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Módulo 6 – A Cultura do Palco

1.Caracteriza o século XVII nos seus aspetos económicos, sociais, políticos e religiosos.

- Aspetos económicos: economia essencialmente agrícola; desenvolvimento do capitalismo comercial


devido ao comércio colonial; frequentes crises agrícolas no decorrer do século XVII; aplicação do
mercantilismo, uma política económica protecionista que pretendia aumentar a riqueza de um país
através do aumento das exportações e da diminuição das importações;

- Aspetos sociais: sociedade de ordens ou seja, uma sociedade assente no princípio da desigualdade
social através do nascimento e do estatuto jurídico; regista-se o predomínio social do clero e da
nobreza e a ascensão económica da burguesia;

- Aspetos políticos: época de centralização do poder real, justificado pela origem divina do poder real,
o que levou à criação de um aparelho administrativo centralizado;

- Aspetos religiosos: época conturbado a nível religioso com disputas e lutas entre protestantes e
católicos, depois de, no século XVI, se ter iniciado a Reforma Protestante e, como reação, a Igreja
Católica ter procedido à Contrarreforma.

2. Descreve os reflexos do absolutismo régio na arte.

A arte surge como elemento de propaganda, quer nas reformas nas capitais, quer na construção de
enormes palácios, com sumptuosos jardins, pinturas, esculturas, espelhos, móveis e tapeçarias, onde
se realizam luxuosas festas (teatro, música e dança). A centralização do poder real vai permitir,
portanto, um incremento das artes.

3. Em que consistiu a Guerra dos 30 anos?

A Guerra dos Trinta Anos (1618-1648) é a denominação genérica de uma série de guerras que diversas
nações europeias travaram entre si a partir de 1618, especialmente na Alemanha, por motivos
variados: rivalidades religiosas, dinásticas, territoriais e comerciais. As rivalidades entre católicos e
protestantes gradualmente se transformaram numa luta europeia. O conflito foi basicamente entre o
Sacro Império Romano-Germânico, católico e dominado pela casa de Habsburgo, e um vasto conjunto
de cidades e principados alemães protestantes, apoiados primeiro pelas principais potências
anticatólicas, a Suécia e os Países Baixos, e depois também pela França católica, em mais um capítulo
das antigas rivalidades entre os franceses e os Habsburgos.

4. Descreve as consequências das guerras religiosas na arte.

As lutas religiosas tiveram repercussão na arte: enquanto que os católicos utilizaram as imagens
religiosas (martírios e êxtases de santos) e construíram inúmeras igrejas, os protestantes proibiram a
idolatria e vão limitar-se a representar retratos, paisagens e cenas do quotidiano.

5. Justifica a relação que se pode estabelecer entre a Idade Média e o Barroco quanto à finalidade
da produção arquitetónica.

Tal como na Idade Média, também no século XVII a arte barroca vai ser utilizada pela Igreja, após o
movimento da Contrarreforma como um veículo de mensagem ideológica, através dos estímulos à
emoção e ao sentimento. Daí a utilização da imagem plástica, quer visual quer auditiva, como meios
de propaganda e de doutrinação católicos.
6. Quando foi, porque ocorreu e que países envolveu a Guerra de Sucessão de Espanha?

A Guerra de Sucessão de Espanha desenrolou-se entre 1702 e 1714 após a morte de Carlos II, sem ter
descendentes diretos. Disputou-se entre Filipe, duque de Anjou (neto de Luís XIV), apoiado pela França
e pela Baviera, e José Fernando da Baviera (neto de Leopoldo I, arquiduque da Áustria), com o apoio
de, por exemplo, Inglaterra e Portugal.

7. Quais as decisões mais importantes do tratado de Utreque?

Repartição de territórios: - Filipe V: fica na posse do reino de Espanha e das colónias espanholas na
América - Áustria: Países Baixos Espanhóis, Nápoles, Milão e Sardenha - Inglaterra: Gibraltar e Minorca
(Espanha); territórios coloniais na América do Norte (França)

8. Descreve as consequências para a França e para os países envolvidos.

A França vê terminada a sua tentativa de hegemonia na Europa, enquanto a Inglaterra vê reforçada a


sua posição na América do Norte.

