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1.

Descrever, sumariamente, o contexto político, económico, social, religioso e cultural da


Europa, de 1715 a 1815. (Espaço e Tempo);
Sociedad - organizada hierarquizada em 3º Estados ou Ordens;
e - a minoria (1º e 2º estados) eram os privilegiados.

Política - regime absolutista (rei concentra os 3 poderes: legislativo, judicial e executivo) de


origem divina;

Economia - desenvolvimento das manufaturas (conceder monopólios);


- desenvolvimento do comércio;
- implementado o mercantilismo (aumento do valor das exportações e diminuição
das importações resultando num saldo positivo).

Culturais - embate entre uma visão/mentalidade religiosa e outra mais racional e cientifica;
Religiosos - implementação da contrarreforma (a Igreja vai utilizar a arte para cativar os fiéis);
- Guerra dos 30 anos (luta entre católicos e protestantes).

2. Caracterizar a vida da corte no Palácio de Versalhes. (Espaço e Tempo);


Toda a corte girava em torno do rei desde os atos quotidianos – levantar-se, deitar-se, vestir-se,
passeio – tudo eram tarefas executadas com recurso ao serviço dos nobres que disputavam entre
si a honra de ajudar o rei;
- valorização das regras de etiqueta – comportamentos, gestos, atitudes perfeitamente codificados
pelo rei a fim de gerar um quotidiano perfeitamente ordenado;
- corte vigiada e entretida com infindáveis festas, apresentações e bailes.
3. Evidenciar os palcos privilegiados para a manifestação do espírito barroco. (Local);
A sociedade cortesã de Seiscentos teve na corte, na igreja e na academia os palcos privilegiados
para o desempenho do seu “espetáculo”.
Corte se converteu no grande palco da representação do poder do rei;
Igreja recorreu às expressões artísticas e aos grandes feitos cenográficos para afirmar o
trinfo do catolicismo face à Reforma protestante;
promoveu imagens religiosas de grande impacto emocional para a difusão das
ideias.
Academi um grande impulso por parte de Luís XIV, símbolo de conhecimento;
a estilo oficial fundado na tradição greco-romana;
os ideais de ordem, harmonia e proporção que caracterizavam o Classicismo
serviam, na perfeição, não só como cenários de toda a representação do poder,
como também à ostentação do prestígio, da grandeza e da soberania das
monarquias absolutistas.

4. Relacionar a promoção do misticismo e do cerimonial religioso com o espírito da


Contrarreforma. (Síntese 1);
Numa reação às críticas da Reforma protestante, a Igreja Católica determinou, através do Concílio
de Trento, a manutenção das práticas religiosas coletivas (festas, procissões, peregrinações, rituais
e culto das relíquias), o reforço da comunhão dos santos e o fortalecimento do papel da religião
católica.
5. Compreender a dicotomia existente no século XVII entre o fervor místico e o pensamento
científico, racional e pragmático. (Síntese 2);
O século XVII assistiu ao nascimento da ciência moderna, experimental e quantitativa. Os
processos foram possíveis devido à transformação dos métodos científicos e ao contributo de
cientistas que estabeleceram as bases da ciência moderna.
Enquanto Descartes foi o fundador do espírito científico moderno, a Newton ficámos a dever a
enunciação das leis da gravitação universal e as bases do iluminismo do século XI«VIII, segundo o
qual o conhecimento do mundo devia resultar da observação cientifica, da explicação empírica e
da demonstração através da experimentação.
6. Referir as medidas tomadas por Luís XIV que tornaram o seu poder incontestável.
(Biografia);
O monarca tomou uma séria de medidas que visaram fazer da figura do rei uma questão
incontestável:
I. Limitou os poderes da aristocracia;
II. Suprimiu as atribuições do Parlamento;
III. Transferiu a corte para Versalhes, aí construindo um palácio à medida da magnificência que
pretendia sublimar;
IV. E construiu uma série de palácios e jardins anexos, numa clara manifestação do poder e da
soberania que exercia sobre todos os seus súbditos.

