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1.

Descrever, sumariamente, o contexto político, económico, social e cultural da Europa, de


1815 a 1905 (Espaço e Tempo);
Político - Após fim do Império Napoleónico, o Congresso de Viena (1814-1815) juntou as
potências europeias para distribuir os territórios devolvidos pelos franceses,
restaurar as estruturas políticas do Antigo Regime e reforçar a união das nações
contra os movimentos liberais e nacionalistas;
- Apesar do Congresso, houve uma continuação da implementação das doutrinas
do liberalismo (revoluções liberais) e do surgir de movimentos nacionalistas.
Económico
Social - Após Batalha de Waterloo (1815) a Europa foi sacudida por uma vaga de revoltas
socias, lideradas pela burguesia;
- Por um lado as revoluções liberais e industriais reforçaram o peso e poder da
burguesia, enquanto que por outro, levou à formação de uma vasta classe de
proletariado;
- Aumento da população urbana e do proletariado que trabalhavam longos
horários, com poucas condições de higiene e segurança e recebiam salários baixos;
- Organizados em sindicatos (operários fabris) vão lutar por melhores condições.
Cultural - As cidades tornam-se centros de divulgação técnico-científica e cultural.
- Centros de lazer e de diversão (passeios nas avenidas, parques, jardins; teatros,
ópera, cafés, cafés-concertos e cabarets;
- População mais confiante e otimista;
- Amantes da modernidade;
- Grandes progressos técnico-científicos, nomeadamente a máquina a vapor;
- Os progressos melhoraram a qualidade e a esperança de vida.

2. Compreender a Revolução Industrial como o grande motor do desenvolvimento da


sociedade do século XIX (Espaço e Tempo);
A invenção da máquina a vapor e a sua aplicação aos sistemas de produção traduziu-se na
acelerada transformação da economia e da sociedade, provocada pela Revolução Industrial.
Porém, a Revolução Industrial, o liberalismo e o capitalismo levaram à formação de uma vasta
classe de trabalhadores com salários baixos, longos períodos de trabalho e precárias condições de
vida, originando convulsões sociais e filosofias políticas (socialismo e comunismo) que defendiam
uma sociedade mais igualitária e justa.
3. Relacionar a expansão das vias férreas com o desenvolvimento económico, social e cultural
(Espaço e Tempo);
O fator que mais revolucionou a economia e a sociedade foi o desenvolvimento dos caminhos de
ferro, que se converteu no principal meio de transporte terrestre de pessoas e mercadorias,
facilitando a circulação de pessoas, sendo um agente de mudança da imagem dos campos e das
cidades, levando ao aumento da população urbana e constituindo um dos principais agentes de
modernização e intercâmbio económico e cultural.
4. Explicar a importância da gare no século XIX (Local);

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A nível do espaço:
- surge como um dos polos de dinamização urbana mais animado e, de certo modo, mais
importante do ponto de vista cultural; ser um ponto aglutinador de ideias, experiências e de
trocas, local onde se cruzam todo o tipo de pessoas, num permanente movimento e burburinho,
que se mistura com a fuligem e o fumo intensos libertados pelas máquinas.
A nível da simbologia:
- reflexo do progresso da humanidade, da invenção da capacidade do Homem;
- demonstração da tecnologia, da indústria, da modernidade, do triunfo da industrialização e
afirmação de uma sociedade urbana e liberal:
- aplicação dos mais recentes processos construtivos (estruturas metálicas) e novos materiais
produzidos industrialmente (o ferro e o vidro);
- destaque de uma nova classe de técnicos, os engenheiros; estes introduzem uma visão mais
pragmática e racional sobre as formas e processos de construção.
5. Relacionar a reação aos malefícios da industrialização com o movimento de “regresso à
Natureza” (Síntese 1);
Uma das consequências mais nefastas da Revolução Industrial foi o crescimento exagerado dos
aglomerados urbanos e o aparecimento de bairros operários sem condições mínimas de
habitualidade. Responsabilizando a industrialização e o capitalismo de todas as injustiças e males
da sociedade, vários setores mais esclarecidos da sociedade, da filosofia à arte, contestavam o
elevado preço a pagar por estas populações miseráveis em troca do tão enaltecido progresso
científico e tecnológico da civilização.
Como resposta possível a esta crise, regresso à Natureza desperta no seio do Romantismo,
estendendo-se ao longo do período de Oitocentos com contaminações diversas nas artes e na
cultura em geral. Os cientistas a preocuparem-se em sistematizar todo o conhecimento acerca do
meio natural, como também os intelectuais, filósofos e artistas a procurarem a Natureza como
refúgio para as suas reflexões e motivo de inspiração.
6. Explicar o aparecimento das novas doutrinas políticas e sociais no século XIX (Síntese 2);
As primeiras teses surgiram de doutrina política socialista cujo programa era reformar a sociedade
económica para corrigir as injustiças socais provocadas pelo capitalismo. Também como
caracterizado por socialismo utópico ou romântico, os seus mentores partem dos ideais iluministas
defendidos na Revolução Francesa e propõem através de medidas mais pacíficas, uma nova
sociedade idealizada, sem conflitos, injustiças e desigualdades sociais. Por outro lado, Karl Marx
faz uma violenta crítica ao capitalismo e defende uma mudança rápida, através da união dos
operários, num confronto violento de luta com a burguesia e imposição de uma nova sociedade,
ditadura do proletariado.
7. Reconhecer a importância do engenheiro Gustave Eiffel como um dos protagonistas da
Arquitetura do Ferro (Biografia);

