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Surgimento das escolas literárias no Brasil

As primeiras escolas literárias tiveram início no Brasil durante o século XVI. Alguns cronistas iniciaram as


escrituras desse segmento, descrevendo sobre o país no momento em que foi recém descoberto e passava por
processo de colonização. 
A literatura brasileira tem pouco mais de quinhentos anos. As escolas literárias surgiram no continente
europeu e lá já são milenares. No Brasil o processo foi mais tardio. O primeiro momento em que as escolas
literárias começaram a construção de conteúdo foi a partir do Quinhentismo, quando aconteceram todas as
manifestações do século XVI. 

As escolas literárias no Brasil são divididas em dois grandes momentos: a Era Colonial e a Era Nacional.
Esses dois períodos ficaram marcados e separados pela emancipação política do Brasil. 

A literatura brasileira recebeu influência direta de Portugal. A primeira era, ocorreu no Brasil colônia,
quando iniciou a história da nossa grafia - uma das maiores heranças deixadas pelos colonizadores. Já a Era
Nacional marcou as características singulares do povo brasileiro. A identidade do pais passava a se
multiplicar, unindo o que já tinha de Portugal com características nacionais próprias, criando uma expressão
singular que descrevesse nossa cultura, além de aspectos sociais e linguísticos. A Era Nacional é
reconhecida como um marco das escolas literárias no Brasil, quando finalmente a autonomia foi
estabelecida. 

Escolas literárias e descrição 


Ao todo, existem 14 escolas literárias no mundo e no Brasil, são elas: Trovadorismo, Humanismo,
Classicismo, Quinhentismo, Barroco, Arcadismo, Romantismo, Realismo, Naturalismo, Parnasianismo,
Simbolismo, Pré-Modernismo, Modernismo e Tendências Contemporâneas (Pós Modernismo). Para
compreender o que cada uma representa em seus respectivos períodos, segue lista com descrição: 

Trovadorismo - Foi o primeiro movimento dentro das escolas literárias. O trovadorismo se baseou na
literatura e poesia, durante o século XI, na idade média. Teve início na Europa, e deu o ponta pé inicial para
as seguintes manifestações literárias.
O trovadorismo surgiu com o fim do Império Romano (destruído no século V com a invasão dos bárbaros,
vindos do norte da Europa), e perdurou até o século XV.

Humanismo – Esse período retrata o que o próprio nome diz: o homem e a sua valorização. Surge mais
atenção à natureza humana. A literatura mantém características religiosas, mas vem pra dar atenção a uma
das maiores criações de Deus, a humanidade. Na Itália, destacam-se grandes artistas como: Dante Alighieri
autor da Divina Comédia, Giovanni Bocaccio e Francesco Petrarca. Em Portugal, destaca-se o teatro do
poeta de Gil Vicente autor de A Farsa de Inês Pereira.

Classicismo – O racionalismo impera nesse período, que gerou muitas reflexões em toda sociedade,
principalmente nos artistas. O individual é deixado de lado e pensamentos mais amplos sobre as verdades
universal são foco de discussão. O período é caracterizado também pela valorização da cultura greco-
romana.
Destacam-se os franceses François Rabelais e Michel de Montaigne. Na Inglaterra, o poeta de maior sucesso
foi William Shakespeare se destaca na poesia lírica e no teatro. Na Espanha, Miguel de Cervantes cria
novelas humoristicas e cria o personagem Dom Quixote e seu escudeiro, Sancho Pança, na famosa obra
Dom Quixote de La Mancha. 

Características do Classicismo:
•    Universalismo
•    Racionalismo
•    Antropocentrismo
•    Paganismo
•    Neoplatonismo
•    Referência à cultura grega

Quinhentismo – Neste período foi retratado todos os aspectos sobre o descobrimento do Brasil. Desde a
chegada da frota comandada por Pedro Álvares Cabral à localidade da Ilha de Vera Cruz, ocorrida no dia 22
de abril de 1500. Durante esse trecho das escolas literárias, foram escritas cartas, crônicas e sermões.

Barroco – Em meio a um período em que a arte ganha espaço, e a filosofia passa a questionar a existência
do homem entre outros conflitos existenciais. Dentre as escolas literárias essa é a que surge com a proposta
de fazer com que o homem redescubra sua fé. 

Arcadismo – Essa escola literária vem com a proposta de conectar o homem à natureza através da arte. Sua
essência é baseada no resgate da antiguidade clássica, que não separava a arte da técnica. O processo não
estaria ligado diretamente a habilidade, mas sim ao saber fazer, e isso difundia-se. 