7. Explicar o significado do Tratado de Utrecht- 1713. (Acontecimento);


O tratado de Utrecht foi um acordo internacional que pôs fim à Guerra da Sucessão de Espanha
(1702-1713), na qual estiveram envolvidas várias potências europeias.
Este conflitou disputou-se pelo direito de sucessão da coroa espanhola após a morte de Carlos II.
Este foi o último monarca da Casa de Áustria sem deixar descendentes em que, precisamente,
para herdeiro foi nomeado Filipe de Anjou, neto de Luís XIV para rei de Espanha.
A nomeação provocou a reação de várias potências europeias formando assim a Grande Aliança
liderada pela Inglaterra com o motivo de impedir a união entre as duas potências, França e
Espanha, através da sucessão de Carlos II.
Após várias batalhas em que a França perde muitas, a potência está exausta a vários níveis na qual
vence a batalha de Denain e aproveita para negociar a paz, segundo os termos de Luís XIV. No
entanto, não foram aceites os termos e em 1713, assinado o Tratado de Utrecht com a proibição
da união dos tronos franceses e espanhóis, e o ceder por parte da Espanha territórios europeus e
por parte da França territórios nas colónias assim pondo fim à Guerra. Revela a decadência da
França e o fim da hegemonia (superioridade/domínio) francesa na Europa.
8. Explicar a origem e definição do termo Barroco;
Inicialmente a palavra “barroco” era utilizada com significado negativo com referência às “pérolas
deformadas e irregulares” num livro. Bem mais tarde, o termo perdeu aquele significado negativo
passando a descrever uma expressão artística desenvolvida sobretudo durante o período de
Seiscentos.
Apesar de recorrer à linguagem e ao vocabulário do Classicismo, trata-se de um estilo em que as
suas ideias fundamentais são: complexidade, emoção, contraste, exagero e teatralidade.
Abandona os princípios de beleza, harmonia, simplicidade e proporção do Renascimento e por
outro lado interessa-se pelo dinamismo, pelo movimento e emoção, conceitos que representavam
melhor o pensamento cientifico e filosófico emergente.
9. Relacionar a reforma urbanística de Sisto V, em Roma, com o espírito da Contrarreforma e
do Barroco;
O estilo artístico Barroco teve origem em Roma no início do século XVII, na capital da cristandade,
a sede dos católicos, local onde reside o papa. Surge associado ao movimento da Contrarreforma
referindo-se a expressões artísticas dinâmicas e complexas e procurando o impacto emocional.
Afirma-se como uma arte fundada na retórica das imagens, dirigida à persuasão das ideias e ao
estímulo dos sentidos.
O papa Sisto V promoveu uma reforma urbanística moderna na qual mandou abrir amplas praças
que se tornaram em animados lugares de festas, mercados e acontecimentos, enriquecidas estas
praças por esculturas e fontes com jogos de água. Toda a cidade foi redesenhada a fim de ligar os
principais lugares religiosos à Basílica de São Pedro, reativando a pureza do cristianismo inicial e
criando uma rede viária ampla que funcionava como rota de peregrinação entre os lugares.
10. Integrar a Praça de S. Pedro na reforma urbanística;
Tal como a abertura de praças pela cidade de Roma, a Praça de São Pedro foi uma obra de Bernini
diante o tempo mais emblemático da cristandade, a Basílica de São Pedro. Formalmente, Bernini
projetou uma área de forma elítica e de configuração simétrica, suficientemente ampla de modo a
receber as multidões de fiéis que ali se deslocavam para as grandes cerimónias religiosas.
Concebeu um espaço trapezoidal com cerca de dois grupos de colunatas formando uma enorme
oval representando o seu simbolismo como braços maternais da Igreja, abraçando, colhendo os
fiéis reforçando a sua fé. Relativamente à rota de peregrinação católica, a Praça de São Pedro era o
ponto final de toda a peregrinação.
11. Caracterizar a arquitetura barroca: continuidade e/ou rutura?;
Existe uma continuidade da estética renascentista pela linguagem e vocabulário de elementos
arquitetónicos clássicos como colunas, pilastras, arcos e abóbadas e diversidade de elementos
decorativos tais como cornijas, capitéis, frontões, friso, entablamento.
Existe também uma rutura relativamente à fachada pela decoração abundante (medalhões,
escudos, nichos), utilizadas formas onduladas com ângulos côncavos e convexos em composições
complexas valorizando o movimento e dinamismo. Os valores plásticos da arquitetura barroca
caracterizam-se pelo dinamismo e pelo desvio em relação às normas clássicas. Abandona a
simplicidade, a harmonia e o equilíbrio, para investir na complexidade, no irregular e na
pluralidade de efeitos. É desta grande variedade de recursos ilusionistas que resultam espaços
interiores complexos, cenográficos e envolventes, estimulando os sentidos e as emoções e
convidando à contemplação e ao êxtase.
12. Explicar de que forma a escultura foi a expressão artística que melhor concretizou o
programa estético do Barroco;
O Barroco teve na escultura a melhor concretização do seu programa estético. Além de registrar
um desenvolvimento enorme, quer na participação decorativa na arquitetura, quer como
expressão autónoma.
Noções Gerais:
 Tipologias e Temáticas: composições e grupos escultóricos; monumentos comemorativos,
mitológicos e alegóricos; temas religiosos como a vida dos santos, sagrada família; ect.
 Tratamento da Forma: grande capacidade e virtuosismo técnico na captação naturalista;
domínio técnico na representação da anatomia e dos panejamentos realistas agitados; não
há representação do nu integral.
 Expressividade / Movimento: acentuação do impacto das expressões de dor, emoções e
êxtase tanto a nível facial como a nível gestual pela captação do movimento, do esforço,
das ações dinâmicas e dos gestos agitados causando um dramatismo da ação.
Simultaneamente a luz desempenha um papel plástico pelos contrastes de luz e sombra
contribuindo a acentuar o pathos e a elevada expressividade.
 Composição: complexas e desequilibradas assentes em eixos diagonais, linhas serpenteadas
e formas abertas causando dinamismo.
 Temáticas: religiosa fundamentalmente pela Igreja Católica no contexto da Contrarreforma;
alegórica, com fins tanto religiosos como profanos; mitológica, carregada de conteúdos
simbólicos ao serviço do poder político.
Para além da vertente decorativa enquanto complemento da arquitetura, a escultura assumiu um
papel didático e propagandístico, enquadrando-se na retórica das imagens e no estímulo dos
sentidos.
13. Identificar as principais características da pintura barroca (mural e tela);
A pintura no Barroco enquadrou-se no vasto programa cultural artístico pela Contrarreforma da
Igreja Católica, tendo como objetivo a sedução pelos sentidos, a persuasão das ideias e a criação
de ambientes espetaculares capazes de deslumbrar e fascinar os crentes.
Noções gerais:
 Tipologias: pintura sobre tela ou madeira; pintura a fresco em tetos e paredes.
 Temáticas: religiosas; mitológicas; paisagens; retratos; cenas do quotidiano.
 Aspetos técnicos e expressivos: tratamento da forma realista naturalista; criação de efeitos
ilusionistas; uso da perspetiva tridimensional pelos elementos arquitetónicos, gradação de
cor criando a volumetria e uso das técnicas soto in sù (vistas de baixo para cima) e trompe-l
´oeil (escurecimento do fundo) dando a sensação de profundidade.
 Aspetos plásticos: protagonismo da luz; composições exuberantes, plenas de energia e
ação; contrastes cromáticos, tensões internas e formas vigorosas e sinuosas; colorido
vibrante.
14. Destacar a importância e a originalidade de Caravaggio no contexto da pintura barroca;
Caravaggio foi o pintor mais representativo do Barroco romano pela sua pintura inovadora de
representar as personagens sagradas retratadas com gente vulgar num intenso realismo do seu
quotidiano. Desta forma as suas composições são naturalistas inspiradas no quotidiano para o
tratamento de cenas religiosas, de costumes e mitológicas. Os assuntos são tratados em
atmosferas densas com uma intensidade dramática, expressiva e intensa espiritualidade.
Caravaggio é mais caracterizado pelo tenebrismo, o escurecer o fundo dando protagonismo ás
figuras com um tratamento da luz violenta com o foco na diagonal nas figuras proporcionando
contrastes intensos causando a dramatização e teatralidade nas obras.
15. Explicar o estilo barroco classicista ou classicismo barroco na França de Luís XIV