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Gustave Eiffel foi o pioneiro na utilização do ferro em construções metálicas arrojadas,
valorizando não só as suas propriedades de resistência, elasticidade e leveza, como também as
qualidades estéticas das estruturas metálicas.
A sua obra mais emblemática seria a Torre Eiffel, construída para a Exposição Universal de Paris
de 1889, por ocasião do 1º Centenário da Revolução Francesa. Para além de se ter convertido
numa obra-prima da «arquitetura de ferro», a Torre Eiffel constitui o paradigma de uma das
mais originais e inovadoras expressões da cultura do século XIX, patente na leveza, na
transparência e na elegância das construções em ferro e vidro.
Decorrendo da Revolução Industrial e da revolução das vias-férreas, a obra de Eiffel representa
a modernidade triunfante através dos novos materiais, das novas tecnologias e dos novos
processos construtivos.
8. Relacionar a I Exposição Universal de Londres com a apologia da máquina, do ferro e das
novas tecnologias (Acontecimento);
As Exposições Universais eram promovidas periodicamente pelos países industrializados com o
objetivo de divulgar as mais recentes inovações e conquitas no âmbito científico, tecnológico,
cultural e artístico. Com isso, coube a Inglaterra dar início às Exposições afirmando o seu papel
pioneiro na Revolução Industrial.
O arquiteto Joseph criou um edifício que marcou uma nova era da arquitetura, num projeto
inovador pela construção de grandes estruturas metálicas em ferro e vidro. Era um edifício com
um espaço amplo coberto pelo vidro e ferro que adquire um caráter monumental, pela
demonstração do potencial e progresso tecnológico. Para além do principal uso do ferro e vidro,
uma das grandes invenções foi o uso de novos sistemas de pré-fabricação e de equalização de
elementos construtivos, fabricados em séries, que permitiam maior rapidez na construção e uma
franca economia de meios. O edifício foi considerado um grande sucesso, uma maravilha
arquitetónica e um triunfo da engenharia e da indústria, tendo recebido boa aceitação dada pelos
mais de 6 milhões de visitantes.
9. Caracterizar o Romantismo quanto à origem, objetivos e fontes de inspiração;
O Romantismo designa o sistema artístico e literário que, no início do século XIX, se desenvolveu
sobretudo na Alemanha, em Inglaterra e em França. É uma corrente estética que une os artistas
pela afirmação da liberdade individual e a rejeição da vida estéril a que a sociedade industrial e
burguesa imponha, levando à criação de universos imaginários, fantásticos e sublimes. Os artistas
abandonam os paradigmas do sistema clássico, tal como a racionalidade e procuraram a
originalidade, a imaginação e a exacerbação das sensações. As fontes de inspiração encontraram-
nas na Natureza, no passado medieval, nas culturas exóticas e nos grupos sociais marginais como
negros africanos e ciganos.
10. Reconhecer o revivalismo, o exotismo e o ecletismo da arquitetura Romântica;
A arquitetura romântica enquadra-se num contexto historicista, inspirando-se em períodos
históricos do passado, salientando-se o revivalismo, quer através do restauro de vários edifícios,
quer através da inspiração e da recriação do vocabulário arquitetónico de outras correntes
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passadas, como o gótico, barroco e medieval. O recurso a diversas fontes históricas viria, nalguns
casos, a traduzir-se num ecletismo arquitetónico através da mistura de vários estilos e tendências.
11. Caracterizar a nível técnico-formal e temático a pintura romântica;
A pintura foi a melhor expressão artística que refletiu os valores românticos correspondendo à
emancipação do artista em relação às convenções académicas, às normas estilísticas e às
exigências das encomendas.
Desenvolveu uma grande diversidade de temáticas:
- temas históricos, exaltando os acontecimentos e os heróis de um passado idealizado; - temas
mitológicos; - temas literários da Idade Média ou épicos da Antiguidade Clássica; - atualidade
político-social, por exemplo, as lutas nacionalistas de libertação dos povos; - temas populares,
festas, romarias e quotidiano pitoresco do povo; - paisagem e regresso à Natureza, tratados num
sentido nostálgico e sentimental.
Generalizando:
- tratamento da forma: realista, (podendo estar mais sintetizado apenas, com alguns pormenores
ou ter aspetos naturalistas), dado pela grande desmaterialização da forma (técnica de pinceladas
largas, fluidas e dinâmicas);
- tratamento da luz: luz difusa (maioritariamente), com intensos efeitos de claro-escuro,
acentuando o sentimentalismo dos ambientes;
- tratamento da cor: cor aplicada de modo expressivo, com fortes contrastes cromáticos;
- composição: movimentadas, estruturas dinâmicas, cenas agitadas, equilibradas
(maioritariamente);
- intencionalidade: captação o momento; expressar a força da Natureza (forma mais bruta,
agreste) e como refúgio (da zona urbana); afirmação da liberdade individual (lutas nacionalistas,
patriotismo) e expressão dos estados de espírito do artista.
12. Relacionar a pintura romântica com a exaltação do “eu” e da Emoção;
13. Identificar os aspetos mais importantes do romantismo em Portugal;
Em Portugal, o Romantismo privilegiou a aproximação ao rústico e ao pitoresco, e a assuntos
relacionados não só com o passado histórico, como também com os costumes e as tradições do
povo. Aspetos que se refletiram tanto no revivalismo arquitetónico, como numa pintura que
privilegiou a representação da Natureza, do mundo rural e das tradições populares.
14. Contextualizar política e socialmente o aparecimento do Realismo, na segunda metade do
século XIX;
O Realismo é a corrente artística antiacadémica surgida na França influenciada pelo progresso da
ciência e tecnologia, bem como pelos acontecimentos sociais e políticos que contagiaram os
artistas a adotar um gosto pelo imediato, pela observação e por uma pintura mais objetiva,
verdadeira e vinculada à realidade.

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15. Descrever as principais características temáticas, de intencionalidade e técnico-formais da
pintura Realista (Realismo Social e Naturalismo);
Os artistas vão inspirar-se no mundo contemporâneo, na realidade física e no contexto social,
desenvolvendo, principalmente duas tendências:
- realismo social: maior c
16. Compreender o impacto da fotografia na arte;
A invenção da fotografia foi determinante para afastar a pintura de todas as conceções
académicas sobre a composição e técnicas de representação da realidade. Por outro lado, abriu-
lhe novos caminhos e uma nova maneira de ver o mundo, estimulando um olhar casual capaz de
ver a realidade em fragmentos e de apreciar os gestos e movimentos espontâneos. Por seu lado, a
pintura influenciou a fotografia nas referências temáticas, na composição e no enquadramento da
imagem.
17. Evidenciar os fatores que influenciaram o surgir do Impressionismo;
Os fatores que determinaram esta conceção da pintura formam: - a cultura urbana de Paris
(espirito urbano vivido favoreceu a rutura dos cânones académicos e dos valores tradicionais
artísticos); - a fotografia (processo mecânico que representa exatamente a realidade, provocou
novos métodos de representação desse realismo na pintura); - o japonismo; - os conhecimentos
científicos sobre a luz e a cor; o Realismo (pintura ao ar livre, inspiração na Natureza, nos temas
quotidianos e na realidade objetiva); - o fabrico de tubos de tinta industrializados (facilitou o
transporte para os locais de trabalhos, ar livre, bem como a sua aplicação e utilização direta sobre
as telas.
18. Caracterizar o Impressionismo a nível temático e técnico-formalmente;
O Impressionismo foi condicionado pelo novo modo como os pintores se interessam pelo
momento fugaz, a captação do instante, pela expressão dos acontecimentos mundanos, e pela
agitação e intensidade da vida moderna. Para os impressionistas, a pintura deve resultar de uma
impressão, de um efeito visual provocado no observador.
Temática- vão inspirar-se nas paisagens e ambientes físicos diretamente captados ao ar livre, nos
ambientes urbanos, quotidiano tal como os momentos de ócio, de lazer, tempo livre e diversão.
Tratamento da Forma/Técnica – tratamento realista com tendência à simplificação dada pela
ausência de contorno e da desmaterialização da forma provocada pela técnica fugaz de captar o
momento através de pinceladas leves e traços rápidos em plein air (ao ar livre);
Tratamento da cor – Uso de paletas de cores vibrantes e suaves; aplicação e mistura das tintas
diretamente na tela logo não é visível um degradê da cor rigoroso;
Tratamento da Luz – luz maioritariamente difusa e não apresentam grandes contrastes claro-
escuro;
19. Enquadrar a escultura de Rodin numa estética impressionista;

