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APOSTILA DE MÚSICA

―A Música governa o mundo e torna


as pessoas melhores‖

Martinho Lutero

Acredita-se que a música tenha surgido sob a forma de dança, em


rituais sagrados, por meio dos quais os homens pré-históricos imitavam os
sons da natureza e dos animais. Ao explorarem o som de ossos, bambus e
troncos de árvores, eles criaram os primeiros instrumentos.
Em suas cerimônias sagradas, o ser primitivo pintava o corpo,
dançava e compunha músicas, com o ritmo dos passos e dos instrumentos
rudimentares, para homenagear os deuses e mortos. De maneira instintiva, da
imitação rudimentar das ações dos animais e da natureza, os gestos e a
mímica foram se transformando em passos e estes, em coreografias.
Nas civilizações pré-históricas e nas tribos que ainda existem, gesto,
movimento e coreografia vivificam rituais. Essa manifestações continuam
presentes nas danças folclóricas que representam cerimônias de
coroamento, casamento, guerra, trabalho ou lazer, como os reisados, os
folguedos, as congadas, as quadrilhas, o carnaval, algumas cirandas, etc.
Em sua evolução, essa três formas de expressão foram dissociando -
se, em algumas formas de espetáculo, como óperas, balés, musicais, teatro e
cinema.

SOM MUSICAL

É um fenômeno acústico que consiste na propagação de ondas


sonoras produzidas por um corpo que vibra em meio material elástico,
especialmente o ar. Assim, para nós, o som é a sensação que experimenta um
ouvido normal ao chegar até ele as vibrações de um corpo sonoro qualquer. As
vibrações são, pois, o elemento produtor do som; o ar (ou a água, por
exemplo), o elemento condutor; e o nosso ouvido, o órgão de percepção sonora.
Os sons musicais, de acordo com a sua altura, recebem os seguintes
nomes: dó, ré, mi, fá, sol, lá, si.
Esses nomes se repetem de 7 em 7, da seguinte maneira:

A nota varia, de acordo com a duração do som.


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As partes da nota se chamam:

As notas são escritas no pentagrama ou pauta, que é um conjunto


de 5 linhas horizontais e 4 espaços.

As notas são escritas nas linhas e nos espaços.

As linhas e os espaços são numerados de baixo para cima.

A posição da nota no pentagrama indica a altura do som, da


seguinte maneira:

Há notas mais agudas ou mais graves do que as que são escritas no


Pentagrama. São colocadas nas linhas e espaços suplementares.

 Acordes

Como o próprio nome sugere, é um acordo entre notas deferentes. É a


combinação de três ou mais sons simultâneos.
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Observação: _______________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________

A clave é um sinal colocado no inicio da pauta que dá seu nome a


nota escrita em sua linha.

Existem três tipos de Claves que são:




Elementos Básicos da Música / parâmetros do som

Os sons gerados por mescla de vibrações irregulares e inconstantes


ou somas de várias vibrações, que não se combinam geram sons com alturas
indefinidas, classificadas como barulho = ruído.
Muitas vezes os nossos filamentos nervosos não conseguem
identificar a vibração, devido esses sons que perturbam a percepção um do
outro, e acabam ficando estressados na tentativa de captar o estimulo.
Considerado uma outra causa de estresse dos nossos filamentos nervosos
(membrana do tímpano) é a intensidade de algum som (muito forte). Dai
quando percebemos um som, normalmente identificamos quatro
características básicas que são chamadas de ―Parâmetros do som‖:

Altura
Intensidade
Timbre
Duração

Sabendo que o som é produto da vibração, pode se afirmar que o


ruído também é som, daí a música possui vários tipos de sons:

Tom
Ruído
Linha
Mescla
Ponto
Som Móvel
Cluster
Simultanoide

Música - é a arte onde expressamos os sentimentos através de sons


combinados.

 Divide-se em três partes:

 Melodia ________________________________________________________________________
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 Harmonia ______________________________________________________________________

 Ritmo __________________________________________________________________________

Princípios básicos para entendermos uma obra musical:

 Notação Musical - é o nome genérico de qualquer sistema de escrita


utilizado para representar graficamente uma peça musical, permitindo
a um intérprete que a execute da maneira desejada pelo compositor ou
arranjador. O sistema de notação mais utilizado atualmente é o sistema
gráfico ocidental que utiliza símbolos grafados sobre uma pauta de 5
linhas. Diversos outros sistemas de notação existem e muitos deles
também são usados na música moderna. Elemento básico de qualquer
sistema de notação musical é a nota, que representa um único som e
suas características básicas: duração e altura. Os sistemas de notação
também permitem representar diversas outras características, tais
como variações de intensidade, expressão ou técnicas de execução
instrumental.

 Contraponto – conjunto de melodias dispostas em ordem simultânea


(concepção vertical da música).

 Estilo – é o modo pelo qual compositores de épocas e países diferentes


apresentam elementos (melodia, harmonia, ritmo, timbre, forma,
tessitura) em sua música.

 Forma – é a maneira pela qual um compositor utiliza para desenvolver


ou moldar uma obra musical.

 Escala – é a estrutura básica da música. Na música, nós podemos


utilizar vários tipos de escalas tais como escalas pentatônica (de apenas
5 sons) naturais ou diatônicas, artificiais ou cromáticas e escalas
exóticas.

 Cifras é um sistema de notação musical usado para indicar através de


símbolos gráficos ou letras os acordes a serem executados por um
instrumento musical (como por exemplo uma guitarra). As cifras são
utilizadas principalmente na música popular, acima das letras ou
partituras de uma composição musical, indicando o acorde que deve ser
tocado em conjunto com a melodia principal ou para acompanhar o
canto.

EXERCÍCIOS

01) Marque a opção que caracteriza o som musical.

a) som melodioso
b) som produzido eletronicamente
c) ruídos agradáveis
d) sons de qualquer natureza
e) altura (freqüência fixa)
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02) Faça a correspondência correta:


a) timbre ( c ) é a força aplicada na execução do som
b) altura ( d) é o tempo que o som demora
c) intensidade (a ) podemos dizer que são qualidades do
som
d) duração ( b) A vibração de um objeto pode ser rápida
ou lenta.

03) Marque a opção que diz respeito ao conceito de Ritmo:


a) é uma sucessão de sons musicais combinados
b) é aquilo que podemos chamar de ―cor de seu som‖.
c) é a duração e acentuação dos sons e das pausas
d) é a combinação de sons combinados
e) n.d.a

04) Explique a finalidade melodia e harmonia como elementos da linguagem


musical

05) Responda:

a) O que é Tessitura?

b) Quais são as maneiras de o compositor ―tecer uma música?

06) Para que serve a notação musical?

HISTÓRIA DA MÚSICA Música na Antiguidade

Quando o homem da Pré-história, em sua caverna, começou a


desenhar, pintar, emitir sons, e fazer rústicos instrumentos musicais e
estranhos movimentos ritmados, estava iniciando um dos mais belos capítulos
da história da humanidade: a HISTÓRIA DA ARTE.
A música da Pré-história apresentava uma expansão impulsiva e
instintiva do movimento sonoro ou apenas um expressivo meio de
comunicação, sempre ligada as palavras, aos ritos e à dança. Quando se
estuda a História Antiga, constata-se nas grandes civilizações (Egito, Grécia e
Roma) a presença de uma imensa variedade de instrumentos musicais.
No Egito, a Música era tão importante que muitas mulheres que
tocavam instrumentos eram sepultadas próximo dos túmulos reais. A música
era incluída em todas as partes da vida. Nos templos, havia cerimônias; os
músicos tocavam flautas e sistros (espécie de guizos). Já o exército usava
instrumentos de prata e de bronze, como as trombetas.

Instrumentos:

Dentre os povos antigos, foram os Gregos que mais se destacaram


pelo amor e cultivo das artes. Eles se destingiram não só no campo da ciência
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e da filosofia, mas também nos esportes e nas artes, bem como na pintura,
escultura, arquitetura, música, poesia e teatro. Entretanto, a música, o teatro
e os esportes faziam parte essencial da educação da juventude.
Como toda música antiga, a grega era MONÓDICA (uma só voz),
escrita com letras do alfabeto. Sua escala era baseada em TETRACORDES,
que recebiam o nome de MODOS. Estes adquiriram nomes diferentes
conforme as regiões da Grécia, em que predominavam Os principais são
MODO DÓRICO, FRÍGIO E LÍDIO.
Modo DÓRICO (MI – FÁ – SOL – LÁ – DÓ – RÉ – MI) – Platão
considerava o modo solene e gracioso, por despertar a virtude e a coragem.
Modo FRÍGIO (RÉ – MI – FÁ SOL – LÁ – SI - DÓ– RÉ) – Este modo,
materialista e sensual, favorecia a impetuosidade e a orgia.
Modo LÍDIO (DÓ – RÉ – MI – FÁ – SOL – LÁ – SI – DÓ) – Afável, doce
e sensual, e era usado nos cantos juvenis, favorecia a educação, despertando
o gosto pelo belo e pelo puro.
―Música‖ deriva diretamente da palavra grega mousa que no plural
designa as nove ―musas‖, filhas de Zeus e Minemósine – a memória -, deusas
inspiradoras das artes em geral e da música em particular. A origem da
música grega e dos instrumentos musicais era situada pelos gregos em um
longínquo passado místico, entre os próprios deuses. À música, eram
atribuídos poderes mágicos: além da capacidade de atuar nos corpos e nos
espíritos, era capaz de encantar os animais e operar milagres na própria
natureza.

Instrumentos:

Já os romanos não se
preocupavam com as artes, mas
com as guerras e as conquistas.
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Com a conquista da Grécia, os romanos levaram para Roma os melhores


professores de música, bem como artistas e poetas. Assim, Roma, assimilou a
cultura grega – não só a arte musical, mas as outras artes (pintura, escultura,
arquitetura e teatro).

Instrumentos:

EXERCÍCIOS

07) Marque a opção que diz respeito a música primitiva:


a) nunca esteve ligada às palavras, aos ritos e a dança.
b) não se configurou como arte, teria sido uma expansão impulsiva e instintiva
do movimento sonoro, ou apenas um expressivo meio de comunicação.
c) sua ―música‖ era um meio de comunicação e não impulsiva e instintiva
d) configurou-se como arte, sendo ela uma expansão impulsiva e instintiva do
movimento sonoro.
e) todas as opções estão corretas

08) De acordo com seus estudos, faça um comentário sobre a música antiga
do Egito, Grécia e Roma.

Podemos dividir a história da música em períodos distintos, cada


qual identificado pelo estilo que lhe é peculiar. É claro que um estilo musical
não se faz da noite para o dia. Esse processo lento e gradual, quase sempre
com os estilos sobrepondo-se uns aos outros, de modos a permitir que o
―novo‖ surja do ―velho‖. Por isso mesmo, dificilmente os musicólogos estão de
acordo a respeito das datas que marcam o princípio e o fim de um período, ou
mesmo sobre os nomes a serem empregados na descrição do estilo que o
caracteriza. Por isso, aqui apresentamos os diversos períodos da história da
música:

Música Medieval 476 d.C. a 1450


Música Renascentista 1450-1600
Música Barroca 1600-1750
Música Clássica 1750 - 1810
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Romantismo do século XIX 1810- 1910


Música do século XX de 1900 em diante

HISTÓRIA DA MÚSICA Música MedievaL

O cristianismo mostrou ao homem um mundo interior que ele


desconhecia, e essa revelação transformou a sua visão de si mesmo, bem
como a sua posição face às coisas. Movidos por esse novo modo de ser, os
primeiros cristãos desenvolveram sua própria arte com o objetivo de
exteriorizar não somente sensações, mas sentimentos de integração religiosa.
Esta ideologia que se generalizou nos séculos iniciais da Idade Média foi a
causa de origem da monodia cristã.
Os Hinos e Cânticos da nova concepção musical inspiravam-se nos
Salmos da Bíblia. Solo e Coro, ou Coros alternados, dialogavam nas orações
musicadas, sendo que a participação de um dos grupos vocais às vezes não ia
além dos "aleluias" e "améns" que marcavam o fim de cada passagem. Aos
poucos, formaram-se artistas profissionais que aperfeiçoaram o canto das
melodias. A princípio, dividiram o texto em sílabas, atribuindo apenas um som
a cada uma delas (canto silábico). Mais tarde, por influência da música
oriental, as sílabas já reuniam vários sons, enriquecendo-se com um
ornamento vocal (melisma).
Os grandes centros da Igreja — Bizâncio, Roma, Antioquia e
Jerusalém - eram também os grandes centros da música, cada qual com sua
liturgia musical particular. No século IV, em Milão, Santo Ambrósio criou um
estilo que tomou o seu nome — ambrosiano. Na mesma época, Santo Hilário
compunha na França uma música de características diferentes —, o chamado
estilo galicano. E três séculos depois, na Espanha, Santo Isidoro seguiria uma
terceira tendência - o estilo moçárabe. Contudo, foi em Roma que se
estabeleceram os padrões que deram ao canto litúrgico da Igreja Romana uma
forma fixa. Quem os organizou foi o fundador da Schola Cantorum, Papa
Gregório Magno - o que explica o nome de Canto Gregoriano com o qual se
tomou conhecido esse gênero musical. Caracterizava-se por uma melodia
linear e plana - o "cantus planus". Por isso chamaram-no também, mais tarde,
de cantochão.

Ars Antiqua (arte antiga) – continuou com a música religiosa,


cantando especialmente MOTETES, uma forma musical polifônica vocal, a
capella (sem acompanhamento instrumental), de assunto religioso, sacro.

Antes da Idade Média propriamente dita, alguns importantes


estudiosos registraram a escrita de música, um deles Boécio, teve um papel
fundamental quanto ao estudo da música e classificou a música em três
estilos:

 MÚSICA MUNDANA - a música do mundo, isto é, a harmonia


fundamental que preside o deslocamento dos astros, ao movimento dos
elementos à sucessão das estações e também a música das esferas, ou
seja, a música produzida pelas esferas do movimento concêntrico que
realizaram em torno da terra.

 MÚSICA HUMANA – a harmonia entre o corpo e a alma do ser humano,


entre sua sensibilidade e sua razão, entre o sujeito cognocente e o
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objeto conhecido – a tomada da consciência por esse sujeito de estar em


harmonia com o mundo.

 MÚSICA INSTRUMENTAL – que por meio da arte imita a natureza.

 GÊNEROS

 Cantochão - consiste em uma única melodia, com uma tessitura do


tipo que chamamos monofônica. Em sua primeira fase, a música
religiosa conhecida como cantochão não tinha acompanhamento.
Consistia em melodias que fluíam livremente, quase sempre se
mantendo dentro de uma oitava e se desenvolvendo, de preferência com
suavidade, através de intervalos de um tom. Os ritmos são irregulares,
fazendo-se de forma livre, de acordo com as acentuações das palavras e
o ritmo natural da língua latina, a base do canto dessa música. Alguns
cantos eram expressos de modo antifônico, isto é, os coros cantavam
alternadamente. Outros eram cantados no estilo responsório, que se faz
com as vozes do coro respondendo a um ou mais solistas.

A música antiga (que vai até o século XII) empregou um sistema de


escalas chamado modos. Estas escalas só utilizam as notas brancas do piano,
começando por uma nota e terminando nela uma oitava acima. Por exemplo
de ré até ré (modo dórico), de dó a dó (Jônico), de mi a mi (frígio), de fá a fá
(lídio), de sol a sol (mixolídio) , de lá a lá (eólio). Estas escalas apresentam a
posição dos tons e semitons em lugares diferentes, como está exemplificado
abaixo em alguns modos:

Canto Gregoriano

Nos primeiros séculos, os cristãos sofreram contínuas e ferozes


perseguições, de forma que foram obrigados a realizar seus ritos à noite e em
lugares subterrâneos denominados catacumbas.
Contudo foi em Roma que se estabeleceram os padrões que deram
ao canto litúrgico da Igreja Romana uma forma fixa, o papa São Gregório
Magno criou mais 4 modos chamados plagais, derivados dos modos
Hipodórico, Hipofrígio, Hipolído e hipomixolído, (também gregos).
Esse papa contribuiu largamente para o desenvolvimento da arte
musical da igreja Católica.
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De acordo com as festas litúrgicas da igreja, são Gregório magno se


lecionou e coordenou os cantos religiosos a igreja católica e os compilou num
só livro chamado O ANTIFONÁRIO. Em homenagem a este papa, o canto da
igreja chamou-se canto gregoriano, também conhecido como cantochão ou
canto plano.
O ANTIFONÁRIO foi organizado pelo papa São Gregório Magno, está
preso em uma corrente de ouro, no altar-mor da Basílica de são Pedro, no
vaticano, como modelo do canto cristão.

Tipologia

 Graduale _____________________________________________________________________
 Kyriale ______________________________________________________________________
 Antiphonale __________________________________________________________________

Características do Canto Gregoriano

 canto oficial da Igreja Católica;


 o texto em latim;
 Importância é dada ao texto e não à música (objetivo é propagar a fé e
não fazer um recital);
 Cantado obrigatoriamente só por homens (mas recentes pesquisas em
conventos descobriram milhares de cânticos compostos e interpretados
por mulheres);
 Não pode ter acompanhamento instrumental de qualquer espécie;
 Prosódico (um tipo de canto falado);
 Melodias simples com pouca mudança de notas e uma tessitura menor
que uma oitava;
 Monofônico (uma única linha melódica);
 Diatônico (escalas sem alteração cromática ou microtonal);
 Modal (escalas de sete sons, ligeiramente diferentes das nossas
escalas);
 O ritmo depende das palavras, portanto é livre de fórmulas de
compasso;
 Não tem preocupação com a dinâmica;
 O andamento, geralmente, é lento;
 Os compositores são anônimos, pertencentes ao clero.

Principais teóricos – codificadores e autores

 Santo Ambrósio
 S. Gregório Magno
 Severino Boécio
 Gud d’ Arezzo

 Organum

Um termo extraído do latim, significando todo o corpo de recursos


para fazer música – instrumentos e vozes. O organum também recebeu o
nome de diafonia (conjunto de dois sons). Partindo do cantochão os
compositores acrescentaram uma segunda voz. O cantochão, base desta
música, recebeu a denominação de ―Vox Principalis‖ ou ―cantus firmus‖. A
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segunda voz foi chamada de ―vox organalis‖ ou ―discantus‖ – canto diferente


em latim.

O Organum pode ser:

 Paralelo – as primeiras músicas polifônicas (com duas ou mais linhas


melódicas tecidas conjuntamente) datam do século IX. Por essa época,
os compositores partiram para uma série de experiências, introduzindo
uma ou mais linhas de vozes com o propósito de acrescentar maior
beleza e refinamento a suas músicas.

 Livre – Nos dois séculos seguintes, os compositores foram


gradualmente dando alguns passos no sentido de libertar a voz organal
de seu papel como cópia fiel da voz principal. Por volta do século XI,
além do movimento paralelo, a voz organal também usava movimento
contrário (elevando-se quando a voz principal abaixava e vice-versa), o
movimento oblíquo (conservando-se fixa enquanto a voz principal se
movia) e o movimento direto (seguindo a mesma direção da voz
principal, mas separada desta não exatamente pelos mesmos
intervalos).

 Melismático – No começo do século XII, esse rigoroso estilo de nota


contra nota foi inteiramente abandonado, substituído por outro em que
a voz principal se esticava por notas com canto com longos valores. A
voz principal passou, então, a ser chamada de tenor (vem do latim
tenere, que significa manter). Acima das notas do tenor, longamente
sustentadas, a uma voz mais alta se movia livremente, expressa por
notas de menor valor que, com suavidade, se ia desenvolvendo. Dá-se a
um melodioso grupo de notas cantado numa única silaba o nome de
melisma.

Organum em Notre Dame

Mais tarde, ainda no século XII, Paris tornou-se um importantíssimo


centro musical, desde que, em 1163, teve inicio a construção da catedral de
Notre Dame. Aí, as partituras de organum, com um grupo de compositores
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pertencentes à chamada ―Escola de Notre Dame‖. Alcançaram admirável


estágio de elaboração. No entanto, apenas o nome de dois desses compositores
chegou até nós: o de Leonin que foi o primeiro mestre do coro da catedral, e o
seu sucessor Perotin que trabalhou de 1180 até cerca de 1225.

 Clausula – (século XII) – Esta palavra significa "fechamento" em latim.


Na parte final do organum, o compositor fazia o tenor melismático e as
outras vozes eram mais ornamentadas. O cantus firmus original é
completamente destruído. Os compositores, muitas vezes, substituíam
uma clausula por uma outra, mesmo se a anterior fosse de um outro
compositor diferente. A conseqüência da clausula é a destruição
completa das melodias gregorianas. Assim os compositores procuram
pensar em peças nas quais poderiam criar idéias originais.

 Conductus (século XII/XIII) – Tipo de música que se popularizou com


os compositores de Notre Dame foi o conductus, cântico de procissão
usado para acompanhar o padre. Para o conductus, o compositor criava
uma melodia própria e sobre esta adicionava uma, duas, três e até mais
vozes, quase sempre ao estilo de nota contra nota. Diferentemente do
moteto, o conductus usava o mesmo texto para todas as vozes. No
conductus era possível fazer a troca de vozes. Fragmentos de melodia
ou frases inteiras eram trocadas pelas vozes, de modo que enquanto
uma voz cantava AB, outra ao mesmo tempo estaria cantando BA

 Motetos - No século XIII, as vozes mais altas das clausulae, começaram


a receber palavras independentes do texto. O duplum passou, então a
ser conhecido como motetus (que vem do francês Mots, e significa
palavras), dando assim origem a um tipo de música popular que foi
chamada de moteto. Como muitas dessas composições foram
elaboradas para serem cantadas fora das igrejas, passaram a ser
usadas palavras seculares. Sobre uma clausula, talvez tirada de um
organum a duas vozes, acrescentava-se uma terceira voz (triplum),
escrita com notas mais rápidas. Esta tinha palavras inteiramente
independentes, às vezes até em outra língua.

 Missa - A missa romana, como evoluiu no Ocidente gerou um tesouro


rico de arte. Criou arquitetura, pintura vitrais, escultura, poesia e
música, coisas que cresceram em torno do ato central da Missa. Para
os músicos, a palavra Missa pode ter um sentido mais exato: música
composta para acompanhar as partes fixas da Missa:
 Kyrie
 Glória
 Credo
 Sanctus
 Benedictus ou Agnus Dei

A música sacra era feita em grande escala e de forma séria, usando muitas vozes
(polifônica), geralmente sem acompanhamento instrumental. Era a música da Igreja Católica
Romana.
 Aleluia (deformação da palavra jubilus - "alegria" em latim):
ornamentação na melodia da palavra;
 Amém ("assim seja" em latim): ornamentação na melodia da palavra;
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 Antífona: alternação de coros;


 Hino: canto de louvor para algum santo;
 Responsório: melodia para solo e coro;
 Salmodia: recitativo solo ou recitativo com solista e coro;
 Seqüência: melodia repetida para solista ou para coro;
 Tropo: interpolações melódico-textuais entre duas palavras ou frases
de um cântico qualquer.

Características da Música Medieval

 Uso de modos.
 Tessituras monofônicas cantochão - melodias simples, sem
acompanhamento ou notacão rítmica; canções seculares e danças bem
ritmadas.
 Tessituras polifônicas: organum - peças elaboradas a partir de
cantochãos de prexistentes; motetos - composição de melodias e palavras
frequentemente trazendo problemas de desentrosamento.
 Muitas composições baseadas em um cantus firmus tirado de um
cantochão, mas algumas peças compostas de forma independentes (por
exemplo, conductus).
 A Música tem a função de louvar a Deus.

Música Profana

 Trovadores – em oposição ao canto gregoriano, o qual também


faz parte dessa fase histórica, retrata o espírito epopéico, burlesco, e
romântico da época. A música deixa os templos e se espalha pelos castelos,
pelas várias escolas que a organizam e estudam, pelas Cruzadas, pelo povo... .
Os denominados trovadores, inventam notas, sons, formas poéticas musicais,
onde expressam seu mundo intelectual e sentimental. Estendem-se pelas
cortes e cidades como mensageiros de uma nova arte e uma nova maneira de
entender o mundo dos sentimentos.

Principais trovadores

Adam de La Halle e Blondel de Nesles - França


Walter van der Vogelweide – Alemanha
Ricardo Coração de Leão – Inglaterra
Afonso X – Espanha
D. Diniz e D. Sancho I - Portugal

Ars Nova (século XIV – XV)

Quando nasceu, na França, a polifonia erudita consistia numa


forma bastante simples de tirar efeito de um som contra outro. Mas esse jogo
de "punctus contra punctus" - o contraponto - facilitou a criação de novas
formas vocais, como o Motete, o Conducto e o Rondó. Era uma música
diferente que se articulava. Receberia o nome de Ars Nova. O grande teórico da
Ars Nova foi o Bispo Filipe de Vitry. Entretanto muitos outros também
cuidaram de dar precisão matemática às regras do canto coral, tornando já
conscientes certas combinações harmônicas.
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Principais Compositores

Leonin – escreveu muitos organa (plural de organum) com base


em cantos apropriados às festividades anuais da igreja, como a Páscoa e o
Natal. Aqui damos a maneira como um organum ao estilo de Leonin deveria
ter sido composto. Uma vez escolhida a música apropriada – o Benedicamus
Domino, por exemplo -, o compositor consideraria como tenor a parte que
tivesse apenas uma ou duas notas em cada silaba (be-ne-di-ca-mus),
atribuindo-lhes valores extremamente longos de fato, tão longo que é bem
possível que os tenores de Notre Dame fossem auxiliados, ou mesmo
substituídos, por instrumentos como o órgão ou os sinos. Acima dessa, o
compositor escreveria um solo (agora com o nome de duplum, isto é, segunda
parte), usando um tipo de notação mais rápida, como antigos compositores
faziam no organum melismático, mas com uma diferença: nos organa de Notre
Dame, as partes mais altas estão mensuradas (arranjadas em precisas
unidades de tempo musical), com vozes tecendo fragmentos parecidas com as
de dança e baseadas em padrões rítmicos, todos de três tempos – na verdade,
uma métrica emprestada da poesia. Quando, entretanto, o compositor
chegasse a um segmento do canto original dotado de melisma(Do ... mi-no), ele
poria o tenor também dentro do mesmo ritmo, usando as notas desse
seguimento de canto, agora em andamento mais rápido.

Perotin – foi o sucesso de Leonin na função de mestre de coro


em Notre Dame, revisou grande número de organa anteriores, enriquecendo-os
e fazendo certos tipos de modificações afim de torná-los estilisticamente mais
modernos. A um organum duplum, por exemplo, ele poderia acrescentar um
terceira (triplum) e até mesmo uma quarta voz (quadruplum). Além disso,
compôs diversas clausulae – algumas em substituição a outras já existentes
em organa anteriores, algumas a serem executadas como peças
independentes.

Guillaume de Machaut – (1300-1377) – Compositor francês,


serviu como padre e funcionário público a vários membros importantes da
corte francesa. Criador de cantigas e baladas profanas, Machaut escreveu a
Missa da Sagração, que é considerada até hoje uma obra-prima.

John Dunstable – (? – 1453) - abertura de How fair thou art –


(Que bela sóis), um moteto composto por ele.

Guillaume Dufay – (1398-1474) – compositor francês, era


também padre. Além de músicas religiosas, compôs muitas canções profanas.

Instrumentos Medievais

 Galubé e tamboril – flauta e tambor de duas faces tocados por uma só


pessoa.
 Charamela – instrumento de sopro e palheta dupla, de grande sonoridade,
um dos antepassados do oboé.
 Corneto – feito de marfim ou madeira e guarnecido de couro: possuía vocal
parecido com o do trompete, mas com orifícios para os dedos, como os da
flauta.
 Órgão – alem do órgão de igreja, havia o órgão portátil – peça pequena, de
poucas notas -, que podia ser carregado com facilidade.
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 Carrilhão – conjunto de sinos graduados de acordo com o tamanho e a


altura dos sons, para ser tocado com martelos de metal.

 Cítola ou Cistre – instrumentos com quatro cordas de arame que eram


tangidas com os dedos.
 Harpa – menor que a harpa moderna com menos cordas.
 Viela – ligeiramente maior que as violas modernas, possuía um cavalete
um tanto achatado que permitia que uma corda fosse tocada ao mesmo
tempo que outra.
 Rebec – instrumento em forma de pêra, geralmente de três cordas
friccionadas com arco.
 Viela de Roda – instrumento no qual uma roda movida a manivela fazia as
cordas vibrarem, e um teclado em conexão com as cordas melódicas
respondia pela diferenciação dos sons.

 Saltério – dotado de cordas que eram tocadas com bicos–de-pena, um em


cada mão.

EXERCÍCIOS

09) ―Hino e Aleluia‖ dizem respeito a gêneros do:


a) canto dos trovadores
b) canto gregoriano
c) música profana
d) n.d.a

10) (UFMA/PSG - 2000 – 2002) A monodia medieval caracteriza-se por ser


uma melodia sem acompanhamento instrumental ou mesmo vocal. Como
principal gênero deste período e com estas características, temos:
a) a sinfonia
b) o quarteto vocal clássico
c) o cantochão
d) a ―ária do capo‖
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e) o moteto renascentista

11) Cite duas características da música medieval

12) (UFMA/PSG - 1999 – 2001) O canto gregoriano foi, sem dúvida, um


importante instrumento usado pela Igreja Católica para a elevação espiritual e
reforço da fé. Indique uma característica dessa música.
a) Música instrumental na qual se destacava o violino
b) Música vocal, prosódica e melismática, cantada apenas por vozes
masculinas, tendo como base os salmos dos hebreus.
c) Música muito rápida, própria para dança.
d) Música orquestral com destaque para o piano
e) Música vocal com acompanhamento de piano

13) Alguns estudiosos registraram a escrita de música, e um deles foi Boécio,


que teve um papel essencial quanto ao estudo da música e a classificou em
estilos. Portanto diga o nome dos estilos e fale da cada um.

14) Assinale a alternativa que corresponda a música dos trovadores:


a) Virelai, Balada, Estampida
b) Fuga, Balada, Estampida
c) Suíte, Ópera, Fuga
d) Virelai, Fuga, Suíte
e) Rondó, Estampida, Suíte

15) Marque a opção que diz respeito ao tema da música dos trovadores:
a) o amor cavalheiresco e os feitos dos reis
b) a descrição de alguma região, rio etc.
c) os conflitos sociais
d) o universo, notadamente a lua
e) a morte de alguém (elegia)

16) Cite o nome de quatro instrumentos utilizados durante o período medieval.

17) Marque a opção que corresponde ao compositor que escreveu a ―Missa da


Sagração”, durante a Idade Média:
a) Guillaume de Machaut
b) Perotin
c) Leonardo Da Vinci
d) Verrochio
e) Leonin
APOSTILA DE MÚSICA

18) Fale do Organum em Notre Dame

19) Quais foram os tipos de Organum, e fale de cada um.

20) Faça a correspondência, e depois marque a opção CORRETA:


(1) saltarelo
(2) Estampida
(3) Sirventes
(4) Serenata

( ) canção coreada dos trovadores provençais. Espécie de canção para


acompanhar a dança.

( ) dança italiana de movimentos leves e rápidos e em ritmos ternários.

( ) canção de serviços, geralmente de conteúdo moral ou político, pe uma


forma de protesto contra vícios, a corrupção.

( ) canção para ronda noturna.

a) 1, 3, 4, 2
b) 2, 4, 3, 1
c) 1, 2, 3, 4
d) 4, 3, 2, 1
e) 2, 1, 3, 4

HISTÓRIA DA MÚSICA Música Renascentista

Origens

O Renascimento teve origem na reação do homem dessa época ao


espírito medieval que havia tomado conta de todo o universo até então. O
espírito medieval era ―teológico‖, o Renascentista ―humanístico‖, isto é, o
homem e a arte eram colocados como elementos prioritários. O homem é o
centro, a razão de todas as coisas: sai em busca de terras desconhecidas. Até
agora, as atitudes formalizadas quanto à natureza do mundo tinham sido, em
grande parte, de responsabilidade da igreja, que continuava a insistir em que
o mundo era achatado e que o sol girafa em torno da terra. Os marinheiros
que tomavam parte nas longas viagens marítimas empreendidas por Vasco da
Gama, Magalhães, Colombo e Cabral começaram a pensar de forma diferente,
e assim também os cientistas, que entregam-se à busca de novas invenções
que viriam contribuir para o seu bem estar e desenvolvimento social. O
homem explorava igualmente os mistérios de suas emoções e de seu espírito,
APOSTILA DE MÚSICA

desenvolvendo uma final percepção de si próprio e do mundo ao seu redor. Em


vez de aceitar os fatos por sua aparência, passou a observar e questionar e
começou a deduzir coisas por conta própria. Todos esses fatores tiveram forte
impacto sobre pintores e arquitetos, escritores e músicos; e, naturalmente,
sobre o que criavam.
Durante a Renascença, a música se tornou muito menos incidental,
para constituir mais uma demonstração de instrução, poder e riqueza. Os
coros das cortes e os grupos instrumentais se tornaram regra. Os
compositores moravam na corte e eram sustentados para compor para os
nobres, assim como os pintores para adornar os palácios da nobreza. A
música mais antiga foi rapidamente deixada de lado, e o músico passou a ser
considerado não mais um artesão, como os construtores de igrejas góticas,
mas um artista honrado por todos. As habilidades na manufatura de
instrumentos avançam muito, acompanhando as habilidades de desempenho,
na medida em que os nobres patronos exigiam qualidade superior.

ESCOLA FRANCO FLAMENGA

Curioso na música da renascença é o fato de os compositores que


assumiram a vanguarda do pensamento musical serem quase todos dos
países baixos ―Holanda, Bélgica e Norte da França‖, embora a Itália e a
Inglaterra nos anos posteriores passassem a ser os mais importantes centros
musicais da Europa. Muitos desses compositores saíram de sua terra para se
estabelecerem em outros países, particularmente na Itália, onde ocuparam
postos importantes, exercendo grande influência sobre os músicos locais.
Desenvolveu-se o sistema harmônico, desenvolvendo-se regras precisas para o
estudo da harmonia.

ESCOLA INGLESA

Em 1588, uma série de madrigais italianos, com versos em inglês,


foi publicado na Inglaterra. O fato causou grande entusiasmo e logo os
compositores ingleses estavam compondo seus próprios madrigais, que
passaram a ser cantados nos lares de todas as famílias apaixonadas pela
música. A Escola Inglesa foi a grande responsável pelo desenvolvimento do
madrigal.

IGREJA PROTESTANTE

Na Alemanha da época, muito dividida, os músicos não marcaram


muito a história, com exceção de Hassler, alunos de Roland de Lassus e dos
Gabrielli, que procurou fazer uma síntese entre o estilo polifônico e a arte de
Veneza. Foi também nesse período o surgimento do Lied ―poema musicado‖. A
igreja protestante liderada por Lutero, procurava encontrar caminhos que
levassem as pessoas a um encontro mais direto com Deus, acabou se
desenvolvendo a tradição de compor hinos para serem cantados em alemão
por toda a congregação – em lugar dos corais cantados em latim. A Reforma foi
um estimulo extraordinário para a música alemã até então adormecida.

ESCOLA ESPANHOLA

Na corte do Rei Filipe II, em Madri, as composições de Cristóvão


Morales ou de Antonio de Cabezón eram ainda muito influenciadas pelos
contemporâneos franceses e italianos, mas as de Tomás Luis de Victória tem
APOSTILA DE MÚSICA

um caráter verdadeiramente espanhol. Influenciada pelo misticismo religioso,


a escola espanhola apresenta tons sombrios às vezes patéticos.

ESCOLA ROMANA

A música composta para a Igreja católica romana tentava manter a


pureza do canto gregoriano e se contrapunha a tendência do uso de
dissonâncias do período. Predominância da música religiosa. Misticismo e
serenidade.

ESCOLA VENEZIANA

Fundada pelo flamengo Willaert, teve como características principais


o brilho e magnificência. Aproveitando a estrutura física da catedral de São
Marco, em Veneza, os compositores posicionavam os músicos em locais
estratégicos que a música, quando tocada, sugeria já naquela época um efeito
estereofônico. Os compositores gostavam de empregar instrumentos ao lado de
vozes na musica sacra, com isso, podiam incluir em suas obras grupos de
instrumentos, cada qual ligado ao seu próprio coro. Empregavam uma técnica
imitativa com contraste entre o forte e o piano, sons brilhantes com sombrios,
sons agudos contrastando com sons graves.

 GÊNEROS

 Música Sacra

Os compositores passaram a ter um interesse muito mais vivo pela


música profana, inclusive em escrever peças para instrumentos, já não mais
usados somente com a finalidade de acompanhar vozes. No entanto, os
maiores tesouros musicais renascentistas foram compostos para igreja, num
estilo descrito como ―polifonia coral‖, música contrapontística para um ou
mais coros com diversos cantores encarregados de cada parte vocal. Boa parte
dessa música deveria ser cantada a capella – era música essencialmente
coral, cantada sem acompanhamento de instrumento.
As principais formas de música continuaram sendo a missa e o
moteto, escrito no mínimo para quatro vozes, pois os compositores
começaram a explorar os registros abaixo do tenor, escrevendo a parte que
agora chamamos de ―baixo‖, e desse modo criando uma tessitura mais cheia e
rica. A música ainda se baseava em modos, mas estes foram gradualmente
sendo usados com maior liberdade, já que cada vez mais eram introduzidas
notas ―estranhas‖ ou ―acidentais‖, ao que se chamava de ―música ficta‖. O
moteto passou a ter mais coerência com o uso de um só texto o qual era
aproveitado em todas as vozes do conjunto através de imitações (introdução,
por uma voz, de um trecho melódico que, imediatamente depois, será repetido
ou copiado por outra voz), e outros artifícios. Em vez de um cantochão
servindo de bases melódicas os compositores passaram a usar canções
populares.

 Corais

Na Alemanha do século XVI, em que a igreja protestante, liderada


por Lutero, procurava encontrar caminhos que levassem as pessoas a um
contato mais direto com Deus, acabou se desenvolvendo a tradição de compor
APOSTILA DE MÚSICA

hinos para serem cantados em alemão por toda congregação – em lugar dos
corais cantados em latim. Tanto podiam ser músicas recentemente compostas
como originar-se de cantochãos e até mesmo de canções populares adaptadas.
Esses hinos são também chamados de corais. Na Alemanha, um dos mais
conhecidos, intitulado Nosso Deus ainda é uma cidadela segura,
provavelmente é de autoria do próprio Lutero, e ainda hoje é cantado nas
igrejas protestantes.

 Estilo Policoral

Na basílica de São Marcos, em Veneza, havia dois grandes órgãos e


duas galerias para coro, situadas em ambos os lados do edifício. Isso deu aos
compositores o ensejo de escrever peças para dois coros distintos. As
composições nesse estilo são chamadas policorais – músicas para mais de um
coro. Assim, uma frase vinda da esquerda é respondida por ela própria, ou
talvez por outra, vinda da direita e os efeitos obtidos eram ricos e muito
poderosos, quando se combinavam todas as forças.
Os compositores venezianos gostavam muito de empregar
instrumentos ao lado de vozes na música sacra e, com isso, podiam incluir em
suas obras grupos de vários instrumentos, cada qual ligado ao seu próprio
coro. Algumas das peças policorais mais impressionantes são as de Giovanni
Gabrielli que freqüentemente escreveu para três, ou até mais, diferentes
grupos tocando ao mesmo tempo.

 Música Profana

Paralelamente ao desenvolvimento da música sacra renascentista,


houve o rico florescimento das canções populares, surpreendentemente
variadas em estilo e expressando todo tipo de emoções e estados de espírito.
Umas têm a tessitura extremante contrapontística, outras são construídas
com acordes, soando num alegre e bem ritmado tempo de dança. Dentre as
várias modalidades de canções, incluem-se:

 Frotola – canção popular italiana, muito cultivada pelos


compositores da era polifônica. Executada inicialmente por uma só voz
com acompanhamento instrumental.

 Madrigal – na sua origem, era uma canção de caráter profana para


vozes com acompanhamento de instrumentos. Com o advento da
polifonia, os compositores começaram a tratá-lo em forma coral –
contraponto figurado – com ou sem acompanhamento de instrumentos.
Devido ao seu caráter sensitivo e profano, o madrigal atingiu muito
cedo proporções dramáticas, chegando a constituir-se um dos
elementos importantes que iriam contribuir para a criação da Ópera.

 Fantasia – forma musical que, como o próprio nome indica, tende a


desenvolver-se de maneira bastante livre, constatando assim como os
planos mais ou menos pré-estabelecidos que deviam ser seguidos para
caracterizar certos tipos de composição como o Ricercare, a Fuga e a
Sonata. Além plano estrutural, a fantasia se caracteriza por possui
internamente figurações rápidas de escalas.

 Alemanda – na sua origem, esta forma musical era uma canção


germânica. A partir do século XVI, entretanto, assumiu um caráter
APOSTILA DE MÚSICA

instrumental, sendo praticada nos meios populares como dança.


Continuando sua evolução natural, assim como outras formas nas
mesmas condições, a Alemanda foi introduzida pelos compositores de
música de câmera em suas suítes instrumentais.

 Corrente – dança de origem francesa em compasso ternário e


movimento rápido. Assim como a alemanda a corrente passou do
bailado popular às suítes instrumentais renascentistas e depois
barrocas, ocupando um lugar de destaque junto aos outros movimentos
fundamentais que as compunham: alemanda, corrente.

 Tocata – nascida na Itália, este termo significa: a obra para ser


tocada. A tocata, portanto, deveria ser uma obra instrumental,
executada em um instrumento de tecla (cravo-anterior ao piano) ou
órgão – oposição a cantata que era executada por vozes humanas e
orquestra.

 Ricercare – (vem do italiano – procurar, buscar, descobrir) é


originalmente, a reprodução instrumental do madrigal da forma do
moteto: politemático como este, organizado em vários períodos, cada
qual com seu próprio tema tratado de forma imitativa. Vai dar origem a
fuga.

 Música Instrumental

Até o começo do século XVI, os instrumentos eram considerados


muito menos importantes do que as vozes. Usavam-nos apenas em peças de
dança e, naturalmente, também como acompanhamento de canto, mas nessa
função nada faziam se não duplicar a voz, isto é, tocar a mesma música do
canto ou, talvez, na ausência de certos cantores, assumir a parte
correspondente a estes. Contudo, durante o século XVI, os compositores
passaram a ter cada vez mais interesse em escrever musicas para
instrumentos – não apenas danças, mas peças destinadas a serem
simplesmente tocadas e ouvidas.
Tanto na Idade Média como na Renascença, os instrumentos se
dividiam m dois grupos: os instrumentos bas (―baixo‖ ou ―suave‖), destinados
à música doméstica, e os haut (―alto‖), para serem tocados em igrejas, grandes
salões ou a céu aberto. Alguns poucos, pela qualidade do som produzido,
pertenciam às duas categorias.

Principais Características da Música Renascentista

 A música ainda baseia-se em modos, mas estes são gradualmente tratados


com maior liberdade, à medida que vai aumentando o numero de
―acidentes‖ introduzidos.
 Usam-se mais combinações do que contrastes.
 Harmonia: maior preocupação com o fluxo e a progressão dos acordes.
 Música Sacra: algumas peças destinadas a execução a capella.
 Música Profana: rica variedade de música de canto, de danças e peças
instrumentais – muitas copiando o estilo vocal, mas outras genuinamente
ligadas a instrumentos, não as vozes.
 Os timbres característicos dos instrumentos renascentistas: muitos
formando famílias (um mesmo instrumento em diversos tamanhos e tons).
APOSTILA DE MÚSICA

 Época assinala pelo predomínio da polifonia vocal, através do moteto (de


origem flamenga), do madrigal (nascido da ―frotola italiana‖), e da missa
(herdada da Idade Média) e da Chanson (forma tipicamente francesa). Na
fase final (Escola Veneziana), o Madrigal assume uma feição dramática: è o
caminho para a Ópera que vai surgir no começo do século XVII.

Instrumentos Renascentistas

Nesta ilustração do século XVI, cinco cantores são acompanhados por flauta,
corneta, sacabuxa, viola alaúde e virginais.

Principais Compositores
APOSTILA DE MÚSICA

 Josquin dês Près (1440-1521) – os músicos do seu tempo referiam-se a ele


como príncipe dos compositores. Sua obra era profundamente
comovedora, ressaltando de modo especial o sentido das palavras no canto.

 Orlando de Lassus (1532-1594) – é considerado o compositor mais fecundo.


Possui mais de 2000 obras, entre elas, 50 missas, 700 motetos, salmos,
canções francesas e madrigais.

 Martinho Lutero (1485-1546) – desenvolveu a forma harmônica e


contrapontística chamada coral e aprimora os cantos congregacionais, uma
vez que, através da música, ensinava suas doutrinas.

