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Literatura Inglesa Contemporânea

Prof.ª Maria da Conceição Castel-Branco

Aula 1 (20/02)
Eras da literatura inglesa (períodos literários):

 1st century – 4th century


 5th century – 15th century
 16th century – 17th century
 18th century
 19th century
 20th century – 21st century

A literatura é um meio apropriado para estudar e entender o homem na sua


temporalidade, por tudo aquilo que demonstra sobre a trajectória do homem como
pessoa. O facto de a literatura ser um meio de representação temporal e de a
narratividade ser igualmente inerente ao ser humano, permite a abordagem de
questões sobre a condição humana - o ser pessoa, o sentido da vida/da morte, o ser e
parecer, as relações inter-pessoais, a busca de sentido - , analisando acontecimentos e
personagens de um romance, por exemplo.
A narração é a comunicação de uma experiência que envolve toda a pessoa,
provocando uma resposta activa do leitor, através da imaginação, da memória e da
emoção. Contar/narrar é sempre revelar um sentido.

Significado e Informação na Mensagem Poética


Que sentido assumem esses conceitos, uma vez aplicados àquele tipo especial de
mensagem que é a mensagem estética? Considera-se comumente palavra poética
aquela que, pondo numa relação absolutamente nova som e conceito, sons e palavras
entre si, unindo frases de maneira incomum, comunica, juntamente com um certo
significado, uma emoção inusitada; a tal ponto que a emoção surge ainda quando o
significado não se faz imediatamente claro.
(https://monoskop.org/images/2/29/Eco_Umberto_Obra_aberta_8a_ed.pdf)

Links a consultar:
- https://www.britannica.com/art/English-literature/The-20th-century
- http://vos.ucsb.edu/browse.asp?id=2747
- https://www.bl.uk/20th-century-literature

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Considerações sobre diferentes cronologias ou timelines da Literatura Inglesa do
século XX:
- BBC - British History Timeline: http://www.bbc.co.uk/history/british/
- Oxford Reference – Timeline of English
literature: https://www.oxfordreference.com/view/10.1093/acref/9780191737053.tim
eline.0001
- Norton Topics Online - The Norton Anthology of English
Literature: https://wwnorton.com/college/english/nael/welcome.htm

Tendências e avaliação crítica de determinadas manifestações literárias: transição da


crença vitoriana generalizada na arte como veículo de prazer e instrução, para a
crença avant la lettre na “arte pela arte”, por parte de determinados artistas.
Consideração das consequências da Lei de Educação de 1870, a escolaridade
elementar obrigatória e a alfabetização em massa; a evolução no domínio literário de
visões do imperialismo britânico e da noção de supremacia; desenvolvimento da
psicanálise e da mitologia comparativa; teoria da relatividade de Einstein; a condição
feminina e as alterações consequentes da lei “the Married Women's Property Act of
1882”.
A literatura e o status quo no final da era vitoriana (síntese): orgulho nacional,
imperialismo e supremacia britânica; transição da literatura na fase tardia do realismo
- afastamento gradual do optimismo e do triunfalismo que marcaram o início e
meados da era vitoriana e a literatura que antecede uma fase de renovação nos anos
vinte.
“Edwardian period” e “Georgian period”: expressões utilizadas na história da
literatura inglesa para indicar o período entre o final da era vitoriana e o início da
Primeira Guerra Mundial. Antes da guerra, parecia existir um feliz optimismo vitoriano,
coexistindo ou contrastando com o crescente sentimento de alienação e instabilidade
que diversos artistas começaram a expressar, nomeadamente, os modernistas. A
Primeira Guerra Mundial (1914-1918) marcou o fim de qualquer optimismo sobre o
progresso que a era vitoriana tinha desenvolvido. A "Grande Guerra", como era então
conhecida, dizimou a paisagem, as perspectivas e trouxe a morte numa escala que o
mundo não conhecera anteriormente.
“A strong crop of British authors emerged during the 20th century. From "The Waste
Land" to 1984, 20th century British writers helped shape the modern and
postmodern movements in art and literature. While they have been strong in
number, the majority of great works came during the first half of the century.
Unparalleled economic and geopolitical catastrophes helped mold a generation raised

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with great hardship and little hope. World Wars I and II and the severe economic
depression in between encouraged the exploration of themes like destitution, despair,
cynicism and loss. Instead of "faith and doubt," it was a period of "doubt in faith"--
for it seemed to most intellectuals that in a world where people gassed each other and
perpetrated the most awful kinds of atrocities, faith was irrelevant.”
No início do século XX, alguns intelectuais e escritores foram perdendo sua crença na
possibilidade de a estabilidade ser proporcionada por instituições governamentais,
culturais ou sociais. W. B. Yeats expressou esta sensação de dissolução e instabilidade
no poema "The Second Coming" (1919) "Things fall apart; the centre cannot hold".
Escritores, poetas, artistas britânicos adoptaram a máxima “Make it New!” de Ezra
Pound, escritor norte-americano.
A literatura inglesa das primeiras décadas do século XX.
Início do século XX: emergência de um relativismo originador de um vácuo existencial -
Sartre e Camus; mudança de valores; rápido avanço do conhecimento científico e
tecnológico, com impacto na literatura; alteração do estatuto/papel da mulher na
sociedade; desenvolvimento da psicanálise; avanço da documentação (fotografia e
vídeo) da guerra.
Narrativa. Comparação de romances de autores vitorianos, marcados fortemente por
problemas sociais e pela apologia do imperialismo e do colonialismo (viagens e
aventuras marítimas) com a obra de autores de finais do século XIX e princípios do
século XX, como Thomas Hardy (de romancista a poeta), Henry James (irmão de
William James, psicólogo, que definiu o conceito de stream of consciousness, ou fluxo
de consciência, posteriormente adoptado como recurso estilístico por escritores
modernistas), Robert Louis Stevenson (o tema do duplo), o esteticismo de Oscar Wilde
(“The artist can express everything. Thought and language are to the artist instruments
of an art. […] All art is quite useless.”), J. M. Barrie, a ficção científica de H.G. Wells, as
obras dramáticas de George Bernard Shaw e, ainda, Joseph Conrad e
as novellas náuticas (forma e conteúdo; estrutura da narrativa, story within the
story, experimentalismos e a visão do colonialismo).
Poesia. A poesia das primeiras décadas do século XX: poesia “eduardiana” (poetas que
não formam movimento ou escola), poesia “georgiana” (cinco antologias de poesia
editadas por Edward Marsh entre 1912 e 1922, numa tentativa de distanciamento da
poesia da era vitoriana) e poesia de guerra.
A poesia georgiana. O adjetivo “georgiano” pode ter duas acepções. Por um lado,
denota um período histórico específico, por outro, descreve um conjunto de
características literárias associadas a um grupo específico de poetas pertencentes a
esse período. O período georgiano abrange o reinado de George V (1910-1936). Os
chamados poetas georgianos pretendiam reavivar o interesse público pela poesia.
Quando Tennyson morreu em 1892, era comum dizer que a poesia inglesa também
morrera com ele. Aqueles que se autodenominavam georgianos queriam afirmar sua

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identidade como também declarar que eram capazes de elevar e recriar a poesia como
os vitorianos antes deles.
Antologias de Poesia Georgiana. Edward Marsh foi o editor de cinco antologias
intituladas Georgian Poetry que apareceram entre 1912 e 1922. A proposta de Marsh
de editar poemas escritos por autores seus contemporâmeos foi apoiada por vários
poetas como Rupert Brooke, um dos principais promotores da ideia, John Drinkwater,
Harold Monro e W. W. Gibson, entre outros. No final de 1912, a primeira antologia
georgiana intitulada Georgian Poetry, 1911-12, foi publicada por H. Monro. O livro foi
um sucesso imediato e respeitável quanto ao seu objetivo de estimular o interesse
público na poesia. A. C. Ward, autor de Illustrated History of English
Literature (London: Longmans, Green & Co. 1955), observou: However little future
attention may be paid to the neo-Georgians of 1912-25, they did stir the public to buy
and to read poetry, even before the war threw men back upon elementals expressible
only in poetry.”
Características. As antologias georgianas representam o trabalho de cerca de quarenta
poetas, muitos deles considerados, actualmente, como poetas menores. Ao contrário
dos poetas metafísicos de séculos anteriores ou dos pré-rafaelitas, os georgianos não
constituíram uma escola ou movimento, no sentido em que não tinham doutrina, nem
princípios críticos ou estéticos declarados. Cada um deles tinha as suas próprias
predileções. Ainda assim, compartilhavam muito em comum, no que se refere a uma
poesia de carácter pastoral. Os temas abordados derivavam da natureza, cenas da vida
rural inglesa, objetos familiares e experiências vulgares. Alguns deles propuseram
mundos oníricos próprios e até imagens de sobrenatural, mas a maioria concebeu uma
espécie de novo “retorno à natureza” à maneira dos românticos que os precederam
por cerca de um século. Os georgianos são, por vezes, comparados com Wordsworth e
Blake, os dois grandes poetas da natureza e da infância, que celebravam a pureza e a
inocência contra a corrupção, restrições e constrangimentos da cultura urbana. No
entanto, o interesse dos georgianos na natureza prende-se mais com as sensações de
uma experiência agradável do que com uma experiência mística. Por exemplo, o
desafio ousado de Blake à autoridade estabelecida e a busca por verdades
perturbadoras não se encontram na poesia que reflecte o temperamento calmo dos
referidos poetas.
Na realidade, os georgianos não só não entraram em ruptura explícita com os seus
antecessores vitorianos como não podem ser vistos como arautos directos ou
precursores do Modernismo.
“The movement came to represent an attempt to break away completely from
whatever might be Victorian in outlook or manner, while remaining true to the
main tradition of the poetry. The main body of the Georgians tradition proper
might be described as quietest or Pietist. It was quite, intimate, and not
ambitious. It dealt with familiar sights and scenes of English country life. Many
of the Georgians were pastoral writers, whose vaguely pantheistic attitude to
the English scene seemed to make it less dull than one imagines it to have been.
Drinkwater, W.H. Davies and Edward Thomas, all did excellent work in this
tradition. Wordsworth might be regarded as the great grandfather of

