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Academia de Música de Costa Cabral

Violino

Disciplina: Física do Som B (Organologia do violino)


Docente: Professor Daniel Martinho
Trabalho realizado por Sofia Costa da Ponte, 10ºB

Porto, abril 2022


Academia de Música de Costa Cabral

Índice
ÍNDICE DE FIGURAS.....................................................................................................3
INTRODUÇÃO.................................................................................................................4
DESENVOLVIMENTO....................................................................................................5
 O VIOLINO............................................................................................................5
 HISTÓRIA DO INSTRUMENTO.........................................................................5
 TÉCNICAS DE EXECUÇÃO...............................................................................7
 CONSTRUÇÃO E MATERIAIS...........................................................................8
 REPERTÓRIO IMPORTANTE.............................................................................9
 OUTROS TÓPICOS DE INTERESSE..................................................................9
CONCLUSÃO.................................................................................................................11
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ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1- Rebecca do Médio Oriente................................................................................6
Figura 2- Lira da Braccio..................................................................................................6
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INTRODUÇÃO

O presente trabalho foi elaborado na disciplina de Física do Som B no primeiro ano


do curso profissional de instrumentista de cordas e teclas no ano letivo 2021/2022
lecionado pela Academia de Música de Costa Cabral.
Este trabalho retrata fundamentalmente como tema a organologia do Violino,
abordando vários aspetos, desde a História do instrumento, passando pelas técnicas de
execução, alguns efeitos sonoros, instrumentos da sua família até ao repertório mais
importante e alguns tópicos de interesse. Desta forma, o objetivo principal deste
trabalho é a obtenção de conhecimento acerca do meu instrumento de modo a
enriquecer a trajetória da minha aprendizagem.
Para tal, no decorrer deste será apresentado, primeiramente, o desenvolvimento
teórico, finalizando com uma breve conclusão.

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DESENVOLVIMENTO

 O VIOLINO

O violino é um instrumento musical, classificado como instrumento de cordas


friccionadas. É o mais agudo dos instrumentos de sua família (o que inclui a viola e o
violoncelo), correspondendo ao soprano da voz humana. O violino possui quatro cordas
(Mi, Lá, Ré, Sol). O timbre é agudo, brilhante e estridente, mas dependendo da madeira,
do encordoamento e das medidas, podem-se produzir timbres mais aveludados. O som
geralmente é produzido pela ação de friccionar as cerdas de um arco sobre as cordas.
Também pode ser executado beliscando ou dedilhando as cordas (pizzicato), pela
fricção da parte de madeira do arco, ou mesmo por percussão com os dedos ou com a
parte de trás do arco. De facto, o violino é um instrumento fundamental na música
clássica, mas a sua versatilidade permitiu que fosse integrado quer na música folclórica
de vários países, como no jazz e outros estilos musicais.
Em relação aos instrumentos da família do violino, a família de violino moderno
padrão consiste no violino, na viola e no violoncelo. Sendo a viola de arco, cujo as
cordas são dó, sol, ré e lá, um pouco maior que o violino e por isso mesmo, produz um
som bem mais grave, aveludado e doce que este. Quanto violoncelo, este, cujo as cordas
são dó, sol, ré e lá (uma oitava abaixo da viola de arco) é ainda maior que a viola de
arco e, portanto, emana um som gravíssimo. Geralmente, o violoncelo desempenha o
papel de Baixo Contínuo, fundamental numa melodia.

 HISTÓRIA DO INSTRUMENTO

O violino é um instrumento de corda friccionada que surge na primeira metade do


século XVI, no entanto, não existem registros históricos que indiquem com exatidão a
sua origem nem se pode afirmar que este teve propriamente um criador. Durante toda a
sua história, o violino que conhecemos atualmente sofreu diversas adaptações, através
do seu desenvolvimento e aperfeiçoamento juntamente com a combinação de diversas
características de instrumentos já existentes, tal como, a Rebeca do Oriente Médio, o
Fidle Renascentista e a Lira da Braccio.

