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A ARTE DO RENASCIMENTO

William Caballero nº25 8ºA Fevereiro de 2020


ESCOLA PORTUGUESA DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE CELP Disciplina:História
O movimento artístico que chamamos “Renascimento” nasceu na Itália, em Florença,
nas primeiras décadas do século XV. Nos finais de 1400, tinha-se espalhado por toda a
Itália. Na primeira metade do século seguinte, quando Roma se sobrepunha a Florença
como principal centro artístico, tinha alcançado os resultados mais clássicos.

Nessa mesma época, começou a difundir-se pelo resto da Europa, iniciando uma
completa revolução artística, cujos efeitos perdurariam, com constantes
acontecimentos, durante séculos, até quase o limiar da nossa época.

Este movimento, embora bastante complexo e variado internamente, estabeleceu


princípios, métodos e, sobretudo, formas originais e típicas, mas comuns.

Tais formas provem de duas principais fontes: a reutilização, após um intervalo de quase
um milênio, das formas características da arte clássica – arte grega e arte romana. E a
aplicação de uma nova descoberta técnica: a perspectiva, conjunto de regras
matemáticas e de desenho que permitem reproduzir sobre uma folha de papel ou sobre
qualquer superfície plana, o aspecto real dos objetos.

Além de reviver a antiga cultura greco-romana, ocorreram nesse período muitos


progressos e incontáveis realizações no campo das artes, da literatura e das ciências,
que superaram a herança clássica. O ideal do humanismo foi, sem dúvida, o motel desse
progresso e tornou-se o próprio espírito do Renascimento. Trata-se de uma volta
deliberada, que propunha a ressurreição consciente (do renascimento) do passado,
considerado agora como fonte de inspiração e modelo de civilização. Num sentido
amplo, esse ideal pode ser entendido como a valorização do homem (Humanismo) e da
natureza, em oposição ao divino e ao sobrenatural, conceitos que haviam impregnado
a cultura da Idade Média.

Características gerais:

 Racionalidade;
 Dignidade do Ser Humano;
 Rigor Científico;
 Ideal Humanista;
 Reutilização das artes greco-romana.
A expansão marítima com a exploração de novos continentes e a pesquisa científica
proclamavam a confiança no homem e, ao mesmo tempo, a Reforma Protestante
diminuía o domínio da Igreja. O resultado foi que o estudo de Deus como Ser Supremo
foi substituído pelo estudo do ser humano, inclusive com o estudo da anatomia. Desde
retratos detalhistas, como a intensidade emocional e a iluminação surreal, a arte foi o
meio de explorar todas as facetas da vida na terra.

ARQUITETURA
Na renascença italiana formada nos mesmos princípios da geometria harmoniosa em
que se baseavam a pintura e a escultura, a arquitetura recuperou o esplendor da Roma
Antiga.

Os arquitetos renascentistas mais notáveis foram Leon Battista Alberti, Filippo


Brunelleschi, Donato Bramante, Andrea Palladio e Michelangelo Buonarotti.

