica à secessão: Adolf Loos.

Aula 6
- Experiências urbanas do séc. XIX e viragem do séc. XX.
Utopias urbanas socialistas - Robert Owen, Charles Fourier e Jean Baptiste Godin.
Urbanismo reformista – Ildefons Cerdá e Georges Haussmann.
Urbanismo culturalista – Camillo Sitte e Ebenezer Howard.
Urbanismo progressista – Arturo Soria y Mata e Tony Garnier.

Aula 7
-Frank Lloyd Wright.
Arquitetura moderna na América. Obras principais.

Aula 8
-Vanguardas Europeias.
Futurismo: Antonio Sant’Elia, Umberto Boccioni, Filippo Tommaso Marinetti e Mario
Chiattone.

1
Expressionismo: Bruno Taut, Hans Poelzig, Henry Van de Velde, Rudolf Steiner, Erich
Mendelsohn.

Aula 9
- Continuação vanguardas Europeias.
Construtivismo: ASNOVA e OSA, Malevich, Ladovski, Irmãos Vesnin, Melnikov, Leonidov,
El Lissitzky.

Aula 10
- Continuação vanguardas Europeias.
De Stijl e o Neo-plasticismo: Van Eesteren. Piet Mondrian. Theo Van Doesburg. Gerrit
Rietveld. Oud.

2
Aula 1
Iluminismo (séc.XVIII)
Giovanni Battista Piranesi
Arquitetos visionários:
Etienne-Louis Boulée
Claude-Nicolas Ledoux

Condições para a arquitetura moderna

Arquitetura moderna tem uma ideia muito forte, provocando ainda hoje imensas
discussões. Surgiu já há uns 100 anos atrás e ainda se discute sobre Le Corbusier como
se tivesse “desaparecido” ontem, tal como Mies Van der Rohe. Estes são os heróis.

Foi o iluminismo e a Revolução Industrial que levaram ao surgimento da arq. Moderna-


arquitetura dos dias de hoje.

Iluminismo:
- É um processo que se dá ao longo do séc. XVIII, essencialmente em França (mais
revolucionário) e em Inglaterra (mais moderado e empírico) - decorre desde 1715
e tem o seu auge com a revolução francesa.
- Interpreta os factos da realidade e do desenvolvimento politico (geopolítica).
- A religião separa-se da politica (estado laico) - separação racional. Os políticos são
os organizadores da sociedade, que não têm uma moral cristã- surge a burguesia,
porque o povo não esta preparado e nem tem capacidades para governar.
- Surgimento do cidadão e não do súbdito. Povo enquanto massa e voz ativa.
- Domínio da razão e da explicação. O saber racional é uma nova forma de o
homem estabelecer uma relação com o mundo – conhecimento do homem
acessível a todos.
- 1º movimento auto dominar-se, em que os iluministas são Auto conscientes.
- O homem é responsável por si próprio e tem direitos.
- Ideia de uma felicidade imediata, do quotidiano, como um bem/objectivo, e não
como uma recompensa divina final.

Esta nova sociedade é pensada fazendo equivaler o belo à natureza e à razão.

Regresso à Antiguidade Clássica como exemplo da estética da verdade.


3ªVaga do classicismo que é também a sua morte.
Imitação depurada, sem mitologia, da arquitetura clássica.

Regresso a uma lógica de depuração, racionalidade, abandonando o barroco.

3
Pensar nestes 3 arquitetos como percursores da arq. Moderna.

GIOVANNI BATTISTA PIRANESI


- Arquiteto e gravador Italiano, estando no local que os outros dois arquitetos vão
estudar (Roma).
-Defende a via romana para fazer arquitetura iluminista, estudando o rigor do clássico.
-Dicotomia entre a luz e a sombra: se há muita luz também há muita sombra.
-Com a razão vem o medo, a escuridão, o terror: momento em que o homem se encontra
sozinho. Sombrio.
-Emoção estética que está nas suas obras: o sublime. Já não se fala do belo ou do feio,
mas trata-se da emoção perante a realidade arquitetónica, e que é também de
pânico/insegurança. Presente em Piranesi e Boullée
- Futuro incógnito em ruina, passado exagerado.

Le Antichitá Romane, Veduta del Pantheon

- Rigor da medida da ilustração, mas também


uma emoção que está perdida: inovação.
- Escala humana pequena em relação à da obra.
- Dimensão desmesurada e a imprecisão de
medida: sublime.
- Teatralidade do Panteão (escala colossal).
- A luz mostra a arquitetura separada pela
sombra da ruína. Roma em meados do século XVIII é uma cidade infernal, em ruína,
cheia de turistas.
- Grande modernidade nestas gravuras, apesar de se tratar de linguagens do passado.

Carceri (Carcere V)

- Remate para um desencontro do homem. Figuras


inacabadas de ruínas, representando também animais
a par do homem, sinal de um mundo em mudança.
- Ruina de Roma: imagem cruel.
- Gigantismo na escala.

4
- A monumentalidade baseia-se na representação de uma ordem maior (dimensão dos
monumentos clássicos), trata-se de um histerismo dessa monumentalidade, de uma
perda de escala.
- A forma como se representa demonstra também o lado do homem aprisionado a si
próprio, apesar do poder já não estar ligado a Deus.
- Imagens que perduram como referência ao longo dos séculos.

Opere Varie, “Parte di Ampio Magnifico Porto…”

- Mundo efabulado, incompleto, de calafrio.

Le Antichitá Romane “Antiquus Circi Martial…”

- Cacofonia.
- Enorme mundo complexo que nos é dado com
grande rigor e brutalidade.
- Coloca várias peças numa via: mostrar o mundo
que acabou, pedra tumular da arquitetura
clássica.
- Desejo de modernidade.

“Antiquus Bivii Varium”

- Mundo turbulento.

5
“Prospettiva della Scala della conserva d’acqua”

Claude Perrrault: Cabana primitiva segundo Vitrúvio, 1674


Jacques- François Blondel: Cabana primitiva. Curso de Arq. Civil
Marc- Antoine Laugier: Essar sur L’Architecture

- “Cabana Primitiva” de Laugier: fundamento; arquitectura económica levada ao osso.

6
ETIENNE- LOUIS BOULLÉE
- Arquitetura é um exercício mental, tem principalmente um trabalho teórico, desistindo
de fazer obras para construir em 1888, pois sente que aquilo que constrói não está à
altura do processo iluminista.
- Sepatação/ independência entre a arquitetura e a engenharia.
- Desenho fundamental para a arquitetura, que traduz a novo ordem estabelecida pelo
iluminismo.
- Arquitetura como arte de criar o espaço.
- Gosto pelas formas puras: esfera a imagem da perfeição.
- Radicaliza o que a arquitetura pode ser.
- Desenhos em perspetiva.
- Vai levar até ao extremo a geometria, a luz e a sombra, o gigantismo da escala.

Cenotáfio de Newton, 1784


- Presença de uma nova harmonia. Uma das primeiras imagens da arquitetura pensada
apenas como arquitetura.
- Sem uma verdadeira função.
- O efeito do sublime: nos coloca perante algo que não sabemos o que pensar ou sentir.
- A centralidade / simetria.
- Organiza os espaços no sentido de uma concentração máxima de racionalidade.
- Esfera – a forma perfeita. Aspeto cósmico.
- Nem é belo nem feio, é sublime.
- Projeção pelo excesso.

- Novo centro, nova luz


- Faz uma série de experiências, projetos para procurar a estrutura que definirá uma
biblioteca pública, em busca de uma figuração exata.
- Desejo de purificação da forma através da planta e do corte.
- É na essência um manifesto a favor da arquitetura, por si só, independente.

7
Biblioteca Pública 1785 Biblioteca Real
-Radicalização de pátio, de escadaria, de acessos.
-Organiza a planta sempre com o auxilio de cortes.
-Ideia de Open Space.
-Abóbada de canhão.
-Espaço moderno.
- Esforço de depuração brutal.
- As estantes são as paredes do edifício.

-Alberto Kalach, Bilbioteca da Cidade do México, 2007 (concretização desse ideal)


A arquitetura pode ser um espaço integro do ato de conceção.

Palácio Nacional, 1792


- Arquitetura técnica sobre si própria.
- Procura a estrutura básica – o retorno à cabana primitiva.

8
CLAUDE- NICOLAS LEDOUX (1736-1806)
-Simplifica formas e volumes.
- Preocupação social na organização da cidade, planeia e constrói uma arq. Social.
- ARQUITETURA FALANTE.
- O arquiteto já não trabalha para Deus ou para o rei, trabalha para a sociedade.

Ville de Chaux, Arc-et-Senans


-Vila utópica.
-Cidade que organiza a estrutura para melhorar o funcionamento da cidade de produção
agrícola.
- Reinventa modelos clássicos.
- Arquitetura que serve uma função social.
- Depuração da linguagem clássica.
- Elementos altamente visionários: higienismo: pavilhões recortados por corredores de
ventilação.

- SALINAS DE CHAUX, 1774-79 (hierarquia)


-Encenação teatral.
- Sociedade organizada por funções.
-“palco” com a casa do diretor: vigiado pelos trabalhadores – nova ordem do tipo social.
- Diálogo social, controlo recíproco
- Corte da Porta de Entrada

- Referência à cultura clássica associada a uma referência primitiva (caverna).


- O artificial e o artificial-natural.
- Escadaria e cozinha.
- Imagens que remetem para gravuras de Piranesi.
- Não inventam nada de novo, mas reconfiguram.
- Engenharia social.
9
- Casa do Diretor

- O próprio desenho do edifício deve expressar o seu conteúdo programático.