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Figura 1- Rebeca do Médio Oriente

Figura 2- Lira da Braccio

Apesar disto, a criação do violino é atribuída a Gasparo Bertolotti, conhecido or


Gasparo de Saló, que viveu entre 1540 e 1609 e, durante duzentos anos, a arte de
fabricar violinos de primeira classe foi atributo de três famílias de Cremona: Amati,
Guarneri e Stradivarius, sendo os desta última os mais valiosos em todo mundo. Com
isto, no século XVI, nascem em Itália duas escolas de luthiers que se tornaram as mais
célebres: a escola de Cremona e a escola de Brescia. Desta forma, a escola de Cremona
dá início com Andrea Amati, cujo neto, Nicolo Amati, fora o luthiers mais importante
da família. De facto, Andrea Amati teve vários discípulos importantes, entre os quais se
destacam: Andrea Guarneri (1626-1698) e Antonio Stradivari (1644-1737) que foi
certamente o mais marcante, sendo assim o expoente máximo da lutherie de todos os
tempos. Além disto, é relevante referir que a família Amati trabalhou e desenvolveu,
especialmente, a definição da forma clássica do violino. Já a escola de Brescia nasce
com Gasparo de Saló já referido anteriormente. Fora de Itália os centros de construção
mais importantes foram o Tirol e a cidade francesa de Mirecourt.
Em Portugal, destacam-se no século XVIII e princípio do século XIX o luthier
Joaquim José Galrão, em Lisboa, e no século XIX A. Sanhudo do Porto e ainda J.J.
Fonseca. Nos dias de hoje, distingue-se a família Capela, fixada na localidade de Anta
perto de Espinho. Esta tradição iniciou-se com Domingos Ferreira Capela (1904-1976),
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que foi continuada pelo seu filho Antonio Capela, encontrando-se o seu neto Joaquim
Capela já incluído no mesmo ofício.

 TÉCNICAS DE EXECUÇÃO

A técnica de execução mais comum é sem dúvida a ação de friccionar as cerdas do


arco sobre as cordas. Antes de tocar no instrumento, o violinista deve passar sobre as
crinas do arco uma resina que tem o efeito de produzir sons entre os fios da crina e as
cordas, produzindo som. Além disto, existem outras técnicas do arco, como:

- Detaché que consiste em arcadas para cima e para baixo sem levantar o arco da corda;
- Martelé que consiste numa arcada terminada abruptamente;
- Cordas duplas/dobradas que acontece quando se toca simultaneamente duas cordas;
- Sul tasto é basicamente tocas com o arco na escala;
- Sul ponticello é simplesmente tocas com o arco o mais próximo do cavalete;
- Com legno, que significa com lenha, consiste em tocar com a parte de madeira do arco
nas cordas;
- Staccato consiste em tocar cada nota nitidamente separada com o arco sempre na
corda;
- Sppicato consiste em tocar cada nota também nitidamente separada, mas com o arco a
saltar;
- Tremolo consiste em mexer o arco muito rápido numa determinada zona do arco,
geralmente na ponta. Esta técnica pode ser executada em cordas duplas também de
modo a enriquecer a peça;
- Ricochet consiste basicamente no saltar do arco várias vezes durante apenas uma
arcada a partir da pressão do indicador;
- Glissando é feito pela mão esquerda. Este consiste numa mudança de posição, isto é,
num deslizamento contínuo entre duas notas;
- Harmónicos executam-se ao deixar o dedo da mão esquerda junto apenas da corda de
modo a que esta não seja completamente tocada;
- Vibrato trata-se de uma mudança de tom regular e pulsante que pode ser variada. Além
disso, este pode ser de pulso ou de braço;

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- Trilos consistem em tocar uma determinada nota alternada com a nota superior ou
inferior rapidamente;
- Pizzicato consiste em puxar os dedos com a corda. Este pode ser feito tanto com a mão
direita como com a mão esquerda. Ainda dentro deste tópico, existe o pizzicato Bartók
muito conhecido que é feito com bastante força de modo a que a corda toque na escala;

 CONSTRUÇÃO E MATERIAIS

O violino é um instrumento feito de madeira, constituído por diversas partes, sendo