Alberti (1404-72) escritor, pintor, escultor e arquiteto, foi o maior teórico da


Renascença e deixou tratados de pintura, escultura e arquitetura. Ele menosprezava o
objetivo religioso da arte e propunha que os artistas buscassem no estudo das ciências,
como a história, a poesia e a matemática, os fundamentos de seu trabalho. Alberti
escreveu o primeiro manual sistematizado de perspectiva, oferecendo aos escultores as
normas das proporções humanas ideais.
Outro renascentista de múltiplos talentos foi Brunelleschi (1377-1446). Excelente
ourives, escultor, matemático, relojoeiro e arquiteto, ele é mais conhecido, porém,
como o pai da engenharia moderna. Brunelleschi não só descobriu a perspectiva
matemática como lançou o projeto da igreja em plano central, que veio substituir a
basílica medieval. Somente ele foi capaz de construir o domo da Catedral de Florença,
chamada então da oitava maravilha do mundo. Tal técnica constitui em construir duas
células, uma apoiando a outra, encimadas por uma claraboia estabilizando o conjunto.
No projeto da Capela Pazzi, em Florença, Brunelleschi utilizou motivos clássicos na
fachada, ilustrando a retomada das formas romanas e a ênfase renascentista na simetria
e na regularidade.
Em 1502, Bramante (1444-1514) construiu o Tempietto (Pequeno Templo) em Roma,
no local onde São Pedro foi crucificado. Embora pequeno, é protótipo perfeito da igreja
com plano central encimado por domo, expressando os ideias renascentistas de ordem,
simplicidade e proporções harmoniosas.
Famoso por suas vilas e seus palácios, Palladio (1508-80) teve enorme influência sobre
os séculos posteriores através do seu tratado Quatro Livros de Arquitetura. Pioneiros do
neoclássico se basearam no manual de Palladio. A “Villa Rotonda” incorporou detalhes
gregos e romanos, como pórticos, colunas jônicas, domo plano, como o do Panteon, e
aposentos dispostos simetricamente em torno de uma rotonda central.
Destaca-se também, Michelangelo Buonarotti (1475-1564) que em seus últimos anos
dedicou-se à arquitetura, supervisionando a reconstrução da Basílica de São Pedro, em
Roma. Acreditava que “os membros da arquitetura são derivados dos membros
humanos”. As unidades arquitetônicas deveriam cercar simetricamente um eixo central
vertical, assim com braços e pernas flanqueiam o tronco humano. Outro exemplo desse
estilo inovador é a Colina Capitolina em Roma, o primeiro grande centro cívico da
Renascença. Quebrou as normas renascentistas ao desenhar essa praça com ovais
interligados e variações do ângulo reto.Sendo um dos percursores do Maneirismo.
Na arquitetura renascentista, a ocupação do espaço pelo edifício baseia-se em relações
matemáticas estabelecidas de tal forma que o observador possa compreender a lei que
o organiza de qualquer ponto em que se coloque.

“Já não é o edifício que possui o homem, mas este que, aprendendo a lei simples do
espaço, possui o segredo do edifício”. (Bruno Zevi, Saber Ver a Arquitetura)

As principais características da arquitetura renascentista são:

 Ordens Arquitetônicas;
 Arcos de Volta-Perfeita;
 Simplicidade na construção;
 A escultura e a pintura se desprendem da arquitetura e passam a ser autônomas;
 Construções: palácios, igrejas, vilas (casa de descanso fora da cidade), fortalezas
(funções militares) e planejamento urbanístico.
ARQUITETURA RENASCENTISTA NA EUROPA, EXCETO A ITÁLIA
O Renascimento caracterizou-se como um movimento praticamente restrito ao
universo cultural italiano durante seus dois primeiros séculos de evolução (entre os
séculos XIV e XVI, aproximadamente), período durante o qual, no restante da Europa,
sobreviviam estilos arquitetônicos, em geral, ligados ao gótico ou ao tardo-românico.

No seu auge, na Itália, a estética clássica começou a ser difundida em diversos países
europeus devido a motivos diversos (como guerras, anexações de territórios, pelo fato
de os artistas italianos viajarem pela Europa ou serem contratados por cortes diversas).

Independente das razões, é certo que esta difusão fatalmente se dará já pela assimilação
de certos ideais anticlássicos trazidos pelo Maneirismo, estilo em voga naquele
momento (início do século XVI). É um momento em que a tratadística clássica está
plenamente desenvolvida, de forma que os arquitetos, de uma forma geral, possuem
um bom domínio das regras compositivas clássicas e de sua canonização, o que lhes
permite certa liberdade criativa.

Esta leve liberdade de que gozam os artistas do período será naturalmente absorvida
pela produção renascentista dos países fora do espectro cultural italiano. Há que se
notar, porém, que existem estudiosos que não consideram o Maneirismo como um
movimento ligado ao Renascimento, mas um estilo novo e radicalmente contrário a
este.

Desta forma, a produção dita maneirista dos demais países europeus pode vir,
eventualmente, a não ser considerada como uma arquitetura
genuinamente renascentista. Em certo sentido é possível dizer, segundo tal ponto de
vista, que tais países “pularam” diretamente de uma produção tipicamente medieval
para uma arquitetura pós-renascentista (como na França).

Como as formas de difusão diferem de país para país, ainda que a arquitetura produzida
por aqueles países neste momento seja efetivamente renascentista, existe um
Renascimento diferente para cada região da Europa (pelo menos do ponto de vista
arquitetônico). Será possível falar em um Renascimento francês, um Renascimento
espanhol e um Renascimento flamenco, por exemplo.
Em Portugal, as formas clássicas irão se difundir apenas durante um breve período,
sendo logo substituídas pela arquitetura manuelina, uma espécie de releitura dos estilos
medievais e considerada por alguns como o efetivo representante do Renascimento
neste país, ainda que prossiga uma estética distante do classicismo (insere-se, de fato,
no estilo gótico tardio).
PINTURA
Talvez nenhuma época artística tenha sido igualmente rica e tão talentosa com grandes
pintores como o Renascimento.

Piero dela Francesca, Fra Angelico, Botticelli, Mantegna, Leonardo da Vinci,


Michelangelo, Antononello da Messina, isto para citar só alguns. E depois, Masaccio,
Perugino, o supremo Rafael, os Bellini, Giorgione, Ticiano, Paolo Uccello, Lucas
Signorelli, os dois Lippi, Ghirlandaio, Carpaccio, Cosmè Tura. Qualquer um deles bastaria
para nobilizar um período e uma nação. Mas, todos eles viveram no mesmo país e na
mesma época, ou quase.

As principais características da pintura são:

 Perspectiva: arte de figura, no desenho ou pintura, as diversas distâncias e


proporções que têm entre si os objetos vistos à distância, segundo os princípios da
matemática e da geometria;
 Uso do claro-escuro: pintar algumas áreas iluminadas e outras na sombra, esse jogo
de contrastes reforça a sugestão de volume dos corpos;
 Realismo: o artista do Renascimento não vê mais o homem como simples observador
do mundo que expressa a grandeza de Deus, mas como a expressão mais grandiosa
do próprio Deus. E o mundo é pensado como uma realidade a ser compreendida
cientificamente, e não apenas admirada;
 Inicia-se o uso da tela e da tinta à óleo;
 Tanto a pintura como a escultura que antes apareciam quase que exclusivamente
como detalhes de obras arquitetônicas, tornam-se manifestações independentes;
 Surgimento de artistas com um estilo pessoal, diferente dos demais, já que o período
é marcado pelo ideal de liberdade e, consequentemente, pelo individualismo.
Vamos comentar brevemente os mais conhecidos pintores desse período:

Giotto di Bondone (c.1267-1337), mais conhecido simplesmente por Giotto,


pintor e arquiteto italiano. Nasceu perto de Florença, foi aluno do mestre Cimabue. É
conhecido como fundador da arte renascentista. O impressionante realismo e o poder
dramático de suas obras constituíram-se numa revelação para seus contemporâneos,
anunciando uma nova era no desenvolvimento da pintura. Considerado o elo entre as
pinturas renascentista, medieval e bizantina. A característica principal do seu trabalho é
a identificação da figura dos santos como seres humanos de aparência comum. Esses
santos com ar humanizado eram os mais importantes das cenas que pintava, ocupando
sempre posição de destaque na pintura. Assim, a pintura de Giotto vem ao encontro de
uma visão humanista do mundo, muito própria do Renascimento.
Leonardo da Vinci (1452-1519) foi o artista que mais perto chegou do ideal “homem da
Renascença”, que significa um indivíduo de talentos múltiplos, que irradiava saber.
Tinha múltiplos talentos, deixou cadernos e mais cadernos com suas pesquisas e
estudos. Possuía grande curiosidade e vontade de voar como os pássaros. Essa busca
constante por entender todo o “mecanismo” que o cercava, não deixou grande
quantidade de obras na pintura, mas é incontestável a sua genialidade. Dominou com
sabedoria o jogo expressivo de luz e sombra, gerador de uma atmosfera que parte da
realidade, estimulando a imaginação do observador. Foi possuidor de um espírito
versátil que o tornou capaz de pesquisar e realizar trabalhos em diversos campos do
conhecimento humano.
Michelangelo Buonarotti (1475-1564) foi o maior contribuinte para elevar o status da
atividade do artista. Acreditando que a criatividade era uma inspiração divina, quebrou
todas as normas. Os admiradores se referiam a ele como o “Divino Michelangelo”, mas
o preço da glória foi a solidão. Entre 1508 e 1512 trabalhou na pintura do teto da Capela
Sistina, no Vaticano. Para essa capela, concebeu e realizou grande número de cenas do
Antigo Testamento. Dentre tantas que expressam a genialidade do artista, uma
particularmente representativa é a “Criação do Homem” e o afresco “O Juízo Final”, que
foi concluído 29 anos depois da pintura do teto, e essa pintura impressiona pela
atmosfera sinistra.
Rafael Sanzio (1483-1520) foi, dentre as maiores figuras da escola da Alta Renascença
(Leonardo, Michelangelo e Rafael) eleito o mais popular. Enquanto os outros dois eram
reverenciados, Rafael era adorado. Um contemporâneo dos três, chamado Vasari, que
escreveu a primeira história da arte, afirmou que Rafael era “tão amável e bondoso que
até os animais o amavam”. O pai de Rafael, um pintor menor, ensinou ao precoce filho
os rudimentos da pintura. Aos 17 anos de idade, Rafael era considerado um mestre
independente. Aos 26 anos, chamado a Roma pelo Papa para decorar os aposentos do
Vaticano, ele pintou os afrescos, com ajuda de 50 discípulos, no mesmo ano que
Michelangelo terminou o teto da Capela Sistina. “Tudo que ele sabe, aprendeu comigo”
disse Michelangelo. De Leonardo, ele assimilou a composição piramidal e aprendeu a
modelar rostos em luz e sombra (chiaroscuro). De Michelangelo, Rafael adotou as
figuras dinâmicas, de corpo inteiro e a pose de “contraposto”. Foi o grande pintor das
Madonas. Morreu com 37 anos e toda a corte “mergulhou em luto” segundo Vasari.
Sandro Botticelli (1445-1510) foi um dos mais importantes artistas do Renascimento
Cultural Italiano. Desde jovem, dedicou-se à pintura mostrando grande talento para as
artes. Em suas obras seguiu temáticas religiosas e mitológicas. Resgatou, de forma
brilhante, vários aspectos culturais e artísticos das civilizações grega e romana. Chegou
também a fazer retratos de pessoas famosas da época, como príncipes, integrantes
da burguesia e nobres. As pinturas de Botticelli são marcadas por um forte realismo,
movimentos suaves e cores vivas. Para ele, a beleza estava associada ao ideal cristão.
Por isso, as figuras humanas de seus quadros são belas porque manifestam a graça
divina, e, ao mesmo tempo, melancólicas porque supõem que perderam esse dom de
Deus. Uma de suas obras mais conhecidas, até os dias de hoje é “O Nascimento de
Vênus”, que o pintor fez no ano de 1485. Nesta linda obra, observamos a valorização
das forças da natureza, o realismo e o resgate da mitologia.
Ticiano Vecellio (c.1473-90-1576), como seus contemporâneos venezianos, dominou o
mundo da pintura durante sessenta anos, usava cores fortes como principal meio
expressivo. Primeiro pintava a tela de vermelho, para dar calor ao quadro, depois
pintava o fundo e as figuras em matizes vividos e acentuava as tonalidades usando trinta
a quarenta camadas vidradas. Esse trabalhoso método possibilitava uma pintura
convincente de qualquer textura, do metal polido ao brilho da seda, de cabelos louro-
dourados à pele cálida. Sua produção inclui cenas religiosas carregadas de emoção,
episódios mitológicos pulsantes de sensualidade e expressivos retratos, ,não raro tendo
ao fundo paisagens banhadas e luz. Assim como Michelangelo, Ticiano foi um dos
percursores do movimento Maneirismo.
Piero Della Francesca (c.1415-1492), pintor, matemático e teórico da arte. Apenas no
século 20 a pureza austera de suas formas e o completo domínio da luz e da cor
passaram a ser devidamente apreciados. A demora para que ele subisse à galeria dos
grandes artistas reflete a relativa obscuridade de sua carreira. Passou grande parte da
vida na pequena Borgo San Sepolcro, cidade toscana, e na vizinha Arezzo. E, apesar de
ter transitado por eminentes cortes renascentistas, nunca gozou do mesmo prestígio
artístico de seus ilustres contemporâneos. Hoje, no entanto, os afrescos de Arezzo são
reconhecidos como um dos grandes tesouros da arte.
A PINTURA NOS PAÍSES DO NORTE DA EUROPA
A marca registrada dos artistas do norte da Europa era o incrível talento para retratar a
natureza realisticamente, nos mínimos detalhes.

