O documento descreve a evolução do teatro na Europa Ocidental durante a Idade Média, desde as peças religiosas nos mosteiros até os diferentes tipos de entretenimento secular que surgiram nos séculos posteriores, como farsas, moralidades e produções patrocinadas por guildas.
O documento descreve a evolução do teatro na Europa Ocidental durante a Idade Média, desde as peças religiosas nos mosteiros até os diferentes tipos de entretenimento secular que surgiram nos séculos posteriores, como farsas, moralidades e produções patrocinadas por guildas.
O documento descreve a evolução do teatro na Europa Ocidental durante a Idade Média, desde as peças religiosas nos mosteiros até os diferentes tipos de entretenimento secular que surgiram nos séculos posteriores, como farsas, moralidades e produções patrocinadas por guildas.
Enquanto o Império Bizantino florescia e o Islã se espalhava pelo Norte de África e
pela Espanha, a desordem aumentava na Europa Ocidental. Durante os séculos VI e
VII, o poder da igreja decaiu consideravelmente. Nessa época, a sociedade europeia consistia principalmente em três grupos: uma grande massa de camponeses que cultivavam o solo e, sobre eles, dois tipos de senhores: seculares e eclesiásticos. Este período é conhecido como a Idade das Trevas. Neste período, os edifícios ou mosteiros tornaram-se os principais repositórios de manuscritos e aprendizagem. No século VIII, a Europa retornou a uma maior estabilidade através do governante Carlos Magno, que reinou de 768 a 814. Em Roma, Carlos Magno, foi coroado pelo Papa que o declarou legítimo sucessor de Constantino. Carlos Magno promoveu a aprendizagem e buscou aumentar a alfabetização entre o clero; abriu o primeiro grande centro de aprendizagem no palácio e, também originou um período de influência bizantina na arte religiosa ocidental. Infelizmente, o império de Carlos Magno desintegrou-se rapidamente após a sua morte em 814. Após a desintegração do Império Romano, as atividades teatrais praticamente desapareceram na Europa Ocidental. No entanto, durante o início da Idade Média, o teatro emergiu novamente. Existiram vários festivais em toda a Europa Ocidental. As festanças dos subdiáconos, chamadas de Festa dos Tolos, eram presididas por um “bispo tolo” que assumia a autoridade eclesiástica em dias de festa, com o propósito de ridicularizar os seus superiores e a rotina da vida da igreja. A Festa dos Tolos influenciou o desenvolvimento da comédia tanto nas peças religiosas quanto nas seculares. Durante os séculos XI e XII, originaram-se as guildas como organizações de proteção contra senhores feudais locais e para mercadores em viagens. A ascensão das guildas foi acompanhada pelo crescimento das cidades. Inicialmente, as cidades estavam sob a jurisdição dos senhores feudais locais, mas à medida que o comércio e a manufatura aumentaram, as cidades tornaram-se suficientemente fortes para ganhar concessões e, por fim, a maioria delas tornou-se autogovernada. Daí em diante, o poder residia principalmente nas guildas. O crescimento de guildas e cidades trouxe um declínio correspondente no feudalismo. Reis e príncipes começaram a ganhar mais controle sobre os senhores súditos e, à medida que o fizeram, as nações da Europa moderna começaram a ganhar forma. As universidades também desempenharam um papel significativo na formação do final da Idade Média. As universidades surgiram durante o século XII e logo substituíram os mosteiros como os principais centros de aprendizagem. Embora não se opusessem à igreja, as universidades estimulavam o interesse pelo aprendizado secular. Foi uma época de transição e mudança durante a qual, as ideias e práticas medievais, coexistiram com outras que originariam o Renascimento. Entre 1350 e 1550 o teatro medieval atingiu o seu auge: o drama religioso vernacular foi encenado em toda a Europa Ocidental. Havia muitos tipos de organizações de produção no final da Idade Média. A delegação de responsabilidades e os métodos de financiamento das produções dependiam do tipo de organização. Consequentemente, o mestre do concurso/diretor era de extrema importância para todo o tipo de produções pois exigia uma organização cuidadosa e atenta. A maioria dos atores eram escolhidos entre os comerciantes ou as classes trabalhadoras, embora, às vezes participassem, membros do clero e da nobreza. A maioria eram homens ou meninos, mas, ocasionalmente, apareciam mulheres e meninas. A maioria dos personagens estava vestida com roupas semelhantes às usadas na vida medieval. Os palcos, nos quais as peças vernáculas eram encenadas, podiam ser fixos ou móveis. A visão tradicional é que cada peça era montada num vagão e, nos dias de performance, todas eram apresentadas em diferentes lugares da cidade. Os estágios fixos eram mais comuns do que vagões. No entanto, eram montados palcos em grandes praças públicas. O tamanho dos palcos também variava e, além de palcos ao ar livre, eram usadas plataformas internas. Nos séculos XV e XVI, o espaço lúdico era composto por dois elementos básicos: os casarões e a plateia. Os dois lugares mais representados nos palcos fixos eram o Céu e o Inferno, que simbolizavam a natureza dual das pessoas e as escolhas que enfrentavam. O Céu era feito para ser o mais convidativo ou inspirador possível. Por outro lado, o Inferno era feito para ser o mais aterrorizante possível. A maioria das produções medievais envolvia efeitos especiais e música. Os entretenimentos seculares do final da Idade Média foram de muitos tipos: farsas, moralidades, peças de teatro das Câmaras de Retórica, interlúdios, mimos e disfarces, torneios e entradas reais. A Farsa pode ser encontrada pela primeira vez no século XIII. Infidelidade conjugal, brigas, traições, hipocrisia e outras falhas humanas são os assuntos típicos. Existem duas variações de farsa: tolices e sermões felizes. O sermão feliz foi um sermão burlesco, enquanto as tolices eram apenas sátiras políticas, sociais ou religiosas mal disfarçadas, nas quais todos os personagens eram tolos. O Jogo da Moralidade floresceu entre 1400 e 1550, e foi, na sua maior parte, um fenómeno inglês e francês. A peça de moralidade passou por muitas mudanças: nalguns casos, foi usado para tratar assuntos quase totalmente seculares; noutros casos, foi adaptado como uma arma nas controvérsias religiosas que varreram a Europa durante o século XVI. Já as peças encenadas pelas Câmaras de Retórica preocupavam-se com poesia, música e drama e procuravam transmitir mensagens teológicas. O Interlúdio era utilizado para designar as peças apresentadas pela primeira vez em ambientes fechados e podia ser de qualquer tipo: religioso, moral, farsesco ou histórico. O local típico para a realização de interlúdios era o “grande salão” da residência de um nobre; uma universidade; uma guilda ou outras organizações. Junto com os interlúdios, outras diversões cresceram em torno de torneios, mimos e disfarces. Os torneios começaram no século X e eram entretenimentos essencialmente nobres ou reais. Os mimos e disfarces eram principalmente entretenimentos da corte. As produções teatrais também passaram a ser incorporadas aos desfiles de rua, e ao qual, as peças podiam assemelhar-se a qualquer um dos principais tipos de drama medieval, embora havia uma grande diferença: a maioria dessas peças eram pantomímicas. A relação do teatro com a sociedade passou, nessa época, por uma mudança drástica. Em Roma e na Europa medieval, o teatro contava com o apoio ativo de órgãos governamentais e religiosos. A partir do século XVI foi privado das suas funções religiosas e cívicas e, daí em diante, teve de travar uma luta por reconhecimento, por motivos puramente comerciais e artísticos. O teatro profissional estabeleceu-se gradualmente em toda a Europa.