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Georgians. The temperamental endowment of a nature poet in England is a
queer blend of pantheism and pietism. God, for Drinkwater and Gibson, was ‘a
kindly and friendly figure who probably tweeds and smoked a pipe.’ He was not
a Jehovah. Among the pietists Edmund Blunden, Edward Thomas contented
themselves with localities and atmospheres. Nature was good enough for them.
It is perhaps the limitations of their intention and predisposition that has made
them so often a target of satire.” (https://hubpages.com/literature/Edwardian-
and-Georgian-Poetry)

Poesia britânica das primeiras décadas: coexistência de antologias georgianas,


poetas imagistas, poesia de guerra e experimentalismos, anunciando, de algum
modo, o modernismo das décadas que se seguiram.
A poesia de guerra. Síntese do ponto do programa a desenvolver mais à frente.
Vários dos elementos do grupo de poetas georgianos estiveram na frente de combate
e deixaram testemunhos poéticos da Primeira Guerra Mundial. Rupert Brooke captou
o idealismo dos primeiros meses da guerra, e morreu em serviço; Siegfried Sassoon e
Ivor Gurney retrataram a crescente indignação e sensação de desperdício humano ao
longo da guerra; e Isaac Rosenberg, talvez o mais original dos poetas bélicos, Wilfred
Owen e Edmund Blunden escreveram sobre a vida nas trincheiras, o horror e a
solidariedade e compaixão entre os que aí se encontravam, abordando também as
perplexidades morais levantadas pelo desenvolvimento da guerra. I. Rosenberg e W.
Owen morreram em serviço. Grande parte desta poesia tornou-se mais conhecida
depois da década de 1930. Alguns destes poetas podem ser considerados precursores
do Modernismo, pela forma inovadora como descreveram a experiência de guerra.
Considerações prévias sobre o Modernismo na literatura inglesa, tendo em vista a
compreensão dos seus antecedentes durante os anos da guerra em alguns poemas e a
sua génese e desenvolvimento no romance inglês:
“The writers that we have come to call modernist were very different from each other
but they all shared a rejection of traditional Victorian and Edwardian values and of the
19th century approach with its predictable framework of narrative description and
rational exposition in both poetry and prose. Their rejection of the values and
approach of the period immediately preceding was allied with a desire to experiment
in the technique of writing. They advocated a more fluid and internal approach to
characterization and the presentation of personality which included the notion of the
existence of chronological and psychological time. From these strands evolved what
came to be known as the stream of consciousness, later to be absorbed into the
mainstream of literature:
…the myriad flow of impressions, half-thoughts, associations, lapses,
hesitations, incidental worries and sudden impulses that form part of the
individual’s consciousness along with his rational thoughts. It is a technique
that has proved widely influential in much twentieth century fiction.
(Encyclopedia Britannica)”

