Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
FUNDAMENTAIS DE
POESIA EM LÍNGUA
INGLESA
Liana Paraguassu
Período Elisabetano
e o Renascimento
inglês: contexto e
aspectos históricos
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Alguns fatos históricos foram determinantes para a construção da literatura
inglesa na Era Elisabetana, entre eles o Renascimento, que se inicia com
o reinado de Elizabeth I e perdura até o reinado de James I.
Neste capítulo, você conhecerá esses fatos históricos, descobrirá quais
autores, além de William Shakespeare, tiveram destaque na literatura do
período Elisabetano, bem como conhecerá os poetas não dramáticos,
como Edmund Spenser e outros.
Tempos de arte
No período Elisabetano, a arte era encorajada de todas as formas: pintura,
música e literatura. A própria rainha encomendou muitos retratos que a repre-
sentassem de maneira pura e ao mesmo tempo poderosa. Elizabeth era vaidosa
e amava a grandeza da Inglaterra, o que inspirou seu povo ao patriotismo
exultado em Shakespeare, e com a devoção pessoal encontrada em Faerie
Queene, de Spencer. Sob sua administração, a vida da Inglaterra progrediu
em saltos gigantescos, e a literatura atingiu seu apogeu.
A Era Elisabetana foi um período de liberdade intelectual, de desenvolvi-
mento do intelecto, conforto entre todas as classes, de patriotismo ilimitado e
de relativa paz. Um período de grandes pensamentos e grandes ações, no qual
se estimulavam a imaginação e o intelecto e buscava-se uma nova forma de
literatura, que expressasse o homem como um todo (pensamentos, sentimentos,
ações e caráter). Dessa forma, foi na época de Elizabeth I que a literatura
encontrou sua plenitude no drama.
Período Elisabetano e o Renascimento inglês: contexto e aspectos históricos 3
Origem do drama
A origem do drama está intrinsicamente ligada à predisposição da humanidade
a tudo que é religioso. Na Grécia e Roma antigas, o drama era utilizado para
passar mensagens de cunho religioso aos seus espectadores, da mesma forma
aconteceu na Inglaterra e em outras nações.
Como a Bíblia era escrita somente em latim, as pessoas comuns não con-
seguiam compreender seus significados, portanto, o clero procurou novos
métodos de ensinar aquilo que a bíblia dizia ao povo. Na Inglaterra, as primeiras
4 Período Elisabetano e o Renascimento inglês: contexto e aspectos históricos
Na França, o nome miracle foi dado a qualquer peça que representasse a vida de
santos. As chamadas Miracles (qualquer peça que tivesse sua origem na Bíblia ou na
vida de santos), na Inglaterra, eram divididas em duas classes: a primeira ocorria no
Natal, incluindo as peças relacionadas ao nascimento de Cristo; e a segunda na Páscoa,
incluindo as peças relacionadas à morte e triunfo de Jesus.
Dramaturgos pré-Shakespeare
Declínio do drama
Além de Spencer, outros poetas de menor destaque fizeram parte da gama de po-
etas não dramáticos da Era Elisabetana. Entre eles, podemos citar Thomas Sackville
(1536-1608), cuja principal obra foi baseada no Inferno de Dante, com o poema chamado
Mirror of Magistrates. Sackville escreveu também a primeira tragédia inglesa, chamada
Ferrex and Porrex. Philip Sidney (1554-1586), cuja trajetória de vida é mais interessante
que suas obras literárias, tem três obras principais em seu currículo, todas publicadas
após sua morte: The Arcadia, The Apologie for Poetrie e The School of Abuse. George
Chapman (1559-1634) passou a vida entre os dramaturgos e tem como seus trabalhos
mais famosos as traduções da Ilíada e da Odisseia. Michael Drayton (1563-1631) é con-
siderado o poeta mais produtivo e interessante dos poetas de menor expressão. Sua
principal obra é Polyolbion, um enorme poema com milhares de linhas que descreve
as cidades, as montanhas e os rios da Bretanha.
Renascentismo inglês
O Renascentismo inglês foi um movimento cultural e artístico na Inglaterra
que data do final do século XV ao início do século XVII. Está ligado ao Re-
nascentismo europeu, que se iniciou na Itália no final do século XIV. Como a
maior parte do norte da Europa, a Inglaterra viu pouco desse movimento até
mais de um século depois.
Acredita-se que o movimento renascentista na Inglaterra iniciou em 1485,
quando a Batalha de Bosworth Field pôs fim à Guerra das Rosas e inaugurou
a Dinastia Tudor. O estilo e as ideias renascentistas, no entanto, demoraram a
penetrar na Inglaterra, e a Era Elisabetana da segunda metade do século XVI
é considerada o apogeu do Renascentismo inglês.