- Alçado representa a casa de quem vigia, de quem manda, de quem está ao centro.
- Prenúncio do funcionalismo: a cada função a sua forma.
- Tenta libertar-se da decoração.
- Arquitetura que tenta cumprir o papel de reorganizador social: melhoria das condições.

Cemitério de Ville de Chaux

- Arq. Dos mortos.


- Esfera, radicalização pela geometria.
- Representação do nada, do vazio, que fala sobre a morte.

Casa dos Guardas Agrícolas de Maupertuis

- Recriação utópica das condições de


trabalho e de vida dos trabalhadores.
- Esfera: forma que melhor servirá a função.
- Elementaridade geométrica.

10
Casa dos Diretores do Loue/ Casa dos guardas do rio
-O próprio rio passa por dentro da casa.
-Plano social e falante.
- Máximo que se pode ir antes da arquitetura moderna.

-Olho gravado onde se reflete o teatro de Besançon: nova organização social, novos
valores.

11
Aula 2
Revolução Induntrial (finais séc.XVIII inícios Séc.XIX)
Arquitetura do ferro e do vidro/ Neo-classicismo / medievalismo

Neo-classicismo
- Classicismo sem propósito religioso.
- Muita plasticidade.

Arq. Ferro e Vidro


- Engenharia e grandes equipamentos públicos.

Medievalismo
-Oposto à arq. do ferro e vidro
-Arts and crafts

- Inglaterra berço da revolução industrial (capitalismo e socialismo).


- França berço do iluminismo (esquerda e direita).
- Piranesi: visionário.
- Com a revolução industrial criam-se as siderúrgias (fabricação e tratamento do aço e
ferro), o que cria uma nova forma de usar o ferro, de uma forma mais estável e
aparentemente mais segura.
- Ideia de que repentinamente o uso e a técnica evoluem de uma forma
muito rápida.
- A industrialização do vidro e do ferro é fácil e rápida – materiais
versáteis.
- Inglaterra permitiu a evolução social: permitiu que as classes mais
baixas subissem de classe, exemplo dos Beatles (o país ajudou a que se
concretizassem com grandeza).
- O modelo francês já diz como se faz riqueza, como se produz.
- O modelo inglês é liberal para com a sociedade: liberalismo vs estado.
- Portugal tem uma revolução industrial muito pequena, daí não produzir muita
riqueza.
- A alteração da cidade, ou seja, o aparecimento de mais gente provoca uma
ideia de enraizamento, provoca aceleração e desorientação - processo
vertiginoso. As pessoas saiam do campo para a cidade (o medievalismo é o
contrário)
- Liverpool a Manchester: primeira linhagem de caminho de ferro.
- A revolução industrial não foi devida à máquina, pois ela já existia, mas
sim ao seu maquinismo: grande execução, rápida e inumerada.

12
ARQUITECTURAS DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
- Tornou-se necessário construir inúmeros serviços.
- Várias soluções que os arquitectos têm de procurer.
- Neoclassicismo: evolução do ferro e do vidro; RUSKIN, PUGIN, MORRIS (Inglaterra):
começam a ver o mundo de uma forma integral.

Ponte Coalbrookdale, 1777-79, Wilkinson e Pritchard:


- As pontes tornam-se uma das necessidades arquitectónicas mais trabalhadas com o
ferro.

Ponte Maria Pia, Gustave Eiffel, 1867


- Escassos recursos;
- A linha e o arco, chegada ao essecial.
- Grande beleza e engenho.
- Efeito tecnologico

Ponte sobre o Garabit, Eiffel, 1880

13
John A. Roebling, Brooklyn Bridge
- Grandes pórticos com brutalidade, não necessariamente necessários, mas que
marcam o já existente e conhecido;
- Acesso pedonal, rodoviário e de ciclovia;
- Experiências tecnológicas;

J. Wolfe Barny e Horace Jones, Tower Bridge, Londres


- Ponte quase transformada num monumento: parecença com palácios e com o gótico;
- Tornam a ponte algo monumental;

Richard Burton, William Faieburn, Liverpool Station, 1849


- As espacialidades começam a ser criadas, interpretadas com o novo material e novas
técnicas.
- Uma das 1ª estações desta época.
- Apropriação da nave da fachada com o ferro e o vidro.

14
Estação de St. Pancras, Londres
- Existem naves, mas elas são escondidas para a fachada de rua neogótica.

Estação de King’s Cross, Londres


- Desenho das naves aparece nas fachadas.

Palm House, Royal Botanical Garden, Roxton

Estufa em Chatsworth, Derbyshire


- Quase como um kit de montar, pré-fabricação.

15
VIOLLET-LE-DUC (1814-1879)
- Arquiteto francês.
- Arquiteto oposto ao Ruskin, na ideia de restaurar. Ruskin afirma que isso é impossível
e que devemos deixar em ruina- não se pode recuperar edifícios tal como não se
podem recuperar pessoas.
- Restaurar o edifício, transformando-o em algo que ele nunca foi.
- Grande personagem na discussão do aproveitamento patrimonial.

Restauro da catedral de Notre-Dame

Entreliens, Sala de concertos em ferro.

HENRI LABNOUST (1801-1875)

Biblioteca de Saint-Geneviève
- Retoma a ideia das paredes como estantes de livros;
- Módulo clássico dos arcos, mas executado com o ferro – ornamentação clássica do
ferro;
- Faz uma ponte entre o neoclassicismo com a arquitetura do ferro e do vidro;

16
Biblioteca Nacional de Paris
- Com os modelos clássicos do arco e da abóbada, mas usando o novo material o ferro,
permite a iluminação vinda de cima.

KARL FRIEDRICH SCHINKEL (1781/1841)

Altes Museum, Berlim, 1824-26


- Uma cortina de pilares;
- Fachada repetitiva e modular;
- O classicismo está a “visionar-se”;

Academia da Arquitetura, Berlim


- Deixa de ter necessidade de enfatizar o eixo central com a entrada;
- Remete-nos para a Escola de Chicago;

17
JOSEPH PAXTON (1803/1863)

Crystal Palace, Hyde Park, Londres


- Grande momento desta evolução industrial;
- Ganha-se o gosto por produtos;
- Não é só a utilização do material, mas sim a repetição de momentos que criam
calafrios;
- Arquitetura fantástica;
-Os palácios de cristal tornam-se uma tipologia bem-sucedida, tornando-se uma marca
deste momento de capitalismo emergente;
- Culminar da arquitetura do ferro e do vidro;

GUSTAVE EIFFEL

Torre Eiffel
- Estrutura de uma tipologia nova, como o palácio de cristal;
- Torre: problema do centro;
- Edifício à procura de novas ideias, de nova imagem para a cidade;
- Grande problema da torre: o vento;
- Sublime;

18
MEDIEVALISMO

PUGIN (1812/ 1853)

“Contrasts”, 1836
- Para Pugin a cidade medieval/gótica é uma harmonia que a cidade industrial está a
destruir;

Paisagem industrial, 1841


- Destruição da harmonia, da paz na cidade;
- Chaminés competem com as torres das igrejas;

JOHN RUSKIN

“ALL GOOD WORK MUST BE FREE HANWORK”, Ruskin

-Viollet-le-Duc adere aos avanços produtivos do seu tempo e propõe uma reforma na
arquitetura, num sentido técnico. Ruskin propõe uma forma ideológica que não pode
atuar sem uma mudança radical de muitos e significativos aspetos do sistema
económico-social.
- Ruskin também propõe uma reforma: “Gothic Capitals” e “The Stones of Venice”
(1851-53) – beleza; vida; memória; obediência; poder; sacrifício; verdade.

WILLIAM MORRIS
- Discípulo de Ruskin.
- Cria a sua própria empresa de mobiliário.
- Renegam o classicismo devido ao desespero pela falta de harmonia e vão para os
anteriores medievais. Vivem um ambiente medieval.
- Morris tem uma boa capacidade industrial, conseguindo seguir as ideias medievais
segundo uma estrutura sólida.
- Graças a Ruskin e Morris a Bauhaus teve a sua arte.

Papel da tapeçaria Forest, 1870


- Temas clássicos: flora e fauna.

William Morris e Philip Web, Red House, Kent,


1859

- Monumento do sentido de regresso para a


ponte;

19
Aula 3
Escola de Chicago. Incêndio de 1871.
William Le Baron Jenney. Henry Robson Richardson. Daniel Burnham. Louis Sullivan. Exposição Mundial
Colombiana de 1893.

ESCOLA DE CHICAGO

- Séc XIX/XX: EUA potência mundial.


- Empreendedorismo, inventividade.
- Autenticidade, independência europeia.
- Crescimento exponencial.
- Chicago, cidade do Midwest.
- Grande criminalidade nesta altura.
- Jazz.
- Clima insuportável.
- Cidade emblemática.

1871: grande INCÊNDIO no meio de uma grande expansão, onde se situavam as


empresas.
- Revolução industrial.
- Reconstrução: até 1893, que envolveu um grande conjunto de arquitetos e
engenheiros.
- Loop: business district: 10 edifícios após catástrofe.
- Reconstrução com base em negócio.
- Arranha-céus que decorrem da grande pressão imobiliária, do surgimento do aço
laminado e dos elevadores de Otis.
- Período relativamente curto em que arquitetos e engenheiros, com grande
consciência de estrutura e construção renovam a redefinem a cidade.

LOUIS SULLIVAN
“A forma segue a função.” – modelo para toda a arq. moderna.