 William Byrd (1543-1623) – sua obra é caracterizada por salmos,


madrigais, variações, danças aristocráticas e populares.

 Thomas Morley (1557-1602) – foi considerado cantor da vida nos campos e


do bucolismo de veraneio.

 John Dowland (1563-1626) – foi considerado grande compositor para


alaúde, famoso por suas pavanas majestosas e sombrias.

 Giovanni Pierluigi Palestrina (1525-1594) – considerado um dos maiores


expoentes. Era conhecido como o cantor de Deus, principalmente por ter
evitado que a igreja católica passasse por um grande atraso musical, uma
vez que a música protestante encontrava-se em grande avanço.

 Giovanni Gabrieli (1555-1612) – cantor e regente de coro, organista e


compositor, desenvolveu a técnica da composição para coros múltiplos e
orquestras múltiplas.

 Cláudio Monteverdi (1567-1643) – foi violinista, cantor e compositor,


adquiriu fama rapidamente como madrigalista.
APOSTILA DE MÚSICA

EXERCÍCIOS

21) Na música instrumental, particularmente nas danças, os compositores


renascentistas freqüentemente deixavam para os músicos a escolha dos
instrumentos. Portanto escolha um compositor renascentista e escute uma de
suas músicas e fale o que entendeu.

22) Indique a opção abaixo que se refere às características da música


renascentista:
a) a música ainda se baseia em modos, mas estes são gradualmente tratados
com maior liberdade, à medida que vai aumentando o número de ―acidentes‖
introduzidos.
b) não há música sacra
c) não há música profana
d) não existe o predomínio da polifonia vocal

23) Quais dos compositores abaixo estão relacionados ao período


Renascentista:
a) Guillaume Dufay, Johannes Ockeghem, Josquin Des Près, Orlando Lassus;
b) Claudio Monteverdi, Jean-Baptiste Lully, Heinrich Schütz
c) Haendel, Monterverdi, Lassus, Dufay
d) Orlando Lassus, J. S. Bach, Johannes Ockeghem
e) Claudio Monterverdi, Georg Philipp Telemann, Antônio Vivaldi

24) ―dança de origem italiana, muito em voga no século XVI‖. Seu movimento
é vivo e o compasso em geral ―ternário‖, diz respeito a:
a) Gallarda
b) Pavana
c) Tocata
d) Madrigal
e) ricercari

25) A música na Renascença, como continuidade do processo histórico e


artístico que vinha se elaborando principalmente nos três últimos séculos da
Idade Média, atingiu seu apogeu com:
a) O organum
b) O poema sinfônico
c) O cantochão
d) O estilo coral polifônico

26) (UFMA-PSG/02) O Renascimento tem como principal técnica


composicional:
a) Homofonia
b) Baixo cifrado
c) Imitação Polifônica
d) Estilo dramático
e) Monodia vocal
APOSTILA DE MÚSICA

HISTÓRIA DA MÚSICA Música Barroca

A palavra ―barroco‖ é provavelmente de origem portuguesa,


significando pérola ou jóia de formato irregular. De início, era usado para
designar o estilo da arquitetura e da arte do século XVII, caracterizado pelo
emprego excessivo de ornamentos. Mais tarde, o termo passou a ser
empregado pelos músicos para indicar o período da história da música que vai
do aparecimento da ópera e do oratório até a morte de Johann Sebastian
Bach.
Foi durante o século XVII que inventaram novas formas e
configurações, incluindo a ópera, o oratório, a fuga, a suíte, a sonata e o
concerto. A família do violino veio substituir a das violas e a orquestra foi
gradualmente tomando forma, com as cordas constituindo uma seção de peso
em sua organização. Todas essas experiências e modificações prepararam o
terreno para os dois gigantes do barroco tardio: Bach e Handel.
Em Florença, na Itália, durante o último quartel do século XVI, um
de escritores e músicos que deram a si próprios o nome Camerata chegaram à
conclusão de que o elaborado tecido contrapontístico da musica de canto
obscurecia o sentido das palavras. Estas (pensavam eles) deveriam ter sempre
mais importância do que a música, cuja função é exprimir-lhe o plano afetivo
– as emoções e os estados de alma. Assim foi que começaram a fazer
experimentos com um estilo mais simples, que chamaram monodia.

 GÊNEROS

 Música Vocal

 Monodia - uma única linha vocal, sustentada por uma linha de baixo
instrumental, sobre a qual os acordes eram construídos. A linha melódica
vocal ondulava de acordo com o significado do texto, a acompanhava de perto
o ritmo da pronúncia natural das palavras. Foi esse estilo (meio cantado, meio
recitado) que ficou conhecido como recitativo. O acompanhamento era
extremante simples. Tudo o que o compositor escrevia sob a melodia resumia-
se a uma linha de baixo que devia ser tocata por algum instrumento grave de
corda, como o Cello, por exemplo. A essa linha se deu o nome de baixo
contínuo, já que ele ―continuava‖ por toda peça. Mas o compositor tinha
necessidade de outro instrumento, como o órgão ou cravo, para estruturar os
acordes sobre a linha de baixo e preencher as harmonias. Todos esses acordes
deveriam ser improvisados, o que deixava a música muito na dependência do
talento e da musicalidade do instrumentista.

 As primeiras Óperas

Em 1597, essas novas idéias foram aplicadas a todo um drama


musical, que poderíamos considerar a primeira ópera. Era Dafne, que, como
muitas óperas que iriam surgir nos dois séculos seguintes, se baseava em
uma antiga lenda grega. A música de Jacopo Peri, infelizmente se perdeu, dela
restando apenas alguns fragmentos. A primeira ópera a nos chegar na íntegra
foi Eurídice, composta por Peri e Caccini.
Outras óperas foram aparecendo e a idéia se tornou cada vez
popular. As primeiras incluíam pequenos couros, danças e peças
instrumentais, com uma tessitura de acordes simples a cargo de uma
APOSTILA DE MÚSICA

orquestra não muito grandes, formadas por instrumentos reunidos mais ou


menos ao acaso. Os longos trechos de recitativos, entretanto tendiam a soar
monótonos. Para opera sobreviver, seria preciso um gênio que viesse trazer um
sopro de vida e emoção ao estilo. E esse foi Cláudio Monteverdi, cuja vida
transcorreu no final do século XVI, princípio do século XVII.

 Recitativo e Ária

Mais tarde, os compositores do século XVII continuaram a usar o


recitativo como forma de expressar o relato da história, embora dando maior
importância às árias (canções) que mostrassem o pensamento e as emoções
dos personagens, na medida em que estes iam sendo afetados pelo desenrolar
dos acontecimentos.
Havia suas espécies de recitativos: o secco, quando a fala era
sustentada apenas por acordes simples no contínuo; e o stromentato ou
accompagnato, usado quando o compositor sentia que a natureza dramática
das palavras exigia o reforço de um acompanhamento orquestral simples. A
orquestra também tinha suas próprias peças para tocar e algumas óperas
contavam ainda com presença de coros. Enquanto o recitativo tirava seus
ritmos do discurso, as árias e coros freqüentemente usavam os da dança.

 Abertura Italiana

O mais popular dos compositores italianos de ópera, ao final do


século XVII, era Alessandro Scarlatti. Suas óperas muitas vezes se iniciavam
com uma abertura dividida em três partes: rápida-lenta-rápida. Esse
esquema tornou-se conhecido com abertura italiana, e sua importância
reside no fato de que a partir dele se desenvolveria a sinfonia clássica.

 Abertura Francesa

Na França, os principais compositores de ópera eram Lully e


Rameau. Lully tornou-se músico da corte de Luís XIV, o ―Rei Sol‖. Suas
óperas iniciavam-se com a abertura francesa: um início lento e majestoso, de
ritmo incisivo e pontuado, levando a uma seção mais rápida, com o emprego
da imitação. A isso se seguia uma ou mais danças, ou talvez uma repetição
da lenta seção inicial. As óperas francesas geralmente incluíam o ballet: uma
espetacular seqüência de danças, com ricas fantasias e magníficos cenários,
dos quais, muitas vezes, o próprio rei fazia parte.

 Ária da capo

Scarlatti planejava suas árias, segundo a forma da capo, vale dizer,


uma forma ternária ―ABA‖, mas na qual só se escreviam as duas primeiras
seções. Ao final da seção B, o compositor escrevia da capo (ou simplesmente
D. C.), significando ―a partir do começo‖. Na repetição da primeira parte (A),
esperava-se que o cantor ou a cantora desse sua contribuição pessoal,
introduzindo ornamentos vocais.

 Oratório

Nascido mais ou menos à mesma época que a ópera, o oratório é


outra forma importante de música vocal. O nome vem do oratório do São
Felipe de Néri, em Roma, onde foram apresentadas as primeiras
APOSTILA DE MÚSICA

composições. De inicio os oratórios eram muitos semelhantes as óperas. A


principal diferença é que os oratórios se baseavam em historias sacras,
geralmente tiradas da Bíblia. Com o tempo esses deixaram de ser
representados, passando a constituir apenas apresentações musicais,
preferentemente realizadas em igrejas ou salas de concertos. Haendel compôs
os maiores oratórios do barroco.

 Paixões e Corais

Bach compôs o Oratório de Natal, e também três versões da Paixão


– forma muito especial de oratória que conta a historia da crucificação de
Cristo. Nessas obras, além de recitativos, árias e coros, Bach incluiu corais
(hinos alemães) que usou em pontos-chaves para intensificar os momentos
mais solenes e comovedores da história.

 Cantata

Bach também compôs mais de 200 cantatas sacras. São obras para
solistas e coro, acompanhados por orquestra e contínuo, lembrando um
oratório em miniatura. Freqüentemente, as cantatas de Bach começaram com
um coro pesado, prosseguem com recitativos, árias e duetos para os solistas, e
terminam com um coral luterano.

 Música Instrumental

Durante o período Barroco, a música instrumental passa a ter, pela


primeira vez, a mesma importância que a vocal. Os compositores ainda
usavam formas popularizadas da Renascença, como a canzona, o ricercar, a
tocata, a fantasia, e as variações. A estas somaram-se diversas outras
formas e concepções, novas e importantes, como a fuga, o prelúdio coral, a
suíte, a sonata, e o concerto.

Principais gêneros

 Fuga

É uma peça contrapontística que se fundamenta


excessivamente na técnica de imitação. Geralmente, é escrita para três ou
quatro partes, chamadas ―vozes‖ (não importando o fato de a peça ser vocal ou
instrumental). Estas são referidas como soprano, alto, tenor e baixo.
A é uma peça que se desenvolve a partir de uma melodia
razoavelmente curta, mas de acentuado caráter musical. E essa melodia se dá
o nome de tema (no sentido de ―tema de uma discussão‖). Este aparece pela
primeira vez em uma só voz, sendo que depois é imitado pelas outras vozes. A
palavra fuga dá idéia de vozes escapando ou se perseguindo, a cada vez que
entram com o tema. Pode acontecer de um compositor escrever uma peça ao
estilo de fuga, sem que esteja compondo uma fuga completa.

Divide-se nas seguintes partes:

 Exposição: Corresponde à entrada das vozes, uma de cada vez. A


primeira voz enuncia o tema principal (sujeito) seguido pela resposta
(sujeito reapresentado em outro grau, geralmente a dominante),
APOSTILA DE MÚSICA

enquanto a voz anterior continua em contraponto (contrasujeito). A


exposição termina após a entrada de todas as vozes.
 Desenvolvimento: Nesta parte, o tema é reapresentado alternadamente
em cada voz.
 Episódio: material livre que liga as reapresentações do sujeito (tema).
 Stretto: Entrada estreitada das vozes, de maneira mais densa do que
na exposição. Normalmente reservada para o final da composição.
 Coda: É o final da fuga, em que todas as vozes cantam, juntas, uma
melodia conclusiva.

 Prelúdio Coral

É uma peça para órgão baseado, como indica o nome, numa melodia
coral. O compositor podia tratar a melodia escolhida no estilo de fuga, ou fazer
variações sobre ela.

 Suíte

Os compositores da Renascença, algumas vezes ligavam uma dança


a outra (por exemplo, a pavana, e a galharda). Os compositores barrocos
ampliaram essa concepção, chegando a forma da suíte: um grupo de peças
para um ou mais instrumentos.

 Sonatas

A palavra sonata vem do latim sonare, que significa ―soar‖, por


conseguinte, é uma peça para ser tocada (em oposição à cantata, música para
ser cantada) boa parcela das sonatas barrocas foi composta para dois violinos
e contínuo (um cello e um cravo). A sonata barroca podia ser de duas espécies:

Sonata de câmera
Sonata de Chiesa

 Concerto

A palavra que tanto pode ter vindo do italiano, no sentido de


―consonância‖, como também ter guardado seu significado original latino
―disputa‖. Sua semente está nas peças policorais escritas por compositores
como Giovanni Gabrielli. As idéias de oposição e contraste acentuado levaram
á concepção do concerto grosso barroco. Do concerto grosso nasceu o
concerto solo no qual um único instrumento é lançado contra a massa de
uma orquestra de cordas.

 Orquestra

Foi durante o período barroco que a orquestra começou a tomar


forma. No princípio, o termo orquestra era usado para designar um conjunto,
formado ao acaso, com quaisquer instrumentos disponíveis. Mas à medida que
avançava o século XVII, o aperfeiçoamento dos instrumentos de corda (em
particular o violino) por esplêndidos artesões, faz com que a seção de cordas
se tornasse uma unidade independente. Essa passou a contribuir a base da
APOSTILA DE MÚSICA

orquestra – um núcleo central ao qual os compositores acrescentavam outros


instrumentos, individualmente ou em dupla, de acordo com as circunstâncias.

Principais Características da Música Barroca

 De início, a retomada de tessituras mais leves e homofônicas, com a


melodia apoiada em acordes simples. As tessituras polifônicas, entretanto,
logo retornam.
 A família das violas é gradualmente substituída pela dos violinos. A seção
de cordas transforma-se no núcleo da orquestra barroca, mas conservando
um teclado para preencher as harmonias.
 No fim do século XVII, ocorre a substituição do sistema de modos pelo
sistema tonal (maior-menor).
 Principais tipos de música: coral, recitativo e ária, ópera, oratória, cantata,
abertura italiana, abertura francesa, tocata, prelúdio coral, suíte de
danças, sonata de câmera, sonata da chiesa, concerto grosso e concerto
solo.
 Freqüentemente, a música é exuberante: rítmos energéticos a
impulsionarem para frente, as melodias são tecidas em linhas extensas e
fluentes, com muitos ornamentos, contrastes de timbres instrumentais, de
poucos instrumentos contra muitos, e de sonoridade fortes com suaves.

Principais Compositores

Johann Sebastian Bach


François Couperin
Georg Friedrich Haendel
Jean Baptiste Lully
Cláudio Monteverdi
Henry Purcell
Jean Philippe Rameau
Domenico Scarlatti
Antônio Vivaldi

Curiosidades a respeito dos instrumentos:

 Instrumentos de cordas são instrumentos musicais cuja fonte


primária de som é a vibração de uma corda tensionada quando
pinçada, percutida ou friccionada. Na classificação Hornbostel-Sachs,
bastante utilizada atualmente, estes instrumentos representam a classe
dos cordofones identificada pelos códigos iniciados pelo número 3.
APOSTILA DE MÚSICA

Formação de um quarteto de cordas: violino I e II, viola, violoncelo.

 Instrumentos de sopro são instrumentos musicais em que o som é


produzido pela vibração de uma coluna de ar. De modo geral, a afinação dos
instrumentos de sopro dependem do tamanho dos tubos (quando existentes).
Quanto maior é o instrumento, mais baixa é a afinação e mais grave é a
sonoridade. Em instrumentos que não possuem tubos, como a gaita, o
acordeão e outros instrumentos de palheta livre, a afinação depende do
tamanho da palheta.

 Instrumentos de Percussão são instrumentos musicais cujo som é


obtido através da percussão (impacto), atrito ou agitação, com ou sem o
auxílio de baquetas. Das formas de classificação de instrumentos musicais,
esta é a menos precisa e a que possui a maior variedade de instrumentos, a
maior parte dos quais possuem altura indefinida (ou seja, não podem ser
precisamente afinados). Esses são utilizados primordialmente com função
rítmica, como é o caso da maior parte dos tambores, o triângulo e os pratos.
Os instrumentos de percussão de altura definida, como os xilofones podem ser
utilizados com função melódica e harmônica.

 O Teclado é um aparelho eletrônico no qual se executam melodias e


notas, formando uma harmonia.É composto por um conjunto de teclas
adjacentes (Pretas e Brancas), denominadas Tons e Semitons que quando
pressionadas produzem os sons.
O número de teclas pretas e brancas nos teclados atuais podem
variar de acordo com o fabricante; Por padrão, os teclados Arranjadores da
Yamaha vem com 61 teclas, (36 brancas e 25 pretas). Já os Casio vem com
numeração diferente: 59 teclas (34 brancas e 25 pretas);

As vozes são comumente classificados por gênero e extensão vocal, como


se segue:

Vozes Femininas:
 soprano
 meio-soprano
 alto ou contralto
Vozes Masculinas:
APOSTILA DE MÚSICA

 sopranista
 contratenor
 tenor
 barítono
 baixo-barítono
 baixo
 castrato (em desuso)
 soprano castrato
 mezzo-soprano castrato
 alto castrato

EXERCÍCIOS

27) Em que período, a música instrumental passa a ter pela primeira vez a
mesma importância que a vocal:
a) Medieval
b) Barroco
c) Renascentista
d) Romântico
e) Antiguidade

28) (UFMA – PSG/1998) Nas opções abaixo, são compositores


barrocos:
a) Bach / Haendel
b) Beethoven / Mozart
c) Schoenberg / Alban Berg
d) Villa Lobos / Marlos Nobre
e) Stravinsky / Voughan Williams

29) Faça um comentário sobre as Primeiras Óperas.

30) O que vem a ser recitativo?


a) Um tipo apreciado de música para órgão.
b) Linha do baixo que devia ser tocada por algum instrumento grave.
c)Técnica contrapontística que se fundamentava a essencialmente no artifício
da imitação.
d) Linha melódica vocal que ―ondulava‖ de acordo com o significado do texto,
acompanhando o ritmo da pronúncia.
e) Declamação de uma poesia com acompanhamento de instrumentos de
sopro.

HISTÓRIA DA MÚSICA Música Barroca no Brasil

A música do período barroco no Brasil compreende uma larga faixa


de gêneros praticados no século XVIII. Dentre as escolas de composição
destacam-se as de Pernambuco, Bahia e Minas Gerais.
APOSTILA DE MÚSICA

Estudando a vida musical em Pernambuco, no século XVIII, o


musicólogo Jaime dizia:

―Os conjuntos instrumentais do charamelleyros é que nunca deve ter


faltado às festividades da senhora do Rosário, como também muito
provavelmente deviam abrilhantar o dia da coroação dos reis e rainhas, angolas
ou crioulos. As charamelas constituem especialidade dos negros, escravos ou
não. Trata-se seguramente de uma herança direta da cultura portuguesa,
implantada no Nordeste brasileira já desde remotas era, inclusive no meio
indígena”.

A vida musical de Pernambuco iniciou-se no princípio, ao mesmo


tempo em que na Bahia. No passado, existiram mais seiscentos músicos
pernambucanos, entre charameleiros, flautistas, violonistas, trompistas,
cravistas teóricos, cantores, diretores de coro e compositores. Dos
compositores se destacaram: Inácio Ribeiro Nóia (1688-1773) e Luís Álvares
Pinto (1719-1789), descendente de mulatos, e Joaquim Bernardo Mendonça
Ribeiro Pinto.

A contribuição negra muito se prestou, e ainda presta, ao


desenvolvimento da nossa música popular e erudita. A Bahia é sem dúvida a
região brasileira que tem a primazia do cultivo da música erudita de origem
negra. Isto talvez se deva ao fato de Salvador ter sido a primeira capital do
Brasil. Usava-se a música em festividades públicas, na Igreja e nas casas dos
poderosos influentes da época. Pois, a música renascentista e os antigos
organuns medievais serviram de modelo à produção da época. A música
instrumental começa a ser registrada no século XVI, geralmente por
compositores europeus em atividade no país. Na Bahia, encontram-se
referências ao padre Pedro da Fonseca, primeiro organista da Sé de Salvador,
em 1559. A partitura mais remota, de 1759, é um Recitativo e Ária, de
autoria desconhecida, com texto cantado em português.
A música alcançou um desenvolvimento surpreendente na então
Capitânia da Minas Gerais. A riqueza dessas regiões, proporcionada pelo
ouro, talvez tenha estimulado a formação de uma atividade musical e se
expandiu, durante o século XVIII, por todas as vilas e lugarejos mineiros.
Compositores brasileiros que atuavam nas cidades mineiras de Diamantina,
Ouro Preto e Tiradentes, no século XVIII, em sua maioria mulatos, deixam a
produção mais bem documentada da época. O barroco mineiro se inspira nas
óperas napolitanas de compositores como David Perez e Jommeli e na
música religiosa portuguesa de caráter polifônico, do início do barroco
europeu.

Principais nomes da música mineira dessa época foram: Joaquim


Emerico Lobo de Mesquita, Marcos Coelho Neto, Inácio Parreira Neves e
Manoel Dias de Oliveira.