(arquitetura, pintura e escultura);
Por oposição à extravagância do Barroco italiano, a linguagem arquitetónica utilizada é
deliberadamente clássica, sóbria e racional. No entendimento do Rei-Sol, os ideais de ordem,
harmonia e proporção veiculados pelo Classicismo serviam melhor na ostentação do prestígio, da
grandeza e da soberania das monarquias absolutistas. Fundado por Luís XIV, a Academia Real de
Pintura e Escultura constituiu a grande autoridade para a instituição dos padrões estéticos e dos
valores artísticos, neste caso, fortemente ancorados no Classicismo e na Antiguidade greco-
romana.
16. Relacionar a construção de Versalhes com a materialização do poder absoluto de Luís XIV;
Na França de Luís XIV, o Palácio de Versalhes constituiu o símbolo triunfal do absolutismo.
17. Explicar como o conceito de “obra de arte total” se aplica a Versalhes;
O programa artístico desenvolvido no Palácio de Versalhes materializou o conceito de “obra de
arte total” do Barroco, fazendo com que todas as expressões artísticas se fundissem num mesmo
discurso estético, plástico e conceptual, numa mesma retórica dos sentidos.
18. Destacar as características fundamentais do barroco na Europa Central e nos Países
Nórdicos;
Nos Países Baixos, refletindo um período de domínio económico e financeiro, emergiu uma
sociedade rica e uma intensa atividade artística e cultural. Enquanto na Holanda, de orientação
protestante, se desenvolveu uma pintura naturalista, explorando cenas de costumes, ambientes
interiores e o retrato, onde se destacou Rembrandt. Na Flandres, fiel à fé católica, distinguiu-se
Rubens com uma pintura que se enquadrou nos valores da ideologia triunfante e propagandística
dos reis católicos e da Igreja.
19. Reconhecer a especificidade técnico-formal dos pintores flamengos (Rubens) e holandeses
(Vermeer e Rembrandt);
Rembrandt teve grande sucesso como retratista tendo executado ao longo da sua vida uma
quantidade de autorretratos apesar de receber uma grande quantidade de encomendas sobre
diversos assuntos: paisagens, cenas de género e religiosas ou mitológicas. Interessado pela
sociedade do seu tempo, as suas pinturas um caráter da sociedade através da reflexão do ser
humano. Desenvolveu um notável virtuosismo técnico na manipulação da luz, do claro-escuro e da
cor em tonalidades suaves criando atmosferas densas e de uma profundidade psicológica imensa.
O trabalho de Vermeer consistiu em típicos interiores de casas holandesas, com figuras isoladas
ocupadas em tarefas quotidianas. A tranquilidade e o equilíbrio dos seus quadros devem-se ao
tratamento da luz simultaneamente natural, suave, quente e doce que inunda o espaço de uma
serenidade absorvente devido.
20. Caracterizar o barroco espanhol, destacando a pintura de Velásquez;
21. Descrever as características do Barroco português na arquitetura, escultura e pintura;
Em Portugal, o Barroco teve em D. João V o seu grande mentor. Beneficiando de uma situação
económica favorável devido às minas de ouro provenientes do Brasil, o monarca desencadeou
uma política de apoio às artes, às ciências e as às letras, e de concretização de obras grandiosas
como o Real Edifício de Mafra.
22. Salientar as principais características das técnicas que constituem a originalidade do
Barroco português: o azulejo e a talha dourada;
23. Explicitar a aplicação do conceito de “obra de arte total” à obra de Molière e Lully, Le
Bourgeois Gentilhomme;
24. Caracterizar a comédie-ballet através da peça Le Bourgeois Gentilhomme”;
Encomendada por Luís XIV a Molière, a peça Le Bourgeois Gentilhomme é uma comédia-ballet que
associa teatro, música e dança numa fusão de artes. Pretendendo ser uma comédia de atualidade
e uma sátira contra os vícios da sociedade da época, La Cérémonie Turque é uma cena onde, a
pedido do rei, Molière ridiculariza a civilização turca.
25. Descrever o contexto político, económico e cultural do reinado de D. João V;
26. Indicar as características técnicas e formais do Real Edifício de Mafra.
O Real Edifício de Mafra está tradicionalmente relacionado a um cumprimento de um voto de D.
João, que pretendia um sucessor ao trono.

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