9. Caracteriza a atuação de Luís XIV.

• defensor do absolutismo régio, afirma-se “rei-sol” e identifica-se cm o Estado

• limita os poderes da burguesia, do Parlamento e do clero

• transfere a corte para Versalhes, onde constrói um palácio magnificente como forma de demonstrar o
seu poder e onde a vida girava à sua volta

• nomeou Colbert como ministro das finanças, cuja política mercantilista permitiu enriquecer o Estado
(rei) francês e, portanto, proceder à sua política de ostentação

10. Partindo do exemplo de Versalhes, descreve a vida nas cortes europeias deste período,
integrando-a no contexto sociopolítico.

• O rei atraia à corte inúmeros funcionários e conselheiros da nobreza tradicional, seduzidos pela
expectativa de uma mercê ou favor real

• desta forma, o rei controlava e disciplinava a nobreza, que se digladiava entre ela por um favor real

• O código de comportamento e de etiquetas, às quais a nobreza tinha de obedecer, permitia a total


subordinação desse grupo à vontade real, fazendo com que dependesse inteiramente dos seus favores
• A nobreza distraía-se com uma vertigem de festas, bailes, cerimónias, caçadas, jogos, representações
teatrais, torneios, sessões de leitura

• A corte era o palco onde o rei é a personagem principal e os nobres meros figurantes • Objetivo: exibir
e exaltar o poder real, de forma a subordinar a corte ao esplendor real

• Palácio e jardins como autênticos palcos • Espetáculos organizados de forma espetacular, nos quais
muitas vezes a própria corte e o rei participavam.

11. Integra a “La cérémonie turque”, em “Le Bourgeois Gentilhomme” (1670) nas festividades
realizadas na corte de Luís XIV.

O gosto da corte absolutista de Versalhes pela encenação do poder e pelo artifício, por espetáculos
que associavam a representação à dança ou pelo «ballet de cour» levou ao desenvolvimento do teatro
e ao aparecimento, desenvolvimento e difusão da ópera. Grandes festas da corte (exemplos):

• as festas são manifestações da grandeza do anfitrião;


• a magnificência da corte absolutista materializava uma encenação aparatosa, que buscava a pompa e
o artifício; • em Versalhes, eram frequentes as representações de textos dançáveis, ou «ballet de cour»,
em que a ação dançada era construída sobre um poema e executada pela própria corte. Gosto pelo
espetáculo encenado (exemplos):

• edificação do Palais Royal, o primeiro teatro francês construído em espaço fechado, e surgimento da
ópera de Versalhes; • Luís XIV e a sua corte cultivaram o gosto por espetáculos que fundiam a
representação e a dança, como a comédia-ballet, de Jean-Baptiste Lully e Molière: Le Bourgeois
Gentilhomme;

• “Le Bourgeois Gentilhomme”, com texto de Molière e música de Lully, é uma sátira social às
pretensões de grandeza dos novos ricos, que desejam aparentar o que não são (grupo personificado
pelo protagonista, Monsieur Jordain), associando o teatro, a música e a dança. Durante a Cerimónia
Turca, no IV Ato, Cléonte, o pretendente à mão de sua filha Lucille, disfarçado de turco (filho do Grande
Turco), numa cerimónia burlesca cheia de movimento, cor e exotismo, vê Monsieur Jourdin aceitar o
seu casamento com a sua filha.

• desenvolvimento do estudo das condições técnicas e acústicas;

• maior complexidade dos cenários.

12. Demonstra que a igreja era um palco ao serviço da religião e da Igreja.

A igreja como espaço físico foi utilizado como um palco pela Igreja como instituição na sua luta contra
o protestantismo (Contrarreforma) e como local de doutrinação e de sedução dos crentes, onde todos
os sentidos serão exacerbados de forma a intensificar a fé.

13. Descreve o papel desempenhado pelas academias na vida cultural da época.

As academias proporcionaram em França um estilo onde eram impostos a ordem, a unidade, a


harmonia e o gosto pela grandeza da Antiguidade Clássica. Foram utilizadas por Luís XIV como forma
de impor aos artistas a obediência ao gosto real, ou seja, ao estilo oficial. Daí a permanência do
Classicismo em França, aliado à adoção da linguagem decorativa do Barroco.

14. Justifica o termo “revolução científica” aplicado ao século XVII.

Devido ao aparecimento do método científico no século XVII, várias áreas do conhecimento


conheceram um grande desenvolvimento, com o aparecimento de importantes descobertas: Galileu e
a comprovação da teoria heliocêntrica, a lei da gravidade de Newton, a descoberta da circulação
sanguínea por Harvey, Lavoisier e a química moderna, etc. O século XVII foi, portanto, um período de
transição entre as formas tradicionais de vivência religiosa e o novo mundo emergente de uma
sociedade secularizada e pragmática, decorrente da Revolução Científica.

15. Descreve o objetivo, a função e as características da arte barroca, distinguindo-a da arte


renascentista.

A função da arte barroca é fascinar pelos sentidos e servir de veículo de uma mensagem ideológica.
Destina-se, portanto, ao grande público, e tem como principal objetivo estimular as emoções. Por isso,
opõe-se à arte renascentista porque tem como principais características o movimento curvilíneo, real
ou aparente, a assimetria, o jogo ostenta tório entre luz e sombra, a busca do infinito e a procura do
teatral e do fantástico.

16. Relaciona a Contrarreforma com o aparecimento da arte barroca.


Devido ao movimento da Reforma protestante, iniciado por Lutero após a afixação das 95 Teses contra
a indulgências, vai fazer surgir o movimento da Contrarreforma, como meio de lutar contra a expansão
do protestantismo. Daí que a arte passe a ser encarada como veículo de doutrinação, através do apelo
às emoções e aos sentidos.

17. Descreve o urbanismo implementado no século XVII na cidade de Roma.

O Papa Sisto V promoveu a reforma urbanística de Roma de forma a resolver problemas urbanísticos
da cidade e a ligar os principais lugares religiosos à Basílica de S. Pedro, permitindo a inauguração do
urbanismo moderno. Na remodelação da cidade, são construídas amplas artérias, abertas praças,
onde se destaca a igreja como símbolo da comunidade, e são colocados obeliscos, esculturas e fontes
com jogos de água. Roma torna-se uma cidade-espetáculo, símbolo do poder papal, com dinamismo,
esplendor e extensão.

18. Indica os elementos da arquitetura renascentista que permanecem na arquitetura barroca.

Permanecem: as ordens clássico-renascentistas (jónica, dórica, coríntia, compósita e colossal, às quais


é acrescentada a coluna torsa), a gramática formal (as colunas, os entablamentos e os frontões
quebrados com cartelas e duplos) e as regras construtivas (proporções “à medida do Homem”).

19. Demonstra de que forma a arquitetura barroca corresponde a uma nova linguagem
decorativa.

• Fim da astaticidade e da simetria; busca da fantasia e do movimento

• antítese espaço interior / espaço exterior

• Aliança com pintura, escultura, jardinagem, jogos de água • Efeitos perspéticos e ilusórios através da
decoração (linhas estruturais divergentes para dar maior amplitude, jogos de claro-escuro e massas
salientes e reentrantes), nomeadamente nos tetos e nas cúpulas

• Elementos construtivos meramente decorativos: movimento ascensional das fachadas, através das
colunas torsas, helicoidais, duplas ou triplas e dos frontões centrais

• Paredes ondulantes: côncavas e/ou convexas, permitindo um efeito de surpresa e efeitos luminosos;
cobertura interior feita de estuques, pintura ou retábulos em talha dourada; Ilusão de espaço maior,
pela ligação parede/teto

• Porta principal: acumulação de ornamentação para transmitir numa ilusão de verticalidade; a torre
sineira como elemento independente, que reforça a verticalidade

• Decoração interior: exuberância decorativa pela utilização de mármores policromados, esculturas,


retábulos, telas, órgãos e pinturas a fresco com a utilização da técnica de Trompel’oeil ; os janelões,
janelas e cúpulas com lanternim permitiam a entrada de luz celestial, ascendendo ao infinito, na
procura de Deus

20. Descreve os outros elementos formais da arquitetura barroca (planta, fachada, cobertura).

• Plantas retangulares (nave central alonga-se + naves laterais reduzidas a capelas abertas para o
espaço central), elíptico-transversais e elíptico-longitudinais

• Coberturas: abóbadas com contrafortes exteriores (com volutas); cúpula colossal ( céu) prolonga
harmoniosamente as paredes

• Fachadas: esquema renascentista e maneirista (corpo central rematado por grande frontão+
verticalidade); fachada com dois andares sobrepostos, com formas onduladas + irregularidade bizarra
21. Identifica alguns dos mais importantes arquitetos italianos da época.

• Giacomo della Porta (1533-1602) e Vignola (1507-73) – maneirismo e Contrarreforma

• Carlo Maderno (1576-1636) – Primeiro arquiteto barroco

• Gian-Lorenzo Bernini (1598-1680) – Igreja de S. André do Quirinal

• Francesco Borromini (1599-1667) – Igreja de S. Carlos das Quatro Fontes

• Baltazar Longhena (1598-1682) – Igreja de S. Maria da Saúde (1631, Veneza)

22. Relaciona a arquitetura civil com a tentativa de afirmação do poder político e social.

A construção de palácios nas cidades e de villas por parte de reis, nobres e burgueses, foi expressão do
poder absoluto por parte dos reis, da importância social e política da nobreza e do poder económico
da burguesia.

23. Descreve os elementos formais que caracterizam os palácios e as villas.

• Palácios:

◊ Integrados na paisagem e no espaço envolvente (jardins)

◊ planta em U ou duplo U ◊ Fachada: pilastras colossais, corpo central e portal com maior decoração,
frontarias em U ou em formas onduladas (esquema côncavo)

◊ Interiores: 1º andar (pinao nobile): sala de festas ao centro; galerias e escadarias a ligar os andares
(dois lanços simétricos)

• Villas:

◊ Diálogo com a natureza: jardins arquiteturais (escadarias, terraços, estátuas) e utilização de artifícios
cenográficos (bosques, grutas artificiais, pavilhões, labirintos)

◊ O “jardim à francesa”: conceção arquitetónica geométrica; a partir de um eixo central, subdividia-se


o jardim simetricamente em linhas transversais e radiais

24. Apresenta os aspetos da escultura barroca que a tornaram a forma de arte mais difundida da
época.

A escultura foi a arte mais praticada e difundida neste período porque foi associada à arquitetura e à
pintura, colocada isoladamente em praças e jardins ou sobre os mais variados objetos. As razões
devem-se à sua adaptabilidade a interiores e exteriores e às suas capacidades plásticas: a modelação
de volumes (realismo tridimensional), a dialética de contrastes (luz/sombra), o movimento e
expressividade, a cenografia das composições.

25. Descreve a função simbólica da escultura barroca, dos relevos e das esculturas de vulto
redondo, religiosas ou laicas.

A escultura foi utilizada pela Igreja na transmissão da fé e dos dogmas e no reforço da mensagem
espiritual, pelos Reis na manifestação pública do seu poder e na divulgação da ordem ideológica que o
fundamenta, e pelas famílias ricas como manifestação do seu individualismo e gosto pelo quotidiano.

26. Refere os aspetos da expressão técnico-formal que caracterizam a escultura barroca.

• preferência por grupos escultóricos (rutura do bloco único);


• procura do efeito cenográfico na composição (teatralidade dos gestos e dos movimentos e
preocupação pelo enquadramento da peça);

• Perfeição das formas (anatomias de cânones renascentistas, mas de proporções mais esguias),
modeladas com pormenores de realismo e naturalismo levados ao exagero (grande rigor na execução
técnica)

• dinamismo na composição e sugestão de movimento (composições livres e soltas organizadas


segundo esquemas complexos, formando grupos escultóricos no qual as personagens são captadas
em ação, como num instantâneo fotográfico; exploração das capacidades expressivas das
personagens);

• utilização dos panejamentos para dar volume e agitação à composição. • procura dos efeitos de
contraste de textura e de cor

• valorização da figura do Papa e dos Santos;

• Escultura de vulto-redondo: nichos, consolas ou mísulas nas fachadas dos edifícios ou paredes
interiores; filas horizontais sobre os parapeitos das pontes e dos áticos dos edifícios, escadarias e
colunatas; estátuas-colunas sustentando tetos e entablamentos: atlantes (figuras masculinas) e
cariátides (figuras femininas); monumentos escultóricos, com mistura de estatuária, relevos e
elementos arquitetónicos: baldaquinos, retábulos e mausoléus

27. Descreve os aspetos inovadores da obra de Bernini.

A escultura de Bernini (Apolo e Dafne, O Êxtase de Sta. Teresa de Ávila, David, Plutão e Proserpia), ao
captar o estado de alma da personagem com expressividade e dramatismo, pretendeu atrair os fiéis e
estimular a piedade e o culto, segundo os princípios tridentinos (Concílio de Trento). Temática
(exemplos):

• temas relacionados com a Bíblia (a figura de Cristo, a Sagrada Família);

• temas marianos;

• temas relacionados com a vida e o culto dos santos;

• representação do êxtase místico. Expressão técnico-formal (exemplos):

• expressividade exacerbada pelo dramatismo do movimento;

• modelação agitada dos volumes;

• Posições em desequilíbrio

• Sentido ascendente das figuras

• contraste luz/sombra;

• contraste das texturas (liso/rugoso). Intencionalidade (exemplos):

• captação da atenção do espectador pela expressão do «pathos»;

• estímulo à piedade e ao culto;

• Interiorização dos dogmas religiosos

• Elevação do espírito
28. Relaciona a função da pintura barroca com as suas características gerais.

A pintura barroca, tal como as outras formas de arte nasceu em Itália e foi a aplicação dos princípios
propostos pela Igreja da Contrarreforma. A Igreja, através da sedução dos sentidos, tentou captar a
atenção e a fé das multidões, ao contrário do espírito racional que tinha caracterizado o
Renascimento. Daí que o objetivo da pintura barroca seja o deslumbramento, a surpresa, a encenação
e a luza, integrando um “espetáculo” que se queria total. Estes objetivos têm reflexos nas
características da pintura barroca: a irracionalidade, os contrastes, a exuberância, o dramatismo e os
ambientes grandiosos.

29. Reconhece as diferentes tendências e a diversidade temática da pintura barroca.

• Classicismo: Carraci + Poussin + Lorrain

• Naturalismo: Caravaggio + Ribera

• Realismo: Vermeer + Rembrandt

30. Descreve as características técnico-formais da pintura barroca.

• Diversidade temática: temas religiosos, temas profanos, temas mitológicos, retratos, paisagens,
naturezas mortas

• Representação do momento, dando ênfase à ação

• Linha do horizonte delineada abaixo do normal para dar primazia aos elementos representados e
destacar as figuras representadas

• Composição aberta, onde o espaço compositivo se define em movimentos centrífugos, ou seja, de


dentro para fora

• sobreposição de formas para conseguir a profundidade, sem descontinuidades, preservando a


unidade do espaço

• formas dinâmicas e sinuosas, enquadradas ou combinadas com estruturas poligonais (triângulo,


quadrado e losango) e com formas circulares ou ovaladas

• União plástica da luz/sombra e da cor para focalizar a atenção nos principais elementos da
composição (por vezes de forma artificial); os restantes elementos ficam diluídos na penumbra: a luz
rasante chama a atenção para determinadas zonas do quadro, orientando a leitura; a cor pura e cálida
tem como objetivo captar e sensibilizar o espectador

31. Descreve os aspetos inovadores da pintura de Caravaggio.

Inovação técnica e formal na pintura de Caravaggio:

• O aspeto mais notável da sua obra é o tratamento da luz: a luz, rasante e descontínua, ilumina o
essencial da composição;

• acentua-se o contraste claro-escuro, ao pintar o fundo da tela com tons escuros – tenebrismo: a luz é
projetada sobre as formas, por vezes com violência, e em contraste intenso e brusco com as sombras;
as figuras e as cenas sobressaem num fundo sem fundo.

• a intensidade dramática é introduzida na composição através da luz, da cor e do realismo da


figuração;
• as personagens são representadas a partir de modelos de pessoas comuns, homens e mulheres do
povo;

• a representação do sagrado aproxima-se do profano, ao representar a realidade visível em vez da


beleza idealizada

32. Descreve as técnicas utilizadas na pintura mural.

Nas paredes e nos tetos das igrejas e dos palácios foram utilizadas as seguintes técnicas:

- trompe-l’oeil - truques de perspetiva que criam uma ilusão ótica de objetos ou formas que não
existem realmente

- soto in sú – perspetiva vista de baixo para cima, transmitindo a noção de espaço místico

- Quadri riportati – Imitação dos quadros de cavalete inscritos nas paredes ou nos tetos

33. Demonstra a presença da arte barroca noutros países europeus.

Arquitetura:

• Barroco exuberante: Alemanah (Palácio de Sanssouci, Palácio Zwinger), Áustria (Palácio Belvedere,
Igreja de S. Carlos Borromeo), Flandres (Praça de Bruxelas)

• Tradição gótica e divulgação do classicismo francês: Inglaterra (Catedral de S. Paulo, Londres


Escultura:

• Países Baixos: Túmulo de GUilherme I, Estátua do Túmulo do Arcebispo André Crueson

• Alemanha: Adrien de Vries, Johannes Juncker Pintura:

• Bélgica: Pieter Paul Rubens - formação em Itália; pintor oficial e diplomata mais influente da corte do
rei de Espanha nos Países Baixos; pintor da Europa da Contrarreforma; pintura requintada, sensual e
faustosa cor e forma); temas: retratos, temas religiosos e mitológicos

• Holanda: pintura executada em reduzidas dimensões, feita para casas de gente vulgar e comerciada
livremente, daí a sua grande diversidade temática (com destaque para os objetos e as jarras) e o
elevado realismo; William Heda, Jan de Heem, Jan de Vermeer, Franz Hals, Rembrandt e Jacob von
Ruysdael

• Espanha: presença forte do Barroco devido ao absolutismo régio e à forte ação da Contrarreforma
(Inquisição) – o século XVII como o “século de ouro” da arte espanhola

• Palácio de San Lorenzo do Escorial, mandado construir por Filipe II em 1562, como tentativa de
reproduzir o templo de Salomão e como forma de conciliar o poder divino e poder temporal; exerceu
influência sobre toda a arquitetura espanhola e até francesa

• Predomínio da escultura em madeira policromada

• José de Ribera: pintura à maneira de Caravaggio; sensualidade e dramatismo próprios; utilização de


pessoas do povo como modelos; grande realismo; contrastes luz/sombra e cor

• Diego Vélasquez: pintor oficial da corte espanhola; composição cuidada (jogos espaciais reais e
imaginados); formas tratadas com pequenas manchas de cor com leitura apenas à distância; múltiplos
focos de luz; cariz fotográfico e humana
• Francisco Zurbarán: realismo das naturezas-mortas; temas religiosos tratados como assuntos
rotineiros e vulgares

• Bartolomé Esteban Murillo: elevado naturalismo, repleto de serenidade e suavidade, com quase
ausência de simbolismo

34. Insere o uso da talha e do azulejo no contexto do Barroco português.

- Situação político-económica no século XVII: domínio filipino, Guerra da Restauração, Crise dinástica
(D. Afonso VI / D. Pedro III), Inquisição

- Período de esplendor no século XVIII (D. João V e D. José I): a afirmação do absolutismo régio e a
chegada do ouro do Brasil permitem o apoio às artes e à cultura

- Utilização do azulejo para revestir grandes superfícies parietais, convertendo os espaços em


verdadeiros panos cenográficos; usados como revestimento decorativo e como forma narrativa

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