Observação: _________________________________________________________________________
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APOSTILA DE MÚSICA

CURIOSIDADES
Os padres músicos foram poucos. Quase todos
que faziam música eram mulatos reunidos em
irmandades, pretos e brancos. Faziam música mediante
contrato com as igrejas. Os alunos aprendiam órgão, violino, violoncelo, viola,
clarim, trompa, clarinete e baixo. Os chefes das orquestras (os regentes) eram
muito bem pagos e tinham muitas responsabilidades.
A influência vinha de Portugal (cantochão, cravo, violino). O centro
era Minas Gerais. Executava-se música em casa, não por pessoas da família,
mas sim por escravos que sabiam tocar instrumentos. Havia no século XVIII
três centros culturais musicais: Vila Rica, São João Del Rei e Diamantina.
As óperas começaram no Brasil por volta 1728, com o padre João
Ventura, que criou no Rio de Janeiro a primeira Casa de Ópera.
Aparecem as modinhas, músicas cheias de melodias e sentimento e
com muito sentido.
O príncipe regente D.João VI adorava música e, durante os treze
anos em que ele viveu no Rio de Janeiro, a música floresceu por lá. Nessa
época (1808 a 1811), foi o padre José Maurício Nunes Garcia que dirigiu as
atividades musicais para a Corte portuguesa.
O padre José Maurício Nunes Garcia, nascido no Rio de Janeiro a
22 de Setembro de 1757, era mestiço, muito humilde, e desde cedo
demonstrou vocação para a música. Em 1792, foi nomeado mestre da Capela
Real (hoje Catedral) e iniciou intensa atividade artística. Foi considerado o
maior figura artística musical da época. Obras principais: ópera Le deux
gemelle (As duas gêmeas), cuja partitura parece ter desaparecido; Missa Nossa
Senhora a 8 de dezembro e numerosos trechos breves.
O primeiro imperador do Brasil, D. Pedro I, muito interessado em música, é
autor do Hino da Independência e outras composições. Nasceu em Portugal
veio para o Brasil com nove anos de idade. Desde criança, mostrou interesse
pela música. O padre José Maurício Nunes Garcia foi seu professor e ensinou-
o a tocar instrumentos, como o violoncelo, o trombone, o clarinete e a flauta.
Ele tocava e compunha música. Era hábil no cravo.
Ainda temos nesse período Francisco Manuel da Silva, que também
foi aluno do padre José Maurício. Pertenceu à orquestra da Capela Imperial.
Tocava violino órgão e dirigia conjuntos musicais. Além do Hino Nacional, ele é
autor dos hinos à Coroação (1841), a Dom Afonso (1845), das Artes (1854) e
da Guerra (1865).
Escreveu também músicas religiosas, além de transcrições de trechos de
óperas.

EXERCÍCIOS

31) A música erudita brasileira nasceu nas igrejas com:


a) Barroco mineiro e baiano
b) Renascimento mineiro e baiano
c) Idade medieval mineira
d) Barroco baiano e renascimento
e) Renascimento baiano e período medieval
APOSTILA DE MÚSICA

32) Fato associado ao desenvolvimento da Música Barroca Mineira do século


XVIII:

a) O processo independista brasileira


b) A fundação da França Equinocial
c) A Inconfidência Mineira
d) A chegada da família Real ao Brasil
e) O ciclo aurífero

33) Comente de que maneira o barroco se desenvolveu na Bahia e Minas


Gerais.

35) Fale sobre o padre ―José Maurício Nunes Garcia‖

―A Música é uma forma de comunicação que sempre


mexe com a cabeça das pessoas. Por meio dela revelam-
se sentimentos, pensamentos, fantasias e crenças. É
parte da cultura de um povo‖.

GÊNEROS MÚSICAIS

GÊNERO SACRO GÊNERO PROFANO

Um estilo de música dedicada Pode ser representada pelo conjunto


exclusivamente para a igreja. de música que foram criadas sem
Durante os primeiros séculos da era utilizar o modelo religioso dos
cristã as formas da música sacra se serviços litúrgicos. A música profana
confundem com as próprias formas era poesia lírica aristocrática,
dos cantos da liturgia católica. A cantada nos castelo, e poesia lírica
maioria desses cantos foram popular cantada nas aldeias.
tomados dos cultos orientais e
cantados pelo coro e pelos fiéis, os
primeiros cânticos remontam a
Moisés e a Salomão. Eram poemas
compostos em língua vulgar e
cantados por fiéis, como exemplo,
temos: os Salmos e os Hinos.

CLASSICISMO MUSICAL

Você sabe o que é música Clássica? Já ouviu alguma? Sabe


diferenciar música Clássica de música Erudita, ou acha que é tudo a mesma
coisa? Difícil não é? Vamos descobrir!
APOSTILA DE MÚSICA

A palavra ―clássica‖ deriva do latim ―classicus‖, que significa cidadão


(e posteriormente, um escritor) da mais alta classe. E, com efeito, seu sentido,
para nós, está associado a algo que consideramos de alta classe, de primeira
ordem, de extremo valor. Assim como os ―clássicos‖ da literatura, por exemplo,
das peças de Shakespeare ou dos romances de Charles Dickens; e
descrevemos como ―clássico‖ o estilo arquitetônico da Grécia e da Roma antiga
- a significando um estilo que atribui suma importância à graça e à
simplicidade, ao equilíbrio e ao controle.

No que diz respeito a música, o termo ―clássico‖ é empregado em


dois sentidos diferentes. As pessoas, às vezes, usam genericamente a
expressão ―Música clássica‖, considerando toda música dividida em duas
grandes categorias: ―clássica‖ e ―Popular‖. Para os musicólogos, a música
clássica designa especificamente a música composta entre 1750 a 1810 –
período bem curto, que inclui a música de Haydn e Mozart, bem como as
composições iniciais de Beethoven.

A música clássica mostra-se refinada e elegante e tende a ser mais


leve, menos complicada que a barroca. Os compositores procuram realçar a
beleza e a graça das melodias. A orquestra está em desenvolvimento. Os
compositores deixaram de usar o cravo e acrescentaram mais instrumentos de
sopro (clarineta, por exemplo). Durante o Classicismo, a música instrumental
passou a ter maior importância que a vocal.

Quanto a uma data certa para o final do período clássico, há os que


sugerem 1827 (o ano da morte de Beethoven), enquanto outros pensam em
uma data bem anterior a essa – 1800, por exemplo.

 Estilo Galante

O estilo da primeira fase do período clássico é chamado de estilo


Galante – um estilo amável, cortês, que visava principalmente agradar o
ouvinte. Muita coisa dessa música peca pela falta de profundidade, mas
naquilo que ele tem de melhor, como as composições de Carl Philip Emanuel
e Johann Christian, filhos de Bach e as primeiras obras de Haydn e Mozart,
mostram-se refinada, bem elaborada e extremamente elegante.

 Estilo Clássico Posterior

Posteriormente, à medida que o estilo clássico foi amadurecendo, as


composições passaram cada vez mais a enfatizar as características que já
associamos à arquitetura clássica: graça e beleza de linha (melódica) e de
forma (concepção musical), proporção e equilíbrio, comedimento e domínio da
linguagem. Em particular, os compositores clássicos alcançaram o perfeito
equilíbrio entre a expressividade e estrutura formal.

A Orquestra

A orquestra, que começara a ganhar forma no período barroco, está


agora em pleno desenvolvimento. No princípio ainda conservava um cravo um
cravo contínuo, principalmente para amarrar a tessitura. Com o tempo,
porém, o contínuo caiu em desuso e os compositores passaram a empregar
instrumentos de sopro, especialmente as trompas, para dar unidade à
tessitura.
APOSTILA DE MÚSICA

Na primeira parte do período clássico, as orquestras ainda eram


pequenas e de formação variável: uma base de cordas, à qual geralmente se
acrescentavam duas trompas e uma ou duas flautas, ou dois oboés. Logo,
entretanto os compositores passaram a usar conjuntamente as flautas e os
oboés, além de incluírem um ou dois fagotes e, em certas ocasiões, dois
trompetes e um par de tímpanos. As clarinetas passaram a ter seu lugar certo
já no final do século XVIII, quando as madeiras se tornaram uma seção
independente dentro da orquestra.

IMPORTANTE
Existem vários Instrumentos de Orquestra, como o violino, a viola,
o violoncelo e o contrabaixo (cordas), o trompete, trombone, trompa e a tuba
(metais), dentre outros. Os Instrumentos de Orquestra da famíla dos sopros
são as flautas, clarinetes, oboés, além do saxofone.

Música para Piano

Durante o período clássico,


pela primeira vez em toda a história da
música, as obras para instrumentos
passaram a ter mais importância do que
as composições para canto. Muitas
obras foram então escritas
especialmente para o pianoforte – em
geral chamado ―piano‖, para abreviar - e
muitas o incluíam ao lado de outros
instrumentos. Provavelmente ele foram
inventado em 1698, na Itália por Bartolomeo Cristofori, que, por
volta de 1700, já havia concluído a fabricação de pelo menos um
desses instrumentos. Ele o chamou de gravicembalo col piano e forte, isto
é, ―cravo com suave e forte‖.Mas, enquanto no cravo as cordas são tangidas,
no instrumento de Cristofori elas são batidas por martelos – suavemente ou
com força, dependendo da pressão dos dedos do executante sobre as teclas.
Isso daria ao piano grande poder de expressão e abriria uma série de
possibilidades novas e fascinantes. Não só poderia o pianista dosar os
contrastes entre forte e suave, como também ter o controle do volume sonoro e
das múltiplas nuanças que permeiam os sons. Os sons podiam tornar-se
gradualmente mais fortes, ou mais suaves, e se podia fazer outros contrastes
entre o legato (melódico e sustentado) e o Staccato (curto e destacado). O
executante poderia moldar uma melodia expressiva em estilo cantabile com a
mão direita, enquanto um acompanhamento suave ia sendo desenvolvido pela
esquerda.
APOSTILA DE MÚSICA

1º - Allegro, andamento que inicia a peça;


2º - Adágio, parte mais lenta;
3º - Dança, (Minueto, Sherzo ou Rondó);
4º - Finalle, (Allegro ou Vivace).

 Gêneros Musicais

 Sonata (do verbo “sonare”, soar) - foi o nome dado pelos compositores
clássicos a uma obra em diversos movimentos para um ou dois
instrumentos no máximo – por exemplo, para piano ou violino, etc. Se a
obra fosse para três instrumentos, seria chamado de TRIO, se fosse
para quatro receberia o nome de QUARTETO; para cinco, QUINTETO, e
assim por diante. A forma sonata na verdade desenvolveu-se a partir de
uma forma binária, embora sua configuração seja Ternária, pois
consistem em três seções principais, chamadas de exposição,
desenvolvimento e recapitulação.

 Sinfonia (significa “soar em conjunto”) - era, na realidade uma sonata


para orquestra. Desenvolveu-se a partir da abertura italiana (já
freqüentemente chamada sinfonia) que tinha três seções em andamento
contrastantes: rápido – lento – rápido. Nas primeiras sinfonias
clássicas, essas seções tornam-se movimentos distintos,
posteriormente, seu número usual passa a ser quatro, com o minueto e
o trio (danças tiradas da suíte barroca) inseridos entre o movimento
lento e o alegre finale. Muitos compositores contribuíram para a
estruturação da sinfonia. Inclusive o compositor italiano Sammartini, o
alemão Johann Stamitz, que em meados do século XVIII, na corte de
Mannheim, tornou-se diretor de uma das mais famosas orquestras,
além de C.P.E. J. C. Bach. Mas foram Haydn e Mozart que
aperfeiçoaram e enriqueceram a sinfonia, durante a segunda metade
desse século.

―A maior contribuição dos sinfonistas da escola de Viena foi seu


reconhecimento da necessidade de continuidade, através da sobreposição de
frases, segurando a atenção da audiência. As obras de câmara da metade do
século são cheias de buracos, momentos que a tensão deixa de existir, onde a
música pára e inicia: podemos ver isso com lamentável freqüência nas
primeiras obras de Haydn e Mozart. Os sinfonistas Vienenses não tiveram
outro caminho para vencer esta dificuldade senão adotando procedimentos
barrocos como imitação, produzindo a impressão de contínuo movimento. O
retorno da complexidade barroca recaptura muitas riquezas perdidas...‖.
Nos primeiros momentos do estilo clássico é muito evidente a
diferença dos gêneros camerístico para o sinfônico, ou aqueles feitos para
amadores daqueles feitos ao grande público. A música de câmara em geral é
mais simples, com um tema e variações no inicio e minueto no final. No
entanto o quarteto de cordas estava entre as duas extremidades e os
compositores muito o privilegiaram. Porém podemos dizer que muitos usaram
a música de câmara como escola para desenvolver gêneros maiores, como
Haydn as suas sinfonias e Mozart suas óperas e concertos. Houve na verdade
com o tempo uma mútua influência.
APOSTILA DE MÚSICA

 Concerto – o concerto clássico visto em seu aspecto de um solo


instrumental em luta contra a massa de uma orquestra, teria sua
origem co concerto solo o período barroco. Seus três movimentos
(moderamente rápido – lento – rápido) correspondem aos da sinfonia,
mas sem o minueto.

 Ópera – embora os compositores clássicos tenham escrito boa


quantidade obras de caráter religioso, em termos de música vocal foi
pela ópera que mais se sentiram atraídos. Os dois maiores compositores
do período foram Gluck e Mozart.

COMPOSITORES CLÁSSICOS ITALIANOS

COMPOSITORES HISTÓRICO OBRA


Óperas:
Alessandro  Maior representante da Ópera  Pompeo (ópera séria);
Scarlatti Napolitana;  Flávia;
(1660-1725)  Inovou na ópera, ao criar  Penélope, a casta;
regras simples, inserir a sátira
 Telêmaco;
e o gracejo.  Griselda, a virtude do
amor.
Domenico  Cravista famoso, reconhecido  Festejos Harmoniosos;
Scarlatti como músico de teclado graças Músicas religiosas:
(1685-1757) a sua invenção melódica,  Miserere, Stabat Mater e
originalidade, fantasia e Salve Regina.
liberdade harmônica.

 Figura principal da música Música instrumental:


Antonio Vivaldi veneziana;  As Quatro Estações:
(1675-1741)  Exímio violinista e um dos Primavera, Verão, Outono
maiores compositores da era e Inverno.
instrumental.

Tommasso  Exímio violinista veneziano,  Adágio


Albinoni fixou a forma do concerto
(1671-1750) solista, baseado na oposição
entre um instrumento (solista)
e o grupo orquestral (tutti ou
todos).
 Influenciou a criação da Ópera Ópera:
Giovanni Battista
Cômica Francesa.  La Serva Padrona (A
Pergolesi
Empregada Patroa)
(1710- 1736)

COMPOSITOR CLÁSSICO FRANCÊS


APOSTILA DE MÚSICA

COMPOSITOR HISTÓRICO OBRA


 Compositor oficial da corte Óperas:
Jean Batista francesa;  Alceste, Thesée e Iris;
Lully  Criador da Ópera Francesa e da  Perseu e Armida.
(1632-1687) Ópera –Bailado;
 Contribuiu com Moliére
compondo músicas para o Teatro.

COMPOSITORES CLÁSSICOS ALEMÃES

COMPOSITORES HISTÓRICO OBRA


 Organistas e violinista,  Sinfonia da Cantata;
Johann Sebatian considerado simples  Concerto de
Bach compositor, sendo Brandenburgo.
(1685-1750) redescoberto no século XIX;
 Continuou a música religiosa
iniciada por Lutero;
 Músico de síntese do passado
e de sua época;
 Aperfeiçoou a Fuga.

Óperas:
 Almira;
 Nero;
Georg Fridedrich  Organista e violinista;  Agripina;
Handel  Dedicou-se à composição da  Rodrigo;
(1685-1759) ópera no estilo italiano.  Rinaldo;
 Xerxes.
Oratórios:
 O Messias;
 Baltazar;
 Jephta;
 Judas;
 Macabeus.
 Suas primeiras óperas  Orfeu e Eurídice;
Chritoph atendiam ao estilo Italiano  Armida, Alceste e as
Willibald Gluck convencional, porém, em Orfeu duas Ifigênias;
(1714-1789) e Eurídice adotou um estilo  Ifigênia em Tauride;
mais simples. Em Paris,  Ifigênia na Austrália.
continuou a escrever no estilo
moderno e no antigo.
 Chamado ―Pai da Sinfonia‖;  Sinfonia Infantil;
Franz Joseph  Compôs sinfonias a serviço de  Sinfonia da Caça;
Haydn casas nobres da Áustria e  Sinfonia do Relógio;
(1732-1809) Hungria. Possui em seu  Sinfonia Militar;
repertório, oratórios musicais  Sinfonia do Adeus;
de Igrejas, porém é na obra
 Sinfonia de Oxford.
instrumental que encontra seu
estilo.
APOSTILA DE MÚSICA

 Um dos mais polêmicos  As Bodas de Figaro;


Wolfgang compositores da época,  D. Geovanni;
Amadeus Mozart libertou-se da dependência do  Cosi Fan Tutte;
(1756-1791) clero para compor e viver  A Flauta Mágica.
precariamente independente.
Quando criança, era exibido
pelo pai como garoto prodígio.
Muitos o classificam como de
estilo obscuro.

Beethoven Mozart
Haydn

ATIVIDADES

36) Fale sobre o compositor Amadeus Mozart

37) As óperas As Bodas de Fígaro, Dom Giovanni e A Flauta Mágica são de


autoria de:
a) Gluck
b) Beethoven
c) Mozart
d) Haydn
e) Strauss

38) ―Foi a arte que me salvou‖ essas são palavras de uma alma atormentada,
com uma vida infeliz, esse grande compositor não foi impedido de tirar da dor
profunda a inspiração necessária para se tornar uma das colunas vertebrais
da música ocidental, mesmo tendo que enfrentar problemas como a própria
surdez.
A quem se refere o texto acima:
a) Mozart
b) Beethoven
c) Haydn
APOSTILA DE MÚSICA

d) Gluck

ROMANTISMO MUSICAL

Lembrar de Música Romântica (MR) remete o pensamento para


momentos do mundo vivido de todos nós. Relacionar MR com temas de filmes
e novelas também é muito comum, principalmente para ativar a nossa
memória. Porém, a música da qual nos referimos inclui um conjunto de obras,
produzidas no final do século XVIII, que carregam a marca da renovação pela
qual passou a literatura e as artes plásticas, fundada na busca da
subjetividade e liberdade de composição, não permitidas no Classicismo.
Foi no meio do turbilhão de mudanças do mundo moderno que
surgiu o movimento de oposição aos princípios clássicos: o Romantismo.
Durante algum tempo o Classicismo foi o estilo de referência para os grandes
compositores. Porém, uma inquietude pairava no ar, forçando a criação de
temas novos e a quebra com o formalismo Clássico. Como muitos
compositores eram envolvidos com a literatura e bem relacionados com as
artes plásticas, o desenvolvimento do Romantismo foi inevitável. Ele surgiu na
Alemanha, mas é na França que o movimento vai adquirir maior repercussão.
Filósofos franceses, maravilhados com o progresso industrial e político inglês,
se uniram a uma burguesia que aspirava a um liberalismo econômico e,
consequentemente, a tomada do poder, concretizada pela Revolução Francesa
que depôs a dinastia Bourbon, considerada um ―entrave‖ para o
desenvolvimento do Estado Francês. A autonomia política, tão desejada pela
elite francesa, também influenciou a liberdade de expressão no mundo das
artes, possibilitada pelo predomínio do sentimento sobre a razão. Essas idéias
se contrapõem às tradições clássicas, provocando rivalidades entre clássicos e
românticos.
Como a forma clássica de composição era inacessível para a grande
maioria, as circunstâncias da época exigiam uma linguagem musical mais
simples e emocionante para um público burguês, numeroso, diversificado e
relativamente pouco preparado do século XIX. A música de salão, feita para
o deleite da corte, acabou conquistando espaço nas casas de concertos e
o gosto popular. A expressão subjetiva e individual predominou entre os
compositores que aderiram ao Romantismo, valorizando-se a tendência
descritiva, surgida nos Poemas Sinfônicos, de Liszt e Berlioz.
Os ideais românticos, oriundos da literatura e das artes plásticas,
eram ingredientes fundamentais do estilo Romântico. Assim, não demorou
muito para que os compositores trouxessem o Romantismo para a música,
despertando o potencial subjetivo da época. Beethoven e Schubert trouxeram
para a música essa visão de mundo e de amor expressos na literatura. Assim,
a forma sonata e seus gêneros passaram a ser os grandes vilões para uma
nova geração de músicos que começava a surgir (primeiros Românticos). Nem
todos os compositores da época aderiram homogeneamente ao Romantismo.
Dois grupos então se formaram: o conservador, que procurava aproveitar as
formas clássicas e adaptá-las ao individualismo romântico; e o progressista,
que procurava criar novos gêneros mais livres. Félix Mendelssohn liderou a
primeira corrente, e Hector Berlioz defendia a segunda.
O romantismo trouxe grande mudança para a vida profissional dos
músicos, seus instrumentos e a própria criação musical, que viveu uma época
de grande esplendor. Com a formação de um público urbano burguês,
pagante, freqüentador de teatros -- os novos locais de espetáculo --, os
compositores deixaram de trabalhar para a igreja e os príncipes tornaram-se
APOSTILA DE MÚSICA

autônomos, na busca de maior independência em seu trabalho. Foram


inventados novos instrumentos e a orquestra incorporou o flautim, o corne-
inglês, o contrafagote e vários instrumentos de percussão. A criação de novos
elementos formais, as transformações harmônicas e os novos timbres
permitiram a expressão cada vez mais elaborada das emoções, das nuanças
sutis às mais extremadas paixões.
O grande gênio romântico foi Beethoven, iniciador de uma tradição
sinfônica grandiosa, que utilizava seqüências harmônicas inusitadas, de
grande impacto aos ouvidos do público da época, habituado à previsível e
equilibrada harmonia clássica. Berlioz criou a sugestiva sinfonia programática,
em que uma idéia extramusical, ligada à ação dramática, conduz a
composição. A instrumentação é utilizada para criar uma ambientação sonora
que pode incluir motivos musicais que representam fatos ou personagens e até
mesmo imitam certos ruídos.
Também na música o romantismo significou a afirmação da individualidade do
artista. Isso se evidencia nas inúmeras obras para um só intérprete, como as
compostas por Chopin, Liszt e Schumann para piano solo.
Durante o Romantismo, a canção foi enriquecida, as harmonias
se tornaram mais plenas, favorecendo principalmente o crescimento do Lied
(canção em alemão) para piano e canto, cujo expoente foi Shubert.

A ópera recebeu um impulso especial com o conceito de


Gesamtkunstwerke, a obra de arte total do alemão Richard Wagner, que tirou
as vozes do permanente primeiro plano e fez com que se inserissem na textura
instrumental. Realizou assim o que chamou de melodia infinita: o recitativo
passa à ária por meio de modulações e as cadências só se completam no final
do ato. O italiano Giuseppe Verdi manteve a tradição italiana de argumentos
dramáticos e nacionalistas, em que a arte vocal sobrepuja a orquestração.
Verdi levou o drama romântico a níveis extraordinários de imaginação
melódica, força expressiva e domínio técnico.
A afirmação do subjetivismo romântico ensejou a formação de escolas
nacionais. Na Hungria, Ferenc Erkel, autor do hino nacional, buscou no
folclore os temas para suas óperas. Franz Liszt, compositor de obras
pianísticas, inovou com a sonata de tema único, em substituição ao
"desenvolvimento" clássico, e com o poema sinfônico. O russo Mikhail Glinka
redescobriu cantos e ritmos populares e reintroduziu um antigo sistema
composicional, o modalismo próprio da música sacra eslava de seus
ancestrais.
A ópera foi reformada pelo compositor Wagner que a transformou
em uma obra de arte completa, constituída de:

 Assunto
 Texto dramático
 Orquestração
 Voz humana
Dentro desta nova concepção de ópera outros elementos tiveram
sua importância, tais como: cenários, figurinos, caracterização, iluminação
e direção para os atores. Desta forma, a ópera romântica enfraquece a
hegemonia da ópera italiana na Europa. Os grandes compositores de óperas
românticas foram os italianos Verdi, Rossini e o alemão Wagner, além do
brasileiro Carlos Gomes.