5
Preface. “Despite intense critical debate and disagreement over its very name, nature
and scope, modernism continues to be widely acknowledged as probably the most
important and influential artistic-cultural phenomenon of the twentieth century,
whether it is considered primarily as a movement, a period, a genre, a style or an
ideology. […] The classic survey of the field presented in Malcolm Bradbury’s and
James McFarlane’s seminal essay collection, Modernism 1890–1930 (Harmondsworth:
Penguin, 1976; rptd. 1991), and the similar more recent collection edited by Michael
Levenson, The Cambridge Companion to Modernism (Cambridge UP, 1999), are
perhaps the nearest we have to the sort of reference guide I mean here. […]
The present volume, then, has been designed to fill the gap suggested above by
providing a comprehensive and accessible source of quick reference to the key
authors, works, movements, theories, places and events commonly associated with
literary modernism. […] this Encyclopedia presents a unique range of detailed entries
—many in the form of mini-essays—mapping out the complex and variegated field of
literary modernism in a fresh and original way from an early twenty-first century
perspective. […]
A certain protean indeterminacy may in fact be self-reflexively appropriate to a
phenomenon tellingly described by Bradbury and McFarlane as “an appallingly
explosive fusion” of many disparate and often contradictory trends (48). But several
more determinate features of modernism can also be identified as part of a fairly
common frame of reference within most critical discussions of the topic. To begin with,
the emphasis on volatility in Bradbury’s and McFarlane’s formulation derives quite
naturally from what has been probably the most prominent and constant element in
definitions of modernism since the term came into regular literary-critical usage in the
1960s: that is, modernism’s avant-garde experimentalism and its concern for radical
innovation in artistic form, style, content and method. This emphasis, in turn, is linked
to what is often seen as the revolutionary dynamic within modernism. On the one
hand, we have modernism’s literary-aesthetic and epistemological rejection of the
conventions, assumptions, procedures, and perceptions of the classical and realist art
of the eighteenth and nineteenth centuries—a rejection precipitated by a range of
related art movements such as impressionism, imagism, symbolism, futurism, and
expressionismo. On the other hand, we have its ideological critique—variously radical
or conservative—of modernity and of the complex social developments associated
with industrialization, urbanization, and democratization. This sense of living through a
period of momentous social, political and cultural upheaval can be seen as a key
motivating factor in the modernist insistence on an equivalently momentous upheaval
in aesthetic practice (itself often seen as fundamentally political).
It can also be seen to motivate another major nexus of modernism: its profound
concern with themes of alienation, fragmentation, and the loss of shared values and
meanings, and its concomitant search for alternative systems of belief in myth,
mysticism, and primitivism—or in art itself, seen by many modernists as a privileged
sphere of order and of heightened ephiphanic revelation. Linked to all this, depictions
of modernism also typically draw attention to the self-conscious focus in modernist art
on the very processes of making meaning and on the difficulties and complexities of
representation and perception. Thus, questions of ambiguity, relativity, and
subjectivity, along with linguistic experimentation and formal experiments in

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disordered chronology and shifting points of view, all feature prominently in most
discussions of modernism, as does the fundamental importance to modernism of
psychology and the elusive workings of the conscious and unconscious mind.”

“”””””””””””””

A literatura é um meio apropriado para estudar e entender o homem na sua temporalidade,


por tudo aquilo que demonstra sobre a trajectória do homem como pessoa. O facto de a
literatura ser um meio de representação temporal e de a narratividade ser igualmente
inerente ao ser humano, permite a abordagem de questões sobre a condição humana - o
ser pessoa, o sentido da vida/da morte, o ser e parecer, as relações inter-pessoais, a
busca de sentido - , analisando acontecimentos e personagens de um romance, por
exemplo.
A narração é a comunicação de uma experiência que envolve toda a pessoa, provocando
uma resposta activa do leitor, através da imaginação, da memória e da emoção.
Contar/narrar é sempre revelar um sentido.

Significado e Informação na Mensagem Poética

Que sentido assumem esses conceitos, uma vez aplicados àquele tipo especial de mensagem
que é a mensagem estética? Considera-se comumente palavra poética aquela que, pondo
numa relação absolutamente nova som e conceito, sons e palavras entre si, unindo frases de
maneira incomum, comunica, juntamente com um certo significado, uma emoção inusitada; a
tal ponto que a emoção surge ainda quando o significado não se faz imediatamente claro.

(https://monoskop.org/images/2/29/Eco_Umberto_Obra_aberta_8a_ed.pdf)

Links a consultar:

- https://www.britannica.com/art/English-literature/The-20th-century

- http://vos.ucsb.edu/browse.asp?id=2747

- https://www.bl.uk/20th-century-literature

Considerações sobre diferentes cronologias ou timelines da Literatura Inglesa do século


XX:

- BBC - British History Timeline: http://www.bbc.co.uk/history/british/


- Oxford Reference – Timeline of English
literature: https://www.oxfordreference.com/view/10.1093/acref/9780191737053.timeline.00
01
- Norton Topics Online - The Norton Anthology of English
Literature: https://wwnorton.com/college/english/nael/welcome.htm

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Tendências e avaliação crítica de determinadas manifestações literárias: transição da
crença vitoriana generalizada na arte como veículo de prazer e instrução, para a
crença avant la lettre na “arte pela arte”, por parte de determinados artistas.

Consideração das consequências da Lei de Educação de 1870, a escolaridade elementar


obrigatória e a alfabetização em massa; a evolução no domínio literário de visões do
imperialismo britânico e da noção de supremacia; desenvolvimento da psicanálise e da
mitologia comparativa; teoria da relatividade de Einstein; a condição feminina e as
alterações consequentes da lei “the Married Women's Property Act of 1882”.

A literatura e o status quo no final da era vitoriana (síntese): orgulho nacional,


imperialismo e supremacia britânica; transição da literatura na fase tardia do realismo -
afastamento gradual do optimismo e do triunfalismo que marcaram o início e meados da
era vitoriana e a literatura que antecede uma fase de renovação nos anos vinte.