- Arquiteto que escreve.


- Teoria sobre a independência da América;
- Ideia de país novo/promessa.
- Tentativa de forjar uma arquitetura americana.
- Mestre de FLW
- Interrupção nestes trabalhos: 1893, Exposição Colombiana.

20
*Burnham desenha a exposição universal: regressa ao classicismo europeu de uma
forma caricaturada: “Cidade Branca”;

- Matrizes da cidade americana: lote;


- Conjunto de eixos clássicos.
- Traçado urbano característico: tentativa de Burnham de fazer um traçado clássico
sobre o reticulado: Land Ordinnance, Jefferson: retícula aplicada.
- Loop: estrutura inaugurada em 1892, elevada, que cruza uma série de ruas centrais;
estrutura metálica que encontra o centro das ruas: futurismo; permite a locomotiva,
aparato inesperado.
- Esta ferrovia não parece ferir a cidade.
- Desenvolvimento de tipologias de estacionamento; evolução dos elevadores de Otis
também para carros.
- Aço: resistente ao fogo, produção industrializada.
- Surgimento de department stores.
- Estruturas de pedra não interessam.

WILLIAM LE BARON JENNEY


- Engenheiro formado em Paris.
- Edifícios em altura: verticalização do lote, sem complicações.
- Esquina: tratado com secura.
- Dominação do módulo, presença da estrutura e do vidro.
- Passo para o entendimento moderno da arquitetura.
- Estruturas mistas.
- Avanços de grande determinação.

FIRST LEITER BUILDING, 1879


-Estrutura de aço que permite que existam panos de vidro
maiores (inicio da cortina).
- Edifício escritório.
- Cortinas de vidro.
- Parede perde lugar passando ao vão.

FAIR STORE, 1891


- Revestimento a pedra;
- Aparece um novo sentido construtivo;
- Luta contra o fogo.
- Esqueleto de aço.

21
“THREE AMERICAN ARCHITECTS: SULLIVAN, RICHARDSON AND WRIGHT”, James O.
Gorman: fundadores da arquitetura americana.

RICHARDSON, SULLIVAN: formados em Paris; críticos; dúvida do clássico; (Wright tem


pura formação americana); influências de Ruskin e Morris.

HENRY ROBSON RICHARDSON


- Morre com 47 anos.
- Obras em várias cidades.
- Primeira introdução do tema do medievalismo, do avanço delirante de Le Duc mas
também do arcaísmo de Ruskin.
- Fuga ao classicismo.
- A pedra e a parede.
- Expressão rude/ brutal.

TRINITY CHURCH, Boston (Igreja da Trindade)

- Tradução do autêntico com o erudito;

MARSHALL FIELD, Chicago, 1885-87


- Influência para Sullivan;
- Aparência sólida, antagónica do vidro/aço;
- Cruzamento complexo de modos de ver a arquitetura: avanço a partir disso mesmo.

22
BURNHAM E ROOT, THE ROOKERY, 1885-1888
- Mais sofisticado;
- Rústico e enigma decorativo de Richardson;
- Elementos de modernidade: vidro e ferro;
- Cúpula sobre o pátio – liberdade formal;
- Escada suspensa;
- Ornamento: não clássico, não reconhecível: influência exótica;
- Entrada da rua La Salle claramente influenciada por Richardson;
- Encontro das tecnologias construtivas novas com a decoração exótica – novas arq.
- Pérola da Escola de Chicago.

ADLER E SULLIVAN, AUDITORIUM BUILDING, 1887-89


- Embasamento que demonstra o efeito Richardson, como no Marshall Field.
- O mais sofisticado da altura - teoria do vertical.
- Ascensão da Escola de Chicago;
- Programaticamente arrojado, mas com uma imagem de grande rudeza e arcaísmo;
- Decoração pelos próprios materiais ou por ícones sem tradução ocidental:
ornamento de tipo novo
- O escritório de Sullivan é neste edifício.
- Próximo da Arte Nova.

23
- É preciso uma nova linguagem, mas não há a possibilidade de eliminar a
decoração; o horror ao vazio permanece, também na pintura e poesia.
- No entanto há reconfigurações e novas visualidades.
- Matéria iconográfica nova na decoração: arco expressivo de Richardson.

BURNHAM E ROOT

RELIANCE BUILDING, 1891-1895


- Altura;
- “Janela de Chicago”: tripartidas;
- Ondulação tipo bow-window;
- Apenas aventureirismo arquitetónico, sem metafísica nem
utopia.
- Próximo da arquitetura do vidro.
- A fachada parece flutuar.
- Decoração (colunas exóticas).

MONADWOCK BUILDING, 1889-1891

CHICAGO WORLD’S FAIR, 1893


- Materiais novos todos revestidos a pedra;
- Cidade exasperadamente clássica, excitação da forma e dimensão, nada a ver com a
Escola de Chicago;
- Estruturas gigantes – monumental.
- História a funcionar ao contrário.
- Exposição Colombiana;
- Sucesso público;

FISHER BUILDING

LOUIS SULLIVAN
- Projeta a arquitetura num sentido visionário.
- Teoria sobre o arranha-céus: arq. vertical.
- Primeiro teórico da arquitetura.

24
WAINWRIGHT BUILDING, St Louis, 1890-1891
- A forma segue a função;
- Embasamento aberto com sobreloja e puro, corpo com módulos iguais, elementos
verticais destacados;
- Discurso/doutrina sobre o que é o arranha-céus;
- Decoração estridentemente à procura de um novo imaginário de identidade
americana.
- Janelas recuadas.
- Fugir à gramática Europeia.

GUARANTY BUILDING, Buffalo: mesmas regras


CARSON PIRIE SCOTT STORE, Chicago

HOLABIRD E ROCHE, MARQUETTE BUILDING

HOLABIRD, ROCHE E SULLIVAN, GAGE BUILDING

PLANO DE BURNHAM E BENNETT PARA CHICAGO, 1909-12, propõe sobrepor à malha


reticulada um sistema clássico de grandes eixos e arcos – exposição colombiana –
rutura com a Escola de Chicago. – A cidade pensada.

25
Aula 4
Arte Nova - as suas diversas manifestações em múltiplas geografias.
Victor Horta. Hector Guimard. Charles Rennie Mackintosh. Hendrik Petrus Berlage. Antoni Gaudi.

ARTE NOVA:
- Jugendstil: Alemanha (da revista Judend – A juventude, 1896, Munique)
- Sezessionsstil: Áustria
- Art nouveau: França e Bélgica
- Arte nova: Portugal
- Modernismo: Espanha
- Modern Style: Inglaterra
- Stile liberty: Itália

-Forte cultura económica e intencionalidade artística.


-Últimas décadas de séc. XIX.
-Dificilmente aconteceriam as vanguardas sem a inovação e experimentação lógica da
arte nova.
- Regionalismo / tradicionalismo- arte nova representa elementos da arte local.

PERSPETIVA DE W. MORRIS E VILLET LE DUC


- Viollet-le-Duc: Entretiens, 1863-72
- William Morris: papel de parede Iris, década de 1890

- Estes homens estão cansados dos mesmos temas arquitetónicos, mas não sabem
como dar o salto. Decoração; Lado gráfico; Elementos florais;

26
VICTOR HORTA (1861-1947)
- Primeiro a tocar no assunto da arte nova em Bruxelas. Inventivo. Experimental.

CASA TASSEL, Bruxelas, 1892-93


- Fachada/escada: continuidade sufocante de cuidados arquitetónicos;
- Tudo pertence à arquitetura: corrimões, patamares, chão, paredes;
- Arquitetura nova=caligrafia nova;
- Presença da luz: vitrais;
- Criação de um novo espaço.

CASA ESTÚDIO, Bruxelas, 1890-1900


- Pormenores orgânicos – corrimão;
-Desenho artesanal, inventivo e não clássico (inspiração na flora e fauna);
- É possível inventar/fazer nuances auto- referenciais nos elementos arquitetónicos.

CASA SOLVAY, Bruxelas, 1898-1990


- Aparência mais austera;
- Desenho dos vãos, guardas, janelas: invenção decorativa;
- Sofisticação estrutural.

27
CASA VAN EETVELDE, Bruxelas, 1899:
- Claraboia: desaparece a pedra;
- Aproximação a uma arquitetura de vidro;
- Novos materiais ganham presença em oposição a uma arquitetura mais arcaica;
- Estrutura de ferro: delicada, espectral.

CASA DO POVO, Bruxelas, 1896-99


- Lado experimental;
- Vidro que percorre todo o edifício;
- Demolida;
- Escala não doméstica;
- Auditório do 2º piso tinha algo de gótico, muito vidro, muito ferro;
- Elementos muito estudados.
- Edifício que quer expressar o tempo.
- Ferro personalizado (combate à pré-fabricação)

HECTOR GUIMARD (1867-1942)

- Arquiteto da Arte Nova em Paris.

ESTAÇÃO DE METRO, Paris, 1900


- Arte nova não é muito presente: linha racionalista;
- Peças pré-fabricadas.
- Não se esconde a estrutura – verdade estrutural levada ao extremo.
- Referencias góticas transmitidas.
- Estrutura com forma urbana.

28
- Ruskin e Morris próximos desta arquitetura.

CASA E ATELIER, Paris, 1909-10


- Pontos em comum com Victor Horta;
- Pedra erodida que deixa a inscrição da madeira e do ferro;
- Algas;
- Arquitetura biomórfica.

CHARLES RENNIE MACKINTOSH (1868-1928)

- Arquiteto da Arte Nova em Glasgow, Reino Unido.

GLASGOW SCHOOL OF ART, 1897-99/1907-09:


- 1ª fase, influência neo-gótica, presença da pedra e seu recorte muito vincado;
- Variação dos temas de Victor Horta;
- Inscrição de peças de vidro/ferro em parede gótica;
- Diálogo entre extremo arcaísmo/medievalismo e a vontade de trabalhar com novos
materiais;
- Panos de vidro para salas de aula;
- 2 fases: passagem de um impasse para algo mais modernista (Inglaterra só entra no
modernismo pós segunda guerra mundial);
- Biblioteca: exercício tipicamente moderno, geometria.

29
- Salto das formas neo-góticas para a invenção mais racionalista/geometrizada de uma
eventual produção em série;
- Muito próximo da visualidade Frank Lloyd Wright;
- Mais próximo do moderno do que do medieval;
- Percurso curto mas liga o caminho entre o neogótico e o moderno;
- Ardeu;
- Pedra: sugere a antiguidade do edifício.
- Assimétrico / desenho complexo.
- Integridade no conjunto.

*Elementos medievais vs modernos


(Racionalismo / luz zenital / assimetria)

- Arte nova: avanço na arquitetura, pré-Bauhaus; integridade ambiental com as novas


ideias.

CADEIRA, 1897: evoluções modernistas

30
HILL HOUSE, Helensburgh, 1902-03
- Ligação com FLW;
- Assente a modernidade de Mackintosh na composição e mobiliário.

HENDRIK PETRUS BERLAGE (1856-1934)


- Arte nova na Holanda.
- Figura tutelar da escola de Amesterdão.
- Tem uma grande importância no advento da arquitetura moderna.

BOLSA DE AMESTERDÃO, 1897-1903


- Transição;
- Lógica conventual;
- Arquitetura gótica renascida para trabalhar com o ferro;
- Luz zenital com painéis de vidro;
- Aproveita todos os motivos arquitetónicos para fazer tratados de materiais não
convencionais: enxertias;
- Excentricidade.
- Edifício central da arte nova.
- Avanço na tipologia e nos materiais.
- Parede opaca em ligação à elegância do ferro.
- Arquitetura urbana – contacto com a rua e as pessoas.

31
ANTONI GAUDI (1852-1926)
- Arte Nova em Barcelona.

CASA VICENS, Barcelona, 1883-88


- Leva o campo experimental, para lá de função/lógica, ao limite;
- Aquilo que baralha tudo neste arquiteto é ele procurar a arquitetura islâmica
explicita em conjunto com a gótica: mais complexa, mais explosivo;
- Horror ao vazio;
- Decoração, textura;
- Caos
- Decoração ligada à historia e cultura local.

PARQUE GÜELL, Barcelona, 1900-1914:


-Escultura, arte conceptual;
- Flora, fauna – orgânico.
- Temas levados a um grau visual, exuberante que não encontramos em mais lado
nenhum.
- Mosaicos em cacos.
- Antecedente do surrealismo.

32
CASA BATLLÒ, Barcelona, 1905
- Lote;
- Inventividade;
- Transformação de todos os elementos arquitetónicos em peças de uma arte nova.
- Parede maciça com uma transfiguração.
- Horror ao vazio: desenhar tudo.
- Não existem ângulos retos.
- Ideia de tempo longo.

CASA MILÀ, Barcelona, 1906-10:


- Metáfora geológica, La Pedrera; Uma rocha erudita.
- Distorção;
- Peça fantasmagórica;
- Modo alusivo e delirante.
- Desaparecimento das estruturas.
- Elementos vegetais nas varandas.

Arquitetos cansados de um ecletismo sem saída (sempre o mesmo) e com vontade de


radicalizar, fazer algo inteiramente novo; avanço semântico; terror ao comum, à coisa
banal; nem pintura nem escultura nem arquitetura; Gaudi não tão sofisticado como
Horta; imagem geológica de algo que está s ser planeado; BD, caricatura; oposto da
contenção construtiva, estrutural de Horta.

33
Aula 5
1- Henry Van de Velde.
2- Secessão Vienense: Otto Wagner, Olbrich, Hoffman.
3- Critica à secessão: Adolf Loos.

Estamos no centro da Europa, século XIX e XX, onde tudo está a acontecer.

1- HENRY VAN DE VELDE (1863-1957)

- Componente mais intelectual.


- Tenta interiorizar a arte nova.
- “A linha é uma força”.
- No entanto, prevê a sua queda, quando surgisse o século XX
- Participa na Deutscher Werkbund (1907-38), instituição na base da discussão do
futuro da arquitetura, com Muthesius (defensor da máquina). Casa do movimento
Moderno. Resposta ao Art and Crafts.
- Desenha o primeiro edifício da Bauhaus, em Weimar.
- Defesa da artisticidade da produção arquitetónica.
- Passa da Arte Nova para o Expressionismo Alemão.

EXPOSIÇÃO DA SECESSÃO VIENENSE EM MUNIQUE, 1899: tentativa de fazer um gesto


menos fabuloso, sedutor, mas mais rigoroso; o arquiteto deve controlar todos os
elementos que compõem o ambiente: móveis, tapeçarias, portas…

CRÍTICA DE ADOLFO LOOS: à obra de arte total: Van de Velde desenha até a roupa que
os clientes deveriam usar em cada espaço da casa.

PROJECTO PARA UM MUSEU DE ARTES APLICADAS EM WEIMAR, 1903-04: quando a


arte nova começa a cair, desenha projetos mais ao jeito do expressionismo alemão.
Arquitetura com impacto e presença através da volumetria, luz, linha.

PROJECTO PARA UM TEATRO, Weimar, 1904: linguagem que foge ao vegetalismo


exótico, através do uso da linha e das novas volumetrias.

ACADEMIA DAS BELAS-ARTES, Weimar, 1904-11:


- 1º edifício da Bauhaus;
-Muito sério, muito pouco ornamentado;
- Janelas como a escola de Glasgow;
-Janela levada ao teto: desejo de uma arquitetura nova;
-Testar formas não canónicas, não clássicas.

34
TEATRO CONSTRUÍDO PARA A EXPOSIÇÃO DA WERKBUND EM COLÓNIA, 1914:
- Geometria complexa: eleva os espíritos no sentido de uma redenção urbana.
-Conjunto de formas com muito caracter.
- Expressionismo Alemão.

EXPOSIÇÃO DE ARTES APLICADAS, Dresda, 1906

- Remete para várias artes.


- Força de uma linha reta.

35
BOEKENTOREN, Torre de Livros, Ghent, Bélgica, 1933-42
-Como se fosse a 4ª torre a caracterizar a cidade;
-Linguagem mais moderna, mais Art Déco (não é moderno, mas também não é arte
nova, é um sentido decorativo mais moderno);
-Muito longe da arte nova;
-Mobiliário desenhado, mas muito mais depurado;
-Belvedere Art Déco no topo.

OTTO WAGNER (1841-1918)

- Vem de uma geração antiga.


- Professor da academia de belas artes, que emprega e acolhe novos arquitetos.
- Livro Modern Arkitektur: toda a gente tenta adivinhar como será a arquitetura nova.
- Abre o campo para a Secessão Vienense.

EDIFICIO DA CAIXA DE POUPANÇA, Viena, 1906:


- Ampliação do clássico (pilar, simetria);
- Necessidade de avançar, experimentar.
- Linha reta, equilíbrio, proporção, solidez;
- Propõe um espaço central aberto envolvido com vidro, algo de novo;
- Desenha cadeiras de braços para o edifício: refinamento absoluto.

36
SECESSÃO VIENENSE

CARTAZ DA EXPOSIÇÃO DA SECESSÃO VIENENSE, Viena, 1906: ideia de não abandonar


uma estrutura clássica, mas interpretar de outra maneira – queda no decorativismo,
espécie de ornamentação aplicada a uma estrutura que se mantém clássica.

JOSEPH MARIA OLBRICH (grande figura para a secessão vienense)


“Para toda a arte a sua liberdade e para toda a liberdade a sua arte”
CARTAZ PARA A 2ª E 3ª ESPOSIÇÕES DA SECESSÃO, 1898-99: design gráfico muito
importante.

EDIFICIO SEDE DA SECESSÃO VIENENSE, 1897-98


- Estrutura sólida, massificada, clássica, mas decorada com riqueza em pontos chave;
- Loos diz que este tipo de decoração não tem passado, logo não tem futuro, este
ornamento não traz nada de válido nem de novo.
- Cúpula, cornija, porta – tentar forçar o novo.

Este movimento luta contra o ensino das Belas Artes que apenas dá as normativas
clássicas, mas nada de diferente ou novo.

Mackintosh participa na 8ª exposição da secessão, 1900, tornando-se referência

37
JOSEF HOFFMANN

PALACIO STOCLET, Bruxelas, 1906-11


- Fim da arte nova;
- Cliente era um colecionador muito rico que queria uma casa refinada e grande o
suficiente para albergar a sua coleção;
- Obra digna, refinada, sofisticada;
- Planta que dança como um jogo de xadrez – planta livre e complexa.
- Materiais e desenho: do melhor e avançado na época;
- Gustav Klimt, figura de grande importância no movimento da Secessão como pintor,
está muito presente na decoração interior da casa;
- Desenha talheres em prata e uma escrevaninha.
- Lado fantasioso.
- Arquitetura mais mental, metafisica – não se trata como a arquitetura tosca de
Gaudi.
- Edifício bastante severo e composto.

ADOLF LOOS

- Distingue beleza e utilidade: a arquitetura deve ser principalmente útil.