As orquestras foram ampliadas, incluindo os metais, o flautim, o


clarone, o corne inglês, o contra fagote e diversificada a percussão.
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Fagote

Flautim

Os melhoramentos sofridos pelo piano, no decorrer do tempo,


contribuíram para que a sonoridade do instrumento ficasse mais rica,
aumentando suas possibilidades de volume e tonalidades. A paixão pelo
instrumento gerou belas composições de solos, com o uso de todo o teclado e
ampliações de suas tessituras. A grandiosidade dos concertos românticos
desafiava a técnica dos ―virtuoses‖ (músico de concerto, dotado de técnica
apurada) e o solo ficava cada vez mais difícil. Os mais importantes
compositores para piano foram: Shubert, Mendelssohn, Chopin, Shumann,
Liszt e Brahms.
Cresce então, nesse período, a composição para valsas, mazurias,
apolonaise, o romance, o prelúdio, a balada etc.
Sob a influência da literatura, contar histórias passou a fazer parte
das composições do Romantismo que descreviam com sons situações extra-
musicais. Nascia a música programática e os compositores progressistas
apostaram nesse estilo como forma de sobrepor a sonata. Seu maior
representante neste gênero foi Franz Liszt. Nessa época, muitas peças para
piano foram programáticas, porém foi na orquestra que essa forma se
consolidou.

A Orquestra

O âmbito da matéria musical foi muito alargado com os


compositores românticos. As melodias, sejam ternas ou apaixonadas, tomam-
se mais líricas, semelhantes a canções, com modulações mais rápidas e
ousadas. As harmonias também se tornam mais ricas e profundas no plano
emocional, com maior emprego de dissonâncias, introduzindo notas
cromáticas estanhas às tonalidades.
A orquestra cresceu enormemente, não só em tamanho, como
também abrangência. A seção dos mentais, logo completada com a adição da
tuba, ganhou maior importância com a invenção dos sistemas de válvulas, que
veio dar maior flexibilidade e alcance aos instrumentos. Os compositores agora
escreviam, algumas vezes, para instrumento de madeira em grupos de três ou
mesmo de quatro, adicionando o flautim, clarone (a clarineta abaixo), o corne
inglês e o contrafagote. Os instrumentos de percussão ficaram mais variados,
com novos matizes sonoros, e foi necessário aumentar a seção de cordas, para
se manter em equilíbrio entre as quatro seções.
Os compositores românticos deleitaram-se em explorar toda essa
grande variedade de volume e alturas sonoras a riqueza das harmonias e
novas possibilidades de combinar e contrastar timbres. Sua música oferece
um belo sortimento de tipos de composição - desde peças para um ou poucos
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executantes, como canções, obras para pianos e música de câmara (trios,


quartetos, etc.) até empreendimentos espetaculares, envolvendo grande
número de participantes, como as óperas de Wagner ou as imensas obras
orquestrais de Berlioz, Mahler e Richard Strauss.

Música para Piano

No século XIX, o piano passou por diversos melhoramentos. O


número de notas foi aumentado, os martelos, antes cobertos por couro,
passarão a ser revestidos de feltro, e o cepo, que era de madeira, passou a ser
de metal, com maior resistência, por tanto, á tensão exercida pelas cordas,
agora mais longas e grassas. Tudo isso veio contribui para que a sonoridade
do instrumento ficasse mais rica e cheia, aumentando suas possibilidades em
termos de registro, volume e tonalidade. Os compositores românticos
começaram a explorar toda a extensão do teclado, escrevendo tessituras ricas
e variadas que muito dependiam do emprego do pedal direito.
Quase todos compuseram músicas para piano, mas o mais
importantes foram Schubert, Mendelssohn, Chopin, Schumann, Liszt e
Brahms. Embora meio as obras dos românticos se encontrem sonatas, a
preferência em geral era por peças isoladas e não muito extensas. Havia
grande variedade delas, incluindo danças como a valsa, a mazurca e
apolonaise, e peças de ―caráter‖, como impromptu (―improviso‖), o romance, a
canção sem palavras, o prelúdio, o noturno, a balada, o intermezzo
(―interlúdio‖) e a rapsódia. Muitas peças apresentavam duas partes de caráter
constrastante, freqüentemente planejadas na forma ternária (aba). Outro tipo
de composição foi o étude ou estudo, cujo objetivo era o aprimoramento
técnico do instrumentista. Com efeito, durante essa época, houve grande
avanço nesse sentido, favorecendo a figura do ―virtuose‖ - músico dotado de
extraordinária técnica.Os expoentes máximos nesse campo foram violinista
paganine e o pianista - compositor Liszt. Embora Liszt tenha sido escrito
muitas obras de caráter poético e reflexivo, tornou se conhecido
principalmente por suas peças de grande brilhantismo, que escutava perante
platéias a um tempo assombradas e deliciadas.
Mas o compositor que mostrou maior compreensão do caráter e das
possibilidades do piano foi Frédéric Chopin.Ele tinha o dom especial de
compor melodias de grande inspiração, que normalmente harmonizava de
uma maneira incomum típica do estilo de Chopin, por exemplo, é uma melodia
expressiva cantada pouco acima de um acompanhamento muito sóbrio, com o
uso cuidadoso do pedal direto. Entretanto, embora a música de Chopin possa
ser sonhadora e poética, como em seus noturnos, pode também torna-se
dramática e feérica, como nas polonaises e em muitos outros estudos.

 Gêneros Musicais

 Música Programática
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Os estreitos laços ligando a música e à literatura, durante o


romantismo, levaram os compositores a terem um vivo interesse pela música
programática – a música que ―conta uma história‖ ou, de certo modo, é
descrita, evocando imagens na mente do ouvinte. (A música destituída dessa
intenção, composta para ser apreciada unicamente pelo que é, tem o nome de
música absoluta).

Muitas peças para piano desse período são programáticas, mas foi
nas obras orquestrais que os compositores exprimiram essas idéias com maior
precisão. Há três tipos principais de música programática:

 Sinfonia de programa – referindo-se a sua sexta Sinfonia, por ele


mesmo denominada Pastoral, Beethoven explicou que ela era ―mais
expressão de sentimento do que programática‖, apesar de ser
visivelmente pictórica nos cantos de pássaros que fecham o
movimento lento, na alegria pastoril entrevista no Scherzo e na
tempestade que se arma no quarto movimento. Berlioz, entretanto,
em sua Sinfonia Fantástica, foi mais direto. Ele próprio forneceu um
―programa‖ detalhado da obra, que, tal como a Pastoral de
Beethoven, é em cinco movimentos, em lugar dos quatro usuais.
Descrição da obra de Berlioz:

1. Desvaneios, paixões
2. Um baile
3. Cena campestre
4. Marcha do cadafalso
5. Sonho de uma noite de sabá

 A abertura de concerto – ―Abertura‖, evidentemente, é o nome


de longa data empregado para designar a peça orquestral tocada no início de
uma ópera. No entanto, a abertura de concerto do século XIX nada tinha a
ver com a ópera; era uma obra para a orquestra, de sentido descritivo em um
só movimento (em geral de forma de sonata), e se destinava simplesmente a
ser peça de concerto.

 O poema sinfônico – O poema sinfônico foi criado por Liszt. Tal


como a abertura de concerto, é uma obra para orquestra em um só movimento
e também de sentido descritivo, mas geralmente mais longa e de construção
mais livre. A concepção de Liszt era de que, em um poema sinfônico, a música
tiraria sua forma do padrão das idéias ou eventos que engendraram. Para
trazer unidade à música, contudo, ele usou o que chamava de transformação
temática. Essa expressão pomposa significa a penas que um tema básico é
recorrente por toda a peça, mais em contínua transformação, de caráter e de
espírito, de modo a corresponder a cada situação (recurso parecido, de fato,
com a idée fixe de berlioz).

 Música incidental (ou de cena) - A expressão música incidental


ou de cena refere-se à música especialmente composta para ser ouvida em
certos momentos de representação de alguma peça. Ou seja, para criar
determinada atmosfera no começo de um ato ou de uma cena, para entreter a
platéia durante a troca de cenários e até mesmo para fazer fundo sonoro no
decorrer do espetáculo. Uma vez que muitas peças dessa categoria são
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intencionalmente descritivas, também podem ser classificadas como música


programática.

 Suíte - Tornou-se comum o compositor reunir diversas peças de


música incidental de sua autoria e delas fazer uma suíte para ser executada
como obra de concerto. Como exemplos temos Sonho de uma Noite de Verão,
de Mendelssohn, escrita para a peça de Shakespeare; L´Arlésienne, a música
de Bizet para a obra teatral de Daudet, e Peer Gynt, a peça de Ibsen para a
qual Grieg fez a música. Outro tipo de suíte era aquela constituída com
músicas selecionadas de balé – por exemplo, O Lago dos Cisnes, A Bela
Adormecida e a Quebra-Nozes, todas de Tchaikovsky.

 O Lied Alemão

Durante o período romântico, ouve um rico florescimento da


canção, especialmente do Lied alemão, para voz solo e piano (o plural é Lieder-
―canções‖).
Há dois principais tipos de Lied. No primeiro, chamado estrófico,
a mesma música é repedida basicamente em cada verso do poema. No segundo
tipo, que os alemães chamam durchkomponiert (inteiramente composta), há
uma música diferente para cada verso. Numa composição desse tipo, o autor,
naturalmente, tem mais facilidade de adaptar o canto às mudanças que se vão
processando no caráter e no teor dramático dos versos, e de espelhar isso, com
certos detalhes, no piano. Um importante aspecto da maioria dos Lieder é que
o acompanhamento de piano não se contenta em ser mero ―suporte‖ do canto.
Ao contrário, voz e piano dividem igualmente na responsabilidade da música.
O primeiro grande compositor de lieder foi Schubert, que, durante
seu curto tempo de vida, compôs mais de 600 canções, abordando todas as
possíveis emoções e estados de alma. Dentre seus Lieder mais conhecidos estão
o fortemente dramático Erlkonig, que escreveu aos 18 anos, An die musilk (Em
louvor da música), die forelle (A Truta), Na Sylvia (para Sylvia) e Standchen
(Serenata).Outros importantes compositores de Lieder foram Schumann,
Brahms e já mais tarde, HugoWolf e Richard Strauss.
Ocasionalmente, o compositor fazia o arranjo musical de uma série
de poemas ligados por uma idéia comum, às vezes chegando a esboçar alguma
história.
Uma seqüência de canções ligada dessa forma é chamada de
―ciclo‖. Winterrise (A Viagem de Inverno), de Schubert, e Frauenliebe unt
Leben (Amor e vida de uma mulher), de Schumann, são dois magníficos
exemplos de ciclos.

 Concerto

Durante o romantismo, o concerto passou por diversas mudanças,


tanto no caráter como na concepção. No primeiro movimento, em vez da
―dupla exposição‖ encontrada nos concertos clássicos, havia apenas uma –
geralmente, com o solista entrando logo de início para, em seguida,
compartilhar os temas com a orquestra. A cadência passou a ser escrita pelo
próprio compositor, em vez de ficar à mercê da capacidade de improvisação do
solista. E era mais provável que fosse colocada antes, e não depois, da seção
de recapitulação.
Embora a maioria dos concertos ainda fosse escrita em três
movimentos, alguns compositores procuram novas idéias. Mendelssohn, em
seu concerto para Violino, escreveu passagens de ligação unificando os três
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movimentos; Liszt concebeu o seu Segundo Concerto ara Piano em um só


movimento, valendo-se da técnica por ele chamada de ―transformação
temática‖; e Brahms compôs seu segundo Concerto para Piano em quatro
movimentos, introduzindo um Scherzo antes do terceiro, de andamento lento.
O concerto romântico usava grandes orquestras; e os compositores,
agora sob o desafio da habilidade técnica dos virtuoses, tornavam as partes de
solo cada vez mais difíceis. Tanto o Primeiro Concerto para Piano como o
Concerto para Violino de Tchaikovsky foram, por exemplo, inicialmente
considerados inexeqüíveis, tamanha era a dificuldade técnica de sua
execução.
A educada competição entre solo e orquestra, que existira nos
concertos clássicos, agora se transformava em um emocionante e dramático
duelo entre duas forças aparentemente desiguais: um único solista contra
toda a massa e o poder de uma grande orquestra. Entretanto, graças ao
virtuosismo dos intérpretes e ao talento dos compositores, a parte de solo
sempre emerge da batalha coberta de magníficas glórias!
A maior parte das vezes, o violino ou o piano era o instrumento
escolhido para fazer a parte de solo nos concertos, embora Schumann, Dvorák
e Elgar tenham composto belos concertos para violoncelo.

 Drama Musical de Wagner

Por suas realizações e pela influência que exerceu sobre outros


compositores, Wagner representa a força musical mais poderosa que surgiu
depois de Beethoven. Praticamente toda a sua obra é constituída de óperas,
em sua maioria baseada em lendas germânicas, ou pelo menos nórdicas, com
libreto escrito por ele próprio. Suas óperas mais conhecidas são Navio
Fantasma, Lohengrin, Tristão e Isolda, Os Mestres Cantores de
Nuremberg – e quatro óperas (O Ouro do Reno, A Valquíria, siegfried e
Crepúsculo dos Deuses) que constituem o gigantesco ciclo o anel dos
nibelungos escrito para ser levado à cena durante quatro noites seguidas.
Em vês do termo ópera, Wagner preferiu chama suas obras de
tramas musicais. Seu objetivo, segundo ele próprio explicou, era promover a
perfeita função de todas as artes cênicas – o canto, a representação, os
costumes e o cenário, a iluminação e os efeitos de cena. E a orquestra,
contudo, que mais contribui para o resultado final.

Wagner era mestre na orquestração, criando novas combinações de


timbres e tessituras ricamente variadas. Sua orquestra é geralmente enorme:
uma grande seção de cordas, a das madeiras dispostas em trios e uma potente
seção metais-ás vezes, com oito trompas, quatro trompetes, quatro trombones
e pelo menos cinco tubas. A percussão também desempenhava importante
papel. Uma orquestra tão grande assim, naturalmente, podia traze
determinados tipos de problemas aos cantores. Quando Wagner planejou o
teatro que foi especialmente construído para a representação de suas óperas,
em Bayreuth, fez com que a orquestra fosse colocada a baixo do palco, de
modo que os cantores pudessem projetar suas vozes diretamente para a
platéia.
As óperas de Wagner são muitas extensas, algumas com quatro ou
cinco horas de duração. Em vês de estruturá-las em ―números’’ distintos (com
recitativos, ária, coros, etc. (ele da continuidade á música e a o drama
valendo-se de tudo que se chama de ―melodia ininterrupta’’, ou seja, tecendo a
musica continuamente do principio ao fim de cada ato. Dentro da tessitura se
encontraram os temas, variados não muito longos, comumente chamados
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Leitmotiv (em alemão, motivos condutores), cada qual expressando


determinado tipos de emoção de caráter, ou talvez algum objeto (o ouro uma
espada, um anel), ou algum lugar o rio Reno ou avalia, morada dos Deuses.
Durante o cursor da opera continuamente desenvolve os motivos, mudando-os
ou transformando-os, de acordo com situação do momento (processo que tem
mito a ver com a idée fixe de Berlioz ou a transformação temática de Liszt).
No exemplo que damos aqui (tirado de uma das óperas que compõe
o ciclo o Anel dos nibelungos), A mostra o leitmotiv representando o herói,
Siegfried; B, como ele aparece depois de muitas transformações, na marcha
fúnebre tocada após sua morte.
Ocasionalmente, Wagner introduzem leitmotiv nas partes vocais,
mas o mais comum e eles estarem entre tecidos nas partes orquestrais, para
poderem contribuir com algum comentário sobre o drama ou mesmo trazer
alguma informação sobre o estado de espírito dos personagens revelando –lhes
os pensamentos.

 Nacionalismo no século XIX

Apresentou destaque mais ou menos até a metade do século XIX,


toda a música fora praticamente dominada pelas influências germânicas. Foi
quando compositores de outros países, particularmente da Rússia, da Boêmia
(futura província da Tchecoslováquia) e da Noruega, começaram a sentir
necessidade de se libertar dessas influências e descobrir um estilo musical
que lhes fosse próprio. Isso deu origem a uma forma de romantismo chamado
nacionalismo.
Um compositor é considerado "nacionalista" quando visa
deliberadamente expressar, em sua música, fortes sentimentos por seu país,
ou quando, de certo modo, nela imprime um caráter distintivo através do qual
sua nacionalidade se torna facilmente identificável. Os principais meios por ele
utilizados para atingir tais objetivos são o uso de melodias e ritmos do folclore
de seu país e o emprego de cenas tiradas do dia-a-dia, das lendas e histórias
de sua terra, como base para obras como óperas e poemas sinfônicos.

Rússia

O primeiro compositor russo a trazer o elemento nacionalista para a


música foi Glinka, na ópera Uma Vida pelo Czar (1836). Sua liderança foi
tomada, na década de 1860, pelo "Grupo dos Cinco" ou "O Grupo Poderoso":
Balakirev, Borodin, Cui, Mussorgsky e Rimsky-Kotsakov. Seu objetivo era
compor em um estilo que fosse de caráter genuinamente russo. Trabalhavam
juntos, freqüentemente se ajudando no acabamento e orquestração das peças.
Dentre suas obras mais conhecidas, as que mostram mais fortemente o
espírito nacionalista russo são o poema sinfônico Rússia, de Balakirev; a
ópera Príncipe Igor, de Borodin (que inclui as Danças Polovitsianas, com seus
tons bárbaros e exuberantes); a ópera Boris Codunov e o poema sinfônico Uma
Noite no Monte Cálvo, de Mussorgsky; e as óperas A Domela de Neve e o Galo
de Ouro, juntamente com a suíte sinfônica Sheherazade, todas de Rimsky-
Korsakov.

Boêmia

Na Boêmia, Smetana foi atingido pela febre nacionalista,


manifestada sobretudo em sua ópera A Noiva Vendida, inspirada na vida
campestre tcheca, e nos seis poemas sinfônicos intitulados Má Trlast [Meu
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País], baseados em cenas e lendas da Tchecoslováquia, bem como em sua


história. Vltava (O Moldavia), o segundo poema, dá o trajeto do rio que passa
pela cidade de Praga, desde as suas nascentes. Dvorák foi outro que escreveu
poemas sinfônicos baseados em lendas tchecas (freqüentemente macabras)
tais como O Espírito das Águas e A Roca de Ouro. Em suas pitorescas Danças
Eslavas, ele se vale dos ritmos de danças tchecos, como a polca e a furiant,
mas compondo melodias originais.

Noruega

O compositor norueguês Grieg teve sua educação musical na


Alemanha, mas, de volta a seu país, decidiu-se por uma música baseada em
elementos do folclore da Noruega que estão nitidamente expressos em suas
Danças Norueguesas. Em suas canções e na obra para piano intitulada Peças
Líricas.

O espírito nacionalista se estendeu a outros países, particularmente


à Espanha, onde Albeníz, Granados e de Falla absorveram em suas
composições os elementos característicos das danças e cantos espanhóis. Mas
o estilo exuberante do folclore espanhol não deixou de fascinar compositores
de outras terras, como se vê na ópera "espanhola" Carmen, do francês Bizet, e
no Capricho Espanhol, com soberba orquestração, do russo Rimsky-Korsakov.

 A Música Coral no século XIX

As mais importantes realizações dos compositores românticos no


campo da música coral estão na forma do oratório e do réquiem (missa
fúnebre). Dentre os mais belos oratórios se incluem o Elias, de Mendelssohn,
composto nos moldes de Haendel; L’Enfance du Christ (A Infância de Cristo),
de Berlioz; e The Dream of Gerontius (O Sonho de Gerôncio), de Elgar, que, em
certa vez de se basear em algum texto bíblico, constitui o arranjo de um
poema religioso.
Certas missas réquiem são importantíssimas e algumas parecem
mais apropriadas para serem levadas em uma casa de concerto do que uma
igreja O réquiem de Berlioz, por exemplo, exige uma imensa orquestra com
oito pares de tímpanos e quatro grupos extra de metais, posicionados nos
quatros cantos do coro e da orquestra. O réquiem de Verdi, embora de estilo
dramático (por vezes teatral), é sincero em seu sentimento religioso. Em nítido
contraste com essas duas obras está o calmo e sereno réquiem do compositor
francês Fauré.

ROMÂNTISMO TARDIO

Alguns compositores trouxeram a tradição romântica até o século


XX; destes, Gustav Mahler e Richard Strauss talvez tenham sido os mais
importantes. Ambos são conhecidos por seus belos Lieder. Strauss, também
por suas óperas e poemas sinfônicos, e Mahler, por suas sinfonias, quase
todas com uma hora ou mais de duração.
Esses dois compositores quase sempre necessitam de forças
gigantescas para a execução de suas obras. O longo poema sinfônico de
Strauss ―Assim Falou Zaratustra (1896) requer três flautas e flautim, três
obóes e um contrafagote; seis trompas, quatro trompetes, três trombones e
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duas tubas; tímpanos, bombo, triângulo, címbalo e glockenspiel, um sino


baixo em mi; duas harpas, órgão e mais a seção de cordas.
Mahler, em algumas de suas sinfonias, inclui solo vocal e coro,
seguindo e exemplo de Beethoven na Nona Sinfonia (Coral). A Oitava (1906) de
Mahler é chamada sinfonia dos Mil, pois, para ter uma execução ideal,
precisaria de no mínimo mil músicos. Foi uma época que muitos compositores
já estavam reagindo contra o romantismo tardio – considerado um estilo
excessivo e ultrapassado – e lutando para abrir novos caminhos.