“Edwardian period” e “Georgian period”: expressões utilizadas na história da literatura


inglesa para indicar o período entre o final da era vitoriana e o início da Primeira Guerra
Mundial. Antes da guerra, parecia existir um feliz optimismo vitoriano, coexistindo ou
contrastando com o crescente sentimento de alienação e instabilidade que diversos
artistas começaram a expressar, nomeadamente, os modernistas. A Primeira Guerra
Mundial (1914-1918) marcou o fim de qualquer optimismo sobre o progresso que a era
vitoriana tinha desenvolvido. A "Grande Guerra", como era então conhecida, dizimou a
paisagem, as perspectivas e trouxe a morte numa escala que o mundo não conhecera
anteriormente.

“A strong crop of British authors emerged during the 20th century. From "The Waste
Land" to 1984, 20th century British writers helped shape the modern and
postmodern movements in art and literature. While they have been strong in number,
the majority of great works came during the first half of the century. Unparalleled economic
and geopolitical catastrophes helped mold a generation raised with great hardship and little
hope. World Wars I and II and the severe economic depression in between encouraged the
exploration of themes like destitution, despair, cynicism and loss. Instead of "faith and
doubt," it was a period of "doubt in faith"--for it seemed to most intellectuals that in a
world where people gassed each other and perpetrated the most awful kinds of atrocities,
faith was irrelevant.”

No início do século XX, alguns intelectuais e escritores foram perdendo sua crença na
possibilidade de a estabilidade ser proporcionada por instituições governamentais,
culturais ou sociais. W. B. Yeats expressou esta sensação de dissolução e instabilidade no
poema "The Second Coming" (1919) "Things fall apart; the centre cannot hold". Escritores,
poetas, artistas britânicos adoptaram a máxima “Make it New!” de Ezra Pound, escritor
norte-americano.

A literatura inglesa das primeiras décadas do século XX.

Início do século XX: emergência de um relativismo originador de um vácuo existencial -


Sartre e Camus; mudança de valores; rápido avanço do conhecimento científico e
tecnológico, com impacto na literatura; alteração do estatuto/papel da mulher na
sociedade; desenvolvimento da psicanálise; avanço da documentação (fotografia e vídeo)
da guerra.

Narrativa. Comparação de romances de autores vitorianos, marcados fortemente por


problemas sociais e pela apologia do imperialismo e do colonialismo (viagens e aventuras

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marítimas) com a obra de autores de finais do século XIX e princípios do século XX, como
Thomas Hardy (de romancista a poeta), Henry James (irmão de William James, psicólogo,
que definiu o conceito de stream of consciousness, ou fluxo de consciência,
posteriormente adoptado como recurso estilístico por escritores modernistas), Robert Louis
Stevenson (o tema do duplo), o esteticismo de Oscar Wilde (“The artist can express
everything. Thought and language are to the artist instruments of an art. […] All art is quite
useless.”), J. M. Barrie, a ficção científica de H.G. Wells, as obras dramáticas de George
Bernard Shaw e, ainda, Joseph Conrad e as novellas náuticas (forma e conteúdo;
estrutura da narrativa, story within the story, experimentalismos e a visão do colonialismo).

Poesia. A poesia das primeiras décadas do século XX: poesia “eduardiana” (poetas que
não formam movimento ou escola), poesia “georgiana” (cinco antologias de poesia
editadas por Edward Marsh entre 1912 e 1922, numa tentativa de distanciamento da
poesia da era vitoriana) e poesia de guerra.

A poesia georgiana. O adjetivo “georgiano” pode ter duas acepções. Por um lado, denota
um período histórico específico, por outro, descreve um conjunto de características
literárias associadas a um grupo específico de poetas pertencentes a esse período. O
período georgiano abrange o reinado de George V (1910-1936). Os chamados poetas
georgianos pretendiam reavivar o interesse público pela poesia. Quando Tennyson morreu
em 1892, era comum dizer que a poesia inglesa também morrera com ele. Aqueles que se
autodenominavam georgianos queriam afirmar sua identidade como também declarar que
eram capazes de elevar e recriar a poesia como os vitorianos antes deles.
Antologias de Poesia Georgiana. Edward Marsh foi o editor de cinco antologias
intituladas Georgian Poetry que apareceram entre 1912 e 1922. A proposta de Marsh de
editar poemas escritos por autores seus contemporâmeos foi apoiada por vários poetas
como Rupert Brooke, um dos principais promotores da ideia, John Drinkwater, Harold
Monro e W. W. Gibson, entre outros. No final de 1912, a primeira antologia georgiana
intitulada Georgian Poetry, 1911-12, foi publicada por H. Monro. O livro foi um sucesso
imediato e respeitável quanto ao seu objetivo de estimular o interesse público na poesia.
A. C. Ward, autor de Illustrated History of English Literature (London: Longmans, Green &
Co. 1955), observou: However little future attention may be paid to the neo-Georgians of
1912-25, they did stir the public to buy and to read poetry, even before the war threw men
back upon elementals expressible only in poetry.”
Características. As antologias georgianas representam o trabalho de cerca de quarenta
poetas, muitos deles considerados, actualmente, como poetas menores. Ao contrário dos
poetas metafísicos de séculos anteriores ou dos pré-rafaelitas, os georgianos não
constituíram uma escola ou movimento, no sentido em que não tinham doutrina, nem
princípios críticos ou estéticos declarados. Cada um deles tinha as suas próprias
predileções. Ainda assim, compartilhavam muito em comum, no que se refere a uma
poesia de carácter pastoral. Os temas abordados derivavam da natureza, cenas da vida
rural inglesa, objetos familiares e experiências vulgares. Alguns deles propuseram mundos
oníricos próprios e até imagens de sobrenatural, mas a maioria concebeu uma espécie de
novo “retorno à natureza” à maneira dos românticos que os precederam por cerca de um
século. Os georgianos são, por vezes, comparados com Wordsworth e Blake, os dois
grandes poetas da natureza e da infância, que celebravam a pureza e a inocência contra a
corrupção, restrições e constrangimentos da cultura urbana. No entanto, o interesse dos
georgianos na natureza prende-se mais com as sensações de uma experiência agradável
do que com uma experiência mística. Por exemplo, o desafio ousado de Blake à
autoridade estabelecida e a busca por verdades perturbadoras não se encontram na
poesia que reflecte o temperamento calmo dos referidos poetas.
Na realidade, os georgianos não só não entraram em ruptura explícita com os seus
antecessores vitorianos como não podem ser vistos como arautos directos ou precursores
do Modernismo.

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“The movement came to represent an attempt to break away completely from
whatever might be Victorian in outlook or manner, while remaining true to the main
tradition of the poetry. The main body of the Georgians tradition proper might be
described as quietest or Pietist. It was quite, intimate, and not ambitious. It dealt
with familiar sights and scenes of English country life. Many of the Georgians were
pastoral writers, whose vaguely pantheistic attitude to the English scene seemed to
make it less dull than one imagines it to have been. Drinkwater, W.H. Davies and
Edward Thomas, all did excellent work in this tradition. Wordsworth might be
regarded as the great grandfather of Georgians. The temperamental endowment of
a nature poet in England is a queer blend of pantheism and pietism. God, for
Drinkwater and Gibson, was ‘a kindly and friendly figure who probably tweeds and
smoked a pipe.’ He was not a Jehovah. Among the pietists Edmund Blunden,
Edward Thomas contented themselves with localities and atmospheres. Nature
was good enough for them. It is perhaps the limitations of their intention and
predisposition that has made them so often a target of satire.”
(https://hubpages.com/literature/Edwardian-and-Georgian-Poetry)

Poesia britânica das primeiras décadas: coexistência de antologias georgianas,


poetas imagistas, poesia de guerra e experimentalismos, anunciando, de algum
modo, o modernismo das décadas que se seguiram.
A poesia de guerra. Síntese do ponto do programa a desenvolver mais à frente.
Vários dos elementos do grupo de poetas georgianos estiveram na frente de combate e
deixaram testemunhos poéticos da Primeira Guerra Mundial. Rupert Brooke captou o
idealismo dos primeiros meses da guerra, e morreu em serviço; Siegfried Sassoon e Ivor
Gurney retrataram a crescente indignação e sensação de desperdício humano ao longo da
guerra; e Isaac Rosenberg, talvez o mais original dos poetas bélicos, Wilfred Owen e
Edmund Blunden escreveram sobre a vida nas trincheiras, o horror e a solidariedade e
compaixão entre os que aí se encontravam, abordando também as perplexidades morais
levantadas pelo desenvolvimento da guerra. I. Rosenberg e W. Owen morreram em
serviço. Grande parte desta poesia tornou-se mais conhecida depois da década de 1930.
Alguns destes poetas podem ser considerados precursores do Modernismo, pela forma
inovadora como descreveram a experiência de guerra.
Considerações prévias sobre o Modernismo na literatura inglesa, tendo em vista a
compreensão dos seus antecedentes durante os anos da guerra em alguns poemas e a
sua génese e desenvolvimento no romance inglês:
“The writers that we have come to call modernist were very different from each other but
they all shared a rejection of traditional Victorian and Edwardian values and of the 19th
century approach with its predictable framework of narrative description and rational
exposition in both poetry and prose. Their rejection of the values and approach of the
period immediately preceding was allied with a desire to experiment in the technique of
writing. They advocated a more fluid and internal approach to characterization and the
presentation of personality which included the notion of the existence of chronological and
psychological time. From these strands evolved what came to be known as the stream of
consciousness, later to be absorbed into the mainstream of literature:
…the myriad flow of impressions, half-thoughts, associations, lapses, hesitations,
incidental worries and sudden impulses that form part of the individual’s
consciousness along with his rational thoughts. It is a technique that has proved
widely influential in much twentieth century fiction. (Encyclopedia Britannica)”
Preface. “Despite intense critical debate and disagreement over its very name, nature and
scope, modernism continues to be widely acknowledged as probably the most
important and influential artistic-cultural phenomenon of the twentieth century,

