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BANCO DE AULAS

ORIENTAÇÕES PARA O PROFESSOR


Disciplina: Literatura
Ano: 2009
Elaborador(a): Rosana Horta Tavares Pereira

CARO PROFESSOR,

Esta aula foi elaborada com o objetivo de enriquecer o seu trabalho.


A proposta da literatura desta aula prioriza o desenvolvimento das capacidades leitoras do
aluno, ao mesmo tempo em que amplia seus horizontes quanto à literatura e à cultura diversas,
dando ênfase ao “conhecimento mais amplo do patrimônio cultural [que] leva a um diálogo mais
consistente entre o repertório pessoal e os textos orais e escritos a que o aluno tem acesso e aos
que ele produz” (PCN+EM, 2002, p.69), visando assim uma aprendizagem significativa do aluno.
Ciente de que esse aluno aguarda novidades no conteúdo de Literatura, esta aula prevê as
competências e habilidades esperadas dos alunos do 2º ano do Ensino Médio. Ao final de alguns slides, há
sugestões de vídeos que poderão ser trabalhados como extrapolação ou intertextualidades, se desejar.
Espero, com esta aula, contribuir para o processo ensino-aprendizagem e com as suas
práticas, professor(a), que lida com as diversas situações de comunicação para esses jovens
leitores/escritores em formação. É impossível ensinar liberdade, cerceando idéias, oprimindo
participações e ditando verdades. Apercebermo-nos dessas atitudes é essencial para que
iniciemos um real processo de transformação da nossa prática.

TEMA:
O Romantismo em outras manifestações artísticas

HABILIDADES:
 Reconhecer a importância da arte literária no universo das manifestações artísticas.
 Reconhecer a importância da Literatura como manifestação individual do homem no seu
tempo e espaço.
 Identificar as características gerais do Romantismo na literatura em outras manifestações
artísticas.
 Reconhecer o Romantismo como momento de busca de brasilidade.

ORIENTAÇÕES:
 Os slides estão organizados seqüencialmente para o desenvolvimento de três aulas depois de
o professor ter realizado o levantamento prévio do conteúdo, junto aos alunos.
 Os exercícios propostos ao longo da aula têm orientações para a resolução correta no próprio
slide, oralmente e/ou por escrito, a critério do professor.

Romantismo
Tendência que se manifesta nas artes e na literatura do
final do século XVIII até o fim do século XIX. Nasce na
Alemanha, na Inglaterra e na Itália, mas é na França que
ganha força e de lá se espalha pela Europa e pelas
Américas. Opõe-se ao racionalismo e ao rigor do
neoclassicismo. Caracteriza-se por defender a liberdade
de criação e privilegiar a emoção. As obras valorizam o
individualismo, o sofrimento amoroso, a religiosidade
cristã, a natureza, os temas nacionais e o passado. A
tendência é influenciada pela tese do filósofo Jean-
Jacques Rousseau (1712-1778) de que o homem nasce
bom, mas a sociedade o corrompe. Também está
impregnada de ideais de liberdade da Revolução
Francesa (1789).

ARTES PLÁSTICAS – O romantismo chega à pintura no início do século XIX. Na Espanha, o


principal expoente é Francisco Goya (1746-1828). Na França destaca-se Eugène Delacroix (1798-
1863), com sua obra Dante e Virgílio. Na Inglaterra, o interesse pelos fenômenos da natureza em
reação à urbanização e à Revolução Industrial é visto como um traço romântico de naturalistas
como John Constable (1776-1837). O romantismo na Alemanha produz obras de apelo místico,
como as paisagens de Caspar David Friedrich (1774-1840).

LITERATURA – A poesia lírica é a principal expressão. Também são freqüentes os romances.


Frases diretas, vocábulos estrangeiros, metáforas, personificação e comparação são
características marcantes. Amores irrealizados, morte e fatos históricos são os principais temas. O
marco da literatura romântica é Cantos e Inocência (1789), do poeta inglês William Blake (1757-
1827). O livro de poemas Baladas Líricas, do inglês William Wordsworth (1770-1850), é uma
espécie de manifesto do movimento. O poeta fundamental do romantismo inglês é Lord Byron
(1788-1824). Na linha do romance histórico, o principal nome é o escocês Walter Scott (1771-
1832). Na Alemanha, o expoente é Goethe (1749-1832), autor de Fausto.

O romantismo impõe-se na França no fim da década de 1820 com Victor Hugo (1802-1885), autor
de Os Miseráveis. Outro dramaturgo e escritor francês importante é Alexandre Dumas (1802-
1870), autor de Os Três Mosqueteiros.

MÚSICA – Os compositores buscam liberdade de expressão. Para isso, flexibilizam a forma e


valorizam a emoção. Exploram as potencialidades da orquestra e também cultivam a interpretação
solo. Resgatam temas populares e folclóricos, que dão ao romantismo caráter nacionalista.

A transição do classicismo musical, que acontece já no século XVIII, para o romantismo é


representada pela última fase da obra do compositor alemão Ludwig van Beethoven (1770-1827).
Nas sonatas e em seus últimos quartetos de cordas, começa a se fortalecer o virtuosismo. De
suas nove sinfonias, a mais conhecida e mais típica do romantismo é a nona. As tendências
românticas consolidam-se depois com Carl Maria von Weber (1786-1826) e Franz Schubert
(1797-1828).

O apogeu, em meados do século XIX, é atingido principalmente com Felix Mendelssohn (1809-
1847), autor de Sonho de uma Noite de Verão, Hector Berlioz (1803-1869), Robert Schumann
(1810-1856), Frédéric Chopin (1810-1849) e Franz Liszt (1811-1886). No fim do século XIX, o
grande romântico é Richard Wagner (1813-1883), autor das óperas românticas O Navio Fantasma
e Tristão e Isolda.

TEATRO – A renovação do teatro começa na Alemanha. Individualismo, subjetividade,


religiosidade, valorização da obra de Shakespeare (1564-1616) e situações próximas do cotidiano
são as principais características. O drama romântico em geral opõe num conflito o herói e o vilão.
Os dois grandes expoentes são os poetas e dramaturgos alemães Goethe e Friedrich von Schiller
(1759-1805). Victor Hugo é o grande responsável pela formulação teórica que leva os ideais
românticos ao teatro. Os franceses influenciam os espanhóis, como José Zorrilla (1817-1893),
autor de Don Juan Tenório; os portugueses, como Almeida Garrett (1799-1854), de Frei Luís de
Sousa; os italianos, como Vittorio Alfieri (1749-1803), de Saul; e os ingleses, como Lord Byron
(1788-1824), de Marino Faliero.

ROMANTISMO NO BRASIL – O romantismo surge em 1830, influenciado pela independência,


em 1822. Desenvolve uma linguagem própria e aborda temas ligados à natureza e às questões
político-sociais. Defende a liberdade de criação e privilegia a emoção. As obras valorizam o
individualismo, o sofrimento amoroso, a religiosidade, a natureza, os temas nacionais, as
questões político-sociais e o passado.

Artes plásticas – Os artistas dedicam-se a pinturas históricas, que enaltecem o Império e o


nacionalismo oficial. Exemplos são as telas A Batalha de Guararapes, de Victor Meirelles (1832-
1903), e A Batalha do Avaí, de Pedro Américo. O romantismo também influencia as obras dos
pintores Araújo Porto Alegre (1806-1879) e Rodolfo Amoêdo (1857-1941).

Literatura – O marco inicial do romantismo brasileiro é a publicação, em 1836, de Suspiros


Poéticos e Saudades, de Gonçalves de Magalhães (1811-1882). A produção literária passa por
quatro fases. A primeira (1836-1840) privilegia o misticismo, a religiosidade, o nacionalismo e a
natureza. Seus expoentes são Araújo Porto Alegre e Gonçalves de Magalhães.

Na segunda (1840-1850) predominam a descrição da natureza, a idealização do índio e o


romance de costumes. Os destaques são Gonçalves Dias, poeta de Canção dos Tamoios, José
de Alencar, autor de O Guarani, e Joaquim Manuel de Macedo (1820-1882), de A Moreninha.

Na terceira (1850-1860), o nacionalismo intensifica-se e preponderam o individualismo, a


subjetividade e a desilusão. Na poesia sobressaem Álvares de Azevedo, de Lira dos Vinte Anos,
Casimiro de Abreu (1839-1860), de Primaveras, e Fagundes Varela (1841-1875), de Cantos e
Fantasias. Na prosa consolidam-se as obras de José de Alencar, com Senhora, e Bernardo
Guimarães (1825-1884), com A Escrava Isaura. Destaca-se ainda Manuel Antônio de Almeida
(1831-1861), com Memórias de um Sargento de Milícias.

Na última fase (1860-1880), época de transição para o realismo e o parnasianismo, prevalece o


caráter social e liberal ligado à abolição da escravatura. O grande nome na poesia é Castro Alves,
autor de O Navio Negreiro. Outro poeta importante é Sousândrade (1833-1902), de Guesa. Na
prosa destacam-se Franklin Távora (1842-1888), de O Cabeleira, e Machado de Assis, em suas
primeiras obras, como Helena. Com o romantismo surgem as primeiras produções do
regionalismo, que retrata de forma idealizada tipos e cenários de regiões do país.

Música – Os compositores buscam liberdade de expressão e valorizam a emoção. Resgatam


temas populares e folclóricos, que dão ao romantismo caráter nacionalista. A ópera se desenvolve
no país. Seus principais representantes são Carlos Gomes, autor de O Guarani, e Elias Álvares
Lobo (1834-1901). Eles são auxiliados por libretistas como Machado de Assis e José de Alencar.
Em 1863 estréia Joana de Flandres, de Carlos Gomes, com texto em português. A última ópera
apresentada nesse período é O Vagabundo, de Henrique Alves de Mesquita (1830-1906). Uma
segunda fase do movimento é marcada pelo folclorismo. Sobressaem Alberto Nepomuceno (1864-
1920) e Luciano Gallet (1893-1931).

Teatro – Desenvolve-se a partir da chegada da corte portuguesa, em 1808. A primeira peça é a


tragédia Antônio José ou o Poeta e a Inquisição (1838), de Gonçalves de Magalhães, encenada
por João Caetano (1808-1863). Martins Pena, autor de O Noviço, é considerado o primeiro
dramaturgo brasileiro importante. Individualismo, subjetividade, religiosidade e situações
cotidianas são as principais características do período.

Fonte:
O romantismo. Disponível em:
<http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.colegiosaofrancisco.com.br/alfa/romantismo/
imagens/romantismo8.jpg&imgrefurl=http://www.colegiosaofrancisco.com.br/alfa/romantismo/
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%3D2%26um%3D1%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DG> Acessado em 08 fev.2008.

Para complementar os estudos do SLIDE 10

Romantismo nas belas artes

Segundo Giulio Carlo Argan na sua obra Arte moderna, o Romantismo e o Neoclassicismo são
simplesmente duas faces de uma mesma moeda. Enquanto o neoclássico busca um ideal
sublime, objetivando o mundo, o romântico faz o mesmo, embora tenda a subjetivar o mundo
exterior. Os dois movimentos estão interligados, portanto, pela idealização da realidade (mesmo
que com resultados diversos).

As primeiras manifestações românticas na pintura ocorreram quando Francisco Goya passou a


pintar depois de começar a perder a audição. Um quadro de temática neoclássica como Saturno
devorando seus filhos, por exemplo, apresenta uma série de emoções para o espectador que o
fazem se sentir inseguro e angustiado. Goya cria um jogo de luz-e-sombra, linhas de composição
diagonais e pinceladas "grosseiras" de forma a acentuar a situação dramática representada.
Apesar de Goya ter sido um acadêmico, o Romantismo somente chegaria à Academia mais tarde.

O francês Eugène Delacroix é considerado um pintor romântico por excelência. Sua tela A
Liberdade guiando o povo reúne o vigor e o ideal românticos em uma obra que estrutura-se em
um turbilhão de formas. O tema são os revolucionários de 1830 guiados pelo espírito da Liberdade
(retratados aqui por uma mulher carregando a bandeira da França). O artista coloca-se
metaforicamente como um revolucionário ao se retratar em um personagem da turba, apesar de
olhar com uma certa reserva para os acontecimentos (refletindo a influência burguesa no
romantismo). Esta é provavelmente a obra romântica mais conhecida.

A busca pelo exótico, pelo inóspito e pelo selvagem formaria outra característica fundamental do
Romantismo. Exaltavam-se as sensações extremas, os paraísos artificiais, a natureza em seu
aspecto mais bruto. Lançar-se em "aventuras" ao embarcar em navios com destino aos pólos, por
exemplo, tornou-se uma forma de inspiração para alguns artistas. O pintor inglês William Turner
refletiu este espírito em obras como Mar em tempestade onde o retrato de um fenômeno da
Natureza é usado como forma de atingir os sentimentos supracitados.

Fonte:
O romantismo nas belas artes. Disponível em: <http://www.bibvirt.futuro.usp.br> Acessado em 09 fev.2009.

SLIDE 17
STURM UND DRANG (tempestade e ímpeto) foi um movimento literário romântico alemão,
situado no período entre 1760 a 1780.

O movimento animava-se por uma reação ao racionalismo que o iluminismo do século XVIII
postulara, bem como ao classicismo francês que, como forma estética, tinha grande influência na
cultura européia, principalmente na Alemanha daquele tempo.

Os autores desse movimento postulavam uma poesia mística, selvagem, espontânea, em última
instância quase primitiva, onde o quê realmente tinha valor era o Empfindung, o efeito da emoção,
imediato e poderoso: o sentimento acima da fria razão. Os Stürmer eram contra a literatura e a
sociedade do Ancien Regime.

Fonte: Disponível em: <http://www.bibvirt.futuro.usp.br> Acessado em 09 fev.2009.

SLIDE 18

EXERCÍCIOS:
1. O poema aborda o tema vida/morte. Que elemento representa a morte?
O crânio.

2. De acordo com a visão expressa no texto, por que o autor faz uma abordagem do tema
com sarcasmo e humor negro? Justifique sua resposta.
Há a imagem de um crânio humano servido como cálice de vinho que não deixa de ser uma
espécie de humor negro ou uma ironia sarcástica. Pode-se comentar com o aluno que a morte é
tradicionalmente tratada com respeito, em diferentes culturas. Neste poema, o autor transmite a
idéia da profanação do cadáver para a transformação do crânio em cálice, exacerbando o
pessimismo.

INDICAÇÕES DE SITES COMO COMPLEMENTAR:

Sugestão de filmes:
O náufrago, de Robert Zemeckis. O drama moral vivido por D.João e Madalena, em Frei Luis de
Souza, ressurge no cinema do século XX. O protagonista, representado pelo ator Tom Hanks,
sofre um acidente de avião no mar e se salva, vivendo solitariamente numa ilha durante quatro
anos. A ser resgatado e voltar para casa, encontra sua esposa casada com outro homem, tendo
com o novo marido uma filha. A saída, no caso do filme, é a mulher continuar com a nova família
que formara.

Ver vídeo com a abertura do seriado:


O Quinto dos Infernos. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=TMT8BPUT2Ko>

Ver vídeo-clip:
Joseph Mallord William Turner. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=Bv4lDJZYfKk>

Ouvir música:
Sonata Patética, de Beethoven. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=klZYv-
f9kCE&feature=related>

Assista ao trailer:
Ópera Tristão e Isolda, de Wagner. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=44w6elsJr_I>

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