PRINCIPAIS COMPOSITORES ROMÂNTICOS

COMPOSIT HISTÓRICO OBRAS


ORES
Nove Sinfonias, destacando-
se:
 Pianista notável, de estilo excêntrico,  A Heróica (3ª);
alargou os limites da sinfonia, da  Do Destino (5ª)
sonata e do concerto, nasceu em  Pastoral (6ª)
Bonn (Alemanha), mas passou maior
 Sinfonia Coral (9ª)
parte de sua vida em Viena e
Ludwing Sonatas para piano:
preanuciou o Romantismo;
Van  Sonata ao Luar;
Beethoven  Rompeu gradativamente com as
normas clássicas de compor;  Passionata;
(1770-  Patética;
1827)  Criou de acordo com seus impulsos e
inspirações;  Da Tempestade;
 Influenciou todas as fases do  Do Adeus.
Romantismo, chegando ao Pós – Oratório:
Romantismo com a ousadia de seus  Cristo no Monte das
últimos Quartetos. Oliveiras.
Bailado:
 As Criaturas de
Prometeu.
Mili  Compositor, pianista russo. Apesar  Sinfonias, poemas
Alexéievict de sua produção ter sido escassa, sinfônicos, canções e a
Balakirev abriu caminho ao uso dos temas Fantasia Oriental
(1837- tradicionais. Islamey.
1910)
 Compositor francês cujas obras  Um tratado de
Hector pitorescas e ilustrativas orquestração;
Berlioz ultrapassaram os padrões musicais  Sinfonia fantástica;
(1803 – de seu tempo e formam a base da  A arte de um chefe de
1869) técnica orquestral moderna. orquestra;
 Romeu e Julieta;
 .Danação de Fausto.
Georges  Compositor francês. Teve em Carmem  Ópera Carmem.
Bizet sua grande obra, suas primeira
(1838 – óperas possuem árias e conjuntos de
1875) grande interesse e beleza.

Alexander  Compositor russo. Deixou incompleta  Príncipe Igor (ópera


Borodin a ópera “O Príncipe Igor”. Entre as inacabada);
(1833 – suas obras contam-se duas sinfonias,  Nas estepes da Ásia
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1887) dois quartetos e muitas canções. Central (poema sinfônico).


 Sinfonias
 Duas aberturas
Johann  Compositor alemão que cedo revelou (Acadêmica e Trágica);
Brahms seu talento de pianista, durante  Um Réquiem Alemão;
(1833 – algum tempo ganhou a vida tocando  Missa em si;
1897) em tavernas e salões de baile.  Missa Solemnis;
Compôs o mais belo Réquiem do
 Além de baladas,
período romântico.
rapsódias, 16 valsas e 21
danças Húngaras para
piano.

 Compositor e pianista polonês,  Polonaises e Marzurias


Fréderic passou a maior parte de sua vida (danças polonesas);
Chopin lecionando e tocando em serões  Dois concertos para piano
(1810 – aristocráticos e dando concertos (em mi e fá menores).
1940) públicos ocasionais;
 Grande inovador no campo da
harmonia.
 O mais versátil compositor dos  Nove sinfonias, entre
Antonin grandes compositores tchecos do elas: N ovo Mundo.
Dvorák século XIX. Seus dons como
(1841 – melodista e sua orquestração perfeita
1904) são únicos e pessoais.
 Conhecido como o "pai da música Óperas:
Midhail russa";  A vida pelo Czar;
Ivánovitc  Demonstrou sua origem baseando  Russlan e Ludmila;
Glinka suas óperas em temas nacionais.  Kamarinskaia (fantasia);
(1804 –
 Taras Bulba (sinfonia
1857)
inacabada);
 Noite de Verão (poema
sinfônico)
Óperas:
 O Anel de Nibelungo;
Wilhen  Compositor, regente de orquestra e Tetralogia:
Richard escritor;  O Ouro do Reno, As
Wagner  Reformador da ópera, criando o Valquírias, Sigfried e o
(1813- drama musical. Crepúsculo dos Deuses.
1883)

Edvard  Primeiro compositor norueguês a  Danças Norueguesas;


Grieg alcançar reputação mundial.  Suítes PeerGynt.
(1843 –
1907)
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 Maestro, compositor húngaro e o Óperas:


mais famoso pianista de seu tempo.  Lohengrin, Tannhaeuser;
Suas inovações técnicas e  Navio negreiro;
harmônicas exerceram grande  Sinfonias, concertos para
influência sobre os românticos do piano, rapsódias
século XIX, incluindo Wagner e húngaras e oratórios.
César Franck. Teve papel decisivo na
Franz Liszt formação na moderna técnica de
(1811 – regência;
1886)  Criou nova forma de composição, os
poemas sinfônicos, e inaugurou os
recitais.
 A gruta de Fingal;
 Sonhos de uma noite de
Félix verão (todos concertos
Mendelssoh  Compositor alemão, combinou sua para violino);
n, imaginação poética com a pureza de  Sinfonias: A Italiana e
(1809 – estilo clássico. Escocesa;
1847)  Composições para piano,
sonatas para violinos,
préludios.
 Óperas, Fantasias,
Música vocal
e 74 canções, entre elas
poemas.
sobre Goethe.
 A Grande Páscoa Russa;
Nicolai  Um dos mais destacados e influentes  Capricho Espanhol e o
Rimski- compositores nacionalistas russos, poema Shesherazade.
Korsakov, que se dedicou à musica depois de Óperas:
(1844 – uma breve carreira na Marinha.  Sadko.
1908) Suítes:
 Czar Saltan e O Galo de
Ouro.
 Compositor austríaco, filho de um 600 Lieder, alguns estão
mestre-escola, durante muitos anos reunidos em ciclos como:
lecionou na escola do pai;  A bela Moleira e A
Franz  Foi o inventor da "harmonia Viagem de Inverno e a
Schubert romântica" e do Lied, canção solo famosa Ave Maria;
(1797 – com acompanhamento em que o pano  A sinfonia Trágica, A
1828) comenta e ilustra as palavras e os Grande e A Inacabada;
estados de espírito;  Quartetos de cordas: A
 Compôs lieders sobre a poesia de morte e a Donzela e a
Goethe, Schiller e Shakespeare, além Truta.
de sinfonias, músicas de câmara,
óperas e sonatas.
 Pianista e compositor alemão. Era um  Amor de Poeta, Ciclo
romântico muitas vezes inspirado por Lírico e Vida de Mulher
Robert idéias extra-musicais, no entanto foi (todos lieders);
Schumann muito influenciado por Bach,  3ª Sinfonia (Renano);
(1810 – particularmente nas obras para  4ª Sinfonia;
teclas. Grande compositor de lieder;
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1956)  Principal representante do  Além de peças para piano


Romantismo alemão; e estudos musicais como
Compôs sinfonias, peças para piano e Carnaval.
câmara.
 Seis sinfonias e dez
óperas, concertos para
Pior Ilitch  Compositor russo, escreveu grandes violino e inúmeros
Tchaikovis obras em todos os gêneros musicais; bailados, como:
ky  Sua obra exprime sua natureza  Lago dos Cisnes;
(1840 – apaixonada e melancólica;  Suíte Quebra-Nozes;
1893)  Traz em sua obra elementos  Romeu e Julieta.
nacionalistas, contos e lendas do seu As óperas:
país.  Eugen Onegin e Pique
Dame.
As sinfonias:
 Sonhos de Inverno,
Pequena Rússia,
Polonesa e a sinfonia
Patética.
 Criador da ópera romântica e o
Carl Maria verdadeiro fundador da ópera alemã; Óperas:
Von Weber  Rompeu com os temas da mitologia  Franco Atirador;
(1786- clássica;  Oberon.
1826)  Criou o leitmotiv (identificação
musical dos sentimentos dos
personagens);
 Influenciou Wagner.

Gioacchino Óperas:
Antonio  Compositor de óperas bufas;  Barbeiro de Sevilha;
Rossini  Dedicou-se também ao teatro.  Guilherme Tell;
(1848-  Moisés e Otelo
1873)
 Considerado um dos maiores Óperas:
Giusepp compositores dramáticos do século  Rigoleto;
Fortunino XIX;  La Traviata;
Francesco  Criou obras em torno dos  Baile de Máscaras e
Verdi sentimentos humanos; Aída.
(1813-  Compositor nacionalista conservou o
1901) estilo italiano de compor.
 Procurou representar as pequenas Óperas:
Giacomo tragédias da gente modesta da vida  Madame Butterfley;
Puccini do dia-a-dia, o que na ópera se  La Bohéme;
(1858- chama de verismo.  Tosca;
1924)
 Turandot.
 Manifestou a febre nacionalista Óperas:
Bodrich inspirado na vida campestre tcheca.  A Noiva Vendida.
Smetana Poemas Sinfônicos:
(1824-  Ma Vlast (Meu País)
1884)
APOSTILA DE MÚSICA

COMPOSITORES BRASILEIROS

COMPOSITOR HISTÓRICO OBRAS


 Compositor paulista, estudou Óperas:
música no Conservatório Nacional  A Noite no Castelo e
de Música, cujo diretor era o Joana de Flanderes;
compositor Francisco Manuel da  O Guarani, sua mais
Silva. Apresentou sua primeira famosa ópera;
obra (noite do Castelo) em 1861.  Salvador de Rosas;
O sucesso da estréia foi tão  Fosca;
grande que D. Pedro II, presente
Antônio Carlos  Maria Tudor;
ao espetáculo, condecorou o
Gomes  Condor;
compositor no próprio teatro com
(1836 – 1896)  Colombo (oratório);
a ordem da Rosa. Dois anos
depois o sucesso se repetiria com  O Escravo.
a ópera Joana de Flanderes,
considerada superior à primeira;
 Em 1864, com uma bolsa de
estudos concedida pelo
imperador, viaja para a Itália. Ali
completou em três anos um curso
que normalmente levaria quatro
anos formando-se Maestro
Compositor;
 Buscava criar uma ópera
estritamente brasileira, Carlos
Gomes escolheu o romance O
Guarani, de José de Alencar.
Estreou em 19 de Maio de 1870
no teatro Scala de Milão. O
sucesso foi enorme. Os mais
exigentes críticos compararam-no
aos grandes compositores
europeus da época como Rossini
e Verdi. Lançada no Rio de
Janeiro ainda em 1870 a obra
alcançara o mesmo sucesso.

ROMÂNTISMO NO BRASIL

À época do romantismo europeu, o Brasil mantinha estruturas de


latifúndio, escravismo, economia de exportação e uma monarquia
conservadora, remanescentes do puro colonialismo: condições socioculturais
muito diferentes das encontradas nos países da vanguarda romântica
européia. A partir de 1808, a permanência da corte portuguesa no Brasil
APOSTILA DE MÚSICA

transformou cultural e economicamente a vida da colônia, com a implantação


da imprensa e do ensino universitário. O subseqüente processo de
independência, em 1822, ativou ainda mais a efervescência intelectual e
nacionalista já instalada.
Ao lado da literatura, a música brasileira expressou as principais
características do movimento romântico mundial, ligadas sobretudo ao
nacionalismo e à afirmação da identidade cultural.
Carlos Gomes foi o principal compositor romântico do país. Suas
obras, que denotam forte influência da música italiana, então dominante,
apresentam traços tipicamente brasileiros. A maior parte dos músicos da
época buscou a valorização de elementos nacionalistas, embora a formação do
compositor erudito no Brasil dependesse ainda completamente das escolas
européias. Isso muitas vezes resultou apenas em abordar temas folclóricos
nativos numa linguagem musical francesa ou alemã.
Na virada do século, o nacionalismo iniciado com o movimento romântico
expressou-se mais fortemente na obra de Alberto Nepomuceno e Antônio
Francisco Braga e, já em pleno século XX, configurou-se como a mais
importante e autônoma tendência estética da história da música erudita no
país. Destacaram-se compositores como Henrique Oswald, Leopoldo Miguez,
Francisco Mignone e, sobretudo Heitor Villa-Lobos, internacionalmente
reconhecido.

ATIVIDADES

39) Relacione os músicos com suas respectivas óperas:

a. Glinka ( ) A Noiva Vendida.


b. Smetana ( ) A vida pelo Czar
c. Rossini ( ) Tosca
d. Puccini ( ) Moisés e Otelo

40) Cite duas características do Romantismo Musical

41) Explique como música coral do século XIX se desenvolveu

42) Cite o nome do compositor que criou o Lieder.

MÚSICA DO SÉCULO XX

Foi um século de experimentos e das combinações imprevistas. Uma


época em que a audácia, a novidade e o paradoxo são elementos essenciais. É
tempo de formas intermediárias que podem ser tonais e rítmicas, atonais e
APOSTILA DE MÚSICA

politonais, arrítmicas e polirrítmicas. Neste contato tem acontecido vários


fatos marcantes como por exemplo os grandes avanços dos meios eletrônicos e
de comunicação, que também interferem direta ou indiretamente no panorama
musical. Não podemos mais continuar fazendo música como a do passado,
nem tão pouco esquecê-la, Pois ela nos leva a utilizar suas formas para a
obtenção de resultados modernos. Depois de 1900 a música teve de
estabelecer suas próprias premissas.
A música no século XX constitui uma longa história de tentativas e
experiências que levaram a uma série de novas e fascinantes tendências,
técnicas e, em certos casos, também à criação de novos sons, tudo
contribuindo para que este seja um dos períodos mais empolgantes da história
da música. À medida que aparece uma nova tendência, um novo rótulo surge
imediatamente para defini-la, daí resultando um emaranhando de nomes
terminados em ―ismos‖ e ―dades‖.No entanto como iremos ver, a maioria
desses rótulos com compartilha uma coisa em comum – todos representam
uma reação consciente contra o estilo romântico do século XIX. Tal fato fez
com que certos críticos descrevessem essa música como ―anti-romântica‖.
O século XX presenciou o desenvolvimento de quatro aspectos
importantes na história da música:

1. O sempre crescente espírito nacionalista;


2. O aparecimento de importantes compositores norte-americanos e
latino-americanos;
3. A ascensão de estilos internacionais na música, pela primeira vez desde
o período clássico do século XVIII;
4. A procura de novos princípios harmônicos que substituíssem a
harmonia tradicional de tônica-dominante.

Dentre as tendências e técnicas mais importantes da música do


século XX encontram-se:

IMPRESSIONISMO

No início do século XX, a Europa encantou-se com as mudanças


ocorridas nos campos da indústria, da política e do conhecimento e que
trouxeram inovações e inquietações no mundo das artes. Compositores
buscaram uma concepção musical nova, pois os acordes e harmonias
convencionais não condiziam com as atuais necessidades estéticas: uma
música que ―exalasse cheiro‖, ―provocasse visões‖ e ―sugerisse cores‖. Para
alcançar seus objetivos, os compositores utilizaram recursos comparados com
as técnicas de pintura impressionista. Do mesmo modo como os pintores
lidavam com luzes e cores, os compositores impressionistas trabalhavam com
a harmonia e timbres instrumentais. Como afirma Zimmermann, ―É uma arte
extremamente fina, nostálgica, transitória, fugaz, descritiva e se fez sentir
principalmente na pintura, poesia e música‖.
A princípio, a música impressionista pode ser considerada uma
música programática, mas logo difere-se desta por não procurar exprimir
emoções profundas nem contar uma história, mas sim evocar um estado de
espírito e expressar moderadamente sentimentos.

Compositores Impressionistas

COMPOSITORES HISTÓRICO OBRAS


APOSTILA DE MÚSICA

 Maior compositor da Sinfonias:


música impressionista,  A catedral Submersa;
Claude Debussy desenvolveu a técnica  Jardim sob a chuva;
(1818-1862) que consistia em  Manhã de um dia de
explorar encadeamento festa;
de acordes, sugerindo  Clair de Lunes;
várias tonalidades.
 Festas, Nuvens e
Sereias.
 Considerado o Óperas:
continuador de  A Hora Espanhola
Jean Maurice Debussy;  Valsas e o famoso
Ravel  Destacou-se por sua Bolero;
( 1875-1937) composição formal e O Balé:
domínio da técnica;  Dafne e Cloé.
 Inspirou-se no folclore
francês e espanhol.

NACIONALISMO NO SÉCULO XX

Este novo nacionalismo teve influência imediata de Igor Stravinsky


(1882-1971) que partiu de um ímpeto agressivo como a sua obra Sacre du
Printemps (1913). Essa obra é um ritual primitivo de grande esplendor e
violência, que provocou um grande escândalo na noite da estréia.
A característica marcante deste período é o uso de canções
folclóricas, música de dança, marchas e hinos. Nos Estados Unidos, Charles
Ives, em suas composições, fez uso de canções folclóricas; e Aaron Copland,
em seus balés Rodeo e Billy the Kid, incluiu canções de cowboys.
Na Hungria os compositores mais expressivos foram: Zoltan Kodály
e Bartok; Na Inglaterra, Vaugham Williams; No México, Carlos Chaves e Na
Argentina, Alberto Ginastera. O Brasil é representado pelos nacionalistas Villa
Lobos, Lorenzo Fernandes, Francisco Mignone, Camargo Guarniére e Cláudio
Santoro.

OBSERVAÇÃO

Heitor Villa-Lobos (Rio de Janeiro, 5 de março de 1887 — Rio de Janeiro, 17


de novembro de 1959) foi um compositor brasileiro.

Aprendeu as primeiras lições de música com seu pai, Raul Villa-Lobos,


funcionário da Biblioteca Nacional, que morreu em 1899. Ele lhe ensinara a
tocar violoncelo usando improvisadamente uma viola, devido ao tamanho de
"Tuhu" (apelido de origem indígena que Villa-Lobos tinha na infância).
Sozinho, aprendeu violão na adolescência, em meio às rodas de choro
cariocas, às quais prestou tributo em sua série de obras mais importantes: os
Choros, escritos na década de 1920. Casou-se em 1913 com a pianista Lucília
Guimarães.

Sua formação musical foi muito inflenciada pelas noites de sábado da casa
dos Villa-Lobos que recebiam grandes nomes da época para cantar e tocar até
de madrugada. Sua tia Fifinha lhe apresentou os Prelúdios e Fugas do Cravo
APOSTILA DE MÚSICA

bem temperado de J. S. Bach, compositor que lhe serviu como fonte de


inspiração para a criação das nove Bachianas Brasileiras.

INFLUÊNCIAS JAZZÍSTICAS

Vários componentes estilísticos da música do século XX podem ser


atribuídos à influência do jazz norte-americano: grande vitalidade dos
rítmos, por vezes fortemente sincopados. Melodias sincopadas sobre ritmos
constantes; blue - é também uma vertente do jazz, surgiu nos arredores do
rio Mississipi. É uma espécie de desabafo, onde o negro tentava amenizar a
dureza do trabalho escravo. O saudosismo dos negros de Nova Orleans fez
surgir uma nova forma a New Orleans e essa música teve como principal
característica a presença de instrumentos de sopro como o trompete e a
clarineta.

O Jazz caracteriza-se pela:





Destacaram-se alguns compositores: Ravel, Millaud, Kurt Weill,
Stravinsk, Copland – enfatizaram deliberadamente muito desses elementos
jazzísticos em alguns de seus trabalhos.

POLITONALIDADE

É o uso de dois ou mais tons ao mesmo tempo. Essa forma pode ser
encontrada nas obras de Stravinsky, Ravel e de Charles Ives. Pois, quando
falamos da tonalidade de uma peça, referimo-nos ao seu tom. Em uma música
escrita em dó maior, por exemplo, o ouvido se sentirá fortemente ―atraído‖ pelo
dó, a nota tônica, a que tem maior peso dentro da tonalidade. Em seguida, na
ordem de importância, vem a dominante – no caso, a nota sol.

ATONALIDADE

Técnica de composição caracterizada pela ausência de um centro


tonal harmônico e pela eliminação da harmonia tradicional clássica, bem
como dos conceitos de consonância e dissonância (sons agradáveis ou
desagradáveis ao ouvido). A estrutura tonal foi aos poucos abandonada no
século XIX pelo cromatismo de Wagner, Strauss e Mahler. No século XX, o
austríaco Arnold Schoenberg levou o cromatismo (atonalismo) às suas
ultimas conseqüências, com a criação do Dodecafonismo ou Serialismo (série
de 12 anos), inaugurado, assim, uma nova fase da história da música. Outro
grande compositor foi Pierrô Lunar.

EXPRESSIONISMO
APOSTILA DE MÚSICA

Esse é outro termo tomado da pintura - no caso, da escola


expressionista, que floresceu em Viena no princípio deste século. Com tons
extremamente vigorosos, os pintores dessa escola jogavam sobre as telas suas
experiências e estados de espírito mais íntimos: o mundo tenebroso de seus
terrores mais secretos e as fantásticas visões do subconsciente - muitas vezes
sugerindo a desagregação mental.
Na música, o expressionismo começou como um exagero, até mesmo
uma distorção, do romantismo tardio, em que os compositores passaram a
despejar na música toda a carga de suas emoções mais intensas e profundas.
Dentre os que escreviam em estilo expressionista estavam Arnold Schoenberg
(que também era pintor) e seus alunos: Alban Berg e Anton Webem. Os três,
trabalhando juntos na capital austríaca, tornaram-se conhecidos como "A
Segunda Escola de Viena".
Na primeira fase, a música expressionista apoiava-se em harmonias
que se tomavam cada vez mais cromáticas, o que acabou levando à
atonalidade. A música expressionista em estilo atonal é caracterizada por
harmonias extremamente dissonantes; melodias frenéticas, desconjuntadas,
incluindo grandes saltos; contrastes violentos e explosivos, com os
instrumentos tocando asperamente nos extremos de seus registros. O
expressionismo foi prefigurado no sexteto de cordas Noite Transfigurada, de
Schoenberg, escrito em 1899. Em 1908 ele compôs o Segundo Quarteto de
Cordas, que inclui no terceiro e no quarto movimentos uma voz de soprano.
Mas é no quarto movimento que Schoenberg abandona de vez a tonalidade,
partindo para sua primeira aventura atonal. (O soprano começa, muito
apropriadamente: "Sinto o ar de outro planeta. Dissolvo-me em sons‖.)
Outras importantes obras do expressionismo atonal incluem, de
Schoenberg, Cinco Peças para Orquestra, Op. 16, e Pierrot Lunaire, para
soprano e cinco instrumentistas (a parte vocal está escrita conforme o que ele
chama de Sprechgesang - meio falada, meio cantada). De Alban Berg, Três
Peças para Orquestra, Op. 6 e a bela ópera Wozzeck. De Anton Webern, Cinco
Peças para Orquestra, Op. 10. Nas obras de Webem - muito curtas e
extremamente concentradas -, todos os instrumentos são tratados como
solistas, quase sempre tocando notas isoladas - raramente mais que três ou
quatro ao mesmo tempo. O resultado é um tecido sonoro que consiste em
timbres instrumentais dardejando diminutas fagulhas luminosas (descritas
por Stravinsky como "o cintilar dos diamantes de Webem").