- Faz uma espécie de anti manifesto: avança pela crítica.
- Revista Des Andere: onde publica as suas críticas ao gosto, ao modo de vestir, à
arquitetura (influências americanas?).
- Professor de Richard Neutra.
- “Assim, a casa não teria nada a ver com a arte, e não se deveria colocar a arquitetura
entre as artes? Assim é. Só há uma pequena parte da arquitetura que pertence à arte:
o monumento funerário e o monumento comemorativo. Tudo o resto, o que serve a
um fim, deve ser excluído do meio da arte.” – Arquitetura mãe de todas as outras
artes.

38
- Noção de espaço: o espaço não pode ser desperdiçado, tem de ser dimensionado
conforme a função- modelado e controlado.
- Corte livre.
- Inicio da arquitetura moderna – põe em causa a Arte Nova e a Secessão Vienense.

GOLDMAN&SALATSCH, Viena, 1909-11


- Criticado como tampa de esgoto;
- Busca da modéstia, simplicidade;
- Arquitetura para o homem desenraizado da cidade;
- Janela como vão rebocado sem decoração nem moldura;
- Arte nova é uma máscara para a aristocracia endinheirada;
- Ornamento só quando é verdadeiro e tem a ver com construção.

CASA STEINER, Viena, 1910


- Mantém o aspeto cúbico;
- O que lhe permite tratar a casa com vários pisos e grande dimensão apesar da
regulamentação;
- Tentativa de encontrar uma verdade na arquitetura;
- Raum plan: capacidade articular compartimentos em corte com um encaixe que faz
variar os pés-direitos – inovar através do corte.
- Fuga ao lado cerebral e efabulatório da arte nova e passagem para o lado mais
prático.
- Reboco com a janela à fase – muito rude, definindo o essencial.
- Domínio e simetria clássica.

39
CHICAGO TRIBUNE, 1922
- 1º concurso Internacional de arquitetura.
- Utiliza a estrutura tripartida de Sullivan.
- Coluna Dórica.

CASA TRISTAN TZARA, Paris, 1925-26: corte


- Subtileza da fachada.

40
CASA MOLLER, Viena, 1927-28: faces distintas – Ideia de dupla fachada.

CASA MÜLLER, Praga, 1930


- Despojamento, utilidade;
- Operação racionalista;
- Planta de leitura difícil, mas complementada e explicada com o corte.

41
Aula 6
Experiências urbanas do séc. XIX e viragem do séc. XX.

Utopias urbanas socialistas - Robert Owen, Charles Fourier e Jean Baptiste Godin.

Urbanismo reformista – Ildefons Cerdá e Georges Haussmann.

Urbanismo culturalista – Camillo Sitte e Ebenezer Howard.

Urbanismo progressista – Arturo Soria y Mata e Tony Garnier.

EXPERIÊNCIAS URBANAS NO SÉCULO XIX E NA VIRAGEM DO SÉCULO XX


- O estado intervém na cidade – processos de expropriação.
- Exemplo de Inglaterra: evitar os Jerry Builders: adicionar casas umas ás outras.
- 2 fenómenos: valorização da higiene (higienismo) e linhas ferroviárias.

UTOPIAS URBANAS SOCIALISTAS


- Robert Owen, Charles Fourier: pensadores que dizem que a cidade industrial não é
renovável: necessidade de criar novas narrativas.

URBANISMO REFORMISTA

-Ildefons Cerdà (Barcelona): académico que faz o levantamento da cidade; propõe a


expansão da cidade para fora da muralha e sua malha característica.
- Georges Haussmann (Paris): politico de direita, transforma totalmente Paris
preparando-a para os séculos seguintes.

URBANISMO CULTURALISTA
- Camillo Sitte, “A arte de construir a cidade”: vários ecos ao longo do século XX, dá-se
conta de que a geometria/higienismo/traçado racional está a transformar a cidade em
algo sem carácter, propõe o regresso medievalista no desenho urbano, em nome da
qualidade de vida.
- Ebenezer Howard, “Cidade Jardim”: inventor da cidade-jardim, síntese de um modelo
utópico de fazer cidades alternativas; desenho minucioso, espécie de cidade ideal com
modelos tradicionais; modelo regulado pela “casinha” – dá origem ao townscape;
relação com a natureza.

42
URBANISMO PROGRESSISTA
- Soria Y Mata: Cidade Linear – teoria motivada pelo comboio/mobilidade; algo
desurbanista.
- Tony Garnier: Cidade Industrial – imagina toda uma cidade industrial, antevê alguns
dos pressupostos da cidade moderna.
*Perceber a arquitetura do séc. XX – Arquitetura e Cidade
Crescimento exponencial da cidade, migração do campo para a cidade.
A realidade urbana transforma-se a adapta-se.
As redes ferroviárias levam à criação de um veiculo de grande escala.
Epidemias: higienismo.

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Londres, 1872: péssimas condições de vida; problemas sanitários da cidade muito
difíceis de resolver; favelas no centro de Londres: o pensamento urbanístico a caminho
do moderno decorre destas circunstâncias.
1- Robert Owen (1771-1848)
- Filantropo.
- Gerente de indústrias.

Nova Comunidade Harmony, EUA, 1826


- Tentativa de melhorar as condições dos trabalhadores;
- Cidade regulada auto-suficiente;
- Ideia de que criando um ambiente regulado, com qualidade, surgirá o “homem-
novo”.

2- Charles Fourier (1772-1837)


Falanstério, 1841

43
- Não há arquitetura para estas propostas, esta radicalidade só é permitida mais tarde
com as vanguardas;
- Comparação com Versailles;
- Capacidade para 1500-1600 pessoas;
- Utopias socialistas de recusa da sociedade liberal.
- As pessoas que lá trabalham estão protegidas pela natureza.
- Racionalismo clássico da axialidade.
- Estrutura orgânica.

Jean Baptiste Godin

Familistério de Guise, 1871

- Pega na ideia de Charles Fourier e cria algo semelhante, mas de carácter industrial.
- Ligação a pequenas indústrias no espaço envolvente;
- Modelo de sucesso, concretizado.

3- Georges Haussmann (1809-1891)


-Presidente da câmara – relação arquitetura/ poder.
- Expropriações negociadas.
- Reforma profunda no contexto da cidade.
- Trabalhos decorrem sem parar.
- Modelo barroco: grandes eixos com monumentos – Avenida da Ópera.
- De um modelo medieval para um urbano.
- Fachadas regulamentadas.

44
- Criação de sistema de anéis de circulação e parques urbanos: Bosques de Bolonha e
Vincennes.
- Na Ilha, criação de vias de atravessamento direto.
- Corte do edifício haussmaniano: modelo burguês, perpetua a estratificação da
sociedade.
- Sistema de Bailevards Norte- Sul e Este-Oeste (nova estrutura da cidade e
principalmente axialidade; Criação de arruamentos que permitem respiração e
higienismo)

4- Ildefons Cerdà (1815-1876)


- Teoria da construção das cidades aplicada ao projeto de reforma e ensanche de
Barcelona.
- “Bolacha” em que os lados maiores têm 130m e os menores 20m.
- Grande diagonal com 10km.
- Expansão por ampliação daquilo que existia anteriormente.
- Desenhos de pormenores urbanos: esgotos, pavimentos.
- Inicialmente pensado para veículos de tração animal.
- Modelo teórico que depois se adapta à realidade da cidade.
- Modelo de paralamento.
- Proposta da Sociedade de Famento do Ensanche.
- Plano de 1970: não trabalha tanto a transição para a cidade velha, mas na verdade
não se sente grande brutalidade nessa passagem.

45
5- Camilo Sitte (1843-1903)
- “A arte de construir a cidade.”
- Análise de praças e cidades medievais.
- Conclui que é mais agradável viver em cidades medievais do que em modernas.
- Edifícios integrados na malha.

6- Ebenezer Howard (1850-1928)

- Esquema teórico da cidade jardim.


- Welwyn, Garden City, propaganda: contraste do seu modelo com a cidade industrial.

46
- Proposta regulada, socialista mas com um modelo de vida reconhecível: a casinha
com quintal nos subúrbios.

- Lechtworth, Garden City, Barry Parker e Raymond Unwin, 1903: estas cidades jardim
transformam-se rapidamente em cidades satélite com aspeto pitoresco (necessidade
da cidade para emprego) – não é auto-suficiente.

-Hampstead Garden Suburb, Londres, 1905, Barry Parker e Raymond Unwin

7- Soria y Mata, (1844-1920), Cidade Linear

47
- Serpente com ligação ao mundo.
- Eixo viário central que determinava a organização da cidade.
- Abandono da ideia do centro.
- Relação entre construído e não construído é pensada.
- Abandono da cidade tradicional, da ideia de centro, da estratificação social.
- Divisão em quarteirões e lotes.
- Porção de ferrovia que permite a concretização de uma porção da cidade linear.
- Ideia urbanística mais avançada que a própria arquitetura.

8- Tony Garnier, (1869-1948) Cité Industrielle


- Não tem muros nem prisões.
- A cada funcionalidade o seu espaço, casas de um lado, industrias do outro… - lógica
higienista.
- Espécie de cidade ideal.
- Não resta nada da cidade tradicional – cidade progressista.
- Temas da cidade moderna aparecem de uma forma consequente.
- Nenhum compartimento sem luz natural.
- Propõe uma série de regulamentos.
- Arquitetura é ainda pré moderna: amplificação de elementos clássicos e presença de

uma geometria de alguma maneira retilínea.