Artistas dos Países Baixos:

Com formação de miniaturista e iluminador de manuscritos, Jan Van Eyck (1390-1441)


pintou detalhes microscópicos em cores vivas. Um dos primeiros mestres da nova arte
de pintar retratos, Van Eyck chegou a pintar detalhes ínfimos como pontinhos de barba
no queixo da figura. Seu “ Homem com Turbante Vermelho”, que talvez seja um
autorretrato, foi a primeira pintura a mostrar o modelo olhando o espectador. Num dos
mais celebres quadros da Renascença do Norte, “Casamento dos Arnolfini”, Van Eyck
captou com exatidão a aparência e a textura das superfícies e produziu efeitos de luz
direta e difusa ao mesmo tempo.
Hieronymus Bosch (1450-1516) foi eleito pelos surrealistas do século XX o seu santo
padroeiro, o que não é difícil de entender, visto que a sua pintura moralista sugere
criativas formas de tortura aplicadas como punição aos pecadores. Imagens grotescas –
monstros híbridos, meio humanos, meio animais – habitam suas entranhas nas
perturbadoras paisagens. Sua pintura parece mostrar que a humanidade, seduzida e
corrompida pelo mal, deveria sofrer consequências catastróficas.
Rogier van der Weyden (c.1399-1464) nasceu em Tournai, na Bélgica. Depois de estudar
com Robert Campin, mudou-se para Bruxelas, onde logo chegou a pintor oficial da
cidade. Executo também inúmeras e importantes encomendas para membros da corte
de Borgonha, incluindo o Duque Filipe, o Bom. Foi um homem pacato, cuja carreira,
também tranquila, muito o gratificou: ficou rico e alcançou fama internacional. Com
intensa carga emocional, suas pinturas religiosas refletem uma forte convicção pessoal,
enquanto seus retratos sempre se caracterizam pelo caráter introspectivo. O estilo
naturalista expressivo de sua obra exerceu grande influência determinando o rumo das
artes nos Países Baixos.

O pintor flamengo Pieter Bruegel, “O Velho” (1525-1569) foi influenciado pelo


pessimismo e pela abordagem satírica de Bosch. Ele adotou o tema de vida campestres,
cenas de pessoas humildes no trabalho, em festas e danças, em que sempre aparece
também um aspecto que mostra a pouca nobreza humana. No quadro ”Casamento no
Campo” mostra os convidados comendo e bebendo gulosamente. Além de elevar a
pintura do gênero da vida cotidiana, Bruegel ilustrou provérbios, como “Um Cego
Conduzindo Outro” com expressões faciais horrendas, bestiais, típicas das cenas bíblicas
de Bosch.
Da Alemanha, temos:

Hans Holbein, o Jovem (1497-1543) é conhecido como um dos maiores retratistas de


todos os tempos. Assim como Albrecht Dürer, Holbein misturava os pontos fortes do
Norte e do Sul, unindo a técnica germânica de linhas e precisão realistas à composição
equilibrada, ao chiaroscuro, à forma escultural e à perspectiva italiana. Embora nascido
na Alemanha, Holbein começou a trabalhar em Basel. Quando a Reforma decretou a
decoração “papal” das igrejas, as encomendas desapareceram e ele mudou-se para a
Inglaterra. O impressionante talento de Holbein valeu-lhe a posição de pintor da corte
de Henrique VIII, onde pintou retratos do rei e de quatro das suas esposas. Ele pintava
rostos com a mesma acurácia de Dürer, mas, em vez da intensidade dos retratos deste
pintor adotava a expressão neutra característica da arte italiana. O estilo Holbein
estabeleceu os padrões para os retratos, que continuaram a ser a mais importante
forma de arte na Inglaterra nos três séculos seguintes.
Albrecht Dürer (1471-1528), primeiro artista nórdico de espírito renascentista,
combinou o talento detalhista do Norte com as conquistas da Renascença italiana.
Chamado de “Leonardo do Norte” pela diversidade de interesses, Dürer era fascinado
pela natureza e se aprofundou em estudos de botânica. Publicou tratados de
perspectivas e proporções ideais. Além disso, assumiu a posição de artista como
cavalheiro e erudito, elevando o status da profissão, até então comparável a mero
artesão, a uma importância digna de um príncipe.
Foi o primeiro a se deixar cativar pela própria imagem, deixando uma série de
autorretratos (o primeiro, pintado aos 13 anos de idade). Em seu autorretrato, de 1500,
pintou-se numa pose semelhante à de Cristo, indicando a exaltação do status do artista,
para não mencionar a alta conta em que se tinha. A sua maior reputação como artista
Renascentista do Norte, se deve aos trabalhos gráficos de Dürer. Antes dele, as gravuras
eram estudos primitivos em contraste preto e branco. Como gravador, usava o
adensamento das linhas para expressar diferenças de textura e tons, tão sutis quanto
na pintura à óleo. Dürer foi o primeiro a usar a gravura como forma de arte maior.
ESCULTURA
Ao contrário, por exemplo, da arte grega, o Renascimento já não sentiu a necessidade
de elaborar para a escultura uma série de regras comparáveis às da arquitetura. O que
não quer dizer que faltassem, na escultura renascentista, formas e tendências
características.

Simplesmente, a passagem da arte do período anterior é menos brusca, é mais uma


questão de gosto do que de teoria. Acima de tudo, o reconhecimento de uma escultura
renascentista é feito procurando os motivos de fundo em que ela se inspira.
Os principais motivos são:

 Acentuado naturalismo, ou seja, a procura de verossimilhança;


 Um forte interesse pelo homem, pela forma de seu corpo, da sua expressão;
 Gosto marcado não só pelo conhecimento e técnica, como pela ostentação de
conhecimento;
 Aspiração pela monumentalidade;
 Esquemas compositivos, quer dizer formas globais, geometricamente simples.
A escultura, assim como a pintura, já não fazia parte do projeto arquitetônico como
ornamentação do edifício. Conquistaram autonomia e brilhavam pela sua própria
expressão.

A extrema importância que o Humanismo dava ao homem traduz-se em imagens em


que o próprio homem é representado com a maior “verdade” possível. Tal conceito
surge como continuação do interesse pela natureza. E, tal como na realidade
predominam as linhas curvas e sinuosas.

O maior de todos os escultores renascentista foi Michelangelo Buonarroti usando


esquemas geométricos para suas esculturas: Pietá, na Basílica de São Pedro; Davi, na
Academia de Belas Artes de Florença; Pietá de Rondanini, no Castelo Sforza em Milão.

Donato di Niccoló di Betto Bardi (1386-1466), conhecido como Donatello, seus


primeiros conhecimentos artísticos vieram do treinamento que recebeu numa oficina
de ourives. Trabalhou também, ainda na juventude, um curto período de tempo na
oficina do artista Lorenzo Ghiberti. Elaborou grandes esculturas e na cidade de Pádua
esculpiu uma estátua equestre, em mármore, de Erasmo da Narni, conhecido como
Gattamelata. Donatello usou como inspiração desta obra a estátua equestre de Marco
Aurélio, em Roma. Uma das suas esculturas mais conhecidas é “Davi”, feita em bronze
e encontra-se no Museu Nacional em Florença.
Andrea di Francesco di Cione (1435-1488), mais conhecido como Andrea del
Verrocchio foi filho de um oleiro, e durante sua infância a família sofreu com a pobreza.
Diz a tradição que foi treinado por um ourives chamado Giuliano Verrocchi, de quem
teria adotado o sobrenome. Em torno de 1460, começou a estudar pintura. Alguns anos
mais tarde, com a morte de Donatello, que era o favorito dos Médici, assumiu seu lugar
como protegido, e para eles produziu pinturas e esculturas, além de desenhos para
decorações, vestimentas e armaduras. Tornado conservador das coleções de
antiguidades da família, restaurou muitos bustos e estátuas romanas. Então sua fama
começou a se espalhar, abriu uma grande oficina que atraiu muitos discípulos, entre eles
Leonardo da Vinci e Perugino. Apesar de sua fama como pintor e de sua produção, que
se supõe ter sido significativa, hoje, quase nada pode ser atribuído a ele com certeza.
Dedicou-se com mais ênfase à escultura, mas também nesse campo suas obras
autenticadas, embora em maior número, são ainda poucas. Sua primeira grande
encomenda foi uma tumba para Pedro e João de Médici na antiga sacristia de São
Lourenço. Sua reputação como um dos grandes escultores de baixo-relevo do século XV
se estabeleceu com o Cenotáfio do Cardeal Niccolò Forteguerri para a Catedral de
Pistoia, sendo concluído somente após sua morte.
A Capela Sistina foi construída por ordem do Papa Sisto IV (retângulo de
40mx13m e 20m altura). E é na própria Capela que se faz o Conclave, reunião com os
cardeais após a morte do Papa para proceder a eleição do próximo. A lareira que produz
fumaça negra, indica que o Papa ainda não foi escolhido, a fumaça branca, que o Papa
acaba de ser escolhido, avisando o povo na Praça de São Pedro, no Vaticano.
Michelangelo dominou a escultura e o desenho do corpo humano maravilhosamente
bem, pois tendo dissecado cadáveres por muito tempo, assim como Leonardo da Vinci,
sabia exatamente a posição de cada músculo, cada tendão, cada veia.

Além de pintor, Leonardo da Vinci, foi grande inventor. Dentre as suas invenções estão:
“Parafuso Aéreo”, primitiva versão do helicóptero, a ponte levadiça, o escafandro, um
modelo de asa-delta, dentre outras.

Quando deparamos com o quadro da famosa Mona Lisa não conseguimos desgrudar os
olhos do seu olhar, parece que ele nos persegue. Por que acontece isso? Será que seus
olhos podem se mexer? Este quadro foi pintado, pelo famoso artista e inventor italiano
Leonardo da Vinci, e qual será o truque que ele usou para dar esse efeito? Quando se
pinta uma pessoa olhando para a frente (olhando diretamente para o espectador) tem-
se a impressão que o personagem do quadro fixa seu olhar em todos que o observam.
Isso acontece porque os quadros são lisos. Se olharmos para a Mona Lisa de um ou de
outro lado estaremos vendo-a sempre com os olhos e a ponta do nariz para a frente e
não poderemos ver o lado do seu rosto. Aí está o truque em qualquer ângulo que se
olhe a Mona Lisa a veremos sempre de frente.
Outra característica do quadro Mona Lisa, de Leonardo da Vinci é o uso da técnica do
Sfumato, que é usada para gerar suaves gradientes entre as tonalidades. A palavra vem
do italiano sfumare, que significa “de tom baixo” ou “evaporar como fumaça”. Nessa
pintura é difícil perceber as pinceladas e as variações de tons na passagem da luz para
sombra, amenizando os contornos dos seres e objetos. Em materiais de fricção como
grafite, pastel seco ou carvão, o sfumato pode ser realizado esfregando-se o dedo no
suporte pictórico, para que os riscos desapareçam e fique apenas o degradê. Outro
recurso é usar o esfuminho, um tipo de lápis com algodão na ponta, que substitui o dedo
a fim de evitar a interferência da oleosidade da pele.

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