I. Pontilhismo – é uma forma dentro do Expressionismo, utilizada


por Schonberg, Alban Berg e Anton Webern, que consiste na
imitação dos pintores pontilhistas que faziam nas suas telas
milhares de minúsculos pontos. Na música também observa-se
a idéia de diminutas fagulhas luminosas.

SERIALISMO OU DODECAFONISMO

O serialismo, como o próprio nome induz, é uma composição


ordenada em uma série de 12 notas da escala cromática. Essa ordem de notas
fica a critério do compositor que forma a série fundamental na qual vai basear
toda a sua composição. Todas as 12 notas são igualmente importante e a
série, além de sua forma original, pode ser lida de trás para frente, ou seja,
escrita retrógrada; de baixo para cima, isto é, escrita de inversão e ao mesmo
tempo de trás para frente e de baixo para cima inversão retrógrada. A série
pode ser iniciada em qualquer nota da escala cromática, devendo-se evitar as
APOSTILA DE MÚSICA

repetições porque não se deve voltar a ouvir uma nota antes de se ter ouvido
todas as outras.

Principais compositores:

COMPOSITORES HISTÓRICO OBRA


 Foi o inventor da Peças para piano
técnica dodecafônica
Arnold Schoenberg serial. Foi influenciado  Opus II
(1874-1951) por Wagner, Brahms,
Mahler.
 Um dos principais Concerto para violino
discípulos de
Alban Berg Schoenberg, escreveu  A Memória de um Anjo
(1885-1935) uma música muito
expressiva, quase
romântica.

NEOCLASSICISMO

A tendência neoclássica se cara


cteriza pela volta às formas como a suíte de danças, o concerto
grosso, a tocata e a sonata clássica; pelo objetivismo; pelo retorno à pratica
tonal. As orquestras dão preferência aos instrumentos de sopro e percussão.
As tessituras são extremamente espessas e congestionadas, exigindo uma
massa de executantes, foram substituídas por uma clareza de linhas e
tessituras característica da música anterior ao período romântico. A expressão
de emoções intensas era deliberadamente evitada.
Na verdade, porém, o neoclassicismo denotava a reelaboração de
estilos, formas ou técnicas pertencentes a qualquer período anterior ao
romantismo do século XIX - portanto, sem os vícios dessa escola. Dentre as
formas e concepções clássicas tipicamente ―redescobertas‖ pelos compositores
neoclássicos estão a tocata, a passacaglia, o concerto grosso, as formas de
fuga e os artifícios do ostinato. Contudo, se os neoclássicos iam buscar suas
fontes de inspiração no passado, não deixavam por isso de imprimir em suas
composições marcas bem próprias do século XX: modulações repentinas,
súbitas ―toções‖ melódicas e harmonias ousadas, quase sempre introduzindo
deliberadamente ―notas erradas‖ ou fazendo uso da politonalidade.

Principais Compositores

 Paul Hindemith (1865-1963)


 Igor Stravinsky
 Werner Orff

MÚSICA CONCRETA

Tendência que surgiu em 1948, baseada em sons concretos como


sons naturais: canto das aves, arrastar de uma cadeira no chão e outros.
APOSTILA DE MÚSICA

Estes sons são captados por gravadoras e passados para os aparelhos


eletrônicos, onde sofrem tratamentos:

 variação de velocidade
 inversão no sentido
 filtragens e reverberações
 misturas e montagens

No final da década de 40, o compositor francês Pierre Schaeffer


(1910/1995) começou a fazer no Estúdio de Ensaios da Rádio Francesa,
experiências com o que chamou de musique concrète – musica composta de
forma concreta, diretamente sobre fitas magnéticas, sem abstração da
simbologia musical. Um outro compositor é Pierre Henry (1927), que fez
várias composições em co-autoria com aquele.

MÚSICA ELETRÔNICA

Nasceu na Alemanha na década de 1950, inclui todos os sons


registrados por microfones (como a música concreta) e também aqueles
produzidos por geradores eletrônicos de sons. O componente básico da
produção sonora é o oscilador. Os sons produzidos podem tanto ser ―puros‖
(sem a série harmônica ou sobretons) como ―impuros‖, dependendo da vontade
do compositor. Outro tipo de sonoridade é o ―som branco‖ – um ruído parecido
com uma rajada obtido pela soma de todas as freqüências audíveis.
Os sons podem ser eletronicamente modificados de várias maneiras,
incluindo-se o ajustamento de volume, a filtragem (supressão de freqüências
indesejadas), a adição de vibratos (―ondeamento‖), reverberações (―o
retardamento‖ do som, de modo que ele desapareça lentamente), ecos (o som é
repetido enquanto vai desaparecendo). Os sons podem ser mixados juntos,
sobrepostos, ou divididos em fragmentos distintos. Determinados sons
também podem ser gravados em diferentes pedaços de uma fita para depois
serem juntados, ou se pode fazer uma fita que retorne após o final, de modo a
se repetirem os sons, criando-se assim um efeito de ostinato. E, naturalmente,
um papel importante é desempenhando pelas técnicas básicas da música
concreta, como a inversão dos sons (muitas vezes produzindo um crescendo
que termina com um corte abrupto).

Principais compositores

COMPOSITORES HISTÓRICO OBRA


 Principal compositor
Karlheiuz desse gênero.
Stockhauson  Telemusik, Microphonie
I, Gesang Der
Junglienge.

 Pioneiro dessa corrente. .


 Étude au Tourniquette,
Pierre Schaeffer Étude au casserole,
Étude au piano
APOSTILA DE MÚSICA

SERIALISMO TOTAL

É a música baseada nas séries fixas tanto de duração como de


altura, dinâmica e de toque. As essências são os 12 sons de Schoenberg.
Tem como principais autores e composições:

 Messiaeli –Mode de Valeurs et d”intensités


 Boulez – Structures
 Stockhausen – Gruppeu, obra para tres orquestras
simultâneas

MÚSICA ALEATÓRIA

É organizada no momento da execução. É o fenômeno mais recente


da história da música. Seus defensores se permitem total liberdade de divertir
e chocar o público com suas composições extravagantes. O compositor tem
total liberdade para escolher que notas usar e como usá-las e o intérprete
pode escolher que nota e qual parte da música irá tocar, assim como a ordem
de tocá-las. Vale também o improviso. Às vezes as peças não indicam notas,
apenas símbolos e diagramas ou desenhos, deixando assim o intérprete
totalmente livre.

Os principais autores dessa forma musical são:

 John Cage (1912/1992) Imaginary Landscape nº 4

 Stockhausen – Peça para piano nº XI

A vanguarda erudita de hoje é composta basicamente de tres


componentes é composta basicamente de tres componesntes: o atonalismo, a
eletrônica e o minimalismo. Este ultimo esta baseado na musica cíclica,
repetitiva, com pequenas estruras sonoras. Nesse sistema os compositores se
misturam. Muitos compositores estão preocupados como que virá no próximo
século. Alguns acham qie o atonalismo foi a última cartada. As novas formas
musicais que poderão aparecer serão apenas fusões das formas já existentes
até hoje.

EXERCÍCIOS

43) Faça um comentário sobre a tendência Neoclássica

44) Discorra sobre Poilitonalidade

45) Cite dois representantes da tendência Expressionista


APOSTILA DE MÚSICA

46) Fale sobre o Impressionismo Musical

47) Comente sobre a Música Concreta

48) Heitor Villa-lobos foi um dos grandes representantes do modernismo


musical no Brasil, e tal fato já era nítido a partir da participação do mesmo na
Semana de 22. Marque a opção que apresenta uma das mais importantes
obras compostas por este compositor:
a) As quatro estações
b) Bachianas Brasileiras
c) Carmem
d) Dom Giovanni
e) Orfeu

49) A respeito do trecho abaixo, o que Villa Lobos tentou expressar?

“Sim, sou brasileiro e bem brasileiro.


Na Minha música eu deixo cantar os rios
e os mares deste grande Brasil. Eu não
ponho mordaça na exuberância tropical
de nossas florestas e dos nossos céus, que eu
transponho instintivamente para tudo escrevo”

MÚSICA POPULAR BRASILEIRA

A Música Brasileira se formou junto com os primeiros indígenas e


que essa música com a chegada dos jesuítas, era, sobretudo sacra. Sabemos,
também, que o povo brasileiro é formado pela miscigenação de três raças
distintas; assim também, a Música Popular Brasileira é formada a partir da
fusão ou mistura dos costumes desses grupos, seus ritmos, suas danças,
dando origem a uma forma musical toda peculiar.
Os Portugueses trouxeram o gosto musical erudito europeu; os
índios cantavam e dançavam em louvação às suas divindades e tradições; e os
africanos também cantavam e dançavam os ritmos do seu povo. Além desses
povos a Música Popular Brasileira também sofreu influência espanhola,
através de músicas como habanera e o tango, que junto com a polca serviram
de motivo rítmico e melódico para o maxixe. Foi influenciada, ainda pela
musica francesa e holandesa. Com isso, a Música Popular Brasileira – MPB é
composta das formas mais ricas e variadas.

A partir desse ponto, tornou-se automático o vínculo entre as


músicas das diferentes correntes étnicas e o recém-nascido folclore brasileiro.
Se o português colonizador acrescentou o lirismo e o negro africano deu
característica mística à nossa música, o Brasil e seus primeiros habitantes
ofereceram as propícias condições para que os costumes, em fusão,
APOSTILA DE MÚSICA

sobrevivessem às gerações. Assim, o folclore brasileiro contém ricas e variadas


danças, que geralmente obedecem a um enredo. De origem indígena:
Caboclinhos, Caiapós e Guerreiros; de origem portuguesa: Bumba-meu-boi (e
suas derivações regionais), Cheganças, Pastoris, Folias de Reis e Cordão de
bichos; e de origem africana: Maracatu, Congo ou Congada, Taieira e
Quilombo.

Formas Musicais Brasileiras

Na formação da MPB a contribuição mais importante foi a


Portuguesa, seguida da africana que foi decisiva. Os Portugueses nos deram a
música e os negros nos deram o ritmo. Surgiram daí as primeiras formas
musicais brasileiras: a modinha e o lundu.

 Modinha
 Lundu
 Choro
 Chorinho
 Frevo
 Macha
 Baião
 Samba

Movimentos Musicais

BOSSA NOVA

Música com influência do cool jazz norte-americano, surgida na


década de 50, a Bossa-Nova representa uma espécie de junção do Samba com
solução harmônica extraída do jazz. Ela era um estilo despojado, que dava
liberdade para os seus intérpretes, que tinham uma forma de tocar e cantar
intimista, usando batidas sutis ao violão e empregando acordes dissonantes. A
Bossa Nova era uma inovação rítmica, classificada mesmo como um
comportamento anti-musical, como é explicitado na música ―Desafinado‖, de
Antônio Carlos Jobim e Newton Mendonça, gravada por João Gilberto: “Se
você insiste em classificar/ Meu comportamento de anti-musical/ Eu, mesmo
mentindo, devo argumentar/ Que isto é bossa nova, que isto é muito/ Natural...”
A expressão ―bossa‖ era usada desde a década de 40, principalmente
com referência ao Samba de Breque, que apresentava uma ―bossa‖, um
charme (que era a súbita parada para encaixar frases soltas). E daí surgiu a
expressão ―cheio de bossa‖, para designar uma atitude charmosa, inesperada.
O nome ―bossa nova‖ foi dado por acaso. Um aluno desconhecido fixou um
cartaz avisando de um show que seria realizado por um grupo com uma
―bossa nova‖. Roberto Menescal e Ronaldo Bôscolli gostaram do título e o
adotaram.
Na década de 50 surgiu um grupo de jovens da classe média, entre
17 e 22 anos, que iria modificar o ritmo do Samba, no Rio de Janeiro. Estes
jovens acreditavam que o Samba tinha parado de se renovar. Esta impressão
lhes era causada, principalmente, pela separação entre a Zona Norte (o morro)
e a Zona Sul, iniciada na década de 40 e cujos primeiros sintomas foram o
―aboleramento‖ do Samba, sob influência do Be bop, e o aparecimento de uma
APOSTILA DE MÚSICA

nova geração que não tinha nenhuma ligação com o jeito antigo de se fazer
Samba.
A Bossa Nova iria, na verdade, elitizar a música brasileira, e a
principal prova disto foi que acentuou-se ainda mais a separação entre as
camadas populares e a classe média, visto que eram poucos os compositores
que tinham um nível cultural elevado para compor neste gênero dissonante. A
música foi dividida em: tradicional (era maioria dos gêneros musicais
produzidos pelas camadas de mais baixa renda, urbana ou rural) e a Bossa
Nova. Assim, a música popular urbana passa, desde 1960, a evoluir numa
perfeita correspondência com a situação econômica e social dos diferentes
tipos de público a quem se dirigia.
Inicialmente os temas da Bossa Nova giravam em torno do
individualismo. Somente na década de 60, frustrados com a possibilidade de
ascensão profissional dos seus cantores, estes temas se tornarão mais
populares, falando-se até da miséria e do morro, numa tentativa popularização
e aproximação da realidade brasileira. Infelizmente esta proposta não dá certo,
pois, na verdade, os compositores bossanovistas tentavam impor a suas
ideologias e não se unirem às formas musicais já existentes, cultivadas pelos
compositores mais antigos.
Todavia, Os Estados Unidos começavam a gostar do estilo e vários
cantores e compositores bossanovistas vão para lá em busca da fama. No
Brasil, no entanto, a Bossa Nova já estava em declínio, porque entrara em
estagnação, perdendo seu caráter renovador. No entanto, mesmo em declínio,
a busca de soluções rítmicas, a partir da música nordestina, ainda iria revelar
um grande talento, João do Vale, que iria se juntar a outros nomes
importantes deste período, como João Gilberto, Tom Jobim, Toquinho,
Vinícius de Moraes, Nara Leão e Carlos Lira, entre outros.
A partir de 1965, com a Bossa Nova desgastada e não mais
correspondendo à realidade, já em plena Ditadura, vão ganhar espaço as
Canções de Protesto e a Tropicália. Todavia, ainda hoje a Bossa Nova é um
gênero bastante cultivado e respeitado no Brasil e no exterior.

TROPICALISMO

Movimento cultural do fim da década de 60, que usava de deboche,


irreverência e improvisação, revolucionam a música popular brasileira, em que
artistas liderados pelos músicos Caetano Veloso (1942) e Gilberto Gil (1942)
tentam retomar as lições do Manifesto Antropofágico de Oswald de Andrade
(1890-1954), através da música popular brasileira (MPB), e misturá-las à
cultura de massa urbana (consumismo, americanização, rock e televisão). O
movimento é lançado com as músicas "Alegria, Alegria" de Caetano Veloso, e
"Domingo no Parque", de Gilberto Gil, acompanhadas por guitarras elétricas,
no Festival da Record de 1967. Causam polêmica, já que na época a MPB era
dominada pela estética da bossa nova.
O Tropicalismo valorizava a música regional, tão marginalizada pela
Bossa Nova e também aproveitava as novas tendências do som pop e o uso da
guitarra elétrica. No qual propunha um novo jeito de fazer música. A
preocupação desses compositores e cantores era a música nacional, por
estarem insatisfeitos com a alienação causada pela música internacional.
Assim, sem abolir o moderno, misturando o erudito ao popular, como reforça
Priscila Valenti, no texto ―A Geleia Geral do Tropicalismo‖ (Jornal Gazeta.
Artigo publicado no dia 28/06/98, SP), “os tropicalistas sofreram influência do
cinema novo, principalmente representado pela figura de Glauber Rocha; dos
APOSTILA DE MÚSICA

poetas Décio Pignatari, Haroldo e Augusto de Campos; de Oswald de Andrade;


da música concreta e da aleatória”.
O Tropicalismo, além de outros integrantes como Gal Costa,
Capinan, Tom Zé, Nara Leão, Torquato Neto, Rogério Duprat e outros, teve
como principais líderes Caetano Veloso e Gilberto Gil. Originado na Bahia, O
Tropicalismo foi implantado no Rio de Janeiro durante o 3° Festival da
Canção, de outubro de 1968, onde foram apresentadas as músicas ―Domingo
no Parque‖ de Gilberto Gil com arranjo de Marcelo Duprat, ganhando em 2°
lugar, e ―Alegria, Alegria‖ de Caetano Veloso, ganhando em 4° lugar. A
apresentação destas músicas causa grande escândalo, Caetano e Gil foram
incompreendidos tanto pelos juizes como pelo público, talvez por que estas
suas músicas trouxessem as características básicas do Tropicalismo, que
eram: a utilização de todos os recursos possíveis para compor o quadro
temático da letra, pois consideravam a música no todo, a sua unidade letra e
música, como no caso de ―Domingo no Parque‖, onde cada fase da trágica
história de José, João e Juliana é detalhadamente trabalhada num crescente
dramático de associações de instrumento e vozes. Já ―Alegria, Alegria‖ traduz,
através de letra simples e debochada, o rompimento com certos padrões
estabelecidos: “Eu vou, sem lenço, sem documento/ Nada no bolso ou nas
mãos/ Eu quero seguir vivendo/amor eu vou/ Porque não, porque não".

ALEGRIA ALEGRIA

Caminhando contra o vento


Sem lenço sem documento
No sol de quase dezembro
Eu vou.

O sol se reparte em crimes


Espaçonaves guerrilhas
Em Cardinales bonitas
Eu vou.

Em caras de presidentes
Em grandes beijos de amor
Em dentes pernas bandeiras
Bombas e Brigitte Bardot

O sol nas bancas de revista


Me enche de alegria e preguiça
Quem lê tanta noticia?
Eu vou.

Por entre fotos e nomes


Os olhos cheios de cores
O peito cheio de amores vãos
Eu vou.
Por que não? Por que não?

Ela pensa em casamento


E eu nunca mais fui à escola
Sem lenço sem documento
Eu vou.
APOSTILA DE MÚSICA

Eu tomo uma coca-cola


Ela pensa em casamento
Uma canção me consola
Eu vou.

Por entre fotos e nomes


Sem livros e fuzil
Sem fome sem telefone
Do coração do Brasil

Ela nem sabe até pensei


Encantar na televisão
O sol é tão bonito
Eu vou.
Sem lenço sem documento
No bolso ou nas mãos
Eu quero seguir vivendo amor

Eu vou.
Por que não? Por que não?

Divulgado amplamente pela televisão, o Tropicalismo agrada tanto


aos estudantes universitários de esquerda quanto ao público em geral, visto
que os jovens que compunham este novo jeito musical não tinham pontos
ideológicos rígidos, mas criticavam duramente valores morais, éticos e
estéticos, tentando desintegrar, de uma forma debochada e anárquica, várias
estruturas de comportamento, buscando a liberdade pessoal. Mas, como
conseguir ser livre naquele duro ano de 67, com todo o Brasil vivendo em
profunda agitação política?. Decididamente, os anos em que o Brasil esteve
sob o comando militar não foram anos fáceis de se ter opiniões e de expressá-
las.
A forma do Tropicalismo se expressar não agradava o Estado, pois a
preocupação deles era a estética musical de suas composições e a política, já
que este gênero conviveu com a difícil situação de censura imposta pelos
governos militares. Porém, o Tropicalismo diferenciava-se da Canção de
Protesto, porque suas críticas eram menos explícitas, usando muitas vezes do
recurso do humor.
As dificuldades maiores para os componentes desse movimento
aconteceriam a partir de dezembro de 1968, logo após a promulgação do AI-5,
que fechou o Congresso, no governo do general Costa e Silva. Vários cantores
e compositores seriam presos sob a acusação de subversivos, sofrendo várias
violências, que iam desde rasparem suas cabeças até ficarem presos
incomunicáveis durante meses. Logo que foram soltos, cerca de dois meses
depois, alguns resolveram se exilar em Londres. Antes de irem, Gilberto Gil e
Caetano Veloso, decepcionados com a política brasileira, fazem um Show-
Despedida (com a permissão do governo, é claro). No Show, cantam a música
―Aquele Abraço‖, que finaliza assim: ―Todo povo brasileiro - Aquele abraço/ Alo,
Rio de Janeiro - Aquele abraço”.

Aquele abraço - Gilberto Gil


O Rio de Janeiro continua lindo
O Rio de Janeiro continua sendo
O Rio de Janeiro, fevereiro e março
APOSTILA DE MÚSICA

alô, alô, Realengo - aquele abraço!


alô, torcida do Flamengo - aquele abraço!
Chacrinha continua balançando a pança
E buzinando a moça e comandando a massa
E continua dando as ordens no terreiro
alô, alô, seu Chacrinha - velho guerreiro
alô, alô, Terezinha, Rio de Janeiro
alô, alô, seu Chacrinha - velho palhaço
alô, alô, Terezinha - aquele abraço!
alô, moça da favela - aquele abraço!
Todo mundo da Portela - aquele abraço!
Todo mês de fevereiro - aquele passo!
alô, Banda de Ipanema - aquele abraço!
Meu caminho pelo mundo eu mesmo traço
a Bahia já me deu régua e compasso
Quem sabe de mim sou eu - aquele abraço!
Pra você que meu esqueceu - aquele abraço!
alô, Rio de Janeiro - aquele abraço!
Todo o povo brasileiro - aquele abraço!

―Aquele Abraço‖, de Gilberto Gil, tem melodia e letra simples, mas


significava um momento de dor profunda de toda uma geração que era
obrigada a sair do seu próprio país. Ao falar dessa música anos depois no seu
livro bibliográfico ―Todas as Letras‖, Gilberto Gil comenta “... Quando cheguei a
Bahia, eu só peguei o violão e toquei, já estava comprometido afetivamente com
a música‖, “... Na minha cabeça, "Aquele Abraço", se passa numa quarta feira
de cinza”, nestes trechos ele demonstra o que aquela música representava,
além de fazer uma clara referência ao dia em que foram soltos da prisão, no
Rio, ele e Caetano Veloso. Uma quarta-feira de cinzas.