estas:
- Corpo do violino, constituído pelos tampos superiores e inferiores e pelas ilhargas;
- A queixeira, onde se posiciona o queixo enquanto se toca. Aliás, esta foi inventada
pelo alemão Ludwig Spohr e pode ser feita de diversos materiais como madeira ou até
mesmo resina.
- O cavalete, que consiste numa peça do violino pequena e delicada, onde as cordas do
violino ficam apoiadas. A principal função desta peça é transmitir as vibrações da corda
para o corpo do violino.
- As cravelhas que são responsáveis pela afinação das cordas do violino.
- A escala que se trata é a superfície onde iremos posicionar os dedos da mão esquerda
para a digitação das notas.
- A pestana fica posicionada no início da escala e é onde as cordas do violino ficam
presas.
- O estandarte é uma peça que se encontra na parte inferior do violino, utilizado para
prender as cordas no instrumento;
- O botão, que também se localiza na parte inferior do violino, tem a função de fixar o
estandarte;
- A almofada, que claramente não é de carácter obrigatório, apenas serve ajudar no
apoio do violino no ombro do violinista.
- A alma que consiste numa pequena peça colocada meticulosamente entre os dois
tampos é efetivamente a peça mais importante de todo o violino. Esta tem como função
orientar eixos e padrões de vibração que ocorrerão no tampo e no fundo, isto é,

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transmitir a vibração das cordas para a caixa harmônica do instrumento de modo a que o
som vibre pelo corpo inteiro do violino.

Em relação ao arco, este é feito de madeira ou de carbono e de crinas de cavalo


que por sua vez são ajustados às duas extremidades da peça de madeira, longa e curva.
A crina tem ajuste de tensão feito por um parafuso colocado no talão, extremidade que é
segurada pela mão direita do músico (a outra extremidade do arco denomina-se ponta).

 REPERTÓRIO IMPORTANTE

Quanto ao repertório mais importante do violino, sabe-se que existe uma extensa
lista e por isso, optei por claro escolher algumas das peças mais importantes como
também das minhas preferidas. Começando pelos concertos, os mais conhecidos são:
Concerto para Violino em Ré Maior de Piotr Tchaikosvky, Concerto para Violino em
Ré Maior de Johannes Brahms, Concerto para Violino em Mi menor de Felix
Mendelssohn, Concerto para Violino em Ré Maior de Ludwig van Beethoven, Concerto
para Violino em Ré
menos de Jean Sibelius, Concerto para Violino no. 1 em Sol Menor de Max Bruch,
Concerto para Violino no.3 em Sol Maior de Wolfgang Mozart, Concerto para Violino
de Alban Berg e o Concerto para Violino no. 1 de Dmitri Shostakovich.
Além disto, existem outras obras igualmente marcantes na história do violino, tal
como: os 24 caprichos para violino solo de Niccolò Paganini e as sonatas e partitas para
violino solo de Johann Sebastian Bach. A um nível mais virtuoso, temos também a
Fantasia em Si Menor de Schubert, a Sinfonia Espanhola em Ré Menor de Édouard
Lalo e as Sonatas para Violino Solo de Eugenè Ysaye.
A nível de música de Câmara, passo a referir o Quinteto em Dó Maior de Schubert
que ao em vez de ser tocado para 2 violinos, 2 violas e 1 violoncelo é tocado por 2
violinos, 1 viola e 2 violoncelos. Para finalizar, existe ainda o Trio em Ré Menor de
Felix Mendelssohn, cujo o segundo andamento é o meu preferido e o Quarteto de
Cordas no.3 “Imperador” de Joseph Haydn.

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 OUTROS TÓPICOS DE INTERESSE

 O mais famoso Stradivarius é também o mais famoso e valioso violino do mundo. Este
denominado por Messias foi feito pelo mestre em 1716 e ainda hoje é o violino antigo

mais preservado do mundo, afirmado por muitos como aparenta ter acabado de ser feito.
Também foi o único violino que Stradivari nunca vendeu, ficando em sua posse até sua
morte. Atualmente, este encontra-se na coleção do Museu Ashmolean em Oxford,
Inglaterra.
 Numa orquestra existem mais violinos do que qualquer outro instrumento. A secção de
cordas da orquestra toca mais vezes que as outras e a maioria dos apreciadores de
música clássica afirmam que conseguem ouvir durante muito mais tempo o som dos
instrumentos de cordas do que o som de outro instrumento qualquer.
 Por último tópico, passo a citar alguns dos melhores violinistas de todos os tempos, tal
como, Itzhak Perlman, Isaac Stern, Jascha Heifetz e David Oistrakh.

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CONCLUSÃO

Em suma, creio que tocar um instrumento, neste caso, o violino não deixa de ser
uma arte, advinda da combinação de um talento e dedicação aos estudos. Como tal,
reconheço que é realmente uma dádiva a oportunidade de aprender um instrumento.
Além disto, ao longo deste trabalho, adquiri conhecimentos e aprofundei as minhas
aprendizagens de modo a expandir os meus horizontes em relação ao meu próprio
instrumento.

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