Romantismo – É marcado pela expressão e valorização dos sentimentos, destaque para dualidade entre o
amor e o sofrimento. A liberdade para criar ganha espaço lado a lado com a fantasia.

Principais escritores da época: Almeida Garrett, Alexandre Herculano, Camilo Castelo Branco, Giacomo
Leopardi, James Fenimore Cooper, Alexandre Dumas (pai) e Edgard Allan Poe.

Realismo – Primeiro ideal que aponta o homem como fruto do meio. Esse movimento critica o capitalismo,
a valorização extrema ao dinheiro, e busca descrever o homem de forma real, como um ser que tem
qualidades e defeitos. Entende-se que nem sempre o mal faz parte do homem, mas sim do estimulo que ele
recebe do meio. Principais representantes: Gustave Flaubert autor de Madame Bovary, Charles Dickens
(Oliver Twist e David Copperfield), Charlotte Brontë (Jane Eyre), Emily Brontë (O Morro dos Ventos
Uivantes), Fiodor Dostoievski, Leon Tolstoi, Eça de Queiroz, Cesário Verde, Antero de Quental e Émile
Zola, Eugênio de Castro, Camilo Pessanha, Arthur Rimbaud, Charles Baudelaire.

Naturalismo – No mesmo período em que o realismo entrou em ascensão, o naturalismo também surgiu. Os
conceitos de ambos se interligam, porém com algumas ressalvas. O naturalismo também prega que o homem
é fruto do meio em que vive e que a natureza do ser se modifica de acordo com os incentivos que recebe. A
principal diferença é que no romance realista, a classe alta é a pensante e traz mais características da
mesma. Já o romance naturalista retrata a comunidade mais pobre. O livro O Cortiço de Aluísio de Azevedo
descreve bem essas manifestações. 

Parnasianismo – Marcado por uma arte rebuscada e uma linguagem singular e mais refinada, essa escola
literária produzia rimas ricas. O parnasianismo é uma contradição ao romantismo, ele busca retratar a
realidade dos fatos sem enfeites e possibilidades. Os poetas deixam de lado a emoção e a própria
interpretação sobre os fatos, analisando de uma maneira mais imparcial. A estética é muito valorizada nessa
escola.

Simbolismo – Essa é uma época onde os conceitos de todas as escolas citadas começam a se dissolver, já
introduzindo o pré-modernismo. O simbolismo busca uma série de novos conceitos sociais como a fé, a
religião, as crenças. 
Características gerais:
•    Uso de figuras de linguagem (sinestesia e aliteração)
•    Musicalidade (A música acima de tudo)
•    Valorização das manifestações espirituais e metafísicas
•    Rebusca valores românticos
•    Aversão ao que é real
•    Amor ao lúdico e sublime
•    Tenta buscar a essência do ser humano
•    Oposição entre matéria e espírito

Principais autores: Alphonsus de Guimarães e Cruz e Sousa.


Pré Modernismo –Na busca por esses novos conceitos, o período foi marcado por pensamentos
convergentes, ecléticos, mas ainda sem nada formado. Notava-se um esforço dos escritores e artistas da
época em se tornarem mais modernos, porém os perfis ainda eram muito engessados. Essa escola ficou entre
o conservadorismo e a renovação. 

Principais autores: Augusto dos Anjos, Coelho Neto, Euclides da Cunha, Graça Aranha, Lima
Barreto, Monteiro Lobato e Raul de Leoni.

Modernismo – Entre as escolas literárias essa foi uma das que iniciaram com maior marco e com maior
traço característico de sua essência. Marcada pelo início da semana de arte moderna, em 1922, o
modernismo deu uma nova cara a linguagem, com muita liberdade de criação sem apego ao passado. Um
novo conceito artístico também surgiu. 
Os artistas que mais exploraram essas possibilidades do modernismo foram Carlos Drummond de Andrade e
João Cabral de Melo Neto (um mais lírico, outro mais objetivo, concreto), pelos romancistas de 30, na prosa
intimista de Clarice Lispector. 

Pós modernismo – Continua seguindo o conceito liberal do da escola do Modernismo, três décadas pós-
ditadura. A poesia é marcada pela variação contemporânea, marcada pelo cotidiano e com crítica ao período
de opressão causada pela ditadura militar. 

Principais autores: Principais autores: Cristóvão Tezza, Chico Buarque, João Gilberto Noll, Bernardo
Carvalho, Dias Gomes, Gianfrancesco Guarnieri e Caio Fernando Abreu.

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