JOVEM GUARDA

Jovem Guarda

Num sentido estrito, a expressão Jovem Guarda designou programa


da TV Record, de São Paulo SP, estreado em setembro de 1965 e findo em
1969, comandado por Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléia; mas tem
APOSTILA DE MÚSICA

sido comumente empregada para definir gênero musical também conhecido


como iê-iê-iê, seja, a versão brasileira do rock internacional. A Jovem Guarda
foi, entretanto, cristalização de uma tendência bem anterior: a informação do
rock’n’roll norte-americano da década de 1950 já criara no Brasil um mercado
de consumidores e aficionados, permitindo que, desde 1957, os primeiros
cantores e compositores brasileiros do gênero tentassem reproduzir o ritmo
com letras em português ou cantando no original. Entre os maiores expoentes
desse período estavam os irmãos Tony e Celly Campelo, Sérgio Murilo, Ed
Wilson e, em fase pouco posterior, Ronnie Cord e os grupos The Jordans, The
Jet Blacks e The Clevers. O trio central – Roberto Carlos, Erasmo Carlos e
Wanderléia – entrou em cena justamente quando começava a se acentuar a
queda de popularidade dos primeiros artistas brasileiros do rock’n’roll. Em
1961, Celly Campelo decidiu afastar-se da vida artística, enquanto as atenções
se voltavam para a bossa nova e, nos meios de comunicação, sobreviviam
poucos espaços: o programa Hoje é Dia de Rock, de Jair de Taumaturgo, na
Radio Mayrink Veiga carioca; o Clube do Rock, de Carlos Imperial, na TV-Rio,
e Crush em Hi-Fi, na TV Record, de São Paulo. Em discos, os sucessos
rareavam: Marcianita, com Sérgio Murilo, Diana, com Carlos Gonzaga. Roberto
Carlos optou, então, por algum tempo, pela bossa nova, mas Erasmo Carlos e
Wanderléia decidiram insistir, tentando divulgar um tipo de musica que,
nessa época, já tinha muito de bolero e samba-canção, misturado ao ritmo do
rock’n’roll. No Rio de Janeiro RJ, Ed Wilson, Cleide Alves, Renato e seus Blue
Caps também esperavam sua oportunidade. Foi o repentino sucesso de um
compositor e intérprete radicado em São Paulo que abriu a brecha para o que
seria a Jovem Guarda: em 1963, Ronnie Cord conseguiu bons índices de
venda e popularidade com o rock Rua Augusta (de Hervê Cordovil), chamando
a atenção do publico e dos homens de media para as figuras de Roberto Carlos
e Erasmo Carlos, principalmente, autores de Parei na contramão. Em seguida,
É proibido fumar e Festa de arromba (da mesma dupla) confirmaram a
existência do mercado. Foi dessa música – onde os dois celebram
textualmente seus companheiros de vida artística e preferência musical – que
surgiu a idéia de um programa de televisão, concretizado pela TV Record
paulista, na época grande investidora em musica popular. Inicialmente o
programa deveria chamar-se Festa de Arromba e ocuparia uma hora ociosa, a
tarde de domingo, vaga desde a proibição de transmissão dos jogos de futebol.
Com o nome definitivo de Jovem Guarda, o programa foi ao ar pela
primeira vez em setembro de 1965, reunindo Roberto Carlos, Erasmo Carlos e
Wanderléia, os cantores Eduardo Araújo, Sérgio Murilo, Agnaldo Rayol,
Reynaldo Rayol, Martinha, Cleide Alves, Meyre Pavão, Rosemary e os grupos
The Jordans, The Jet Blacks, Renato e seus Blue Caps, Os Incríveis e Golden
Boys. Rapidamente, a Jovem Guarda tornou-se uma das grandes atrações da
emissora, reunindo grandes platéias de adolescentes no Teatro Record, mas foi
a partir de 1966, com o grande sucesso de Roberto Carlos e Erasmo Carlos
Quero que vá tudo pro inferno, que o programa tomou proporções nacionais e
passou a ser sinônimo de movimento ou tendência musical. Outros artistas se
juntaram ao grupo inicial: Ronnie Von, Vanusa, De Kalafe, Deny e Dino, Leno
e Lilian, Antônio Marcos, Os Vips, Os Brasões, The Pops, entre outros.
Seguindo o exemplo da Apple, promotora dos Beatles, a agência de
publicidade Magaldi, Maia & Prosperi passou a coordenar industrialmente a
imagem do trio central da Jovem Guarda, criando as marcas Calhambeque,
Tremendão e Ternurinha para uma série de produtos que ia de bonecas a
calças e blusas.
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TENDÊNCIAS ATUAIS

Depois do Tropicalismo, passa-se por um período de certa


estagnação musical, talvez devido à excessiva penetração da música
estrangeira em todos os meios de divulgação. Também nesta época encerrava-
se a fase dos grandes festivais, o que levou muitos músicos a partirem para
trabalhos individuais, shows em teatros e boates, sem uma articulação maior
entre si no sentido ser pensado o momento por que passava a Música Popular
Brasileira. As iniciativas dos vários compositores e músicos ficariam dispersas,
perdendo-se muito da capacidade de atuarem como movimento, o que foi
bastante comum durante certo tempo.
Em 1973, seria lançado pela Revista Pasquim o Disco de Bolso, uma
iniciativa muito boa, que visava a renovação da música brasileira, depois do
período conturbado por que passara, no fim da década de 60 e início dos anos
70. Em seu primeiro número, o Disco de Bolso apresenta Raimundo Fagner,
novo e desconhecido cantor cearense, interpretando ―Mucuripe‖, de sua
autoria e de Belchior, outra nova descoberta do mundo musical. No segundo
número, o crítico Sérgio Ricardo trata da união artística de Vinícius de
Moraes, Toquinho e Marília Medalha; além do sucesso do novo disco de
Johnny Alf, que, naquele momento, estava emplacando nas paradas de
sucesso. O Disco de Bolso foi, acima de tudo, uma importantíssima chamada
aos novos valores que estavam surgindo no mercado da música no Brasil.
Vendidos nas bancas de revistas, este tipo de disco-fascículo acabou tendo
proibido sua circulação, pela Ditadura Militar, sob a alegação de que o projeto
abrigava fins políticos.
Contudo, apesar da dispersão ocorrida e das dificuldades criadas
pelo Regime Militar, pôde-se detectar algum avanço no que diz respeito à
instrumentação, que continuou a ser bastante valorizada, até mesmo em
detrimento da letra. Pode-se notar isto no trabalho de grupos como, por
exemplo, os ―Novos Baianos‖, em que era marcante a ênfase no trabalho
instrumental. Merecem destaque também os trabalhos de Egsberto Gismonti e
Naná Vasconcelos, como exemplos de músicos que exploraram em
profundidade, e com base em muita pesquisa, a diversidade de alternativas
instrumentais oferecidas pela música popular. A obra de Naná de
Vasconcelos, no entanto, deve ser enfatizada porque diz respeito a uma das
características mais importantes da nossa música, a versatilidade da
percussão.
Os anos 70, no entanto, não foram só de Chico Buarque, Caetano e
Gil, Raul Seixas e Tim Maia, ou de Naná de Vasconcelos. Nesta década, a
televisão já absorve a produção da música popular em trilhas sonoras para
novela. O rádio divide sua programação entre as músicas internacionais e as
nacionais mais ao gosto popular, como as músicas ―Pare de tomar a pílula‖, de
Odair José e ―Eu não sou cachorro não‖ de Waldick Soraiano.
Desde 1980, seguindo a tendência internacional, a MPB fica sob a
hegemonia do rock. O pioneirismo de Rita Lee é reconhecido com sucesso,
enquanto novos grupos buscam o que seria a síntese brasileira do gênero. Nos
últimos anos, o vasto celeiro sonoro baiano, talvez como reação aos modismos
de importação, lança a música axé, que revela a força do grupo Olodum e da
Cantora Daniela Mercury.
Nos dias atuais, a música brasileira vive uma verdadeira salada de
ritmos numa junção do primitivo com o moderno, à semelhança do que
ocorrera no Tropicalismo, sem posicionamentos estéticos rígidos. Nota-se,
porém, que as inovações e diferenças rítmicas são bem mais evidentes.
Percebe-se muito claramente a diferença que há entre as músicas de
APOSTILA DE MÚSICA

Carlinhos Brow, da Timbalada e a música, por exemplo, do grupo Skank, que


se utilizam do ritmo afro-brasileiro, nas suas bases de percussão. Os
primeiros buscam um som mais nativo, tentando criar um ritmo mais
característico do povo brasileiro e o segundo utiliza também um ritmo afro,
porém já modificado, ao longo da história de nossa música, sendo
acrescentadas a ele apenas as letras em português. Um bom exemplo deste
recurso são o ―Reggaes” que o Skank compõem. Outro exemplo típico do
aproveitamento eclético dos nossos ritmos comumente chamados ―de raiz‖ são
os trabalhos do movimento chamado ―Mangue Beat‖, do qual o principal nome
foi Chico Sciense. Ele retoma os ritmos nordestinos mesclando-os com
elementos da parafernália eletrônica de nossos dias.
Outro fenômeno observável na Música Popular Brasileira da
atualidade é a excursão feita por alguns no escracho e no besteirol, mudando
a linguagem musical e gozando leis e ritmos consagrados (Samba, Tango, Fado
etc.). Temos para citar como exemplo deste fenômeno Os Mamonas
Assassinas.

Principais Grupos Musicais

Os Paralamas do Sucesso (também conhecida somente por


Paralamas) é uma banda de rock brasileiro, formada no Rio de
Janeiro no final dos anos 70. Seus integrantes desde 1983 são
Herbert Vianna (guitarra e vocal), Bi Ribeiro (baixo) e João Barone
(bateria). No início a banda misturava ska com rock, como o The
Police, posteriormente passaram a agregar instrumentos de sopro e
ritmos latinos. A banda faz parte do chamado quarteto sagrado do
rock brasileiro, juntamente com o Barão Vermelho, Titãs e Legião
Urbana.
Jota Quest - Começou a
se formar em 1993, com Paulo
Diniz no baixo e Paulo Fonseca na
bateria, programação e samplers.
Depois vieram Márcio Buzelin,
teclados e programações, e o
guitarrista Marco Túlio Lara. O
vocalista Rogério Flausino veio por
último, depois de ser aprovado no
teste feito com 13 vocalistas.
O grupo passou dois anos
apresentando-se na noite de Belo
Horizonte, muitas vezes sem cachê,
e também em festas de calouros,
em faculdades. Num de seus primeiros shows, eles precisaram
inventar um nome para colocar no cartaz do espetáculo. Surgiu
então a idéia de homenagear Johnny Quest, o personagem do
desenho animado. O nome, entretanto, era grande para o espaço,
sendo abreviado para J. Quest. Em 1998, mudaram para a grafia
atual, Jota Quest.

Ultrage Rigor - foi formado no final de 1980, inicialmente como uma


banda de covers, principalmente Beatles, rock dos anos 60, punk e
new wave. Depois de algumas formações provisórias, Roger, Leôspa,
Sílvio e Edgard começaram a se apresentar em festas e barzinhos. Em
APOSTILA DE MÚSICA

1982, ainda sem um nome fixo, decidiram por Ultraje a rigor, já que
nunca eram muito fiéis às versões originais dos covers que faziam,
frequentemente avacalhados ou distorcidos. O nome Ultraje a rigor foi
escolhido meio por acaso. Roger e Leôspa estavam tentando achar um
nome durante uma festa em que se apresentavam. Roger sugeriu
Ultraje, mas achava meio punk demais (para a época, pelo menos).
Roger então perguntou a Edgard, que chegou no meio da conversa, o
que ele achava de Ultraje. Edgard, sem entender direito a pergunta,
disse: "que traje? O traje a rigor?" Roger e Leôspa adoraram e
adotaram então este nome. Logo depois, Sílvio sairia, entrando
Maurício em seu lugar.

O grupo Legião Urbana foi formado em Brasília em 1982 e sua última


formação acabou sendo Dado Villa-Lobos,
Marcelo Bonfá e Renato Russo (cujo nome
de nascença é Renato Manfredini Júnior. O
"Russo" foi adicionado em homenagem ao
iluminista suíço Jean-Jacques Rousseau,
ao filósofo inglês Bertrand Russel e ao
pintor francês Henri Rousseau).

Skank é uma banda brasileira de pop rock e ska formada por Samuel
Rosa (guitarra e voz), Henrique Portugal (teclados), Lelo Zaneti (baixo)
e Haroldo Ferreti (bateria), em março de 1991 em Belo Horizonte. Em
16 anos de carreira, vendeu 5,5 milhões de discos.

Los Hermanos é uma banda brasileira de rock formada no Rio de


Janeiro em 1997, que mistura indie rock com elementos da
música brasileira como o samba e a
MPB.

Em 1999, a banda assinou com a


gravadora Abril Music e lançou seu
primeiro CD, homônimo Los Hermanos,
que repercutiu entre o público jovem,
identificados com as letras estilo Jovem
Guarda, misturadas a um conjunto
musical influenciado pelo hardcore, ska
e samba. O primeiro single "Anna
Júlia", quase excluído da seleção final pro CD e inspirado numa paixonite do
produtor da banda, fora o grande responsável pelo espontâneo sucesso da
banda e pelas 300 mil cópias iniciais do CD. Embalada pelo sucesso da
música, a gravadora resolveu investir na banda e lançou "Primavera" e
posteriormente, "Quem Sabe", como próximos singles, que coincidiam em ter
refrões. O álbum emplacou também uma indicação ao Grammy de 2000.

Principais compositores
APOSTILA DE MÚSICA

 Chico Buarque, Milton Nascimento, Djavan, Caetano Veloso,


Gilberto Gil, Ivan Lins, João Bosco, Guinga, Chico César,
Cássia Eller, Fátima Guedes, Cazuza, Renato Russo, Lobão,
Lulu Santos, Suely Costa, Alceu Valença, Fagner, Elomar,
Geraldo Azevedo, Luiz Melodia, Joyce e Jorge Benjor.

Chico Buarque morou dois anos em Roma...


Aos oito inventava marchinhas de Carnaval...
Foi campeão de futebol de botão várias vezes...
A banda foi a canção que mais lhe trouxe dinheiro...
Quando pequeno comungava todos os dias e virou católico fervoroso...
Sonhava ser cantor de rádio e imitava João Gilberto...

Djavan /Temporal

Você passa e tudo perde a graça


meus olhos passam a depender de ti
não tem jeito o estrago já foi feito
feito um temporal você bate em mim

O mar bateu, você me pegou


pra confirmar o sol desmaiou
a onda vai, meu coração carrega

O mar bateu, você me pegou


pra confirmar o sol desmaiou
a onda vai, meu coração carrega

Você mente diz que é amor que sente


seu sentimento é uma torre de areia
você sabe , seu coração não abre
não minta não pra não ficar feia

O mar bateu, o vento soprou


e vai quebrar na minha dor
a onda vem , seu sentimento leva
APOSTILA DE MÚSICA

O mar bateu, o vento soprou


e vai quebrar na minha dor
a onda vem , seu sentimento leva

Quem me dera ter o céu ser seu menino


com a lança da paixão vencer o seu destino
ser a noite só pra te dar um sonho
onde eu estou pra te prender com um abraço


Jorge Benjor
Um dos maiores renovadores da MPB, Jorge começou a descobrir
seu talento cantando em coros de igreja e participando dos blocos de carnaval
de rua. Foi descoberto em 1963 ao se apresentar no lendário Beco das
Garrafas no Rio, um dos principais redutos bossanovistas e no mesmo ano
gravou o primeiro compacto e o aclamado LP, ―Samba Esquema Novo‖, com
uma estética musical absolutamente inesperada. Numa época em que o
samba flertava com o jazz, devido ao sucesso internacional da bossa-nova, ele
inovou ao germinar as sementes do samba-rock, com harmonias mais simples
e forte apelo dançante. Em 1969 lançou uma das músicas mais emblemáticas
da MPB, ―País Tropical‖, que se tornaria um verdadeiro hino brasileiro no
exterior. Participando dos Festivais da Canção regularmente, venceu a edição
de 1972 com a música ―Fio Maravilha‖ e iniciou uma seqüência de discos
antológicos nos anos seguintes como " A Tábua de Esmeralda", "África Brasil"
e "Salve Simpatia". Originalmente conhecido como Jorge Ben, adicionou o
―Jor‖ ao seu nome artístico depois de consultar um numerólogo em 1989. O
lançamento de ―W/Brasil‖ em 1990 iniciou uma verdadeira jorgemania que
influenciou fortemente a nova geração do rock nacional e o consagrou
definitivamente com um dos maiores gênios da nossa cultura brasileira.

Principais intérpretes

 Leila Pinheiro, Gal Costa, Nana Caymmi, Leny Andrade, Zizi


Possi, Elba Ramalho, Fafá de Belém, Simone, Verônica Sabino
e Itamara Koorax.

Principais instrumentistas

 Cláudio Roditi, Márcio Montarroyos, Paulinho Trompete


(trompete), Mauro Senise, Leo Gandelman, Widor Santiago, Ion
Muniz, Ivo Perelman, Raul Mascarenhas (sax e flauta), Raul de
Souza (trombone), Cristóvão Bastos, Wagner Tiso, Gilson
Peranzetta, Leandro Braga, Antonio Adolfo (piano), Sebastião
Tapajós, Helio Delmiro, Toninho Horta, Romero Lubambo, Dori
APOSTILA DE MÚSICA

Caymmi, Ricardo Silveira (guitarra e viola), Rildo Hora


(harmônica) e Hermeto Paschoal (multi-instrumentista).

ATIVIDADES

50) (Universidade Estadual de Londrina) O texto a seguir é um fragmento de


―Tropicália‖, composição de Caetano Veloso que integra o LP ―Tropicália ou
Panis et Circensis‖, uma espécie de documentário de Tropicalismo –
movimento artístico de fins da década de 1960.

―Sobre a cabeça os aviões


sob os meus pés os caminhões
aponta contra os chapadões
meu nariz [...]
Vive a bossa as as
vive a palhoça ça ça ça ça
o monumento é de papel crepon e prata
os olhos verdes de mulata
a cabeleira esconde atrás de verde mata
o luar
do sertão...‖

Com base na letra da canção e nos conhecimentos sobre o Movimento


Tropicalista, considere as afirmativas a seguir:

I. Liderado pelos baianos João Gilberto e Tom Jobim, o movimento procurou


integrar a bossa nova a uma perspectiva modernista, incorporando na música
brasileira um folclore industrializado.
II. Tendo por lideres Caetano Veloso e Gilberto Gil, o movimento adotou
princípios antropofágicos oswaldianos fazendo um aproveitamento de
elementos díspares e aparentemente contraditórios, como reflexo da própria
realidade brasileira em fase de modernização.
III. O Tropicalismo espalhou as contradições da realidade brasileira ao alinhar
dados modernos com arcaicos, que acabaram por determinar novos rumos
para a música brasileira.
IV. Com Caetano Veloso e Gilberto Gil, a música popular brasileira tinha por
objetivo, em suas letras, demonstrar a hegemonia cultural do país.

Estão corretas apenas as afirmativas:


a) I e III d) II e III
b) II, III e IV e) I e IV
c) I, III e IV

51) Leia a letra da Música abaixo e posteriormente explique em que contexto


ela está inserida. (período musical, gêneros)

Vai passar

Francis Hime - Chico Buarque


1984

Vai passar
APOSTILA DE MÚSICA

Nessa avenida um samba popular


Cada paralelepípedo
Da velha cidade
Essa noite vai
Se arrepiar
Ao lembrar
Que aqui passaram sambas imortais
Que aqui sangraram pelos nossos pés
Que aqui sambaram nossos ancestrais

Num tempo
Página infeliz da nossa história
Passagem desbotada na memória
Das nossas novas gerações
Dormia
A nossa pátria mãe tão distraída
Sem perceber que era subtraída
Em tenebrosas transações

Seus filhos
Erravam cegos pelo continente
Levavam pedras feito penitentes
Erguendo estranhas catedrais
E um dia, afinal
Tinham direito a uma legria fugaz
Uma ofegante epidemia
Que se chamava carnaval
O carnaval, o carnaval
(Vai passar)
Palmas pra ala dos barões famintos
O bloco dos napoleões retintos
E os pigmeus do bulevar
Meu Deus, vem olhar
Vem ver de perto uma cidade a cantar
A evolução da liberdade
Até o dia clarear

Ai, que vida boa, olerê


Ai, que vida boa, olará
O estandarte do sanatório geral vai passar
Ai, que vida boa, olerê
Ai, que vida boa, olará
O estandarte do sanatório geral
Vai passar

52) Discorra sobre a Jovem Guarda

53) Fale sobre a Modinha e o Lundu

54) Como você analisa as novas tendências atuais em relação ao progresso da


música?
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55) Cite o nome de cinco intérpretes das tendências atuais.

―Cada música deve ter um timbre de


voz, uma cara. Se posso mexer no
som da guitarra, por que não no som
da voz? ‖

Carlinhos Brown
APOSTILA DE MÚSICA

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALALEONA, Domingos. História da música. São Paulo: Ricordi, 1984.

ANDRADE, Mário de. Pequena história da música. São Paulo: Martius, 1976.

ABRAHÃO, Luiz Martins. Música e comunicação. São Paulo: Nacional.

BARBOSA, Thomaz. Dicionário de música. Lisboa: Kosmos, 1956.

BENNET, Roy. Uma breve história da música. Rio de Janeiro: Jorge Zahar,
1986.

CARPEAUX, Otto Maria. Uma nova história da música. Tecnoprint. S/L S/d.
350p.

COPLAND, Aaron. Como ouvir e entender música. Rio de Janeiro: Arte Nova,
1974.

PAZ, Juan Carlos. Introdução à musica de nossos tempos. Trad. Diva ribeiro
de Toledo Piza.

PAHLEN, Kurt. Introdução à música. São Paulo: Melhoramentos, 1966.

SALZMAN, Eric. Introdução à musica do século XX. Rio de Janeiro: Zahar,


1970.

SOUZA, Loly Amaro. Heitor Villa Lobos. São Paulo: Moderna, 2001. –
(Coleção mestres da música no Brasil).

ZIMMERMANN, Nilsa. A música através dos tempos. São Paulo: Paulinas,


1996.
APOSTILA DE MÚSICA

SUMÁRIO

01. MÚSICA ...................................................................................................................... 03

02. SOM MUSICAL ............................................................................................................ 03

03. HISTÓRIA DA MÚSICA ................................................................................................ 06

06. MÚSICA MEDIEVAL ................................................................................................... 09

07. MÚSICA RENASCENTISTA .......................................................................................... 17

08. MÚSICA BARROCA ..................................................................................................... 22

09. MÚSICA BARROCA NO BRASIL ................................................................................. 27

10. GÊNEROS SACRO E PROFANO .................................................................................. 28

11. CLASSICISMO MUSICAL............................................................................................. 29

12. ROMANTISMO ............................................................................................................ 34

13. MÚSICA DO SÉCULO XX ............................................................................................ 44

14. MÚSICA POPULAR BRASILEIRA ................................................................................. 49

15. MOVIMENTOS MUSICAIS ........................................................................................... 50


APOSTILA DE MÚSICA

16. TENDÊNCIAS ATUAIS ................................................................................................. 53

17. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................... 56

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