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O escultor Auguste Rodin nascido em Paris foi contemporâneo dos impressionistas sendo
considerado o pai da escultura moderna. Rodin aproximou a escultura da plástica impressionista
através da espontaneidade do modelado, da expressividade das formas, do movimento e da
energia transportada para a matéria. Estudou obras da arte Antiga e admirava Miguel Ângelo pela
característica de energia que emanava nas suas esculturas, com isso, Rodin inspira-se nele
deixando as suas obras de forma inacabada e emergentes na pedra. Ele rompe com os valores
académicos da época e prioriza a verdade humana e observação pela criação das personagens a
partir de modelos de amigos e conhecido diretamente do natural, o tratamento era realista
explícito
20. Compreender o Neoimpressionismo como uma continuidade e reação ao Impressionismo;
O Neoimpressionismo constituiu tanto uma sequência do Impressionismo, como uma reação
contra ele. Por um lado, foi uma continuidade, pois favoreceu a pintura en plein air, os temas da
vida quotidiana e uma palete de cores claras. Por outro lado, acabou por se lhe opor, pois
substituiu a técnica intuitiva da justaposição de tons sobre a paleta, pelo método da divisão de cor
baseado em estudos científicos da relação entre a cor e luz.
21. Identificar as principais inovações do neoimpressionismo;
A pintura ótica de Seurat consistia na aplicação de pequenos pontos de tons complementares
juntos uns aos outros, a designada técnica do pontilhismo.
22. Reconhecer o Palácio da Pena como o ponto alto da arquitetura romântica portuguesa,
evidenciando a intencionalidade do encomendador e as suas principais características
técnico-formais;
O Palácio da Pena situado na vila de Sintra, constitui o paradigma da arquitetura romântica em
Portugal sendo o expoente máximo do Romantismo nacional, tendo recebido uma intervenção
subordinada ao mais forte sentido revivalista e historicista da época.
O jovem príncipe, amante da arte e da natureza, tencionava construir uma residência de verão no
mais refinado gosto romântico e presentear D. Maria com aposentos dignos. Para além disso,
representa uma espécie de projeto político totalmente financiado por D. Fernando II, que através
do palácio privado promove a história de Portugal e suas diferentes influências e contactos com
outros povos.
Este objeto arquitetónico é eclético dado que reúne diversos estilos antigos de distintas épocas
nomeadamente o gótico, manuelino, mourisco e o fascínio pelo exótico árabe e indiano. Estas
inspirações refletem-se nos elementos arquitetónicos e decorativos tal como as cúpulas árabes,
arcos mouriscos, muralhas envolventes medievais e uma inclusão de outros elementos que
remetem para monumentos significativos da história de Portugal
A obra é constituída por 2 edifícios, o mosteiro e o palácio que foram unificados e transformados
exteriormente com a mesma forma arquitetónica que se divide em 4 espaços, muralha, antigo
convento, pátio dos arcos e palácio. O palácio foi construído no topo de penhascos da serra de
Sintra, dominado ao seu redor pela natureza, com uma paisagem fascinante dada pelo contributo
de D. Fernando ao trazer várias espécies de arvoredos de todo o mundo, enriquecendo o parque.
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23. - Explicar a importância do trabalho fotográfico de Lewis Hine.
A partir de 1904 Lewis Hine de um modo naturalista os movimentos de imigrantes em Ellis Island,
o maior local de entrada nos EUA.

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