Período Elisabetano e o Renascimento inglês: contexto e aspectos históricos 7
Literatura
A Inglaterra tinha uma forte tradição na literatura no vernáculo inglês, e que
aumentou gradualmente à medida que o uso da língua inglesa nas obras im-
prensas se tornou comum, em meados do século XVI. Na época da literatura
elisabetana, havia uma vigorosa cultura literária do drama e da poesia com
poetas como Edmund Spenser, um de seus expoentes, cujo épico verso The
Faerie Queene teve uma forte influência na literatura inglesa, além dos gran-
des William Shakespeare, Thomas Wyatt, entre outros. Os trabalhos desses
dramaturgos e poetas circularam em forma de manuscrito por algum tempo
antes de serem publicados. Porém, as peças de teatro do período renascentista
inglês foram o legado mais notável da época.
A cena teatral inglesa, que se apresentava tanto para a corte em apresenta-
ções privadas como para o grande público nos teatros, era a mais concorrida
da Europa, com uma série de dramaturgos, além das grandes figuras de
Christopher Marlowe, Shakespeare e Ben Jonson. A própria Elizabeth I foi
um produto do humanismo renascentista e escreveu poemas ocasionais, como
On Monsieur’s Departure, em momentos críticos de sua vida. Filósofos e inte-
lectuais notáveis incluíam Thomas More e Francis Bacon. Todos os monarcas
da linhagem Tudor do século XVI eram altamente instruídos, assim como
grande parte da nobreza, e a literatura italiana tinha um número considerável
de seguidores, servindo como base para muitas das peças de Shakespeare.
não tem vínculo real com as conquistas e objetivos artísticos dos artistas
italianos (Leonardo da Vinci, Michelangelo, Donatello), que são estreitamente
identificados com a arte visual da Renascença.
Os historiadores culturais que contestam essa ideia acreditam que, do ponto
de vista da história literária, a Inglaterra já havia experimentado um floresci-
mento da literatura mais de 200 anos antes da época de Shakespeare, durante
as últimas décadas do século XIV. A popularização de Geoffrey Chaucer, que
passou a escrever em inglês, em vez de latim, ocorreu apenas 50 anos depois
que Dante começou a usar o italiano na poesia, além disso Chaucer traduziu
obras de Boccaccio e Petrarca para o inglês da idade média. Ao mesmo tempo,
William Langland, autor de Piers Ploughman, e John Gower também escreviam
em inglês. No século XV, Thomas Malory, autor de Le Morte D’Arthur, era uma
figura notável. Por essa razão, alguns estudiosos acreditam que a singularidade
do período chamado de Renascentismo inglês é questionável.
Os historiadores culturais também começaram a questionar o termo Re-
nascentismo por acreditarem que essa palavra passa a ideia de que houve um
“renascimento” positivo após a Idade Média, supostamente mais primitiva (o
que não seria verdade). Muitos deles, agora, preferem usar o termo “início da
era moderna” para designar esse período, pois destaca o período como sendo
uma fase transitória que levou ao mundo moderno e tenta evitar conotações
positivas ou negativas.
Já outros historiadores culturais contestam que, independentemente se
o nome Renascentismo é apropriado ou não, havia inegavelmente um flo-
rescimento artístico na Inglaterra sob os monarcas Tudor, culminando em
Shakespeare e seus contemporâneos.
Acesse o link a seguir e conheça as mulheres que contribuíram para a literatura inglesa
nos séculos XVI e XVII.
https://goo.gl/zJh8EM
Leituras recomendadas
ELIZABETHAN ERA. 2018. Disponível em: <http://www.princeton.edu/~achaney/
tmve/wiki100k/docs/Elizabethan_era.html>. Acesso em: 12 jun. 2018.
HISTORIC ROYAL PLACES. 2018. Disponível em: <https://www.hrp.org.uk/tower-of-
-london/#gs.jJk7HmA>. Acesso em: 12 jun. 2018.
JOKINEN, A. Christopher Marlowe. 2010. Disponível em: <http://www.luminarium.org/
renlit/marlobib.htm>. Acesso em: 12 jun. 2018.
LEECH, C. Christopher Marlowe: English Writer. Britannica, 2018. Disponível em: <https://
www.britannica.com/biography/Christopher-Marlowe>. Acesso em: 12 jun. 2018.
LUMEN. English Renaissance. 2018. Disponível em: <https://courses.lumenlearning.
com/britlit1/chapter/english-renaissance/>.Acesso em: 12 jun. 2018.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
Conteúdo: