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Atividade 3 – 2º Trimestre – APNP de Arte para o EM e EMI

Professora: Lucimery Riveiro Pim

Leia atentamente o texto abaixo:

Romantismo

Caracterizou-se como uma visão de mundo contrária ao racionalismo iluminista e buscou um


nacionalismo que viria a consolidar os estados nacionais na Europa.

William Turner | Quillebeuf, at the Mouth of Seine (1883). Museu Calouste Gulbenkian

O Romantismo foi um movimento artístico, político e filosófico surgido nas


últimas décadas do século XVIII na Europa e que perdurou por grande parte do
XIX. Na política, surgia o liberalismo político; no campo social, imperava o
inconformismo e no artístico, o repúdio às regras. A Revolução Francesa é o
clímax desse século de oposição.

Caracterizou-se como uma visão de mundo contrária ao racionalismo iluminista


que marcou o período neoclássico e buscou um nacionalismo que viria a
consolidar os estados nacionais na Europa.
Inicialmente apenas uma atitude, um estado de espírito, o Romantismo toma
mais tarde a forma de um movimento e o espírito romântico passa a designar
toda uma visão de mundo centrada no indivíduo. Os autores românticos
voltaram-se cada vez mais para si mesmos, retratando o drama humano,
amores trágicos, ideais utópicos e desejos de escapismo. Se o século XVIII foi
marcado pela objetividade, pelo Iluminismo e pela razão, o início do XIX seria
baseado pelo lirismo, pela subjetividade, pela emoção e pelo “eu”.

O Romantismo surge inicialmente naquela que futuramente seria a Alemanha e


na Inglaterra. Na primeira, o Romantismo, teria, inclusive, fundamental
importância na unificação germânica com o movimento Sturm und Drang.

A Tomada da Bastilha, pintura de Jean-Pierre Louis Houël, 1789.

O Romantismo viria a se manifestar de formas bastante variadas nas diferentes


artes e marcaria, sobretudo, a literatura e a música. À medida que foi se
desenvolvendo e ampliando, surgiram críticos à sua demasiada idealização da
realidade. Destes críticos surgiu o movimento que daria forma ao Realismo.
A visão romântica anuncia uma ruptura com a estética neoclássica e com a
visão racionalista da época da Ilustração. Se o termo “clássico” remete à
ordem, ao equilíbrio e à objetividade, a designação “romântico” apela às
paixões, às desmedidas e ao subjetivismo. A dicotomia clássico/romântico,
frequentemente acionada pelos historiadores da arte, não deve levar ao
estabelecimento de uma oposição radical entre os termos, já que as diferentes
orientações se combinam em diversos artistas. Por exemplo, as pinturas
visionárias e fantásticas do inglês William Blake (1757 – 1827), indica Giulio
Carlo Argan, ainda que próximas ao espírito romântico, tomam como modelo
as formas clássicas. (Ver imagem abaixo)

Tanto o clássico quanto o romântico são teorizados entre a metade do século


XVIII e meados do XIX. O contexto onde as novas ideias se ancoram é
praticamente o mesmo: as contradições ensejadas pela Revolução Industrial e
pela Revolução Francesa que repercutem na redefinição das classes sociais
(nobreza, a burguesia em ascensão, o campesinato e operariado nascente).

Betsabé no Banho (1800), de William Blake


O neoclassicismo parece coincidir com a Revolução Francesa e Império
Napoleônico. Além disso, Anton Raphael Mengs (pintor, crítico e teórico do
movimento) e Johann Joachim Winckelmann (historiador da arte) defendem a
retomada da arte antiga, especialmente greco-romana, considerada modelo de
equilíbrio, clareza e proporção.

Já o romantismo aparece mais diretamente ligado à ascensão da burguesia e


efervescência dos movimentos de independência nacional. Sua sistematização
histórica e crítica está reunida em torno dos irmãos Schlegel na Alemanha, a
partir de 1797, aos quais se ligam: Novalis, Tieck, Schelling e muitos outros.
Além disso, tem-se como representação filosófica os postulados de Jean-
Jacques Rousseau (1712 – 1778), que demonstram seu pessimismo em
relação à sociedade e à civilização, que apresentam uma natureza pura,
corrompida pela cultura. Disso decorre a exaltação rousseauniana da natureza,
da simplicidade da criação, da nostalgia do primitivo e do culto do gênio
original.

Elementos Centrais do Romantismo

● O sujeito, suas paixões e traços de personalidade;

● Imaginação, sonho e evasão — no tempo (na Idade Média gótica) e no

espaço (nos lugares exóticos como oriente e Américas);

● Mitos do herói e da nação, aliados ao o culto do folclore e à cor local;

● Religiosidade;

● Consciência histórica.

Esses elementos estão presentes em toda a produção artística romântica, seja


nas literaturas de Walter Scott, Chateaubriand, Victor Hugo e Goethe, seja nas
músicas de Beethoven, Weber e Schubert.

Pinturas Românticas
As grandes extensões de mar, montanhas e planícies cobertas de nuvens ou
neblina que se estendem ao infinito, as rochas e picos, e o homem solitário em
atitude contemplativa, compõem a imagística do romantismo: a natureza como
locus da experiência espiritual do indivíduo, a postura meditativa do sujeito, a
solidão, a longa espera, etc.

O paisagismo inglês de William Turner (1775 – 1851) e John Constable


(1776 – 1837) costuma ser incluído no rol da pintura romântica, a despeito das
distâncias em relação à vertente alemã e das soluções diversas adotadas por
cada um deles. Turner realiza telas de tom dramático, com forte movimento e
luminosidade. As paisagens de Constable, por sua vez, tendem ao acento
naturalista, ao tom poético e ao pitoresco: são ambientes acolhedores,
compostos de casas, águas, nuvens, etc.

Naufrágio (1805), de Turner


A Carroça de Feno (1821), de Constable

Na França, por sua vez, o impacto da revolução e o mito napoleônico se


refletem nos temas históricos e nas cenas de batalhas, amplamente exploradas
pelos pintores.

Théodore Géricault (1791 – 1824), admirador de Michelangelo Buonarroti


(1475 – 1564) e do barroco, retoma o passado e a história em telas como A
Jangada da Medusa. O quadro trata de um naufrágio e da luta desesperada
dos sobreviventes. O embate entre vida e morte, e as relações hostis entre o
homem e a natureza se expressam no movimento dos corpos e da vela,
enlaçados num mesmo drama, que as formas revoltas das ondas e nuvens
auxiliam a enfatizar.
Jangada da Medusa (1819)

Eugène Delacroix (1798 – 1863), maior expoente do romantismo francês, se


detém sobre a história política do seu tempo no célebre A Liberdade Guia o
Povo, quando registra a insurreição de 1830 contra o poder monárquico. A
liberdade, representada pela figura feminina que ergue a bandeira da França
sobre as barricadas, é uma alegoria da independência nacional, tema
fundamental para os românticos. A imagem da luta aparece também na obra
de Delacroix associada aos temas bíblicos e religiosos (A Luta de Jacó com o
Anjo, 1850 – 1861).
A Liberdade Guia o Povo (1830)

Romantismo no Brasil

No Brasil, o romantismo coincidiu com a independência política em 1822, com


o Primeiro Reinado, Guerra do Paraguai e com a campanha abolicionista. Ele
reverbera pela produção artística de modo geral, assumindo contornos diversos
nas diferentes artes e nos vários artistas.

Na literatura, podem ser lembrados os nomes de Gonçalves de Magalhães


(1811 – 1882), José de Alencar (1829 – 1877), Gonçalves Dias (1823 –
1864), Álvares de Azevedo (1831 – 1852), entre outros.

Na música, os de Carlos Gomes (1836 – 1896), Elias Álvares Lobo e Alberto


Nepomuceno (1864 – 1920).

A localização de uma tendência romântica na pintura histórica e acadêmica


nacional impõe uma análise mais apurada dessa produção específica, vista por
muitos intérpretes como realizada exclusivamente em moldes neoclássicos. Se
neoclassicismo e romantismo se combinam em diferentes artistas europeus,
como dito no início, o mesmo se verifica entre nós. Nas composições de Victor
Meirelles (1832 – 1903), por exemplo, observam-se afinidades com o espírito
romântico de Géricault e Delacroix.

Batalha dos Guararapes (1879), Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro

Referencias

Texto de Paulo Varella - setembro 18, 2012, disponível no site


https://arteref.com/movimentos/romantismo-movimento-artistico/

Atividades: de acordo com o que foi lido no texto acima responda:

1- Resuma brevemente o Romantismo e suas características:

Primeira geração

Os primeiros românticos são conhecidos como nativistas, pois seus


romances retratam índios vivendo livremente na natureza, numa
representação idealizada. O índio é transformado no símbolo do homem
livre e incorruptível. Nosso Romantismo apresenta como traço essencial
o nacionalismo, destacando o indianismo, o regionalismo, a pesquisa
histórica, folclórica e linguística, e a crítica aos problemas nacionais.

Segunda geração: O tema que fascinou os escritores da segunda


geração romântica brasileira foi a morte. Nas obras dos escritores desse
período está presente uma visão negativa do mundo e da sociedade,
onde expressam seu pessimismo e sentimento de inadequação à
realidade, pois viviam uma vida desregrada, dividida entre os estudos
acadêmicos, o ócio, os casos amorosos e a leitura de obras literárias,
como as de Musset e Byron.
A segunda geração, também conhecida como ultrarromantismo,
encontra no Brasil discípulos fervorosos, que diante do amor
apresentam uma visão dualista, envolvendo atração e medo, desejo e
culpa. Em seus poemas, a imagem de perfeição feminina apresenta os
traços de morte, condenando implicitamente qualquer forma de
manifestação física do amor.

A terceira geração é também conhecida como "O condoreirismo", os


poetas dessa geração apresentam estilo grandioso ao tratarem de
temas sociais, eram comprometidos com a causa abolicionista e
republicana desenvolvendo, assim, a poesia social. Castro Alves é o
poeta que mais se destaca. Inspirado nos princípios de Victor Hugo, ele
começa a escrever poemas sobre a escravidão. Há, retratado em seus
poemas, o lado feio e esquecido pelos primeiros românticos: a
escravidão dos negros, a opressão e a ignorância do povo brasileiro.
Castro Alves ficou conhecido como "o poeta dos escravos"..
2- Das características do Romantismo você achou mais interessante ou se
identificou? Por que? (Atenção não aceitarei respostas como nenhuma
ou similares.)
A segunda geração, pois eu amo histórias de amor, morte e etc… Me
identifico bastante por ler livros que são assim, (a série de ACOTAR por
exemplo tem amor, mortes, guerra etc.. e é a minha série preferida de
livros,)

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