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whether it is considered primarily as a movement, a period, a genre, a style or an
ideology. […] The classic survey of the field presented in Malcolm Bradbury’s and James
McFarlane’s seminal essay collection, Modernism 1890–1930 (Harmondsworth: Penguin,
1976; rptd. 1991), and the similar more recent collection edited by Michael Levenson, The
Cambridge Companion to Modernism (Cambridge UP, 1999), are perhaps the nearest we
have to the sort of reference guide I mean here. […]
The present volume, then, has been designed to fill the gap suggested above by providing
a comprehensive and accessible source of quick reference to the key authors, works,
movements, theories, places and events commonly associated with literary
modernism. […] this Encyclopedia presents a unique range of detailed entries—many in
the form of mini-essays—mapping out the complex and variegated field of literary
modernism in a fresh and original way from an early twenty-first century perspective. […]
A certain protean indeterminacy may in fact be self-reflexively appropriate to a
phenomenon tellingly described by Bradbury and McFarlane as “an appallingly explosive
fusion” of many disparate and often contradictory trends (48). But several more determinate
features of modernism can also be identified as part of a fairly common frame of reference
within most critical discussions of the topic. To begin with, the emphasis on volatility in
Bradbury’s and McFarlane’s formulation derives quite naturally from what has been
probably the most prominent and constant element in definitions of modernism since the
term came into regular literary-critical usage in the 1960s: that is, modernism’s avant-
garde experimentalism and its concern for radical innovation in artistic form, style,
content and method. This emphasis, in turn, is linked to what is often seen as the
revolutionary dynamic within modernism. On the one hand, we
have modernism’s literary-aesthetic and epistemological rejection of the
conventions, assumptions, procedures, and perceptions of the classical and realist art of
the eighteenth and nineteenth centuries—a rejection precipitated by a range of related art
movements such as impressionism, imagism, symbolism, futurism, and expressionismo.
On the other hand, we have its ideological critique—variously radical or conservative—of
modernity and of the complex social developments associated with industrialization,
urbanization, and democratization. This sense of living through a period of momentous
social, political and cultural upheaval can be seen as a key motivating factor in the
modernist insistence on an equivalently momentous upheaval in aesthetic practice (itself
often seen as fundamentally political).
It can also be seen to motivate another major nexus of modernism: its profound concern
with themes of alienation, fragmentation, and the loss of shared values and
meanings, and its concomitant search for alternative systems of belief in myth,
mysticism, and primitivism—or in art itself, seen by many modernists as a privileged
sphere of order and of heightened ephiphanic revelation. Linked to all this, depictions
of modernism also typically draw attention to the self-conscious focus in modernist art on
the very processes of making meaning and on the difficulties and complexities of
representation and perception. Thus, questions of ambiguity, relativity, and
subjectivity, along with linguistic experimentation and formal experiments in
disordered chronology and shifting points of view, all feature prominently in most
discussions of modernism, as does the fundamental importance to modernism of
psychology and the elusive workings of the conscious and unconscious mind.”

Primeira Guerra Mundial: contexto e perspectivas.


Apesar de a Primeira Guerra Mundial ter sido desencadeada por uma série de
acontecimentos que se seguiram ao assassinato do Arquiduque do Império Austro-
Húngaro, as causas que envolveram o seu deflagrar são mais profundas e complexas do
que um facto apenas. O seu início envolveu questões políticas, económicas e culturais,
para além de uma teia complexa de alianças que se desenvolveram entre diversas

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potências europeias ao longo do século XIX, depois da derrota de Napoleão Bonaparte,
em 1815, e do Congresso de Viena.
Alguns teóricos apontam como factores determinantes da Primeira Guerra Mundial os
seguintes:

 o imperialismo, o colonialismo e a partilha de África, que, com o extraordinário


crescimento industrial na segunda metade do século XIX, aumentaram o choque de
interesses económicos e políticos entre as potências mais industrializadas;
 o capitalismo crescente e os consequentes problemas sociais do proletariado urbano e
dos trabalhadores mais pobres;
 o expansionismo alemão, potência industrial em rápida ascensão, criando rivalidades
com a França, a Inglaterra e a Rússia;
 disputas prévias não resolvidas, concretizadas através do antigermanismo francês,
rivalidades russo-germânicas e antigermanismo inglês, resultado da concorrência
industrial e económica alemã;
 governos não-unificados, atrasos e discrepâncias nas comunicações diplomáticas;
 sistema complexo de alianças;
 corrida ao armamento;
 movimentos ultranacionalistas;
 o assassinato do herdeiro do trono austríaco e da sua esposa, no dia 28 de junho de
1914.

Deste modo, quando o curso normal dos acontecimentos se alterou com o assassinato do
Arquiduque Franz Ferdinand, herdeiro do trono da Áustria, em 24 de Junho de 1914, por
Gavrilo Princip, um nacionalista sérvio, em Sarajevo, capital da Bósnia, província
austríaca, a Europa, dividida em estados maiores e menores, encontrava-se enredada
numa diversidade de tratados, alianças complexas e tensões.
Em resposta a esse acontecimento, vários exércitos da Europa mobilizaram-se
rapidamente e, no fim do Verão, o mundo estava em guerra. Ninguém podia prever o grau
apocalíptico de destruição que se seguiu. Quando se dá a assinatura do Armistício e o fim
da guerra em 11 de Novembro de 1918, tinham sido mortos mais de nove milhões de
militares e cerca de cinco milhões de civis. Em Inglaterra e na Europa uma geração de
jovens soldados desapareceu.
A maior parte dos poetas que se encontram na Antologia de Poesia Britânica da Primeira
Guerra Mundial participaram naquela que ficou conhecida como Grande Guerra ou “the
Great War”. Muitos deles não sobreviveram para assistir ao final da guerra. Alguns, como
Rubert Brooke ou John McCrae, acreditavam que a sua participação na guerra fazia parte
de uma causa justa e nobre. Outros, mais concretamente, Sigfried Sassoon e Wilfred
Owen, alistaram-se igualmente por um sentido de dever, mas ambos começaram a achar
a participação de Inglaterra na guerra excessiva e desnecessariamente prolongada. Se
quase todos partiram para a guerra com entusiasmo, patriotismo e idealismo, começou a
desenvolver-se entre muitos dos militares, um determinado sentimento de desilusão, ou
mesmo anti-guerra, em particular quando se percebeu que era uma guerra de desgaste.
Por volta de Setembro de 1914, a Tríplice Aliança (Império Alemão, Império Austro-
Húngaro e Itália) e a Tríplice Entente (França, Reino Unido e Império Russo) viram-se
envolvidas em guerra de trincheiras e os anos de 1915-16 foram anos de impasse,
caracterizados por vitórias pírricas, como a vitória dos Aliados (franceses e ingleses) na
Primeira Batalha de Champagne, de final de 1914 ao início de 1915, em que, à custa de
mais de 50 mil baixas francesas e outras similares alemãs, pouco território foi conquistado
pelos primeiros em cerca de dois a três meses. Resultados como este, contribuíram para
um sentimento de futilidade crescente em soldados da linha de frente, agravado por

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ataques com gás. Os alemães foram os primeiros a utilizar gás clorídrico, produzido por
indústrias como Bayer e Hoechst, contra o exército opositor. Este gás provocava
queimaduras nos olhos, na garganta e pulmões, cegueira, náuseas e dores de cabeça.
Posteriormente, os aliados passaram a usar o mesmo recurso contra as linhas alemãs, e
em 1917 a fórmula inicial deu lugar ao gás mostarda, ainda mais letal. O fervor patriótico
inicial que impulsionou tantos jovens a alistar-se no Verão de 1914, foi dando lugar, por
volta de 1916, a sentimentos de desilusão e exasperação em muitos casos, como se pode
constatar na frase que começou a circular entre as tropas britânicas: “Went to war with
Rubert Brooke, came home with Siegfried Sassoon”. Esta afirmação demonstra não só a
frustração sentida, como revela o conhecimento generalizado da poesia escrita por estes
soldados.
Nem todos os poetas que constam da Antologia de Poesia Britânica da Primeira Guerra
Mundial foram combatentes; no entanto, de uma forma ou de outra, a grande maioria não
ficou indiferente à devastação que alterou a percepção da guerra. Mesmo com toda a
propaganda nacional e com o intenso sentimento antigermânico que proliferou durante a
guerra, “this was no case of petty right or wrong”, como escreveu Edward Thomas. O
conjunto de poesia escrita durante a guerra, quer de manifestação de patriotismo dos
poetas quer de desespero e desilusão, representa poeticamente a guerra e ficou para a
posteridade como um memorial que sobrevive às linhas da frente da Primeira Guerra
Mundial.
“The disillusionment that grew out of the war contributed to the emergence of
modernism, a genre which broke with traditional ways of writing, discarded romantic
views of nature and focused on the interior world of characters.” Amanda Onion.
“How World War I Changed Literature”. History. Aug. 31. 1918.
https://www.history.com/news/how-world-war-i-changed-literature

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