- Estação Ferroviária

- Quarteirão residencial: fim do medo que a máquina gera: admissão da sua


necessidade.

48
- Com todos os desenhos tem a possibilidade de criar uma síntese que é apresentada
ao presidente da câmara de Lyon, que lhe permite concretizar porções da cidade
industrial.

- Quarteirão dos Estados Unidos, Lyon

49
Aula 7
-Frank Lloyd Wright.
Arquitetura moderna na América. Obras principais.

- A vida e obra juntam-se em Frank. Sofre muito a nível pessoal: tragédia do incêncio;
amor pela natureza; trabalho; família; terra: renasce do ponto pessoal após a
existência de grandes arquitetos das vanguardas (Corbusier, Gropius e Mies).

- Renasce do ponto de vista criativo: pelas mudanças europeias artísticas que serão
referidas nas próximas aulas.

- Trabalha com Sullivan: experienciando-se no atelier ganhando muitos clientes.


1893 – Exposição Colombiana e Fundação do seu atelier. Acaba-se com a Escola de
Chicago.

- Com ele nasce a arquitetura orgânica.

- Arquitetura doméstica: casas da Pradaria (até anos 10-20): combinação da casa e da


vida doméstica com a natureza – persistência do arts&crafts, quer fazer uma
arquitetura americana longe da europa (Corbusier arquitetura da Europa).

- Aprendeu as lições de Sullivan e Richardson.

- Nos finais dos anos 20 tem uma nova etapa: novos materiais, como o betão, nova
carpintaria e novo artesanato.

- Não gostava da máquina, da tecnologia, mas neste momento de criar uma


arquitetura americana longe da europeia faz com que ele aceite todos estes pontos,
que são importantes e necessários para a cultura americana.

- Também não gostava de urbanismo, mas como não seria considerado arquiteto
se o não fizesse, começa a fazê-lo.

- Os arquitetos que fizeram história nos anos 19 e 20 foram esquecidos alguns anos
mais tarde, por mais que agora sejam reconhecidos; FLW estava sempre a fazer
história, teve momentos importantes não só nesta época como também até aos
anos 40, não era possível esquecê-lo pois estava sempre a criar.

- ESPAÇO: baixo; relação com a terra; extensão para o desenho da cidade;


território americano; barreira interior e exterior; casas domesticas; espaço
unitário.

50
CASA ESTÚDIO, Oak Park, Illinois, 1889-98
- Capacidade construtiva e compositiva;
- Alterações de escalas, surpresas, sensações.
- Luz zenital;
- Desenha cada pormenor rigorosamente;
- Planta como peça fundamental;
- Desaparecimento das paredes divisórias; (ex: sala de trabalho com um
mezzanine)

CASA PARA WILLIAM WINSLOW, Illinois, 1893-94


- Fachada da frente diferente da traseira;
- Já se começa a ver algo diferente;
- Abandona a janela de guilhotina;
- Telhado suavemente inclinado: aproxima-se da laje;
- Janelas contínuas: comunicação com a paisagem;

CHARNLEY RESIDENCE, Chicago, Illinois, 1891


- Com Sullivan, com referencias ao Richardson.
- Arco: desejo do passado;
- Arts&crafts + arte nova;

51
PARKER RESIDENCE, Oak Park, Illinois, 1892: verticalidade e janelas contínuas
horizontais.

MOORE RESIDENCE, Oak Park, 1895(1923) e GOODRICH RESIDENCE, Oak Park:


corpo que avança

FURBECK RESIDENCE, Oak Park, 1897(1907)


- Os edifícios começam a escorregar horizontalmente, mas é sempre presente algum
ponto vertical, como as chaminés.
- Corpete que avança e surge os moretos –
arq. moderna vai surgindo.

52
HILLS RESIDENCE, Oak Park, 1900-1906
- Aparecimento da consola;
- Avanços e moretos a ir ao encontro da paisagem;
- Deixa-se de existir os cantos das casas, vai-se começando a decompor.

FRICKE RESIDENCE, Oak Park, 1901


- A entrada da casa começa agora a ter uma conexão orgânica, quase como camuflada,
não está diretamente à vista- construção labiríntica.
- Conjunto de muros.
- As linhas do telhado, frisos e consolas marcam uma linha horizontal;
- Nunca constrói na melhor parte do terreno (central, elevada), mas sim um pouco ao
lado para que a terra e o edifício se comuniquem, não destrói a paisagem

FRANK THOMAS RESIDENCE, Oak Park, 1901


- Entrada à Richardson, em arco;
- Janelas são um todo, um conjunto;
- Moretos que nos levam à entrada;
- Subida para um primeiro piso, piso nobre, para
aproveitar melhor a paisagem;
- Tentativa de usar um só material.

53
HURTLEY RESIDENCE, Oak Park
- Horizontalidade;
- Pátios: momento de transição entre o contexto e a casa propriamente dita.

CHENEY RESIDENCE, Oak Park, 1903: casa baixa, muito integrada na paisagem.

THOMAS GALE RESIDENCE, Oak Park: as varandas são volumes integrados na


plasticidade do todo da obra. Casa antes da casa da cascata.

UNITY TEMPLE, Oak Park


- Dois volumes em que a entrada é no meio, de um lado a igreja e do outro espaços de
apoio;
- Não se percebe os limites: ideia lúdica;
- Esquinas que escondem esquinas;
- Obra total: interiores cuidados;
- Arquitetura de FLW inclui elementos tanto de Arte Nova, como de Art Déco como de
Arts&Crafts.

54
ROBIE HOUSE, Chicago, 1906
- No sul de Chicago, numa zona pobre;
- Casa em expressão horizontal;
- Depuramento do tema;
- Verticalidade marcada com a chaminé;
- Esconde a entrada para que haja um certo namoro da obra com a natureza: a porta
de entrada faz a separação entre casa e natureza;
- Sequência de muro-vidro-laje-telhado;
- Sala de estar e de refeições são separadas apenas por uma parede: sala quase como
um open space.

TALIESIN, Spring Green, Wisconsin, 1911


- É um individualista: aqui cria a sua casa e a sua escola;
- Funciona como laboratório de experiências do que faz nas suas obras;
- Integração do edifício na colina, na natureza, uso da pedra.

55
MIDWAY GARDENS, CHICAGO, 1913-14: demolido.

IMPERIAL HOTEL, Tóquio, 1915-22: demolido; sobreviveu ao terramoto.

STORER RESIDENCE, Hollywood Boulevard, Los Angeles, 1923: arquitetura pré-


colombiana; estruturas aztecas(México).

ENNIS RESIDENCE, Glendower Avenue, LA, 1923: características semelhantes à


anterior; um certo ar de ficção científica: futuro do passado. Ideia de estrutura arcaica.

56
MILLARD HOUSE, Prospect Crecent, Pasadena, 1924: mesmas características das
anteriores, mas escala mais reduzida.

FALLING WATER, Pennsylvania, 1935-39: auge da sua comunicação da obra com a


natureza. Consegue trazer o melhor das casas da pradaria.

JOHNSON COMPANY

TALIESIN WEST, Arizona, 1937-56

57
GUGGENHEIM MUSEUM, NY, 19943-46/1955-69: desfecho do momento em que
trabalha com os novos materiais, como o betão e o vidro. Luz zenital. Curva.

MARIN COUNTY, Califórnia, 1957-66: componente mais extrovertida; último proj.

BROADACRE CITY, 1934: ideia de uma cidade expandida sem centro.

LIVING CITY, 1958


- Ficção Cientifica: já não há automovel mas helicopteros.
- Frank deixa-se levar pela cultura popular.

58
Aula 8
Futurismo: Antonio Sant’Elia, Umberto Boccioni, Filippo Tommaso Marinetti e Mario Chiattone.

Expressionismo: Bruno Taut, Hans Poelzig, Henry Van de Velde, Rudolf Steiner, Erich Mendelsohn.

FUTURISMO ITALIANO
ANTONIO SANT’ELIA (Arquiteto)
UMBERTO BOCCIONI (Escultor)
FILIPPO TOMMASO MARINETTI (Poeta)
- Identidade entre a Arte e a Vida.
- conversas de café que dão em manifestos: textos proclamativos do caminho da
humanidade; nostalgia de escrever sobre mudanças de carácter absoluto sobre o
mundo, sem opções ambígenas.
- corte profundo com as ideias de Ruskin.
- radicalizar: “na verdade a guerra é a higiene do mundo” – presença da 1ª guerra
mundial.
- escolha/selecção que deve ser feita perante o mundo de que a guerra é instrumento
vital.
- todos eles se alistam no exército.
- proclamam como deve ser o mundo e são capazes de morrer por esses princípios.
- Marinetti “declaramos guerra a todos os artistas”.
- temas da arquitectura moderna vêm todos daqui.
- recusam qualquer continuidade com as Belas Artes.
- tema: abraçar e fazer a apologia do movimento que está a ser criado/inventado; do
fumo; da cidade; da máquina; da velocidade.
- toda a modernidade que o homem do século XIX teme os futuristas abarcam e
abraçam e radicalizam e levam ao extremo.
- Sant’Elia: “Temos que inventar…:.
- movimento anti-ecológico.
- ideia muito predadora e violenta da utilização da máquina sobre a cidade e
sociedade.
- novas tecnologias: electricidade, telefone.
- desprezo às mulheres: querem que tenham apenas um papel secundário.

59
Marinetti, “Irredentismo”: tábua rasa; não conhecemos estrutura nem identidade;
ruído das palavras para escrever um poema.
- perde-se a sentimentalidade do poema.
- liberdade futurista
- tom agressivo
- poesia libertada do seu canone

Idem, “Parole in Libertà”


- Capas de livros e cartazes são também obras de arte.
- Arte entra numa esfera do quotidiano
- Quebra com o cânone ocidental
- Advento da fotografia: perigo para artistas
“Salto em comprimento com vara”, cronofotografia, 1890, Étienne-Jules Marey: a arte
(fotografia) precisa de andar mais depressa que a tecnologia.

“Rapariga a correr”, desenhos de estudo, 1912, Giacomo Balla: abstração, influências


cubistas; perde-se o tema da personagem e dá-se
importância ao tema central.

60
“Formas únicas de continuidade no espaço”, 1913, Boccioni: figura que não é
exatamente humana; componente mecânica/ruidosa; criação de algo diferente com
vontade de avançar.

- Sentido de auto-destruição, “homem-novo” como conceito.


- Supera a história.
- Radicalidade de gestos.
- Não é um exercício cubista (técnico, virtuoso) mas um exercício de arte pela arte.
- Arquitetura do século XX e XXI está aqui inscrita: edifícios sem alçado, decompostos,
fragmentados.
“Expansão dinâmica + velocidade”, 1913, Giocomo Balla: a nova musa não é a
realidade nem qualquer figura mas a ideia abstrata de movimento.

ANTONIO SANT’ELIA (1880-1916)


- Inércia, sentido de peso/fundação, história: como ir tão longe como a
literatura/pintura/escultura?
- Assumir a cidade industrial.
- Escreve o Manifesto da Arquitetura Futurista em 1914

61
CIDADE NOVA, EDIFICIO DE HABITAÇÃO, 1914: movimento exterior ao edifício;
edifícios com as escadas e elevadores longe do corpo principal (ideia de movimento);
Arte Nova; Pessoas a caminharem a intersetar o edifício em várias cotas; Cores
quentes; Perspetiva.

CIDADE NOVA, ELEVADORES EXTERNOS, PASSAGEM SOBRE 3 VIAS, 1914: maquinaria


imensa; movimento rápido que atravessa a cidade; linhas ferroviárias; paralelepípedos
de vidro

CIDADE NOVA, ESTAÇÃO DE COMBOIOS E AEROPORTO, 1913-14: excesso de


elementos; textura elétrica: industria.

EDIFICIO MONUMENTAL, 1915

PONTE E ESTUDO DE VOLUMES, 1914, Mario Chiatonne: mesmos temas de percursos,


cores fortes, patamares.

62
CONSTRUÇÕES DE UMA MATERIALIDADE MODERNA, Mario Chiattone

PALÁCIO DE EXPOSIÇÕES, 1914, Mario Chiattone: distorção

EDIFICIO DE APARTAMENTOS III, 1914, Mario Chiattone: há experiências radicais e


experiências radicais que podem ser concretizadas e acolhidas.

EXPRESSIONISMO ALEMÃO
- Componente nostálgica do campo
- Mais dicotómico, diferente do futurismo
- Articula comunidade e avanço
- Desejo primitivo da expressão: emoções humanas
- Abolição do ângulo reto
- Criação num sentido pouco racional
- Sentimento/dor num sentido agudo
- Uso da cor bastante livre e forte

63
- Pequenos grupos de artistas
- Homem como elemento central

BRUNO TAUT, EXPOSIÇÃO DA WERKBUND, Colónia, 1914


- Fábrica de vidro;
- Era um edifício totalmente colorido;
- Abolição do ângulo reto;
- Pretende ser uma erupção, uma peça que pela sua forma pretende ser uma redenção
para um lugar;
- Assunção da tecnologia nas suas formas mais avançadas, mas com uma atenção ao
território, espaço, realidade: mais complexo que o futurismo italiano.

“Assassinato, esperança de mulher”, quadro

CADEIA DE CRISTAL, Colónia, Taut: relançamento da cultura popular.

Taut, “Die Stadtkrone Alpine Architektur”, 1919:


- Volkhaus (casa do povo);
- Medievalista;
- Stadtkrone (coroa da cidade), edifício expressionista;
- Captar a essência da cidade medieval em termos modernos;
- Casas modestas reunidas em torno de um palácio de vidro sagrado - a coroa da
cidade,
- Edifício capaz de comunicar diretamente ao nível emocional.

64
*componente literária: Paul Scheerbart
- Taut desenhará edifícios de habitação social.
- Vários desenhos do edifício coroa: dramáticos, emocionais.
- O que está muitas vezes por trás destas vanguardas é a procura de uma
espiritualidade (exceto futurismo).

GROSSES SCHAUSPIELHAUS, Berlim, 1919, Hans Poelzig: espaço capturado por


elementos de expressão forte/rude/marcante.

TEATRO DA WERKBUND, Colónia, 1914, Henry Van de Velde

GOETHEANUM, Dornach, 1914, Rudolf Steiner:


- Criador da antropozoofia, culto, procura da espiritualidade;
- O primeiro era todo em madeira;
- O 2º em betão armado, 1924-28;
- Qualquer coisa que não se consegue descrever;
- Cor: expressão primitiva, criação de emoção.

65
- Sempre que a arquitetura se está a torna tecnocrática, monocórdica contrapõe-se
algo expressionista.

EINSTEINTURM, Berlim, 1919-21, Eric Mendelsohn: desenhos: rapidez de esquisso;


buracos, cavernas, reentrâncias orgânicas e telúricas.

ILUSTRAÇÃO DE LYONEL FEININGER PARA O PROGRAMA DA BAUHAUS, 1919: capa do


texto de Gropius que lança a Bauhaus.

66
Aula 9
Construtivismo: ASNOVA e OSA, Malevich, Ladovski, Irmãos Vesnin, Melnikov, Leonidov, El Lissitzky.

CONSTRUTIVISMO RUSSO
- Não se conhecia devido ao filtro da ditadura.
- Demasiado radical, feroz.
- Recuperado só nos anos 80 (os desenhos, as obras, a estética) – congela com a
ditadura.
- Revolução de Outubro 1917: instauração do estado socialista – abolição da
propriedade privada: novas e únicas condições para arquitetos.
- Repensar a arte e a arquitetura profundamente.
- Muito pouca ressonância na população a cada vez menos no Estado: exóticos,
excêntricos, radicais.
- Ideias de espaços comuns: exemplo – cozinha e lavandaria comuns num prédio de
habitação.
- Excessos
- 1924: morte de Lenine, figura chave do processo comunista – o seu mausoléu é
projetado por um arquiteto clássico: divergência e desconfiança em relação à aventura
construtivista.
- 1917-22/23: primeiro momento mais esperançoso e ingénuo, acredita-se que se pode
fazer revolução através da arte: AGIT-PROP – propaganda de agitação, deu voz ao
proletariado, posters/panfletos/instalações/arquiteturas efémeras, novas : propagar a
revolução.
- Torre de Tartelin: tentativa de ser uma Torre Eiffel.
- UNOVIS – escola criada por Malevich – arte e arquitetura namoram.
- ASNOVA – Associação de Novos Arquitetos – momento mais formalista, radical,
experimentalista.
- 1925, OSA: lado mais pragmático e realista para as experiências do construtivismo
radical inicial – Estaline no poder.
- Pavilhão das Artes Performativas de Paris.
- 1930, VOPRA: fim da experiência construtivista, ao lado de Estaline
- Estética da construção.
- Objetos efémeros: quiosques, pedestais, pequenos aparatos, tribunas, palcos.

67
-Espiral: sentido de movimento e também rotura.
Construtivismo: Ligado à construção (1ºfase); Componente metafisica/ cósmica/
suprematismo (2ºfase).

*suprematismo:
- Termo criado por Malevich
- Abstração
- Forma pela forma, mancha pela mancha
- Componente metafísica
- Contrário a uma busca pelas leis da construção

- Levar aos limites aquilo que a arte nos podia dar: recuar/ descobrir / pensar.

“O lenhador”, Malevich, 1912-13: há bases comunicáveis com o futurismo; Perspetiva


posta de lado.

“Quadrado branco sobre fundo branco”, 1918 e - “quadrado preto sobre fundo
branco”, 1918

- Não há perspetiva, tempo, cubismo;


- Radicalismo absoluto do pensamento e expressão artística;
- Não é uma questão de geometria, mas de um salto no sentido cósmico – desejo de
ser uma superação do Homem pela arte num sentido supremo.
- Composição de formas a flutuar no espaço.

68
“Suprematism”, 1915, Malevich: formas em tensão num espaço que não tem lugar;
componente para-arquitetónica.

“Suprematismo com 8 rectângulos”, 1915, Malevich

“Suprematism”, Malevich, 1921-27: Composição da elipse, da linha torta e da cruz.

“Suprematism architectons”, 1923, Malevich: como se passa da arte para a


arquitetura.

69
- Revolução artística e arquitetónica nos interstícios da arte: nada a ver com
proletariado

“Construção espacial, objeto espacial”, 1921, A. Rodchenko: materialidade,


descarnação; não havia materiais para a concretização da maioria das ideias;
desfasamento técnico entre ideia e praticabilidade.

3ª EXPOSIÇÃO OBMOKHU, Moscovo, 1921: espectralidade; diagonal, a cair; peças


penduradas por cabos de aço que no fim se cortam e as peças caem.

EXEMPLOS DE MONTAGEM CONSTRUTIVA

MONUMENTO PARA A 3ª EXPOSIÇÃO INTERNACIONAL DE MOSCOVO, 1919-20, V.


Tatlin:
-400m de altura;
- Princípio de não inventar coisas já inventadas;
- Inventar coisas concretizáveis;
70
- Fundir construtivismo+suprematismo;
- Formas em suspensão;
- 2 espirais entrelaçadas;
- Maquete do monumento, 1920, Tatlin: espécie de Torre Eiffel para o mundo
comunista, como há para o capitalista;
- Ao lado, a Torre Eiffel é sucata que resiste ao vento;
- Isto é expressão.
- Espiral (construtivismo), cubo (superlativismo)

RESTAURANTE NUM PENHASCO, 1922, N. Ladovski: brutalidade, assimetria acelerada.

UNIÃO DOS ARQUITECTOS CONTEMPORÂNEOS, 1920, Alexander e Viktor Vesnin:


aumento das peças do edifício para terem mais expressão

CONCURSO PARA O PALÁCIO DO TRABALHO, 1923, irmãos


Vesnin: elipse, tambor; ponte, consola estrutural, alteração dos
conceitos; gruas; muito próximo da engenharia

71
TORRE PRAVDA, 1924, irmãos Vesnin: quiosque transformado numa torre; edifício que
mexe; edifício tomado pelo lettering e pelo episódio construtivo; vivacidade,
comunicabilidade

PARQUE AUTOMÓVEL, Melnikov: plasticidade

PAVILHÃO DA UNIÃO SOVIÉTICA, Exposição das Artes Decorativas de Paris, 1925,


Melnikov:
- Não há muita obra construída;
- Edifício partido ao meio por uma diagonal;
- Placas de madeira que se intersectam;
- Escadas que sobem e descem;
- Edifício em convulsão, fragmentado;
- Força de guerrilha.

72
CASA DO ARQUITECTO, Moscovo, 1927, Melnikov: cilindro com aberturas; 2 formas
que se intersectam; a intersecção é um tema construtivista.

CLUBE RUSAKOV, Moscovo, 1927-29, Melnikov: tempo do OSA; tema do condensador


social: edifício que cria aspetos revolucionários da sociedade; clube de operários; não
há proposta de fazer algo harmonioso, belo, mas radical.

CLUBE ZUYEV, Moscovo, 1927-28, Ilya Goleisov: inventário de colisões, formas em


contradição.

73
CONJUNTO HABITACIONAL NARKOMFIN, Moscovo, 1928-29, Mosci Ginsburg/I.
Milinis: galeria de distribuição; conjunto de duplexs e semi-duplexs que é uma
referência essencial para Corbusier; aproximação a um certo mainstream; avanço
tipológico, concretização mais pragmática.

EXERCICIO VOLUMÉTRICO, final dos anos 20, Chernikov: gramática construtiva,


volumétrica, arquitetónica

PLANEAMENTO VOLUMÉTRICO COORDENADO, final dos anos 20, Chernikov

LENIN INSTITUTE, 1927, Ivan Leonidov: muito perseguido; factor construtivo em


movimento; espectralidade espacial; estrutura ser a arquitetura: aqui é muito lírica

ESTÚDIOS DE CINEMA SOVKINO, 1927, Leonidov: link entre formação artística e


arquitetónica é muito próxima; articulação entre arte e
arquitetura

74
PROUN Nº1 KESTINER MAPPE, El Lissistzky: intenção diagonal das várias formas.

TRIBUNA LENINE, 1924, Leonidov: síntese da aula: por um lado a revolução, na


diagonal, por outro lado a peça efémera lavada ao limite, desequilibrada;
construtivismo material e metafísico.

ARRANHA-CÉUS HORIZONTAL, 1923-25, El Lissistzky: remate horizontal na altura


vertiginosa; busca por algo novo e diferente.

PÓDIO DA BANDEIRA, El Lissistzky

75
CAPA VKHUTEMAS, 1927, El Lissistzky: escola de arquitetura; propagação do
construtivismo.

FIGURINO PARA ACTOR Nº2, 1921, El Lissistzky

NOVA CIDADE LINEAR EM MAGNITOGORSK, 1929, Leonidov

PROUN CITY, 1920, El Lissistzky

CONCURSO PARA O PALÁCIO DOS SOVIETES, Moscovo, 1931. Le Corbusier:


homenagem ao construtivismo; Melnikov também participou; vence um edifício
clássico: só é construída a base que depois é demolida para dar lugar à reconstrução
da igreja que lá estava

76
- à imagem dos regimes fascistas dos outros países, é a arquitetura clássica que é
escolhida como imagem do poder.

Aula 10
De Stijl e o Neo-plasticismo: Van Eesteren. Piet Mondrian. Theo Van Doesburg. Gerrit Rietveld. Oud.

DE STIJL, 1917-1931
NEOPLASTICISMO HOLANDES
- A arquitetura moderna é um balanço dos temas das vanguardas (expressionismo,
futurismo, construtivismo).
- Ligado à edição de uma revista, “De Stijl”, de pouca tiragem.
- Holanda, neutra na 1ª guerra mundial: assim tem forças para anunciar uma
vanguarda em 1917.
- Não existe uma cultura arquitetónica sem estas vanguardas.
- País embaixada da arquitetura moderna: nos anos 90 houve uma explosão de
associações e exposições arquitetónicas e culturais.
- Último estilo: plasticidade e agrega várias vanguardas.

PIET MONDRIAN
“Avond (the evening) the red tree”, 1908-10: passagem do realismo para o cubismo e
depois para a abstração.

77
“Pier rand ocean”, 1915: sair do campo da perceção do real, do campo da fotografia; ir
para além da superfície, até ao âmago.

- Rompe-se com a gramática obrigatória: ortogonalidade, elementos de visão do todo


e cores primárias – caos. Definem-se outras regras/gramática: todos os elementos –
cor, linha, forma – têm de ser puros, essenciais, elementares

“Composição em cor”, 1917, Mondrian: elegante, não caótica como o construtivismo.

- De stijl significa o estilo, não como uma grafia como na arte nova, mas como lei
imutável de definição do mundo.
- Encontro com a verdade em pintura.

“Composição em vermelho, amarelo e azul”, 1922,


Mondrian: linhas ortogonais, cores primárias,
regularidade absoluta.

78
Piet Mondrian e Pétro (Nelly van Doesburg), Paris, atelier de Mondrian: viúva de
artista, como muitas tem um papel de conservadora da obra do marido.

“Composition with female picture”


Capa da revista De Stijl, 1917, Vilmos Huszák versus capa da Wendingen, julho de 1918
– movimento orgânico.

Theo van Doesburg e Nelly van Doesburg, estúdio de Mondrian, Paris, 1921

- Muitas fotografias tiradas por Lucia Moholy, fotógrafa que mais tarde integra a
Bauhaus.
- Este movimento é um grupo pequeno que gira à volta de van Doesburg.

79
EXERCICIO DE ESTILIZAÇÃO DA VACA, Theo van Doesburg: cada vez mais próximo da
verdade da vaca, no caminho de encontrar a sua verdadeira essência. A composição da
vaca que vão ser formas geometricas e a ortogonalidade.

COMPOSIÇÃO VIII, 1918, van Doesburg: conceptualidade dos temas.

-Os futuristas são celebrados pelo De Stijl: Sant’Elia publicado no volume 2 nº 10, de
8/1919
- Repare-se que nestas vanguardas ainda se tem a noção de obra de arte total
(princípio de Morris e Ruskin).

- Elogia também o construtivismo: quadrado preto de Malevich como capa.

DADA, T. van Doesburg, 1922

SMALL DADA SOIRÉE,T. van D.

80
ROBIE HOUSE de FLW publicada na revista: elogiam-no pela tensão/intenção
geométrica, plástica
VILLA AT HUIS TER HEIDE, 1916, Rob Van’t Hoff

CASA, 1923, Cornelis Van Eesteren e T. van D.: representação muito sofisticada, que
depois não é concretizada assim tão íntegra.

“Towards a plastic architecture”, T. van D., 1924

- Nova arq. elementar, desenvolvendo a partir de elementos de construção no sentido


mais amplo.
- A cor não é um ornamento decorativo da arq., mas parte integrada do seu modo
orgânico de expressão.
- A planta da nova arq. abriu as paredes e extinguiu a divisão.

81
CADEIRA VERMELHA, Gerrit Rietveld, 1917-18: arquiteto

MESA SCHRÖDER, G.R, 1917-18


- A suspensão dos elementos mobiliários.

CASA SCHRÖDER, 1924 a 1925, Utrecht, G.R


- Decorre das pinturas;
- Anti-cúbica;
- Cada elemento tem a sua autonomia mas constroem a unidade;
- Implantação que quebra totalmente com a envolvente;
- Não tem alçado principal e traseiro, tudo é composição;
- Conjunto de elementos soltos que criam tudo;
- Arquitetura mais próxima do neoplasticismo puro (protótipo): excepto talvez o
Pavilhão de Barcelona de Mies.

82
CAFÉ DE UNIE, J.J.P. Oud: a tela não devia ter fim, Roterdão, 1925, reconstruído em
1985

CAPA KLASSIEK-BARUK-MODERN, 1920, Theo van Doesburg: introdução da diagonal,


quebra das regras, dissolução do movimento.

CAFÉ DE L’AUBETTE, Estrasburgo, 1929, T. van D.: uso e abuso da diagonal, assume-se
um caminho.

PACE GALLERY, NY, 1970, experiências 3D com base em desenhos de Mondrian.

BOOGIE WOOGIE, 1942-43, Mondrian


- Desenho das ruas, das luzes de NY.

83

Você também pode gostar